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FUNDAMENTOS DE MECÂNICA
AUTOMOTIVA
2008
© 2008. SENAI-SP
Fundamentos de Mecânica Automotiva
Publicação organizada e editorada pela Escola SENAI “Conde José Vicente de Azevedo”
E-mail atendimento113@sp.senai.br
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 5
TIPOS DE MANUTENÇÃO 48
INTRODUÇÃO À LUBRIFICAÇÃO 52
ELEMENTOS DE MÁQUINAS 73
UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS 84
REFERÊNCIAS 111
INTRODUÇÃO
Esta apostila sobre Fundamentos de Mecânica Automotiva tem como objetivo facilitar a
compreensão sobre parte do universo dos conhecimentos e procedimentos relacionados à
área de mecânica automobilística.
• Realizar testes e detectar defeitos e falhas nos sistemas de suspensão, direção, freios,
transmissão, alimentação, ignição, carga, partida e arrefecimento, bem como em motores
a gasolina e a álcool, empregando instrumentos de medição e controle, eletroeletrônicos
e computadorizados, gabaritos e ferramentas de uso geral e específicas, fazendo também
verificações diretas das condições de frenagem e de funcionamento da transmissão do
veículo.
• Verificar os níveis de emissões de gases e ruídos dos motores a gasolina e a álcool, com
auxílio de instrumentos específicos e, se for o caso, fazer correções de acordo com
normas de controle de emissões de gases e ruídos de veículos automotores.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTADO
O termo Desenvolvimento Sustentado pode ser definido com uma ação social global para
preservação do meio ambiente. Nesta ação social é de extrema importância a participação
de todos os habitantes do planeta terra.
POLUIÇÃO AMBIENTAL
O crescimento da população mundial e o desenvolvimento tecnológico baseados no uso
inconseqüente das riquezas naturais têm resultado a agressão ao meio ambiente, causando
a chamada poluição ambiental. Como conseqüência, a qualidade de vida do homem moderno
vem se deteriorando muito rapidamente, especialmente nos grandes centros urbanos.
AMEAÇAS AMBIENTAIS
Efeito estufa
O gás carbônico (CO2), presente na atmosfera, é o principal responsável pela manutenção
das elevadas médias de temperatura ambiente do planeta. Isso acontece porque o gás
carbônico retém parte das radiações solares infravermelhas refletidas pela superfície terrestre.
Se isso não ocorresse, a vida na Terra seria praticamente inviável para os seres humanos e
animais, pois teríamos temperaturas em torno de 33 graus centígrados mais frias.
A quantidade de CO2 na atmosfera vem aumentando em ritmo acelerado nas últimas décadas
e aproximadamente 79% do total do gás carbônico lançado na atmosfera tem como origem
os países desenvolvidos, devido ao uso intensivo de combustíveis.
Entre as conseqüências dessas mudanças climáticas, que atingem todo o planeta, estão
previstas:
• inundações de extensas áreas produtivas;
• extinção de espécies de plantas e animais;
• proliferação de doenças causadas por insetos;
• intensificação de tempestades e terremotos.
Os CFC não têm cheiro e não são tóxicos, inflamáveis ou corrosivos. Por isso, foram
apreciados durante muito tempo pela indústria na produção de gás refrigerante de geladeiras,
“freezers”, aparelhos de ar-condicionado, isopor, plástico expandido, espumas, agentes
pressurizantes de sprays, bombinhas para tratamento de asma, desengraxante para limpeza
de circuitos integrados, entre outros. Mais cedo ou mais tarde, todo esse volume de gás
produzido acaba sendo emitido para a atmosfera.
O O3 encontrado nas baixas camadas da atmosfera não é emitido diretamente pelas fontes
de poluição, mas é produto de reações atmosféricas que ocorrem sob a presença da luz
solar, da seguinte maneira: os NOx e os HC reagem na atmosfera, quando ativados pela
radiação solar, formando um conjunto de gases oxidantes agressivos, dos quais o mais
importante é o ozônio.
Esses poluentes formam uma névoa fotoquímica, conhecida por smog fotoquímico, que
causa uma diminuição da visibilidade na atmosfera. Provocam, ainda, danos na estrutura
pulmonar, diminuindo a resistência às infecções e aumentando a incidência de tosse, asma,
irritações no trato respiratório superior e nos olhos.
A poluição sonora causada por fontes móveis (veículos motorizados) tem atingido níveis
críticos de até 82dB(A) nos principais corredores de tráfego, com picos que ulrapassam
freqüentemente os 120dB(A).
O chumbo, por exemplo, foi usado, até 1990, como aditivo antidetonante da gasolina no
Brasil. A partir daí, foi substituído pelo etanol anidro, o que resultou na completa eliminação
de suas emissões atmosféricas pela frota circulante.
Além do chumbo, outros metais pesados, como o mercúrio, o cádmio e o zinco, são utilizados
em quantidades significativas em componentes de veículos: o chumbo, nas baterias; o
mercúrio, em relés do sistema de iluminação e nos sensores de air-bags e o zinco e o
cádmio, nas baterias.
Resíduos perigosos
As substâncias perigosas descarregadas no meio ambiente podem contaminar o ar, o solo
e as águas de superfície e subterrâneas. Os principais produtores de resíduos perigosos
são as indústrias químicas e petroquímicas, que descarregam estes detritos, conhecidos
por lixo tóxico, em poços de injeção, poços de superfície, represas, depósitos especiais ou
diretamente em esgotos, rios e lagos.
Além disso, grande parte dos locais destinados ao armazenamento dos resíduos perigosos
não é adequadamente revestida, apresentando alto risco de vazamento. O manejo do lixo
radioativo também representa enorme preocupação ambiental, pois apenas uma pequena
parcela dos rejeitos é reciclada ou processada para eliminação de sua toxicidade.
Se não forem tomadas as devidas precauções quanto ao manejo e descarte final dos metais
pesados, eles representarão uma constante ameaça ao homem e à natureza, pois
contaminam o solo, os alimentos e os corpos d’água?
Entre os métodos mais comuns para o tratamento do lixo tóxico, podemos citar:
• filtração;
• destilação;
• tratamento químico;
• biodegradação;
• incineração.
Até mesmo os mais rigorosos métodos de tratamento dos resíduos perigosos causam
algum impacto ao meio ambiente. Quando o lixo é incinerado, por exemplo, são emitidas na
atmosfera substâncias altamente tóxicas, como os furanos e as dioxinas. Já as cinzas,
contendo metais pesados, em geral são destinadas a depósitos que, em caso de vazamento,
apresentam riscos de contaminação do solo e dos corpos d’água.
A relação entre efeitos à saúde e poluição atmosférica foi estabelecida a partir de episódios
agudos de contaminação do ar e estudos sobre a ocorrência do excesso de milhares de
Nas áreas metropolitanas, o problema da poluição do ar tem-se constituído numa das mais
graves ameaças à qualidade de vida de seus habitantes. As emissões causadas por veículos
carregam diversas substâncias tóxicas que, em contato com o sistema respiratório, podem
produzir vários efeitos negativos sobre a saúde. Essa emissão é composta de gases como:
monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx), hidrocarbonetos (HC), óxidos de
enxofre (SOx), material particulado (MP), etc.
O monóxido de carbono (CO) é uma substância inodora, insípida e incolor - atua no sangue
reduzindo sua oxigenação.
Os óxidos de nitrogênio (NOx) são uma combinação de nitrogênio e oxigênio que se formam
em razão da alta temperatura na câmara de combustão - participa na formação de dióxido
de nitrogênio e na formação do “smog” fotoquímico.
Outro fator a ser considerado é que essas emissões causam grande incômodo aos pedestres
próximos às vias de tráfego. No caso da fuligem (fumaça preta), a coloração intensa e o
profundo mau cheiro desta emissão causam de imediato uma atitude de repulsa e pode
ainda ocasionar diminuição da segurança e aumento de acidentes de trânsito pela redução
da visibilidade.
O Instituto Brasileiro e Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, através
do PROCONVE - Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores
estabeleceu que os novos modelos de veículos e motores nacionais e importados devem
ser submetidos obrigatoriamente à homologação quanto à emissão de poluentes. Para tal,
são analisados os parâmetros de engenharia do motor e do veículo relevantes à emissão de
poluentes, sendo também submetidos a rígidos ensaios de laboratório, onde as emissões
de escapamento são quantificadas e comparadas aos limites máximos em vigor.
Desde que foi implantado, em 1986, o Programa reduziu a emissão de poluentes de veículos
novos em cerca de 97%, por meio da limitação progressiva da emissão de poluentes, através
da introdução de tecnologias como catalisador, injeção eletrônica de combustível e melhorias
nos combustíveis automotivos.
