Você está na página 1de 54

U N I V E R S I DA D E

CANDIDO MENDES

CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA


PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010

MATERIAL DIDÁTICO

HISTÓRIA DA SOCIOLOGIA

Impressão
e
Editoração

0800 283 8380


www.ucamprominas.com.br
2

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................... 3
UNIDADE 1 - A CONSTRUÇÃO DA SOCIOLOGIA ...................................................................................... 5
UNIDADE 2 - OS RAMOS DA SOCIOLOGIA ............................................................................................... 12
UNIDADE 3 - SOCIÓLOGOS CLÁSSICOS E SUAS TEORIAS .................................................................. 19
UNIDADE 4 - O PENSAMENTO SOCIOLÓGICO A PARTIR DO SÉCULO XX ..................................... 39
UNIDADE 5 - A SOCIOLOGIA NA ERA DA COMUNICAÇÃO E DA INFORMAÇÃO ......................... 49
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 53

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
3

INTRODUÇÃO

Ao lado de Ciências como Economia, Antropologia, Ciência Política, História,


dentre outras, encontramos a Sociologia que pertence a um grupo que se
convencionou chamar por Ciências Sociais.

Genericamente poderíamos dizer que o seu objeto de estudo é o


comportamento social humano em suas mais variadas formas de organização e
conflito. A história nos conta que há milhares de anos o próprio ser humano procura
compreender a vida em grupo, e passamos até mesmo pela filosofia e pelos dogmas
(doutrinas) religiosos para entender o comum, o social e as relações (SOUSA,
2008).

Eis que no século XIX, Auguste Comte inventa e usa o termo sociologia pela
primeira vez em seu curso de Filosofia Positiva (1839), tentando unificar todos os
estudos relativos ao homem. Com Émile Durkheim, a sociologia ganha o status de
Ciência, sendo reconhecida academicamente.

Veremos ao longo desta apostila que o esquema sociológico de Comte era


tipicamente positivista, acreditando que toda a vida humana tinha atravessado as
mesmas fases históricas distintas e que, se a pessoa pudesse compreender este
progresso, poderia prescrever os remédios para os problemas de ordem social.

É importante frisar que a Sociologia surgida no século XIX procurava entender


e explicar os problemas decorrentes das transformações econômicas, políticas e
culturais ocorridas no século XVIII com as Revoluções Industriais e Francesas,
entretanto, só foi concretizada quando da consolidação do capitalismo moderno.

Enfim, nossa intenção ao compilar a apostila “História da Sociologia” é


oferecer-lhes um instrumental teórico básico de sociologia que permita lidar com os
paradigmas centrais dessa ciência. Não é uma mera reprodução de conteúdos
conceituais.

Versaremos sobre o arcabouço que sustenta a construção da sociologia, ou


seja, passaremos pela etimologia, seu objeto de estudo, sua natureza. Abordaremos
o surgimento, a formação e o desenvolvimento da Sociologia que evidentemente

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
4

passa pelos sociólogos clássicos e suas teorias, dentre eles Comte, Durkheim, Marx,
Weber, Lukács, Marcuse, Pareto, Simmel e Elias.

Não menos importante será expor e relacionar os ramos da Sociologia


enfatizando principalmente suas relações com a história.

Para completar, analisaremos o pensamento sociológico a partir do século


XX, “visitando” a Europa, a América do Norte e América Latina.

O nosso objetivo, portanto, é apresentar os conceitos básicos para o


entendimento da Sociologia, rever sua trajetória histórica e promover o
aperfeiçoamento e atualização dos senhores profissionais nos temas e teorias do
Ensino da Sociologia, mas ressaltamos que o assunto não se esgota e fica a
proposta para que busquem outras fontes de pesquisa sanando dúvidas ou lacunas
que, por ventura, surgirem.

Boa leitura!

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
5

UNIDADE 1 - A CONSTRUÇÃO DA SOCIOLOGIA

Etimologia e conceitos importantes para o entendimento da


Sociologia

Tradicionalmente poderíamos dizer que sociologia trata da sociedade, da


associação ou do companheirismo. É uma ciência que estuda cientificamente as
formas fundamentais da convivência humana.

Deriva da palavra latina societas (sociedade, socius = companheiro) e da


palavra grega logos (estudo, ciência).

Para Santos (1966, p. 11) a sociedade seria um grande complexo de relações


humanas ou um sistema de interações. Assim, por definição, Sociologia é a ciência
que estuda os fatos sociais, nos mais variados e tamanhos de “rede social” que se
apresentarem, ou seja, desde uma pequena família, passando por grandes grupos
étnicos, religiosos, etc.

As suas teorias são criadas, baseadas no cotidiano, em coisas e fatos que


acontecem de forma padronizada, mesmo em sociedade completamente diferentes.

A partir da compreensão da sociedade, pode-se manipulá-la com facilidade,


como por exemplo, no caso de políticos e campanhas de marketing, onde esses
profissionais acabam por criar verdadeiras campanhas que se tornam “vírus”,
atingindo as pessoas de forma rápida, levando-as a conhecer um produto ou uma
empresa de maneira surpreendente (SANTOS, 1966).

Comunidade, sociedade, grupo social, processos sociais, fato social são


termos usuais dentre os Sociólogos e devido sua importância, tentaremos explicar
sucintamente cada um deles.

Comunidade e sociedade são as uniões de grupos sociais mais comuns


dentro da Sociologia.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
6

A comunidade é a forma de viver junto, de modo íntimo, privado e exclusivo,


sendo sua forma primária, onde se estabelecem relações de troca. Como exemplo
podemos citar as famílias, os amigos e vizinhos.

Sociedade é uma grande união de grupos sociais marcada pelas relações de


troca, porém de forma não-pessoal, racional e com contatos sociais secundários e
impessoais.

Nas comunidades, as normas de convivência e de conduta de seus membros


estão interligadas à tradição, religião, consenso e respeito mútuo. Na sociedade, é
totalmente diferente. Não há o estabelecimento de relações pessoais e na maioria
das vezes, não há tamanha preocupação com o outro indivíduo, fato que marca a
comunidade. Por isso, é fundamental haver um aparato de leis e normas para
regular a conduta dos indivíduos que vivem em sociedade, tendo no Estado, um
forte aparato burocrático, decisor e central nesse sentido (MARTINS, 1994).

O grupo social é uma forma básica de associação humana que se considera


como um todo, com tradições morais e materiais. Para que exista um grupo social é
necessário que haja uma interação entre seus participantes. Um grupo de pessoas
que só apresenta uma serialidade entre si, como em uma fila de cinema, por
exemplo, não pode ser considerado como grupo social, visto que estas pessoas não
interagem entre si (MARTINS, 1994, FERREIRA, 2007). Dentre as características
desse grupo temos: uma forma de organização, mesmo que subjetiva, são
superiores e exteriores ao indivíduo, assim, se uma pessoa sair de um grupo,
provavelmente ele não irá acabar. Os membros de um grupo também possuem uma
consciência grupal (“nós” ao invés do “eu”), certos valores, princípios e objetivos em
comum, se diferem quanto ao grau de contato de seus membros (MUNDO
EDUCAÇÃO, 2008).

Os processos sociais são as formas pelas quais os indivíduos se relacionam


uns com os outros, ou seja, as formas de estabelecer as relações sociais. Os
processos sociais estão presentes em toda a sociedade e podem ser distinguidos
em associativos e dissociativos. No primeiro grupo os indivíduos estabelecem
relações positivas, de cooperação e de consenso. Temos ai a cooperação,
acomodação e assimilação. No segundo grupo estão a competição e o conflito, ou

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
7

seja, as relações estabelecidas são negativas, de divergência e oposição (MUNDO


EDUCAÇÃO, 2008).

Para completar os conceitos que entendemos fazer parte da “essencialidade


da Sociologia” temos o fato social que segundo Émile Durkheim são todas as
formas de associações humanas e as maneiras de agir, sentir, e pensar,
padronizados e socialmente sancionadas. Em uma frase, “os modos de ser, sentir,
pensar e agir comuns aos grupos sociais” (SANTOS, 1966, p. 15-17)

Seu Objetivo e objeto de estudo

Como foi falado, o seu objetivo é o estudo científico dos fatos sociais.
Ampliando essa definição, poderíamos dizer que a Sociologia:

Estuda os homens em interdependência, os homens em sociedade, tendo o


fato básico de que eles não vivem isolados, ao contrário, formam agrupamentos
estáveis onde se dá o encontro do homem com o homem, ao estabelecimento de
relações de corporação, luta e domínio entre os homens no interior desses
agrupamentos, e o desenvolvimento ou destruição das culturas humanas que
decorrem de tais relações.

A sociologia é uma disciplina científica, diferente, portanto da religião, da


filosofia e de outras formas de conhecimento (MARTINS, 1994).

Já em relação ao seu objeto de estudo, existem vários. Sociologia da


Arquitetura (como um grupo de pessoas se comportará em um ambiente, por
exemplo, em um teatro), o Corpo (estudar as diferenças na interação entre pessoas
com boa forma física e obesos), Criminologia (a razão dos crimes acontecerem, por
fatores ou problemas sociais), a Família (estudando casos de divórcio, crianças
órfãs), Sociologia da Imigração (o que faz um grupo de pessoas deixar o seu povo,
para viver em um local com cultura completamente diferente?), política, etnias,
dentre outros que analisaremos em um tópico adiante intitulado “ramos da
Sociologia”.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
8

Sua natureza

De acordo com Santos (1966, p. 17) a Sociologia não é uma ciência


normativa, limitando-se a estudar os fatos sociais tais como são. Quer inteirar-se de
como é a sociedade e não se propõe o problema de como deve ser. Em síntese
mostra o que é a sociedade e não como deve ser.

Surgimento

Sucintamente poderíamos dizer que a sociologia nasceu de uma mudança


radical da sociedade a partir do século XVIII, resultando no surgimento do
capitalismo.

Toda conjuntura política, econômica e cultural passava por modificações. As


revoluções industrial e francesa ocasionaram transformações que mudaram
completamente o curso que a sociedade estava tomando naquela época, levando o
homem a ter um novo objeto de estudo, “a sociedade” (MARTINS, 1994).

A Revolução Industrial, por exemplo, representou a consolidação do


capitalismo, uma nova forma de viver. A destruição dos costumes e das instituições,
a automação ou novos métodos de produção geravam o aumento da produtividade e
vários trabalhadores foram substituídos por máquinas. Além disso, ocorria o intenso
êxodo rural, ocasionando uma explosão demográfica e consequentemente, uma
falta de infra-estrutura capaz de comportar esses excedentes populacionais. A falta
de empregos aliada à falta de infra-estrutura levou a um relativo estado de caos
social: aumento da miséria, fome, criminalidade, doenças, prostituição, suicídio, etc.

Essas novas existências foram, paulatinamente, modificando o pensamento


moderno, tornando-o racional e científico, substituindo as explicações teológicas,
filosóficas e de senso comum (MARTINS, 1994).

Quanto aos tempos da Revolução Francesa, encontramos os iluministas que


queriam transformar a sociedade, objetivando demonstrar a irracionalidade e as
injustiças de algumas instituições, pregando a liberdade e a igualdade dos indivíduos

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
9

que, na verdade, descobriu-se mais tarde que esses eram falsos dogmas. Esse
cenário também levou à constituição de um estudo científico da sociedade (MUNDO
EDUCAÇÃO, 2008).

Foi dentro desse contexto que surgiu a Sociologia. Contra a revolução,


pensadores tentaram reorganizar a sociedade, estabelecendo ordem, conhecendo
as leis que regiam os fatos sociais. Era o positivismo surgindo e, com ele, a
instituição da ciência da sociedade. Mesmo antes de ser considerada uma ciência, a
sociologia estimulou a reflexão da sociedade moderna colocando como "objeto de
estudo" a própria sociedade, tendo como principais articuladores Auguste Conte e
Émile Durkheim (VILELA, 2008).

Formação

A existência de interesses opostos na sociedade capitalista influenciou na


visão de como os sociólogos deveriam perceber e analisar a sociedade. E
consequentemente, surgiram várias correntes sociológicas, debates sobre o seu
objeto de estudo e sobre seus métodos de investigação.

