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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

CENTRO TECNOLÓGICO
LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA GESTÃO DE NEGÓCIOS E MEIO AMBIENTE
MESTRADO PROFISSIONAL EM SISTEMAS DE GESTÃO

JOSÉ GERALDO ABUNAHMAN

CONTROLE INTERNO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL: ESTUDO DO


MODELO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS NA UNIVERSIDADE FEDERAL
FLUMINENSE

Niterói
2006
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JOSÉ GERALDO ABUNAHMAN

CONTROLE INTERNO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL: ESTUDO DO


MODELO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS NA UNIVERSIDADE FEDERAL
FLUMINENSE

Dissertação apresentada ao Curso de


Mestrado em Sistemas de Gestão da
Universidade Federal Fluminense como
requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Sistemas de Gestão. Área de
concentração: Organizações e estratégias.
Linha de pesquisa: Sistema de Gestão pela
Qualidade Total.

Orientador
Prof. Dr. Luis Perez Zotes

Niterói
2006
JOSÉ GERALDO ABUNAHMAN

CONTROLE INTERNO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL: ESTUDO DO


MODELO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS NA UNIVERSIDADE FEDERAL
FLUMINENSE

Dissertação apresentada ao Curso de


Mestrado em Sistemas de Gestão da
Universidade Federal Fluminense como
requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Sistemas de Gestão. Área de
concentração: Organizações e estratégias.
Linha de pesquisa: Sistema de Gestão pela
Qualidade Total.

Aprovado em ___ de maio de 2006.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________
Prof. Luis Perez Zotes, D.Sc.
Universidade Federal Fluminense - UFF

_______________________________________________
Prof. Rubens Huamanchumo Gutierrez, D.Sc.
Universidade Federal Fluminense - UFF

_______________________________________________
Prof. Cristina Gomes de Souza, D.Sc.
Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca – CEFET-RJ
Dedico este trabalho

Aos meus familiares e colegas da UFF pelo carinho e incentivo


AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador Prof. Dr. Luis Perez Zotes.

E aos Mestres pelos conhecimentos transmitidos.


RESUMO

O presente estudo aborda o controle interno e auditoria voltados para a


Administração Pública, e analisa tais mecanismos nas IFES - Instituições Federais
de Ensino Superior. Apresenta revisão bibliográfica pertinente ao tema segundo a
qual se estabelecem conceitos de controle interno e auditoria, modelos e normas
elaborados pelo MEC, bem como inovações progressivas trazidas pela legislação
específica para estes fins. Através da avaliação do modelo de Prestação de Contas
na Universidade Federal Fluminense - UFF verificou-se o reconhecimento da
importância do controle interno nas Instituições Federais de Ensino Superior como
um instrumento importante para a gestão das Universidades, pois permite a
transparência nas prestações de contas.

Palavras-chave: Controle Interno, Auditoria, Instituições Federais de Ensino


Superior, Relatório de Gestão.
ABSTRACT

The present study approaches the internal control and auditorship at Public
Administration, and analyzes such mechanisms in the IFES - Federal Institutions of
Superior Education. Pertinent bibliographical revision establish concepts of internal
control and auditorship, models and norms elaborated for MEC, as well as gradual
innovations brought by specific legislation. Through the evaluation of Accounts
rendering model in Universidade Federal Fluminense - UFF it was recognized the
importance of internal control in Federal Institutions of Superior Education as an
important instrument for the management of Universities, therefore it allows
transparency in accounts.

Key- Word: Internal control, Auditorship, Federal Institutions of Superior Education,


Report of Management.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Estrutura da Dissertação 17


Figura 2 - Controle Contábil e Administrativo 27
Figura 3 - Controle Interno. Fonte: Silva (2002) 28
Figura 4 - Sistema de Controle Interno 44
Figura 5 - Orientações para o cálculo dos indicadores 60
Figura 6 – Regime de dedicação dos professores 62
Figura 7 – Regime de trabalho funcionários 63
Figura 8 – Qualificação dos docentes 64
Figura 9 – A UFF no Estado do Rio de JANEIRO 67
Figura 10 - Administração Superior da Universidade 70
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Origem de Recursos 90


Tabela 2 – Transferências do Tesouro Nacional 91
Tabela 3 - Gastos com Pessoal 92
Tabela 4 – Despesa de Custeio e Capital 92
Tabela 5 - Transferências do Tesouro Nacional 93
Tabela 6 - Aplicação de Recursos Próprios 94
Tabela 7 - Relação Despesas de Custeio e Capital x Receita
Própria 95
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 11
1.1 O PROBLEMA 11
1.2 JUSTIFICATIVA 12
1.3 OBJETIVOS 14
1.4 HIPÓTESES 14
1.5 METODOLOGIA 14
1.6 RESULTADOS ESPERADOS 15
1.7 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO 15
2 REVISÃO DA LITERATURA 18
2.1 CONTABILIDADE COMO INSTRUMENTO DE CONTROLE 18
2.2 CONTABILIDADE PÚBLICA 19
2.3 CONTROLE INTERNO GOVERNAMENTAL 21
2.3.1 Origens do controle interno 21
2.3.2 O controle interno nas organizações públicas 23
2.3.3 Princípios do Controle Interno 25
2.3.4 Objetivos e estrutura dos controles internos 27
2.3.5 Tipos e sistemas de controle interno 30
2.3.5.1 Controle Interno Contábil 32
2.3.6 Legislação sobre controle interno 34
2.4 AUDITORIA INTERNA 38
2.4.1 Conceito e delineamentos básicos 38
2.4.2 Objetivos da auditoria interna 39
2.4.3 Delimitação da responsabilidade da Auditoria Interna 40
2.4.4 Auditoria Interna e Controle Interno 41
2.4.5 A auditoria interna: rotinas e objetivos segundo NBC-12 44
2.4.5.1 Procedimentos da Auditoria Interna 44
2.4.5.2 Papéis de Trabalho 45
2.4.5.3 Fraude e erro 45
2.4.5.4 Planejamento da Auditoria Interna 46
2.4.5.5 Aplicação dos procedimentos de auditoria interna 47
2.4.5.6 Documentação da Auditoria Interna 48
2.4.5.7 Amostragem estatística e processamento eletrônico de dados 48
2.4.5.8 Normas relativas ao relatório do auditor interno 49
3 METODOLOGIA DO ESTUDO 50
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA 50
3.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA 51
3.3 REVISÃO DE LITERATURA 51
3.4 ESTUDO DOCUMENTAL 52
3.5 DEFINIÇÃO DA AMOSTRA 52
3.5.1 Apresentação do documento analisado 53
3.5.2 Determinação do universo e da amostra 53
3.6 PLANO AMOSTRAL 53
3.6.1 Metodologia aplicada na seleção da amostra 53
3.7 OPERACIONALIZAÇÃO 54
4 PRESTAÇÃO DE CONTAS NAS IFES 55
4.1 PROCEDIMENTOS E PRÁTICAS DE PRESTAÇÃO DE
CONTAS NAS IFES 55
4.2 ORIENTAÇÕES PARA O CÁLCULO DOS INDICADORES DE
GESTÃO DECISÃO TCU Nº 408/2002-PLENÁRIO - VERSÃO
REVISADA EM MARÇO/2004 57
5 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF 67

5.1 PERFIL DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 87


5.2. COMPOSIÇÃO DO PROCESSO DE PRESTAÇÃO DE
CONTAS NA UFF 90
6 ANÁLISE DO RELATÓRIO DE GESTÃO DA UNIVERSIDADE
FEDERAL FLUMINENSE – UFF REFERENTE À EXECUÇÃO
FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA DO EXERCÍCIO DE 2004 90
7 CONCLUSÃO 96
7.1 CONCLUSÕES 96
7.2 RECOMENDAÇÕES 98
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 100
11

1 INTRODUÇÃO

1.1 O PROBLEMA

Um dos desafios das Instituições Federais de Ensino Superior – IFES - é


identificar seus problemas, suas oportunidades de melhoria, visando à otimização no
gerenciamento de recursos.
As Universidades Públicas, para atender suas necessidades, têm como fontes
principais de recursos o orçamento fiscal do Tesouro Nacional, isto é, transferências
recebidas do Governo, oriundas de contribuições da coletividade - tributos, taxas e
contribuições diversas - , financiamentos, para projetos de pesquisa, de órgãos de
fomento e organismos internacionais, bem como as chamadas receitas próprias,
obtidas pela cobrança do custo de serviços diversos, prestados a empresas privadas
e órgãos de outra esfera do Governo.
Os recursos obtidos pelas IFES e que são incorporados ao seu patrimônio,
assim como suas despesas, obrigatoriamente, devem ser incluídos e autorizados na
Lei Orçamentária Anual – LOA. Essa inclusão se processa obedecendo às diretrizes
e aos tetos orçamentários determinados pelo Ministério da Educação que, na
alocação dos recursos destinados ao ensino superior, privilegia o desempenho da
instituição.
O sistema de controles internos nas Instituições Federais de Ensino Superior
é de fundamental importância para a administração dessas instituições ,
considerando-se que suas diversas atribuições demonstram não apenas sua
relevância de responsabilidades globais como também a preocupação em zelar,
avaliar, comprovar e exercer um controle interno adequado sobre os atos praticados
pela administração.
A função da Administração e da Controladoria define-se em planejamento,
execução e controle, visando atingir os objetivos da instituição. O controle é uma das
funções inerentes aos gestores responsáveis pela instituição.
Para o efetivo funcionamento do exercício do controle interno da instituição
seus responsáveis utilizam-se de um conjunto de instrumentos que viabilizam a
obtenção de seus objetivos, salientando-se a missão, visão, política, e supervisão
12

dos funcionários a quem estão subordinados os controles, possibilitando ações que


propiciem novos rumos aos controles, evitando a reedição ou a continuidade de
falhas indesejáveis.
Um sistema organizado adequadamente, adaptado às características da
Administração Pública e da Instituição de Ensino, pode subsidiar os sistemas de
planejamento, orçamentação e controle nas IFES, levando os gestores a otimizarem
suas decisões, quanto à alocação de recursos para a manutenção e investimentos
nas diversas áreas da Instituição.
A contabilidade é a área responsável pela coleta dos dados indispensáveis
aos sistemas de informações gerenciais para o planejamento, a tomada de decisões
e controle interno das IFES. É uma área estratégica no atendimento às
necessidades requeridas pelas IFES.
Deve-se destacar que as informações contábeis são básicas para a tomada
de decisão, por parte dos gestores das IFES, sobre a alocação de recursos às
atividades essenciais das Universidades tais como o ensino, a pesquisa e a
extensão. Neste aspecto, um sistema de informações contábeis deve ser
estruturado para atender às necessidades do planejamento, execução e controle,
apresentando um plano capaz de definir as áreas que necessitem ser auditadas.
O processo decisório nas organizações de ensino não se apóia em nenhum
paradigma específico. As decisões são delineadas de acordo com as características
de cada instituição e o processo decisório alcança uma determinada lógica de ação
tendo por base valores que orientam a atuação dos diversos participantes para
obtenção dos objetivos institucionais. A relevância do presente estudo consiste na
análise do modelo de Prestação de Contas na Universidade Federal Fluminense -
UFF, no sentido de se observar se tal modelo, além de cumprir os aspectos legais,
retrata a efetiva alocação de recursos e fornece informações relevantes à tomada
de decisões.

1.2 JUSTIFICATIVA

Este estudo aborda o processo de controle interno das instituições federais de


ensino superior, estudando-se seus níveis, buscando incorporar suas técnicas e
13

enfatizando a política de controle e redistribuição de seu resultado operacional para


a universidade.
A Constituição Brasileira de 1988 estabeleceu que a fiscalização contábil,
financeira e orçamentária terá como objetivo os aspectos da legalidade, legitimidade,
economicidade, aplicação de subvenções e renúncia de receitas, devendo ser
exercida pelo Congresso Nacional, pela União, pelo Poder Judiciário e pelo Poder
Executivo. No Setor Público, o Controle Interno é o exercício da fiscalização das
atividades da administração financeira que os Três Poderes desempenham no
âmbito das respectivas jurisdições.
Portanto, um Sistema de Controles Internos precisa ser efetivo a fim de
assegurar a legalidade e avaliar os resultados quanto à eficiência da gestão
administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Administração Pública
Federal.
O tema escolhido para esta dissertação possui características que a tornam
relevantes para o atual contexto, tanto em nível teórico como prático.
A relevância teórica reside no fato de tratarmos o Controle Interno das
Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) com um novo enfoque, procurando
uma sinergia entre métodos, teorias e técnicas. Os controles internos contábeis e
administrativos, segundo Araújo (2000) incluem relatórios de desempenho, estudo
de tempo e movimento, programas de treinamento, análises estatísticas, controle de
qualidade, entre outros.
A dissertação mostrará que o Controle Interno das IFES é um instrumento
importantíssimo no exercício da fiscalização das atividades da administração
financeira através de órgãos integrantes de suas próprias estruturas, visando o fiel
cumprimento das normas legais e administrativas que regulam a fiel administração
dos recursos públicos.
Um estudo sobre o sistema de controles internos do setor público é matéria
do mais alto interesse, além da sociedade em geral, para o estudante ou profissional
que atua no campo das Ciências Contábeis, Administração, Economia ou Auditoria.
Contribui, neste contexto, para o estudo de Sistemas de Controle Interno nas
Universidades Federais no país.
14

1.3 OBJETIVOS

Este estudo tem como objetivo discutir a efetividade do Sistema de Controle


Interno das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) no âmbito da
Universidade Federal Fluminense - Rio de Janeiro. Para tal foi realizado um estudo
sistematizado, por meio de pesquisa bibliográfica e também através de estudo de
caso, no qual foram extraídos elementos que contribuirão para a reflexão e visão
crítica sobre o tema.
Foram destacados os seguintes pontos:
• Estudar e pesquisar novos métodos e técnicas de Auditoria, adaptando-as
a realidade das Instituições;
• Abordar problemas comuns às diversas Instituições, propondo soluções e
padronizando procedimentos;
• Possibilitar, desta forma, obter padrões, que poderão dirigir as atividades
exercidas pelos diversos setores de Controle Interno.

1.4 HIPÓTESES

Hipótese 1 – O modelo atual de Prestação de Contas cumpre os aspectos legais


mas não contribui com informações gerenciais para a tomada de decisão.

Hipótese 2 - O modelo atual de Prestação de Contas cumpre os aspectos legais e


contribui com informações gerenciais para a tomada de decisão.

1.5 METODOLOGIA

A pesquisa utilizada como forma de estudo é documental e bibliográfica :


foram recolhidas, analisadas e interpretadas as contribuições teóricas já existentes
15

relacionadas ao tema escolhido. Tendo a auditoria interna como instrumento de


controle no cumprimento da legislação vigente, foi realizado o acompanhamento
dos atos e fatos praticados mediante as rotinas contábeis e suas implicações.

1.6 RESULTADOS ESPERADOS

A auditoria interna processada nas universidades caracteriza-se por ser uma


técnica utilizada no exame dos registros e documentos e na coleta de informações e
confirmações, mediante procedimentos específicos, pertinentes ao controle contábil,
financeiro, orçamentário e patrimonial, inclusive atos de Pessoal e Patrimonial das
Instituições Federais vinculadas ao MEC.
Neste estudo foram obtidos elementos comprobatórios suficientes que
permitem opinar se o modelo de Prestação de Contas da UFF, além de cumprir os
aspectos legais determinados pelos órgãos competentes, contribui ou não contribui
com informações gerenciais para uma adequada análise da situação econômico-
financeira da entidade.
Espera-se evidenciar a importância da contabilidade no processo de
reengenharia dos órgãos do sistema de controle interno na administração pública
para maior transparência na aplicação de recursos públicos, no atendimento aos
aspectos da legislação - economicidade, eficácia, eficiência e efetividade, e na
consecução do controle interno integrado na esfera dos três poderes.

1.7 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

No capítulo 1 é apresentado o tema da dissertação, a justificativa, o objetivo


geral e os objetivos específicos, e os procedimentos metodológicos de forma
resumida.
O capítulo 2 trata da fundamentação teórica. Foram analisadas e registradas
as contribuições de diferentes autores sobre Contabilidade Pública, Controle Interno,
16

Auditoria e Legislação sobre Controle interno ma Administração Pública,


especificamente nas Instituições Federais de Ensino Superior.
No capítulo 3 é relatada a metodologia utilizada no presente trabalho, que
constitui-se em uma pesquisa descritiva, na forma de estudo documental.
O capítulo 4 trata da Prestação de Contas nas instituições federais de ensino
superior, buscando traçar um panorama dos procedimentos e práticas de prestação
de contas nas referidas instituições
O capítulo 5 apresenta o perfil da UFF – Universidade Federal Fluminense
cujo Relatório de Gestão, do ano de 2004, será objeto da pesquisa documental,
proposta no presente estudo.
O capítulo 6 trata da analise do Relatório de Gestão da Universidade Federal
Fluminense referente à execução financeira e orçamentária da UFF, observadas as
regras relativas ao controle interno nas IFES.
O capítulo 7 apresenta as conclusões e as recomendações para a temática
pesquisada.
A Figura 1 apresenta a estrutura da dissertação.
17

1- Introdução
2 - Fundamentação Teórica

Literatura Arcabouço Teórico

Caggiano & Figueiredo Auditoria


Lopes de Sá Controle Interno
Nakagawa Contabilidade Pública
Sanches

3 - Metodologia

Estudo
Estudo Documental
Definição
Pesquisa Documental Análise de
Dados

4 - Prestação de Contas nas IFES


5 - Perfil da UFF- Universidade Federal Fluminense

6 - Análise do Relatório de Gestão UFF - 2004

7 - Conclusões e Recomendações

Figura 1 – Estrutura da Dissertação


18

2 REVISÃO DA LITERATURA

Considerações Iniciais
A temática relativa à analise de controle interno e auditoria na Administração
Pública Federal, e especificamente nas Instituições Federais de Ensino Superior,
nos leva a uma revisão bibliográfica na qual serão abordados conceitos
estabelecidos por diversos autores sobre Contabilidade Pública, Controle, Controle
Interno nas IFES, Auditoria e Legislação específica sobre Controle Interno.

2.1 CONTABILIDADE COMO INSTRUMENTO DE CONTROLE

Através da contabilidade é que se registram os recursos encontrados pelo


sistema contábil. A contabilidade deve ser organizada de forma a respeitar os
princípios, informações e as características inerentes.
Segundo Gaspar (1998):

A função da contabilidade como instrumento de controle é hoje


unanimemente reconhecida. Um sistema de contabilidade que não esteja
apoiado num eficiente controle interno é, até certo ponto, inútil uma vez que
não é possível confiar nas informações contidas nos seus relatórios (p.47).

Segundo Caggiano & Figueiredo (1997, p.42), pode-se definir a contabilidade


“como um sistema de informação e mensuração de eventos que afetam a tomada de
decisão”.
Segundo Mazzi (1998),

O controle interno usará um sistema organizado de contabilidade de modo


que possa acompanhar a execução dos aspectos financeiros e gerenciais e
as operações extras orçamentais de natureza financeira ou não. No aspecto
financeiro deverá a contabilidade observar os princípios geralmente aceitos,
pois as informações serão de interesse da supervisão e diretores das
instituições, como por exemplo, investidores e clientes (p.13).
19

O controle requer a existência de uma estrutura organizacional que defina as


responsabilidades de garantir o desempenho dos setores envolvidos com a
contabilidade.
De acordo com Caggiano & Figueiredo (1997, p.38), “é importante fazer uma
distinção entre os setores que estão sob controle de um grupo em particular,
daqueles que estão sob a responsabilidade de outros gestores”.
A contabilidade deve pôr em evidência todo tipo de controle dos documentos
e recursos materiais, levando em conta os gastos e desperdícios que podem ser
evitados, para controlar e obter resultados positivos com o apoio dos controles
internos.
O controle é fundamental para executar o acompanhamento das tarefas e
registros da contabilidade, além de apontar eventuais falhas. Realiza, assim, uma
manutenção dos bens e aplicações dos recursos.
Em virtude disso, a contabilidade como um processo de informação “deve
ser organizada de maneira que as informações obedeçam aos princípios contábeis
geralmente aceitos, e possuam características que lhe são inerentes, entre as quais
de utilidade e confiabilidade” (GASPAR, 1998, p.45).

