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CURITIBA
DEZEMBRO/2020
Projeto de Cooperação Técnica BRA/IICA/16/001
Processo nº 031/2020
Contrato nº 220015
Vigência: 23/06/2020 a 23/12/2020
Objeto: Contratação de pessoa jurídica, modalidade produto, para realização de
serviços técnicos especializados para caracterização da pesca de tainha na
modalidade arrasto de praia em Santa Catarina.
CONTRATANTE
Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura – IICA
CNPJ nº 00.640.110/0001-18
Endereço: SHIS QI 05, Chácara 16, Lago Sul, Brasília/DF
Responsável pelo contrato: Christian Fischer Troncoso
CONTRATADA
Ecodimensão Meio Ambiente e Responsabilidade Social Ltda.
CNPJ nº 09.469.588/0001-00
Endereço: Rua Profº Elevir Dionysio, 305 casa 2 - Fazendinha - Curitiba/PR
Fone/Fax: (41) 3274-1844 – Celular: (41) 98863-0176
Site: www.ecodimensao.com.br – E-mail: contato@ecodimensao.com.br
1
Equipe técnica responsável
Coordenação: Washington Luiz dos Santos Ferreira.
Especialista em Pesca Artesanal: Juliana Ventura de Pina.
Especialista em Gestão Pesqueira: Mariana Paul de Souza Mattos.
Coletor de dados: Elielson Marcelino.
Coletora de dados: Anabel de Lima.
Equipe de apoio
Transcrição de entrevistas: Dayanne Costa
Elaboração de mapas: César Vicensi Gabbi Tavares
2
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 12
2. OBJETIVOS 17
OBJETIVO GERAL 17
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 17
3. METODOLOGIA 18
LEVANTAMENTO DE DADOS SECUNDÁRIOS 18
MAPEAMENTO DOS PONTOS DE PESCA 18
LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS DA PRODUÇÃO PESQUEIRA 20
LEVANTAMENTO DE DADOS QUALITATIVOS 23
LEVANTAMENTO DE DADOS PRIMÁRIOS 23
ÁREA DE ESTUDO 23
COLETA DE DADOS DE PESCA 25
PROCESSAMENTO E ANÁLISE DE DADOS 38
4. CARACTERIZAÇÃO DA PESCA DE ARRASTO DE PRAIA NO LITORAL
DE SANTA CATARINA 40
O LITORAL DE SANTA CATARINA E OS LOCAIS EM QUE OCORRE A PESCA DA
TAINHA DE ARRASTO DE PRAIA 40
LOCAIS QUE OCORREM A PESCA DE ARRASTO DE PRAIA DE TAINHA 57
CARACTERÍSTICAS CULTURAIS E SOCIOECONÔMICA DOS ENVOLVIDOS 65
DESCRIÇÃO E DINÂMICA DA PESCARIA 70
DESCRIÇÃO DAS EMBARCAÇÕES UTILIZADAS 83
CARACTERÍSTICAS DOS PETRECHOS DE PESCA 88
COMERCIALIZAÇÃO DO PESCADO 99
ASPECTOS NEGATIVOS RELACIONADOS À PESCA E POTENCIAIS CONFLITOS 103
CONFLITOS EXPRESSADOS PELOS PESCADORES 121
DADOS DE PRODUÇÃO PESQUEIRA, COMPOSIÇÃO E SAZONALIDADE DA PESCA
DE ARRASTO DE PRAIA 135
PRODUÇÃO PESQUEIRA DE TAINHA PELA PESCA ARTESANAL DE SANTA CATARINA DE 2003 A
2020 137
MODALIDADES DE PESCA ARTESANAL ENVOLVIDAS NA CAPTURA DE TAINHA EM SANTA CATARINA
DE 2016 A 2020 150
PRODUÇÃO PESQUEIRA DA MODALIDADE DE PESCA DE ARRASTO DE PRAIA NO LITORAL DE SANTA
CATARINA DE 2016 A 2020 157
3
COMPOSIÇÃO DA PRODUÇÃO PESQUEIRA DA MODALIDADE DE PESCA DE ARRASTO DE PRAIA EM
SANTA CATARINA DE 2016 A 2020 160
LEGISLAÇÃO PESQUEIRA E SEUS GARGALOS NA PESCA DE TAINHA NA
MODALIDADE DE ARRASTO DE PRAIA 175
CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES PARA O ORDENAMENTO E
GESTÃO DA PESCA DE ARRASTO DE PRAIA 182
DEMANDAS, SUGESTÕES E APONTAMENTOS EM RELAÇÃO À LEGISLAÇÃO
PESQUEIRA 192
5. EQUIPE TÉCNICA 200
6. REFERÊNCIAS 207
7. APÊNDICES 219
8. ANEXOS 247
9. RESPONSABILIDADE 269
4
LISTA DE FIGURAS
5
FIGURA 16 – PROVÍNCIAS GEOMORFOLÓGICAS DO LITORAL DE SANTA CATARINA. ...................................... 41
FIGURA 17 – PROVÍNCIA SC 1 - ESTADOS DE PRAIA (1 A 6) E CORRENTES DE RIP: 1) DISSIPATIVO, 2) BARRA E
CALHA LITORÂNEA, 3) BARRA RÍTMICA E PRAIA, 4) BARRA TRANSVERSAL E RIP, 5) BAIXO TERRAÇO DE MARÉ, 6)
REFLEXIVO. ............................................................................................................................................. 42
FIGURA 18 – PROVÍNCIA SC 2 - ESTADOS DE PRAIA (1 A 6) E CORRENTES DE RIP:1 DISSIPATIVO, 2 BAR E
CALHA, 3 BARRA RÍTMICA E PRAIA, 4 BARRA TRANSVERSAL E RIP, 5 TERRAÇO NA MARÉ BAIXA, 6 REFLEXIVO, 13
6
FIGURA 35 – IMAGEM AÉREA DEMONSTRANDO O SEMICÍRCULO FORMADO QUANDO A REDE DE ARRASTO É
PUXADA. .................................................................................................................................................. 76
FIGURA 36 – REDE DE ARRASTO DE PRAIA SENDO PUXADA PELOS CAMARADAS. .......................................... 77
FIGURA 37 – REPORTAGEM SOBRE ACORDO ENTRE A PESCA E O SURFE EM GAROPABA EM 2020. ............... 78
FIGURA 38 – CANOA MOTORIZADA TRANSPORTADA POR CAMINHÃO. ........................................................... 80
FIGURA 39 – OLHEIROS FICAM EM CIMA DO CAMINHÃO PARA MELHOR OBSERVAÇÃO DA CHEGADA DO
CARDUME. ............................................................................................................................................... 81
FIGURA 40 – REDE DE ARRASTO DE PRAIA PUXADA DE FORMA MANUAL APÓS A PESCA COM CANOA
MOTORIZADA. .......................................................................................................................................... 81
FIGURA 41 – PAUSA PARA REFEIÇÃO FEITA PELO COZINHEIRO E SERVIDA A TODOS OS ENVOLVIDOS NA
PESCARIA. ............................................................................................................................................... 82
FIGURA 42 – CANOA “SAMARITANA”, CONSTRUÍDA EM 1967. ..................................................................... 84
FIGURA 43 – CANOA “LAGUNA”, BEM MATERIAL PASSADO DE PAI PARA FILHO. ............................................. 84
FIGURA 44 – CANOA DE FIBRA A MOTOR, REBOCADA POR CAMINHÃO. ......................................................... 86
FIGURA 45 – EXEMPLO DE REDE DE LISA. .................................................................................................. 90
FIGURA 46 – EXEMPLO DE REDE DE EMALHE (REDE FEITICEIRA). ................................................................ 91
FIGURA 47 – TAINHA SENDO ORGANIZADA PARA VENDA. .......................................................................... 100
FIGURA 48 – IDENTIFICAÇÃO DE COORDENADAS GEOGRÁFICAS DE AUTORIZAÇÕES DE PESCA NO ESTADO DE
SANTA CATARINA................................................................................................................................... 115
FIGURA 49 – CAPTURA TOTAL (TONELADAS) DE TAINHA PELA PESCA ARTESANAL DE SANTA CATARINA ENTRE
2003 E 2020. OS DADOS DE 2016 REFEREM-SE AOS MESES DE AGOSTO A DEZEMBRO E OS DADOS DE 2020
REFEREM-SE AOS MESES DE JANEIRO A MARÇO. ...................................................................................... 142
FIGURA 50 – CAPTURAS ANUAIS DE TAINHA POR TODAS AS MODALIDADES DA PESCA ARTESANAL EM
MUNICÍPIOS DE SANTA CATARINA ENTRE 2003 E 2020............................................................................. 143
FIGURA 51 – CONTRIBUIÇÃO DAS CAPTURAS ANUAIS DE TAINHA NOS SETORES DA ZONA COSTEIRA DE SANTA
CATARINA POR TODAS AS MODALIDADES DA PESCA ARTESANAL ENTRE 2003 E 2020. ............................... 144
FIGURA 52 – CAPTURAS ANUAIS DE TAINHA PELA PESCA ARTESANAL NOS MUNICÍPIOS DO SETOR NORTE DE
SANTA CATARINA DE 2003 A 2020. ........................................................................................................ 145
FIGURA 53 – CAPTURAS ANUAIS DE TAINHA PELA PESCA ARTESANAL NOS MUNICÍPIOS DO SETOR CENTRO-
NORTE DE SANTA CATARINA DE 2003 A 2020. ........................................................................................ 146
FIGURA 54 – CAPTURAS ANUAIS DE TAINHA PELA PESCA ARTESANAL NOS MUNICÍPIOS DO SETOR CENTRAL DE
SANTA CATARINA DE 2003 A 2020. ........................................................................................................ 147
FIGURA 55 – CAPTURAS ANUAIS DE TAINHA PELA PESCA ARTESANAL NOS MUNICÍPIOS DO SETOR CENTRO-SUL
DE SANTA CATARINA DE 2003 A 2020. ................................................................................................... 148
FIGURA 56 – CAPTURAS ANUAIS DE TAINHA PELA PESCA ARTESANAL NOS MUNICÍPIOS DO SETOR SUL DE
SANTA CATARINA DE 2003 A 2020. ........................................................................................................ 149
7
FIGURA 57 – COMPOSIÇÃO DAS CAPTURAS MENSAIS DE TAINHA POR MODALIDADES DA PESCA ARTESANAL NO
SETOR NORTE DA ZONA COSTEIRA DE SANTA CATARINA ENTRE AGOSTO DE 2016 E MARÇO DE 2020. ...... 152
FIGURA 58 – COMPOSIÇÃO DAS CAPTURAS MENSAIS DE TAINHA POR MODALIDADES DA PESCA ARTESANAL NO
SETOR CENTRO-NORTE DA ZONA COSTEIRA DE SANTA CATARINA ENTRE AGOSTO DE 2016 E MARÇO DE
2020. .................................................................................................................................................... 153
FIGURA 59 – COMPOSIÇÃO DAS CAPTURAS MENSAIS DE TAINHA POR MODALIDADES DA PESCA ARTESANAL NO
SETOR CENTRAL DA ZONA COSTEIRA DE SANTA CATARINA ENTRE AGOSTO DE 2016 E MARÇO DE 2020. ... 154
FIGURA 60 – COMPOSIÇÃO DAS CAPTURAS MENSAIS DE TAINHA POR MODALIDADES DA PESCA ARTESANAL NO
SETOR CENTRO-SUL DA ZONA COSTEIRA DE SANTA CATARINA ENTRE AGOSTO DE 2016 E MARÇO DE 2020.
............................................................................................................................................................. 155
FIGURA 61 – COMPOSIÇÃO DAS CAPTURAS MENSAIS DE TAINHA POR MODALIDADES DA PESCA ARTESANAL NO
SETOR SUL DA ZONA COSTEIRA DE SANTA CATARINA ENTRE AGOSTO DE 2016 E MARÇO DE 2020. ........... 156
FIGURA 62 – CAPTURAS MENSAIS DE TAINHA PELA MODALIDADE DE PESCA DE ARRASTO DE PRAIA NOS
MUNICÍPIOS DOS SETORES DA ZONA COSTEIRA DE SANTA CATARINA ENTRE AGOSTO DE 2016 E MARÇO DE
2020. .................................................................................................................................................... 159
FIGURA 63 – COMPOSIÇÃO DAS ESPÉCIES CAPTURADAS REGISTRADAS PELA MODALIDADE ARRASTO DE PRAIA
EM SANTA CATARINA ENTRE 2016 E 2019. ............................................................................................. 162
FIGURA 64 – COMPOSIÇÃO DAS CAPTURAS ANUAIS PELAS MODALIDADES DE ARRASTO DE PRAIA EM SANTA
CATARINA ENTRE 2016 E 2019. ............................................................................................................. 163
FIGURA 65 – EXEMPLO DE UMA AUTORIZAÇÃO PROVISÓRIA DE EMBARCAÇÃO PESQUEIRA. ......................... 163
FIGURA 66 – COMPOSIÇÃO DAS CAPTURAS MENSAIS POR ESPÉCIES NA MODALIDADE ARRASTO DE PRAIA NO
SETOR NORTE DE SANTA CATARINA DE 2016 A 2019. ............................................................................. 164
FIGURA 67 – COMPOSIÇÃO DAS CAPTURAS MENSAIS POR ESPÉCIES NA MODALIDADE ARRASTO DE PRAIA NO
SETOR CENTRO-NORTE DE SANTA CATARINA DE 2016 A 2019. ............................................................... 165
FIGURA 68 – COMPOSIÇÃO DAS CAPTURAS MENSAIS POR ESPÉCIES NA MODALIDADE ARRASTO DE PRAIA NO
SETOR CENTRAL DE SANTA CATARINA DE 2016 A 2019. ......................................................................... 166
FIGURA 69 – COMPOSIÇÃO DAS CAPTURAS MENSAIS POR ESPÉCIES NA MODALIDADE ARRASTO DE PRAIA NO
SETOR CENTRO-SUL DE SANTA CATARINA DE 2016 A 2019. ................................................................... 167
FIGURA 70 – COMPOSIÇÃO DAS CAPTURAS MENSAIS POR ESPÉCIES NA MODALIDADE ARRASTO DE PRAIA NO
SETOR SUL DE SANTA CATARINA DE 2016 A 2019. ................................................................................. 168
FIGURA 71 – EXEMPLO DE CALENDÁRIO DE PESCA CONSTRUÍDO DURANTE AS REUNIÕES DE GRUPO FOCAL. 169
FIGURA 72 – ANCHOVA PESCADA POR MEIO DE ARRASTO DE PRAIA. ......................................................... 170
8
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – REUNIÕES COM GRUPOS FOCAIS REALIZADAS.......................................................................... 32
TABELA 2 – PRINCIPAIS PARÂMETROS DO CLIMA DE ONDAS DOS LOCAIS DE ESTUDO. ................................... 52
TABELA 3 – ENERGIA DE ONDAS DOS LOCAIS DE ESTUDO. .......................................................................... 53
TABELA 4 – PERCEPÇÃO DOS PESCADORES ARTESANAIS SOBRE AS CONDICIONANTES AMBIENTAIS PARA UMA
BOA PESCA DA TAINHA NO LITORAL DE SANTA CATARINA. ........................................................................... 55
TABELA 5 – LOCAIS COMPREENDIDOS PARA A CARACTERIZAÇÃO DA PESCA DA TAINHA DE ARRASTO DE PRAIA.
............................................................................................................................................................... 57
TABELA 6 – ESTRUTURA DE PESCA DE ARRASTO DE PRAIA NO LITORAL CATARINENSE: SÍNTESE REGIONAL.... 82
TABELA 7 – SÍNTESE DAS CARACTERÍSTICAS DAS EMBARCAÇÕES UTILIZADAS NA PESCA DE ARRASTO DE PRAIA.
............................................................................................................................................................... 87
TABELA 8 – CARACTERÍSTICAS DAS REDES DE ARRASTO DE PRAIA USADAS NA PESCA DE ARRASTO DE PRAIA.
............................................................................................................................................................... 93
TABELA 9 – CARACTERÍSTICAS DOS PETRECHOS NA PESCA DE ARRASTO DE PRAIA DA TAINHA, LITORAL DE
CATARINENSE. ......................................................................................................................................... 96
TABELA 10 – VALORES DE VENDA DA TAINHA (R$), LITORAL DE SC (2020). .............................................. 101
TABELA 11 – LICENÇAS EMITIDAS POR MUNICÍPIO PARA A PESCA DA TAINHA DE ARRASTO DE PRAIA. ........... 114
TABELA 12 – DADOS DE CAPTURA ANUAL DE TAINHA (TONELADAS) DA PESCA ARTESANAL NO ESTADO DE
SANTA CATARINA DE 2003 A 2020. OS VALORES MÁXIMOS DE CADA ANO ESTÃO EM DESTAQUE
(FLORIANÓPOLIS E LAGUNA). SD= SEM DADOS ....................................................................................... 140
TABELA 13 – DADOS DE CAPTURA ANUAL DE TAINHA (TONELADAS) NA MODALIDADE ARRASTO DE PRAIA NO
ESTADO DE SANTA CATARINA DE 2016 A 2020. *=DADOS DE AGOSTO A DEZEMBRO DE 2016; **= DADOS DE
JANEIRO A MARÇO DE 2020. ................................................................................................................... 157
TABELA 14 – RECURSOS PESQUEIROS CAPTURADOS AO LONGO DO ANO POR MEIO DA PESCA DE ARRASTO,
COM INDICAÇÃO DE SEUS RESPECTIVOS PETRECHOS, DE ACORDO COM CADA MUNICÍPIO. .......................... 172
9
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 – DESCRIÇÃO DAS FONTES DE DADOS SECUNDÁRIOS SOBRE A PESCA ARTESANAL DE TAINHA EM
SANTA CATARINA..................................................................................................................................... 22
QUADRO 2 – EMBARCAÇÕES IDENTIFICADAS COM PENDÊNCIA QUANTO À DEMARCAÇÃO GEOGRÁFICA. ....... 115
QUADRO 3 – CONFLITOS E PROBLEMÁTICAS RELACIONADAS À PESCA DE ARRASTO DE PRAIA EM SÃO
FRANCISCO DO SUL. .............................................................................................................................. 122
QUADRO 4 – CONFLITOS E PROBLEMÁTICAS RELACIONADAS À PESCA DE ARRASTO DE PRAIA EM BALNEÁRIO
CAMBORIÚ............................................................................................................................................. 123
QUADRO 5 – CONFLITOS E PROBLEMÁTICAS RELACIONADAS À PESCA DE ARRASTO DE PRAIA EM PORTO BELO.
............................................................................................................................................................. 124
QUADRO 6 – CONFLITOS E PROBLEMÁTICAS RELACIONADAS À PESCA DE ARRASTO DE PRAIA EM BOMBINHAS.
............................................................................................................................................................. 125
QUADRO 7 – CONFLITOS E PROBLEMÁTICAS RELACIONADAS À PESCA DE ARRASTO DE PRAIA EM GOVERNADOR
CELSO RAMOS. ..................................................................................................................................... 126
QUADRO 8 – CONFLITOS E PROBLEMÁTICAS RELACIONADAS À PESCA DE ARRASTO DE PRAIA EM PALHOÇA. 126
QUADRO 9 – CONFLITOS E PROBLEMÁTICAS RELACIONADAS À PESCA DE ARRASTO DE PRAIA EM
FLORIANÓPOLIS. .................................................................................................................................... 127
QUADRO 10 – CONFLITOS E PROBLEMÁTICAS RELACIONADAS À PESCA DE ARRASTO DE PRAIA EM LAGUNA. 128
QUADRO 11 – CONFLITOS E PROBLEMÁTICAS RELACIONADAS À PESCA DE ARRASTO DE PRAIA EM GAROPABA.
............................................................................................................................................................. 129
QUADRO 12 – CONFLITOS E PROBLEMÁTICAS RELACIONADAS À PESCA DE ARRASTO DE PRAIA EM IMBITUBA.
............................................................................................................................................................. 130
QUADRO 13 – CONFLITOS E PROBLEMÁTICAS RELACIONADAS À PESCA DE ARRASTO DE PRAIA EM JAGUARUNA.
............................................................................................................................................................. 131
QUADRO 14 – CONFLITOS E PROBLEMÁTICAS RELACIONADAS À PESCA DE ARRASTO DE PRAIA EM ARROIO DO
SILVA. ................................................................................................................................................... 131
QUADRO 15 – CONFLITOS E PROBLEMÁTICAS RELACIONADAS À PESCA DE ARRASTO DE PRAIA EM BALNEÁRIO
RINCÃO. ................................................................................................................................................ 132
QUADRO 16 – CONFLITOS E PROBLEMÁTICAS RELACIONADAS À PESCA DE ARRASTO DE PRAIA EM BALNEÁRIO
GAIVOTA. .............................................................................................................................................. 132
QUADRO 17 – RESUMO DOS CONFLITOS DE PESCA NO LITORAL CATARINENSE. ......................................... 133
QUADRO 18 – LEGISLAÇÃO APLICADA À PESCA DE ARRASTO DE PRAIA DE TAINHA NO LITORAL DE SANTA
CATARINA, EM ORDEM CRONOLÓGICA DECRESCENTE, COM SUAS RESPECTIVAS ABRANGÊNCIAS E
CONSIDERAÇÕES. .................................................................................................................................. 175
QUADRO 19 – DEMANDAS E REIVINDICAÇÕES DE SÃO FRANCISCO DO SUL. .............................................. 193
QUADRO 20 – DEMANDAS E REIVINDICAÇÕES DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ. ................................................. 193
QUADRO 21 – DEMANDAS E REIVINDICAÇÕES DE PORTO BELO. ............................................................... 194
10
QUADRO 22 – DEMANDAS E REIVINDICAÇÕES DE BOMBINHAS. ................................................................. 194
QUADRO 23 – DEMANDAS E REIVINDICAÇÕES DE GOVERNADOR CELSO RAMOS. ...................................... 195
QUADRO 24 – DEMANDAS E REIVINDICAÇÕES DE FLORIANÓPOLIS. ........................................................... 195
QUADRO 25 – DEMANDAS E REIVINDICAÇÕES DE PALHOÇA...................................................................... 196
QUADRO 26 – DEMANDAS E REIVINDICAÇÕES DE GAROPABA. .................................................................. 196
QUADRO 27 – DEMANDAS E REIVINDICAÇÕES DE LAGUNA. ....................................................................... 197
QUADRO 28 – DEMANDAS E REIVINDICAÇÕES DE IMBITUBA. ..................................................................... 197
QUADRO 29 – DEMANDAS E REIVINDICAÇÕES DE JAGUARUNA E LITORAL SUL. .......................................... 197
11
1. INTRODUÇÃO
12
tamanho corpóreo maior do que os machos (GARBIN et al., 2014). Pesquisa
conduzida sobre a biologia reprodutiva de Mugil liza revelou uma média de tamanho
de primeira maturação de 40,8 cm para ambos os sexos, sendo os machos atingindo
com um tamanho corpóreo de 40 cm e as fêmeas com 42,1 cm. (LEMOS et al.,
2014). A desova desta espécie é total e a maturação das gônadas é sincrônica
(ALBIERI & ARAUJO, 2010).
Embora a área de desova de Mugil liza não tenha sido claramente
identificada, estudos sugerem que ocorra em águas marinhas durante a migração
reprodutiva, no período de abril a maio, com pico em junho entre o norte de Santa
Catarina e Paraná (LEMOS et al., 2014). Após a desova, as tainhas retornam para
os ambientes lagunares-estuarinos, assim como suas larvas e juvenis, que
dependem do padrão indeterminado de intrusão de água salgada para penetrar
nesses ambientes, aonde encontram condições favoráveis para crescimento
(GONZÁLEZ CASTRO et al., 2009; GARCIA et al., 2000). Estudos revelaram que as
larvas e juvenis retornam ao sul pelo movimento passivo das correntes,
aproximadamente dois a quatro meses depois da desova, atingindo em torno de 22
mm de comprimento, e só após seis anos é que iniciam a migração reprodutiva, a
qual é realizada uma vez ao ano. Cabe ainda destacar que a expectativa de vida da
tainha é de aproximadamente 11 anos, alcançando comprimento acima de 65
centímetros (GARBIN et al., 2014).
No litoral sudeste-sul do Brasil, esta espécie ocorre em grandes cardumes, no
período de outono/inverno (entre maio e agosto), quando migra do extremo sul em
direção ao norte para a desova, passando pelo litoral de Santa Catarina (MELO et
al., 2008). É justamente nesta época a maior incidência da pesca sobre esta
espécie, momento em que pescadores industriais e artesanais direcionam suas
pescarias para este recurso pesqueiro.
O esforço da pesca industrial, realizado pelas traineiras, cresceu a partir do
ano 2000, devido à sobreexplotação de outros recursos como a Sardinella
brasiliensis (MIRANDA & CARNEIRO, 2007; MIRANDA et al., 2011). Ainda, nos
últimos 10 anos, o interesse comercial sobre essa espécie está atrelado a
13
exportação das ovas, por serem consideradas especiarias (PINA & CHAVES, 2005),
aumentando a pressão sobre esse estoque pesqueiro (MIRANDA et al., 2011).
A excepcional produtividade biológica da tainha e da pesca a ela direcionada,
realizada justamente no auge do seu período reprodutivo, representa um risco
ecológico/econômico/cultural, porque incide simultânea e negativamente, sobre a
capacidade de renovação dos estoques da espécie, a sustentabilidade econômica
da atividade de pesca artesanal, e sobre a própria reprodução cultural das
comunidades pesqueiras a ela associadas.
No caso em estudo, da pesca da tainha, e outros similares, historicamente, à
fartura de algumas safras pesqueiras excepcionais, seguem-se sucessivos períodos
de pequena produção. Em 2005 foi publicado o diagnóstico do estoque e
orientações para o ordenamento da pesca de Mugil liza, no âmbito do Programa
REVIZZE (MIRANDA et al., 2006) e já neste primeiro documento, apontou-se a
fragilidade do estoque pesqueiro da tainha, recomendando a não estimular o
aumento do esforço de pesca das artes que capturam o recurso (MIRANDA et al.,
2011).
Ainda, o “Relatório Técnico de Avaliação do Estoque da Tainha (Mugil liza)
realizado no Sudeste e Sul do Brasil” (UNIVALI, 2020), concluiu que a “condição
atual do estoque de tainha é de sobrepescado (biomassa relativamente menor que o
necessário para manutenção do estoque), com evidências de que o estoque vem
sofrendo sobrepesca”. Mesmo não havendo um status oficial para a tainha, em
relação a sua conservação, esse estudo enfatiza a necessidade de um ordenamento
dessa pescaria.
Cabe destacar que a grande variabilidade interanual das capturas demonstra
que a espécie é extremamente dependente das condições ambientais (MIRANDA et
al., 2006; VIEIRA et al., 2008), como por exemplo, os efeitos negativos do evento El
Niño na safra (VIEIRA et al., 2008) e no recrutamento dos juvenis (MORAES, 2012).
A espécie também é potencialmente vulnerável à perturbação e degradação de
habitats estuarinos, os quais constituem os locais de berçário para os juvenis
(VIEIRA & SCALABRIN, 1991). Logo, medidas de conservação da espécie devem
ser vinculadas também à saúde destes ambientes (LEMOS, 2015).
14
De modo a estabelecer parâmetros para captura sustentável e alterar o
modelo de exploração dos estoques pesqueiros da tainha, a fim de evitar a
sobrepesca, garantir a manutenção dos serviços ecossistêmicos e a disponibilidade
dos estoques pesqueiros, a Secretaria de Aquicultura e Pesca (SAP) do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), sancionou em 03 de abril de
2020, a Instrução Normativa nº 7, a qual estabelece cotas de capturas, a criação da
Autorização de Pesca Complementar Especial, o limite de embarcações a serem
permissionadas, e as medidas de monitoramento associadas para a temporada de
pesca de tainha (Mugil liza) do ano de 2020 no sudeste e sul do Brasil. Destaca-se
que esse sistema de cotas de captura é aplicado apenas às modalidades de pesca
de cerco (pesca industrial) e emalhe anilhado (pesca artesanal), as demais
modalidades de pesca artesanal não estão sujeitas ao controle de cotas.
Em especial, a pesca artesanal da tainha emprega uma variedade de artes de
pesca como tarrafas, redes de emalhe e arrasto de praia (PINA & CHAVES, 2005).
