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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

PEDAGOGIA

PRODUÇÃO TEXTUAL INDIVIDUAL


PRODUÇÃO TEXTUAL INDIVIDUAL

Trabalho interdisciplinar do curso Superior de


Pedagogia, realizado como forma de avaliação no
método de educação a distância da Universidade Norte
do Paraná - UNOPAR
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1 INTRODUÇÃO

A sala de aula é um local especial de produção de sentidos novos e


significados importantes, principalmente em relação aos conceitos escolares. Do
educador se espera a condução do seu grupo de educandos, através da
compreensão e da negociação dos mais diversificados processos de significados
que englobam as situações de aprendizagem.
O presente trabalho tem como objetivo identificar à abordagem
teórica que um profissional de educação do ensino médio utiliza em sala de aula ao
exercitar sua prática pedagógica. Para tanto será entrevistado um professor de
história de uma escola do município de Nilópolis.
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2 DESENVOLVIMENTO

Discorrer sobre o exercício de um docente em sala é o mesmo que


arrazoar sobre um saber-fazer do educador repleto de ligeiras variações e
significados. Implica falar dos seus conhecimentos profissionais cheios de tanta
multiplicidade que surgem na execução de seus afazeres diários.
Licenciado em história pela Federação de Escolas Simonsen, RJ, e
pós-graduado em história social pela UNICAMP, SP, Pedro leciona h 14 (quatorze)
anos para os alunos do ensino médio da Escola Pública Estadual Antônio Figueira
de Almeida, Nilópolis/RJ. Hoje com 36 (trinta e seis) anos de idade e percorrendo
uma jornada de 40 (quarenta) horas semanais.
Segundo o Professor Pedro, ensinar e aprender são situações muito
distintas, mas que ainda se confundem. Expressões como ensino-aprendizagem,
constantemente repetida e utilizada na pedagogia favorecem essa desarmonia.
Contudo a verdade é que existe ensino sem aprendizagem, bem como
aprendizagem sem ensino. “Eu poderia ensinar história de uma maneira que
nenhum de meus alunos conseguiria aprender, tão logo meus alunos poderiam
aprender história simplesmente lendo os livros, sem que necessitassem da minha
intervenção”.
O professor resume o ato de ensinar como sendo o caminho
facilitador para a compreensão do presente, preparando os alunos para a vida
adulta, despertando interesses, potencializando sentidos de identidade auxiliando-os
na compreensão de suas próprias raízes culturais e da herança comum,
contribuindo para um conhecimento globalizado que introduza os alunos em
domínios de diversas metodologias.
Quando questionado sobre como ensina, o Professor relatou que é
possível perceber a existência de uma admirável diferença entre um professor que
sabe ensinar e aquele que apenas ministra aula. Ou seja, é grande a distância entre
um bom e um mau professor. “Acredito que essa grande diferença habita no fato de
que o bom mestre, ao “transmitir” conhecimento, o “transforma” em sabedoria”.
O aprender, no entanto é algo mais sublime, é entender algo que
não se entendia antes, é encontrar o melhor modo de se fazer isso ou aquilo. Mas
existe uma lógica a ser considerada quanto ao aprender, diz o professor “aprender
matemática é diferente de se aprender português, que é diferente de se aprender
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história e assim por diante”. Todavia, poucos fazem essa distinção e estudam da
mesma forma para todas as matérias. Aprender, segundo o professor, é um
processo automático, até certo ponto. Aprender envolve os processos naturais de
nossa maturidade cognitiva e física, como engatinhar, andar ou falar, por exemplo.
Aprender é um método reflexivo, que abrange empenho para o autoconhecimento.
Aprender é descobrir algo que você não sabia antes.
Já no quesito avaliação temos, segundo o professor, o medo e a
apreensão do aluno, pois se trata de um momento pesado e de excessiva pressão.
A prova é uma tramitação que ocorre para que o docente possua uma ciência sobre
o fato de suas metodologias de ensino surtem efeito na aprendizagem dos alunos,
bem como se os conteúdos estão sendo assimilados. Avaliar constituía
simplesmente aplicar provas, atribuir nota e considerar em aprovados e reprovados
os alunos. Ainda hoje existe essa prática. Contudo, esse exercício aos poucos está
sendo deixado para traz.
O ato de avaliar não deve ser programado para um único momento
em que se realizam provas e testes, mas deve constituir-se de um método sucessivo
e que ocorra dia após dia, buscando ajustar erros e norteando o aluno para a
conquista de novos caminhos por meio de feedbacks. Assim, a avaliação trabalha
como um componente de conexão e motivação para o método. É imperativo
compreender que avaliar não incide apenas em fazer provas, avaliar é um método
ininterrupto, que acontece dia após dia, procurando corrigir erros e construir novos
conhecimentos.
O professor entrevistado embasa sua prática teórica na tendência
progressista libertadora, sendo ele um defensor da autogestão pedagógica, dando
maior ênfase ao processo de aprendizagem grupal.
Segundo Luckesi (2007), a pedagogia progressista parte de uma
análise crítica das realidades sociais, seu principal objetivo é mudar tal realidade.
Demandam a concepção da educação a partir de seus condicionantes sociais,
reconhecendo os educandos como atores transformadores da história. Acerca do
potencial transformador o autor afirma:

[...] cabe entender a educação como um instrumento de luta. Luta para


estabelecer uma nova relação hegemônica que permita constituir um novo
bloco histórico sob a direção da classe fundamental dominada de sociedade
capitalista. Destaca-se aqui a importância fundamental da educação. A
forma de inserção da educação na luta hegemônica configura dois
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momentos simultâneos e organicamente articulados entre si: um momento


negativo que consiste na crítica da concepção dominante; e um momento
positivo que significa: trabalhar o senso comum de modo a extrair o seu
núcleo válido e dar-lhe expressão elaborada com vistas à formulação de
uma concepção de mundo adequada aos interesses populares (LUCKESI,
2007).

CONCLUSÃO
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O trabalho realizado veio de encontro aos objetivos e anseio da


acadêmica, foi possível aliar à teoria a prática ao poder conhecer detalhadamente
como é a prática pedagógica de um profissional da educação.
Percebeu-se que o entrevistado possui visão progressista a respeito
do ato de ensinar e aprender, o mesmo dá valor ao processo de aprendizagem em
grupo, através de palestras, discussões e outros. Nesse caso o educador faz papel
de animador, se colocando ao nível de seus alunos, procurando se adaptar as
características de cada grupo.
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REFERÊNCIAS

LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da escola pública: a pedagogia crítico-


social dos conteúdos. Disponível em:
<https://drive.google.com/file/d/0B3GQrRvm4KXONjhCUDNsd3gweXM/view?pli=1> .
Acesso em: 14 set. 2015.

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