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2000 - 2006
PROGRAMA OPERACIONAL
DO
AMBIENTE
Ministério do Ambiente
e do Ordenamento do Território
Julho 2000
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
ÍNDICE
INTRODUÇÃO___________________________________________________________7
TÍTULO I - A POLÍTICA DE AMBIENTE ENTRE 1996-1999____________________8
1 Água.............................................................................................................................................8
2 Ar...............................................................................................................................................11
3 Resíduos....................................................................................................................................12
4 A Conservação da Natureza e do Litoral................................................................................13
TÍTULO II - OS PROBLEMAS AMBIENTAIS POR RESOLVER_______________22
1 A qualidade do recurso água ..................................................................................................22
1.1 Águas superficiais.................................................................................................................................22
1.2 Águas subterrâneas................................................................................................................................23
1.3 Substâncias perigosas em meio aquático...............................................................................................23
2 A continuidade da infraestruturação básica...........................................................................23
2.1 Abastecimento de água.........................................................................................................................24
2.2 Tratamento de águas residuais.............................................................................................................24
2.3 Resíduos sólidos urbanos, industriais e hospitalares............................................................................25
3 Integração do ambiente nos diferentes sectores de actividade..............................................25
4 Ambiente Urbano.....................................................................................................................26
TÍTULO III - ACTUAÇÃO ESTRATÉGICA PARA 2000-2006__________________28
1 Principais Vectores...................................................................................................................28
2 Objectivos Ambientais 2000-2006...........................................................................................30
2.1 Recursos Hídricos.................................................................................................................................31
2.2 Resíduos................................................................................................................................................33
2.3 Ar e Ruído.............................................................................................................................................35
2.4 Conservação da Natureza e do Litoral..................................................................................................36
2.5 Educação ambiental...............................................................................................................................38
2.6 A melhoria do ambiente urbano............................................................................................................39
3 Integração do ambiente nas políticas de desenvolvimento....................................................39
3.1 Energia e Ambiente...............................................................................................................................40
3.2 Agricultura, Pescas e Ambiente............................................................................................................40
3.3 Indústria e Ambiente.............................................................................................................................41
3.4 Transportes e Ambiente.........................................................................................................................41
3.5 Turismo e Ambiente..............................................................................................................................42
3.6 Ambiente, Formação Profissional e Emprego.......................................................................................42
4 Articulação das diferentes fontes de financiamento...............................................................43
4.1 Saneamento básico................................................................................................................................43
4.2 Conservação e Valorização do Património Natural..............................................................................43
4.3 Valorização e Protecção dos Recursos Naturais...................................................................................44
4.4 Informação, Sensibilização e Gestão Ambientais.................................................................................44
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AMBIENTE • Portugal
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AMBIENTE • Portugal
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
15 Critérios de Selecção..............................................................................................................94
TÍTULO VI:
QUADROS DE PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA_____________________________95
Introdução______________________________________________________________102
Capítulo 1 - Análise dos Resultados das Avaliações Anteriores___________________103
1 Introdução...............................................................................................................................103
2 Síntese dos resultados esperados do PA 1994-1999..............................................................104
3 Da concepção do PA 1994-1999 à sua organização e funcionamento.................................107
4 Efeitos do PA e pertinência das recomendações então produzidas.....................................114
Capítulo 2 - Análise do Contexto de Intervenção______________________________118
1 Introdução...............................................................................................................................118
2 Níveis de infraestruturação ambiental básica......................................................................118
4 Recursos Hídricos...................................................................................................................122
5 Ar, Clima e Ruído...................................................................................................................125
6 Conservação da Natureza e Recursos Biológicos.................................................................127
7 Ambiente Urbano...................................................................................................................130
8 Síntese......................................................................................................................................132
Capítulo 3 - Avaliação da Concepção e Consistência da Estratégia Proposta_______137
1 Introdução...............................................................................................................................137
2 Apresentação do PO Ambiente.............................................................................................137
3 Avaliação da Coerência Externa...........................................................................................143
4 Avaliação da Coerência Interna............................................................................................150
5 Síntese......................................................................................................................................151
Capítulo 4 - Avaliação Quantificada dos Objectivos Ambientais_________________152
1 Introdução...............................................................................................................................152
2 Metas e objectivos quantificados .........................................................................................152
3 Indicadores de realização e de impacto do PO Ambiente....................................................157
5 Síntese......................................................................................................................................159
Capítulo 5 - Políticas e Impactos Esperados, Processos de Implementação e
Monitorização___________________________________________________________160
1 Introdução...............................................................................................................................160
2 Distribuição dos recursos financeiros..................................................................................160
3 Políticas e impactos esperados do PO Ambiente.................................................................162
4 Processos de implementação e monitorização.....................................................................164
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PARTE 1
ENQUADRAMENTO____________________________________________________168
1 Introdução..............................................................................................................................168
2 A política de ambiente entre 1996-1999 ..............................................................................169
2.1 Água....................................................................................................................................................170
2.2 Resíduos..............................................................................................................................................172
3 Os principais vectores de actuação estratégica entre 2000-2006.........................................174
4 Implementação da estratégia no período 2000-2006............................................................176
5 Os problemas por resolver no domínio do saneamento básico............................................178
5.1. Abastecimento de Água......................................................................................................................178
5.2. Drenagem e tratamento de águas residuais........................................................................................180
5.3. Resíduos Sólidos Urbanos..................................................................................................................180
PARTE 2
OBJECTIVOS ESRATÉGICOS PARA 2006_________________________________181
1 Ciclo integrado da água.........................................................................................................181
2 Resíduos Sólidos Urbanos .....................................................................................................182
PARTE 3
OS FINANCIAMENTOS PELO FUNDO DE COESÃO________________________183
1 As opções de financiamento..................................................................................................183
2 Os princípios básicos das intervenções..................................................................................184
2.1 Quanto ao enquadramento..................................................................................................................184
2.2 Quanto aos modelos de gestão e de financiamento.............................................................................184
2.3 Aplicação do Princípio do Poluidor – Pagador...................................................................................185
2.4 Gestão da Procura................................................................................................................................187
3 Investimentos em Ambiente...................................................................................................188
4 Identificação dos Projectos....................................................................................................189
4.1 Projectos relativos a Sistemas já implementados:...............................................................................189
4.2 Candidaturas relativas a novos sistemas a implementar:....................................................................190
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AMBIENTE • Portugal
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CAPÍTULO I :
ENQUADRAMENTO GERAL DO SECTOR DO AMBIENTE
* *
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INTRODUÇÃO
É nesse sentido que aponta a política de ambiente executada na segunda metade da década
de noventa, 96-99, particularmente auxiliada tanto pela transposição jurídica da maior
parte das directivas comunitárias, como pela concretização das medidas que a estratégia
de investimentos nacionais e comunitários viria a permitir, no âmbito do segundo Quadro
Comunitário de Apoio (QCA II).
1 Água
A nível das origens da água, intentou-se o acréscimo da capacidade de abastecimento de
água através da promoção de grandes empreendimentos: Odeleite-Beliche (origem da
água do Sistema Multimunicipal do Sotavento Algarvio, com entrada em funcionamento
em Julho de 1998), Enxoé (principal origem de água dos concelhos de Serpa e Mértola,
com entrada em funcionamento em Maio de 1998) e Odelouca-Funcho (obra a iniciar em
2001 e destinada a constituir a origem de água do sistema Multimunicipal do Barlavento
Algarvio).
2 Ar
Nos cerca de oito anos de vigência do Decreto-Lei nº 352/90, relativo à protecção do ar, e
apesar das pequenas alterações que foram sendo introduzidas, verifica-se que o mesmo se
apresenta insuficiente, tendo em conta os resultados dos estudos da comunidade científica,
bem como, a mais recente consciência das diversas nações apostando em proteger este
recurso natural. Por tal facto, foi entretanto publicado o Decreto-Lei nº 276/ 99 de 23 de
Julho que transpõe a directiva 96/62/CE relativa à gestão da qualidade do ar, estando em
preparação a revisão do quadro legal relativo às emissões para a atmosfera.
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3 Resíduos
Da estratégia de prevenção fazem parte a criação do Instituto de Resíduos, sob a tutela do
Ministério do Ambiente, como forma de dar resposta à importância crescente dos
problemas colocados pelos resíduos, bem como a entrada em vigor do Decreto Lei nº
239/97 onde se definem as normas de gestão de resíduos e se atribui ao Ministério do
Ambiente a competência para autorizar as operações de gestão referentes ao mesmo
sector.
A valorização e eliminação dos resíduos carecia de sistemas de gestão integrada que não
apenas contemplassem as diversas tarefas implicadas pelos processos referidos, como
assegurassem um maior grau de cobertura territorial e populacional. Para o efeito foram
criados diversos sistemas multimunicipais através da concessão de projectos de gestão a
empresas de capitais públicos resultantes quer da associação entre a EGF Empresa Geral
de Fomento, SA e os Municípios, quer da associação entre municípios (sistemas
intermunicipais). Ambos os tipos de sistemas destinam-se a efectuar a recolha selectiva, o
tratamento e a valorização de resíduos, envolvendo no total 37 sistemas e 275 municípios.
Este processo é acompanhado pela recuperação e encerramento das lixeiras existentes.
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Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Em Agosto de 1999, foi elaborado o Decreto-Lei nº 321/ 99, que veio regulamentar as
condições de atribuição de licenças para aterros de resíduos industriais banais (não
perigosos), o que permitiu a apresentação de 19 candidaturas para a concepção,
construção e exploração desses aterros, estando as propostas em fase final de apreciação
no Instituto de Resíduos.
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Todo este esforço contribuiu para que a Conservação da Natureza em geral, e a gestão das
áreas protegidas, em particular, tenham deixado de se assumir como questões sectoriais
centradas sobre os seus valores intrínsecos, e passassem a ser encaradas como uma
política transversal, interactiva com as políticas de utilização dos recursos naturais e de
planeamento do uso e transformação do solo, sendo neste âmbito de salientar, quer a
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A forte procura e pressão que se verifica sobre o litoral português, têm originado situações
de desequilibro, determinando a artificialização da linha de costa, a degradação de
sistemas naturais e o empobrecimento da paisagem.
Várias medidas têm, nos últimos anos, vindo a ser tomadas pelo Ministério do Ambiente e
Ordenamento do Território, no sentido de permitir o planeamento integrado dos recursos,
definindo regras e impondo restrições à sua ocupação e utilização.
Foram identificados nove troços distintos de costa, tendo sido promovida a elaboração de
Planos de Ordenamento da Orla Costeira (mapa 5), um por troço, dos quais já se
encontram concluídos cinco ( Caminha - Espinho, Cidadela – S. Julião da Barra/ Cascais,
Sado - Sines, Sines - Burgau, Burgau - Vilamoura), cujas medidas estão a ser
implementadas.
Estes Planos vieram a integrar uma estratégia de intervenção para a orla costeira, definida
pelo Governo Português e aprovada em Julho de 1998, que encontra tradução no
Programa Litoral 98 e no Programa Litoral 99. Este último procurou reforçar as
intervenções mais directamente associadas à preservação e defesa dos valores ambientais
e às acções de requalificação de espaços sujeitos à degradação ou empobrecimento das
suas características ecológicas e naturais.
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Mapa 1
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Mapa 3
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Mapa 4
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As grandes questões ambientais daqui decorrentes podem perspectivar-se sob duas ópticas
distintas: ou fazem parte de um conjunto de problemas cuja solução se quer imediata, ou
constituem problemas ainda potenciais, de eclosão mais ou menos tardia, mas cujas
consequências devem ser antecipadas por uma prevenção eficaz. No que se refere aos
problemas ambientais que requerem soluções foram identificados os seguintes aspectos:
Estes blooms têm ocorrido tanto em águas correntes (rios Minho, Douro e Gaudiana)
como em lagoas (Quiaios, Mira e Salgueira) ou albufeiras, resultando de situações
isoladas ou conjuntas de abuso de adubação (fosfatos e nitratos), da presença de
explorações pecuárias não controladas e da ausência de esgotos urbanos com tratamento
insuficiente ou nulo.