2.2 CONTABILIDADE PÚBLICA

A Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, estabeleceu normais gerais para a


elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos
Municípios e do Distrito Federal. Essa Lei prevê, em seus artigos 75 e 85,
respectivamente, o controle da execução orçamentária e a organização dos serviços
de contabilidade, permitindo, deste modo, o acompanhamento da execução
orçamentária, o conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos
custos industriais, o levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação
dos resultados econômicos e financeiros (BRASIL, 1964).
A Contabilidade Pública é um ramo da Contabilidade aplicada à área pública,
devendo obedecer às normas gerais estatuídas pela Lei 4.320/64.
Segundo Lopes de Sá (2005, p.97):
20

Contabilidade Pública é a Contabilidade aplicada às entidades públicas. As


normas a serem seguidas para a escrituração das entidades públicas
acham-se estabelecidas por leis especiais e formam objeto de cuidado dos
técnicos no assunto. (...) A finalidade da Contabilidade Pública é a de
estabelecer regras para que os atos administrativos da gestão financeira e
patrimonial das entidades públicas se realizem em perfeita ordem e sejam
registradas sistematicamente, de modo a mostrar, em épocas prefixadas, os
respectivos resultados.

Para Kohama (2001), na área governamental, a Contabilidade evidencia a


conjuntura de todos aqueles que arrecadam receitas, efetuam despesas,
administram ou guardam bens públicos. Permite o acompanhamento da execução
orçamentária, financeira e patrimonial das entidades públicas, através de registros
efetuados nos seguintes sistemas:
a) Sistema Orçamentário – registra a movimentação e realização
orçamentária, demonstrando o montante dos créditos autorizados, a
despesa empenhada e a realizada, bem como os saldos disponíveis, a
previsão da receita e sua realização.
b) Sistema Financeiro – registra a movimentação financeira decorrente ou
não da execução orçamentária, apresentando o fluxo de ingressos e
dispêndios da entidade.
c) Sistema Patrimonial – registra os bens de caráter permanente (bens
móveis e imóveis, obrigações, valores, estoques em almoxarifado, dívidas
ativas e passivas etc.) e todos os fatos que venham a refletir no patrimônio
da entidade.
d) Sistema de Compensação – registra os bens, valores, obrigações e
situações relativas aos outros sistemas que possam indiretamente vir a
afetar o patrimônio da entidade.
A contabilidade governamental é dotada do Sistema Integrado de
Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI, sistema eletrônico utilizado
de forma on-line em toda área federal, de importância fundamental para sua
inserção na tecnologia da Informação.
O Decreto nº 93.872 / 86 unificou os recursos de caixa do Tesouro Nacional, o
que foi concretizado com a implantação do SIAFI a partir do exercício de 1987
(BRASIL, 1986).
O SIAFI é o principal instrumento de administração orçamentária e financeira
da União, provendo os órgãos centrais e setoriais, assim como os executores da
21

gestão pública, de instrumento adequado à realização, ao acompanhamento e ao


controle da execução orçamentária e financeira, tornando a contabilidade uma fonte
de informações gerenciais seguras.
O SIAFI tem como objetivos:
– contribuir para a simplificação e uniformização da execução orçamentária,
financeira, patrimonial e contábil;
– contribuir para a minimização dos custos, a eficiência e a eficácia na
gestão dos recursos públicos;
– tornar-se mecanismo de controle diário da execução orçamentária,
financeira, patrimonial e contábil;
– dar maior transparência aos gastos públicos;
– otimizar a utilização dos recursos financeiros;
– integrar e compatibilizar as informações dos diversos órgãos;
– eliminar as defasagens na escrituração contábil e das inconsistências de
dados.
O objetivo da Contabilidade Aplicada à Administração Pública é o de fornecer
aos gestores informações atualizadas e exatas para subsidiar as tomadas de
decisões, aos órgãos de controle interno e externo para o cumprimento da legislação
e às instituições governamentais e particulares informações estatísticas e outras de
interesse dessas instituições (PIRES, 2002).

2.3 CONTROLE INTERNO GOVERNAMENTAL

2.3.1 Origens do controle interno

A história do controle interno na Administração Pública Federal tem seu


marco inicial na Lei n. 4.320, que introduziu as expressões controle interno e
controle externo e definiu as competências para o exercício daquelas atividades. Ao
Poder Executivo incumbiu-se o controle interno, enquanto o externo foi atribuído ao
Poder Legislativo.
22

Esta lei apresenta as normas gerais de direito financeiro para elaboração,


controle dos orçamentos e balanços da União dos Estados, dos Municípios e do
Distrito Federal, definindo seu título do Controle de Execução Orçamentária.
(GASPAR, 1998, p.38).
Um dos princípios básicos estabelecidos pela lei foi o da universalidade do
controle, ou seja, sua abrangência sobre todos os atos da Administração, sem
exceção, quer se trate da receita quer da despesa. Em seguida, fez o controle recair
sobre cada agente da Administração, individualmente, desde que responsável por
bens e valores públicos. A grande inovação apareceu ao estabelecer a verificação
do cumprimento do programa de trabalho, expresso em termos físico-financeiros.
Pela primeira vez, pensava-se em controle de resultados na Administração Pública,
além do controle meramente legalístico.
Segundo Alonso (1997, p.23), “até meados de 1970, a maior importância aos
assuntos de controles internos era dada pelas auditorias, focalizando maneiras de
melhorar os sistemas de controles e como aproveitá-las durante o trabalho de
auditoria”.
A Constituição Federal de 1988 representou um avanço em matéria de
controle, em virtude da criação de sistemas de controle interno nos Poderes
Legislativo e Judiciário e da determinação de que, juntamente com o do Poder
Executivo, esses sistemas fossem mantidos de forma integrada.
Em relação ao texto constitucional anterior, as finalidades do controle interno
foram ampliadas para: avaliar o cumprimento das metas previstas no plano
plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da
gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da
administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades
de direito privado; exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias,
bem como dos direitos e haveres da União; apoiar o controle externo no exercício de
sua missão institucional.
Atualmente, a Lei n° 10.180, de 6 de fevereiro de 2001, organiza e disciplina
os Sistemas de Planejamento e de Orçamento Federal, de Administração Financeira
Federal, de Contabilidade Federal e de Controle Interno do Poder Executivo Federal,
e dá outras providências. As competências atuais e os objetivos a serem
23

perseguidos se encontram no art. 24 desta lei. De acordo com o seu art. 21, fica
estabelecido que:

O Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal compreende as


atividades de avaliação do cumprimento das metas previstas no plano
plurianual, da execução dos programas de governo e dos orçamentos da
União e de avaliação da gestão dos administradores públicos federais,
utilizando como instrumento a auditoria e a fiscalização.
(www2.mre.gov.br/ciset/ocontrol.htm).

Não se pode negar que a criação de controles internos é fundamental para


que a União, Estados e Municípios resguardem os seus ativos, assegurem a
fidelidade e integridade dos registros, demonstrações, informações e relatórios
contábeis; conheçam efetivamente as suas realidades, estabeleçam e conheçam os
seus compromissos com a gestão; orientem e estimulem a organização estrutural e
funcional, comunicando as diretrizes administrativas aos setores envolvidos.

2.3.2 O controle interno nas organizações públicas

De acordo com o Comitê de Procedimentos de Auditoria do Instituto


Americano de Contadores Públicos Certificados – AICPA (1988), o significado de
controle interno é bem amplo:

O Controle Interno compreende o plano de organização e todos os métodos


e medidas, adotadas numa empresa para proteger seu ativo, verificar a
exatidão e a fidelidade de seus dados contábeis, incrementar a eficiência
operacional e promover a obediência às diretrizes administrativas
estabelecidas.

Controles Internos são os meios utilizados por um órgão ou setor para a


verificação de suas atividades e o funcionamento integrado desses Controles é o
que pode ser chamado de Sistema.
O controle interno, analisado sob a ótica de um Sistema, consiste em um
conjunto de unidades técnicas, articuladas a partir de um órgão central de
coordenação, orientadas para o desempenho das atribuições de controle interno
indicados na Constituição e normatizados em cada nível de Governo.
24

Como se depreende deste conceito, o controle interno é exercido pela


conjugação da estrutura organizacional com os mecanismos de controle
estabelecidos pela administração, incluindo as normas internas que definem
responsabilidades pelas tarefas, rotinas de trabalho e procedimentos para revisão,
aprovação e registro das operações. Neste contexto, o plano de organização deve
prever uma segregação apropriada das responsabilidades funcionais (GLOCK,
2000)
O processo de controle interno tem caráter eminentemente preventivo, e deve
ser exercido de forma permanente, voltando-se para a correção de eventuais
desvios em relação aos parâmetros estabelecidos, como instrumento auxiliar de
gestão.
1
O Projeto de Lei 135/96 deixa claro que o controle interno é distribuído nos
vários segmentos do serviço público, envolvendo desde o menor nível de chefia até
o administrador principal que, no caso, se utiliza de uma estrutura de apoio.
Aos funcionários com função de chefia compete controlar a execução dos
programas afetos à sua área de responsabilidade e a zelar pela observância das
normas legais e regulamentares que orientam as respectivas atividades. Para que se
possa imputar esta responsabilidade é necessário que a estrutura e a distribuição
das funções estejam claramente definidas e aprovadas.
Conforme já salientado, o controle deve recair sobre todas as atividades
desenvolvidas pela Administração Pública. Assim, cabe ao órgão designado na
estrutura organizacional para responder por recursos humanos, o controle sobre a
observância das normas gerais que regulam a administração de pessoal.
Os órgãos responsáveis por licitações e compras, pelo controle patrimonial e
de frota, por serviços de apoio, etc., devem, igualmente, responder pela observância
das normas regulamentares e legais.
A área contábil assume papel de destaque no contexto do controle interno,
por deter o registro de todos os bens, receitas, investimentos e despesas da
entidade pública. Em órgãos públicos de pequeno porte, a contabilidade costuma ser
a unidade que coordena as atividades de controle interno e que canaliza a remessa
de informações para os órgãos externos de controle (GLOCK, 2000).

1 O Projeto de Lei Complementar 135/96, depois de ter sido aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça
da Câmara, em 1999, recebeu, desde então, uma série de emendas e de projetos em apenso. Retornou à
Comissão de Constituição e Justiça em 2002, e desde então, não sofreu nenhuma alteração.
25

2.3.3 Princípios do Controle Interno

Os princípios contribuem para minimizar as deficiências e têm papel


preventivo, norteando a adoção de medidas saneadoras pela instituição.
Pode-se mencionar os seguintes princípios e orientações, em consonância
com os postulados do Conselho Regional de Contabilidade-SP (1998, p. 37-39):
• A responsabilidade deve ser determinada. Se não existir delimitação exata
da responsabilidade, o controle será ineficiente.
• A contabilização e as operações propriamente ditas devem ser separadas.
Um funcionário ou departamento não deve ocupar uma posição em que
tenha controle contábil e , ao mesmo tempo, o controle das operações que
geram os lançamentos contábeis. Mesmo que, em um ambiente altamente
informatizado, a introdução dos dados no sistema seja feita pelo próprio
departamento que efetuou a operação, é o departamento contábil que
deve deter o controle final da contabilização desta transação.
• Devem ser utilizadas provas independentes para comprovar que as
operações e a contabilidade estão registradas de forma exata
• Nenhuma pessoa deve ter completamente sob sua responsabilidade uma
transação comercial.
• Quando possível, deve haver rotação entre os empregados designados
para cada trabalho; a rotação reduz as oportunidades para que se
cometam fraudes e, freqüentemente, resulta em novas idéias de sistema
ou organização.
• Todas as instruções devem ser feitas por escrito. Os manuais de
procedimento fomentam a normalização, evitam os erros e garantem a
qualidade dos processos.
• Deve ser efetuado o confronto das contas analíticas com a sintética,
visando a contratação dos saldos.
• As operações devem ser estruturadas de tal forma que duas ou mais
pessoas ou setores participem de cada transação e que o trabalho de uma
sirva como prova para o trabalho de outra. Esta segregação de funções
não só aumenta a eficiência das operações como também indica
26

prontamente qualquer erro involuntário ou intencional que apareça no


processo operacional ou contábil. A prevenção e a pronta detecção de
erro é essencial para uma administração eficiente.
Segundo SANCHES (1999, p.57), existem alguns princípios que devem ser
respeitados dentro das instituições, como por exemplo:
• O princípio da igualdade deve certificar que as atividades da organização
estejam direcionadas para o interesse geral, sem conceder privilégios;
• O princípio da moralidade, em que todas as operações devem ser realizadas
não somente aceitando as normas aplicáveis, como também os princípios
éticos e morais; e
• O princípio da eficiência que também se aplica, em igualdades de
condições, referentes a qualidades e as oportunidades com a máxima
eficiência e o melhor uso dos recursos disponíveis.
Estes princípios devem ser respeitados dentro de uma instituição e precisam
ser executados por meio de um rigoroso controle interno.
Esse conjunto somente funcionará com total envolvimento das pessoas da
organização. A implantação de um sistema de controles internos implica em uma
criteriosa preparação de toda empresa, criando condições propícias de adaptação
políticas, mudança de processos e comportamento. O apoio e o forte
comprometimento devem partir da alta administração e se disseminar por toda a
estrutura organizacional.
A Instrução Normativa n° 16, de 20.12.91, do Departamento do Tesouro
Nacional, refere-se aos princípios de controle interno como sendo um conjunto de
regras, diretrizes e sistemas que visam determinados objetivos, tais como:
a) relação custo / benefício do controle;
b) qualificação adequada, treinamento e rodízio de funcionários;
c) delegação de poderes e determinação de responsabilidades;
d) segregação de funções;
e) instruções devidamente formalizadas;
f) controles sobre as transações;
g) aderência a diretrizes e normas legais.
27

2.3.4 Objetivos e estrutura dos controles internos

Almeida (1996, p.50) define o Controle Interno como uma organização de


conjuntos e procedimentos, metas ou rotinas que tem como objetivos primordiais:
proteger os ativos da empresa; obtenção de informação adequada; promoção da
eficiência operacional da organização e, estímulo à obediência e o respeito às
políticas da administração.
A necessidade de manter um controle eficaz fez com que as organizações
desenvolvessem métodos e procedimentos para resguardar seus ativos. O controle
se divide em contábil e administrativo, conforme a figura 2 a seguir:

CONTROLE

CONTÁBIL ADMINISTRATIVO

Salvaguarda dos Ativos Plano Organizacional


Idoneidade dos Registros Procedimento e Métodos

OBJETIVA: OBJETIVA:
A veracidade dos Registros Auxiliar o processo decisório
A legalidade dos Atos A eficiência operacional
A fidelidade funcional O exame da conveniência e
da oportunidade dos
programas e projetos do
governo
O gerenciamento de riscos

Figura 2 - Controle Contábil e Administrativo

Para Silva (2002, p. 179), o controle administrativo tem como objetivo auxiliar
o poder decisório, acompanhando as operações, intervindo em sua realização com a
finalidade de assegurar a continuidade de programas e projetos. Já o controle
28

financeiro é orientado pelo órgão de contabilidade com o fim de demonstrar,


estimular e vigiar toda a atividade exercida em determinado período.
Ampliando o estudo bibliográfico, é importante que sejam mencionados
os objetivos do sistema de controles internos, segundo Sanches (1999, p.51):
• Dar instruções por escrito, junto com os manuais de procedimentos que
promovem a normalização, que previnem a ocorrência de erros e
garantem a qualidade dos processos.
• Delimitar as responsabilidades que devem ser determinadas, pois se não
existir delimitação exata das responsabilidades, o controle não está
funcionando corretamente;
• Fazer rotações de tarefas: quando possível deve haver rotação entre
empregados designados para cada trabalho, mudanças nos setores e
ambientes e, em especial, o relativo a manuseio de numerários ou
relacionados com folha de pagamento;
• Selecionar funcionários capazes, criar procedimentos que assegurem a
totalidade, confiabilidades autorizações e manutenção nos processos; e
• Coordenar, organizar, centralizar e orientar os serviços operacionais de
rotinas.
Sob o aspecto estrutural, o controle interno deve estar infiltrado em toda
organização e inclui os sistemas de contabilidade, administração, financeiro e
auditoria interna conforme a figura abaixo, segundo Silva (2002, p.181).

CONTABILIDADE
CONTABILIDADE FINANCEIRA AUDITORIA

CONTROLE
INTERNO

Figura 3 - Controle Interno. Fonte: Silva (2002)


29

A partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, ganhou ênfase a


discussão sobre o controle interno governamental, especialmente pela sua previsão
constitucional contida nos artigos 70 e 74:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e


patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto
à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Art. 74 Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma
integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução
dos programas de governo e dos orçamentos da União;
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e
eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e
entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos
públicos por entidades de direito privado;
III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como
dos direitos e haveres da União;
IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
§ 1° Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de
qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de
Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.

Segundo o AICPA - American Institute of Certified Public Accoutant (apud


Mota, 1988), o controle interno pode ser conceituado da seguinte forma:

O Controle Interno compreende o plano de organização e todos os métodos


e medidas, adotadas numa empresa para proteger seu ativo, verificar a
exatidão e a fidelidade de seus dados contábeis, incrementar a eficiência
operacional e promover a obediência às diretrizes administrativas
estabelecidas.

O comitê do AICPA publicou o SAS (Statement on Auditing Produceres) nº


29, em outubro de 1958, subdividindo o controle interno em contábil e administrativo:
• Controle Interno Contábil – compreende o plano de organização e todos
os procedimentos referentes diretamente relacionados com a salvaguarda
do ativo e a fidedignidade dos registros financeiros. Geralmente
compreende controles, tais como os sistemas de autorização e aprovação,
segregação entre as tarefas relativas à manutenção e elaboração de
relatórios e aquelas que dizem respeito à operação ou custo-dia do ativo,
controles físicos sobre o ativo e auditoria interna.
30

• Controle Interno Administrativo – compreende o plano de organização e


todos os métodos e procedimentos referentes principalmente à eficiência
operacional, e à obediência às diretrizes administrativas que normalmente
se relacionam apenas indiretamente com os registros contábeis e
financeiros. Incluem-se aqui controles como análises estatísticas, estudos
de tempo e movimento, relatórios de desempenho, controle de qualidade.
De acordo com definição do AICPA (apud CONSELHO Regional de
Contabilidade do Estado de São Paulo, 1988), são objetivos do controle interno:
• proteção dos ativos;
• obtenção de informação adequada;
• promoção da eficiência operacional; e
• estimulação da obediência e do respeito às políticas da administração.
Há que se ressaltar que o controle interno faz parte das atividades normais da
Administração Pública, se subordina ao titular do órgão ou da entidade, tendo como
função acompanhar a execução dos atos, indicando, em caráter opinativo,
preventivo ou corretivo, as ações a serem desempenhadas com vistas a atender o
controle da execução orçamentária, financeira, contábil e patrimonial, bem como os
controles administrativos de um modo geral.

