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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUIS CLAUDIO ALVES DE SOUZA e tjce.jus.br, protocolado em 23/02/2023 às 21:27 , sob o número TJCE23000627081.
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) RELATOR(A) DA 3ª CÂMARA DE DIREITO
PRIVADO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ

PROCESSO Nº 0239825-53.2022.8.06.0001
APELANTE(S): THUANY ALVES BEZERRA (rep. Maria dos Santos Saldanha)
APELADO(S): BANCO PAN S/A

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjce.jus.br/esaj, informe o processo 0239825-53.2022.8.06.0001 e código 2A954DA.
THUANY ALVES BEZERRA, atuando como representante jurídica da
Sra. MARIA DOS SANTOS SALDANHA, ambas já formalmente qualificadas nos autos,
vêm, com o devido respeito, à presença de Vossa Excelência, por seu advogado e
bastante procurador, interpor AGRAVO INTERNO, com base no art. 1.021 do Código
de Processo Civil, contra a r. Decisão monocrática de fls. 303/312, impugnando-a
parcialmente, o que faz com esteio nos fundamentos que passa a expor, para, ao
final, requerer.

Requer-se que seja a parte contrária intimada a apresentar


contrarrazões no prazo legal de 15 (quinze) dias, findo o qual, independentemente
do atendimento ao expediente, o Nobre Relator proceda à retratação parcial de sua
decisão monocrática, provendo-se o agravo presente em todos os termos.

Caso contrário, sejam os autos remetidos ao Colegiado para análise e


julgamento.

Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
Fortaleza, 23 de fevereiro de 2023.

Luis Cláudio | Advogado


Av. Oliveira Paiva, n. 2601, Cidade dos Funcionários, Fortaleza/CE, CEP: 60822-131
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Advogado | OAB/CE 44.793
LUIS CLÁUDIO ALVES DE SOUZA

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Luis Cláudio | Advogado

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AO EGRÉGIO COLEGIADO DA 3ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO,

PROCESSO Nº 0239825-53.2022.8.06.0001
PARTE AGRAVANTE: THUANY ALVES BEZERRA (rep. Maria dos Santos
Saldanha)
PARTE AGRAVADA: BANCO PAN S/A

Aos membros da 3ª Câmara de Direito Privado desta Corte,


Eméritos Desembargadores e,

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Ínclito Relator,

Síntese dos tópicos questionados:


• Aplicação da jurisprudência dominante do TJCE e do STJ sobre limites dos
juros remuneratórios.
Dispositivos legais: arts. 926 e 927 do CPC. Arts. 6º, inciso V, 51, inciso IV e §
1º, ambos do CDC.
• Repetição em dobro dos valores pagos a mais e precedente obrigatório do
STJ;
Dispositivo legal: art. 42, parágrafo único, do CDC.
• Venda casada do seguro prestamista. Aplicação de precedente vinculante do
STJ em recursos repetitivos.
Dispositivos legais: arts. 6º, inciso III, e 39, incisos I, III e IV, do CDC. Arts. 5º,
6º e 9º da Resolução nº 365, de 11/10/2018, do CNSP.
• Cobrança indevida da tarifa de avaliação do bem. Serviço não prestado pelo
banco. Precedentes do TJSP e outros tribunais. Aplicação de precedente
obrigatório do STJ em recursos repetitivos.
Dispositivos legais: art. 39, inciso V, do CDC. Art. 884 do Código Civil.

1. DA TEMPESTIVIDADE:

O presente recurso é interposto no prazo legal de 15 (quinze) dias,


visto que a decisão ainda não foi publicada no Diário de Justiça Eletrônico, pelo que
o prazo preclusivo não se iniciou.

Luis Cláudio | Advogado


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2. BREVE SÍNTESE DA DECISÃO MONOCRÁTICA:

Cuida-se de ação de revisão de contrato bancário movida pela parte


Agravante, Sra. Thuany Alves Bezerra, em face do Banco Pan S/A, pretendendo-se a
redução dos valores das parcelas previstas no contrato de financiamento para
aquisição de veículo, o Contrato nº 091494810 (fls. 63), em 09/02/2022.

