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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA

CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DA FOZ DO ITAJAÍ – CESFI


ENGENHARIA DE PETRÓLEO

CRISTOPHER BASTIDAS LEÓN

ANÁLISE TEÓRICO PRÁTICO DE LAMA


BENTONÍTICA: Densidade, viscosidade e pH

BALNEÁRIO CAMBORIÚ, SC
2017
1

CRISTOPHER BASTIDAS LEÓN

ANÁLISE TEÓRICO PRÁTICO DE LAMA


BENTONÍTICA: Densidade, viscosidade e pH

Projeto de Trabalho de Conclusão de


Curso, como requisito parcial para a
obtenção do grau e Bacharel em
Engenharia de Petróleo ofertado pela
Universidade do Estado de Santa
Catarina.

Orientador: Professor Engenheiro


Francisco Germano Martins.

BALNEÁRIO CAMBORIÚ, SC
2017
2

CRISTOPHER BASTIDAS LEÓN

ANÁLISE TEÓRICO PRÁTICO DE LAMA BENTONÍTICA:


Densidade, viscosidade e pH

Trabalho de Conclusão do Curso de Engenharia de Petróleo do Centro de


Educação Superior da Foz do Itajaí da Universidade do Estado de Santa
Catarina, Bacharel em Engenharia de Petróleo na área de fluidos de perfuração.

Banca Examinadora

Orientador:

Prof. MSc. Francisco Germano Martins


Universidade do Estado de Santa Catarina

Membro:

Prof. Dr. Damianni Sebrão


Universidade do Estado de Santa Catarina

Membro:

Prof. MSc. Carlos Eduardo Metzler


Universidade do Estado de Santa Catarina

2017
3

RESUMO

As predições feitas pelas curvas de produção de campos petrolíferos podem


mudar drasticamente se não forem considerados todos os fatores que alteram a
produção de hidrocarbonetos, o que pode tornar um campo economicamente
inviável. O controle nos processos de perfuração, completação e produção tem
que cumprir com procedimentos padrão e valores dentro de limites que garantam
uma produção aceitável, é por isso que cada componente ou fase envolvido,
passa por um controle que permita corrigir falhas ou mudanças que desviem o
objetivo do projeto.
Neste trabalho será feito uma análise de uma amostra de lama de perfuração
bentonítica a base de água, que pretende explicar alguns dos diferentes
procedimentos e testes ao qual a lama é submetida para seu ótimo desempenho,
também entender como afeta à produção de um reservatório quando sua
composição é alterada por diversos fatores e como pode ser corregido.

Palavras chave: Petróleo. Fluido de perfuração. Lama de perfuração.


Densidade. Viscosidade. pH. Floculação.
4

ABSTRACT

The predictions made by the production curves of oil fields may vary drastically if
all the factors that alter the production of hydrocarbons are not considered, which
can turn a field economically unfeasible. The control in the processes of drilling,
completion and production has to comply with standard procedures and values
within the limits that guarantee an acceptable production; that is why each
equipment or phase involved, goes through a control that allows to correct the
failures and variations that may deviate from the objective of the project.
In this work, an analysis of a sample of water-based bentonite drilling mud will be
carried out; the results of density tests, relative viscosity and flocculation point will
be presented based on a pH increase aiming to explain some of the different
procedures and tests through which the drilling mud undergoes for its optimal
performance, also it will be explained how the production of a reservoir is
affected when its composition is altered by various factors and how this can be
corrected.

Key words: Petrolium. Drill fluid. Drill mud. Density. Viscosity. pH. Flocculation.
5

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - MISTURADOR E COPO HAMILTON BEACH ................................................... 17


FIGURA 2 - LIQUIDIFICADOR DE ALTA VELOCIDADE....................................................... 17
FIGURA 3 - BALANÇA DE LAMA ...................................................................................... 18
FIGURA 4 - FUNIL DE MARSH .......................................................................................... 18
FIGURA 5 - MÉTODO COLORIMÉTRICO .......................................................................... 19
FIGURA 6 - PHMETRO ..................................................................................................... 19
FIGURA 7 - REPRESENTAÇÃO DA DUPLA CAMADA ELÉTRICA ........................................ 23
FIGURA 8 - DIAGRAMA DA FORMAÇÃO DE FLOCOS ...................................................... 23
FIGURA 9 - AUMENTO DA POROSIDADE E PERMEABILIDADE DE DUAS SUSPENSÕES
COM DIFERENTES TEORES DE NACL EM FUNÇÃO DA PRESSÃO DE FILTRAÇÃO. ... 25
FIGURA 10 - ESQUEMA DE UMA PLANTA DE PROCESSAMENTO PRIMÁRIO COM
SEPARADOR TRIFÁSICO. ......................................................................................... 26
FIGURA 11 - FLUXOGRAMA DOS ENSAIOS REALIZADOS COM A LAMA DE PERFURAÇÃO
................................................................................................................................ 27
FIGURA 12 - MISTURADOR ÁGUA DESTILADA E BENTONITA ......................................... 28
FIGURA 13 - EQUIPAMENTO PARA MEDIR TEOR DE ALCALINIZANTE NA AMOSTRA ... 29
FIGURA 14 - FORMAÇÃO DE FLOCOS NA AMOSTRA DE LAMA DE PERFURAÇÃO.......... 29
FIGURA 15 – DENSIDADE DA LAMA EM FUNÇÃO DA ADIÇÃO DE HEMATITA .............. 35
FIGURA 16 - VISCOSIDADE EFETIVA EM FUNÇÃO DA ADIÇÃO DE GOMA XANTANA E
CMC ........................................................................................................................ 39
6

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - VANTAGENS DOS FLUIDOS À BASE DE ÁGUA .............................................. 13


TABELA 2 - DESVANTAGENS DOS FLUIDOS À BASE DE ÁGUA ........................................ 13
TABELA 3 - VANTAGENS DOS FLUIDOS À BASE DE ÓLEO ............................................... 14
TABELA 4 - DESVANTAGENS DOS FLUIDOS À BASE DE ÓLEO ......................................... 14
TABELA 5 - FLUIDOS DE PERFURAÇÃO DE ACORDO COM O PRINCIPAL CONSTITUINTE 15
TABELA 6 - CONVERSÃO DAS UNIDADES DA DENSIDADE .............................................. 31
TABELA 7 - CARACTERÍSTICAS DA LAMA DE PERFURAÇÃO ............................................ 33
TABELA 8 - PARÂMETROS DA LAMA BENTONITICA EXIGIDOS PELA NBR 6122 ............. 34
TABELA 9 - PERCENTAGEM E MASSA DE NAOH PARA ATINGIR A FLOCULAÇÃO ........... 36
TABELA 10 - VISCOSIDADE MÉDIA COM FUNIL CESFI E VISCOSIDADE RELATIVA
CORREGIDA PELO FC EM FUNÇÃO DA ADIÇÃO DE GOMA XANTANA .................... 37
7