Portugal não tem dados analíticos coligidos e organizados nem tem estabelecido, ainda,
um programa de monitorização das águas doces superficiais e das águas marinhas e
estuarinas que dê resposta em conformidade com o exigido pelas instâncias mencionadas.
Possui, apenas, um estudo sobre a existência das substâncias existentes no País,
produzidas e/ou importadas, que se inserem nas constantes da Lista II da Directiva
76/464/CEE candidatas à Lista I, e para quantidades reportadas superiores a 10
toneladas/ano. Praticamente todas caem no âmbito das seleccionadas pela OSPAR e
União Europeia.
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ainda duas outras, sendo ambas condição necessária para a eficiência e operacionalidade
dos sistemas de saneamento básico:
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O sector dos resíduos sólidos urbanos é aquele que regista os maiores níveis de
atendimento, restando todavia a necessidade de proceder às seguintes acções:
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4 Ambiente Urbano
Portugal passou nas últimas duas ou três décadas por transformações muito profundas na
estrutura de ocupação do seu território continental. Essas transformações reflectem
necessáriamente as profundas mudanças da estrutura económica e social e foram
acompanhadas de fluxos migratórios muito significativos que obrigam a um redesenho da
importância e das funções dos aglomerados urbanos.
Assim, em Portugal, os problemas urbanos não são de uma mera gestão sustentável das
cidades, tema que constitui a tónica das abordagens comunitárias, mas têm
indissociavelmente uma dimensão estratégica que consiste em “reinventar” as cidades,
isto é, redefinir o seu papel numa nova organização do território. Se ambiente e
ordenamento são indissociáveis em qualquer lugar do mundo, em Portugal essa relação é
ainda mais estreita porque as muitas cidades buscam, ainda, desígnios estratégicos e
factores de diferenciação e competitividade em que a qualidade do ambiente urbano pode
desempenhar um papel decisivo. Nestas condições, uma intervenção em ambiente urbano
em Portugal não deve ser dissociada de uma forte componente de requalificação
urbanística e não deve deixar de atender aos desígnios estratégicos das cidades em que
actua.
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Por outro lado, existe em Portugal uma consciência crescente de que foram cometidos no
passado erros urbanísticos graves que seria bom, tanto quanto possível, corrigir, fazendo
dessa forma pedagogia e prevenindo a sua repetição no futuro.
Finalmente, deve ser referido que a experiência da Expo 98 teve um impacte muito
significativo em todo o País e veio contribuir para estabelecer um novo paradigma de
qualidade do espaço urbano e de valorização das suas componentes ambientais. Importa
tirar partido desta atitude, promovendo intervenções que reproduzam, tanto quanto
possível à escala de cada aglomerado urbano, as virtudes da Expo em termos de
requalificação do espaço público com forte componente de valorização ambiental.
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1 Principais Vectores
Os temas centrais, as metas e as acções prioritárias, que nortearão a acção política no
sentido de atingir no longo prazo as condições para um desenvolvimento sustentável têm
em consideração três aspectos essenciais:
Assim, a estratégia ambiental para a próxima década assentará nos seguintes vectores de
actuação:
A equidade – O consumo dos bens ambientais deve ser ser objecto de acesso e
distribuição equitativos por toda a população e por todas as regiões do território nacional.
O carácter de bem público de uma parte significativa dos bens e serviços do ambiente não
deve ser condicionado por factores de rendimento e a sua provisão e ou regulação devem
continuar sob a responsabilidade das autoridades públicas;
Concretizar a integração das estratégias de controlo da poluição com uma melhor gestão
dos recursos.
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Com efeito, os investimentos em Ambiente que se realizarão no âmbito do PDR não serão
exclusivamente financiados por este Programa Operacional. Na realidade, para além dos
referidos investimentos no âmbito do Fundo de Coesão, haverá investimentos em
Ambiente a nível dos Programas Regionais, para projectos de interesse municipal que
apresentem complementaridade com os projectos financiados pelo Fundo de Coesão, para
projectos de melhoria do ambiente urbano e para projectos de conservação da natureza e
do litoral, e a nível de outras intervenções sectoriais, nomeadamente no Programa
Operacional da Saúde, numa lógica de aplicação do princípio do “poluidor – pagador”.
Neste contexto, é indispensável para a consecução dos objectivos fixados que sejam
articulados os apoios comunitários:
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Relativamente à qualidade da água para produção de água para consumo humano e águas
balneares, o objectivo será reduzir em cerca de 80% a carga poluente no meio hídrico, até
2006, através da aplicação de medidas tendentes ao integral cumprimento das diversas
directivas comunitárias. E, ainda, a implementação de medidas previstas nos POOC, bem
como intervenções na rede hidrográfica que permitam uma melhor gestão dos recursos
hídricos.
Neste princípio, a presente etapa de restruturação, que teve início em 1996 com o estudo
de sensores, rotinas de monitorização, frequências de amostragens e soluções de
telecomunicações, encontra-se na fase de optimização do desenho e implementação das
soluções, quer para as redes de referência quer para as redes específicas.
Por motivos de estratégia de investimento o País foi dividido em três regiões, sobre as
quais tem vindo a actuar a restruturação, a saber: Sul do Tejo; Entre Douro e Tejo; a
Norte do Douro.
Para a Região a Sul do Tejo a solução de rede encontra-se já adjudicada estando em fase
de elaboração de contrato.
A proposta para as redes na região Entre Douro eTejo, estão em fase de conclusão do
caderno de encargos, para abertura do concurso público internacional.
Quanto à região a Norte do Douro, os desenhos das redes estão em fase de conclusão,
havendo depois que preparar o caderno de encargos do concurso ainda que as
especificações quanto a sensores, frequências de amostragens e telecomunicações na
região já estejam identificadas.
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Por motivos de estratégia de investimento o País foi dividido em cinco áreas coincidentes
com as de jurisdição das Direcções Regionais de Ambiente, sobre as quais tem vindo a
actuar a restruturação.
A proposta apresentada pelo INAG para a região do Alentejo ainda não foi implementada,
devendo ocorrer, pelo menos numa primeira fase, ainda em 2000.
Quanto à região a Norte do Douro, vão iniciar-se os trabalhos de campo com vista à
definição do desenho da rede.
2.2 Resíduos
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No quadro da política dos 3Rs são definidos os seguintes objectivos para o ano de 2006
(em percentagem do total de resíduos tratados):
Serviço Percentagem
Recolha, tratamento e destino final
adequado para os resíduos 100
hospitalares
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2.3 Ar e Ruído
• redes de medição, cuja gestão está a cargo das Direcções Regionais do Ambiente (29
estações a funcionar e 8 em fase de instalação);
As redes actuais, dada a localização das estações, apenas permitem avaliar a qualidade do
ar em certas áreas, o que é manifestamente insuficiente atendendo às novas Directivas
Comunitárias relativas à Qualidade do Ar.
Neste sentido, e para dar cumprimento às exigências comunitárias há que por um lado
reformular e/ou reforçar algumas redes, nomeadamente em termos de localização das
estações e dos poluentes a medir e por outro, instalar estações em áreas que necessitem de
uma avaliação contínua, quer porque estão abrangidas na definição de aglomerações, quer
porque os níveis de concentração assim o obriguem. Por este facto, e no âmbito da
Directiva Quadro da Qualidade do Ar, foram já definidas as zonas consideradas
aglomerações para o continente, de acordo com a nova legislação nacional, e foi definida
a metodologia para uma avaliação preliminar, a nível nacional, que irá ter lugar no
segundo semestre 2000, por forma a verificar as zonas onde obrigatoriamente se devem
instalar estações de medição em contínuo.
Assim pretende-se que sejam apoiados projectos de nível nacional e regional que
permitam a conclusão da rede de qualidade, com a criação de estruturas fixas e a
respectiva estrutura de comunicação, aquisição de unidades móveis para campanha de
medição da qualidade do ar e acções de sensibilização, estudos e acções de informação e
sensibilização nesta matéria.
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2000 2006
Norte 18 28
Centro 3 17
LV Tejo 14 20
Alentejo 5 15
Algarve 1 10
TOTAL 41 90
No respeitante ao ruído pretende-se para o futuro uma actuação mais preventiva dos
problemas, estabelecendo-se mecanismos que permitem actuar concertadamente com o
planeamento das actividades, nomeadamente, através da elaboração de mapas de ruído, de
planos de monitorização e da implementação de planos de redução, de acordo com o novo
Regulamento Geral do Ruído.
A Conservação da Natureza deixou assim, neste quadro, de se assumir como uma questão
sectorial centrada sobre os seus valores intrínsecos, mas passou a ser encarada como uma
política transversal, interactiva com as políticas de utilização dos recursos naturais e de
planeamento do uso do solo e a ser encarada como suporte de um verdadeiro processo de
desenvolvimento sustentável.
Conservação da Natureza
Objectivos Percentagem
Território continental sob estatuto de protecção para 20
a conservação da natureza
Território sujeito a estatuto de Área Protegida 100
abrangido por Plano de Ordenamento
Território inserido em Áreas Protegidas com 100
estatuto de protecção integral na posse do Estado
Conservação do Litoral
Objectivos 2006
Extensão da Costa Intervensionada (km) 200
Planos de Ordenamento de Albufeiras de 50
Águas Públicas elaborados (nº)
Por outro lado, o reforço da participação dos cidadãos, ONG’s e da sociedade civil em
geral, no processo de tomada de decisão, tornam necessária a criação de instrumentos que
permitam uma maior eficácia da sua intervenção nesta área.
Objectivos 2006
Projectos apoiados de Educação Ambiental (EA) em escolas 1 500
Alunos abrangidos por projectos de EA 300 000
Professores abrangidos por projectos de EA 20 000
Projectos de ONGA apoiados 1 000
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Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
A qualidade ambiental será cada vez mais um recurso escasso se não forem adoptados os
princípios de sustentabilidade dos recursos naturais e que estão na base da concepção e do
funcionamento de sistemas de abastecimento de água, de tratamento de águas residuais e
de resíduos sólidos. Torna-se assim necessário inverter estes processos, através da
adopção de modelos de gestão urbana com elevadas taxas de eficiência na utilização dos
recursos ambientais, ar, água, solo, paisagem.
• Promover uma gestão integrada dos diferentes descritores ambientais: água, resíduos,
ar, ruído, espaços verdes, zonas ribeirinhas;
• Fomentar acções de gestão racional dos consumos energéticos, medidas de
racionalização dos transportes urbanos e de melhoria geral da qualidade ambiental das
cidades.
• Qualificar as zonas urbanas através de programas de recuperação de áreas degradadas,
racionalizar a expansão urbana, aumentando a oferta em locais já infraestruturados,
nomeadamente através da qualificação dos centros históricos das localidades;
• Reforçar os meios de informação e fiscalização do MA e a sua coordenação com os
Serviços de Protecção Civil.
Objectivos 2006
População abrangida por intervenções de 3
requalificação urbana (milhões de hab.)
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Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Uma agricultura sustentável depende das relações que mantém com o meio natural e com
a capacidade de conservar e melhorar a qualidade desse meio. As políticas agrícolas
ambientalmente correctas são um factor decisivo na preservação dos espaços e da
biodiversidade, na luta contra a desertificação e o despovoamento das áreas rurais e na
melhoria da qualidade dos produtos.
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Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
O papel dos agricultores e pescadores portugueses deve ser valorizado quando as práticas
agrícolas se situam em zonas com um elevado significado ecológico como sejam as áreas
classificadas (APs, Sítios e ZPEs, por exemplo). Neste sentido serão prosseguidos os
seguintes objectivos:
A primeira década do próximo século vai, contudo ser mais exigente, quer no tocante às
poluições e aos riscos tecnológicos, quer na substituição de técnicas e de produtos
perigosos para o ambiente e para a saúde. Neste contexto, as empresas terão de assumir
verdadeiras estratégias ambientais que passam por dois eixos de actuação: a adaptação às
tecnologias mais limpas e a introdução de sistemas de ecogestão.