2.3.5 Tipos e sistemas de controle interno

Os controles estão envolvidos com a busca da eficácia organizacional. E para


alcançá-la é preciso definir um modelo de controle eficiente que conduzam ao
cumprimento de suas normas. Para que as instituições atinjam seus objetivos, é
necessário, como já visto, que elas exerçam controles internos, dentre os diversos
tipos, destacam-se os que serão vistos em seguida.
Partindo da definição de controles internos encontrados e cedidos pela
AICPA, suas abordagens diferentes incluem os controles internos contábeis e os
controles administrativos. O controle interno pode ser o plano da organização, o
conjunto integridade de métodos e procedimentos adotados pela instituição para:
• Verificar a adequação e confiabilidade de seus dados contábeis;
31

• Promover a eficiência operacional; e


• Obedecer às políticas administrativas fixadas pela gestão. (SANCHES,
1999, p.62).
O Sistema de Controle Interno subdivide-se, de forma geral, nos seguintes
sistemas:
• Planejamento;
• Orçamento;
• Administração Financeira;
• Contabilidade e
• Auditoria.
O Sistema de Planejamento, que tem como instrumentos básicos o Plano
Plurianual – PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO e a Lei Orçamentária
Anual - LOA, está voltado para a elaboração e acompanhamento dos planos e
programas de governo.
O Sistema de Orçamento está voltado para o controle dos gastos públicos,
garantindo que somente sejam realizadas despesas aprovadas pela LOA. Para a
execução do Orçamento é preciso arrecadar as receitas, que geralmente são
depositadas numa conta única do Tesouro. Surge, então, o Sistema de
Administração Financeira. Esse sistema permite o controle dos recursos que serão
utilizados para pagamento das despesas empenhadas.
Ocorre que essas transações precisam ser registradas. Surge então, o
Sistema de Contabilidade. Esse Sistema, permite a emissão de diversos relatórios
que servirão de base para a tomada de decisões por parte da administração.
Por fim, surge aquele que é o ápice do controle interno, o Sistema de
Auditoria. Nesse momento é que se efetua, através de procedimentos específicos e
da utilização da técnica de amostragem, a avaliação da execução dos programas
governamentais, a execução dos orçamentos e da gestão pública. Esse sistema,
conclui o ciclo, averiguando se o que foi planejado, foi executado de forma eficiente,
econômica e eficaz.
Portanto, o controle interno é um ciclo contínuo, que deve estar integrado,
para que os objetivos sejam atingidos.
Tradicionalmente, o controle da Administração Pública, no Brasil, vem sendo
exercido pelos auditores da Secretaria Federal de Controle Interno - SFCI, pelas
Coordenadorias de Controle, Contadorias/Auditorias Gerais dos Estados e pelos
32

Tribunais de Contas, muito embora exista também o controle exercido pelo


Ministério Público, pelo Poder Judiciário e pela própria Sociedade.
Os controles internos se dividem em contábeis e administrativos. Segundo
ATTIE (1998, p. 61-62), os controles contábeis compreendem “o plano de
organização e todos os procedimentos relacionados com a salvaguarda do
patrimônio e a propriedade dos registros contábeis”.Os controles administrativos,
ainda de acordo com o referido autor, são os relacionados com as políticas da
organização e com a eficiência das operações.

2.3.5.1 Controle Interno Contábil

O controle interno contábil pode ser definido como o plano de organização,


procedimentos e registros envolvidos na proteção dos ativos e na confiabilidade dos
registros financeiros. Já o enfoque do controle interno administrativo envolve o plano
de organização e os procedimentos destinados a promover a eficiência operacional
à aderência das políticas da administração.
Uma apresentação correta de registro contábil significa que:
• Os princípios contábeis geralmente são aceitos e aplicados;
• Os princípios contábeis são apropriados;
• A informação apresentada é classificada e sumarizada de maneira
adequada, isto é, nem muito detalhada como também não muito
simplificada; e
• Os demonstrativos contábeis refletem e explicam as transações e eventos
mostrando a posição financeira, seu resultado operacional e fluxo de caixa.
(SANCHES, 1992, p.31)
O principal enfoque do sistema contábil são as transações, que consistem na
troca de bens e serviços entre uma organização e entidade externa, ou mesmo
dentro da instituição.
Segundo Sanches (1999, p.64), “um efetivo sistema de controle interno
contábil deve assegurar que as transações sejam executadas de acordo com
autorização geral ou específica da administração”, a fim de:
33

• Permitir a preparação das demonstrações contábeis em conformidade com


princípios fundamentais da contabilidade ou qualquer critério aplicável a
essas demonstrações;
• Evitar os erros ou fraudes que podem ocorrer; e
• Manter a confiabilização dos ativos corretamente.
Os ativos contabilizados são periodicamente comparados com os ativos
existentes, tornando-se providências necessárias para a regularização de quaisquer
diferenças. Dessa forma, fica claro o objetivo do controle interno contábil de garantir
a salvaguarda dos ativos e a fidelidade dos registros contábeis.
Do ponto de vista gerencial o propósito da informação sobre controle contábil
é habilitar a organização a atingir seu objetivo, certificando que as informações
estejam corretas e segura para auxiliar a tomada de decisão.
O objetivo do controle contábil, com relação ao registro das transações, exige
que elas sejam registradas pelos montantes corretos, nos períodos contábeis que
ocorram e que sejam classificadas nas contas apropriadas.
Segundo Nakagawa (1995, p.32), “o sistema contábil de informações é
orientado por um conjunto de regras de controles, processamentos, avaliação e
saída de dados”.
A adoção desses procedimentos e a informação correta são garantias para o
administrador de que os números que ele está analisando representam realmente a
situação de sua entidade e que qualquer informação imprecisa pode ocasionar erros
na tomada de decisões.
O auditor deve conhecer o sistema contábil e de controles aplicáveis,
analisando e avaliando a operação, bem como a efetividade daqueles controles
internos dos quais está dependendo a determinação da natureza e dos
procedimentos de auditoria que deverá aplicar. Enfim, os controles contábeis devem
atender aos objetivos como segurança, exatidão e manutenção, entre outros, para
garantir as informações registradas. Por isso, todos os setores de auditoria,
contabilidade, supervisão e controles estão ligados para certificarem-se de que as
informações estão sendo registradas corretamente.
Como exemplo de procedimentos de controles internos que podem ser
adotados, pela administração, como instrumentos para assegurar o cumprimento
das políticas, metas e diretrizes têm-se:
• Elaboração de manuais de procedimentos;
34

• Sistema de conferência, aprovação e autorização;


• Utilização de senhas de acesso;
• Segregação de funções;
• Conciliações;
• Supervisão;
• Treinamento de pessoal;
• Rodízio entre servidores;
• Utilização de indicadores de desempenho;
• Controle físico sobre os ativos.

2.3.6 Legislação sobre controle interno

Já foram mencionadas, ainda que de forma superficial, algumas normas


jurídicas relevantes em matéria de controle interno da Administração Pública. Uma
vez que esta deve seguir estritamente o princípio da legalidade (CRFB/88, art.37), a
discussão sobre o arcabouço jurídico referente ao controle interno torna-se ainda
mais importante, razão pela qual neste tópico procura-se tecer considerações mais
aprofundadas sobre o tema.
O Controle Interno surgiu como um dos mecanismos de verificação das
políticas, do patrimônio e planos da administração. Paulatinamente foi aumentando
sua importância, em especial após a Constituição Federal de 1988.
A origem do Controle Interno relaciona-se com a própria necessidade de
maximizar o desempenho da administração. É cada vez mais clara a necessidade de
institucionalização de uma unidade que assuma a sua coordenação e avaliação
como um serviço de apoio à Administração Pública.
Os mais diversos conteúdos sobre Administração Pública encontram-se sob a
forma de normatização, relacionando o controle como um mecanismo de vigilância
de um Poder, especialmente o Legislativo sobre o Executivo. Submetido ao princípio
da legalidade, o Administrador Público só pode fazer o que está previsto em lei.
A primeira Constituição da República Brasileira, de 1824, de alguma forma já
tratava da necessidade de controle. As Constituições seguintes: 1891, 1930, 1934 e
1946, também contiveram disposições consideráveis a respeito da matéria.
35

O Código de Contabilidade Pública – aprovado pelo Decreto Federal n.º


4536/22, revelou-se um conjunto de mecanismos de controle dos gastos públicos.
Posteriormente, a Constituição de 1967 aprimorou a norma geral sobre controle, em
decorrência do reflexo da Lei Federal nº 4.320/64, que instituiu normas gerais de
Direito Financeiro para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços das
esferas de Governo, bipartindo o controle, na Administração Pública, em interno e
externo.
Assim, existem dois momentos marcantes em termos de controle na
Administração Pública: o primeiro, com o Regulamento de Contabilidade Pública, de
1922, e o segundo, com a edição da Lei Federal n.º 4.320/64
Anteriormente à Constituição de 1988, a Lei 4320/64 já havia se mostrado
inovadora, consagrando os princípios do planejamento, do orçamento e do controle.
Tal lei institui o Orçamento Plurianual e Investimentos, o Orçamento Programa
Anual, além de estabelecer como objetivo das novas técnicas orçamentárias a
eficácia dos gastos públicos.
Em 1967, o Dec-Lei 200, conhecido como lei de reforma da administração
pública, estabeleceu que as atividades administrativas obedeceriam aos princípios
fundamentais do planejamento, coordenação, descentralização, delegação de
competência e controle (art. 6º). Quanto ao controle, seria exercido em todos os
órgãos, compreendendo o controle pela chefia competente, pelos órgãos próprios de
cada sistema e pelos órgãos de sistema de contabilidade e auditoria (art. 13).
Cada Ministério passou a ter sua inspetoria de finanças, como órgão setorial
do sistema de administração financeira, contabilidade e auditoria, cujo órgão central
era a Inspetoria-Geral de Finanças do Ministério da Fazenda (art. 23 do Dec-Lei
200).
Segundo a Lei 4320, em seu art. 85, e o Dec-Lei 200 (art.25, IX e art. 79), a
contabilidade deve apurar o custo dos bens e dos serviços, a fim de buscar uma
prestação de serviços econômica e evidenciar os resultados da gestão. Lembre-se,
aliás, que o art. 37 da Constituição Federal traz o princípio da eficiência como um
dos pilares da atividade administrativa. Em 2000, a Lei Complementar 101/2000,
popularmente conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal, volta a exigir a
apuração de custos.
A atual Constituição Federal enfatizou o controle na Administração Pública,
dispondo sobre a obrigatoriedade da existência do controle interno, a ser mantido no
36

âmbito de cada Poder (art. 74) e do controle externo, a cargo do Poder Legislativo,
com o auxílio do Tribunal de Contas, no âmbito de cada esfera de Governo (arts. 70
a 73).
A Constituição de 1988 trouxe novas exigências à Administração Pública,
inclusive no que se refere ao controle, haja vista as disposições contidas no seguinte
artigo:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e


patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta,
quanto à legalidade, legitimidade economicidade, aplicação das subvenções
e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

Somando-se ao acréscimo, no art. 37, do princípio constitucional da


eficiência, por meio da Emenda Constitucional n.º 19/98, houve a edição da Lei
Complementar Federal n.º 101/00, denominada Lei de Responsabilidade Fiscal.
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) também impôs à Administração
Pública uma função de integração e de apoio entre os controles interno e externo,
como forma de garantir a aplicação dos princípios básicos consagrados como de
planejamento, transparência, economicidade, eficiência, eficácia, dentre outros.
A avaliação da gestão pública de forma tempestiva somente é possível
mediante um forte Sistema de Controle Interno. Esse Sistema deve possuir um
órgão ou até mais de um, capaz de centralizar as atividades de forma a atender ao
que estabelece o artigo 74 da Constituição Federal. O seu foco deve ser a avaliação
da gestão dos administradores públicos, a execução de programas de governo e o
apoio ao controle externo.
Em decorrência de exigência constitucional é necessário que o controle
interno, sob a responsabilidade dos administradores públicos, e o controle externo,
exercido pelo Tribunal de Contas, se empenhem no sentido de garantir a aplicação
equilibrada da coisa pública.
Quanto ao controle encontra-se em tramitação legislativa o Projeto de Lei
135/96, que apresenta uma evolução em relação à Lei 4320/64, ampliando o
conceito, na tentativa de refletir todas as ações que, efetivamente, relacionam-se
com o assunto.
Atualmente a legislação trata somente do controle da execução orçamentária.
A nova lei adicionará aspectos relativos à fiscalização contábil, financeira,
37

operacional e patrimonial. De um enfoque limitado à verificação da legalidade dos


atos e do cumprimento do programa de trabalho, parte-se agora para uma avaliação,
também, da legitimidade, efetividade, economicidade, eficiência e eficácia na
administração pública (GLOCK, 2000).
Para Glock (2000), esta abordagem exige a instrumentalização de controles e
uma outra dinâmica nos serviços públicos, culminando com uma nova postura e
qualificação dos servidores, que passarão a atuar numa estrutura organizada, com
atribuições e responsabilidades claramente definidas. Trata-se, desta forma, de um
ambiente propício para fomentar a economicidade, eficiência, eficácia e efetividade
no dia-a-dia das entidades públicas.
Ainda segundo Glock (2000, p.2), o controle como um todo é o somatório dos
componentes do sistema de controle interno com as ações do controle externo.
Assim, quanto mais eficiente for o primeiro e quanto melhor for a sua interação com
o controle externo, maior será a garantia de um efetivo controle sobre os atos da
administração, em qualquer esfera do governo.
O Projeto de Lei 135/96, em seu artigo 159, ampliou o conceito de controle interno:

Art. 159. O controle interno compreende o plano de organização e todos os


métodos e medidas adotados pela administração governamental para
salvaguardar seus ativos, desenvolver a eficiência nas operações, estimular
o cumprimento das políticas administrativas prescritas e verificar a exatidão
e a fidelidade dos dados contábeis e a exação no cumprimento da lei.
§ 1° - O controle interno deverá ser exercido em todos os níveis e em todos
os órgãos e entidades, compreendendo, particularmente:
I - controle, pela chefia competente, da execução dos programas e da
observância das normas que orientam a atividade específica do órgão
controlado;
II - o controle, pelos órgãos de cada sistema, da observância das normas
gerais que regulam o exercício das atividades auxiliares;
III - o controle das aplicações dos dinheiros públicos e da guarda dos bens
pertencentes à administração pelos órgãos próprios do sistema de
contabilidade e auditoria;
IV - a fiscalização da execução contratual de serviços públicos concedidos,
permitidos ou autorizados.
§ 2° - O trabalho administrativo será racionalizado mediante simplificação de
processos e supressão de controles que se revelarem puramente formais ou
cujo custo seja comprovadamente superior ao risco.”
38

2.4 AUDITORIA INTERNA

2.4.1 Conceito e delineamentos básicos

Franco (2001) assim define Auditoria:

A auditoria compreende o exame de documentos, livros e registros,


inspeções e obtenção de informações e confirmações, internas e externas,
relacionados com o controle do patrimônio, objetivando mensurar a exatidão
desses registros e das demonstrações contábeis deles decorrentes. Os
exames são efetuados de acordo com as normas de auditoria usualmente
aceitas e incluem os procedimentos que os auditores julgarem necessários,
em cada circunstância, para obter elementos de convicção, com o objetivo
de comprovar se os registros contábeis foram executados de acordo com
princípios fundamentais e normas de contabilidade e se as demonstrações
contábeis deles decorrentes refletem adequadamente a situação
econômico-financeira do patrimônio, os resultados do período administrativo
examinado e outras situações nelas demonstradas (p.28).

A Auditoria Interna é a atividade que visa observar, questionar, examinar,


investigar e avaliar de forma independente, dentro de uma organização ou
instituição, as operações contábeis, financeiras e operacionais, objetivando auxiliar à
alta administração na tomada de decisões. Constitui um órgão de assessoramento e
não de execução. É um controle administrativo que avalia o desempenho de outros
controles.
De acordo com os objetivos que se pretende alcançar, a instituição precisa
trabalhar corretamente para receber sua auditoria. Ela se preocupa em documentar
o registro de dados que têm vários propósitos organizacionais, dentre eles a
comunicação, análise, fins contábeis e controle. A documentação adequada desses
dados permite também a correta contabilização auxiliando a prevenir os erros nos
processamentos e nos registros das transações.
Segundo Gaspar (1998, p. 54) nas instituições existem dois tipos de auditoria:

• Auditoria contábil, cuja finalidade é verificar se a informação contábil


cumpre com o objetivo da contabilidade determinado pela Lei; e
• Auditoria operacional, que tem por finalidade a verificação do atendimento
dos objetivos da entidade, através da execução dos seus programas e de
suas políticas delineada para cada área.
39

Pela auditoria verifica-se, na contabilidade, o cumprimento contábil das


obrigações e a veracidade das informações geradas. Certifica-se, também, que no
processo administrativo seus atos produzem efeitos financeiros ou podem produzi-
los, gerando então mudanças na situação econômico-financeira da entidade,
refletindo nas demonstrações contábeis e financeiras.
Sem uma documentação completa e exata, não é possível efetuar um
controle eficiente e adequado, quando se faz uma revisão pelos diversos
departamentos da instituição.
Os principais procedimentos da auditoria segundo Mazzi (1998, p.31) são:
• Controlar os resultados das instituições no tocante aos seus atos
operacionais, a rentabilidade de seus bens e serviços;
• Examinar e analisar a legalidade e a legitimidade dos sistemas e métodos,
dos resultados relativos a gestão; e
• Examinar as despesas, verificando a compatibilidade de suas destinações,
dentre outras.
Para Gaspar (1998, p.53), “a auditoria também se preocupa com os controles
administrativos, desde que estes atos produzam impactos financeiros que mudem a
situação econômica da entidade, refletida nas demonstrações contábeis e
financeiras”.
Assim, as instituições precisam manter seus controles e procedimentos de
rotina em constantes referenciais, para evitar os erros e as penalidades. Estas áreas
em que atuam os controles internos como contabilidade, auditoria e operacionais,
devem estar integradas em todos os setores da organização para auxiliar
pontualmente no resultado satisfatório.

2.4.2 Objetivos da auditoria interna

O objetivo geral da auditoria é assessorar a administração no desempenho


efetivo de suas funções e responsabilidades, avaliando a instituição, o
departamento, atividades, sistemas e operações, proporcionando a eficiência, bem
como em observância às Leis e regulamentos aplicáveis com segurança.
De acordo com Araújo (2001), são os objetivos da Auditoria Interna:
40

• Examinar a fidelidade das informações financeiras e operacionais, e


comunicar estas informações à alta direção da empresa;
• Examinar os sistemas existentes para verificar as políticas, planos e leis
que possam ter impacto sobre as operações e verificar se a organização
caminha em conformidade com as diretrizes traçadas;
• Examinar os meios de proteção dos ativos da companhia e, quando
necessário, verificar sua existência física.
• Certificar se os recursos da companhia são utilizados de maneira eficiente
e econômica.
• Examinar operações e programas, bem como certificar se os resultados
são compatíveis com os planos, e se essas operações, planos programas
foram executados em consonância com os planejados.
• Certificar se as providências necessárias para corrigir as impropriedades
detectadas foram devidamente adotadas.
A Auditoria Interna, por meio de suas atividades, certifica que as políticas e
procedimentos internos, definidos pela organização, bem como os sistemas
contáveis e de controle interno estão sendo atendidos e que as transações
correspondem aos registros da empresa.

2.4.3 Delimitação da responsabilidade da Auditoria Interna

Não é correto pensar que a Auditoria Interna é responsável pela instituição e


manutenção de um sistema de controle interno, ou mesmo pelo controle das
operações da organização, cabendo aos seus administradores estatuir e decidir
sobre mecanismos e métodos de controle que permitam acompanhar e avaliar os
negócios da empresa. Segundo Araújo (2001, p 31): “A auditoria interna não é
responsável pelos procedimentos operacionais, seja qual for o departamento
auditado, mas é responsável pela análise e informação das deficiências que são
notadas na intervenção ou revisão.”
Portanto, a Auditoria Interna tem a responsabilidade de assessorar a direção
da empresa, o conselho de administração ou o órgão equivalente, através de
41

exames, avaliações dos controles e recomendações, constantes em seus relatórios


ou pareceres, que visam ajustar a sistemática operacional/financeira da organização,
e, assim, sedimentar a tomada de decisão.
A Auditoria Interna é obrigatória nos entes da Administração Pública Direta e
Indireta. Inexiste obrigatoriedade quanto ás empresas particulares. As normas do
Conselho Federal de Contabilidade CFC 780/95 e 781/95, bem como as normas do
Instituto dos Auditores do Brasil – Audibra/92 – estabelecem procedimentos para o
exercício da Auditoria Interna.