Embora a contratante seja a Sra. Maria dos Santos Saldanha, o carro


fora adquirido como presente a sua sobrinha, a Promovente, pelo que foi nomeada
pela titular do contrato como sua representante jurídica para os assuntos
relacionados ao automóvel, inclusive, com poderes especiais para ajuizar a
demanda.

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Ocorre que o financiamento foi firmado em 48 (quarenta e oito)
parcelas iguais e sucessivas de R$ 1.035,69 (hum mil e trinta e cinco reais e sessenta
e nove centavos), valores esses que pesam demais sobre o orçamento da
Promovente. Ao consultar-se a taxa média de juros do Banco Central do Brasil para
os financiamentos dessa espécie, constatou-se que a média no período foi de 26,48%
ao ano, ao passo que a taxa do contrato foi estabelecida em 47,21%.

Não obstante, outros encargos financeiros foram questionados e


indicados como abusivos, a saber, a taxa de seguro prestamista – o qual a
Promovente jamais contratou –, a cobrança da taxa de avaliação do bem e de registro
do contrato. Todas essas cláusulas foram questionadas pela Apelante por
reclamação administrativa junto ao site Consumidor.gov, ao que o banco defendeu
serem valores regularmente cobrados.

Proposta a ação, a parte Agravante demonstra que os termos impostos


pelo Banco Pan são desarrazoados e extrapolam os limites da liberdade contratual,
visto que impõe juros remuneratórios acima do teto racional de uma vez e meia o
valor da taxa média anunciada pelo Banco Central.

Apontou-se, com fundamentos e precedentes, que o limite de 150%


do valor da taxa média é acolhido, por unanimidade, pelas Câmaras de Direito
Privado do Tribunal de Justiça do Ceará, bem como admitido como válido pelo STJ,
com base em que fora requerida a concessão da tutela da evidência/urgência para
revisão dos valores das parcelas.

Citado para defender-se, o Banco Pan contestou a demanda (fls.


94/118) apresentando certos questionamentos preliminares – acerca da justiça

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gratuita e da suposta decadência do direito de impugnar o contrato – passando ao
mérito para defender os termos da cédula bancária.

Réplica às fls. 153/173, pela qual foram rechaçados todos os


argumentos expostos pelo Banco Pan, com destaque à cláusula do seguro
prestamista, porquanto restou demonstrado pelos documentos juntados na ocasião,
que a empresa Too Seguros, na realidade, é do mesmo grupo econômico do banco,
descaracterizando-se, assim, a possibilidade de livre escolha do seguro.

Ao final, foi julgada improcedente a ação pelo juízo a quo.

O magistrado acolheu a preliminar quanto ao valor da causa,

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corrigindo-o para o valor total da diferença apresentada pela Promovente às fls.
79/80.

Por outro lado, rechaçou as demais impugnações feitas ao benefício da


gratuidade judiciária e em relação à suposta decadência.

Quanto aos juros, o juiz apontou, com clareza, que a taxa de juros
contratuais está bastante acima da média divulgada pelo Banco Central, mas, por
não chegar ao seu dobro, entendeu não haver abusividade:

A taxa em questão está ACIMA da média praticada pelo mercado para a


operação de crédito de financiamento de veículo para pessoa física no
período contratado (Fevereiro/2022: 26,46% a.a e 1,98% a.m), segundo
os índices divulgados pelo Banco Central do Brasil (SÉRIES 20749e
25471: Taxa média de juros das operações de crédito com recursos livres
- Pessoas físicas -Aquisição de veículos), mas não ultrapassa do dobro
da média estabelecida pelo BACEN, não se revelando qualquer
abusividade.

(Grifos nossos).

No tocante ao seguro prestamista, o magistrado afirma que a autora


não teria comprovado a abusividade de sua contratação, apesar dos pedidos de
inversão do ônus da prova neste tópico, e, da ausência de contrato apresentado pelo
Banco Pan assinado pela Promovente confirmando a adesão espontânea ao serviço.
E ainda, sobre a tarifa de avaliação do bem, o juiz também pontuou que a autora não
teria comprovado que o serviço não fora prestado, negligenciando a argumentação
exposta quanto a isso na réplica.

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A parte Agravante, assim, foi condenada ao pagamento das custas
processuais, bem como dos honorários de sucumbência, fixados em 10% sobre o
valor da causa, tendo sido sobrestada a cobrança por 5 (cinco) anos.