De um lado temos os conservadores que renegavam o Iluminismo, tendo a


sociedade feudal, sua estabilidade e a hierarquia social como inspiração. Eles
também não tinham interesse em defender uma sociedade moldada no capitalismo.
Logicamente defendiam as instituições religiosas, as monarquias e as aristocracias
em decadência.

Esse conservadorismo influenciou os primeiros sociólogos, dentre eles Comte


e Durkheim, além de Saint-Simon (1760-1825), que embora entusiasta da sociedade
industrial, entendia que o problema da restauração da ordem devia ser enfrentado,
porque, aos seus olhos, na sociedade francesa pós-revolução reinava desordem e
anarquia.

Durkheim dedicou-se a estabelecer um objeto de estudo e um método para a


sociologia, salientando que nenhuma ciência poderia constituir-se sem uma área
própria de investigação. O seu pensamento marcou decisivamente e sociologia

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
10

contemporânea, principalmente as tendências que se preocupam com as questões


da manutenção da ordem social (MARTINS, 1994).

A formação e o desenvolvimento do conhecimento sociológico crítico e


negador da sociedade capitalista, sem dúvida liga-se à tradição do pensamento
socialista, que encontra em Marx (1818-1883) e Engels (1820-1903) a sua
elaboração mais expressiva (MARTINS, 1994).

Já a intenção de conferir à sociologia uma reputação científica encontra em


Max Weber (1864-1920) um marco de referência. Durante toda sua vida, insistiu em
estabelecer uma clara distinção entre o conhecimento científico, fruto de cuidadosa
investigação, e os julgamentos de valor sobre a realidade (MARTINS, 1994).

A busca de uma neutralidade científica levou Weber a estabelecer uma


rigorosa fronteira entre o cientista, homem do saber, das análises frias e penetrantes
e o político, homem de ação e de decisão comprometido com as questões práticas
da vida (MARTINS, 1994).

Em tópico mais adiante estudaremos minuciosamente os pensamentos e as


teorias destes e outros sociólogos.

Desenvolvimento

Precisamos concordar com Martins (1994) quando ele analisa que mesmo
tendo a Sociologia surgido no momento de grande expansão do capitalismo,
infundindo otimismo em diversos sociólogos com relação a civilização capitalista, os
acontecimentos históricos que permearam o seu desenvolvimento tornaram no
mínimo problemáticas as esperanças de democratização que vários sociólogos
nutriam com relação ao capitalismo.

Na realidade, esperava-se que a burguesia mantivesse vivo o projeto de


igualdade e fraternidade que servia de pano de fundo para os estudos dos
sociólogos, entretanto, ela se afastou e partiu para uma vivência menos liberal e
mais conservadora e pior, utilizando-se de mecanismos repressores para assegurar
a dominação.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
11

Dentre esses mecanismos Martins (1994) cita as grandes empresas,


monopolizando produtos e mercados, a eclosão de guerras entre as grandes
potências mundiais, a intensificação da organização política do movimento operário
e a realização de revoluções socialistas em diversos países, que acabaram sendo
realidades históricas que abalavam as crenças na perfeição da civilização
capitalista.

Evidentemente que essa crise repercutiu no pensamento sociológico


contemporâneo. Ainda há quem não acredite, mas o desmoronamento da civilização
capitalista perfeita, levado a cabo pelos diversos movimentos revolucionários e pela
alternativa socialista fez com que o conhecimento científico fosse submetido aos
interesses da ordem estabelecida. As ciências sociais, de modo geral, passaram a
ser usadas para produzir um conhecimento útil e necessário à dominação vigente
(Martins, 1994). Aliás, todas as ciências foram utilizadas na expansão econômica e
militar das grandes potências capitalistas, dentre elas, a ciência política forneceu
conhecimentos para elaboração de estratégias e a antropologia facilitou a
administração das populações colonizadas. Quanto a sociologia, Martins nos afirma
que ela foi empregada como técnica de manutenção das relações dominantes.

O que acontece nas últimas décadas é a incorporação das pesquisas de


muitos sociólogos na prática das grandes empresas, do Estado Moderno, dos
partidos políticos, na luta cotidiana pela preservação das estruturas econômicas,
políticas e culturais do capitalismo moderno. E Martins vai mais longe, inferindo que
o sociólogo dos tempos atuais passou a desenvolver o seu trabalho, via de regra,
em complexas organizações privadas ou estatais que financiam suas atividades e
estabelecem os objetivos e as finalidades da produção do conhecimento sociológico.

Enfim, as grandes e profícuas produções de sociólogos como Comte,


Durkheim, Marx, dentre outros, não são mais produzidas praticamente desde a
primeira metade do século XX.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
12

UNIDADE 2 - OS RAMOS DA SOCIOLOGIA

Anteriormente falando em objetos de estudo da sociologia citamos a


arquitetura, o corpo, pois bem, falaremos um pouco sobre outros ramos de interesse
da sociologia.

A sociologia da ciência, dentro do campo da sociologia do conhecimento


estuda a influência de fatores externos no desenvolvimento da ciência, estando
ligada estreitamente com a história da ciência. Esse campo ganhou impulso com
Thomas Kuhn, físico, filósofo e historiador de posições radicais que pensava a
verdade científica como algo puramente conformado por fatores sociais (LUMIER,
2008).

Nascida em resposta às teorias da economia clássica e neoclássica sobre o


Homo economicus e a teoria da escolha racional, surgiu a sociologia econômica, a
qual veio mostrar que existem elementos socializadores na economia e no mercado.
No modelo da economia clássica existe também ação humana ao contrário do que
pregam os economistas. Nesse contexto Weber distinguiu três tipos básicos de
ação: racional com vistas a fins e a valores, tradicional e afetiva.

A sociologia das organizações se ocupa em analisar os aspectos


sociológicos de organizações, isto é, de empresas, fundações, órgãos públicos e
congêneres. Além de estudar os aspectos de uma sociedade que influenciam na
organização e no seu desenvolvimento, oferece uma melhor compreensão dos
fenômenos que ocorrem dentro de uma organização sob um ponto de vista
sociológico. Novamente encontramos em Weber o seu expoente que entendia a
burocracia1 como forma de se ordenar as relações humanas entre si e com a
organização, propiciando que objetivos explícitos sejam atingidos.

A sociologia da educação é uma disciplina que estuda os processos sociais


do ensino e da aprendizagem, ou seja, estuda os processos institucionais e
organizacionais e as relações sociais envolvidas.

1
Vale ressaltar que esta burocracia de Weber não carregava o significado negativo, de demora no
atendimento em serviços públicos, mas sim uma forma prescritiva de delegar responsabilidades e
padronizar a comunicação de acordo com normas predefinidas e impessoais.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
13

Uma área interessante e pouco conhecida é a sociologia das histórias em


quadrinhos (HQ) que aborda as histórias em quadrinhos a partir da perspectiva
sociológica. Ela analisa o processo social de produção das HQ, os valores culturais
presentes nelas, os seus efeitos no público leitor, entre outros aspectos sociais.
Embora seja raro, encontramos produção de monografias e teses sobre alguns
personagens dos HQs.

A sociologia industrial surgiu nos Estados Unidos pela necessidade de


estudar as relações de trabalho e as mudanças estruturais que ocorreram nas
organizações e nas sociedades.

Buscando investigar os processos jurídicos e as resoluções de conflito em


diversas sociedades e grupos, nasceu a sociologia jurídica que analisa a forma
como um grupo produz e encaminha as diferentes sanções e penalidades e como
tais agrupamentos elaboram uma ideia de justiça também ocupa um território nobre
na Sociologia Jurídica (PELISSARI, 2008).

A sociologia médica estuda o comportamento de grupos e/ou indivíduos que


dizem respeito à saúde e à doença, isto porque, de um lado encontramos um grupo
que confia generalizadamente na medicina e outro, de descrença total, portanto,
essa sociologia estuda os comportamentos que induzem estados alterados de saúde
(RUIVO, 1987).

Sociologia política como não poderia deixar de ser, estuda as bases sociais
da política, ou seja, ela ajuda a entender a política em si. Criada por Auguste Comte
foi desenvolvida posteriormente por Durkheim, Thomas Moore, John Locke, Thomas
Hobbes, Montesquieu, Marx e outros.

Mais um ramo da sociologia pouco conhecido é o que se refere às relações


de gênero. Surgiu para entender questões relativas à identidade sexual e seus
processos de construção. Sua ênfase maior está na subjetividade dos atores sociais
das classes sociais.

Temos ainda a sociologia da religião que busca explicar empiricamente as


relações mútuas entre a religião e a sociedade, fundamentando seus estudos na
dimensão social da religião e na dimensão religiosa da sociedade (TEIXEIRA, 2003;
SOUZA E MARTINO, 2004).
Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
14

Para estudar o comportamento das pessoas que vivem distantes de


localidades com concentração de pessoas e de atividades econômicas, temos a
sociologia rural. Ela envolve análise de dados estatísticos, entrevistas, observação
e outras técnicas. No seu oposto a sociologia urbana estuda a vida urbana no
espaço das cidades, envolvendo planejamento urbano, arquitetura, geografia e
economia. Ainda dentro da sociologia rural temos os estudos focados nos
agronegócios (economia da agricultura), na migração rural, no meio ambiente, nos
cuidados com a saúde rural, com a educação no campo e em padrões
demográficos.

Os sujeitos ocultos do ambiente de trabalho, fábricas, sindicatos estruturados


e os fenômenos decorrentes das relações de trabalho fazem parte da sociologia do
trabalho.

Muito em voga na atualidade encontramos a sociologia da violência e da


criminalidade, que trata tais fenômenos sociais e analisa as principais teorias
criminológicas.

Como pode-se perceber, são inúmeros os ramos e os campos de atuação


para os sociólogos desenvolverem novas teorias.

Sociologia x História x relações com a ciência

Segundo León (2008), história e sociologia são um problema complexo,


principalmente porque ao longo dos séculos o pensamento sociológico vem sendo
entrecortado com análises históricas e esquemas de interpretação, compreensão e
explicação histórica dos fatos.

A Sociologia pode se apresentar como uma disciplina geral que formula


teorias a serem aplicadas num vasto campo de fenômenos, enquanto à História
restaria a descrição ideográfica do singular, como um suporte para as teses gerais
da Sociologia. Desta maneira, a Sociologia pode reivindicar ser a ciência social par
excelência, deixando a História e a Filosofia como abordagens de apoio.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
15

Entretanto a separação da Sociologia e História não tem uma justificação


racional. Estes dois campos do conhecimento tornam-se metodologicamente
indistinguíveis se colocarmos a Sociologia como campo analítico capaz de superar
os domínios da Modernidade. Teremos, com efeito, a Sociologia Histórica como
quebra desta hierarquia de saberes proporcionada pelos teóricos do século XIX,
uma Sociologia que não parte de conceitos já prontos, mas os constrói segundo uma
arqueologia de sujeitos, uma arqueologia de conceitos e modelos (LEÓN, 2008).

Por outro lado podemos dizer que para apreciar a diferença entre tempo
sociológico e tempo histórico é preciso distinguir a realidade estudada, o método
aplicado a esse estudo e o objeto que resulta da conjugação de realidade e método.

O caráter histórico de uma realidade social é múltiplo, havendo graus de


percepção de que a ação humana concentrada pode mudar as estruturas e permitir
revoltas contra a tradição. Por sua vez, a sociologia salienta “o complexo jogo” entre
as escalas do social que se pressupõem uma a outra, quer dizer: procura confrontar
a realidade histórica com “os planos sociais não-históricos ou pouco históricos”,
como o são os elementos microssociais e grupais, respectivamente (LEÓN, 2008).

Voltando nossa atenção para a Sociologia enquanto ciência, Vila Nova


(2004), fala que de acordo com o senso comum, a sociologia é um tipo de
explicação sobre o comportamento humano e a vida social, mas indo além do
“senso comum”, as explicações que esta ciência dá à vida social são bem mais
diversas daquelas existentes. "Como ciência, a Sociologia tem que obedecer aos
mesmos princípios gerais válidos para todos os ramos do conhecimento científico,
apesar das peculiaridades dos fenômenos sociais quando comparados com os
fenômenos de natureza e, consequentemente, da abordagem científica da
sociedade." (VILA NOVA, 2004, p. 23).