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 9

1.1 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ............................................................. 9

1.2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................... 10

1.3 OBJETIVOS ........................................................................................... 11

1.3.1 Objetivo principal ................................................................. 11

1.3.2 Objetivos específicos........................................................... 11

2 INTRODUÇÃO TEÓRICA ......................................................................... 11

2.1 FLUIDOS DE PERFURAÇÃO ................................................................ 12

2.1.1 Funções dos fluidos de perfuração ..................................... 12

2.1.2 Composição dos fluidos de perfuração ............................... 13

2.2 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DA LAMA DE PERFURAÇÃO .......... 15

2.2.1 Preparação da amostra ....................................................... 16

2.2.2 Propriedades medidas......................................................... 17

2.3 MINERAIS E COMPOSTOS QUÍMICOS UTILIZADOS NOS FLUIDOS DE


PERFURAÇÃO ................................................................................................ 20

2.4 APLICAÇÃO DO MÉTODO DE FLOCULAÇÃO NA INDUSTRIA DO


PETRÓLEO ...................................................................................................... 22

2.4.1 Floculação em fluidos de perfuração ................................... 22

2.4.2 Efeito da floculação sobre a permeabilidade do reboco ...... 24

2.4.3 Tratamento de água através da floculaçao utilizada na


indústria de petróleo .................................................................................. 25

3 METODOLOGÍA ....................................................................................... 26

3.1 ENSAIOS PROPOSTOS NA LAMA DE PERFURAÇÃO ....................... 26

3.2 PROCEDIMENTOS DOS ENSAIOS ...................................................... 27

3.2.1 Preparação da lama ............................................................ 27


8

3.2.2 Teor de alcalinazantes ........................................................ 28

3.2.3 Determinação da densidade da lama de perfuração ............. 30

3.2.4 Determinação da viscosidade da lama de perfuração ......... 31

4 RESULTADOS ......................................................................................... 33

4.1 CARACTERISTICAS DA LAMA DE PERFURAÇÃO ............................. 33

4.2 DENSIDADE EM FUNÇÃO DA ADIÇÃO DE ÓXIDO DE FERRO.......... 34

4.3 TEOR DE ALCALINIZANTES QUE ESTIMULAM A FLOCULAÇÃO ..... 36

4.4 VISCOSIDADE RELATIVA EM FUNÇÃO DA ADIÇÃO DE GOMA


XANTANA E CARBOXIMETILCELULOSE (CMC) ........................................... 36

5 CONCLUSÕES ......................................................................................... 39

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 41

ATA DE DEFESA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ...... 43


9

1 INTRODUÇÃO

A viabilidade de um projeto de exploração e produção de hidrocarbonetos


depende de diversos fatores, tanto comerciais quanto às propriedades físicas,
químicas e geológicas do reservatório que se pretende produzir. A produção
desta matéria prima, requer equipamentos que aumentem a produção assim
como também garantam a segurança e evitem danos ao meio ambiente. Entre
estes equipamentos de produção encontra-se o fluido de perfuração que
depende exclusivamente das formações onde será perfurado o poço.
O desempenho ótimo do fluido de perfuração garantirá menos riscos tanto
para o pessoal envolvido diretamente com o desenvolvimento e a produção do
poço, assim como também menores custos de operação. Para garantir que o
fluido de perfuração cumpra com os requisitos ajustáveis pela formação, são
feitos testes previamente nos laboratórios das empresas petroleiras e também
no campo com o objetivo de manter ou mudar as propriedades do fluido que
podem ser alteradas quando este entra em contato com as rochas. Os principais
testes feitos com o fluido de perfuração são de densidade, viscosidade, acidez,
tamanho de partículas entre outros. Equipamentos básicos e de alta tecnologia
são utilizados em laboratórios e em campo que permitem manter um controle
sobre o fluido para garantir o melhor desempenho das funções e melhor
descarte.

1.1 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

Na indústria do petróleo, aceitamos o fato de que os fluidos de perfuração,


de completação e de recuperação são componentes indispensáveis em cada
etapa da produção de hidrocarbonetos.
Neste trabalho foi feito especial enfoque no fluido de perfuração, os
procedimentos de como esta lama é testada para obter uma analises do seu
comportamento, também será abordado os problemas que o fluido pode
ocasionar dentro do poço quando a lama começa a flocular devido à adição de
alcalinizantes muito utilizados na indústria de petróleo. Mas como a floculação
que é vista como uma alternativa de descontaminação do fluido de perfuração
10

pode ser vista também como um problema dentro do poço? e qual seria o limite
de concentração de alcalinizantes que o fluido suporta até começar o processo
de floculação? Estas questões serão respondidas através de uma recopilação
de informações acadêmicas e ensaios experimentais no laboratório feitos sobre
uma amostra real de fluido de perfuração, obtendo dados que permitam entender
os procedimentos e responder tais questões.

1.2 JUSTIFICATIVA

Na exploração e produção de hidrocarbonetos, a etapa de perfuração é


crucial, pois qualquer erro ou incidente pode trazer mudanças no projeto,
aumentando o tempo e consequentemente custos. Na fase de perfuração do
poço, o fluido utilizado, chamado de “lama de perfuração” é o encarregado de
funções importantes como a remoção de cascalho gerado pela broca,
esfriamento da broca de perfuração, manter estabilidade no poço entre outras, é
composta por uma mistura de aditivos definidos pelas propriedades físicas e
químicas da zona perfurada e por tanto deve possuir características que auxiliem
no processo de perfuração do poço. Esta lama de perfuração possui
propriedades como massa específica, viscosidade, taxa de filtração, alcalinidade
entre outras que são determinadas pelas características da rocha onde é
utilizado.
Neste trabalho se pretende obter uma análise das propriedades da lama
bentonítica, vantagens e desvantagens do processo de floculação, como este
processo é aplicado na indústria de petróleo e como é controlado com a
finalidade de melhorar a produção e evitar problemas no poço.
Experimentalmente pretende-se obter dados a partir de uma amostra real de
lama de perfuração que indique o teor de alcalinizantes que o fluido pode
suportar até começar a formação de flocos e também quais são os melhores
aditivos para mudar a viscosidade.
11

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo principal

Fazer uma análise comparativa de uma amostra de lama bentonitica


através de ensaios práticos e dados teóricos, quando sua densidade,
viscosidade e pH são alteradas.

1.3.2 Objetivos específicos

 Por em pratica os procedimentos necessários para uma análise das


propriedades da lama de perfuração.
 Analisar o teor de alcalinizantes utilizados na amostra da lama que geram
flocos e posteriormente a floculação.
 Analisar experimentalmente a resposta do fluido de perfuração quando
adicionado aditivos que mudam sua viscosidade e densidade.

