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A IMPORTANCIA DE ENSINAR CIENCIAS: ESTRATÉGIA DE ENSINO

DISCURSÃO E DEBATE SOBRE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Marciele Borges da Silva1


Lindalva Lima Teixeira2
Belchior Alves da Silva3
Marcelo Franco Leão4

Reflexões Iniciais

Desde muito tempo, o modelo de ensino tem sido motivo de pesquisas e


modificações, se olharmos num passado não muito distante, veremos o professor como
uma figura de autoridade, onde somente sua voz importava. O método utilizado para
ensinar era a memorização através da repetição. Algo que apesar de prático, não era
assimilado, podendo ser esquecido com o passar do tempo, ou mesmo quando a
repetição não era devidamente realizada no dia a dia. O aluno era moldado como argila
porém não estava pronto para a sociedade, na forma de pensar, agir ou tomar decisões.

(...) A concepção de ensino de ciências, que tem como “objetivo


central a formação de cidadãos críticos que possam tomar decisões
relevantes na sociedade, relativas a aspectos científicos e
tecnológicos” (Santos e Schnetzler, 1997, p.54)
O ensino de ciências tem contribuído para manifestar ideias de um jeito que o
ensino esteja envolto com a realidade do aluno, pode induzir o mesmo a gozar de uma
cidadania fértil, estimulando os alunos a: relatar suas opiniões, argumentar e fazer
escolhas, conforme seu crescimento pessoal, entendendo assim as ideias mais cabíveis
tratando-se do empreendimento cientifico.

(...) Numa sociedade científica e tecnologicamente avançada, o


exercício da cidadania e a democracia só serão possíveis através de
uma compreensão do empreendimento científico e das suas
interações com a tecnologia e a sociedade que permita, a qualquer
cidadão, reconhecer o que está em jogo numa disputa sociocientífica,
alcançar uma perspectiva fundamentada, e participar em discussões,
debates e processos decisórios. (Reis e Galvão, 2005, p.03).

O empreendimento cientifico está diretamente ligado com questões políticas,


econômicas, morais, sociais, éticas. São assuntos polêmicos e controversos que entram
nos debates e discursões, permite transferir temas atuais vivenciados no dia a dia do
aluno, os quais são destacados na sociedade para sala de aula.

O debate está centrado no exercício da argumentação como “uma


atividade social discursiva que se realiza pela justificação de pontos
de vista e consideração de perspectivas contrárias (contra-
argumento) com o objetivo último de promover mudanças nas
representações dos participantes sobre o tema discutido” (De Chiaro
e Leitão, 2005, p. 350).
O debate e a discussão são formas de abordar problemas e de refletir sobre
possíveis soluções. Porém, não se trata apenas de um embate ideológico, mas sim de um
esforço de construção de resoluções de problemas utilizado por sociedades democráticas
para que seja possível chegar à conclusão mais adequada possível.

No debate e discursão os alunos são agrupados para defender uma causa,


defendendo o ponto de vista sobre o assunto, com informações e argumentos que
defendem suas ideias. Essa atividade tem como finalidade desenvolver a arte da defesa,
para que os alunos tenham interesses em buscar temas e estuda-los para que se
defendam e aprendam a formular suas próprias ideias.

Segundo Mortimer e Machado, (1996, p. 50), uma nova cultura é vista como um
processo de enculturação, isso quer dizer que a medida que aprendemos novas ciências
expandindo nossos mundos estamos expostos a abrir nossas mentes. Isso faz com que
tenhamos cada vez mais argumentos e assuntos para buscar, como uma fonte para
conhecer outras fronteiras.

Objetivo

O objetivo desse trabalho foi expor uma forma dinâmica de aprender e ensinar o
aluno, esse método que permite um relacionamento saudável entre aluno e professor. A
temática discursão e debate é uma forma do aluno estudar opiniões e conceitos e
elaborar um ponto crítico para formular sua própria ideia. Para que o mesmo assuma
suas próprias decisões ao vivenciar problemas sócias da sociedade. Essa temática,
envolve o aluno para que o mesmo tenha interesse nos temas atuais, desenvolvendo um
pensamento crítico, avaliando em detalhes as ocorrências e opiniões, tornado a
formação do aluno prudente perante a sociedade.

