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COMO CRIAR UMA COLLEGE LIST
QUE FUNCIONE PARA VOCÊ
Ivo Paulo Lima , University of Chicago ‘19
João Pedro Oliveira , Princeton University ‘19
Pedro Girardi , Carleton College ‘19
ÍNDICE
Foreword ……………………………………………………………………………………. 3
Seção 1 Os Fundamentos da C ollege List …………………………………………... 3
Considerações Importantes … ……………………………………………………. 3
Fit … …………………………………………………………………………………. 4
Seção 2 Fit: Como e Por quê? …
……………………………………………………... 5
Fit Acadêmico … …………………………………………………………………… 5
Fit Profissional … ………………………………………………………………….. 8
Fit Social … …………………………………………………………………………. 9
Fit Pessoal … ……………………………………………………………………… 10
Seção 3 Pesquisa: A Mão na Massa … …………………………………………….. 11
Montando a sua s hortlist ………………………………………………………... 11
Rankings … ……………………………………………………………….. 12
Restrições Específicas … ………………………………………………... 13
Seletividade … ……………………………………………………………. 14
Campus … …………………………………………………………………. 15
Financial Aid … …………………………………………………………... 16
The Shortlist Checklist …………………………………………………………... 20
Pesquisando as Universidades Individualmente … …………………………... 21
Tipos de Universidades … …………………………… ………………… 21
Conhecendo uma Universidade … ………………………………… …. 22
Critérios e Indicadores …
………………………………………………. 24
Seção 4 Ferramentas de Pesquisa … ………………………………………… ……. 25
Comunidade ……………………………………………………………………... 26
Sites ……………………………………………………………………………. ….26
Documentos … …………………………………………………………………… 27
Depoimentos … …………………………………………………………………………… 28
Agradecimentos ………………………………………… ………………………… ..... 34
Se você quer saber tudo sobre o processo, incluindo raciocínio e considerações sobre a
elaboração da c ollege list , a leitura completa é recomendada. Se você já conhece o
raciocínio e só precisa da metodologia prática para a elaboração da lista, recomendamos
começar na seção “Ferramentas de Pesquisa”, na página 25.
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COMO CRIAR UMA C
OLLEGE LIST
QUE FUNCIONE PRA VOCÊ
A college list é uma parte fundamental da sua application . Considere, por exemplo,
que o lugar onde você viverá e aprenderá pelos próximos quatro anos está necessariamente
nesta lista que você está montando; certamente você quer se dedicar a fazer o melhor
trabalho possível. Mas, existem muitas universidades, muitos detalhes, muita pesquisa,
muitas considerações, e também muito pouco tempo. Montar uma lista boa é uma tarefa
difícil, mas esperamos que este documento te ajude.
➢ Os Fundamentos da C
ollege List
Durante a primeira etapa da application , você monta uma candidatura competitiva
para que universidades escolham você. Mas, é importante lembrar que, em um próximo
momento, você optará pela universidade que você quer dentre aquelas que te aceitaram. O
propósito da application é te proporcionar mais e melhores opções quando chegar
essa hora . Quanto mais opções você tiver, e quanto mais informada for a sua escolha,
melhor você estará preparado(a) para tomar essa decisão crítica. Portanto, é fundamental
garantir que você aplique para os lugares certos, e que tenha uma boa noção do porquê os
lugares que você escolheu são os lugares certos.
Montar a college list com carinho é uma etapa imprescindível porque ela delimita o
universo máximo de opções que você terá. Em resumo, você nunca terá a opção de ir para
uma universidade para onde não tenha aplicado. De todas as universidades, você já tem o
“não” montar a college list é listar aquelas das quais você poderá ter um “sim”. Em
outras palavras, uma boa college list é aquela que vai te proporcionar uma quantidade
confortável de opções , a despeito das limitações práticas da a pplication .
Você não perde nada aplicando para uma universidade. Na verdade, aplicar para
uma universidade específica faz com que seja possível ser aceito lá o que é sempre uma
coisa positiva. Isso implica a pergunta: Se mandar uma application nunca é prejudicial,
porque não aplicamos para todas as universidades que existem? Simples: porque isso
seria muito trabalhoso e pouco produtivo. Você não perde nada tendo aplicado para uma
universidade, mas pode acabar ganhando pouco e gastando muito no processo. A chave
é avaliar o custobenefício. Considere os custos práticos de uma a pplication :
● O preço mais tangível de uma application é a application fee , taxa que você paga
ao Office of Admissions de uma instituição para que eles avaliem sua candidatura.
Geralmente, o valor fica entre $60 e $80 (dólares), podendo variar para mais ou
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para menos. Você paga esse valor para cada universidade na sua college list , então
para a maioria das pessoas, ele pode se tornar alto demais para pagar.
O importante é lembrar que existem fee waivers disponíveis, caso pagar as taxas
seja um fardo financeiro para a sua família. Para conseguir o fee waiver (isenção
de taxa), o seu counselor precisa enviar um pedido às universidades explicando a
sua necessidade. Além disso, muitas instituições automaticamente concedem o fee
waiver para candidatos pedindo financial aid o processo não envolve qualquer
burocracia.
Em resumo: se pagar a application fee não é um problema para você, não peça o
fee waiver . Se é um problema, não se prive de aplicar: peça o f ee waiver .
● Um preço secundário que, no entanto, não pode ser ignorado é o custo de
comunicar oficialmente as notas dos testes padronizados SAT, SAT Subject Tests,
ACT e TOEFL. Infelizmente, é mais difícil conseguir isenções para essas taxas,
então é interessante que o/a applicant esteja pronto(a) para gastar mais ou
menos $30 (dólares) por cada universidade para onde ele(a) vá aplicar. Abaixo
você pode conferir algumas taxas (em dólares, por cada teste):
SAT $12.00 ACT $12.00 TOEFL $20.00
● Apesar do custo financeiro, frequentemente o principal preço que você paga ao
mandar a sua candidatura é o trabalho investido na pesquisa, estudo e
elaboração dos documentos. Para construir uma application de sucesso é necessário
muito capricho e, portanto, tempo. Não subestime a quantidade de tempo que
você passará elaborando essays ou estudando para testes. É claro, aplicar para 60
universidades te proporciona até 60 opções de instituições onde se matricular o
que é ótimo. Mas, isso também significaria centenas de páginas de essays para
escrever. E você certamente não quer isso, até porque:
● Não é necessário. Existem muitas universidades nos Estados Unidos e no mundo, e
algumas delas combinam com você. Mas, a dura realidade é que a maioria não
combina, e seria um desperdício de tempo (e de dinheiro) aplicar para essas
universidades. Poupe o seu r éveillon ; não aplique levianamente.
O termo que se usa para descrever o quanto uma universidade combina com você é
“ fit ” . Dizse que uma universidade tem bastante fit com alguém quando ela atende bem às
pretensões acadêmicas, profissionais, sociais e pessoais daquela pessoa. E é justamente
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determinar o seu fit com uma universidade específica que torna árduo o trabalho de montar
a college list : é necessário introspecção para saber o que você quer da sua universidade e
pesquisa para saber o que a universidade tem a oferecer . Sim, é possível que Carleton
College, um pequeno porém excelente liberal arts college de Minnesota, atenda melhor às
suas necessidades que Harvard , Stanford ou MIT tudo depende de quem você é e do que
você quer.
➢ Fit, como e por quê?
As pessoas são sempre diferentes, e também o são as universidades. É difícil medir
objetivamente o quanto uma universidade combina com você. Por sorte, o primeiro passo é
bastante simples: definir o que você espera da sua experiência na universidade ; é
impossível saber quais universidades têm o que você procura se você não sabe o que está
procurando. Mais tarde, você vai aprender a pesquisar universidades e a achar respostas
para as suas perguntas, mas por enquanto o importante é f azer as perguntas certas .
Considere, por exemplo: “Quais são as minhas prioridades?”; “Como eu quero
viver nos meus quatro anos de universidade?”; e “O que eu quero ter como legado desses
quatro anos?”. A melhor política para escolher uma universidade não é procurar por
instituições específicas, mas por respostas para essas perguntas. “ Fit ” significa “encaixe”
ou “ajuste”, e tem esse nome porque as oportunidades oferecidas pela universidade
precisam estar ajustadas às suas necessidades . O primeiro passo é justamente definir
quais são essas necessidades. Mãos à obra:
1. Fit Acadêmico
A principal necessidade a se suprir no contexto de uma universidade é acadêmica:
você precisa se formar. Não, a universidade não é “ all work and no play ”; no entanto, você
está indo lá para estudar. E, se vamos para estudar, queremos estudar no melhor lugar
possível, correto? Qual seria esse lugar?
As respostas mais fáceis são bem conhecidas: “ Harvard ”, talvez um “ MIT ” ou
“ Stanford ”. Essas podem ser as universidades mais bem conhecidas do mundo, mas isso
não significa que estudar numa delas é necessariamente a melhor coisa pra você. A
“personalidade acadêmica” de cada instituição pode combinar, ou não, com a sua
maneira de estudar e de se preparar para a sua vida e carreira. Um currículo mais
rigoroso, ou mais famoso, não significa um currículo melhor para você.
Mas então, como descobrimos a universidade que melhor se encaixa
academicamente conosco? É aqui que precisamos “ walk the talk ” e definir as nossas
prioridades acadêmicas . Depois, podemos procurar quais universidades têm essas
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características. Como dissemos, essa é a fase de fazer as perguntas. Vamos começar por
algo simples: o que você quer estudar? Alguma coisa te fez procurar as melhores
universidades do mundo para estudar e a pergunta é simples: o que é isso; o que você
pretende estudar no exterior?
Devido à cultura de cada universidade, diferenças entre verbas departamentais e
prioridades institucionais, cada lugar é único quanto à educação que oferece e quanto a
como a educação é oferecida. Por exemplo, o MIT Massachusetts Institute of Technology
é internacionalmente reconhecido por sua qualidade de ensino em engenharia. Entretanto,
ele pode não oferecer um programa de ciências políticas tão forte quanto o de outras
universidades, como Columbia, por exemplo.
Pelo menos na maioria das universidades, os programas acadêmicos são
organizados em departamentos , que são importantes objetos da sua pesquisa por
universidades. Por exemplo, uma universidade pode ter o “ Department of Classics ” e/ou o
“ Department of Mechanical Engineering ”. Universidades de muita qualidade podem dar
ênfase maior ou menor a alguns de seus departamentos. Por exemplo, Harvard e Yale nem
sequer aparecem no ranking de engenharia da revista Times, porque engenharia não é o
foco dessas universidades; enquanto isso, Rice , no Texas, foi considerada a melhor
universidade do mundo em Ciência dos Materiais, em 2011.
