Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
a
PG b
e a aplicação de modelos de proporcionalidade. Estes modelos 2
estão baseados em relações geométricas e matemáticas que, mui- a a ab
to mais do que emprestar à peça gráfica valores estéticos, nelas
introduzem padrões de crescimento, propiciando a geração de
formas recorrentes (como nas couves-flor, cuja menor parte
mantém a configuração da hortaliça inteira). b ab b
2
01
pretende transmitir, que é de quadrados consecutivos:
Elemento gerador de um quadrado de área X
16=4
Com a construção acima, é fácil ler:
O elemento gerador (raiz quadrada) de um qua-
drado de área 16 é 4!
O que se criou com este procedimento foi um padrão de
Ou
crescimento! Uma forma de gerar conjunto de elementos rela-
A aresta de um quadrado de área 16 unidades qua- cionados entre si.
dradas mede 4 unidades! Esse é um princípio de proporcionalidade: uma cadeia e for-
mas recorrentes. Isso é muito mais que um padrão estético.
Pela mesma lógica, o termo Raiz Cúbica diz respeito a um cu-
bo de volume X: Há uma outra construção que conduz a padrão de crescimento:
construir um retângulo proporcional a partir de um quadrado
e de sua diagonal :
3
64=4 2
2
A aresta de um cubo de volume 64 unidades me- 1
de 4 unidades!
Por falar em Raiz Quadrada, um valor muito utilizado em cál-
culos matemáticos é
5 4 3 2 1
0,5
2
0,5
2 0,5
2
4
0,5 0,5 5
02
É este padrão de crescimento que dá origem à série A de for- Outra construção que resulta em padrão de crescimento mas
matos de papéis gerado pela DIN (Deutsch Industrie Norm) e normalmente é apresentada como padrão (somente) estético é a
adotado pela ABNT - Associação Brasileira de Normas Proporção Áurea, cuja construção é a seguinte:
Técnicas. Ele começa com um retângulo 1: 2 com 1 metro qua-
drado: Parte-se de um quadrado 1:1 dividido ao meio. Com a diagonal
do retângulo assim obtido, constrói-se o retângulo áureo, cuja
1188 cm proporção é de 1:1,618:
1 1, 618
840
2
1m 1 1
297 297
210
1/8 m2
420
14,85 1
1/4 m2
210
1/16 m2
A5
A6
03
Apenas a título de exemplo, veja uma relação de proporcionali-
dade baseada no Número de Ouro em um pentagrama:
04
Fossem somente uma questão estética, o uso das proporções se-
“ Como mostra a figura, o projeto integral (C) dessa ae-
ria verificável somente naquelas construções de arte, arquitetu- ronave cabe em dois retângulos áureos recíprocos, que
ra, etc., projetadas pelo ser humano de forma planejada e inten- se juntam ao longo da linha central da fuselagem; o
cional para que sejam percebidas pelas suas qualidades formais. comprimento dos maiores corresponde à frente do avião
(do nariz às pontas das asas), enquanto que os menores
No Arco de Constantino e em outras construções antigas, obje-
contêm a cauda.
to de constante estudo, isso é possível.
O corte lateral B mostra que o corpo está contido intei-
Entretanto, o mesmo autor, Doczi, estudou a fuselagem de um ramente em cinco retângulos áureos somados a um recí-
Boeing 747 em relação às suas proporções. proco, enquanto que o nariz cabe no menor deles.
Quatro dos retãngulos maiores envolvem o resto da fu-
Se partirmos da premissa que uma aeronave desse porte tem co- selagem, incluindo asas e cauda, enquanto que o quinto
mo prioridade de projeto sua viabilidade aerodinâmica, não de- contém o leme.
veríamos aí encontrar critérios de índole estética como as rela- A vista frontal A é contida em dois retângulos áureos.
ções de proporção. A base do trem de aterrissagem está em proporção áu-
Afinal, antes de parecer bela, uma aeronave tem que voar. rea com a altura do avião (do chão até o topo do leme).
(...)
A figura abaixo, publicada no mesmo livro de Doczi, é o resul- As proporções de cada asa (D) lembram as sementes
tado de seu estudo. O texto ao lado foi reproduzido do livro, aladas do bordo e as asas das moscas: cada uma delas
com algumas das conclusões do autor. está contida dentro de um par de retângulos áureos igua-
is, assim como a projeção frontal. (...)”
Da mesma forma que estes elementos tridimensionais aqui seu projeto, podem resultar, simultaneamente, na inserção de
apresentados, peças e elementos gráficos também precisam es- padrões de crescimento e de qualidade estética.
tar apoiados em algum tipo de estrutura. Os exemplos apresentados na página seguinte são do livro
Utilizar cânones, sistemas e relações de proporcionalidade no Design Visual 50 Anos, de Alexandre Wollner.
05
A primeira figura apresenta a estrutura da diagramação do li- A terceira figura o esquema de diagramação da família de emba-
vro. Note que as referencias de margens, colunas, entrelinha- lagens do Laboratório Aché. Neste projeto, as tarjas vermelha e
mento e localização de elementos adicionais estão especificadas preta obrigatórias nas embalagens de medicamentos controla-
a partir das relações internas da página. dos fazem parte da diagramação. Note que ela é aplicável a em-
A segunda figura mostra a diagramação da marca original do balagens com proporções diferentes sem perda de suas caracte-
Banco Itaú, intocada nas diversas modificações, inclusive cro- rísticas formais e da noção de “família de produtos” (unidade).
máticas que foram feitas na marca.
06