2 INTRODUÇÃO TEÓRICA

Segundo (BRANTLY, 1971, PENNINGTON 1949) os primeiros registros


existentes sobre utilização dos fluidos de perfuração na produção de poços são
atribuídos aos chineses, os quais deixavam cair objetos pesados no poço para
fragmentar a rocha em busca de salmoura, gás e água. Vertiam água dentro do
poço com o objetivo de amolecer a pedra e retirar os fragmentos em suspenção.
No ano de 1866 Sweeney consolida o método denominado stone drill, que é a
base do método de perfuração utilizado hoje em dia, além disso no mesmo
período começou a utilização de aditivos no fluido que mudavam a plasticidade
e maleabilidade para resolver problemas dentro do poço, consequentemente
aumentando a produção. O fluido de perfuração utilizado atualmente tem que
possuir a massa específica e viscosidade suficiente para remover cascalhos do
fundo do poço sem danificar a formação em contato.
12

2.1 FLUIDOS DE PERFURAÇÃO

Fluido de perfuração é um fluido circulante usado para tornar viável uma


operação de perfuração (API,1991). “São dispersões complexas de sólidos,
líquidos e gases, usualmente constituídas de duas fases: uma dispersante
(aquosa ou orgânica) e outra dispersa” (IRAMINA,2017, p.5).
De acordo com Caenn Ryen (2014, p. 1)

O sucesso da completação de um poço de petróleo e seu custo


dependem amplamente das propriedades do fluido de perfuração. O
custo do fluido de perfuração é relativamente baixo, entretanto a
escolha do fluido adequado e a manutenção das propriedades certas
durante a perfuração influenciam profundamente no custo total do
poço. Por exemplo, o número de dias de operação de uma plataforma
depende da taxa de penetração da broca e da prevenção de atrasos
provocados por desmoronamentos de folhelhos, tubos de perfuração
presos, perdas de circulação, etc. Além disso o fluido de perfuração
afeta a avaliação da formação e subsequente a produtividade do poço.

2.1.1 Funções dos fluidos de perfuração

Conforme o descrito pela ANP (2005), hoje em dia o fluido tem diversas
aplicações utilizadas ao longo do processo de perfuração.
Na perfuração rotativa, as principais funções utilizadas pelo fluido de
perfuração são:

1. Carregar os cascalhos produzidos pela broca, através do anular entre


o poço e a formação, até a superfície.
2. Reduzir o atrito entre a coluna de perfuração e a formação.
3. Manter a estabilidade das seções não revestidas do poço.
4. Controlar as pressões interna do poço.
5. Permite a coletar informação a partir de amostras dos cascalhos
carregados.
13

2.1.2 Composição dos fluidos de perfuração

De acordo com Caenn (2014), os fluidos de perfuração são classificados


segundo a sua base:

1. Fluidos de Base de Água: Partículas sólidas, suspensas em água ou


em salmoura, sendo a água a fase continua do fluido. São os fluidos
mais comumente utilizados na indústria.

a) Vantagens

Tabela 1 - Vantagens dos fluidos à base de água

Fase contínua Função


-Tornar o fluido menos agressivo ao meio
ambiente.
-Facilitar a detecção de gás no poço.
Água -Permitir maior taxa de penetração da broca.
-Menor custo inicial.
-Maior eficiência no combate a perdida por
circulação.
Fonte: Guimarães e Rossi (2008 apud Morais 2009)

b) Desvantagens

Tabela 2 - Desvantagens dos fluidos à base de água

Fase contínua Função


-Menor estabilidade em altas temperaturas.
-Não podem ser usados em perfuração onde
Água existem argilas sensíveis à água (ocorrência do
inchamento da argila e possível aprisionamento
da coluna por desmoronamento da formação).
Fonte: Guimarães e Rossi (2008 apud Morais 2009)
14

2. Fluidos de Base de Óleo: Partículas sólidas suspensas no óleo, ou


seja, a água ou salmoura são emulsionadas no óleo convertendo-o na
fase contínua.
a) Vantagens

Tabela 3 - Vantagens dos fluidos à base de óleo

Fase contínua Função


-Estabilidade a altas temperaturas.
-Fluido de perfuração mais leve.
-Confere uma perfuração mais rápida.
Óleo -Baixa taxa de corrosão.
-Ter grau de inibição elevado em relação ás
rochas ativas.
-Ter baixa solubilidade de sais inorgânicos.
-Gera menor produção de cascalhos.
Fonte: Guimarães e Rossi (2008 apud Morais 2009)

b) Desvantagens

Tabela 4 - Desvantagens dos fluidos à base de óleo

Fase Função
contínua
-Maior custo inicial.
-Podem causar danos ambientais sérios.
Óleo -Menos taxa de penetração.
-Maior dificuldade no combate a perda por circulação.
-Dificuldade na detecção de gás por solubilidade na
fase contínua.
Fonte: Guimarães e Rossi (2008 apud Morais 2009)

3. Gás: Os cascalhos são carregados por jatos de alta velocidade de gás


natural ou ar, sendo necessário adição de agentes espumantes para
remoção de influxos de água.
15

Podemos classificar os fluido de perfuração também segundo o


principal componente e a forma estrutural como mostrado na Tabela
5.

Tabela 5 - Fluidos de perfuração de acordo com o principal constituinte

Gás Água Óleo


Gás seco: Ar, gás natural, Água doce Óleo diesel ou óleo cru
gases de exaustão, gases
de combustão.
Névoa: Gotículas de água Solução: Verdadeira e Lama de óleo: Um fluido de
ou lama transportada na coloidal, ou seja, sólidos perfuração de base óleo
corrente do ar. que não se separam após estável contém:
Espuma: Bolhas de ar repouso prolongado. 1. Agentes emulsificantes
cercadas por um filme de Sólidos em solução com de água.
água contendo um água incluem: 2. Agentes de suspensão.
surfactante estabilizante. 1.Sais. 3. Agentes de controle de
Espuma estável: Espuma 2.Surfactantes. filtração. Pode conter
contendo materiais de 3. Coloides orgânicos. barita para aumentar a
reforço de filme, como Emulsão: Um fluido oleoso densidade.
bentonita e polímeros mantido em pequenas
orgânicos. gotas na água por um
agente emulsificante.
Lama: Uma suspensão de
sólidos (por exemplo
barita) em qualquer um dos
fluidos acima, com aditivos
químicos conforme
necessário para modificar
as propriedades.
Fonte: Fluidos de Perfuração e Completação (2014)

2.2 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DA LAMA DE


PERFURAÇÃO

Os fluidos utilizados na produção são submetidos a constantes mudanças


ao decorrer do processo ao qual são submetidos, assim mudanças de
temperatura, pressão, fluxo turbulento ou outros como mudança nas taxas de
16

cisalhamento devido a alterações no diâmetro do poço, torna muito mais difícil


prever o comportamento do fluido no fundo do poço. Para controlar as
propriedades dos fluidos são feitos testes tanto no laboratório como no campo,
estes testes aceitos pela indústria, são simples e rápidos, mas não refletem
completamente o comportamento final no fundo do poço. Os procedimentos de
avaliação do fluido de perfuração realizados neste trabalho, seguem as mesmas
recomendações de Caenn (2014) baseados nas publicações da API
Recommended Practice 13B-1, 2009, API Recommended Practice 13B-2, 2009,
API Recommended Practice 13I, 2006.

