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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
DEQ1023 – ENGENHARIA DE PROCESSOS III
Santa Maria, RS
2023
2
Santa Maria - RS
2023
3
_________________________________
Dr.a Lisiane de Marsillac Terra
(Professora/Orientadora)
_________________________________
Dr.a Monica Beatriz Alvarado Soares
(Professora Convidada)
_________________________________
Dr. Christian Luiz da Silveira
(Professor Convidado)
Santa Maria - RS
2023
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RESUMO
AUTORES: Mariana Fernandes Moreira, Renata Goulart Ninaus, Saul Reis Schuster, Tatiane
Horta Ribeiro, Verônica dos Santos Sperança
ORIENTADORA: Lisiane de Marsillac Terra
O presente trabalho teve como objetivo projetar uma indústria de goma xantana a
partir da hidrólise do bagaço de cana-de-açúcar, a fim de destinar uma parte deste resíduo e
maximizar seu uso. A goma xantana é um biopolímero obtido através da fermentação pela
bactéria Xanthomonas campestris, e tem amplo uso na indústria alimentícia, farmacêutica e
petrolífera. A indústria idealizada neste projeto visa atender 10% da demanda nacional pela
goma, visto que, a maior parte do que é consumido no país hoje é importado. O bagaço de
cana-de-açúcar é um resíduo da indústria sucroalcooleira, vendido a preços extremamente
baixos pelas mesmas, o que a torna uma interessante fonte de matéria prima para o processo
de fermentação. A execução do projeto engloba a definição do produto a ser comercializado,
bem como suas características, o estudo do mercado alvo para a venda do produto, a avaliação
das tecnologias disponíveis para o processo, a realização do projeto de toda unidade
produtiva, o sistema de controle e instrumentação dos equipamentos considerados mais
importantes no projeto e a análise econômica e de viabilidade . A empresa será localizada na
cidade de Ribeirão Preto - São Paulo, tendo em vista que este é o estado que mais tem
indústrias de produção de etanol e a maior concentração de plantações de cana-de-açúcar no
país, além de estar perto de grandes empresas consumidoras de goma xantana. A unidade irá
produzir 2740 kg por dia de goma xantana a partir de um processo de fermentação submersa,
seguido pela precipitação da goma com o uso de Isopropanol, uma etapa de centrifugação e
por fim passará por um secador spray para ser seca já na granulometria indicada para
comércio. O investimento total para a instalação da planta foi de R$165.455.500,62 e
mostrou-se um empreendimento não interessante economicamente, com um retorno de
investimento de aproximadamente 11 anos.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE QUADROS
Quadro 01 - Planejamento para início das operações.……………………………………….36
Quadro 02 - Planejamento de operações semanais…………………………………………..37
Quadro 03 - Legenda para os planejamentos………………………………………………...37
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LISTA DE SÍMBOLOS
𝑚˙ Vazão mássica
𝑄 Calor/Vazão volumétrica
𝑊 Trabalho
m Massa
V Volume
𝑐𝑝 Capacidade calorífica
Δ𝑇 Diferença de temperatura
𝑃 Pressão
𝑡 Tempo
𝑁 Número de rotações
𝐷 Diâmetro
ρ Densidade
𝐷𝑖 Diâmetro do impelidor
𝐷𝑡 Diâmetro do tanque
𝑥𝑖 Fração mássica
λ Calor latente
10
𝑃𝑜𝑡 Potência
𝑅𝑒 Número de Reynolds
µ Viscosidade absoluta
𝐻 Entalpia
𝓗 Umidade absoluta
𝑇 Temperatura
𝑣 Velocidade
𝑔 Aceleração da gravidade
𝑧 Altura
A Área
𝐽 Perda de carga
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................... 16
1.1. OBJETIVOS................................................................................................................ 17
1.2. JUSTIFICATIVA..........................................................................................................17
2. PRODUTO...........................................................................................................................18
2.1. DEFINIÇÃO DO PRODUTO......................................................................................18
2.2. MATÉRIA PRIMA....................................................................................................................19
2.3. LEGALIDADE DO PRODUTO..................................................................................20
2.4. CARACTERÍSTICAS DO PRODUTO.......................................................................20
3. ANÁLISE DE MERCADO................................................................................................ 23
3.1. DESCRIÇÃO DO MERCADO................................................................................... 23
3.1.1. Mercado Consumidor...................................................................................................... 23
3.1.2. Oferta e Demanda............................................................................................... 23
3.1.3. Expectativa de Crescimento................................................................................24
3.2. PÚBLICO ALVO.........................................................................................................25
3.3. CONCORRENTES......................................................................................................26
3.4. PREÇO DE VENDA................................................................................................... 26
3.5. FORNECEDORES DE MATÉRIA PRIMA................................................................27
4. EMPRESA........................................................................................................................... 28
4.1. LOCALIZAÇÃO DA UNIDADE............................................................................... 28
4.2. CAPACIDADE DE PRODUÇÃO............................................................................... 30
4.3. LICENÇA AMBIENTAL............................................................................................ 31
4.4. MODELO DE NEGÓCIOS......................................................................................... 32
4.5. ANÁLISE ECONÔMICA SIMPLIFICADA.............................................................. 34
5. DEFINIÇÕES DO PROCESSO........................................................................................ 35
5.1. TIPO DE PROCESSO................................................................................................. 35
5.2. TEMPO DE OPERAÇÃO........................................................................................... 35
5.3. PLANEJAMENTO DE PRODUÇÃO.......................................................................... 35
6. SELEÇÃO DA TECNOLOGIA........................................................................................ 38
6.1. OBTENÇÃO DE GOMA XANTANA........................................................................38
6.2. PROCESSO UPSTREAM........................................................................................... 40
6.2.1. Moagem do bagaço de cana-de-açúcar............................................................... 40
6.2.2. Pré-tratamentos................................................................................................ 40
6.2.3. Lavagem........................................................................................................... 41
6.2.4. Hidrólise............................................................................................................ 41
6.2.5. Uso do bagaço de cana moído.............................................................................42
6.2.6. Meio de cultivo................................................................................................... 42
6.3. PROCESSO FERMENTATIVO.................................................................................. 43
6.3.1. Fermentação em Estado Sólido........................................................................45
6.3.2. Fermentação Submersa....................................................................................46
12
9.6. OXIGÊNIO................................................................................................................. 86
10. LIMPEZA DOS EQUIPAMENTOS....................................................................................87
11. CÁLCULO DAS UTILIDADES......................................................................................... 88
11.1. ÁGUA QUENTE....................................................................................................... 88
11.2. AR COMPRIMIDO....................................................................................................88
11.3. ÁGUA FRIA.............................................................................................................. 90
11.4. VAPOR..................................................................................................................... 93
12. ANÁLISE ECONÔMICA.................................................................................................103
12.1. CUSTOS COM LICENÇAS E ENCARGOS GERAIS............................................ 103
12.2. CUSTOS COM CONSTRUÇÃO CIVIL.................................................................. 103
12.3. CUSTOS COM A MATÉRIA PRIMA E REAGENTES............................................104
12.4. CUSTOS COM EPIs.............................................................................................. 105
12.5. CUSTO COM EMBALAGENS............................................................................... 106
12.6. CUSTO COM SEGUROS...................................................................................... 106
12.7. CUSTOS COM EQUIPAMENTOS......................................................................... 106
12.8. CUSTOS EMPREGATÍCIOS................................................................................. 108
12.9. CUSTOS COM INSTRUMENTAÇÃO.....................................................................111
12.10. CUSTOS COM TRATAMENTO DE EFLUENTES................................................ 111
12.11. CUSTOS COM LABORATÓRIO...........................................................................112
12.12. CUSTO COM O TRANSPORTE E COMBUSTÍVEL PARA O BAGAÇO............ 113
12.13. CUSTO COM UTILIDADES E TUBULAÇÕES.................................................... 114
12.13.1. Utilidades.....................................................................................................114
12.13.2. Tubulações.................................................................................................. 114
13. VIABILIDADE ECONÔMICA..........................................................................................115
13.1. INVESTIMENTO TOTAL........................................................................................ 115
13.2. INVESTIMENTO FIXOS.........................................................................................115
13.3. CUSTOS TOTAIS...................................................................................................117
13.4. LUCRO BRUTO..................................................................................................... 117
13.5. DEPRECIAÇÃO..................................................................................................... 118
13.6. IMPOSTO DE RENDA........................................................................................... 118
13.7. COMPENSAÇÃO PELO RISCO............................................................................ 119
13.9. FINANCIAMENTO..................................................................................................119
13.10. RENTABILIDADE.................................................................................................120
14. PROPOSTAS DE MELHORIA NO PROCESSO............................................................122
14.1. INTEGRAÇÃO ENERGÉTICA............................................................................... 122
14.2. FONTES DE RENDA SECUNDÁRIAS.................................................................. 122
14.3. OTIMIZAÇÃO DO MEIO DE CULTURA E MATÉRIA PRIMA................................122
15. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................... 124
16. REFERÊNCIAS.............................................................................................................. 125
APÊNDICES......................................................................................................................... 136
APÊNDICE A - MEMORIAL DE CÁLCULO DOS BALANÇOS DE MASSA E ENERGIA DO
PROCESSO..........................................................................................................................136
APÊNDICE A.1 - MOAGEM............................................................................................136
APÊNDICE A.2 - PRÉ-TRATAMENTO........................................................................... 136
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1. INTRODUÇÃO
A goma xantana é biopolissacarídeo com diversas aplicações industriais, obtida
através de bactérias da classe das Xanthomonas sp. Ela é utilizada na indústria geralmente
como espessante, tendo aplicações principalmente na indústria farmacêutica, alimentícia e
cosmética, podendo também ser usada na recuperação de óleo avançada na indústria
petroquímica (CASAS, MOHEDANO E GARCIA-OCHOA, 2000). A goma xantana possui
um alto peso molecular e é sintetizada através da fermentação aeróbica promovida pela
Xanthomonas Campestris, sendo o produto extracelular produzido pela bactéria (MOTA E
PEREIRA, 2022).
A goma xantana é utilizada industrialmente pois tem qualidade superior a outras
gomas na função de espessante e estabilizante, proporcionando uma textura cremosa e lisa a
alimentos, gerando uma solução pseudoplástica com características organolépticas desejadas
pelo consumidor final, como textura, aparência e sabor. As aplicações da goma na indústria
de alimentos incluem a produção de molhos para salada, a substituição específica da clara de
ovo, a fabricação de queijo devido às suas características pseudoplásticas, a elaboração de
produtos enlatados como estabilizante e derivados de carne (DEOSEN BIOCHEMIAL
LTDA).
As características reológicas são de extrema importância para diferentes segmentos
industriais, por este motivo o uso da goma xantana é utilizado em diversos produtos pois o
mesmo permite formações de soluções viscosas a baixas concentrações (0,05 a 1,0%) e
estabilidade em diferentes faixas de temperatura e pH (LUVIELMO E SCAMPARINI, 2009).
A viscosidade da goma xantana, característica que confere seu valor comercial, vai depender
da quantidade de grupos piruvatos presentes na molécula, que podem variar de acordo com as
condições operacionais, como pH, temperatura e agitação em que o processo fermentativo
transpassar (OSVSKAYA, BORODINA, KURZIN E ROSHCHIN, 2022).
Os espessantes são hidrossolúveis e hidrofílicos, sendo usufruídos para estabilizar e
dispersar. Na indústria de alimentos e bebidas usa-se para evitar a sedimentação de
substâncias em suspensão, empregando-se como agente estabilizador de sistemas diversos,
como emulsões (líquido-líquido), espumas (gás-líquido) e suspensões (sólido-líquido)
(QUIROGA, 2017).
No ano de 2022 o Brasil importou cerca de 8000 toneladas da goma xantana, enquanto
as exportações ficaram na faixa de apenas 88 toneladas. Dentre todos os estados da federação,
São Paulo foi o estado que mais importou, sendo responsável pelo consumo de mais de 3140
toneladas de goma (COMEX STAT). Com base nesses dados, pode-se observar que o país não
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é autossuficiente, consumindo muito mais do que produz, e um dos fatores que contribuem
com isso é a baixa produção intelectual sobre o processo. Nos últimos dez anos, apenas 12
patentes foram registradas no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) no país.