Enquanto falamos das fortalezas de Rice e das fraquezas de Harvard , surge um
assunto fundamental: prestígio está entre os piores indicadores possíveis de fit . Você
quer uma universidade que combine com você, não uma que vá impressionar as suas tias
até porque elas não sabem tanto quanto (sinceramente) esperamos que você saiba sobre
esse processo. Lembra do MIT , um nome famoso por aqui? Nos EUA, o quinteto de
universidades muito renomadas em tecnologia é MIT , Carnegie Mellon , Stanford , Caltech
e Berkeley . Algumas dessas instituições as suas tias conhecem, mas nem todas; por isso,
procure por universidades, e não por nomes que você já tenha ouvido por aí.
Outra consideração muito importante é a liberdade acadêmica oferecida pela
universidade. Liberdade acadêmica se refere ao quão livre o aluno é para construir a sua
grade curricular como achar melhor, um diferencial da educação liberal americana. Certas
instituições, como por exemplo a Universidade de Chicago , possuem muitos
requerimentos para que o aluno possa colar grau: cursos específicos da sua concentração
( major ) e ainda um common core de aulas que todos os alunos precisam cursar. Um core
curriculum como o de UChicago faz com que os alunos explorem matérias e temas que
não necessariamente tenham grande proximidade. Dessa forma, se busca promover uma
educação mais interdisciplinar, encorajando o diálogo entre diversas áreas do
conhecimento. Por exemplo, qualquer aluno da universidade terá de cursar matérias nas
Exatas, Biológicas e Humanas para se formar. Isso deixa menos espaço curricular para
eletivas, e portanto confere menos liberdade acadêmica.
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Outras universidades, como por exemplo Brown , dão aos alunos ampla liberdade
para montar sua grade curricular da maneira que mais lhes aprouver. Um currículo mais
livre significa que você vai passar menos tempo preso a cursos necessários para o seu
diploma e mais tempo explorando aquilo que você gosta. Liberdade curricular permite que
você se forme engenheiro(a) tendo assistido a muitas aulas de dança, assim como permite
que você foque somente naquilo que interessa para o seu campo. Este é um grande poder
que, é claro, traz grandes responsabilidades na hora de montar uma grade produtiva de
fato.
Por fim, é interessante procurar saber que tipo de ambiente de aprendizado a
universidade oferece para alunos de graduação. Em geral, isso se refere às aulas, aos
recursos disponibilizados pela universidade e às pessoas dedicadas a te orientar na sua
jornada ao longo do curso. Em termos de aulas, precisamos primeiro discutir alguns termos
que se referem ao estilo de instrução de determinados cursos nas universidades:
● “ Lecture ” se refere a aulas no estilo palestra . É com esse tipo de aula que você
provavelmente está mais acostumado: O professor põe a matéria no quadro e
monologa; você presta atenção e copia.
● “ Seminar ” se refere a aulas no estilo conferência . São pequenos grupos de estudo
com, no máximo, quinze pessoas. O professor fica a carga da condução do debate e
da discussão.
Se você procura relacionamentos próximos com seus professores e atenção em
nível individual, universidades menores e com mais seminars podem ser opções melhores.
Uma boa métrica para avaliar o nível de atenção individualizada numa universidade é o
studentfaculty ratio . Essa estatística mede quantos alunos a universidade tem por cada
professor que ela emprega; assim, uma universidade com studentfaculty ratio de 9:1
(“ nine to one ”) tem nove alunos para cada professor. Instituições com menos alunos por
professor, em geral, conseguem oferecer mais atenção para cada aluno.
Se é um ambiente de aprendizado íntimo que você procura, vale a pena dar
consideração especial aos liberal arts colleges universidades menores e mais focados no
ensino. Estes contrastam com as research universities , instituições que têm como missão
pesquisar tanto quanto educar. Research universities são geralmente mais renomadas, por
conta da qualidade da pesquisa que produzem, e atraem muitos professores que são líderes
no seu ramo. Liberal arts colleges , por outro lado, entendem que prêmios Nobel não são
necessariamente bons professores, e se aplicam inteiramente à sua missão pedagógica.
Outra diferença importante entre liberal arts colleges e research universities é o
foco aplicado ao ensino de graduandos ( undergraduates ) vs. pósgraduandos ( graduates ).
Uma vez que pósgraduandos são mais capazes de produzir pesquisa e conseguir
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resultados no mercado de trabalho, research universities são conhecidas por oferecer mais
recursos para graduates , em detrimento dos undergraduates . Por outro lado, liberal arts
colleges sequer oferecem cursos de pósgraduação; todos os recursos são investidos em
undergraduates você.
Assim, certas universidades e entre elas, a maioria das mais famosas tendem a
oferecer mais recursos e oportunidades a seus alunos de pós do que a seus alunos de
graduação. Altas populações de alunos de pós é um bom indício de universidades com
pouco foco no ensino de alunos de graduação. Isso geralmente se manifesta por monitores
dando aula no lugar de professores, lectures enormes e impessoais e docentes que focam
mais na sua pesquisa que na interação com alunos. Por isso, liberal arts colleges podem
ser muito mais proveitosos para você do que research universities como Stanford, Harvard
ou MIT. Considere a taxa entre alunos de graduação e de pós matriculados na universidade
uma métrica importante na sua pesquisa.
Protip: Ao montar a sua college list , pesquise os programas acadêmicos que a
universidade oferece, os departamentos que te interessam, os prérequisitos curriculares, o
studentfaculty ratio , o estilo de instrução, e os recursos oferecidos pela universidade a
alunos graduandos ( undergraduates ).
2. Fit Profissional
O desdobramento natural da sua vida acadêmica na universidade é o princípio da
sua vida profissional. Estudar no exterior frequentemente implica um altíssimo custo
pessoal, financeiro e, às vezes, até emocional (a própria application é de arrasar os nervos,
e os três meses à espera de respostas são ainda piores...). Em geral, as pessoas esperam que
esse sacrifício seja recompensado por meio de oportunidades profissionais e prospectos
pósuniversidade que tragam realização pessoal. Exemplos de coisas que a educação pode
te proporcionar incluem empregos lucrativos e a realização de sonhos profissionais .
Pense nisso: você está pronto(a) para dedicar horas de estudo (inclusive, se dispôs a
ler esse documento!) ao projeto de estudar no exterior. Está pronto(a) para investir em
provas e procedimentos estrangeiros e se prontificou para, depois, aplicar vários anos da
sua vida e potencialmente milhares de reais na sua educação longe de casa. Seria insensato
não considerar que tipo de retorno que esse investimento lhe trará.
E, portanto, em termos de universidades, é importante procurar saber que tipos de
oportunidades profissionais estarão disponíveis para você. Quais são seus planos quanto ao
processo imigratório? Você pensa em voltar para o Brasil após a sua graduação? Se sim,
depois de quanto e por quanto tempo? Onde você gostaria de estar daqui a dez anos? E
é claro: q
ual instituição te coloca melhor posicionado(a) para, daqui a dez anos, lá estar?
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É possível que a melhor opção para você nem seja cursar a graduação nos Estados
Unidos. Um diploma americano implica que você terá que imigrar ou revalidar o seu
diploma no Brasil, o que é invariavelmente uma burocracia enorme e nem sempre é
possível. Na verdade, por motivos financeiros e burocráticos, é absolutamente inviável, na
grandíssima maioria dos casos, cursar medicina ou direito nos EUA (sim, isso inclui
você). Além disso, independente do diploma, você terá que restabelecer o seu networking e
as suas conexões profissionais no Brasil, o que pode ser um esforço considerável.
Hoje em dia, o mercado de trabalho procura observar que tipo de atividades
extracurriculares o candidato à vaga profissional realizou no seu tempo como
universitário(a). Embora a J.P. Morgan, ao avaliar o seu currículo, não se importe muito com
o clube de artes plásticas, ela estará interessada em saber que tipo de experiência profissional
extraordinária você teve que te qualifica para uma posição lá.
Estágios, networking , programas de intercâmbio, projetos de pesquisa, trabalhos
acadêmicos e práticos, clubes (relevantes para a sua área), serviços de carreira e programas
de empreendedorismo são exemplos de oportunidades que a sua universidade pode te
oferecer e que podem fazer a diferença na hora de adentrar o mercado de trabalho. É
importante pesquisar quais oportunidades são oferecidas para alunos de universidades pelas
quais você se interessa, e o quão competitivas essas oportunidades são. Uma vantagem do
sistema americano é que os alunos podem começar a estagiar nas férias de verão do seu
primeiro ano, enquanto no Brasil isso se dá a partir do quarto ano. Dessa forma, os alunos
tendem a desenvolver seus currículo e networking mais cedo, o que pode ser vantajoso para
suas pretensões profissionais futuras.
Um fator cada vez menos relevante é o renome da universidade na sua área. De fato,
é improvável que formandos de Stanford tenham dificuldade em encontrar posições na
indústria tecnológica. Porém, isto resulta de uma selffulfilling prophecy : alunos de
universidades renomadas tendem a ser pessoas engajadas em várias atividades e que nunca
desperdiçam uma oportunidade.
Outro fator a ser considerado é que para certos ramos como mercado financeiro,
pesquisa acadêmica e corporativo, o renome da universidade da qual um candidato tiver
recebido seu Graduate degree será mais importante que a referente ao Undergraduate .
Dessa forma, encontrar uma faculdade que te ofereça as melhores circunstâncias para a
graduação, independente do renome, será mais benéfico a longo prazo do que se matricular
em outra apenas pelo renome. Portanto, uma universidade que se encaixa com você
profissionalmente é uma universidade que oferece muitos recursos e oportunidades para
pessoas no seu ramo, e não uma universidade cujo nome é mais facilmente reconhecível.
3. Fit Social
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Nem tudo na sua vida universitária será estudo e trabalho, porém: felizmente
existem muitas outras facetas da sua vida no exterior, e você não as quer negligenciadas.
Longe da sua família e amigos de casa, você estará cercado(a) de novas pessoas e novas
perspectivas; nesse cenário, as universidades americanas são unidas por uma característica:
a cada ano, procuram construir não só uma classe de alunos mas também uma comunidade
de pessoas interessantes e apaixonadas pelo que fazem. Este é mais um recurso do qual
você, como aluno, pode (e deve) usufruir. No entanto, o que dá individualidade às
universidades é a maneira segundo a qual os alunos interagem, em torno de quais
instituições revolve a vida social, e que tipo de comunidades você pode encontrar no
campus.