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Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Num quadro de crescimento rápido do sector, os danos ambientais podem ser mais graves
pelo que se impõe uma abordagem integrada de vários vectores: o desenvolvimento da
mobilidade, a protecção do ambiente e a consideração das escalas territoriais e temporais
apropriadas.
O ambiente pode ser uma fonte diversificada de actividade turística se a sua utilização for
feita numa óptica de sustentabilidade, com especial incidência nas áreas mais sensíveis
como a orla costeira, as áreas protegidas e os ecossistemas mais frágeis.
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Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
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• “As unidades de gestão dos eixos prioritários relativos às acções integradas de base
territorial e incluídos nas intervenções operacionais regionais do continente são
aindacompostas pelos coordenadores das acções integradas de base territorial.”
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De acordo com o que está estipulado no articulado das directivas têm sido enviados à
Comissão os relatórios de transmissão de informação relacionada com o cumprimento das
mesmas em Portugal.
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Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Foram elaborados e aprovados Planos Estratégicos Sectoriais para cada um dos citados
fluxos, que na sua concepção e desenvolvimento integram a hierarquia de princípios
aprovada na Estratégia Comunitária de Gestão de Resíduos em vigor.
O Plano Estratégico dos Resíduos Urbanos (PERSU), aprovado em 1997 prevê a criação
duma rede adequada de infraestruturas de tratamento para os resíduos urbanos, que inclui
obrigatoriamente a vertente da recolha selectiva de alguns materiais com vista ao
cumprimento dos objectivos de reciclagem constantes da Directiva 94/62/CE (Directiva
Embalagens). O modelo adoptado para assegurar o cumprimento desses objectivos
assenta na criação duma rede de eco-pontos, eco-centros e estações de triagem, que se
encontra em fase avançada de consolidação. Complementarmente a esta rede de
equipamentos foi criada uma sociedade gestora de embalagens e resíduos de embalagem
com a participação dos agentes económicos envolvidos na fabricação e utilização da
embalagem, e, destinada a viabilizar financeiramente a reciclagem dos materiais de
embalagem.
A gestão deste fluxo é ainda garantida através duma rede de aterros concebidos,
construídos e explorados de acordo com as directrizes da Directiva 99/31/CE (Directiva
Aterros).
No que respeita à gestão dos resíduos hospitalares foi aprovado no ano de 1999 um Plano
Estratégico que, para além do diagnóstico da situação de partida (1997), define uma
estratégia de curto prazo (2000) e de médio prazo (2005).
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Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Na estratégia de curto prazo está previsto o encerramento dos incineradores que não
cumprem o normativo comunitário o que se tem verificado ( já foram encerrados 19), a
construção de, no máximo dois novos incineradores, e a consolidação da actual rede de
tratamentos alternativos de descontaminação.
Finalmente para a gestão dos resíduos industriais foi aprovado um Plano Estratégico o
PESGRI em 1999 e encontra-se em fase final de elaboração um Plano Nacional de
Prevenção para os Resíduos Industriais (PNAPRI).
A gestão dos resíduos industriais em Portugal tem estratégias definidas que, para além da
prevenção, previligiam a reciclagem e a valorização energética face à deposição em
aterro.
Está em fase de análise de projecto uma rede de aterros para resíduos industriais
banais/não perigosos, que a curto prazo estará construída. Enquanto não estão em
funcionamento estes aterros verifica-se a deposição destes resíduos em aterros para
resíduos urbanos, com tarifas que não reflectem quaisquer financiamentos públicos.
O sub-fluxo dos resíduos perigosos, embora tendo uma estratégia definida, apresenta
alguns constrangimentos em termos de cumprimento das directivas comunitárias, uma vez
que, por dificuldades de aceitação por parte das populações das localizações seleccionadas
para algumas unidades de tratamento, ainda não foi possível a sua construção. Este
problema será ultrapassado a curto prazo. Entretanto, e, conforme já foi notificado à
Comissão, no âmbito do relatório da Directiva 91/689/CEE (Directva Resíduos Perigosos)
existem autorizadas em Portugal unidades para o armazenamento temporário de resíduos
perigosos, para o tratamento de óleos usados e lamas oleosas, de solventes, de
acumuladores de chumbo, de resíduos das unidades de tratamento de superfície, de
unidades da indústria de curtumes e ainda aterros para resíduos perigosos para algumas
unidades industriais especifícas. Têem também sido enviados para tratamento em
unidades autorizadas no estrangeiro, de acordo com o disposto no Regulamento
259/93/CEE, quantidades significativas de resíduos que não é possível tratar
adequadamente em Portugal.
Refere-se ainda que algumas unidades industriais têem sido autorizadas a armazenar os
resíduos que geram nas suas próprias instalações, desde que garantam as devidas
49
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
CAPÍTULO II :
PROGRAMA OPERACIONAL DO AMBIENTE
* *
50
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
INTRODUÇÃO
Esta abordagem positiva apela para uma atitude pró-activa das políticas ambientais e para
a definição de um conjunto de linhas de actuação estratégica, materializadas neste
Programa Operacional, tendo subjacente um conjunto de objectivos que respondam à
satisfação das necessidades e que devem ser atingidos durante a vigência do III QCA.
Para o período 2000 - 2006, Portugal propõe-se implementar a estratégia , que em linhas
gerais foi exposta no Capítulo I, recorrendo a um conjunto de instrumentos que permitam
criar as condições para o seu desenvolvimento sustentável e consequentemente para a
melhoria da qualidade de vida das populações.
Com vista atingir os objectivos que se propõe alcançar, as acções a apoiar através deste
Programa Operacional integram-se fundamentalmente na requalificação, valorização e
promoção dos recursos ambientais do território continental português, na monitorização
do estado do ambiente e no reforço da integração do factor protecção do ambiente nas
actividades económicas e sociais.
51
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
52
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
53
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
RECURSOS NATURAIS
Trata-se, assim de, através de um Eixo próprio, identificar as diferentes Medidas através
das quais se podem consubstanciar as acções que dão corpo a um verdadeiro processo de
desenvolvimento sustentável.
• conhecimento e gestão do património natural, com particular relevância nas áreas com
especial valor para a Conservação da Natureza, incluídas na Rede Nacional das Áreas
Protegidas;
A tipologia de intervenção que estas Medidas pressupõem privilegiará, por isso, formas
mais eficazes de gerir os recursos naturais e o património natural, colocando a ênfase no
ordenamento de áreas classificadas e sensíveis, promovendo a interligação estreita com
actividades geradoras de riqueza e bem-estar para as populações, impedindo a delapidação
desses recursos por forma a manter a sua utilização pelas gerações vindouras, e mantendo
um nível de participação e entendimento da política em causa que seja garante da sua
continuidade e aperfeiçoamento sucessivo.
54
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
♣ Percentagem do território continental sob estatuto de protecção para a conservação 7,2% 7,5%
da natureza (área protegida de âmbito nacional)
♣ Percentagem do território sujeito a estatuto de Área Protegida abrangido por Plano 48,9% 100%
de Ordenamento
♣ Percentagem do território inserido em Áreas Protegidas com estatuto de protecção 75% 100%
integral na posse do Estado
♣ Proporção de espécies de interesse comunitário que ocorrem em Portugal alvo de 20% 100%
acções e medidas de conservação
Seguidamente, apresenta-se uma descrição das Medidas que compõem este Eixo.
55
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
MEDIDA 1.1
1. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
Esta medida tem incidência nas áreas da Rede Fundamental de Conservação da Natureza
e Protecção da Paisagem, a constituir, a qual incluirá a Rede Nacional de Áreas
Protegidas, a Reserva Ecológica Nacional, as áreas integradas na Lista Nacional de Sítios
proposta para classificação das Zonas Especiais de Conservação, as Zonas de Protecção
Especial, as áreas com estatuto de protecção consideradas nas Convenções Internacionais
ratificadas ou a ratificar pelo Estado Português, as áreas com o estatuto de Diploma
Europeu, Reservas da Biosfera ou Reservas Biogenéticas e ainda nas áreas com
relevância para a conservação da natureza, não abrangidas pelas figuras anteriores.
A selecção dos projectos a financiar no âmbito desta Medida terá em conta o seu
contributo para atingir os objectivos do Programa e do presente Eixo Prioritário, a
contribuição para a preservação do património natural, a conformidade com os objectivos
e disposições previstos nos Planos de Ordenamento das Áreas Protegidas e, ainda, a sua
consistência técnica e viabilidade económica.
56
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
A identificação desta tipologia de acções teve por base uma perspectiva de apoio ao
incremento e melhoria das acções de gestão, com vista à manutenção da diversidade
biológica e ao uso sustentável dos recursos naturais. Foram, por isso, utilizados os
seguintes critérios para o estabelecimento das prioridades:
Ao nível da gestão das Áreas Protegidas (AP), torna-se essencial disciplinar e orientar o
crescente fluxo de visitantes, de modo a que as AP possam ser visitadas sem que daí
advenham riscos de degradação física e biológica para as paisagens e para o ambiente.
Nesse sentido e através desta Medida serão co-financiadas estruturas e acções do tipo:
Estudos demonstraram que a população residente nas Áreas Protegidas tem vindo a
decrescer, como resultado, fundamentalmente, da migração dos jovens para as grandes
zonas urbanas. Este fenómeno coloca em risco a conservação da natureza e em especial a
manutenção da biodiversidade, já que o equilíbrio dos ecossistemas dominantes no
território nacional depende da presença do homem e dos seus processos tradicionais de
gestão da paisagem.
58
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
3 . PESO FINANCEIRO
4. ENTIDADE RESPONSÁVEL
5. CATEGORIA DE BENEFICIÁRIOS
6. CALENDÁRIO DE REALIZAÇÃO
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Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
60
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
MEDIDA 1.2
1. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
• Combate aos valores antrópicos que alteram a configuração da linha de costa, neste
quadro está prevista a requalificação de áreas degradadas resultado de ocupações
abusivas e utilizações desregradas da orla costeira, que compreende entre outros
aspectos a recuperação de sistemas dunares e a relocalização de usos e actividades,
considerados incompatíveis com a sensibilidade ecológica e a fragilidade dos sistemas
costeiros;
61
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
• Das situações de maior risco na Região de Lisboa, elegem-se, Cascais, Algés, Loures,
etc., que estão sujeitas respectivamente à influência das ribeiras das Vinhas, Algés e
rio de Loures.
• Para além dos casos referidos existem outras na Região de Lisboa e também no país,
como seja o caso da cidade de Águeda e de quase todo o Sotavento Algarvio.
• A actuação deverá incidir nas principais linhas de água que provocam problemas
como as que atrás foram referidas, não podendo na maioria dos casos deixar de ser
intervenções estruturantes , mas que complementadas por arranjos paisagísticos
adequados permitem criar espaços que serão usufruídos pelas populações como zonas
de recreio e lazer.
Relativamente aos critérios para a escolha dos Planos de Ordenamento das Albufeiras, a
executar até 2006, poderá dizer-se que as prioridades serão as seguintes:
62
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Esta Medida incide fundamentalmente nas áreas abrangidas pelos Planos de Ordenamento
da Orla Costeira (POOC), nos leitos das águas fluviais e respectivas margens e nas áreas
envolventes que tenham influência na sua qualidade ambiental.
As intervenções a apoiar na faixa costeira terão de ser compatíveis com os objectivos dos
POOC e abrangerão acções que visem, nomeadamente:
a protecção física e biológica da costa com minimização dos efeitos erosivos, tais
como, a reabilitação de sistemas dunares e a estabilização de arribas e falésias;
a requalificação e ordenamento do espaço público e dos respectivos usos, tais como, a
retirada de intrusões visuais e paisagísticas e a construção de infra-estruturas com
repercussões na qualidade da fruição balnear e na segurança de pessoas e bens;
A selecção dos projectos a financiar no âmbito desta Medida terá em conta o seu
contributo para atingir os objectivos do Programa e do presente Eixo Prioritário, a
contribuição para a preservação dos recursos naturais, a conformidade com os objectivos
e disposições previstos nos Planos de Ordenamento da Orla Costeira, nos Planos de Bacia
Hidrográfica ou no Plano Nacional da Água e, ainda, a sua consistência técnica e
viabilidade económica.