Pescadores artesanais modificam suas rotinas de pesca para a captura desta
espécie alvo, que ocorre principalmente no outono. Além de ser um importante
recurso pesqueiro marinho sazonal, também apresenta decisiva importância para os
pescadores artesanais de lagoas costeiras, rios e estuários, ao longo de todo o ano
(REIS & D’INCÃO, 2000; SOUZA & BARRELLA, 2001 apud HERBST, 2013).
Dentre os métodos mais produtivos na pesca artesanal da tainha está o
arrasto de praia, que é objeto deste estudo, e que foi reconhecido como Patrimônio
Cultural pela Lei estadual nº 17.565, de 06 de agosto de 2018. O arrasto de praia é
uma atividade tradicional que passa de pai para filho e que envolve características
particulares que desenvolve laços e valores sociais importantes para a coletividade
(PINHEIRO et al., 2010; HERBST, 2013). No entanto, estudos apontam para uma
redução dessa prática (MEDEIROS, 2002; PINHEIRO, 2007, PINHEIRO et al., 2010)
devido a pelo menos quatro fatores: capturas decrescentes nos últimos anos;
pescadores migrando para outras modalidades de pesca mais rentáveis;
desinteresse dos jovens pela atividade da pesca; e conflitos de uso e espaço.
A situação do arrasto de praia ainda é agravada devido à falta de uma
legislação que reconheça essa modalidade de pesca como tal, pois, a Instrução
15
Normativa MPA/MMA nº 10, de 2011, que aprova as normas gerais e a organização
do sistema de permissionamento de embarcações de pesca para o acesso e uso
sustentável dos recursos pesqueiros, com definição das modalidades de pesca, não
menciona o arrasto de praia. Tal situação prejudica não somente os pescadores
dessa modalidade como também compromete a gestão adequada desse recurso.
Diante deste contexto, faz-se necessário promover um progressivo, coerente
e cauteloso processo de gestão pesqueira, envolvendo os órgãos de controle e
gestão dos espaços e “recursos” naturais, as instituições de pesquisa e ensino, e as
representações das comunidades pesqueiras, que - com base na melhor e mais
atualizada informação científica e no conhecimento ecológico local/regional dos
pescadores -, estabeleça um programa de ordenamento da atividade pesqueira, de
modo a compatibilizar a sobrevivência e a vitalidade dos cardumes da espécie (no
caso em foco, a tainha), a viabilidade socioeconômica do exercício da atividade
pesqueira e a reprodução cultural destas mesmas comunidades.
Dessa forma, o presente estudo tem como possibilidade/desafio de integrar-
se a este esforço interinstitucional, de grande relevância socioambiental, por meio da
caracterização da pesca da tainha na modalidade de arrasto de praia, e contribuir
para o aperfeiçoamento do processo de ordenamento e gestão desta arte de pesca,
entendendo-a como parte integrante, constitutiva e central de um futuro enfoque
ecossistêmico pesqueiro, a ser adotado para o conjunto da pesca no litoral de Santa
Catarina.
Neste relatório é apresentada a caracterização da pesca da tainha na
modalidade arrasto de praia no litoral catarinense baseada no levantamento de
dados primários, as informações compiladas pelos programas/processos de
monitoramento da produção dessa pescaria e as considerações e recomendações
sobre a gestão desta atividade a serem empreendidos para um ordenamento
pesqueiro desta modalidade de pesca.
16
2. OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
17
3. METODOLOGIA
O levantamento dos pontos de pesca foi realizado com base nos 245
certificados de registro e autorização provisória de embarcação pesqueira, emitidos
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Secretaria de Aquicultura
18
e da Pesca – Superintendência de Santa Catarina e disponibilizados na plataforma
Google Maps (disponível em
http:<https://www.google.com/maps/d/viewer?mid=1PJEJHWWzD8FpcW_Znwi5_sa
wJ0Q&shorturl=1&ll=-27.634302322402167%2C-48.57963064389563&z=11>) e
encontra-se disponível no apêndice A.
Cabe ressaltar que devido ao contrato ter sido assinado no final do mês de
junho, coincidindo com o final da permanência dos pescadores durante a safra de
2020 (grande parte informou que geralmente permanece na praia até meados de
julho) e ainda em função do agravante de estarmos em meio à pandemia do
coronavírus, com ascensão do número de casos (figura 1) e imposição de várias
restrições de contato e de circulação municipal, não foi possível realizar coleta de
dados georreferenciados in loco.
Em alguns locais visitados para coleta de dados primários, foi alertado que o
georreferenciamento dos pontos de pesca necessita ser realizado com a presença
19
do órgão competente e/ou policial, em virtude de disputas locais acerca dos pontos
de pesca e sobreposição de coordenadas.
21
Quadro 1 – Descrição das fontes de dados secundários sobre a pesca artesanal de tainha em Santa Catarina.
Tipo de Nome/Título Instituição Ano de Características Dados
fonte publicação
Documento Boletim estatístico da Federação dos 2015 Os dados provêm de 257 Capturas mensais para os
pesca artesanal de tainha Pescadores do Estado embarcações (160 motorizadas tipo meses de maio, junho e julho de
do litoral de Santa Catarina. de Santa Catarina. bote, bateira e baleeira, atuando no 2003 a 2015.
Safras 2003/2015. caceio e emalhe; 97 canoas a remos,
atuando com arrasto de praia).
Repositório Estatística Pesqueira de Laboratório de 2020 Modalidades de pesca: Capturas mensais para os
digital Santa Catarina. Consulta Estudos Marinhos Arpão/fisga; Arrasto de praia; Arrasto meses de agosto de 2016 a
On-line. Projeto de Aplicados - Escola do duplo; Arrasto manual; Arrasto março de 2020.
Monitoramento da Mar, Ciência e simples; Aviãozinho; Cerco fixo; Cerco
Atividade Pesqueira do Tecnologia da flutuante; Covo; Emalhe anilhado;
Estado de Santa Catarina. Universidade do Vale Linhas diversas; Múltiplos petrechos;
do Itajaí – UNIVALI. Redes de emalhe; Tarrafa.
Repositório Informações da Pesca - Grupo da Rede Social 2020 Integrantes do grupo compartilham Capturas na época da safra da
digital IDP WhatsApp informações sobre capturas na época tainha de 2020 por município.
da safra da tainha, referentes
majoritariamente à modalidade arrasto
de praia.
22
Levantamento de dados qualitativos
Área de estudo
Figura 2 – Setores da Zona Costeira de Santa Catarina definidas de acordo com o Plano
Estadual de Gerenciamento Costeiro, com destaque para os municípios pesquisados.
Fonte: MPF-SC, 2020 - adaptado.
24
Coleta de dados de pesca
Levantamento
Coleta de dados Coleta de dados Validação dos
de instituições e Mobilização
individual coletiva dados
atores chave
26
27
28
Figura 5 – Questionário aplicado por meio virtual, in loco e como roteiro de entrevistas.
29
A Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento
Rural de Santa Catarina realizou entre fevereiro e março 2020 um questionário
sobre a pesca de arrasto de praia da tainha junto a pecadores (figura 6), a fim de
levantar subsídios necessários às discussões cabíveis no âmbito da Câmara
Setorial da Pesca de Santa Catarina para o ordenamento da pesca de arrasto de
praia. Os dados coletados por meio de 59 questionários foram disponibilizados à
Equipe da Ecodimensão e incorporados na análise do presente relatório.
30
Ainda, com o propósito de reunir e aprofundar informações sobre a pesca
de arrasto de praia da tainha de forma coletiva e interativa, foram realizadas
reuniões com grupo focal. Tal método foi escolhido em função de suas
características e peculiaridades, conforme descrito por Malhotra (2006) apud
Oliveira et al. (2007):
Sinergismo: um grupo de pessoas em conjunto produz uma gama maior
de informações, percepções e ideias do que respostas obtidas
individualmente.
Efeito bola-de-neve: um efeito de carro-chefe ocorre com frequência nas
entrevistas em grupo, quando os comentários de uma pessoa provocam
uma reação em cadeia dos outros participantes.
Estímulo: em geral, após um breve período introdutório, os respondentes
desejam expressar suas ideias e expor seus sentimentos à medida que
aumenta no grupo o nível geral de entusiasmo sobre o tema.
Segurança: como os sentimentos dos participantes são semelhantes aos
de outros membros do grupo, eles se sentem à vontade e estão dispostos
a expressar suas ideias e sentimentos.
Espontaneidade: como não se solicita aos participantes que respondam a
perguntas específicas, suas respostas podem ser espontâneas e não-
convencionais, devendo, portanto, dar uma ideia precisa de seus pontos
de vista.
Descobertas felizes e inesperadas: é mais provável que as melhores
ideias brotem inesperadamente em um grupo do que uma entrevista
individual.
Estrutura: a entrevista em grupo proporciona flexibilidade nos tópicos
abrangidos e na profundidade com que são tratados.
Velocidade: como vários indivíduos estão sendo entrevistados ao mesmo
tempo, a coleta de dados e a análise de dados se processam de maneira
relativamente rápida.
31
Este método qualitativo não se caracteriza pela alternância das questões do
entrevistador e as respostas dos entrevistados, mas sim pela interação e
confiança dos membros do grupo em expressar sua opinião em relação aos
tópicos abordados, pois “o entrevistador permite ao entrevistado falar livremente
sobre o assunto” (OLIVEIRA et al., 2007).
O entrevistador desempenha um papel-chave, o de moderador, o qual
“deve estabelecer relação com os participantes, manter ativa a discussão e
motivar os respondentes a trazerem à tona suas opiniões mais reservadas”
(MALHOTRA, 2006:158 apud OLIVEIRA et al., 2007), além de manter o foco da
reunião.
Cabe destacar que a reunião foi ainda acompanhada por um observador
externo, para captar a reação dos participantes e proceder diretamente ao
recolhimento de informações pertinentes à pesquisa (QUIVY & CAMPENHOUDT,
2008; TRAD, 2009).
Foram realizadas ao todo oito reuniões com duração média de 90 minutos,
contemplando ao todo 90 participantes, conforme especificado a seguir (tabela 1).
Ressalta-se que o convite para participação na reunião foi amplo (por meio
de convite em grupos e redes sociais que contemplam a categoria e pela colônia
de pescadores), procurando manter a diversidade do grupo, não se restringindo
apenas aos pescadores com registro de pesca e/ou associados às colônias de
pescadores, mas devido às atuais restrições de saúde, em alguns municípios com
maior número de pescadores como em Florianópolis, foi pedido que estivesse
32
presente apenas um representante por embarcação, devido às restrições impostas
pela Covid-19.
A reunião iniciava com a apresentação dos coletores de dados (sendo que
um atuava como moderador e outro como observador), apresentação do objetivo
da reunião, instruções e coletada de dados, sendo incialmente preenchido pelos
participantes a parte inicial do questionário com dados de identificação, perfil
socioeconômico, identificação da embarcação e petrechos utilizados e
informações sobre a prática da pescaria. Em casos em que o participante
apresentava dificuldade para escrita, os coletores faziam o preenchimento a partir
de entrevista ao participante (vide figuras 6 a 13).
Já informações sobre o modo como se dá a pesca da tainha, aspectos
positivos, aspectos negativos e demais problemáticas relacionadas, bem como
reivindicações e necessidades, foram coletadas por meio de chuva de ideias, de
maneira que todos pudessem se expressar, manifestando suas percepções e
pontos de vista.
Os dados fundamentais produzidos eram anotados em folhas de flip chart,
dispostas de modo a permitir a visualização pelos participantes até o período final
da reunião, sendo realizada a discussão em grupo a fim de avaliar a visão dos
diversos participantes sobre o assunto, revista as informações anotadas e se
necessário acrescidas informações complementares.
33
Figura 7 – Informações anotadas a partir da contribuição dos participantes.
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Figura 10 – Reunião de Grupo Focal realizada em Garopaba/SC emp13/08/2020. Foto E:
preenchimento de questionário individual pelos participantes: Foto
o F: atuação da
moderadora para coleta de dados de forma coletiva.
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Figura 15 – Reunião de Grupo Focal realizada em São Francisco do Sul em 27/08/2020. Foto
S: troca de informação entre os participantes; Foto T: anotação das informações apontadas.
38
metodologia utilizada foi a ATD – Análise Textual Discursiva, de modo a promover
a emergência das abordagens e principais significados pelos(as) respectivos(as)
autores(as); a Análise Textual Discursiva é uma abordagem de análise de dados,
que transita entre duas formas consagradas na pesquisa qualitativa, que são a
Análise de Conteúdo e a Análise de Discurso.
39
4. CARACTERIZAÇÃO DA PESCA DE ARRASTO DE PRAIA NO LITORAL DE
SANTA CATARINA
40
A partir desta classificação, foi proposta a subdivisão da segunda província,
com base nas características da praia, em duas províncias e uma sub-distribuição
adicional, contendo as baías protegidas do Norte e do Sul, dividindo o litoral de
Santa Catarina em cinco (05) províncias:
1) Guaratuba (PR) – Farol de Cabeçudas (Itajaí);
2) Farol de Cabeçudas – Currais;
3) Ilha de Santa Catarina;
4) Ponta do Papagaio – Cabo de Santa Marta;
5) Cabo de Santa Marta – Torres (RS).
Esta província dominada por rochas crenuladas contém metade das praias
do estado (111), com um comprimento médio de apenas 0,6 km. Esta província
contém muitas pequenas praias reflexivas protegidas (77%), de orientação
variável e inclinação de moderada (média=5°) a íngreme (>8°). Ele também
contém as únicas praias da costa aberta dominadas pela maré de Santa Catarina,
em Tijucas.
43
Província SC 3: Ilha de Santa Catarina
Figura 19 – Província SC 3 – Ilha de Santa Catarina (baías Norte e Sul) mostrando os estados
das praias (1 a 6) e correntes: 1 dissipativo, 2 restinga, 3 barra rítmica e praia, 4 barra
transversal, 5 terraço de maré baixa, 6 reflexivo.
Fonte: KLEIN, SHORT, BONETTI, 2016:479.
44
Província SC 4: Ponta do Papagaio–Cabo de Santa Marta
Ao sul da Ilha de Santa Catarina, o litoral é mais reto, voltado para o leste,
por 127 km até o Cabo Santa Marta. Contém 38 praias; existem também 27
rasgos topográficos contra os muitos promontórios. Além disso, existem 57 km de
praias de barra dupla, dos quais 24 km atingem um sistema de barra tripla
totalmente dissipativo. Este é também o início dos principais sistemas de dunas
transgressivas com tendência ao sul, com cerca de oito sistemas de dunas
principais apoiando as praias de maior energia.
45
Província SC 5: Cabo de Santa Marta–Torres
A província do sul começa no lado sul do Cabo Santa Marta, onde há duas
praias embutidas expostas, seguidas por um sistema de praia totalmente
dissipativo de barra tripla quase contínua (de 120 km de comprimento 400-500 m
de largura), dividido pelas enseadas de Camacho, Rincão, Araranguá e
Mampituba em três longas praias (declive médio=1,8°). As cinco extensas praias
que compõem esta província têm uma extensão média de 24 km, com
orientação sudeste (152°), o que as expõe a toda a força das ondas
dominantes de sul. Eles ocupam 98,6% do litoral. As praias são apoiadas por
dunas transgressivas maciças e contínuas de direção sul.
A análise sobre a suscetibilidade aos impactos de ondas também mostrou
grande diferença entre os diversos setores do litoral do Estado de Santa Catarina:
46
... as maiores alturas de ondas significativas perto da costa foram
geradas por ondas extremas do sul, seguidas por ondas de alta
frequência que chegam do leste (...). Os setores do sul do estado foram
mais influenciados pelas maiores alturas significativas de ondas. Isso
ocorre em função da redução da refração das ondas, que por sua vez é
explicada pela orientação e característica retilínea da linha costeira
(SERAFIM et al., 2019:27).
47
Figura 22 – Graus de vulnerabilidade por variável física e o modelo de suscetibilidade ao
longo dos setores GERCO/SC.
Fonte: SERAFIM et al., 2019:28.
48
direcionado para o norte em todos os segmentos. Isso é consequência da
dominância das ondas incidentes do quadrante sul (SIEGLE, ASP,
2007:115).
50
É importante notar que os ciclones tropicais do Atlântico Sul podem ser
eventos climáticos incomuns, mas não são impossíveis. Durante março de 2004,
um ciclone extratropical transicionou para um ciclone tropical e atingiu o Brasil,
depois de se tornar um furacão de categoria 2 (escala de vento do furacão Saffir-
Simpson).
Essa tempestade, o Ciclone Catarina, foi definido como o primeiro ciclone
tropical de intensidade de furacão já registrado no Oceano Atlântico Sul, entre 63
ciclones subtropicais registrados entre 1957 e 2007. As principais perturbações
atmosféricas na área de estudo são as frentes frias que cruzam a região, com uma
média de seis sistemas frontais frios por mês, atingindo a América do Sul.
As diferenças mensais nos padrões de energia das ondas podem estar
relacionadas à intensidade e frequência desses sistemas meteorológicos, ao invés
de suas características (CONTESTABILE et al., 2015:14227). Para avaliar a
energia de ondas no litoral do Estado de Santa Catarina, foi desenvolvido um
programa de monitoramento em oito (08) locais (figura 24).
51
Figura 24 – Mapa do litoral de Santa Catarina, com a localização dos 08 pontos de estudo.
Fonte: CONTESTABILE et al., 2015:14231.
52
Tabela 3 – Energia de ondas dos locais de estudo.
57
Região do litoral Município Locais de pesca
catarinense
Praia do Itaguaçu
Praia João Dias
Praia do Sumidouro
Ubatuba (Praia de Fora)
Praia Central
Praia do Estaleiro
Praia das Laranjeiras
Centro-Norte Balneário Camboriú Praia do Pinho
Praia de Taquaras
Praia de Taquarinhas
Estaleirinho
Praia de Ilhota
Centro-Norte Itapema Praia de Itapema
Meia Praia
Perequê
Centro-Norte Porto Belo Perequê
Praia de 4 Ilhas
Praia de Bombas
Praia de Bombinhas
Praia da Conceição
Centro-Norte Bombinhas Praia dos Ingleses/Retiro dos Padres
Praia do Mariscal (
Praia do Canto Grande
Praia da Sepultura
Praia da Tainha
Praia de Fora
Praia do Sisal
Central Governador Celso Ramos Praia do Tinguá
Praia de Palmas
Barra da Lagoa
Cachoeira do Bom Jesus
Caiacanga
Campeche
Canasvieiras
Praia da Daniela
Joaquina
Jurerê
Jurerê Internacional
Lagoinha do Norte
Morro das Pedras
Praia do Pântano Sul
Central Florianópolis Praia da Solidão
Ponta das Canas
Praia Brava
Praia do Forte
Praia da Galheta
Praia do Gravatá
Praia dos Ingleses
Praia do Moçambique
Praia dos Naufragados
Praia do Rio Vermelho
Praia do Santinho
Ribeirão da Ilha
Guarda do Embaú
Pinheira
Central Palhoça Ponta do Papagaio
Praia do Sonho
Praia da Gamboa
Centro-Sul Garopaba Praia da Barra do Capão
58
Região do litoral Município Locais de pesca
catarinense
Praia da Ferrugem
Praia de Garopaba
Praia da Silveira
Praia da Vigia
Prainha
Praia do Siriú
Barra de Ibiraquera
Praia da Vila
Praia de Itapirubá
Praia Vermelha
Centro-Sul Imbituba Praia da Ribanceira (Vila Esperança)
Praia do Porto (Vila Alvorada)
Praia do Rosa
Porto Novo
Farol de Santa Marta (Cardoso e
Centro-Sul Laguna Prainha)
Praia do Gi
Balneário Camacho
Balneário Torneiro
Centro-Sul Jaguaruna Balneário Campo Bom
Balneário Figueira
Balneário Arroio Corrente
De Imbituba a Passo de Torres (em
Sul Balneário Rincão mar aberto)
De Imbituba a Passo de Torres (em
Sul Balneário Arroio do Silva mar aberto)
De Imbituba a Passo de Torres (em
Sul Balneário Gaivota mar aberto)
59
Figura 25 – Mapa de localização dos locais de pesca da tainha de arrasto de praia no litoral norte de Santa Catarina.
60
Figura 26 – Mapa de localização dos locais de pesca da tainha de arrasto de praia no litoral centro-norte de Santa Catarina.
61
Figura 27 – Mapa de localização dos locais de pesca da tainha de arrasto de praia no litoral central de Santa Catarina.
62
Figura 28 – Mapa de localização dos locais de pesca da tainha de arrasto de praia no litoral centro-sul de Santa Catarina.
63
Figura 29 – Mapa de localização dos locais de pesca da tainha de arrasto de praia no litoral sul de Santa Catarina.
64
CARACTERÍSTICAS CULTURAIS E SOCIOECONÔMICA DOS
ENVOLVIDOS
... não pode ser uma tradição açoriana que tenha vindo juntamente
àquelas pessoas que aqui aportaram no século XVIII, já que na Ilha de
Açores não existia nada que se assemelhe à dita pesca realizada na ilha
de Santa Catarina, muito menos há presença de tainhas na costa
daquela ilha. E, embora saibamos que a pesca é um costume dos
descendentes de açorianos, a grande questão é pensar o porquê de a
pesca acabar por tornar-se uma tradição vinculada ao povo de
ascendência açoriana do litoral catarinense (CONCEIÇÃO, 2011:70).
66
Independente de tal reconhecimento de forma oficial, a pesca da tainha se
materializa como parte da cultura catarinense e o final da safra, se tende a se
tornar um momento de comemoração e confraternização pelos pescadores, bem
como de divulgação deste patrimônio perante a comunidade e os turistas. Tanto
que em Balneário Camboriú, há o “Arrancadão de canoa artesanal”1 (ocorreu em
2017, 2018 e 2019, em 2020 não ocorreu por causa da Covid-19), um evento
organizado por pescadores e aberto a outros municípios, sendo que cada praia
participante traz sua canoa para a competição. Em 2018 o evento foi patrocinado
pela lei de incentivo à cultura do município de Balneário Camboriú, tendo em vista
que a pesca artesanal da tainha é tombada como patrimônio estadual.
O conjunto de atividades que envolvem e dão sustentação à pesca de
arrasto de praia preservam estas tradições culturais e contribuem
significativamente para a reprodução cultural e econômica da categoria social dos
pescadores artesanais do litoral de Santa Catarina.
Porém, elas também contribuem – e muito - com a educação das
populações urbanas, residentes e visitantes, sobre outras formas de viver e de
relacionar com os espaços, territórios e seus “recursos” naturais, elas nos
evidenciam uma outra lógica relacional, interacional, que demanda tempo,
paciência, humildade e respeito para com os seres e ciclos da natureza:
1Vide: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2019/08/03/competicao-de-canoas-em-
balneario-camboriu-marca-fim-da-safra-da-tainha.ghtml.
67
entre chão, mar e céu; areia, água e vento; coletivos de gente, redes,
canoas e peixes. Quem passa na praia e não conhece esta espera, pode
até não entender porque a areia e o mar precisam estar assim, calmos,
sem barulhos e agitos que possam assustar os peixes. Pois estão todos
sob estado de discreta atenção, concentrados em ver peixe (DEVOS,
2016:134-136).
69
estes aspectos devem ser levados em consideração ao discutir um ordenamento
pesqueiro.
Quanto ao pertencimento do pescador a alguma instituição representativa,
grande parte está associado à colônia de pescadores, sendo que em São
Francisco do Sul e Palhoça, foi dado destaque à atuação de tal instituição. Em
muitos locais, os pescadores não se sentem representados e acabam por formar
associações de pesca, que atuam de forma mais dirigida ao arrasto de praia, em
detrimento à atuação da colônia de pescadores que é mais ampla. Da mesma
forma, os pescadores estão se mobilizando para fazer uma associação de
abrangência estadual para a pesca de arrasto de praia.
71
Figura 30 – Demarcação das regiões do litoral catarinense, conforme a principal propulsão
para as embarcações para pesca de arrasto de praia da tainha.
Fonte: MPF-SC, 2020 (adaptado).
73
Figura 31 – Canoa preparada à espera de entrar na água. Canoa sendo levada à água.
Fotos disponibilizadas por: Washington Ferreira; Sidney da Rocha dos Santos.
74
Figura 32 – Canoa com quatro e seis tripulantes, respectivamente. Nas imagens é possível
observar o patrão/popeiro, o chumbereiro e os remeiros.
Fotos disponibilizadas por: Claudinei José Lopes.
75
Uma das pontas da rede fica na praia e a outra é conduzida pela
embarcação para cercar o cardume5, formando um semicírculo (figura 34 e figura
35).
76
Após o cerco, a embarcação retorna à praia e as duas pontas da rede são
puxadas pelos ajudantes ou “camaradas” que ficam na praia (figura 36). O número
de “camaradas” nesta atividade é variável nas localidades, podendo se elevar
bastante com a participação da comunidade e de turistas.
“...cada rancho tem uma faixa de 50 a 70 pessoas que puxam a rede, tem os
remeiros e tem os camaradas que a gente chama aqui que puxam a rede,
geralmente em torno de 50 a 70 pessoas e para nos aqui é muito bom porque a
gente também tem o pessoal da comunidade, pessoal que precisa que vá puxar
uma rede, todo mundo leva o seu peixe, nós somos bem assim com nosso bairro,
na época da tainha, quem vai lá ajudar a puxar leva peixe. Então, isso ai para nós
é muito bom, uma relação que nós temos com a nossa comunidade, com a nossa
tradição.” (P.A.I.)
77
Em alguns locais pode haver acordos formais e informais entre os
pescadores de diferentes embarcações, como por exemplo, sobre a vez no lanço,
os dias de pesca em caso de sobreposição de coordenadas, a canoa que não está
efetuando o lance poder cercar o manto de peixe que está por trás, “pois quem
está na vez cerca o cardume e foge muito peixe”.
“Cada um tem seu ponto, mas dividem os que são vizinho de ponto. Tem
acordo para poder cercar manto de peixe que está por trás, quem tá na vez cerca
e foge peixe, então cerca por trás.” (L.D.)
Os mesmos acordos podem ocorrer com outras categorias, como por
exemplo no Campeche e em Garopaba, em que são promovidas reuniões com
associação de surf para delimitar/orientar a prática do esporte no período da safra
da tainha, podendo inclusive incluir sistema de bandeiras em determinadas praias,
conforme demonstra a reportagem a seguir.
80
Figura 39 – Olheiros ficam em cima do caminhão para melhor observação da chegada do
cardume.
Foto disponibilizada por: Marco Antonio Borges.
Figura 40 – Rede de arrasto de praia puxada de forma manual após a pesca com canoa
motorizada.
Fotos disponibilizadas por: Marco Antonio Borges.
81
Figura 41 – Pausa para refeição feita pelo cozinheiro e servida a todos os envolvidos na
pescaria.
Foto disponibilizada por: Marco Antonio Borges.
82
Região Município Pescadores Pescadores Equipamentos Infraestrutura
p/embarcação na praia
Garopaba 3-6 16-45 Radiocomunicador; Rancho fixo;
Imbituba 5-6 9-40 celular Estrutura
Centro- Celular municipal
Sul construída
Não tem;
caminhão
Laguna 6 19 Nenhum Rancho fixo
Jaguaruna 3-4 14-25 Celular Caminhão
Balneário 4 20-25 (não informado) Caminhão
Rincão
Sul Arroio Silva 4 20-25 Celular Caminhão
Balneário 4 20-25 (não informado) Caminhão
Gaivota
Rancho fixo;
Radiocomunicador; rancho móvel;
Síntese Litoral SC 3-6 8-80 celular; drone; estrutura
nenhum municipal;
caminhão
83
Figura 42 – Canoa “Samaritana”, construída em 1967.
Foto disponibilizada por: Claudinei José Lopes.
De acordo com Ferreira & Dias (2020) existem dois tipos de canoas, a
saber:
canoas: lisa e bordada. A bordada possui uma borda alta, que se chama
borda falsa, ou seja, aumentada com tábuas; serve para a pesca de
tainha, anchova e corvina. As canoas bordadas, construídas de um pau
só, podem ser de garapuvu, de cedro, madeiras leves, são compridas,
bonitas, fortes e resistentes. As lisas são maciças, tem capacidade para
apenas dois ou três homens, e é mais usada para a pescaria de tarrafa,
de camarão, manjuva ou sardinha, ainda podem ser utilizadas para a
pesca de espinhel (FERREIRA & DIAS, 2020).