2.4.4 Auditoria Interna e Controle Interno

Com a valorização do controle interno a partir da Constituição Federal de


1988, cada vez mais fica patente a necessidade de institucionalizar uma unidade
que assuma a sua coordenação e avaliação, como um serviço de apoio à
administração.
Estes órgãos são, em alguns casos, chamados de Unidades de Controle
Interno, mas, na maior parte das entidades, são denominados de Auditoria Interna.
O seu papel principal não é o de exercer o controle mas, a partir dos exames
efetuados, recomendar medidas voltadas a aprimorar o sistema de controle interno
da instituição.
A Auditoria Interna é parte do controle interno e não o controle como um todo.
Segundo Almeida (1988), não adianta a empresa implantar um sistema de controle
interno sem que se verifique periodicamente se os funcionários estão cumprindo o
que foi determinado no sistema, ou se o sistema não deveria ser adaptado às novas
circunstâncias. Esse é justamente o papel da Auditoria Interna.
As Auditorias Internas desempenham suas atividades com base nas Normas
Brasileiras para o Exercício da Auditoria Interna, que foram aprovadas e divulgadas
pelo Instituto dos Auditores Internos do Brasil em 1991.
Ao examinar as operações, a Auditoria Interna exerce uma avaliação
independente da adequação e eficácia do sistema de controle interno de uma
organização, visando que os controles garantam:
• a salvaguarda do patrimônio;
42

• a confiabilidade dos sistemas contábeis, financeiros e operacionais;


• a otimização no uso dos recursos;
• a eficiência operacional;
• a adesão às políticas e normas internas, à legislação e às demais
orientações dos órgãos de controle governamental.
Neste contexto, a auditoria passa a ser um componente do sistema de
controle interno, como um serviço de apoio à administração, ou seja, passa a ser um
elemento de controle que mede e avalia os demais controles.
Ainda que o comitê do AICPA tenha incluído a auditoria interna nos controles
contábeis, o trabalho do auditor transcende tais controles. O Auditor atua sobre
todas as atividades da Administração Pública, tendo como ponto de referência para
os testes de auditoria a serem aplicados justamente o controle interno, ou seja, todo
o planejamento da auditoria deverá levar em consideração o grau de confiabilidade
do controle interno existente no órgão ou na entidade a ser auditada.
Deve-se considerar a auditoria interna governamental como o topo da
pirâmide do sistema de controle interno, uma vez que a mesma supervisiona,
normatiza, fiscaliza e avalia o grau de confiabilidade dos controles internos,
buscando garantir a eficiência e eficácia dos mesmos, sem com eles se confundir. É
uma parte especializada da auditoria que se dedica à fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos órgãos e das entidades da
administração pública, quanto à legalidade, à legitimidade, à economicidade, bem
como à fiscalização dos recursos repassados pelo Estado a título de Convênio,
Subvenções Sociais e Econômicas e demais formas de antecipações de recursos
legalmente admitidas, que têm como beneficiários os Municípios, Entidades Públicas
ou Entidades Privadas sem fins lucrativos.
Cruz (1997), considera que a evolução da auditoria pode ser classificada em
três etapas. Este autor destaca para cada uma destas etapas o principal resultado a
alcançar, conforme segue:

Auditoria Fiscalizadora – principal resultado a alcançar: certificar a


adequação dos controles internos e apontar irregularidades, truques e
fraudes detectados;
Auditoria de Gestão – principal resultado a alcançar: identificar desvios
relevantes e apontar atividades e/ou departamentos fora do padrão de
desempenho esperado;
Auditoria Operacional – principal resultado a alcançar: certificar a
efetividade e oportunidade dos controles internos e apontar soluções
43

alternativas para melhoria do desempenho operacional. Medir o grau de


atendimento das necessidades dos clientes e acompanhar, mediante
indicadores do nível de eficiência e eficácia, o desvio em relação ao desafio-
padrão.”

Portanto, ao contrário do controle interno tradicionalmente executado, a


auditoria interna, não faz parte necessariamente da estrutura ou das atividades
normais dos órgãos e entidades, embora isto seja possível.
Em regra, existe um órgão centralizador das atividades de auditoria interna
governamental, que atua sobre todos os demais órgãos e entidades.
O grau de confiabilidade dos controles internos é fundamental para o
trabalho do auditor interno. Da confiança que nele se obtiver dependerá todo o
enfoque, amplitude e natureza da auditoria a ser efetuada.
Dessa forma, se os controles internos de um órgão ou entidade da
administração pública forem satisfatórios, serão escolhidos procedimentos mínimos
numa extensão reduzida (pode ser adotada uma amostragem, ao invés de uma
auditoria completa). Por outro lado, se os controles internos se apresentarem
insatisfatórios, deficientes, o trabalho do auditor interno deverá ser o mais amplo
possível, com ênfase em todo o processo da execução orçamentária e contábil
(execução da receita e da despesa), especialmente quanto aos estágios do
recolhimento dos numerários por parte dos agentes arrecadadores, da licitação, do
empenhamento, da liquidação e do pagamento da despesa pública, bem como
quanto aos atos de pessoal e demais controles contábeis e administrativos.
Há que se considerar que as atividades de auditoria se sobrepõem às
atividades operacionais de um modo geral, inclusive sobre as atividades do controle
interno administrativo e contábil, ou seja, as primeiras normatizam, orientam,
fiscalizam, avaliam o grau de confiabilidade e controlam a eficiência e a eficácia das
segundas. Esta relação entre auditoria e controle é sintetizada na figura 4, a seguir:
44

Sistema de Controle Interno

Auditoria
Interna:
normatização,
orientação e
fiscalização

Controles Administrativos Controles Contábeis

Figura 4 - Sistema de Controle Interno

2.4.5 A auditoria interna: rotinas e objetivos segundo NBC-12

Normas brasileiras de contabilidade (NBC):


A auditoria interna constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por
objetivo examinar a integridade, adequação e eficácia dos controles internos e das
informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais da Entidade.
A auditoria interna é de competência exclusiva de Contador registrado em
Conselho Regional de Contabilidade, nesta norma denominado auditor interno.

2.4.5.1 Procedimentos da Auditoria Interna

Os procedimentos de auditoria interna são os exames, incluindo testes de


observância e testes substantivos, que permitem ao auditor interno obter provas
suficientes para fundamentar suas conclusões e recomendações.
Os testes de observância visam a obtenção de uma razoável segurança de
que os controles internos estabelecidos pela administração estão em efetivo
45

funcionamento, inclusive quanto ao seu cumprimento pelos funcionários da


Entidade.
Os testes substantivos visam à obtenção de evidência quanto à suficiência,
exatidão e relevância dos fatos. As informações que fundamentam os resultados da
auditoria interna são denominadas de "evidências", que devem ser suficientes,
fidedignas, relevantes e úteis, de modo a fornecerem base sólida para as
conclusões e recomendações.

2.4.5.2 Papéis de Trabalho

Os papéis de trabalho são o conjunto de documentos e apontamentos com


informações e provas coligidas pelo auditor interno que consubstanciam o trabalho
executado.

2.4.5.3 Fraude e erro

O termo "fraude" aplica-se a atos voluntários de omissão e manipulação de


transações e operações, adulteração de documentos, registros, relatórios e
demonstrações contábeis, tanto em termos físicos quanto monetários.
O termo "erro" aplica-se a atos involuntários de omissão, desatenção,
desconhecimento ou má interpretação de fatos na elaboração de registros e
demonstrações contábeis, bem como de transações e operações da Entidade, tanto
em termos físicos quanto monetários.
O auditor interno deve assessorar a administração no trabalho de prevenção
de erros e fraudes, obrigando-se a informá-la, de maneira reservada, sobre
quaisquer indícios ou confirmações de erros ou fraudes detectados no decorrer de
seu trabalho.
46

2.4.5.4 Planejamento da Auditoria Interna

O planejamento do trabalho de auditoria interna compreende os exames


preliminares da Entidade, para definir a amplitude do trabalho a ser realizado de
acordo com as diretivas estabelecidas pela administração.
O planejamento deve considerar todos os fatores relevantes na execução dos
trabalhos, especialmente os seguintes:
a) o conhecimento detalhado dos sistemas contábil e de controles internos da
Entidade e seu grau de confiabilidade;
b) a natureza, oportunidade e extensão dos procedimentos de auditoria
interna a serem aplicados;
c) a existência de Entidades associadas, filiais e partes relacionadas que
estejam no âmbito dos exames da auditoria interna;
d) o uso do trabalho de especialistas e outros auditores;
e) os ciclo operacionais da Entidade relacionados com volume de transações
e operações;
f) o conhecimento das atividades operacionais da Entidade, como suporte
para a análise eficaz dos procedimentos e sistemas de Contabilidade de
Custos que estão sendo aplicados para acompanhar e controlar o uso e o
consumo de recursos, visando verificar a existência de desvios em relação
às rotinas preestabelecidas;
g) o conhecimento da execução orçamentária, tanto operacional como de
investimentos, no sentido de verificar a exatidão de apropriação dos
valores, se os desvios estão sendo controlados e se as conseqüentes
ações corretivas estão sendo aplicadas.
O auditor interno deve documentar seu planejamento e preparar, por escrito,
o programa de trabalho, detalhando o que for necessário à compreensão dos
procedimentos que serão aplicados, em termos de natureza, oportunidade e
extensão.
Os programas de trabalho, estruturados de forma a servir como guia e meio
de controle, devem ser revisados e ou atualizados quando necessário.
47

2.4.5.5 Aplicação dos procedimentos de auditoria interna

Conforme já salientado, o auditor interno deve obter, analisar, interpretar e


documentar as informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais para dar
suporte aos resultados de seu trabalho.
O processo de avaliação das informações contábeis compreende:
a) a obtenção de informações sobre todos os assuntos relacionados com os
objetivos e alcance da auditoria interna. As informações devem ser
suficientes, adequadas, relevantes e úteis no fornecimento de evidências
às conclusões e recomendações da auditoria interna:
ƒ a informação suficiente é factual e convincente, de tal forma que uma
pessoa prudente e informada possa entendê-la da mesma forma que o
auditor interno;
ƒ a informação adequada é aquela que, sendo confiável, propicia a
melhor evidência alcançável através do uso apropriado das técnicas de
auditoria interna;
ƒ a informação relevante é a que dá suporte às conclusões e
recomendações da auditoria interna;
ƒ a informação útil é a que auxilia a Entidade a atingir suas metas.
b) a aplicação dos procedimentos de auditoria interna, incluindo os testes e
técnicas de amostragem, e, onde praticável, deve ser definida
antecipadamente e ampliada ou alterada se as circunstâncias assim o
exigirem.
O processo deve ser supervisionado para alcançar razoável segurança de
que o objetivo do trabalho da auditoria interna está sendo atingido.
O auditor interno deve adotar procedimentos adequados para assegurar-se
que todas as contingências ativas e passivas relevantes decorrentes de processos
judiciais, reivindicações e reclamações, bem como de lançamentos de tributos e de
contribuições em disputa, foram identificadas e são do conhecimento da
administração da Entidade.
O auditor interno deve examinar a observância das legislações tributária,
trabalhista e societária, bem como o cumprimento de normas reguladoras a que
estiver sujeita a Entidade.
48

2.4.5.6 Documentação da Auditoria Interna

O auditor interno deve documentar, através de papéis de trabalho, todos os


elementos significativos dos exames realizados, que evidenciem ter sido a auditoria
interna executada de acordo com as normas aplicáveis.
Os papéis de trabalho devem ter abrangência e grau de detalhe suficientes
para propiciarem a compreensão do planejamento, da natureza, da oportunidade e
extensão dos procedimentos de auditoria interna aplicados, bem como do
julgamento exercido e do suporte das conclusões alcançadas.
Os papéis de trabalho devem ser elaborados, organizados e arquivados de
forma sistemática e racional.
Ao se utilizar de análises, demonstrações ou quaisquer outros documentos, o
auditor interno deve certificar-se de sua exatidão, sempre que integrá-los aos seus
papéis de trabalho.

2.4.5.7 Amostragem estatística e processamento eletrônico de dados

Ao determinar a extensão de um teste de auditoria interna de método de


seleção dos itens a serem testados, o auditor interno pode empregar técnicas de
amostragem estatística.
O auditor interno deve dispor de conhecimento suficiente dos recursos de
PED e dos sistemas de processamento da Entidade, a fim de avaliá-los e planejar
adequadamente seu trabalho.
O uso de técnicas de auditoria interna que demande o emprego de recursos
de PED, requer que o auditor interno as domine completamente, de forma a
implementar os próprios procedimentos ou, se for o caso, orientar, supervisionar e
revisar os trabalhos de especialistas.
49

2.4.5.8 Normas relativas ao relatório do auditor interno

O relatório é o instrumento técnico pelo qual o auditor interno comunica os


trabalhos realizados, suas conclusões, recomendações e as providências a serem
tomadas pela administração.
O relatório deve ser redigido com objetividade e imparciabilidade, de forma a
expressar claramente os resultados dos trabalhos realizados.
O relatório do auditor interno é confidencial e deve ser apresentado ao
superior imediato ou pessoa autorizada que o tenha solicitado.
O auditor interno deve, no seu relatório, destacar, quando for o caso, as áreas
não examinadas, informando os motivos pelos quais não as contemplou.
Considerações Finais
Com a realização da revisão da literatura específica sobre a área de controle
interno e auditoria interna, pode-se ter uma visão geral da complexidade dos
trabalhos e da responsabilidade que os profissionais assumem no exercício de
cargos ou funções na administração pública federal .
Diante do contexto desta revisão literária, torna-se relevante conhecer os
procedimentos e práticas de prestação de contas nas IFES, bem como as
orientações para o cálculo dos indicadores de gestão, segundo a Decisão nº
408/2002 - TCU e que passaram a ser incluídos nos Relatórios de Gestão das
Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) a partir de 2002. Os procedimentos
e práticas, bem como as orientações para cálculo serão apresentados no capítulo 4.
50

3 METODOLOGIA DO ESTUDO

Neste capítulo são destacados os principais passos da metodologia utilizada


para a preparação deste trabalho, que inclui tipo de estudo e, plano amostral.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Uma pesquisa é considerada como "o processo de descobrir respostas para


os problemas mediante a utilização de procedimentos científicos." (GIL, 2002, p.36),
ou ainda, pesquisar "não é apenas procurar a verdade; é encontrar respostas para
questões propostas, utilizando métodos científicos". (MARCONI e LAKATOS, 2002,
p.15).
Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, a pesquisa pode ser (GIL,
2002):
Pesquisa Bibliográfica: quando elaborada a partir de material já publicado,
constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com material
disponibilizado na Internet.
Análise Documental: Pesquisa Documental ou de Gabinete que consiste em
recolher, analisar e interpretar as contribuições teóricas já existentes.
Segundo Witter (1997, p.22), a pesquisa documental é aquela cujos objetivos
ou hipóteses podem ser verificados através de análise de documentos bibliográficos
ou não bibliográficos, requerendo metodologia (coleta, organização, análise de
dados) compatíveis com os mesmos. As fontes documentais, muitas vezes, são
capazes de proporcionar ao pesquisador dados relevantes, evitando a perda de
tempo com levantamentos de campo, sem contar que em muitos casos, só é
possível a investigação social a partir de documentos
Do ponto de vista de seus objetivos Gil (2002) destaca a pesquisa
exploratória, como aquela que visa proporcionar maior familiaridade com o
problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Envolve
levantamento bibliográfico e análise de exemplos que estimulem a compreensão.
Assume, em geral, as formas de Pesquisas Bibliográficas e Estudos Documentais.
51

Nesta dissertação utilizou-se desses conceitos visando responder aos


objetivos estabelecidos no início do trabalho. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica
e documental mediante o emprego de procedimentos científicos (GIL, 2002, p.36). A
pesquisa bibliográfica utilizada compreende vários níveis : contabilidade pública,
gerencial, controle interno, auditoria e legislação específica. A esse tipo de
sistemática dá-se o nome de pesquisa exploratória (GIL,1995, p.38 e MARCONI e
LAKATOS, 2002, p.17).

3.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Não existe obrigatoriamente um método que seja padrão para todo e qualquer
tipo de pesquisa. Independentemente da escolha do pesquisador, espera-se que o
método escolhido “seja coerente com a maneira como o problema foi formulado,
com os objetivos do projeto e outras limitações práticas de tempo, custo e
disponibilidade de dados. O projeto pode combinar o uso de mais de um método.
(ROESCH, 1999, p.126).
Importante para o processo é que sejam estabelecidos limites para a
investigação tais como assunto, extensão ou uma série de fatores. Por outro lado,
"nem sempre há necessidade de limitação, pois o próprio assunto e seus objetivos
podem estabelecer limites". (MARKONI e LAKATOS, 2002, p.27).
Foram observados os seguintes limites para a pesquisa documental , quais
sejam:
a) Setorial: INSTITUIÇÃO FEDERAL DE ENSINO SUPERIOR - UFF
b) Temporal: 2004
c) Espacial: Estado do Rio de Janeiro – RJ

3.3 REVISÃO DE LITERATURA

Conforme Medeiros (1997, p.40), a pesquisa bibliográfica caracteriza-se como


documentação indireta. Além da pesquisa bibliográfica, pode-se realizar uma
52

pesquisa de documentos de primeira mão que ainda não foram objetos de pesquisa.
De acordo com Gil (1995, p.42), "pesquisas bibliográficas seriam aquelas
desenvolvidas a partir das contribuições dos diversos autores a cerca de
determinado assunto, mediante consulta a livros, opúsculos, periódicos etc."
Já Marconi e Lakatos (2002, p.66) consideram que a pesquisa bibliográfica,
ou de fonte secundárias, abrangem toda a bibliografia já tornada pública em relação
ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros,
pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc., até meios de comunicação
orais: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes e televisão.
Foram coletadas informações disponíveis do Ministério da Educação (MEC)
e no portal da Universidade Federal Fluminense(UFF), conseguidas mediante
acesso à Internet, referentes ao Controle Interno nas Instituições Federais de Ensino
Superior.

3.4 ESTUDO DOCUMENTAL

O estudo de caso, representa o modo de investigação desta pesquisa, já que o


pesquisador procura analisar à execução financeira e orçamentária da UFF,
observadas as regras relativas ao controle interno nas IFES.

3.5 DEFINIÇÃO DA AMOSTRA

Dentre todo o universo a ser estudado, escolhe-se uma parte dele que seja
representativa, ou seja, a amostra é um subconjunto da população por meio da qual
é possível estimar suas características. (GIL, 1995, p.72 e MARKONI e LAKATOS,
1996, p.28).
53

3.5.1 Apresentação do documento analisado

Analisou-se o Relatório de Gestão da Universidade Federal Fluminense, no


ano de 2004, tendo como foco a execução financeira e orçamentária dos Programas
de Governo da UFF. www.uff.br

3.5.2 Determinação do universo e da amostra

O Relatório de Gestão da Universidade Federal Fluminense – UFF, relativo


ao ano de 2004, constitui o universo desta pesquisa documental, sendo os
Resultados da Execução Financeira e Orçamentária dos Programas de Governo
apresentados no Relatório de Gestão a amostra escolhida.

3.6 PLANO AMOSTRAL

3.6.1 Metodologia aplicada na seleção da amostra

A Amostra Resultados da Execução Financeira e Orçamentária dos


Programas de Governo seguiu dois critérios:
- Critério de Representatividade
Considerou-se que a Universidade Federal Fluminense – UFF é uma
instituição de ensino pública federal de grande porte. Além da instituição
cumprir normas legais, outras recomendações e propostas foram
implementadas no sentido da efetiva responsabilidade e das obrigações
desta Instituição de Ensino.
– Critério de Ambiência
54

A ambiência, neste contexto, significa o espaço de mobilização em torno


da idéia de trabalho, que se dinamiza a partir das diversas possibilidades
de interação, ação pedagógica, produção intelectual e pesquisa, quando o
profissional assume compromissos fundamentais com a instituição em que
trabalha.
O ambiente no qual o pesquisador desenvolve carreira acadêmica serviu de
incentivo para pesquisar a realidade do órgão em que trabalha.

3.7 OPERACIONALIZAÇÃO

No Relatório de Gestão foram apreciadas as operações da instituição em


seus aspectos relativos ao orçamento autorizado pelo Congresso Nacional para a
Universidade Federal Fluminense. Em relação aos recursos financeiros dos
Programas de Governo, foram realizadas análises críticas dos resultados
alcançados pela Universidade, conforme o detalhamento da execução da despesa
realizada pela gestão no ano de 2004.
55

4 PRESTAÇÃO DE CONTAS NAS IFES

Considerações Iniciais

Este capítulo aborda os procedimentos e práticas nas prestações de contas


nas IFES, e as orientações para o cálculo dos indicadores de gestão segundo o
TCU – Tribunal de Contas da União, delineados, respectivamente pela Instrução
Normativa SF/MF Nº 02, de 20 de dezembro de 2000, apresentada no portal do
Ministério de Educação e Cultura e pela Decisão nº 408/2002 do Tribunal de Contas
da União

4.1 PROCEDIMENTOS E PRÁTICAS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS NAS IFES

A Instrução normativa SF/MF Nº 02, de 20 de dezembro de 2000, define, em


seu Art. 2º, item IX, o processo de prestação de contas como:

[...] processo formalizado pelo titular da entidade da administração indireta,


compreendendo as autarquias, fundações instituídas e mantidas pela União,
empresas públicas, sociedades de economia mista e demais empresas
controladas direta ou indiretamente pela União, bem como empresas
encampadas ou sob intervenção federal, órgãos e entidades que arrecadem
ou gerenciem contribuições parafiscais, de investimentos e outros fundos e
dos órgãos ou entidades administradas sob contrato de gestão. A Prestação
de Contas será elaborada com suporte da unidade de contabilidade
analítica da entidade, com objetivo de demonstrar a boa e regular aplicação
dos recursos utilizados e os resultados obtidos, na conformidade das leis,
regulamentos e normas emanadas das autoridades administrativas
competentes e conterá dados e informações pertinentes aos atos de gestão
orçamentária, financeira, patrimonial e operacional e à guarda de bens e
valores públicos, devendo ser encaminhada à respectiva unidade de
controle interno, pelo titular da entidade.