Entretanto, o Brasil é um local em que há abundância de matéria prima, como sacarose da
indústria sucroalcooleira ou resíduos agroindustriais, o que outros países, que inclusive são
produtores da goma, não apresentam, o que acaba impactando nos preços e fazendo com que
o processo não seja tão favorável (BORGES E VENDRUSCO, 2008).
1.1. OBJETIVOS
O presente trabalho tem como objetivo estabelecer uma unidade industrial para a
produção de goma xantana, utilizando o bagaço de cana-de-açúcar como matéria-prima para a
fermentação, tendo em vista que o bagaço é um resíduo proveniente da indústria
sucroalcooleira. Essa unidade visa atender parte da demanda nacional pelo produto,
considerando que hoje a maior parte da goma utilizada no Brasil é importada.
1.2. JUSTIFICATIVA
O presente projeto busca uma via alternativa para a produção de goma xantana a partir
de um resíduo agroindustrial abundante nacionalmente. Dada a atual posição do Brasil como
grande importador de toneladas de goma xantana por ano, cerca de 8 mil em 2022 (COMEX
STAT, 2023), o potencial que ela apresenta em relação à disponibilidade de matéria-prima
barata e alternativa, como o bagaço de cana, é significativo. Apenas o setor sucroalcooleiro
produziu cerca de 163,85 milhões de toneladas em 2021/2022 (ALMEIDA, 2022). Assim,
constatou-se que há uma janela de oportunidade ainda inexplorada no Brasil, a qual apresenta
um grande potencial de retorno.
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2. PRODUTO
Segundo a JECFA, a goma xantana deve atender os seguintes requisitos para que
possa ser comercializada como aditivo e/ou coadjuvante tecnológico, as principais
especificações estão presentes na Tabela 02.
Aparência - Pó fino
Cor - Branco/Creme
Cinzas % > 16
E.Coli - Negativo
Salmonella - Negativo
3. ANÁLISE DE MERCADO
A análise de mercado traz o entendimento sobre os principais tópicos da companhia,
como os tipos de clientes para os quais será destinado o produto final, quais as principais
empresas concorrentes na área, e assim por diante, com o intuito de propor soluções cada vez
mais assertivas.
por outras empresas como: IFF, Jungbunzlauer, Sweetmix, Vogler Ingredients, Bebidas Fruki
S.A e Redelac. Ressalta-se também que a maioria das empresas que atuam neste ramo estão
localizadas próximas ou na região metropolitana de São Paulo, mas utilizam como matéria
prima da produção substratos açucarados, como glicose ou caldo de cana (Food Ingredients
Brasil, 2023).
Analisando a Tabela 04, nota-se que no ano de 2022 houve uma demanda interna
ampla o suficiente para sustentar uma importação de quase 8 mil toneladas de produto,
denotando que existe uma janela de oportunidade no fornecimento interno de goma xantana.
do Code of Federal Regulations (CFR) 21, decretado pelo Food And Drug Administration
(FDA) do país (FOOD AND DRUG ADMINISTRATION, 2023). Além disso, os maiores
mercados consumidores da goma no mundo localizam-se na região Ásia-Pacífico, devido ao
aumento populacional e consequentemente o impulsionamento das empresas do setor de
alimentos e de bebidas. Assim, traz de forma simplificada que o Compound Annual Growth
Rate (CAGR), ou em português Taxa de Crescimento Anual Composta, da goma xantana, ou
seja, uma importante métrica usada para identificar se o investimento será promissor ou não
(SUNO, 2023), será de aproximadamente 5,2%, um valor favorável (MORDOR
INTELLIGENCE, 2023).
Desta maneira pode ser afirmado que o consumo de goma xantana cresce ao redor de
todo o globo, tornando o Brasil um potencial competidor dentro deste ramo alimentício, visto
que seu crescimento também está acompanhando as tendências de outros países e continentes,
e também por possuir uma fonte de matéria prima quase inesgotável, sabendo que o país é o
maior produtor de cana-de-açúcar no mundo, e consequentemente o maior produtor dos
resíduos da mesma (BANCO DO NORDESTE, 2022).
3.3. CONCORRENTES
Mesmo tomando conhecimento que a maior parte da produção de goma xantana não é
feita no Brasil, ainda assim uma parcela é abrangida pelo mercado interno. Como dito
anteriormente, as maiores produtoras são, Jungbunzlauer, IFF, Sweetmix, Vogler Ingredients,
Dupont Nutrition & Health, todas localizadas no estado de São Paulo (FiB, 2023).
Diferente do que as empresas concorrentes como por exemplo a própria Jungbunzlauer
que no seu catálogo e site descreve que, a sua competência central é a utilização dos
carboidratos presentes no milho para o processo fermentativo, ou seja, uma forte commodity
do ramo agrícola (StoneX, 2022), o presente trabalho demonstra a possibilidade de obter uma
grande capacidade produtiva para a fabricação da goma xantana utilizando o resíduo de um
grande produto processado no país, a cana-de-açúcar (Nova Cana, 2022), o que acarreta em
um diferencial ainda mais competitivo sobre sustentabilidade e custos de produção.
Portanto, definiu-se como preço de venda o valor de R$165,00/kg, visto que seria um
produto nacional e verde, onde se tem incentivo ao comércio local e ainda manteria uma
margem de lucro considerável, como vai ser visto futuramente no item 4.5, Análise
Econômica Simplificada.
4. EMPRESA
Figura 04 - Unidades agroindustriais do setor sucroalcooleiro com autorização para funcionamento no estado de
São Paulo (maio/2011).
𝑆0 = 𝑚𝑐𝑎𝑛𝑎 * 𝑎 * 𝑏 (3)
𝑚𝑔𝑜𝑚𝑎
𝑚𝑐𝑎𝑛𝑎 = 𝑌𝑃/𝑆 * %𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 * 𝑎 * 𝑏
(4)
Onde:
𝑚𝑔𝑜𝑚𝑎 - Massa de goma desejada;
Figura 06 - Valores para a cana de açúcar e bagaço entre as safras 2000/2001 e 2022/2023.
por um único ente federal. O Ibama é o órgão fiscalizador do licenciamento ambiental sob
jurisdição da União (IBAMA, 2022). De acordo com a Lei Complementar 1616/04, que
explica sobre a implementação do Código Municipal do Meio Ambiente localizada na cidade
de Ribeirão Preto do Estado de São Paulo, atividades que geram impactos ambientais locais,
utilizando recursos naturais, sendo pelas transmutação produzidas no meio, deriva do prévio
licenciamento da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, de forma agregar ao órgão estadual
de controle ambiental, obedecendo os critérios técnicos legais previstos em licenciamento.
No estado de São Paulo alguns municípios podem realizar o licenciamento
ambiental a depender de seu porte, que é definido de acordo com o número de habitantes,
histórico de funcionamento do Conselho Municipal de Meio Ambiente e número mínimo de
profissionais qualificados; de acordo com esses indicadores os municípios podem estar aptos
para realizarem o licenciamento de empreendimentos de pequeno, médio ou grande porte
(FIESP, 2021). Ribeirão Preto se enquadra dentro de municípios que estão aptos para
realizarem licenciamento ambiental de indústrias de médio porte e que não tenham condições
para conduzir o licenciamento para a CETESB presentes no Anexo II, item IV da Deliberação
Normativa CONSEMA n° 01/2018 (CONSEMA, 2018).
5. DEFINIÇÕES DO PROCESSO
6. SELEÇÃO DA TECNOLOGIA
O processo de obtenção da goma xantana pode ser realizado empregando-se diversas
rotas tecnológicas. O seguinte capítulo tem como objetivo demonstrar as vantagens e
desvantagens em cada rota analisada para que seja feita então a escolha das rotas mais viáveis
visando a qualidade do produto, um empreendimento viável e ambientalmente responsável.
A seguir serão abordadas as rotas de fermentação, visando escolher o melhor método
para utilizar o bagaço de cana-de-açúcar no meio fermentativo e qual tipo de fermentação é
mais indicada entre submersa e semi-sólida. Serão analisadas também as formas de precipitar
a goma e a recuperação dos solventes utilizados no processo e para finalizar será realizado o
estudo para compreender quais as melhores tecnologias para realizar a secagem e moagem da
goma como produto final.
Assim é possível fazer escolhas relevantes com argumentos concretos do porquê seguir a rota
escolhida.
Os processos de fermentação, obtenção da glicose do bagaço de cana, uso do bagaço
de cana, meio de cultivo, precipitação da goma, tipo de solvente, recuperação do solvente,
secagem e moagem, são processos que dependem de maquinário e que existem mais de uma
opção para chegar ao resultado final. Na empresa para ter um produto compacto e eficiente
precisa-se de máquinas capacitadas, pois dependendo do mecanismo utilizado influencia a
produtividade, eficiência e melhoram os resultados de produção e entrega (DRUMOND,
2021). Pode-se ter uma melhor visualização do processo a partir da Figura 08.
6.2.2. Pré-tratamentos
Materiais lignocelulósicos como o bagaço de cana-de-açúcar não possuem
monossacarídeos disponíveis para serem usados para a bioconversão. Esses materiais são
compostos de polissacarídeos como a celulose que para terem açúcares fermentescíveis
disponíveis para a fermentação precisam passar por um processo de hidrólise (CARLI, 2011).
A etapa de pré-tratamento do bagaço, tem como finalidade aumentar sua área
superficial, reduzir a cristalinidade da celulose tornando assim as cadeias de polissacarídeos
mais disponíveis para o ataque das enzimas na etapa de hidrólise, além de aumentar o
desempenho e velocidade da mesma (CARLI, 2011).
O processo de pré-tratamento por explosão a vapor, também chamado de auto
hidrólise é realizado por alta pressão e temperatura por um curto período de tempo, após, é
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realizada uma descompressão que causa uma expansão do vapor que irá separar as fibras do
material lignocelulósico com uma baixa perda de material, este é o pré-tratamento
considerado como melhor custo-benefício para resíduos agrícolas (BALAT, 2008).
Optando-se pelo processo de pré-tratamento ácido, podendo utilizar tanto ácidos
concentrados como diluídos, sendo o com ácidos diluídos é o mais utilizado. Nele são
empregadas temperaturas moderadas e o ácido para converter a matéria lignocelulósica em
açúcar solúveis (Balat, 2008). Apesar de ter uma boa solubilização da hemicelulose, este
pré-tratamento tem grandes riscos de formar produtos inibidores da fermentação, além de
gerar gasto com recuperação de solventes (CARLI, 2011).
Comparado a outros pré-tratamentos, o alcalino utiliza baixas pressões e temperaturas,
porém o que o torna menos atrativo é o fato de levar dias ou horas para que seja realizado.
Outra limitação, é o fato de ocorrer formação de sais irrecuperáveis durante o seu processo,
podendo até serem incorporados na massa lignocelulósica (BALAT, 2008).
6.2.3. Lavagem
Após o processo de pré-tratamento, a hemicelulose ainda está presente no bagaço,
porém, não mais impregnada a celulose. Assim, uma lavagem com água além de remover
estes compostos inorgânicos solúveis, remove também a sacarose residual devido aos
processos de moagem exaustivos e parte da lignina solubilizada no processo de
pré-tratamento.
6.2.4. Hidrólise
Para a recuperação da glicose da matéria prima do processo, neste caso o bagaço da
cana de açúcar, as opções mais utilizadas são a hidrólise enzimática e a hidrólise ácida ambas
consistem em quebrar o bagaço da cana para aumentar sua área superficial e após passa por
um processo de pré-tratamento onde ocorre um fracionamento da biomassa em celulose,
hemicelulose e lignina.
Após o processo pré-tratamento, na hidrólise enzimática há a adição de um coquetel
enzimático para que o mesmo realize a quebra das moléculas de celulose em açúcares
fermentescíveis. A vantagem desse método é que se pode usar enzimas conforme o produto
desejado, sendo possível controlar os parâmetros do processo. As enzimas mais utilizadas
nesse tipo de processo são as celulases e as beta-glucosidases, a desvantagem desse processo
são os parâmetros necessários para que a enzima funcione da melhor forma e inibir a
formação de produtos indesejáveis, o que se consegue pela adição de altas quantidades da
enzima no meio, o que torna o processo mais caro.