• ciclo de operação dos motores: Otto (ignição por centelha) e Diesel (ignição por
compressão);
• tipo, qualidade e especificações do combustível;
• características dos sistemas de alimentação e ignição;
• características operacionais do sistema propulsor: taxa de compressão do motor;
geometria do pistão e da câmara de combustão; tipo do sistema de alimentação, etc.;
• práticas de manutenção e regulagem;
• presença ou não de sistemas específicos de controle das emissões, tais como: catalisador,
válvulas EGR e PCV, canister, etc.
Reação de combustão
Para entender, a reação que realmente ocorre durante a combustão, veja antes em que
consiste a combustão ideal.
• Combustão ideal
Na combustão ideal, isto é na combustão desejável, deveria ocorrer à reação completa
das seguintes substâncias:
Para que a reação de combustão seja completa, é necessário: tempo suficiente para
reação e ausência de influências externas, o que na prática é impossível.
Os demais componentes do ar: nitrogênio (N2); dióxido de carbono (CO2); vapor d’água
(H2O) e os gases nobres não participam das reações ideais, permanecendo inalterados
nos produtos da combustão.
• Combustão real
Na combustão real, predominam: escassez de tempo de reação; deficiências na
preparação da mistura e perdas de calor, o que afasta a queima das condições ideais.
Emissões evaporativas
Além das emissões de escapamento, também existem as emissões de HC provocadas por
gases e vapores do cárter e do sistema de alimentação e armazenagem de combustível.
massa de ar real
Assim: λ =
massa de ar estequiométrica
λ < 1 ⇒ Indica que a mistura tem menos ar do que deveria. É conhecida por mistura rica
devido ao excesso de combustível.
Para valores de λ entre 0,85 e 0,95, os motores do ciclo Otto ganham potência e
dirigibilidade, o consumo aumenta, mas as emissões de CO, NOx e HC também
aumentam. Em regiões de λ inferiores a 0,85, o motor tende a “afogar”.
λ > 1 ⇒ Indica que a mistura tem excesso de ar. É também conhecida por mistura pobre
devido à falta de combustível. A condição pobre favorece a economia de combustível,
com perda de potência. Para valores superiores a 1,3, os motores do ciclo Otto não
apresentam dirigibilidade adequada. O limite do funcionamento destes motores dá-se
nas proximidades de λ =1,35.
Nos veículos equipados com carburadores, a quantidade de mistura admitida nos cilindros
é regulada por uma borboleta. Já, nos sistemas de injeção (eletrônica ou mecânica), a
mistura é preparada por uma ou mais válvulas dosadoras de combustível (injetores) e pela
borboleta de controle de vazão de ar.
Nos motores Otto, a ignição da mistura succionada pelo movimento dos pistões para o
interior da câmara é provocada por uma centelha de alta energia fornecida em momento
adequado (ponto de ignição) pelo sistema de ignição.
Ao contrário dos motores Otto, a mistura nos motores Diesel não é homogênea e sua
formação ocorre dentro da câmara e a partir do início da injeção. Veja como isso acontece:
• Válvula EGR
A válvula EGR (Exhaust Gas Recirculation System) - sistema de recirculação dos gases
de exaustão retira uma pequena parcela dos gases de exaustão (aproximadamente 5%
em volume) nos motores Otto e, até 20%, nos Diesel, somente quando ocorrem picos de
formação de NOx e introduz esses gases no sistema de admissão de ar.
• Catalisador
Os catalisadores são substâncias conhecidas por sua propriedade de favorecer a
ocorrência de reações químicas, sem, no entanto, participarem delas.
• Canister
A evaporação espontânea da gasolina é uma importante fonte de poluição atmosférica.
Isso porque a gasolina é composta de hidrocarbonetos e se evapora facilmente. As
emissões evaporativas representam grande parcela do total de HC emitido pela frota.
Quando o motor é ligado, a pressão negativa dos cilindros faz com que os vapores
adsorvidos pelo carvão ativado sejam succionados para o interior da câmara de combustão,
evitando que as emissões sejam lançadas na atmosfera.
A limpeza automática (regeneração) do canister permite que ele esteja pronto para a
armazenagem de nova carga de vapores. Este sistema também contribui para minimizar
as perdas de combustível em dias quentes e quando o veículo está estacionado numa
ladeira.
• LDA
O LDA é o dispositivo acoplado à bomba injetora e acionado por válvula de diafragma, que
serve para monitorar a pressão do turbo-compressor. As iniciais LDA (do alemão
Ladedruckabhängiger Vollastanschlag,) significam limitador de débito máximo dependente
da pressão de carregamento.
O LDA foi desenvolvido e projetado exclusivamente para atuar sobre o mecanismo que
controla débito máximo, limitando a quantidade de combustível injetado na câmara, quando
a pressão de carregamento do turbo é reduzida.
• Catalisadores Diesel
O funcionamento e as características construtivas dos catalisadores Diesel são
semelhantes às dos conversores catalíticos dos motores do ciclo Otto.
Para possibilitar o controle da poluição sonora o CONAMA através da resolução n.º 252 de
01 de fevereiro de 1999, estabeleceu, para os veículos rodoviários automotores, inclusive
veículos encarroçados, complementados e modificados, nacionais ou importados, limites
máximos de ruído nas proximidades do escapamento, para fins de inspeção obrigatória e
fiscalização de veículos em uso.
Além desses benefícios, o Banco Mundial estima outros de conteúdos sociais obtidos pela
redução de partículas na atmosfera que, na Região Metropolitana de São Paulo - RMSP,
estariam na faixa de US$ 760 milhões/ano a US$ 1,56 bilhão/ano. Estas projeções
consideraram:
• o potencial de redução do número de mortes;
• as restrições das atividades de trabalho;
• os custos de atendimentos médicos às doenças (bronquite, asma, problemas respiratórios
e outros) e internação emergencial.
A legislação brasileira, através do Instituto Brasileiro e Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis – IBAMA, estabeleu diversas resoluções referentes aos resíduos potencialmente
poluidores emitidos pelas pessoas física e jurídica.
Óleo lubrificante
A Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, em sua NBR-10004, “Resíduos Sólidos
- classificação”, classifica o óleo lubrificante usado como resíduo perigoso por apresentar
toxicidade.
Todo o óleo lubrificante usado ou contaminado coletado deve ser destinado à reciclagem
por meio do processo de re-refino. A resolução CONAMA nº 362 de 23 de junho de 2005
estabelece que, ao menos anualmente, o percentual mínimo de coleta de óleos lubrificantes
usados ou contaminados, não inferior a 30% (trinta por cento), em relação ao óleo lubrificante
acabado comercializado.
Esta resolução também estabelece que empresa geradora do resíduo deverá recolher os
óleos lubrificantes usados ou contaminados de forma segura, em lugar acessível à coleta,
em recipientes adequados e resistentes a vazamentos, de modo a não contaminar o meio
ambiente.
Nos países desenvolvidos, a coleta de óleos usados é geralmente tratada como uma
necessidade de proteção ambiental. Na França e na Itália, um imposto sobre os óleos
lubrificantes custeia a coleta dos mesmos. Em outros países, esse suporte vem de impostos
para tratamento de resíduos em geral.
Os óleos lubrificantes estão entre os poucos derivados de petróleo que não são totalmente
consumidos durante o seu uso. Fabricantes de aditivos e formuladores de óleos lubrificantes
vêm trabalhando no desenvolvimento de produtos com maior vida útil, o que tende a reduzir
a geração de óleos usados. No entanto, com o aumento da aditivação e da vida útil do óleo,
crescem as dificuldades no processo de regeneração após o uso.
Os óleos usados de base mineral não são biodegradáveis e podem ocasionar sérios
problemas ambientais quando não adequadamente dispostos. O uso de produtos lubrificantes
de origem vegetal biodegradáveis ainda se encontra em estágio pouco avançado de
desenvolvimento para a maior parte das aplicações.
A maior parte do óleo usado coletado para re-refino é proveniente do uso automotivo. Dentro
desse uso estão os óleos usados de motores à gasolina (carros de passeio) e motores
diesel (principalmente frotas). As fontes geradoras (postos de combustíveis, super trocas,
transportadoras, etc.) são numerosas e dispersas, o que, aliado ao fator das longas distâncias,
acarreta grandes dificuldades para a coleta dos óleos lubrificantes usados.
Baterias
As baterias apresentam em sua composição metais considerados perigosos à saúde
humana e ao meio ambiente como o chumbo.
O resultado do amplo debate que incluiu diferentes setores da sociedade é a Resolução 257
publicada pelo CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente, em 22 de julho de 1999.
Essa regulamentação, complementada em 22 de dezembro de 1999 pela Resolução 263,
estabeleceu duas referências que limitam a quantidade de metais potencialmente perigosos
usados na composição dos produtos.
