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Parâmetros Acústicos em Salas de Música: análise de resultados e

novas interpretações - Fábio Leão Figueredo e Fernando Iazzetta

● O artigo trata da influêcia da arquitetura de seis salas de concerto sobre o som,


tendo como base alguns fenômenos sonoros observados em cada uma das
salas;
Os parâmetros acústicos subjetivos são
critérios que definem a qualidade acústica
de uma sala de música. A apreciação
musical dentro da sala é afetada por
diversas impressões acústicas que
ocorrem ao mesmo tempo. Cada uma
dessas impressõe sé associada a um
parâmetr acústico de natureza subjetiva
que está correlacionado a uma grandeza
física mensurável, constituindo um
conjunto de parâmetros acústicos
objetivos que formam uma base científica
para a análise acústica das salas de
música. (Figueredo, Iazzetta, 2006, p.1)

● Foram definidos parâmetros para a comparação entre as salas, são eles:


○ RT60: Tempo de Reverberação
○ BR e TR: Razão de Graves e Razão de Agudos
○ RDR: Razão entre som direto e som reverberante
○ EDT: ​Early Decay Time
○ C80: Clareza
● Após as medições os dados são analisados e cruzados com as percepções
subjetivas de juri sobre amostras musicais gravadas nas salas;
● O tempo de reverberação está ligado ao tamanho da sala e a quantidade de
material absorvedor disposto no local;
● O tempo de reverberação não é suficiente para caracterizar a acústica de uma
sala;
● Cada local da sala oferece uma experiência diferente, pois o som interage de
maneiras diferentes com os parâmetros listados;
● Os valores de reverberação de grave não correspondem na audição e na
gravação, uma vez que teatros com altos valores de BR não é acompanhada
pelas amostras;
● O brilho acústico não está relacionado ao tempo de reverberação, mas sim a
quantidade de energia contida nas ondas entre 2 KHz e 4 KHz, que
teoricamente estão relacionadas ao brilho acústico mencionado;
● “O parâmetro BR é a razão entre os RT60 de graves e médios e o TR é razão
entre os RT60 de agudos e médios.” (Figueredo, Iazzetta, 2006, p.3)
● Quanto mais proximos os valores de TR e BR, mais equilibrado será o som da
sala, ao contário de salas que possuem valores descrepantes;
● Quando BR é maior que TR existe sobra de graves e isso proporciona uma
escuta diferente daquilo que efetivamente está sendo tocado ou executado;
● “Concluímos, portanto, que a utilidade dos parâmetros BR e TR se restringe à
importância que eles apresentaram como critérios eficientes para a avaliação do
equilíbrio entre freqüências dentro de uma sala.” (Figueredo, Iazzetta, 2006, p.3)
● “O parâmetro C80 [Clareza] mede a razão entre a energia acústica que chega
em um ponto de captação nos primeiros 80 ms e a energia remanescente”
(Figueredo, Iazzetta, 2006, p.3)
● Quanto maior a reverberação de de uma sala menor a sua clareza. Isso se deve
a natureza difusa das ondas de baixa frequência e da sua capacidade de
transpor objetos com mais facilidade, ao contario das ondas de alta frequência,
que são mais direcionais mas mais propensas a absorção;
● Essas diferenças causam efeitos acústicos inversos, ao mesmo tempo que as
ondas de baixa frequência reverberam mais elas são menos claras, ao passo
que ondas de alta frequência são mais claras e reverberam menos;
● Apesar da teoria os dados se comportam de maneira diferente na no plano real;
● “O RT60 informa ​quanto tempo ​dura o decaimento [da frequência], mas o C80
informa ​como ​ esse decaimento se dá” (Figueredo, Iazzetta, 2006, p.4)
○ Ou seja, para um mesmo valo de RT60 existem várias possibilidades de
C80;
● O parâmetro EDT diz respeito à inclinação de decaimento da energia para os
primeiros 10 dB;
● “[...] a conclusão mais importante a ser tomada, e que permanece válida para
todos os casos observados, é que Clareza musical é muito mais sensível ao
decaimento nos primeiros instantes de reverberação do que na reverberação
total.” (Figueredo, Iazzetta, 2006, p.4)
● “O parâmetro RDR é a razão entre a energia direta e a energia reverberante
captadas em determinado ponto. O valor do parâmetro RDR é obtido
tomando-se como referência o instante de chegada da primeira reflexão”
(Figueredo, Iazzetta, 2006, p.6)
Conclusões dos Autores:
➔ RT60 se mantém razoavelmente constante para as várias posições de captação
dentro de uma sala.
➔ A impressão de reverberação muda conforme a posição de audição dentro de
uma sala, embora os valores de RT60 muitas vezes não acompanhe tal
mudança;
➔ Além do RT 60, o parâmetro razão de som direto/reverberante tem forte
influência sobre a impressão de reverberação;
➔ O parâmetro BR não se mostrou bem correlacionado com a presença dos
graves. Tal impressão é melhor correlacionada ao parâmetro G (strength)
tomado nas baixas frequências;
➔ O parâmetro TR nem sempre foi um bom indicador de brilho;
➔ A utilidade dos parâmetros BR TR se restringe a importância que eles
apresentam como critérios eficientes para avaliação do equilíbrio entre
frequência dentro da mesma sala;
➔ O parâmetro razão direto/reverberante se mostrou mais estável e coerente do
que o ITDG, no que diz respeito a impressão de intimismo;
➔ Ao contrário do RT60, o parâmetros C80 sofre forte variação conforme o local de
captação na sala;
➔ O parâmetro C80 é muito melhor com relacionado ao EDT (early decay time) do
que é o RT 60;

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