Em vistas da sucumbência, a Agravante interpôs apelação (fls.


241/258), pugnando pela reforma plena da sentença, atacando-se os capítulos dos
juros remuneratórios, do seguro de proteção financeira, da tarifa de avaliação do
veículo, e ainda, quanto à repetição dobrada dos valores pagos a mais até a revisão
das parcelas.

Pugnou-se, ainda, no apelo, os pleitos seguintes:

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Consequentemente, requer-se a condenação da parte Apelada ao
pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes
majorados ao patamar de 20% (vinte por cento) sobre o proveito
econômico obtido pela Apelante.

Após as contrarrazões recursais, o apelo foi PARCIALMENTE


PROVIDO pelo Relator, revisando-se os juros do contrato bancário para a taxa média
de 26,26% a.a., porém, a sentença foi mantida quanto aos capítulos que versam
sobre o seguro prestamista e a tarifa de avaliação.

Inconformada com a decisão nos capítulos de improvimento, a


Agravante interpõe este recurso visando à reforma em parte da Decisão
monocrática pelo Órgão Colegiado com base nos fundamentos a seguir explanados.

3. PRELIMINARMENTE: DA FUNGIBILIDADE RECURSAL DO AGRAVO INTERNO


COM OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO:

Cabe destacar, de antemão, que segundo o art. 1.024, § 3º, do CPC, é


possível ao órgão julgador conhecer dos embargos de declaração como agravo
interno, caso entenda ser este o recurso cabível.

Em vistas de haver teses tratadas neste recurso inerentes a omissões


identificadas na decisão impugnada, a parte Agravante opta por fazer diretamente o
recurso de Agravo Interno, envolvendo, entre os capítulos, matérias típicas dos
embargos, as quais deverão ser conhecidas e analisadas pelo Órgão Colegiado.
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4. DA OMISSÃO DA DECISÃO QUANTO À REPETIÇÃO EM DOBRO DOS VALORES
PAGOS A MAIS. APLICAÇÃO DO ART. 42, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CDC.
PRECEDENTES DO STJ E DO TJ-CE:

Impõe-se ressaltar, de antemão, que entre os pedidos contidos na


apelação, consta explicitamente o pleito pela condenação do Banco Pan S/A ao
pagamento, na forma de repetição dobrada, dos valores pagos pela Agravante a
mais, conforme fosse revisado o contrato. Destaca-se o trecho abaixo do pedido
recursal:

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Embora a apelação tenha sido provida em parte, o Relator deixou de
fixar a condenação da repetição dobrada, conforme o art. 42, parágrafo único, do
Código de Defesa do Consumidor, aliás, nem mesmo a questão de direito chegou
a ser tratada na Decisão monocrática, configurando-se omissão na forma dos arts.
489, inciso II, 490, e 1.022, inciso II, todos do Código de Processo Civil:

Art. 489. São elementos essenciais da sentença:


II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;

Art. 490. O juiz resolverá o mérito acolhendo ou rejeitando, no todo ou em


parte, os pedidos formulados pelas partes.

Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial


para:
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o
juiz de ofício ou a requerimento;

Com efeito, não tendo tratado a respeito do assunto, é cabível ressaltar


que a condenação da parte Agravada à repetição em dobro dos valores pagos a maior
– com ou sem o provimento deste Agravo nos demais capítulos – é medida que se
impõe em vistas da jurisprudência consolidada do STJ sobre o tema, e ainda,
confirmada por esta Corte.

A Corte Especial do STJ já decidiu que “a repetição em dobro, prevista


no parágrafo único do art. 42 do CDC, é cabível quando a cobrança indevida
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consubstanciar conduta contrária à boa-fé objetiva, ou seja, deve ocorrer
independentemente da natureza ou elemento volitivo” (EREsp. 1413542 RS
2013/0355826-9, Relator: Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, Data de
Julgamento: 21/10/2020, CE - CORTE ESPECIAL, Data de Publicação: DJe
30/03/2021, grifos nossos).

Isto é, não é cabível verificar se o Banco Pan S/A tinha dolo ou culpa
pela cobrança dos juros abusivos e das demais tarifas, mas, se agiu em
desconformidade com a boa-fé objetiva. A conduta de um banco, com plenas
condições de analisar o mercado financeiro e de propor taxas de juros justas, agindo
em flagrante excesso, e, valendo-se de sua hiper-suficiência contratual, é, sem

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dúvida, violadora da boa-fé.