De fato, nem todas as instituições possuem cenários sociais iguais, ou sequer
parecidos. Certas universidades, como por exemplo a University of Alabama , possuem
equipes esportivas muito competitivas nas ligas nacionais, e os jogos tendem a se tornar
megaeventos para o público. Enquanto isso, em outros lugares, o esporte e o espírito de
equipe são fatores menos protagonistas no campus. A maioria das universidades possui
fraternidades, que são organizações estudantis que gerenciam a maior parte dos eventos
sociais frequentados pelos alunos. Por outro lado, em outras instituições a filiação a uma
fraternidade chega até a ser incomum, como é o caso de Princeton. Independente do lugar,
porém, sempre existirão instituições que conduzem a vida social no campus. No caso de
Princeton , falase nos eating clubs , enquanto H arvard , por exemplo, tem seus final clubs .
Ademais, a maioria dos alunos de universidades americanas mora no próprio
campus, sendo geralmente obrigatório viver seu freshman year em um dormitório. Cada
universidade adota seu modelo de Housing System , logo ao fazer sua College list é
importante ter uma noção de como os alunos vivem e como isso impacta em sua interação.
É importante lembrar de pesquisar como os alunos nas universidades pelas quais
você se interessa socializam, pois esse é um aspecto central da sua vida não só na
universidade mas depois dela também. Refeitórios não funcionam apenas para servir
comida; são espaços de aglomeração e interação entre alunos e professores. Que tipo de
pessoa interessante você pode conquistar como um(a) amigo(a) para a vida, mas que
começou apenas como seu(a) colega de quarto? Em que tipo de organizações ou clubes
você pode entrar que poderão desenvolver um hobby, habilidade ou interesse seu? Basta
pesquisar para descobrir.
4. Fit Pessoal
A última parte da nossa descrição sobre a “personalidade” das universidades é
também a mais difícil de definir, a despeito de partir de um fato simples: nem todos os
fatores importantes para uma boa experiência universitária são acadêmicos, profissionais
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ou sociais. Às vezes, as universidades podem combinar ou não com as pessoas por
causa dos mais variados motivos, e não faltam características que dão a cada universidade
o seu caráter único e especial.
Um exemplo claro: algumas universidades possuem afiliação religiosa . Enquanto
alguns alunos preferem uma universidade que siga os preceitos da sua fé, outros alunos se
sentem desconfortáveis em campi regidos por doutrina religiosa. É o caso, por exemplo, de
Georgetown University e da University of Notre Dame , onde alunos de qualquer credo
ou nenhum credo são aceitos, mas com certas limitações: organizações estudantis de
cunho mais político (próaborto, por exemplo) não são reconhecidas oficialmente e até
mesmo a distribuição de preservativos e drogas anticoncepcionais no campus pode ser
limitada.
Na prática, é extremamente provável que você encontre outros fatores de
preferência pessoal ao pesquisar universidades. Por exemplo: você prefere ter aulas mais
pessoais com os seus professores ou prefere assistir a palestras oferecidas por autoridades
renomadas? Você prefere a proximidade familiar de um campus pequeno e com menos
alunos, ou os recursos e benefícios de uma universidade grande, onde você nunca será
capaz de conhecer todos os seus classmates ? Você prefere olhar para o horizonte e
enxergar picos nevados sobre o campo ou nunca conseguiria viver longe da cidade grande?
O frio de New England te deixa receoso(a) de se tornar um picolé humano durante o
inverno? O que tem de interessante sobre onde o campus da sua universidade é localizado?
O campus é um lugar bonito? O que a história de lá tem de especial? Por acaso um dos
seus ídolos estudou lá?
Provavelmente você já ouviu essas perguntas, e talvez até mesmo tenha perguntado
algumas delas. No entanto, a maioria das pessoas, ao montar a college list , não pára para
pensar em alguns aspectos e serviços fundamentais para uma vida acadêmica produtiva.
Por exemplo, o que você sabe sobre os serviços de saúde, imigração, seguro e emprego das
universidades na sua lista? O campus da sua universidade favorita é um lugar diverso e que
procura amparar os alunos com problemas acadêmicos, alcoólicos, tecnológicos, entre
outros? Onde você pretende comer na universidade, e de que cardápios você gosta? Que
tipos de recursos tecnológicos estarão disponíveis para você na universidade que ajudarão
a aprender e viver de forma melhor?
Existem tantas perguntas pertinentes e importantes que seria praticamente
impossível listar todas. A próxima seção, além de ensinar ferramentas importantes para a
pesquisa de universidades, procura abordar a maior parte dos assuntos que podem vir
afetar a sua vida nos anos vindouros. Acima de tudo, neste momento é fundamental fazer
as p erguntas certas , para que, mais tarde, você possa chegar às melhores respostas.
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➢ Pesquisa: A Mão na Massa
Na última seção, fizemos várias perguntas que procuram exemplificar algumas
considerações importantes para a elaboração da college list e te orientar através desse
processo. Agora, procuraremos capacitar você a produzir as respostas para tais perguntas
por meio da sua própria pesquisa . Tipicamente, a pesquisa de universidades se divide em
duas etapas:
1. Primeiramente, é necessário criar uma shortlist (lista preliminar) de universidades
pelas quais você pode estar interessado(a). Ela não é definitiva, mas norteará o
processo de pesquisa individual das universidades.
2. Depois, é necessário pesquisar mais a fundo sobre cada instituição na sua shortlist
e definir as universidades que realmente têm fit com você. Vale a pena também
determinar quais qualidades e características dessas universidades fazem com que
elas aticem o seu interesse, pois isso pode ser usado depois na a pplication .
→ Montando a sua s hortlist
A primeira parte do trabalho é reduzir o universo de 4726 universidades americanas
a algumas poucas que são capazes de permanecer na sua college list final. Isso parece uma
tarefa ingrata, mas felizmente existem muitos recursos que podem te ajudar a reduzir
drasticamente o número de opções a se observar. O processo é eliminativo , e funciona de
maneira simples: progressivamente removese de consideração universidades que possuam
os chamados dealbreakers. Estes são características que fazem com que uma universidade
simplesmente não funcione para você, e enumeramos alguns dos mais comuns:
● Rankings
Muitas pessoas usam rankings como os principais instrumentos na elaboração de
suas college lists . E por que não deveriam, se os rankings são produzidos por profissionais
que consideram um amplo espectro de estatísticas, indicadores e dados da indústria para
construir uma avaliação informada sobre as universidades? Bem, porque apesar de cada
ranking agregar e considerar um alto volume de informações relevantes sobre as
universidades, é importante observar que você , e não o ranking , deveria estar fazendo esse
trabalho.
Muitas empresas diferentes elaboram rankings diferentes que consideram fatores
diferentes sob pesos diferentes, tudo dependendo do raciocínio ou algoritmo específico
utilizado. E o que essas empresas têm em comum é: todas elaboram listas de universidades
de acordo com o fit dessas instituições com os critérios dos profissionais que elaboraram as
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listas. Isso, por sua vez, não representa em nenhuma forma o fit que as universidades têm
com você , pois somente você é capaz de considerar todos os fatores que vão formar o lugar
ideal para a sua vida e educação nos próximos anos.
Isso não significa, porém, que os rankings sejam inúteis na elaboração da college
list . Universidades consistentemente ranqueadas nas camadas mais competitivas dos
rankings são universidades que possuem alta qualidade institucional e prestígio
acadêmico . Universidades que são consideradas inferiores nos rankings , ou até mesmo
que possuem colocação pior do que algumas universidades brasileiras, são frequentemente
as primeiras a serem eliminadas da shortlist de muitos applicants . As pessoas consideram
que não faz sentido procurar a educação no exterior se isso produzir um diploma menos
prestigioso ou lucrativo do que diplomas oferecidos por universidades de ponta no Brasil.
Felizmente, mesmo que somente consideremos universidades nos EUA melhor
ranqueadas do que a USP que é internacionalmente considerada a mais prestigiosa
universidade brasileira ainda temos uma pool bastante extensiva: aproximadamente
duzentas excelentes universidades para considerar. E também, nada impede que você seja
mais (ou menos) criterioso(a) na sua seleção de universidades por prestígio acadêmico.
Isso implicaria estabelecer sua “linha de corte” em outros lugares; por exemplo, considerar
apenas as cinquenta universidades que conseguiram as melhores colocações.
Um fator importante a considerar, porém, é que existem vários rankings , e muitos
discordam sobre quais são as “cinquenta melhores universidades”. Afinal de contas, essa
não deixa de ser uma avaliação altamente subjetiva. Abaixo destacamos quatro dos
rankings mais respeitados e utilizados internacionalmente no cenário de admissions :
1. U.S. News and World Report’s Best Colleges é o ranking mais famoso e
prestigiado nos Estados Unidos. Aqui você tende a confirmar expectativas: as
universidades mais reconhecidas e prestigiadas se amontoam no topo da lista. O top
10 consiste exclusivamente de Ivylike Universities ou Ivies propriamente ditas, as
quais são todas representadas dentro do top 20.
2. Forbes’ America’s Top Colleges é um ranking que oferece mais espaço no topo
para liberal arts colleges de elite, que frequentemente oferecem a melhor atenção,
ensino e foco institucional em seus graduandos. Exemplos tirados do top 20
incluem W illiams , Swarthmore , Amherst , Bowdoin , Wesleyan e C arleton .
3. Times Higher Education’s World University Rankings é um ranking global de
universidades que oferece bastante transparência e funcionalidades nas suas
avaliações. Por exemplo, é possível ver várias classificações por disciplina, e para
cada ranking é possível avaliar os critérios de classificação e o desempenho de
cada universidade em cada um dos critérios.
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4. Shanghai Ranking of World Universities é outro ranking internacional bastante
respeitado e flexível, com o bônus de ser elaborado sob a perspectiva de uma
instituição nãoocidental. Além de oferecer rankings por área de estudo, ele oferece
rankings por matéria, o que pode ser útil para pessoas que já sabem o que vão
estudar.
Outros rankings existem, entre eles, por exemplo, QS World University Rankings,
Princeton Review e Washington Monthly. Porém, os que listamos são os que consideramos
mais reconhecidos e/ou menos enviesados em favor de uma ou outra característica.
● Restrições Específicas
A maneira mais fácil de eliminar universidades é procurar por restrições específicas
e por características que funcionam como os dealbreakers mais comuns. Por exemplo,
algumas ótimas universidades como Smith , Wellesley , Bryn Mawr e Barnard aceitam
exclusivamente applicants do sexo feminino . Outras, como Emory , Notre Dame ,
Macalester e Georgetown , possuem filiação religiosa , o que, dependendo do caso
específico, pode influenciar mais ou menos a sua vida como estudante. Por exemplo,
enquanto Macalaster se autodenomina “frouxamente religiosa”, outras podem adotar
medidas mais austeras e condizentes com sua filiação. Exemplos de tais medidas incluem
não oferecer medicamentos anticoncepcionais no campus, ou ter aulas de teologia como
um requisito curricular compulsório para a graduação.