42
Na hidrólise ácida temos duas vertentes, a hidrólise com ácidos concentrados e a com
ácidos diluídos, dentre estas, a mais utilizada é a hidrólise com ácidos diluídos, por ter um
custo menor com reagentes e como o uso de ácido é tão pequeno torna sua recuperação
dispensável. Porém a desvantagem desse processo é a alta temperatura e pressão requeridas
para que se obtenha um resultado satisfatório.
A hidrólise ácida concentrada não é recomendada para esse tipo de processo pois
resulta em alterações no comportamento das moléculas de celulose e leva a uma solubilização
ainda mais rápida das mesmas. Outra desvantagem desse método é o uso de grandes
quantidades de ácido, o que demanda sua recuperação para posteriores usos e economia na
compra desses materiais.
O ácido mais utilizado nesse tipo de hidrólise é o ácido sulfúrico pois é mais barato e
tem um baixo nível de corrosão em comparação com o ácido clorídrico por exemplo.
Entretanto, por ser um ácido, os materiais para a construção do sistema de hidrólise tornam
esse método caro, tem um menor nível de corrosão mas ainda é corrosivo.
Nutriente g/L
Glicose 20
Extrato de levedura 10
Peptona Bacteriológica 5
KH2PO4 1
Fonte: Autores, 2023
Todos esses valores são estimados com base em artigos (PACHECO et al; PACHECO;
PEREIRA E FERRAZ, 2015, 2014, 2016) e na patente PI0302205-6 A.
máximo de rendimento para a formação da goma, foi de 28ºC, onde o tempo ótimo de
fermentação foi cerca de 16,3% menor (CACIK et al., 2001).
Além da temperatura, estudos mostram interações do pH, sendo esses alguns dos
parâmetros relevantes para os valores da concentração celular e da produção de goma. O
efeito interativo dessas duas variáveis não se mostra relevante para o crescimento das células.
Já para o crescimento da Xanthomonas campestris, os melhores resultados foram
identificados em pH de 6 - 7 e e temperaturas de 25ºC - 27ºC. Para a produção da goma
xantana a partir da fermentação, podemos dizer que o intervalo está aproximado da anterior
citada, entre 7 - 8 e 25ªC - 30ºC (GARCIA-OCHOA et al., 2000). Esses dados se mostram
importantes para uma análise de otimização do processo, visto que se pode verificar um ponto
ótimo onde o objetivo seja favorecer a formação de apenas uma das fases apresentadas.
A velocidade de agitação do sistema fermentativo em batelada tem como objetivo
principal controlar as restrições de oxigênio que podem estar presentes no processo, visto que
caso aconteça, os resultados da taxa de produção da goma xantana tornam-se relativamente
menores que as obtidas em altas velocidades (PETERS et al., 1989). Um estudo mostra a
relação de altas velocidades como 800 rpm e de baixas velocidades, cerca de 100 rpm com a
diminuição da produção das duas fases do processo de fermentação, a primeira devido
provavelmente pelo dano celular causado, a segunda pela baixa transferência de oxigênio
dentro do reator (CASAS et al., 2000).
Um ponto ótimo de referência pode ser citado entre valores de rotação próximos de
600 rpm, pois há indícios que com o aumento do nível de agitação a produção da goma
xantana também aumenta, chegando a quase dobrar a quantidade quando o aumento foi de
100 rpm para 600 rpm (PAPAGIANNI et al., 2001).
componente de arraste, responsável pela formação de uma segunda fase, que vai separar as
substâncias azeotrópicas, permitindo com que a destilação continue (BARBOSA, 2015).
6.4.3. Secagem
A secagem é uma etapa muito importante para que a goma seja obtida com a umidade
requerida pela legislação, entre 8,8 e 9,4% (JECFA, 2016). A patente PI0302205-6 A, as
formas indicadas para realizar essa secagem são as estufas, esteiras rolantes ou por fluxo de ar
quente.
O secador estufa ou Bin-Dryer é uma câmara com isolamento térmico, onde o ar
quente é distribuído uniformemente por ventiladores, onde a umidade do produto é retirada
sem que seja necessário manuseio. A vantagem desse método é a homogeneidade do produto
final e a homogeneidade na distribuição da temperatura, já a desvantagem é a secagem
realizada por lotes.
A secagem por esteiras permitem o transporte contínuo do material a ser secado, por
meio desta esteira o material vai até uma câmara de secagem onde a secagem vai ocorrer por
meio da condução, onde o ar quente vai circular por cima do produto e depois vai recircular e
fazer o caminho novamente. Esse tipo de secador fornece um controle preciso de temperatura
e possibilita um fluxo contínuo de goma, mas a desvantagem é que a quantidade de matéria
prima deve ser sempre abundante para a máquina não trabalhar com condições inadequadas.
O secador por fluxo de ar quente ou Spray Dryer, consiste em utilizar um fluxo
pulverizado do material em uma câmara com fluxo de ar quente forçado que irá realizar uma
rápida separação do sólido e do solvente formando um pó. A vantagem desse método é a
baixa degradação dos componentes do produto a ser secado, outra vantagem é o uso de um
processamento posterior de moagem pode ser dispensado. A desvantagem, é um método caro,
que requer maquinário especializado para que possa funcionar corretamente.
Para o uso do Spray Dryer é necessário que seja feita a escolha de um atomizador que
melhor atenda os requisitos da natureza e viscosidade do produto a ser secado, os modelos
mais conhecidos são o rotativo, o pneumático, o bico de pressão e o ultrassônico (HENRIQUE,
2016).
O atomizador rotativo faz com que o líquido se espalhe a partir de uma força
centrífuga utilizando um elemento rotativo para distribuir o líquido e assim rompê-lo por
meio de ação aerodinâmica e obter uma nuvem de gotas (HENRIQUE, 2016). Para o uso desse
atomizador é necessário um equipamento de maior diâmetro e uma desvantagem é a perda de
material nas paredes do mesmo, porém, ele é o atomizador mais utilizado na indústria, uma
49
vez que atende uma ampla faixa de granulometrias de partículas, além de atender uma grande
quantidade de líquidos (CHAVES, 2016).
No atomizador bico de pressão, uma fina camada é criada no bocal de alimentação do
fluido, e a partir da conversão da energia de pressão no interior da gota em energia cinética é
realizada a secagem. Esse atomizador trabalha com uma pequena faixa de granulometria
sendo as esferas produzidas no equipamento geralmente ocas (CHAVES, 2016).
O atomizador pneumático atomiza o fluido por meio de ar comprimido, porém, a
qualidade do material final vai depender tanto das características do material quanto da
característica do gás utilizado para realizar a atomização. Devido ao ângulo e a pressão no
atomizador, o tamanho da gota é reduzido, mas ao depender da densidade do fluido o tamanho
das partículas pode acabar aumentando sua grandeza. (CHAVES, 2016).
Para o atomizador ultrasonico, o mecanismo usado é a uma vibração que forma
gotículas finas na superfície vibratória, nesse tipo de equipamento, os principais
influenciadores são a viscosidade do fluido e a tensão superficial. A vantagem desse
atomizador está na sua capacidade de atomizar além dos fluídos atomizados pelos citados
anteriormente, atomizar fluidos não-Newtonianos, abrasivos e corrosivos (CHAVES, 2016).
O tambor de secagem é um sistema de secagem giratório que tem como vantagem a
secagem delicada, fazendo que não se tenha degradação das propriedades físico-químicas
durante o processo e o baixo custo de capital investido, uma desvantagem desse tipo de
secador é que ele é projetado para grandes demandas de fluxo.
6.4.4. Moagem
A moagem a partir da redução de tamanho das partículas feitas por um moinho, gera a
desintegração da uma amostra, permitindo a partir de atrito, abrasão, compressão e
combinação de impacto, transformá-la em um tamanho de escolha do tipo de produto. Os
moinhos são operados a 50% a 90% de sua velocidade crítica, onde a escolha da porcentagem
é devido às condições econômicas da empresa. Sendo que quanto maior a velocidade do
moinho, maior a capacidade de processamento, porém compromete seu desempenho
(MATERIAIS INDUSTRIAIS, 2021).
Após a etapa de secagem, deve-se moer o polímero, levando em conta os diferentes
tipos de partículas, pois algumas gomas comerciais diferem de tamanho. No processo de
moagem tem-se um cuidado maior com a temperatura para não degradar ou descolorir o
produto a partir do calor excessivo. O produto final costuma ser um pó seco ou uma solução
concentrada (OCHOA; SANTOS; CASAS; GOMES, 2000).
50
efetuada predominantemente, por forças de pressão que são aplicadas a camadas de material
(WELLENKAMP, 1999).
O tipo de moagem para o moinho de rolos pode ser a seco ou úmido, assim como o
processo pode ser contínuo ou intermitente. Também existem dois tipos de moinhos de rolos:
moinhos de rolos com plano de moagem e o moinho de rolos de alta pressão, tendo os dois
como característica de que a moagem é efetuada por forças que são exercidas a camadas de
material. (WELLENKAMP, 1999).
Desse modo, as vantagens do moinhos a jato são adequados para a utilização de
moagens fina e ultrafina, visto que servem para materiais friáveis ou resistentes, com pouco
desgaste até materiais sensíveis ao calor. Porém os custos elevados de operação se tornam
inviáveis para o processo. Já os moinhos de rolos tem como vantagem a manutenção por
serem relativamente simples, de fácil operação e de menor consumo de energia, porém a
desvantagem é que são utilizados apenas para materiais macios e de abrasividade baixa
(ROSA, 2019).
7. NECESSIDADE DE LABORATÓRIO
O laboratório será necessário para realizar o controle de qualidade do produto,
conforme dita o anexo 1, como também para preparação do pré-inóculo e inóculo da bactéria
Xanthomonas campestris para a produção de inóculo e posterior fermentação.
8. PROJETO DE PROCESSOS
Continua
Continuação Tabela 08
Continuação Tabela 08
Continuação Tabela 08
Continuação Tabela 08
Continuação Tabela 08
agitado)
Continuação Tabela 08
Continuação Tabela 08
8.2.1. Moagem
O bagaço de cana é uma matéria-prima fibrosa e resistente que requer um tipo de
moagem específico para liberar o máximo de suco de cana e fibras de celulose para a
produção de açúcar e aumentar sua superfície de contato. O moinho de facas é utilizado para
processar produtos alimentícios e é indicado para materiais fibrosos e maleáveis, como é o
caso da matéria prima selecionada (TECNAL, 2023).
8.2.2. Pré-tratamento
O bagaço de cana moído irá passar por um processo de explosão a vapor, que é
considerado o mais usado para estruturas lignocelulósicas (PINTO, 2010). Para esse processo
será utilizado um vaso de pressão onde a temperatura será elevada a 195 °C por
aproximadamente 7,5 minutos (PITARELO, 2013) à uma pressão de aproximadamente 12
Bar (CHEN et al, 2019).
8.2.3. Lavagem
Após o processo de explosão de vapor, a lavagem irá extrair os compostos inorgânicos
insolúveis como a lignina, mesmo que uma pequena parte ainda permaneça presa no interior
67
que irá operar em estado semi-contínuo, lavando 1000 kg de bagaço pré tratado por hora. As
dimensões fornecidas pela fabricante Walley Machinery são de 4,05 m de largura 1,05 m de
comprimento e 1,73 m de altura, conforme descrito no Anexo 2.4.
Com o pré tratamento 90% da celulose presente no bagaço de cana foi recuperado,
sendo assim, para que possa ser alcançado 2191,8 kg/d de glicose a quantidade de celulose
necessária é de 3653 kg/d, conforme calculado no Apêndice A.4. Levando em consideração
que apenas 90% é calculada, neste valor de 3653 kg/d já está embutido uma quantidade a mais
de bagaço para que possa ser alcançada a quantidade de glicose necessária, onde foi somado
ao montante total de bagaço que entra no reator a quantidade de bagaço que faltaria.