84
Conforme já mencionado, os pescadores entraram na justiça e alguns deles já
conseguiram liminar para exercerem a pesca de arrasto de praia. Há ainda
embarcações em Jaguaruna, Garopaba e Florianópolis que apresentam liminar
judicial para pescarem com canoa a motor. Contabilizando estas canoas, os
número de embarcações que realizam a pesca de arrasto de praia da tainha é
superior ao número das licenças emitidas pela SAP-SC (245 autorizações de
pesca).
Tanto as canoas artesanais, como as canoas motorizadas, em
determinados locais são chamadas por muitos pescadores de “parelha de praia”,
(correspondendo ao conjunto canoa e rede).
A seguir serão apresentadas as características das embarcações utilizadas
na pesca de arrasto de praia por região, com base nos dados primários coletados,
confrontadas com as informações contidas nas autorizações de pesca.
Na região Norte do litoral de Santa Catarina, em São Francisco do Sul, as
canoas apresentam tamanho entre 4,10 e 7,20 metros.
Na região Centro-Norte do litoral catarinense, em Balneário Camboriú,
predominam as canoas de madeira, com tamanho variando entre 6,25 e 8,00
metros (somente na praia de Taquarinhas, há uma canoa de madeira e uma em
fibra, esta com 7,50 m de comprimento). Em Itapema, as canoas variam de 4,44 m
a 8,00 m. Em Porto Belo, na praia do Perequê as canoas variam de 5,90 metros
(0,30 AB) a 6,50 metros (1,00 AB). No município de Bombinhas as canoas são de
madeira, variando entre 6,00 e 10,00 metros.
Na região central do litoral catarinense, em Governador Celso Ramos as
canoas de madeira com propulsão a remo variam de 5,00 a 7,70 m. Em
Florianópolis, a grande parte das embarcações tem propulsão a remo, mas
também são utilizadas canoas de madeira a motor na praia da Galheta (18 hp); na
praia da Joaquina é utilizada canoa de fibra (9,60 m; 2,00 AB) e na praia do
Gravatá, é utilizado bote de fibra (6,0 m), com propulsão a motor (15 hp). Em
Palhoça as canoas são de madeira a remo, variando entre 4,00 e
aproximadamente 9,00 metros de comprimento.
85
No litoral centro-sul, no município de Garopaba, as canoas são em madeira,
variando de 8,00 a 9,00 metros e movidas a remo; há exceções, com uma canoa
em fibra (8,50 m), com propulsão a motor (18 hp) e uma chalupa (5,80 m) a motor
(15 hp), ambas na Gamboa. Embarcações motorizadas ainda são observadas na
Praia da Barra do Capão (10,00 m; 10 hp) e na praia do Siriú (24 hp). No
município de Imbituba, as canoas são em madeira e com propulsão a remo; o
comprimento das embarcações varia entre 6,60 e 10,00 metros. Em Laguna, é
utilizada canoa a remo com comprimento variando entre 8,00 m e 9,00 m. Em
Jaguaruna, as canoas variam de 7,00 a 9,60 metros, com potência do motor de 24
a 40 hp.
Na região sul do litoral catarinense, as canoas são de fibra e motorizadas:
no município de Balneário Rincão, existem canoas de 7,10 a 9,60 metros, com
potência do motor variando de 24 a 90 hp. No Balneário Arroio do Silva, o
comprimento das canoas é de 6,00 a 9,00 metros, com motor de popa com
potência de 90 hp. Em Balneário Gaivota, as canoas variam de 7,00 a 10,00
metros, com potência de 18 a 90 hp.
86
Tabela 7 – Síntese das características das embarcações utilizadas na pesca de arrasto de
praia.
Nº de Comprimento Arqueação
Potência (hp)
Região Município embarcações (m) Bruta Material
Min Máx
licenciadas Min Máx Min Máx
São Francisco do 23
Norte 4,10 7,20 0,25 2,80 Madeira
Sul
Balneário 13 6,25 8,00 0,30 1,00 Madeira
Camboriú
Centro- Itapema 08 7,00 Madeira
Norte
Porto Belo 02 5,90 Madeira
Bombinhas 37 6,00 10,00 0,70 2,30 Madeira
Governador Celso 07 5,00 7,70 0,40 1,00 Madeira
Ramos
Central Florianópolis 107 5,30 11,50 0,40 5,20 Madeira
Palhoça 16 4,00 8,92 0,70 4,10 Madeira
Garopaba 13 8,00 9,00 0,60 1,80 Madeira
Centro- Imbituba 17 6,60 10,00 0,70 1,90 Madeira
Sul Laguna 02 9,00 Madeira
Jaguaruna 7,00 9,60 0,80 1,40 Fibra 15 40
Balneário Rincão 7,10 9,60 1,20 2,00 Fibra 24 90
Balneário Arroio 6,00 9,00 2,00 2,60 Fibra 90
Sul
do Silva
Balneário Gaivota 7,00 10,00 1,00 2,00 Fibra 18 90
87
itinerante, o que assim reduz o tempo e o esforço coletivo para colocação e
retirada das embarcações destes caminhões.
“Algumas redes são mistas, eles usam a parte da lateral que é só pra
aprisionar o peixe, ela não malha, é uma malha mais fina, o peixe não
tem como malhar porque é uma rede mais fina. Ai no fundo eles usam
uma malha mais grossa, um fio mais grosso que eles chamam de
enxuga. Porque enxuga, porque é a malha que vai suportar todo o peixe
quando ela encalha na praia. Isso pras praias que não tem deformação
do mar.
As praias que tem deformação do fundo do mar, ou seja, onde as praias
que tem valeta, a rede passa reto e o peixe consegue fugir por baixo,
eles usam umas redes de malha pro peixe não fugir, ficar malhado na
rede, preso na rede.” (comunicação pessoal – José Henrique F. Santos).
88
A rede do tipo “lisa”, confeccionada com apenas um pano de rede, um
“pano só”, também chamada de “terno de costa6” em Florianópolis e Garopaba, é
quando toda a rede é confeccionada em pano de seda ou apenas o final
(denominado “copo ou ensacador”) é confeccionado com pano de seda e o
restante da rede é feita de náilon.
“Terno de costa é a rede de seda, usada em mar mais manso, redes
menores e mais baixas, porque a praia é boa de trabalhar. É uma rede que não
emalha peixe, ele vai indo pro final da rede, copo da rede e fica ensacado. Rede
terno de costa usada em Florianópolis, um pano só. Toda ela feita de seda, onde
começa com malha 11, malha 10, malha 9 e vai diminuindo até chegar na malha
6, 8, onde vai ser o sacador onde o peixe fica. Tem também o terno de costa que
se usa só o copo, lá no final de seda, o restante é feito de náilon, malha 10, malha
11. E a mesma rede de arrasto, outros falam rede malha 11 com centro de seda.”
(C.J.L.)
O tamanho da rede lisa varia em média de 300 a 1.000 metros de
comprimento, com diferença de altura entre as extremidades (mangas) e o centro
da rede, “a diferença de altura no centro e nas extremidades provoca a formação
de um saco, onde se acumula o pescado durante o arrasto” (IBAMA/CEPSul,
2020). Esse saco no centro da rede, no qual a maior parte do peixe fica
aprisionado, também é chamado de “sacador”, “ensacador” ou “copo” da rede
(figura 45).
6 Esta denominação deriva da modalidade de pesca de arrasto original, quando se usavam apenas
redes “lisas”, e que a expressão “terno da costa” também deriva e está diretamente associada à
denominação original da pesca de arrasto de praia, nas comunidades pesqueiras de SC e RS.
89
Figura 45 – Exemplo de rede de lisa.
Foto disponibilizada por: Claudinei José Lopes.
90
face superior, e a pesos de chumbo, embutidos na corda de sua face inferior
(figura 46).
“Feiticeira, tem 3 tipo de pano, ela tem o malhão por fora, o pano miudeiro
por dentro e outro malhão do outro lado por fora, são 3 tipo de pano, são dois laço
e uns miudeiro. A rede feiticeira é usada nessas praias de leste, Campeche,
Naufragados, lá pra Garopaba, sul, Joaquina, Galheta. Usada mais em praia
brava, praia de mar aberto tem muito buraco, a rede feiticeira ela diminui o risco
do peixe fugir. É uma rede que conforme o peixe vai malhando, ela vai diminuindo
a altura, ela vai encolhendo, porque vai diminuindo as malha pro peixe, ensaca e
diminui o tamanho da rede, principalmente a altura.” (C.J.L.)
Foi ainda relatado, que a rede feiticeira, em que o peixe fica emalhado, tem
um poder de captura bem menor que a rede lisa, em que o peixe fica “ensacado”.
“Quando a praia é boa, o terno de costa mata quantidades de 30 mil, 20 mil,
15 mil num lanço. Uma rede feiticeira, o máximo que ela chega a bota na praia é 6
mil, 7 mil tainha e isso ai tem que cercar muito peixe com a rede feiticeira, pra
pegar uma quantidade dessa.” (C.J.L.)
A seguir apresentam-se as características das redes utilizadas (com base
nos dados primários coletados pela presente pesquisa e pela pesquisa realizada
pela Secretaria de Agricultura de SC), ressaltando-se que as medidas expressas
91
em braça foram transformadas em metro, utilizando-se como tamanho padrão a
“braça caiçara”, descrita por Chieus (2009):
92
Tabela 8 – Características das redes de arrasto de praia usadas na pesca de arrasto de praia.
93
Altura Altura Malha Malha
Rede de arrasto Localidade Tipo de rede7 Comprimento (m)
mín. (m) máx. (m) mín. (cm) máx. (cm)
Morros das Pedras NI 350 10 10 11 11
Ponta das Canas arrasto (fio de seda) 300 10,5 15 7 9
Praia da Galheta lisa e feiticeira 500 a 600 NI NI 7 9
Praia do Gravatá arrasto (náilon e seda) 550 NI NI 7 11
Praia do Santinho terno de costa 450 30 30 7 9
Pântano do Sul arrasto 675 NI 20 8 9
Praia da Solidão arrasto 750 NI 22 8 9
Praia dos Naufragados arrasto (fio de seda) 750 a 1050 17 17 8 10
Guarda do Embaú NI 330 a 630 18 18 11 11
Região Central Pinheira arrasto (náilon e seda) 540 a 800 8 18 5 8
Ponta do Papagaio arrasto 300 a 500 15 16,5 8 9
Palhoça arrasto (náilon e seda);
Praia do Sonho 350 a 900 8 18 7 11
feiticeira
Barra do Capão arrasto (náilon) 350 a 600 16 25 5 12
Gamboa arrasto; feiticeira 600 a 700 14 16 6 11
Praia da Ferrugem arrasto 480 27 27 8 8
Região Centro-Sul
arrasto com centro de
Praia da Silveira 500 18 22 7 11
seda
Garopaba
Praia da Vigia arrasto (náilon e seda) 300 15 15 8 8
Praia de Garopaba arrasto (náilon) 400 a 600 18 23 7 11
Praia do Siriú arrasto; emalhe 350 a 600 23 25 9 11
Imbituba feiticeira NI 10 22 11 12
Vila Esperança arrasto NI 5 20 8 11
Região Centro-Sul Vila Alvorada lisa NI 22 22 8 8
Itapirubá arrasto com centro NI 8 24 7 10
Imbituba Ibiraquera arrasto (náilon e seda) 700 4 20 8 10
Praia da Vila feiticeira 900 8 20 8 9
Praia do Luz arrasto (náilon e seda) 600 15 15 9 9
94
Altura Altura Malha Malha
Rede de arrasto Localidade Tipo de rede7 Comprimento (m)
mín. (m) máx. (m) mín. (cm) máx. (cm)
Região Centro-Sul
Prainha e Cardoso arrasto 600 10 10 8 8
Laguna
Região Centro-Sul Imbituba a Passo de Torres
feiticeira NI 10 20 11 12
Jaguaruna (mar aberto)
Região Sul Imbituba a Passo de Torres
feiticeira NI 15 20 11 12
B. Rincão (mar aberto)
Região Sul Imbituba a Passo de Torres
lisa; feiticeira 1200 15 20 10 12
B. Arroio do Silva (mar aberto)
Região Sul Imbituba a Passo de Torres
lisa; feiticeira NI 11 20 11 12
B. Gaivota (mar aberto)
* NI = Não Informado
95
Ao longo do litoral de Santa Catarina, a pesca artesanal de arrasto de praia
da tainha é desenvolvida por um grande conjunto de redes e suas variantes
regionais, com tipos de redes e/ou malhas mais adaptadas às respectivas
características de cada setor e/ou praia. Com o intuito de consolidar as
informações gerais por município, segue a tabela abaixo (tabela 9).
Tabela 9 – Características dos petrechos na pesca de arrasto de praia da tainha, litoral SC.
Região Município Redes Compr. Alt. Alt. Malha Malha
(m) mín. máx. mín. máx.
(m) (m) (cm) (cm)
Arrasto 450- 3-12 10-12 7-8 8-12
1.600
São Francisco
Norte Ensacador 500 9 12 8 10
do Sul
Rede com 375 4,5 13,5 7 10
copo
Balneário Arrasto com 200- 3-16 9-22 7-8 9
Camboriú copo 1.200
Centro- Lisa; arrasto 400 8 16 7 9
Porto Belo
Norte com copo
Bombinhas Arrasto 300- 5-18 13-24,5 7-9 10-11
1.200
Gov. Celso Arrasto com 450-570 3 18 7 10
Ramos copo
Arrasto 300- 7-17 7-22 7-8 7-11
1.000
Lisa (seda) 375-750 10,5 12 7 9
Feiticeira 500- 15 24 7-9 9-12
Central Florianópolis
1.000
Terno da costa 450- 15-30 24-30 7-9 9-12
1.000
Ensacador 375-750 16 16 9 12
Palhoça Arrasto 350-900 8-15 16,5-18 5-8 8-11
Feiticeira 350-900 8 18 7 11
Garopaba Arrasto 300-700 14-27 15-27 5-9 8-12
Feiticeira 600-700 14 16 6 11
Emalhe 350-600 23 25 9 11
Imbituba Arrasto 600-700 4-15 15-20 8-9 9-11
Centro- Lisa NI 22 22 8 8
Sul Arrasto com NI 8 24 7 10
centro
Feiticeira NI 10 22 11 12
Laguna Arrasto 600 10 10 8 8
Jaguaruna Feiticeira NI 10 20 11 12
Balneário Feiticeira NI 15 20 11 12
Rincão
Sul Arroio do Silva Lisa; feiticeira 1.200 15 20 10 12
Balneário Lisa; feiticeira NI 11 20 11 12
Gaivota
96
Neste conjunto, estes petrechos (e suas variantes) são representados pelas
redes de arrasto, ensacador, rede com copo (arrasto com copo, arrasto com
centro), lisa, feiticeira, emalhe e terno de costa.
Similarmente à grande heterogeneidade espacial e biodiversidade,
características dos setores Norte, Centro-Norte e Central, quando comparados
aos setores Centro-Sul e Sul do litoral de SC, percebe-se uma maior diversidade
nas características dos petrechos pesqueiros utilizados no primeiro agrupamento,
com uma maior homogeneidade neste último; a predominância de linhas de praias
mais retilíneas e expostas aos ventos e correntes, ao sul, reduziria a viabilidade de
grande parte dos petrechos com as características daqueles aplicados nos setores
Centro-Norte e Norte do litoral de SC.
Tal estratégia não é fortuita, mas derivada de longo processo adaptativo,
ratificando a efetiva resiliência destas comunidades pesqueiras, atentas e flexíveis
às diferenças e peculiaridades ecológicas de cada trecho do litoral onde
desenvolvem suas atividades. Esta capacidade adaptativa é complementar e inter-
relacionada com as diferenças (supra referidas) nas embarcações adotadas em
cada um destes setores.
Não por acaso, ao contrário das comunidades do litoral Centro-Norte e
Norte, inseridos em áreas mais restritas e abrigadas, com menor exposição aos
elementos meteorológico/oceanográficos, os pescadores do litoral Centro-Sul e
Sul necessitam dispor de embarcações com motores, para poderem exercer a
pesca de arrasto de praia, com segurança e viabilidade das suas capturas, assim
como necessitam desenvolver sua atividade de modo itinerante, deslocando-se
com caminhões por longos trechos de praias, aparentemente desertas, entre o
extremo sul de SC e o norte do RS.
A pesca de arrasto de praia da tainha é desenvolvida em um trecho do
litoral, envolto por uma grande heterogeneidade espacial, topográfica,
geomorfológica e oceanográfica, enquanto elementos e processos condicionantes
do deslocamento, adensamento e aproximação dos cardumes de tainha à linha de
costa. Associada e dependente de tais fatores e processos, esta modalidade de
97
pesca artesanal encontra-se adaptada a estas diferenças e, por isso, é
desenvolvida de dois modos distintos:
a) com embarcações deslocadas a remo, nas áreas de baías, enseadas e
praias mais calmas (especialmente nos setores Norte, Centro-Norte, Central e
Centro-Sul do litoral de SC);
b) com embarcações deslocadas por motores, nas praias mais abertas e
expostas aos ventos, correntes e ondulação (no setor Sul do litoral de SC). A
maior parte das embarcações são do tipo canoa, com comprimento variando de 4
a 11,5 metros e arqueação bruta não ultrapassando 5,2 m.
Outras adaptações tecnológicas da pesca de arrasto de praia são
incorporadas pelos pescadores artesanais, a fim de garantir a segurança na
prática da atividade, ou melhorar o rendimento de captura, uma vez que precisam
competir o recurso pesqueiro com outras modalidades de pesca que lançam mão
da tecnologia e outras adaptações operacionais (exemplo a pesca de cerco e de
emalhe anilhado).
Como exemplos dessas adaptações tecnológicas, pode-se citar as
atividades dos vigias instalados no alto das dunas ou costões, que já há anos vêm
utilizando rádios transreceptores e/ou telefones celulares, em substituição aos
antigos hábitos de movimentação de casacos e chapéus, para chamar a atenção
do restante da equipe de pesca junto às embarcações, da aproximação dos
cardumes, e da viabilidade ou não de efetivação do respectivo cerco. Destaca-se
também que, neste ano de 2020, foi constatada a utilização de (pelo menos um)
drone (na praia adjacente ao Costão do Santinho), para registrar, com o ponto de
vista aéreo do aparelho e sua câmera de vídeo, a aproximação e o deslocamento
dos cardumes de tainha.
Como esta tecnologia está se tornando progressivamente mais acessível,
em termos econômicos, pode-se esperar sua rápida adoção e difusão entre as
comunidades pesqueiras (indiretamente, como no caso atual, ou diretamente,
quando as novas gerações de pescadores assumirem-na como parte integrante e
necessária do seu ofício).
98
Registre-se que as citadas “novas tecnologias” dizem respeito apenas a
instrumentos e processos de apoio à decisão de quando/onde pescar, mas não
interferem no processo “tradicional” da pesca de arrasto de praia, com a condução
das embarcações (na maioria dos casos e regiões) pela força dos remos para
efetuar o cerco dos cardumes, e o recolhimento, coletivo e manual, da rede e suas
presas no retorno às praias.
Ao longo do estudo, pode-se perceber que a diferença dos petrechos
empregados na pesca de arrasto de praia se modificam conforme a localidade e,
principalmente, decorrente da fisiografia do ambiente, onde praias com “buracos”
precisam de redes adaptadas para evitar a fuga do peixe. Também decorrente das
citadas diferenças na tipologia e comportamento das praias de Santa Catarina,
constata-se uma grande diferença no resultado das pescarias do arrasto de praia
dentre os diversos setores do litoral catarinense.
COMERCIALIZAÇÃO DO PESCADO
99
Tal como acontece na pesca da corvina e da anchova ou tainha, no bote
– ocupado geralmente por quatro ou cinco pescadores – as tarefas e a
renda da pescaria são distribuídas segundo a lógica do “quinhão”, antigo
mecanismo ainda presente com que se dividem os recursos capturados
nos ranchos de pesca. 50% do peixe capturado no dia ficam nas mãos
do(s) dono(s) da rede e do bote, enquanto o resto é distribuído em partes
iguais para os tripulantes, correspondendo duas a quem detenha a
posição de comandante. No rancho de praia, essa lógica se reproduz
com muita exatidão. Porém, diferentemente dos botes, cujos recursos
serão destinados para o mercado imediatamente depois do atraco no
trapiche, dentro do rancho – onde também são muitas vezes as mulheres
as responsáveis por conduzir a cerimônia de distribuição – não são
unicamente aos camaradas, mas também aos que ajudam a “puxar a
rede” durante as cercadas e outros integrantes marginais do grupo, como
velhos pescadores aposentados ou crianças de famílias que passam
necessidades, que recebem parte da “pescaria” (GODIO, 2012:06).
100
Tabela 10 – Valores de venda da tainha (R$), litoral de SC (2020).
Consumidor Consumidor
Região Município Atravessador Peixaria
(com ova) (sem ova)
São Francisco do
Norte 10,00/kg 4,00-15,00/kg 10,00-15,00/kg 4,00-13,00/kg
Sul
5,00-10,00/kg 8,00-15,00/kg 6,00-12,00/kg
Balneário
10,00-15,00 (L) 20,00-30,00 (P) 20,00 (P)
Camboriú
Centro- 20,00-25,00 (P)
Norte Porto Belo 9,00-10,00/kg 9,00-10,00/kg
8,00-10,00/kg 5,00-10,00/kg
Bombinhas 8,00-10,00 (P) 6,00-25,00 (P)
11,00-25,00 (P) 6,00-15,00 (P)
Gov. Celso
10,00/kg 7,00-8,00/kg
Ramos
4,00-10,00/kg
Central Florianópolis 4,00-10,00/Kg 7,00-10,00/kg 4,00-10,00/kg
10,00-15,00 (P)
10,00/kg
Palhoça 8,00/Kg 7,00-10,00/kg 12.00-15,00 (P)
15,00-20,00 (P)
Garopaba 13,00-15,00/kg 13,00-15,00/kg 11,00-15,00/kg 10,00-12,00/Kg
Centro- Imbituba 7,50-8,00/kg 10,00-15,00/kg 10,00-15,00/kg
Sul Laguna 8,00/kg 8,00/kg 8,00/kg 8,00/kg
Jaguaruna 8,50-9,00/kg 13,00-15,00/kg 13,00-15,00/kg
Bal. Arroio do
6,50-19,00/kg 6,50-19,00/kg
Sul Silva
Balneário Gaivota 7,00-9,00/kg
4,00-15,00/kg 4,00-15,00/kg 6,50-19,00/kg 4,00-19,00/kg
Síntese Litoral SC 6,00-25,00 (P)
8,00-10,00 (P) 11,00-30,00 (P) 6,00-20,00 (P)
10,00-15,00 (L)
[Legendas: L = preço em lotes; P = preço por peça, unidade]
101
Francisco do Sul (Capri), há venda direto para o mercado municipal quando a
pesca é em quantidade e em determinados locais há venda para restaurantes.
Foi informado ainda que na maioria das vezes não se faz separação das
tainhas ovadas para venda, mas quando isso ocorre, o valor de venda cai para as
tainhas não ovadas. E sobre a venda isolada de ovas, os pescadores justificaram
que não realizam muito essa prática, pois a vigilância sanitária faz uma série de
exigências e que os mesmo não as atendem, alguns informaram tirar para venda e
o valor pago variou de R$ 7,00 a R$ 50,00 o quilo.
Em relação à comercialização da tainha no litoral de Santa Catarina, neste
ano de 2020, os preços de venda exibiram razoável amplitude, escalonados
segundo os principais compradores: para a venda aos atravessadores/
comerciantes, os valores registrados oscilaram entre R$ 4,00-15,00/kg e entre R$
8,00-10,00 a peça. Para as peixarias, os valores foram de R$ 4,00-15,00/kg; R$
6,00-25,00 a peça; e R$ 10,00-15,00 por lote. Para venda direta aos
consumidores, de exemplares com ovas, os valores estiveram entre R$ 6,50-
19,00/kg e R$ 11,00-30,00 por peça; no caso de exemplares sem ovas, os preços
foram de R$ 4,00-19,00/kg e R$ 6,00-20,00 por peça.
Cabe destacar que em São Francisco do Sul, há uma pescadora que
produz a “cambira” (tainha defumada), que é uma técnica artesanal, realizando a
venda por R$ 40,00/kg.
Teoricamente, seria de se esperar uma diferenciação razoável dos preços
praticados dentre as diferentes regiões, e internamente às mesmas, porque os
valores determinados pelos pescadores para a venda do produto de seu esforço
devem refletir tanto a abundância/escassez relativa do pescado na presente safra,
como as diferenças de poder aquisitivo dos potenciais compradores de cada
região. Assim, os centros regionais de maior atratividade turística e as áreas
metropolitanas teriam a tendência de incremento dos valores de venda.
Porém, a análise dos dados registrados não nos permite assumir estas
premissas; no máximo, elas são aceitáveis como uma tendência, pois se
constataram diversos casos de valores muito discrepantes, dentro de uma mesma
região ou município. Novamente, esta situação de diferenças regionais/locais de
102
valoração explicita as causas subjacentes à determinação dos valores, que estão
intimamente relacionadas com a produtividade pesqueira diferenciada de cada
localidade (decorrentes das diferenças de atratividade de cada local aos cardumes
reprodutivos, e do grau relativo de sucesso das operações de pesca), e seu
entorno socioeconômico, mas como também com o caráter gourmet associado à
espécie, e à tradição culinária regional, que hipervaloriza a mesma.
103
Outro agravante apontado foi a respeito da pesca no Estuário da Lagoa dos
Patos.
“A ameaça é a pesca industrial indiscriminadamente, por exemplo, lá na
Lagoa dos Patos no Rio Grande do Sul eles pescam fora de época a tainha já em
criação a gente sabe que já não cresce quando pegam fora de época. E as
embarcações também, os barcos externos que pegam ela na boca da lagoa, em
épocas também que não pode pegar.” (A.J.M.F)
104
“Eles tem lei, mas não cumprem, porque ninguém fiscaliza eles, eles tão
solto. (...). Tem quase 300, 400 barcos de cace de malha soltos no litoral todo de
Santa Catarina e eles não tem licença (bem poucos) e eles não tem nenhum
órgão fiscalizando eles. Então quer dizer, pro peixe é muito mais difícil, os barcos
grande respeitam porque tem fiscalização, nós da praia respeitamos, só pudemos
pescar nos nossos pontos de pesca já pré determinado, nós tamo tudo
respeitando um, outro, nós não vamos pro costão, não vai pra lugar nenhum pega
o peixe, o peixe tem a oportunidade de passar e fazer o corso. Com o barco
industrial o peixe também consegue fazer o corso, porque eles estão bem lá fora,
só que a caça de malha não deixa mais o peixe fazer o corso, porque eles passam
uma milha pra dentro, nós não consegue cercar uma milha, nós cerca na beira
praia, então o peixe tem a oportunidade de passar por fora da nossa rede e
chegar até uma milha, o peixe tem uma oportunidade grande de fazer o corso, sai
lá do sul e chegar até o norte, para todo mundo e a cace de malha não permite
muito que o peixe faça o corso não, porque eles vão a uma milha, vão entre duas,
tão na beira da praia, estão em todos os lugares ao mesmo tempo. Então o peixe
tá andando e eles tão andando junto com o peixe, meio que uma pesca predatória,
é sem lei, sem compromisso de nada, ninguém fiscaliza eles e eles também tem
que ter uma quantia de rede, hoje são esses bote de cace de malha e tem rede
quase um barco industrial, então isso tinha que olhar com carinho pra que eles
também possam ser fiscalizadas mais eficaz, eles não podem ficar despercebido,
porque eles também mantam muito peixe, ganham muito dinheiro, eles tiram do
nosso sustento aqui da praia e consegue pescar lá com os barcos grande e em
todos os lugares.” (A.J.M).
As traineiras, por estarem altamente equipadas (com sonar) e irem
diretamente aos cardumes, não dão chance para que uma parte dos indivíduos
consiga finalizar seu ciclo de vida, em detrimento à pesca artesanal, que captura
parte do cardume.
“Traineira pega tudo, pega 100, 200 toneladas, são os maiores predadores
que tem da tainha, são as traineiras, essas aí sim são predador mais perigoso
para se acabar com arrasto de praia, são as traineiras. Se essas traineiras não
105
pegassem 100 a 200 toneladas quando chegasse no outro ano aquelas 100 e 200
toneladas ia desovar e daí no outro ano ia passar mais peixe. O pescador
artesanal está preservando, porque só pega aquela quantidade. Se passar pela
praia ele pega, ele já está preservando, que ele não vai atrás, ele não vai à
procura, porque ele só pesca aqui na praia. E se a tainha passar lá no alto mar vai
embora e vai desovar milhões de peixes. E se passar um cardume desses a
traineira vai lá pegar e aí elas não vão mais desovar. É o que eu digo, o maior
predador da tainha são as traineiras, os barcos de caça e malha de anilha.” (R.O.)