Ademais, é possível eliminar algumas universidades ao avaliar se a instituição em
questão oferece aquilo que você precisa ou procura na sua graduação. Por exemplo, se
você já está decidido(a) a buscar um diploma em engenharia, não faz sentido aplicar para a
Universidade de Chicago ; por mais interessantes que sejam os essays prompts , UChicago
não oferece diploma em engenharia. Por outro lado, se você se interessa por literatura
comparada e linguística, pode não ser muito proveitoso aplicar para Caltech, mesmo que
ela seja uma das melhores nas hard sciences . Na verdade, as considerações vão além do
campo acadêmico: você pode ter, por exemplo, necessidades extracurriculares que não são
supridas por todas as universidades. Para uma pessoa interessada ou competitiva em remo,
uma universidade não t er um corpo d’água próximo pode ser um d ealbreaker .
A dica aqui é simples: monte uma lista do que não pode faltar na sua
universidade, seja um curso, um clube ou outras características. Então, elimine aquelas que
não se encaixam.
Protip : Procure também eliminar imediatamente os forprofit colleges (DeVry, ITT
Tech, etc.). Como o nome implica, eles estão principalmente interessados em distribuir
dividendos para seus investidores, e não em te proporcionar uma educação de qualidade.
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Ademais, diplomas de forprofit colleges são vistos com muito ceticismo por americanos
em geral, por empregadores e por outros tipos de recrutadores também.
● Seletividade
É importante ter expectativas condizentes com a sua competitividade enquanto
applicant e a seletividade das universidades na sua lista. Muitas das universidades mais
famosas e com mais recursos recebem dezenas de milhares de applications , e só têm vagas
para uma pequena fração desses candidatos. Ninguém absolutamente ninguém pode
garantir que passará nas suas primeiras opções. Por isso, é preciso ter planos “B”, e até
planos “C”. No contexto da application, isso se materializa numa divisão das universidades
da sua c ollege list nas categorias de dream , match e s afety .
“ Dream school ” se refere às suas primeiras opções, àquelas universidades em que
você sonha passar, mas que recebem dezenas de milhares de applicants por ano.
Independente de quem você seja, qualquer universidade com menos de 15% de
acceptance rate (porcentagem dos candidatos que é aceito) é uma dream school . Toda
application precisa de dream schools , e a sua college list estaria incompleta sem elas.
Porém, é importante também não se limitar a dream schools na sua college list . A grande
maioria das applications que terminam sem sucesso acontece porque o candidato aplicou
em excesso para universidades desproporcionalmente seletivas.
“ Match school ” ou “ Reach school ” se refere àquelas universidades cuja
seletividade condiz com a sua competitividade enquanto applicant . Mais diretamente,
match schools são boas universidades em que você tem chances sólidas de ser aceito(a).
Existem muitas maneiras de averiguar se a sua competitividade condiz com a seletividade
de uma universidade: uma maneira objetiva é verificar se os seus resultados em
standardized tests se encaixam com o perfil das turmas de anos passados da universidade.
Essa informação é pública e disponível no site do College Board
(“bigfuture.collegeboard.org”). Outra maneira é procurar conhecer o perfil, as honors e as
atividades de alunos brasileiros que já foram bemsucedidos nas suas candidaturas para a
universidade.
“ Safety school ” se refere àquelas universidades pouco seletivas em que você tem
grandes chances de ser aceito. O propósito das safety schools é garantir que você receberá
acceptance letters e que o seu esforço na application trará, no mínimo, algumas cartas de
admissão. Tome cuidado, porém: é importante garantir que você esteja disposto e hábil a
pagar e ir para safety schools para as quais aplique. Não faz sentido aplicar para
universidades que não te ofereceriam a ajuda financeira que você precisa, ou universidades
para as quais você escolheria não ir mesmo que fosse aceito(a).
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O mais importante no que se refere à seletividade das escolas na sua college list é
ter uma mistura balanceada entre universidades que são dream, match e safety . As
applications com as maiores chances de serem bemsucedidas são aquelas que incluem
opções diversas com seletividades diversas. É um princípio de investimento financeiro:
não deposite todos os seus ovos (esperanças) em uma só cesta ( candidatura).
Protip: No que toca a sua competitividade enquanto applicant , procure nunca ser
otimista ou pessimista seja realista. A experiência indica que a maioria dos applicants
bemsucedidos subestima a sua própria competitividade, o que pode ser tão danoso quanto
achar que aplicar apenas para universidades na Ivy League é uma estratégia viável de
college list. É sempre importante entender a cultura de cada faculdade e o que ela busca
em futuros alunos para tentar identificar se poderia existir reciprocidade de interesses entre
você e a universidade em questão.
● Campus
Outro dealbreaker muito comum se refere à localização do campus . Algumas das
melhores universidades do mundo, como Cornell , Dartmouth , Duke , Carleton e Williams
se situam em cidades pequenas e frequentemente isoladas (Ithaca, Hanover, Durham,
Northfield e Williamston, respectivamente). A vida nessas cidades costuma ser
fundamentalmente relacionada ao o diaadia na universidade, o que muitas pessoas
consideram exaustivo.
Além disso, alguns applicants simplesmente não conseguem imaginar a sua vida
longe de um centro urbano, ou consideram que frequentemente precisarão dos serviços e
oportunidades que uma cidade grande oferece. Esta preocupação não é em vão: enquanto
aluno internacional, você quer ter acesso a aeroportos, consulados, entretenimento,
turismo, emprego, conferências e eventos sociais coisas de difícil acesso no meio da
floresta em New Hampshire, como é o caso de D artmouth .
Vale lembrar que uma vida estudantil fora dos maiores centros urbanos tem seus
benefícios, que vão desde a paisagem mais bucólica até uma comunidade universitária
mais unida ( closeknit ). Às vezes, a comunidade do campus pode se perder um pouco no
meio de uma megalópole, como acontece com a University of Chicago , a New York
University , a University of Pennsylvania e Columbia , por exemplo. Um meiotermo entre
universidades rurais e urbanas é a opção suburbana universidades que não se situam em
um centro urbano, mas têm fácil acesso a alguma metrópole / cidade grande.
Exemplos de universidades situadas em paisagens suburbanas incluem tanto
algumas das mais famosas Stanford , que tem fácil acesso a San Francisco; Princeton , que
tem fácil acesso a New York e Philadelphia; e Harvard , que tem fácil acesso a Boston
quanto outras também muito boas porém menos conhecidas: Bryn Mawr , Haverford e
16
Swarthmore , que têm fácil acesso a Philadelphia; Wesleyan , que tem fácil acesso a
Hartford e os C laremont Colleges , que têm fácil acesso a Los Angeles.
Outras preocupações com o campus que podem servir como dealbreakers ou
ajudar na college list incluem: A universidade garante moradia dentro do campus para
todos ou alunos ou alguns terão que comutar? Que tipo de meio de transporte é necessário
utilizar para chegar no campus do aeroporto ou estação de trem mais próxima? A
universidade oferece sororidades, fraternidades ou mesmo outros tipos de moradia que
atendam às suas necessidades específicas, se você porventura as tiver? Que tipo de campus
feature n ão pode faltar na sua universidade ideal? Fica muito frio no inverno?
● Financial Aid
Se a sua família (ou você) é capaz de pagar aproximadamente vinte mil reais por
mês para financiar o custo das mais caras universidades americanas, considerese uma
pessoa de sorte. Esta não é, no entanto, a realidade da grande maioria dos applicants
brasileiros, e a verdade é que não adianta passar em uma universidade se você não tiver
condição de financiar os seus estudos lá. É aqui que entra o f inancial aid .
“ Financial aid ” é um termo que diz respeito à ajuda de custo oferecida pelas
universidades, na forma de bolsas de estudo. Se você precisa de ajuda de custo para cursar
a universidade, como a grande maioria dos applicants precisa, é imprescindível procurar
sobre as bolsas oferecidas pelas universidades na sua shortlist . Seria muito frustrante
passar em uma boa universidade e não ter condição financeira para realizar a matrícula.
Cada universidade adota um critério específico para a concessão de bolsas.
Principalmente, algumas universidades que oferecem auxílio para alunos americanos
podem não oferecer os mesmos benefícios para alunos internacionais. É preciso saber
que tipo de oportunidade (financeira ou não) as universidades oferecem para você em
específico. Se uma universidade não oferece bolsas para alunos internacionais e você
precisa dessa bolsa, não faz sentido manter essa universidade na sua shortlist .
As universidades americanas adotam várias políticas e processos diferentes quanto
à concessão de bolsas, e essa parte do processo envolve um jargão muito específico.
Explicamos alguns termos abaixo:
● “ Needbased ” e “ meritbased ” diz respeito ao critério pelo qual a bolsa é
oferecida. “ Needbased ” quer dizer que a bolsa é oferecida por causa da
necessidade financeira do aluno isso permite que alunos de baixa renda sejam
alunos da universidade. “ Meritbased ” quer dizer que a bolsa é oferecida em
função de algum mérito do aluno , seja ele acadêmico, social, esportivo ou de
qualquer outro tipo.
17
● “ Needblind ” e “ Needaware ” diz respeito a se a necessidade financeira do aluno
é levada em consideração na application . “ Needblind ” quer dizer que a
universidade não leva em consideração a necessidade financeira do candidato
durante o processo de admissão. “ Needaware ” significa que a necessidade
financeira do aluno é um fator que os oficiais de admissão consideram na sua
decisão. Por isso, pode ser mais difícil para alunos com alta necessidade
conseguirem vaga na universidade.
● “ Cost of attendance ” e “ demonstrated need ” são termos que dizem respeito à
necessidade financeira de um aluno que procure bolsa por needbased aid . “ Cost of
attendance ” se refere ao custo total de ser aluno de uma universidade, ou seja,
incluindo tudo: tuition (anuidade), room (moradia), board (alimentação), livros,
passagens e outros custos. “ Demonstrated need ” é a parte do cost of attendance
que você não consegue pagar sozinho(a) , ou seja, a sua necessidade financeira.
Esse valor também representa o quanto a universidade precisaria “completar” com
bolsa para que o aluno seja capaz de se matricular sem preocupações.
A sua habilidade de custear os próprios estudos e por consequência o seu
demonstrated need é calculada pela universidade com base nas suas informações
financeiras. Junto da application , você preenche um formulário com informação
sobre sua renda, bens e outros indicadores. Com base nisso, a universidade calcula
o quanto você é capaz de pagar por ano e, por extensão, o seu d emonstrated need .
