Você está na página 1de 12

Este breve estudo é focado no Decreto nº 10.

024 de 20 de setembro de 2019, que é a Lei do Pregão Eletrônico no


âmbito Federal, o estudo é importante o respectivo Decreto enuncia o rol taxativo no que diz respeito as definições de
bens e serviços comuns e especiais, estudo técnico preliminar, lances intermediários, obra, serviço e serviço comum
de engenharia, Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores, sistema de dispensa eletrônica, dentro outros,
mas ele altera outras legislações anteriores por isto é importante saber os pontos principais que mudaram. Assim desta
forma, este estudo tenta contribuir, inclusive para aqueles que já detém familiaridade com os decretos que deixaram de
vigorar, e também já conhecem conceitos sobre licitações, para que se atualizem aos novos trazidos pela nova regra.
 
1. METODOLOGIA ADOTADA PARA O ESTUDO
Como metodologia, se optou para a pesquisa do tipo exploratória a legislação, comparando com a legislação vigente
no país, e que se aplica conjuntamente com este novo Decreto, a busca e coleta de dados das fontes bibliográficas
esta disponíveis em meios físicos e na rede de computadores, ao final como conclusão antecipada se espera dar uma
luz e maior segurança de quem ira trabalhar e precisa conhecer a nova lei, abrindo assim possibilidades para uma
preparo e discussão mais ampla sobre seus principais pontos de mudança.

2. INTRODUÇÃO
Exatamente o dia 23 de setembro de 2019, temos a publicação no Diário Oficial, o novo Decreto do Pregão Eletrônico
(PE) - Decreto nº 10.024, de 20 de setembro de 2019, que entra em vigor em 28 de outubro de 2019, pela regra de
transição do Art. 61.
Assim todos os editais publicados até 28 de outubro de 2019, podem seguir utilizando, a legislação anterior (Decreto nº
5.450, de 2005), somente pós esta data todos devem estar adequados ao novo Decreto.
A nova lei vem atender a simplificação, documental e da linguagem para melhor compreensão de toda a sociedade
civil, vem para fomentar a desburocratização, ela exige que se evite emprego de expressões que podem conferir duplo
sentido ao texto no edital, tem objetivo de dar celeridade e prevenção à fraude.

3. AS INOVAÇÕES TRAZIDAS PELO NOVO DECRETO

3.1 NOVIDADE – CRIAÇÃO DA DISPENSA ELETRÔNICA


Dentre uma das mudanças esta, na lei, esta relacionada com a “dispensa eletrônica”, que na prática existia no portal de
compras outra modalidade, assim ela esta apenas substituindo a anterior do governo federal, dentro dos padrões legais
existentes previstos na Lei geral de licitações, para os chamados dispensa de licitação em razão do valor (Art. 24, da
Lei nº 8.666/1993), a antiga era regida dentro da Portaria 306/2001, do ministério do Planejamento, era chamada de
“Cotação Eletrônica de preços”, que apesar de não constar obrigatoriedade na portaria, era adotava a modalidade para
dar maior transparência.
Agora o Decreto da Nova Lei de Pregão cria no Artigo 01º e regulamenta esta modalidade de fato no âmbito jurídico.

3.2 MODALIDADE OBRIGATÓRIA


Vimos que estas já eram modalidades mais utilizadas pela Administração Pública, porém passam ser obrigatório, o
Decreto 5.504/2005 não obrigava apenas trazia o texto legal o termo “preferencialmente”, agora a Dispensa eletrônica
e o Pregão Eletrônico, são obrigatórios para os órgãos da administração pública federal direta, autarquias, fundações e
fundos especiais, também é a outros entes que utilizam recursos federais, salvo dispositivos legais já previstos.
A aquisição de bens e a contratação de serviços comuns, incluídos os serviços comuns de engenharia, serão
obrigatoriamente feita por Pregão Eletrônico ou dispensa. Isso vale para a Administração Pública Federal direta e
indireta ou quando Estados, DF e Municípios utilizarem ou houver recursos da União.
Apontando uma mudança no texto anterior o Artigo 6º do Decreto 5.450, dispensava todo serviço de engenharia, logo
com esta nova legislação foi incluída o termo engenharia comuns, logo por definição os não enquadrados na
engenharia especiais terão que ser licitados e obedecerá esta nova lei.
Segundo a Lei ainda Empresas públicas e sociedades de economia mista podem aderir ao Decreto, mas não estão
obrigadas, vale lembrar que muitas destas devem seguir seus regulamentos conforme dentro da lei de pregões (Lei
13.303/2016 – Lei das Estatais, Art. 40), e assim como no processo do Regime Diferenciado de Contratações (RDC –
Lei 12.462/2011).
Nesta regra existe a desobrigação do Pregão Eletrônico e da Dispensa, somente para casos excepcionais, que
inviabilizariam sua realização ou comprovação de desvantagem para administração conforme o Artigo 1º § 4º
[...] § 4º Será admitida, excepcionalmente, mediante prévia justificativa da autoridade competente, a utilização da forma
de pregão presencial nas licitações de que trata o caput ou a não adoção do sistema de dispensa eletrônica, desde
que fique comprovada a inviabilidade técnica ou a desvantagem para a administração na realização da forma
eletrônica. [...] (Decreto nº 10.024/2019)
Como se pode depreender do Artigo 1º da Lei até mesmo o pregão presencial não deve ser adotado, somente quando
justificado e nos casos excepcionais, então deixa de ser regra sua utilização e passa o Pregão Presencial ser exceção.
Outra observação quanto à desobrigação, no qual ficam de fora contratações de obras, locações imobiliárias e
alienações em geral e bens e serviços especiais, inclusive os serviços especiais de engenharia, previstos pelo Artigo
1º e 4º do Decreto:
[...]”Artigo 1º § 3º ...., a utilização da modalidade de pregão, na forma eletrônica, ou da dispensa eletrônica será
obrigatória, exceto nos casos em que a lei ou a regulamentação específica que dispuser sobre a modalidade de
transferência discipline de forma diversa as contratações com os recursos do repasse.”
Artigo 4º Art. 4º O pregão, na forma eletrônica, não se aplica a: I - contratações de obras; II - locações imobiliárias e
alienações; e III - bens e serviços especiais, incluídos os serviços de engenharia enquadrados no disposto no inciso III
do caput do art. 3º [...] (Decreto nº 10.024/2019)

