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Trabalho realizado por: Tatiana Cruz Nº19 12º5/1

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1. O facto de Blimunda, ao regressar a casa com o Padre


Bartolomeu, ter deixado a porta aberta para Baltasar e de, durante a
refeição, se ter servido pela colher de Baltasar depois de ele ter
comido, demonstra a união a Baltasar e a intimidade que esta tem
para com ele.

2. O padre dá a sua bênção a Blimunda (linhas 12 a 15), abençoa-a


e às suas coisas também, incluindo nessa bênção o ‘’punho cortado
de Baltasar’’ demonstrando a ligação afetiva entre os dois.

3. As falas de Baltasar e Blimunda evidenciam o carácter que está


além dos limites convencionais da sua união.

Blimunda antevê a necessidade de precisar de Baltasar, para que


ambos se completem e concretizem humanamente e
espiritualmente, Blimunda anuncia isso de forma enigmática a
Baltasar. (Linhas 29 e 30)

4. Nas linhas 25 e 26, podemos compreender a simplicidade e a


naturalidade, até mesmo em relação ás características
extraordinárias.

Na linha 27, observamos a clarividência.

Nas linhas 29 e 30 temos a objetividade e a natureza prática.

Estas são as características, que compreendemos na leitura do


excerto, da personagem.

Página 293 (Gramática)

1.José Saramago utiliza apenas o ponto final, para assinalar pausas


longas e a vírgula, que sinaliza as restantes pausas e marcações da
linguagem oral.

2. Então, sendo tanta a claridade, pôde Sete-Sóis dizer:

– Por que foi que perguntaste o meu nome?


Blimunda respondeu:

– Porque minha mãe o quis saber e queria que eu o soubesse.

– Como sabes, se com ela não pudeste falar?

– Sei que sei, não sei como sei, não faças perguntas a que não
posso responder. Faze como fizeste, vieste e não

perguntaste porquê.

– E agora?

– Se não tens onde viver melhor, fica aqui.

– Hei de ir para Mafra, tenho lá família.

– Mulher?

– Pais e uma irmã.

– Fica, enquanto não fores, será sempre tempo de partires.

– Por que queres tu que eu fique?

– Porque é preciso.

– Se eu ficar, onde durmo?

– Comigo.

Caracterização das Personagens:


Baltasar Sete-Sóis
Baltasar Mateus é um dos membros do
casal protagonista da narrativa.
Representa a crítica do narrador à
desumanidade da guerra, uma vez que
participa na Guerra da Sucessão (1704-
1712) e, depois de perder a mão
esquerda, é excluído do exército.
Construído enquanto arquétipo da
condição humana, Baltasar Sete-Sóis é
um homem pragmático e simples, que
assume o papel de demiurgo na
construção da passarola (ao realizar o
sonho de Bartolomeu de Gusmão). Participa na construção do
convento e partilha, através do silêncio, a vida de Blimunda Sete-
Luas. Sucumbe às mãos da Inquisição.

Blimunda Sete-Luas
Blimunda é o segundo membro do casal
protagonista da narrativa.
Mulher sensual e inteligente, Blimunda
vive sem subterfúgios, sem regras que a
condicionem e escravizem. Dotada de
poderes invulgares, como a mãe, escolhe
Baltasar para partilhar a sua vida, numa
existência de amor pleno, de liberdade,
sem compromissos e sem culpa.
Blimunda representa o transcendente e a
inquietação constante do ser humano em
relação à morte, ao amor, ao pecado e à existência de Deus. O seu
dom particular (ecovisão) transfigura esta personagem,
aproximando-a da espiritualidade da música de Scarlatti e do sonho
de Bartolomeu de Gusmão. Ao visualizar a essência dos que a
rodeiam, Blimunda transgride os códigos existentes e perceciona a
hipocrisia e a mentira que subjazem aos comportamentos
estereotipados, condicionados pelos dogmas estabelecidos que
corporizam os falsos conceitos morais.

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