“Acho que deve ser cancelado ainda mais os barcos de pesca profissionais
porque se não em 10 anos a gente do litoral norte estaremos sem a tainha em
nossas águas.” (E.F.)
Há ainda questões específicas de cada localidade que foram retratadas na
presente pesquisa e podem interferir no ciclo de vida da tainha e de outras
espécies, conforme explicitado a seguir.
“Na Baía da Babitonga, no Saco do Iperoba, tem arrasto toda noite e não
tem fiscalização, é um crime ambiental, porque mata as larvas dos peixes,
peixinho filhote (robalinho, linguado) com a pesca de arrasto com prancha e barco
grande, usa 2, 4 redes. Não tem limite, não tem fiscalização, tão acabando com
tudo. Prejudica a baía e o costão.” (C.P.F.)
“Precisa de proteção na área do Saco do Iperoba, porque é um criadouro
de peixe, de cavalo-marinho, usa para maricultura.” (P.R.C.)
“Necessidade de proteger o peixe para que ele possa desovar. Pois a
tainha fica uns 15-20 dias acostado para descansar, se alimentar em pedras na
região de Bombinhas (na Praia da Sepultura, na pedra da passagem no Mariscal,
pedra da gaivota e do cabrito na praia das 4 ilhas e pedra da Galheta em
Bombas), mas a pesca de emalhe não deixa, ataca os peixes nas pedras.”
(A.J.M.)
A constatação dos conflitos entre a pesca artesanal e a pesca industrial foi
também reconhecida entre os pesquisadores dos estoques da tainha, como
subsídio essencial ao processo de gestão racional desta pescaria:
106
.... considerando todos os aspectos relacionados à pesca da tainha
e os conflitos existentes entre os usuários da pesca tradicional e da
pesca de traineiras, algumas medidas de ordenamento possíveis para a
espécie foram expostas e avaliadas pelos participantes da II Reunião
Técnica de Ordenamento sobre a Pesca de Tainha nas Regiões Sudeste
e Sul do Brasil. É importante salientar que (...) a medida (5) -
Moratória da Pesca da Tainha pela frota de traineiras – é
considerada, pelos autores deste relatório, a medida mais adequada
para o ordenamento da pesca da tainha Mugil liza para as regiões
sudeste e sul do Brasil (MIRANDA et al., 2011: 11; grifos nossos).
108
tempo todo, é com cilibri, fisga, rede feiticeira, rede fundiada. Então é assim, a
cace de malha de ter a licença igual nós na praia, tinha que ter licença pra eles e
eles também serem localizados por satélite igual os barco, né. Os barcos se eles
entrarem pra dentro da milha que eles não podem pescar, eles são multado, é
aprendido o pescado, tem um monte de regra para eles. Então o que que
acontece, os donos de barco grande, tão vendo que no cace de malha, o barco
menor, eles podem entrar pra onde quiser, porque ninguém fala nada, eles são
semi-artesanal. Então eles tão investindo hoje tudo em barco pequeno, cara que
tinha um barco grande não pode pescar, então ele compra um barco pequeno e
bota pesca, ele compra um, dois, três barcos pequenos. Então o cace de malha a
uma milha da praia, eles tinham que ter a licença liberada para cada 10, 20, 30,
cada município e eles tinham que ser fiscalizados via satélite, igual os barco. Os
barco são tudo monitorado e a cace de malha com licença tinha que ser tudo
monitorado também, é o único jeito de coibir eles, de tá invadindo o nosso espaço
e também não pode invadir o espaço dos barcos grandes, né.” (A.J.M.)
Em diversos municípios, foram constatados conflitos entre a pesca do
arrasto de praia e outras modalidades de pesca artesanal:
Na região Centro-Sul,
109
... os conflitos são de pescadores que praticam o arrasto de praia e
pescadores que fazem uso de redes fixas com calão. Devido as
condições do litoral nessa parte do Estado, não há pontos de pesca
específicos, a atividade é desenvolvida de forma itinerante, colocando as
canoas motorizadas em cima de caminhões e percorrendo as praias a
procura da tainha. O conflito ocorre quando o cardume de tainha passa
por locais onde há essas redes fixas com calão, pois a forma que estão
dispostas perpendicularmente a praia impossibilita que o cerco de praia
seja realizado. Há em vigor uma Portaria IBAMA/SC N° 54-N, de 09 de
Junho de 1999, que proíbe a pesca com rede fixa em todo o litoral
catarinense, mas libera do município de Laguna ao município de
Passo de Torres a pesca com rede fixa utilizando calão móvel. Esse
embate entre pescadores ocorre há alguns anos e isso levou alguns
municípios, como Passo de Torres, Balneário Gaivota e Araranguá a
editarem leis municipais delimitando áreas de exclusão para essa
pesca (SEAGRI, 2020; grifos nossos).
110
Conflitos relacionados às práticas de esporte e lazer
111
recorrência dos informes e depoimentos que ratificam a continuidade dos conflitos,
face o descumprimento das normas e acordos estabelecidos.
Tabela 11 – Licenças emitidas por município para a pesca da tainha de arrasto de praia.
Região Município Qtde de Qtde de
licenças proprietários
emitidas de canoa
Norte São Francisco do Sul 23 13
Centro-Norte Balneário Camboriú 13 11
Centro-Norte Itapema 08 07
Centro-Norte Porto Belo 02 02
Centro-Norte Bombinhas 37 23
Central Governador Celso Ramos 07 06
Central Florianópolis 107 66
Central Palhoça 16 15
Centro-Sul Garopaba 13 10
Centro-Sul Imbituba 17 15
Centro-Sul Laguna 02 02
TOTAL 245 170
114
Figura 48 – Identificação de coordenadas geográficas de autorizações de pesca no Estado
de Santa Catarina.
115
Nº de
Município Local Tipo de pendência
embarcações
delimitações mal definidas.
Demarcação única para toda
praia (não há divisão); há
Praia da Conceição 03
mandato de segurança
delimitando 1º, 2º e 3º lance.
Área delimitada, mas 03 (do mesmo
Praia da Sepultura
coordenadas não demarcadas. proprietário)
Mesma demarcação para duas
embarcações e uma 3ª com
Praia da Tainha 03
coordenadas fora do padrão
usado.
Área delimitada, mas
Não identificado 01
coordenadas não demarcadas.
Mesma demarcação para 05
embarcações de 2 proprietários
Campeche 05
(há acordo registrado em
cartório, conforme Anexo A).
Praia da Daniela Coordenada não demarcada. 01
Ponta das Canas Coordenada não demarcada. 01
Mesma demarcação de
Praia da Galheta 03
Florianópolis coordenadas.
Apenas uma embarcação, mas
Praia do Gravatá 01
coordenada não demarcada.
Praia dos Ingleses Coordenada não demarcada. 01
Mesma demarcação de
Praia do Santinho 03
coordenadas.
Apenas uma embarcação, mas
Ratones 01
coordenada não demarcada.
Praia do Pântano Coordenadas que sobrepõem.
02
Sul
Garopaba Praia da Silveira Coordenada não demarcada. 01
Apenas uma embarcação, mas
Praia de Fora 01
coordenada não demarcada.
Apenas uma embarcação, mas
Praia do Sisal 01
coordenada não demarcada.
Governador Celso
Mesma demarcação de
Ramos Praia do Tinguá 02
coordenadas.
Mesma demarcação de
Praia de Palmas coordenadas (03 embarcações e 03
02 proprietários).
Praia Vermelha Coordenada não demarcada. 01
Imbituba
Barra do Ibiraquera Coordenada não demarcada. 02
Mesma demarcação de
Garopaba Guarda do Embaú 02
coordenadas.
Mesma demarcação de
Praia da Pinheira 02
Palhoça coordenadas.
Ponta do Papagaio Coordenada não demarcada. 01
Mesma demarcação de
coordenadas (04 embarcações e
São Francisco do
Praia de Capri 02 proprietários). 04
Sul
Um dos pontos houve
modificação geológica da praia e
116
Nº de
Município Local Tipo de pendência
embarcações
não pode mais ser utilizado.
Coordenada não demarcada. 02 (mesmo
Praia do Itaguaçu
proprietário)
Mesma demarcação de
coordenadas.
Praia de Ubatuba Praia muito grande, pode ser 03
dividida para comportar mais
autorizações.
117
se repetem; tem licenças que as coordenadas se sobrepõe; umas são maiores e
outras são menores.
Nós temos zona de operação maior em algumas situações e zona de
operação menor, exemplo: Itaguaçu, nós temos numa licença de Itaguaçu a zona
de operação que é do Hilário Bertran, está lá escrito na licença que é a praia toda
e daí nós temos, eu acho que é o Mayer, ele dá um limite só no norte da praia
enquanto que a praia poderia ser dividida ao meio. Ubatuba também, nós temos 2
licenças sobrepostas, nome de Hugo Filho eu acho que Mayer, nem eles sabem.
Nós temos ali do Abel uma área muito grande, enquanto que o Paulinho pesca ali
e não tem área licenciada para ele.
Então assim, Ubatuba, Itaguaçu, Forte até o Sumidouro a gente tem zonas
de operações, licenças para alguns pescadores grandes demais e outras
pequenas e outras assim que foram dadas a licença depois na mesma área, que
se chama sobreposições de áreas. Então, tem que haver uma redemarcação e
redefinição de coordenadas, equiparando e dando um espaço adequado para
cada pescador, para cada zona de operação. Evitando que uma zona de operação
seja maior que a outra e evitando que zona de operação se sobreponham.
Então assim, considerando de Ubatuba, foz do rio Ubatuba, Itaguaçu, praia
do Forte, Sumidouro e Capri, que são as regiões onde a gente tem as licenças de
pesca da tainha modalidade de arrasto, no meu ponto de vista eu vejo a
necessidade de um estudo, de lançar todas as licenças no mapa e elaborar uma
proposta de redemarcação. Primeiro vir com essa proposta de redemarcação com
a colônia de pesca e depois uma reunião com eles num segundo momento, pra
que a gente consiga solucionar os conflitos com isonomia e garantindo o direito
daqueles que fazem da modalidade seu meio principal de vida da pesca artesanal
e garantindo também para que todos possam ter o seu espaço.” (solicitação
repassada no momento da validação das informações coletadas, pela colônia de
pesca em conjunto com o secretário municipal de pesca, aquicultura e assuntos
portuários, Sr. Marcon Machado, o qual também participou da reunião de grupo
focal).
118
Estes conflitos internos à pesca artesanal, em função da delimitação
geográfica dos pontos de pesca/embarcações, também foram registrados na
região Centro-Norte:
... seus associados são pescadores artesanais que portavam licença para
pescar na modalidade de Arrasto de Praia, dentro de uma milha náutica
da linha da costa. Contudo, afirma que, com a edição da Instrução
Normativa Interministerial n. 10, de 10 de junho de 2011, não foi mais
contemplada de forma expressa a modalidade de pesca exercida por
esses pescadores artesanais que, ao renovarem as licenças, obtiveram
apenas o direito a pescar sob a modalidade de 'emalhe costeiro'. Isso
lhes impossibilita o exercício da atividade, pois seus petrechos não estão
adequados a esse tipo de pesca, a qual apenas pode ser feita após uma
milha náutica da linha da costa, conforme restou expresso no art. 6º da
Instrução Normativa Interministerial nº 12. Em razão disso, alerta que os
pescadores estão proibidos de pescar até uma milha da costa, em razão
das dimensões e características de suas embarcações, 'bem como não
podem pescar a mais de uma milha da costa litorânea, porque os
petrechos e embarcações são inadequados para navegar nessa faixa
litorânea, sendo, inclusive, vedada pela Marinha tal o perigo que propicia
aos pescadores' (...). Ante o exposto, acolho a intervenção do IBAMA no
feito (Evento 29), rejeito as preliminares e, no mérito, CONCEDO A
SEGURANÇA, extinguindo o processo com julgamento do mérito, nos
termos do art. 269, I, do Código de Processo Civil, para determinar que
as autoridades impetradas reconheçam o direito dos substituídos de
poderem exercer a atividade de pesca (sob a modalidade de arrasto de
praia) dentro de uma milha náutica da linha da costa, até que os órgãos
competentes (Ministério da Pesca e Aquicultura e Ministério do Meio
Ambiente) definam em que modalidade de pesca enquadrá-los (SILVA,
2014:02;15).
121
Quadro 3 – Conflitos e problemáticas relacionadas à pesca de arrasto de praia em São
Francisco do Sul.
• Embarcações menores que trabalham com rede de emalhe, rede de cerco, não respeitam
as redes de praia, falta monitoramento da área limite de atuação.
• Não tem fiscalização no período da tainha (a fiscalização da Polícia Ambiental vem de
fora, de Joinville).
• Barco a motor com rede feiticeira (vai e vem), vem em cima dos pescadores de arrasto
que estão dando lanço.
• Rede caça de malha (rede de espera) que fica no ponto de pesca.
• Tarrafas no costão.
• Redes feiticeiras perto dos costões.
• Pescador de linha, turista com molinete.
• Sábado, domingo não se pesca, porque sai 60, 70 embarcações do IAT Clube no ponto de
pesca.
Conflitos internos
• Tem ponto com mais de uma canoa e tem ponto que não tem permissão para ter mais de
uma canoa.
• Venda/arrendamento de ponto de pesca em Ubatuba.
• Na praia de Capri tem um ponto que o "mar comeu" e o pescador não pôde mais pescar
no ponto e de 2010 a 2018 passou a pescar em Ubatuba (não autorização nesse local),
em um ponto que não tem ninguém, mas faz divisa/sobreposição com outro ponto.
Outros aspectos
122
Quadro 4 – Conflitos e problemáticas relacionadas à pesca de arrasto de praia em Balneário
Camboriú.
Conflitos internos
• Não tem boia de sinalização na praia (entrada).
• Dificuldade de demarcar ponto de pesca de arrasto, tem ponto que coincide, tem ponto um
dentro do outro.
• Praia de Taquarinha, Pinho e três pontos na Praia Central não tem rancho fixo, o que
dificulta o pescador porque tem que montar todo ano.
• Ocorre pescaria no Trapiche da Laranjeira, não tem placa informando que não pode
pescar.
• Falta remeiro, chumbereiro, vigia, não se tem incentivo para ensinar os mais novos.
• Pessoas com um pouco de autoridade, com alguns conhecimentos acabam adquirido
licenças para pesca artesanal onde já existia licença.
Outros aspectos
• Falta recurso para pescador reformar barco, comprar rede.
• Falta de interesse do órgão público responsável, precisa fazer discussões, trazer
informação antes da safra da tainha para os pescadores.
• Falta de estrutura para o pescador artesanal no período de pesca, como banheiros
químicos, energia para os ranchos etc.
• Pescadores do Campeche vieram conversar com prefeitura para oferecer curso de
remador de canoa, mas não concretizaram a ação.
• Município falho em relação à pesca, não tem secretaria específica, não tem apoio, não há
aplicação da Lei municipal nº 1.674/97.
• Bombeiro colocou boia com cabo de aço na linha de banho, estourou e ficaram os cabos e
é perigoso, próprios pescadores estão vendo uma forma de retirar.
• iIluminação pública deveria ser apagada na orla da praia durante a safra.
• O crescimento desordenado dos municípios que não inclui a pesca artesanal como uma
atividade local, um setor produtivo que é a base alimentar de determinadas comunidades e
nem como uma tradição cultural.
123
Quadro 5 – Conflitos e problemáticas relacionadas à pesca de arrasto de praia em Porto
Belo.
Conflitos internos
• Pessoas que possuem outras profissões (pedreiro, motorista), que são registrados e não
tem carteira de pescador, no tempo da tainha todos vão para água pescar tainha e não há
fiscalização local e nem do Ibama. "Eles têm a sua renda fixa por mês e quando chega o
fim de semana eles compram um caico ou batera colocam a rede dentro e vão jogar rede
onde os peixes passam para vir até a praia."
• Fiscalização precária, pois é feita por pessoas do município que tem de fiscalizar seus
conhecidos e acabam só por mandar tirar a rede, ao invés de aprender o equipamento e
multar, pois ocorre pescaria com rede rede ilegal (rede feiticeira), prejudicam o pescador
autorizado e a natureza, matando pinguim, tartaruga.
• A fiscalização local é comprada pelo ilegal (geralmente atravessador), pois permite que se
coloque rede, porque no final acabam ganhando um pouco de peixe.
• Invasão do ponto de pesca (com colocação de canoa na praia), com ajuda/força política
(vereador), a fim de tentar conseguir licença.
• Foi feita a retirada do rancho fixo, alegando ser área da Marinha, mas a área onde estava
o rancho foi vendida e hoje tem um mansão no local.
124
Quadro 6 – Conflitos e problemáticas relacionadas à pesca de arrasto de praia em
Bombinhas.
• Local de pesca que é invadido por outras embarcações a motor, principalmente os "bate-
bate", que utilizam redes de emalhe, rede lisa e não respeitam os limites pré estabelecido
em lei.
• Dificuldade na relação com os pescadores da caça malha, não tem registro, não tem
licença e não tem respeito com os pescadores licenciados do arrasto de praia, pois eles
invadem o ponto.
• Turista que entra na praia, lancha, jet ski no local de pesca no período da tainha.
• Município tem lei (Lei Ordinária n° 0362/1997) proibindo esportes náuticos e a navegação
no período da pesca da tainha, mas não é cumprida, falta fiscalização.
• Tem muita rede de espera, fundiada, cilibrim no costão (colocam a noite, tiram no
amanhecer), também passam picaré (rede pequena) a noite na praia, é uma pesca
predatória, não tem licença. Isso atrapalha o peixe de entrar na praia.
Conflitos internos
• Há pontos tradicionais que não foram regulamentados, que não foram demarcados na
licença.
• Em 01/06 é liberada a pesca de arrasto do camarão e isso causa confronto de limites com
a pesca da tainha que ocorre no mesmo período, teria de liberar após a safra da tainha.
Outros aspectos
• Como a licença é emitida por canoa, tem canoa menor que poderia ser usada em
determinadas situações, mas não pode, porque não tem autorização.
• O pescador tem de estar com sua documentação em dia, para poder cobrar a atuação dos
órgãos competentes.
• Há necessidade de ter mais união entre os proprietários de canoa, os patrões da pesca da
tainha e os órgãos que são responsáveis por manter a pesca de arrasto de praia, a fim de
manter a cultura da pesca da tainha por mais tempo.
125
Quadro 7 – Conflitos e problemáticas relacionadas à pesca de arrasto de praia em
Governador Celso Ramos.
Conflitos internos
• Secretaria municipal recebe verba para pesca, mas não investe, nem na fiscalização, nem
em programas de subsídio para o pescador poder comprar rede mais barata.
Conflitos internos
• Falta de rancho fixo para colocar a canoa no período da pesca da tainha, pois ao ficar
exposta, acaba estragando, necessitando de reforma anual.
• Pessoas que invadem demarcações já existentes com canoas sem a licença de pesca.
Outros aspectos
• Só há bandeira de marcação no costão, não tem na praia.
126
Quadro 9 – Conflitos e problemáticas relacionadas à pesca de arrasto de praia em
Florianópolis.
• Tem muita embarcação e cada vez mais sofisticada e prejudica o pescador artesanal.
• Caça de emalhe com bote (semi-industrial), não tem área delimitada para atuação e
espanta o peixe; Redes de "bate-bate" na beira da praia.
• Pesca da isca viva para atum.
• Pesca ancorada na Barra da Lagoa.
• As embarcações de redes singelas , que cercam nos costões não respeitando as leis e os
obstáculos naturais, causa a morte de animais.
• Embarcação a motor até 8 m, cercando no costão a noite, impedindo o peixe vir à praia.
• Pescaria de tarrafa e garatéia no costão.
• Embarcação motorizada que pesca com rede lisa.
• Rede feiticeira colocada a noite com pé de poita e bóia nos pontos de pesca (espanta o
peixe).
• Rede clandestina usada com bote inflável.
• Pescaria de caniço luminoso/cilibrim.
• Pescador de redinha cerca, mas teria de manter distância, porque eles cortam o ponto.
• Desrespeito à pesca por esportes aquáticos, tal como o surfe, jet ski, Jet ski puxando bote
inflável com turista (espanta o cardume).
• Prática de kitesurf na linha de praia (teria de ocorrer a pelo menos 200 m da praia). E
também a prática de Tow-in Surfing na Barra da Lagoa.
• Lanchas, bote inflável com turista (para Ilha do Campeche) e jet ski que trafegam na área
permicionada para o arrasto de tainha próximo à arrebentação.
• A falta de fiscalização dos órgão competentes na safra da tainha, permite que pescadores
ilegais utilizem redes de caceio em áreas de canoa no período noturno.
Conflitos internos
127
Outros aspectos
• Por ser atividade cultural e pouco remunerada, há o desinteresse das novas gerações.
• Falta de remeiros e vigias interfere na pesca artesanal.
• Licença sai por canoa e às vezes precisa usar outra canoa que não está licenciada,
conforme está o mar (Campeche).
• Metragem da canoa para pesca da tainha deveria ser de no máximo 8 m.
• Reivindicação para autorizar uma canoa cercar atrás da outra.
• Os pescadores profissionais, encontram muita dificuldade e burocracia para regularizar as
suas situações pesqueiras na época da tainha e em obter o licenciamento para a pesca
(deveria ser por período mínimo de 3 anos e renovável).
• Nas praias de mar grosso, onde as canoas são submetidas a grandes ondas, as técnicas
para a pesca com a rede de arrasto poderiam ser mais flexíveis, permitindo o uso de
canoa motorizada.
• Falta de subsídio para compra de materiais de pesca como: rede, cabos, cortiças,
chumbo, equipamento motorizado para atividade de retirada e manobras das
embarcações na praia, manutenção da embarcação dos ranchos de canoas artesanais.
• Atividade tombada pelo patrimônio histórico, mas falta subsídio para manter a atividade de
pesca e valorização do pescador artesanal.
• Fornecimento e manutenção de banheiros químicos pelo município para facilitar a
infraestrutura dos ranchos durante a safra.
• Isenção da cobrança das taxas de serviços de energia elétrica e abastecimento de água
para rancho de pesca artesanal devidamente registrado e em atividade pesqueira.
• Não liberar o uso do motor para embarcações no Pântano Sul, Praia da Solidão e Praia
dos Açores, para manter a tradição da pesca artesanal, para não prejudicar o ciclo da
tainha e manter a quantidade de pescadores que a modalidade emprega.
128
Quadro 11 – Conflitos e problemáticas relacionadas à pesca de arrasto de praia em
Garopaba.
Região Centro-Sul - Garopaba
129
Quadro 12 – Conflitos e problemáticas relacionadas à pesca de arrasto de praia em
Imbituba.
Conflitos internos
• Falta fiscalização da Polícia Ambiental em relação à jet ski, tarrafa.
• Há um único pescador que realizva a pesca com caminhão (como o pai), da praia da Vila
até o Ginoto (Laguna), mas agora recebeu ponto fixo, mas afirmou que sua tradição é ser
itinerante e qu a praia em que pesca é de surfe e há muito conflito para exercer a pesca.
Agora sob pena de multa se exercer pescaria itinerante.
Outros aspectos
• "Rio Grande do Sul tem uma legislação diferente, eles matam na saída da lagoa com
malha 7-8 e acaba com a tainha."
• O início da pesca deveria ser sem data, pois em alguns anos aparece tainha no mês de
abril e a gente não pode pescar e o cardume passa.
• "Hoje em dia não tem mais remeiro bom (que reme junto, certinho) e com canoa a remo,
não chega pra pegar o peixe, o cardume passa porque depende da corrida da água, é mar
grosso."E por não possuir motor fica muito difícil sair para o mar, o mar é agitado (ventos
fortes e correnteza da água muito forte).
130
Quadro 13 – Conflitos e problemáticas relacionadas à pesca de arrasto de praia em
Jaguaruna.
Conflitos internos
• Praia com falta de acesso.
• Mar agitado, ventos fortes e correnteza da água, dificulta pesca com canoa a remo.
• Falta de licença e autorização de pesca e legislação que regulamente a pescaria, pescam
com liminar na Justiça.
Outros aspectos
• "Não podemos mais pescar no RS, porque lá só pode emalhe costeiro e eles não se
enquadram, porque licença de arrasto de praia não se enquadra na legislação. Precisam
de especificação na lei para poderem pescar lá, RS entende que o termo 'arrasto' é fora
da praia."
• "As geração de pescador de arrasto vem aos poucos acabando e os verdadeiros
pescadores abandonando por não conseguir sobreviver; Se não for tomada medidas de
fiscalização nossa cultura sofre o grave risco de acabar."
131
Quadro 15 – Conflitos e problemáticas relacionadas à pesca de arrasto de praia em
Balneário Rincão.
Conflitos internos
• Falta de licença e autorização de pesca.
Conflitos internos
• Falta de licença e autorização de pesca, "pescamos com protocolo".
Outros aspectos
• "Somos impossibilitados de exercer a profissão por não ser reconhecido e por não ter a
licença nem aqui e nem em Rio Grande do Sul."
132
Quadro 17 – Resumo dos conflitos de pesca no litoral catarinense.
TIPÓS DE CONFLITOS PI PA AM EL CA EX
CR IV EA RE RC RB CM BB FT ES RD RS CP TF CL FS GR PR PD LM CL AR TE WS SF JS FV BA MG FN FP TS PP RC DR EM PIt TR FI
Região Município
Norte S. Fco do Sul
B. Camboriú
Centro-
Porto Belo
Norte
Bombinhas
Governador
Celso Ramos
Central Florianópolis
Palhoça
Garopaba
Centro- Imbituba
Sul Laguna
Jaguaruna
Balneário
Rincão
Balneário
Sul
Arroio do Silva
Balneário
Gaivota
Legenda:
PI: pesca industrial (CR: cerco; IV: isca viva).
PA: pesca artesanal (EA: emalhe/emalhe anilhado; RE: rede de espera; RC: rede de corrico; PD: pesca com pandorga; RB: rede com bote inflável; FT: feiticeira; TF: tarrafa; CL: cilibri; GR:
garatéias; BB: bate-bate; RS: redes-singelas; CM: caça de emalhe; PR: picaré; ES: rede de espera; CP: cabos e poita; RS: rede ensacada; RD: redinha.
AM: pesca amadora (LM: linha e molinete; CL: caniço luminoso; AR: arpão).
EL: esportes/lazer (TE: trânsito embarcações; WS: windsurf; SF: surf; JS: jet ski; FV: farol de veículo; FN: festa noturna na praia; FP: futebol na praia; MG: mergulho; BA: banhista; TS: tow in
surfing).
CA: conflitos internos à pesca artesanal (PP: pontos de pesca/embarcações; RC: ranchos de pesca; DR: dificuldade de renovação/formação de tripulantes; EM: dificuldades de licenciamento de
embarcações motorizadas; PIt: dificuldades de exercício da pesca itinerante; TR: terceiros adquirindo pontos/licenças de pesca).
EX: conflitos com agentes externos (FI: fiscalização da pesca).
133
Os dados resultantes das entrevistas mostram grande diversidade e
amplitude dos conflitos socioambientais vivenciados pela pesca artesanal de
arrasto de praia em todo o litoral do Estado de Santa Catarina.
Neste conjunto, podem ser elencadas diversas situações, onde se incluem
aqueles intrínsecos à própria categoria e modalidade de pesca (especialmente as
disputas pelos pontos de pesca e/ou embarcações, a demarcação e utilização dos
ranchos de pesca); os conflitos com as atividades da pesca industrial (pela
invasão das áreas reservadas à pesca artesanal, sua concorrência desleal e
predatória, e a destruição de petrechos artesanais, “atropelados” pela frota
industrial); os conflitos com as atividades de esporte e lazer (na disputa pelos
espaços das praias, e nas restrições que estas atividades impõem ao sucesso da
pesca artesanal da tainha). Associada ao lazer e esporte, mas com características
próprias, também se constatam conflitos com a pesca amadora (pelas restrições
na utilização do espaço); e, finalmente, os conflitos com agentes externos à pesca
(especialmente a fiscalização ambiental/pesqueira).
