“O meu rebenque – diz o major – não serve para nada; e neste caso, meu amigo, o seu al- vitre de nada me serve, pois que não resolve o embaraço em que me vejo”. 3 rindo uma ideia de amplitude; e o primeiro termo ainda se distingue do segundo por ser mais expressivo e mais belo, e por sugerir alguma coisa de fecundidade. – Declive (ou declívio) é a inclinação da encosta, do alto do monte para baixo; e aclive é também essa inclinação, mas considerada de baixo para cima. – Rampa e ladeira exprimem igual- mente plano inclinado, com esta diferença: a ladeira (lado suave de colina ou monte) é menos áspera, mais fácil de subir; enquanto que a rampa nem sempre é acessível, pois pode ser tão íngreme que se torne de difícil ou mesmo impossível ascensão. Dizemos: “a ladeira da Glória”; “a rampa do Pão de Açúcar”. – Lado, ou lados designam apenas as partes opostas da montanha (ou de qual- quer corpo) sem ideia alguma acessória. ABA, falda, base, orla, sopé; vertente, en- costa, flanco, ilharga, lado, ladeira, declive, aclive, rampa. – Todas estas palavras de- signam “refegos, lados, parte pendente de alguma coisa”, e sugerem ideia de altitude, inclinação, etc. – Aba é a parte mais baixa e prolongada de um cone, de um monte, de um chapéu; falda (ou fralda) é também (na acepção em que a tomamos aqui) a parte inferior do monte: difere de aba porque acrescenta, à ideia de extremidade e incli- nação, o sentido de forma irregular, ou de superfície dobrada... como as fraldas de uma camisa. – Sopé e orla designam a parte do monte que assenta no plano horizontal ocupado por ele: sopé é a porção do dito plano onde a montanha começa; orla é mais o recorte da aba, ou da parte onde a mon- tanha começa a destacar-se do plano sobre que assenta. Base é toda a porção do plano horizontal que o monte abrange. – Encos- ta é toda a parte inclinada de um monte; e vertente adita à significação de encosta a ideia de origem de rio, de “vertidura de águas pluviais”. – Flanco e ilharga desig- nam também os lados do monte, mas suge- 4 ABAS, adjacências, contiguidades, cerca- nias, contornos, circunvizinhanças, ime- diações, proximidades, confins; bairros, distritos, comarcas, subúrbios, arrabaldes, arredores, redondeza. – Todas estas pala- vras designam situações em torno de um ponto, ou de uma povoação; e distinguem- -se principalmente pela ideia, que marcam, de maior ou menor afastamento desse pon- to. Bairros são secções de uma cidade, ou de um município. – Distritos são secções maiores que compreendem vários bairros; assim como comarcas são divisões mais extensas que distritos. – Imediações são partes da cidade, ou de um lugar, que lhe ficam imediatamente em volta; vizinhan- ças e circunvizinhanças são os lugares que se seguem às imediações, diferençando-se a segunda da primeira pela noção acessó- ria de contorno (e ambas dando ideia de convivência); cercanias são as paragens em torno de um lugar, e mais afastadas que as circunvizinhanças; proximidades são pon- tos das cercanias. – Arrabaldes designa aDicionário de Sinônimos da Língua Portuguesa porção de uma vila ou cidade que lhe fica fora dos muros, ou para além do circuito urbano; arredores são arrabaldes mais dis- tantes, e quase sempre não povoados, ou tendo poucas habitações. – Contornos de- signa a totalidade dos arredores (de uma cidade ou de um lugar). – Redondeza ou redondezas, tudo que fica dentro dos limi- tes do círculo visual de que se supõe centro à cidade, ou um ponto dado; e confins são os limites em relação aos de outro. – Por subúrbios entende-se toda parte habitada que fica sob a jurisdição da cidade. – Abas são “os pontos extremos de uma povoação, contidos, porém, dentro do seu perímetro”; contiguidades e adjacências, as porções habitadas que se seguem às abas, sendo o segundo termo mais vago. – Diremos com propriedade: “o bairro de Botafogo”; “morar em Pedrouços é morar nas abas de Lisboa” (Bruns.); “mudou-se mais para as imediações do centro urbano”; “tem casa nas vizinhan- ças da praça ou do bairro”; “não gosta de ponto algum das circunvizinhanças do Caste- lo”; “nas cercanias de Olinda lutou-se toda a tarde”; “quando anoiteceu estávamos já nas proximidades da fazenda”; “aqueles jardins e pomares já eram adjacências e quase contiguida- des de Jerusalém”; “a Tijuca é um dos mais belos arrabaldes do Rio”; “o Méier, o mais aprazível dos nossos subúrbios”; “nos arredores de S. Cruz há algumas fazendas”; “em todo o contorno da vila não se encontrou um mo- rador pobre”; “a epidemia alastrou-se pela redondeza do nosso acampamento, e chegou até os confins do país inimigo”; “nas vastas comarcas daquela província há distritos riquíssi- mos em minerais”. 5 ABAFAR, sufocar, conter, reprimir, sofrear, refrear; vencer, domar, suplantar, superar, submeter, subjugar, jugular, sujeitar, de- belar, dominar, sobrepujar, sobrelevar. – # 5 Abafar é impedir que respire, tome forças, que cresça, que vingue; sufocar é impedir de viver privando da respiração, é “matar por asfixia”; conter é moderar, impedir que se manifeste, que opere, que se mova; repri- mir é conter com mais energia e decisão, até com força e violência; debelar é reprimir à custa de guerra, ou vencer em luta; subju- gar é submeter a jugo, a império; jugular é reprimir, vencer com escarmento, como estrangulando (do latim jugulare “degolar”, “cortar a cabeça”); sofrear é conter com prudência e cuidado, não deixar que apa- reça ou que se desenvolva; refrear é conter com esforço e trabalho; dominar é subme- ter com império, como senhor; vencer é sair vitorioso de um combate, de um embaraço, de um transe; submeter é “reduzir à depen- dência, pôr sob a autoridade, ou o poder de”; suplantar (etimologicamente “meter debaixo dos pés”) é vencer com orgulho, humilhando o vencido; domar é submeter, subjugar pela força bruta, e mes