Tratando-se de decisão proferida pela Corte Especial do STJ, cuida-se


de precedente qualificado cuja observância é imperativa pelos tribunais brasileiros,
e deverá ser acompanhada por este Colegiado. Aliás, assim já tem sido, consoante
destacamos nos exemplos abaixo de precedentes da Corte Alencarina sobre o
assunto:

DIREITO PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO


REVISIONAL. CONTRATO DE FINANCIAMENTO DE VEÍCULO. JUROS
EXIGIDOS EM PATAMAR ABUSIVO. TAXA DE JUROS FIXADA ACIMA DA
MÉDIA DE MERCADO. SEGURO PRESTAMISTA. VENDA CASADA.
CARACTERIZAÇÃO. REPETIÇÃO DO INDÉBITO EM DOBRO. CABIMENTO.
TESES RECURSAIS REJEITADAS. RECURSO CONHECIDO MAS NÃO PROVIDO.
[...] 8. No tocante a devolução em dobro do valor indevidamente cobrado, a
Corte Especial no dia 21/10/2020 decidiu no EAREsp 676.608, recurso
repetitivo paradigma, que a obrigação de devolver os valores em dobro
não depende do elemento volitivo do fornecedor que os cobrou
indevidamente. 9. Recurso conhecido mas não provido.
(TJ-CE - AC: 02376615220218060001 Fortaleza, Relator: CARLOS ALBERTO
MENDES FORTE, Data de Julgamento: 16/11/2022, 2ª Câmara Direito
Privado, Data de Publicação: 16/11/2022).

____________

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO. CÉDULA DE CRÉDITO


BANCÁRIO. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR ( CDC).
JUROS REMUNERATÓRIOS DENTRO DO PARÂMETRO REPUTADO LEGAL
PELO STJ. MANUTENÇÃO DO PERCENTUAL PACTUADO. SEGUROS.
ABUSIVIDADE. LIBERALIDADE RESTRINGIDA. REPETIÇÃO DO INDÉBITO.

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EM DOBRO. NOVO ENTENDIMENTO. EARESP 676.608. NÃO SE EXIGE MAIS
A COMPROVAÇÃO DE MÁ-FÉ. SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.
RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. [...]
Da repetição do indébito: No tocante a devolução em dobro do valor
indevidamente cobrado, a Corte Especial no dia 21/10/2020 decidiu
no EAREsp 676.608, recurso repetitivo paradigma, que não mais se
exige a demonstração de má-fé, ou seja, da intenção do fornecedor de
cobrar um valor indevido, bastando que o fornecedor tenha agido de
forma contrária à boa-fé objetiva. Portanto, o novo entendimento da Corte
Cidadã, agora fixado em tese vinculante, afastou-se da necessidade de prova
da má-fé, e resta presumido que a conduta da recorrida no episódio em
análise, inexoravelmente afastou-se da boa-fé objetiva, possibilitando,

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portanto, a devolução em dobro. Sentença parcialmente reformada. Recurso
parcialmente conhecido e, nessa extensão, parcialmente provido.
(TJ-CE - AC: 01457653020188060001 CE 0145765-30.2018.8.06.0001,
Relator: FRANCISCO GOMES DE MOURA, Data de Julgamento: 14/04/2021,
2ª Câmara Direito Privado, Data de Publicação: 14/04/2021).

Sem embargo, urge suprir a omissão quanto à questão de direito


veiculada no recurso principal, a saber, quanto à repetição dobrada dos valores
pagos indevidamente pela parte Agravante, nos termos apresentados.

Não obstante, caso o Órgão Colegiado entenda por bem suprir a


omissão apontada, mas, fixando-se a condenação de repetição de forma simples,
pugna-se pelo acolhimento desta medida, na linha de decisões anteriores da 3ª
Câmara de Direito Privado.