A Prestação de Contas, ainda de acordo com o item supracitado, poderá ser:


A. Anual – levantada ao final do correspondente exercício financeiro; até
setenta e cinco dias contados da data do encerramento do correspondente
exercício financeiro.
B. Extraordinária - quando ocorrer a extinção, cisão, fusão, incorporação,
transformação, liquidação ou privatização de entidades da administração
56

indireta, inclusive das fundações instituídas e/ou mantidas pelo Poder


Público Federal; até noventa dias, contados da data de extinção, cisão
dissolução, transformação, liquidação, privatização, fusão ou
incorporação.
De maneira geral, os processos de tomada e de prestação de contas são
constituídos por: 1) rol de responsáveis; 2) demonstrações financeiras exigidas em
lei; 3) relatório de gestão e 4) relatório de auditoria.
As prestação de contas das autarquias e fundações públicas estão
regulamentadas pela Medida Provisória nº 2.087-29, de 22 de fevereiro de 2001,
atualizando a legislação pertinente.
O Art. 1º, desta Medida Provisória prevê que os recursos financeiros de todas
as fontes de receitas da União e de suas autarquias e fundações públicas, nas quais
se incluem as IFES, serão depositados e movimentados exclusivamente por
intermédio dos mecanismos da conta única do Tesouro Nacional. A MP estabelece
também, no Art. 2º, as regras para aplicação financeira dos recursos.
Art. 2º - A partir de 01 de janeiro de 1999, os recursos dos fundos, das
autarquias e das fundações públicas federais não poderão ser aplicados no mercado
financeiro.
Já, no Parágrafo 4º deste artigo, abre-se exceção, no que se refere às
receitas próprias.
§ 4º As autarquias e fundações públicas, os fundos por elas administrados,
bem como os órgãos da Administração Pública Federal direta, poderão manter na
conta única do Tesouro Nacional, em aplicações a prazo fixo, disponibilidades
financeiras decorrentes de arrecadação de receitas próprias, na forma
regulamentada pelo Ministério da Fazenda.
No que se refere às mantenedoras de instituições de ensino superior sem
finalidade lucrativa, o artigo 5º do decreto 3.860, de 9 de julho de 2001, diz que estas
publicarão, para cada ano civil, suas demonstrações financeiras certificadas por
auditores independentes e com parecer do respectivo conselho fiscal (TRIGUEIRO,
2006).
Este conjunto normativo estabelece, portanto a forma e o critério que rege o
processo de prestação de contas das IFES, como instituições públicas,
especialmente no que concerne a parte propriamente orçamentária de tal processo.
Contudo, há muitos outros aspectos, que precisam ser, igualmente considerados, e
57

atinge todo o ambiente do ensino superior brasileiro, no momento. (TRIGUEIRO,


2006).
Trata-se da prestação de contas dos serviços realizados e dos resultados dos
trabalhos sob a responsabilidade de tais instituições. O que está em questão, nesse
sentido, é algo que vai além do aspecto meramente orçamentário e jurídico,
atingindo a qualidade do ensino, a formação dos recursos humanos e o emprego
adequado dos recursos financeiros em atividades de pesquisa e extensão
(TRIGUEIRO, 2006).

4.2 ORIENTAÇÕES PARA O CÁLCULO DOS INDICADORES DE GESTÃO


DECISÃO TCU Nº 408/2002-PLENÁRIO - VERSÃO REVISADA EM
MARÇO/2004

Este documento apresenta informações sobre as origens, a forma de


apuração e as finalidades dos indicadores de desempenho que foram fixados pela
Decisão nº 408/2002 - TCU - Plenário e que deverão ser incluídos nos Relatórios de
Gestão das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) a partir de 2002.
A Decisão determinou ainda a constituição de Grupo de Contato, formado por
representantes do Tribunal de Contas da União, da Secretaria de Educação Superior
– SESu/MEC e da Secretaria Federal de Controle Interno – SFC. São dois os
objetivos do Grupo de Contato: orientar as IFES na implantação padronizada do
conjunto inicial de indicadores e definir plano de ação com vistas a aprimorá-los.
Esse conjunto inicial foi selecionado com base em auditoria de natureza
operacional realizada na Universidade de Brasília. Essa fiscalização teve por
objetivo a seleção e a apuração de indicadores que pudessem retratar aspectos
relevantes do desempenho das instituições de ensino superior. Posteriormente, a
sistemática foi testada em cinco outras instituições, a saber: Fundação Universidade
do Amazonas - FUA, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE,Universidade
Federal de Goiás - UFGO, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ e
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS.
A adoção desse conjunto como parte integrante do Relatório de Gestão foi
decorrente de trabalho que consolidou os resultados das seis auditorias realizadas,
58

e cujo relatório foi apreciado pelo Tribunal por meio da referida Decisão n° 408/2002
– TCU - Plenário. A etapa subseqüente, sob a responsabilidade do Grupo de
Contato, visa padronizar a implantação dos indicadores nos próximos relatórios de
gestão das IFES.
A análise realizada quando do processo de consolidação das auditorias
evidenciou algumas limitações e cuidados que devem acompanhar a utilização e
interpretação dos resultados obtidos. Devido à grande heterogeneidade apresentada
pelas IFES, o conjunto de indicadores, pela sua simplicidade, mostrou-se incapaz
de, isoladamente, permitir conclusões sobre o desempenho das instituições. Com
essa perspectiva como ponto de partida, a Decisão do TCU não teve por objetivo a
obtenção de dados para avaliação da condução gerencial da IFES. Tão pouco há
intenção de estabelecer classificação hierárquica e alternativa de instituições,
duplicando-se o trabalho já sistematicamente realizado pela SESu.
O que se pretende, com a inclusão desses dados nos relatórios de gestão, é
a construção de série histórica para acompanhar a evolução de aspectos relevantes
do desempenho de todas as IFES, o que poderá indicar, ao longo dos anos, a
necessidade de aperfeiçoamentos em áreas específicas, ou mesmo a correção de
eventuais disfunções. As informações gerenciais extraídas desse acompanhamento
deverão servir de subsídio para selecionar áreas a serem estudadas com maior
profundidade pelos Controles Interno e Externo. Essa seleção orientará trabalhos
como a análise das Contas do Governo e auditorias de natureza operacional,
direcionadas à identificação de boas práticas e de oportunidades de melhoria na
gestão. No mesmo sentido, esses dados poderão ser utilizados pelo Ministério da
Educação, no monitoramento já realizado das ações e resultados das IFES. Espera-
se também que o acompanhamento da evolução desses indicadores possa ser útil
como ferramenta de apoio à necessária auto-avaliação institucional.
Embora reconhecendo que os indicadores devem ser considerados apenas
como ferramenta auxiliar no acompanhamento do desempenho das entidades, o
propósito último deste trabalho é contribuir para o aprimoramento da gestão das
instituições federais de ensino superior. Para alcançar esse objetivo, é
imprescindível a participação efetiva dos envolvidos.
Nesse contexto, espera-se contar com a colaboração de todas as IFES para
informar os indicadores definidos pelo TCU, o que deverá ser feito em anexo ao
relatório de gestão.
59

Considerando que o conjunto de indicadores fixados pela Decisão n°


408/2002 será objeto de aprimoramento, os valores apurados bem como outros
dados, informações e considerações pertinentes à questão e integrantes desse
anexo não deverão ser objeto de divulgação na internet, durante essa fase
preliminar de implantação.
Finalmente, é importante a participação das IFES no sentido de garantir a
integridade dos dados apresentados e, principalmente, contribuir com sugestões
para o aprimoramento da forma de cálculo adotada ou a inclusão de novos
indicadores que possam ser agregados ao conjunto, de forma a refletir com maior
precisão aspectos de eficiência e economicidade das atividades acadêmicas. Por
exemplo, podem ser incluídos indicadores específicos dos hospitais universitários.
A orientações para o cálculo dos indicadores e as fórmulas para cálculo dos
indicadores de desempenho das IFES são apresentadas, a seguir, conforme consta
na Decisão do TCU.
60

Figura 5 - Orientações para o cálculo dos indicadores

O custo corrente será aquele realizado entre 01/01 e 31/12 do exercício,


independentemente do ano letivo.
61

• Devem ser subtraídas as despesas com os afastamentos para servir em


outro órgão ou entidade, mandato eletivo, e estudo ou missão no exterior (Título III,
Capítulo V, da Lei nº 8.112/90), incluindo-se, se for o caso, afastamento para estudo
no país.
• Não devem ser subtraídas despesas de pessoal em licença para
capacitação (Título III, Capítulo IV, Seção VI, da Lei nº 8.112/90), ou em licença para
tratamento de saúde, licença gestante, adotante ou paternidade e licença por
acidente em serviço (Título VI, Capítulo II, Seções IV, V e VI, da Lei nº 8.112/90).
• Não devem ser subtraídas as despesas com pessoal cedido que forem
reembolsadas pela entidade a qual foi cedido o servidor.

(2) NÚMERO DE ALUNOS


• São considerados no cálculo todos os alunos registrados no ano letivo
referente ao exercício em cursos de:
a) graduação, ministrados nos turnos diurno e noturno;
b) pós-graduação stricto sensu: mestrado e doutorado;
c) residência médica;
• os dados semestrais devem ser somados e divididos por dois;
• não devem ser incluídos alunos ou participantes de atividades de extensão
e de especialização;
• não devem ser considerados alunos de mestrado profissionalizante;
• não devem ser incluídos alunos de cursos a distância.
(2.1) AG = total de alunos regularmente matriculados na graduação
APG = total de alunos na pós-graduação stricto sensu, incluindo-se alunos
de mestrado e dedoutorado
AR = alunos de residência médica
(2.2) Número de Alunos da Graduação em Tempo Integral (AGTI):
É calculado pela fórmula:
AGTI = Σtodos os cursos ⎨(NDI∗ DPC)(1+ [Fator de Retenção]) + ((NI - NDI)/4)∗ DPC⎬

NDI = Número de diplomados, no ano letivo referente ao exercício, em cada curso


DPC = Duração padrão do curso
NI = Número de alunos que ingressaram, no ano letivo relativo ao exercício, em
cada curso
62

Fator de Retenção calculado de acordo com metodologia da SESu


(2.3) Número de Alunos Equivalentes da Graduação (AGE)
AGE = Σtodos os cursos ⎨(NDI∗ DPC)(1+ [Fator de Retenção]) + ((NI - NDI)/4)∗ DPC⎬ ∗

[Peso do grupo em que se insere o curso]


NDI = Número de diplomados, no ano letivo referente ao exercício, em cada curso
DPC = Duração padrão do curso
NI = Número de alunos que ingressaram, no ano letivo relativo ao exercício, em
cada curso Fator de Retenção e Peso do grupo calculados de acordo com
metodologia da SESu
(2.4) Número de Alunos Tempo Integral de Pós - Graduação (APGTI) e de
Residência (ARTI)
Para o cálculo de alunos tempo integral, os alunos de mestrado, doutorado e
residência devem ser computados com peso dois:

APGTI = 2 APG e ARTI = 2 AR


(3) NÚMERO DE PROFESSORES

Deve ser considerado como referência o docente de tempo integral (40


horas/semana, com ou sem Dedicação Exclusiva - DE), convertendo-se
proporcionalmente os que se enquadrem em outros regimes de dedicação:

Figura 6 – Regime de dedicação dos professores

Número de professores =
(+) professores em exercício efetivo, inclusive ocupantes de funções gratificadas e
cargos comissionados
(+) substitutos e visitantes
(-) professores afastados para capacitação ou cedidos para outros órgãos e/ou
entidades da administração pública em 31/12 do exercício
63

• Como professores devem ser considerados apenas aqueles que trabalham no


ensino superior (graduação, pós-graduação stricto sensu e residência).
• Professores que atuam exclusivamente no ensino médio de escolas vinculadas à
IFES não devem contar como professores.

(4) NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS


Deve ser considerado como referência o servidor de tempo integral (40
horas/semana), convertendo-se proporcionalmente os que se enquadrem em outros
regimes de trabalho.

Figura 7 – Regime de trabalho funcionários

Número de funcionários =
(+) servidores técnico-administrativos vinculados à Universidade
(+) contratados sob a forma de prestação temporária de serviços
(-) funcionários afastados para capacitação ou cedidos para outros órgãos/entidades
da administração pública em 31/12 do exercício

(5) CONCEITO CAPES PARA PROGRAMAS DE PÓS – GRADUAÇÃO


Deve ser considerado o conceito da última avaliação realizada pela CAPES, cujos
valores podem variar de 1 a 7, sendo que, para os programas que oferecem apenas
o Mestrado, a nota máxima é 5, enquanto que, para os programas que também
oferecem Doutorado, a nota máxima é 7.
Para obter o Conceito CAPES da IFES, deve ser feita a média aritmética dos
conceitos CAPES de todos os programas de pós-graduação stricto sensu (com
mestrado ou com mestrado e doutorado) da instituição que tenham sido objeto de
avaliação.
64

(6) QUALIFICAÇÃO DO CORPO DOCENTE


Para qualificar o corpo docente, é aplicada, ao número de professores (professores
em exercício efetivo + substitutos + visitantes - professores afastados para
capacitação ou cedidos para outros órgãos e/ou entidades da administração pública
em 31/12 do exercício), a seguinte ponderação:

Figura 8 – Qualificação dos docentes

Nesse cálculo não deve ser considerado o regime de trabalho (20h ou 40h
semanais) do professor.

(7) NÚMERO DE DIPLOMADOS E NÚMERO DE INGRESSANTES NA


GRADUAÇÃO
Para o número de diplomados (NDI), deve-se considerar o número de
concluintes (que completaram os créditos, mesmo não tendo colado grau) dos
cursos no ano letivo correspondente ao exercício, somando-se o número de
concluintes nos dois semestres do ano.
Se o número de diplomados do 2º semestre do ano X não estiver disponível,
em decorrência de atraso no calendário letivo, devem ser utilizados no cálculo o
número de diplomados do 2º semestre do ano X-1 e número de diplomados do 1º
semestre do ano X.
Os alunos dos cursos em extinção devem ser considerados normalmente,
enquanto houver turmas regulares concluindo o curso.
Para o cálculo dos ingressantes, deve ser considerado o ano do suposto
ingresso dos estudantes que se graduam no exercício, com base na duração padrão
prevista para cada curso.
Assim, para o caso de cursos anuais com duração de 4 anos, deve ser
considerado o número de ingressantes de quatro anos letivos atrás; para cursos com
65

duração de 5 anos, devem ser considerados os ingressantes de cinco anos letivos


atrás.
Nº total de alunos ingressantes = NI4 + NI5 + NI6
NI4 = Número de ingressantes do exercício letivo de quatro anos letivos atrás,
referentes ao cursos com duração prevista de 4 anos
NI5 = Número de ingressantes do exercício letivo de cinco anos letivos atrás,
referentes ao cursos com duração prevista de 5 anos
NI6 = Número de ingressantes do exercício letivo de seis anos letivos atrás,
referentes ao cursos com duração prevista de 6 anos
No caso de cursos semestrais, o cálculo dos ingressantes deve considerar os dois
semestres de suposto ingresso dos estudantes que se graduam nos dois semestres
do exercício em questão, com base na duração padrão prevista para cada curso.
Assim, para cursos com duração de 8 semestres (4 anos), devem ser
considerados os ingressantes de oito semestres atrás, em relação aos dois
semestres do ano letivo em análise; para cursos com duração de 10 semestres (5
anos), devem ser considerados os ingressantes de dez semestres atrás, em relação
aos dois semestres do ano letivo em análise.
Nº total de alunos ingressantes = NI8 + NI10 + NI12
NI8 = Número de ingressantes dos dois semestres há oito semestres, referentes ao
cursos com duração prevista de oito semestres (ex: para concluintes em 2002,
devem ser considerados os ingressantes do 2º semestre/98 e do 1º semestre/99);
NI10 = Número de ingressantes dos dois semestres há dez semestres, referentes ao
cursos com duração prevista de dez semestres (ex: para concluintes em 2002,
devem ser considerados os ingressantes do 2º semestre/97 e do 1º semestre/98);
NI12 = Número de ingressantes dos dois semestres há doze semestres, referentes
ao cursos com duração prevista de doze semestres (ex: para concluintes em 2002,
devem ser considerados os ingressantes do 2º semestre/96 e do 1º semestre/97).
Com esse procedimento, que é referente ao cálculo do indicador IX – Taxa de
Sucesso na Graduação - TSG, não há ingressantes de cursos novos que ainda não
tiveram turmas regulares de concluintes (turmas que tenham concluído os créditos
na duração padrão curso). Esses cursos não devem ser considerados nesse
indicador.
OBSERVAÇÃO: PARÂMETROS REFERENTES A ATIVIDADES DE EXTENSÃO E
ESPECIALIZAÇÃO
66

No conjunto mínimo fixado pela Decisão no TCU, não há indicadores que


explicitamente contemplem as atividades de extensão e especialização. Como essas
ações podem ser bastante heterogêneas nas diferentes IFES, é recomendável que,
a critério da instituição, esse conjunto proposto pelo TCU seja acrescido de alguns
indicadores (até dois ou três) que reflitam tais atividades. Os indicadores acrescidos
poderão vir a ser considerados na etapa de avaliação e aprimoramento do conjunto
de indicadores do TCU, com vistas a sua possível inclusão no conjunto atualmente
válido.
Considerações Finais
O trabalho de acompanhamento e avaliação desenvolvido pelo MEC – Ministério
de Educação e Cultura é de fundamental importância, condicionando toda a política de
recredenciamento de cursos e de criação de novas IFES.
Em relação á orientação dos cálculos, segundo Decisão do TCU, é importante
que os indicadores adicionais propostos sejam passíveis de apuração e verificação,
sejam comparáveis e reflitam com confiabilidade aspectos da realidade acadêmica,
especialmente quanto a atividades de extensão e especialização.
O perfil da Universidade Federal Fluminense e a composição do processo de
prestação de contas na UFF serão apresentados no capítulo 5.
67

5 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF

Neste capítulo será apresentado o perfil da Universidade Federal Fluminense


- UFF, e a composição do processo de prestação de contas nessa Instituição de
Ensino. As informações que passam a compor o perfil da Universidade encontram-
se disponibilizadas no Relatório de Gestão – 2004, no portal da Universidade (
www.uff.br) .

5.1 PERFIL DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

Figura 9 – A UFF no Estado do Rio de JANEIRO


Fonte: Relatório de Gestão. UFF. 2004

A instituição:
A UFF está sediada no município de Niterói, RJ. Suas Unidades estão
situadas em vários bairros da cidade, de forma isolada e em três campi:
Valonguinho, Gragoatá e Praia Vermelha. Além da atuação em sua sede, a
universidade atende, ainda, a várias regiões do interior fluminense, ministrando
cursos, de graduação e/ou pós-graduação, em outros municípios do Estado do Rio
de Janeiro (vide mapa abaixo). Sua atuação se estende também a outras regiões do
68

país, como o município de Oriximiná, no Estado do Pará, onde são desenvolvidos


projetos de extensão na Região Amazônica.
Como suporte às suas atividades acadêmicas a universidade conta com:
Biblioteca Central e 23 Setoriais, Hospital Universitário, Laboratório Universitário,
Centro de Assistência Jurídica, Clínica Veterinária, Serviço de Psicologia Aplicada,
Dispensário-Escola, Farmácia Universitária, Núcleo Experimental (no município de
Iguaba, RJ) e Fazenda-Escola (no município de Cachoeiras de Macacu,RJ).
A Universidade Federal Fluminense conta, atualmente, com um contingente
de 22.766 alunos, distribuídos em 58 cursos de graduação (na sede e fora da sede),
116 Cursos de Pós-Graduação Lato Sensu, 43 Programas de Pós- Graduação
Stricto Sensu - 21 de Mestrado/Doutorado e 22 de Mestrado - e em dois colégios
agrícolas de ensino médio e técnico. Desenvolve centenas de projetos e programas
de pesquisa e extensão abrangendo as mais diversas áreas das ciências, letras,
artes e cultura, em Niterói e outras cidades do Estado do Rio. Atividades
descentralizadas, que garantem a integração da Universidade com a sociedade,
levando educação, prestando serviços e propiciando o intercâmbio e a difusão de
informação e conhecimento.