Reciclagem de pneus
O destino dos pneus usados é uma das principais preocupações da sociedade preocupada
com o meio ambiente. Nos dias atuais existem várias razões que justificaram a implantação
de um projeto voltado à reciclagem de pneus. Tais como:
• Saúde pública
O acúmulo de água nos pneus favorece a proliferação de insetos vetores de doenças
infecciosas como dengue, febre amarela, filariose (elefantíase) e malária (região Norte).
O armazenamento inadequado dos pneus torna-se ambiente favorável a roedores, que
transmitem doenças ao homem através da mordedura, fezes e urina (leptospirose,
gastrenterite, etc.).
• Passivo ambiental
Estima-se que haja no Brasil cerca de 45 milhões de pneus inservíveis com disposição
inadequada. Somam-se a esse volume outros 20 milhões que são descartados
anualmente.
• Cumprimento da legislação
A legislação ambiental brasileira - Resolução Conama N.º 258 de 26/08/1999, exige dos
fabricantes e importadores de pneus a coleta e destinação adequada.
• Tecnologia conhecida
Os pneus podem ser transformados em óleo, gás e enxofre. Além disso, os arames que
existem nos pneus radiais podem ser separados por meios magnéticos.
• Resultado
Uma tonelada de pneus rende cerca de 530 kg de óleo, 40 kg de gás, 300 kg de negro de
fumo e 100 kg de aço.
COMBUSTÍVEIS ALTERNATIVOS
Biodiesel
O biodiesel pode ser produzido a partir de diversas matérias-primas, tais como óleos vegetais,
gorduras animais, óleos e gorduras residuais, por meio de diversos processos. Pode
também, ser usado puro ou em mistura de diversas proporções com o diesel mineral.
Célula de combustível
Célula a combustível (Fuel Cells) é uma tecnologia que utiliza o hidrogênio e o oxigênio para
gerar eletricidade com alta eficiência, e também vapor d’água quente resultante do processo
químico na célula a combustível. A importância da célula está na sua alta eficiência e na
ausência de emissão de poluentes quando se utiliza o hidrogênio puro, além de ser silenciosa.
A tecnologia da célula de combustível tem sido reconhecida como uma forma limpa de
produzir eletricidade com alta eficiência energética em diversas aplicações, desde a portátil
até em geração distribuída. Não importando a sua aplicação, elas oferecem um número
importante de benefícios para usuários individuais, companhias de energia e a sociedade
em geral.
Pelo fato de produzirem energia sem combustão e sem partes móveis, as células de
combustível são, em média, até 25% mais eficientes que os motores a combustão interna,
reduzindo a emissão de poluentes e também de dióxido de carbono na atmosfera.
Mesmo quando o hidrogênio é obtido a partir de fontes fósseis como o petróleo e o gás
natural, a emissão de dióxido de carbono (CO2) cai de 25 a 50%, e a fumaça produzida quando
comparada com equipamentos tradicionais como os geradores a diesel, diminui em 99%.
Como as previsões das reservas de petróleo estão estimadas para mais 40 a 50 anos, uma
forma de se aumentar este tempo é utilizando equipamentos eficientes – como as células
Além disso, por praticamente não apresentarem partes móveis, os veículos com células de
combustível terão menos vibrações e ruídos, refletindo em menos manutenção. No futuro,
ao estacionar o carro na garagem, o veículo com a célula de combustível poderá ser “plugado”
na rede elétrica de casa para gerar eletricidade e calor para aquecer o ambiente, ou ainda,
ser vendido para a rede elétrica.
O seu principal combustível, o hidrogênio, pode ser obtido a partir de diversas fontes
renováveis e também a partir de recursos fósseis, mas com muito menor impacto ambiental.
Será em breve uma solução para a geração de energia no próprio local de consumo, desde
uma indústria, residência, centros comerciais, além de sua utilização em automóveis, aviões,
motos, ônibus e equipamentos portáteis, tal como o telefone celular e os laptops.
As reservas de gás natural são muito grandes e o combustível possui inúmeras aplicações
em nosso dia-a-dia, melhorando a qualidade de vida das pessoas. Sua distribuição é feita
através de uma rede de tubos e de maneira segura, pois não necessita de estocagem de
combustível e por ser mais leve do que o ar, dispersa-se rapidamente na atmosfera em
caso de vazamento. Usando o gás natural, você protege o meio ambiente e colabora para
acabar com a poluição.
Por estar no estado gasoso, o gás natural não precisa ser atomizado para queimar. Isso
resulta numa combustão limpa, com reduzida emissão de poluentes e melhor rendimento
térmico, o que possibilita redução de despesas com a manutenção e melhor qualidade de
vida para a população.
A composição do gás natural pode variar bastante, predominando o gás metano, principal
componente, etano, propano, butano e outros gases em menores proporções. Apresenta
baixos teores de dióxido de carbono, compostos de enxofre, água e contaminantes, como
nitrogênio. A sua combustão é completa, liberando como produtos o dióxido de carbono e
vapor de água, sendo os dois componentes não tóxicos, o que faz do gás natural uma
energia ecológica e não poluente.
• Processos produtivos
Conservação de matérias-primas e energia, eliminação de matérias tóxicas e redução da
quantidade e toxicidade dos resíduos e emissões.
• Produtos
Redução dos impactos negativos ao longo do ciclo de vida de um produto desde a extração
das matérias-primas até sua disposição final.
• Serviços
Incorporação de preocupações ambientais no planejamento e entrega dos serviços.
• Prevenção à poluição
É definida como a utilização de processos, práticas, materiais, produtos ou energia que
evitem ou minimizem a geração de poluentes e resíduos na fonte (redução na fonte) e
reduzam os riscos globais para a saúde humana e para o meio ambiente.
A Produção Mais Limpa, quando devidamente implementada, em geral resulta nos seguintes
benefícios:
• aumento da rentabilidade do negócio;
• melhoria da imagem corporativa e apoio em ações de marketing;
• redução dos custos de produção;
• aumento da produtividade;
• retorno do capital investido nas melhorias em curtos períodos;
• expansão no mercado dos produtos da empresa;
• uso mais racional da água, da energia e das matérias-primas;
• redução no uso de substâncias tóxicas;
• redução da geração de resíduos, efluentes e emissões e de gastos com seu tratamento
e destinação final;
• melhoria da qualidade do produto;
• motivação dos funcionários à participação no aporte de idéias;
• redução dos riscos de acidentes ambientais e ocupacionais;
• melhoria do relacionamento com a comunidade e com os órgãos públicos.
A Produção Mais Limpa, quando devidamente implementada, ainda pode resultar nos
seguintes benefícios:
• evita custos do não-cumprimento da legislação;
• reduz custos de seguros;
• facilita o acesso ao crédito e financiamentos específicos;
• requer mínimos investimentos.
(Fonte: documentos da UNEP-United Nations Environmental Programme)
O QUE É EPI?
“É todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à
proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.”
O uso do EPI evita lesões ou minimizam sua gravidade, em casos de acidente ou exposição
a riscos, também, protegem o corpo contra os efeitos de substâncias tóxicas, alérgicas ou
agressivas, que causam as em doenças ocupacionais.
O uso de EPI é uma exigência da legislação trabalhista brasileira através de suas Normas
Regulamentadoras. O não cumprimento poderá acarretar em ações de responsabilidade
cível e penal, além de multas aos infratores.
OBRIGATORIEDADE
A obrigatoriedade está definida na Lei 6514 de 22/12/77, que altera o Capítulo V do Título II da
CLT, estabelecendo uma série de disposições quanto à segurança e medicina do trabalho.
Cabe aos responsáveis pela empresa tornar obrigatório a utilização dos EPI’s quando forem
necessários para execução das tarefas, e deve possuir indicação formal como, por exemplo:
placas orientativas, instruções de segurança do trabalho, relatórios e solicitações verbais
de pessoal competente.
Quando da ausência de obrigatoriedade de utilização, não devem ser utilizados, pois podem
ser o fator gerador de acidentes com lesões graves. Ex.: o uso de luvas, quando do trabalho
com máquinas que possuem eixo rotativo.
Não são permitidas quaisquer modificações nos EPI’s, ou o uso de aparelhos que prejudiquem
a eficácia dos mesmos. (Ex.: Walkman, óculos de sol).
LEGISLAÇÃO
A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, de forma gratuita, EPI adequado ao
risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:
• Sempre que medidas de proteção coletiva não ofereçam completa proteção contra os
riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho.
• Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas.
• Para atender situações de emergência.
OBRIGAÇÕES DO EMPREGADOR
Cabe ao empregador:
• Adquirir o EPI adequado ao risco da atividade.
• Exigir seu uso.
• Fornecer somente o EPI aprovado pelo órgão nacional competente.
• Orientar e treinar o trabalhador quanto a seu uso, guarda, conservação, higienização e
troca de EPI’s.
• Substituir imediatamente quando extraviado ou danificado.