Entre as características da ciência, Vila Nova enumera os seguintes pontos:

1) A ciência procura construir um "corpo de ideias" harmonizadas entre si de


modo lógico;

2) A ciência tem como principal objetivo explicar a realidade a partir da


observação sistemática dos fatos;

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
16

3) A ciência não pretende ser um instrumento de previsão, de controle ou de


transformação da sociedade (esse papel cabe à tecnologia);

4) Não existe ciência sem método científico.

Deste modo, a sociologia é uma ciência predominantemente indutiva, pois


parte da observação sistemática dos fatos para tecer generalizações sobre a
sociedade, enquanto outras ciências, como a história e filosofia social, são
predominantemente dedutivas, pois tecem generalizações que são (ou não)
aplicáveis aos fatos sociais.

O uso da teoria, no caso da sociologia, é imprescindível, pois só com ela é


possível evitar a simples observação dos fatos (ideia positivista e histórica) através
de uma investigação científica em que haja uma observação dos fatos teoricamente
orientada.

A sociologia caracteriza-se por não ser valorativa, ou seja, por não atribuir
valores aos fatos sociais, considerando-os a partir de uma neutralidade que também
não é normativa (não estabelece regras para a sociedade).

Como qualquer outra ciência, a sociologia não pretende explicar todos os


fatos da sociedade, mas sim apenas aquilo que é observável nas relações sociais
num determinado momento, pois todo conhecimento científico é parcial e transitório.

Mesmo sem pretender fazer uma observação de todos os fatos da


sociedade, a sociologia só pode observar aqueles fatos que se repetem com alguma
regularidade, pois só assim é possível tecer generalizações.

O trabalho do cientista, além da formulação de hipóteses, da observação, da


inferência de generalizações e da elaboração de teorias, também compreende a
classificação, um dos princípios fundamentais à investigação científica.

Para Vila Nova: (2004, p. 28) “[...] o estudo científico da sociedade, como
defendem os seguidores de Max Weber, demanda não a simplicidade dos
fenômenos sociais através da observação, mas, sobretudo, a sua compreensão
através da participação”.

O sociólogo tem a vantagem de estudar um objeto do qual faz parte, por isso
pode compreender a realidade social a partir de seu interior.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
17

Para Émile Durkheim os fatos sociais são coisas, ou seja: existem


independentemente do modo subjetivo através do qual os indivíduos os conhecem e
percebem.

Vila Nova (2004, p. 29), afirma que “A Sociologia [...] não se ocupa de todas
as regularidades observáveis na sociedade humana, mas, apenas, daquelas que
têm origem nas relações sociais, e não das que derivam do organismo, por exemplo,
ou do psiquismo humano. Logo, já se vê como, limitando o seu campo de
investigação a esses fenômenos sociais, a teoria sociológica é uma tentativa de
simplificação do conhecimento da sociedade”.

A sociedade também é estudada por outras ciências além da sociologia: a


antropologia cultural, a economia, a psicologia social, a história, a geografia e a
ecologia, sendo suas diferenças peculiares anotadas abaixo.

A diferença entre a sociologia e a história reside no fato, segundo Vila Nova,


de que a primeira “se ocupa com a observação do que é repetitivo nas relações
sociais para daí formular generalizações teóricas”, enquanto a história se dedica à
análise daquilo “que é único na sociedade” (2004, p. 30).

A economia se ocupa de um aspecto específico das relações sociais, as de


caráter econômico, enquanto a sociologia “tem a tarefa de detectar as relações entre
as várias áreas institucionais da sociedade” (2004, p. 31).

Já a antropologia cultural (ou etnologia) historicamente é vista como uma


ciência social “voltada exclusivamente para as chamadas sociedades simples”,
enquanto a sociologia seria "especializada no estudo das sociedades complexas"
(VILA NOVA, 2004, p. 33).

A psicologia social se distingue da sociologia principalmente pelos seus temas


de interesse, e não pela metodologia científica empregada.

Vila Nova (2004, p. 33) destaca que além de suas aplicações “no
planejamento social, na pesquisa, na orientação das relações sociais na empresa,
na condução dos programas de intervenção social”, a sociologia também se
constituiu numa “disciplina humanística”, por ser um meio significativo de aquisição
de consciência social.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
18

Ao contrariar o ideal científico, a sociologia torna-se ideologia, isto é, passa a


ser uma forma de conhecimento decorrente da situação social específica de alguma
categoria social e representativa dos interesses dessa categoria” (VILA NOVA, 2004,
p. 34).

Então, a título de reforço, deixemos bem claras duas questões pontuais:

1 - A posição de Vila Nova: “A sociologia não tem como objetivo a resolução


dos problemas sociais e tampouco tem como objeto de estudo exclusivo estes
problemas, interessando-se pelos problemas sociais na medida em que eles se
constituem em fatos sociais, deste modo, [...] ao sociólogo interessam [...] os
problemas sociológicos, quer dizer, os problemas de explicação teórica do que
acontece na vida social”.

2 – A diferença entre sociologia e suas escolas e as doutrinas sociais: a


sociologia se constitui de um conjunto de teorias científicas, que são explicações de
fenômenos ou conjunto de fenômenos a partir de uma observação (direta ou
indireta) dos fatos que as confirmam; já as doutrinas sociais não baseiam-se na
observação dos fatos: na verdade são ideias pré-concebidas da realidade, não
exigindo sua demonstração pelos fatos.

Enfim, na visão de Vila Nova (2004, p. 38), a sociologia só pode ser


considerada “verdadeira” quando suas constatações científicas acabam
incomodando as classes e grupos sociais que tenham seus interesses e privilégios
afetados através da revelação das relações sociais que originam os problemas
sociais.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
19

UNIDADE 3 - SOCIÓLOGOS CLÁSSICOS E SUAS TEORIAS

Deixamos bem claro que o objetivo deste tópico não é discutir


pormenorizadamente as teorias de cada um destes sociólogos, mesmo porque cada
um nos proporcionaria páginas e páginas de discussões. No entanto, eles são
considerados a base da sociologia e conhecer o pensamento de cada um faz parte
do arcabouço que esta apostila se propôs apresentar e evidentemente todos fazem
parte da história da Sociologia.

Deste modo, aquele que despertar maior interesse, sugerimos nas


referências bibliográficas ao final da apostila, sites e/ou livros que irão complementar
os estudos.

Auguste Comte

Comte nasceu e morreu na França, (1798-1857) e foi o criador do


Positivismo, um método que consiste na observação dos fenômenos, subordinando
a imaginação à observação. Seu pensamento foi sintetizado em sete palavras: real,
útil, certo, preciso, relativo, orgânico e simpático. Comte preocupou-se em tentar
elaborar um sistema de valores adaptado com a realidade que o mundo vivia na
época da Revolução Industrial, valorizando o ser humano, a paz e a concórdia
universal.

O positivismo de Comte surgiu como desenvolvimento sociológico do


Iluminismo e das crises social e moral do fim da Idade Média e do nascimento da
sociedade industrial.

No século XIX, a indústria foi o fator novo que chamou a atenção da


sociedade, existindo, na concepção de Comte, seis traços característicos que
seriam:

1°-Se baseia na organização cientifica do trabalho;

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
20

2°-A aplicação da ciência à organização do trabalho conduz a humanidade a


desenvolver melhor os seus recursos;

3°-A produção industrial faz surgir o fenômeno das massas operarias;

4°-Concentrações de trabalhadores nos locais de trabalho determina oposição


entre empregados e empregadores;

5°-Multiplicam-se as crises de superprodução criando a pobreza na


abundância;

6°-O sistema econômico se caracteriza pela liberdade de trocas e pela busca


do lucro por parte dos empresários e comerciantes.

No que se refere às características, Comte considerava as três primeiras


como decisivas. Para ele a versão da sociedade industrial não é nem liberal nem
socialista, e somando-se a isto, temos que ele era hostil ao socialismo e acreditava
nas virtudes da propriedade privada e, até mesmo, nas virtudes da propriedade
privada das riquezas concentradas.

De acordo com seu pensamento, a civilização material só se pode


desenvolver se cada geração produzir mais do que o necessário para a sua
sobrevivência, transmitindo à geração seguinte um estoque de riqueza maior do que
o recebido da geração precedente.

Por outro lado ele pensava que a organização científica da sociedade


industrial atribuiria a cada indivíduo um lugar proporcional a sua capacidade,
realizando a justiça social, mas só existindo sociedade na medida em que seus
membros tivessem as mesmas crenças. Sendo assim, sua filosofia pressupõe três
grandes temas:

1. A sociedade industrial da Europa ocidental se tornará a sociedade de


todos os homens.

2. A dupla universalidade do pensamento científico.

3. O sistema de política positiva (Système de politique positive).

Essas crenças nos levam a perceber que para ele a sociedade que se
desenvolve no Ocidente é exemplar, servindo de modelo para toda humanidade e

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
21

que a história da humanidade é a história do espírito, ou seja, o desenvolvimento da


natureza humana.

O pensamento de Comte passou por três etapas evolutivas que representam


as transformações pelas quais a tese da unidade humana é afirmada, explicada e
justificada.

A primeira etapa, entre 1820 e 1826 é representada pelos três escritos:

 "Opúsculos de filosofia social: apreciação sumária do conjunto do


passado moderno" (1820),

 "Prospectos dos trabalhos científicos necessários para organizar a


sociedade" (1822) e,

 "Considerações filosóficas sobre as ideias e os cientistas" (1825).

Nos Opúsculos, Comte descreve e interpreta o momento histórico vivido pela


sociedade européia no princípio do século XIX, ou seja, desaparecia a sociedade
fundamentada na fé transcendental interpretada pela Igreja Católica, e nascia uma
nova sociedade cientifica e industrial.

Os cientistas assumem o lugar dos sacerdotes e os industriais, os dos


militares.

Os homens pensam cientificamente e a atividade principal das coletividades


deixa de ser a guerra de homens contra homens, transformando-se na luta dos
homens contra a natureza, explorando de maneira racional os recursos humanos.

Comte conclui que para haver uma reforma social, a condição fundamental é
a reforma intelectual. Tornam-se necessários uma síntese da ciência e a criação de
uma política positiva.

Para Comte, a crise da sociedade moderna encontra explicação na


contradição entre uma ordem histórica teológica-militar que está desaparecendo e
uma ordem social-científica-industrial prestes a nascer.

Na segunda etapa, a do Curso de Filosofia Positiva, ampliam-se às ideias


diretrizes em sua perspectiva. Comte considera essencialmente as sociedades da
época e seu passado: a história da Europa. Também revisa as diversas ciências,

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
22

desenvolve e confirma as duas leis anunciadas nos opúsculos: a lei dos três estados
e a classificação das ciências.

Na lei dos três estados, o espírito humano teria passado por três fases
sucessivas: o espírito humano explica os fenômenos atribuídos aos seres ou forças
comparáveis ao próprio homem; invoca entidades abstratas, como a natureza; se
limita a observar e fixar relações regulares que podem existir entre eles e renuncia a
descobrir as causas dos fatos e se contenta em estabelecer as leis que os
governam.

Essa passagem da idade teológica para a idade metafísica e, depois, para a


idade positiva, não se opera simultaneamente em todas as disciplinas intelectuais. A
maneira de pensar positiva se impôs mais cedo nas matemáticas e, na física, na
química e, depois, na biologia.

Para ele, a ideia da primazia do todo sobre os elementos deve ser transposta
para a sociologia. Não se pode compreender o estado de um fenômeno social
particular sem o recolocar no todo social.

Como Comte era formado pela escola Politécnica, subentende-se ser ele um
homem lógico, o que lhe dava bases para, no curso de filosofia positiva criar a nova
ciência, a sociologia! Ele considera na sociologia, a fórmula dos opúsculos: assim
como não há liberdade de consciência na matemática ou na astronomia, não pode
haver também em matéria de sociologia. Desse modo, para que a história humana
seja uma só: primeiro é preciso que o homem tenha uma certa natureza
reconhecível e definível, através de todos os tempos e de todas as sociedades. Em
segundo lugar ele considera que toda sociedade comporte uma ordem essencial que
se possa reconhecer através da diversidade das organizações.

O ponto de partida do seu pensamento é uma reflexão sobre a contradição


interna da sociedade do seu tempo, entre o tipo teológico-militar e o tipo científico-
industrial.