● “ Full need met ” e “ Gapping ” diz respeito ao compromisso da universidade em
oferecer toda a bolsa que o aluno precisa. “ Full need met ” significa que a
universidade se compromete a cobrir todo o demonstrated need de qualquer
aluno aceito, independente do quão grande for essa necessidade.
“ Gapping ”, por outro lado, significa que a universidade não assume esse
compromisso ; inclusive, o aluno pode ser aceito sem sequer receber bolsa. Vale
ressaltar que isso não significa que o aluno não vá receber uma ajuda de custo boa;
só significa que a universidade não se compromete a cobrir inteiramente a
necessidade demonstrada ( demonstrated need ) do aluno.
● “ Grant ” e “ loan ” diz respeito ao tipo de ajuda financeira que é oferecida pela
universidade. “ Grant ” quer dizer um prêmio, concessão ou bolsa : o dinheiro é
dado pela universidade e creditado semestralmente na sua student account (conta
estudantil) sem qualquer compromisso futuro. “ Loan ”, por outro lado, se refere a
um empréstimo , e o dinheiro concedido pela universidade precisará ser pago ao
longo da vida profissional do aluno. Tipicamente, empréstimos universitários
carregam prazos maiores e juros menores que crédito convencional.
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● “ Endowment ” é um termo que se refere à “riqueza” de uma universidade.
Basicamente, doações de exalunos são acumuladas em fundos de investimento , e
o retorno sobre o capital é utilizado para custear o funcionamento da universidade.
Em geral, universidades com endowment maior podem oferecer bolsas melhores,
pois têm mais dinheiro investido e portanto maior retorno para financiar suas
atividades.
O modelo mais comum de bolsa para alunos internacionais é o needbased grant.
No entanto, nem toda universidade pode custear alunos internacionais
indiscriminadamente é muito caro. As universidades que conseguem oferecer essas
bolsas são divididas em 4 categorias principais de p
olíticas de bolsa :
1. Needblind com full need met : Este é o cenário perfeito, mas aceitar alunos
necessitados e se comprometer a custeálos custa muito caro para as
universidades. Por isso, apenas cinco instituições adotam esta política para alunos
de qualquer nacionalidade ( Harvard, Yale , Princeton , MIT , e Amherst ). Estas
faculdades estão entre as mais ricas do mundo, e possuem um endowment médio de
mais de 1,5 milhão de dólares por aluno . Naturalmente, isso as torna
extremamente competitivas , e é muito difícil conseguir vaga em uma delas.
2. NeedBlind e gapping : universidades deste tipo não contam a necessidade
financeira do candidato contra ele ou ela durante o processo de candidatura. No
entanto, elas não garantem que a pessoa, caso seja aprovada, receberá uma bolsa
condizente com sua situação financeira. Uma vez admitido, é possível que o
candidato receba uma bolsa insuficiente para que ele ou ela possa cursar a
universidade. É possível que a bolsa seja espetacular, e é possível que a bolsa seja
nula. Um exemplo de universidade que adota esta política é a Georgetown
University .
3. Needaware com full need met : Essas universidades dão bolsas suficientemente
grandes para todos os candidatos aprovados, mas levam em consideração a
necessidade de cada aluno na hora de selecionar os aprovados na application . Ou
seja, apesar de as chances de admissão serem menores, caso o candidato consiga
ser aceito, ele terá a certeza de que sua bolsa será suficientemente grande.
Exemplos de instituições que adotam essa política incluem Brown , Northwestern ,
Williams , e S
tanford .
4. Needaware e gapping : este tipo de universidade não só leva em consideração a
necessidade financeira de cada candidato durante o processo de admissão, como
também não garante que, caso o candidato seja aprovado, ele receberá uma bolsa
condizente com sua situação financeira. Ou seja, quanto maior sua necessidade
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de bolsa, mais difícil de passar, e, ainda que você passe, não terá a certeza de
que receberá uma bolsa suficiente. Exemplos de faculdades assim incluem Lehigh ,
Hofstra , DePauw , e D rexel .
Resumindo, algumas universidades levam em conta sua necessidade financeira,
outras não. Algumas dão bolsas que contemplam todo o demonstrated need do aluno,
outras não.
Mas as oportunidades de auxílio financeiro não estão restritas a bolsas por
necessidade ( “ needbased” ). Seja para desafogar as despesas da família, para aumentar sua
qualidade de vida no campus, ou para receber oportunidades especiais durante a faculdade,
as bolsas por mérito ( “ meritbased ” ) podem ser de grande ajuda. As bolsas por mérito são
concedidas por diversos fatores, como, por exemplo: desempenho acadêmico, liderança, e
aptidão esportiva. É importante checar informações sobre meritbased scholarships no site
de cada universidade, mesmo que muitas não ofereçam este tipo de oportunidade.
Exemplos de bolsas por mérito famosas incluem o “Karsh International Scholarship” de
Duke , e o “Trustee Scholarship” da U SC ( University of Southern California ).
Como uma regra geral, as universidades privadas mais ricas oferecerão needbased
grants , enquanto universidades com menos recursos podem oferecer meritbased
scholarships ou loan programs . Vale lembrar também que a grande maioria dos programas
de bolsa assumem que os alunos conseguirão um emprego dentro do campus para
complementar a sua renda.
Uma nota no processo é que instituições públicas nos Estados Unidos raramente
oferecem muita bolsa ou muitas vagas para alunos internacionais. Isso acontece porque a
função principal das universidades públicas nos EUA é educar os alunos do estado que elas
representam, o que preclui a admissão e o subsídio de muitos alunos internacionais. Vale a
pena lembrar disso quando estiver pesquisando universidades públicas, mesmo as mais
badaladas as de Califórnia, Michigan, Illinois, Texas, etc.
THE SHORTLIST CHECKLIST
● Eu tenho um bom f it a cadêmico com as universidades na minha shortlist , e mesmo
que eu só fosse aceito em uma, escolheria me matricular nela.
● Todas as universidades na minha s hortlist a ceitam alunos do meu gênero e com
minha nota no TOEFL, não me desagrada no que toca às suas políticas religiosas
(ou ausência destas), oferecem o diploma que eu quero e comportam minhas
atividades extracurriculares.
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● Minha shortlist não tem f orprofit colleges .
● As universidades na minha lista me proporcionam um bom equilíbrio entre
universidades consideradas dream , match/reach e s afety .
● Os campus das universidades na minha shortlist t êm todos os recursos e estruturas
que eu considero imprescindíveis à minha experiência universitária, e se situam em
cidades em que eu poderia morar.
● Eu consigo arcar com os custos financeiros dos meus estudos, ou as universidades
na minha lista oferecem ajuda financeira que torna possível que eu pague pela
minha educação.
➔ Pesquisando as universidades individualmente
Tipos de Universidades:
Pesquisar individualmente as mais de quatro mil instituições de ensino superior
americanas exigiria alguns anos. Para evitar esse problema, o applicant deve utilizar filtros
para descartar as universidades que não lhe servem. Um dos filtros mais importantes é o do
“tipo de universidade”. Entretanto, como essa divisão não é comum entre universidades
brasileiras, muitos applicants acabam a ignorando.
A divisão mais comum a ser feita é entre Research Universities , Liberal Arts
Colleges e Institutes of Technology . As Research Universities são conhecidas por terem
muitos alunos (normalmente, mais de 10 mil, considerando bacharel, mestrado e
doutorado) e corpo docente ativo em trabalhos e pesquisas de ponta. Os Liberal Arts
Colleges normalmente não oferecem pósgraduações, têm menos alunos (cerca de 2 mil) e
um corpo docente especializado em ensinar. Os Institutes of Technology tendem a ter um
enfoque muito grande em pesquisas científicas de ponta e em cursos STEM (science,
technology, engineering and mathematics) .
Entretanto, é importante ter em mente que essa divisão não é “binária” : há
universidades que não se encaixam perfeitamente em uma ou outra divisão. Um ótimo
exemplo é o liberal arts college Harvey Mudd. O college tem menos de mil alunos, todos
de graduação, e corpo docente especializado em trabalhar com com os undergraduate
students . Porém, Harvey Mudd também tem características de Institutes of Technology : a
instituição oferece pesquisa de ponta e somente majors relacionados às natural sciences .
Outro exemplo interessante é Dartmouth. A universidade pode parecer uma research
university , porque está entre as mais prestigiadas do mundo, tem pesquisa de ponta,
professores famosos, como o brasileiro Marcelo Gleiser, e times de varsity nacionalmente
premiados. Por outro lado, ela se assemelha muito a um liberal arts college , porque a
21
grande maioria dos seus alunos são undergraduates , e o contato com professores em aulas
e para pesquisas é muito comum.
Uma outra característica que deve ser considerada é filosofia acadêmica da
universidade . A filosofia de liberal arts é a de que a universidade deve formar um
profissional capaz de trabalhar em vários campos e, acima de tudo, um ser humano de
valor . As universidades que adotam essa filosofia incentivam o aluno a estudar os mais
diversos academic fields , como ciências sociais e exatas, artes e humanities . O objetivo é
ensinar o estudante a aprender e a pensar criticamente (“ teach the student how to learn and
think critically” ). Uma grande vantagem dessas universidades é que o aluno não fica preso
a sua intenção inicial. Ou seja, se ele quiser, poderá trocar sua concentração de estatística
para literatura medieval no seu junior year sem ter que adiar sua formatura ou passar por
outro processo seletivo. Vale ressaltar que muitas Research Universities adotam a filosofia
de liberal arts . Um bom exemplo disso é Brandeis University: a universidade é adepta da
filosofia de liberal arts para os undergraduate studies , exigindo que seus alunos
completem cursos em várias áreas distintas. Por outro lado, Brandeis é uma Research
University que desenvolve pesquisa de ponta e oferece mestrado e doutorado.
Conhecendo uma universidade
É importante que você conheça a fundo os lugares para os quais você vai se
candidatar . Primeiro, se candidatar (e potencialmente se matricular) para lugares que
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você não conhece tem altas chances de dar errado . É como participar de roleta russa:
pode ser que você se dê bem, mas o custo de dar errado é grande demais para arriscar. Por
exemplo, você poderia preferir seminars e acabar num lugar onde só há lectures ou desejar
pesquisa de ponta em física de materiais e descobrir que não há nenhum professor na área.
Isso pode parecer insignificante agora, mas considere passar quatro anos fazendo algo que
não gosta. É bem possível que você acabe desistindo daquela universidade ou se forme
sem ter desenvolvido suas potencialidades acadêmicas e extracurriculares.