O espaço físico:
O espaço físico do patrimônio imobiliário da universidade está distribuído em
três campi, em três localizações assim definidas: em vários bairros de Niterói, em
outros municípios do Estado do Rio de Janeiro e no Estado do Pará.

Dados gerais:
A Universidade Federal Fluminense -UFF, CNPJ 28.523.215/0001-06, é uma
Entidade Federal Autárquica, vinculada ao Ministério da Educação e está sediada na
Rua Miguel de Frias nº 9, Icaraí, Niterói , Rio de Janeiro, CEP: 24 220 000, telefones
2629-5000/5001, fax 2629-5207 e endereço eletrônico ww.uff.br.
O código de Gestão da UFF é 15.227 e, abaixo, estão relacionadas suas
unidades gestoras e Estados onde estão sediadas:
Unidade Avançada José Veríssimo da UFF - PA
Universidade Federal Fluminense - RJ
Hospital Universitário Antonio Pedro - RJ
Divisão de Orientação Alimentar da UFF - RJ
69

Colégio Técnico Agrícola I.B. Borges da UFF - RJ


Colégio Agrícola Nilo Peçanha - RJ
Curso de Pós-Graduação em Geoquímica da UFF - RJ
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UFF - RJ
Instituto de Física da UFF - RJ
A UFF foi criada pela Lei 3.848 de 18 de dezembro de 1960, instituída
conforme a lei 3.958 de 13 de setembro de 1961 e reestruturada nos termos do
Decreto n.º 62.414. Tem por finalidade:
• manter, desenvolver e aperfeiçoar o ensino nas unidades que a integram,
bem como promover outras atividades necessárias à plena realização de
seus objetivos;
• promover a pesquisa filosófica, científica e tecnológica, literária e artística;
formar pessoal para o exercício das profissões liberais e técnico-científicas
e de magistério, bem como para o desempenho de altas funções na vida
pública e privada;
• estender à comunidade, sob a forma de cursos e serviços especiais, as
atividades de ensino e os resultados da pesquisa;
• cooperar com as entidades públicas e privadas na realização de trabalhos
de pesquisa e serviços técnico-profissionais, visando ao desenvolvimento
fluminense;
• estimular os serviços relativos à formação moral e histórica da civilização
brasileira, em todos os seus aspectos;
• desenvolver o espírito universitário; e
• desenvolver harmonicamente e aperfeiçoar em seus aspectos moral,
intelectual e físico a personalidade dos alunos.

Seu Regimento e Estatuto foi aprovado pelo Conselho Federal de Educação


conforme Parecer Nº 2/83, sendo homologado através da Portaria Ministerial n.º 177
de 2/5/83 e publicado no Diário Oficial da União de 5/5/83.
70

Figura 10 - Administração Superior da Universidade

- Órgãos Colegiados Superiores –


.Conselho Universitário (CUV), órgão supremo de deliberação coletiva;
.Conselho de Ensino e Pesquisa (CEP), órgão eminentemente
71

técnicoacadêmico; .Conselho de Curadores (CUR), órgão que fiscaliza as


atividades econômicofinanceiras da Universidade, os quais desenvolvem
atividades que lhes são peculiares, tendo como unidade de apoio comum
aos três a Secretaria Geral dos Conselhos Superiores.
- Gabinete do Reitor (GAR) - Responsável pela Administração Central da
Instituição, está interligado a todos os Setores da Universidade. Sua
finalidade é a de desenvolver ações que garantam o suporte necessário
para que cada um dos segmentos da atividade-meio (administração) possa
realizar suas atividades visando ao êxito das atividades-fim (ensino,
pesquisa e extensão).
- Pró-Reitorias – Órgãos de assessoramento ao Reitor e implementação da
política universitária, são em número de quatro:
• Pró-Reitoria de Assuntos Acadêmicos – PROAC– tem por finalidade
empreender ações que visem à ampliação e ao aprimoramento da
qualidade do ensino de graduação, do sistema acadêmico administrativo,
o desenvolvimento de ações que viabilizem a discussão e a construção
dos projetos políticopedagógicos dos cursos de graduação, bem como
procede ao acompanhamento e à administração da vida escolar do
estudante, desde sua entrada na Universidade até a sua colação de grau
e registro de seu diploma.
• Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação – PROPP – tem como
propósito gerenciar, subsidiar e incentivar o desenvolvimento da pesquisa
e pósgraduação na Universidade, garantindo sua qualidade em todos os
níveis, quer na formação de pessoal como na produção de conhecimento
técnico-científico.
• Pró-Reitoria de Extensão – PROEX – tem como função promover,
organizar, estimular e implementar programas e projetos de extensão de
caráter institucional,que contemplem o estudo e a proposição de soluções
para as grandes questões da sociedade, em âmbitos municipal, estadual,
regional e nacional.
• Pró-Reitoria de Planejamento – PROPLAN – é responsável pelo núcleo de
informações da Universidade, pelo orçamento/execução financeira, e pelo
planejamento e desenvolvimento institucional.
-Superintendências - Visam complementar a estrutura regimental da
72

Administração Superior da Universidade, são em número de duas:


• Superintendência de Administração - órgão de planejamento e gerência
de obras, manutenção do patrimônio, compras e contratos correlatos,
para atender às necessidades de funcionamento e modernização da
estrutura organizacional de diversos setores da administração
universitária.
• Superintendência Recursos Humanos - responsável por todas as
questões que dizem respeito ao equilíbrio das relações de trabalho e
desenvolvimento humano e profissional no âmbito da Universidade.
Órgãos de Administração Acadêmica
Correspondem aos quatro Centros Universitários - de Estudos Gerais, de
Estudos Sociais Aplicados, Tecnológico e de Ciências Médicas – com suas
Unidades – Escolas , Faculdades e Institutos - Departamentos de Ensino e
Coordenações de Cursos.

O espaço físico:
O espaço físico do patrimônio imobiliário da universidade está distribuído
geograficamente em diferentes regiões da cidade de Niterói (três campi e unidades
isoladas), do Estado do Rio de Janeiro e no Estado do Pará.
Em Niterói, a UFF abrange várias áreas da cidade, sendo que o maior
conglomerado de Unidades de Ensino situa-se no Campus do Gragoatá, no bairro
de São Domingos, próximo ao centro da cidade. Outras Unidades, como o Hospital
Universitário Antonio Pedro, a Faculdade de Veterinária e a Faculdade de Farmácia,
dentre outras, se localizam fora dos campi, nos bairros Centro, Vital Brasil e Santa
Rosa, respectivamente.

Relatório de atividades
Gabinete do Reitor
Considerando as atribuições e competências do Gabinete do Reitor, como
órgão de administração cuja finalidade é impulsionar e apoiar ações voltadas para o
pleno desenvolvimento da Instituição, destacamos algumas atividades que,
diretamente ligadas ao Gabinete, mereceram destaque no ano de 2004:
a) Pólo Universitário de Rio das Ostras (PURO)
73

Visando enfatizar a política de interiorização, foram iniciadas, a partir da


assinatura do convênio firmado entre a Prefeitura Municipal de Rio das Ostras e a
Universidade Federal Fluminense, as atividades de implantação do Pólo
Universitário que constaram nesta, 1ª etapa, do Vestibular Isolado / 2004 e das
atividades do Grupo de Trabalho (GT-PURO) especialmente designado para
impulsionar o projeto.
b) Criação do Banco de Dados do Serviço de apoio Técnico do GAR -SAT/G
No decorrer de 2004, o Serviço de Apoio Técnico do GAR (SAT/GAR) deu
início à elaboração de seu Banco de Dados, acessado on-line através da sua página
na Internet, com a divulgação de todos os Protocolos de Intenções, Convênios e
Termos Aditivos, realizados desde 1994, contendo data de assinatura, vigência,
órgão executor, etc. É possível procurar parcerias, dentre outras maneiras, pelo
nome do partícipe, o que facilita a consulta e beneficia, tanto o corpo discente na
busca por estágios quanto os demais setores acadêmicos da Universidade na busca
por intercâmbios e Acordos de Cooperação Técnico- Científica. No mesmo site é
possível obter informações sobre os atuais ocupantes de cargos com mandato dos
Centros Acadêmicos, Diretores de Unidade, Coordenadores de Curso, Chefes de
Departamento, etc, onde são mostradas as respectivas datas de início e término do
mandato, portaria de nomeação ou designação e outros dados pertinentes. A página
ainda disponibiliza cópia de modelos de instrumentos mais comuns para facilitar a
realização de novas parcerias, uma breve estatística das parcerias realizadas
durante os últimos anos e um formulário de sugestões, dúvidas ou comentários,
onde os interessados podem obter respostas e/ou encaminhamentos para suas
questões.
Atualmente em fase final de experimentação, o banco de dados do SAT/GAR
fica no endereço eletrônico www.gar.uff.br/garsat/index.html

c) Divulgação das Ações e Projetos da UFF na Mídia Televisiva.


Em parceria com o Canal 36 da NET e sob os auspícios do GAR, a Pró-
Reitoria de Extensão e o Núcleo de Comunicação Social realizaram diversas e
esclarecedoras entrevistas com Pró-Reitores, Superintendentes, Pesquisadores,
Diretores de Centros e Unidades, Coordenadores de Cursos, Diretores do CTAIBB e
CANP, dentre outros, visando fornecer à comunidade, através deste veículo de
74

massa, informações voltadas às ações desenvolvidas pela UFF e pouco conhecidas


em sua amplitude pela sociedade.
Estas entrevistas de cunho informativo, proporcionaram esclarecimentos
importantes ao Programa “Alerta Niterói”, cujo alvo maior é a educação como grande
alicerce para a cidadania. Apresentado por servidores vinculados à UFF, este
programa presta relevantes serviços à sociedade e, principalmente à comunidade
universitária e niteroiense.
d) Atividades de Cunho Internacional
No decorrer de 2004, a Assessoria para Assuntos Internacionais - AAI/GAR -,
dando continuidade a sua função de promover a integração da Universidade Federal
Fluminense com instituições acadêmicas de outros países, promoveu/apoiou
eventos e realizou inúmeras atividades visando tal aproximação.
Como uma das etapas deste processo, durante este ano, foi identificada uma
demanda junto aos técnicos administrativos da UFF de domínio mais efetivo da
língua inglesa, o que possibilitaria uma atuação mais produtiva no intercâmbio com
outras instituições estrangeiras. Neste sentido, a AAI, a PROPP e a SRH se uniram,
com o apoio do PROLEN, para oferecer cursos de inglês - nos níveis básico e
avançado - a estes servidores.
Dentre outras atividades a serem destacadas, estão a participação da AAI/GAR nos
seguintes eventos:
– Seminários organizados pelo FAUBAI (Fórum de Assessores para Assuntos
Internacionais das Universidades Brasileiras);
– Na sede do CRUB em Brasília, quando foram amplamente discutidas as
Interfaces da Cooperação Internacional. Nesta reunião a Assessora para
Assuntos Internacionais da UFF foi eleita representante suplente na
coordenação da regional Sudeste do FAUBAI. Além destas duas reuniões,
destacam-se duas outras, a saber;
– O Seminário sobre Educação Internacional, que ocorreu entre 18 e
19/11/2004, na sede da reitoria da UNESP-SP, quando houve uma
discussão sobre Educação Internacional, notadamente nos EUA;
– No II Congresso Euro-Latinoamericano de Universidades, entre 06 e
09/07/2004, na UFMG, em Belo Horizonte, MG. Este evento, que contou
com a participação do Reitor da UFF, reuniu Universidades brasileiras,
latino-americanas e européias para discutir a temática Universidade:
75

Cooperação Internacional e Diversidade, no qual foram debatidas as


formas de interação entre nações, notadamente aquelas decorrentes da
cooperação entre Universidades.
Com o propósito de aumentar a participação da Universidade em atividades
internacionais, foram feitas nos meses de junho e agosto apresentações da
AAI/GAR em reuniões de coordenadores de pós-graduação da UFF. Na primeira
foram apresentados alguns temas, anteriormente divulgados pelo Ministério de
Educação Superior (MES) cubano, nos quais Cuba revelou interesse em
desenvolver colaboração com o Brasil. A AAI organizou, posteriormente, um
seminário com Prof. Vitor Molina, do MES de Cuba, no qual formam discutidos estes
e outros temas de interesse de pesquisa conjunta Brasil- Cuba.
Outra atividade desta assessoria, em conjunto com a CPCT da PROPP, foi a
realização de seminários fomentando o desenvolvimento de projetos de cooperação
com impacto científico, acadêmico e social relevante e que permitam a afirmação da
UFF como protagonista dentro do cenário acadêmico internacional, com uma
decisiva contribuição para o desenvolvimento local.
Aproveitando o fato de que desde, 2000, a terceira semana de novembro vem
sendo celebrada como a semana de educação internacional e, por extensão, o mês
de novembro é considerado mês da cooperação internacional, a AAI promoveu
neste mês, com o apoio da PROPP, o evento Ações De Cooperação Internacional
na UFF, visando a expansão da cooperação internacional. Neste encontro estiveram
presentes representantes de consulados da França e da Alemanha, divulgando a
educação na Europa, o nível de internacionalização já atingido e as modificações a
serem implementadas para seguir as metas do protocolo de Bolonha.
Ainda neste âmbito, dois convênios de cooperação assinados entre a UFF e
instituições estrangeiras merecem destaque: Com a École Nationale Superieure
Louis Lumière, que motivou uma cerimônia de recepção ao diretor da referida
instituição no teatro da UFF e o convênio com a Universidade de Maryland, com a
qual a UFF tem uma antiga colaboração e que lidera, pelo lado americano, o projeto
CAPES-FIPSE anteriormente mencionado. A cerimônia de assinatura deste último
convênio teve lugar na Academia Brasileira de Ciências.
Destacam-se, ainda, a assinatura de protocolos e convênios de cooperação,
alguns novos e outros retomados, entre a UFF e as seguintes instituições de ensino
superior:
76

a) Deutsche Hochschule für Verwaltungswissenschaften Speyer,Alemanha.


b) Universidade Agostinho Neto, Angola.
c) Universidad Nacional de Sur, Argentina.
d) 4.Universidad Mayor Real e Pontifícia de San Francisco Xavier de
Chuquisaca, Bolívia.
e) Instituto Superior Técnico José Antonio Echeverría, Cuba.
f) Université Paris X - Nanterre, França.
g) École Nationale Supérieure Louis Lumière, França.
h) Université Michel de Montaigne - Bordeaux III, França.
i) Université de Versailles/Saint-Quentin-en-Yvelines, França.
j) Université Marc Bloch – Strasbourg II, França.
k) Universitatea Dunarea de Jos - Galati, Romênia.
l) Instituto Politécnico de Lisboa, Portugal
m) Universidade Portucalense Infante D. Henrique, Portugal.
n) Universidade de Évora,, Portugal
o) University of Maryland, EUA.
p) Stockholm University, Suécia.

A AAI/GAR vem, também, desenvolvendo a tarefa de prestar atendimento a


universitários interessados em participar de cursos oferecidos por instituições de
ensino superior fora do Brasil, bem como a universitários estrangeiros interessados
em estudar na UFF. Além disso, recepciona representantes de Universidades e
entidades estrangeiras em visita à UFF e participa ativamente de eventos
organizados pela UFF com caráter internacional.

Graduação:
A Pró-Reitoria de Assuntos Acadêmicos-PROAC, responsável pelo ensino de
graduação, tem o papel de facilitadora, aglutinadora e propulsora das atividades-fim,
visando a construção de um projeto acadêmico institucional para o ensino de
graduação na Universidade, suas atividades são desenvolvidas com o princípio da
indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão. Em 2004, registraram-se
153 projetos, tendo sido validados pelos departamentos 115, e 190 produtos de
ensino, sendo validados 135. A partir de novembro deste mesmo ano, com o objetivo
de dar visibilidade e socializar esses projetos e produtos, implantou um sistema de
77

cadastramento on-line aberto continuamente para cadastramento, validação e


consulta dos usuários. Assim, a comunidade acadêmica passou a contar com uma
ferramenta de busca que possibilita não só localizar esse material, como também
acessá-lo imediatamente após seu cadastramento e validação.

Além das ações inerentes, pode-se destacar algumas das seguintes


atividades desenvolvidas pelo gabinete da Pró-Reitora:

- Programa Integrado de Empreendedorismo e Inovação na UFF

- GT Empreendedorismo, o qual se constrói na perspectiva de integração das


competências e visões complementares sobre empreendedorismo e
inovação presentes em diferentes áreas na Universidade: áreas envolvidas
na oferta de disciplinas regulares, em programas de extensão, em ações na
Incubadora de Empresas de Base Tecnológica, nas empresas juniores e na
prestação de serviços na área da saúde, dentre outras.

- Encontros UFF sobre Estágio e Reformulação Curricular - A Voz do


Estudante: tendo sido detectada a necessidade de discussão sobre a
política de estágio e seus desdobramentos. Em 2004, o Encontro, foi
realizado em conjunto com o Diretório Central dos Estudantes,

- Programa de Apoio Acadêmico-Científico (Pró-Aluno): foi constituído a partir


de uma parceria entre as Pró-Reitorias de Assuntos Acadêmicos, Extensão
e Pesquisa e Pós-graduação. Busca apoiar, de forma dinâmica, a
participação de alunos de graduação e pós-graduação em eventos
acadêmicos, científicos e culturais, contribuindo para sua formação plena
através da divulgação de seus trabalhos e do intercâmbio de experiências
acadêmicas.

- Articulação do grupo de professores, com objetivo discutir a forma de


participação institucional dos cursos de Saúde da UFF no Pólo de Educação
Permanente em Saúde: criados pelo Ministério da Saúde através da
Portaria 198, de 13/02/04. Os Pólos de Educação Permanente em Saúde
são espaços de interlocução onde todos os segmentos da área de saúde
podem estar representados.

Nestes espaços, busca-se atender à necessidade de transformar e


desenvolver o Sistema Único de Saúde, considerando a integralidade da atenção, a
78

educação no trabalho e a participação popular na formulação de políticas, dentre


outros aspectos.

Uma das ações executadas para promover o debate institucional foi a


realização, no dia 26 de agosto de 2004, do Encontro A Participação da UFF no Pólo
de Educação Permanente em Saúde: Propostas e Ações. O Encontro objetivava
esclarecer a comunidade acadêmica pertinente sobre o Pólo de Educação
Permanente em Saúde e como dele participar, além de avaliar a possibilidade da
UFF participar atividades de outras locorregiões além da sua (Metropolitana
II/Baixada Litorânea).
- Programa UFF de Ações Afirmativas de Inclusão Social: face às
desigualdades sociais presentes em nosso país, esse tem por objetivo
principal inserir a nossa Universidade no movimento mais amplo da
Sociedade, através da participação de seus diferentes atores. Para isso foi
formado um grupo de trabalho que tem por objetivo a constituição de um
Programa de Ações Afirmativas através do mapeamento das ações que
tenham um cunho de inclusão social e que sejam executadas dentro da
Universidade.
- Projeto PURO: apoio, tanto do ponto de vista da disponibilização de
infraestrutura quanto, com relação à discussão acadêmica ao projeto de
criação de Pólo de Rio das Ostras (PURO). O trabalho realizado teve como
referência a abordagem da interiorização como projeto institucional, pois já
possuímos esta característica do ensino de graduação reconhecida na UFF,
sendo, apenas, realizada de outras formas. Outra referência adotada para a
proposição do Pólo foi a de que os cursos devem possuir a mesma
qualidade de ensino exigida nos cursos de graduação da sede. No ano de
2004, foram implantados 4 (quatro) cursos de graduação, a saber: Ciência
da Computação, Enfermagem, Psicologia e Serviço Social. Ainda no
corrente ano, mais 2 (dois) cursos a serem oferecidos no Pólo passaram a
integrar o vestibular: Produção Cultural e Engenharia de Produção.
79

Pesquisa e Pós-Graduação:
Pesquisa:
A pesquisa na UFF, articulada através de sua Pró-Reitoria de Pesquisa e
Pós-Graduação – PROPP, vem dando claras mostras de um maior amadurecimento.
Um dos dados concretos mais significativos é o número crescente na apresentação
de projetos de pesquisa, sejam eles individuais ou em grupos, junto aos órgãos de
fomentos nacionais e estaduais. Exemplificando, no Edital Universal do CNPq, a
UFF saltou de 28 projetos para 34 projetos aprovados, e os recursos captados
saltaram de R$ 581.874,48 para R$ 1.031.737,75. Outro é o aproveitamento destas
solicitações em ganhos reais dos projetos e a elevação no número de bolsistas de
produtividade do CNPq e Cientistas do nosso Estado (21 bolsistas). Esta pesquisa
encontra-se principalmente associada aos programas de Pós-Graduação e envolve
grupos em diversas áreas de conhecimento com competência reconhecida nacional
e internacionalmente. Neste sentido, observa-se um considerável crescimento em
alguns setores das Ciências Humanas, Ciências Exatas e da Terra, todos
beneficiados pelo aporte de recursos obtidos a partir das agências de fomento do
país. Na última atualização dos Grupos de pesquisa a UFF cadastrou um total de
358 grupos e cerca de 1200 linhas de pesquisas, compreendendo mais de 1000
pesquisadores.