5. CONFIGURAÇÃO DA VENDA CASADA DO SEGURO PRESTAMISTA –


AUSÊNCIA DE OPÇÃO PELA CONTRATAÇÃO LIVRE DO SEGURO OU DE
ALTERNATIVAS – EMPRESAS DO MESMO GRUPO ECONÔMICO – PRECEDENTE
DO ÓRGÃO ESPECIAL E DO TEMA Nº 972/STJ:

Quanto ao seguro prestamista, arguiu-se em apelação que houve a


prática da venda casada proibida pelo art. 39, incisos I e IV, do CDC, bem como o
malferimento das normas dos arts. 5º, 6º e 9º da Resolução CNSP nº 365, de
11/10/2018, as quais disciplinam a oferta do seguro e impõem a sua facultatividade.

Na Decisão vergastada, o Relator ressaltou o seguinte:


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Ademais, do ajuste em estudo, observo a Proposta de Adesão ao Seguro (fls.
137/141), devidamente assinada pela recorrente, demonstra que o
consumidor estava ciente da sua contratação:

[...]

Portanto, neste caso, não se configurou venda casada, ou seja, inexistiu a


imposição, pelo banco, da contratação do referido serviço, razão pela qual
a solução encaminhada pela sentença deve ser mantida.

Ocorre que, ao atentarmos ao documento mencionado, trata-se de

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assinatura por selfie, admitida por lei, contudo, não está indicado, em nenhuma parte
da proposta de seguro, sobre sua FACULTATIVIDADE. Observa-se, ao revés, que a
Agravante fora orientada a somente enviar a “selfie” para assinar o documento sem
ao menos ter tido a oportunidade de selecionar, ou não, a “oferta” do seguro. O
serviço foi claramente IMPOSTO à Agravante:

Figura 1: Assinatura do contrato financeiro

Figura 2: Assinatura do seguro

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Trata-se da mesma fotografia, apenas um “copia e cola” feito pelo banco
para infirmar nos dois contratos. Não consta, em nenhuma parte da proposta de
seguro, a informação clara e adequada de que seria facultativo, e isso pode ser
observado pelo inteiro teor da proposta destacada às fls. 137/141.

A ausência desta informação, além de caracterizar violação do art. 6º,


inciso III, do CDC, malfere ao disposto nos artigos já citados da Resolução CNSP nº
365, de 11/10/2018, sobretudo nos termos do art. 9º:

Código de Defesa do Consumidor


Art. 6ºSão direitos básicos do consumidor:

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[...]
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com
especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade,
tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; (Redação
dada pela Lei nº 12.741, de 2012).

Resolução CNSP 365, 11/10/2018


Art. 9º É obrigatório constar, em destaque, da proposta de contratação, da
proposta de adesão, do bilhete de seguro e das condições gerais do seguro as
seguintes informações:
I - "A contratação do seguro é opcional, sendo facultado ao segurado o seu
cancelamento a qualquer tempo, com devolução do prêmio pago referente
ao período a decorrer, se houver."; e
II - "Na ocorrência de evento coberto, caso o valor da obrigação financeira devida
ao credor seja menor do que o valor a ser indenizado no seguro prestamista, a
diferença apurada será paga ao próprio segurado ou ao segundo beneficiário
indicado, conforme dispuserem as condições gerais.".
Parágrafo único. Deverá constar das propostas de contratação e adesão
campo específico em que o segurado declara reconhecer o exercício da sua
opção pela contratação do seguro prestamista.

A informação constou na proposta, mas, SEM O NECESSÁRIO DESTAQUE


e SEM O CAMPO ESPECÍFICO em que a Agravante teria declarado sua livre vontade
de aderir ao serviço:

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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUIS CLAUDIO ALVES DE SOUZA e tjce.jus.br, protocolado em 23/02/2023 às 21:27 , sob o número TJCE23000627081.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjce.jus.br/esaj, informe o processo 0239825-53.2022.8.06.0001 e código 2A954DA.
Em que pese o precedente destacado pelo Relator da 3ª Câmara de
Direito Privado, deve-se ressaltar que, além da Resolução CNSP ter sido violada,
vislumbra-se que em momento algum consta a informação de que a Agravante
poderia escolher ou não ter um seguro. O serviço, claramente, foi “empurrado
goela abaixo” com o financiamento do veículo.

