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2. INTRODUÇÃO
Exatamente o dia 23 de setembro de 2019, temos a publicação no Diário Oficial, o novo Decreto do Pregão Eletrônico
(PE) - Decreto nº 10.024, de 20 de setembro de 2019, que entra em vigor em 28 de outubro de 2019, pela regra de
transição do Art. 61.
Assim todos os editais publicados até 28 de outubro de 2019, podem seguir utilizando, a legislação anterior (Decreto nº
5.450, de 2005), somente pós esta data todos devem estar adequados ao novo Decreto.
A nova lei vem atender a simplificação, documental e da linguagem para melhor compreensão de toda a sociedade
civil, vem para fomentar a desburocratização, ela exige que se evite emprego de expressões que podem conferir duplo
sentido ao texto no edital, tem objetivo de dar celeridade e prevenção à fraude.
Acabou de ser publicado o Decreto 10024/2019. Ele regulamenta o pregão em sua forma eletrônica. Além
Aplicação
O novo regulamento se aplica ao âmbito da administração pública federal. Em um primeiro momento, as suas
Entretanto, as suas disposições também podem ser aplicadas às empresas públicas, às sociedades de economia
Assim, podemos dizer que sua aplicação é obrigatória na administração federal direta, autárquica e fundacional;
Além disso, também foi revogado o Decreto 5.504/2005. Este último, estabelecia a exigência do pregão,
preferencialmente na forma eletrônica, nas contratações realizadas por entidades diversas da administração
A partir de agora, o novo Regulamento explica melhor essa situação, além de tornar a utilização do pregão
Portanto, a antiga exigência era da obrigatoriedade da modalidade (o pregão), mas a forma eletrônica seria
apenas “preferencial”.
A partir de agora, o pregão na forma eletrônica é obrigatório. A adoção da forma presencial somente será
Sabemos que, considerando as disposições da Lei 10.520/2002, o único critério de julgamento do pregão é o de
menor preço.
A partir de agora, entretanto, teremos dois critérios de julgamento. O Regulamento também admite a utilização
do maior desconto.
Portanto, teremos que ficar atentos para a referência da questão. Se realizada com base na Lei 10520, só cabe o
menor preço. Por outro lado, se realizada com base no Decreto 10024/19, cabe tanto o menor preço como
o maior desconto.
Os bens e serviços especiais são aqueles bens e serviços que não são comuns, ou seja, é o contrário dos
bens e serviços comuns. Segundo o Regulamento: bens e serviços especiais são os “bens que, por sua alta
heterogeneidade ou complexidade técnica, não podem ser considerados bens e serviços comuns”.
Orçamento sigiloso
Existia divergência no TCU sobre a possibilidade ou não de manutenção do orçamento estimado como sigiloso
no âmbito do pregão. A dúvida sobre o tema surge pelo fato de a Lei de Licitações determinar que o orçamento
seja peça integrante do edital da licitação (Lei 8666, art. 40, § 2º, II). Todavia, a mesma exigência não ocorre no
âmbito da Lei 10520/2002. Com isso, diversos posicionamentos já surgiram sobre o assunto.
Porém, o Novo Regulamento basicamente acaba com essa discussão, pois ele expressamente determina que “ o
valor estimado ou o valor máximo aceitável para a contratação, se não constar expressamente do edital,
possuirá caráter sigiloso e será disponibilizado exclusiva e permanentemente aos órgãos de controle externo e
interno”.
Esse dispositivo basicamente incorpora a redação do Regime Diferenciado de Contratações Públicas e também
consta no projeto da nova lei de licitações que foi aprovado na Câmara dos Deputados.