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Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
3 . PESO FINANCEIRO
4. ENTIDADE RESPONSÁVEL
5. CATEGORIA DE BENEFICIÁRIOS
6. CALENDÁRIO DE REALIZAÇÃO
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Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
MEDIDA 1.3
1. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
65
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
A selecção dos projectos a financiar no âmbito desta Medida terá em conta o seu
contributo para atingir os objectivos do Programa e do presente Eixo Prioritário, a
contribuição para a informação e sensibilização ambiental dos cidadãos, para a obtenção e
processamento de dados ambientais e, ainda, a sua consistência técnica e viabilidade
económica.
3 . PESO FINANCEIRO
4. ENTIDADE RESPONSÁVEL
5. CATEGORIA DE BENEFICIÁRIOS
66
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
6. CALENDÁRIO DE REALIZAÇÃO
67
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Julga-se que o Programa Polis poderá dar um contributo para a solução de alguns desses
problemas, quer pelas acções que se propõe desenvolver, quer pela importância
demonstrativa e paradigmática de muitas dessas acções.
68
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
• Em alguns casos será útil apostar em intervenções que estão já em condições de serem
concretizadas, tirando partido de agentes locais motivados e de projectos já
elaborados. Noutros casos deverá o próprio programa suscitar iniciativas e
desencadear projectos, pondo em evidência a sua importância e oportunidade;
• Para além destas intervenções exemplares, com efeito de demonstração, poderão ser
apoiadas outras candidaturas que se revistam de interesse e contribuam para o
objectivo geral do programa.
• As cidades que têm o estatuto de Património Mundial, concedido pela UNESCO, são
cidades com um especial valor emblemático que não devem ser esquecidas por este
Programa. Essas cidades constituem em si mesmas paradigmas de requalificação
urbana baseada em “âncoras” patrimoniais de grande importância e defrontam-se com
desafios e exigências que o Programa Polis deve ajudar a enfrentar;
69
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Programa Polis, prevendo-se que sejam beneficiados com estes investimentos 2,1 milhões
de habitantes.
Pretende-se também com este eixo incentivar acções que demonstrem representar uma
mais-valia ambiental, isto é, cujo desempenho ambiental dos sectores económicos
contribua, de uma forma voluntária, para um nível de protecção mais elevado do que o
exigido pela legislação em vigor. Assim, de constrangimento externo, a protecção do
ambiente deve desempenhar cada vez mais um factor de progresso técnico e
competitividade da economia portuguesa. A estratégia a seguir passa, nomeadamente,
pela internalização dos custos ambientais de modo a estimular investimentos que
minimizem a utilização de recursos naturais e as emissões poluentes, tendo presentes os
princípios da prevenção e correcção na fonte e do poluidor–pagador.
70
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
MEDIDA 2.1
1. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
A selecção dos projectos a financiar no âmbito desta Medida terá em conta o seu
contributo para atingir os objectivos do Programa e do presente Eixo Prioritário, a
conformidade com os objectivos e disposições previstos no Programa Polis, a
contribuição para a implementação da legislação ambiental e urbanística, e, ainda, a sua
consistência técnica e viabilidade económica.
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Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
3 . PESO FINANCEIRO
4. ENTIDADE RESPONSÁVEL
5. CATEGORIA DE BENEFICIÁRIOS
6. CALENDÁRIO DE REALIZAÇÃO
72
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
MEDIDA 2.2
1. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
Pretende-se com esta Medida incentivar acções de carácter voluntário que proporcionem
um desempenho ambiental acrescentado nos cinco sectores da actividade económica,
estabelecidos como prioritários no 5º Programa de Acção Comunitária para o Ambiente.
73
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
3 . PESO FINANCEIRO
3. ENTIDADE RESPONSÁVEL
4. CATEGORIA DE BENEFICIÁRIOS
5. CALENDÁRIO DE REALIZAÇÃO
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Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
1. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
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Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
3 . PESO FINANCEIRO
3. ENTIDADE RESPONSÁVEL
4. CATEGORIA DE BENEFICIÁRIOS
5. CALENDÁRIO DE REALIZAÇÃO
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Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
1 Autoridade de Gestão
A gestão técnica, administrativa e financeira do Programa Operacional do Ambiente é
exercida por um Gestor, nomeado pelo Conselho de Ministros sob proposta do Ministro
do Ambiente e do Ordenamento do Território, sendo o seu estatuto definido no
correspondente acto de nomeação.
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Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
2 Unidade de Gestão
O Gestor do Programa Operacional do Ambiente é assistido, no exercício das suas
funções, por uma Unidade de Gestão, à qual compete, sem prejuízo dos poderes que lhe
sejam conferidos no despacho da sua constituição, o seguinte:
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Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
O Gestor e a Unidade de Gestão são assistidos por uma Estrutura de Apoio Técnico.
3 Acompanhamento
O acompanhamento do Programa Operacional do Ambiente é assegurado por uma
Comissão de Acompanhamento, constituída no prazo máximo de três meses após a
decisão da Comissão Europeia relativa à participação dos Fundos, presidida pelo Gestor
do Programa Operacional do Ambiente e composta por:
79
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
4 Avaliação
O Programa Operacional do Ambiente será objecto de uma avaliação intercalar que
analisará, tendo em conta a avaliação ex-ante, os resultados do Programa Operacional, a
sua pertinência e a realização dos objectivos e apreciará igualmente a utilização das
dotações, bem como o funcionamento do acompanhamento e da execução.
80
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
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Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
5 Circuitos Financeiros
As contribuições comunitárias serão creditadas pelos serviços da Comissão Europeia
directamente em contas bancárias específicas, criadas pelo Estado-Membro junto da
Direcção Geral do Tesouro, e que corresponderão a cada uma das Autoridades de
Pagamento de cada um dos Fundos Estruturais.
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Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Regional – DGDR, ( Rua de S. Julião, nº 63, 1149-030 Lisboa), tal como está explicitado
no decreto-lei 54 A/2000, publicado no dia 7 de Abril, que institui a estrutura do QCA III,
e de acordo com o que ficou estabelecido no documento do QCA III.
6 Controlo Financeiro
Após verificação cabal, a Comissão Europeia pode decidir suspender a totalidade ou parte
de um pagamento intermédio se verificar nas despesas em questão uma irregularidade
grave que não tenha sido corrigida e para a qual se justifique uma acção imediata nos
termos do disposto no nº 5 do artigo 38º do Regulamento (CE) nº 1260/1999, à qual se
poderá seguir o procedimento previsto no artigo 39º do mesmo Regulamento se se
verificarem os respectivos pressupostos. A Comissão Europeia informará o Estado-
Membro das medidas a tomar e respectiva fundamentação, nos termos regulamentares
aplicáveis.
84
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Os juros gerados pelas contas bancárias através das quais são efectuados os pagamentos
dos Fundos Estruturais devem ser orçamentados como receitas. A forma de contabilização
dos juros deverá permitir um controlo suficiente por parte das autoridades nacionais e das
instituições comunitárias. A utilização dos juros deve ser compatível com os objectivos
das intervenções estruturais e deve ser submetida aos mecanismos de controlo específicos
dos fundos públicos em Portugal.
7 Parceria
• Câmaras Municipais
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Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
As acções co-financiadas pelos Fundos Estruturais devem ser coerentes com os princípios
e objectivos do desenvolvimento sustentável e da protecção e melhoria do ambiente
referidos no Tratado e concretizados no programa comunitário de política e acção em
matéria de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, referido na resolução do Conselho
de 1992.
O Estado- Membro dará a garantia formal que não deixará deteriorar os sítios a proteger a
título da Rede Natura 2000 aquando da realização das intervenções cofinanciadas pelos
Fundos Estruturais. Compromete-se igualmente, a fornecer à Comissão Europeia no
momento da apresentação do Complemento de Programação as informações sobre as
medidas tomadas para evitar a deterioração dos Sítios Natura 2000 afectados pela
intervenção.
86
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Durante a execução das acções previstas neste programa, estas autoridades serão associadas a
quatro níveis:
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Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
• relativamente aos projectos incluídos nos Programas Operacionais cujo valor global
seja superior aos limites fixados nas Directivas “Contratos Públicos” de fornecimentos
(77/62/CEE), de obras (71/305/CEE, 89/440/CEE) ou de serviços (92/50/CEE), o
relatório da comissão de análise de propostas que suportam a decisão de adjudicação,
será mantido à disposição da Comissão de Acompanhamento.
88
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Qualidade dos Critérios Percentagem dos compromissos 100% a partir do ano 2000.
de Selecção respeitantes a projectos seleccionados em
função de critérios de selecção objectivos e
claramente identificados.
Absorção dos Fundos Percentagem das despesas relativas aos Atingir a 31.10.2003 um nível
Estruturais Fundos Estruturais apresentadas e de pedidos de pagamentos de
declaradas admissíveis anualmente à montante igual a 100% do
Comissão relativamente ao Plano montante inscrito no plano
Financeiro do Programa Operacional. financeiro para 2000 e 2001 e
50% (em média) do montante
inscrito para 2002 e 2003.
11 Informação e Publicidade
Recorrer-se-á, para atingir esse objectivo, a todos os meios disponíveis - desde a escrita,
utilizando a divulgação de "Newsletters", desdobráveis, panfletos, etc. até à electrónica,
com a produção de CDs e páginas na Internet, video-filmes, etc., designadamente em
articulação com o sistema de informação.
12 Sistema de Informação
90
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Este sistema de informação será dotado dos recursos humanos necessários à estabilidade e
funcionamento do mesmo, sendo aqueles recursos sujeitos a acções de formação inicial e
periódicas de actualização de conhecimentos, no sentido de assegurar a eficiência do
sistema.
91
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
14 Igualdade de Oportunidades
Assim, de acordo com as orientações assumidas pela Comissão Europeia na sequência dos
princípios incluídos na Agenda 2000, são quatro os domínios prioritários de intervenção
em matéria de igualdade de oportunidades.
92
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Para cada um destes domínios, é possível identificar dois tipos de acções, correspondentes
a dimensões estratégicas separadas que, em conjunto, conduzem à igualdade de
oportunidades: a primeira abrange as intervenções destinadas a promover a equidade; a
segunda as acções que visam a atenuação das desigualdades. As medidas que se incluem
no âmbito desta segunda dimensão traduzem-se, geralmente, em acções positivas,
enquanto que as primeiras devem, normalmente, assumir um carácter transversal aos
vários domínios da acção política.
Pelo seu lado, neste âmbito, o QCA definia como objectivo global a melhoria do quadro
de vida da mulher através do reforço da sua participação na vida económica e
designadamente por intermédio de acções dirigidas à conciliação entre a vida profissional
e a vida familiar e da promoção do acesso da mulher ao mercado de trabalho e a melhoria
da sua situação profissional. Ao mesmo tempo, o QCA definia um conjunto de medidas
dirigido a facilitar o acesso das mulheres aos fundos estruturais, entre os quais se
destacava a integração das associações femininas na parceria e a sua participação no
processo de decisão, a definição de recursos financeiros afectos à promoção da igualdade
e acções de formação e sensibilização dirigidas à administração pública e ao público em
geral.
Por outro lado, em cada Programa Operacional do QCA, devem ser indicadas não só as
medidas específicas que visem promover a igualdade de oportunidades entre mulheres e
homens, como ainda a forma como esta dimensão horizontal da acção comunitária é tida
em conta na execução dos diferentes eixos prioritários e medidas.
93
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
15 Critérios de Selecção
• Os projectos mencionados no presente Programa são indicados a título de exemplo. O
seu financiamento efectivo está condicionado aos resultados da instrução e ao respeito
das disposições regulamentares e dos critérios específicos definidos no Complemento
de Programação;
94
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
TÍTULO VI:
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Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
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Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
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Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
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Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
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Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Introdução
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
102
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
1 Introdução
Este capítulo tem como objectivo apresentar uma síntese dos principais resultados de
avaliações anteriores. Para este efeito tomamos como documento de referência a
Avaliação Intercalar do Programa Ambiente – Relatório Final de Fevereiro de 1997. A
aplicação do Fundo de Coesão em projectos de infraestruturas ambientais foi também tida
em consideração, embora de modo não explícito nesta avaliação, uma vez que estaria para
além do seu âmbito.