3.3 FORMA DE REALIZAÇÃO


Conforme o Artigo 5º do Pregão Eletrônico (PE), passa ser obrigatória a utilização do Sistema de Compras do Governo
Federal – Comprasnet, para realização das licitações.
Podem ser usados outros desde que sistema seja integrado e compatível com a plataforma das modalidades de
transferência voluntárias:
[...] Art. 5º § 2º Na hipótese de que trata o § 3º do art. 1º, além do disposto no caput, poderão ser utilizados sistemas
próprios ou outros sistemas disponíveis no mercado, desde que estejam integrados à plataforma de operacionalização
das modalidades de transferências voluntárias. [...](Decreto nº 10.024/2019)

3.4 DEFINIÇÃO OBRAS – SERVIÇOS DE ENGENHARIA COMUM


Como visto a lei traz esta nova regra, uma oportunidade e uma inovação a lei, logo o Artigo 3º VI, traz uma definição
para estes serviços que agora vão ocorrer de forma eletrônica, assim como define obra:
[...] VI - obra - construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação de bem imóvel, realizada por execução
direta ou indireta; [...] (Decreto nº 10.024/2019)
No mesmo Artigo tem uma definição sobre serviço e serviço de engenharia VII e VIII:
[...]VII - serviço - atividade ou conjunto de atividades destinadas a obter determinada utilidade, intelectual ou material,
de interesse da administração pública;
VIII - serviço comum de engenharia - atividade ou conjunto de atividades que necessitam da participação e do
acompanhamento de profissional engenheiro habilitado, nos termos do disposto na Lei nº 5.194, de 24 de dezembro de
1966, e cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pela administração pública,
mediante especificações usuais de mercado;[ ...] (Decreto nº 10.024/2019)

3.5 ESTUDO TÉCNICO PRELIMINAR (ETP)


Muito importante destacar que o Projeto lei básico previa sua obrigatoriedade, e o texto foi retirado no qual passou com
nova redação e é a que esta constando na lei como não previu a obrigatoriedade do estudo técnico preliminar em todos
os certames realizados na modalidade pregão. O inc. I do art. 8º indica que este será apenas quando necessário.
[...] Art. 8º O processo relativo ao pregão, na forma eletrônica, será instruído com os seguintes documentos, no
mínimo:
I - estudo técnico preliminar, quando necessário;[...]grifos nosso (Decreto nº 10.024/2019)
Portanto mesmo sendo mais uma inovação, não é obrigatório diretamente, assim onde ele se aplica, traz pela nova lei,
que este estudo técnico preliminar (ETP), venha como uma peça para compor a instrução dos processos de
contratação, antes da elaboração do Termo de Referência, ou seja o estudo (ETP) é o instrumento de planejamento,
logo constitui a primeira fase do processo de contratação e vai servir para a base do Termo de Referência, que só será
elaborado se for constatado que a contratação é viável.
[...] IV - estudo técnico preliminar - documento constitutivo da primeira etapa do planejamento de uma contratação, que
caracteriza o interesse público envolvido e a melhor solução ao problema a ser resolvido e que, na hipótese de
conclusão pela viabilidade da contratação, fundamenta o termo de referência; [...](Decreto nº 10.024/2019)
Esta previsto agora, esta apenas atendendo jurisprudências do TCU, passando a atingir todo o pregão, ele vai além do
que já estava previsto na Instrução Normativa MP/SLTI nº 4/2014 para contratação de soluções de Tecnologia da
Informação; e na IN nº 05/2017 em relação a serviços sob o regime de execução indireta.

3.6 DIVULGAÇÃO – SOBRE A PUBLICAÇÃO DE JORNAL DE GRANDE CIRCULAÇÃO.


O decreto segue o principio da tendência da modernidade adotada em outras normas legais que entraram em vigor
durante o ano, assim os atos de publicação, seguem uma novidade trazida pela lei, já que ela suprimiu a exigência de
que a convocação dos interessados seja realizada através de divulgação em jornal de grande circulação local, regional
ou nacional, previstas antes nos Artigo 17 do Decreto 5450.
Passando com nova redação apenas, a convocação dos interessados por meio de publicação de aviso de edital
no Diário Oficial da União e no sítio oficial do órgão ou entidade promotora da licitação, e na internet (Artigo 20).
E nas hipóteses de transferências voluntárias da União por intermédio dos instrumentos previstos em lei aos demais
entes federados, a publicação ocorre no Diário Oficial do respectivo local: Estado, Município ou Distrito Federal.

3.7 IMPUGNAÇÃO E ESCLARECIMENTO – MUDANÇA DO PRAZO


A novidade, ou melhor, a mudança é referente ao prazo de impugnação que ocorria em até dois dias, passa a ser
agora obrigatoriamente ser feita em 03 (três) dias úteis anteriores à data fixada para abertura da sessão pública, por
meio eletrônico, agora esta igual ao prazo do pedido de esclarecimentos, o que requer maior cuidado dos participantes
neste ponto, o que requer uma leitura bem antecipada do edital e detalhada.
Da mesma forma a nova regra agora define o prazo fixo de 02 (dois) dias úteis, para responder uma impugnação,
contado da data de recebimento da impugnação, anteriormente o prazo era vinte e quatro horas.
Anteriormente não era fixado prazo para o esclarecimento, na nova regra é definidos 02 (dois) dias, vinculada a
resposta, assim disponível a todos os licitantes sobre, bem como a entidade promotora.
Agora devido a mudança da regra da impugnação foi estabelecido na lei, e cabe destacar que o efeito suspensivo,
quanto a uma impugnação não tem efeito é automático à licitação, o Artigo 24 estabelece para o efeito de suspensão
apenas em duas hipóteses, uma em caráter excepcional e motivado pelo pregoeiro ou na segunda se acolhido à
impugnação.
[...] § 1º A impugnação não possui efeito suspensivo e caberá ao pregoeiro, auxiliado pelos responsáveis pela
elaboração do edital e dos anexos, decidir sobre a impugnação no prazo de dois dias úteis, contado do data de
recebimento da impugnação.
§ 2º A concessão de efeito suspensivo à impugnação é medida excepcional e deverá ser motivada pelo pregoeiro, nos
autos do processo de licitação.
§ 3º Acolhida a impugnação contra o edital, será definida e publicada nova data para realização do certame. [...]