A distribuição espacial desta série de conflitos socioambientais não é
uniforme, mas podem ser percebidos alguns padrões associativos com o gradiente
geográfico; assim como a heterogeneidade espacial e a biodiversidade estão
melhor correlacionadas com as áreas das regiões Norte, Centro-Norte e Central,
com áreas mais abrigadas e maior riqueza de habitas, estas mesmas regiões
comportam uma maior diversidade de modalidades de pesca artesanal e
industrial, o que implica na maior incidência dos conflitos de tais categorias. Como
os fatores determinantes desta atratividade biológica também são eficazes
indutores da utilização do litoral enquanto áreas de esporte e lazer, estas regiões
tendem a exibir maior diversidade e intensidade dos conflitos com estas últimas
atividades.
Nas regiões Centro-Sul e Sul, por sua maior homogeneidade, com áreas
bem mais abertas e expostas aos ventos, ondas e correntes, a diversidade das
categorias de pesca é menor, porém os conflitos não deixam de existir, e se
intensificam na medida em que algumas destas modalidades de pesca (e esportes
134
náuticos) tendem a dificultar/restringir a pesca de arrasto de praia, especialmente
na sua modalidade itinerante.
Apesar das especificidades locais/regionais, entendemos que o quadro
traçado permite uma visão estrutural do conjunto dos conflitos socioambientais.
Deste quadro, emerge uma infeliz unanimidade: em todas as regiões, municípios
e/ou localidades consultadas, os depoimentos apontam a fiscalização
ambiental/pesqueira sob dois conjuntos de aspectos negativos:
a) ausente, omissa, conivente e/ou corrupta (quando não efetiva as
necessárias medidas legais para evitar, sustar e corrigir as infrações, ou quando
facilita a apropriação ilegal de espaços e direitos dos pescadores, por terceiros
com poder político-econômico);
b) arbitrária e prepotente (quando estabelece seus próprios critérios, à
revelia da lei, e atribui-se o papel de juiz e executor, muitas vezes apreendendo
e/ou destruindo petrechos e embarcações dos pescadores artesanais).
Diversos conflitos foram elencados pelos pesquisados praticantes da pesca
de arrasto de praia, sendo os principais a pesca industrial, a pesca artesanal
realizada por outras modalidades de pesca, esportes náuticos e o uso do espaço.
Intensificar e qualificar a fiscalização é uma recomendação recorrente
expressada pelos pescadores, assim como regularizar os pontos de pesca.
Abrir espaços para fomentar o diálogo entre os diferentes atores também
pode ser uma estratégia oportuna para mitigar os conflitos e ainda contribuir para
o fortalecimento comunitário.
136
Produção pesqueira de tainha pela pesca artesanal de Santa Catarina
de 2003 a 2020
As capturas anuais de tainha pela pesca artesanal registradas entre os
anos de 2003 e 2019 em Santa Catarina flutuaram entre 425,7 e 7620,2
toneladas, nos anos de 2012 e 2018, respectivamente (tabela 12; figura 49).
Dentre os 18 anos de dados compilados, Florianópolis foi o município com mais
capturas anuais (por 13 anos), seguido de Laguna (por 5 anos). Os valores
máximos de captura de tainha registrados em cada ano estão destacados na
tabela 12. Os dados para 2016 e 2019 não são considerados nesta análise, pois
não abrangem todos os meses do ano.
Ao observar a evolução das capturas ao longo de toda a série de dados
(figura 49), nota-se um acréscimo expressivo nos valores registrados a partir de
2017, com a produção saltando de 841,7 t em 2016 para 5220,3 t no ano seguinte.
Como já mencionado, a partir da execução do Projeto de Monitoramento da
Atividade Pesqueira na região costeira da Bacia de Santos, o estabelecimento de
uma rede de pescadores informantes permitiu a coleta de mais dados e registrar
pescarias que não eram consideradas antes de 2016. Desta forma, também
consideramos para os anos anteriores a 2016 que o ano de maior produção de
tainha pela pesca artesanal em Santa Catarina foi 2007 (2.142,06 toneladas) e o
ano de menor produção foi 2012 (425,7 toneladas).
Além de contribuírem expressivamente para a produção do Estado,
municípios como Florianópolis e Laguna se destacam no gráfico apresentado na
figura 51, o qual apresentam as capturas anuais em cada município por ano e os
municípios estão dispostos de acordo com a localização geográfica de norte a sul,
evidenciando os municípios da região Norte à esquerda do gráfico e os municípios
da região Sul à direita. Observando a distribuição das capturas anuais ao longo da
costa catarinense (figura 50), nos setores definidos pelo gerenciamento costeiro,
verifica-se a contribuição da região Central para a produção de tainha pela pesca
artesanal, especialmente até 2012. A partir de 2013, a região Centro-Sul também
passa a contribuir com expressiva captura de tainha em relação ao total do
Estado.
137
O aumento nas capturas é também observado nos setores do litoral
catarinense, com algumas variações regionais e corresponde a uma maior
contribuição dos Setores Centro-Sul e Sul às capturas totais anuais. No Setor
Norte (figura 52), damos destaque aos municípios de São Francisco do Sul,
Joinville e Balneário Barra do Sul. Entre 2003 e 2014 as capturas flutuaram entre
safras mais e menos produtivas intercaladas e, a partir de 2016, há um acréscimo
contínuo com um pico em 2018 de 536,5 toneladas, somando os sete municípios
aqui apresentados. Porto Belo, Bombinhas e Balneário Camboriú são os
municípios que se destacam na produção de tainha pela pesca artesanal ao longo
dos anos no Setor Centro-Norte do litoral catarinense (figura 53). Nos anos de
2006, 2007 e 2014 a produção foi ligeiramente maior que nos demais anos e a
partir de 2016 elevou-se até atingir um total de 1.292,6 toneladas de tainha
capturadas em 2018, nos oito municípios analisados neste setor.
No Setor Central (figura 54) do litoral catarinense, a capital destaca-se,
sendo também o um dos principais municípios maior produtor de todo o estado. A
captura registrada em Florianópolis chega a ser 10 vezes o total capturado na
segunda cidade de destaque neste Setor, Palhoça. Os registros de captura de
Florianópolis são mais variáveis que dos demais municípios, com o primeiro
registro de 534,0 toneladas em 2003 e chegando a 893,4 em 2007 (ano que era
considerada a safra recorde antes de 2017). Em 2012 houve uma queda brusca
na produção (155,1 t) e a partir do aumento nas capturas registradas em 2016, em
2018 registram-se 1299,4 toneladas de tainha capturadas no município de
Florianópolis, contribuindo para a produção total de 1722,7 t no Setor Central e
7620,2 t em todos os municípios aqui analisados, sendo a maior produção anual
registrada até hoje.
No Setor Centro-Sul (figura 55), o município de Laguna é o maior produtor,
seguido de Jaguaruna e Imbituba. No ano de 2018, Laguna atingiu o maior valor
de captura de tainha pela pesca artesanal em todo o litoral, registrando
aproximadamente 1539,8 toneladas. A produção nos oito municípios apresentados
para o Setor Sul (figura 56) foi bastante semelhante ao longo dos anos, mantendo-
se abaixo de 100 toneladas por município até 2013, quando a produção tendeu a
138
crescer. O município de Passo de Torres passa a se destacar em 2017 e em 2019
registra mais de 830 toneladas de tainha capturada, enquanto os demais
municípios não ultrapassam 200 toneladas.
139
Tabela 12 – Dados de captura anual de tainha (toneladas) da pesca artesanal no estado de Santa Catarina de 2003 a 2020. Os valores máximos de
cada ano estão em destaque (Florianópolis e Laguna). SD= sem dados
Setor Município 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Garuva SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD 0,30 3,08 4,28 3,42 0,18
Itapoá 8,54 6,80 7,55 7,49 22,51 5,85 6,83 4,59 5,95 6,44 1,58 6,07 4,14 0,07 15,48 3,95 20,01 0,00
Joinville SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD 6,61 82,71 121,64 193,78 15,84
Norte São Fco. do Sul 52,23 19,53 20,60 17,48 52,80 11,69 38,49 5,28 23,29 6,13 6,84 26,89 50,46 62,85 85,11 223,93 198,02 6,64
Araquari 19,81 5,44 2,51 13,13 36,30 9,39 18,12 15,53 5,90 5,58 0,00 2,49 0,00 0,04 15,97 41,63 25,64 0,05
Bal. Barra do Sul 13,05 8,61 6,96 13,28 11,38 6,39 9,63 9,13 4,83 6,10 0,00 5,90 27,89 1,62 32,90 114,57 80,78 2,10
Barra Velha 11,69 7,77 8,06 35,67 25,88 2,07 12,95 3,66 8,22 11,08 0,00 3,87 0,00 0,01 4,77 26,48 11,66 0,64
Piçarras 4,64 5,80 6,00 4,88 9,19 2,61 8,44 3,59 2,69 0,00 0,00 4,20 1,21 0,17 3,20 34,88 11,06 0,01
Penha 6,45 0,00 0,00 3,84 21,40 6,00 0,00 0,00 4,32 2,61 0,00 21,42 1,78 0,00 25,33 59,70 26,85 0,00
Navegantes SD 0,00 0,00 0,00 8,48 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 44,28 45,07 18,87 86,50 0,00
Itajaí SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD 4,25 11,12 21,91 17,43 0,00
Centro-Norte
Bal. Camboriú 12,25 13,01 11,29 61,87 28,61 8,80 21,42 14,42 12,84 5,03 0,00 59,29 23,47 1,95 15,14 290,19 160,99 2,73
Itapema SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD 1,18 9,29 22,06 84,82 0,00
Porto Belo SD 0,00 0,00 37,86 28,12 5,62 0,00 0,00 7,39 3,61 0,00 10,73 5,13 0,51 13,56 484,24 33,04 0,10
Bombinhas 50,54 15,11 12,69 85,17 79,94 26,61 27,01 27,02 14,88 15,20 0,00 59,45 42,16 1,06 91,06 360,72 76,77 0,00
Tijucas SD 0,00 0,00 0,00 7,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,11 2,08 4,44 4,78 0,04
Gov. Celso Ramos 17,35 10,34 7,82 20,71 28,57 33,46 30,23 5,66 10,71 4,11 11,13 24,24 88,12 0,00 123,36 115,80 67,13 0,19
Biguaçu SD 0,00 0,00 0,00 19,13 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 3,35 6,75 6,19 0,79
Central
São José SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD 8,24 8,54 18,55 4,94 0,52
Florianópolis 533,95 471,23 411,89 467,23 893,42 200,03 265,74 245,64 301,24 155,09 160,37 388,28 562,04 45,19 1628,27 1299,41 1289,92 35,56
Palhoça 44,85 19,04 15,53 55,61 77,09 29,21 77,33 62,66 19,59 30,16 16,75 32,27 37,06 4,40 216,75 277,75 203,90 6,05
140
Setor Município 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 20112 2013 2014 2015 20116 2017 20118 2019 2020
Garopaba 54,47 36,80 38,44 73,98 124,36 35,83 123,99 98,90 44,00 55,31 26,39 46,97 60,79 9,46 262,82 288,25 128,44 9,59
Imbituba 35,89 46,19 18,19 39,11 96,75 5,31 89,96 32,91 30,82 21,45 48,16 24,95 53,69 144,94 499,36 491,02 586,06 13,38
Imaruí SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD 61,01 175,83 187,74 195,88 7,37
Centro-Sul
Pescaria Brava SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD 21,14 24,27 72,44 91,47 1,41
Laguna 86,29 31,03 21,96 99,67 242,98 17,91 213,82 58,09 46,02 27,56 347,50 84,41 109,20 170,31 1200,82 1539,80 1458,73 161,83
Jaguaruna 16,44 7,12 7,12 16,76 61,79 20,73 54,44 20,46 11,13 10,73 144,76 50,12 51,84 151,57 338,06 858,50 559,51 41,29
Bal. Rincão 9,56 3,98 3,73 6,10 26,84 19,24 32,87 12,30 15,44 10,90 122,00 68,78 70,06 6,85 60,84 140,67 191,89 3,11
Araranguá 24,31 9,77 8,58 11,77 39,10 4,93 43,34 13,75 9,48 4,55 103,31 12,66 9,54 16,91 79,39 109,17 121,70 7,62
Bal. Arroio do Silva 12,30 6,07 7,65 12,90 47,67 10,64 38,77 14,69 6,74 6,44 0,00 17,94 23,12 8,45 84,69 69,70 114,67 4,73
Sombrio SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD 3,12 20,84 38,90 62,36 26,56
Sul Bal. Gaivota 13,76 6,89 4,41 16,58 71,48 14,32 29,77 14,84 6,87 12,13 130,37 8,54 13,55 22,82 42,68 0,00 0,00 0,00
Santa Rosa do Sul SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD 2,01 3,89 7,76 7,55 1,51
São João do Sul SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD SD 13,94 26,43 27,16 32,91 0,94
Passo de Torres 38,68 13,88 12,58 19,22 58,19 12,88 48,15 36,06 22,50 25,49 93,93 35,80 76,32 26,34 50,16 237,36 835,85 5,78
Praia Grande 7,74 11,37 2,73 3,74 23,09 3,86 16,79 2,89 2,96 0,00 0,00 6,17 0,00 SD SD SD 0,00 0,00
Total 1074,79 755,75 636,31 1124,04 2142,06 493,38 1208,09 702,07 617,80 425,70 1213,09 1001,44 1311,57 841,71 5306,20 7620,21 6994,64 356,53
141
Figura 49 – Captura total (toneladas) de tainha pela pesca artesanal de Santa Catarina entre 2003 e 2020. Os dados de 2016 referem-se aos meses
de agosto a dezembro e os dados de 2020 referem-se aos meses de janeiro a março.
142
Figura 50 – Capturas anuais de tainha por todas as modalidades da pesca artesanal em municípios de Santa Catarina entre 2003 e 2020.
143
Figura 51 – Contribuição das capturas anuais de tainha nos setores da Zona Costeira de Santa Catarina por todas as modalidades da pesca
artesanal entre 2003 e 2020.
144
Figura 52 – Capturas anuais de tainha pela pesca artesanal nos municípios do Setor Norte de Santa Catarina de 2003 a 2020.
145
Figura 53 – Capturas anuais de tainha pela pesca artesanal nos municípios do Setor Centro-Norte de Santa Catarina de 2003 a 2020.
146
Figura 54 – Capturas anuais de tainha pela pesca artesanal nos municípios do Setor Central de Santa Catarina de 2003 a 2020.
147
Figura 55 – Capturas anuais de tainha pela pesca artesanal nos municípios do Setor Centro-Sul de Santa Catarina de 2003 a 2020.
148
Figura 56 – Capturas anuais de tainha pela pesca artesanal nos municípios do Setor Sul de Santa Catarina de 2003 a 2020.
149
Modalidades de pesca artesanal envolvidas na captura de tainha em
Santa Catarina de 2016 a 2020
Os dados de captura de tainha pela pesca artesanal discriminados por
modalidade de pesca estão disponíveis a partir de agosto de 2016. Analisando a
contribuição de cada arte de pesca monitorada entre 2016 e 2020, é possível
observar a contribuição do arrasto de praia para a produção total mensal de tainha
nos setores analisados de Santa Catarina. A modalidade ‘redes de emalhe’ é a
principal arte utilizada na captura de tainha no litoral catarinense e o arrasto de
praia se concentra nos meses da safra, principalmente (abril a agosto).
Algumas modalidades foram registradas em todos os setores do litoral,
como arrasto de praia, múltiplos petrechos, redes de emalhe e tarrafa. O arrasto
de praia no Setor Norte (figura 57) capturou tainha nos meses de maio a outubro e
novembro nos meses registrados. Destacamos os meses de setembro e outubro
de 2018, em que houve expressiva contribuição do arrasto de praia na captura
total de tainha neste setor. Entretanto, as redes de emalhe são a arte
predominante na captura dessa espécie nestes municípios.
No setor Centro-Norte, o arrasto de praia é mais expressivo, com capturas
predominantes em meses além de maio, junho, julho e agosto (figura 58). Neste
setor, dentre as outras modalidades, também há a captura de tainha pela frota
artesanal de emalhe anilhado, com as capturas bem marcadas no período da
abertura da pesca pelo permissionamento. Há também um aumento na
contribuição das capturas utilizando tarrafa.
No setor Central, assim como nos municípios ao norte, o emalhe é a
principal modalidade, o arrasto de praia ocorre na época da safra, assim como o
emalhe anilhado bem marcado nos meses de maio e junho, principalmente. Há
maior diversidade de modalidades neste Setor, incluindo, por exemplo, os cercos
fixo e flutuante (figura 59). O arrasto de praia concentra-se nos meses da safra
(maio, junho e julho, com algumas capturas isoladas registradas em setembro de
2017, outubro de 2018 e nos meses antecedentes à safra em 2019.
O Setor Centro-Sul agrega também a contribuição da modalidade emalhe
anilhado para as capturas nos meses da safra da tainha, juntamente com o arrasto
150
de praia (figura 60). Por fim, o Setor Sul possui modalidades menos diversas,
concentrando as capturas em redes de emalhe, tarrafa e arrasto de praia,
principalmente (figura 61).
151
Figura 57 – Composição das capturas mensais de tainha por modalidades da pesca artesanal no Setor Norte da Zona Costeira de Santa Catarina
entre agosto de 2016 e março de 2020.
152
Figura 58 – Composição das capturas mensais de tainha por modalidades da pesca artesanal no Setor Centro-Norte da Zona Costeira de Santa
Catarina entre agosto de 2016 e março de 2020.
153
Figura 59 – Composição das capturas mensais de tainha por modalidades da pesca artesanal no Setor Central da Zona Costeira de Santa Catarina
entre agosto de 2016 e março de 2020.
154
Figura 60 – Composição das capturas mensais de tainha por modalidades da pesca artesanal no Setor Centro-Sul da Zona Costeira de Santa
Catarina entre agosto de 2016 e março de 2020.
155
Figura 61 – Composição das capturas mensais de tainha por modalidades da pesca artesanal no Setor Sul da Zona Costeira de Santa Catarina
entre agosto de 2016 e março de 2020.
156
Produção pesqueira da modalidade de pesca de arrasto de praia no
litoral de Santa Catarina de 2016 a 2020
As capturas da modalidade arrasto de praia foram analisadas nos setores da
zona costeira de SC, a partir dos dados de agosto de 2016 a março de 2020. Estes
dados abrangem os seguintes municípios: Itapoá e São Francisco do Sul no Setor
Norte; Penha, Balneário Camboriú, Itapema, Porto Belo e Bombinhas no Setor
Centro-Norte; Governador Celso Ramos, Florianópolis e Palhoça no Setor Central,
Garopaba, Imbituba, Imaruí, Laguna e Jaguaruna no Setor Centro-Sul; e Balneário
Rincão, Araranguá, Balneário Arroio do Silva, Balneário Gaivota e Passos de Torres
no Setor Sul.
A produção aumenta expressivamente nos setores do centro para o sul do
litoral do Estado e a tendência geral é de aumento nas capturas ano após ano
(tabela 13). Nas localidades observadas, a produção desta pescaria concentra-se
nos meses de inverno, com ocorrências menores de captura nos meses de verão e
na primavera de 2019 no setor Norte (figura 62). Evidencia-se em todos os setores
que a pesca de arrasto de praia ocorre durante grande parte do ano, com picos bem
estabelecidos na safra da tainha, e a captura vêm aumentando, em especial nos
municípios apresentados dos setores Central, Centro-Sul e Sul do litoral catarinense.
157
Setor Municípios 2016 2017 2018 2019 2020
Garopaba 0,00 18,93 96,68 43,31 0,00
Imbituba 0,00 100,52 15,92 0,00 0,00
Centro-Sul Imaruí 0,00 0,00 0,00 104,69 0,00
Laguna 0,00 0,71 27,81 12,37 0,00
Jaguaruna 0,00 81,91 89,82 93,88 0,00
Subtotal Região Centro-Sul 0,00 202,06 230,22 254,25 0,00
Balneário Rincão 0,00 8,30 64,06 64,10 0,00
Araranguá 0,00 0,10 32,12 3,90 0,00
Sul Balneário Arroio do Silva 0,24 11,30 21,42 17,15 0,00
Balneário Gaivota 0,38 9,25 248,93 91,45 0,00
Passo de Torres 0,00 0,00 0,00 84,13 0,00
Subtotal Região Sul 0,62 28,95 366,52 260,73 0,00
Total 11,07 526,21 877,57 1008,64 1,75
158
Figura 62 – Capturas mensais de tainha pela modalidade de pesca de arrasto de praia nos municípios dos Setores da Zona Costeira de Santa
Catarina entre agosto de 2016 e março de 2020.
159
Composição da produção pesqueira da modalidade de pesca de arrasto
de praia em Santa Catarina de 2016 a 2020
Quanto à composição de espécies nas capturas realizadas pela frota de
arrasto de praia, os dados evidenciam a importância desta pescaria para a captura
da tainha, que responde por aproximadamente 63% das capturas levantadas pelo
PMAP/UNIVALI entre 2016 e 2019 (figura 63). Consecutivamente, outras espécies
como parati (13%), betara (7%), pescada (4%) também contribuíram nas capturas
totais nos anos supracitados. Exceto no ano de 2016, nos demais anos (2017, 2018
e 2019) a tainha foi a espécie mais capturada pelo arrasto de praia (figura 64).
As espécies capturadas na modalidade arrasto de praia foram analisadas
mensalmente nos setores da zona costeira catarinense. Evidenciou-se na seção
anterior que em todos os setores do litoral de Santa Catarina a pesca de arrasto de
praia ocorre durante todo o ano e os dados específicos demonstram que capturam
grande diversidade de peixes e crustáceos. A autorização de pesca (figura 65)
emitida para a prática do arrasto de praia tem validade anual, permitindo a pesca da
tainha (Mugil liza) e fauna acompanhante esperada, a qual é composta por 38
espécies, conforme descrito no próprio documento: anchova, sororoca, corvina,
pescada, cações, peixe-espada, serrinha, prejereba, guaivira, pampo, paru, abrótea,
cabrinha, linguado, maria-luiza, papa-terra, pescadas, pescadinha, raias, gordinho,
bagres, robalo, vermelho, siri, sardinha-lage, savelha, galo, sardinha-cascuda, peixe-
porco, sardinha-boca-torta, xaréu, palombeta, cavalinha, garapau, xixarro, manjuba,
gordinho, periquito.
Os municípios que compõem as capturas para cada um dos setores
apresentados nesta seção correspondem aos apresentados na tabela 13. No Setor
Norte, de agosto de 2016 a março de 2020, as cinco espécies com maior captura
foram tainha, parati, espada, paru e corvina. No Setor Centro-Norte, as cinco
espécies mais capturadas na pesca de arrasto nesse período foram tainha, pescada,
parati, maria-luiza e espada. No Setor Central, tainha, parati, anchova, xerelete e
sardinha-lage. No Setor Centro-Sul, os registros apontam para tainha, parati, pampo,
betara e corvina e no Setor Sul, tainha, betara, corvina, espada e anchova.
160
Quanto à composição ao longo do ano, no Setor Norte foram registrados 27
recursos pesqueiros capturados pelo arrasto de praia e observou-se diversidade nas
capturas em praticamente todos os meses do ano. Verificou-se a predominância da
captura da tainha nos meses da safra, porém o parati é recurso pescado em
diversos meses do ano. No Setor Centro-Norte, a captura da tainha se distribui em
outros meses além do outono e inverno e há importante ocorrência de captura de
corvina nos meses que precedem a safra da tainha. Tainha e parati são os principais
recursos capturados ao longo do ano no Setor Central e ocorre que não há registros
de pesca de arrasto de praia em alguns meses do segundo semestre nos anos
registrados. O Setor Centro-Sul registrou capturas de tainha em quase todos os
meses do ano ao longo do período analisado e também ficou evidente a importância
da modalidade para a captura de corvina, betara, parati, pampo. No Setor Sul, além
da expressiva contribuição da pesca da tainha nos meses do início da safra (maio e
junho), observamos a importância desta modalidade para captura de betara,
pescada, corvina e outras espécies nos meses após a pesca da tainha.
Observa-se nos dados que conforme avançamos do sul do litoral catarinense
para o norte, o período de maiores capturas de tainha pelo arrasto de praia varia,
iniciando em maio no Setor Sul e encerrando em meados de julho, enquanto no
Setor Norte é mais expressiva em julho, com registros de captura de tainha até
meados de setembro.
161
Figura 63 – Composição das espécies capturadas registradas pela modalidade arrasto de praia em Santa Catarina entre 2016 e 2019.
162
Figura 64 – Composição das capturas anuais pelas modalidades de arrasto de praia em
Santa Catarina entre 2016 e 2019.
163
Figura 66 – Composição das capturas mensais por espécies na modalidade arrasto de praia no Setor Norte de Santa Catarina de 2016 a 2019.
164
Figura 67 – Composição das capturas mensais por espécies na modalidade arrasto de praia no Setor Centro-Norte de Santa Catarina de 2016 a
2019.
165
Figura 68 – Composição das capturas mensais por espécies na modalidade arrasto de praia no Setor Central de Santa Catarina de 2016 a 2019.
166
Figura 69 – Composição das capturas mensais por espécies na modalidade arrasto de praia no Setor Centro-Sul de Santa Catarina de 2016 a 2019.
167
Figura 70 – Composição das capturas mensais por espécies na modalidade arrasto de praia no Setor Sul de Santa Catarina de 2016 a 2019.
168
Há pescadores que pescam apenas tainha, mas há também os que pescam
outras espécies-alvo por meio da pesca de arrasto, tanto para alimentação, como
para comercialização.
Na coleta de dados primários, foram levantadas informações junto aos
pescadores artesanais sobre os recursos pesqueiros capturados por meio da
pesca de arrasto de praia, em cada município e ao longo do ano, com a respectiva
descrição do petrecho (quando houve detalhamento do mesmo) (figura 69). Os
dados obtidos foram organizados na tabela 13, em que é possível observar uma
simplificação das capturas. Em São Francisco do Sul, por exemplo, os
entrevistados relataram a captura das espécies corvina, pescadinha, peixe-galo,
“tainhotão”, robalo, xerelete, paru, manezinho, miraguaia, gordinho e xaréu. Os
dados secundários compilados registram a captura das seguintes espécies neste
mesmo município: bagre, betara, borriquete, carapicu, caratinga, corvina, anchova,
espada, galo, gordinho, guaivira, linguado, marimba, palombeta, pampo, parati,
paru, pescada, pescada-branca, pescadinha-real, robalo, sororoca, tainha,
xerelete, além de mistura e espécies não discriminadas. Ressalta-se que em
Laguna foi informado que a pesca de arrasto de praia é exclusiva para tainha,
informação corroborada pelos dados secundários levantados pela UNIVALI9.
169
Os relatos dos pescadores durante as reuniões de grupo focal evidenciam a
diversidade presente na pesca de arrasto de praia, a qual varia muito entre os
municípios, tanto em relação às espécies quanto à rede utilizada ao longo dos
meses do ano:
“A rede de arrasto ela não vem só de uma espécie, vem de tudo quanto é
espécie, vem de anchova, vem de sardinha, vem peixe galo, vem a pescada o
canguá, vem a tusquinha, vem o papaterra, vem de vários tipos de peixes. A rede
de arrasto, não é um peixe específico. A rede de arrasto por onde ela vem
passando, ela traz peixe de tudo quanto é qualidade. E eu não pesco qualidade,
eu pesco o que a rede traz, o que o arrasto traz. E a rede de arrasto ela não
especifica o peixe quando a gente joga a rede e ela vem, ela traz tudo quanto é
tipo de espécie.” (R.O.)
Ressalta-se que para a pescaria de arrasto de outras espécies-alvo em
outros períodos, utiliza-se a mesma embarcação (canoa à remo ou canoa
motorizada), utilizando redes com tamanhos de malha diferente.
“Nós temos outra rede que é para a pesca da anchova, que acabou a tainha
e já tem a pesca da anchova. ... nós temos um arrastão que aí vem o olho de boi,
vêm outras espécies que é utilizado. E quando o mar está manso a gente vai e dá
um arrastão, é um peixinho para a comunidade comer, mais peixe miúdo, peixe de
arrasto.” (P.A.I.)
170
Ressalta-se que os dados obtidos com o monitoramento realizado pelo
Projeto de Monitoramento da Atividade Pesqueira foram essenciais para
evidenciar quais as espécies capturadas ao longo dos anos na pesca de arrasto
de praia. Apesar de os pescadores possuírem espécies-alvo e, inclusive, alocar
recursos e petrechos para diferentes safras, as capturas nesta modalidade são
multiespecíficas muitas vezes. É importante considerar que a série de dados de
captura específica para a modalidade de arrasto de praia ainda é curta (2016 a
2020), sendo indispensável que o monitoramento específico por modalidade seja
contínuo, a fim de fazer análises mais consistentes.