Começaremos por sintetizar os efeitos do anterior Programa já que haverá que assegurar,
entre outros objectivos, continuidade e articulação com o novo PO Ambiente.
Seguidamente será feita referência aos aspectos internos da concepção do anterior
Programa Ambiente (PA), tendo em atenção os critérios de pertinência, coerência e
oportunidade. No ponto seguinte abordar-se-ão os aspectos organizativos e de
funcionamento recorrendo, como nos casos anteriores, aos quadros síntese apresentados
na avaliação intercalar.
103
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
• qualidade ambiental
• informação ambiental
• desenvolvimento regional
De facto, mesmo tendo em atenção o crónico atraso face aos nossos parceiros da UE, o
avanço alcançado ao longo da segunda metade dos anos 90 em significativas frentes,
nomeadamente o saneamento ambiental, terá que ser, forçosamente, considerado como
muito positivo. Note-se que o quadro apresentado apenas pode retratar os primeiros anos
de aplicação do programa. No entanto, em algumas medidas, os compromissos então
estabelecidos já se aproximavam da totalidade das disponibilidades financeiras.
104
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
*
Este projecto apesar de aparecer listado na Medida 1 tem uma componente industrial muito importante
105
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
• pertinência
• coerência
• oportunidade.
Nas páginas seguintes permitimo-nos reproduzir os quadros então elaborados tendo como
entradas verticais estes três critérios e como entradas horizontais as seguintes sub-
dimensões analíticas:
107
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Sub-dimensões
analíticas da Pertinência Coerência Oportunidade
concepção
Relação 1. Os objectivos do 2. A estrutura inicial do 9. O protocolo de
objectivos- POA podem ser POA constitui um quadro colaboração entre o
contexto de considerados como coerente entre objectivos MIE e o MARN
lançamento pertinentes face ao globais e específicos e as àcerca da gestão
estado do ambiente em diferentes medidas e acções conjunta das verbas
Portugal no início da nele contempladas; FEDER-Ambiente
década de 90, sendo 3. Praticamente todos os no âmbito do PEDIP
indiscutível que, objectivos operacionais do 2 careceu de
particularmente no que POA se traduzem em oportunidade do
respeita à prioridade acções; ponto de vista de
da melhoria da gestão 4. A decisão de fazer fazer atravessar a
nacional dos recursos participar activamente as política industrial
hídricos, o POA entidades pertencentes à pelas prioridades da
reflecte as prioridades orgânica institucional do política ambiental,
da política nacional de MARN nas diferentes na medida em que
ambiente de então. medidas do POA como consagra uma lógica
promotores de projectos é eminentemente de
coerente com o modo como política industrial
foi preparado e com as para gerir essas
prioridade assumidas; verbas;
5. Representando o POA 10. O POA assenta
uma parcela relativamente inicialmente numa
reduzida dos fundos perspectiva muito
FEDER-ambiente, a pessimista quanto à
estrutura inicial de gestão capacidade de
do Programa fica aquém resposta da
das necessidades internas sociedade civil para
de integração, sobretudo intervir nos aspectos
com o Fundo de Coesão; de informação e
6. A ausência do FSE no formação ambiental.
POA pode questionar-se
dadas as necessidades
evidenciadas à partida em
matéria de formação de
novas competências;
7. A inexistência inicial de
mecanismos de articulação
entre o POA e os PO’s
regionais na área do
ambiente;
8. A melhoria da qualidade
da monitorização ambiental
não aparece reflectida nos
objectivos do Programa.
108
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Sub-dimensões
analíticas da Pertinência Coerência Oportunidade
concepção
Relação metas- Carácter muito Níveis de exigência e de
contexto de incipiente dos rigor adicionais seriam
lançamento indicadores fisicos necessários em matéria de
contemplados como formulação de metas dada a
metas do Programa, forte presença de
reflectindo uma promotores públicos
ausência de pertencenntes à orgânica
experiência de institucional do MARN na
planeamento nesta concepção e execução de
matéria; algumas acções.
Manifesta precaridade
das metas para os
domínios da
monitorização da
qualidade ambiental.
Relação Dotação financeira do A opção na medida 2
objectivos- Programa insuficiente face pela atribuição de
dotação aos objectivos vastos do financiamentos a
financeira do Programa, sobretudo numa fundo perdido aos
Programa lógica de não articulação projectos
inicial com o Fundo de empresariais não
Coesão e com os POs parece oportuna face
regionais. Distribuição dos à tendência para
meios financeiros fazer diminuir a
disponíveis pelas diferentes importância relativa
medidas do POA desse tipo de
globalmente equilibrada comparticipações no
face aos objectivos, embora quadro do PEDIP 2,
com duas limitações: a facto que nem sequer
medida um ocupa uma foi compensado por
quota de financiamento uma maior
demasiado alta face à visibilidade do POA
capacidade de intervenção junto das empresas.
da política ambiental e a
medida três fica aquém das
necessidades sentidas nesta
matéria.
109
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Sub-dimensões
analíticas da Pertinência Coerência Oportunidade
concepção
Relação modelo O modelo organizativo O modelo organizativo A opção pelo
organizativo- adoptado revela-se considerado não acolhe modelo de gestão
objectivos globalmente adequadamente as assumido insere-se
pertinente, sobretudo implicações do protocolo numa política mais
se os mecanismos de celebrado entre o então geral seguida no
articulação existentes MIE e o MARN em matéria QCA II de consagrar
entre o Gestor do de gestão e acompanha- a figura de gestores
Programa e a equipa mento da medida do POA públicos para as
ministerial em colaboração com o intervenções
globalmente PEDIP 2; operacionais.
responsável pelas Dificuldades de exercício
orientações de política da função acompanhamento
ambiental forem técnico de projectos, dada a
melhoradas. composição inicial da
estrutura de apoio técnico.
O modelo organizativo
inicial não assegurava uma
articulação eficaz entre o
POA e a concretização do
Fundo de Coesão e os PO’s
Regionais;
Dificuldades do modelo
organizativo responder às
necessidades de articulação
dos objectivos gerais do
Programa com a sua
tradução regional, dada a
debilidade de meios
orçamentais e logísticos das
Direcções Regionais.
Relação Relação globalmente
objectivos- pertinente embora
critérios vendo reduzir a sua
operacionalidade num
quadro de aumento dos
níveis de compromisso
e de procura do PO
não susceptível de ser
respondida;
Dificuldades notórias
do POA ser utilizado
como instrumento de
política ambiental
através de medidas de
discriminação positiva,
dada a não
selectividade dos
critérios em utilização.
110
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Note-se que, a este respeito, o actual PO Ambiente em muito poderá beneficiar da riqueza
da experiência anterior que envolveu os serviços competentes do então Ministério do
Ambiente e que terão transitado para o actual Ministério do Ambiente e Ordenamento do
Território.
111
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
112
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
113
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
“a melhoria da gestão nacional dos recursos hídricos que, em virtude do seu carácter
estruturante, modelam políticas de desenvolvimento e influenciam outros domínios do
Ambiente”.
Não será certamente por acaso que estes três objectivos foram retomados no PO Ambiente
2000-2006, como veremos no capítulo terceiro.
• a tramitação encontrada para os projectos industriais que recebiam, via PEDIP, apoio
do PA, sem que muitos dos destinatários finais se apercebessem de onde provinham
os fundos, e
115
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Outras críticas foram ainda tecidas respeitantes à concepção dos regulamentos e sua
aplicação, nomeadamente quanto aos critérios de selecção dos projectos. Estas críticas, no
entanto, não se afiguram pertinentes para a natureza desta avaliação ex-ante em que, mais
do que tudo, importa reflectir, nesta fase de pré-arranque, sobre as grandes questões da
concepção geral do programa, os seus objectivos e os meios financeiros propostos.
Do conjunto das recomendações então apresentadas, a maioria das quais dirigidas para os
processos de selecção, tramitação e acompanhamento dos projectos contemplados pelo
programa, permitimo-nos seleccionar as seguintes:
116
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Sendo certo que algumas destas recomendações mantêm a sua pertinência, retomaremos o
seu teor aquando da análise da concepção geral e estrutura proposta para o novo PO
Ambiente.
117
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
1 Introdução
Ano /Var. média anual Norte Centro LVTejo Alentejo Algarve Continente
1999 78 95 99 94 91 90
1995 70 84 97 89 82 84
1990 65 68 92 83 82 77
2.0 2.8 0.5 1.3 2.3 1.5
Var. méd. Anual 95-
99
Var. méd. Anual 90-95 1.0 3.2 1.0 1.2 0.0 1.4
1999 59 71 89 85 84 75
1995 44 52 86 83 68 63
1990 36 39 79 69 76 55
3.8 4.8 0.8 0.5 4.0 3.0
Var. méd. Anual 95-
99
Var. méd. Anual 90-95 1.6 2.6 1.4 2.8 1.6 1.6
Começando por considerar, nos quadros 2.1. a 2.4., os valores globais para o Continente,
poder-se-á desde logo concluir que o esforço de melhoria dos níveis de atendimento das
infraestruturas em análise tem sido tendencialmente proporcional à magnitude das
necessidades detectadas. Com efeito, aquele esforço tem sido muito maior para o
tratamento dos resíduos sólidos urbanos onde, como referimos anteriormente, se parte
quase do zero em 1990, do que para os sistemas de abastecimento de água que, no
extremo oposto, apresentavam já em 1990 uma taxa de cobertura de 77% (em termos
médios europeus esta era ainda uma taxa muito modesta).
Por regiões, o Norte apresenta as maiores carências nestes domínios, sendo de destacar a
elevada percentagem da sua população (cerca de 22%) sem abastecimento de água ao
domicílio, ou os ainda 41% sem sistemas de colecta de efluentes domésticos. Na região
Centro, regista-se o baixo nível de tratamento de águas residuais, com uma população
carenciada da ordem de 39%, valor aliás idêntico ao registado na região Norte. Na região
de Lisboa e Vale do Tejo este valor desce para 31%, não deixando, no entanto de ser
significativo, tanto mais que ao nível do tratamento de resíduos sólidos urbanos, pelo
contrário, a cobertura é total, aliás como na região do Algarve. A região do Alentejo
contrasta pela negativa com uma elevada carência de tratamento dos seus RSUs. Cerca de
apenas 51% da população se encontrava servida por adequadas infraestruturas no final de
1999.
120
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
No que respeita aos resíduos sólidos urbanos, a evolução registada no país nos últimos
três anos foi considerável, como já salientamos anteriormente, com regiões como o
Algarve e a Região de Lisboa e Vale do Tejo a atingirem o pleno da satisfação das
necessidades identificadas.
No entanto, com uma produção média anual a crescer ao ritmo de 3% ao ano, torna-se
cada vez mais importante dar a devida atenção ao desafio do aumento significativo dos
actuais níveis de reciclagem e valorização, em que os números oficiais (contidos,
nomeadamente, em MA, 1999, a propósito da reciclagem do papel e do cartão) são ainda
muito modestos por padrões europeus. Excepção a mencionar será o significativo
aumento da reciclagem do vidro que, em percentagem do seu consumo, passou de 26.8%
em 1990 para os 44.0% em 1997. Ainda assim, este valor é bastante baixo por padrões
médios europeus.
121
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
3 Resíduos
Na categoria genérica de resíduos, incluem-se para além dos resíduos sólidos urbanos
tratados no ponto anterior, os resíduos hospitalares e os resíduos industriais, sejam estes
banais ou perigosos. Os resíduos hospitalares compreendem, como se sabe, não apenas os
resíduos gerados em unidades hospitalares ou similares, como clínicas ou centros de
saúde, mas também os gerados em consultórios, laboratórios, ou unidades de tratamento
de animais.
