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Tendo como base a intensa religiosidade presente na sociedade feudal a Igreja sempre
defendia a participação dos fiéis na “Guerra Santa”, prometendo recompensas divinas,
como a salvação da alma e a vida eterna, através de sucessivas pregações realizadas em
toda a Europa.
O Papa Urbano II, idealizador da Primeira Cruzada, realizou a sua pregação durante o
Concílio de Clermont, rotura com a separação da Igreja no Cisma do Oriente, o Papa
assim se dirigiu aos fiéis: " Deixai os que outrora estavam acostumados a se baterem
impiedosamente contra os fiéis, em guerras particulares, lutarem contra os infiéis.
Deixai os que até aqui foram ladrões tornarem-se soldados. Deixai aqueles que outrora
se bateram contra os seus irmãos e parentes, lutarem agora contra os bárbaros como
devem. Deixai os que outrora foram mercenários, a baixo soldo, receberem agora a
recompensa eterna. Uma vez que a terra onde vós habitais, é demasiadamente pequena
para a vossa grande população, tomai o caminho do Santo Sepulcro e arrebatai aquela
terra à raça perversa e submetei-a a vós mesmos".
A ocorrência das Cruzadas Medievais deve ser analisada também como uma tentativa
de superação da crise que se instalava na sociedade feudal durante a Baixa Idade Média.
Por esta razão outros factores contribuíram para sua realização.
Muitos nobres passam a encarar as expedições à Terra Santa como uma real
possibilidade de ampliar os seus domínios territoriais.
Aliada a esta questão deve-se lembrar ainda de que a sucessão da propriedade feudal
estava fundamentada no direito de primogenitura. Esta norma estabelecia que, com a
morte do proprietário, a terra deveria ser transmitida, por meio de herança, ao seu filho
primogénito. Aos demais filhos só restava servir o seu irmão mais velho, formando uma
camada de "nobres desapossados" - a pequena nobreza - interessada em conquistar
territórios no Oriente por meio das Cruzadas. Tanto a Cruzada Popular como a das
Crianças foram fracassadas. Ambas tiveram um trágico fim, devido à falta de recursos
que pudessem manter os peregrinos na sua longa marcha. Na verdade, as crianças mal
alcançaram a Terra Santa. A maioria morreu no caminho, de fome e frio. Alguns
chegaram apenas até à Itália, outros dispersaram-se; houve aqueles que foram
sequestrados e escravizados pelos muçulmanos. Com os mendigos da Cruzada Popular
não foi diferente. Embora tivessem alcançado a cidade de Constantinopla (sob péssimas
condições), as autoridades bizantinas logo trataram de afastar aquele grupo de
desapossados. Para tanto, o bispo de Constantinopla incentivou os peregrinos a lutarem
contra os infiéis da Ásia. O resultado não poderia ser outro: sem condições para
enfrentar os fanáticos turcos seldjúcidas (a), os abnegados fiéis foram massacrados.
Além dessas duas cruzadas, tiveram ainda oito cruzadas oficialmente organizadas, em
direcção à Terra Santa.
Vale ressaltar que houve o restabelecimento das rotas comerciais entre Europa e a Ásia.
Com as Cruzadas, o Ocidente retoma o controlo das rotas comerciais, pondo fim ao
domínio árabe no Mediterrâneo e, a partir da intensificação das relações comerciais,
outras grandes mudanças foram geradas na sociedade feudal. Ocorre o desenvolvimento
das cidades, o surgimento de uma rica camada de comerciantes (a burguesia), a
expansão dos mercados, o aumento da circulação monetária, o despertar do espírito de
lucro e a difusão do racionalismo económico. Vale lembrar também que o movimento
das Cruzadas contribuiu para o retrocesso da servidão medieval, pois alguns
aristocratas, precisando de recursos para as suas expedições, vendiam a liberdade para
os servos. Havia ainda a ocorrência de fugas, em algumas propriedades, onde a ausência
dos senhores facilitava a libertação. A fuga era empreendida por alguns camponeses
entusiasmados em participar nas Cruzadas ou por aqueles que procuravam uma nova
vida nos centros urbanos, tornando-se artesãos ou comerciantes.