171
Tabela 14 – Recursos pesqueiros capturados ao longo do ano por meio da pesca de arrasto, com indicação de seus respectivos petrechos, de
acordo com cada município.
MÊS
PEIXE Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
PETRECHO
rede lisa malha 8 a
10 cm
rede lisa malha 8 a
8,5 cm
Anchova
tamanho da malha 8-9 cm e utilizam lancha para a pescaria
rede lisa tamanho da malha variando de 7 a
10 cm
Rede de arrasto de fundo/rede de malha
Pampo
172
MÊS
PEIXE Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
PETRECHO
Papa terra
rede lisa malha 7 cm
tamanho da malha 5 cm
tamanho da malha 4 cm
tamanho da malha 7
Pescada cm
Pescadinha
173
MÊS
PEIXE Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
PETRECHO
tamanho da malha de 7- 8 cm tamanho da malha de 7-8 cm
Sororoca
rede feiticeira
malha 8-9 cm
Tainhota
Praia do Sonho e Ponta do Papagaio
malha 6 cm
Tainhotão rede-picaré, malha 7 cm
Robalo, xerelete, paru, manezinho, miraguaia, gordinho,
tamanho da malha de 7 a 8 cm tamanho da malha de 7 a 8 cm
xaréu
Coió, maria-luiza, boca-aberta tamanho da malha variando de 5 a 7 cm
Litoral Sul (Bal. Arroio do Silva; Baln. Gaivota; Baln. Rincão) Imbituba Jaguaruna Porto Belo Governador Celso Ramos
174
LEGISLAÇÃO PESQUEIRA E SEUS GARGALOS NA PESCA DE TAINHA
NA MODALIDADE DE ARRASTO DE PRAIA
178
O impasse ainda se agrava pois, muitos pescadores de arrasto de praia ao
renovarem suas licenças, obtiveram o permissionamento para realizar a pesca de
emalhe costeiro. No entanto, essa modalidade de pesca não é adequada para a
atividade que eles exercem, tampouco seus petrechos são adaptados a esse tipo
de pescaria. Ainda destaca-se a Instrução Normativa Interministerial nº 12/2012,
que dispõe critérios e padrões para o ordenamento da pesca praticada com o
emprego de redes de emalhe, a qual define que o emprego destas redes, com
embarcações motorizadas, só pode ocorrer após uma milha náutica da linha de
costa, fato que inviabiliza a atividade dos pescadores de arrasto de praia do litoral
sul de Santa Catarina.
Como não existe uma legislação direcionada à pesca de arrasto de praia,
há carência na definição dos critérios desta arte de pesca, como dimensões dos
petrechos, utilização de embarcações motorizadas ou a remo, pesca itinerante,
dentre outras definições. Apenas a Portaria IBAMA nº 112/1992 define o tamanho
mínimo da malha permitido (70 mm entre nós opostos), que de acordo com os
pescadores entrevistados, contribui com a conservação da tainha, pois os
indivíduos juvenis, menores, conseguem passar pela malha. As especificidades
locais devem ser levadas em consideração ao realizar essa análise, pois, como
demonstrado no presente trabalho, a fisiografia local interfere no uso de
embarcações (a motor ou a remo), assim como no tipo de rede utilizada (rede lisa
e rede feiticeira, que variam na altura, comprimento e material).
Ainda com relação ao uso do espaço, há embates entre os pescadores de
arrasto de praia para definirem a prioridade de lance na praia. Uma solução legal
adotada pelos pescadores, por exemplo, do município de Florianópolis, foi
estabelecer Acordo de Pesca para definir as regras sobre o lance e o dia de pesca
de cada embarcação. Desde 2002, o IBAMA reconhece este instrumento como
complementar ao ordenamento pesqueiro.
Outros conflitos de uso de espaço incidem sobre pescadores artesanais de
diferentes modalidades de pesca. A Instrução Normativa nº 13/2009, proíbe, no
período de 1º de maio a 30 de julho, no litoral do estado de Santa Catarina, a
menos de 800 metros das praias licenciadas para a prática de arrastão de praia
179
usando canoa a remo, e a menos de 300 m dos costões rochosos, o exercício da
pesca com o emprego dos aparelhos e/ou modalidades, apresentado a seguir: a)
redes de cerco; b) captura de isca viva; c) redes de caça e malha; d) redes de
trolha; e) redes de emalhar fixas; f) cercos flutuantes; g) fisgas; h) garatéias; i)
farol manual; j) pesca de espada; e, k) tarrafas. E ainda destaca que a prática que
a pesca de arrastão de praia somente poderá ser autorizada para o pescador
artesanal, devidamente legalizado, que comprove residência fixa no município
onde atua. Embora essa normativa exista, conflitos ainda ocorrem, devendo
aumentar a fiscalização.
No litoral catarinense, há também a Portaria IBAMA nº 54/1999 que proíbe
a utilização de redes fixas, com exceção dos municípios de Laguna a Passo
Torres, justamente onde ocorre a pesca de tainha itinerante (municípios: Imbituba,
Laguna, Jaguaruna, Balneário Arroio do Silva, Balneário Gaivota e Balneário
Rincão), potencializando o conflito entre essas modalidade, já que os pescadores
de arrasto de praia ficam inviabilizados de realizar o lance nos locais com redes
fixas.
Ao longo do levantamento de dados primários do presente trabalho,
pescadores relataram a eficiência da Portaria SEAP/MMA nº 24/2018 que, dentre
outras determinações, define a temporada de pesca da tainha, permitindo que a
pesca de arrasto de praia inicie 1º de maio, antes da abertura da pesca de cerco e
de emalhe anilhado, o que possibilita que os pescadores obtenham um resultado
mais produtivo no início da safra. Os pescadores de arrasto de praia também
apontaram que a IN nº 7/2020 contribuiu com a pesca artesanal a partir do
momento que estabeleceu cotas de captura e o limite de embarcações a serem
permissionadas nas modalidades cerco e emalhe anilhado, conforme elucida o
trecho abaixo:
“Nós estamos muito contentes com essa nova lei que a pesca artesanal
começa mais cedo, a de beira de praia, que nem aqui em Santa Catarina que
começa mais cedo, começa dia primeiro de maio, depois vem a outra pesca que é
artesanal também que é a de malhar, que são as embarcações de pesca de bote
e de pequeno porte, de baleeira que é em alto mar também, mas é para dia 15 de
180
maio. E os barcos industriais a partir do dia 1º de junho, isso começou agora há
pouco tempo, mas é por aí, já está ajudando a pesca da tainha porque é uma
coisa que tudo tem fim e agora também tem cota, e nós estamos apostando nisso,
nessa nova lei que surgiu da pesca da tainha, estamos apostando.” (A.J.M.F.)
A importância cultural da pesca de arrasto de praia é amplamente
reconhecida no litoral de Santa Catarina, sendo que desde 2012 esta modalidade
de pesca integra o Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do estado de Santa
Catarina. Há ainda municípios como Balneário Camboriú, Itapema e Palhoça que
possuem lei municipais declarando a pesca da tainha como patrimônio imaterial
dos municípios.
A relevância da pesca do arrasto de praia de tainha também é reconhecida
por alguns municípios como Bombinhas, Balneário Camboriú, Florianópolis e
Balneário Gaivota, ao determinar critérios para o uso do espaço onde é realizada
a pesca, como proibir a prática do surfe, a utilização de redes de pesca de outras
modalidades e a circulação de determinadas embarcações. Mesmo existindo
essas normativas, há conflitos entre as partes, por não haver o cumprimento da
lei, necessitando ampliar a fiscalização nas localidades.
Com relação à gestão pública do setor pesqueiro no litoral catarinense, ao
longo da coleta de dados primários, foi relatado que mudanças administrativas na
Superintendência Estadual da SAP/MAPA promoveram mais agilidade na emissão
de documentos e licenças, que estavam paradas há anos. Foi comentado que a
nova gerência da SAP no Estado de SC em 2019, incorporou uma pessoa que
vem da pesca, que tem conhecimento de causa e que conhece as reais
necessidades do pescador.
Percebe-se que há acertos na legislação incidente na pesca de arrasto de
praia, necessitando um aumento da fiscalização para o seu maior cumprimento,
por outro lado muitas lacunas precisam ser solucionadas e revistas pelos gestores
para garantir um efetivo ordenamento pesqueiro desta atividade. Adiciona-se
ainda a importância de manter um monitoramento pesqueiro específico para esta
modalidade, para que se possa avaliar o estoque e verificar se há necessidade de
181
estender o limite de cotas para o arrasto de praia, a fim de garantir a
sustentabilidade deste recurso pesqueiro.
183
Aspectos da bioecologia da tainha
Considerando-se:
A ampla distribuição biogeográfica da tainha, ainda que com populações
disjuntas, na região costeira do Oceano Atlântico Sul Ocidental, desde a
Venezuela até o Rio da Prata (Uruguai/Argentina);
O seu caráter de espécie estuarino-dependente, pelo qual passa grande
parte do seu desenvolvimento, desde as fases de pós-larvas e juvenis,
alimentando-se e ganhando peso até o estágio reprodutivo e pré-desova,
no interior de áreas rasas, calmas e protegidas, no interior de diversos
ecossistemas estuarino-lagunares, ao longo de sua área de distribuição
biogeográfica;
Que quando chegado o seu período reprodutivo, coincidente com a
transição entre o outono e o inverno no sul do Brasil, a espécie tende a
concentrar-se junto às desembocaduras dos referidos sistemas estuarino-
lagunares regionais, adensando suas populações;
Que estas populações, uma vez concentradas em imensos cardumes
reprodutivos, no ápice do seu desenvolvimento gonadal, deixam tais
sistemas estuarino-lagunares, desencadeando um processo migratório ao
longo da costa sul-sudeste do Brasil, desde o seu extremo sul, na fronteira
com o Uruguai (incorporando levas sucessivas das populações da espécie,
oriundas da bacia hidrográfica do Rio da Prata, do Estuário do Sistema
Lagunar Patos-Mirim, do rosário de lagoas costeiras situadas entre o litoral
norte do Rio Grande do Sul e o sul de Santa Catarina), beneficiando-se da
simultaneidade da prevalência – no período – da Corrente das Malvinas,
rumo norte;
Que, apesar do grande volume de informações registradas pelos diversos
grupos de pesquisadores(as), de muitas instituições nacionais, sobre a bio-
ecologia desta espécie, especialmente sobre a importância ecológica e
como nicho pré-desova para várias destas populações, relativas ao
Estuário do Sistema Lagunar Patos-Mirim, ainda persistem algumas
184
incertezas na definição de uma (ou mais áreas) perfeitamente delimitada(s)
para a efetiva reprodução da tainha, em pleno Oceano Atlântico;
Que, em face de tais incertezas, o conjunto de informações coligidas por
estes diversos grupos de pesquisadores(as) possibilita a inferência de que
a localização de uma (ou mais áreas) para a efetiva reprodução da tainha,
esteja(m) situada(s) entre o litoral norte de Santa Catarina e o Sul do
Paraná, localização esta que beneficiaria a espécie com águas de
temperaturas bem mais amenas, e com significativo incremento da
disponibilidade de habitas protegidos, ampliando a probabilidade de
sobrevivência das pós-larvas e juvenis;
Que é reconhecida a existência de longo processo migratório inverso, do
contingente de juvenis sobreviventes, os quais deslocam-se de norte para o
sul, adentrando nos sistemas estuarino-lagunares ao longo da costa,
conjuntamente com a intrusão de massas d’águas marinhas, de maior
salinidade, onde se desenvolvem e reiniciam o ciclo da espécie, o qual
somente se completa após um período estimado entre cinco e seis anos;
Que a tainha desempenha um papel vital em diversas tramas tróficas, tanto
nas áreas estuarino-lagunares, como no fluídico ecossistema costeiro-
marinho, representada pelas suas correntes migratórias (dos adultos, para
reprodução, e dos juvenis, para crescimento), constituindo um componente
alimentar de grande diversidade de predadores, desde outras espécies da
ictiofauna, até aves e mamíferos marinhos;
Que grande parte dos referidos sistemas estuarino-lagunares, utilizados
pela tainha nas regiões Sul e Sudeste do Brasil apresentam níveis
diferenciados, mas em vários casos, preocupantes, de degradação
ambiental, causados pela sobreposição de impactos socioambientais
determinados pela ocupação humana desordenada, expansão das
manchas urbanas, despejo de efluentes químicos tóxicos e orgânicos com
possibilidade de contaminação, derivados dos assentamentos
habitacionais, atividades agrosilvopastoris, complexos industriais e
portuários.
185
Recomenda-se a meritória e necessária iniciativa de se estabelecer o
processo de gestão da atividade pesqueira direcionada à tainha deva dialogar,
interagir e atuar, sinérgica e sincronicamente, com as instituições e os esforços
para efetivar o processo transescalar (Federal/Estadual/Municipal) de gestão e
conservação dos ecossistemas costeiros, focalizando-se as características,
potenciais e fragilidades ecossistêmicas, especialmente os referidos sistemas
estuarino-lagunares, imprescindíveis, por sua capacidade de suporte (quando
saudáveis ecologicamente), à alimentação, crescimento e preparação para a
reprodução da espécie-alvo.
187
É preciso rever a falta de permissionamento para as embarcações
motorizadas na região Sul e em algumas localidades da região Centro-Sul, de
forma a prezar pela segurança do trabalho dos envolvidos na atividade. A
utilização de motor não descaracteriza a tradicionalidade, uma vez que a rede é
toda tracionada manualmente. Dessa forma, deve ser estabelecida a garantia de
uso das embarcações com propulsão a motor, e o uso de caminhões na pesca
itinerante, para aquelas comunidades situadas e/ou atuantes entre as regiões
Centro-Sul e Sul de Santa Catarina (assim como no Rio Grande do Sul, por
similaridade de condições geomorfológicas e oceanográficas).
Ao longo do estudo, pode-se perceber que a diferença dos petrechos
empregados na pesca de arrasto de praia se modificam conforme a localidade e,
principalmente, decorrente da fisiografia do ambiente, onde praias com “buracos”
precisam de redes adaptadas para evitar a fuga do peixe, dessa forma, tal questão
deve ser levada em conta também.
Com relação às novas tecnologia empregadas na pesca artesanal de
arrasto de praia, é preciso um olhar crítico, no sentido dos órgãos reguladores
admitirem, como parte de um processo inerente, de contínua recriação da cultura
das comunidades pesqueiras, afinal estas estão imersas e envoltas pela
sociedade industrial/informacional (especialmente considerando-se o grande
aparato tecnológico e esforço de pesca decorrente, da frota industrial, com a qual
a pesca artesanal precisa competir, em desigualdade de condições), e não é
razoável esperar/exigir que as mesmas mantenham-se completamente estáticas
ao longo das transformações incidentes sobre todas as coletividades no
transcurso do tempo.
188
O controle de cotas estabelecido para as modalidades de cerco e emalhe
anilhado (IN nº 7/2020), e que outras modalidades, como o arrasto de
praia, não estão sujeitas ao limite de cotas.
A tainha é um recurso comum entre diferentes modalidades de pesca
(artesanal e industrial) as quais incidem sobre esta espécie no seu
período de migração reprodutiva;
A produção pesqueira artesanal de tainha aparentemente mantinha-se
estável e a partir de 2016 o monitoramento pesqueiro passou a registrar
um volume expressivo antes subnotificado;
A pesca de arrasto de praia é realizada durante todo o ano para diversas
espécies e volta-se à captura da tainha no período da safra, com leves
variações de norte a sul do litoral catarinense;
Foram registradas ao menos cinco espécies principais capturadas pelo
arrasto de praia além da tainha, sendo essas parati, betara, corvina,
pescada e pampo, correspondendo a aproximadamente 30% da
produção desta modalidade no período registrado.
189
produção das localidades, bem como envolver os atores diretamente na gestão
compartilhada desse recurso pesqueiro.
Aspectos de conflitos
Considerando-se:
Que há conflitos de uso de espaço entre pescadores artesanais de
diferentes modalidades, como a utilização de rede de emalhe fixa com
calão;
Que há conflitos entre pescadores e praticantes de esportes náuticos por
utilizarem o mesmo espaço para as suas atividades;
Que há conflitos de uso de espaço entre pescadores de arrasto de praia
devido à falta de demarcação das áreas, sobreposição dos pontos de
pesca e embarcações sem permissionamento;
Que há 60 embarcações com pendência em relação à delimitação
geográfica da área de pesca;
Que há Acordos de Pesca estabelecidos na comunidades e bem-
sucedidos;
Que há disputa pelo recurso pesqueiro por diferentes modalidades de
pesca, e que a pesca de cerco e de emalhe anilhado precisam obedecer
normas como período de pesca, área de pesca e quantidade pescada.
190
É importante que seja revisada a identificação georreferenciada dos pontos
de pesca de arrasto de praia, a fim de atualizar os pontos e acrescentar aqueles
locais que carecem dessa apuração e evitar e/ou corrigir as sobreposições ou
equívocos na definição dos pontos de pesca.
Para a mitigação de conflitos internos é recomendável que seja trabalhado
junto aos pescadores a organização social, abrir espaços para fomentar o diálogo
entre os diferentes atores, como a instalação de Fóruns locais, pode ser outra
estratégia, que somadas, contribuem para o fortalecimento comunitário.
Ao discutir o ordenamento pesqueiro, é indispensável que os sistemas de
gestão comunitária que já acontecem em algumas comunidades, como acordos de
pesca formais e informais, sejam levados em consideração e incorporados na
gestão dessa pescaria.
192
Quadro 19 – Demandas e reivindicações de São Francisco do Sul.
REGIÃO NORTE – SÃO FRANCISCO DO SUL
Ter permissão para uso de mais de uma canoa por ponto (porque às vezes tem de cercar por
trás), desde que seja registrada. Aparecer no registro quantas canoas pode usar.
Deixar a data da pesca da tainha entre 01/05 e 31/07, não precisa ir até dezembro. Nesse período
ser exclusivo para a pesca de arrasto de praia, as outras pescarias com outros petrechos,
poderiam pescar a tainha e se o de arrasto de praia pegar na fauna acompanhante depois desse
período, não ser punido.
Praia de Ubatuba, pega desde Itamirim até a Barra, é uma praia muito grande, hoje tem só 2
pontos, mas dá pra colocar 6 pescadores, dá pra fazer a divisão, mas só para pescador que vive
da pesca.
Rever pescador que tem permissão para mais de um ponto.
Necessidade de uma remarcação dos pontos de pesca, respeitando o histórico de ocupação e a
realidade atual da atividade, garantindo de forma democrática o espaço para que todos possam
pescar. Sempre promovendo discussões conjunta primeiramente com a colônia de pesca, para
ser levado aos pescadores.
Fazer a organização da pesca de arrasto de praia, dando apoio aos pescadores, especialmente
no que diz respeito à fiscalização.
Ter fiscalização no mar para embarcações (lanchas, iates) que trafegam, saem da área de pesca.
IMA/IBAMA (falta contingente) fazer convênio para o município fiscalizar. Fazer um convênio com
a prefeitura para atuar na fiscalização da área do mar, porque na área terrestre tem.
Ter fiscalização da Polícia Ambiental durante a pesca, para acabar com embarcação, rede e
pescador que não vive da pesca (irregular).
Orientação sobre solicitação de rancho. E amparo para poder usar o rancho fixo fora da pesca da
tainha, no verão, por conta das outras pescarias da época.
Precisa de proteção na área do Saco do Iperoba, porque é um criadouro de peixe, de cavalo-
marinho, usa para maricultura.
Maior apoio à colônia de pesca.
193
Quadro 21 – Demandas e reivindicações de Porto Belo.
REGIÃO CENTRO-NORTE – PORTO BELO
Mais eficiência na fiscalização para proteger o pescador, pois na época da tainha todo mundo vira
pescador e o município não fiscaliza, é necessário apreender as redes, o caico e multar, senão
não funciona.
Acabar com a pesca irregular, com os que não possuem licença. É necessário vir fiscalização de
fora para ser eficiente contra a pesca irregular, porque a fiscalização municipal não funciona,
porque são conhecidos/amigos.
Ser mais fácil para pegar a licença.
Vir mais crédito/subsídio para o pescador artesanal.
A pesca da tainha deveria ser só para os artesanais, porque assim nunca ia acabar a pesca da
tainha, porque as traineiras e o emalhe anilhado, pescam muita quantidade, impedindo o peixe de
passar pra desovar (“O pescador artesanal está preservando, porque só pega aquela quantidade.
Se passar pela praia ele pega, ele já está preservando, que ele não vai atrás, ele não vai à
procura, porque ele só pesca aqui na praia. E se a tainha passar lá no alto mar vai embora e vai
desovar milhões de peixes. E se passar um cardume desses a traineira vai lá pegar e aí elas não
vão mais desovar.”).
E também porque o industrial tem outras opções de peixes, mas o pescador de arrasto de praia,
depende muito da tainha.
198
órgãos ambientais, dos limites de exploração dos estoques pesqueiros.
Sem contar que os pescadores acreditam que ações externas, como a
pressão do aumento populacional, aumento da especulação imobiliária,
aumento do turismo, não tratamento de esgotos e o aumento da frota de
pesca industrial, são fatores preponderantes na redução dos estoques
pesqueiros e na degradação dos ecossistemas. Por outro lado, há o
discurso dos órgãos ambientais, que acreditam no não cumprimento das
regras impostas aos pescadores, mesmo em período do defeso
(MENEZES, RONCONI, 2015:129).
199
5. EQUIPE TÉCNICA
COORDENAÇÃO
Dr. Washington Luiz dos Santos Ferreira - Graduado em Oceanologia (1996),
Mestre em Oceanografia Biológica (2004), Doutor em Educação Ambiental (2014)
e realização de pós-doutorado em Geografia (UFSC, 2015), Educação Científica e
Tecnológica (UFSC, 2018) e Educação Ambiental (FURG, 2019). Atuou como
professor tutor na FURG (Especialização em Educação Ambiental), realizando
orientações e co-orientações de trabalhos de conclusão de cursos de graduação
(Oceanologia, FURG; Ciências Biológicas, UFSC) e integrando bancas de
avaliação de graduação e pós-graduação (FURG, UFSC, IPHAN). Realizou
diagnóstico pesqueiro e ambiental, para subsidiar a criação do Parque Nacional
Marinho do Albardão/RS (PNUD - Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento no Brasil/ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade, Dez/2010-Jun/2011). Realizou monitoramento de macro
invertebrados, ecologia reprodutiva de peixes, de siri e camarão-rosa, no Parque
Nacional da Lagoa do Peixe RS, para subsidiar sua gestão quanto à utilização dos
recursos pelos pescadores (PNUD/ICMBio, Jan-Set/2009). Participou do
Programa Agenda 21 Local, municípios do entorno da Reserva Biológica Marinha
do Arvoredo (Núcleo Macaco Prego Vivências Ambientais, Porto Belo, SC, 2006).
Atua em projetos de extensão e na revisão de periódicos (Revista Eletrônica do
Mestrado em Educação Ambiental 2019-2020; Revista de Gestão Costeira
Integrada/Journal of Integrated Coastal Zone Management 2017-2020; Ambiente &
Educação - 2016).
A seguir são apresentadas publicações relacionadas ao tema:
- FERREIRA, Washington. Estratégias alternativas para gestão de Unidades de
Conservação; estudo de caso do Parque Nacional da Lagoa do Peixe, RS (pp: 89-
113). In: FERRETTI, Orlando (Org.). Áreas Protegidas: experiências de pesquisa e
extensão no sul do Brasil. Florianópolis, SC: Edições do Bosque (CFH-UFSC).
Série Sociedade e Meio Ambiente, 2020 (252 p).
200
- FERREIRA, Washington. Conflitos socioambientais entre áreas protegidas e
atividade pesqueira no “Albardão”, extremo sul do Brasil (pp: 197-219). In:
FERRETTI, Orlando (Org.). Áreas Protegidas: experiências de pesquisa e
extensão no sul do Brasil. Florianópolis, SC: Edições do Bosque (CFH-UFSC).
Série Sociedade e Meio Ambiente, 2020 (252 p).
- COSTA-FREDO, G.; FERREIRA, W.L.S. Onde a Educação Ambiental e a
Oceanografia se (des) encontram? Ambiente & Educação (FURG), v. 24, p. 139-
161, 2019.
- MATTOS, P. H.; FERREIRA, W. L. S. Modelos propositivos para a gestão
pesqueira e ambiental na região do Albardão, sul do Rio Grande do Sul.
Desenvolvimento e Meio Ambiente (UFPR), v. 44, p. 183-198, 2018.
- ASMUS, M.L.; NICOLODI, J.L.; SCHERER, M.E.; GIANUCA, K.; COSTA, J. C.;
GOERSCH, L.; HALLAL, G.; VICTOR, K.D.; FERREIRA, W.L.S.; RIBEIRO, J.N.A.;
PEREIRA, C.R.; BARRETO, B.T.; TORMA, L.F.; SOUZA, B.B.; MASCARELLO,
M.; VILLWOCK, A. Simples para ser útil: base ecossistêmica para o
gerenciamento costeiro. Desenvolvimento e Meio Ambiente (UFPR), v. 44, p. 04-
19, 2018.
- FERREIRA, W. L. S. Etapas Históricas e Condicionantes Geopolíticos das
Atividades Socioeconômicas da Ilha de Santa Catarina. Revista Santa Catarina
em História, v. 10, p. 08-26, 2016.
- FERREIRA, W.L.S. Actividades Portuarias en la Isla de Santa Catarina (Brasil):
implicaciones políticas, económicas y ambientales. La Timonera, v. 24, p. 46-49,
2015.
FERREIRA, W.L.S.; ESTEVAM, B.S.; GALIAZZI, M.C. Conflitos Socioambientais
da Expansão Portuária e Implantação do Polo Naval no Estuário da Lagoa dos
Patos, RS. In: 3 Workshop Internacional de História do Ambiente (Florianópolis,
SC. UDESC, 2013).
- FERREIRA, W.L.S.; LIMA, Anabel; CAMPOS, Carla Siqueira. Entre-nós: Linhas
Cruzadas dos Saberes Tradicionais e Científicos na Gestão da Pesca Artesanal.
In: XIII Fórum de Estudos Paulo Freire (Santa Rosa, RS: UNIJUÍ, 2011).
201
- JULIANO, M.C.; FERREIRA, W.L.S.; OLIVEIRA, M.; SOUZA, M.C.H.;
SAGGIOMO, L.S. Expansão Versus Expulsão: O Impacto Socioambiental da
Expansão das Atividades Portuárias na Remoção de Comunidades Pesqueiras no
Estuário da Lagoa dos Patos, RS. In: VII Seminário de Pesquisa Qualitativa -
Fazendo Metodologia (PPG. Educação Ambiental-FURG, 2008).
- FERREIRA, W.L.S. Reestruturação das Redes Pesqueiras Comunitárias na
Península de Porto Belo, SC. In: IX Fórum de Estudos Leituras de Paulo Freire
(PPG. Educação Ambiental-FURG, 2007).
Livros Editados
- FERREIRA, W.L.S. Arquipélagos: cápsulas do tempo e da sociobiodiversidade
das comunidades de pesca artesanal da Ilha de Santa Catarina. Florianópolis, SC:
Usina de Ideias, 2017 (180 p).
- FERREIRA, W.L.S. A Pesca no Extremo Sul do Brasil: categorias, territórios,
conflitos e gestão socioambiental. Rio Grande, RS: Usina de Ideias, 2015 (380 p).
Livro Traduzido
- SCHERER, M.E.G; FERREIRA, W.L.S.; ASMUS, M.L. Política, Gestão e Litoral:
uma nova visão de gestão integrada de áreas litorais. Madrid (ES): Editorial Tébar
Flores, 2016 (Tradução do original de BARRAGÁN MUÑOZ, Juan Manuel).
202
comunidades pesqueiras no litoral brasileiro, no âmbito do processo de
licenciamento ambiental de petróleo e gás.
A seguir são apresentadas publicações relacionadas ao tema:
- PINA, J. V.; CHAVES, P. T. Incidência da pesca de arrasto camaroeiro sobre
peixes em atividade reprodutiva: uma avaliação no litoral Norte de Santa Catarina,
Brasil. Atlântica, v. 1, p. 99-106, 2009.