O processo de hidrólise converte cerca de 60% da celulose em glicose (SOUZA et al ,
2014), assim, na saída do biorreator tem-se os resíduos do bagaço de cana não convertidos em
açúcares fermentescíveis, sendo eles 1461,19 kg/d de celulose, a água utilizada no processo,
o complexo enzimático e a glicose obtida ao final. A glicose obtida no processo estará
presente na água e será enviada ao fermentador, juntamente com o bagaço moído e o
complexo enzimático, podendo assim, haver mais glicose disponível ao longo do processo
simulando uma fermentação simultânea com a hidrólise. O fluxograma com os fluxos do
processo obtidos através do balanço de massa podem ser visualizados na Figura 13.
Assim para o balanço de massa dos pré fermentadores, calculou-se que a composição
da entrada do fermentador será composta por: Hidrolisado de bagaço de cana, extrato de
levedura, peptona, KH2PO4, inóculo e água. Para melhor entendimento foi escolhido o pré
fermentador de 3000 litros como apoio visual e gráfico, como consta na Figura 14, assim
como todos os valores estão descritos na Tabela 09. Os valores de saída, assim como os gases
de entrada e saída também estão explícitos na Figura 14 e os valores estão explícitos na
Tabela 10.
72
8.2.6. Fermentação
As alterações na viscosidade das soluções de xantana podem ser categorizadas em
qualitativas e quantitativas, e essas mudanças estão intrinsecamente ligadas a modificações na
composição química da substância. As variações qualitativas resultam de alterações na
composição química que, por sua vez, são influenciadas pelos aspectos genéticos das
diferentes cepas de Xanthomonas campestris. Por outro lado, as mudanças quantitativas na
viscosidade estão associadas às condições do processo fermentativo, incluindo o meio de
cultura utilizado, o nível de aeração, a intensidade da agitação, o pH, a temperatura e o tempo
de fermentação. Todas essas variáveis desempenham um papel crucial na determinação das
propriedades viscosas das soluções de xantana e por isso deve-se ter um controle muito
rigoroso na etapa de fermentação (COSTA, LARISSA, 2014).
O processo de fermentação pode ser afetado por espumas causadas pela agitação. Em
termos gerais, as propriedades físico-químicas das espumas estão ligadas à fase líquida, que é
considerada o meio contínuo, onde contaminantes solúveis podem estar presentes em toda
essa fase. Também é comum encontrar pequenas partículas sólidas e materiais insolúveis de
baixo peso dispersos na espuma, uma vez que as bolhas têm a tendência de subir para o topo,
podendo carregar consigo esses materiais para a região de formação da espuma. Neste caso,
se ocorrer a formação de espuma, será utilizado um fluido antiespumante, o qual será uma
solução tamponante.
Para a realização da fermentação deve-se utilizar de 5% a 10% do volume total de
caldo fermentado, sendo que o volume ideal é 10%, valor adotado no atual projeto (GOMES,
GLEICE, 2014). Foram transferidos 3000 L do inóculo para cada reator de fermentação de
300000 L e o pH ajustado para 7. A massa de meio por dia foi calculada (Apêndice A.6),
obtendo-se um valor de 112328,77 kg, Neste caso retirando-se 10%, será utilizado 11232,877
kg de caldo fermentativo no tanque fermentador.
Os microrganismos apresentam um desempenho robusto mesmo em condições de
baixas concentrações de oxigênio dissolvido, tornando-se economicamente atrativos. Manter
níveis elevados de oxigênio dissolvido requer maior consumo de energia devido à necessidade
de intensificação da agitação e aeração. A produção de xantana em diferentes velocidades de
agitação (100 até 800 rpm), mantendo uma taxa de aeração de 1 vvm. Quando a velocidade de
agitação foi de 800 rpm, tanto a biomassa quanto a produção de xantana foram reduzidas,
possivelmente devido aos danos causados às células devido ao estresse hidrodinâmico. Por
este motivo a agitação será de 600 rpm e o tempo de agitação de 72 horas (FARIA, 2009).
74
baixa massa molar. Os efeitos positivos do aumento da agitação são atribuídos à melhoria da
transferência de nutrientes e oxigênio, essenciais para a formação da goma xantana.
Visto a estequiometria de reação da goma na Figura 16, pode-se afirmar que no
processo de aeração da goma xantana, os gases que geralmente saem incluem principalmente
dióxido de carbono (CO2), que é liberado como um subproduto do metabolismo microbiano
durante a fermentação. O CO2 é produzido quando os micro-organismos utilizam açúcares ou
outros substratos para crescer e produzir goma xantana. Além do CO2, pequenas quantidades
de outros gases, como oxigênio (O2) residual e nitrogênio (N2) do ar, também podem estar
presentes, dependendo das condições do processo e do sistema de aeração utilizado. Estes
gases são liberados para a atmosfera durante o processo de fermentação.
A faixa de oxigenação ideal para a produção de xantana é entre 1,5-3,5 mM de O2 por
minuto. Um nível adequado de aeração é essencial para garantir uma produção eficaz de goma
em processos fermentativos, pois durante a fermentação, há um considerável aumento na
viscosidade do meio (MECCA & JAQUELINE, 2010). No projeto será utilizado 2,5 mM de
O2/min. Como 131 mols de O2 produzem 140 mols de CO2 pela reação, pode-se afirmar que
o gás CO2 produzirá 2,67 mM/min.
8.2.7. Pasteurização
Após, o término da fermentação, as enzimas presentes bem como as células da própria
xanthomonas precisam sofrer o processo de inativação e degradação, respectivamente,
fazendo assim com que a fermentação pare de ocorrer de modo definitivo, sem que o produto
sofra alterações na sua composição. Para que isso aconteça, o caldo fermentativo e as demais
substâncias presentes, sendo elas os reagentes químicos adicionados para melhorar o processo
de fermentação e as células, precisam passar pelo processo de pasteurização
(GARCÍA-OCHOA et al., 1999).
Além de servir para a lise das células, o aumento da temperatura também favorece o
processo de diluição do caldo fermentativo, o que resulta numa diminuição da viscosidade
aparente da solução, pois este parâmetro que controla a formação das moléculas, facilitando
assim tanto o processo de escoamento da corrente quanto às etapas seguintes, como a de
filtração. Existe ainda, caso o caldo tenha dificuldades de escoamento, a possibilidade da
dissolução em solução de isopropanol, entretanto optou-se por melhor controlar as
temperaturas do processo fermentativo e realizar a pasteurização (GARCÍA-OCHOA et al.,
1999).
Para um bom funcionamento do equipamento e para que os objetivos sejam
alcançados, deve-se operar a uma temperatura de 80-130°C em torno de 10-20 min com um
controle do pH que fique em torno de 6.3-6.9. Assim, optou-se por manter a temperatura em
90°C por 15 min, garantindo assim que o tratamento térmico oferecido possa reduzir a
viscosidade, lisar e degradar as células e enzimas presentes em solução. Cálculos da
pasteurização estão melhores descritos no Apêndice A.7.
8.2.7.1. Descrição do equipamento para pasteurização
O equipamento selecionado apresenta as características apresentadas no tópico 8.2.7,
sendo assim, com as seguintes dimensões 2250 x 2000mm, será fornecido pela empresa
Shangwang. A corrente que entra no equipamento é a mesma que sai do processo de
fermentação, sendo 4689,73 kg/h, sabendo que a composição se dá em 2,43% de Goma
Xantana, este está selecionado conforme no anexo 2.8.
8.2.8. Filtração
Após o tratamento em temperaturas altas, ou seja, com materiais particulados
presentes na solução além do produto final, é necessário uma etapa de separação. Para isso,
identifica-se que o processo de produção da goma xantana tem como produtos, geralmente,
cerca de 0,1-0,3% em massa de células presentes na corrente, essas apresentam um tamanho
77
Com base nas informações obtidas, pode-se escolher o equipamento necessário para
atender a demanda, com uma vazão de 4.689,73kg/h o filtro escolhido é um módulo de
microfiltração, este será fornecido pela empresa LennTech, sendo o modelo com capacidade
de 5-35m³/h com dimensões de 100x200x100cm por questões de segurança, tendo em vista
que seu menor modelo estaria operando quase que 100% de sua capacidade (5m³). Ainda tem
capacidade autolimpante, não tem necessidade de adição de químicos ou troca da tela do
filtro, o que facilita a operação, conforme selecionado no Anexo 2.9.
78
8.2.9. Precipitação
Após a realização da filtração do processo, o fluido que sai do filtro será a corrente de
entrada no processo de separação, onde o objetivo principal é que o caldo fermentativo seja
separado da goma xantana, deixando apenas uma concentração de cerca de 40% em água,
para que a corrente possa escoar para o processo de secagem.
Como exigência das agências de controle alimentício como a FDA, para evitar que
qualquer composto insolúvel esteja presente na composição do produto final, é necessário que
essa precipitação seja feita utilizando uma mistura do caldo fermentativo com isopropanol.
Este, por sua vez, apresenta uma relação de volumes menor que os demais agentes
precipitantes, no caso acetona e etanol, fazendo assim com que o álcool exigido seja o que
possui um melhor rendimento (GARCÍA-OCHOA et al., 1999).
No processo em questão, a precipitação ocorrerá de forma prévia, ou seja, será
necessário um tanque agitado contendo a solução de água e goma, onde em seguida é feita
adição do isopropanol na relação de 4:1, sendo volume de álcool por volume de mistura
filtrada (MALONE, et al., 2023). Com isso, o processo de separação pode ser realizado via
centrifugação, que irá retirar a goma úmida e a mistura de IPA (isopropanol) e água.
Para o balanço de massa da centrífuga, assumiu-se que 95% da massa de goma
xantana, junto com 5% da massa de líquido, serão separados e destinados para a secagem,
enquanto que o restante é destinado à torre de destilação, para a recuperação do isopropanol
(MALONE et al., 2023).
Na Figura 17, podemos observar as relações de entrada e saída do processo de
filtração e centrifugação, onde é feita adição do isopropanol. Os cálculos efetuados
encontram-se no Anexo A.9.
Figura 17 - Fluxograma com detalhes de vazão da precipitação
fundo. A alimentação será no prato 8, o diâmetro, a área e a altura da torre são 1,58 m, 1,96
m, e 7,87 m, respectivamente.
A vazão de entrada do processo de destilação será a corrente 29 e 38, que juntas
proporcionam um valor total de 14.147,82 kg/h. Com isso, a partir da simulação, obteve-se
fração de topo de 0,85 de fração mássica de isopropanol, que será utilizada no processo de
precipitação, o diagrama de equilíbrio e os cálculos são mostrados no Apêndice A.10,
enquanto que um esquema do equipamento é apresentado na figura 18.
A saída de fundo apresenta concentração mássica de 99,75% de água, e será destinada
para seu devido tratamento, visto que ainda apresenta uma concentração de isopropanol.
Entretanto, para reduzir uma parte deste “descarte”, ela será incorporada com uma corrente de
isopropanol comercial, para que então esta mistura possa prosseguir para a lavagem da goma
xantana, numa composição de 3:1 (v/v) de isopropanol e água.
Tendo em vista isso, fez-se necessário que o processo comporte um grande volume de
isopropanol, e assim, por questões de logística, a planta comportará quatro dias de
isopropanol para ser usada na lavagem do produto, ou seja, terá 2 tanques de 30000L. Este
tanque de armazenamento será fornecido pela empresa Kosun, tendo 2,6m e 5,65m para
diâmetro e altura respectivamente, visualizado no Anexo 2.13.
Além disso, considera-se que 90% do líquido da pasta da goma é retirado e levado
junto com a solução aquosa (MALONE, et al., 2023). Os cálculos efetuados encontram-se no
Apêndice A.11. Na Figura 19 demonstram-se as respectivas correntes de entrada e saída do
81
8.2.11. Secagem
Após o processo de separação da goma, é necessário que ela passe por um processo de
secagem, onde o líquido presente no material é retirado (CELESTINO (2010)). A secagem do
produto garante uma conservação por um maior período de tempo, além de auxiliar com os
custos com logística dos mesmos (SILVEIRA et al. (2013)). Nessa etapa, a goma obtida pelo
processo de separação é encaminhada para o secador atomizador a uma taxa de 178,34 kg/h
com uma umidade de 20% em base seca, onde por meio do bico de pressão gotículas serão
formadas e com vazão de 835 kg/h de ar seco, que entra em um aquecedor à 22.7 °C e 80%
de umidade relativa e sai do trocador para a câmara de secagem à 116 °C e umidade absoluta
igual a 0.016 kg de água/ kg de ar seco, realiza uma transferência de calor retirando o líquido
do sólido.