Particular atenção deverá ser dada aos sistemas de recolha, transporte e tratamento final
dos resíduos hospitalares do tipo III e IV, classificados de acordo com a legislação
nacional como resíduos perigosos e específicos, respectivamente. Conjuntamente a sua
produção anual já ultrapassa pelo largo as 4000 toneladas/ano em regiões como a Norte e
a de Lisboa e Vale do Tejo, ou mesmo as 2000 toneladas/ano na Região Centro.
4 Recursos Hídricos
De acordo com um trabalho já realizado há alguns anos (MARN, 1993) mas que a este
respeito se encontra actualizado dado que os recursos hídricos de um dado território não
se alteram significativamente dentro de uma escala geracional, Portugal apresentava
disponibilidades em água superiores em cerca de três vezes a média dos restantes países
da União Europeia.
122
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
No entanto é a variabilidade territorial e sazonal que está na origem de grande parte dos
problemas que neste domínio ainda se fazem sentir em Portugal. Por exemplo, regista-se
uma elevada carência no Alentejo com um balanço hídrico anual negativo de 58%.
Sendo difícil a avaliação global da qualidade da rede hidrográfica nacional a partir dos
postos de medição da qualidade das águas superficiais existentes, tomaremos os
resultados apresentados em MA (1999) respeitantes a 16 estações de amostragem
significativas distribuídas pelo país. Cerca de 38% das estações indicavam águas muito
123
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
poluídas (classe D), enquanto 43% se situavam na classe C (poluído, águas de aceitável
qualidade) e 19% águas fracamente poluídas (classe B).
Para além destes aspectos, ainda se verificam situações francamente anómalas como as
detectadas a nível da qualidade das águas balneares interiores. Apenas em cerca de 25%
dos casos analisados se verificou conformidade com os níveis estabelecidos na legislação
(MA, 1999). Pelo contrário, a nível das águas balneares costeiras, a situação é, felizmente,
inversa, com cerca de 90% dos locais analisados apresentando parâmetros de qualidade
conformes com as exigências da legislação.
No futuro próximo, deveremos assistir no domínio dos recursos hídricos, como aliás em
outros domínios do ambiente, ao fortalecimento das acções de planeamento, gestão,
controlo e monitorização tendo em conta o esforço de preparação e implementação dos
POOCs (Planos de Ordenamento da Orla Costeira) e dos PBH (Planos de Bacia
Hidrográfica) que, contribuintes para o Plano Nacional da Água, cobrirão integralmente o
país. Os Planos de Ordenamento da Orla Costeira, que entrarão em vigor a breve trecho,
destinam-se a regulamentar o uso do solo numa faixa até 500 metros do limite da máxima
preia mar, ao longo de toda a costa portuguesa.
Quanto aos Planos de Bacia Hidrográfica, a sua preparação tem sofrido alguns atrasos, em
parte motivados pela complexidade, extensão e profundidade de tratamento dos diversos
124
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
temas por eles abrangidos. No entanto, todos estarão de acordo que será urgente dar por
terminado este exercício, para se passar á indispensável gestão integrada dos recursos
hídricos nacionais, tendo como base um sólido exercício de planeamento assente sobre a
geografia das bacias hidrográficas.
Tendo por base o último relatório disponível do Estado do Ambiente em Portugal, (MA,
1999) em que é feita uma análise estatística das séries climatológicas longas da
tenperatura média do ar em Portugal, no periodo 1931-1997, é possível concluir que desde
1972 se tem vindo a verificar uma clara tendência crescente dos valores da temperatura
média anual à superfície, apresentando-se o último ano em análise (1997) como o mais
quente dos últimos 67 anos, com uma temperatura média anual de 16.57ºC. Note-se que
esta temperatura é superior nuns significativos 1.58ºC à média verificada entre 1961-
1990.
No que respeita à precipitação os dados também são inequívocos, apontando desta vez
para uma redução gradual da precipitação média anual, em particular à custa da
diminuição da precipitação na Primavera e no mês de Março, a partir de 1964, em todas as
regiões do país, mas com maior intensidade nas regiões da Beira Interior e do Alentejo.
125
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Dados publicados para o periodo de 1990 a 1995 permitem concluir que, de entre os
diversos parâmetros analisados, se tem verificado um ligeiro aumento das emissões de
NOx e COVNM. No que respeita ao CO2 verifica-se que 60% das emissões provêm de
instalações de combustão, enquanto que relativamente ao CO, 60% das emissões provêm
dos transportes. O NOx resulta das emissões dos transportes rodoviários (45%), de outras
fontes móveis (20%) e da combustão (30%). Quanto aos COVNM, 50% provêm da
agricultura. Finalmente, no que se refere às emissões de SO2, 83% provêm de instalações
de combustão (dos quais 60% para produção de energia) (MA, 1999).
126
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Não sendo praticável, num capítulo como este, abordar de modo exaustivo os valores
biológicos que o país possui optamos por sintetizar alguma da informação contida em
textos de referência e que, de forma quantificada poderão dar uma ideia global da
importância de Portugal para a conservação da natureza num contexto europeu.
127
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
• 1 Parque Nacional
• 11 Parques Naturais
• Reservas Naturais
• 5 Monumentos Naturais
No seu conjunto, a Rede Nacional de Áreas Protegidas, cobre uma superfície total de 665
milhares de hectares, ou seja 7.5% do território nacional (MA, 1999). Nesta área habita
uma população da ordem das 200 000 pessoas (MA, 1998). Recorde-se que em 1997, a
totalidade das áreas protegidas do Continente não ultrapassava os 511 milhares de
hectares, ou seja, então não ultrapassava 5.8% do Continente.
128
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Note-se que, no que respeita à REN, e apesar do seu carácter restritivo já referido, não
estará em causa o objectivo inicial de protecção dos cursos de água, cabeceiras de linhas
de água e áreas de máxima infiltração, praias, dunas, sapais, zonas declivosas, etc. O que
está em causa, fundamentalmente, tem sido o modo diverso e frequentemente
contraditório como os diversos municípios, às vezes vizinhos, tem interpretado o quadro
legal actual e delimitado as suas áreas de reserva.
Por outro lado, o carácter extraordinariamente restritivo do regime da REN, acaba por
conduzir ao abandono de extensas superfícies do território nacional, sem qualquer
interesse, inclusivé para a conservação da natureza. À REN acabam por só ser atraídos
usos indesejáveis, de génese ilegal, como sejam despejos de sucatas, resíduos, lixos
diversos, etc.
129
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Para além da óbvia necessidade de se requacionar o papel da REN, o que estará em causa
nos próximos anos será o desafio do planeamento e gestão das áreas classificadas. Para
efeitos desta avaliação ex-ante é este o aspecto essencial no capítulo da conservação da
natureza.
Por outro lado, não bastará preparar e fazer aprovar planos de ordenamento para dotar a
estratégia de conservação da natureza de coerência e eficácia. Importará investir, em
simultâneo, nos meios e instrumentos de gestão por forma a dar efectivo corpo àquela
estratégia no terreno. A este nível, o Programa Operacional do Ambiente poderá ter um
papel essencial e insusbtituível.
7 Ambiente Urbano
São muito escassos e dispersos os dados que nos permitam caracterizar o estado do
ambiente urbano nas principais cidades e áreas metropolitanas do Continente. De um
ponto de vista das principais disfunções ambientais, encontramos nas áreas urbanas, a
nível do ruído e da poluição atmosférica, os maiores problemas, em particular nos dois
espaços metropolitanos do Continente. Não é conhecido o número de residentes que
suportam níveis de ruído acima dos valores recomendados, nem as concentrações de
poluentes nas principais artérias das cidades. As redes de monitorização do ar existentes
apresentam um conjunto de resultados dispersos, sobre uma malha muito alargada, que
não nos permite responder quantitativamente ao desafio da caracterização daquelas
variáveis.
130
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
É preocupante o modo como, em anos recentes, se tem verificado uma redução constante
e acentuada do volume total de passageiros nos transportes rodoviários e ferroviários nas
Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto, levando aos actuais níveis de constante
congestionamento do tráfego. Este será, talvez, o principal problema de poluição do
ambiente urbano em Portugal, tanto mais que a recomposição funcional e territorial dos
espaços metropolitanos tem levado à crescente necessidade de geração de mais e maiores
percursos casa-trabalho. Referimo-nos à acentuada perda de residentes nos centros de
Lisboa e Porto, fenómeno que começa também a evidenciar-se em cidades de média
dimensão, e que, sendo compelidos para a periferia suburbana, acabam por continuar a
depender e deslocar-se diariamente para o centro onde continuam a encontrar os seus
postos de trabalho. Neste sentido, as políticas de revitalização e reabilitação urbanas
poderão constituir efectivas políticas de ambiente em espaço urbano.
131
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
8 Síntese
132
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
133
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
134
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
135
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Nas questões ambientais deveremos assistir, nos próximos anos, à conclusão de um ciclo
de investimentos nas grandes infraestruturas públicas e/ou de utilização colectiva, do
abastecimento de água, recolha e tratamento de efluentes domésticos e gestão dos
resíduos sólidos urbanos.
Neste ciclo de desenvolvimento das políticas de ambiente também deverá ser feita uma
primeira referência à estruturação territorial das políticas de conservação da natureza, quer
orientadas para a definição e gestão das áreas protegidas, quer para a rede de protecção de
biótopos, como a Rede Natura 2000, quer ainda orientadas para determinados
ecossistemas fragilizados, mas fundamentais, de que a orla costeira e as beiradas fluviais
são, talvez, os principais exemplos.
1 Introdução
Este capítulo tem como finalidade apresentar, em traços gerais, o Programa Operacional
do Ambiente, identificando a estratégia geral adoptada e os seus principais objectivos.
2 Apresentação do PO Ambiente
No primeiro capítulo destaca-se uma breve resenha da política de ambiente entre 1996 e
1999, seguida da apresentação dos principais problemas ambientais que se considera
estarem ainda por resolver. Parte significativa da informação apresentada coincide ou
complementa a nossa visão do actual estado do ambiente incluída no capítulo anterior
deste relatório.
137
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
- principais vectores
- objectivos ambientais 2000-2006
- integração do ambiente nas políticas de desenvolvimento
- articulação das diferentes fontes de financiamento
valorização 30
vi) tratamento e destino final dos
resíduos hospitalares 100
Assim, no que tocará às três vertentes do saneamento básico (águas, esgotos e resíduos),
os financiamento são remetidos para o Fundo de Coesão para os grandes projectos em alta
(ou mistos) e para os POs Regionais para os projectos em baixa. Os investimentos
relativos à gestão dos recursos naturais ficarão a cargo do PO Ambiente e dos POs
Regionais, nos casos de investimentos localizados e de menor importância. Os
investimentos relativos ao ambiente urbano estarão enquadrados no Programa POLIS,
entretanto lançado e contarão, para além do PO Ambiente, com o concurso dos Programas
140
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
O PO Ambiente inclui três Eixos Prioritários. O Eixo Prioritário 1 (EP1) relativo à gestão
sustentável dos recursos naturais. O Eixo Prioritário 2 (EP2) relativo à integração do
ambiente nas actividades económicas e sociais. O Eixo Prioritário 1 decompõe-se, por sua
vez, em três medidas (ver quadro 3.1). O Eixo Prioritário 2 decompõe-se em duas
medidas (quadro 3.1). Há ainda um terceiro Eixo de assistência técnica.
1. PO Ambiente EP 1 M 1.1
Gestão Sustentável dos Conservação e Valorização
Recursos Naturais do Património Natural
M 1.2
Valorização e Protecção
dos Recursos Naturais
M 1.3
Informação, Sensibilização
e Gestão Ambientais
EP 2 M 2.1
Integração do Ambiente Melhoria do ambiente
nas Actividades urbano
Económicas e Sociais
M 2.2
Apoio à sustentabilidade
ambiental das actividades
económicas
Assistência Técnica
141
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
3 Informação, Sensibilização e
ACTIVIDADES ECONÓMICAS E
142
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
3 Informação, Sensibilização e
ACTIVIDADES ECONÓMICAS E
A natureza dos problemas associados aos descritores ar, clima e ruído aponta para a
decisiva intervenção dos sectores transportes e ordenamento do território na prevenção e
controlo das causas (ver objectivos do Eixo Prioritário 2). Em termos territoriais estes
problemas incidem especialmente nos meios urbanos como se reconhece e valoriza na
Medida 1 do Eixo Prioritário 2:
• a protecção física e biológica da costa com minimização dos efeitos erosivos, tais como, a reabilitação
de sistemas dunares e a estabilização de arribas e falésias;
• (…)
• a regularização e renaturalização de linhas de água;
• ordenamento e requalificação das margens de linhas de água e de albufeiras;
• a limpeza e o desassoreamento de linhas de água e de sistemas lagunares;
144
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
• (…).