- BORNATOWSKI, H.; Costa, L.; ROBERT, M. de C.; PINA, J. V. Hábitos
alimentares de tubarões-martelo jovens, Sphyrna zygaena (Charcharhiniformes:
Sphyrnidae), no litoral sul do Brasil. Biota Neotropica, v. 7, p. 213-216, 2007.
- PINA, J. V.; CHAVES, P. T. A pesca de tainha e parati na Baía de Guaratuba,
Paraná, Brasil.. Acta Biologica Paranaense, Acta Biológica Paranaense, v. 34,
n.1,2,3,4, p. 103-113, 2005.
- HALUCH, C. F.; ABILHOA, V.; PINA, J. V. Peixes marinhos do Estado do Paraná
depositados no Museu de História Natural Capão da Imbuia (MHNCI), Curitiba,
Paraná, Brasil. Estudos de Biologia, v. 26, n.56, p. 27-35, 2004.
COLETOR DE DADOS
Esp. Elielson Marcelino - Graduado em Ciências – Licenciatura Plena em Biologia
em 2001 e Especialista em Educação Ambiental em 2019, possui mais de quinze
anos de experiência na implementação e execução de projetos socioambientais,
atuando na elaboração e execução de diagnóstico e planejamento participativos,
entrevistas e censos, com a coleta de dados primários e secundários. Desde abril
de 2017 atua como coordenador técnico adjunto no Programa de Educação
Ambiental da gestão de meio ambiente, saúde e segurança da Administração dos
Portos de Paranaguá e Antonina, tendo realizado diagnóstico socioambiental e
econômico de comunidades pesqueiras para manutenção da licença de operação.
Em 2018 realizou diagnóstico socioeconômico junto a produtores rurais, empresas
com concessão de outorga e demais atores relacionados ao Açude Bitury para o
Programa Produtor de Água, realizado pela TNC-Brasil. Em 2016 realizou
articulação, visita comunitária e diagnóstico socioambiental com comunidades de
pescadores do município de Antonina. De 2013 a 2016 prestou serviços à ALL –
América Latina Logística, tendo realizado diagnóstico junto a comunidades
204
atingidas por ferrovias no estado de São Paulo. Entre 2009 e 2011, realizou
pesquisa socioeconômica junto a diferentes setores da sociedade (em Curitiba/PR
e Campo Largo/PR) para o projeto “Arranjo Educativo Local”, do SESI/SENAI-PR.
Entre 2006 e 2007 participou pelo Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais
da elaboração de Agendas 21 Locais nos municípios de Araucária, São Mateus do
Sul, Paranaguá e Matinhos, por meio do projeto: “De Olho No Ambiente – 2ª
Fase”, patrocinado pela Petrobrás – Petróleo Brasileiro S.A. Entre 2001 e 2002
pela Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS),
realizou Diagnóstico Participativo em comunidades rurais na APA (Área de
Proteção Ambiental) de Guaraqueçaba/PR.
COLETORA DE DADOS
MSc. Anabel de Lima - Graduada em Ciências – Licenciatura Plena em Biologia
em 2000 e Mestra em Educação Ambiental em 2006. Desde abril de 2017 atua
como coordenadora técnica adjunto no Programa de Educação Ambiental da
gestão de meio ambiente, saúde e segurança da Administração dos Portos de
Paranaguá e Antonina em ações socioambientais voltadas às comunidades
pesqueiras e aos trabalhadores e colaboradores. Desde 2018 atua como
consultora para o Programa de Educação Ambiental, Plano de Comunicação
Social e Plano de monitoramento de indicadores sociais para a PCH Foz do
Estrela. Em 2018 participou da realização de diagnóstico socioeconômico com
atores relacionados ao Açude Bitury (município de Belo Jardim/PE) para o
Programa Produtor de Água (TNC-Brasil/APAC). Em 2016 realizou diagnóstico
socioambiental com comunidades de pescadores do município de Antonina para
ações relacionadas a empreendimento portuário local. De 2013 a 2016 prestou
serviços à ALL – América Latina Logística para elaboração de Plano de Ação
socioambiental e ações de diagnóstico junto a comunidades atingidas por ferrovias
no estado de São Paulo. Entre 2009 e 2011, realizou pesquisa socioeconômica
junto a diferentes setores da sociedade (em Curitiba/PR e Campo Largo/PR) para
o projeto “Arranjo Educativo Local”, do SESI/SENAI-PR. Entre 2009 e 2010, foi
coletora de dados junto a piscicultores e produtores rurais, para realização de
205
censo aquícola do Ministério da Pesca e Aquicultura, referente ao ano de 2008,
em seis municípios da região oeste do Paraná. Em 2006 atuou como consultora
PNUD para levantamento de informações e ações educacionais junto a
pescadores artesanais do PARNA Lagoa do Peixe. Entre 2005 e 2008 coordenou
o projeto “Jovem, mostre a sua cara!” (executado pelo Mater Natura – Instituto de
Estudos Ambientais por meio de convênio MMA/FNMA), o qual foi desenvolvido
com jovens das comunidades da Ilha do Mel (Paranaguá/PR). Entre 2002 e 2003
atuou pela Univali, no projeto em convênio como MMA/FNMA "Tecendo Redes de
Educação Ambiental na Região Sul – REASul" no Paraná, realizando pesquisa e
diagnóstico de ações educacionais no Estado do Paraná, para alimentação de
dados junto ao SIBEA – Sistema Brasileiro de Educação Ambiental.
206
6. REFERÊNCIAS
207
011/ini_mpa_mma_10_2011_altrda_regul_permissionamento_completa_altrd_in_1
4_2014_in_01_2015.pdf>. Acesso em 05 de set. 2020.
DIAS, Liliane. Pesca artesanal: Pescadores querem defeso para tainha. Portal
de notícias “Notisul” (Tubarão, SC), 03/Julho/2008. Disponível em:
<https://notisul.com.br/especial/pesca-artesanal-pescadores-querem-defeso-para-
tainha/>. Acesso em: 20 nov. 2020.
209
FERREIRA, Márcia Cristina; DIAS, Marília. Pesca artesanal da tainha em
Bombinhas. In: Website da Fundação Municipal de Cultura de Bombinhas (SC),
2020. Disponível em: <http://www.culturabombinhas.com.br/p/a-pesca-artesanal-
da-tainha-em.html>. Acesso em: 10 nov. 2020.
FURLAN, Oswaldo Antônio. O Texto, sua Linguagem e o Glossário (pp: 07-18). In:
CASCAES, Franklin. O Fantástico na Ilha de Santa Catarina. Florianópolis, SC:
Ed. UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, 2014, 9272 p.
210
GARBIN, T.; CASTELLO, J. P.; KINAS, P. G. Age, growth, and mortality of the
mullet Mugil liza in Brazil’s southern and southeastern coastal regions. Fisheries
Research 149: pp. 61–68, 2014.
GARCIA, A. M.; VIEIRA, J. P.; LOEBMANN, D.; RAMOS, L.; BASEIRA, M.B.
Influência do El Niño 1997-1998 sobre o recrutamento dos juvenis de tainhas
(Pisces: Mugilidae) na zona de arrebentação adjacente à desembocadura da
Lagoa dos Patos, RS, Brasil (pp: 298-300). In: Simpósio Brasileiro sobre Praias
Arenosas (Itajaí, SC: 2000), UNIVALI.
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MARTINS, Carolina. A pesca da tainha no sistema ambiental da ilha de Santa
Catarina, Florianópolis - SC. Trabalho de Conclusão de Curso (Oceanografia) -
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Florianópolis: UFSC, 2016.
MENEZES, N. A.; OLIVEIRA, C.; NIRCHIO, M. And Old Taxonomic dillema: The
Identity of the Western South Atlantic Lebranche Mullet (Teleostei: Perciformes:
Mugilidae). Zootaxa. Vol. 2519: pp. 59- 68, 2010.
213
MINAYO, M. C. S. Construção de indicadores qualitativos para avaliação de
mudanças. Revista Brasileira de Educação Médica, Rio de Janeiro, 33 (1 Supl.
1): pp. 83-91, 2009.
215
SANTA CATARINA. SECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA, DA PESCA
E DO DESENVOLVIMENTO RURAL. Santa Catarina completa um mês com
trajetória de queda no número diário de óbitos por covid. Disponível em:
<https://www.saude.sc.gov.br/index.php/noticias-geral/11620-santa-catarina-
completa-um-mes-com-trajetoria-de-queda-no-numero-diario-de-obitos-por-covid-
19>. Acesso em: 07 dez. 2020.
SIEGLE, Eduardo; ASP, Nils Edvin. Wave Refraction And Longshore Transport
Patterns Along The Southern Santa Catarina Coast. Brazilian Journal of
Oceanography, 55 (02): 109-120, 2007.
SILVANO, R. A.; MACCORD, P. F. L.; LIMA, R. V.; BEGOSSI, A. When does this
fish spawn? Fishermen‟s local Knowledge of migration and reproduction of
Brazilian coastal fishes. Environ. Biol. Fish. 2006. Vol. 76: pp. 371-386.
217
UNIVALI - Universidade do Vale do Itajaí. Relatório técnico de avaliação do
estoque da tainha (Mugil liza) no Sudeste e Sul do Brasil. 2020.
218
7. APÊNDICES
219
Ano Pontos com
Propul Comp. Arqueação
Município Local de pesca Proprietário (a) Embarcação Material fabrica Coordenadas problema de
são (m) Bruta (AB)
ção localização
S27°25’07,5” a
Balneário W48°24’09,2”
ROGERIO DAMASCENO Selma Remo madeira 1984 6,92 1,00 não
Camboriú S27°25’17,4” a
W48°24’05,3”
S26°00’13,8” a
Balneário CLEUSA GERALDO W48°36’14,7”
Praia Central Espada I Remo madeira 1950 6,85 0,45 NI
Camboriú BALTAZAR S26°58’56,3” a
W48°36’14,7”
S27º01´26,1” a
Balneário JOSÉ CARLOS DE W48º34´45,9”
Praia do Estaleiro Campina Remo madeira 1984 6,95 0,30 não
Camboriú ALMEIDA S27º02´19,3” a
W48º34´53,0”
S27º01´26,1” a
Balneário JOSÉ CARLOS DE W48º34´45,9”
Praia do Estaleiro Garça Remo madeira 1977 7,65 0,90 não
Camboriú ALMEIDA S27º02´19,3” a
W48º34´53,0”
sim (extensão
Balneário IVO JANUARIO REIS S26°59’48,9” a
Praia de Laranjeiras Januário Rosa Remo madeira 2008 7,00 total da Praia
Camboriú JUNIOR W48°35’33,4”
das Laranjeiras)
Parte Norte da praia sim,
Balneário
Praia de Laranjeiras ELIAS VICENTE Safra Remo madeira 2015 6,48 entre o “Canto da Bica” e coordenadas
Camboriú
a “Laje da Louca” não demarcadas
sim (extensão
Balneário MARLUZE ANTUNES LIMA S26°59'48,9” a
Praia de Laranjeiras Dona Malu Remo madeira 2008 7,00 1,00 total da Praia
Camboriú NATIVIDADE W048°35’33,4”
das Laranjeiras)
sim (extensão
Balneário RODRIGO ROCHA DA S26°59’48,9” e
Praia de Laranjeiras Dona Flor Remo madeira 2015 8,84 1,00 total da Praia
Camboriú SILVA W048°35’33,4”
das Laranjeiras)
sim (extensão
Balneário RODRIGO ROCHA DA S26°59’48,9” e
Praia de Laranjeiras Yara I Remo madeira 1975 6,50 0,70 total da Praia
Camboriú SILVA W048°35’33,4”
das Laranjeiras)
220
S27º00´38,7” a
Balneário W48º34´43,3” sim, mesma
Praia de Taquaras ARLINDO CORREA Vó Bia Remo madeira 1990 8,98 1,20
Camboriú S27º00´16,2” a demarcação
W48º34´56,4”
S27º00´38,7” a
Balneário W48º34´43,3” sim, mesma
Praia de Taquaras ELADIO EUFLORZINO Silva III Remo madeira 1969 7,50 1,60
Camboriú S27º00´16,2” a W48 demarcação
º34´56,4”
S27º00´38,7” a
Balneário IRINEU JOSÉ JOÃO W48º34´43,3” sim, mesma
Praia de Taquaras Loura Remo madeira 1962 7,70 1,00
Camboriú ALEXANDRE S27º00´16,2” a W48 demarcação
º34´56,4”
Balneário fibra de S27º00´00,6” a
Praia de Taquarinhas JOSUE OSMAR SILVA Nen da Zita Remo 2008 7,50 não
Camboriú vidro W48º34´58,5”
221
S27°08’18,1” a
W048°30’34,3”
Bombinhas Praia de Bombas JOSÉ LUIZ DE MELO Saíra I Remo madeira 7,22 sim
S27°08’25,8” a
W048°30’27,5”
S27°08´05,5” a
W48°30´44,3”
Bombinhas Praia de Bombas JOIVAN SUEL DE MELO Roraima Remo madeira 1982 8,50 0,80 sim
S27°07´58,5” a
W48°0´49,2”
S27°03’46,1” a
W48°30’00,8”
Bombinhas Praia de Bombas JOSÉ OLIMPIO FILHO A Padroeira Remo madeira 2002 8,70 1,10 não
S27°03’33,8” a
W48°30’19,8”
S27°03’46,1” a
W048°30’00,8”
Bombinhas Praia de Bombas JOSÉ OLIMPIO FILHO Faísca II Remo madeira 1973 8,00 não
S 27°03’33,8” a
W048°30’19,8”
S27°03’46,1” a
W048°30’00,8”
Bombinhas Praia de Bombas JOSÉ OLIMPIO FILHO Janaína V Remo madeira 1980 6,00 não
S27°03’33,8” a
W048°30’19,8”
S27°03’46,1” a
W048°30’00,8”
Bombinhas Praia de Bombas CLAUDIO OSMAR OLIMPIO Santa Cecília Remo madeira 1979 7,10 não
S27°03’33,8” a
W048°30’19,8”
S27°08’37,5’’ a
Porto dos W48°30’20,1’’
Bombinhas Praia de Bombas CLAUDIO OSMAR OLIMPIO Remo madeira 2002 8,70 1,00 sim
Milagres S27°08’46,4’’ a
W48°30’00,1’’
S27°08’41,4’’ a
W48°30’09,9’’
Bombinhas Praia de Bombas LINDOMAR JOSÉ OLIMPIO Santa Rosa Remo madeira 1978 7,44 0,80 sim
S27°08’37,6’’ a
W48°30’12,9’’
S27°07’55,3” a
W48°30’49,2”
Bombinhas Praia de Bombas NILSON JOÃO SCHMIT Estrela Dalva Remo madeira 1988 8,00 0,60 sim
S27°08’01,1” a
W48°30’46,6”
S27°07’55,3” a
W48°30’49,2”
Bombinhas Praia de Bombas NILSON JOÃO SCHMIT Estrela Dalva Remo madeira 2013 7,60 sim
S27°08’01,1” a
W48°30’46,6”
222
S27°08’05,5” a
Praia de Bombas W048°30’44,3”
Bombinhas JULIO GONÇALVES YEE Galheta B Remo madeira 2007 10,00 1,30 não
(canto) S27°07’58,5” a
W048°30’44,2”
S27°08’05,5” a
Praia de Bombas W048°30’44,3”
Bombinhas JULIO GONÇALVES YEE Galheta B I Remo madeira 2005 8,50 1,00 não
(canto) S27°07’58,5” a
W048°30’44,2”
S27°08’53,4” a
BENJAMIM BENTO DA W48°29’28,0"
Bombinhas Praia de Bombinhas Vista Alegre Remo madeira 1980 8,66 1,50 não
SILVA S27°08’47,2" a
W48°29’42,7”
S27°03’40,3” a
DORIVAL GONZAGA DA W48°28’36,9”
Bombinhas Praia de Bombinhas Almerinda Remo madeira 1977 7,00 não
SILVA S27°03’42,0” a
W48°28’35,8”
S27°03’42,9” a
DORIVAL GONZAGA DA W48°28’35,7”
Bombinhas Praia de Bombinhas Três Irmãs Remo madeira 1963 8,50 2,30 não
SILVA S27°03’35,7” a
W48°28’34,1”
S27°08’54,1” a
W48°29’28,4”
Bombinhas Praia de Bombinhas GILBERTO PEDRO MAFRA Cristo me Salvou Remo madeira 1978 6,00 0,60 não
S27°08’55,3” a
W48°29’10,4”
S27°08’54,1” a
W48°29’28,4”
Bombinhas Praia de Bombinhas GILBERTO PEDRO MAFRA Luar de Prata I Remo madeira 1971 6,00 0,30 não
S27°08’55,3” a
W48°29’10,4”
S27°12’02,9” a
WANDERLEY DA PAIXÃO W048°29’33,6” sim, mesma
Bombinhas Praia da Conceição Itita Remo madeira 1970 7,80 1,10
MARTINS S27°12’ 0,4” a demarcação
W048°29’21,7”
S27°12’02,9” e
WANDERLEY DA PAIXÃO W048°29’33,6” sim, mesma
Bombinhas Praia da Conceição Itita II Remo madeira 1970 7,80 1,10
MARTINS S27°12’10,4” e demarcação
W048°29’21,7”
S27°12’02,9” a
NORBERTO MANOEL DE W048°29’33,6” sim, mesma
Bombinhas Praia da Conceição Porto da Vó Remo madeira 2015 8,70 0,70
MARIA S27°12’10,4” a demarcação
W048°29’21,7”
223
S27°08’39,8” a
Praia dos
W048°28’37,5”
Bombinhas Ingleses/Retiro dos ZUMA DA MATA MELO Artista Remo madeira 1981 8,70 0,10 não
S27°08’46,0” a
Padres
W048°28’30,0”
S27°10´05,0” a
ALEXANDRE JOÃO DE W48°29´53,9”
Bombinhas Praia de Mariscal Boa Viagem III Remo madeira 1958 7,50 não
MELO S27º10´21,6” a
W48º°29´57,9”
S27°10´05,0” a
ALEXANDRE JOÃO DE W48°29´53,9”
Bombinhas Praia do Mariscal Canaã Remo madeira 2004 8,52 1,30 não
MELO S27º10´21,6” a
W48º°29´57,9”
S27°11’40,8” a W048°
29’50,0”
Bombinhas Praia do Mariscal JOÃO ELPIDIO SERPA Samaria Remo madeira 1974 8,80 0,80 não
S27°10’49,8” a W048°
29’58,8”
S27°11’39,9” a W
48°29’50,9”
Bombinhas Praia do Mariscal JOÃO ELPIDIO SERPA Sempre Alerta Remo madeira 1974 8,08 0,70 não
S27°10’50,0” a
W48°30’00,1”
S27°10´42,0” a
W48°30´00,4”
Bombinhas Praia do Mariscal JOÃO ELPIDIO SERPA Xirlei Remo madeira 1983 8,50 1,40 não
S27°11´28,8” a
W48°29´53,4”
CLAUDIONOR CARLOS Da Pedra da Andorinha sim, não
Bombinhas Praia da Sepultura PINHEIRO & CLAUDIR Aventureira Remo madeira 1980 7,55 até a residência do Sr. demarcada por
CARLOS PINHEIRO Renato Ammann coordenadas
CLAUDIONOR CARLOS Da Pedra da Andorinha sim, não
Bombinhas Praia da Sepultura PINHEIRO & CLAUDIR Netinha Remo madeira 1986 7,33 até a residência do Sr. demarcada por
CARLOS PINHEIRO Renato Ammann coordenadas
CLAUDIONOR CARLOS Da Pedra da Andorinha sim, não
Bombinhas Praia da Sepultura PINHEIRO & CLAUDIR Taty Remo madeira 1986 7,75 até a residência do Sr. demarcada por
CARLOS PINHEIRO Renato Ammann coordenadas
S27°12’55,8” a
W48°30’29,4’’
Bombinhas Praia da Tainha LUIZ MANOEL CONCEIÇÃO Surpresa C Remo madeira 2002 7,80 sim
S27°12’55,4” a
W48°30’31,8’’
S27°12’55,8” a
W48°30’29,4’’
Bombinhas Praia da Tainha VALDIR OTAVIO CABRAL Sofia IV Remo madeira 1979 7,50 sim
S27°12’55,4” a
W48°30’31,8’’
224
JOSÉ AUGUSTO COELHO LT – 27.2172
Bombinhas Praia da Tainha Nova Fé Remo madeira 1980 7,75 2,30 sim
NEVES LG – 48.5106
225
S27°24’34,1” a
Cachoeira do Bom W48°25’45,9”
Florianópolis OVIDIO MARCOS ZIRKE Nathalia Remo madeira 2010 6,90 não
Jesus S27°24’41,0” a
W48°25’44,8”
S27°24’08,6” a
Cachoeira do Bom W48°25’45,1”
Florianópolis OVIDIO MARCOS ZIRKE Tamara Remo madeira 2010 7,00 não
Jesus S27°24’25,4” a
W48°25’47,3”
S27°24’25,4” a
Cachoeira do Bom SERGIO ORLANDO DA W48°25’46,4”
Florianópolis Nativa Remo madeira 1980 6,60 não
Jesus SILVA S27°24’31,1” a
W48°25’46,3”
S27°45´49,8” a
DEJALMA ALTAMIRO W4°34´46,5”
Florianópolis Caiacanga Estrela do Mar Remo madeira 1996 6,00 não
PEREIRA S27°45'58,3” a
W48°34´30,0”
S27°41´16,6” a
W48°28´52,2”
Florianópolis Campeche APARICIO MANOEL INACIO Celia Remo madeira 1957 9,30 0,90 não
S27°43´04,8” a
W48°30´11,5”
S27°41´16,6” a
W48°28´52,2”
Florianópolis Campeche GETULIO MANOEL INACIO Glória Remo madeira 1952 11,50 5,20 não
S27°43´04,8” a
W48°30´11,5”
S27°41´17,1” a
W48°28´50,0”
Florianópolis Campeche PEDRO APARICIO INACIO Renilda Remo madeira 1951 8,00 0,70 não
S27°43´04,7” a
W48°30´13,9”
S27°41’23,4’’ a
W48°28’54,0’’
Florianópolis Campeche FABIO EUZEBIO DANIEL Carrochinha Remo madeira 1985 8,70 1,65 sim
S27°38’35,4’’ a
W48°27’40,7’’
S27°41’23,4’’ a
W48°28’54,0’’
Florianópolis Campeche FABIO EUZEBIO DANIEL Fada Remo madeira 1980 8,74 1,00 sim
S27°38’35,4’’ a
W48°27’40,7’’
S27°41’23,4’’ a
MARIA DA CONCEIÇÃO W48°28’54,0’’
Florianópolis Campeche Borboleta II Remo madeira 2007 9,34 1,00 sim
PIRES LOPES S27°38’35,4’’ a
W48°27’40,7’’
226
S27°41’23,4’’ a
MARIA DA CONCEIÇÃO W48°28’54,0’’
Florianópolis Campeche Borboleta III Remo madeira 2007 7,85 0,80 sim
PIRES LOPES S27°38’35,4’’ a
W48°27’40,7’’
S27°41’23,4’’a
MARIA DA CONCEIÇÃO W48°28’54,0’’
Florianópolis Campeche Samaritana Remo madeira 1967 9,30 1,10 sim
PIRES LOPES S27°38’35,4’’a
W48°27’40,7’’
S27°25’38,7” a
W048°28’09,3”
Florianópolis Canasvieiras ALVARO MURILO SARDA Valsa Remo madeira 1979 6,50 0,10 não
S27°25’36,4” a
W048°28’20,1”
S27°25’39,0’’a
W48°28’03,3’’
Florianópolis Canasvieiras LUCIANO BASTOS Maresia Remo madeira 1991 6,20 não
S27°25’39,4’’a
W48°27’54,2’’
S27°25´21,6” a
ORACIDES FRANCISCO W48°26´20,0”
Florianópolis Canasvieiras Ciderela Remo madeira 1989 4,70 não
DOS SANTOS S27°25´15,6” a
W48°26´08,5”
S27°25´37,1” a
AURINO JUSTINO W48°27´17,6”
Florianópolis Canasvieiras América I Remo madeira 1979 6,20 não
PACHECO S27°25´37,5” a
W48°27´22,5”
AURINO JUSTINO S27°25`38,9" a
Florianópolis Canasvieiras Aparecida Remo madeira 1986 6,19 0,30 não
PACHECO W48°27`38,9``
S27°26’65,1”a
ALMIR ADENIR DOS W48°31’45,0”
Florianópolis Praia da Daniela Maria das Graças Remo madeira 5,00 não
SANTOS S27°26’ 77,3” a
W48°31’81,4”
S27°26’9,94” a
ENIVALDO PEDRO DA W048324,6”
Florianópolis Praia da Daniela Juliana Remo madeira 2000 4,20 1,00 não
SILVA S27°27’12,7” a
W048°32’47,6”
Florianópolis Praia da Daniela ROBERTO ANIBAL ALVES Lucia Remo madeira 1960 6,40 sim
S27°26’48,7’’a
VALMOR TEMOTEO W48°31’59,9’’
Florianópolis Praia da Daniela Esperança II Remo madeira 2002 5,50 não
MACHADO S27°26’46,7’’a
W48°31’48,9’’
227
S27°26´47,2” a
MARIA TEREZINHA W48°32´10,5”
Florianópolis Praia da Daniela Saragaço Remo madeira 1980 5,00 não
ROMIDA S27°26´56,8” a
W48°32´20,2”
S27°26´41,2” a
MARIA TEREZINHA W48°32´10,5”
Florianópolis Praia da Daniela Izabely Remo madeira 1995 4,00 0,20 não
ROMIDA S27°26´56,8” a
W48°32´20,2”
S27°39’03,9” a
EZANIR AMBROSIO fibra de W048°28’02,9”
Florianópolis Joaquina Inzibida Remo 1999 9,60 2,00 não
ALEXANDRE vidro S27°37’43,5” a
W048°26’52,8”
S27°26’07,9’’ a
W48°30’22,0’’
Florianópolis Jurerê CLAUDINEI DA VENTURA Aventureira Remo madeira 1978 6,20 não
S27°26’11,3’’ a
W48°30’11,2’’
S27°26´15,8” a
NILSON FRANCISCO fibra de W48º°29´37,2”
Florianópolis Jurerê Pitu II Remo 2000 5,16 1,00 não
MAFRA vidro S27°26´15,4” a
W48°29´40,2”
S27°50’39,9” a
W48°26’12,3”
Florianópolis Jurerê LUCIANO FAUSTINO Pérola II Remo madeira 1992 5,20 1,00 não
S27°26’12,3” a
W48°29’26,9”
S27°25’57,1” a
W0,48°30’49,1”
Florianópolis Jurerê Internacional NILTON AGENOR GAIA Lena do Mar Remo madeira 2008 6,50 não
S27°26’00,4” a