Na Idade Média, mesmo hoje, em certa medida, os cristãos em geral acreditavam que os
lugares onde os santos viveram, os objectos por eles usados e o que restava dos seus
corpos (as chamadas “Relíquias”) possuíam poderes milagrosos, como a cura de
enfermidades e a salvação dos pecadores. Havia vários lugares de veneração espalhados
por todo o mundo cristão, mas a Terra Santa, onde Jesus viveu, apregoou e foi
supliciado, era considerado o mais sagrado de todos.
Para os judeus, Jerusalém é a principal cidade da sua antiga pátria e ali se encontram
vários locais sagrados, principalmente o “Muro das Lamentações”, ruínas do Templo de
Salomão destruído pelos romanos no primeiro século da nossa era. Para os cristãos, é
reverenciada por ter sido o local no qual Jesus de Nazaré viveu durante os três últimos
anos da sua vida, apregoou, fez discípulos e foi crucificado. Para os muçulmanos,
Jerusalém é uma Cidade Santa porque crêem que Maomé subiu ao céu da Cúpula do
Rochedo, situada no coração da cidade.
Curioso é reflectir como as três religiões monoteístas acreditam no mesmo Deus, como
se prendem às metáforas, as lêem e compreendem literalmente os desentendimentos
entre os três grupos que persistem até aos dias de hoje...
Apesar da grande distância da Europa Ocidental, muitos peregrinos faziam uma longa e
arriscada jornada para chegar a Jerusalém. Alguns iam primeiro a Roma e, em seguida,
partiam de algum porto italiano para a Palestina. As pessoas mais pobres percorriam
todo o trajecto a pé.
MOTIVOS:
Para atender aos fiéis desejosos de retomar as peregrinações e escoar o excesso de mão-
de-obra ociosa na Europa, o papa Urbano II declarou guerra aos “infiéis” muçulmanos
conclamando as multidões sob o brado de “Deus o quer! Deus o quer!” O fervor
religioso espalhou-se por toda a Europa. As pessoas acreditavam firmemente que o
cristianismo estava em perigo e que defendê-lo, portanto, era cumprir a vontade de
Deus. O papa Urbano II prometeu a todos os que partissem para a guerra contra os
“infiéis”, teriam os seus pecados perdoados e iriam para o céu após a morte.
Os cavaleiros que, a partir de 1095, atenderam ao chamado do Papa para fazerem parte
de uma expedição à Terra Santa escolheram como símbolo uma cruz pintada na
armadura ou bordada nas vestes. Por isso foram chamados “cruzados”. Eles seriam os
guerreiros da cruz, os defensores do cristianismo. Séculos de guerra começaram então...
Os nobres europeus prepararam-se com maior acuidade durante todo o ano de 1096.
Partiram no Outono daquele ano e já em Abril de 1097 estavam em Constantinopla
prestando a sua solidariedade e solicitando o apoio de “César” o Papa bizantino Aleixo
Comneno.
O Cerco de Antioquia:
Poucos dias depois uma nova leva do exército Turco chegou e cercou Antioquia com os
cruzados dentro. Depois de muitas batalhas os cruzados lograram romper o cerco,
derrotar os turcos e seguir a sua jornada rumo a Jerusalém.
Em Jerusalém:
A maioria dos nobres e seus seguidores voltou para a Europa, mas alguns
permaneceram na Palestina. Dos líderes, os que ficaram estabeleceram quatro estados
cristãos nas regiões conquistadas: o Condado de Edis, o Principado de Antioquia, o
Condado de Trípoli e o Reino de Jerusalém que, por ser o mais importante, ficou com
Godofredo de Bouillon, um dos líderes da cruzada.
Os soldados receberam terras, nesses novos estados que se estabeleceram entre árabes,
turcos, gregos e judeus que ali viviam, começaram gradualmente a adoptar os hábitos e
a falar a língua local.
Vale tão-somente ressaltar que aqueles estados cristãos jamais conheceram a paz.
