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1. Material pré-aula
a. Tema
b. Noções Gerais
b.1. No tempo
1
ESTEFAM, André. Direito Penal. V. 1. Parte Geral. 7a edição. São Paulo: Saraiva, 2018.
2
ESTEFAM. op. cit.
3
NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Penal. Rio de Janeiro: Forense, 2017.
A lex gravior, que é a lei penal gravosa, divide-se em novatio legis in
pejus e novatio legis incriminadora.
A novatio legis in pejus mantém a incriminação e a nova lei apresenta
apenas um tratamento mais rigoroso, como por exemplo, o aumento
de pena. Neste caso, aplicar-se-á a lei mais benéfica aos fatos
ocorridos até a entrada em vigor da nova lei.
A novatio legis incriminadora é a criação de novos tipos penais,
definindo o fato e a conduta como ilícitos penais, seja contravenção
ou crime.
Elucida ESTEFAM que caso houver dúvida do que seria mais benéfico
entre duas leis, como por exemplo, “uma lei que permite o
cumprimento da pena privativa de liberdade em regime aberto ou
outra que autoriza o livramento condicional a este fato, se antes era-
lhe negado”, a solução será a de consultar o réu. “Trata-se da saída
adotada no Código Penal espanhol de 1995 (art. 2º, n. 2 – “en caso
de duda sobre la determinación de la ley más favorable, será oído el
reo”) e encontra apoio de boa parte da doutrina. Entre nós, Hungria
já a defendia a seu tempo”4
Outro ponto a ser estudado é acerca do instituto da combinação de
leis penais. “Dá-se quando o intérprete, verificando que uma nova lei
favorece o agente num aspecto e prejudica-o noutro, apenas a aplica
no aspecto benéfico, mantendo, no mais, a regra branda oriunda de
lei anterior”5.
O posicionamento da doutrina é pela possibilidade de aplicar o
instituto da combinação de leis, pois “se o juiz pode aplicar o todo,
nada impede que aplique somente parte da lei, sobretudo porque
buscaria uma solução justa”.
Na jurisprudência o tema é pacificado pela inaplicação da combinação
de lei, visto que o juiz estaria aplicando uma nova lei se realizasse a
combinação de leis, vedando-lhe, pois, a sua aplicação no
6
ordenamento jurídico .
4
Op. cit.
5
ESTEFAM. op. cit.
6
Exemplos: “A Terceira Seção desta Corte Nacional consolidou que é vedada a combinação de leis, em
face do princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica (art. 5º, XL, da Constituição da República),
"que impõe o exame, no caso concreto, de qual diploma legal, em sua integralidade, é mais favorável"
(STJ. REsp 1493485/SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em
24/10/2017, DJe 06/11/2017). No mesmo sentido: STJ. HC 409.800/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS,
QUINTA TURMA, julgado em 28/11/2017, DJe 01/12/2017.
O STJ inclusive editou a Súmula nº 501: “É cabível a aplicação
retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incidência
das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o
advindo da aplicação da Lei n. 6.368/76, sendo vedada a combinação
de leis”.
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (RE 600.817-RG, Rel. Min.
Ricardo Lewandowski) consolidou o entendimento de que não é
possível a aplicação retroativa da causa especial de diminuição de
pena do art. 33, § 4º, da nº Lei 11.343/2006, em benefício de réu
condenado por crime de tráfico de drogas cometido na vigência da
legislação anterior (Lei nº 6.368/1976)7.
No que pertine às leis excepcionais, dispõe o Código Penal, em seu
artigo 3º, que “A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o
período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a
determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência”.
7
STF, HC 103617, Rel. Min. Roberto Barroso, 1ª Turma, julgado em 18/03/2014.
8
ESTEFAM. Op. cit.
9
Ibidem.
c) teoria mista ou da ubiquidade.
Pela teoria da atividade, tempo do crime será o da ação ou da omissão,
ainda que outro seja o momento do resultado. Para essa teoria, o que
importa é o momento da conduta, comissiva ou omissiva, mesmo que
o resultado dela se distancie no tempo.
Já a teoria do resultado determina que o tempo do crime será, como
sua própria denominação nos está a induzir, o da ocorrência do
resultado. Aqui, sobreleva-se a importância do momento do resultado
da infração penal.
A teoria mista ou da ubiquidade concede igual relevo aos dois
momentos apontados pelas teorias anteriores, asseverando que o
tempo do crime será o da ação ou da omissão, bem como o do
momento do resultado. O Código Penal adotou a teoria da atividade,
conforme se verifica no seu art. 4º.10
b.2. No espaço
10
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. 18ª edição. Impetus: 2016.
Pela teoria da atividade, lugar do crime seria o da ação ou da omissão,
ainda que outro fosse o da ocorrência do resultado. Já a teoria do
resultado despreza o lugar da conduta e defende a tese de que lugar
do crime será, tão somente, aquele em que ocorrer o resultado. A
teoria da ubiquidade ou mista adota as duas posições anteriores e aduz
que lugar do crime será o da ação ou da omissão, bem como onde se
produziu ou deveria se produzir o resultado.11
11
Ibidem.
encontrem, salvo em mar territorial estrangeiro ou sobrevoando
território estrangeiro; b) brasileiras públicas, onde quer que se
encontrem; c) estrangeiras privadas, no mar territorial brasileiro12.
12
ESTEFAM. Op. cit.
13
GRECO. op. cit.
II – os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir
(princípio da universalidade, da justiça universal ou cosmopolita);
b) praticados por brasileiro (princípio da personalidade ativa);
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou
de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não
sejam julgados (princípio da representação).
c. Legislação
- Constituição Federal.
- Código Penal.
- Lei 9455/97
d. Julgados/Informativos
e. Leitura sugerida
f. Leitura complementar