Além disso, as universidades querem saber por que você está aplicando para
elas . Para isso, elas podem ser diretas e pedir essays de “Why College X?”, fazer
entrevistas ou ainda analisar o fit do seu application ( personal statement , extracurriculares
e recomendações). De qualquer maneira, elas vão querer entender se você seria um bom fit
como aluno e, também, se a universidade está no topo da sua lista caso você passe (alunos
que passam e não se matriculam são um ponto negativo para rankings ).
Ok, então como entender melhor a proposta e a vida em cada universidade?
Primeiramente, é importante que você esteja de acordo com a proposta acadêmica da
universidade . Como citado aqui no guia, tenha certeza de que os seus objetivos estão de
acordo com a liberdade acadêmica da universidade: um core curriculum pode tomar os
primeiros dois anos de estudo, enquanto a total liberdade pode deixar o aluno perdido entre
tantas opções. Entenda qual proposta (ou meiotermo) se adapta melhor aos seus objetivos.
Pesquise os graduation requirements ou core curriculum para entender sobre a proposta
acadêmica da universidade (e.g., pesquise “graduation requirements University of
Chicago”). Depois disso, estude os seus intended majors : o curso tem aulas nas áreas em
que você se interessa? As aulas são muito grandes ou pequenas? Até dentro do mesmo
major , universidades podem ter diferentes perfis. Em Economics há tópicos, por exemplo,
em economia política, econometria, história econômica e economia americana. Você deve
evitar universidades que não ofereçam cursos que lhe interessem (isso pode parecer óbvio,
mas a grande maioria dos applicants ignora essa dica). Caso você queira um double major
(dupla formação), tenha certeza de que as universidades em sua college list oferecem essa
opção e que você terá “tempo” para isso (um core curriculum muito abrangente pode
impedir double major em áreas sem overlapping , como Ciência da Computação e História
da Arte). Todas essas informações são facilmente encontradas no site das universidades:
just Google it! Por exemplo, procure por academic majors de cada universidade ou os
major requirements (e.g., “ academic majors at Pomona College ”, ou “ major requirements
Biology University of Texas at Austin ”).
Outra parte importante da pesquisa é entender quais os professores com quem
você poderá trabalhar . No site de cada major de cada universidade, você poderá
visualizar todos os professores ( faculty ) e conferir suas formações e áreas de especialidade.
Por exemplo, pesquise “ Bowdoin College Mathematics faculty ” para achar os professores
de Matemática em Bowdoin. Isso pode ser legal para perceber uma diferença gritante na
formação dos professores em diferentes universidades; por exemplo, uma pode ter apenas
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PhDs em grandes centros de pesquisa, vários Fulbright scholars e até mesmo Nobel Prize
winners , enquanto outra pode ter vários professores sem formação acadêmica ou
experiência profissional relevantes. Conferir os professores pode ser importante para
perceber suas especializações, experiências profissionais e campos de pesquisa. Você pode
acabar se interessando muito pelos currículos dos professores de um college e se
entediando com os currículos de outro. É importante que você esteja alinhado com o
departamento da sua universidade para poder aproveitar ao máximo os cursos e
oportunidades de pesquisa.
Você já conseguiu encontrar universidades cujos professores e filosofia de ensino
estão de acordo com suas preferências. O próximo passo é entender quais as
particularidades de cada universidade que podem ser interessantes para você, como
laboratórios, infraestrutura e programas offcampus . Descobrir os “segredos” de cada
universidade é muito importante para a formação da sua college list . Hamilton College , por
exemplo, é referência em offcampus studies (oferece mais de 100 tipos internacionais).
Um deles é o exclusivo New York City Program , que leva Economics majors a
apartamentos em Manhattan para estudar tópicos como Food and Globalization e pegar
estágios em empresas relacionadas à área. Pesquisar essas particularidades é trabalhoso,
pois as informações não estão necessariamente evidentes na internet (i.e., jogar no Google
“coisas que eu vou gostar em Hamilton College ” dificilmente trará bons resultados). Por
isso, você precisa utilizar outras técnicas, como contatar current students , olhar sites de
reviews de colleges ou mesmo pesquisar o site da universidade mais a fundo. Na próxima
seção, vamos explicar mais a fundo quais ferramentas de pesquisa utilizar e qual a melhor
maneira de usálas.
Critérios e Indicadores
Há alguns critérios e indicadores que podem ajudar você a entender melhor a
universidade, como o número de alunos e o studenttofaculty ratio . Apesar de eles não
contarem a história por completo (apenas trazem uma estatística ou fato, decolado do
contexto), é importante que você saiba utilizálos a seu favor. Abaixo estão listados alguns
desses critérios e qual a melhor forma de interpretálos.
● Número de estudantes : é um critério importante para entender o quão grande a
universidade é. Universidades menores costumam ter maior integração entre os
estudantes, enquanto universidades maiores costumam ter mais opções de curso e a
possibilidade de conhecer novas pessoas a cada dia. Alguma universidades,
entretanto, podem ter pontos positivos ou negativos de outros grupos. Por exemplo,
Yale tem mais de seis mil estudantes, mas proporciona um senso de comunidade ao
ter o residential college system . Por outro lado, Amherst College é pequena, mas
garante a possibilidade de conhecer pessoas novas por estar uma college town . Vale
considerar qual é o número de estudantes de graduação comparado com o número
de todos os estudantes, incluindo os de pósgraduação.
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● Studenttofaculty ratio : o número de estudantes dividido pelo número de
professores. Por exemplo, Pomona College tem um studenttofaculty ratio de 8, e
Boston College tem 12. Isso significa que, proporcionalmente, Pomona tem 1.5
vezes mais professores em relação a alunos do que Boston College. Teoricamente,
você teria mais contato com professores em Pomona do que em Boston College.
Entretanto, essa estatística pode ser misleading quando consideradas as
universidades de pesquisa, como por exemplo Caltech . Elas podem acabar
contando PhD candidates c omo professores para inflar a estatística.
● 4Year Graduation Rate : a proporção de alunos que se formam em quatro anos
pelo número de alunos que entram na instituição. Essa estatística serve para
entender qual o suporte acadêmico e a satisfação dos estudantes com a
universidade. Carleton College , Notre Dame e Georgetown foram as universidades
com o melhor resultado em 2015, com 91% (91 em cada 100 estudantes se
formam).
● Retention Rate : A porcentagem de estudantes que não transferiu do primeiro para o
segundo ano. Mostra qual a satisfação dos freshmen com a universidade. Yale ,
Columbia e University of Chicago conseguiram os melhores resultados, 99%, entre
2010 e 2013.
● Endowment : O dinheiro que a universidade tem investido se chama endowment .
Os juros e retornos conseguidos pelo endowment mantém edifícios e geram renda
para a universidade. É um critério interessante porque indica lugares que tem mais
disponibilidade financeira para bancar pesquisa e atividades para seus alunos.
Entretanto, pode haver universidades com menor endowment e maior investimento,
e viceversa. Vale considerar também o número de alunos: a New York University,
por exemplo, tem $3.5 bilhões, enquanto Washington and Lee University tem $1.5
bilhão. Entretanto, W&L tem 20 vezes menos estudantes, e, portanto, um
endowment proporcionalmente maior.
● Class size : Mostra o tamanho de turmas que você pode esperar. Normalmente, a
estatística é dividida entre aulas com menos de 20, entre 20 e 50 ou com mais de 50
estudantes. Por exemplo, Davidson College tem 73.5% das aulas com menos de 20
estudantes, enquanto a University of Minnesota, Twin Cities tem 38%. Alunos que
gostam de discutir em aula ou preferem contato próximo com o professor devem
estar bastante atentos a essa estatística.
Ferramentas de Pesquisa
Procurar tantas informações pode tomar muito tempo, e elas nem sempre serão
confiáveis. Por isso, elaboramos algumas dicas sobre as principais fontes de informação
e qual a melhor maneira de utilizálas .
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Comunidade
Encontrar brasileiros que já estudam em um college específico pode ser
interessante por diversas razões. Primeiro, os estudantes, por possivelmente virem de
culturas e realidades parecidas, podem ter informações valiosas a passar. Por exemplo,
quão ativa é a comunidade brasileira local? O student body aceita diversidade étnica?
Esses são alguns exemplos de perguntas que você pode ter, e é bem possível que eles ainda
tragam novas características da universidade que você desconhecia. Entretanto, é bom ter
em mente que current students podem ser fontes tendenciosas. Mesmo que a pessoa queira
ser inteiramente sincera, ela pode acabar ignorando alguns pontos negativos que seriam
importantes para você. Por isso, tenha um pé atrás ao levar em consideração o que ela fala.
● BSCUE : o grupo do BSCUE no Facebook tem um arquivo chamado Membros
Conselheiros , no qual vários current student brasileiros, a fim de responderem
perguntas de prospective students , disponibilizam nome e universidade. O processo
é bem simples: caso você tenha dúvida sobre um college específico, encontre
alguém de lá e manda inbox . Caso você não ache ninguém daquele college entre os
membros conselheiros, poste no grupo sua dúvida, o u pergunte se alguém do grupo
estuda nessa universidade específica ! Tenha certeza de que ela não é algo
facilmente pesquisável na internet (não pergunte como passar em Harvard ou o que
é o p ersonal statement ).
● Alumni de programas de preparação: Caso você participe de programas como
BRASA PRÉ: Graduação EUA, Personal Prep Scholars ou Oportunidades
Acadêmicas, é bem possível que haja exparticipantes que tenham passado ou se
matriculado na universidade que lhe interessa. Peça para a diretoria de seu
programa que consiga o contato de alguém dessa universidade ou converse com os
seus amigos para ver se algum mentor deles estuda lá.
● LinkedIn/Facebook: Esse deve ser o seu último recurso. Caso você esteja
realmente muito interessado em uma universidade e não ache nenhum contato nela,
procure estudantes brasileiros no LinkedIn ou Facebook. Não faça perguntas
básicas (i.e. coisas que você pode achar no site ou documentos). Tenha em mente,
também, que essas pessoas não se dispuseram a ajudar ninguém e, portanto, não
têm a obrigação de responder sua mensagem.