Estavam constantemente em guerra com os seus vizinhos muçulmanos e jamais foram
capazes de controlar as áreas rurais. Os muçulmanos, via de regra, rondavam as estradas
e atacavam peregrinos cristãos com destino a Jerusalém.
Os seus membros viviam como monges e lutavam como cavaleiros. Faziam votos
religiosos e juravam empreender guerra incessante contra os infiéis. Dedicavam-se a
auxiliar os peregrinos, os pobres e os doentes. Dos seus enormes castelos, vigiavam toda
a região. Eram os cristãos mais temidos pelos muçulmanos pelo seu destemor, hábeis
lutadores de elite e desapego até mesmo da própria vida em defesa do cristianismo.
O papa Eugénio III resolveu atendê-los e convocar uma nova cruzada. Para divulgá-la
na Europa, encarregou Bernard de Clairvaux (mais tarde canonizado), o mais erudito e
respeitado clérigo da sua época.
Bem-sucedido, Bernard persuadiu o rei francês Luís VII (mais tarde canonizado
também) e o Imperador do Sacro Império Romano Germânico, Conrado III que, com os
seus relutantes nobres, decidiram-se a participar da expedição.
Os dois reis, inimigos um do outro, não se reuniram para a cruzada. Cada um enfrentou
o adversário turco por sua conta e risco, em batalhas separadas, sem qualquer acordo
entre eles.
Em 1147, os esplêndidos exércitos, então reunidos pelos dois reis, marcharam através
da Europa em direcção a Constantinopla.
Conrado chegou primeiro e, por volta de Outubro daquele ano atravessava o Bósforo e
estava a caminho da Terra Santa. Em Dorileu, o exército turco lançou-se contra ele e
impôs-lhe fragorosa derrota. Conrado e outros sobreviventes do massacre arrastaram-se
de volta a pé para Constantinopla, onde os franceses acabavam de chegar.
O rei Luís ousou atravessar território inimigo em pleno inverno. Os turcos estavam à
espera e mataram muitos franceses durante esta insana travessia. Muitos outros
morreram ainda de fome e de frio...
Desta vez os dois reis resolveram unir-se. Com inacreditável insensatez, decidiram sitiar
Damasco, uma cidade cujo governante sempre se mostrou muito amigável com os
cristãos. O fracasso foi total. Depois de cinco dias de ataques infrutíferos e com muitas
baixas, os exércitos cruzados desistiram da luta e regressaram à Europa.
SALADINO:
Uma a uma as fortalezas caíam diante das tropas lideradas por Saladino. Por volta de
Setembro, os seus exércitos já haviam cercado Jerusalém. Os defensores da cidade,
muito menos numerosos que os soldados muçulmanos acabaram por se render.
Saladino era implacável na luta, mas generoso na vitória; ao contrário do que acontecia
com os exércitos cristãos, os seus homens nunca macularam os seus triunfos com o
massacre de prisioneiros indefesos...
A Terceira Cruzada – Nova cruzada de Reis:
Os extenuados cristãos que sitiavam São João D’Arce estavam sendo dizimados pelo
exército de Saladino, mas a chegada dos ingleses e franceses trouxe-lhes novo ânimo.
Os recém-chegados construíram poderosas catapultas e altas torres de assalto para, com
a ajuda destas armas de guerra, empreenderem uma série de ataques contra as bem
protegidas muralhas de Arce. Os homens de Saladino não conseguiram repeli-los e o
ânimo dos que defendiam a cidade abateu-se.
Muitos cristãos morreram de calor durante a marcha, e muitos outros foram mortos nas
batalhas que diariamente eram travadas. Em Arsuf, os muçulmanos interceptaram a
marcha do exército de Ricardo. Os soldados da infantaria de Saladino atacaram em
ondas, mas as suas flechas e lanças leves não conseguiram perfurar a espessa armadura
dos cruzados. Os muçulmanos foram varridos dos campos de batalha e perseguidos na
sua marcha em direcção a Jerusalém.
Saladino e Ricardo nutriam grande respeito um pelo outro e começaram a perceber ser
improvável uma vitória definitiva de um dos lados. Saladino adoeceu e Ricardo estava
ansioso por voltar à Inglaterra, onde o seu irmão, João Sem Terra conspirava contra ele
(são dessa época as narrativas de Robin Hood, por exemplo...).