3.8 O PRINCIPIO DA SUSTENTABILIDADE FOI ESTABELECIDO


O desenvolvimento sustentável ganhou papel no Decreto, passando agora nortear parte dos princípios norteadores do
procedimento, pode se verificar que aqueles já previstos no art. 3º da Lei de Licitações lei 8666/93, assim como já eram
previsto no decreto anterior, se acrescentou este novo principio, assim trazendo sua diferentes dimensões, segundo
disposto no § 1º do art. 2º do Decreto nº 10.024/2019:
[...] § 1º O princípio do desenvolvimento sustentável será observado nas etapas do processo de contratação, em suas
dimensões econômica, social, ambiental e cultural, no mínimo, com base nos planos de gestão de logística sustentável
dos órgãos e das entidades.
§ 2º As normas disciplinadoras da licitação serão interpretadas em favor da ampliação da disputa entre os
interessados, resguardados o interesse da administração, o princípio da isonomia, a finalidade e a segurança da
contratação.[...] (Decreto nº 10.024/2019)
Podemos verificar que a nova norma destaca quatro dimensões da sustentabilidade. Além do tradicional tripé
econômico, social, ambiental, ela agora fala também da dimensão cultural.
Vem na previsão legal da sustentabilidade, e esta seja avaliada em todas as etapas do processo, logo tem que estar
integrada ao planejamento como um todo, inclusive o Artigo 7º, prevê no julgamento das propostas a questão logística,
que apesar de ser uma novidade no julgamento, já faz parte do planejamento estratégico da administração, prova disto
temos o Plano de Gestão de Logística Sustentável (PLS), que foram criados pelo Art. 16, do Decreto nº 7.746, de 05 de
junho de 2012.
Portanto agora a sustentabilidade faz parte de todas as etapas do processo de compra e contratação.

3.9 OS PREÇOS MÁXIMOS ACEITÁVEIS


É uma alteração, do Artigo 15 desta lei que seque apenas a tendência da legislação, já adotada no RDC, e
anteriormente na cotação eletrônica, ocorre que com esta nova lei se o edital não estiver trazendo tal valor não é
motivo para impugnação, pois possuirá caráter sigiloso, assim os valores serão revelados e será tornado público
apenas e imediatamente após o encerramento do envio de lances, para tanto o sigilo dos preços deve ser fundado,
para não violarem o principio da lei de transparência e lei de acesso (Lei 12.527/2011 e Decreto 7724/2012
respectivamente).

3.10 CAPACITAÇÃO E TREINAMENTO


O Decreto também prevê a realização de capacitação e treinamento para a formação de Pregoeiros, membros das
equipes de apoio e demais servidores que atuem nas licitações e contratos, busca a legislação incentivar o processo
de capacitação profissional dos servidores envolvidos, o que já era muito debatido e defendido nos tribunais e a
jurisprudência do Tribunal de Contas da União (TCU), aqui se inclui, a sustentabilidade com valores ambientais aos
programas internos de capacitação, podemos citar o Acórdão nº 4.529/2012-1ª Câmara ou o Acórdão nº 8.058/2012 da
2ª Câmara que orientavam para a mobilização e motivação de servidores.

3.11 MUDANÇA IMPORTANTE - ENVIO ANTECIPADO DE DOCUMENTOS


Como muitas das inovações trazidas esta vale destacar, e para muitos considerada a mais importante, estando
previsto nos Artigos 25 e 26 da lei, ela tem de grande relevância.
Agora esta previsto que antes da abertura deve ser postado os documentos de habilitação exigidos no edital de
forma obrigatória, e exclusivamente por meio eletrônico via sistema, junto com a proposta com a descrição do objeto
ofertado e o preço, podendo ser postado ao longo do prazo até a data e horários estabelecidos para abertura da
sessão pública, no Artigo 25 coloca que este prazo não poderá ser, inferior a 08 (oito) dias úteis contatos da data de
publicação do aviso do edital, logo o que se muda agora é a obrigatoriedade valida para todos que participarem.
Atualmente só quem era convocado, pelo licitante que era considerado melhor proposta após lances, os documentos
anexos serão mantidos em sigilo Artigo 26 § 8.
A celeridade é algo a se destacar nesta inovação legal, já que ela altera o rito, porque ao passo que diante de uma
possível desclassificação ou inabilitação de um licitante, a do subsequente já esta disponível imediatamente, o que não
ocorria antes e assim o pregão atualmente tinha diversas interrupções e convocações.
Mas o foco desta nova regra é um fundamento, no qual administração pública e proponente que eram prejudicados,
assim pediam mecanismos para evitar estas fraudes em licitações, já que a lei agora auxilia no combate ao
denominado “coelho”, conceito este denominado ao licitante que termina a fase de lances em primeiro lugar e, antes de
enviar sua documentação ajusta em conluio com o segundo colocado a sua “desistência”, assim enviava
documentação incompleta provocando sua inabilitação ou desclassificação, o envio.