A goma seca sai a uma vazão de 119,2 kg/h e o ar de secagem são enviados então para
um ciclone onde o sólido se concentra na parte inferior do equipamento e o ar é eliminado.
Conforme calculado no Apêndice A.12.
Os dados de temperatura e umidade do ar de secagem foram utilizados para determinar
as condições em que o ar de secagem entra no trocador de calor e quais devem ser as medidas
para que ele seja adequado para o processo. Eles foram obtidos a partir do climate data que
busca dados de cerca de 30 anos atrás da cidade de Ribeirão Preto - SP e estão presentes na
Figura 20.
82
8.2.14. Empacotamento
Após a goma xantana ser seca, ela passará pela etapa final, o empacotamento. Nela, a
goma será acondicionada em embalagens de polipropileno transparente, em pacotes de 25kg e
100kg, para posteriormente ser armazenada no estoque de produtos da fábrica, onde ficará até
ser recolhida por um caminhão. Para essa função, foi escolhida a empacotadora modelo
DCS-100, da marca Zhangzhou Jialong Technology, presente no anexo 2.16.
83
9. CONTROLE E INSTRUMENTAÇÃO
Abaixo, na figura 21, é possível visualizar o diagrama P&ID do tanque de fermentação
do processo. Ressalta-se que os parâmetros controlados serão: temperatura, pressão, vazão,
nível, pH e concentração de oxigênio. A legenda com o significado de cada uma das letras
utilizadas na identificação dos controles encontra-se no Anexo 10.
9.1. TEMPERATURA
O controle da temperatura de uma fermentação é um processo crítico, pois além de
interferir diretamente no crescimento e multiplicação da cultura e consequentemente na
obtenção do produto desejado, ela também afeta na atuação de outros sensores como os de
pressão, vazão eb pH que podem não suportar altas temperaturas sem erro de medição
(OMSTAED, 1990).
Para o controle desse parâmetro optou-se por montar uma malha de controle composta
por, um transmissor de temperatura ligado a um sensor de temperatura, neste caso o escolhido
foi um termopar de Cobre-Cobre/Níquel devido a sua precisão e faixa de temperatura
alcançadas, com o transmissor enviando sinais elétricos a um controlador PID pois um
controle preciso e rápido da temperatura é essencial para o sucesso do processo. O controlador
por sua vez está ligado a um posicionador pneumático, que converte o sinal elétrico do
85
9.2. PRESSÃO
O controle da pressão interna do fermentador é de suma importância, dado que há a
liberação de CO2 durante a reação que pode aumentar a pressão interna caso haja falha na
expulsão deste do fermentador. Para o controle do parâmetro, optou-se por utilizar como
indicador um diafragma de metal, dado que ele serve para registrar baixas pressões, como a
operada, e o metal ser resistente a condições mais severas (SENAI, 1999). Para transmitir o
sinal, selecionou-se um transdutor capacitivo por possuir uma boa linearidade na resposta e
ser de menor tamanho, que será acoplado ao diafragma metálico para transformar a pressão
aplicada no diafragma em um sinal elétrico baseado na diferença de capacitância gerada
(CESAR CASSIOLATO, 2012). Por fim, o sinal elétrico será encaminhado para um
controlador PID, cuja função é manter o valor da variável dentro do esperado, no caso do
processo, 1 atm (FREITAS, 2019). O controlador estará atuando em uma válvula de
segurança em conjunto com uma válvula de alívio, acionando a válvula de segurança apenas
quando apenas o alívio não for mais suficiente.
9.3. VAZÃO
A vazão é o principal aliado para o controle e a instrumentação de um processo, por
isso, está geralmente relacionada com o controle de outras variáveis importantes, pois é com
ele que faremos os ajustes necessários para o processo. Para o sistema de vazão do
fermentador foram escolhidas válvulas diafragma pneumáticas, para o controle das vazões
presentes no processo serão utilizados os sistemas de diferença de pressão para realizar a
medição do fluxo. Para isto, serão empregadas placas de orifício concêntricas para as vazões
excerto para a vazão com o meio e hidrolisado, onde será utilizada uma placa de orifício
excêntrica para que não haja obstrução com a passagem do sólido (bagaço moído). Ademais,
a placa estará acoplada em um transmissor de pressão diferencial e posteriormente a um
controlador indicador de fluxo que estará em sistema de malha fechada com os controladores
PID das demais variáveis analisadas, onde o controlador está ligado a um posicionador
86
pneumático, que converte o sinal elétrico do controlador em sinais pneumáticos para a válvula
diafragma pneumática.
9.4. NÍVEL
Os sensores de nível são importantes para controlar-se o enchimento do tanque de
fermentação, seu esvaziamento e até mesmo como o processo se passa no interior do
fermentador, dado que pode haver a formação indesejada de espuma. Dada a importância do
parâmetro, um indicador de nível tipo bóia de torpedo será utilizado para indicar o nível
dentro do fermentador, sua diferença para o tipo boia usual é que, no formato de torpedo,
evita-se interferências causadas por espuma e turbulência. O medidor do tipo boia também
pode transmitir as informações para o controlador, dado que é conectado a conectores
elétricos que podem enviar sinais para o controlador PID ligado a válvula de diafragma da
corrente de alimentação onde irá abrir ou fechar dependendo do que se necessita..
9.5. PH
Serão utilizados 3 eletrodos de vidro e 2 eletrodos de referência conectados a dois
transmissores. O terceiro eletrodo será utilizado caso haja uma falha nos outros dois. Esses
eletrodos possuirão saída digital, o que proporcionará a integração com o controlador e maior
automação do processo. O controlador utilizado será do tipo PID, que estará ligado a
alimentação de ácido e base controlando seu fluxo para que seja realizada a calibração do pH
adicionando base ou ácido.
9.6. OXIGÊNIO
A cultura necessita de um nível mínimo de oxigênio para que possa produzir energia a
partir do consumo de fontes de carbono orgânico. O oxigênio por ser insolúvel em água
requer uma atenção especial para que não torne-se um limitante no processo e nem um fator
que atrapalhe no desenvolvimento da cultura causando um excesso de oxigenação no meio.
Para que isto não ocorra, será utilizado um sensor óptico que utiliza a luz para detectar a
presença de um material no ambiente, neste caso, o oxigênio. O sensor é composto por um
LED, um fotodiodo e uma seção de separação para o meio coberto por uma camada
permeável de oxigênio. Este sensor estará acoplado com um transmissor óptico que transmite
por sinais elétricos os dados para um controlador PID, que será utilizado por sua sensibilidade
e rapidez. O controlador estará acoplado em um posicionador pneumático que funciona como
transdutor enviando sinais pneumáticos para a válvula que controla o fluxo de oxigênio.
87
11.2. AR COMPRIMIDO
O ar comprimido será utilizado para obter-se a água vinda do poço estabelecido para
uso de água na fábrica, através de um air-lift, para alimentar as demandas dos fermentadores
e pré-fermentadores com 𝑂2. Os cálculos estão melhores descritos no Apêndice C.3. Ademais,
foi selecionada uma bomba compressora para o sistema de Air Lift, fornecida pela empresa
Hangzhou, modelo de 5 m³/h (Anexo 2.20).
89
Com isso, pode-se dizer que a demanda geral de ar comprimido na fábrica será de
3,3m³ por minuto, detalhados na tabela abaixo:
Tabela 15 - Demanda de ar comprimido por equipamento.
Air-lift 0,04
Fermentador 1,41
Pré-fermentador. (50L) 0,002
Pré-fermentador. (300L) 0,01
Pré-fermentador. (3000L) 0,14
Trocador de Calor¹ 1,7
Total 3,30
Fonte: Autores, 2023.
¹Neste caso, a demanda de ar para o trocador de calor se refere ao aquecimento deste para entrada no processo de
secagem, no spray dryer.
Com isso, podemos demonstrar os respectivos trechos que irão transportar o ar, bem
como seus diâmetros nominais e comprimento, na Tabela 16.
Vazão D (in)
Trecho L (m)
(m³/min) comercial
1 33,48 0,04 1
2 5,75 17,34 6
3 2,43 8,45 3
4 0,50 1,41 2
5 0,50 1,41 2
6 3,40 5,63 3
7 0,50 1,41 2
8 0,50 1,41 2
9 3,40 2,82 3
10 0,50 1,41 2
11 0,50 1,41 2
12 6,80 8,90 5
13 2,43 4,22 3
14 0,50 1,41 2
15 0,50 1,41 2
16 3,90 1,41 2
90
continuação
17 3,40 4,67 4
18 2,43 2,82 2
19 0,50 1,41 2
20 0,50 1,41 2
21 2,50 1,86 3
22 0,99 1,7 2
23 2,28 0,16 1
24 1,55 0,14 1
25 2,21 0,02 1
26 2,11 0,01 1
27 3,76 0,002 1
Fonte: Autores, 2023.
Demanda de Água
Equipamento
(L/min)
Refeitório 3,20
Cozinha 4,58
Vestiário 148
Ambulatório 0,28
Laboratório 0,69
Banheiro 7,77
Lavagem 1 150
Fermentador 7,41
91
Pré-fermentador.
(50L) 0,01
Pré-fermentador.
(300L) 0,07
Pré-fermentador.
(3000L) 0,74
Trocador de Calor
Filtro 188
Trocador de Calor
Destilador 121
Condensador 270
TOTAL 902
Fonte: Autores, 2023.
Reservatório de Água
Fábrica 1072,55 m³/dia
Convivência 6,01 m³/dia
Água Quente 1,60 m³/dia
Incêndio 216,03 m³
TOTAL 648,10 m³
Fonte: Autores, 2023.
Vazão
D interno (mm)
Trecho L (m) (L/min)
1 2,16 750,12 52,5
2 1,62 125 26,6
3 26,11 156,26 26,6
4 0,10 4,58 26,6
5 0,20 0,28 26,6
6 14,36 151,40 26,6
7 0,10 3,20 26,6
8 0,20 148 26,6
9 6,28 811,98 52,5
10 3,25 623,05 52,5
11 0,50 7,41 26,6
12 0,50 7,41 26,6
13 3,40 608,23 52,5
14 0,50 7,41 26,6
15 0,50 7,41 26,6
16 3,40 593,41 52,5
17 0,50 7,41 26,6
18 0,50 7,41 26,6
19 5,80 579 52,5
20 0,50 188 26,6
21 10,73 391 52,5
21.a 4,1 121 26,6
21.b 2,3 270 26,6
22 6,80 188,94 26,6
23 6,65 22,23 26,6
24 0,50 7,41 26,6
25 3,40 14,82 26,6
26 0,50 7,41 26,6
27 0,50 7,41 26,6
28 2,61 166,71 26,6
29 0,10 7,77 26,6
93
continuação
30 10,84 159 26,6
31 0,50 150 26,6
32 3,40 8,93 26,6
33 0,50 7,41 26,6
34 0,50 0,74 26,6
35 4,56 0,78 26,6
36 0,66 0,07 26,6
37 1,53 0,71 26,6
38 0,78 0,01 26,6
39 2,30 0,69 26,6
Fonte: Autores, 2023.
11.4. VAPOR
O vapor dentro da unidade fabril é utilizado para aquecimento de trocadores de calor,
aquecimento de superfícies dentre outras funcionalidades, transportando grandes quantidades
de calor e energia para diversos locais.
Para isso foi realizado o cálculo da demanda de vapor necessária por todas as áreas da
fábrica. Foram utilizadas as potências e necessidades de calor de cada equipamento e
considerando a eficiência dos equipamentos como 80% e a entalpia de vaporização da água a
195 °C e aproximadamente 14 bar como 1957,85 kJ/kg. As demandas estão especificadas na
Tabela 20.
Continuação Tabela 20
TOTAL 4,74
Fonte: Autores, 2023.