Os pontos fracos associados com o descritor solos tinham a ver com a contaminação, a
erosão e com o padrão dispersivo do povoamento. Os dois primeiros aspectos não estarão
directamente contemplados no PO Ambiente. O terceiro tem a ver com o ordenamento do
território que, fora das áreas com estatuto especial de protecção, é privilegiado na sua
componente urbana. De facto a forma mais eficaz de controlar a dispersão do povoamento
é através do fortalecimento das cidades e centros urbanos, associado em particular à
melhoria geral da qualidade do ambiente urbano.
145
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
146
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Como é sabido, o actual governo não foi responsável pela concepção do último Programa
Ambiente nem pelas orientações políticas para a aplicação do Fundo de Coesão em
matéria de ambiente. Seria de esperar a introdução de mudanças. E estas aconteceram. A
actual estrutura do PO Ambiente marca efectivamente uma rotura com o passado numa
parte importante dos aspectos contemplados.
recursos hídricos, na orla costeira e nas áreas protegidas, o reforço da rede nacional de
áreas protegidas e a aposta emblemática na qualificação do ambiente urbano, possível
graças á junção, num mesmo ministério, dos domínios do ambiente e do ordenamento do
território.
148
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Note-se que quando se pretende resolver todo um passivo ambiental herdado, de há pelo
menos duas gerações, originado por processo de industrialização que, entretanto, sofreu
fortes mutações, o cumprimento integral daqueles princípios se afigura um objectivo
pouco realista.
No que respeita ao segundo aspecto, referido no início desta secção, e que tem a ver com
o panorama actual das grandes preocupações e medidas de política em matéria ambiental,
149
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Assim, haverá apenas alguns aspectos pontuais, à partida, a apontar ao modo como o PO
Ambiente foi concebido e estruturado. Os dois grandes Eixos Prioritários reflectem, por
um lado, as grandes áreas de intervenção ambiental e, por outro, a preocupação da
integração com os sectores que é, como já salientámos, uma característica central das
políticas de ambiente contemporâneas.
150
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
5 Síntese
No compto geral, concordamos com as opções tomadas, sendo pontuais os aspectos que
consideramos menos positivos ou omissos. As considerações críticas incidiram,
essencialmente, sobre a natureza das medidas, já que ao nível das acções propostas, para
além do seu breve enunciado, o documento base do PO não apresenta detalhe suficiente
que permita uma análise adequada àquele nivel de desagregação.
151
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
1 Introdução
No caso da quantificação dos objectivos ambientais do QCA III, não são apenas as
dificuldades da substância da intervenção, mas também o facto da estratégia adoptada,
reforçando a dimensão horizontal das políticas de ambiente por via de integrações
sectoriais, tornar ainda mais difícil o exercício de isolar o esperado contributo do PO
Ambiente. Em certo sentido, esperando contribuições do Fundo de Coesão, dos POs
Regionais e dos programas sectoriais, o PO Ambiente terá essencialmente um papel de
catalizador que, facilmente poderá ser subestimado num exercício de quantificação de
objectivos.
153
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
A este respeito o segundo objectivo da total abrangência das APs por planos de
ordenamento é não só realizável como absolutamente necessário. Desenha-se um periodo
de revisão dos PDMs e seria muito útil, para as sempre necessárias e difíceis negociações
entre as entidades gestoras das áreas protegidas e os municípios, que os planos de
ordenamento daquelas estivessem prontos antes da concretização da revisão dos PDMs.
O quarto objectivo - 50% da área total classificada intervencionada - suscita algumas das
dúvidas levantadas relativamente ao primeiro objectivo. Pressupõe-se, tal como no
primeiro, que a restante área será objecto dos POs Regionais.
Nos dois últimos objectivos, as metas apresentadas pelo PO e pela acção geral do MAOT
coincidem, pelo que o contributo do programa será decisivo. Se, daqueles, o primeiro
parece perfeitamente razoável e facilmente realizável, já o segundo sugere a
disponibilização de meios significativos e um claro compromisso de cumprimento das
políticas comunitárias de conservação da natureza.
154
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Como nota crítica deixamos a constatação que na terceira área de intervenção - sobre o
sistema hidrográfico - não é proposto nenhum objectivo quantificado. A próxima
conclusão dos Planos de Bacia Hidrográfica irá permitir uma avaliação global das
necessidades de investimento para a qualificação do nosso sistema hidrográfico, pelo que
não será então difícil estabelecer um conjunto de metas realistas e pertinentes a este
respeito.
155
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
No futuro será desejável que se comecem a ensaiar objectivos mais concretos como sejam
a diminuição do tráfego automóvel no centro das cidades, medida em percentagem do
tráfego actual, o incremento das deslocações em transporte público, o aumento da área
verde nos espaços públicos urbanos, o comprimento reabilitado, recuperado ou
desentubado dos cursos de água e ribeiras urbanas, o aumento do nº de ruas destinadas
exclusivamente aos peões, a diminuição do nº de residentes sujeitos a níveis de ruído
acima dos valores recomendados, etc, etc.
156
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Eixo Prioritário 1
Medida 1. Conservação e Valorização do Património Natural
Indicadores Unidades Ind. Realização Ind. Impacto
Estudos temáticos e de ordenamento nº √
Área abrangida por Planos de Ordenamento ha √
Acções de maneio de espécies e habitats nº √
Emprego criado/apoiado/mantido nº √
Dunas estabilizadas Km √ √
157
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Projectos editoriais nº √
Eixo Prioritário 2
Medida 1. Melhoria do Ambiente Urbano
Indicadores Unidades Ind. Realização Ind. Impacto
Redução das emissões atmosféricas % √
Redução dos níveis de ruído urbano dba √
Acções de demonstração/inovação nº √ √
Superfície urbana reabilitada ha √
Espaços verdes urbanos criados/reabilitados ha √
√
Projectos de infraestruturação e requalificação Km/ha e nº √
158
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Acções de demonstração/inovação nº √ √
5 Síntese
A opção na concepção deste PO foi claramente seguir uma política selectiva de aposta nos
grandes temas da conservação da natureza, dos recursos naturais e do ambiente urbano.
Os outros problemas ambientais, nomeadamente toda a infraestruturação ligada às
diversas vertentes do saneamento básico, foram remetidos para o Fundo de Coesão e para
os POs Regionais, na convicção que a sua solução, passando em grande medida pelas
autarquias e associações de municípios, assenta em medidas de anteriores governos que,
já lançadas ou mesmo em fase de conclusão, já não terão retorno.
159
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Monitorização
1 Introdução
Neste último capítulo iremos tecer algumas considerações sobre os resultados esperados
com a aplicação do PO Ambiente, em relação com as políticas, os grandes objectivos, os
objectivos operacionais e as metas avançadas (objectivos quantificados). Será feita
referência às opções de distribuição dos recursos financeiros pelas diversas medidas que
constituem o PO Ambiente. Finalmente serão brevemente abordadas as principais
questões que se prevê virem a estar associadas aos processos de implementação e
monitorização do PO Ambiente.
Com base nos quadros 3.2 e 3.3 apresenta-se, em termos percentuais, a distribuição
proposta do investimento pelas diversas medidas do PO Ambiente.
160
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Para além do ambiente urbano que domina, por assim dizer, o Eixo Prioritário 2 com 32%
do investimento total, a outra vertente deste Eixo Prioritário tem um carácter mais
supletivo e complementar das intervenções sectoriais, com repercussões no ambiente.
Por outras palavras, as grandes questões associadas à geração das diversas formas de
poluição e correspondentes disfunções dos meios receptores naturais, atribuíveis aos
sectores produtivos e transportes, serão também objecto de tratamento pelos POs
sectoriais, pelo que os recursos a mobilizar deverão ser muito superiores aos incritos no
PO Ambiente.
161
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Mais uma vez, os critérios de selecção dos projectos deverão ser particularmente
selectivos, já que, para além dos projectos de certificação ambiental, as obras a financiar
numa lógica de majoração, pelo PO Ambiente, deverão ter um carácter claramente
exemplar e singular.
162
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
A gama e o alcance dos efeitos esperados com o PO Ambiente poderá ser, deste modo,
bem mais significativa do que a sua dimensão financeira poderá deixar antevêr, sobretudo
se se concretizar a estratégia de deixar para o Fundo de Coesão e para os POs Regionais e
Sectoriais os maiores investimentos "em obra de construção civil". Manifestamente, estes
investimentos não poderão ser suportados por um programa que apenas dispõe de pouco
mais de 90 milhões de contos para serem gastos em 7 anos.
concebido e estruturado para lhe garantirmos o êxito. Este em muito dependerá do modo
como for levado à prática.
Para além destas unidades, o Gestor deverá ser assessorado por uma Estrutura de Apoio
Técnico (EAT). Embora no PO Ambiente não se desenvolvam as atribuições desta
estrutura técnica, dever-lhe-ão caber, como responsabilidades, os domínios da divulgação,
organização dos dossiers dos projectos, preparação das reuniões, instrução e apreciação
das candidaturas, organização do ficheiro informático do PO, verificação dos documentos
de despesa, tratamento dos indicadores físicos e financeiros do PO, preparação de pedidos
de pagamento e elaboração dos relatórios de execução.
164
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
sistema nacional de controlo do QCA tal como previsto no PDR, pelo que não se julga
relevante expôr neste documento.
Dado que se optou pela figura do gestor público para assegurar a gestão do PO, sob tutela
directa do Ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território, como no caso do PA
1994-1999, haverá que dar particular atenção às orientações e prioridades em matéria de
política de ambiente, na condução do programa, já que muitas das entidades beneficiárias
do PO serão organismos do próprio Ministério, com os quais o futuro gabinete poderá vir
a entrar em conflito sempre que determinadas candidaturas não possam vir a ser
aprovadas.
Por outro lado, será também importante que os serviços do MAOT potenciais
beneficiários do PO vejam, no arranque do programa, perfeitamente definida a quota parte
do Orçamento Geral do Estado que permita realizar a contrapartida nacional, evitando-se
a geração de expectativas infundadas que serão sempre fonte de conflitos.
Finalmente uma palavra para a visibilidade do PO. À partida trata-se de uma qualidade
essencial para o seu sucesso. Haverá pelo menos dois factores que dificultarão a
visibilidade do PO. O primeiro tem a ver com o facto de grande parte do investimento
constante do Eixo Prioritário 1 acabar por ser realizado por organismos do próprio
Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território. Neste caso só um esforço extra
de publicitação das iniciativas poderá contornar esta situação.
Em segundo lugar, muitos dos apoios previstos ao abrigo do Eixo Prioritário 2 são
majorações de financiamentos provenientes de outros sectores. Importará, nestes casos,
garantir a visibilidade do papel do PO Ambiente, tirando partido do seu próprio processo
de selecção de projectos que, como foi anteriormente referido, deverá privilegiar os
projectos ambientalmente mais avançados e inovadores. Desta forma, ao associar-se aos
projectos potencialmente mais interessantes, o PO Ambiente poderá retirar os devidos
dividendos em termos de imagem pública.
165
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Referências
DGRN (1992) Utilizações da Água em Portugal, Direcção Geral dos Recursos Naturais,
Lisboa.
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Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
QUADRO REFERÊNCIA
167
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
PARTE 1
ENQUADRAMENTO
1 Introdução
O crescimento da economia portuguesa durante a década de noventa, apesar de um
significativo abrandamento em 1993/94, correspondeu às expectativas geradas em torno
do processo de integração europeia. Um balanço da década a nível do crescimento
demográfico e da distribuição da população, bem como do desenvolvimento dos sectores
da agricultura, indústria e transportes, revela a necessidade ainda existente de modificar
qualitativamente o processo de desenvolvimento, no sentido de uma maior
sustentabilidade ambiental.