Em Outubro de 1191, representantes dos dois monarcas começaram a discutir a paz.
Mas a luta prosseguia e Saladino aproveitou-se da ausência de Ricardo para capturar
Jafa. O monarca inglês apressou-se em voltar para reconquistar a cidade, no que foi
bem-sucedido. Ambos os lados já estavam fatigados da luta e as conversações de paz
foram retomadas. Em Setembro de 1192, os dois soberanos assinaram um Tratado de
Paz e Ricardo pode final e definitivamente regressar à sua pátria.
Em 1198, o papa Inocêncio III, convocou uma outra cruzada para conquistar Jerusalém.
Os nobres que planearam a campanha estabeleceram como primeiro objectivo o Egipto,
o mais rico e paradoxalmente o menos protegido dos Estados muçulmanos.
Para atacar o Egipto era necessário o acesso marítimo e apenas a cidade de Veneza
podia fornecer uma esquadra capaz de transportar o exército de cruzados e seus
suprimentos. Os venezianos concordaram em alugar os seus navios, mas exigiram uma
importante mudança de rumos. Já não seria o Egipto o primeiro objectivo, mas
Constantinopla. Isso aconteceu porque o príncipe Aleixo, herdeiro do trono bizantino,
propôs um vantajoso negócio ao governante de Veneza: os cruzados o ajudariam a
recuperar o trono que havia perdido nas disputas da família real e os mercadores de
Veneza receberiam em troca o monopólio do comércio de Constantinopla, que era o
mais importante centro comercial da época. Além disso, os cruzados teriam pagas as
despesas de transporte até ao Egipto.
O príncipe, agora Imperador, Aleixo não pode pagar as despesas da expedição conforme
havia prometido e os cruzados decidiram-se em atacar e saquear a rica cidade,
massacrando boa parte de sua população. Foi o maior acto de pilhagem de toda a Idade
Média: roubaram-se relíquias, objectos de arte, tesouros de imenso valor, etc.
As crianças alemãs foram para a Itália, mas não conseguiram seguir adiante. Sem
dinheiro e sem comida, tiveram de mendigar para sobreviver. Pouquíssimas
conseguiram voltar para casa.
Por volta do Outono de 1217, cristãos de muitos países europeus reuniram-se em São
João D’Arce, para outra tentativa de reconquista da Terra Santa; dentre eles Francisco
de Assis. Eles planeavam atacar primeiro o Egipto. Com aquele país em mãos, todo o
sul da Palestina, inclusive Jerusalém, cairia sem nenhuma resistência.
O porto de entrada para o Egipto era Damieta, situado na foz do Nilo. Os cruzados
levaram um ano para capturar o porto e ainda mais tempo brigando uns com os outros
antes de subirem o rio para penetrar no Egipto. Sem perceber o risco que corriam,
acamparam nas margens do rio, onde o inimigo só precisou de abrir as comportas para
afogá-los. Os cruzados não tiveram outra escolha senão aceitar uma paz humilhante,
abandonando o Egipto sem conseguir absolutamente nada!
A Sexta Cruzada foi comandada por Frederico II, da Alemanha. O monarca chegou ao
Oriente em 1228, mas muitos cristãos locais não quiseram juntar-se a ele. Para sua sorte
os muçulmanos mostravam-se igualmente divididos. Ambos os lados preferiam
parlamentar ao invés de lutar.
Luís atacou primeiro o Egipto, e Damieta caiu sem oferecer grande resistência. O
exército do rei subiu o Nilo cautelosamente, mas os egípcios bloquearam o rio na
retaguarda do inimigo, cortando-lhe o fluxo de suprimentos. Os alimentos acabaram e,
enfraquecidos pela fome e por doenças diversas, Luís e todo o seu exército foram
cercados e feitos prisioneiros.
O rei e os nobres que tinham dinheiro suficiente para tanto foram libertados mediante o
pagamento de um enorme resgate. Os demais cruzados foram mortos ou vendidos como
escravos.