• Responsabilizar-se por sua manutenção e higienização.
• Comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego - MTE qualquer irregularidade observada.
O empregador poderá responder na área criminal ou cível, além de ser multado pelo Ministério
do Trabalho.
OBRIGAÇÕES DO EMPREGADO
Cabe ao empregado:
• Utilizar o EPI apenas para a finalidade a que se destina durante a jornada de trabalho, de
acordo com as atividades desenvolvidas, bem como os fatores de risco existentes.
• Responsabilizar-se por sua guarda e conservação.
• Comunicar qualquer alteração que o torne impróprio para uso.
• Cumprir as determinações do empregador sobre seu uso adequado.
O funcionário está sujeito a sanções trabalhistas podendo até ser demitido por justa causa.
NOTA: A utilização de anéis, relógios, colares, correntes, brincos, gravatas, body piercings
e outros objetos de adorno e de uso pessoal, assim como o uso blusa de manga até o
punho, durante o trabalho com máquinas podem constituir uma situação de risco durante
a realização de algumas atividades
2. Riscos ergonômicos
Qualquer fator que possa interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador,
causando desconforto ou afetando sua saúde. São exemplos de risco ergonômico: o
levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia, repetitividade, postura
inadequada de trabalho, etc.
3. Riscos físicos
Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas de energia a que possam
estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, calor, frio, pressão, umidade, radiações
ionizantes e não-ionizantes, vibração, etc.
4. Riscos químicos
Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, compostos ou produtos que
possam penetrar no organismo do trabalhador pela via respiratória, nas formas de poeiras,
fumos gases, neblinas, névoas ou vapores, ou que seja, pela natureza da atividade, de
exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por
ingestão.
5. Riscos biológicos
Consideram-se como agentes de risco biológico as bactérias, vírus, fungos, parasitos,
entre outros.
Protetor facial
Os protetores faciais fornecem proteção da face contra impactos de partículas volantes e
contra radiação infravermelha, ultravioleta ou contra luminosidade intensa, protegendo também
contra respingos de produtos químicos.
Proteção da cabeça
• Rede protetora
Nas atividades e operações onde haja risco de contato com partes giratórias ou móveis
de máquinas e equipamentos - operação de torno, fresadora, serra circular, motores de
automóveis, e máquinas operatrizes diversas – ou risco de imersão dos cabelos em
recipientes contendo líquidos (limpeza com a utilização de baldes contendo produtos
químicos) e contato com fontes de calor.
O usuário que possui cabelos longos, deverá utilizar permanentemente rede protetora ou
outro recurso adequado, sendo proibido o uso de bonés e toucas para fixação dos cabelos.
• Boné de segurança
Além da identificação e uniformização proporcionam também proteção da cabeça contra
pequenos impactos e penetrações, tais como choques acidentais contra objetos estáticos,
contra o frio, raios solares para trabalhos a céu aberto e intempéries.
• Mangas de raspa
As mangas de segurança oferecem proteção do braço e ante braço contra riscos de
origem térmica, mecânica e agentes perfurantes / cortantes, devem ser utilizados
permanentemente nas atividades de oxi-corte, soldagem e tratamento térmico e em
atividades de manutenção e conservação, onde exista exposição à radiação ultravioleta,
infravermelho e luminosidade intensa.
As luvas de segurança que ofereçam proteção contra riscos de origem térmica, mecânica,
agentes pérfuro cortantes e radiações, serão utilizados permanentemente nas atividades
de prestação de serviços, ensino, manutenção e conservação, onde exista risco de
ferimentos por contato ou projeção de partículas e exposição a radiações ionizantes ou
não.
• Cremes protetores
Os cremes protetores ou cremes barreiras são, por definição, substâncias que se aplicam
sobre a pele antes do trabalho com o objetivo de proteger a pela contra danos causados
por diferentes agentes de risco.
• Perneiras de segurança
Perneiras de segurança oferecem proteção contra agentes térmicos, cortantes e
perfurantes, utilizadas permanentemente nas atividades como proteção contra agentes
térmicos, cortantes e com tensão de ruptura de 2500 Kgf com comprimento de 1,60m.
Proteção do tronco
Vestimentas de segurança que oferecem proteção ao tronco contra riscos de origem térmica,
mecânica, química, radioativa, meteorológica e umidade proveniente de operações com
uso de água.
Protetor auditivo
Os protetores auditivos para proteção do sistema auditivo contra níveis de pressão sonora
superiores ao estabelecido na NR 15, anexos I e II, serão utilizados permanentemente em
quaisquer atividades manutenção e conservação elétrica, hidráulica, predial e de limpeza
tais como, operação de tornos, fresadoras, serras circulares, serras de fita, e outras
máquinas operatrizes; operação de máquinas portáteis, furadeira, policorte, esmerilhadeiras,
lixadeiras, ou ainda na utilização de aparadores de grama, onde haja exposição ao ruído a
níveis acima de 80 dBA (oitenta Decibéis).
Proteção respiratória
A proteção respiratória não é regularmente requerida em laboratório. Lembre-se que as
máscaras com filtros são equipamentos que exigem treinamento adequado para seu uso,
assim como requerem cuidados especiais de manutenção e limpeza. Quando a atividade
exige uso contínuo de máscaras e proteção respiratória os cuidados com o treinamento,
higiene, manutenção do material e filtros e condição de saúde do trabalhador/usuário nunca
devem ser negligenciados.
EXEMPLOS
Calças, conjuntos de calça e blusão, aventais, capas, proteção contra calor, frio, produtos
químicos, umidade e intempéries.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O simples fornecimento dos equipamentos de proteção individual não garante a proteção
da saúde do trabalhador e nem evita contaminações. Incorretamente utilizados, os EPI’s
podem comprometer ainda mais a segurança do trabalhador.
O uso correto dos EPI’s é um tema que vem evoluindo rapidamente e exige a reciclagem
contínua dos profissionais que atuam na área da mecânica. Bem informado, o profissional
poderá adotar medidas cada vez mais econômicas e eficazes para proteger a saúde dos
trabalhadores.
TIPOS DE MANUTENÇÃO
MANUTENÇÃO PREVENTIVA
Entende-se como manutenção preventiva, como o próprio nome diz, aquela realizada dentro
de um cronograma preestabelecido de quilometragem rodada, e/ou tempo, com o intuito de
se verificar o estado, efetuar regulagens ou substituir componentes de desgaste normal,
com vida útil predeterminada.
Este tipo de manutenção tem por finalidade prevenir a ocorrência de defeitos e/ou seu
agravamento, o que poderá provocar um custo elevado, comprometimento da segurança e
desvalorização do veículo.
Um exemplo prático é o caso das pastilhas de freio: a cada 15.000 km, examina-se as
pastilhas de freio, substituindo-as caso elas tenham uma espessura menor que o
especificado pelo fabricante. Caso esta verificação não seja rotineiramente executada, as
pastilhas gastas poderão afetar o disco de freio e outros componentes de custos mais
elevados, além de comprometer a segurança do veículo.
Para cada veículo, em função das suas características construtivas, o fabricante estabelece
um programa de verificações e substituições de componentes. Estas manutenções
periódicas estão detalhadas nos manuais dos veículos, os quais possuem campos
específicos para acompanhamento das manutenções realizadas.
MANUTENÇÃO CORRETIVA
Outro tipo de manutenção executada no veículo é a sua correção de defeitos ou reparos de
qualquer natureza, inclusive os de funilaria e pintura. Sua incidência no veículo está diretamente
ligada à perfeita execução da manutenção preventiva.
EXEMPLO
Nos veículos com problemas no sistema de injeção, caso exista demora para a sua correção,
poderá afetar o catalisador do sistema de escapamento, peça de custo elevado e que não
será substituída em garantia, se não tiver sido executado referido reparo.
A leitura do manual do veículo pelo proprietário do veículo é de grande valia para você conhecer
a manutenção do seu veículo, assim como identificar uma série de operações que auxiliam
na conservação do veículo.
A seguir, destacamos alguns pontos importantes sobre a manutenção do seu veículo e que
você mesmo pode efetuar.
Mesmo que seja um proprietário cuidadoso, mantendo seu veículo limpo, bem conservado
e fazendo todas as manutenções recomendadas pelos fabricantes, não estará seguro de
que tudo correrá em ordem com o veículo até a próxima manutenção. A adoção de uma
rápida e eficiente verificação semanal no veículo é importante para evitar algum problema
ou falha entre uma manutenção e outra.
As orientações necessárias para verificação de todos estes itens podem ser encontradas
no manual do veículo.
MANUTENÇÃO PREDITIVA
A manutenção preditiva é um conjunto de medições e inspeções, sensitivas ou sensoreadas
com instrumentos. Este tipo de manutenção permite detectar precocemente os problemas
nos veículos. Para muitos profissionais seus resultados constituem um roteiro para a
inspeção, enquanto a preventiva já é o planejamento a ser executado, ou seja, elas não se
excluem mas se complementam.