Continuação Tabela 21
13 9,85 294 15 115,75 16
14 0,50 32 15 12,60 8
15 0,50 32 15 12,60 8
16 3,40 230 15 90,55 14
17 0,50 32 15 12,60 8
18 0,50 32 15 12,60 8
19 3,40 166 15 65,35 10
20 0,50 32 15 12,60 8
21 0,50 32 15 12,60 8
22 4,58 102 15 40,16 5
23 1,80 33 15 12,99 2
24 12,53 69 15 27,17 4
25 0,61 34 15 13,39 2,5
26 2,30 35 15 13,78 3
27 9,85 241 15 94,88 8
28 0,50 28 15 11,02 1
29 0,50 27 15 10,63 2
30 3,40 186 15 73,23 8
31 0,50 28 15 11,02 1
32 3,40 158 15 62,20 8
33 0,50 32 15 12,60 8
34 0,50 29 2 11,42 1/4
35 0,98 97 15 38,19 3/4
36 2,21 36 15 14,17 1/2
37 1,38 61 15 24,02 1/4
38 0,10 30 2 11,81 1/4
39 2,21 31 15 12,20 1/4
Fonte: Autores, 2023.
Continuação Tabela 22
31 31,6200 0,63 0,0022 8,93
32 32,6400 4,25 0,0013 8,92
33 33,6600 0,63 0,0002 8,85
34 34,6800 0,63 0,000001 0,07
35 35,7000 1,23 0,0043 7,42
36 36,7200 2,77 0,0602 14,69
37 37,7400 1,73 0,0264 8,00
38 38,7600 0,13 0,0000 0,73
39 39,7800 2,76 0,0350 7,28
Fonte: Autores, 2023.
D nominal
Trecho L (m) (in) Peso T (kg) Peso C (kg) Q (kg/h)
1 4,05 20 742,4496 31,589 380,5874
2 0,10 1 1/2 0,4050 0,017 0,2076
3 12,90 20 2362,5060 100,517 1211,0454
4 3,05 10 183,7015 7,816 94,1673
5 0,50 1 1,0250 0,044 0,5254
6 0,50 1 1,0250 0,044 0,5254
7 3,40 10 204,7820 8,713 104,9734
8 0,50 8 21,2400 0,904 10,8878
9 0,50 8 21,2400 0,904 10,8878
10 3,40 10 204,7820 8,713 104,9734
11 0,50 8 21,2400 0,904 10,8878
98
Continuação Tabela 23
12 0,50 8 21,2400 0,904 10,8878
13 9,85 16 1213,1260 51,614 621,8611
14 0,50 8 21,2400 0,904 10,8878
15 0,50 8 21,2400 0,904 10,8878
16 3,40 14 320,9600 13,656 164,5275
17 0,50 8 21,2400 0,904 10,8878
18 0,50 8 21,2400 0,904 10,8878
19 3,40 10 204,7820 8,713 104,9734
20 0,50 8 21,2400 0,904 10,8878
21 0,50 8 21,2400 0,904 10,8878
22 4,58 5 99,5063 4,234 51,0079
23 1,80 2 9,7740 0,416 5,0103
24 12,53 4 201,1676 8,559 103,1206
25 0,61 2,5 5,2754 0,224 2,7042
26 2,30 3 25,9440 1,104 13,2992
27 9,85 8 418,4280 17,803 214,4906
28 0,50 1 2,0500 0,087 1,0509
29 0,50 2 2,7150 0,116 1,3917
30 3,40 8 144,4320 6,145 74,0374
31 0,50 1 1,0250 0,044 0,5254
32 3,40 8 144,4320 6,145 74,0374
33 0,50 8 21,2400 0,904 10,8878
34 0,50 1/4 0,3150 0,013 0,1615
35 0,98 3/4 1,6464 0,070 0,8440
36 2,21 1/2 2,7650 0,118 1,4174
37 1,38 1/4 0,8694 0,037 0,4457
38 0,10 1/4 0,0630 0,003 0,0323
39 2,21 1/4 1,3892 0,059 0,7121
Fonte: Autores (2023)
1 693 2
2 38,00 3/4
3 655 2
4 120 3/4
5 28 3/4
6 28 3/4
7 64 1
8 32 1/2
9 32 1/2
10 64 1
11 32 1/2
12 32 1/2
13 294 1
14 32 1/2
15 32 1/2
16 230 1
17 32 1/2
18 32 1/2
19 166 1
20 32 1/2
21 32 1/2
22 102 3/4
23 33 1/2
24 69 3/4
25 34 1/2
100
Continuação Tabela 24
26 35 1/2
27 241 1
28 28 1/2
29 27 1/2
30 186 1
31 28 1/2
32 158 1
33 32 1/2
34 29 1/2
35 97 3/4
36 36 1/2
37 61 3/4
38 30 1/2
39 31 1/2
Fonte: Autores, 2023.
Continuação Tabela 25
33 8 1,5
34 1/4 1
35 3/4 1
36 1/2 1
37 1/4 1
38 1/4 1
39 1/4 1
Fonte: Autores, 2023.
103
TOTAL R$ 6.463.234,40
Fonte: Cronoshare, 2023.
Quantidade/ano
Matéria Prima Valor por kg (R$) (kg) Valor por ano (R$)
Peptona R$ 305,50 160000 R$ 48.880.000,00
Extrato De Levedura R$ 92,00 320000 R$ 29.440.000,00
KH2PO4 R$ 161,51 320000 R$ 51.683.200,00
Composto Enzimático R$ 3,12 320032 R$ 998.499,84
Xanthomonas Campestris R$ 9.357,74 - R$ 9.357,74
Bagaço De Cana De
Açúcar R$ 0,00001 2933332,72 R$ 29,3
HCl R$ 151,00 - R$ 151,0
NaOH R$ 22,00 - R$ 22,0
TOTAL R$ 131.011.259,91
Fonte: Autores, 2023.
Além da matéria prima e reagentes, também foi precificado o valor gasto com o frete.
Tais valores encontram-se na Tabela 28.
105
Valor
Equipamentos unitário Quantidade Custo do Frete
Óculos De Proteção R$ 3,52 10 R$ 16,15
Luvas Nitrílica R$ 4,80 10 R$ 0,00
Luvas Perfuro Cortantes R$ 14,37 10 R$ 0,00
Luvas Para Agentes Térmicos R$ 5,13 10 R$ 0,00
Macacão R$ 43,60 10 R$ 0,00
Botas De Pvc Cano Longo R$ 57,60 10 R$ 14,57
Respirador Com Filtro R$ 52,00 10 R$ 0,00
Capacete Com Ajuste R$ 66,91 10 R$ 0,00
106
Continuação Tabela 29
Protetor Auditivo R$ 48,47 10 R$ 0,00
R$ 124.488,00 R$ 30,72
TOTAL
R$ 124.518,72
Fonte: SuperEP, 2023, Amazon, 2023, Astro Distribuidora, 2023, Multiseg 2023, Preveoest 2023, Episonline,
2023, Bhepi, 2023 e Superepi, 2023.
Continuação Tabela 30
1º 2º 3º
Área Funcionário Turno Turno Turno
Gerente Geral 0 1 0
Gerente Comercial 0 1 0
Gerente de RH 0 1 0
Secretário 0 2 0
Analista de RH 0 1 0
ADMINISTRATIVO
Cozinha 0 3 2
Limpeza 0 2 1
Analista Financeiro 0 1 0
Técnico de
Informática 0 1 0
109
Continuação
Tabela 31
Gerente Industrial 0 1 0
Gerente de
Qualidade 1 1 1
Segurança 2 2 2
Porteiro 1 1 1
Limpeza 2 3 2
Técnico de
FÁBRICA Laboratório 0 3 0
Operador de
Caldeira 1 1 1
Técnico em
Mecânica/Elétrica 1 1 1
Descarga 0 2 0
Líder Técnico 0 2 0
Motorista 1 1 0
Embalador 1 1 1
Fonte: Autores, 2023.
A empresa terá 60 funcionários no total, dos quais 16 compõem a área administrativa e
43 a área fabril. Os cargos e os salários dos funcionários estão descritos na Tabela 32. O
pagamento será de acordo com a média salarial de cada categoria, com base em uma jornada
de trabalho de 6 dias semanais, trabalhando 8 horas por dia.
Total Salário
Área Funcionário Salário Adicional Total
Gerente Geral R$ 12.165,00 R$ 12.165,00 R$ 12.165,00
Gerente
Comercial R$ 8.740,00 R$ 8.740,00 R$ 8.740,00
ADMINISTRATIVO Gerente de RH R$ 6.380,26 R$ 6.380,26 R$ 6.380,26
Secretário R$ 2.202,03 R$ 2.202,03 R$ 4.404,06
Analista de RH R$ 3.543,00 R$ 3.543,00 R$ 3.543,00
110
Continuação
Tabela 32
Limpeza R$ 1.307,83 R$ 1.569,40 R$ 4.185,06
Analista
Financeiro R$ 3.021,00 R$ 3.021,00 R$ 3.021,00
Técnico de
Informática R$ 2.025,41 R$ 2.025,41 R$ 2.025,41
Analista de
Controle
Qualidade R$ 3.781,00 R$ 4.537,20 R$ 4.537,20
Gerente
Industrial R$ 11.485,00 R$ 11.485,00 R$ 11.485,00
Gerente de
Qualidade R$ 6.947,00 R$ 8.336,40 R$ 8.336,40
Segurança R$ 2.011,79 R$ 2.414,15 R$ 2.414,15
Porteiro R$ 2.210,00 R$ 2.652,00 R$ 2.652,00
Limpeza R$ 1.307,83 R$ 1.569,40 R$ 1.569,40
FÁBRICA Técnico de
Laboratório R$ 3.450,00 R$ 3.450,00 R$ 3.450,00
Operador de
Caldeira R$ 2.423,00 R$ 2.907,60 R$ 2.907,60
Técnico em
Mecânica/Elétri
ca R$ 2.295,00 R$ 2.754,00 R$ 2.754,00
Descarga R$ 1.660,00 R$ 1.660,00 R$ 1.660,00
Líder Técnico R$ 10.751,00 R$ 10.751,00 R$ 10.751,00
Motorista R$ 4.465,00 R$ 8.930,00 R$ 8.930,00
Embalador R$ 1.522,27 R$ 1.826,72 R$ 1.826,72
Fonte: Glassdoor, 2023.
Vale-Transporte Vale-Alimentação
R$ 125,00 R$ 875,00
Fonte: Autores, 2023.
Assim, vemos que ao final de um mês, o custo dos funcionários selecionados, sem
nenhum benefício adicionado, será de R$174.602,34. Com os valores calculados ainda de
décimo terceiro, FGTS por ano e férias para cada funcionário, tendo em vista como base para
cálculo a tabela de impostos atualizadas a partir de maio de 2023, tem-se o valor total de R$
3.375.003,95 ao longo de 12 (doze) meses de custos com pessoas alocadas para trabalhar
nesta empresa.
Continuação
Tabela 34
Tubo de ensaio R$ 2,25 50 R$ 112,50 R$ 19,00
Placa de petri R$ 9,24 100 R$ 924,00 R$ 19,00
ágar bacteriológico R$ 556,70 2 R$ 1.113,40 R$ 19,00
Aparelho de destilação
fracionada R$ 1.500,00 1 R$ 1.500,00 R$ 19,00
Banco R$ 76,99 4 R$ 307,96 R$ 40,10
Bancada+armário R$ 10.000,00 R$ 19,00
Ar condicionado R$ 2.500,00 1 R$ 2.500,00 R$ 0,00
Autoclave R$ 10.778,00 1 R$ 10.778,00 R$ 19,00
Shaker R$ 13.708,04 1 R$ 13.708,04 R$ 19,00
Lava olhos R$ 621,00 1 R$ 621,00 R$ 0,00
Alcool isopropilico R$ 60,00 5 R$ 300,00 R$ 19,00
Cloreto de potássio R$ 30,00 2 R$ 60,00 R$ 19,00
Erlenmeyer 250 mL R$ 20,13 20 R$ 402,60 R$ 19,00
Erlenmeyer 500 mL R$ 34,60 10 R$ 346,00 R$ 19,00
Erlenmeyer 5L R$ 286,34 5 R$ 1.431,70 R$ 19,00
Alça de drigalski R$ 63,92 5 R$ 319,60 R$ 19,00
Câmara asséptica UV R$ 3.214,50 1 R$ 3.214,50
2,4 dinitrofenilhidrazina R$ 160,00 3 R$ 480,00 R$ 19,00
Frasco Âmbar R$ 17,68 10 R$ 176,80 R$ 19,00
ácido 2N-hidroclórico R$ 33,33 3 R$ 99,99 R$ 0,00
Fonte: lojanetlab, 2023, Mercado livre 2023, Shopee 2023, Didaticasp, 2023.