3.12 MODO DE DISPUTA – DIFERENTES TIPOS


Nota-se que temos várias inovações trazidas, e agora temos esta novidade trazida pela lei, que terá grande impacto na
forma de se realizar os pregões. Agora será foi alterado a sistemática dos lances, e poderá ter dois modos de disputa
distintos, sendo este uma escolha da Administração, e posta no instrumento convocatório, o Artigo 31, i) pelo modo de
disputa aberto; ou ii) pelo modo aberto e fechado.
[...] Art. 31. Serão adotados para o envio de lances no pregão eletrônico os seguintes modos de disputa:
I – aberto – os licitantes apresentarão lances públicos e sucessivos, com prorrogações, confor-me o critério de
julgamento adotado no edital; ou
II – aberto e fechado – os licitantes apresentarão lances públicos e sucessivos, com lance final e fechado, conforme o
critério de julgamento adotado no edital.
Parágrafo único. No modo de disputa aberto, o edital preverá intervalo mínimo de diferença de valores ou de
percentuais entre os lances, que incidirá tanto em relação aos lances intermediários quanto em relação ao lance que
cobrir a melhor oferta.[...] (Decreto nº 10.024/2019)

3.12.1 Modo de Disputa Aberto Artigo 32.


Basicamente é semelhante ao que já existia anteriormente, sua alteração é justamente no fechamento da fase
competitiva, o encerramento aleatório é extinto nesta nova regra, no seu lugar entra a prorrogação automática de
lances, que funciona da seguinte maneira:
a) Prorrogação automática: após a abertura do item colocado em disputa, a fase de lances terá duração de dez
minutos. Após esse período, o sistema encerrará a competição caso seja nenhum lance seja apresentado dentro do
intervalo de 2 (dois) minutos. Resumindo após os dez minutos, inicia-se uma contagem regressiva de 2 minutos que
será reiniciada a cada lance ofertado. Não havendo qualquer nova oferta durante esse intervalo, o sistema encerrará
automaticamente a etapa de lances.
[...] Art. 32. No modo de disputa aberto, de que trata o inciso I do caput do art. 31, a etapa de envio de lances na
sessão pública durará dez minutos e, após isso, será prorrogada automaticamente pelo sistema quando houver lance
ofertado nos últimos dois minutos do período de duração da sessão pública.
§1º A prorrogação automática da etapa de envio de lances, de que trata o caput, será de dois minutos e ocorrerá
sucessivamente sempre que houver lances enviados nesse período de prorrogação, inclusive quando se tratar de
lances intermediários.
§2º Na hipótese de não haver novos lances na forma estabelecida no caput e no §1º , a sessão pública será encerrada
automaticamente.
§3º Encerrada a sessão pública sem prorrogação automática pelo sistema, nos termos do disposto no §1º, o pregoeiro
poderá, assessorado pela equipe de apoio, admitir o reinício da etapa de envio de lances, em prol da consecução do
melhor preço disposto no parágrafo único do art. 7º , mediante justificativa.[...] (Decreto nº 10.024/2019)
Resumidamente o modo aberto os participantes apresentarão lances abertos, ou seja, públicos e sucessivos, com
prorrogações, conforme os critérios do edital, e, no modo aberto e fechado os licitantes apresentarão lances públicos
(abertos) sucessivos, com lance final e fechado (sigiloso), nos termos dos critérios de julgamento exigidos no
instrumento convocatório.

3.12.2 Modo de Disputa Aberto e fechado Artigo 33.


Como foi eliminado o encerramento aleatório, este modo terá duração de lances em 15 (quinze) minutos, e ao final
deste prazo entrará em fechamento iminente por um período de 10 (dez) minutos, e será aleatoriamente determinado.
E neste ponto a inovação já que acabou com o encerramento aleatório que era tão criticado, e por muitos considerados
injusto, agora após o final do tempo normal de lances e do iminente, a proposta do licitante que ofertou o melhor lance
e mais outros proponentes que ofertaram lances de no máximo, até 10% (dez por cento) superiores a sua proposta e
no máximo de três, vão formando assim o grupo de licitantes que terá oportunidade de oferecer uma proposta final
fechada dentro do prazo de 5 (cinco) minutos, que será sigilosa até o término desse período.
Aqui se evita assim mais uma vez a combinação ou fraude, já que terão direito um lance/proposta final, e com o fim da
argumentação dos participantes do antigo sistema, no qual afirmavam que poderiam reduzir e vencer, mas o tempo
aleatório os impediu, agora assim o lance que será dado não vai se basear no ultimo lance do outro, já que seu lance
ser, como prevê a lei terá sigilo.
Temos ainda que se no critério de 10% não tem número mínimo de três participantes é convocado os subsequente
pela ordem de classificação, até completar o numero exigido, também esta previsto que se durante esta etapa não for
dado lance final e fechado, haverá o reinicio da etapa fechada para que os demais participantes possam ofertar lance,
sempre no máximo três, o que pode ocorrer também na hipótese de que os licitantes classificados sejam inabilitados,
poderá o pregoeiro reaver inicio desta etapa.
[...] Art. 33. No modo de disputa aberto e fechado, de que trata o inciso II do caput do art. 31, a etapa de envio de
lances da sessão pública terá duração de quinze minutos.
§1º Encerrado o prazo previsto no caput, o sistema encaminhará o aviso de fechamento iminente dos lances e,
transcorrido o período de até dez minutos, aleatoriamente determinado, a recepção de lances será automaticamente
encerrada.
§2º Encerrado o prazo de que trata o § 1º, o sistema abrirá a oportunidade para que o autor da oferta de valor mais
baixo e os autores das ofertas com valores até dez por cento superiores àquela possam ofertar um lance final e
fechado em até cinco minutos, que será sigiloso até o encerramento deste prazo.
§3º Na ausência de, no mínimo, três ofertas nas condições de que trata o § 2º, os autores dos melhores lances
subsequentes, na ordem de classificação, até o máximo de três, poderão oferecer um lance final e fechado em até
cinco minutos, que será sigiloso até o encerramento do prazo.
§4º Encerrados os prazos estabelecidos nos § 2º e § 3º, o sistema ordenará os lances em ordem crescente de
vantajosidade.
§5º Na ausência de lance final e fechado classificado nos termos dos § 2º e § 3º, haverá o reinício da etapa fechada
para que os demais licitantes, até o máximo de três, na ordem de classificação, possam ofertar um lance final e
fechado em até cinco minutos, que será sigiloso até o encerramento deste prazo, observado, após esta etapa, o
disposto no § 4º.
§6º Na hipótese de não haver licitante classificado na etapa de lance fechado que atenda às exigências para
habilitação, o pregoeiro poderá, auxiliado pela equipe de apoio, mediante justificativa, admitir o reinício da etapa
fechada, nos termos do disposto no § 5º.[...] (Decreto nº 10.024/2019)