Ato contínuo, identifica-se que o Decisório impugnado não tratou a


respeito de precedente do Órgão Especial desta Corte de Justiça a respeito da
caracterização da venda casada, mormente, quando há seguro prestamista vendido
com financiamento por empresas do mesmo grupo econômico. Colaciona-se,
novamente, o julgado mencionado:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM RECURSO ESPECIAL EM


EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO CÍVEL. SEGURO PRESTAMISTA.
ABUSIVIDADE DETECTADA PELO COLEGIADO.NEGATIVA DE SEGUIMENTO
EM CONSONÂNCIA COM PRECEDENTE VINCULANTE DO STJ EXARADO EM
RECURSO ESPECIAL REPETITIVO (TEMA 972). CONSTATAÇÃO.
DESPROVIMENTO. DECISÃO MANTIDA. 1. O Superior Tribunal de Justiça, ao se
deparar com a discussão trava danos autos, firmou a tese de que "nos contratos
bancários em geral, o consumidor não pode ser compelido a contratar seguro
com a instituição financeira ou com seguradora por ela indicada" (TEMA 972 –
item 2 –REsp nº 1.639.320/SP). 2. Analisando o inteiro teor do repetitivo,
verifica-se que a Corte Superior examinou a validade da contratação do seguro
prestamista também em face da legislação consumerista. Observou-se a
configuração de venda casada quando o banco não fornece ao consumidor
a opção de contratação com outra seguradora, pois direciona para aquela
integrante do mesmo grupo econômico da instituição financeira. 3. Na
hipótese, o ente fracionário constatou a abusividade da cláusula contratual, não
podendo submeter o fornecimento de produto a determinada condição, ou seja,
não poderia o agravante ter vinculado o serviço à contratação da Itaú Seguros
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S/A, vez que retira a liberdade de escolha do consumidor. 4. Diante dessas
circunstâncias, conclui-se que o acórdão impugnado pelo recurso especial se
encontra, neste caso específico, em conformidade com o entendimento do STJ
exarado no regime de recurso especial repetitivo. 5. Agravo interno conhecido
e não provido.
(TJCE: Agravo Interno Cível - 0173378-25.2018.8.06.0001,
Rel.Desembargador(a) VICE PRESIDENTE TJCE, Órgão Especial, data
dojulgamento: 25/11/2021, data da publicação: 25/11/2021).

No caso deste precedente em especial, houve irresignação inicial por


parte do consumidor em face do Banco Itaucard S/A, pugnando pela revisão do
financiamento e, entre outras cláusulas atacadas, a do seguro prestamista. Na

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ocasião, a 4ª Câmara de Direito Privado deu parcial provimento à apelação,
reformando-se a sentença para revisar o contrato quanto aos juros remuneratórios,
e ainda, quanto ao seguro imposto unilateralmente.

Em seu voto, o então relator Desembargador Durval Aires Filho


assentou:

Nesse sentido, o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA firmou a tese, em sede


de julgamento de Recurso Repetitivo (REsp n. 1639259/SP), no sentido
de considerar abusiva a imposição ao consumidor de contratação de
seguro com a Instituição financeira ou com seguradora por ela
indicada, em contratos bancários em geral.

No caso dos autos, não se vislumbra a concessão de oportunidade de


contratação, pelo consumidor, do Seguro vergastado, ao passo que, sua
cobrança de forma unilateral configura abusividade suficiente a autorizar
a sua desconsideração, permitindo, por consectário, a respectiva
restituição ao agravado.

Destaco, ainda, que o respectivo Seguro se encontra inserido no


mesmo instrumento contratual entabulado pelas partes, bem como
inexiste previsão naquele contrato acerca da possibilidade do
consumidor em não aderir ao supracitado serviço.

(Grifos nossos).

O Banco Itaucard S/A se inconformou com a decisão e, após interpor


embargos declaratórios sem êxito, seguiu com recurso especial, visando combater o
entendimento da 4ª Câmara. Acertadamente, e por UNANIMIDADE, o Órgão
Especial desta Corte negou seguimento ao recurso excepcional, infirmando

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que o Colegiado original apenas seguira o precedente obrigatório firmado na
Tese nº 972 dos Recursos Repetitivos do STJ.

Como se vê, há precedente do Órgão Especial o qual deverá ser


obedecido, razão pela qual invocamos que, neste tocante, a Decisão questionada
deixou de observar o argumento colocado na apelação – no qual se invocou a
vinculatividade deste precedente – incorrendo em omissão fundamental sobre
questão de direito, apta a ser suprida por esta senda recursal.

