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Quando se trata dos cânticos de Domingo, as igrejas têm mais opções do que
jamais tiveram. Do hinário, passando pela Hillsong, até as composições locais,
pastores e líderes de louvor têm milhares de músicas para escolher. Um bom
problema para se ter.
Mas ainda é um problema. Nenhum líder de música pode evitar. Nenhuma igreja
pode cantar todos os ótimos hinos e todas as mais novas e melhores canções das
rádios. Nenhum músico consegue ser excelente em todos os estilos musicais que
existem. Nenhum líder pode agradar todas as pessoas o tempo todo.
Eu não posso responder todas essas perguntas. Mas há alguns princípios gerais que
podemos usar para tomar decisões sábias sobre a música de nossa igreja. Deixe-
me sugerir alguns princípios para a música congregacional.
Há coisas mais importantes que o tipo de música que cantamos. A música não deve
ser a cola que nos mantém unidos – a cruz, a glória de Jesus Cristo, a majestade
de Deus e o amor é que devem ser. Mas mesmo igrejas centradas no evangelho
têm discordâncias sobre música. Então o amor é indispensável quando cantamos e
quando tentamos discernir o que é melhor cantar.
João Calvino:
Antes de sermos rápidos em julgar as músicas ruins de que outros Cristãos gostam,
lembremos do relato de C.S. Lewis. Preste atenção em um dos mais famosos
convertidos aos Cristianismo do século falando sobre sua primeira impressão da
música da igreja:
Não gostei muito dos hinos deles, que considerei poema de quinta
categoria em música de sexta. Mas com o tempo, vi seu grande mérito.
Eu fui confrontado com pessoas de visões e educações diferentes, e
gradualmente meu conceito começou a se desfazer. Eu percebi que os
hinos (que eram apenas música de sexta categoria) estavam, no
entanto, sendo cantados com devoção e benevolência por um santo
idoso calçado em botas simples no banco oposto, então você
compreende que não é digno de limpar essas botas. Isso faz você se
libertar dessa presunção. (God in Dock, 62)
Deus é o único que devemos querer impressionar, o único a quem mais devemos
querer honrar. Nosso primeiro objetivo não deve ser conquistar a cultura ou apelar
para o não regenerado. Adoração é para o Único Digno.
É uma ordem? Uma ordem que não cumprimos ainda? Há ainda novas músicas a
serem cantadas a Deus. E se a Igreja tivesse parado de cantar cânticos novos no
século XV? Não teríamos “Castelo Forte é Nosso Deus”. E se os cristãos tivessem
parado no século XVI? Sem Charles Wesley. Nem Isaac Watts. E se a Igreja tivesse
parado uma geração atrás? Ninguém cantaria “In Christ Alone” no domingo. Uma
pena.
Uma ligação com a história. Nosso povo, sem mencionar o mundo, precisa
saber que o Cristianismo não é uma invenção inédita.Cantamos juntos
com dois milênios de crentes.
Diversidade. Garanto que aquelas igrejas que cantam hinos estão sendo
expostas a uma variedade mais vasta de músicas cristãs que aquelas que
são exclusivamente contemporâneas. O hinário tem 20 séculos de estilos:
cânticos, canções populares e étnicas, cantigas, salmos, baladas galesas,
melodias britânicas, hinos alemães, música gospel (negra ou branca) e
dúzias de outros estilos musicais.
Excelência. Sim, há alguns verdadeiras sucatas na maioria dos hinários. Mas
no geral, as músicas ruins foram descartadas. Se estamos ainda
cantando uma música 500 anos depois, ela provavelmente tem uma letra
forte, boa poesia e uma tonalidade cantável
Todos os conselhos de Deus. Hinos dão a você um amplo leque de temas e
categorias bíblicas. A música contemporânea está melhorando esse
quesito, mas o hinário é ainda o melhor lugar para encontrar uma música
de adoração e exaltação a Cristo ou uma canção de iluminação ou uma
lamentação ou um hino de comunhão. Parabéns a Keith e Kristyn
Getty e Sovereign Grace por tentar preencher esse tipo de lacuna.