O gerenciamento do “Programa Produção Científica Resultante de Projetos


PIBIC/CNPq,” teve como resultados em produção de 1.337 trabalhos conforme
discriminação adiante, por área do conhecimento, representando um aumento de
62,45 % em relação ao ano de 2003.

- Apresentação oral em eventos – 476 trabalhos

- Apresentação em eventos com resumo publicado – 403 trabalhos

- Apresentação em eventos com publicação integral do trabalho – 168


trabalhos

- Publicação em periódico nacional – 259 trabalhos

- Publicação em periódico internacional – 31trabalhos

A crescente atividade de pesquisa nos últimos anos tem se traduzido em um


aumento da demanda por bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/CNPq, PET/CAPES,
UNIBANCO e UFF), sendo este número ainda muito aquém da necessidade da
80

atividade: 316 bolsas do PIBIC e 84 UFF. Certamente este é um número que deve
crescer e pretendemos atuar neste sentido para garantir um maior engajamento de
docente pesquisador com discentes que iniciam estas atividades.

Pós-graduação:
A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação- PROPP, atua hoje junto a 43
Programas de Pós-Graduação stricto sensu (21 cursos de Doutorado e 43 de
Mestrado), que reúnem mais de 3.000 alunos. Nestes cursos, ingressam,
anualmente, cerca de 1.100 estudantes e, em 2004, a UFF aprovou 660 títulos de
pós-graduados entre mestres e doutores. Dentre as áreas de pesquisa mais
consolidadas e com maior impacto na comunidade científica, encontram-se os
programas de História, Física, Educação, Letras, Geoquímica e Química Orgânica.
Salienta-se aqui que o Programa de Geoquímica foi qualificado como Programa de
excelência, recebendo recentemente a nota 6 da CAPES. Vários dos cursos de
mestrado hoje estão em fase de planejamento dos respectivos cursos de
doutoramento como, por exemplo, Psicologia, Ciência de Arte, Engenharia de
Produção, dentre outros. Por outro lado, são aguardados resultados da divulgação
da CAPES dos cursos que submeteram em 2004 propostas de doutorado:
Engenharia Mecânica e Ciência Política.
Na avaliação do triênio 01/03, que foi realizada no decorrer de 2004, a UFF
conquistou uma elevação expressiva no conceito de vários de seus programas,
numa taxa da ordem de 20%. Neste sentido, os Programas de Higiene Veterinária e
Cirurgia Veterinária foram elevados de 4 para 5, assim como o Programa de
Geografia. Os cursos de Mestrado em Sociologia e Direito, Engenharia de Produção
e as Patologias Buco-Dental e Experimental, passaram de 3 para 4, o que ratifica o
empenho da UFF no aprimoramento de sua pós graduação.
Estes avanços foram amplamente divulgados na Universidade como estímulo
na busca de novas conquistas. Novos dados positivos ainda são esperados, pois é
aguardada a divulgação dos recursos que alguns cursos interpuseram para elevar
seus conceitos.
A PROPP também atuou com bastante êxito no estabelecimento do Convênio
firmado entre UFF e o MCT através do Programa de Pós-Graduação em Ciência da
Informação, o que permitiu atrair para UFF um Programa antes vinculado a UFRJ.
81

Salienta-se o fato de se tratar de um Programa conceito 5 da CAPES e bastante


respeitado em sua área de atuação. Já no segundo semestre, a UFF pode iniciar as
atividades do Programa com alunos de mestrado e doutorado selecionados na
condição de alunos da universidade.
Dois outros novos programas tiveram suas primeiras turmas abertas em
março de 2004: Engenharia de Telecomunicações - com um expressivo número de
inscritos (91) em comparação com o número de vagas abertas (20) - e o Mestrado
Profissionalizante de Enfermagem.
A UFF estende ainda sua atuação junto a 116 cursos de Pós-Graduação lato
sensu voltados à qualificação profissional em diversas áreas do conhecimento. Na
verdade, deste total, observa-se que da ordem de 95 tiveram editais lançados nos
dois últimos anos.
Extensão Universitária
A extensão na UFF é desenvolvida sob os auspícios da Pró-Reitoria de
Extensão-PROEX, que completa o seu segundo ano de gestão sob a ótica da nova
proposta política adotada, qual seja: foi acrescida à função administrativa de órgão
meio, com função de integração acadêmica, ação propositora e efetora das políticas
institucionais de relação com a sociedade.
Além disto, procurou-se divulgar as linhas políticas e a atuação da Extensão
da Universidade Federal Fluminense, junto às instâncias organizacionais da
instituição e também à sociedade como um todo.
Na função propositora e efetora das políticas institucionais, a PROEX
promoveu a identificação e captação de recursos financeiros/materiais junto a
órgãos governamentais e agências de fomento visando organizar, estimular e
implementar programas e projetos que contemplem o estudo e proposição de
soluções para as grandes questões da sociedade, em âmbitos municipal, estadual,
regional e nacional. Neste sentido, durante o ano de 2004, a PROEX conseguiu a
captação de recursos que atingiram o montante de R$ 666.494,00 (seiscentos e
sessenta e seis mil, quatrocentos e noventa e quatro reais), valor este que
praticamente dobrou o orçamento previsto destinado para as atividades da Pró-
Reitoria em 2004. Além disso, esta captação possibilitou a concessão de mais 196
(cento e noventa e seis) novas bolsas de Extensão, aumentando em 85% (oitenta e
cinco por cento) o número destas.
82

Em decorrência, o reconhecimento da atuação da PROEX-UFF


nacionalmente levou ao convite, feito pelo MEC, para participação da UFF nos
Programas Nacionais Experimentais, em conjunto com outras IFES de reconhecida
ação extensionista. Ainda neste âmbito, a UFF, através de três projetos
apresentados, foi uma das instituições de ensino superior selecionadas para as
atividades de retomada do PROJETO RONDON, do Ministério da Defesa, para o
ano de 2005, a ser realizado em onze municípios e distritos do Estado do
Amazonas.
No que diz respeito à integração acadêmica, a IX Semana de Extensão da
UFF – IX SEMEXT - como já em anos anteriores, integrou a Agenda Acadêmica da
universidade, cujo tema foi “Universidade, Ambiente e Qualidade de Vida”.
Durante a IX SEMEXT foram realizadas conferências, mesas-redondas e
apresentação de trabalhos de extensão. Houve um substancial aumento do número
de participantes no evento, de varias IFES regionais e nacionais, atingindo um total
de 4.260 (quatro mil duzentos e sessenta) inscritos, superando os de 2.416 (dois mil
quatrocentos e dezesseis) do ano anterior. Inscreveram-se, ainda, 663 (seiscentos e
sessenta e três) trabalhos de extensão, tendo sido selecionados para apresentação
426 (quatrocentos e vinte e seis), nas diversas modalidades, sendo 200 (duzentos)
pôsteres, 26 (vinte e seis) produtos, 191 (cento e noventa e uma) comunicações
orais e 9 (nove) vídeos.
Deste modo a PROEX cumpre o principal objetivo da Semana de Extensão
que é a divulgação da produção acadêmica e a ampliação e o aprofundamento de
reflexões relacionadas ao desenvolvimento de uma política Universitária
Extensionista de qualidade, de forma a buscar uma estratégia de enfrentamento das
necessidades emergentes da nossa sociedade.
Ainda com referência à integração acadêmica, foi importante e produtiva a
ida, em março, da missão da Administração Central à Unidade Avançada José
Veríssimo - UAJV no município de Oriximiná - PA. Nesta ocasião, durante quatro
dias, o Magnífico Reitor, o Chefe do Gabinete do Reitor, o Pró-Reitor de Extensão, o
Presidente da Fundação Euclides da Cunha de Apoio à UFF (FEC) e o Coordenador
do Programa Oriximiná realizaram reuniões de trabalho se inteirando dos problemas
da Unidade e analisando soluções. Destas reuniões, resultaram algumas ações que
propiciaram incremento expressivo nos trabalhos desenvolvidos por alunos e
professores dos cursos da UFF na Unidade.
83

Dentre elas é possível citar: a instalação, patrocinada pela FEC, de módulo


Internet, tipo banda larga, que proporciona, além de contato imediato da Direção
Administrativa da Unidade com Niterói, uma relação mais estreita entre os alunos
que desenvolvem atividades em projetos em execução na UAJV com os seus
orientadores, na sede dos cursos; a resolução de pendências de ordem
administrativa e orçamentária, inclusive com a decisão de se destinar um valor fixo
no orçamento universidade para a UAJV já a partir de 2005; a destinação de duas
vagas para o provimento do cargo de auxiliar administrativo, concurso público este
que se realizou em novembro; levantamento de necessidade de equipamentos para
o Hospital Maternidade São Domingos Sávio;e a doação, pela FEC, de livros de
Medicina e Enfermagem para a biblioteca básica da Unidade.
Por outro lado, a representação da PROEX no Conselho de Ensino e
Pesquisa encaminhou propostas para a normatização da qualificação das Atividades
de Extensão e Bolsas de Extensão.
A quantidade e qualidade dos Programas e Projetos de Extensão produzidos
na UFF, de reconhecimento nacional, bem como o seu modelo de administração nas
atividades extensionistas, foram objetos do trabalho apresentado no II Congresso
Brasileiro de Extensão Universitária, trabalho este que recebeu a premiação em
“Gestão da Extensão Universitária”. A produção extensionista da UFF encontra-se
entre as duas maiores do país, produzindo no ano de 2004 cerca de 420
(quatrocentos e vinte) projetos, promovendo com a doação de 425 (quatrocentos e
vinte e cinco) Bolsas de Extensão.
No plano cultural e artístico, a PROEX, através o DDC - Departamento de
Difusão Cultural - promoveu mais de mil eventos e espetáculos, atingindo um público
estimado de cento e dez mil pessoas, conseguindo uma captação líquida da ordem
de R$ 170.000,00 (cento e setenta mil reais), valor este reinvestido no DDC, o qual
inclusive, promoveu a recuperação integral do sistema de refrigeração do Teatro
UFF.
Outros dados, referentes a resultados de setores vinculados à PROEX,
apresentam relatórios específicos, entretanto deve-se a destacar a produção do
NEPHU -Núcleo de Estudos e Projetos Habitacionais e Urbanos, que finalizou e
encaminho ao CUV processo referente à regularização fundiária e propriedade da
terra da comunidade da Lara Vilela. Ainda com relação ao NEPHU, a PROEX
reorganizou as suas instalações no prédio situado na Praça do Rink, no centro de
84

Niterói, edificação esta que foi remodelada para abrigar ainda a CAEX –
Coordenadoria de Apoio à Extensão e o Programa RUEP – Rede Universitários em
Espaço Popular, além de ceder instalações térreas para o Setor de Concursos da
Fundação Euclides da Cunha, tendo como contrapartida à destinação de recursos
originados da arrecadação destes concursos para o apoio a Projetos de Extensão.
O LabHial – Laboratório de Hialotecnia - vinculou-se administrativamente a
PROEX, tendo por finalidade a produção e recuperação de instrumentais vítreos e
afins, destinados aos laboratórios de ensino e pesquisa dos cursos de graduação,
pós-graduação e técnicos desta instituição; funcionar como campo de estágio e de
aulas práticas para alunos dos cursos de graduação e pós-graduação da UFF;
desenvolver atividades que possibilitem a formação profissional a pessoas da
comunidade externa; proporcionar o treinamento de servidores técnicos desta
instituição, visando à formação de técnicos especialistas em hialotecnia; e realizar
cursos técnicos de hialotecnia destinados ao Ensino Técnico. Neste sentido, a
PROEX promoveu uma visita técnica do Setor de Medicina do Trabalho da UFF,
visando diagnosticar e apresentar relatório das condições de trabalho, o qual
embasará os investimentos da Pró- Reitoria no LabHial para o ano de 2005.

Planejamento e Gestão:
Neste âmbito, sobressai o expressivo passo dado pela universidade - sob a
coordenação da Pró-Reitoria de Planejamento – Proplan -, ao concretizar seu Plano
de Desenvolvimento Institucional – PDI – que, em sua primeira etapa, busca
mapear, a partir de quatro áreas estratégicas – Graduação/Pós- Graduação,
Pesquisa/Extensão, Recursos Humanos e Planejamento e Gestão – Objetivos,
Ações e Metas a serem alcançadas no quadriênio 2005/2008. Assim, em janeiro do
corrente, os Conselhos Superiores da universidade, em reunião conjunta, aprovaram
o documento que formaliza os compromissos que nortearão os rumos da instituição
nos próximos anos. Dando seqüência a estratégia estipulada para construção do
plano, uma comissão representativa dos diferentes segmentos da universidade
trabalhou intensamente no decorrer de 2004 visando à construção de metas de curto
e médio prazo – vigência da atual etapa do PDI – que contemplassem os objetivos,
estratégias e ações contidas no documento aprovado pelos Conselhos Superiores
da universidade. Uma vez formulado este conjunto de metas, que traduzirão em
produtos os objetivos e ações preconizadas pelo PDI, a comissão estabeleceu um
85

Eixo Central de prioridades, sob a égide da Expansão de Vagas e Melhoria dos


Cursos, a ser implementada a partir de exercício de 2005. Para viabilizar tal
proposição a comissão de metas incorporou a participação de Pró-Reitores,
Superintendentes e Diretores dos Centros Universitários que formularam proposta
relacionando programas e projetos de diferentes setores – articulados ao Eixo
Central – a serem apoiados com os recursos disponibilizados ao PDI para seu
alavancamento inicial. Tal proposta será encaminhada aos Conselhos Superiores no
início do exercício de 2005 para formalização e execução já no referido exercício.
Tal procedimento, ao lado da reformulação da matriz de distribuição orçamentária
dos recursos destinados a universidade pela União, revelam o empenho da UFF em
tornar cada vez mais democrático e participativo o modelo de gestão acadêmico-
financeiro utilizado na instituição, num esforço de tornar mais efetivo e produtivo os
recursos cada vez mais escassos que são repassados à universidade.

Recursos Humanos:
Dentre as ações da Superintendência de Recursos Humanos, destacam-se,
dentre outras iniciativas, a participação no estudo e posterior adoção de medida de
redução do número de prestadores de serviços, o levantamento de lotação real de
todos os servidores da UFF, bem como as reuniões efetuadas com os Diretores dos
Centros Universitários divulgando o trabalho e buscando subsídios para uma ação
integrada entre a SRH e estes órgãos da universidade.
Externamente, a Superintendência participou ativamente dos trabalhos de
apreciação do novo plano de carreira dos técnicos administrativos e do modelo de
alocação de vagas, tanto para docentes como para técnicos, junto à Comissão de
Política de Recursos Humanos da ANDIFES.
Na área interna, o Departamento de Recursos Humanos realizou o Censo de
Servidores, um completo levantamento qualitativo e quantitativo, visando dotar a
UFF de um diagnóstico da sua força de trabalho. Como decorrência, em 2004 foram
treinados 1287 (35 %) servidores, superando, assim, a meta programada para este
ano que foi de 30 % do contingente.
No Departamento de Assuntos Comunitários, ressalta-se o funcionamento do
segundo refeitório do restaurante universitário, antiga reivindicação dos estudantes e
compromisso da Administração Superior. Esse novo refeitório permitiu de imediato o
86

atendimento sem filas dos estudantes, pois duplicou o número de lugares e do


próprio fornecimento das refeições.
O Departamento de Administração de Pessoal - DAP deu continuidade ao
trabalho de recuperação das fichas funcionais, serviço efetuado no arquivo do NDC,
em Jurujuba.

Infra-Estrutura:
As ações de infra-estrutura da universidade são articuladas no âmbito da
Superintendência de Administração e concentram a área de execução de projetos e
obras - reforma e construção de novos próprios para a universidade - além do setor
de compras e contratos correlatos de prestação de serviços à universidade.
Em março de 2004, devido à necessidade de dar continuidade a
modernização da estrutura organizacional da universidade, promoveu-se a uma
reorganização administrativa do órgão, sendo a estrutura da Superintendência
reformulada pela Portaria 32.473/04. Neste ato, alterou-se o nome do órgão, de
Superintendência Técnico-Administrativa - STA, para Superintendência de
Administração – DAS, criando-se a Coordenadoria de Material e Contratos e a
Coordenadoria de Arquitetura, Engenharia e Patrimônio, vinculadas diretamente a
esta.

Relatório de Obras:
1) Reforma do Prédio da Faculdade de Economia: concluída em 11/03/2004
a) Reforma e Modificação da área térrea do bloco C para permitir a
instalação da Coordenadoria de Seleção (COSEAC) e transformação de
duas salas de aulas em auditório no quarto andar do bloco B, no Campus
do Gragoatá.
b) Construção do Hospital Veterinário para animais de pequeno porte:

Em andamento, aguardando liberação do 2º Termo Aditivo, no valor de R$


244.898,86, com previsão de conclusão em 26/01/2005.

Análise das ações desenvolvidas em 2004:


As ações desenvolvidas no decorrer deste ano foram definidas a partir de um
conjunto de programas e projetos que buscaram, desde já, alinhar-se aos
87

parâmetros estabelecidos pelo PDI. Tal estratégia buscou uma primeira aproximação
e adequação aos preceitos estabelecidos no Plano de Desenvolvimento Institucional
da UFF (PDI), aprovado pelos conselhos superiores no início do corrente ano
(janeiro), cujas metas, com diferentes prazos, vêm sendo estabelecidas por uma
comissão composta por representante dos diferentes segmentos da comunidade
acadêmica, com o objetivo de balizarem as atividades da universidade já a partir do
exercício de 2005.