2.2.1 Preparação da amostra

A amostra da lama de perfuração tem que ser testada no laboratório


previamente a ser implementadas no poço, a lama tem que ser testada às
condições semelhantes do poço. No laboratório as amostras são submetidas a
forças de cisalhamento até obter viscosidade constante e a temperatura
ambiente ou do fundo do poço dependendo da localização que vai ser sometida
a lama no poço.
Os misturadores são os equipamentos utilizados para combinar os
materiais da lama, como Hamilton Beach (Figura 1) ou liquidificadores de alta
velocidade (Figura 2). É importante submeter o fluido de perfuração a uma taxa
de cisalhamento alta com a finalidade de alcançar as taxas que existem na
circulação no poço. Tais taxas são obtidas mais facilmente com os
liquidificadores pois geram maiores taxas de deformação do fluido devido ás
altas velocidades de fluxo geradas pelo rotor. Liquidificadores usados como
misturadores só podem ser utilizados em curtos intervalos de tempos, pois
geram altas temperaturas no fluido o que provoca a evaporação da água
mudando a composição, também só podem ser utilizados volumes pequenos de
amostra, aproximadamente 1 litro (CAENN, 2014).
17

Figura 1 - Misturador e copo Hamilton Beach

Fonte: Fann Instrument Company

Figura 2 - Liquidificador de alta velocidade

Fonte: KitchenAid Diamond

2.2.2 Propriedades medidas

a) Densidade

“A densidade, ou peso da lama, é determinado pesando um volume


preciso da lama e dividindo o peso pelo volume” (CAENN,2014, p.95).
Existem vários métodos de medição da densidade dependendo das
propriedades da amostra e do equipamento utilizado. Geralmente para
18

medição da densidade de fluidos de perfuração é utilizado uma


balança de lama (Figura 3) pela sua simplicidade e praticidade.

Figura 3 - Balança de lama

Fonte: Shangai Luheng Instrument Co., Ltd.

b) Viscosidade

“Viscosidade é propriedade que indica a maior ou a menor


dificuldade de o fluido escoar (escorregar)” (BRUNETTI, 2008, p. 5).
O instrumento utilizado em campo para medições empíricas da
viscosidade é o funil de Marsh (Figura 4) que mede a viscosidade
relativa, ou seja, mede a relação da viscosidade da lama em relação à
viscosidade da água. As medições permitem manter o controle
periódico da viscosidade, mas esse controle é o de campo, menos
preciso que o controle feito no laboratório pois carecem de base
científica.

Figura 4 - Funil de Marsh

Fonte: ControlsGroup
19

c) Acidez e alcalinidade

A acidez e a alcalinidade aplicado em fluidos aquosos, permite


obter o potencial de Hidrogênio (pH) da lama. As lamas podem ser
classificadas segundo o pH, assim lamas com pH menores que 7 são
lamas ácidas, lamas com pH iguais a 7 são lamas neutras e lamas com
pH maiores que 7 são lamas alcalinas (BARRETO, 2012).
Segundo Barreto (2012), lamas com pH maiores ou iguais a 9 são
as mais utilizadas na perfuração de poços. É importante conhecer a
acidez e alcalinidade dos compostos pois um fluido com característica
ácida pode provocar corrosão nas ferramentas, drill pipes, comandos
e brocas.
Existem dois métodos de medição do pH conforme Caenn (2014),
o primeiro é o método colorimétrico com tiras de papel impregnadas
com indicadores (Figura 5), o segundo método é o pHmetro (Figura 6)
que utiliza eletrodos de vidro.

Figura 5 - Método colorimétrico

Fonte: Liter. Br

Figura 6 - pHmetro

Fonte: GEHAKA.br
20

2.3 MINERAIS E COMPOSTOS QUÍMICOS UTILIZADOS NOS


FLUIDOS DE PERFURAÇÃO

O técnico químico encarregado da lama é responsável de controlar que


as propriedades do fluido, tanto de perfuração como de completação utilizado no
poço, mantenham suas características funcionais, pois problemas podem
acontecer causados pela mistura de argilas entre o fluido e as camadas das
rochas alterando assim as propriedades de tais fluidos, consequentemente
restringindo a produtividade do poço.
Como mostrado na Tabela 5, os fluidos de perfuração podem ser
classificados como lamas quando são composto por sólidos em suspensão como
argilas. “Argilas é um material natural composto por partículas extremamente
pequenas de um ou mais argilomineral. Argilomineral são minerais constituídos
por silicatos hidratados de alumínio e ferro” (SIEDLECKI, 1999).
Segundo Castelli (1994) os minerais mais utilizados na indústria do
petróleo e principalmente em fluidos de perfuração são: bentonita, barita,
atapulgita, sepiolita, vermiculita, magnetita porosa, mica, perlita expandida, mica,
grafita, cloreto de sódio, gipsita, e gilsonita que podem ser utilizados sem ser
processados.
Minerais e compostos químicos são utilizados para modificar as
propriedades do fluido de perfuração de acordo com as funções requisitadas.
Propriedades como viscosidade, densidade, acidez, anti-espessante,
estabilizador, lubrificantes são algumas das quais podem ser modificadas.

a) Modificadores de densidade

Uma função muito importante do fluido de perfuração é a de manter um


diferencial de pressão nas paredes das camadas rochosas, impedindo que
aconteça um influxo dos fluidos para o poço (kick), para isto, a densidade da
lama tem que ser suficiente para que a pressão de poro não desloque fluidos
paro o poço. Altas densidades aumentam o risco de gerar uma falha por tensão
(fratura induzida), produzindo perdida de lama para a formação.
21

De acordo Baltar (2012) no Brasil o mineral mais utilizado é a barita como


adensante de fluidos por apresentar peso especifico elevado (4,5 g/cm 3), outros
minerais também podem ser acrescentados com o mesmo objetivo como
hematita (óxido férrico) e galena pois possuem alta densidade dos grãos.
A hematita assim como a barita são metais pesados insolúveis, por tanto
sua mistura com a água doce é por meio da adesão1.

b) Promotor de viscosidade

A função de carregar os detritos gerados pela broca precisa que o fluido


de perfuração tenha a viscosidade suficiente para empurrar o cascalho até a
superfície, mas também deve ser considerado que quanto maior viscosidade,
maior pressão para bombear o fluido dentro do poço.
Segundo Baltar (2012) uma característica importante dos minerais
utilizados no fluido é o fato de ter característica tixotrópica, ou seja, que a
viscosidade varia dependendo do movimento do fluido, assim quando o fluido
está parado a densidade aumenta formando uma espécie de gel que impedi que
os sólidos carregados pelo fluido voltem e provocando que a broca fique presa
conhecido como pistoneio mecânico, uma vez que o problema seja resolvido o
fluido começa a fluir voltando ao estado inicial. A bentonita, a goma Xantana e o
CMC são utilizados para aplicar viscosidade à lama a base de água doce pois
estes aditivos funcionam como agentes espessantes2, ou seja, tem a capacidade
de aumentar a viscosidade sem alterar outras propriedades do liquido no qual
são misturados. Em água salgada é necessário compostos adicionais pois a
bentonita perde as propriedades tixotrópicas.

