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A Instituição da Religião Cristã (páginas 37 – 93)

A obra de João Calvino em seu primeiro Tomo, relata sobre como podemos conhecer o
Deus Criador através de uma leitura que abrange as mais diversas áreas onde o
conhecimento de Deus e o conhecimento de nós mesmos são inseparáveis. (37) No
entanto, quando o homem começa a compreender pelo qual motivo Deus precisa ser
adorado, algumas especulações começam a surgir ao seu redor por espectadores que se
questionam “o que é Deus”? (41) Após a concepção do homem reconhecer a sua
natureza pecaminosa, e entendido o seu resgate pela graça salvadora por aquilo que
Jesus fez na cruz do calvário, Deus agora passa a ser um único e verdadeiro tutor e
protetor de nossa vida. (42) Mesmo que muitas culturas ainda não o adorem como o
único Deus regente da Terra, os homens espalhados pelo globo terrestre compreendem
que uma força maior domina as leis e governa os dias, meses e anos, sendo que mesmo
não declarando a divindade do soberano Deus, a sua presença pode ser sentida no mais
profundo íntimo do ser humano. Calvino discursa sobre a soberba e vaidade do homem
que lhe impedem de conhecer o Deus que se revela nas escrituras onde o homem
negligenciando a verdade, prefere mergulhar em vãs especulações e sua imaginação
fabrica um Deus segundo o desejo de seu coração. (47) Fica evidente que os homens
vivem suas vidas tranquilas sem voltar-se para a necessidade de adorar a Deus, porém
quando as suas vidas são afligidas por algo e um desespero bate à porta do seu coração,
fica claro que a busca por Deus nesses momentos é o suprimento que acalenta ao
homem por suplicar algumas preces. Toda a criação, leva o DNA de Deus, sendo que os
homens são indesculpáveis por sua ignorância em não querer enxergar a glória
manifesta nos céus e na terra. João Calvino é muito feliz em suas colocações por afirmar
as inúmeras maravilhas que Deus mostra-se evidente em sua criação e a bíblia afirma
nos Salmos 150,6: “Todo ser que respira louve o Senhor.” As escrituras testificam a luz
de sua palavra que Ele é o Deus a ser cultuando pelos homens e que ela é suficiente para
que os seres humanos acessem as verdades explicitas sobre o redentor e único mediador
Jesus Cristo. Sendo assim, Deus tendo se manifestado a todas as gerações, a mente
humana por si só não consegue obter o êxito de se achegar a Deus a não ser que o Santo
Espirito assim conceda por intermédio da Palavra. Vale salientar que Calvino deixa bem
claro, a inefabilidade de que as pessoas possam argumentar sobre as verdades contidas
nas Escrituras Sagradas, onde a igreja não é a detentora da verdade mas o Ap. Paulo
refuta isso usando o texto de (Ef. 2,20), sendo que a “igreja estaria edificada sobre o
fundamento dos apóstolos e profetas.” Dizendo ainda que “não se trata de considerar
uma opinião, mas de buscar a verdade certa e segura.” (73) As verdades contidas nas
Escrituras Sagradas, são conduzidas pelo ensino do Espirito Santo que sela com firmeza
o coração do leitor, produzindo em seu coração a fé desejada procedida pela graça e
vontade de Deus. As Escrituras Sagradas relatam de várias maneiras pelos seus autores
inspirados por Deus, os muitos momentos que a pavimentação desde o antigo
testamento, até a chegada do messias foram totalmente conduzidas por um Deus
soberano que usou as diferentes gerações para culminar na obra de redenção e a
propagação das boas novas pelo mundo. A propagação do evangelho se deu por homens
santos que não hesitaram em momento algum anunciar a mensagem que iria libertar e
ainda nos dias de hoje, libertam o ser humano da escravidão do pecado. Demonstra-se
que Deus é o criador e sustentador de todas as coisas sendo justo em todas as suas ações
e cabe ao homem adorá-lo e temer aos seus desígnios.
A Epístola aos Romanos. Karl Barth, Prefácio