O seu objetivo final é a coerência de pensamento que jamais foi realizada


plenamente no curso da história e, para ele, a incoerência do modo de pensar em
cada etapa da história, tem sido uma das molas do movimento histórico.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
23

Em sua nova ciência, Comte estuda as leis do desenvolvimento histórico que


se fundamenta na observação e na comparação, como nos métodos análogos aos
empregados por outras ciências, sendo a estática e a dinâmica as duas categorias
centrais da sociologia de Comte.

A estática consiste no estudo do consenso social e a dinâmica, em seu ponto


de partida, é apenas a descrição das etapas sucessivas percorridas pelas
sociedades humanas.

Sobre a natureza humana e a ordem social, para Comte, fundamentalmente


só há uma história e, pelo estudo estático, é possível identificar as características de
toda sociedade. A estática pode ser decomposta em duas partes: o estudo
preliminar da estrutura da natureza humana, e o estudo propriamente dito da
natureza social.

Sobre o homem, este se compõe de um coração e de uma inteligência, ter


coração significa ter sentimento de coragem.

Sobre a religião, no pensamento de Comte, esta reproduz as diferenças da


natureza humana: criando a unidade, precisa dirigir-se simultaneamente à
inteligência, ao sentimento e à ação, isto é, todas as disposições do ser humano.

Em relação à família, ele toma como modelo a estrutura do tipo ocidental e


procura demonstrar que as relações existentes dentro da família eram
características ou exemplares das diversas relações que podem existir entre as
pessoas humanas, e também que a afetividade humana recebia educação e
formação na família.

As ideias essenciais de Comte, sobre a divisão do trabalho, são as da


diferenciação das atividades e da cooperação entre os homens, ou a da separação
dos ofícios e a da combinação dos esforços.

Pode-se identificar as ideias filosóficas de Comte, referenciando o seu


pensamento às três intenções que encontramos em sua obra: a intenção do
reformador social, a intenção do filosofo que sintetiza os métodos e os resultados
das ciências e a intenção do homem que assume a posição de pontífice de uma
nova religião, a religião da humanidade.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
24

Resumidamente podemos dizer que os positivistas abandonaram a busca


pela explicação de fenômenos externos, como a criação do homem, por exemplo,
para buscar explicar coisas mais práticas e presentes na vida do homem, como no
caso das leis, das relações sociais e da ética.

Várias foram as influências do positivismo de Comte para o Brasil que vão


desde o nascimento da República (o lema da bandeira brasileira "Ordem e
progresso", foi inspirado na sua doutrina), bem como a separação entre igreja e
Estado, o estabelecimento do casamento civil, o fim do anonimato na imprensa e a
reforma educacional proposta por Benjamin Constant, um dos mais influentes
positivistas brasileiros.

Émile Durkheim

Também nasceu e morreu na França (Émile Durkheim foi um dos


responsáveis por tornar a sociologia uma matéria acadêmica, sendo aceita como
ciência social). Durante sua vida, publicou centenas de estudos sociais, sobre
educação, crimes, religião, e até suicídio.

“Da divisão do trabalho social” (1893), tese de doutoramento de Durkheim é


seu primeiro grande livro, no qual analisa as relações entre os indivíduos e a
coletividade. Para ele a solidariedade, mecânica e orgânica, é o caminho para que o
conjunto de indivíduos tão diferentes chegue a um consenso comum.

A primeira é a solidariedade, mecânica ou por semelhança, onde os


indivíduos diferem pouco uns dos outros. A forma oposta de solidariedade, a
orgânica, é aquela em que o consenso resulta de uma diferenciação, ou se exprime
por seu intermédio. Os indivíduos não se assemelham, são diferentes.

A oposição dessas duas formas de solidariedade se combina com a oposição


entre sociedades segmentárias e aquelas em que aparece a moderna divisão de
trabalho.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
25

O fenômeno da divisão do trabalho que o sociólogo quer explicar é diferente,


portanto, do que os economistas entendem pelo mesmo conceito. A divisão do
trabalho é uma certa estrutura de toda a sociedade.

Para ele, a diferenciação social, fenômeno característico das sociedades


modernas, é a condição criadora da liberdade individual. Só numa sociedade em
que a consciência coletiva perdeu uma parte de sua rigidez o indivíduo pode ter uma
certa autonomia de julgamento e de ação.

Nessa sociedade individualista, o problema mais importante é manter o


mínimo de consciência coletiva, à falta da qual a solidariedade orgânica provocaria a
desintegração social.

No livro que escreveu sobre o suicídio (1897) tal problema está estreitamente
ligado ao estudo da divisão do trabalho. Ele observa que o homem não se sente
necessariamente mais feliz com sua sorte nas sociedades modernas, e registra, de
passagem, o aumento do número dos suicídios, expressão e prova de certos traços,
talvez patológicos, da organização atual da vida coletiva.

Durkheim quer mostrar até que ponto os indivíduos são determinados pela
realidade coletiva e define três tipos de suicídio: o egoísta (relacionado com os
contextos sociais integradores, a religião e a família, esta última considerada sob o
duplo aspecto de casamento e prole), o altruísta (ele cita dois exemplos: o primeiro,
em sociedades arcaicas, a viúva indiana aceita ser colocada na fogueira que deve
queimar o corpo do marido morto. O segundo, é o suicídio no exército, praticado por
militares), e o anômico (que ocorre nos períodos de crises econômicas, como
também nos períodos de grande prosperidade. Sua frequência também aumenta
paralelamente ao aumento do número de divórcios).

Sobre as formas de vida religiosa, para Durkheim, a essência da religião é a


divisão do mundo em fenômenos sagrados e profanos. Não é a crença numa
divindade transcendente: há religiões superiores sem Deus.

O objetivo da teoria da religião de Durkheim é fundamentar a realidade do


objeto da fé, sem admitir o conteúdo intelectual das religiões tradicionais,
condenadas pelo desenvolvimento do racionalismo cientifico; este permite salvar o

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
26

que parece destruir, demonstrando que os homens nunca adoraram senão sua
própria sociedade.

A concepção sociológica de Durkheim se baseia em uma teoria do fato social.


Seu objetivo é demonstrar que pode e deve existir uma sociologia objetiva e
científica, conforme o modelo das outras ciências, tendo por objeto o fato social.

Para que haja tal sociologia, duas coisas são necessárias: que seu objeto
seja específico, distinguindo-se do objeto das outras ciências, e que possa ser
observado e explicado de modo semelhante ao que acontece com os fatos
observados e explicados pelas outras ciências. Esta dupla exigência leva as duas
célebres fórmulas com que se costuma resumir o pensamento de Durkheim: é
preciso considerar os fatos sociais como coisas; as características do fato social é
que ele exerce uma coerção sobre os indivíduos. É conveniente chamar de coisa
toda realidade observável do exterior, e cuja natureza não conhecemos
imediatamente.

Esse é o centro do pensamento metodológico de Durkheim; para ele o fato


social é específico, provocado pela associação dos indivíduos, e diferente, pela sua
natureza, do que se passa no nível das consciências individuais. Os fatos sociais
podem ser objeto de uma ciência geral porque se distribuem em categorias, e os
próprios conjuntos sociais podem ser classificados em gêneros e espécies.

Sobre o problema social este não é um problema econômico; é, sobretudo um


problema de consenso, isto é, de sentimentos comuns aos indivíduos, graças aos
quais os conflitos são atenuados, os egoísmos recalcados e a paz mantida. O
problema social é um problema de socialização.

Durkheim se opõe à doutrina marxista, não crê na fecundidade dos meios


violentos e se recusa a considerar a luta de classes, em particular os conflitos entre
os operários e empresários, como um elemento essencial da sociedade atual, e
como mola do movimento histórico.

Para ele, o sociólogo também não é socialista, na medida em que muitos


socialistas se inclinam a crer que a solução dos problemas da sociedade moderna
virá de uma organização econômica.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
27

Durkheim insiste no fato de que as várias instituições, família, crime,


educação, política, moral, religião, são consideradas pela organização da sociedade.
Cada tipo social tem seu tipo de família, de educação, de Estado, de moral. Mas
tende a tornar o meio social como uma realidade total, quando esta é uma categoria
analítica, e não uma causa última.

Durkeheim dizia que entre Deus e a sociedade é preciso escolher. Isso


mostra realmente o que ele pensava. Para ele, um ato só é moral se tem por objeto
uma pessoa que não a do seu autor. Portanto, para que haja uma moralidade, é
preciso haver uma realidade que valha mais do que qualquer pessoa. Esta
realidade, superior em valor ao ator individual, só pode ser Deus ou a sociedade, e
não há nenhuma diferença entre as duas hipóteses, já que a religião, de acordo com
os estudos das formas elementares da vida religiosa, não passa de adoração da
sociedade transfigurada.

Numa aproximação dos julgamentos de fato e de valor, encontramos sempre


a convicção de Durkheim de que a autoridade dos conceitos que tendem a exprimir
a realidade, ou dos ideais que tendem a informar a ação, provém da própria
sociedade. Segundo as ideias de Durkheim, a sociologia justifica o individualismo
racionalista e prega, ao mesmo tempo, o respeito pelas normas coletivas.

Karl Marx

Nascido na Alemanha, em 1818, viveu em meio às várias revoluções


européias (inglesa, francesa e russa), vindo a falecer em Londres, em 1883.
Também é considerado um dos fundadores da Sociologia, além de desenvolver
trabalhos nas áreas de filosofia e história.

Até os dias atuais, mesmo quem não é adepto ou simpático à sua ideologia
chamada de marxista2 precisa passar pelas teorias de Marx para entender a
sociedade humana (SINGER, 1982).

2
É o conjunto de ideias filosóficas, econômicas, políticas e sociais elaboradas primariamente por
Marx e Engels e desenvolvidas mais tarde por outros seguidores. Interpreta a vida social conforme a

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
28

Na análise socioeconômica do capitalismo feita por Marx, sua primeira ideia é


de que a história humana se caracteriza pela luta de grupos humanos chamados
classes sociais. Seu pensamento interpreta o regime capitalista enquanto
contraditório, dominado pela luta de classes.

Sua ciência tem a finalidade de demonstrar rigorosamente o caráter


antagônico da sociedade capitalista, a autodestruição, inevitável dessa sociedade
contraditória, a explosão revolucionaria que porá fim ao caráter antagônico da
sociedade atual.

Segundo Max, a luta de classe tenderá a uma simplificação. Os diferentes


grupos sociais se polarizarão em torno da burguesia e do proletariado, e é o
desenvolvimento das forças produtivas que será o motor do movimento histórico,
levando, pela proletarização e pela pauperização, à explosão revolucionaria e ao
surgimento, pela primeira vez na história, de uma sociedade não-antagônica.

Sua obra mais ilustre “O capital”, tem sido objeto de dois tipos de
interpretação e, segundo alguns, é essencialmente uma obra de economia científica,
sem implicações filosóficas. Para outros, é uma espécie de análise fenomenológica
ou existencial da economia, mas não deixa de ser uma sociologia do capitalismo.
Marx assume como objetivo explicar o modo de funcionamento do regime capitalista,
com base na sua estrutura social, e o desenvolvimento desse regime com base no
seu modo de funcionamento, e isso ele se destina a explicar no capital, que é um
empreendimento grandioso.

O esquema fundamental do pensamento marxista é o de uma sociedade


histórica que passa pela ação dos homens e, ao mesmo tempo, é superior à ação e
cada um deles, o de um mecanismo histórico que tende a destruir o regime, pelo
jogo das leis intrínsecas do seu funcionamento. O centro e a originalidade do
pensamento marxista estão na conjunção de uma análise do funcionamento e da
análise de uma transformação inevitável. Cada indivíduo, agindo racionalmente em
função do seu interesse, contribui para destruir o interesse comum de todos os
interessados em salvaguardar o regime.

dinâmica da luta de classes e prevê a transformação das sociedades de acordo com as leis do
desenvolvimento histórico de seu sistema produtivo.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
29

Sobre o processo de proletarização e pauperização, Marx disse que, no


processo de proletarização, à medida que se desenvolve o regime capitalista, as
camadas intermediárias, entre capitalistas e proletários, serão desgastadas,
corroídas, e um número crescente dos membros dessas camadas serão absorvidos
pelo proletariado.