3.13 SORTEIO COMO CRITÉRIO DE DESEMPATE


A intenção é apresentar todas as novidades e esta é mais uma acabando o critério anterior que o sistema aplicava a
ordem de classificação pela ordem de postagem no sistema, assim ele, por exemplo, antes as propostas inicialmente
registradas já se encontravam empatadas, ou no menor valor possível, e nenhum lance era ofertado o sistema
considerava vencedora a proposta cadastrada em primeiro lugar, agora a Lei define no art. 37 que, na persistência de
empate diante dos critérios contidos no art. 36, a proposta vencedora será sorteada pelo sistema eletrônico dentre as
propostas empatadas.
3.14 MENOR PREÇO OU MENOR DESCONTO
Aqui temos um avanço na norma, ao analisarmos o termo “menor desconto” este não é contemplado na lei nº 8.666/93
(Lei de Licitações e Contratos), já que ela não menciona expressamente essa forma de selecionar a proposta mais
vantajosa, por esta razão muito se debateu sobre esta modalidade, e assim o TCU admitia a legalidade do critério de
maior desconto, cabendo à Administração apenas justificar tecnicamente sua utilização, temos ainda que para
Administração Federal este critério era adotado apenas na modalidade do art. 9º, §1º, do Decreto nº 7.892/2013
(Sistema de Registro de Preços – SRP), que estipula a possibilidade de o edital pela oferta de desconto; juntamente
com a Instrução Normativa nº 07, de 24 de agosto de 2012, da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação
(SLTI), do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).
Então podemos colocar este dado como uma inovação, já que ele fica mais abrangente agora, já que traz esta
possibilidade ao pregão eletrônico e a dispensa eletrônica, conforme o decreto, portanto o Artigo 7º mantem o critério
menor preço do decreto anterior e acrescenta nova opção, e assim vai valer aquela que for indicada no edital.
Agora para ser considerado menor preço deverão ser fixados critérios objetivos para a definição, ou seja, para chegar
ao menor preço o proponente e edital deve prever seu preço levando em conta:
• Prazos para a execução do contrato e do fornecimento
• Especificações técnicas
• Parâmetros mínimos de desempenho e de qualidade
• Plano de gestão de logística sustentável
• Condições do edital.

3.15 PARTICIPAÇÃO DE EMPRESAS ESTRANGEIRAS


Aqui a lei é aplicada no sentido da simplificação, uma vez que quando edital permite a participação, agora esta explicito
que nesta hipótese o participante não é obrigado a apresentar tradução juramentada e sim tradução simples, a
obrigação da tradução juramentada ocorre caso este venha seja vencedor e somente para fins da assinatura do
contrato, que terá que apresentar documentos de habilitação conforme edital, que sejam autenticados pelos
respectivos consulados ou embaixadas e traduzidos por tradutor juramentado no Brasil.
[...] Art. 41. Quando permitida a participação de empresas estrangeiras na licitação, as exigências de habilitação serão
atendidas mediante documentos equivalentes, inicialmente apresentados com tradução livre.
Parágrafo único. Na hipótese de o licitante vencedor ser estrangeiro, para fins de assinatura do contrato ou da ata de
registro de preços, os documentos de que trata o caput serão traduzidos por tradutor juramentado no País e
apostilados nos termos do dispostos no Decreto nº 8.660, de 29 de janeiro de 2016, ou de outro que venha a substituí-
lo, ou consularizados pelos respectivos consulados ou embaixadas.[...] (Decreto nº 10.024/2019)

3.16 PARTICIPAÇÃO DE CONSÓRCIOS DE EMPRESAS


Aqui a lei acaba regulamentando esta modalidade, quando permitida, sendo uma possibilidade para participação desde
que atendidos os requisitos do artigo 42 do Decreto, que passam a obrigatoriedade de comprovação de compromisso
público ou particular de constituição de consórcio, com a indicação da empresa líder, e esta deverá atender as
condições de liderança estipuladas no edital.
• Apresentação da documentação de habilitação especifica no edital por empresa consorciada.
• Comprovação de capacidade técnica do consorciado, pelo somatório dos quantitativos de cada consorciado,
conforme estiver estipulado no edital.
• Demonstrativo da qualificação econômica, exigida e definida no edital, para o consorciado.
• Responsabilidade solidária das empresas consorciadas, na fase de licitação e durante a vigência do contrato.
• Obrigado ter indicação de Liderança nacional no caso desta formação ser de empresa nacional e estrangeira.
• O registro desta constituição será obrigatório antes da celebração do contrato.
Assim, importante informar que a lei veda empresa consorciada, participar na mesma licitação com mais de um
consorcio ou isoladamente.

3.17 SANÇÃO DE IMPEDIMENTO DE LICITAR E CONTRATAR


Aqui a novidade, com relação as penalidades já previstas em outra norma e existentes, são trazidas para norma, e com
a redação trazida do novo decreto torna expressa a previsão de que essas sanções também se aplicam aos
integrantes do cadastro de reserva.
Temos naquele que participa e aceita o cadastro de reserva, e que normalmente é formado para o pregão de registro
de preços (SRP), nesta hipótese, quando forem convocados e não cumprir o compromisso, sem ter justificado ou se
esta tiver sido recusada pela administração.
CONCLUSÃO
Trata-se de um Decreto que apresenta mudanças significativas no pregão eletrônico, das unidades federais, ou com
utilização de fontes da união, este regulamento da mais transparência a disputa, maior celeridade, assim buscando
melhorar colaboração junto a Administração Pública, tornando ela mais eficiente e sustentável, que busca a
simplificação dos processo e tenta combater a fraude no processo, o que de fato tais avanços só poderão ser medidos
e sentidos no decorrer da aplicação e no tempo, vale ressaltar que ela passa a exigir maior clareza nos editais, e já
esta pronta para a adequação da nova lei geral de licitações que deve também ocorrer ainda este ano, esta que
também trará inovações.
A legislação segue os procedimentos internacionais de modernização da Administração publica, para inovar sua forma
de comprar.
“Compras inovadoras significa comprar algo de uma maneira inovadora - ou seja, de uma maneira que não é usual
para a situação em que a aquisição está sendo realizada” (tradução nossa, KAUTSH, 2014). Esta perfeita definição por
Kautsh se aplica a nova modalidade que esta nascendo agora no Brasil.