INTRODUÇÃO À LUBRIFICAÇÃO
O sistema de lubrificação tem uma função de garantir a circulação do óleo lubrificante, sob
pressão, do reservatório de óleo (cárter) às partes móveis do motor. Possui um filtro para
reter as impurezas suspensas no óleo e uma bomba de óleo para transferi-lo, sob pressão,
às partes do motor que necessitam de lubrificação.
Neste capítulo serão abordados assuntos sobre a origem, as propriedades e o uso dos
óleos lubrificantes.
ATRITO
Para compreender a lubrificação é necessário analisar o atrito, suas causas e seus efeitos
quando enfocamos o que ocorre no freio ou no disco de fricção da embreagem, verificamos
que o atrito, nesses casos, tem função importante. Na realidade é o atrito que garante o
funcionamento tanto dos freios como da embreagem, entretanto, no motor de combustão
interna, o atrito tem uma ação indesejável desgasta os componentes, gera calor e tende a
impedir o movimento. É por essas razões que se usa o óleo lubrificante que atua entre as
partes em contato.
O atrito é uma força que se opõe, isto é, oferece resistência, ao movimento de objetos que
estão em contato. Mesmo as superfícies mais polidas têm irregularidades. Essas
irregularidades, que podem ser vistas ao microscópio, engancham-se umas nas outras,
interferindo no movimento de uma superfície em relação à outra.
Quanto maior a força com que as superfícies se comprimem uma contra a outra, mais
firmemente suas irregularidades ficarão unidas, aumentando o atrito.
Além do acabamento das superfícies e da força de uma superfície contra a outra, o atrito
depende, também, do material de que elas são feitas. Assim, utilizam-se ligas anti-fricção
(geralmente à base de bronze) para confeccionar mancais que vão servir de apoio a eixos
de aço, o que proporciona menor atrito entre eles.
Tipos de atrito
Existem vários tipos de atrito, destacando-se o atrito de deslizamento e o atrito de rolamento.
O atrito de deslizamento ocorre entre superfícies que estão em contato direto ou através
de uma substância lubrificante.
Quanto ao atrito de rolamento, é encontrado nos veículos, por exemplo, no cubo da roda.
A lubrificação consiste em eliminar esse contato direto entre as superfícies colocando entre
elas uma substância que pode ser:
• Gasosa
• Líquida
• Sólida
• Pastosa
Essa substância, conhecida como lubrificante, penetra nas irregularidades das superfícies
de maneira a diminuir seu grau de contato.
Depois de separados nas unidades destiladoras, os óleos lubrificantes são tratados com
solventes e ácidos. Passam, então, por diversos processos como: eliminação de ceras,
tratamentos químicos, filtragem, etc.
Obtêm-se, dessa forma, óleos básicos acabados ou minerais puros. Cada um desses óleos
tem uma determinada viscosidade que é a resistência que o óleo apresenta para fluir.
ELEMENTOS DE MÁQUINAS
PARAFUSO
O parafuso é um elemento mecânico de união que realiza, geralmente, uniões com
fechamento de forças. Segundo as normas, os parafusos se diferenciam pela rosca, forma
da cabeça, pescoço e a forma de acionamento.
Usa-se parafuso sem cabeça com pontas especiais, quando existe a necessidade de embutir
o parafuso.
PORCA
A porca, um dos elementos de união mecânica, é fabricada em vários formatos segundo a
aplicação.
Para a resistência da união, através de parafuso e porca, é necessário que a porca tenha
uma altura suficiente para resistir aos esforços e às montagens e desmontagens sem espanar.
Como regra geral, a altura da porca é igual ao diâmetro nominal da rosca.
Exceção a essa regra é feita à porca cega, onde a altura da rosca é igual a 0,8 do diâmetro
nominal da rosca, e porcas para pequenos esforços, onde a altura é igual a 0,5 do diâmetro
nominal da rosca.
1
1º número = da resistência a tração (N/mm2)
100
TRAVA E ARRUELA
As uniões roscadas são submetidas à vibrações e podem soltar-se por essa razão. Para
evitar isso, colocam-se travas e arruelas nas porcas ou parafusos.
Trava
Existem dois tipos de travas:
• Trava por fechamento de forma - é a mais segura e impede o afrouxamento da união.
• Trava por fechamento de forças - esta trava estabelece uma força de compressão
entre as peças, o que aumenta o atrito e dificulta o afrouxamento da união, mas não
impede totalmente a soltura.
Arruela
O objetivo da arruela é aumentar a superfície de apoio da porca ou da cabeça do parafuso.
O material mais brando da arruela protege a superfície da peça no local de aperto.
ANEL ELÁSTICO
É usado em eixos ou furos contra deslocações axiais e se divide em três categorias:
• Anel de segurança
• Arruela de segurança
• Anel de arame elástico
O anel de segurança para eixo ou furo absorve grandes forças axiais, os canais necessitam
ter os cantos vivos e as medidas exatas conforme a tabela do fabricante.
DIN 6799
O anel de arame elástico é introduzido num canal arredondado até a metade do diâmetro do
arame, é usado em eixos e furos e suporta pequenas forças axiais.
DIN 9035
Os anéis elásticos são baratos e de fácil aplicação e só devem ser utilizados um vez.
PINO
O pino tem como finalidade alinhar ou fixar os elementos de máquinas.
A figura seguinte mostra um pino alinhando uma tampa que foi fixada por parafuso no corpo
da máquina e uma alavanca no eixo através de pino.
Pino estriado
A superfície externa do pino estriado recebe três entalhados que formam ressaltos. A forma
e comprimento dos entalhes determinam os tipos de pinos.
A fixação desse pino é feita diretamente no furo por broca, dispensando o acabamento e a
precisão do furo alargado.
Pinos de guia
Servem para alinhar os elementos de máquinas, devem estar à maior distância possível
entre si para diminuir os esforços cortantes. Quanto menor a proximidade entre os pinos,
maior o risco de cisalhamento e menor precisão de ajuste.
CHAVETA
Por meio de união por chaveta se transmitem com fechamento de forma ou de força os
momentos torsores.
Um tipo comum de chaveta é a chaveta paralela que possui as faces laterais paralelas.
Essas faces transmitem o movimento torsor por apoio lateral na ranhura.
A chaveta paralela obedece no encaixe lateral a assento fixo, livre ou deslizante, e tem uma
folga de cabeça de no máximo 0,2mm
Quando os momentos torsores são grandes, se prevê ajuste na chaveta à pressão e usa-
se assento fixo.
Quando o cubo precisa se deslocar, como no caso de caixas de câmbio, usa-se assento
livre que só aceita momentos torsores pequenos.
A chaveta com inclinação 1:100 é introduzida e presa pela inclinação através da força F que
pressiona o eixo e o cubo entre si.
Quando aplicada a força F surgem as forças Fn que elevam bastante o atrito e este, por sua
vez, transmite o momento torsor motor do eixo para o cubo numa perfeita união por
fechamento de forças.
JUNTA
A estanqueidade nos conjuntos mecânicos é alcançada através de juntas que são montadas
entre as partes do conjunto.
As juntas são normalmente fabricadas de borracha, couro, feltro, estopa, fibra, metais moles
e não devem prejudicar os movimentos das peças do conjunto.
Tipos de juntas
Em função da solicitação, as juntas são feitas em diversos formatos e de diferentes materiais.
• Junta de vedação expansiva metálica: para gases e lubrificação tipo anel de motor
automotivo.
• Junta por massa: utilizada em superfície rústicas ou irregulares. Dois cordões de massa
elástica especial para pressão são colocados deixando os parafusos entre eles. A ordem
de aperto dos parafusos devem ser respeitada para uniformizar a massa.
EIXOS E ÁRVORES
Os eixos e as árvores suportam peças de máquinas (rodas dentadas, rodas matrizes, polias,
etc.) que giram, executam movimentos alternativos ou ficam fixas.
Os eixos e as árvores não se diferenciam entre si pelas formas, mas unicamente pelas
forças que suportam.
Os eixos são solicitados somente à flexão pelas forças que atuam sobre eles.
Os eixos e as árvores são normalmente apoiados pelos extremos por espigas. As espigas
se diferenciam pela forma e uso. As espigas retas, de calor, cônicas, de manivelas e esféricas
suportam forças radiais. As espigas de cabeça ou de anéis suportam forças axiais.
MANCAIS
Os mancais são conjuntos destinados a suportar as solicitações de peso e rotação de
eixos e árvores. Estão submetidos ao atrito de deslizamento, que é o principal fator a
considerar para sua utilização. Os mancais, em sua maioria, são constituídos por uma
carcaça e um casquilho ou bucha.