O propósito é forçar os licitantes a apresentarem as propostas conforme as suas condições e não com base no
A divulgação do aviso do edital ocorrerá no Diário Oficial da União e no sítio eletrônico oficial do órgão ou
da entidade promotora da licitação (art. 20). Esse procedimento já havia sido determinado por intermédio da MP
O sistema aberto é o modelo “tradicional” de pregão, que já estamos acostumados. Porém, o Regulamento
prevê a sistemática de prorrogação automática do tempo para apresentação dos lances. Basicamente, o sistema
“adia” o encerramento da sessão sempre que houver um novo lance nos dois minutos finais para o fechamento
da fase de lances.
Portanto, o sistema só “fecha” a etapa de lances se ninguém ofertar novo lance no prazo de dois
Resumidamente, no sistema aberto, a fase de lances tem a duração mínima de dez minutos e, depois disso, o
sistema encerra a fase de lances de forma automática e nenhum licitante apresentar um novo lance no prazo de
Por outro lado, no sistema “aberto e fechado”, após o encerramento do prazo de duração da proposta, os
licitantes mais bem classificados poderão ofertar um “lance final”. Mas a diferença aqui é que esse lance final é
A diferença, portanto, é que no sistema aberto todo mundo vê todos os lances dos concorrentes; já no sistema
aberto e fechado o lance final dos licitantes é “escondido”, só aparecendo quando efetivamente o sistema
O propósito é obrigar os licitantes a ofertarem o preço mais baixo que puderem, independentemente do lance
dos demais. Somente após a conclusão do procedimento é que esses lances finais serão tornados públicos.
explicou como o sistema vai funcionar, apenas determinou que os órgãos e entidades integrantes do sistema de
serviços gerais – Sisg adotarão o sistema de dispensa eletrônica de licitação nas contratações de bens e
serviços comuns, inclusive de engenharia, que sejam de baixo valor (na forma do art. 24, I e II da Lei de
Licitações) ou nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem (Lei 8666, art. 24, III).
Esse sistema já é utilizado em alguns entes da Federação. Por exemplo, o município de São Paulo possui um
sistema informatizado para as contratações por dispensa de baixo valor. Com isso, as cotações de preço são
da Economia.
Agora é pra valer: foi publicado o novo decreto do pregão, cujos efeitos começam em pouco mais de um mês, período
necessário para adaptações da plataforma de compras do governo federal, bem como realização dos pregões que já
estão em andamento.
O início oficial está definido para o dia 28 de outubro de 2019. A partir desta data os editais publicados deverão estar
ajustados aos termos do novo decreto. Aqueles que foram publicados anteriormente a este prazo seguirão o antigo
procedimento, regidos pelo Decreto nº 5.450, de 2005.
A principal alteração está associada a etapa de disputa nos lances, mas outras alterações também foram feitas e é
importante que você, licitante, esteja antenado às novas regras.
Neste artigo, separamos as principais regras que atingirão diretamente a participação nos pregões eletrônicos a partir
do dia 28 de outubro de 2019.
Art. 1º
Verdade seja dita: apesar de não estar expressamente descrito no antigo decreto, tal regra já estava em prática. Já faz
parte do senso comum que o pregão é utilizado para licitar bens e serviços comuns, inclusive serviço de engenharia
comum.
O assunto sempre foi polêmico, mas há anos está pacificado, portanto, não se trata de uma novidade. O atual decreto,
trazendo uma redação clara e objetiva, apenas tratou de formalizar e evidenciar essa prática.
Agora a utilização na forma presencial poderá ocorrer EXCEPCIONALMENTE, desde que fique comprovada a
inviabilidade técnica ou a desvantagem para a Administração na realização da forma eletrônica, situação que deverá
ser previamente justificada pela autoridade competente.
A UTILIZAÇÃO DAS REGRAS DESTE NOVO DECRETO PODERÃO SER UTILIZADAS PELAS ESTATAIS
Art. 1º, §4º
As empresas públicas e as sociedades de economia mista, bem como suas subsidiárias, poderão utilizar, no que
couber, as regras deste novo Decreto.
A utilização não é uma imposição obrigatória, mas poderão ser aproveitadas pelas ESTATAIS.