Decreto 10.024/2019 – Novo Regulamento do Pregão Eletrônico

Acabou de ser publicado o Decreto 10024/2019. Ele regulamenta o pregão em sua forma eletrônica. Além

disso, o Decreto instituiu o procedimento eletrônico de dispensa de licitação.

Aplicação

O novo regulamento se aplica ao âmbito da administração pública federal. Em um primeiro momento, as suas

disposições se aplicam à administração federal direta, às autarquias, às fundações e aos fundos especiais.

Entretanto, as suas disposições também podem ser aplicadas às empresas públicas, às sociedades de economia

mista e às suas subsidiárias.

Assim, podemos dizer que sua aplicação é obrigatória na administração federal direta, autárquica e fundacional;

e facultativa nas empresas públicas, sociedades de economia mista e subsidiárias.

Revogação dos decretos 5.450/2005 e 5.504/2005

O Decreto 5.450/2005 era o antigo  regulamento do pregão na forma eletrônica.

Além disso, também foi revogado o Decreto 5.504/2005. Este último, estabelecia a exigência do pregão,

preferencialmente na forma eletrônica, nas contratações realizadas por entidades diversas da administração

federal, mas que eram custeadas com recursos federais.

A partir de agora, o novo Regulamento explica melhor essa situação, além de tornar a utilização do pregão

eletrônico obrigatória (e não mais preferencial – vamos falar sobre isso adiante).

Obrigatoriedade do pregão na forma eletrônica


Anteriormente, o pregão era obrigatório na administração federal, sendo preferencialmente na forma eletrônica.

Portanto, a antiga exigência era da obrigatoriedade da modalidade (o pregão), mas a forma eletrônica seria

apenas “preferencial”.

A partir de agora, o pregão na forma eletrônica é obrigatório. A adoção da forma presencial somente será

cabível quando houver justificativa da inviabilidade técnica ou da desvantagem para a administração na

realização da forma eletrônica.

Tipos de licitação – Critérios de julgamento

Sabemos que, considerando as disposições da Lei 10.520/2002, o único critério de julgamento do pregão é o de

menor preço.

A partir de agora, entretanto, teremos dois critérios de julgamento. O Regulamento também admite a utilização

do maior desconto.

Portanto, teremos que ficar atentos para a referência da questão. Se realizada com base na Lei 10520, só cabe o

menor preço. Por outro lado, se realizada com base no Decreto 10024/19, cabe tanto o  menor preço como

o maior desconto.

Definição de bens e serviços especiais

Os bens e serviços especiais são aqueles bens e serviços que não são comuns, ou seja, é o contrário dos

bens e serviços comuns. Segundo o Regulamento: bens e serviços especiais são os “bens que, por sua alta

heterogeneidade ou complexidade técnica, não podem ser considerados bens e serviços comuns”.

Consequentemente, não poderão ser licitados por meio do pregão.

Orçamento sigiloso

Existia divergência no TCU sobre a possibilidade ou não de manutenção do orçamento estimado como sigiloso

no âmbito do pregão. A dúvida sobre o tema surge pelo fato de a Lei de Licitações determinar que o orçamento

seja peça integrante do edital da licitação (Lei 8666, art. 40, § 2º, II). Todavia, a mesma exigência  não ocorre no

âmbito da Lei 10520/2002. Com isso, diversos posicionamentos já surgiram sobre o assunto.

Porém, o Novo Regulamento basicamente acaba com essa discussão, pois ele expressamente determina que “ o

valor estimado ou o valor máximo aceitável para a contratação, se não constar expressamente do edital,

possuirá caráter sigiloso e será disponibilizado exclusiva e permanentemente aos órgãos de controle externo e

interno”.
Esse dispositivo basicamente incorpora a redação do Regime Diferenciado de Contratações Públicas e também

consta no projeto da nova lei de licitações que foi aprovado na Câmara dos Deputados.

O propósito é forçar os licitantes a apresentarem as propostas conforme as suas condições e não com base no

orçamento estimado apresentado pela administração.

Publicação eletrônica do aviso do edital

A divulgação do aviso do edital ocorrerá no Diário Oficial da União e no sítio eletrônico oficial  do órgão ou

da entidade promotora da licitação (art. 20). Esse procedimento já havia sido determinado por intermédio da MP

896, que substituiu as publicações em jornal impresso por publicações eletrônicas.

Modos de disputa – aberto e fechado

O sistema aberto é o modelo “tradicional” de pregão, que já estamos acostumados. Porém, o Regulamento

prevê a sistemática de prorrogação automática do tempo para apresentação dos lances. Basicamente, o sistema

“adia” o encerramento da sessão sempre que houver um novo lance nos dois minutos finais para o fechamento

da fase de lances.

Portanto, o sistema só “fecha” a etapa de lances se ninguém ofertar novo lance no prazo de dois

minutos (isso se já tiver passado o prazo mínimo de duração de 10 minutos).

Resumidamente, no sistema aberto, a fase de lances tem a duração mínima de dez minutos e, depois disso, o

sistema encerra a fase de lances de forma automática e nenhum licitante apresentar um novo lance no prazo de

dois minutos. Porém, aqui, todo mundo vê o lance dos concorrentes.

Por outro lado, no sistema “aberto e fechado”, após o encerramento do prazo de duração da proposta, os

licitantes mais bem classificados poderão ofertar um “lance final”. Mas a diferença aqui é que esse lance final é

sigiloso, ou seja, os outros licitantes não saberão a oferta dos demais.