Sites
● Sites com review de estudantes
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Esses sites trazem reviews escritas por estudantes. Os pontos positivos são a
quantidade massiva de informações (há dezenas de reviews por cada universidade)
e a sinceridade quanto aos “ best and worst ” de cada lugar. Também dá para ter uma
noção de quão satisfeitas as pessoas estão com o ensino e qual o tipo de aluno que
estuda no local. Tenham muita precaução quanto a reviews não repetidas (e.g.
alguém diz que os professores são todos horríveis e o campus não é ativo, enquanto
todos os outros alunos afirmam o contrário). É possível que a pessoa seja uma
exceção ou que ela nem estude na universidade em questão. Esse tipo de site é
conhecido por ter informações falsas e, portanto, deve servir como um primeiro
passo para entender o panorama geral da universidade. Unigo, College Confidential
e College Niche são exemplos de sites de review de estudantes. Estudar esses sites
pode ser uma boa preparação para uma conversa com c urrent students ou alumni .
● US News description e College Board
Esses sites têm uma database estatística muito grande, trazendo vários
indicadores de cada universidade. Portanto, podem servir para dar uma primeira
pesquisada superficial em cada college da sua lista. Mas fique esperto: muitas das
informações podem estar desatualizadas. Vale conferir no site das universidades ou
em documentos como os que vamos discutir abaixo.
● Das universidades!
Pesquisar no site das próprias universidades é muito importante: lá você
encontra as informações mais acuradas e recentes sobre a universidade em questão.
Dá para conferir cursos, professores, offcampus programs e até os possíveis
dormitórios em que você morará. Dependendo da universidade, você encontrará
contatos de alunos internacionais ou blogs onde você poderá ter uma noção de
como é a vida no campus, o workload a cadêmico e até m
esmo a party scene .
Documentos
● Common Data S
et
Esse documento dá uma visão geral da universidade em termos estatísticos. Nele,
você vai achar várias informações, como o número de estudantes internacionais (e quantos
têm bolsa e qual a bolsa “média”), informações acadêmicas (e.g. eventual existência de
doublemajor e studenttofaculty ratio ), atividades oferecidas (e.g. simulações da ONU e
banda de jazz). Ele é muito útil para entender o básico de uma instituição e dá uma noção
de quão generosa a universidade é.
Por exemplo, caso você queira estudar a Tufts University , você pode pesquisar
“ Tufts university common data set ” no Google. Aí você vai acabar chegando nesse link . As
informações a seguir são algumas das mais procuradas:
27
● Para ver quantos alunos internacionais a universidade tem, vá para a seção B2 e
compare o número de n onresidents c om o total de estudantes.
● Para ver qual o percentual de estudantes que moram no campus, vá para a seção F1
e olhe P
ercent w
ho live in collegeowned, operated, or affiliated housing .
● Para ver qual o percentual de estudantes internacionais que recebem bolsa e o valor
médio da bolsa, vá para a seção H6 e cheque se a universidade oferece financial aid
para international students , o número de estudantes que recebem bolsa e o valor
médio.
Depoimentos
Para entender um pouco melhor como são as experiências em diferentes tipos de
universidade, temos cinco depoimentos de estudantes brasileiros em algumas
universidades americanas.
1) Women's College Pilar Ferreira, Barnard College's Class of 2020
Minha história com Barnard foi uma de amor à primeira vista. Um amigo me
mandou o link do perfil de Barnard no site do College Board e eu me apaixonei. Não
consegui acreditar que tudo que eu queria em uma universidade estava reunido nesse lugar:
uma pequena liberal arts que faz parte de uma Ivy League em Manhattan. Barnard virou
minha dream college. Nessa época eu não dava muita atenção para o “detalhe” de ser uma
women’s college. Quanto mais eu estudava sobre Barnard, mais eu acabei me apaixonando
pela ideia de estudar em uma universidade só para mulheres. O que era um detalhe da
universidade, acabou, no final do ano, se tornando essencial para a minha experiência com
college list. E eu não sou a única: a taxa de aceitação de Women’s Colleges vem baixando
drasticamente: em 3 anos Barnard foi de 24% para 14%.
Meu primeiro ano foi uma loucura. É muito estranho pensar que as coisas que
aconteceram em outubro e em abril foram no mesmo ano letivo. Eu nunca estudei tanto na
minha vida. Eu era super dedicada na escola e sempre foi suficiente para me destacar. Em
Barnard isso é o mínimo: todas as mulheres lá são incríveis. Meu major é political science,
então ter um contato direto com um dos melhores programas de pós do país em Columbia
(SIPA) está sendo incrível. Eu tenho a oportunidade de fazer aulas na grad school sempre
que eu quiser. A relação de Barnard e Columbia é famosamente muito complicada na
teoria. Na vida real eu sou aluna dos dois lugares e aproveito tudo que as duas
universidades tem para oferecer uma é literalmente do outro lado da rua da outra. Os
restaurantes de Columbia são melhores, mas os serviços para estudante de Barnard são
melhores. As bibliotecas de Columbia são mais legais, mas os dormitórios de Barnard são
mais bonitos. Assim vai. Eu tenho o melhor dos dois mundos lá.
Morar em New York é demais. Eu não trocaria por nada. Acho que os positivos são
óbvios: a vida cultural ativa todos os dias do ano, os restaurantes, as oportunidades de
emprego etc. Mas eu reconheço que não é para todo mundo. Um pouco em
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Columbia/Barnard mas principalmente nas escolas “downtown” (The New School, NYU)
não existe muito espírito de universidade como a maioria das universidades tem. Com
certeza não temos a mesma vida de campus que USC, por exemplo, tem. A “greek life”
aqui é bem fraca. Por ser em NY existe uma vibe de trabalhar e estudar 24h por dia e de
ser cada um por si. Para mim funciona, porque eu sempre fui assim. Mas não é para todo
mundo.
Quando fiz minha college list, depois de saber que minha top choice era Barnard,
eu coloquei outras Women’s Colleges: Bryn Mawr, Wellesley, Mount Holyoke, Smith. É
incrivelmente único estudar em uma universidade só para mulheres. A sensação de entrar
em uma universidade que se dedica 100% a educar mulheres em um mundo que ainda as
oprime diariamente é maravilhosa. Eu mudei completamente em um ano. Não tenho mais
vergonha de dizer que eu sou inteligente, mega ambiciosa e que eu sei que eu vou ir longe
na vida. Aprendi que não é errado saber meu valor. Esse aprendizado vai ficar comigo para
sempre e vale muito mais que qualquer coisa que eu possa aprender academicamente.
Além de todo o ambiente empoderador, essas universidades também têm serviços focados
em atender mulheres. Desde a enfermaria só com médicas até uma rede de exalunas
espalhadas por todos as áreas do mercado. Eu recomendo Women’s Colleges em geral para
todas as meninas sinceramente. Não consigo imaginar uma mulher que não iria virar a
melhor versão de si mesma possível em um ambiente tão encorajador e mágico.
2) Liberal Arts College Rafael Carlos, Dartmouth College's Class of 2020
Por muito tempo, só de ouvir a palavra faculdade eu já ficava nervoso. O tempo
passava e se aproximava a hora de assinalar qual curso eu iria me inscrever nos
vestibulares. No ensino médio eu me envolvi muito com pesquisa científica e ganhei
muitos prêmios por isso. Fazer física ou engenharia parecia uma certeza. Exceto, porém,
pelo fato de eu ter outros interesses. Eu fazia muitas simulações da ONU, fui presidente do
grêmio estudantil e política era uma paixão. Economia, administração pública, direito…
Todos esses cursos também faziam muito sentido pra mim. Mas qual escolher? A sensação
que eu tinha era de que estudar no Brasil seria definir a minha vida baseado numa
incerteza. Iria decidir na moeda se seguiria o caminho de humanas ou de exatas.
Essa foi a razão inicial que me fez pensar em estudar nos EUA: o liberal arts. Pra
quem ainda não leu o guia do BSCUE (leia!), o liberal arts é um tipo de educação que
valoriza uma graduação mais ampla. Essa é a idéia de que, pra você se formar, não basta
ser um especialista em uma área, é necessário ter conhecimentos gerais em outras também.
Nesse sistema, o aluno tem os dois primeiros anos de faculdade para decidir em qual curso
irá focar e obter o diploma. Antes de decidir o curso, o aluno faz aulas em diversos
departamentos e isso era perfeito pra mim que não sabia o que queria ainda no terceiro
ano do ensino médio.
Apesar de muitas faculdades nos EUA usarem o sistema de liberal arts, nem todas
o fazem. Eu decidi aplicar apenas para faculdades que tinha essa mentalidade muito forte.
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No fim, eu fui aceito em 9 universidades. Felizmente, eu recebi bolsa integral de todas elas
e, i nclusive, pagaram para eu ir visitálas em abril de 2016.
Com a chance de conhecêlas de perto, eu acabei optando por Dartmouth College.
Ela é uma das 8 faculdades que formam a Ivy League e a faculdade que fez o meu
freshman year o mais feliz e memorável que poderia ser.
Geralmente, as pessoas associam o termo “liberal arts” com faculdades pequenas e
sem programas de pósgraduação. Porém, Dartmouth é considerada faculdade de médio
porte e tem três faculdades de pósgraduação e mesmo assim também é considerada um
liberal arts college.
Então, o que faz de Dartmouth uma faculdade diferente das outras por ser uma
liberal arts? Listei 4 razões para se estudar em uma liberal arts, usando exemplo de
Dartmouth:
1. Foco nos undergraduate students de uma small liberal arts college (e com o prestígio de
uma Ivy League).
No meu primeiro ano de faculdade, a maior aula que eu fiz tinha 40 alunos. A
maioria dos professores sabem meu nome e quem eu sou, minhas fraquezas e qualidades.
Diferente de outras faculdades em que alunos de pós dão aula, apenas professors podem
dar aula. Isso é bom porque, além de oferecer uma graduação mais humana em que os
alunos não são apenas números, é uma vantagem para eu pedir cartas de recomendação (se
você estiver pedindo cartas para os professores do ensino médio, você sabe do que eu estou
falando). Essas cartas vão servir para pósgraduação, estágio, e até intercâmbio o que nos
leva ao próximo ponto.
2. Study Abroad/intercâmbio
Em Dartmouth, ⅔ dos alunos estudam fora dos EUA pelo menos uma vez. E ⅓
deles estuda fora mais de uma vez. No fall de 2017 eu vou estudar em Roma, Itália, e já
tenho data para fazer um semestre em Jerusalém, Israel. Isso só é possível por causa do
nosso generoso financial aid que é gasto majoritariamente nos undergraduate students.
Porém, isso não quer dizer que seja difícil estudar fora em faculdades que não possuem
esse sistema. Geralmente isso depende da faculdade.