5.2 COMPOSIÇÃO DO PROCESSO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS NA UFF

Os processos de contas serão compostos das seguintes peças:


A - Rol de responsáveis, observado o disposto no capítulo III do título II da IN TCU
47/2004; (DCF)
a) nome, completo e por extenso, e número do Cadastro de Pessoa Física do
Ministério da Fazenda (CPF/MF);
b) identificação das naturezas de responsabilidade, conforme descrito no artigo
anterior, e dos cargos ou funções exercidos;
c) indicação dos períodos de gestão, por cargo ou função;
d) identificação dos atos de nomeação, designação ou exoneração, incluindo a
data de publicação no Diário Oficial da União;
e) endereço residencial completo; e
f) endereço eletrônico, se houver.
A - Relatório de Gestão, emitido pelos responsáveis; (PROPLAN)
a. Dados Gerais da Universidade
b. Objetivos e Metas
c. Indicadores ou parâmetros de Gestão
d. Análise crítica do resultado alcançado
e. Medidas adotadas para sanear disfunções detectadas
f. Transferências de Recursos (Convênios e outros meios)
g. Controle das Entidades de Previdência Privada Patrocinadas
h. Projetos e Programas financiados com Recursos Externos
i. Projetos de Instituições beneficiadas por Renúncia Fiscal
88

j. Avaliação sócio-econômica das operações de fundos


k. Outras informações consideradas relevantes
l. Indicadores de desempenho calculados de acordo com o documento de
orientação específico: (Decisão TCU 408/2002)
I. Custo Corrente / Aluno Equivalente
II. Aluno Tempo Integral / Professor
III. Aluno Tempo Integral / Funcionário
IV. Funcionário / Professor
V. Grau de Participação Estudantil
VI. Grau de Envolvimento com Pós-Graduação
VII. Conceito CAPES/MEC para a Pós-Graduação
VIII. Índice de Qualificação do Corpo Docente
IX. Taxa de Sucesso na Graduação
C- Demonstrativos contábeis, exigidos pela legislação aplicável e necessários à
gestão orçamentária, financeira e patrimonial; (DCF)
a) Balanço Orçamentário previsto na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964;
b) Balanço Financeiro previsto na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964;
c) Balanço Patrimonial previsto na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964;
d) Demonstração das Variações Patrimoniais previsto na Lei nº 4.320, de 17 de
março de 1964;
e) Demonstrativo dos pagamentos de despesas de natureza sigilosa, incluindo
aqueles efetuados mediante suprimento de fundos;
D- Declaração expressa da respectiva unidade de pessoal de que os
responsáveis a que se refere o inciso I estão em dia com a exigência de
apresentação da declaração de bens e rendas de que trata a Lei nº 8.730, de 10 de
novembro de 1993; (DAP/SRH)
a) Indicação, para cada responsável arrolado nas contas, se está ou não em dia
com a obrigação de apresentação da declaração de bens e rendas de que trata a Lei
nº 8.730, de 10 de novembro de 1993, perante a respectiva unidade de pessoal.
E- Relatórios e pareceres de órgãos e entidades que devam se pronunciar sobre
as contas ou sobre a gestão da unidade jurisdicionada, consoante previsto em lei ou
em seus atos constitutivos; (AT , CUR, CUV)
a) Parecer do órgão de auditoria interna;
89

b) Relatório emitido pelo órgão de correição com a descrição sucinta das


Comissões de Inquérito e Processos Administrativos Disciplinares instaurados na
unidade jurisdicionada no período com o intuito de apurar dano ao Erário, fraudes ou
corrupção;
c) Demonstrativo sintético das Tomadas de Contas Especiais, cujo valor seja
inferior àquele estabelecido pelo Tribunal em normativo específico, emitido pelo
setor competente na forma do art. 7º da Instrução Normativa TCU nº 13, de 4 de
dezembro de 1996.
F- Relatório de auditoria de gestão, emitido pelo órgão de controle interno
competente; (CGU/RJ)
7- Certificado de auditoria, emitido pelo órgão de controle interno competente;.
(CGU/RJ)
8- Parecer conclusivo do dirigente do órgão de controle interno competente; e
(CGU/RJ)
9- Pronunciamento expresso do Ministro de Estado supervisor da unidade
jurisdicionada ou da autoridade de nível hierárquico equivalente sobre as contas e o
parecer do dirigente do órgão de controle interno competente, atestando haver
tomado conhecimento das conclusões nele contidas.
90

6 ANÁLISE DO RELATÓRIO DE GESTÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL


FLUMINENSE – UFF REFERENTE À EXECUÇÃO FINANCEIRA E
ORÇAMENTÁRIA DO EXERCÍCIO DE 2004

Com o objetivo de procurar demonstrar se o modelo atual de Prestação de


Contas da UFF, cumpre com os aspectos legais, contribui ou não contribui com
informações gerenciais para a tomada de decisão, foi realizada uma análise da
execução do Orçamento da Universidade relativo ao exercício de 2004, uma das
principais peças do Relatório de Gestão e conseqüentemente do processo de
Prestação de Contas da Universidade Federal Fluminense.

Análise do Orçamento e Prestação de Contas da UFF:


Do orçamento executado pela Universidade Federal Fluminense, no exercício
financeiro de 2004, no montante de R$473.890.876,67(quatrocentos e setenta e três
milhões, oitocentos e noventa mil, oitocentos e setenta e seis reais e sessenta e sete
centavos) identifica-se a seguinte origem dos recursos:

Tabela 1 - Origem de Recursos


R$1,00
Fonte Valores %
TESOURO 464.287.059,06 97,97
RECURSOS PRÓPRIOS 7.701.524,61 1,62
CONVÊNIOS 1.902.293,00 0,41
Total executado 473.890.876,67 100,00
Fonte: Relatório de Gestão. UFF, 2004.

Analisando a presente execução orçamentária constatou-se que 97,97% dos


recursos são provenientes de transferências do Tesouro Nacional; 1,62%
representam recursos diretamente arrecadados pela UFF referentes à prestação de
serviços a órgãos públicos e privados e a comunidade em geral; e 0,41% são
provenientes de diversos convênios assinados com órgãos públicos e privados.
Passou-se, então, à análise da execução dos Programas de Governo pela
Universidade Federal Fluminense
91

Analisou-se, a princípio, como foram aplicados os recursos transferidos pelo


Tesouro Nacional e, posteriormente, como foram aplicados os recursos diretamente
arrecadados, os chamados Recursos Próprios.
Já ao se analisar como os recursos transferidos pelo Tesouro Nacional foram
aplicados pela UFF, observou-se que a Instituição, para atender suas
necessidades, aplicou os recursos provenientes de transferência do Tesouro
Nacional da forma abaixo:

Tabela 2 – Transferências do Tesouro Nacional


R$1,00
Fonte/ Elemento de Despesa Valores %
Recursos de Tesouro 464.287.059,06 100,00
PESSOAL 424.697.812,00 91,47
CUSTEIO 38.520.742,06 8,30
CAPITAL 1.068.505,00 0,23
Fonte: Relatório de Gestão. UFF, 2004.

Do total de recursos recebidos através de transferências do Tesouro Nacional


91,47% foram aplicados pela UFF no pagamento de Pessoal; 8,30% em Custeio da
Instituição (material de consumo, serviços públicos, manutenção, etc.); e 0,23%
foram aplicados na rubrica de Capital, que se refere à aquisição de bens
permanentes e na realização de obras de ampliação.
A seguir, passou-se a analisar, detalhadamente, os gastos realizados com
cada elemento de despesa para se identificar como os recursos foram aplicados
pela Universidade Federal Fluminense.
Notadamente, no que se refere, a gastos com Pessoal, verificou-se que este
representa a maior parcela de gastos da UFF.
Do total de gastos efetuados com Pessoal no montante de R$ 424.697.812,00
(quatrocentos e vinte e quatro milhões, seiscentos e noventa e sete mil, oitocentos e
doze reais) identificou-se a seguinte distribuição:
92

Tabela 3 - Gastos com Pessoal


R $1,00
Elemento de Despesa Valores %
Total de Gastos com Pessoal 424.697.812,00 100,00
PESSOAL ATIVO 260.407.206,00 61,32
PESSOAL INATIVO 163.671.717,00 38,54
PRECATÓRIO 618.889,00 0,14
Fonte: Relatório de Gestão. UFF, 2004.

Constatou-se também que 61,32% dos gastos realizados com Pessoal, foram
para atender ao pagamento de Pessoal Ativo; 38,54% ao pagamento de Pessoal
Inativo (aposentadorias e pensões ); e 0,14% foram utilizados no pagamento de
dívidas precatórias.
Passou-se, então, a analisar como os Recursos do Tesouro foram gastos nos
elementos de Despesa de Custeio e Capital. A tabela 4 demonstra a aplicação dos
recursos.

Tabela 4 – Despesa de Custeio e Capital


R$1,00
Elemento de Despesa Valores %
TOTAL DE GASTOS COM CUSTEIO E CAPITAL 39.789.081,55 100,00
Auxílio Alimentação dos Servidores 10.169.703,00 25,56
Auxílio Transporte a Servidores 5.358.043,00 13,47
Assistência Pré-escolar aos Dependentes de Servidores
974.697,00 2,45
Capacitação do Servidor Público 150.154,00 0,38

Funcionamento dos Cursos de Graduação 19.831.263,94 49,84


Funcionamento da Educação Profissional 1.046.452,49 2,63

Ampliação dos Cursos de Graduação - Nova Iguaçu 949.997,12 2,39


Modernização e Recuperação das IFES e Hospitais
Universitários 750.000,00 1,88
Modernização do Colégio Técnico Agrícola Ildefonso Bastos
Borges(CTAIBB) 149.933,00 0,38
Funcionamento dos Cursos de Pós-Graduação 109.366,00 0,27

Funcionamento da Extensão Universitária 108.498,00 0,27


Ensino a Distância 86.000,00 0,22
Produção e Melhoria da Pesquisa Universitária e Difusão de 55.000,00 0,13
seus Resultados
Aquisição de Instrumental – Estufas - CTAIBB 49.954,00 0,13
Fonte: Relatório de Gestão. UFF, 2004.
93

Verifica-se que do total dos gastos realizados nos elementos de Despesa


Custeio e Capital, com recursos provenientes do Tesouro Nacional, 41,86%
representam despesas vinculadas também ao Pessoal da Instituição, ou seja, auxílio
Alimentação dos Servidores (25,56%), Auxílio Transporte a Servidores (13,47%),
Assistência Pré-escolar a Dependentes de Servidores (2,45%) e Capacitação do
Servidor (0,38%), restando o percentual de 58,14% do total das Despesas de
Custeio e Capital que foram efetivamente aplicados na manutenção das atividades
da Instituição, conforme demonstrado acima.
Ao reapresentar a tabela 2, incluindo as Despesas de Custeio vinculadas ao
auxílio Alimentação dos Servidores, Auxílio Transporte a Servidores, Assistência
Pré-escolar a Dependentes de Servidores e Capacitação do Servidor, no Gasto com
Pessoal obteve-se a seguinte distribuição, conforme pode ser observado na Tabela
5:

Tabela 5 - Transferências do Tesouro Nacional


R$1,00
Fonte/ Elemento de Despesa Valores %
Recursos de Tesouro 464.287.059,06 100,00
PESSOAL 441.353.521,30 95,00
CUSTEIO e CAPITAL 23.133.371,69 5,00
Fonte: Relatório de Gestão. UFF, 2004.

A partir da análise da tabela 5, identificou-se que, efetivamente, apenas 5%


dos Recursos transferidos do Tesouro Nacional são utilizados no suprimento das
necessidades de custeio e capital (investimento) da Instituição.

Passou-se a analisar agora como foram aplicados os recursos diretamente


arrecadados pela UFF, ou seja, os chamados Recursos Próprios.

A Universidade Federal Fluminense, conforme demonstrado na tabela 1,


auferiu no exercício financeiro de 2004, o montante de R$7.701,524, 61 ( sete
milhões, setecentos e um mil , quinhentos e vinte e quatro reais e sessenta e um
centavos) que representou o percentual de 1.62% do Orçamento total executado.
Os referidos recursos foram aplicados de acordo com a tabela 6, a seguir:
94

Tabela 6 - Aplicação de Recursos Próprios


R$1,00
Fonte/ Elemento de Despesa Valores %
RECURSOS PRÓPRIOS 7.701.524, 61 100,00
Funcionamento de Cursos de Graduação 6.325.716,18 82,14
Modernização e Recuperação das IFES e Hospitais 533.293,82 6,92
Universitários
Funcionamento da Extensão Universitária 359.098,54 4,66
Funcionamento dos Cursos de Pós-Graduação 322.738,52 4,19

Funcionamento da Educação Profissional 83.662,79 1,09


Assistência Hospitalar a população (Unidade 53.484,39 0,69
Avançada José Veríssimo no Pará)
Acervo Bibliográfico 16.282,37 0,22
Capacitação do Servidor Público 7.248,00 0,09
Fonte: Relatório de Gestão. UFF, 2004.

Conforme explicitado na tabela 6, identificou-se que a prioridade da gestão


foi aplicar a maior parte dos recursos diretamente arrecadados (82,14%) no
funcionamento dos cursos de graduação e na modernização e recuperação da IFES
e do Hospital Universitário (6,92%).
Pode-se, agora, comparar os dados apresentados na Tabela 1, onde as
Receitas Próprias representam apenas 1,62% do total do orçamento executado, com
os dados da Tabela 7, onde as mesmas representam 33% dos dispêndios em
Custeio e Capital.
Contatou-se, portanto, que embora as Receitas Próprias representem apenas
1,62% do orçamento total, na medida que 95% do orçamento é vinculado ao gasto
com Pessoal Ativo, Pessoal Inativo, Auxílio Alimentação dos Servidores, Auxílio
Transporte a Servidores, Assistência Pré-escolar aos Dependentes de Servidores e
Capacitação de Servidores, restam apenas 5% de todo o orçamento para a
aplicação em Despesas de Custeio e Capital da Instituição.
A realidade orçamentária da UFF permitiu ainda concluir que 95% dos
recursos estão fora do poder de decisão da Instituição e, na medida em que os
recursos para Custeio e Capital também são alocados por decisão do MEC,
95

seguindo matrizes históricas, a tomada de decisão, na realidade, recai apenas sobre


as Receitas Próprias, conforme demonstrado neste trabalho.
Ao se partir de uma análise onde as Receitas Próprias representavam apenas
1,62% de todo Orçamento para uma participação de 33% no montante de todo gasto
com Custeio e Capital, reafirmou-se que só sobre elas há liberdade de tomada de
decisão.

Tabela 7 - Relação Despesas de Custeio e Capital x Receita Própria


R$1,00
CUSTEIO e CAPITAL 23.133371,69 100%
RECEITA PRÓPRIA 7.701.524,61 33%
Fonte: Relatório de Gestão. UFF, 2004.

Consideração Final

De acordo com a análise referente à execução financeira e orçamentária da


Universidade Federal Fluminense, do exercício de 2004, baseada no Relatório de
Gestão, e de acordo com o parecer da Auditoria Interna, referente à prestação de
contas desta Instituição, é lícito afirmar que o modelo atual cumpre os aspectos
legais e contribui com informações gerenciais para a tomada de decisão. E, como foi
demonstrado pela presente análise, pode-se também concluir que a liberdade de
tomada de decisão recai apenas sobre as Receitas Próprias.
96

7 CONCLUSÃO

7.1 CONCLUSÕES

Através da pesquisa bibliográfica, objetivou-se a apresentação da importância


dos controles internos. A importância dada ao se estabelecer objetivos para uma
instituição é a mesma que deve ser atribuída para desenvolver um sistema de
controle interno que seja confiável, que assegure a preparação oportuna das
informações e a proteção dos documentos, que otimize a utilização dos recursos e
que previna e detecte erros ou falhas.
O controle interno é um instrumento indispensável para o desenvolvimento de
qualquer tipo de entidade. Sua aplicabilidade tem caráter preventivo dentro da
organização.
Neste trabalho procurou-se enfatizar pontos importantes para a realização do
controle interno, enfocando diversos aspectos sobre o desempenho e os resultados
que este trará às atividades administrativas e operacionais da empresa.
Destacou-se que os controles internos contábeis estão direcionados ao
desenvolvimento de procedimentos que dêem proteção aos ativos e às informações
fidedignas geradas pela contabilidade. Enquanto isso, os controles administrativos
promovem a vigilância gerencial, bem como o respeito e a obediência às políticas
administrativas.
Vislumbra-se, assim, a importância do Controle Interno para a eficiência e
eficácia das atividades dentro da organização, auxiliando os administradores no
desempenho de suas atribuições, fornecendo-lhes análises, avaliações e
informações relativas às atividades operacionais e administrativas.
As expressões Sistema de Controle Interno, Controles Internos e Auditoria
Interna denotam conceitos diferentes, por isso não se confundem. A Auditoria
Interna é uma atividade de avaliação independente e de assessoramento da
administração, cujo objetivo é averiguar se os controles internos utilizados pela
Administração Pública estão funcionando de forma sistemática e integrada.
Como o Sistema de Controle Interno pode ser dividido em diversos sistemas,
pode-se ter então Órgão Central de controle para o Sistema Planejamento,
97

Orçamento, Administração Financeira, Contabilidade ou de Auditoria. Sendo esse


último o ápice do Sistema.
Assim, o controle interno é de suma importância para a Administração
Pública, pois para que essa possa tomar as decisões acertadas, é necessária a
existência de um forte sistema de controle que possibilite o acompanhamento da
execução dos programas de governo e a avaliação adequada dos resultados
obtidos.
Também é fundamental que o controle interno seja organizado e estruturado
de modo a propiciar ao controle externo o cumprimento de seu papel institucional de
forma eficiente.
O Sistema de Controle Interno como um todo é de grande valia para o
controle externo, no entanto o Órgão Central de Auditoria tem uma relevância ainda
maior, pois a este cabe realizar, de forma independente, as auditorias sobre a
gestão dos administradores e sobre os programas de governo.
A Auditoria Interna realizou na UFF, durante o exercício de 2004, análise e
conferência, por amostragem, das Demonstrações Contábeis envolvendo os
Balanços Gerais, Balancetes e outros documentos pertinentes ao SIAFI, com
emissão de relatórios e pareceres, trimestrais e anual. Os trabalhos realizados
tiveram como objetivo prestar suporte técnico e fornecer subsídios ao Conselho de
Curadores no cumprimento de suas atribuições estatutárias. Os trabalhos também
se estenderam no assessoramento e apoio às Comissões de Inventários de
Almoxarifados, Bens Móveis e Imóveis que resultou na criação de rotinas e
melhorias nos controles internos, bem como na compatibilidade com os valores
exarados no Balanço Patrimonial.
O estudo da execução orçamentária e financeira da Universidade Federal
Fluminense- UFF demonstrou que as informações geradas pelo Sistema de Controle
Interno, no qual o Orçamento se inclui, fornecem dados relevantes para a tomada de
decisão.
Através da análise da execução orçamentária e financeira identificou-se que a
UFF encontra-se com seu Orçamento praticamente engessado por um único
elemento de despesa, ou seja, a Despesa com Pessoal. Os outros recursos
disponíveis encontram-se, por sua vez , sendo aplicados de maneira pulverizada,
conforme demonstrado. Isso prejudica e dificulta não só o planejamento das ações
da administração como também impede a resolução da maioria dos problemas de
98

manutenção e investimento, tão necessária ao cumprimento dos seus objetivos


institucionais.
Ao analisar a participação das Receitas Próprias que representam apenas
1,62% no total do Orçamento da Universidade, verificou-se que na medida que 95%
dos recursos estão vinculados ao gasto com Pessoal e que os recursos para Custeio
e Capital são alocados pelo MEC, segundo matrizes históricas, ou seja, sobre estes
também não há liberdade de decisão. Na prática, identificamos que a liberdade de
tomada de decisão recai, apenas, sobre os Recursos Próprios.
Fica evidenciada a importância de serem criados novos mecanismos de
captação de recursos com a conseqüente ampliação dos já existentes pois, na
medida em que as Receitas Próprias representam 33% de todo gasto realizado em
Custeio e Capital, demonstram serem essenciais para o financiamento da
Universidade Federal Fluminense.

7.2 RECOMENDAÇÕES

De acordo com os dados e as informações contidas nesta pesquisa, e para


aprofundar os tópicos abordados são sugeridos alguns possíveis desdobramentos
para futuros estudos nos seguintes temas:
- os profissionais e instituições devem se propor a pesquisar, reunir, elaborar e
debater multidisciplinarmente as teorias sobre contabilidade pública, sistema de
controle interno e auditoria.
- os profissionais e instituições devem se propor a divulgar e auxiliar a
implementação de todo um conjunto de padrões técnicos, no campo da revisão de
controles internos, incluindo-se a legislação específica sobre controle interno e
auditoria na Administração Pública.
- o Relatório de Gestão da Universidade Federal Fluminense deve ser objeto de
efetiva análise pelos Conselhos Superiores com o objetivo de se avaliar a eficácia
dos resultados alcançados pela UFF.
- o Processo de Prestação de Contas deve ser também objeto de análise e avaliação
pelos Conselhos Superiores da UFF com o objetivo de se identificar efetivamente a
origem dos recursos orçamentários, como estão comprometidos e como são
99

utilizados.
- devem ser criados novos mecanismos de captação de recursos pela UFF, através
da prestação qualificada de serviços à sociedade em geral e da ampliação das
parcerias com a iniciativa privada e com as entidades públicas, tendo em vista que
somente sobre as Receitas Próprias há liberdade de tomada de decisão.
100

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