W0,48°30’40,2”
S27°42’24,8” a
HIGO ADEMAR DOS W48°29’52,2”
Florianópolis Morro das Pedras Dona Laura Remo madeira 1900 8,00 0,70 não
SANTOS S27°44’05,5” a
W48°30’28,7”
S27°47’01,07” a
Praia do Pântano do ARANTE JOSE MONTEIRO W48°30’24,69”
Florianópolis Osmarina Remo madeira 1964 8,74 1,00 não
Sul FILHO S27°47’48,31” a
W48°32’04,67”
S27°46’56,4” a
Praia do Pântano do ARANTE JOSE MONTEIRO W48°30’28,3”
Florianópolis Zé Gancheiro Remo madeira 1951 9,35 1,70 não
Sul e Solidão FILHO S27°47’42,3” a
W48°32’04,7”
228
S27°23’40,7” a
EDEMAR MANOEL DAS W48°26’03,0”
Florianópolis Ponta das Canas Cinderela II Remo madeira 1969 7,50 0,80 não
NEVES S27°23’50,4” a
W48°25’54,2”
Florianópolis Ponta das Canas DARCY MANOEL DA SILVA Vera Lucia Remo madeira 1969 7,50 0,70 sim
S27°23´44,5” a
ALIOMAR MANOEL DE W48°26´00,3”
Florianópolis Ponta das Canas Saíra Remo madeira 2007 6,80 0,60 não
LIMA S27°23´40,8” a
W48°26´04,6”
S27°25’01,2” a
ROMARIO JOSÉ DE W48°25’50,6”
Florianópolis Ponta das Canas Vamos com Deus Remo madeira 1900 7,80 0,40 não
MAGALHÃES S27°24’55,4” a
W48°25’46,8”
S27°23´35,3” a
NILDO VILMAR DOS W48°24´54,0”
Florianópolis Praia Brava Feliz nas Ondas Remo madeira 2002 8,54 2,00 não
SANTOS S27°24´18,8” a
W48°24´43,8”
S27°24’19,7” a
NILDO VILMAR DOS W48°24’40,7”
Florianópolis Praia Brava Praia Brava I Remo madeira 2002 8,72 1,00 não
SANTOS S27°23’34,4”a
W48°24’52,0”
S27°24’19,7” a
NILDO VILMAR DOS W48°24’40,7”
Florianópolis Praia Brava Praia Brava II Remo madeira 2002 9,10 1,00 não
SANTOS S27°23’34,4” a
W48°24’52,0”
S27°24’19,7” a
NILDO VILMAR DOS W48°24’40,7”
Florianópolis Praia Brava Praia Brava III Remo madeira 2002 9,10 1,00 não
SANTOS S27°23’34,4” a
W48°24’52,0”
S27°23´35,3” a
NILDO VILMAR DOS W48°24´54,0”
Florianópolis Praia Brava Praia Brava IV Remo madeira 1999 8,72 1,00 não
SANTOS S27°24´18,8” a
W48°24´43,8”
S27°26´0,02” a
W48°31´10,9”
Florianópolis Praia do Forte RAFAEL ANIBAL ALVES Rosimar Remo madeira 1996 7,30 0,50 não
S27°25´56,2” a
W48°31´08,2”
229
S27°35’53,3’’a
ASSOCIAÇÃO DE
W48°25’43,7’’
Florianópolis Praia da Galheta PESCADORES DO RETIRO Rainha do Mar III Remo madeira 1900 8,00 1,00 sim
S27°35’31,4’’a
DA LAGOA
W48°25’13,4’’
S27°35’53,3” a
ASSOCIAÇÃO DE W48°25’43,7”
Florianópolis Praia da Galheta Leão do Mar II Remo madeira 2011 5,35 sim
PESCADORES DO RETIRO S27º35’31,4” a
DA LAGOA W48º25’13,4”
S27°35’53,3’’ a
LOURIVAL MANOEL Pérola do W48°25’43,7’’
Florianópolis Praia da Galheta Remo madeira 1990 8,60 0,80 sim
TEIXEIRA Atlântico S27°35’31,4’’ a
W48°25’13,4’’
S27°35’32,01’’ a
LOURIVAL MANOEL Pérola do W48°25’13,4’’
Florianópolis Praia da Galheta Remo madeira 1996 8,00 1,20 não
TEIXEIRA Atlântico II S27°35’53,3’’ a
W48°25’42,0’’
sim,
Florianópolis Praia do Gravatá DARCI MAURILIO NUNES Show da Vida VI Remo madeira 1997 8,00 0,30 coordenadas
não demarcadas
S27°25´00,6” a
W48°25´49,8”
Florianópolis Praia dos Ingleses AGUINALDO IVO GARCIA Pequena Sereia Remo madeira 1995 5,60 não
S27°25´05,2” a
W48°25´54,2”
S27°26´57,1” a
ARNALDO TOMAZ DOS W48°3´38,8”
Florianópolis Praia dos Ingleses Pompéia II Remo madeira 2001 8,08 1,00 não
SANTOS S27°26´05,5” a
W48°23´31,0”
S27°25´55,3” a
ARNALDO TOMAZ DOS W48°23´40,3”
Florianópolis Praia dos Ingleses Pompéia Remo madeira 1990 8,50 0,85 não
SANTOS S27°26´05,4” a
W48°23´31,3”
S27°26´05,1” a
ERNANDE NEVES DA W48°23´32,1”
Florianópolis Praia dos Ingleses Estrela do Mar I Remo madeira 2008 7,70 não
SILVEIRA S27°26´14,7” a
W48°23´22,1”
S27°26’38,4” a
ERNANDE NEVES DA W48°22’17,2”
Florianópolis Praia dos Ingleses Estrela do Mar III Remo madeira 1999 7,98 não
SILVEIRA S27°26’37,0” a
W48°22’12,5”
230
S27°26´04,6” a
ERNANDE NEVES DA W48°23´31,8”
Florianópolis Praia dos Ingleses Estrela do Mar XII Remo madeira 1989 8,00 1,00 não
SILVEIRA S27°26´02,2” a
W48°23´33,8”
S27°26’38,4” a
ERNANDE NEVES DA W48°22’17,2”
Florianópolis Praia dos Ingleses Platina II Remo madeira 1979 8,36 0,70 não
SILVEIRA S27°26’37,0” a
W48°22’12,5”
S27°24’59,0” a
ERNANDE NEVES DA W48°24’13,3”
Florianópolis Praia dos Ingleses Platina III Remo madeira 1965 8,80 0,90 não
SILVEIRA S27°25’05,2” a
W48°24’10,5”
S27°26’38,0” a
ERNANDE NEVES DA W48°22’16,6”
Florianópolis Praia dos Ingleses Platina IV Remo madeira 2008 8,80 0,60 não
SILVEIRA S27°26’37,8” a
W48°22’38,0”
S27°25’02,1” a
W48°25’54,4”
Florianópolis Praia dos Ingleses JOEL DE SOUZA BRITO Jóia Rara V Remo madeira 1980 5,30 1,00 não
S27°25’10,5” a
W48°26’01,0”
S27°25’02,1” a
W48°25’54,4”
Florianópolis Praia dos Ingleses JOEL DE SOUZA BRITO Jóia Rara III Remo madeira 1968 6,70 1,00 não
S27°25’10,5” a
W48°26’01,0”
S27°25’36,3” a
JOSÉ CARMO DOS W48°23’54,1”
Florianópolis Praia dos Ingleses Isadora Remo madeira 2008 8,90 1,00 não
SANTOS S27°25’47,8” a
W48°23’46,8”
S27°26´38,4” a
JOSÉ GENEROSO DA Nossa Senhora do W48°22´17,2”
Florianópolis Praia dos Ingleses Remo madeira 1959 7,94 0,30 não
SILVA Mar S27°26´37,0” a
W48°22´12,5”
S27°25’17,4” a
LAURECI ALVES DOS W48°24’05,3”
Florianópolis Praia dos Ingleses Galheta Remo madeira 1966 8,50 1,60 não
SANTOS S27°25’31,0” a
W48°23’58,2”
S27°26´46,9” a
W048°22´98,7”
Florianópolis Praia dos Ingleses MARCIO LAURO DE SOUZA Rancho Souza Remo madeira 1980 8,36 1,10 não
S27°26´53,2” a
W048°22´85,0”
231
S27°29’10,6” a
MARIO CESAR W48°23’17,6”
Florianópolis Praia dos Ingleses Francine Remo madeira 1962 7,00 1,40 não
RODRIGUES S27°28”52,34” a
W48°22’51,59”
S27°25’07,5” a
NELY VASCONCELOS DOS W48°24’07,5”
Florianópolis Praia dos Ingleses Paula Remo madeira 1981 8,50 0,90 não
SANTOS S27°25’17,4” a
W48°24’05,3”
S27°25´03,8” a
NILO PEDROSO DOS Vamos com Deus W048º°24´10,8”
Florianópolis Praia dos Ingleses Remo madeira 1910 8,60 1,00 não
SANTOS I S27°24´54,4” a
W048°24´14,4”
S27°25´48,7” a
NILO PEDROSO DOS W048°23´46,2”
Florianópolis Praia dos Ingleses Sant'Ana Remo madeira 1947 8,00 0,60 não
SANTOS S27°25´46,5” a
W048°23´47,6”
S27°25´04,4” a
RAFAEL LOPES Vamos com Deus W048º°4´10,8”
Florianópolis Praia dos Ingleses Remo madeira 1990 8,65 não
GONÇALVES II S27°25´11,4” a
W048°24´07,6”
S27°26’38,9”a
SEBASTIÃO JUVELINO W48°22’17,4”
Florianópolis Praia dos Ingleses J.L.S Remo madeira 1988 8,10 1,00 não
DOS SANTOS S27°26’36,6”a
W48°22’12,6”
S27°26’22,3”a
SEBASTIÃO JUVELINO W48°23’10,1”
Florianópolis Praia dos Ingleses Luiza XI Remo madeira 1971 8,50 1,70 não
DOS SANTOS S27°26’38,9” a
W48°22’17,4”
Nossa Senhora Canto Sul da Praia dos
Florianópolis Praia dos Ingleses MANOEL JOÃO COELHO Remo madeira 1970 8,70 1,00 sim
Aparecida Ingleses
S27°26´17,7” a
VALCIR GETÚLIO DA SILVA W48°23´14,2”
Florianópolis Praia dos Ingleses Andrea Silva Remo madeira 1980 8,80 1,00 não
(ESPÓLIO) S27°26´27,7” a
W48°23´06,7”
S27°23’19,6” a
EDEMAR MANOEL DAS W48°25’14,7”
Florianópolis Praia da Lagoinha Boa Fé I Remo madeira 1968 8,60 0,90 não
NEVES S27°23’18,5” a
W48°25’44,5”
232
S27°23’19,9” a
EDEMAR MANOEL DAS W48°25’37,9”
Florianópolis Praia da Lagoinha Flomar Remo madeira 1958 7,00 1,80 não
NEVES S27°23’21,4” a
W48°25’15,5”
EDEMAR MANOEL DAS
Florianópolis Praia da Lagoinha Flomar I Remo madeira 1964 7,92 1,34 não
NEVES
S27°23´20,9” a
EDEMAR MANOEL DAS W48°25´15,2”
Florianópolis Praia da Lagoinha Fragata Remo madeira 1985 7,00 1,00 não
NEVES S27°23´21,6” a
W48°25´22,7”
S27°23’20,9” a
EDEMAR MANOEL DAS W48°25’15,2”
Florianópolis Praia da Lagoinha Garça Azul Remo madeira 6,30 0,80 não
NEVES S27°23’21,6” a
W48°25’22,7”
S27°23´20,9” a
EDEMAR MANOEL DAS W48°25´15,2”
Florianópolis Praia da Lagoinha Japura Remo madeira 1973 7,78 0,30 não
NEVES S27°23´21,6” a
W48°25´22,7”
S27°23’17,2” a
EDEMAR MANOEL DAS W48°25’45,3”
Florianópolis Praia da Lagoinha Santa Paulina Remo madeira 1981 8,00 0,70 não
NEVES S27°23’18,6” a
W48°25’14,0”
S27°23´21,1” a
HIPOLITO TOMAZ DE W48°25´14,1”
Florianópolis Praia da Lagoinha Flor do Mar Remo madeira 1987 8,00 0,42 não
OLIVEIRA S27°23´20,8” a
W48°25´33,4”
S27°23´21,1” a
HIPOLITO TOMAZ DE Nossa Senhora W48°25´14,1”
Florianópolis Praia da Lagoinha Remo madeira 1987 6,08 0,48 não
OLIVEIRA das Neves S27°23´20,8” a
W48°25´33,4”
S27°30’43,5” a
W48°24’37,1”
Florianópolis Praia do Moçambique EDI JOÃO DE BARCELOS Sueli Remo madeira 1998 6,10 não
S27°30’01,6”a
W48°24’04,5”
S27°30’43,5” a
W48°24’37,1”
Florianópolis Praia do Moçambique EDI JOÃO DE BARCELOS Sueli Remo madeira 1998 4,00 não
S27°30’01,6” a
W48°24’04,5”
233
S27°30’06,5” a
W48°24’09,8”
Florianópolis Praia do Moçambique PAULO JOSÉ FRANCISCO Rodrigo Remo madeira 1984 7,60 não
S27°29’12,6” a
W48°23’19,2
S27°50´07,5” a
W48°33´35,5”
Florianópolis Praia de Naufragados FLAVIO ARGINO MARTINS Marli I Remo madeira 8,20 2,00 não
S27°50´00,5” a
W48°33´58,4”
S27°50’07,5” a
Nossa Senhora W48°33’35,5”
Florianópolis Praia de Naufragados FLAVIO ARGINO MARTINS Remo madeira 1979 8,37 0,80 não
das Graças S27°50’00,5” a
W48°33’58,4,0”
S27°29’10,6” a
W48°23’17,6”
Florianópolis Praia do Rio Vermelho JOÃO MANOEL VIEIRA Santa Paulina Remo madeira 1980 9,45 2,00 não
S27°28”52,34” a
W48°22’51,59”
S27°27´56,5” a
W48°22´37,8”
Florianópolis Praia do Santinho ANTONIO MANOEL FILHO Araraguara Remo madeira 1988 10,00 1,50 não
S27°27´9,3” a
W48°22´20,9”
S27º°7´56,5” a
W48°22´37,8”
Florianópolis Praia do Santinho ANTONIO MANOEL FILHO Gargalhada I Remo madeira 1985 9,00 2,40 sim
S27°27´9,3” a
W48°22´20,9”
S27°27´56,5” a
W48°22´37,8”
Florianópolis Praia do Santinho JOSÉ FILHO DE SOUZA São Pedro Remo madeira 1985 9,10 1,80 sim
S27°27´9,3” a
W48°22´20,9”
S27°27´56,5” a
W48°22´37,8”
Florianópolis Praia do Santinho DOMINGOS JOÃO FLOR Estrela II Remo madeira 1980 8,50 1,00 sim
S27°27´9,3” a
W48°22´20,9”
S27°27´9,3” a
Maria Aparecida W48°22´20,9”
Florianópolis Praia do Santinho DOMINGOS JOÃO FLOR Remo madeira 2008 8,70 1,00 não
III S27°26´59,1” a
W48°22´15,1”
S27°27´9,3” a
W48°22´20,9”
Florianópolis Praia do Santinho DOMINGOS JOÃO FLOR Maria Aparecida II Remo madeira 1967 9,00 1,10 não
S27°26´59,1” a
W48°22´15,1”
234
S27°27´55,6” a
W48°22´37,2”
Florianópolis Praia do Santinho JOÃO OSTACIO DA SILVA Daniela Remo madeira 2008 8,90 1,00 não
S27°27´02,6” a
W48°22´170”
sim,
fibra de Ponto entre Sr. Clovis e
Florianópolis Ratones DOMINGOS JOSÉ ORELO Vitara Remo 2000 4,50 coordenadas
vidro Sr. Valmor
não demarcadas
S27°45´58,9 a
OZENETE IZAURA DE W48°34´27,3´´
Florianópolis Ribeirão da Ilha Bafugen Remo madeira 2020 7,00 não
SOUZA S27°45´57,5 a
W48°34´29,3´´
S27°48´13,14” a
W48°33´56,63”
Florianópolis Ribeirão da Ilha ADILSON PEDRO MARTINS Alvi Negra Remo madeira 1966 5,82 não
S27°48´31,50” a
W48°33´38,92”
S27°48´13,14” a
W48°33´56,63”
Florianópolis Ribeirão da Ilha ADILSON PEDRO MARTINS Alvi Negra II Remo madeira 1966 5,90 não
S27°8´31,50” a
W48°33´38,92”
S27°45´36,9” a
JOSÉ PAULO DA W48°34´23,4”
Florianópolis Ribeirão da Ilha Amorosa Remo madeira 1980 5,56 1,00 não
NATIVIDADE S27°45´41,9” a
W48°34´45,1”
S27°45’41,9” a
JOSÉ PAULO DA W48°34’45,1”
Florianópolis Ribeirão da Ilha Curreca Remo madeira 1978 6,05 0,10 não
NATIVIDADE S27°45’36,9” a
W48°34’23,4”
S27°45´35,8” a
JOSÉ PAULO DA W48°34´21,9”
Florianópolis Ribeirão da Ilha Curreca II Remo madeira 1993 6,07 não
NATIVIDADE S27°45´41,4” a
W48°34´42,4”
235
Dos Búfalos e S28°06”09,9594’ a
Garopaba ANTONIO DA SILVEIRA Remo madeira 2008 8,70 1,00 não
Totó W48°38”09,6383’
S27°57’35,7’’a
W48°37’32,8’’
Garopaba Gamboa ALTAIR VIEIRA Marilene II Remo madeira 1971 8,58 1,80 não
S27°55’24,6’’ a
W48°36’24,2’’
S27°57´35,7” a
W27°55´24,6”
Garopaba Gamboa AILTON VIEIRA Zalim II Remo madeira 8,60 0,90 não
S27º°55´24,6” a
W48°36´24,2”
S28°04´54,4” a
W48°37´44,9”
Garopaba Praia da Barra HILARIO MANOEL BENTO Camponesa II Remo madeira 1962 8,00 0,70 não
S28°04´27,5” a
W48°37´31,1”
S27°35´28,7” a
W48°43´21,1”
Garopaba Praia da Ferrugem HILARIO MANOEL BENTO Camponesa III Remo madeira 1976 8,00 0,80 não
S27°04´35,7” a
W48°37´39,5”
S26°11’51,2” a W
48°31’41,3”
Garopaba Praia da Ferrugem HILARIO MANOEL BENTO Camponesa I Remo madeira 1972 8,60 1,00 não
S26°12’27,4” a
W48°31’35,0”
S27°59’53,9” a
W48°38’14,8”
Garopaba Praia de Garopaba MAURO SANTANA Boa Fé Remo madeira 1977 8,00 0,60 não
S28°01’10,9” a
W48°36’37,2”
S28°02’41,9” a W
48°36’35,5”
Garopaba Praia da Silveira PAULO FERNANDES Ana Paula I Remo madeira 1993 8,56 1,10 não
S28°02’06,5” a
W48°36’21,4”
VERIANO MANOEL
Garopaba Praia da Silveira Roseli Remo madeira 1991 8,40 sim
FERNANDES
S28°01’24,8” a
FRANCISCO Nossa Senhora da W48°36’55,0”
Garopaba Praia da Vigia Remo madeira 1962 8,50 0,70 não
ALEXANDRINA NETO Boa Viagem S28°01’10,9”a
W48°36’37,2”
S27°59’53,9” a
W48°38’14,8”
Garopaba Praia da Vigia PEDRO PAULO DA SILVA Xirle Remo madeira 1979 8,50 0,90 não
S28°01’10,9” a
W48°36’37,2”
236
S28º°1´24,1” a
W48°37´01,7”
Garopaba Prainha PEDRO PAULO DA SILVA Rosemari Remo madeira 1962 8,50 0,70 não
S28°01´11,2” a
W48°36´37,7”
237
Ano Pontos com
Propul Comp. Arqueação
Município Local de pesca Proprietário (a) Embarcação Material fabrica Coordenadas problema de
são (m) Bruta (AB)
ção localização
S28°06’10,4” a
W48°38’12,6”
Imbituba ANASTACIO SILVEIRA Vai na Certa Remo madeira 1963 8,30 0,80 não
S28°06’28,9” a
W48°38’09,0”
MARIA LEALCINA S28°08”21,5090’ a
Imbituba Pulomar Remo madeira 1965 8,90 1,20 não
MARQUES W48°38”23,9818’
S28°08”20,9847’ a
Imbituba VERGINIO DA SILVEIRA 5 Estrelas Remo madeira 2005 11,00 0,90 não
W48°38”24,7309’
S28°13”36,6310’ a
Imbituba EMERSON DOS SANTOS Natacha I Remo madeira 1980 7,03 3,00 não
W48°39”42,4338’
S28°13”37,1122’ a
Imbituba EMERSON DOS SANTOS Gisele IV Remo madeira 1993 6,34 0,50 não
W48°39”42,6903’
coordenada não
Imbituba Praia Vermelha DOMINGOS DA SILVEIRA Estela Maris Remo madeira 1980 8,00
demarcada
coordenada não
Imbituba Barra de Ibiraquera DOMINGOS DA SILVEIRA Pingo D´Água Remo madeira 2002 8,10 0,60
demarcada
Rainha de S28°08"48,1095'’ a
Imbituba Barra de Ibiraquera CELECINA MARQUES Remo madeira 1974 8,40 0,90 não
Ibiraquera W48°38"50,6042'
S28°20”16,6144’ a
Imbituba Praia de Itapirubá CLAUDIODETE DOMINGOS Claudiodete Remo madeira 1971 8,20 0,90 não
W48°42”18,2180’
238
Imbituba Praia de Itapirubá CRISTIANO DIAS Luana XII Remo madeira 2004 9,00 1,00 S28°20”16,8092’ a não
W48°42”18,0402’
S28°08”48,4883’ a
Imbituba Praia do Luz PEDRO MARQUES Guaira Remo madeira 1995 8,70 1,00 não
W47°38”49,9020
S28°13”03,6148’ a
Imbituba Prainha do Porto LUCIO TEIXEIRA Gelmar I Remo madeira 1994 8,79 1,20 não
W48°40”00,4382’
S28°11´39,0” a
W48°39´33,8”
Imbituba Praia da Ribanceira LUCAS DA SILVA Madalena IV Remo madeira 1986 8,30 1,20 não
S28º°11´39,0” a
W48°39´33,8”
BENJAMIM MARTINS S28°11”25,5447’ a
Imbituba Praia da Ribanceira Terezinha I Remo madeira 1990 6,92 1,30 não
GONÇALVES W48°39”45,4332’
S28°11”25,2624’ a
Imbituba Praia da Ribanceira ROBERTO RODRIGUES Rei do Oceano Remo madeira 1989 8,83 1,40 não
W48°39”45,6028’
240
S27°09´09,9” a
W48°34´18,6”
Porto Belo Perequê RONALDO DE OLIVEIRA Amizade I Remo madeira 1979 5,90 0,30 não
S27°35´46,6” a
W48°34´05,6”
241
Ano Pontos com
Propul Comp. Arqueação
Município Local de pesca Proprietário (a) Embarcação Material fabrica Coordenadas problema de
são (m) Bruta (AB)
ção localização
S27°54’18,7” a
ASSOCIAÇÃO DE
W48°35’14,3”
Palhoça Guarda do Embaú PESCADORES DA Os Maias Remo madeira 1967 7,80 0,70 não
S27°56’30,6” a
GUARDA DO EMBAÚ
W48°37’11,5”
S27°54’18,7” a
ASSOCIAÇÃO DE
W48°35’14,3”
Palhoça Guarda do Embaú PESCADORES DA Os Maias I Remo madeira 2002 8,86 1,00 não
S27°56’30,6” a
GUARDA DO EMBAÚ
W48°37’11,5”
S27°54´20,68” a
GONZAGA ARGEMIRO W48°35´12,6”
Palhoça Guarda do Embaú Canoa da Tribo II Remo madeira 2008 10,20 2,00 não
CORREIA S27°55´53,29” a
W48°36´43,23”
S27°54’18,7”a
W48°35’06,3”
Palhoça Guarda do Embaú ALTAIR VIEIRA Iemanjá IV Remo madeira 1972 8,20 1,00 sim
S27°55’24,6” a
W48°36’24,2”
S27°54’18,7” a
MANOEL ROBERTO DOS W48°35’06,3”
Palhoça Guarda do Embaú Iemanjá Remo madeira 1991 9,45 1,20 sim
SANTOS S27°55’24,6” a
W48°36’24,2”
S27°53’00,4” a
W48°34’43,6”
Palhoça Pinheira CATIA REGINA PETRY Katia Regina Remo madeira 1900 7,30 0,70 não
S27°52’55,6” a
W48°35’06,3”
S27°52’59,1” a
W48°35’16,1”
Palhoça Pinheira DENIR MANOEL DE MATOS Princesa do Mar I Remo madeira 1999 8,50 0,70 não
S27°52’04,4” a
W48°36’10,5”
S27°53´01,0” a
CANTALICIO FRANCISCO W48°34´46,8”
Palhoça Pinheira Flor do Mar I Remo madeira 1987 8,76 0,70 não
DE AZEVEDO (ESPÓLIO) S27°52´41,0” a
W48°34´32,8”
S27°53´07,5” a
LEDA LUIZA FRANCISCO W48°35´27,0”
Palhoça Pinheira Pombinha I Remo madeira 1988 8,88 4,10 sim
DOS SANTOS S27°50´50,2” a
W48°35´16,4”
242
S27°53´07,5” a
W48°35´27,0”
Palhoça Pinheira JOÃO JOAQUIM NUNES Luz do Dia I Remo madeira 1995 8,92 1,60 sim
S27°50´50,2” a
W48°35´16,4"
S27°53’07,0’’a
MANOEL PAULINO DE W48°35’22,5’’
Palhoça Pinheira Merença I Remo madeira 1970 8,76 0,90 não
MATOS FILHO S27°51’59,8’’ a
W48°36’09,7’’
EUCLIDES VERGINIO DA coordenada não
Palhoça Ponta do Papagaio Marco I Remo madeira 2009 4,60 Da Guarita do Bombeiro
SILVEIRA demarcada
até no meio da Fortaleza
S27°50’17,8” a
SILVO MANOEL DA W48°35’15,8”
Palhoça Ponta do Papagaio Maré Mansa Remo madeira 2002 4,00 não
SILVEIRA S27°50’49,0” a
W48°34’56,3”
S27°50’06,5” a
W48°35’15,3"
Palhoça Praia do Sonho ADILTO NERY DE SOUZA Amado de Deus Remo madeira 2005 7,50 1,00 não
S27°50'17,8" a
W48°35'15,8"
S27°44’55,0’’ a
W48°07’27,1’’
Palhoça Praia do Sonho CARMINO RAMOS Tete Remo madeira 2002 7,30 1,00 não
S27°48’44,3’’ a
W48°35’12,5’’
S27°49’41,9” a
QUINTINO PEDRO W48°35’12,1”
Palhoça Praia do Sonho Andorinha IV Remo madeira 1900 7,00 0,60 sim
GONÇALVES S27°50’06,5” a
W48°35’15,3”
243
S26°10’13,1” a
São Francisco do DERCY DA LUZ W48°32’16,1”
Forte Lani Remo madeira 1984 8,00 1,20 não
Sul HILGEMBERG DE FREITAS S26°10’17,8” a
W48°32’45,1”
S26°10´13,1” a
São Francisco do DERCY DA LUZ W48°32´16,1”
Forte Bonita Remo madeira 1989 6,90 0,28 não
Sul HILGEMBERG DE FREITAS S26°10´17,8” a
W48°32´45,1”
S26°10’13,1” a
São Francisco do DERCY DA LUZ W48°32’16,1”
Forte Eloy Remo madeira 1996 6,40 0,40 não
Sul HILGEMBERG DE FREITAS S26°10’17,8” a
W48°32’45,1”
S26°11’16,1” a
São Francisco do W48°34”26,1”
Praia de Capri GERSON MAIA DE ARAUJO Alexes Remo madeira 1989 4,50 sim
Sul S26°11’34,6” a
W48°34’59,5”
S26°11’16,1” a
São Francisco do W48°34'26,1”
Praia de Capri GERSON MAIA DE ARAUJO Tucano Remo madeira 1979 7,00 1,60 sim
Sul S26°11’34,6” a
W48°34’59,5”
S26°11’16,1” a
São Francisco do W48°34”26,1”
Praia de Capri GERSON MAIA DE ARAUJO Alesandra I Remo madeira 2001 5,50 0,60 sim
Sul S26°11’34,6” a
W48°34’59,5”
S26°11’16,1” a
São Francisco do ANTONIO PEDRO DE W48°34”26,1”
Praia de Capri Veneza A Remo madeira 1989 4,50 0,28 sim
Sul OLIVEIRA S26°11’34,6” a
W48°34’59,5”
S26°10’28,0” a
São Francisco do W48°33’38,2”
Praia de Capri CLAUDIO DE PAULA FILHO Chocante II Remo madeira 1998 5,10 0,40 não
Sul S26°10’42,3” a
W48°32’48,0”
S26°11’16,1” a
São Francisco do PAULO ROBERTO W48°34’16,6”
Praia de Capri Boa no Mar Remo madeira 1974 5,50 0,70 não
Sul CORRÊA S26°11’16,1” a
W48°34’26,1”
S26°11’13,9” a
São Francisco do PAULO ROBERTO W48°34’29,5”
Praia de Capri Joselene Remo madeira 1959 5,18 2,80 não
Sul CORRÊA S26°11’05,0” a
W48°34’18,5”
244
São Francisco do coordenada não
Praia do Itaguaçu HILARIO BERTRAM Vinícius Remo madeira 1986 6,10 1,00
Sul demarcada
246
8. ANEXOS
247
ANEXO A – ACORDOS DE PESCA REALIZADOS.
248
249
250
251
252
ANEXO B – LIMINAR JUDICIAL PARA PESCA MOTORIZADA.
253
254
255
256
257
258
259
260
261
262
263
264
265
266
267
268
9. RESPONSABILIDADE
Elielson Marcelino
Ecodimensão M.A.R.S. Ltda.
269