Desenvolvimento
A estratégia de aula citada aconteceu na aula de metodologia do professor
Marcelo Franco Leão no Instituto Federal De Educação Ciências E Tecnologia Campus
Confresa, com os licenciandos de Física, Química e Biologia da turma de 2018. A aula
foi baseada para turma do 9° ano do ensino fundamental, com início às 19:15, no dia 16
de maio de 2019.

A aula iniciou com os professores apresentando o tema aos alunos,


questionando-os sobre quais energias renováveis eles conheciam, onde foram citados:
Energia Eólica, geotérmica, solar, hidrelétrica, ondomotriz, maremotriz e biomassa.

(Figura 1: Energias Renováveis)

(Fonte: Brasil escola, 2017)

As fontes renováveis são produções de energia em que suas fontes são capazes
de manter-se disponíveis durante um longo prazo, contando com recursos que se
regeneram ou que se mantêm ativos permanentemente, são fontes que contam com
recursos não esgotáveis.

Para ficar claro sobre o conceito das energias renováveis, os tipos e como
funciona foi exposto um vídeo dinâmico, do Canal Youtube: Descomplica. Assim, os
alunos anotaram sobre as energias e curiosidades que eles não sabiam.

(Figura 2: Canal Descomplica)

(Fonte: YouTube, canal descomplica, 2017)


No vídeo, mostrava os vários tipos de energia como por exemplo: Eólica,
Hidrelétrica, Solar, Geotérmica, Ondomotriz, Maremotriz e Biomassa. Demostrando o
desenho para facilitar o entendimento, e descrevendo do que derivava cada energia.

(Figura 3:Energia Eolica)

(Fonte: You Tube, canal descomplica, 2017)

A energia Eólica provem da força promovida pelos ventos para a produção de


energia. As usinas eólicas utilizam-se de grandes cataventos instalados em áreas onde a
movimentação das massas de ar é intensa e constante na maior parte do ano. Os ventos
giram as hélices, que, movem as turbinas, acionando os geradores.

(Figura 4: Energia Hidrelétrica)

(Fonte: YouTube, canal descomplica, 2017)


A energia hidroelétrica utiliza-se do movimento das águas dos rios para a
produção de eletricidade. Por um lado, as hidroelétricas trazem vários prejuízos
ambientais, não só pela inundação de áreas naturais e desvio de leitos de rios, como
também pelo dióxido de carbono emitido pela decomposição da matéria orgânica que se
forma nas áreas alagadas. Por outro lado, essa é considerada uma eficiente forma de
geração de eletricidade, além de ser menos poluente, por exemplo, que as termoelétricas
movidas a combustíveis fósseis.

(Figura 5: Energia Solar)

(Fonte: YouTube, canal descomplica, 2017)

Essa energia consiste no aproveitamento da radiação solar emitida sobre a Terra.


Trata-se, portanto, de uma fonte de energia que, além de inesgotável, é altamente
potente, pois uma grande quantidade de radiação é emitida sobre o planeta todos os dias.
A sua principal questão, todavia, não é a sua disponibilidade na natureza, e sim as
formas de aproveitá-la para a geração de eletricidade. Existem duas formas de utilização
da energia solar, a fotovoltaica, em que placas fotovoltaicas convertem a radiação solar
em energia elétrica, e a térmica, que aquece a água e o ambiente, sendo utilizada em
casas ou também em termoelétricas através da conversão da água em vapor, este
responsável por movimentar as turbinas que acionam os geradores.

(Figura 6: Energia Geotérmica)

(Fonte: YouTube, canal descomplica, 2017)


A energia geotérmica corresponde ao calor interno da Terra. Em casos em que
esse calor se manifesta em áreas próximas à superfície, as elevadas temperaturas do
subsolo são utilizadas para a produção de eletricidade.

(Figura 7: Energia Ondomotriz)

(Fonte: YouTube, canal descomplica, 2017)

A energia das ondas ou ondomotriz, provém do aproveitamento das ondas


oceânicas. É uma energia "limpa", isto é, sem quaisquer custos para o ambiente e até a
atualidade, não está disponível de forma comercial.

(Figura 8: Energia Maremotriz)

(Fonte: You Tube, canal descomplica, 2017)


A energia das marés, também conhecida como energia maremotriz, é obtida por
meio do aproveitamento da energia proveniente do desnível das marés. Para que essa
energia seja revertida em eletricidade é necessária a construção de barragens, eclusas
(permitindo a entrada e saída de água) e unidades geradoras de energia.