12.13.1. Utilidades
O custo com água será desconsiderado dos cálculos por esta ser proveniente de poço
artesiano, sendo assim, serão considerados exclusivamente os custos com vapor e a energia
elétrica necessária.
Muitas indústrias sucroalcooleiras utilizam para a produção de vapor a queima do
próprio resíduo, o bagaço da cana de açúcar. Como nosso processo tem como matéria prima o
mesmo, para a queima só será necessário fazer uma compra maior do bagaço e assim utilizar
na caldeira. A capacidade calorífica do bagaço da cana de açúcar é de aproximadamente 4450
quilocalorias (kcal/kg) (EMATER, 2022), e para atender a demanda de 11684,4 kg/h de vapor
necessária para operar a planta, teremos no total a necessidade de 36,84 ton/dia de bagaço de
cana de açúcar gerando um custo R$ 645,36 por ano, sendo uma alternativa extremamente
viável, devido ao fato que o combustível não é uma fonte de energia renovável e apresenta um
custo mais elevado de compra.
Para as demandas de energia elétrica da planta, tem-se como base apenas os
equipamentos de bombeamento, compressão e centrifugação. Sendo assim, o consumo geral
totaliza em 5076 kWh, e portanto podemos concluir que se, considerando uma situação menos
favorável nas transmissões de energia elétrica, segundo a Companhia Paulista de Força e Luz
(CPFL) da Região de São Paulo, o kWh fica em torno de R$ 0,85 para o subgrupo B3
(indústria e comércio), o que resulta em um total mensal de R$ 129.438,00.
12.13.2. Tubulações
Para realizar a estimativa dos custos com tubulações, foi utilizada a equação de
escalonamento proposta por Towler e Sinnott (2008), que cita ser uma equação para estimar o
custo, descrita abaixo:
𝑛
𝐶𝑡𝑢𝑏𝑜 = 𝑏𝐷 (5)
Assim o Investimento Direto é a soma de ISBL e OSBL que é definido por limites de
recursos internos da planta (ISBL) e os limites externos (OSBL), o mesmo teve um total de
R$27.732.830,25 onde é descrita pelas equações 9 e 10:
funcionamento desta. Por isso, abaixo encontra-se a relação utilizada para calcular-se o lucro
bruto:
𝐿𝐵 = 𝑅 − 𝐶𝑡𝑜𝑡𝑎𝑖𝑠 (14)
O lucro bruto é o ganho total de uma empresa antes de qualquer outra dedução ser
feita, ele leva em conta o custo total dos produtos e a receita das vendas. O lucro bruto é
importante para estimar-se o lucro líquido, que é o lucro real da organização após a subtração
de todos os impostos e outras deduções (GUEDES, 2023).
A receita pode ser encontrada através de uma relação apresentada no livro Plant
Design and Economics for Chemical Engineers ( McGraw, 2002) em que a receita está
atrelada a quantidade de produto vendido por hora, o tempo total de funcionamento, o preço
dos produtos e a quantidade produzida por hora, ficando da seguinte forma:
𝑅 = 𝑝 *𝑄 (15)
Sendo:
R = Receita
Q= quantidade de produto produzida (kg/ano)
p= preço do produto (R$/kg)
Desta forma, ao subtrair-se os custos totais, presentes na seção 12.3, da receita total
encontrada, que foi de R$132.000.000,00, obtêm-se o lucro bruto. O lucro bruto é importante
uma vez que representa a capacidade da empresa de cobrir os custos envolvidos em seu
118
13.7. DEPRECIAÇÃO
A depreciação é a perda do valor de bens e ativos com o passar do tempo, fruto de
desgaste natural, desgaste pelo uso e até mesmo obsolescência. A depreciação deve ser
aplicada aos ativos permanentes da empresa, que compõem máquinas, equipamentos e até
mesmo a infraestrutura. A depreciação pode ser encontrada de acordo com Perlingeiro (2005)
através da relação abaixo:
𝐷 = 𝑒 * 𝐼𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜 (16)
Sendo:
D em R$/Ano
𝑒 = 1/𝑛 sendo n o número de anos previstos para a fábrica, usado 10 anos.
Dessa forma, pode-se estimar a depreciação que os bens e ativos da indústria sofrerão
em 10 anos, sendo esse valor de R$2.773.283,02.
𝐷𝑓 = 𝑑 * 𝐼𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜 (18)
Sendo:
d é uma variável estipulada em 10% (INVESTOR, 2020);
t é 15%
Desta forma, o imposto de renda a ser pago por ano é de R$ 4.202.405,72.
119
𝐶𝑅 = ℎ ⋅ 𝐼𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 (19)
13.11. FINANCIAMENTO
Para o nosso projeto em questão, teremos um investimento total de aproximadamente
R$165.455.500,62, sendo assim, faremos um financiamento inicial do valor de 20%, o
restante ficará a cargo de acionistas e investidores da área.
Para tanto, o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) fornece empréstimos
para grandes empresas em todos os setores, com investimentos de até 150 milhões (BNS,
2023). Assim, de forma que temos um valor fixado para financiar em torno de R$
33.091.100,12, os juros para tal operações são, a taxa SELIC em 12,25% ao ano, a do próprio
BNDES em 1,15% ao ano e a que é selecionada juntamente com os agentes participantes no
processo, no caso a empresa e o banco, fixada em 1% ao ano. Assim, segundo cálculo para
taxa de juros sendo a equação 20, temos um valor fixo de taxa de juros ao ano de 13,08%.
O prazo de carência estabelecido pelo banco não deve ultrapassar o período de 3 anos,
bem como o tempo total de pagamento de 20 anos. Sendo assim, tendo em vista um tempo de
dívida razoável de aproximadamente 10 anos, devido ao alto valor financiado, e seguindo os
modelos de cálculo de parcela e amortização da Tabela PRICE, obteve-se a partir da equação
21 os valores referentes às parcelas a serem quitadas anualmente.
Com isso, os valores referentes aos pagamentos anuais estão dispostos na tabela
abaixo, tendo em vista que ficaremos em débito com o banco por um período de 10 anos, os
pagamentos anuais se dão ao longo de 8 anos.
13.12. RENTABILIDADE
A rentabilidade nada mais é do que um dos principais critérios para analisar se um
empreendimento terá retorno ou não, ou seja, é o retorno do investimento, faz relação entre o
lucro do empreendimento, calculado previamente, com os investimentos a serem realizados
(XPi, 2019).
Para verificar tal informação, é necessário que seja calculada a taxa Mínima de
atratividade (TMA), ela diz respeito à porcentagem mínima que o investidor, ao adicionar
capital ao projeto, espera ter de retorno em período de tempo. Já a Taxa Interna de Retorno
(TIR), tem como objetivo comparar o investimento inicial com as despesas futuras, ou seja, o
retorno esperado, sem levar em consideração os riscos que o projeto oferece. Por fim, o Valor
Presente Líquido (VPL), é o valor em dinheiro que será obtido após o investimento nesse
projeto, ele leva em consideração as outras duas variáveis citadas anteriormente.
Após execução dos cálculos, tendo como base o Investimento Total a ser necessário
para o projeto, chegou-se a um valor de TMA aproximadamente 1%/ano, de TIR 1,32%/ano,
para que se pudesse obter uma VPL positiva.
Segundo a lógica de TMA e TIR, se a TMA<TIR, o projeto é viável, apesar disso, os
números percentuais indicam que o projeto tem um risco muito grande de não se ter um
121
retorno positivo, pois como citado, a TMA é o retorno esperado de um investidor, e o valor
apresentado não é atrativo suficiente para se investir, visto que não conta com os riscos que o
mercado oferece (XPi, 2019).
O Payback do projeto, tendo desde seu início operando a 100% de sua capacidade, de
aproximadamente 12 anos, com um investimento mensal de R$15.000.000,00, o que também
somado ao valor percentual de TMA, demonstra a não atratividade do processo ser executado,
como visto na figura 22.
16. REFERÊNCIAS
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cana. Campinas: 2008.
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alimentos? - Biosan. Disponível em:
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EFICIÊNCIA DE MATERIAIS ORGÂNICOS FILTRANTES NO TRATAMENTO DE
ÁGUAS RESIDUÁRIAS DA LAVAGEM E DESPOLPA DOS FRUTOS DO CAFEEIRO 1
EFFICIENCY OF ORGANIC FILTERING MATERIAL ON THE WASHING AND
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VIANA, Ulisses Barcelos . Instrumentação Básica I Pressão e Nível. Espírito Santo: SENAI,
1999.
APÊNDICES
Sendo:
∆𝐸𝑃 (energia potencial) desprezível por não haver grandes variações de altura
∆𝐸𝐶 (energia cinética) desprezível por não haver variação de velocidade no sistema
𝑄= −𝑊 (24)
Dado que o moinho selecionado presente no anexo 2.2 possui uma potência de 4 kW e
que serão necessários 4 deles trabalhando durante 24 horas, o valor encontrado foi de:
𝑄 = 1036800 𝑘𝐽
O balanço de massa para o pré-tratamento foi realizado considerando que todo bagaço
moído que entra no vaso de pressão também sai, assim:
Para o cálculo do volume de bagaço e vapor que entram no vaso de pressão, foi
utilizado uma estimativa baseada em um processo laboratorial de explosão de vapor, assim,
45% do volume do reator seria de bagaço e o restante de vapor, para isto foi utilizada uma
regra de 3.
𝑉. 𝑡𝑎𝑛𝑞𝑢𝑒 − 100%
𝑉. 𝑏𝑎𝑔𝑎ç𝑜 − 45%
𝑉. 𝑏𝑎𝑔𝑎ç𝑜 = 9000 𝐿
𝑚
ρ = 𝑉
(26)
Assim, as massas encontradas para o bagaço de cana moído foi de 2700 kg de bagaço
e a massa de vapor a ser utilizada foi de 78,1 kg.
Como estamos trabalhando com um vaso de pressão, precisamos que ele suporte a
pressurização e a despressurização que ocorre no processo, para isto, foi utilizada a equação
abaixo para o cálculo da espessura da parede do tanque.
𝑃𝑅
𝑒 = 𝑆𝐸−0,6𝑃
(27)
Sendo:
137
𝑄 = 𝑚 * 𝑐𝑝 * Δ𝑇 (29)
𝑄 = 6682500 𝑘𝐽
Para o balanço de energia foi considerado que na lavagem há apenas trabalho de eixo
sendo empregado, sendo assim, foi utilizada a potência do equipamento multiplicada pelo
tempo de lavagem para obter-se o trabalho de eixo.
𝑊 = 𝑃 *𝑡 (31)
𝑊 = 4, 44 𝑘𝑊ℎ
10045,66 kg de bagaço de cana de açúcar pré-tratado por dia, considerando que o que está
entrando no reator de hidrólise sai, assim;
𝑚˙10 + 𝑚˙13 = 𝑚
˙
14
(32)
Para o balanço de energia foi considerado que apenas o trabalho de eixo do reator,
utilizando da equação:
𝑊˙ = 𝑛𝑃𝑜 * 𝑁 * 𝐷 * ρ
3 5
(33)
𝑊˙ = 9793 𝑘𝑊
𝐷𝑖
𝐷𝑡
= 0, 5 (34)
Por fim, foi calculado a quantidade de calor necessária para aquecer o meio da
hidrólise até os 50°C requeridos para o processo, assim;
𝑄 = 𝑚 * 𝑐𝑝 * Δ𝑇 (35)
𝑄 = 587047, 68 𝑘𝐽
Q (kJ/s) 14 4 9
Fonte: Autores, 2023.
Para o cálculo da demanda de calor, foram utilizadas as equações 36, 37 e 38. Para o
aquecimento será utilizado vapor saturado a 195°C e para o resfriamento será utilizada água
fria a 25 °C.