A diferença, portanto, é que no sistema aberto todo mundo vê todos os lances dos concorrentes; já no sistema

aberto e fechado o lance final dos licitantes é “escondido”, só aparecendo quando efetivamente o sistema

encerrar a fase de lances.

O propósito é obrigar os licitantes a ofertarem o preço mais baixo que puderem, independentemente do lance

dos demais. Somente após a conclusão do procedimento é que esses lances finais serão tornados públicos.

Sistema de dispensa eletrônica de licitação


O Novo Regulamento instituiu o sistema de dispensa eletrônica de licitação. Porém, o Decreto, em si, não

explicou como o sistema vai funcionar, apenas determinou que os órgãos e entidades integrantes do sistema de

serviços gerais – Sisg adotarão o sistema de dispensa eletrônica de licitação nas contratações de bens e

serviços comuns, inclusive de engenharia, que sejam de baixo valor (na forma do art. 24, I e II da Lei de

Licitações) ou nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem (Lei 8666, art. 24, III).

Esse sistema já é utilizado em alguns entes da Federação. Por exemplo, o município de São Paulo possui um

sistema informatizado para as contratações por dispensa de baixo valor. Com isso, as cotações de preço são

realizadas pela internet.

O sistema de dispensa eletrônica de licitação será regulamentado por ato da

Secretário de Gestão da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério

da Economia.

Agora é pra valer: foi publicado o novo decreto do pregão, cujos efeitos começam em pouco mais de um mês, período
necessário para adaptações da plataforma de compras do governo federal, bem como realização dos pregões que já
estão em andamento.  

O início oficial está definido para o dia 28 de outubro de 2019. A partir desta data os editais publicados deverão estar
ajustados aos termos do novo decreto. Aqueles que foram publicados anteriormente a este prazo seguirão o antigo
procedimento, regidos pelo Decreto nº 5.450, de 2005.

A principal alteração está associada a etapa de disputa nos lances, mas outras alterações também foram feitas e é
importante que você, licitante, esteja antenado às novas regras. 

Neste artigo, separamos as principais regras que atingirão diretamente a participação nos pregões eletrônicos a partir
do dia 28 de outubro de 2019. 

O PREGÃO ELETRÔNICO TAMBÉM SE APLICA A SERVIÇOS DE ENGENHARIA

Art. 1º 
Verdade seja dita: apesar de não estar expressamente descrito no antigo decreto, tal regra já estava em prática. Já faz
parte do senso comum que o pregão é utilizado para licitar bens e serviços comuns, inclusive serviço de engenharia
comum. 

O assunto sempre foi polêmico, mas há anos está pacificado, portanto, não se trata de uma novidade. O atual decreto,
trazendo uma redação clara e objetiva, apenas tratou de formalizar e evidenciar essa prática.

A UTILIZAÇÃO DO PREGÃO e DISPENSA NO FORMATO ELETRÔNICO É OBRIGATÓRIA

Art. 1º, §1º e §4º


Os órgãos da administração pública federal direta, autarquias, fundações e fundos
especiais realizarão, obrigatoriamente, pregões e dispensas no formato eletrônico e não presencial. A regra é
taxativa e altera antiga disposição que estabelecia uso preferencial no formato Eletrônico. 

Agora a utilização na forma presencial poderá ocorrer EXCEPCIONALMENTE, desde que fique comprovada a
inviabilidade técnica ou a desvantagem para a Administração na realização da forma eletrônica, situação que deverá
ser previamente justificada pela autoridade competente. 

Também será obrigatório pelos estados ou municípios que realizarem compra ou contratação de bens ou


serviços comuns com recurso transferidos voluntariamente pela união (tais como convênios e contratos de
repasse).

A UTILIZAÇÃO DAS REGRAS DESTE NOVO DECRETO PODERÃO SER UTILIZADAS PELAS ESTATAIS
Art. 1º, §4º
As empresas públicas e as sociedades de economia mista, bem como suas subsidiárias, poderão utilizar, no que
couber, as regras deste novo Decreto. 

A utilização não é uma imposição obrigatória, mas poderão ser aproveitadas pelas ESTATAIS. 

CRITÉRIO DE JULGAMENTO POR MENOR PREÇO OU MAIOR DESCONTO

Art. 7º
O critério de julgamento das propostas poderá ser de menor valor ou  MAIOR DESCONTO. O novo decreto trouxe
um novo critério, o julgamento por maior desconto.

O VALOR ESTIMADO PODERÁ SER SIGILOSO

Art. 15 e §§
Se o edital não mencionar valor estimado ou valor máximo de contratação a informação será sigilosa e o acesso
será exclusivo aos órgãos de controle, tornando o valor público somente após o encerramento da fase de lances.  

Exceto quando o critério de julgamento for de maior desconto. Se este for o critério de julgamento adotado pelo
órgão licitante o valor estimado ou valor máximo aceitável deverá constar obrigatoriamente no edital.

O AVISO DAS LICITAÇÕES NÃO SERÃO MAIS PUBLICADOS EM JORNAIS DE GRANDE CIRCULAÇÃO

Art. 20
A convocação dos interessados, através do aviso de edital, passa a ser somente no Diário Oficial da União e no
site oficial do órgão ou entidade promotora da licitação.

PRAZO PARA RESPOSTAS NO PEDIDO DE ESCLARECIMENTO

Art. 23
Os pedidos de esclarecimentos permanecem com o mesmo prazo, podem ser feitos até três dias úteis anteriores à
data fixada para abertura da sessão pública. No entanto, o novo decreto tratou de especificar o prazo de resposta, que
deverá ser de dois dias úteis, suprindo uma lacuna, considerando que o atual decreto não estabelece prazo de
resposta para pedido de esclarecimento. 

DIMINUIU O PRAZO PARA IMPUGNAR

Art. 24, §§
Passa a ser de três dias que antecedem a sessão pública O prazo atual é de dois dias que antecedem a sessão
pública. O novo decreto também estende o prazo para resposta à impugnação, atualmente com prazo de 24
horas, passando a ser de dois dias úteis.

Ou seja, o licitante terá menos tempo para impugnar o edital e o pregoeiro terá mais prazo para responder as
impugnações formuladas. 