(Figura 9: energia biomassa)

(Fonte: YouTube, canal descomplica, 2017)

A biomassa corresponde a toda e qualquer matéria orgânica não fóssil. Assim,


pode-se utilizar esse material para a queima e produção de energia, por isso ela é
considerada uma fonte renovável. Sua importância está no aproveitamento de materiais
que, em tese, seriam descartáveis, como restos agrícolas (principalmente o bagaço da
cana-de-açúcar), e também na possibilidade de cultivo.

Depois de muita conversa, foi proposto um debate para a turma, da seguinte


forma A turma foi dividida em dois grupos, 1 e 2. Onde o grupo 1 falaria das vantagens
das energias renováveis e o grupo 2 falaria das desvantagens. Na caixa do conhecimento
o tipo de energia foi escolhido. Foram entregue algumas folhas com informações sobre
as energias.

Logo em seguida começaram algumas discursões acerca dos temas. Alguns dos
comentários foram os abaixo:

Gráfico 1: Comentários dos alunos


TIPO DE VANTAGENS DESVANTAGENS
ENERGIA
Energia Solar Não polui durante seu uso Tem rendimento de
apenas 25%
Energia Eólica É inesgotável Contem impacto sonoro
Energia Tem baixo custo Ocorre impacto
Hidráulica ambiental na construção
da usina
Energia É uma fonte inesgotável Altos custos
Maremotriz
Energia Não produz qualquer tipo de poluição Tem instalações de
Ondomotriz potencias reduzidas
Energia É pouco poluente Contribui para a
Biomassa formação de chuvas
acidas
Energia Não opera na queima de combustíveis Possui contaminação de
Geotérmica lagos e rios
(Fonte: Elaborada pelos autores, 2019)

(Figura 10: Alunos debatendo sobre energias)

(Fonte: Arquivo Pessoal Marcelo Leão, 2019)


O debate foi iniciado com um sorteio para determinar quem daria início as
discussões, o grupo escolhido foi o grupo 1, o aluno pegou um papel dentro da caixa do
conhecimento, onde determinava sobre qual energia eles debateriam. Durante a
atividade proposta foi avaliado o desempenho do grupo através do debate, o
desempenho para defesa e desenvoltura do grupo, através das falas, opiniões e postura.

Os alunos fizeram suas anotações sobre a aula, avaliando a temática e


aprendizagem, alguns deles foram os seguintes comentários:

Comentário 1: “Um bom modelo para expor opiniões e ouvir os outros pontos de
vista, muito bom para aprender com outras experiências.

Comentário 2: Uma forma de aprendizagem muito bem relevante, no debate


houve exposição de várias ideias e opiniões, aprendemos muito com as falas da aula.

Comentário 3: Gostei bastante da aula pois estimulou os alunos a exporem seus


conhecimentos a respeito do conteúdo, o tema foi muito interessante com bastante
coisas a acrescentar no dia a dia.

Conclusões finais

O debate tem como foco fortalecer o aluno para que o mesmo consiga
reformular questões em que vive, tomando decisões e avaliando opiniões. Muitas vezes
o estudante por esta num ponto crítico de conforto, principalmente com a passagem da
juventude, habita num setor não muito questionado e inseguro, onde as coisas do dia a
dia passam despercebido e acabam por pensar que a ciência é “coisa de outro mundo”.
Quando o professor traz a temática para a sala e abrange um problema social no qual o
aluno vive, o mesmo acaba se envolvendo a ponto de tornar um assunto difícil e
complicado em um assunto prático e de interesse por parte de todos. São assuntos que
trazem espaços para questionamentos e construções de conhecimentos, aprofundando os
conteúdos e associando temas sociais com ciências.

Referências bibliográficas

SANTOS, W.L.P. e SCHNETZLER, R.P. O Debate como Estratégia em Aulas de


Química. QUÍMICA NOVA NA ESCOLA. Vol. 32. N° 1. 2010.
REIS, Pedro e GALVÃO, Cecilia. Discursões acerca do aquecimento global:
Uma proposta CTS para abordar esse tema controverso em sala de aula. Ciência e
ensino. vol. 1. 2007
DE CHIARO, S. e LEITÃO, S. O Debate como Estratégia em Aulas de Química.
QUÍMICA NOVA NA ESCOLA. Vol. 32. N° 1. 2010.

MORTIMER, E.F. e MACHADO, A.H. O Debate como Estratégia em Aulas de


Química. QUÍMICA NOVA NA ESCOLA. Vol. 32. N° 1. 2010.

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