_______________________
1 “Propriedade da matéria pela qual se unem duas superfícies de substâncias iguais ou diferentes
quando entram em contacto, e se mantém juntas por forças intermoleculares” (Wikipédia, 2017).
2 Formam fibras microscópicas rígidas que aglomeram uma massa envolvendo o liquido por
tensão superficial (Wikipédia, 2017).
22

c) Redutores de Acidez

Conforme Barreto (2012) para prevenir corrosão nos equipamentos de


perfuração, é adicionado soda cáustica (NaOH) à lama de perfuração pois seu
caráter básico neutraliza os ácidos produzidos nas formações e, logo deixa
menos agressivo para os equipamentos. A soda cáustica é um dos produtos
mais perigosos utilizados pelo pessoal na sonda pois pode ocasionar
queimaduras.

2.4 APLICAÇÃO DO MÉTODO DE FLOCULAÇÃO NA


INDUSTRIA DO PETRÓLEO

2.4.1 Floculação em fluidos de perfuração

Como visto na Tabela 5, fluidos a base de água podem ser soluções que
contem coloides, em conjunto são denominados sistemas coloidais pois ao
menos um dos componentes do sistema tem dimensão de 1nm até 1𝜇𝑚 (Shaw,
1975), neste estado a decantação é impossível uma vez que o movimento
Browniano de partículas e a repulsão elétrica entre as partículas anulam o efeito
da gravidade.
Uma vez que o sistema coloidal é desestabilizado quando as partículas
em suspenção carregadas negativamente, com a fase liquida em repouso é
adicionando concentrações elevadas de eletrólitos positivos (cátions) que
comprimem as camadas duplas elétricas (Figura 7) provocando a união das
partículas devido as forças de atração de Van Der Waals, este processo é
chamado de coagulação. A coagulação faz com que os coloides em suspensão
interagem entre eles e se juntem devido as forças de atração de Van Der Waals,
forças elétricas e forças magnéticas formando flocos. A acumulação dos flocos
de alto peso molecular na superfície de partículas chama-se floculação (Figura
8) (STALORASKI, 2010).
23

Figura 7 - Representação da dupla camada elétrica

Fonte: Portal Petróleo & Energia

Figura 8 - Diagrama da formação de flocos

Fonte: Tratamento de água caldeiras

Segundo Lima (2001) existem dois fatores relacionados ao grau de


floculação de uma suspenção que são o grau de colisão entre as partículas
dependendo da energia contidas nelas e probabilidade que depois da colisão as
partículas permaneçam aglomeradas.
A floculação pode ser induzida no fluido de perfuração por meio de
compostos químicos como dito anteriormente, dos quais os mais comuns são a
soda cáustica (NaOH), a cal e o cloreto de sódio (NaCl). A soda cáustica além
de ser usada como floculante também é utilizada como redutor de acidez como
citado no item 2.3.c, isso tem que ser considerado no momento da adição de
aditivos na lama de perfuração pois as duas propriedades serão alteradas.
24

2.4.2 Efeito da floculação sobre a permeabilidade do reboco

Como visto no item 2.4.1 o processo de floculação cria camadas de


sólidos em forma de redes abertas e flexíveis. Quanto maior o grau de floculação
mais fortes serão as ligações entre as partículas e mais resistentes a
deformações por pressões. O aumento da pressão de filtração comprime a
estrutura formada pelos flocos e isso faz com que o reboco diminua a porosidade
e a permeabilidade, mas se o grau de floculação é alto, a estrutura resistirá
melhor à pressão. Caenn (2014) diz que se obtém melhores resultados quando
existe agregação1 de sólidos, pois a deposição de lamelas2 de argilas é mais
espesso fazendo com que a estrutura fique mais forte como é mostrado na
Figura 9, onde mostra dois suspensões. A suspensão3 1 possui 0,4 g por litro de
cloreto de sódio (NaCl) provocando uma floculação fraca, entanto a suspensão
2 foi adicionada 35 g/L de NaCl provocando floculação forte e agregação. A
Figura 9 também mostra como a suspenção 2 apresenta maior permeabilidade
e porosidade que a suspensão 1.

_______________________
1 Atração de partículas por forças de van der Waals ou atração eletrostática (USP, 2013).
2 A natureza lamelar das argilas inspirou seu nome genérico: filossilicatos. Em grego, phyllos
significa ‘folha’, ou lamela (UNICAMP, 1998).
3 Tipo de mistura formada por uma ou mais fases (mistura heterogênea). Existe a fase externa
que normalmente é um líquido ou semi-sólido e a fase interna formado por partículas sólidas
insolúveis (Wikipedia, 2017).
25

Figura 9 - Aumento da porosidade e permeabilidade de duas suspensões com


diferentes teores de NaCl em função da pressão de filtração.

Fonte: Caenn 2014 (Dados de von Engelhardt e Schindewolf, 1952)

2.4.3 Tratamento de água através da floculação utilizada na indústria de


petróleo

Durante todo o processo de produção de hidrocarbonetos é inevitável a


produção de grandes volumes de água contidos nos reservatórios, quando estes
volumes são extraídos a superfície não possuem valor comercial, por tanto tem
que ser reutilizados ou descartados (Figura 10) o que torna um processo
complicado, como confirma Silva (2000, p.2), “dado sua composição complexa
de sais, gotículas de óleos em suspensão, produtos químicos (adicionados nos
26

diversos processos de produção), metais pesados e, por vezes, alguma


radioatividade”.
Segundo Magalhaes, Souza, Azevedo e Carvalho no XX Congresso
Brasileiro de Engenharia Química (2014, p. 1).

O descarte inadequado deste efluente industrial reflete em


ataques à legislação ambiental vigente, assegurada pelas
RESOLUÇÕES CONAMA 357/2005, 393/2007 e pela Lei Ambiental
430/2011, e se apresenta como um sério risco ambiental.
Atualmente, a indústria do petróleo se utiliza de um processo
convencional de tratamento da água produzida, o qual é composto
pelas etapas de coagulação/floculação e flotação, a fim de diminuir a
turbidez e o teor de óleos e graxas (TOG) presentes nessa água. A
água tratada, então, é descartada ou, por vezes, reutilizada, quando a
qualidade final está adequada para reuso.

