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Atividade 2 TPF

Leonardo Ramos
ra: 13201910076

O conceito de utopia como um “não-lugar” traduz, em partes, o atual


momento em que vivemos, tendo em vista que a situação vivida na maior parte do
planeta o cotidiano já não é mais o mesmo. Em partes, pois, há uma ruptura nas
relações sociais, porém ainda é cedo para afirmar se haverá uma ruptura nas
organizações como um todo. Em partes, também, pois, ao mesmo tempo que
vemos cada vez mais solidariedade – mesmo que forçada pelo individualismo – é
jogada na nossa cara as desigualdades presentes em nossa sociedade. Em alguns
casos, podemos imaginar uma evolução social mais pautada na ciência e debate
acadêmico, porém, em outros casos vemos o negacionismo da ciência e o
moralismo religioso tomando conta de lugares que já não condiz com a sua
finalidade.
Seja a utopia um discurso ou um pensamento, seja ela a fase final da
organização social, a busca da felicidade, igualdade e equidade dos cidadãos nunca
tiveram tanto espaço para debate. De fato, o mundo está mudando, essa pandemia
marca o fim do século XX – se levarmos em conta a premissa de Hobsbawn que diz
o longo século XIX só termina depois do fim da Primeira Guerra Mundial –
mudanças que talvez levariam décadas para serem sentidas, estão acontecendo em
meses. O trabalho remoto, educação a distância, e até mesmo o debate sobre
sustentabilidade, ainda que sob a tutela do questionamento sobre o modelo de
sociedade baseada em hábitos de consumo, ganharam mais força.
Porém, há quem diga que sairemos dessa crise de um modo pior do que
entramos, com distorções e desigualdades ainda mais acentuadas. Devemos nos
perguntar, estamos prontos para fazer mudanças significativas para o futuro, ou
manteremos as coisas do mesmo jeito? Nos tornaremos melhores como coletivo,
ou nos afundaremos em nossa individualidade.

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