É nesse sentido que aponta a política de ambiente executada na segunda metade da década
de noventa, 96-99, particularmente auxiliada tanto pela transposição jurídica da maior
parte das directivas comunitárias, como pela concretização das medidas que a estratégia
de investimentos nacionais e comunitários viria a permitir, no âmbito do segundo Quadro
Comunitário de Apoio (QCA II).
168
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Ar e Clima
Melhorar a monitorização da qualidade do ar e das alterações climáticas
Resíduos
As principais medidas tomadas no âmbito do Sector Resíduos orientam-se no sentido de
proceder a uma correcta gestão dos resíduos urbanos, industriais e hospitalares, segundo o
princípio da prevenção, valorização e eliminação e pressupondo, desde logo, um maior
nível de atendimento da população
Neste âmbito, foi dada prioridade à criação de condições que permitissem planificar e pôr
em prática a qualificação do tratamento dos resíduos sólidos urbanos bem como a
definição de um quadro legal adequado que permitisse criar as infraestruturas necessárias
a uma correcta gestão dos diversos tipos de resíduos.
Conservação da natureza
Ampliar e reclassificar a Rede Nacional de Áreas Protegidas e a Reserva Ecológica
Nacional
Levar a cabo uma política integrada de protecção e recuperação das áreas costeiras.
169
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
2.1 Água
2.2 Resíduos
A valorização e eliminação dos resíduos carecia de sistemas de gestão integrada que não
apenas contemplassem as diversas tarefas implicadas pelos processos referidos, como
assegurassem um maior grau de cobertura territorial e populacional. Para o efeito foram
criados diversos sistemas multimunicipais através da concessão de projectos de gestão a
empresas de capitais públicos resultantes quer da associação entre a EGF Empresa Geral
172
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
173
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Assim, a estratégia ambiental para a próxima década assentará nos seguintes vectores de
actuação:
174
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Concretizar a integração das estratégias de controlo da poluição com uma melhor gestão
dos recursos.
175
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Em linhas gerais prevê-se que a repartição dos apoios comunitários segundo a natureza
dos investimentos em ambiente a realizar adquira a seguinte configuração genérica, sem
prejuízo obviamente de eventuais adaptações ditadas pela evolução que se venha a
registar ao longo do período:
FEDER
FUNDO DE COESÃO
Tendo em conta a opção de canalizar os apoios do Fundo de Coesão para as três vertentes
do domínio do saneamento básico, procede-se em seguida à definição dos problemas por
resolver e aos objectivos específicos para o próximo período de programação.
A nível da qualidade do recurso água, é de salientar que uma questão indissociável das
disponibilidades hídricas é o problema da qualidade da água, sabendo-se que os
problemas de poluição ambiental dos meios hídricos são agravados pela irregularidade
climática do nosso país e pelo tipo de uso do solo. Os verões secos e prolongados e a
correspondente diminuição de valores de caudal conduzem a capacidades muito reduzidas
de autodepuração durante a estiagem. Por outro lado há ainda a referir os problemas
associados à poluição por substâncias perigosas, além da poluição por óleos.
Águas superficiais
nível das cadeias tróficas. Os blooms algais são a consequência mais directa dos estádios
de eutrofização e os dois nutrientes considerados com mais significado para o crescimento
destes organismos são o azoto e o fósforo. Das 71 albufeiras actualmente classificadas,
cerca de 40% do total da água nelas armazenada encontra-se em estado oligotrófico, 20%
em eutrófico e em 40% das massas lênticas o processo de eutrofização foi já iniciado.
Estes blooms têm ocorrido tanto em águas correntes (rios Minho, Douro e Guadiana)
como em lagoas (Quiaios, Mira e Salgueira) ou albufeiras, resultando de situações
isoladas ou conjuntas de abuso de adubação (fosfatos e nitratos), da presença de
explorações pecuárias não controladas e da ausência de esgotos urbanos com tratamento
insuficiente ou nulo.
Águas subterrâneas
Portugal não tem dados analíticos coligidos e organizados nem tem estabelecido, ainda,
um programa de monitorização das águas doces superficiais e das águas marinhas e
estuarias que dê resposta em conformidade com o exigido pelas instâncias mencionadas.
Possui, apenas, um estudo sobre a existência das substâncias existentes no País,
produzidas e/ou importadas, que se inserem nas constantes da Lista II da Directiva
76/464/CEE candidatas à Lista I, e para quantidades reportadas superiores a 10
toneladas/ano. Praticamente todas caem no âmbito das seleccionadas pela OSPAR e
União Europeia.
• Carência de pessoal com a formação adequada para gestão e manutenção dos sistemas
de tratamento, levando à inoperacionalidade temporária de algumas instalações
existentes.
O sector dos resíduos sólidos urbanos é aquele que regista os maiores níveis de
atendimento, restando todavia a necessidade de proceder às seguintes acções:
PARTE 2
Relativamente à qualidade da água para produção de água para consumo humano e águas
balneares, o objectivo será reduzir em cerca de 80% a carga poluente no meio hídrico, até
2006, através da aplicação de medidas tendentes ao integral cumprimento das diversas
directivas comunitárias. E, ainda, a implementação de medidas previstas nos POOC, bem
como intervenções na rede hidrográfica que permitam uma melhor gestão dos recursos
hídricos.
182
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
No quadro da política dos 3Rs são definidos os seguintes objectivos para o ano de 2006
(em percentagem do total de resíduos tratados):
Material 17
Energética 20
Orgânica 25
PARTE 3
1 As opções de financiamento
184
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
A fim de avaliar em que medida o sistema de tarifas existente para os sectores da água e
dos resíduos tem em conta a aplicação do princípio do poluidor-pagador, será elaborado
um estudo que faça o diagnóstico da situação e estabeleça objectivos que visem
considerar de forma acrescida o princípio do poluidor-pagador, permitindo a sua aplicação
de um modo progressivo. Estes objectivos serão avaliados em 2003.
• No que concerne aos sectores industriais, tal como se prevê nos Decretos-Lei n.º
46/94, de 22 de Fevereiro e no Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto, a emissão ou
descarga de águas residuais na água ou no solo por uma instalação carece de uma
licença a emitir pela Direcção Regional do Ambiente na qual será fixada a norma de
descarga e demais condições aplicáveis, o mesmo sucedendo com a descarga destas
águas em colectores municipais sendo que, neste caso, a entidade competente para
autorizar é a entidade gestora do sistema, que comunicará à DRA as condições da
autorização para verificação da sua conformidade com as disposições legais.
• No que respeita às águas para consumo humano, águas residuais urbanas e resíduos
sólidos urbanos, a Lei das Finanças Locais, Lei n.º 42/98, de 6 de Agosto, determina,
no seu artigo 20º, que as tarifas e os preços a fixar pelos municípios, relativos aos
serviços prestados e aos bens fornecidos pelas unidades orgânicas municipais e
serviços municipalizados, incluindo os serviços de água para consumo humano, águas
residuais urbanas e resíduos sólidos urbanos, não devem, em princípio, ser inferiores
aos custos directa e indirectamente suportados com o fornecimento desses bens e
serviços.
Importa, por isso, que as soluções a adoptar no âmbito deste Plano Estratégico sejam
as que conduzam às menores tarifas possíveis, sem deixar, no entanto, de se ter em
devida consideração o real poder de compra das populações e as suas diferenças
regionais, especialmente no que se refere aos consumos domésticos básicos.
• As preocupações com a gestão da procuram têm consagração legal entre nós, desde
logo no artigo 10º da Lei de Bases do Ambiente, Lei n.º 11/87, de 7 de Abril, e nos
Decretos-Lei n.º 45,46 e 47/94, de 22 de Fevereiro, relativos ao planeamento de
recursos hídricos, ao regime de licenciamento das utilizações do domínio hídrico e ao
regime económico e financeiro das utilizações do domínio público hídrico,
respectivamente.
nos planos aprovados. Entre os requisitos dos planos está a “racionalidade, visando a
optimização da exploração das várias origens da água e a satisfação das várias
necessidades, articulando a procura e a oferta e salvaguardando a preservação
quantitativa e qualitativa dos recursos hídricos, bem como uma aplicação económica
dos recursos financeiros” (artigo 2º do Decreto-Lei n.º 95/94). Quanto ao
licenciamento das utilizações, e em particular das captações de água, ele é em si
mesmo instrumento de gestão da procura. O mesmo pode dizer-se do regime de taxas
de utilização do domínio público hídrico, e do modelo tarifário já referido a propósito
do princípio do poluidor-pagador-ele é, em si mesmos, promotor da parcimónia do
uso e da protecção do recurso.
3 Investimentos em Ambiente
NECESSIDADES DISPONIBILIDADES
188
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
SIMLIS - 2ª fase
SIMRIA - 2ª fase
DOURO E PAIVA
SANEST
LIPOR
VALORSUL
RESIOESTE – 2ª fase
189
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Alcanena
Alenquer
Almeirim
Alpiarça
Azambuja
Cartaxo
Chamusca
Golegã
Rio Maior
Salvaterra de Magos
Santarém
Torres Novas
Alcobaça
Bombarral
Cadaval
Caldas da Rainha
Lourinhã
Nazaré
Óbidos
190
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Peniche
Torres Vedras
ZÊZERE E CÔA
Belmonte
Covilhã
Fundão
Manteigas
Penamacôr
Sabugal
MINHO E LIMA
Caminha
Melgaço
Monção
Paredes de Coura
Valença
Arcos de Valdevez
Ponte da Barca
Ponte de Lima
Viana do Castelo
191
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
TEJO-TRANCÃO
Lisboa
Loures
Mafra
PENÍNSULA DE SETÚBAL
Alcochete
Almada
Barreiro
Moita
Montijo
Palmela
Seixal
Sesimbra
Setúbal
LITORAL-BAIXO ALENTEJO
Almodôvar
192
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Barrancos
Beja
Castro Verde
Mértola
Moura
Serpa
Alcácer do Sal
Aljustrel
Ferreira do Alentejo
Grândola
Odemira
Ourique
Santiago do Cacém
Sines
Espinho
Gondomar
Maia
Matosinhos
Porto
193
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Valongo
Braga
Montalegre
Póvoa do Lanhoso
Vieira do Minho
DISTRITO DE ÉVORA
Sistema para recolha e tratamento de resíduos sólidos urbanos dos seguintes concelhos:
Alandroal
Arraiolos
Borba
Estremoz
Évora
Montemor-o-Novo
Mora
Mourão
Redondo
Reguengos de Monsaraz
Vendas Novas
Vila Viçosa
BAIXO ALENTEJO
Sistema para recolha e tratamento de resíduos sólidos urbanos dos seguintes concelhos:
194
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Almodôvar
Barrancos
Beja
Castro Verde
Mértola
Moura
Serpa
Ourique
ALTO TÂMEGA
Sistema para recolha e tratamento de resíduos sólidos urbanos dos seguintes concelhos:
Boticas
Chaves
Ribeira de Pena
Valpaços
Montalegre
BAIXO TÂMEGA
Sistema para recolha e tratamento de resíduos sólidos urbanos dos seguintes concelhos:
Amarante
Baião
Cabeceiras de Basto
Celorico de Basto
Marco de Canaveses
Mondim de Basto
195
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Milhões EURO
SANEST 45
Milhões CONTOS
SANEST 9 a) __
VALORSUL 4 50%
a)Está em curso o trabalho de cálculo da tarifa média socialmente aceitável pelo que não é ainda possível indicar
quais os montantes e fontes de financiamento dos restantes projectos.
Esta descrição não pretende, de modo algum, ser exaustiva nem limitar a apresentação de outros
projectos futuros, nem vincular os investimentos apresentados pois são apenas estimativas.
196
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
Respeito pelas regras comunitárias em matéria de concorrência no domínio das ajudas de estado
197
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
198
Programa Operacional do Ambiente 2000 - 2006
199