Figura 10 - Esquema de uma planta de processamento primário com separador


trifásico.

Fonte: Petróleo e Gás. ISPT (2016)

3 METODOLOGÍA

3.1 ENSAIOS PROPOSTOS NA LAMA DE PERFURAÇÃO

As experiências com a lama de perfuração foram reproduzidas com base


nos procedimentos padrão descritos nas publicações da API (API
27

Recommended Practice 13B-1,2003). Com algumas modificações no ensaio da


viscosidade.
Figura 11 - Fluxograma dos ensaios realizados com a lama de perfuração

Amostra

Medição da massa especifica Medição da viscosidade

Adição de Goma
Adição de NaOH Xantana

Atingiu a
Floculação? viscosidade
NÃO não não
desejada?

sim sim

Medição do teor mínimo de Medição da massa de Goma


alcalinizante utilizado Xantana

Analises de resultados

Descarte da amostra

Fonte: Elaborado pelo autor

3.2 PROCEDIMENTOS DOS ENSAIOS

3.2.1 Preparação da lama


28

Foi preparado 5 L de lama a base de água destilada com argila


montmorilonita (bentonita) com uma composição de 12 g por cada 350 ml de
água. A escolha da base de água da lama foi com o intuito de facilitar os ensaios
e o descarte do mesmo.
Mediu-se 1000 ml de água destilada e misturado com 35 g de bentonita
em um misturador Fisotom 713D (Figura 11) com agitação constante de 500 rpm,
a temperatura ambiente (20°C) e durante 20 minutos.

Figura 12 - Misturador água destilada e bentonita

Fonte: Elaborada pelo autor

O processo anterior foi repetido sucessivamente até obter 5000 ml de


lama para os ensaios propostos. Posteriormente a lama foi armazenada e
mantida em repouso durante 24 horas para dar tempo dos coloides hidratarem
como é aconselhado nas normas API 2003.

3.2.2 Teor de alcalinazantes


29

Como alcalinizante foi escolhido o hidróxido de sódio (NaOH) também


conhecido como soda caustica. Dois gramas de soda foram diluídos em 500 ml
de água destilada e colocado cuidadosamente na bureta graduada (Figura 12).
Uma amostra de 150 ml de lama de perfuração foi utilizada para este
teste. A continuação como primeira tentativa foi adicionado 15 ml da solução de
soda e agitada a mistura com ajuda da barra magnética até observar a formação
de flocos na lama (Figura 13).

Figura 13 - Equipamento para medir teor de alcalinizante na amostra

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 14 - Formação de flocos na amostra de lama de perfuração

Fonte: Elaborado pelo autor


30

Sabe-se agora que com 15 ml acontece a formação de flocos dos coloides


suspensos na lama, então foi feito outro teste com uma nova amostra de lama
para determinar a quantidade mínima de alacalinizante até o começo da
floculação. Finalmente para conferir a resposta obtida foi feito um terceiro teste
para obter finalmente a quantidade de soda caustica que provoca a floculação
na lama de perfuração.

3.2.3 Determinação da densidade da lama de perfuração

Foi previamente calibrada a balança de lama com água destilada como


procedimento padrão, depois foi enchido o copo com amostra da lama e
colocado a tampa, limpar o excesso de lama da tampa e mover o marcador até
balançar os pesos e ler a densidade. Repetir três vezes procedimento e fazer
uma média dos resultados obtidos.
Para alterar a densidade da lama, foi adicionado 100 g de hematita
(Fe2O3) em três etapas, adicionando 25g, 50g e 100g respetivamente. No
misturador Fisotom (Figura 12) é feita a mistura do aditivo com a lama de
perfuração. Finalmente é medida a densidade na balança de lama e anotado os
resultados de cada etapa.
A densidade pode ser lida tanto em lb/gal como em g/cm3, como mostrado
em Caenn (2014, p. 95), os fatores de conversão são:

Gravidade específica (SG) = g/cm3 = lb/gal/8,33 = lb/ft3/6,3 (3.1)

Gradiente de lama em psi/pé = lb/ft3/144 = lb/gal/19,24 = (3.2)


SG*0,433

Gradiente de lama em kg/cm2/m = SG*0,1 (3.3)

A API apresenta uma tabela resumida da transformação de unidades de


densidade (Tabela 6)
31

Tabela 6 - Conversão das unidades da densidade

Fonte: API Recommended Practice 13B-1

3.2.4 Determinação da viscosidade da lama de perfuração

Com um volume de 1000 ml da lama, promoveu-se o escoamento


cronometrado e registrado o tempo em segundos do fluxo do volume da amostra.
O tempo obtido depende, em parte da viscosidade efetiva em uma taxa de
cisalhamento no orifício do funil e, em parte, da taxa de gelificação.
Foi determinado 5g de goma Xantana para a primeira parte e 2,5g de CMC
para a segunda parte deste ensaio. Em 1000 ml da lama foi adicionado grama a
grama os aditivos viscosificantes e feito medições do tempo de escoamento para
determinar a viscosidade de Marsh (viscosidade relativa).
Para determinar a viscosidade efetiva, parte-se da Equação (3.4) de
Skelland (1967) para fluidos não newtonianos e viscosímetros de orifício.

1 2 3𝑛 + 1 𝑛 𝜐 𝑛 𝐿 (3.4)
ℎ𝜌𝑔 = 𝜌𝜐 + 2𝑘 ( ) ( 𝑛+1 )
2 𝑛 𝑟

Onde:
32

ℎ = Altura do liquido acima do orifício [m]


𝜌 = Densidade da lama [g/cm3]
𝑔 = Aceleração da gravidade [m/s2]
𝐿 = Comprimento do tubo [m]
𝑟 = Raio do tubo [m]
𝑘, 𝑛 = Constantes da lei dos fluidos

No artigo publicado por Martin J, Pitt (2000), a Equação (3.4) é resolvida por
métodos de cálculo numérico com a ferramenta Fortran e determinados os
valores de k e n. Além é feito uma comprovação experimental e comparados os
dados de simulação.
Como resultado do método de cálculo numérico e outras considerações
explicitadas no artigo, obtém-se a Equação (3.5).

𝜇𝑒 1.2 (3.5)
𝑡 = 𝑡𝑉 + 𝑥 ( )
𝜌

Onde:
𝑡 = Tempo de Marsh para um volume V [s]
𝑡𝑉 = Tempo de descarga do mesmo volume V com densidade desprezível
𝑥 = Número característico do funil (0,016 para funil padrão)
𝜇𝑒 = Viscosidade efetiva [cp]

Como dito anteriormente, uma vez obtida a comparação pratica e da


simulação, a Equação (3.5) pode ser expressada de forma mais simples e
provavelmente suficiente para ser usada em campo através da Equação (3.6).