3. Financial Aid para alunos internacionais
Dartmouth tem um fundo de doações de exalunos (endowment) de cerca de 5
bilhões de dólares, sendo considerada, pela Forbes , uma das 25 faculdades mais ricas dos
EUA. Mas como Dartmouth é uma liberal arts com foco nos alunos de graduação, esse
número se torna ainda melhor! Temos muito dinheiro investido diretamente em alunos de
graduação, diferente de outras faculdades ricas que investem muito do dinheiro em
pesquisas de pósgraduação, por exemplo. Portanto, os alunos recebem muito dinheiro para
estudar fora, fazer suas próprias pesquisas e até fazer trabalho voluntário. Nesse summer
break eu vou voluntariar no Nepal com todas as despesas pagar por Dartmouth.
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4. Comunidade e rede d e contatos
Por 7 anos consecutivos, Dartmouth foi considerada a faculdade com o melhor
network de exalunos dos EUA. O fato de liberal arts colleges serem geralmente menores
faz com que a comunidade seja muito forte e os alunos tenham muito orgulho da
faculdade. Para o summer break de 2018, por exemplo, eu tenho estágio garantido em
Londres, onde trabalharei em uma empresa de uma exaluno de Dartmouth.
3) Community College Vinicius Martinson
Uma das melhores decisões que tomei na minha vida acadêmica foi, sem dúvida, a
de estudar fora. Entretanto, eu nem sempre fui muito convicto quanto a isso. Decidi sair do
pais menos de 1 ano da minha viagem. Eu já estava no meu último ano no ensino médio e
não tinha nenhuma familiaridade com o processo americano. Talvez hoje, olhando para
trás, eu faria algumas coisas diferentes e tomaria outras decisões, mas naquele momento
pareceu mais propício fazer as malas e começar minha graduação em uma community
college.
Através dos relatos dos meus amigos que cursaram universidades americanas, eu
sinto que minha experiência foi bem semelhante que cursar uma faculdade de 4 anos. Eu
acabei finalizando os dois anos de curso como um dos melhores alunos da faculdade
(ganhei o prêmio mais prestigioso de toda a faculdade, dado somente a 0,1% de quase
15,000 alunos, e também fui presidente do clube estudantil mais bem conceituado de toda
a faculdade). Tive oportunidades de pesquisa, comecei a escrever minha tese (ainda no
segundo ano de curso), liderei grupos, participei de atividades de voluntariado, fui membro
do honors program da faculdade, fui em viagens patrocinada pela instituição, fui indicado
para premiação na Casa Branca do governo Americano, ganhei prêmios estaduais e
nacionais… Enfim, sinto que consegui aproveitar ao máximo do que uma instituição
americana tem a oferecer quanto a ensino superior. Com os diversos prêmios que recebi,
ainda fui honrado com três bolsas de estudo que totalizaram quase 100% de minha tuition.
Se você ainda não tem certeza se morar fora é para você, ou está receoso se vai se
adaptar ao estilo de vida americano, começar em uma CC pode ser o melhor caminho.
Além de ser consideravelmente mais barato que uma universidade, você ainda terá uma
experiência relativamente igual a de uma instituindo superior de quatro anos, e assim
poderá atestar sua real.
4) Research University Emiliano Leopoldino, Stanford University's Class of
2020
Acima de tudo, escolher Stanford foi uma questão de comunidade e fit de
personalidade. Eu estava escolhendo entre Columbia e Stanford, e durante a visita ao
campus das duas durante os Admit Weekends , me apaixonei pela originalidade e energia
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contagiante dos alunos aqui. Columbia e Stanford estão num nível acadêmico muito
similar, então eu procurei o lugar onde eu acreditava que seria mais feliz e onde eu
aprenderia mais com a comunidade.
O primeiro ano de qualquer aluno é uma loucura . O meu não foi diferente. Tive a
sorte de escolher aulas muito boas e que estão me ajudando a melhor decidir qual será o
meu major , e também de embarcar na melhor aventura do ano: o francês. Com relação à
comunidade, Stanford é bem diferente de qualquer noção com a qual vim. O campus é
extremamente liberal (assim como eu) e por isso foi uma transição muito fácil nesse
sentido, mas a adaptação à cultura americana (especificamente o jeito de ser deles) foi um
dos desafios mais significativos. Aqui, existem casas chamadas coops, onde grupos de
alunos moram, cozinham e limpam a casa juntos. Algumas dessas casas são temáticas e
outras não, e geralmente elas atraem as pessoas mais alternativas do campus e organizam
muitas festas excelentes. Conheci várias pessoas por meio de coops e, sem dúvida alguma,
essas comunidades são o melhor aspecto da Stanford experience para mim!
Morar na região do Vale do Silício é uma experiência inigualável. Existe um
contato muito direto e insanamente incrível com as maiores tendências tecnológicas e
inovações do momento. Recebemos muitos guest speakers de calibre altíssimo e muitas
pessoaschave de empresas que estão desenvolvendo projetos avançados justamente
porque tudo é bem próximo. Da mesma forma, São Francisco é um polo de diversidade e
de diversão. Não é nada fora do comum fazer uma viagem a SF durante o fim de semana
para um show, conferência, ou para aproveitar o dia com os amigos. Apesar de tudo isso,
temos também algumas desvantagens: Palo Alto é uma cidade cara, o shopping que temos
no campus também é financeiramente inacessível e demora aproximadamente 1h30m para
chegar a São Francisco de Caltrain . Compras e comida no campus, felizmente, são bem
tranquilos e acessíveis, e é muito fácil e conveniente pedir Domino’s à noite ou até mesmo
Cardinal Sushi , então ficar no campus e se divertir aqui é o que a grande maioria de nós
faz.
Finalmente, Stanford é uma research university , o que quer dizer que muitos dos
professores aqui estão conduzindo pesquisas em suas áreas enquanto ensinam. Por um
lado, temos acesso muito amplo e relativamente fácil a oportunidades de pesquisa durante
o verão e até mesmo o ano letivo, o que é sensacional e um verdadeiro diferencial no
currículo. Por outro lado, alguns dizem que alguns professores deixam a desejar no quesito
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proximidade e habilidades de ensino (o que não presenciei pessoalmente até agora). Eu
recomendaria research universities para qualquer pessoa que gostaria, no futuro, de fazer
pesquisa e que também quer uma universidade maior, uma vez que temos também grad
students .
5) Institute of Technology Vivian Thiebaut Georgia Tech's Class of 2020
Georgia Tech é conhecida por oferecer muitos dos melhores cursos de engenharia
nos Estados Unidos, então desde o início do processo de application o instituto chamou a
minha atenção. Um dos fatores que garantiu que GT ficasse entre as minhas faculdade
favoritas foi o grande número de oportunidades de pesquisa oferecidas para undergrad
students e a cultura da universidade de sempre incentivar os alunos a inovar dentro da área
de tecnologia. Outro aspecto que aumentou a minha admiração pela universidade foi a
beleza e os recursos do campus, como as instalações esportivas e laboratórios.
Georgia Tech cobra muito dos alunos, e às vezes as aulas podem ser muito
estressantes, mas elas também são sempre muito boas. Os professores em geral são
extremamente qualificados, e sempre que o aluno tiver dificuldade ele tem acesso vários
recursos para buscar ajuda. E apesar do estresse das aulas, a qualidade de vida no campus é
muito boa, e a universidade oferece várias opções para ajudar os alunos a manter a saúde
física e mental.
Assim que eu cheguei em Georgia Tech eu fiquei impressionada com a quantidade
e a variedade de clubes e organizações de estudantes. Desde os clubes mais tradicionais,
como clubes artísticos, grupos esportivos e associações de estudantes internacionais, até os
clubes mais atípicos, como Bridge Club, PaintBall Club e Cosplay Culture Club. Eu logo
me interessei clubes técnicos dentro do College of Computing, onde os alunos têm a
oportunidade de aprender muito sobre assuntos relacionados a computação que muitas
vezes não são abordados em aulas, como Clube de Robótica, Android Club e Video Game
Dev Club. No primeiro semestre eu tentei me envolver em clubes demais e acabei não
dando conta de participar ativamente de nenhum deles, mas com o tempo eu aprendi a
organizar meu tempo e a fazer escolhas, e agora eu consigo me dedicar a todos os clubes
que eu escolhi.
Outra coisa que despertou meu interesse nesse primeiro ano em Georgia Tech foi o
fato da faculdade possuir várias parcerias com universidades ao redor do mundo, o que
facilita o acesso a intercâmbios para os alunos. Além disso, Tech oferece vários cursos de
idiomas de alta qualidade, o que pode facilitar a adaptação dos alunos que escolhem ter
uma experiência fora dos Estados Unidos. Eu comecei a estudar mandarim na faculdade, e
estou gostando muito das aulas e aprendendo bastante, e agora eu planejo passar um
semestre na Ásia.
Georgia Tech fica em Atlanta, e uma das maiores vantagens de morar lá é o clima.
O tempo é geralmente ensolarado e a temperatura é muito agradável. Apesar de fazer
bastante frio no inverno, raramente neva e ainda é bem mais quente que o inverno nos
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estados mais ao norte. Além disso, o outono e primavera na cidade são lindíssimos. Atlanta
é uma cidade grande com muitas opções de entretenimento. Apesar de atividades como
cinema, teatro, parque de diversões, museus e restaurantes geralmente serem bastante
caras, Georgia Tech oferece vários descontos ao longo do semestre para ir a esses lugares,
então é possível aproveitar tudo que Atlanta tem a oferecer por preços bem acessíveis. Pra
quem prefere atividades ao ar livre, Atlanta possui vários parques e é próxima de vários
lugares onde é possível acampar e fazer trilhas.
Uma das vantagens mais notáveis de se estudar em um Instituto de Tecnologia são
as oportunidades de se envolver em pesquisa acadêmica. Muitas empresas procuram esse
tipo de universidade para instalar centros de pesquisa, e a própria universidade investe
muito em laboratórios e equipamentos. Recentemente o 17º innovation center aberto por
uma companhia foi inaugurado em Georgia Tech: o Boeing Manufacturing Development
Center , onde estudantes de engenharia e engenheiros da Boeing vão trabalhar juntos para
criar soluções inovadoras na área de engenharia aeroespacial. Os alunos de faculdades
como Georgia Tech também tem muitas oportunidades de emprego desde o primeiro ano.
Muitas empresas de tecnologia se interessam no perfil de estudantes desse tipo de instituto
e aparecem em massa em feiras de carreiras e outros eventos de tecnologia que acontecem
frequentemente no campus.
Agradecimentos:
Mariam Topeshashvili Harvard ‘19
Rafael Carlos Dartmouth ‘20
Carolina Lyrio Duke ’14
Ana Garcia University of Virginia ‘17
Ana Araújo Duke '19
Emiliano Leopoldino Stanford ’20
Bruno Rojo The University of Chicago '21
Desirèe Mota Grinnell ’17
Rafael Carlos Dartmouth College '20
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