A pauperização é o processo pelo qual os proletários tendem a ser tornar


cada vez mais miseráveis na medida que se desenvolvem as forças da produção.
Segundo o próprio Marx, não é impossível elevar o nível de vida dos operários, sem
modificar a taxa de exploração. O que impede a elevação dos salários é o excedente
permanente de mão-de-obra não empregada, que pesa sobre o mercado de trabalho
e modifica as relações de troca entre capitalistas e assalariados, em detrimento dos
operários, enfim, a pauperização é uma teoria econômico-sociológica. O elemento
sociológico é a ideia de que, uma vez que os salários tendem a se elevar, a taxa de
natalidade aumenta, criando assim um excesso de mão-de-obra. O mecanismo
propriamente econômico é o do desemprego tecnológico.

A sociologia marxista comporta alguns equívocos, dentre eles a concepção do


capitalismo e da história de Marx que está associada à combinação dos conceitos
de forças de produção, relações de produção, luta de classes, consciência de
classe, infra-estrutura e superestrutura, mas o emprego crítico das categorias
marxistas não implica uma interpretação dogmática do curso da história.

Outro equívoco da sociologia marxista tem a ver com a análise e a discussão


dos conceitos essenciais, notadamente os de infra-estrutura e superestrutura, ou
seja, não se define a qual estrutura pertencem os elementos da realidade social.

A ideia central de Marx é a de que a sociedade capitalista é antagônica; como


consequentemente, todas as características essenciais do regime capitalista têm
origem nesse fenômeno.

A sociologia de Marx supõe a redução da ordem política à ordem econômica,


isto é, a extinção do Estado a partir do momento em que forem impostas a
propriedade coletiva dos meios de produção e planificação. Contudo, a ordem
política é essencialmente irredutível à ordem econômica. Qualquer que seja o
regime econômico e social, o problema político persistirá, porque ele consiste em

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
30

determinar quem governa, como são recrutados os governantes, como o poder é


exercido, ou qual a relação de consentimento ou de revolta entre os governantes e
governados. A ordem política é tão essencial e autônoma quanto a ordem
econômica. Enfim, a sociologia dos regimes políticos não pode ser reduzida a um
simples apêndice da sociologia da economia ou das classes sociais.

Max Weber

Nascido na Alemanha em 1864, faleceu em 1920. Filho de classe média alta,


Weber encontrou na sua família um ambiente altamente estimulador
intelectualmente. O pai, advogado, lhe orientou para o sentido das humanidades e
ao entrar na faculdade se dedicou aos estudos da economia, história, filosofia e
direito.

Sobre a teoria da ciência, encontramos em Weber quatro tipos distintos de


ação: a ação racional com relação um objetivo, a ação racional com relação a um
valor, a ação afetiva ou emocional e a ação tradicional.

 A ação racional com relação a um objetivo é definida pelo fato de que o


autor concebe claramente seu objetivo e combina os meios disponíveis para atingi-
lo.

 Na ação racional com relação a um valor, o ator age racionalmente,


aceitando todos os riscos, não para obter um resultado extrínseco, mas para
permanecer fiel à sua ideia de honra.

 A ação que Weber chama de afetiva é a ação ditada imediatamente


pelo estado de consciência ou humor do sujeito.

 Já, a ação tradicional, é aquela ditada pelos hábitos, costumes e


crenças, transformada numa segunda natureza.

No entendimento de Weber, a ciência é um aspecto do processo de


racionalização, característico das sociedades ocidentais modernas, chegando a
sugerir que a ciência histórica e sociológica da nossa época representa um
fenômeno historicamente singular, na medida em que não houve, em outras

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
31

culturas, o equivalente a esta compreensão racionalizada do funcionamento e do


desenvolvimento das sociedades.

A ciência positiva e racional foi muito valorizada por Max Weber e faz parte do
processo histórico de racionalização, sendo apresentadas duas características que
comandam o significado e o alcance da verdade científica. Esses dois traços
específicos são: o não-acabamento essencial e a objetividade, esta última sendo
definida pela validade da ciência para todos os que procuram este tipo de verdade, e
pela rejeição dos juízos de valor.

A sociologia é uma ciência que procura compreender a ação social; essa


compreensão implica a percepção do sentido que Weber atribui à sua conduta. A
compreensão dos sentidos subjetivos implica uma classificação dos tipos de conduta
e leva à percepção da sua estrutura inteligível (WEBER, 1979).

Weber concebe o objeto da sociologia como, fundamentalmente, "a captação


da relação de sentido" da ação humana. Em outras palavras, conhecer um
fenômeno social seria extrair o conteúdo simbólico da ação ou ações que o
configuram. Por ação, Weber entende "aquela cujo sentido pensado pelo sujeito jeito
ou sujeitos jeitos é referido ao comportamento dos outros; orientando-se por ele o
seu comportamento". Tal colocação do problema de como se abordar o fato,
significa que não é possível propriamente explicá-lo como resultado de um
relacionamento de causas e efeitos (procedimento das ciências naturais), mas
compreendê-lo como fato carregado de sentido, isto é, como algo que aponta para
outros fatos e somente em função dos quais poderia ser conhecido em toda a sua
amplitude (WEBER, 1979).

Observe-se que na concepção de Durkheim, a comunidade é anterior a


sociedade, ou melhor, a comunidade se transforma em sociedade. Já para Weber
comunidade e sociedade coexistem. A comunidade existe dentro do interior da
sociedade, como por exemplo, a família (comunidade) que existe dentro da
sociedade.

Temos que concordar que as ciências históricas e sociológicas são ciências


causais, como também, interpretações compreensivas do sentido subjetivo das
condutas.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
32

Segundo Weber, a investigação causal pode se orientar em dois sentidos


chamados de causalidade histórica e causalidade sociológica. A primeira determina
as circunstancias únicas que provocaram um certo acontecimento; a segunda
pressupõe a determinação de relação regular entre os dois fenômenos (WEBER,
1979, ARON, 2000).

De um modo geral, todo pensamento causal de Max Weber se exprime em


termos de probabilidades ou de oportunidades. Não há, portanto, uma determinação
unilateral do conjunto da sociedade por um elemento, seja ele o econômico, o
político ou o religioso. Weber concebe as relações causais da sociologia como
relações parciais e prováveis. São relações parciais no sentido de que um fragmento
dado da realidade, torna provável ou improvável um outro fragmento (ARON, 2000).

Como vimos, as relações de causa variam conforme o caso (histórico ou


sociológico). Para o historiador pesa a eficácia causal dos diferentes antecedentes
numa única conjuntura; já no caso do sociólogo, este procura estabelecer relações
de sucessão que se repetiram ou que são susceptíveis de repetição.

Para Weber, as sociedades são efetivamente o meio ambiente onde os


valores são criados, mas as sociedades reais são compostas de homens, isto é, por
nós mesmos e pelos outros, e que em consequência não é a sociedade concreta,
como tal, que nós adoramos ou devemos adorar (ARON, 2000).

Nesse sentido Weber tem como objetivo analisar o conflito fundamental que
surge, ou seja, as diferenças entre a moral da responsabilidade e a moral da
convicção, isto porque os homens são dotados do ponto de vista físico, intelectual e
moral e entram em conflito quando existe poder, política, Estado e ética.

Em termos de Sociologia da Religião, encontramos no pensamento de Weber,


a moral da convicção como uma das expressões possíveis da atitude religiosa. O
pacifismo por convicção só se explica dentro de uma concepção global do mundo.
Para ser compreendida, toda atitude exige a percepção da concepção global da
existência que anima o ator e na qual ele vive. Esse é o ponto de partida do estudo
weberiano no campo da sociologia da religião (ARON, 2000).

Weber procurou refutar o materialismo histórico e explicar o comportamento


econômico pelas religiões, em vez de postular que estas são apenas a
Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
33

superestrutura de uma sociedade cuja infra-estrutura seria constituída pelas


relações de produção. Ele quis demonstrar que a conduta dos homens nas diversas
sociedades só pode ser compreendida dentro do quadro da concepção geral que
esses homens têm da existência. Os dogmas religiosos, e sua interpretação, são
partes integrantes dessa visão do mundo; é preciso entendê-los para compreender a
conduta dos indivíduos e dos grupos, notadamente seu comportamento econômico
(ARON, 2000).

O essencial para Weber é analisar a concepção religiosa do mundo, de uma


atitude com relação à existência por parte de homens que interpretavam sua
situação a partir de certas crenças. Ele quis demonstrar principalmente a afinidade
intelectual e existencial entre uma interpretação do protestantismo e determinada
conduta econômica. Esta afinidade entre o espírito do capitalismo e a ética
protestante torna inteligível o modo como uma forma de conceber o mundo pode
orientar a ação. Neste campo, seus estudos permitem compreender de forma
positiva e científica a influência dos valores e das crenças nas condutas humanas.

O seu tratado de sociologia geral intitulado "Economia e sociedade"


desenvolve ao mesmo tempo uma sociologia econômica, jurídica, política e religiosa
e seu objeto é a história universal.

A sociologia política de Weber se baseia numa distinção entre a essência da


economia e a essência da política, estabelecida a partir do sentido subjetivo das
condutas humanas. Se toda sociologia é compreensão interpretativa da ação
humana, do sentido subjetivo que os atores atribuem ao que fazem ou deixam de
fazer, é no plano do sentido subjetivo das condutas que definimos a ação econômica
e a ação política. Essa sociologia política leva a uma interpretação da sociedade
presente, como sua sociologia da religião conduz a uma interpretação das
civilizações contemporâneas (ARON, 2000).

Enfim, na concepção de Aron (2000) a personalidade, a filosofia e as opiniões


de Max Weber ilustram a multiplicidade dos sentidos em que parece ser apropriado
afirmar que ele é nosso pensador contemporâneo, entretanto, ele coloca
constantemente algumas questões fundamentais como o relacionamento entre o
conhecimento e a fé, a ciência e a ação, entre a igreja e o profetismo, a burocracia e

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
34

a liderança carismática, entre a racionalização e a liberdade individual que fazem


sua sociologia ser menos científica.

Georg Lukács

Húngaro, foi o mais notável discípulo de Weber e percebendo suas limitações


conduziu os avanços sociológicos da corrente positivista.

O Clássico “História e Consciência de Classe” é uma leitura obrigatória a


todo aquele que queira compreender o ser humano vivendo em sociedade. O peso
de sua erudição não tira o interesse do trabalho, ao contrário. Foi um dos últimos
brilhantes a ir mais longe que Marx dentro do pensamento marxista (CHAVES,
2004).

Herbert Marcuse

Segundo Gabriel (2008) Herbert Marcuse, um dos mais importantes teóricos


do século XX (filósofo e sociólogo), foi aclamado mundialmente como o filósofo da
libertação e da revolução. Seu trabalho influenciou uma geração de intelectuais e
ativistas radicais. Seus livros foram discutidos, atacados e celebrados, tanto nos
meios de comunicação de massa, quanto nas publicações acadêmicas.

Filho de judeus, Marcuse nasceu em Berlim, Alemanha, em 1898, vindo a


falecer em 1979. Como um intelectual de esquerda, ingressou, em 1933, no Instituto
de Pesquisa Social, que foi o primeiro instituto considerado de orientação marxista
na Europa e que tinha como objetivo desenvolver uma teoria social crítica, de
análise e interpretação da realidade social existente.

Contudo, entre 1942 e 1951, como vários pensadores, precisou ir para o exílio
em razão da perseguição nazista aos judeus. Prestou serviços ao governo
americano, em especial aos órgãos de informação relacionados à Segunda Guerra
Mundial e ao Departamento de Estado. Foi um período histórico conturbado, pois
marcado pela ascensão e derrocada do nazismo na Alemanha e pelo surgimento da

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
35

Guerra Fria, que provocou a divisão do mundo entre duas superpotências: Estados
Unidos da América e União Soviética.

Seu trabalho foi direcionado para uma melhor compreensão histórica das
sociedades capitalista, comunista e uma sólida base histórico-empírica para escritos
posteriores. Nesse sentido, em 1964, escreveu a obra “A Ideologia da Sociedade
Industrial”, apresentando uma teoria de crítica às novas formas de dominação
existentes nas sociedades industriais avançadas.

Há que se ressaltar que no entendimento do autor, o Estado do Bem-Estar


Social e seus avanços tecnológicos eram os responsáveis pelo sistema totalitário de
dominação.