𝜇𝑒 = 𝜌(𝑡 − 25) (3.6)

Neste trabalho foi disponibilizado um funil diferente ao de Marsh, ou seja,


possui uma geômetra diferente e por tanto é necessário calcular um fator de
correção que possa ser aplicado nas equações de viscosidade vistas até agora
pois estas são aplicáveis somente a medições feitas num funil de Marsh.
33

O fator de correção fc foi baseado em cálculos feitos pelo professor


Francisco Martins (2017) em base do funil utilizado nos laboratórios do CESFI e
adaptado à lama utilizada neste trabalho, como mostrado a continuação.
𝑄𝑓𝑢𝑠𝑎𝑑𝑜 (3.7)
𝑓𝑐 =
𝑄𝑀𝑎𝑟𝑠ℎ

𝑉𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 946𝑐𝑚3 (3.8)


𝑄𝑀𝑎𝑟𝑠ℎ = = = 31,53𝑐𝑚3 /𝑠
𝑡𝑚é𝑑𝑖𝑜 30𝑠

𝑉𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 946𝑐𝑚3 (3.9)


𝑄𝑓𝑢𝑠𝑎𝑑𝑜 = = = 169,53𝑐𝑚3 /𝑠
𝑡𝑚é𝑑𝑖𝑜 5,58𝑠

168,93
𝑓𝑐 = = 5,38
36,38

4 RESULTADOS

4.1 CARACTERISTICAS DA LAMA DE PERFURAÇÃO

Com a preparação de 5 L de água destilada e 172 g de argila (bentonita),


obteve-se uma lama com características mostradas na Tabela 7. As
propriedades foram conferidas com três medições em cada equipamento.

Tabela 7 - Características da lama de perfuração

Tentativa Densidade [lb/gal] Viscosidade Relativa [s]

1 8,500 6,10
2 8,510 5,51
3 8,510 5,13
Média 8,507 5,58
Fonte: Elaborado pelo autor
34

Comparado com os dados teóricos da Tabela 8, disponibilizados pela


Associação Brasileira de Empresas de Engenharia de Fundações e Geotecnia
(ABEF, 2004), e a lama feita neste trabalho, observa-se que possui densidade
de 1,021 g/cm3 uma vez aplicada a Equação (3.1).

Tabela 8 - Parâmetros da lama bentonitica exigidos pela NBR 6122

Parâmetros Valores Equipamento para ensaio


1, 025 a 1,10
Peso específico g/cm³ Densímetro
Viscosidade 30 a 90 s Funil Marsh
pH 7 a 11 Papel de pH
"Cake" 1,0 a 2,0mm "filter press"
Teor de areia até 3% "baroid sand content" ou similar
Fonte: Norma Brasileira de Projeto e Execução de Fundações.

Observa-se que a densidade atingiu o valor esperado, enquanto a


viscosidade não pode ser comparada pois o funil utilizado tinha dimensões
diferentes do Funil de Marsh, o que mudou o tempo de fluxo esperado, como
pode ser observado o tempo médio de escoamento do fluido no funil utilizado
neste trabalho (Funil CESFI) foi muito menor do esperado na Tabela 8. Na seção
4.3 serão aplicadas as respetivas correções.

4.2 DENSIDADE EM FUNÇÃO DA ADIÇÃO DE ÓXIDO DE


FERRO

Como mencionado na seção 3.2.3 deste trabalho, foi feito a adição de


quatro medidas de hematita (Fe2O3), utilizado na indústria do petróleo como
adensante. Para determinar a percentagem da hematita em relação da massa
total da lama, precisasse conhecer a densidade da lama que foi definida no item
4.1 então determinamos que:

Dados da lama
Volume da lama [cm3] Densidade da lama [g/cm3]
1000 1,021

Da seguinte equação:
35

𝑚 (4.1)
𝜌=
𝑉

é determinado que a massa da lama é 1021 g, então para determinar a


percentagem da massa da hematita que foi utilizada:

1021 𝑔 → 100%
100 𝑔 → 𝑚𝑜 %

Como resultado obtemos que a massa da hematita é mo= 9,79% em


relação da massa total da lama bentonitica.
A Figura 15 mostra o aumento da densidade em função da adição de
hematita.

Figura 15 – Densidade da lama em função da adição de hematita

1,120 1,110

1,100
Densidade [g/cm3]

1,080
1,060
1,060
1,041
1,040
1,021
1,020

1,000
0,0000 2,0000 4,0000 6,0000 8,0000 10,0000
Hematita em relação a massa da lama [%]

Fonte: Elaborado pelo autor

O resultado experimental é aceitável pois a densidade como era esperado


aumentou 8,7% com adição da hematita. Graficamente também podemos notar
que o incremento da densidade é linear pois na equação (4.1) o aumento da
massa é proporcional a da densidade.
36

4.3 TEOR DE ALCALINIZANTES QUE ESTIMULAM A


FLOCULAÇÃO

Três medições foram necessárias para conferir o teor de NaOH que


estimula a produção de flocos e consequentemente a floculação dos mesmos.
Como dito na seção 3.2.2 a primeira tentativa mostrou que com 15 ml da
solução de soda caustica podiam ser observados os flocos se formando na
superfície da lama. Na Tabela 9 é mostrado a porcentagem Hidróxido de sódio
(soda caustica) mínimo necessário para observar o processo de floculação na
lama.

Tabela 9 - Percentagem e massa de NaOH para atingir a floculação

Massa de Soda
Tentativa Solução de Soda [ml] Teor de alcalinizante [%] [g]
1 15 3 0,060
2 10 2 0,040
3 9 1,8 0,036
Fonte: Elaborado pelo autor

Como mostrado na Tabela 9, a porcentagem mínima de hidróxido de sódio


necessária foi de 1,8% da solução, ou equivalente a 0,036 gramas de NaOH
para 150 ml de lama.

4.4 VISCOSIDADE RELATIVA EM FUNÇÃO DA ADIÇÃO DE


GOMA XANTANA E CARBOXIMETILCELULOSE (CMC)

A viscosidade relativa foi calculada adicionando 1 g de goma xantana por


vez e misturando por um tempo aproximado de 20 minutos, assume-se uma
temperatura constante de 20°C. A percentagem da massa da goma (mx) em
relação da massa total da lama de perfuração é mostrado a continuação.
Novamente os dados da lama são apresentados:
37

Dados da lama
Volume da lama [cm3] Densidade da lama [g/cm3]
1000 1,021

Da Equação (4.1) sabe-se que a massa da lama é 1021 g, então para


determinar a massa da goma que foi utilizada:

1021 𝑔 → 100%
5 𝑔 → 𝑚𝑥 %

Como resultado obtemos que a mx= 0,49% de goma xantana em relação


a massa total da lama. Do mesmo jeito achamos a percentagem de massa do
CMC como mostrado a continuação:

1021 𝑔 → 100%
2,5 𝑔 → 𝑚𝑐𝑚𝑐 %

Obtemos que mcmc=0,24%. A massa de CMC tem um grau viscosificante


maior que a goma xantana, em outras palavras, é necessário menos massa de
CMC para obter o mesmo grau de viscosidade que obtemos com a goma
xantana como será mostrado na Figura 16.
Na Tabela 10 são mostrados os valores da viscosidade média calculados
com o Funil CESFI e os valores da viscosidade relativa uma vez que foi aplicado
o fc nas medições com a Goma Xantana.
Na Tabela 11 é mostrado o mesmo analises anterior com o CMC.