5. Cante os Salmos
Não estou convencido pelos argumentos em favor da salmodia exclusiva. Mas em
95% das igrejas o problema não é que estamos mantendo distância dos bons “não-
Salmos”. É estranho, embora nos seja ordenado que cantemos os Salmos e embora
salmos tenham sido o centro dos cânticos nas Igrejas durante séculos, ainda
ignoramos um trecho imenso no meio de nossas Bíblias (emprestando uma frase de
Terry Johnson). Em uma observação mais alegre, fico feliz por estarmos
começando a ver alguns músicos contemporâneos voltando atenção aos salmos.
Não estou, nem de perto, sugerindo elitismo. Uma melodia tem de ser
relativamente simples para que centenas ou milhares de pessoas cantem ao
mesmo tempo. Mas podemos ainda persistir em não nos distrairmos pela falta de
excelência (para usar a frase de John Piper). Queremos que a cruz seja a pedra de
tropeço, não nossa musicalidade pobre ou o Power Point cheio de erros.
Enquanto acredito que uma grande variedade de estilos pode ser usada na
adoração, não sou um relativista musical. Algumas músicas são melhores que
outras. Alguns estilos funcionam melhor que outros. E quando se trata de letra,
evitamos deslizes óbvios como usar tu e você na mesma música ou acumular
clichês banais. Ouvi uma canção no rádio há algumas semanas cujo refrão tinha
algo sobre uma rosa perfumada no início da primavera e uma águia voando alto a
estender suas asas. Se sua igreja canta isso no domingo, ame seu líder de louvor
do mesmo jeito. Mas se você é o líder de louvor escolhendo essa música, tente
algo com um pouco mais de arte, algo que não soe como vindo de uma página
aleatória do seu calendário inspirativo de bolso.
Todos são responsáveis por cantar. A jovem com suas mãos erguidas e o idoso
cantando o baixo. O que as pessoas querem ver na sua adoração é aquilo que você
quer dizer. E não importa quão relaxada ou reverente sua adoração é, se ninguém
está cantando, é ruim.
Toda igreja terá um núcleo musical. Você não deve reinventá-lo toda semana. Mas
você também não deve ser escravo disso. Precisamos ser forçados de vez em
quando, não apenas com uma música nova, mas com um novo tipo de música –
algo da igreja afro-americana ou algo da África ou América Latina. É bom ser
lembrado que pertencemos a uma igreja antiga e global.
A música deve sustentar o tema da canção. Letras diferentes têm climas diferentes.
A letra de “Castelo Forte” não funcionariam bem na melodia de “Children of the
Heavenly Father”. A alegre canção “Do Lord” não consegue capturar o sentimento
das palavras finais do ladrão à beira da morte. Por outro lado, é difícil não amar a
música de Keith e Kristyn Getty “See What a Morning”, em que a música triunfante
e de celebração combina perfeitamente com a letra sobre a ressurreição.
O estilo musical não é neutro, mas é flexível. A música transmite algo. Algumas
melodias são doces demais ou demasiado estridentes ou muito românticas. Sempre
achei que “Este é meu respirar” soava sensual demais. E também não estou muito
certo sobre o que essa música quer dizer. Mas estilos não são categorias rígidas.
Não há uma linha definida entre contemporâneo e tradicional, clássico e popular ou
alta e baixa culturas. Não temos que fazer regras absolutas sobre estilo musical,
mas precisamos ser inteligentes.
Deixe-me dar uma palavra sobre órgãos. Nenhuma igreja deve lutar por eles até a
morte. Mas se a sua igreja já tem um órgão, meu conselho é que continue usando.
Órgãos eram originalmente associados ao paganismo. Então não há nada
inerentemente espiritual nele. Quando foram introduzidos na igreja, os cristãos
sabiam tanto sobre órgãos quanto os adolescente de hoje sabem. Eles foram
introduzidos na adoração por causa da capacidade desse instrumento. Como Harold
Best argumenta no seu fantástico livroUnceasing Worship (Louvor incessante), não
há no Ocidente instrumento mais adequado para sustentar o canto congregacional
(p.73). O órgão preenche os vazios, proporciona um som grave e encoraja a igreja
a cantar mais alto e mais livre. Se você não tem um órgão, pode ser caro adquirir
um. Não vamos estabelecer uma regra. Mas se o órgão é uma opção pra você, não
a descarte.
O problema é com as músicas que nunca passam de como estou me sentindo para
o que Ele fez para que eu me sinta desta forma.
Fonte: http://www.iprodigo.com