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Os indivíduos deslocam-se a museus a fim de observar, os mesmos expõem para o

vislumbre. Ao mencionarmos à imagem e seu vínculo com a história, mencionamos,


inclusive, o enxergar a totalidade, enxergar a história e seu relato panorâmico constituído por
fotografias, objetos, esculturas e pinturas exibidos em uma exposição ou museu, estritamente
uma expografia que trate um tema histórico.

É distinta a dedução que as reproduções formem uma ferramenta pedagógica muito


empregada na instrução de História como uma investida para vislumbrar o pregresso, segundo
afirma Bittencourt (2008, p. 69) “Os livros didáticos de História, já em meados do século
XIX, possuíam litogravuras de cenas históricas intercaladas aos textos escritos”.

Para Greenhill em sua obra intitulada Museums and the interpretation of visual
culture:

Os objetos em coleções de museus podem incorporar as ideias e valores das


formações sociais anteriores. Analisando a interpretação da cultura visual, hoje em
dia, será importante avaliar até que ponto e em que medidas, interpretações
passadas, entendimentos do passado, estão ainda em circulação (GREENHILL,
2009, p. 16).

Ainda de acordo com Greenhill (2009, p. 24) a edificação das narrativas dominantes
são peculiaridades do museu moderno, narrativas grandiosas, relatos universais que
tencionam ficar válidos, [...] socializados como inevitáveis, universais e verdadeiros.

Uma história é contada por meio de uma exposição, por essa razão se diz narrativa. A
equipe é que decide como contar tal história. Em uma exposição à narrativa demanda
inúmeras decisões, como: sons, visual, tecnologia, que obrigatoriamente necessita possuir
início, meio e desfecho. A exposição pode ser composta por diversas partes, partindo-se de
um texto. Tal metodologia auxilia a tarefa de segmentar o local expositivo, delega relevância
a certos objetos ou pontos que necessitam destaque e facilita aos visitantes a compreensão do
que se almeja comunicar.

O dinamismo das linguagens, muitas vezes, faz com que a exposição seja cativante e
não necessariamente o acervo. A fim de se montar uma exposição impressionante, é preciso
ter definido o que se pretende fazer, para que público e os motivos.

As coisas (peças) alteram o universo, transformam o cotidiano dos indivíduos,


definem um tempo e auxiliam para a ponderação social de sociedades e grupos. E é nos
museus que parte disto encontra-se exposto, ao mesmo tempo em que o todo está no universo,
perto de nós, dividindo com a gente a vida.

Ao se incorporar objetos ao museu, a narrativa está sendo enriquecida, pois os mesmos


ganham grandeza, uma vez que se acredita que tragam gravados em símbolos de uma época
distante. “O local onde se encontra a obra já é, para o contemplador, um a priori que dirige o
seu olhar – estar num museu confere, à obra, um status diferenciado que conduz/induz sua
contemplação pelo espectador” (GUIMARÃES, 2003). Para que a narrativa apresente um
discurso lógico é preciso que a exposição seja ordenada de maneira a interligar as salas do
museu.

A partir do acervo e da expografia, a exposição deve convir com todos os públicos e


aguçar em cada indivíduo a probabilidade de elucidar o passado através de uma exposição
museológica. Deve-se ir a um museu muitas vezes, pois a cada visita é possível adquirir novas
perspectivas, novos conhecimentos e detalhes novos são percebidos, fazendo nascer sensações
inovadoras.

“(...) os artefatos são como átomos, ligados uns aos outros pela força das ideias que
lhes deram origem. Aí reside a potência do Museu, como ideia” (BITTENCOURT, 2008, p.
39).

As narrativas de um museu se focam em transmitir informações sociais, históricas e


artísticas, muitas vezes de uma única forma, sem apresentar inúmeras concepções, levando a
um entendimento indiferente de assuntos.

BITTENCOURT, Circe. Livros didáticos entre textos e imagens. In: ______. (Org.). O saber
histórico na sala de aula. 11ª ed. São Paulo: Contexto, 2008.

GUIMARÃES, Manoel Luiz Salgado. Memória, história e historiografia.


In: BITTENCOURT, José Neves; BENCHETRIT, Sarah Fassa; TOSTES era Lúcia Bottrel
(orgs). História representada: o dilema dos museus. Livro do Seminário Internacional. RJ:
Museu Histórico Nacional, 2003.

Hooper-Greenhill, Eilean. 2007. “Interpretative Communities, Strategies and Repertoires.” In

Museums and Their Communities, editado por Sheila Watson, 76-94. London e New York:
Routledge.

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