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ORIENTAÇÃO

Digitally signed by Maria da


Maria da Graça Graça Gregório de Freitas
NÚMERO: 011/2020 Gregório de DN: c=PT, o=Direção-Geral
da Saúde, cn=Maria da
Freitas Graça Gregório de Freitas
Date: 2020.03.17 08:35:46 Z

DATA: 17/03/2020

ASSUNTO: Infeção por SARS-CoV-2 (COVID-19)


Medidas de prevenção da transmissão em estabelecimentos de
atendimento ao público

PALAVRAS-CHAVE: Coronavírus; Medidas de prevenção da transmissão direta no


atendimento ao público; COVID-19

PARA: Estabelecimentos de atendimento ao público na comunidade

CONTACTOS: geral@dgs.min-saude.pt

Nos termos da alínea a) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 14/2012, de 26 de


janeiro, emite-se a Orientação seguinte:

1. Introdução
No âmbito da infeção pelo novo Coronavírus (SARS-CoV-2), que pode evoluir para a COVID-
19, estão a ser desenvolvidas medidas de Saúde Pública de acordo com a fase de resposta
à propagação do vírus.

O sucesso das medidas preventivas depende essencialmente da colaboração dos cidadãos


e das instituições. É importante incentivar e salvaguardar o papel específico dos
estabelecimentos nomeadamente aqueles que lidam com o público em geral.

Na medida em que contactos próximos podem contribuir para aumentar a propagação da


infeção, importa quebrar estas cadeias de transmissão, contribuindo decisivamente para a
proteção da comunidade.

Esta orientação poderá ser atualizada consoante a evolução do surto e/ou disponibilização
de nova evidência científica.

2. Características de transmissão e prevenção da doença


O novo Coronavírus (SARS-CoV-2) pode transmitir-se por contacto direto ou indireto (tabela
1).

À luz do conhecimento atual, é mais provável que a transmissão do COVID-19 ocorra quando
existe contato próximo (menos de 2 metros) com uma pessoa infetada. Este risco é tanto
maior quanto mais tempo de contacto e proximidade as pessoas tiverem.

Orientação nº 011/2020 de 17/03/2020


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Tabela 1. Principais vias de transmissão da COVID-19

Via de contacto direto Via de contacto indireto

Através de gotículas que uma pessoa


Através das mãos, que tocam nas
infetada transmite pela boca ou nariz
superfícies contaminadas com as gotículas
quando fala, tosse ou espirra (e não utiliza
expelidas pelas pessoas infetadas e que
as regras de etiqueta respiratória)
depois são levadas à cara, à boca ou ao
podendo estas entrar diretamente para a
nariz inadvertidamente, sem termos feito a
boca ou nariz de uma pessoa que está
higiene das mãos.
muito próxima.

2.1. Estratégias na prevenção da COVID-19


Pelo papel crítico na prevenção da transmissão direta, salienta-se a importância de serem
seguidas três medidas essenciais na prevenção e controlo da COVID-19:

- Cumprir a etiqueta respiratória por parte de todos os cidadãos e funcionários;

- Manter distância e espaço entre os cidadãos em todas as situações;

- Fazer autovigilância de sintomas e abstenção social em caso de doença.

3. Medidas gerais para estabelecimentos de atendimento ao público


Os estabelecimentos devem assegurar que todas as pessoas que trabalham e frequentam
o mesmo estão sensibilizadas para o cumprimento das regras de etiqueta respiratória
(folheto anexo), da lavagem correta das mãos (folheto anexo), assim como as outras
medidas de higienização e controlo ambiental. Salienta-se ainda a importância:

• Elaboração do seu plano de contingência para COVID-19, de acordo com a


orientação 006/2020 da Direção Geral da Saúde e atuar em conformidade;
• Estabelecer medidas que assegurem distância entre pessoas nas instalações,
nomeadamente:
o Garantir que o local destinado à espera dos utilizadores comporte apenas
1/3 da sua capacidade normal;
o Garantir que o atendimento em balcão se faz com a distância apropriada
(pelo menos 1 metro, idealmente 2) garantindo sinalização devida -
nomeadamente através de marcas e sinalética no chão;

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o Garantir que o atendimento em balcão se faz através de barreiras físicas que
limitem a proximidade entre os colaboradores e os utentes (ex.: colocação
de barreira de acrílico que limite a exposição);
o Considerar a possibilidade de estabelecer, no interior dos estabelecimentos,
algumas barreiras físicas que limitem a proximidade entre os colaboradores
e os utentes (ex.: colocação de “obstáculos” que evitem uma aproximação
excessiva entre indivíduos);
o No caso de ser necessário proceder à entrega direta de materiais ou
produtos, o responsável pela entrega deverá evitar, no limite das suas
possibilidades, o contacto direto com o utente ou com quaisquer objetos
pessoais do mesmo.

• Rever os protocolos de limpeza e intensificar as rotinas de higienização, incluindo:


o desinfetar pelo menos uma vez por dia, e com recurso a agentes adequados,
todas as zonas (ex.: zonas de atendimento, balcões, gabinetes de
atendimento, áreas de espera, teclados do computador, casas de banho,
telefones, corrimãos, puxadores, etc.).
o desinfetar todas as horas, e com recurso a agentes adequados, os
equipamentos críticos (tais como locais dispensadores de senhas, terminais
multibancos)
• Colocar solução antisséptica de base alcoólica - SABA – em locais como os
dispensadores de senhas, e incentivar o seu uso (através, por exemplo, de pósteres).
• Identificar pessoas vulneráveis (por exemplo, idosos com mais de 65 anos e com
limitações físicas ou mentais percetíveis, as grávidas, os acompanhantes de criança
de colo com idade igual ou inferior a 2 anos) e aplicar a legislação referente ao
atendimento prioritário. Os estabelecimentos devem ser proactivos na identificação
destes casos, mesmo que as pessoas em questão não peçam atendimento
prioritário ou não retirem uma senha para este fim. Lembre-se que estas são as
pessoas mais afetadas pela COVID-19 e, como tal, os estabelecimentos devem ter
um papel ativo na sua proteção.

4. Onde posso obter mais informação?


Mais informação pode ser encontrada em https://covid19.min-saude.pt/ .

Graça Freitas

Diretora-Geral da Saúde

Orientação nº 011/2020 de 17/03/2020


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