Aliás, o Relator não enfrentou, data maxima venia, a arguição do


precedente do Órgão Especial do TJCE feita na apelação, nem mesmo explanou os
motivos pelos quais a ratio decidendi daquele julgamento não seria aplicável ao caso

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sub judice.

Configura-se, pois, omissão quanto a questão de direito, na forma do art.


489, § 1º, inciso VI, e 927, incisos III e V, do CPC, verbis:

Art. 489. [...]


§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela
interlocutória, sentença ou acórdão, que:
[...]
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente
invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em
julgamento ou a superação do entendimento.

Art. 927. Os juízes e tribunais observarão:


[...]
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de
demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial
repetitivos;
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem
vinculados.

Face a isto, pugna-se pela reforma da Decisão monocrática no sentido de


suprir-lhe as omissões constatadas em seu libelo, e, enfim, seja provido o agravo
interno para revisão do contrato bancário com a exclusão do seguro de proteção
financeira.

6. DA OMISSÃO QUANTO AOS ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA E HONORÁRIOS


ADVOCATÍCIOS:

Cabe observar que o recurso de apelação foi julgado por este Colegiado,
na pessoa de seu Relator, gerando a sucumbência recursal ensejadora da

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condenação da parte vencida/Agravada ao pagamento das custas processuais, bem
como dos honorários advocatícios.

Conforme o art. 85, § 11, do CPC, impõe-se a condenação em honorários


sempre que o Tribunal julgar recursos:

Art. 85. [...]


§ 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados
anteriormente levando em conta o trabalho adicional realizado em grau
recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2º a 6º, sendo vedado
ao tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários devidos ao advogado do
vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2º e 3º para a
fase de conhecimento.

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Nesse tocante, a Decisão foi omissão em absoluto, embora a sentença
originária tenha arbitrado honorários de sucumbência em 10% (dez por cento) do
valor da causa, e ainda, na mesma sentença houve a mudança do valor da causa para
R$ 14.780,00 (quatorze mil, setecentos e oitenta reais).

Em vistas disso, cabe ressaltar a necessidade de majoração dos


honorários sucumbenciais ao patamar de 20% (vinte por cento) do valor da causa,
e ainda, excluindo-se da parte Agravante qualquer parcela de sucumbência. E isto se
explica:

Na forma do art. 86, parágrafo único, do CPC, a parte que ficar


sucumbente em parte substancial da demanda arcará integralmente com os custos
de sua derrota processual:

Art. 86. Se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido, serão


proporcionalmente distribuídas entre eles as despesas.
Parágrafo único. Se um litigante sucumbir em parte mínima do pedido, o
outro responderá, por inteiro, pelas despesas e pelos honorários.

Conforme os cálculos expostos às fls. 75/76 e 77/78, observa-se que a


revisão dos juros remuneratórios, por si, já correspondeu a significativa parcela do
valor total da condenação, incumbindo-se, pois, ao Banco Pan S/A assumir o total
custo pelas despesas, custas e honorários.

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7. DOS PEDIDOS:

Ante o exposto, roga-se pelo provimento total deste Agravo Interno, nos
termos supraexpostos, pugnando-se pela reforma da Decisão Monocrática
vergastada nos capítulos destacados.

Roga-se, ainda, pela supressão das omissões indicadas, quanto aos


honorários advocatícios, majorados ao teto de 20% (vinte por cento) e custas
processuais, e ainda, quanto à repetição em dobro dos valores excedentes pagos a
maior pela parte Agravante até a efetivação da revisão das parcelas do
financiamento.

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Subsidiariamente, em relação ao pedido de supressão da omissão a
respeito da repetição em dobro, roga-se pelo provimento do Agravo no sentido de
impor-se a condenação à repetição simples dos valores pagos em excesso pela parte
Agravante.

Requer-se que sejam todas as intimações remetidas em nome do


advogado subscritor, LUIS CLÁUDIO ALVES DE SOUZA (OAB/CE 44.793), sob pena
de nulidade absoluta, na forma do art. 272, § 5º, do CPC.

Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
Fortaleza, 23 de fevereiro de 2023.

LUIS CLÁUDIO ALVES DE SOUZA


Advogado | OAB/CE 44.793
Assinando por Certificação Digital

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