O Fim da Cruzadas:
A Sétima Cruzada terminou em tragédia, mas o pior ainda estava por vir. Em 1260, dez
anos depois da derrota do rei Luís, chegou ao poder no Egipto o sultão Baybars. A ele
caberia unir os muçulmanos e expulsar os cristãos do Oriente.
Uma trégua entre os dois lados aplacou a luta por um certo tempo, mas em 1289 os
muçulmanos recomeçaram os ataques às fortalezas cristãs remanescentes. Rapidamente
tomaram o porto de Trípoli e aproximaram-se de Arce.
Os muçulmanos que sitiaram São João D’Arce eram cinco vezes mais numerosos que os
defensores da cidade. Os projécteis lançados pelas suas máquinas de assalto abalaram as
muralhas.
A ideia das cruzadas, contudo, não morreu depois da catástrofe de São João D’Arce. Os
cristãos do Ocidente encontraram outros inimigos contra quem lutar, como os eslavos e
os muçulmanos da Espanha. Novas cruzadas se dirigiram à Palestina, mas nenhuma
delas conseguiu chegar lá. O sonho de uma Terra Santa segura para os peregrinos e
governada por cristãos acabara para sempre.
Os cruzados voltavam para as suas terras de origem com um gosto pelos novos luxos e
confortos descobertos durante a viagem. As cidades italianas, principalmente Veneza e
Génova, ficaram imensamente ricas com o comércio desses produtos na Europa.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cavalaria_medieval#Ordens_militares
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ordem_de_Avis
Introdução
As Cruzadas eram expedições de cristãos para libertar a Terra Santa (atual Palestina)
dos turcos (muçulmanos), e eram patrocinadas pela Igreja Católica (Papa). O nome
Cruzadas é porque os cristãos teciam uma cruz nas suas roupas, simbolizando o voto
prestado à igreja.
Causas
Várias foram as causas das Cruzadas:
O papa Urbano II queria reerguer a unidade católica no oriente, que decaiu com a Cisma
do Oriente (1054)
Muitos acreditavam que seguindo as cruzadas, alcançariam a salvação.
Naquela época não havia parque de diversão, então, para fugir do cotidiano das grandes
cidades, eles partiam para as Cruzadas
Claro, interesses comerciais nas ricas terras do oriente.
Como hoje, o papa e outras “santidades”, como Pedro o Eremita, tinham grandes
poderes de influenciar o povo. Eles reuniram grandes multidões, de maioria pobre e
miserável, para organizar uma Cruzada, chamada de Cruzada Popular. Conseguiram
chegar em Constantinopla, mas com poucos recursos, cansados. Quem não gostou disso
foi o imperador bizantino Aleixo Commeno, que incentivou os cruzados à atacar os
infiéis, resultado: uma tremenda carnificina, quase todos os cruzados morreram. Depois
disso, a cruzada ficou conhecida como Cruzada dos Mendigos.
Outra cruzada, desta vez formada por senhores feudais, condes, duques, etc, partiu para
a Terra Santa, com o apoio dos Bizantinos. Com todo o poderio econômico e militar
unidos, foi fácil conquistar Jerusalém, em 1099. Essa conquista custou milhares de
vidas de judeus e muçulmanos. Nas terras conquistadas foram criadas o Reino de
Jerusalém, Condado de Edessa, Condado de Trípoli e Principado de Antioquia . Mas
logo essas terras ficaram precárias, em razão das constantes batalhas travadas por
muçulmanos e os nativos contra os cristãos. Para tentar se manter nas regiões
conquistadas, os cristãos criaram duas ordens: os Templários e os Hospitalários:
Templários: formar um exército para controlar os novos domínios, para isso, deveriam
construir fortalezas, fossos, muros, etc. Também se juntou à ordem uma milícia de
monges cavaleiros.
Hospitalários: como o nome já diz, criaram estabelecimentos para acolher os peregrinos
mais pobres, construíram hospitais. Um tempo depois, formaram um exército para
defender o Santo Sepulcro.
Em vista das seguidas derrotas dos cristãos na Terra Santa, foi organizada mais uma
cruzada (Segunda Cruzada): Luís VII e Conrado III (França e Alemanha) foram os
líderes. Foi apenas mais uma derrota.
