Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Polarização universal
Polarizar um circuito significa fixar o ponto de operação em corrente continua (ponto quiescente) na
região onde desejamos que o amplificador opere. A fixação do ponto quiescente na curva característica
de coletor fixa-o também na curva característica de base.
Ilustrando:
Para que o transistor opere na região linear ( como amplificador ) devemos fixar um ponto de operação
entre a região de corte e saturação. A esse ponto damos o nome de ponto quiescente que significa quieto.
Então podemos dizer que polarizar bem um transistor (para que ele opere na região linear) é o mesmo que
aplicar tensões e correntes de maneira que, o ponto quiescente esteja o mais centralizado possível.
Polarizando o circuito
Uma das formas mais eficientes de polarização de transistores é a polarização universal, também
conhecida como polarização com divisor de tensão base. Este tipo de polarização elimina problemas
causados pelas variações de β ( beta ) dos transistores.
Regras de projeto
Para polarizar o circuito de forma que o ponto quiescente esteja no centro da reta de carga, uma regra
bastante usada é :
Vale informar que dificilmente conseguiremos colocar o ponto quiescente no centro da reta, não por
falha de projeto mas por resistores comerciais que dificilmente atenderão as nossas necessidades.
Antes de começarmos a polarizar o transistor devemos conhecer alguns parâmetros, que são:
VCEO ⇒ é o máximo valor da tensão coletor-emissor com a base em aberto. Para o transistor BC548 esse
valor é de 30 V. ( O valor de VCE deve ser no máximo metade de VCEO )
βDC ou hFE ⇒ É o ganho de corrente. Os datasheets normalmente fornecem valores mínimos e máximos,
esses valores são acompanhados de uma corrente de teste que usaremos para trabalhar. Para o transistor
BC548 temos: βmínimo = 110, βmáximo 800 e IC (teste) = 2mA
( O valor de βDC deve ser o mínimo, garantindo as condições mínimas de polarização )
Tabela de resistores:
É útil ter noção dos valores disponíveis no mercado ao se projetar um circuito novo. Por exemplo, se
desejo obter uma resistência de 2 Ohms, devo saber que não existe um resistor comercial com esse valor.
Logo, deve optar-se por uma associação em série de dois resistores de 1 Ohm.
Para obter os demais valores multiplicar por: 10, 102, 103, 104, 105, 106
Dimensionando RE:
VRE = RE . IE
1,2 V = RE . 2mA
RE = 600 Ω ( comercial = 620 Ω )
Dimensionando RC:
RC = 4.RE
RC = 4.620
RC = 2480 Ω ( comercial = 2400 Ω )
R2 = 0,1.βDC.RE
R2 = 0,1.110.620Ω
R2 = 6820Ω ( comercial = 6800 Ω )
Dimensionando R1:
Agora que temos todos os valores vamos coloca-los em nosso circuito e calcular as tensões e correntes
necessárias.
Encontrando VB :
VB = R2 / (R1 + R2).VCC
VB = 6,8kΩ / ( 36kΩ + 6,8kΩ ).12V
VB = 1,9 V
Encontrando IE = IC quiescente:
IE = ( VB – VBE ) / RE
IE = (1,9 V – 0,7 V )/620Ω
IE = 1,95 mA
Encontrando IC de saturação:
IC sat = VCC / ( RC + RE )
IC sat = 12 V / ( 2400Ω +620Ω )
IC sat = 3,97 mA
Adicionando os valores
www.clubedaeletronica.com.br
Referências bibliográficas
Malvino, A.P. Eletrônica - volume I. São Paulo: McGraw Hill , 1987.
Boylestad, R. e Nashelsky, L. Dispositivos Eletrônicos e Teoria dos Circuitos. Rio de Janeiro: Prentice-Hall, 1994.
Marcus, O. Circuitos com diodos e Transistores. São Paulo: Érica, 2000
Lalond, D.E. e Ross, J.A. Princípios de dispositivos e circuitos eletrônicos. São Paulo: Makron Books, 1999.