Sua contribuição mais importante foi desenvolver uma teoria social crítica
para a superação da sociedade industrial de exploração e o resgate da racionalidade
crítica, tão importante para a existência humana. Para Marcuse o progresso
tecnológico era o responsável pelo sistema de dominação da natureza e da própria
consciência do ser humano.

Outro livro de sua autoria “Eros e Civilização”, aborda o protesto da juventude


contra sociedade tecnológica, que disciplina o corpo e mente dos seres humanos:

É a vida deles que está em jogo e, se não a deles, pelo menos, a saúde
mental e capacidade de funcionamento como seres humanos livres de mutilações. O
protesto do jovem continuará porque é uma necessidade biológica. Por natureza, a
juventude está na primeira linha dos que vivem e lutam contra uma civilização que
se esforça para encurtar o atalho para a morte (MARCUSE, 1978, p. 23).

Vilfredo Pareto

Político, sociólogo e economista italiano (1848-1923) participou de inúmeras


manifestações contra o socialismo de Estado, o protecionismo e o militarismo do
governo italiano, sendo, à época, adepto da democracia e do liberalismo.

Publicou estudos sobre os princípios fundamentais da economia pura e


executou um estudo sobre a distribuição de renda.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
36

Fundou o que ficou conhecido como física social parentiana. Não concebeu
outro modelo para as Ciências Sociais que não fosse o das Ciências Exatas
(FERREIRA, 2007).

Para ele a sociologia seria uma ciência que deveria preocupar-se com as
ações não-lógicas, cujos fins não estariam claramente ligados a meios definidos. Em
seu Tratado de 1916 a ideia era de que as ações não-lógicas remeteriam à parte
obscura da natureza humana, que seria composta de instintos, de pulsões, de
necessidades, que ele chamou de resíduos, que variariam de acordo com os
indivíduos e as civilizações. Sobre esses resíduos seriam adicionadas certas
derivações, que corresponderiam às construções pseudo-racionais (crenças, teorias,
e até mesmo, ideologias) pelas quais as condutas humanas seriam justificadas. Ou
seja: o homem não é um ser racional, mas um ser que raciocina tão somente e
frequentemente este homem tenta atribuir justificativas pretensamente lógicas para
suas ações ilógicas deixando-se levar pelos sentimentos (FERREIRA, 2007).

Deixando de lado os estudos da natureza humana e passando para a


sociedade, pretendeu demonstrar (com seus estudos sobre distribuição de renda)
que os fenômenos sociais obedeciam a ciclos, e que tanto o poder como as riquezas
eram desigualmente distribuídas em proveito das elites que seriam obrigadas a
recorrer à força ou à astúcia para defender uma dominação disputada. Com isto ele
trouxe contribuições à teoria das classes dominantes, mas ao final da vida, de antigo
liberal, aderiu ao fascismo mussoliniano, o que ocasionou descrédito de uma
ambição, que pretendia construir uma Sociologia Científica baseada na observação
dos fatos, mas que acabou caindo no dogmatismo e na abstração, segundo os
exemplos de Comte e Spencer (FERREIRA, 2007, p. 83).

Georg Simmel

Sociólogo alemão (1858-1918), Simmel desenvolveu o que ficou conhecido


como micro-sociologia, uma análise dos fenômenos no nível micro da sociedade. Foi
um dos responsáveis por criar a sociologia na Alemanha, juntamente com Max
Weber e Karl Marx.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
37

Simmel desenvolveu a sociologia formal, também conhecida como sociologia


das formas sociais, influenciado pela filosofia kantiana (o neo-kantismo era uma
corrente muito forte na Alemanha da época) que distinguia a forma do conteúdo dos
objetos de estudo do conhecimento humano.

Na sua concepção os conflitos sociais fazem parte da constituição da


sociedade, sendo momentos de crise, um intervalo entre dois momentos de
harmonia.

Um dos principais conceitos criado por ele é o de sociação que seria uma
forma pura de interação, sem um fim nelas mesmas. Seria a interação da ordem do
estar junto, da manutenção das relações sociais, desvestida de interesses (políticos,
econômicos etc.).

Influenciou autores como Robert E. Park, Louis Wirth, Ernst Burgess, Merton,
Georg Lukács, Leopold Von Wiese, Ernst Bloch, Karl Mannheim, Theodor Adorno,
Max Horkheimer, Max Weber, entre outros (MORAES FILHO, 1983).

Norbert Elias

(Breslau,1897- Amsterdãn, 1990)

Suas obras focaram a relação entre poder, comportamento, emoção e


conhecimento na História. Devido a circunstâncias históricas, Elias permaneceu
durante um longo período como um autor marginal, tendo sido redescoberto por uma
nova geração de teóricos nos anos setenta, quando se tornou um dos mais
influentes sociólogos de todos os tempos (ZAHAR, 2008).

Sua tardia popularidade pode ser atribuída à sua concepção de grandes


redes sociais, que encontrou aplicação nas sociedades ocidentais pós-modernas,
onde a presença da ação individual não pode ser negligenciada. De fato, a
demasiada ênfase na estrutura sobre o indivíduo em vigor até então começava a ser
duramente criticada.

A obra mais importante de Elias foram os dois volumes de “O Processo


Civilizatório”, sendo tratado no primeiro volume, os acontecimentos históricos do

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
38

habitus europeu, ou "segunda natureza", ou seja, a estrutura psíquica individual


moldada pelas atitudes sociais. Elias demonstrou como os padrões europeus pós-
medievais de violência, comportamento sexual, funções corporais, etiqueta à mesa e
formas de discurso foram gradualmente transformados pelo crescente domínio da
vergonha e do nojo. O segundo volume aborda as causas destes processos e os
reconhece nas cada vez mais centralizadas e diferenciadas interconexões na
sociedade.

No Brasil, sua obra mais conhecida é “A Sociedade de Corte” que estuda as


relações sociais e suas interdependências (ZAHAR, 2008).

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
39

UNIDADE 4 - O PENSAMENTO SOCIOLÓGICO A PARTIR


DO SÉCULO XX

Na Europa

Segundo Ferreira (2007) as sociologias francesa e alemã, reconhecidamente,


foram o centro dessa ciência na Europa, no entanto, existem outras correntes ou
modelos menos voltadas para os aprofundamentos teóricos e mais centradas na
descoberta de métodos de investigação que levaram a aplicações sociais. Dentre
elas podemos citar as escolas belga, britânica, italiana e russa, que mesmo
passando por privações ao longo da segunda guerra mundial, trouxe inúmeras
contribuições para o campo das relações sociais.

Na Bélgica, Adolphe Quételet foi o pioneiro estudando a análise matemática


dos fatos sociais. Mais à frente encontramos Guillaume de Greef que defendeu os
princípios do mutualismo trabalhando pelo estabelecimento de relações sociais que
pudessem promover o equilíbrio entre as classes, por meio da atuação dos
sindicatos.

A Bélgica era um estado subvencionado e sustentado pelo patronato liberal e


naqueles tempos efervescentes quando o foco de interesse eram os problemas
decorrentes da sociedade industrial, o país se tornou ponto de encontro de vários
intelectuais, artistas e cientistas que lá encontravam o sossego e liberdade para
suas discussões.

Segundo estudos de Ferreira, na França, a preocupação com a questão


social levou os sociólogos a tentarem reformar a ordem existente ao contrário de
propor uma nova ordem social e se fundamentaram teoricamente em Le Play que
propunha uma teoria sociológica da reforma social.

Na década de 20, diante da fidelidade aos grandes temas propostos por


Durkheim (moral, religião, direito, educação, pedagogia e morfologia social), a
sociologia francesa teve momentos de grande volume editorial, garantindo

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
40

igualmente uma produção científica de qualidade, o que praticamente veio abaixo


logo após a segunda guerra mundial. O fim do conflito impôs uma séria constatação
ao meio sociológico francês: “eles deveriam recuperar o atraso em relação ao nível
de desenvolvimento e de reconhecimento das ciências da natureza e alcançar os
Estados Unidos que já se posicionava como nova meca das ciências sociais”
(FERREIRA, 2007, p. 78).

Essa condição de “repensar”, proporcionada pelo fim da segunda guerra abriu


caminho para que, na década de 50, a problemática central fosse o estudo das
condições e consequências sociais da modernização. Passou a predominar o
empirismo que resultou em estudos nos quais os mais diversos fenômenos sociais
passaram a ser objeto de investigações, tais como: êxodo rural, evolução da família
e funcionamento da democracia.

A definição dos critérios de validade para as diferentes etapas do


procedimento investigativo foi um ponto que levou a sociologia francesa a adquirir
certa maturidade nessa década, tendo reconhecimento tanto social quanto pela
qualidade de seus trabalhos empíricos, todavia, devido a carência teórica numa
sociedade que mudava rapidamente não deixou que eles previssem o movimento de
maio de 19683 que culminou nos anos 70 com o auge e decadência do estrutural-
marxismo e o surgimento de orientações teóricas que se consolidaram na década de
80: o estruturalismo genético, o accionalismo, o modelo estratégico e o
individualismo metodológico.

Enfim, a sociologia francesa perdeu prestígio social para a História e para a


Antropologia, devido principalmente à diminuição de sua audiência cultural como
instrumento de debate ideológico e de auto-análise da sociedade.

Em se tratando da Alemanha, na continuação de nossas divagações sobre o


desenvolvimento da sociologia na Europa, o final da primeira guerra mundial levou
para a lá, a consolidação de uma era burguesa e não seu declínio, ao contrário da
França, colocando em xeque a organização comunitária e os seus valores.
Entretanto, com a instauração do nazismo o movimento sociológico alemão

3
Resumidamente foi uma greve geral que acabou por levar dois terços dos trabalhadores franceses
para a greve geral, inclusive os estudantes. Para outros ela foi uma revolta para sacudir os valores da
velha sociedade, dentre os quais ideias de educação, sexualidade e prazer.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
41

simplesmente foi encerrado e todos os sociólogos conhecidos da época (Mannheim,


Oppenheimer, Theodor Geiger, Norbert Elias, Schutz, Schumpeter e Lukács)
espalharam-se pelo mundo, só retornando à Alemanha pós 1950, por motivos que
são considerados tão óbvios que acredita-se não ser necessário maiores
explicações.

Enfim, após a segunda guerra o cenário sociológico era um tanto desolador


na Europa: “frágil na Alemanha, esvaziado na França, desconsiderado na Inglaterra
e ignorado na Itália” (FERREIRA, 2007, p. 81).

Quanto ao caso da Inglaterra, somente em 1951, foi criada a Associação


Britânica de Sociologia, mediante muitos esforços, pois para eles a disciplina não
passava de uma prática empírica com objetivos aplicados. Ainda em fins dos anos
80, Ferreira expõe que a paisagem britânica se encontrava segmentada institucional,
intelectual e tematicamente.

Na Itália, a identificação sociológica era basicamente de acordo com o


positivismo comteano e mesmo assim, por pesquisadores isolados como Morselli.
No âmbito acadêmico encontramos alguns elementos introduzidos pelo médico
Cesare Lombroso, que era um criminólogo. Para ele, “todo homem é rigorosamente
condicionado por sua morfologia pessoal e pelas particularidades de sua existência”
e “tendo em vista que o comportamento de todo indivíduo seria determinado, ele se
tornaria, portanto, previsível”.

Com Gabriel Tarde, Scipio Sighele e Gustavo Le Bon, os estudos sobre a


psicologia das multidões ganhavam corpus. Eles procuravam demonstrar que as
seitas, assim como as multidões, caiam na delinquência quando se deixavam
subjugar por líderes irracionais ou patológicos (FERREIRA, 2007, p. 82).

Com a queda do fascismo, tanto a escola conhecida como criminologia


positivista quanto a sociologia política de Pareto (que foi discutido em tópico
anterior) caíram por terra e desapareceram.