Karl Barth, relata em seu prefácio sobre a carta aos Romanos escrita pelo apóstolo
Paulo a importância das considerações apontadas dentro dos escritos onde uma
abordagem de contextualização com as épocas se faz necessária porém, a essência das
coisas não pode ser mudada pelo leitor. O autor comenta sobre a antiga doutrina da
inspiração e afirma que para ele, ela tem o direito maior, mais profundo e mais
importante. Precisamos tomar nota que algumas perguntas precisam serem feitas e elas
são: será que entendemos direito, as perguntas de Paulo; e as respostas de Paulo, se sua
luz nos ilumina, precisam ser nossas respostas. Em sua segunda edição, o autor declara
que obteve o livro como “livro preparatório” e que fala nos resultados obtidos como
provisórios e deixa aberto que toda obra humana é só trabalho preparatório. Alguns
pontos relevantes são enfatizados pelo autor: Primeiro e acima de tudo foi o estudo
continuado de Paulo; Segundo “Overbeck” onde o autor entra em debate com críticos da
época; Terceiro, enfatiza melhores conhecimentos adquiridos através de seu irmão e
alguns formadores de pensamentos; Quarto, ele consegue extrair muitos pontos críticos
pois essa sua nova explanação mostra as diversas áreas de abrangência de seus leitores.
Barth, defende a teologia e tenta se posicionar sobre a epístola Paulina onde ele se
apropria dos textos da Escritura Sagrada e ele como ser humano, tenta ser o mais
fidedigno em realizar as exegeses e busca mostras as particularidades do texto. As
edições que seguem, Barth consegue ainda mais refinar o seu estudo, porém o conteúdo
central não foi perdido. Cabe a reflexão que sempre que algo era percebido pelo autor
sobre o texto que necessitasse de alterações, ele reconhecia os pontos supra citados
pelos críticos e através de uma averiguação mais profunda do texto. Com um persistente
labor, as obras de Karl Barth, foram sendo lapidadas trazendo para o leitor uma
compreensão cada vez mais profunda porém ao longo dos anos, os críticos de plantão
sempre apareciam tentando mudar o foco do autor por trazerem críticas que muitas
vezes falavam do próprio autor. Nada disso foi relevante para Barth, pois as incansáveis
lutas para que a obra fosse avançando pelos anos, deixou muito claro ao autor que ele
não tinha muitas coisas a mais a serem acrescentadas a cada edição lançada. As seis
edições do comentário de Romanos, mostra muitos detalhes circunstanciais e uma
precisão do autor em mostrar o seu conteúdo por tantas vezes inacabado e a medida que
os anos foram passando, o objetivo era sempre reconhecer que por mais árduo trabalho
em escrever as obras, ficava sempre uma lacuna em aberto na percepção do autor. Por
fim, o autor agradece as inúmeras oportunidade que Deus proporcionou para ele corrigir
e se explicar após os lançamentos de suas obras pois o tempo evidenciou o que essas
edições se tornaram ao longo dos anos.
Suma Teológica
São Tomás de Aquino (Pág 116- 124).

Veremos em 10 artigos o que Tomás de Aquino em sua obra, relata sobre a doutrina
sagrada e tudo aquilo que circunda ela naquele tempo. O autor afirma que não se faz
necessário uma outra doutrina além das disciplinas filosóficas. A filosofia para o autor,
trata de todos os ramos da vida porém ele afirma que a Escritura revelada divinamente
não faz parte da disciplina filosófica e para a salvação do homem, é necessária uma
doutrina conforme Deus revela. Um parecer sobre a doutrina sagrada é levantado se ela
pode ser ciência, e o autor relata que não parece ser, pois toda ciência provém de
princípios por si evidentes onde a sagrada escritura tem o embasamento pautado na fé.
Porém ele chega a uma conclusão que princípios conhecidos à luz duma ciência
superior, a saber: a de Deus e dos santos. Assim a doutrina sagrada tem fé nos princípios
que por Deus são reveladas ao homem e sendo assim, Deus em sua onipotência deixa
lacunas em aberto para que o homem nunca possa chegar a uma conclusão sobre aquele
que é o princípio e o fim de todas as coisas. Na praticidade da ciência, é mais
especulativa que prática, por obter conhecimento antes das coisas divinas que dos atos
humanos, tratando destes enquanto o homem ordena o conhecimento perfeito de Deus.
O autor salienta quanto a certeza da ciência divina que não se pode enganar
considerando as outras ciências praticas, só aquilo que se pode alcançar racionalmente.
Considerando a fraqueza do nosso intelecto, ainda podemos receber um auxílio das
áreas filosóficas, não por ser um defeito do ser humano mas sim pela imperfeição do
nosso entendimento que conhece a razão natural das coisas ao seu redor. A sabedoria
tenta provar alguns princípios, porém se Deus não abrir o nosso intelecto para as coisas
divinas, vamos alcançar somente aquilo que a sabedoria é para o homem, prudência
como afirma o autor. Se o Espirito Santo nos revelar aquilo que aprouve a Ele, não cabe
afirmar que essa sabedoria provem da busca humana por conhecimento mas sim por
algo espiritual que chega até o intelecto humano. Não podemos como seres humanos
supor a essência divina, porem podemos através das doutrinas sagradas conhecer
definições e princípios que são características da essência divina. A doutrina sagrada
também usa da razão humana para poder manifestar de algum modo os ensinamentos
que ela nos fornece porém a questão argumentativa jamais vai ser uma prova cabal
sobre aquilo que só a revelação divina ou a fé é capaz de aperfeiçoar a natureza humana.
O uso de metáforas nas doutrinas da Sagrada Escritura é pertinente pois existem vários
textos que comumente os autores fazem o uso para representação de referentes assuntos.
E concluindo, a multiplicidade dos sentidos em um escrito, gera confusão e as
Escrituras Sagradas devem ser eficaz para mostrar a verdade sem nenhum tipo de
sentido dubio. Sabemos das formas que as Escrituras trazem seus textos que dão sentido
para o contexto cultural da época, porem as mesmas expressões do passado não podem
ter outro sentido nos dias atuais. Sendo assim: “ A Sagrada Escritura, pelo modo mesmo
da sua locução, transcende todas as ciências”. ( pag 124).

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