Tipos de mancais
Em função da direção das forças que o mancal deve suportar, ele pode ser denominado
radial ou axial.
Material do mancal
O material do casquilho deve ser resistente ao desgaste, à corrosão, à pressão superficial,
dilatar-se pouco com o calor e conduzi-lo bem. Além disso, deve adaptar-se bem à forma da
espiga (capacidade de adaptação) e não deve emperrar no caso de falta de lubrificação
(capacidade de marcha de emergência).
Pode ser também uma liga cobre-zinco ou cobre-alumínio. Outros materiais podem ser
usados para casquilhos como: ferro sinterizado ou metais férreos sinterizados, materiais
sintéticos, plásticos moldados ou fenólicos.
ROLAMENTOS
Surgimento do rolamento
Entre a teoria científica e a prática do cotidiano existia uma longa distância que a tecnologia
se incumbiu de reduzir, criando os rolamentos de esferas.
Rolamento de esfera
Inicialmente, tipos simples de rolamentos foram criados dentro de uma faixa de tamanho e
predominantemente de esferas.
Hoje, devido à evolução dos veículos e máquinas, temos modelos que funcionam com
esferas, rolos e agulhas de dimensões que variam entre rolamentos minúsculos aos de
grande tamanho.
ACOPLAMENTOS
Fundamentos teóricos dos acoplamentos
Os acoplamentos são empregados para transmitir movimento de rotação de uma árvore
motriz para uma árvore movida. São constituídos fundamentalmente de suas partes,
geralmente dois discos e peças que realizam a união entre ambas. Essa união efetua-se
por arraste de forma (pinos, ressaltos, garras, etc.) ou por arraste de força mediante
superfícies de fricção com uma força perpendicular que é normal a elas.
A figura abaixo mostra um acoplamento por arraste de forma, onde o momento de giro é
transferido de árvore a árvore por força perpendicular ao eixo de simetria.
A figura abaixo mostra um acoplamento por arraste de força, onde o momento de giro é
transferido da árvore à roda dentada por força perpendicular ao eixo de simetria.
A união pode ser elástica, quando se usam elementos de borracha, plástico, arame, cintas
de aço e sintéticos entre os elementos de arraste.
Tipos de acoplamentos
A união de um equipamento motriz (motor) a um equipamento operador (bomba d’água) é
que determina o tipo de acoplamento desejado. Os tipos de acoplamentos se denominam
rígidos, móveis, elásticos, desacopláveis (embreagem) e especiais.
Acoplamentos rígidos
Os acoplamentos rígidos unem árvores de tal forma que elas atuam como se fosse uma
única peça. São recomendados para alta rotação, necessitam de um alinhamento perfeito e
transmitem grandes momentos de giro. Acoplamento rígido por luvas
Acoplamentos móveis
Os acoplamentos móveis transmitem o momento de giro por fechamento de forma, facilitando
a acomodação de pequenas variações de deslocamento e dilatação das árvores.
Acoplamento elástico
Os acoplamentos elásticos transmitem o momento de giro por fechamento de forma mediante
elementos de união flexíveis. Sua principal característica é compensar oscilação brusca,
deslocações das árvores, dilatação térmica, alojamento impreciso e deformações nos apoios
dos rolamentos (desalinhamento).
Essa força deforma as peças elásticas da união que absorvem, por um processo de
amortização, a energia que fluir. O processo consegue transmitir com maior uniformidade o
movimento de rotação.
Os acoplamentos por embreagem que trabalham por fechamento de força podem acoplar-
se e desacoplar-se durante a marcha de trabalho e com baixa carga. Para que se produza
fricção tem de atuar sobre as superfícies de atrito uma força perpendicular Fn (força normal)
suficientemente grande. Esta força se produz mecanicamente mediante molas, alavancas
ou assento cônico ou por eletromagnetismo, hidráulica e pneumática.
Embreagens mecânicas
ENGRENAGENS
Rodas dentadas
As rodas dentadas transmitem diretamente e por fechamento de forma momentos de giro
entre duas árvores a pequena distância. Com as rodas dentadas podem-se realizar também
diferentes relações de transmissão e modificar os sentidos de rotação.
Durante a transmissão de força, os flancos dos dentes devem rodar um sobre o outro e
deslizar o mínimo possível com a finalidade de manter baixo o desgaste, as perdas por
fricção e o desenvolvimento de ruídos. Além disso, as velocidades periféricas dos círculos
primitivos de ambas as rodas devem permanecer iguais no transcurso de uma volta para
manter a uniformidade da transmissão (lei fundamental do dentado).
O ponto de contato (Pc) dos flancos dos dentes se move sobre a linha de engrenamento e
forma com a horizontal o ângulo de pressão α.
Os dentes oblíquos produzem uma força axial Fa que tem de ser absorvida por meio de
rolamento de rolos cônicos ou rolamentos axiais.
Os dentes da roda cônica de dentado reto diminuem até a ponta do cone imaginário. Isso
dificulta sua fabricação, diminui a precisão e requer uma montagem precisa para o
engrenamento exato dos dentes.
Quando o par de rodas cônicas deve transmitir grandes potências e marchar suavemente,
projetam-se dentes oblíquos em espiral, ou em arco circular, para melhorar as condições
de funcionamento.
No dentado em arco, engrenam simultaneamente na coroa pelo menos dois dos dentes
do pinhão - isto melhora a suavidade de marcha.
Os eixos se cruzam e o eixo do pinhão pode estar deslocado até aproximadamente 1/8
do diâmetro primitivo da coroa. Isso acontece, sobretudo, nos automóveis para ganhar
espaço entre a carcaça e o solo.
RODA E CREMALHEIRA
A cremalheira pode ser considerada como uma coroa dentada com diâmetro primitivo
infinitamente grande. Com a roda e a cremalheira pode-se transformar movimento de rotação
em movimento retilíneo e vice-versa.
ENGRENAMENTO SEM-FIM
No engrenamento sem-fim as árvores se cruzam formando um ângulo de 900. Esse
engrenamento permite grandes relações de transmissão e produzam auto-retenção quando
o parafuso sem-fim tem só uma entrada..
O parafuso sem-fim é a parte impulsora e é similar a uma parafuso de grande diâmetro com
rosca trapezoidal (cremalheira de envolvente). O sem-fim pode ter uma ou mais entradas, à
direita ou à esquerda. Os dentes da roda helicoidal assemelham-se a uma meia-porca que
encaixa no parafuso.
Nos engrenamentos sem-fim, surgem grandes empuxos axiais que têm de ser absorvidos
por rolamentos axiais.
Tipos de engrenamentos
Engrenamentos escalonado
Com engrenamento escalonado podem-se variar as relações de transmissão entre árvores
para obter, independentemente do número de rotações constante do equipamento motriz,
várias números de rotações necessários para operação da máquina. Por exemplo, ao tornear
as dimensões e os materiais das peças, assim como os tipos de ferramentas, é exigida
uma adequação entre o movimento principal da árvore e os movimentos de avanço da
ferramenta. Quanto maior a gama de velocidades da máquina melhor o escalonamento de
rotações.
Engrenamento corrediço
Mediante o deslocamento lateral das rodas dentadas ou do trem de rodas dentadas,
engrenam-se os pares de rodas necessários para conseguir uma relação de transmissão
desejada.
TRANSMISSÕES
Entende-se por transmissão, em mecânica, os elementos de máquinas planejados para
transmitir os movimentos giratórios de um eixo-árvore a outro, com a menor perda possível
de energia, com durabilidade e eficiência garantida. Os movimentos são transmitidos por
fechamento de forma ou de forças segundo as necessidades de cada caso.
É aplicada para distância grande a entre árvores que não poderia ser alcançada de forma
normal por par de rodas dentadas. A corrente liga sucessivamente os dentes das polias
dentadas transmitindo o movimento giratório no mesmo sentido.
A transmissão por corrente é utilizada quando não se podem usar correias por causa da
umidade, vapores, óleos, etc.
A corrente pode acionar vários eixos-árvores simultaneamente o que justifica vários casos
de aplicação.
Polia dentada
Também chamada de roda dentada, a polia dentada transmite o movimento giratório ao eixo
movido.
Dado que as correias em marcha batem um pouco sobre as polias, a função não se transmite
de forma íntegra. A velocidade periférica da polia movida é sempre menor que a da polia
motriz.
Os perfis das correias trapezoidais são normalizados com b 0 = 9,7 até 22mm com
comprimentos correspondentes.
As polias são normalizadas com vários canais, os ângulos dos canais são a = 32º, 34º e
38º, obedecendo ao diâmetro da polia (menor diâmetro, menor ângulo).
Os canais das polias são executados de forma que a correia não sobrepasse o canto superior
do canal e não encoste no seu fundo, o que anularia o efeito de cunha. A montagem das
polias necessita de uma centragem perfeita entre a polia e seu eixo e um alinhamento exato
entre a polia motriz e a polia movida.