Em fins dos anos 60, os estudos se voltaram para fenômenos de migração,


vida política e problemas das sociedades de massa e, até hoje, os estudos são
ligados a estas questões: evolução política e problemas econômicos e sociais do
país.
Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
42

Para finalizar e como não poderia deixar de ser, o pensamento soviético


criticava a sociologia ocidental ressalvando a necessidade de lealdade aos
princípios do marxismo-leninismo. No final dos anos 60 houve um período de
liberalização acompanhado de uma tomada de consciência metodológica e abertura
internacional que foi fechada nos anos 70. A partir de 1985, no período da Glasnost
e da Perestroika, passou por significativa ampliação de suas áreas de pesquisas
originais: trabalho, indústria, modos de vida e cultura para áreas até então sensíveis
ao regime, como estrutura, estratificação social, família, juventude e educação. Nos
dias atuais são mantidos estudos tradicionais, os quais versam sobre patologia
social, religião e poder (FERREIRA, 2007, p. 84).

Na América do Norte

Nos EUA a Sociologia esteve de certo modo “engajada” na resolução dos


“problemas sociais”, algo bem diverso da perspectiva acadêmica européia,
especialmente a teuto-francesa. Entre os principais nomes do estágio inicial da
sociologia norte-americana, podem ser citados: William I. Thomas, Roberto E. Park,
Martin Bulmer e Roscoe C. Hinkle (FERREIRA, 2007).

Até 1870 imperava na América do Norte o moralismo protestante, sendo a


Ciência Social “somente uma tradução acadêmica dos ímpetos sociais dos antigos
abolicionistas e dos movimentos reformadores que denunciavam o vício, o divórcio,
a intemperança e a depravação da juventude” (Ferreira, 2007, p. 84).

Os caminhos tomados pelos primeiros sociólogos foram muito diversos com


alguns se inclinando para o intervencionismo, enquanto outros se mantiveram num
liberalismo restrito, inspirado em Spencer.

Ward foi o primeiro intervencionista a propor uma visão coerente da Ciência


Social, colocando o sociólogo como um técnico que deveria estar a serviço do
progresso do bem-estar social, a qual foi muito aceita pela maioria dos sociólogos da
época. E isso pode ser comprovado na Universidade de Colúmbia onde foram
criadas enquetes de comunidades que exerceram peso decisivo no reconhecimento
científico da Sociologia norte-americana no período entre as duas guerras mundiais.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
43

Ao contrário da Europa, nos EUA não houve choque entre as correntes que
pudessem retardar ou frear sua expansão, uma vez que o trabalho dos sociólogos
americanos situava-se mais precisamente na linha do liberalismo spenceriano e por
outro lado, rapidamente, os cientistas sociais foram convidados a colocar-se a
serviço da sociedade americana, passando a trabalhar no interior do sistema, o que
praticamente os liberou de lidar com uma sociologia de parâmetros críticos.

Os departamentos de Sociologia que se multiplicaram por todo o país


sondavam as necessidades sociais e as instituições encarregadas de satisfazê-las,
o que pode ser comprovado por volta de 1914. Nessa época o EUA foi o país que
mais emitiu diplomas e defesas de teses de Sociologia no mundo todo. Assim, ao
final da primeira guerra mundial, consolidado como um país de forte posição na
Sociedade Industrial, o modo de vida urbano dominou. Todavia, os subprodutos da
exclusão social (marginalidade, desvios de conduta, delinquência) reforçados pela
crise de 1929 não pode deixar de ser notado no EUA e o Evolucionismo professado
pelos sociólogos do primeiro período foi por terra.

Mas a crença no progresso continuava fundamental na sociologia norte-


americana, com um detalhe: “esse progresso não deveria mais passar pela reforma
moral e sim pela ação social cientificamente conduzida” (FERREIRA, 2007, p. 86).

Ferreira continua seu pensamento mostrando que num primeiro momento, os


esforços norte-americanos concentraram-se no estudo da mudança social e dos
desarranjos que ela acarreta, norteando-se pela necessidade da descoberta de
terapêutica para os problemas sociais, muito mais do que pela busca do
entendimento dos princípios gerais de funcionamento e evolução do sistema social.
Com isto, abriu-se uma crise entre os antigos sociólogos ligados à tradição teórica
reformista dos primeiros tempos e, os modernos, que acreditavam na pesquisa
estatística com finalidade prática. Desse modo, o empirismo passou a dar a tônica
da Sociologia norte-americana.

Esse empirismo era pluralista, ou seja, cada escola elaborava sua


problemática, buscando nas tradições científicas exteriores elementos teóricos e
conceituais que ela selecionava e reinterpretava livremente. Como, por exemplo, a
Racionalidade Ecológica caracterizava a orientação teórica da escola de Chicago, e

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
44

a Racionalidade Psicanalítica, a do Culturalismo de Colúmbia, bem como, mais


tarde, o modelo organicista orientou o funcionalismo ou a teoria dos jogos, o
interacionismo.

Enfim, os sociólogos europeus eram praticamente ignorados e a sociologia


norte-americana entrava na era da metodologia estatística, pragmática, que atribua
a si mesma, como missão primeira, o papel de elaborar as Tecnologias Sociais que
fossem capazes de resolver as questões e dilemas que geravam suas
problemáticas.

É importante falar sobre as cidades, pois elas passaram a constituir-se como


fenômeno urbano moderno e um laboratório privilegiado pelos sociólogos de
Chicago, onde era possível analisar as mudanças sociais, os fenômenos de
desorganização e reorganização morfológica e cultural, gerados por elas mesmas e,
estudada ainda como comunidade ecológica, que reunia vários elementos espaciais
sociais e culturais heterogêneos, em permanente situação de interação, mas na
virada dos anos 30, começou a perder seu brilho porque a clientela de então
esperava soluções práticas para os problemas urbanos, os quais não surgiram e,
pior, sob o impacto da Grande Depressão de 1929, só fez piorar a situação e exigir
mais dos sociólogos que não davam resultados satisfatórios.

Na Universidade de Colúmbia surgia um novo interesse que eram os estudos


das comunidades que se ramificavam nos efeitos do ambiente cultural, das
subculturas de classes, da formação das personalidades sociais e dos
comportamentos individuais. Desses estudos surgiu a definição de estrutura social
em termos de hierarquia estratificada de status, por meio da qual a dimensão de
prestígio prevaleceria sobre a da riqueza.

“Esse conceito marcou a sociologia norte-americana, estabelecendo que uma


classe social seria constituída por todos os indivíduos que declarassem dela fazer
parte e fossem reconhecidas como tal” (FERREIRA, 2007, p. 87).

Entre 1945 e 1968, a sociologia viveu um dos seus momentos mais


importantes no EUA, conseguindo superar interrogações epistemológicas
paralisantes e tratando pesquisas empíricas partindo de quadros teóricos novos, ou
seja, os debates incidiram menos sobre a legitimação dos métodos do que sobre

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
45

sua eficácia. Desse modo, a Sociologia norte-americana alcançou um estágio de


maturidade que lhe permitiu nutrir estudos sobre mudanças sociais sob condições
de estabilidade.

“O olhar sociológico voltou-se para os determinantes sociais dos


comportamentos individuais em todas as suas variantes, eleitorais, profissionais, de
consumo, familiares, sexuais, de vizinhança, etc. Ela tinha como finalidade discernir
as exigências que obstruíam a realização dos ideais de igualdade formal e sucesso
(universalism e achievement) que deviam caracterizar a ordem social industrial e
nortear os comportamentos de seus agentes” (FERREIRA, 2007, p. 88).

Essa nova geração orientava-se pelo individualismo e pela quantidade porque


os financiadores das pesquisas exigiam resultados concretos e aproveitáveis e para
que isso fosse possível, apenas os dados quantificáveis poderiam ser objeto de
pesquisa, graças aos instrumentos estatísticos, às análises rigorosas e aos testes de
verificação; e os únicos fatos que se podiam quantificar e testar ao mesmo tempo
eram aqueles diretamente observáveis e em grande quantidade.

Desse modo o instrumento de observação passou a ser a pesquisa através


dos questionários junto a populações cuidadosamente selecionadas por critérios de
amostragem.

No final dos anos 50, Wright Mills passou a criticar fortemente a hegemonia
parsoniana e a funcionalista inaugurando no final dos anos 60 uma nova corrente,
chamada de Sociologia Crítica.

O mundo, principalmente as sociedades industrializadas não ignoraram a


sociologia norte-americana e a Unesco teve papel importante ao garantir sua
promoção em inúmeros países do Terceiro Mundo, criando em 1949, a Associação
Internacional de Sociologia, além de colaborar com a criação de diversos institutos
universitários de Ciências Sociais, em Colônia, Atenas, Teerã, Calcutá, Santiago do
Chile, Tânger, entre outras cidades.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
46

Na América Latina

Como não poderia deixar de ser, a América Latina, desde o começo do século
XX, foi alimentada por contribuições vindas das escolas norte-americana e européia
(particularmente a Francesa) que ofereciam e ainda oferecem fundamentos para as
propostas desenvolvidas nos organismos internacionais como a Unesco e nas
universidades.

Nas décadas de 50 e 60 a reflexão dominante foi centrada no tema


“desenvolvimento nacional e modernização social e política” (FERREIRA, 2007, p.
91).

Em 1948, a Organização das Nações Unidas (ONU) fundou a Comissão


Econômica Para a América Latina (Cepal), com sede em Santiago do Chile, uma
instituição internacional que abrigou em seus quadros, dentre outros profissionais,
economistas e sociólogos de quase todos os países latino-americanos, os quais
puderam expandir suas pesquisas e formular novas propostas de desenvolvimento
econômico e político. Esse acontecimento foi de grande relevância para o
desenvolvimento das Ciências Sociais na AL.

Segundo Ferreira (2007) na realidade a Cepal tinha por finalidade


desenvolver estudos que demonstrassem os obstáculos e as possibilidades que se
antepunham ao desenvolvimento regional, fundamentando-se no binômio
planejamento econômico/nacionalismo, gerando elementos teóricos substanciais
que estimulassem debates amplos e calorosos sobre as condições em que se
processava o desenvolvimento na América Latina.

A tese que prevalecia na Cepal era em síntese, a seguinte:

A economia dos países subdesenvolvidos encontrava-se segmentada em dois


setores, opostos por suas origens: o rural, estagnado e atrasado, e o industrial,
dinâmico e moderno. Assim, o estágio de desenvolvimento latino-americano era
decorrente dessa oposição interna e da dependência dos países periféricos em
relação ao centro desenvolvido do sistema capitalista.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
47

Enfim, a conclusão da tese era: o subdesenvolvimento existia como resultado


lógico da subordinação aos países capitalistas desenvolvidos. E a proposta para
superar tal dependência: apoiar-se na industrialização, conduzida pelo setor
moderno da economia, acompanhada de outras mudanças profundas na estrutura
econômica e social, sendo crucial a reforma agrária, implicando a ruptura com a
estagnação e o atraso.

Esse pensamento fez escola e influenciou todo o continente latino-americano,


formando gerações de estudiosos que levaram e aplicaram suas ideias em
programas de governo de diversos países, que culminou nas décadas de 50 e 60
nas formulações “nacional-desenvolvimentistas”. Tanto os nacionalistas quanto os
esquerdistas utilizaram dentro de sua ótica dessas formulações.

Os nacionalistas usaram os modelos de industrialização e interferência do


Estado na vida econômica e os esquerdistas valeram-se dos estudos da Cepal para
justificar teoricamente a correção da tese da luta contra o imperialismo.

Enfim, o pensamento da Cepal fortaleceu e justificou a ascensão da


tecnocracia como instrumento de concentração do controle do Estado sobre os
núcleos de gestão de política econômica, acarretando um processo de centralização
do poder político, no sentido da tentativa de impulsionar nesses países o
desenvolvimento do capitalismo em bases nacionais.

Somando aos regimes militares da década de 70, tivemos a crise econômica


que provocou por vários anos, o abandono da problemática do desenvolvimento
para analisar a dependência, sendo algumas delas baseadas em interpretações
marxistas menos ortodoxas e outras de cunho liberal.

Na sequência observamos o desenvolvimento de uma sociologia crítica


voltada para o estudo das condições de constituição dos atores sociopolíticos, mas
prevalecendo ainda uma dependência de aportes financeiros norte-americanos e
europeus para financiamento de atividades de pesquisa.

Especificamente no Brasil, o advento da sociologia será discutido em apostila


específica, onde veremos atores consagrados como Gilberto Freyre, Caio Prado

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
48

Junior, Sérgio Buarque de Holanda, Florestan Fernandes, Fernando Henrique


Cardoso com sua teoria da dependência, dentre outras.