DOCUMENTAÇÃO DE HABILITAÇÃO DEVE SER INCLUÍDA JUNTAMENTE COM A PROPOSTA

Art. 26
Os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO deverão ser incluídos juntamente com a proposta, ou seja, toda a
documentação deverá ser incluída antes do início da sessão pública. Diferente do que ocorre atualmente, em que o
licitante inclui a documentação apenas após ser declarado detentor da melhor oferta. 

Vale ressaltar que somente no caso do licitante ser o detentor da melhor oferta é que a documentação será
avaliada.O critério para análise dos documentos continua sendo o mesmo, contudo, visando agilizar o processo, os
documentos serão inseridos previamente.

Em termos práticos é o que acontece nos pregões presenciais, em que todos os licitantes apresentam no início
da sessão pública ambos os envelopes, de proposta e habilitação. Por sua vez, é aberto apenas o envelope de
habilitação daquele licitante que apresentou a melhor oferta após a etapa de lances e negociação. 

NOVOS MODOS DE DISPUTA – ABERTO E FECHADO

 ABERTO – Art. 32
Neste tipo de disputa a sessão pública terá a duração de 10 minutos e será prorrogada automaticamente pelo sistema
quando houver lance ofertado nos últimos dois minutos, os quais serão prorrogados de dois em dois minutos até que
não haja mais lance neste intervalo de tempo. 

Quando a sessão Pública encerrar sem que haja a prorrogação, ou seja, no caso de nenhum licitante ofertar lance nos
dois minutos finais, o pregoeiro poderá, assessorado pela equipe de apoio, admitir o reinício da etapa de envio de
lances, almejando acesso ao melhor preço.

ABERTO E FECHADO – Art. 33 


Neste tipo de disputa a sessão terá duração de 15 minutos para que os licitantes façam seus lances. Passado
este tempo, o sistema enviará o aviso de fechamento iminente dos lances e, transcorrido o período de até dez
minutos, será encerrado aleatoriamente, semelhante ao que ocorre hoje no tempo aleatório (ou randômico). 

Porém, o licitante que ofertou o menor preço e os que estiverem com lances até 10% superiores* ao melhor preço
poderão oferecer um lance final, fechado e sigiloso, no prazo de até cinco minutos. 

Encerrado os cinco minutos o sistema ordenará os lances na ordem de vantajosidade.

*No caso dos lances serem superiores a 10%, comparado ao menor lance, poderão as melhores ofertas – no máximo
3 –, obedecendo a ordem de classificação da disputa aberta, oferecer a proposta final, fechada.

*No caso de todos os licitantes classificados  na etapa de lance fechado serem inabilitados – não atenderem os
requisitos inerentes aos documentos de habilitação – poderá ser readmitido o reinício da etapa fechada com
os licitantes remanescentes da etapa aberta, sendo no máximo 3,  obedecendo a ordem de classificação para
oferecer a proposta final, fechada.

DEFINIÇÃO DE CRITÉRIOS DE EMPATE

Art. 36
Caso não haja lances após o início da fase competitiva e exista empate haverá a aplicação do Direito de Preferência
às Micros e Pequenas Empresas, considerando tanto a regra de empate real como do empate ficto (art. 44, §§ 1º e
2º da LC 123/2006), seguido pelo direito de preferência presentes na Lei de Licitações (art. 3º, §2º, 8666/93), se
não houver licitante que faça jus à primeira hipótese.

Na hipótese de persistir o empate, a proposta vencedora será sorteada pelo sistema eletrônico dentre as propostas
empatadas. 

DEFINIÇÃO DO PRAZO DE ENVIO PARA PROPOSTA:

Art, 38, §2º


O prazo de envio da proposta ajustada, principalmente quando se trata de planilhas de composição de preços, foi
bem definido. Isto porque a disciplina atual exige envio IMEDIATO por meio eletrônico, abrindo margem para
interpretações subjetivas, pois qual o tempo adequado quando se fala em envio imediato? Um minuto? Dez? Vinte?
Uma hora? 

Com novo regramento, o Decreto estabelece que o edital deverá prever minimamente  duas horas, a partir da
solicitação do pregoeiro, para envio da proposta adequada ao último lance ofertado.

DESBUROCRATIZAÇÃO – TRADUÇÃO LIVRE PARA EMPRESAS ESTRANGEIRAS

Art. 41
Quando for permissiva a participação de empresas estrangeiras no Pregão Eletrônico, não haverá
necessidade de apresentar documentos autenticados pelos respectivos consulados ou embaixadas, traduzidos
por tradutor juramentado no Brasil. Assim torna-se possível a apresentação de documentos equivalentes com
tradução livre, impondo a necessidade somente no caso da empresa estrangeira, se vencedora, vir a celebrar o
contrato. 

PENALIDADES AOS INTEGRANTES DO CADASTRO RESERVA

Agora o impedimento de licitar e contratar também se aplica aos integrantes do cadastro de reserva em pregão


para registro de preços que, quando convocados, não honrarem o compromisso assumido.

NOVAS REGRAS PARA AS COTAÇÕES ELETRÔNICAS

Art. 51
Passa a ser obrigatório o uso da cotação eletrônica pelas unidades gestoras integrantes do SISG.
Essa obrigação impõe o uso da Cotação Eletrônica para os casos de dispensa “por valor” nas situações de
contratação:

 De serviços de engenharia comum no valor de até R$ $ 33.000,00; e


 De bens e serviços comuns no valor de até 17.600,00.
Ou, em casos de guerra ou grave perturbação da ordem sem limites de valor. 

Conclusão

As novas alterações promovidas pelo novo decreto são muito positivas em nosso ponto de vista. Com certeza vemos
melhorias significativas, principalmente no que diz respeito ao fim do tempo aleatório, pois acreditamos que desta
forma estará preservado e ajustado ao comportamento prático o acesso a proposta mais vantajosa, sem contar a
demasiada ansiedade e nervosismo que assola qualquer licitante que participe da disputa no tempo aleatório. 

Você também pode gostar