A centragem pode ser verificada por meio de esquadro ou graminho e o alinhamento por
meio de régua para pequenas distâncias ou cordão tencionado para distâncias maiores.
UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS
FUNDAMENTOS
Os reparos automotivos exigem o uso de diversas ferramentas e instrumentos de medição.
estas ferramentas são fabricadas para uso específico e o trabalho e a segurança precisos
somente podem ser garantidos se os mesmos forem usados corretamente.
Conhecer a forma correta de uso dos instrumentos - para cada ferramenta e instrumento
de medição existem procedimentos de operação definidos. Certifique-se de aplicar
ferramentas de forma correta nas peças de trabalho, aplicar a força correta às ferramentas
e adotar as posturas corretas de trabalho.
FERRAMENTAS PORTÁTEIS
Seleção de ferramentas
Selecione as ferramentas conforme o tipo de trabalho
Para remover e reinstalar parafuso/porca ou remover peças. Normalmente nos reparos
automotivos é usado o conjunto de chave de soquete. Se um conjunto de chave de soquete
não puder ser usado devido a limitações no espaço de trabalho, selecione uma chave estrela
ou chave de boca.
1. O cabo de catraca é próprio para uso em espaço confinado. Entretanto devido à construção
de catraca, não é possível obter especificamente alto torque.
2. O cabo deslizante exige amplo espaço de trabalho mas oferece velocidade operacional
mais rápida.
3. O cabo giratório permite trabalho rápido com ajuste no cabo. Entretanto o cabo é longo e
o uso é difícil em espaço confinado.
NOTA:
O valor da força que é possível ser aplicada depende do comprimento do eixo da chave.
Quanto mais longo for o eixo, maior será o ganho de torque obtido através de um pequeno
valor de força. Se for usado eixo excessivamente longo, haverá o risco de excesso de torque
e o parafuso poderá romper.
Cuidados no manuseio
1. Dimensão e aplicação da ferramenta
• Verifique se o diâmetro da ferramenta corresponde à cabeça do parafuso/porca.
• Encaixe a ferramenta firmemente no parafuso/porca.
2. Aplicação de força 1
• Sempre gire a ferramenta no sentido puxar.
• Se não for possível o sentido puxar devido às limitações de espaço, empurre com a
palma da mão.
3. Aplicação de força 2
Um parafuso/porca que tenha sido apertado firmemente poderá ser facilmente solto através
da aplicação de impacto. Entretanto usar martelo ou tubo (para aumentar o eixo) não podem
ser usados para aumentar o torque.
4. Usar o torquímetro
O aperto final sempre deverá ser feito com torquímetro, para atingir o valor padrão.
Aplicação
Esta ferramenta é fixa no parafuso/porca que permite ser removido ou substituído usando-
se um conjunto de chave soquete.
1. Dimensão do soquete
Existem duas dimensões disponíveis - grande e pequeno. A peça maior pode alcançar
torque maior do que a peça menor.
2. Profundidade do soquete
Existem dois tipos, o padrão e o profundo, cuja profundidade é 2 ou 3 vezes maior do que
no tipo padrão. O tipo profundo pode ser aplicado à porca de parafuso com projeção que
não cabe no soquete padrão.
3. Mordentes
Existem dois tipos-sextavado duplo e sextavado. A peça sextavada ganha ampla superfície
de contado com o parafuso/porca, tornando extremamente difícil danificar a superfície do
parafuso/porca.
NOTA:
O excesso de torque exerce carga no próprio soquete ou nos parafusos pequenos. O torque
deverá ser aplicado conforme os limites especificados de aperto.
NOTA:
1. Não aplique torque com o cabo inclinado em ângulo acentuado.
2. Não use ferramenta pneumática. A junta poderá soltar, uma vez que a ferramenta não é
capaz de absorver o movimento de rotação haverá danos à ferramenta, peça ou veículo.
O mordente de soquete tem movimento articulado que permite ajustar o ângulo do cabo
para encaixar na chave de soquete. O cabo desliza, permitindo modificar o comprimento da
empunhadura.
CUIDADO!
Deslize o cabo até ouvir o ruído de travamento antes de usar. Se estiver fora da posição
travada, o cabo poderá escapar durante a operação. Isto poderá alterar a postura de trabalho
do operador e resultar em ferimentos.
1. Soltar
2. Apertar
NOTA:
Não aplique torque excessivo. Isto poderá danificar a construção da catraca.
Chave estrela
Aplicação
Usada para aperto adicional ou operações similares, uma vez que pode aplicar alto torque a
parafuso/porca.
1. Uma vez que no mordente há um sextavado duplo, fixar o parafuso/porca é fácil. Permite
adaptação para trabalho em espaço limitado.
2. Uma vez que a superfície sextavada do parafuso/porca é protegida, não existe o risco de
danos às extremidades do parafuso e portanto permite a aplicação de torque alto.
3. Uma vez que o formato do eixo é angular, pode ser usada para girar um parafuso/porca
em espaço rebaixado ou em superfície plana.
Chave de boca
Aplicação
Usadas em posições onde um conjunto de chave de soquete ou a chave estrela não pode
ser usada para remover ou substituir um parafuso/porca.
1. O eixo é fixo a um ângulo em relação ao mordente. Isto significa que girar a chave de boca
permite rotação adicional em espaço restrito.
2. Para evitar que a peça oposta gire, como no caso de tubo de combustível, use duas
chaves de boca para soltar a porca.
3. Estas chaves não permitem torque alto, e portanto não podem ser usadas para torque
final *.
NOTA:
Tubos não devem ser conectados ao eixo da chave. Isto poderá causar a aplicação de alto
torque e poderá danificar o parafuso ou a chave de boca.
Chave ajustável
Aplicação
Usada com parafuso/porca de dimensões irregulares ou para prender a SST. Girar o parafuso
de ajuste altera a abertura. Uma chave ajustável pode portanto ser usada ao invés de muitas
chaves abertas. Inadequado para aplicar torque alto.
Instruções
Gire o parafuso de ajuste para adaptar o diâmetro da cabeça do parafuso/porca usado.
NOTA:
Gire a chave com o mordente ajustável posicionado no sentido de rotação. Se não for possível
girar a chave desta forma, forçar o parafuso poderá resultar em danos.
NOTA:
1. O ímã protege a vela de ignição, mas ainda é necessário cuidado para não deixar a vela
de ignição cair.
2. Para garantir a inserção correta da vela de ignição, primeiramente gire-a cuidadosamente
com a mão.
(REFERÊNCIA: especificação de torque 180~200 kg·cm)
Chave de parafuso
Aplicação
Usada para remover e reinstalar parafusos. É disponível em modelos maiores e menores,
conforme o formato da extremidade.
Instruções
1. Use a dimensão correta de chave de parafuso para cada sulco de parafuso.
2. Mantenha alinhados a chave de parafuso e a haste do parafuso e gire pressionando.
NOTA:
Não use alicate de junta deslizante ou outras ferramentas para aplicar torque excessivo. Isto
poderá lascar os sulcos no parafuso ou danificar a extremidade da chave de parafuso.
A. Chave de parafuso de penetração - pode ser usada para aplicar impacto a um parafuso
fixo.
B. Chave de parafuso “atarracada” - pode ser usada para remover e reinstalar parafusos
em espaços confinados.
C. Chave de parafuso de haste paralela - pode ser usada quando é exigido torque alto.
D. Chave de parafuso fina - pode ser usada para remover e reinstalar peças pequenas.
Alicate de ponta
Aplicação
Usado para espaços limitados ou para prender peças pequenas. As pinças são longas e
finas, próprias para espaços apertados. Inclui uma lâmina no pescoço, capaz de cortar
cabos finos ou remover a isolação de cabos elétricos.
1. Transformação
2. Antes da transformação
NOTA:
Não pressione excessivamente as extremidades da pinça. Elas podem empenar na posição
aberta o que as tornará impróprias para serviço com detalhes.
NOTA:
Itens facilmente danificados podem ser revestidos com tecido de proteção ou outros
revestimentos antes de serem fixos com alicates.
NOTA:
Não pode ser usado para cortar arame/cabo rígido ou grosso, caso contrário as lâminas
serão danificadas.
Martelo
Aplicação
Usado para remover e reinstalar peças através de batidas, e para testar o aperto de um
parafuso através do ruído.
Instruções
1. Usar batendo diretamente. Por exemplo: usado para remover e reinstalar pinos.
2. Remover batendo diretamente. Por exemplo: usado para separar tampas e carcaças.
Remover batendo indiretamente.
3. Bater levemente em parafusos. Por exemplo: Usado para verificar soltura de parafuso
(aprenda a distinguir o ruído das batidas).