Algumas escolas atuais

Estrutural-funcionalismo

A escola Funcionalista, de forte influência Durkheiminiana, entende que a


sociedade se assemelha a um organismo humano-biológico, ou seja, se uma das
partes deste corpo (órgãos) não está bem, o todo também não estará bem. Está
implícito aí que todos os participantes de uma sociedade devem agir do mesmo
modo, as normas devem ser compartilhadas por todos. Quem eventualmente não
agir como o grupo age é desviante, sofre sanções (SOUSA, 2008).

Conflito

Já a escola do Conflito, procura olhar para a sociedade, levando-se em conta


suas contradições. Aqui o “organismo” não adoece, pode perfeitamente ter
problemas em suas partes (órgãos) uma vez que entende que o conflito, o choque
normativo, é o que move os grupos de uma dada sociedade historicamente
constituída (SOUSA, 2008).

Para Sousa (2008) a escola do Conflito não perde de vista que todas as
sociedades conhecidas são estratificadas, daí o conceito de mudança social
permanente estar presente como um fato, fruto da observação, conceito este não
pensado a contento na escola Funcionalista/Durkheiminiana. O conceito de
mudança social, dialético, portanto, como uma dinâmica natural dos grupos, entende
que tanto a desigualdade social, como o idioma, são dados estruturais das
sociedades que ao longo da história tem sofrido mutações constantes, respeitadas
as características de cada cultura, em momentos históricos específicos.

Desta forma, hoje, o grande desafio da Sociologia, além da objetividade


científica em seus estudos, é o de contribuir para reinventarmos a civilização, pois
esta, desigual e injusta que está posta, é insustentável (SOUSA, 2008).

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
49

UNIDADE 5 - A SOCIOLOGIA NA ERA DA COMUNICAÇÃO E


DA INFORMAÇÃO

Se remetermos nossa lembrança aos tempos pré-históricos, quando o homem


desenhava nas cavernas, observaremos que desde aqueles tempos os homens já
se comunicavam e trocavam informações. Essa lembrança nos leva a concordar
com Ferreira (2007) de que não há dúvidas quanto a comunicação e a informação
sempre se constituírem uma das bases fundamentais de todos os contatos sociais.

Nos tempos atuais as redes computacionais virtuais interligam os seres


humanos, comunicam dos sentidos aos anseios e necessidades, construindo uma
“teia relacional” que sustenta os processos sociais.

As deduções de que vivemos hoje em uma sociedade da comunicação e da


informação e que dependemos crucialmente da comunicação para estabelecermos a
continuidade da vida social é inegável.

O que essa teia relacional tem a ver com Sociologia então? Tudo!

Os dois elementos (comunicação e informação) tornaram-se imprescindíveis


para a compreensão dos problemas relativos à rede de complexidade, que hoje
envolve todos os âmbitos das relações sociais (FERREIRA, 2007, p. 165).

A comunicação foi se desenvolvendo na medida ou na proporção que cresceu


a diversidade dos meios necessários para fazê-la. E se quando os seres humanos
se comunicam, utilizam meios criados para transportar os sentidos de um ponto a
outro, de uma pessoa a outra ou a outras, pressupõe-se que a comunicação
necessita de um agente, de um operador que é sempre um indivíduo ou um grupo
social. Não há como negar que os problemas gerados pela complexidade que
envolve hoje as relações entre a comunicação, seus meios e a sociedade são
efetivamente novos, exigindo a construção de formas científicas que possam
propiciar o entendimento das novidades em torno dessa problemática.

Assim, a massificação a que os indivíduos estão submetidos na sociedade


moderna é outro problema para os cientistas, pois existe poder e efeitos (que podem

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
50

ser positivos ou negativos) sobre a massificação que é provocada pelos meios de


comunicação social, ou seja, a sociedade não pode prescindir da comunicação e da
informação, mas elas também não podem continuar sendo monopólio comercial de
poucos e fonte inesgotável de poder sobre muitos, como bem diz Ferreira.

Vários estudiosos, dentre eles, obviamente, sociólogos, abriram frentes de


pesquisa para estudar os problemas da comunicação, sendo que a corrente
conhecida como neo-empirista abriu-se em diversas outras linhas de orientação de
acordo com suas hipóteses e modelos de pesquisa específicos. Entre as mais
importantes estão a dos usos e gratificações, a do diferencial semântico, a das
análises de conteúdo e a dos estudos psicológicos de efeitos comportamentais.

O estudo dos usos e gratificações teve início na década de 40, através de


análise do uso que as pessoas faziam dos meios de comunicação. Nas décadas de
60 e 70, além de conhecer os usos, buscavam compreender o que os indivíduos
faziam dos meios de comunicação para obter gratificações e satisfazer
necessidades práticas. Estes estudos partiram da premissa de que o consumo da
produção dos meios de comunicação de massas não é passivo, mas ativo e desta
forma, os consumidores seriam seletivos na escolha dos jornais e dos programas de
rádio e televisão. Optando em função de necessidades específicas, as quais seriam
sociais e psicológicas, estando relacionadas com: a busca de informação, os
contatos sociais, o desenvolvimento pessoal, a aprendizagem social e o
entretenimento, sendo também, funcionais, ou seja, visariam resolver problemas e
obter gratificações (FERREIRA, 2007, p. 179).

Para completar nosso trabalho é preciso falar um pouco sobre as instituições


e os meios de comunicação de massa (a família, a religião, a educação e a escola)
que também fazem parte dos estudos dos sociólogos atuais.

A família é vista pela Sociologia como a matriz primordial da organização da


sociedade. Um grupo organizado no qual seus membros assumem um conjunto
definido de posições mútuas que definem suas interações em obediência a padrões
de comportamentos definidos e motivados por atitudes e comportamentos
recíprocos (FERREIRA, 2007, p. 198).

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
51

Os sociólogos analisam que essa instituição social além de ser aquela que
mais sofre os impactos no jogo de relações é fonte geradora de relações de
dominação, formando indivíduos com base em relações autoritárias e reprodutoras
do sistema. Deste modo ela recebe e transmite influências que são decisivas na
constituição, reprodução e manutenção do conjunto das relações sociais.

Para Guareschi (1984) a filosofia de ação do capitalismo investe na


individualização das pessoas e da família, cumprindo funções específicas e vitais
para a manutenção e reprodução da lógica econômica do sistema. E estando sob
ação intensa dos meios de comunicação de massa, a família está colocada sob dois
fogos essenciais: o da imposição da aceitação acrítica dos parâmetros do
consumismo e o de sua desagregação enquanto matriz formadora de valores
coletivos para os indivíduos.

Sobre a religião, Gusmão (1967) afirma que as instituições religiosas que são
criadas pelas sociedades para dar vazão e expressão a essas manifestações,
prescrevem códigos éticos destinados a pautar a conduta dos indivíduos para
obterem um prêmio depois da morte dado por uma divindade ou por um ser
sobrenatural. Elas estabelecem as relações entre os homens e as divindades por
meio de um conjunto de cerimônias e práticas destinadas a satisfazer à vontade de
divindades ou de invocá-las.

Lakatos (1990) à luz da Sociologia, infere que seu interesse, ou seja, o


interesse da sociologia não é responder se há veracidade nas manifestações
religiosas, mas analisar como fenômeno social que pode ser encontrado em todas
as sociedades, a despeito de ser, entre todas as instituições existentes nas
sociedades humanas, a única que não se baseia apenas em necessidades física do
homem.

Sobre a comunicação de massa, esta é usada amplamente pelas grandes


religiões institucionalizadas, uma vez que a propagação de seus propósitos é, em
última instância, comum. De um lado, faturam vultosas somas com o movimento
voltado para o consumo do negócio da fé e de outro, essas religiões buscam
conquistar e garantir fatias maiores de seu público-alvo, os fiéis consumidores
(FERREIRA, 2007, p. 205).

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
52

Enfim, o binômio educação-escola é entendido como uma correia de


transmissão de conhecimentos, normas de conduta e modos de sentir, pensar e
agir, determinados previamente pelas tradições culturais, a serem veiculadas,
primeiramente pela socialização familiar e em seguida pela ação educativa formal da
escola.

A importância indiscutível dessa instituição para a vida social faz com que ela
venha sendo objeto de uma controvérsia histórica, que é centrada no papel que se
espera que ela deva cumprir na sociedade, seja o da transmissão conservadora de
valores tradicionais, seja o da transformação da realidade a partir da transmissão de
novos valores.

Enfim, a Sociologia está ai, sempre aberta a novos questionamentos, a novas


hipóteses, buscando novos métodos de pesquisa que possam levar os seres
humanos a satisfazerem seus questionamentos e receberem novos entendimentos
que venham contribuir para uma vida melhor.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
53

REFERÊNCIAS

ARON, Raymond. As Etapas do Pensamento Sociológico. 5ª ed. São Paulo:


Martins Fontes, 2000.

CHARTIER, Roger. História cultural. Lisboa: Difel, 1996.

CHAVES, Lázaro Curvêlo. O surgimento da sociologia e o socialismo. Disponível


em: <http://www.culturabrasil.org/copyleft.> Acesso em: fev. 2008.

FERREIRA, Delson. Manual de Sociologia: dos clássicos à sociedade da


informação. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2007.

FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense


Universitária, 1980.

GABRIEL, Ivana Mussi. Herbert Marcuse: reflexões sobre a sociedade tecnológica.


Jus Navigandi, Teresina, ano 8, n. 383, 25 jul. 2004. Disponível em:
<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=5503>. Acesso em: 29 mar. 2008

GUARESCHI, Pedro. Sociologia crítica: alternativas de mudança. Porto Alegre:


Mundo Jovem, 1984.

GUSMÃO, Paulo Dourado de. Manual de Sociologia. Rio de Janeiro: Forense,


1967.

LAKATOS, Eva Maria. Sociologia geral. 6 ed. São Paulo: Atlas, 1990.

LEÓN, Adriano de. Sujeitos errantes: a emergência da sociologia histórica.


Disponível em: <http://www.ufpb.br> Acesso em> mar. 2008.

LUMIER, Jacob. Sociologia da história. Disponível


em:<http://leiturasjlumier.spaces.live.com/ > Acesso em: mar. 2008.

MARCUSE, Herbert. Eros e Civilização. 8 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.

MARTINS, Carlos Benedito. O que é Sociologia. 38 ed. São Paulo: Brasiliense,


1994. Coleção Primeiros Passos, 98 p.

MORAES FILHOS, Evaristo de (org.). George Simmel: sociologia. São Paulo: Ática,
1983.

PELLISARI, Leandro Luiz. Sociologia Jurídica. Disponível em: <http://www.com.br>


Acesso em: fev. 2008.

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
54

RUIVO, Fernando. A construção de um projeto profissional: o caso da medicina,


Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 23, 1987. p 129-139.

SANTOS, T. M. Manual de Sociologia: Introdução Didática ao Estudo da


Sociologia. 4. ed. São Paulo: Editora Nacional, 1966.

SINGER, Paul (org.). Marx, In: Grandes Cientistas Sociais Vol. 31. São Paulo:
Ática, 1982.

SOUSA, Alfredo Marcos Ribeiro. O que é Sociologia? Disponível em:


<http://viasantos.com/pense/artigos.html.> Acesso em: fev. 2008.

SOUZA, Beatriz Muniz de; MARTINO, Luis Mauro Sá. Sociologia da religião e
mudança social. São Paulo: Paulus, 2004.

TEIXEIRA, Faustino. Sociologia da religião. Petrópolis: Vozes, 2003.

VILA NOVA, Sebastião. Introdução à sociologia. 6 ed. 4ª tiragem. São Paulo:


Atlas, 2004. 232 p.

VILELA, Leonardo dos Reis. Como surgiu a sociologia? Disponível em:


<http://www.mundociencia.com.br/sociologia/sociologia.htm> Acesso em: fev. 2008.

ZAHAR Editores. A obra de Norbert Elias. Disponível em:


<http://www.espacoacademico.com.br/049/49cvianna.htm> Acesso em: jan. 2008.

WEBER, Max. Sociologia. São Paulo: Ed. Atlas, 1979. Cap. 3: A "objetividade" do
conhecimento nas Ciências Sociais.

http://www.infoescola.com/sociologia/
http://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/grupos-sociais.htm

Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br
Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas

Você também pode gostar