Tabela 10 - Viscosidade média com Funil CESFI e Viscosidade relativa corregida pelo
fc em função da adição de Goma Xantana

Goma Xantana[g] Viscosidade média [s] Viscosidade relativa [s]


0 5,58 30,02
2 5,99 32,24
3 6,58 35,38
4 7,84 42,16
5 9,23 49,64
Fonte: Elaborado pelo autor
38

Tabela 11 - Viscosidade média com Funil CESFI e Viscosidade relativa corregida pelo
fc em função da adição de CMC

CMC [g] Viscosidade média [s] Viscosidade relativa [s]


0 5,58 30,020
1 6,64 35,723
1,5 7,25 39,005
2 7,89 42,448
2,5 10,18 54,768
Fonte: Elaborado pelo autor

Uma vez aplicada a Equação (3.6) com os dados da viscosidade relativa,


os valores da viscosidade efetiva são apresentados na Tabela 12 e Tabela 13.

Tabela 12 - Viscosidade efetiva em função da Goma Xantana

Goma Xantana[g] Viscosidade relativa [s] Viscosidade efetiva [cp]


0 30,02 5,126
2 32,24 7,396
3 35,38 10,600
4 42,16 17,522
5 49,64 25,157
Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 13 - Viscosidade efetiva em função do CMC

CMC [g] Viscosidade relativa [s] Viscosidade efetiva [cp]


0 30,020 5,126
1 35,723 10,948
1,5 39,005 14,299
2 42,448 17,815
2,5 54,768 30,394
Fonte: Elaborado pelo autor
39

Figura 16 - Viscosidade efetiva em função da adição de Goma Xantana e CMC

35,000
30,394
30,000
25,157
Viscosidade efetiva [cp]

25,000

20,000 17,815 17,522

14,299 Goma Xantana


15,000
CMC
10,948 10,600
10,000 7,396
5,126
5,000

0,000
0,000 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600
Massa de aditivos em relação da massa da lama [%]
Fonte: Elaborado pelo autor

5 CONCLUSÕES

A lama de perfuração bentonitica a base de água preparada no


laboratório, cumpriu os objetivos de testes. Comparados com os dados da
Tabela 8, obteve-se resultados similares nos ensaios propostos e com a análise
teórica conferimos que a lama de perfuração se comporto de acordo ao
esperado.
O aumento de massa com a hematita fez com que a densidade da lama
aumentasse, mantendo outras propriedades como a viscosidade inalteradas pois
implicou só no aumento da massa. A hematita ao ter uma densidade de 5,1 g/cm3
é melhor agente adensante que a barita (4,5 g/cm 3), a qual é mais comumente
utilizada na indústria brasileira. Existem outros adensantes como oxido de zinco
ou carbonato de chumbo com maior densidade mas ao mesmo tempo possuem
metais pesados o que provoca níveis altos de contaminação se não são tratados
adequadamente no descarte.
40

Comparados os aditivos viscosificante notamos que o CMC (polímeros


sintéticos), tem melhor desempenho que a Goma Xantana (polímeros naturais)
pois precisou-se apenas da metade da massa para atingir níveis mais elevados
de viscosidade da lama. O valor de mercado dos aditivos é similar por tanto seria
mais vantajoso economicamente utilizar CMC, mas a goma por ser um polímero
natural teria menos impacto no ambiente.
A utilização de equipamentos diferentes ao sugeridos pela API, tem maior
dificuldade na hora de determinar propriedades dos fluidos, pois fatores de
correção e incertezas de novos equipamentos tem que ser considerados na hora
dos cálculos, é o caso da utilização do Funil CESFI neste trabalho, pois como
pode ser notado, o tempo de influxo na viscosidade relativa inicial da lama foi
menor que o tempo de influxo medido com um Funil de Marsh, por tanto, é
necessário considerar um fator de conversão pois medidas de viscosidade
efetiva ou dinâmica consideram o tempo medido com o funil de Marsh. É
importante também que o fator de correção seja determinado a partir de fluidos
da mesma composição, por exemplo, neste trabalho foi determinado o fator
comparando as vazões de lama bentonitica nos dois tipos de funil, entanto se
quisermos calcular para um fluido diferente, tem que ser feito medições de vazão
próprias daquele fluido. Erros pode ser corregidos fazendo mais medições do
tempo de efluxo, também considerando a geometria do Funil CESFI ou para
resultados mais precisos é indispensável a utilização do Funil Marsh.
No cálculo de alcalinizante concluiu-se que é necessário apenas 1,8% da
solução de soda caustica em 150 ml de lama para apreciar a presença de
formação de flocos. A medição foi feita a olho nu o que pode ter excedido a
quantidade de alcalinizante necessário neste ensaio. A soda caustica é um
produto perigoso por isso o motivo de ter diluído ele, o cuidado com sua
utilização tem que ser rigoroso mais ainda quando são utilizado grandes volumes
na indústria.
41

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Manual de Especificações de Produtos e Procedimentos ABEF. 3. ed. rev. e ampl. São
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IRAMINA, Siguemasa Wilson. Fluidos de Perfuração. 15 slides. Apresentação em


Power-Point. Saõ Paulo, 2016.

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UMSA, Universidad Mayor de San Andrés; Guía de Fludos de Perforación y


Laboratorios. Guía da Univeridade Mayor, Ingeniería Petrolera, San Andrés, 2014.
43

ATA DE DEFESA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Ata de Defesa do Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia de Petróleo de


__________________________________________.

Aos _____ dias do mês de _____ de dois mil e ______, reuniu-se a Banca Examinadora
do trabalho apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia de
Petróleo de _________________________, intitulada:
_____________________________________. Compuseram a banca examinadora os
professores __________________________, _____________________________ e
____________________________. Após a exposição oral, o(a) candidato(a) foi
arguido(a) pelos componentes da banca que reuniram-se reservadamente, e decidiram,
_____________________________, com a nota _______ para o trabalho escrito e com
a nota _____ para a apresentação oral, gerando a média final do TCC de ________.
Para constar, redigi a presente Ata, que aprovada por todos os presentes, vai assinada
por mim, Orientador, e pelos demais membros da banca.

____________________________
Orientador (a)
Presidente da Banca Examinadora

____________________________
Avaliador 1

____________________________
Avaliador 2

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