Barra de latão
Aplicação
Uma ferramenta de suporte que impede os danos causados por martelo. Fabricada em
latão, não danifica peças (uma vez que irá deformar antes da peça).
NOTA:
Se a extremidade deformar, repare através de retífica.
Raspador de junta
Aplicação
Usado para remover juntas do cabeçote do motor, composto de vedação líquido, adesivos,
etc., de superfícies planas.
Instruções
1. Os resultados de sucateamento dependem da direção da lâmina:
(1) Melhor raspagem uma vez que a extremidade da lâmina corta a junta. Entretanto a
superfície é raspada facilmente.
(2) A extremidade da lâmina não corta bem na junta. Isto significa que um resultado
limpo é difícil de ser obtido. Entretanto, a superfície sendo raspada não é danificada.
2. Quando usado em superfície propensa a danos, o raspador deverá ser revestido com fita
plástica (exceto a lâmina).
CUIDADO!
• Não ponha as mãos na frente da lâmina. Você poderá ser ferido.
• Não afie a lâmina em esmeril. Use sempre pedra de afiar.
Punção central
Aplicação
Usado para fazer marcação em peças. A extremidade da lâmina foi endurecida através de
têmpera.
NOTA:
Não bata com força para fazer marcações. A manutenção da extremidade da lâmina deverá
ser feita com pedra de afiar.
Punção de pino
Aplicação
Usado para remover, reinstalar e para ajustar pinos. A extremidade do punção foi endurecida
através de têmpera. Duas dimensões de extremidade cobrem todos os pinos. Incorpora
calço de borracha, para garantir que a peça de trabalho não será danificada.
Instruções
Aplique força verticalmente no pino. O calço de borracha também pode ser ajustado para
cobrir o punção e o pino e para manter o pino fixo durante a aplicação de força.
FERRAMENTAS PNEUMÁTICAS
As ferramentas pneumáticas utilizam ar comprimido e são usadas para remover e reinstalar
parafuso/porca. Elas permitem trabalho com rapidez.
Cuidados no manuseio
1. Use sempre a pressão de ar correta. Valor correto: 686kPa (7kg / cm2)
2. Inspecione periodicamente as ferramentas pneumáticas e lubrifique com lubrificante e
composto anti-ferruginoso.
3. Se a ferramenta pneumática for usada para remover totalmente a porca de um parafuso,
o esforço de rotação poderá danificar a porca.
4. Monte sempre a porca no parafuso primeiramente com a mão. Usar a ferramenta
pneumática desde o início poderá danificar a rosca do parafuso. Não aplique torque
excessivo. Use pouco torque para apertar.
5. Finalmente use o torquímetro para verificar o aperto.
1. Soquete dedicado
2. Pino
3. Anel “O”
CUIDADO!
Ao ser utilizada a ferramenta deve ser segura com as duas mãos. Simplesmente apertar os
botões faz liberar torque alto e poderá causar vibrações.
RECOMENDAÇÃO
A posição e o formato da manopla de ajuste de torque e o botão de sentido de rotação
variam de acordo com o fabricante.
CUIDADO!
Certifique-se de que a abertura de exaustão de ar não esteja voltada para os parafusos,
porcas, peças pequenas, óleo ou detritos.
RECOMENDAÇÃO
Não permite ajuste de torque.
DISPOSITIVOS DE ELEVAÇÃO
Elevador automático
Levanta o veículo de modo que o mecânico mantenha uma postura confortável para trabalhar
sob o veículo. Existem três tipos de elevadores com diferentes funções de levantamento,
colunas de sustentação e métodos de apoio.
1. Tipo placa
2. Tipo braço móvel
3. Tipo levantamento em quatro colunas
Instruções
1. Ajustes
(1) Posicione o veículo no centro do elevador.
(2) Monte as placas e braços conforme indicado no manual de reparações.
1. Centro de levantamento
2. Centro de gravidade
NOTA:
A - Tipo braço móvel
Ajuste os suportes até que o veículo esteja em posição horizontal. Trave sempre os braços.
B - Tipo 4 colunas
Use os batentes de roda e mecanismo de segurança.
C - Tipo placa
Use o adaptador de levantamento da placa conforme indicado no manual de reparações.
1. Apoio
2. Traca do braço
3. Trava
4. Batente de roda
5. Adaptador de levantamento de placa
CUIDADO!
• Alinhe a posição dos adaptores do levantador de placa e as áreas a serem apoiadas do
veículo.
• Não permita que os adaptadores do levantador soltem da placa.
2. Levantar/Abaixar
• Antes de levantar ou abaixar o elevador faça sempre a inspeção de segurança e avise às
outras pessoas que o elevador está prestes a funcionar.
• Quando os pneus estiverem um pouco levantados, verifique se o veículo está devidamente
apoiado.
CUIDADO!
• Remova toda bagagem que estiver no veículo e levante-o vazio.
• Verifique se não há peças no curso, exceto os elementos de levantamento.
• Jamais levante um veículo que esteja acima do limite de peso do elevador.
• Veículos com suspensão a ar exigem manuseio especial devido à sua construção.
Consulte o manual de reparações quanto a instruções.
• Não movimente o veículo enquanto estiver levantado.
• Seja cauteloso ao executar a remoção e a substituição de peças pesadas uma vez que o
centro de gravidade do veículo poderá ser alterado.
• Não levante o veículo com as portas abertas.
• Se for necessário interromper a operação por algum tempo, abaixe o veículo.
Macaco
A - Macaco
Use pressão hidráulica para levantar uma extremidade do veículo. Acionar o cabo aumenta
a pressão de óleo e faz levantar o braço. Alguns modelos usam pressão de ar para aumentar
a pressão de óleo. Existem vários modelos disponíveis com diferentes capacidades de
levantamento (medido em toneladas).
B - Suporte rígido
Apóia o veículo que está levantado por um macaco. A altura pode ser ajustada através de
alteração de posição do pino.
1. Cabo de desacoplamento
2. Cabo
3. Braço
4. Placa
5. Rolete
6. Rodízio
7. Botão de levantamento (pneumático)
8. mangueira de ar (pneumático)
9. Pino
10. Furo de posicionamento
Instruções
1. Preparação
(1) Verifique os pontos de levantamento do veículo e os pontos de apoio dos suportes
rígidos despecificados no manual de reparações antes de levantar.
(2) Certifique-se de que os suportes fixos estejam posicionados na mesma altura.
Posicione-os próximos do veículo.
(3) Instale calços de roda na frente dos pneus dianteiros esquerdo e direito (se o veículo
for levantado por trás).
2. Levantamento
(1) Fixe firmemente o cabo de desacoplamento.
(2) Coloque o macaco de oficina (jacaré) na posição especificada e levante o veículo,
estando atento ao sentido em que está voltado.
NOTA:
• Normalmente o macaco é instalado na extremidade traseira do veículo. Entretanto isto
pode ser alterado conforme o modelo.
• Use um adaptador de maçado para veículos 4WD com diferencial descentralizado.
• Não instale o macaco no eixo da viga de torção para levantar.
CUIDADO!
• Trabalhe sempre em superfície plana e com toda a bagagem removida do veículo.
• Use sempre suporte do macaco para levantar. Não permaneça sob o veículo enquanto o
suporte rígido não estiver montado.
• Não use vários macacos de oficina ao mesmo tempo.
• Não levante o veículo que ultrapassar o limite permitido de carga do macaco.
• Veículos com suspensão a ar exigem manuseio especial devido à sua construção.
CUIDADO!
Não permaneça sob o veículo durante o levantamento ou a remoção do suporte rígido.
4. Abaixamento
(1) Posicione o macaco de oficina (jacaré) na posição especificada e levante o veículo
estando atento à direção do veículo.
(2) Remova o suporte rígido.
(3) Lentamente solte o cabo de desacoplamento e abaixe o braço lentamente.
(4) Após as rodas estarem apoiadas no chão, instale calços de roda.
NOTA:
Normalmente o veículo é abaixado pela extremidade dianteira, mas poderá ser usada outra
técnica conforme o modelo.
CUIDADO!
• Antes de levantar ou abaixar um veículo, faça inspeções de segurança e avise as outras
pessoas que a operação está prestes a ser iniciada. Certifique-se de que não haja objeto
algum sob o veículo antes de abaixá-lo.
• Solte lentamente o cabo de desacoplamento e abaixe o braço lentamente.
• Quando o macaco de oficina não estiver sendo usado, abaixe o braço e mantenha o cabo
levantado.
REFERÊNCIAS
CORRON, W. H. Manual Global de Ecologia: O que Você Pode Fazer a Respeito da Crise
do Meio Ambiente. Traduzido por Alexandre Gomes Camaru. São Paulo. Editora Augustus.
1993.
FIAT. Tutela Lubrificantes: história, informações, técnicas e produtos. Oficina FIAT nº 2, vol.
II, ano 2. 1987.