𝑛
𝐶𝑝𝑚𝑖𝑠𝑡𝑢𝑟𝑎 = ∑ 𝑥𝑖𝐶𝑝𝑖 (36)
0
𝑄 = 𝑚 𝐶𝑝 ∆𝑇 (37)
𝑄 = λ𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟𝑚𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟 (38)
Já para o processo fermentativo em si, o balanço de energia pode ser dado por:
A goma xantana em sua fermentação gera muito menos energia do que antibióticos,
dessa forma, em reatores menores que 50 m³ esse valor envolvido na sua reação de formação
pode ser desprezado para fins de resfriamento (KUPPUSWAMI, 1999). Logo, têm-se que:
𝑄 = 𝑄𝑖𝑚𝑝𝑒𝑙𝑖𝑑𝑜𝑟 (40)
5
𝑃𝑜𝑡 = 𝑁𝑝𝑜ρ 𝑁³𝐷𝑖 (42)
140
𝐷𝑖
𝐷𝑡
= 0, 5 (43)
ρ𝑁𝐷²
𝑅𝑒 = µ
(44)
Com isso, obtêm-se que o calor do impelidor utilizando-se a equação 45, levando em
consideração o tempo de funcionamento de 24h será de:
𝑚˙𝑂 = 2, 5
𝑚𝑜𝑙 𝑔 𝑔
𝑚𝑖𝑛
* 16 𝑚𝑜𝑙
= 40 𝑚𝑖𝑛
2
𝑚˙𝐶𝑂 = 2, 67
𝑚𝑜𝑙 𝑔 𝑔
𝑚𝑖𝑛
* 44 𝑚𝑜𝑙
= 117, 48 𝑚𝑖𝑛
2
𝑄 = 𝑚˙23 * 𝑐𝑝 * Δ𝑇 (47)
𝑄 = 332, 81 𝑘𝐽
𝑉𝐹á𝑏
𝑊𝐹á𝑏 = 𝑉𝐿𝑎𝑏
* 𝑊𝐿𝑎𝑏 (51)
19.600 𝐿
𝑊𝐹á𝑏 = 5,9 𝐿
* 2 𝑊 = 6, 6 𝑘𝑊
143
Centrifugação (C-301)
Posteriormente, a centrífuga recebe a corrente vinda do tanque pulmão e retira o
excesso de líquidos da corrente principal. Assim, 95% de todo o líquido e 5% da goma são
retirados dessa suspensão, sendo destinados para a torre de destilação, para a recuperação do
isopropanol. Assim, para o balanço de massa:
𝑚˙40 * 𝑥40, 𝐼𝑃𝐴 = 𝑚˙32 * 𝑥32, 𝐼𝑃𝐴 + 𝑚˙31 * 𝑥31, 𝐼𝑃𝐴 (58)
Misturador (M-401)
A maior parte da corrente de fundo da destilação é descartada, cerca de 96%, mas os
outros 4% são usados para diluir uma corrente de isopropanol comercial, para gerar uma
solução com razão volumétrica de 3:1 entre IPA e Água.
𝑚˙36, 𝐼𝑃𝐴
3
4
*ρ𝐼𝑃𝐴
𝑥36, 𝐼𝑃𝐴 = = (61)
𝑚˙36, 𝐼𝑃𝐴+𝑚˙36, á𝑔𝑢𝑎
3 1
4
*ρ + 4
*ρá𝑔𝑢𝑎
𝐼𝑃𝐴
Esta corrente é alimentada ao tanque agitado numa proporção volumétrica de 1:1 entre
a solução de lavagem e a suspensão com goma (MALONE, et al., 2023).
ρ𝐼𝑃𝐴
𝑚˙36 = ρá𝑔𝑢𝑎
* 𝑚˙30 (62)
145
Em relação à potência necessária para a agitação do tanque, este cálculo foi realizado
por scale up de um agitador de laboratório (MALONE, et al., 2023). Assim, para o balanço de
Energia:
𝑉𝐹á𝑏
𝑊𝐹á𝑏 = 𝑉𝐿𝑎𝑏
* 𝑊𝐿𝑎𝑏 (64)
90,4 𝐿
𝑊𝐹á𝑏 = 5,9 𝐿
* 2 𝑊 = 30, 65 𝑊
Centrifugação (C-302)
A centrífuga recebe esta corrente do tanque de mistura e retira o excesso de líquido da
corrente principal. Assim, 90% do líquido é retirado e destinado à destilação, para a
recuperação do isopropanol, enquanto que toda a goma e 10% do líquido são destinados à
lavagem (MALONE, et al., 2023).
𝐶𝑠 = 1, 005 + 1, 88 𝓗 (72)
Como não foi possível obter a umidade absoluta no ar de saída do secador, foi
considerado que se em 1000 kg de ar seco tem-se 16 kg de água ( considerando a umidade
absoluta de entrada que é 0,016 kg de água/kg ar seco) logo, com a quantidade de água
retirada no processo, aproximadamente 15 kg, então a umidade absoluta na saída seria de
0,0317 kg de água/ kg de ar seco.
Assim no final foram obtidos:
𝑄 = 32, 3 𝑘𝑊
147
𝑚˙28 * τ
𝑉= ρ * 𝑙𝑣
= 19. 596, 11 𝐿 (75)
Além disso, também usou-se o software para definir a taxa de refluxo da torre, como
mostra a Figura 06, e as dimensões do equipamento, juntamente com seu custo, como mostra
a Figura 07.
𝑚˙37 . τ
𝑉= ρ . 𝑙𝑣
= 90, 4 𝐿 (76)
150
Demanda e Reservatórios
A água quente é utilizada apenas em dois pontos da fábrica, na cozinha e nos
chuveiros do vestiário. Estimou-se a demanda de água quente, em média, 12 L/refeição na
cozinha, assim, com 60 funcionários, e 2 refeições por dia, a demanda seria de 792 L/dia,
consumidos ao longo de 3h, acarretando numa vazão de 0,26 m³/h.
Já para a demanda do chuveiro, obteve-se o valor de 2970 L/dia, mas a temperatura de
40°C. Assim, a demanda de água quente, à 80°C, foi calculada pela equação abaixo,
entendo-se o valor de 810 L/dia, consumidos ao longo de 1h, acarretando numa vazão de 0,81
m³/h.
𝑄1 + 𝑄2 = 0 (77)
Como a demanda total de água quente é de 1602 L/dia, o volume do reservatório foi
calculado assumindo que apenas 80% da altura máxima estaria ocupada, resultando num valor
de 2000L. Além disso, a água deste reservatório virá da caixa d`água, portanto, assumiu-se
que a água seria esquentada ao longo de 20 min, de 30°C a 80°C, usando a equação abaixo:
𝑄 = 𝑚á𝑔𝑢𝑎 * 𝐶𝑝 * Δ𝑇 (79)
Desta forma, o calor necessário pelo reservatório de água quente é de 255,44 kW.
Tubulação
Tendo os valores de vazão em cada trecho da tubulação, calculou-se o diâmetro
teórico para que a água fosse transportada a 2,5 m/s, usando a equação (80), e posteriormente,
escolheu-se os diâmetros comerciais mais próximos dos obtidos.
4*𝑄
𝐷 = 𝑣*π
(80)
Os diâmetros comerciais de cada trecho podem ser visualizados na tabela 14, presente
no tópico 11.1.
151
2 2
𝑃1 𝑣1 𝑃2 𝑣2
ρ*𝑔
+ 2*𝑔
+ 𝑧1 + ℎ𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎 = ρ*𝑔
+ 2*𝑔
+ 𝑧2 + ℎ𝑙𝑡 (81)
Demanda e Reservatórios
A demanda de água fria em cada equipamento pode ser vista na Tabela 17, presente no
tópico 11.3. Assim, como a demanda de água fria diária da fábrica é de 1080 m³, a reserva de
incêndio foi calculada sendo 20% desta demanda, enquanto que a reserva para fábrica é de
40%, resultando numa reserva total de 648,10 m³.
Tubulação e Bomba
Tendo os valores de vazão em cada trecho da tubulação, calculou-se o diâmetro
teórico para que a água fosse transportada a 2,5 m/s, usando a equação 86, e posteriormente,
escolheu-se os diâmetros comerciais mais próximos dos obtidos.
4*𝑄
𝐷 = 𝑣*π
(86)
Os diâmetros internos de cada trecho podem ser visualizados na tabela 19, presente no
tópico 11.3.
O bombeamento da caixa d'água para a fábrica será realizado por diferença de altura.
resfriar a corrente que sai do pasteurizador, é de -328,29 kW, enquanto que a do H-402,
responsável por resfriar a saída de topo da torre de destilação, é de -464 kW.
Assumindo que a água entra a 25ºC e é aquecida até 50ºC, no H-201, e 80ºC, no H-402,
e que o coeficiente global de troca térmica é de 800 W/(m².K) em ambos os trocadores,
utilizou-se a equação abaixo:
𝑄 = 𝐴 * 𝑈 * ∆𝑇𝑙𝑛 (87)
Air-Lift
A água utilizada pela fábrica é retirada de um poço, utilizando um air-lift para
bombeá-la até a caixa d`água. Utilizando as equações abaixo, e estimando os valores de Hg e
Hs em 24 e 44,3 m, respectivamente, a vazão de ar-comprimido demandado pelo air-lift é de
2,31 m³/h.
𝐻𝑔
𝑓= 𝐻𝑠 (88)
𝑐*𝑙𝑜𝑔 𝐻𝑠+𝐻𝑔
Demanda e Tubulação
As demandas de ar-comprimido da fábrica encontram-se na tabela 15, no tópico 11.2,
resultando num total de 3,3 m³/min. O diâmetro teórico de cada trecho foi calculado através
da equação (90) e posteriormente, escolheu-se os diâmetros comerciais mais próximos dos
obtidos.
1,85
5 0,008*𝑄 *𝐿
𝑑= 𝐻𝑓*𝑃
(90)
Os diâmetros internos de cada trecho podem ser visualizados na tabela 16, presente no
tópico 11.2.
153
4𝑄γ
𝐷 = π𝑣
(91)
Perda de carga
O cálculo da perda de carga na tubulação foi realizado também a partir das equações
encontradas no livro citado acima, onde se estima que o comprimento equivalente da
tubulação seja 25% maior que o proposto para linhas com tamanho inferior a 100 metros, que
é o caso das tubulações desta indústria. Assim, a partir das equações abaixo foi possível
estimar a perda de carga que ocorrerá em cada trecho da tubulação.
154
1,95
𝑄 *0,95γ
𝐽 = 5,1 (92)
𝐷
𝐽𝐿𝑒𝑞
∆𝑃 = 100
(93)
Por fim, foram calculadas as velocidades reais em que o vapor saturado irá percorrer a
tubulação, através da equação 94.
𝑄γ
𝑣 = 2, 78 * 𝑆
(94)
∆𝐿 = 𝐶𝐿∆𝑇 (95)
Tubulações de condensado
𝑃 (𝑇𝑓−𝑇𝑖)
𝑄 = 𝐶 * 𝐿
(96)
Onde, C é o valor específico do aço, considerado aqui como 0,49 kJ/kg°C, P é o peso
da tubulação no trecho calculado, Ti e Tf são as temperaturas inicial que é a temperatura
ambiente e final que é a temperatura de operação, L é o calor latente, considerado aqui como
1957,85 kJ/kg conforme a tabela de propriedades termodinâmicas no Anexo 5.
𝑄 = 𝐴 * 𝑈 * ∆𝑇𝑙𝑛 (97)
Assim, o valor da área de troca térmica dos trocadores de calor é de 0,91, 11,60 e 3,63
m², respectivamente.
156
APÊNDICE D - LAYOUT
(1) Álcool isopropílico residual não superior a 750 partes por milhão.
(2) Uma solução aquosa contendo 1 por cento do aditivo e 1 por cento de cloreto de potássio
agitada durante 2 horas tem uma viscosidade mínima de 600 centipoises a 75 °F, tal como
determinado pelo viscosímetro Brookfield, modelo LVF (ou equivalente), utilizando um fuso
n.º 3 a 60 r.p.m., e a razão entre as viscosidades a 75 °F e 150 °F está no intervalo de 1,02 a
1,45.
(3) Positivo na pesquisa de goma xantana quando submetido ao seguinte procedimento:
Fonte: Genencor.
201
Fonte: Cengel.
202
Fonte: Calorisol
203
Fonte: Macintyre.
208