A retomada de Jerusalém
No ano de 1187, tropas de muçulmanos comandados por Saladino rumaram para
Jerusalém, e a reconquistaram facilmente. Saladino foi gentil com os cristãos, evitou o
massacre de milhares de pessoas.
Em 1189 foi organizada a Terceira Cruzada, comandada pelo rei da Inglaterra Ricardo
Coração de Leão, o rei da França Filipi Augusto, e o imperador alemão Frederico
Barba-Ruiva (Barba-Roxa). Esta Cruzada começou dando certo, mas logo os problemas
chegaram. Frederico se afogou num rio na Síria, Filipe Augusto tomou o Acre e voltou
pra França. Ricardo Coração de Leão ganhou de Saladino duas vezes, mas não
conseguiu tomar Jerusalém. Então, Saladino e Ricardo fizeram um acordo, que permitia
a entrada de cristãos para fazerem suas peregrinações na Terra Santa. Ricardo voltou
logo pra Inglaterra, pois seu irmão estava tentando derrubá-lo e tomar o poder. Foi preso
no caminho, na Áustria, e sua mãe teve de pagar o resgate. Retomou o poder, mas em
1199 foi morto quando combatia um vassalo insubmisso.
A Quarta Cruzada (1202-1204) teve seu rumo desviado pelas influências dos
comerciantes venezianos, foram para Constantinopla, que foi tomada e saqueada.
Algumas partes da cidade ficaram sob domínio cristão até 1261.
A Cruzada das Crianças foi outro fracasso, no ano de 1212. Os cristãos acreditavam que
as crianças de alma pura poderiam reaver o Santo Sepulcro. Eram milhares delas. A
maioria morreu de fome, frio, ou foram sequestradas para serem vendidas como
escravas.
Outro fracasso foi a Quinta Cruzada (1217-1221), comandada por André II, rei da
Hungria, e Leopoldo VI, duque da Áustria.
Entre 1228 e 1229 aconteceu a sexta cruzada, liderada por Frederico II, imperador
alemão. Desta vez usaram a diplomacia para consequir o que queriam: os turcos
entregaram as cidades de Jerusalém, Nazaré e Belém. Mas elas logo foram retomadas
pelos muçulmanos.
A sétima cruzada (1248-1254) e a oitava cruzada foram comandadas por Luís IX, rei da
França, que de tanta piedade que teve dos muçulmanos acabou virando santo, conhecido
hoje por São Luís. Na sétima cruzada, Luís foi derrotado, acabou preso e seus
compatriotas tiveram de pagar uma pesada fiança para livrá-lo. Na oitava cruzada, Luís
atacou a cidade de Túnis, no norte da África, mas morreu lá em razão de uma forte dor
de barriga.
Resultados
Entre os resultados que as cruzadas tiveram, podemos citar:
- Aumento do comércio ocidente-oriente.
- A burgueria européia ficou mais rica, às custas dos nobres e cavaleiros que foram às
cruzadas.
- Com tanto movimento de pessoas, as cidades e o comércio entre elas se
desenvolveram.
- Alguns dos costumes orientais foram incorporados ao ocidente.
- Produtos novos orientais foram trazidos para a europa, como Arroz, Canela, pimenta,
cravo, açúcar, algodão, café e perfumes.
- A intolerância aos judeus na europa cresceu, havendo muitos massacres.
Introdução
Organização
Embora não tenham sido bem sucedidas, a ponto de até crianças terem
feito parte e morrido por este tipo de luta, estes combates atraíram
grandes reis como Ricardo I, também chamado de Ricardo Coração de
Leão, e Luís IX. Elas proporcionaram também o renascimento do
comércio na Europa. Muitos cavaleiros, ao retornarem do Oriente,
saqueavam cidades e montavam pequenas feiras nas rotas comerciais.
Houve, portanto, um importante reaquecimento da economia no
Ocidente. Estes guerreiros inseriram também novos conhecimentos,
originários do Oriente, na Europa, através da influente sabedoria dos
sarracenos.