Art. 7º
O critério de julgamento das propostas poderá ser de menor valor ou MAIOR DESCONTO. O novo decreto trouxe
um novo critério, o julgamento por maior desconto.
Art. 15 e §§
Se o edital não mencionar valor estimado ou valor máximo de contratação a informação será sigilosa e o acesso
será exclusivo aos órgãos de controle, tornando o valor público somente após o encerramento da fase de lances.
Exceto quando o critério de julgamento for de maior desconto. Se este for o critério de julgamento adotado pelo
órgão licitante o valor estimado ou valor máximo aceitável deverá constar obrigatoriamente no edital.
O AVISO DAS LICITAÇÕES NÃO SERÃO MAIS PUBLICADOS EM JORNAIS DE GRANDE CIRCULAÇÃO
Art. 20
A convocação dos interessados, através do aviso de edital, passa a ser somente no Diário Oficial da União e no
site oficial do órgão ou entidade promotora da licitação.
Art. 23
Os pedidos de esclarecimentos permanecem com o mesmo prazo, podem ser feitos até três dias úteis anteriores à
data fixada para abertura da sessão pública. No entanto, o novo decreto tratou de especificar o prazo de resposta, que
deverá ser de dois dias úteis, suprindo uma lacuna, considerando que o atual decreto não estabelece prazo de
resposta para pedido de esclarecimento.
Art. 24, §§
Passa a ser de três dias que antecedem a sessão pública O prazo atual é de dois dias que antecedem a sessão
pública. O novo decreto também estende o prazo para resposta à impugnação, atualmente com prazo de 24
horas, passando a ser de dois dias úteis.
Ou seja, o licitante terá menos tempo para impugnar o edital e o pregoeiro terá mais prazo para responder as
impugnações formuladas.
Art. 26
Os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO deverão ser incluídos juntamente com a proposta, ou seja, toda a
documentação deverá ser incluída antes do início da sessão pública. Diferente do que ocorre atualmente, em que o
licitante inclui a documentação apenas após ser declarado detentor da melhor oferta.
Vale ressaltar que somente no caso do licitante ser o detentor da melhor oferta é que a documentação será
avaliada.O critério para análise dos documentos continua sendo o mesmo, contudo, visando agilizar o processo, os
documentos serão inseridos previamente.
Em termos práticos é o que acontece nos pregões presenciais, em que todos os licitantes apresentam no início
da sessão pública ambos os envelopes, de proposta e habilitação. Por sua vez, é aberto apenas o envelope de
habilitação daquele licitante que apresentou a melhor oferta após a etapa de lances e negociação.
ABERTO – Art. 32
Neste tipo de disputa a sessão pública terá a duração de 10 minutos e será prorrogada automaticamente pelo sistema
quando houver lance ofertado nos últimos dois minutos, os quais serão prorrogados de dois em dois minutos até que
não haja mais lance neste intervalo de tempo.
Quando a sessão Pública encerrar sem que haja a prorrogação, ou seja, no caso de nenhum licitante ofertar lance nos
dois minutos finais, o pregoeiro poderá, assessorado pela equipe de apoio, admitir o reinício da etapa de envio de
lances, almejando acesso ao melhor preço.
Porém, o licitante que ofertou o menor preço e os que estiverem com lances até 10% superiores* ao melhor preço
poderão oferecer um lance final, fechado e sigiloso, no prazo de até cinco minutos.
*No caso dos lances serem superiores a 10%, comparado ao menor lance, poderão as melhores ofertas – no máximo
3 –, obedecendo a ordem de classificação da disputa aberta, oferecer a proposta final, fechada.
*No caso de todos os licitantes classificados na etapa de lance fechado serem inabilitados – não atenderem os
requisitos inerentes aos documentos de habilitação – poderá ser readmitido o reinício da etapa fechada com
os licitantes remanescentes da etapa aberta, sendo no máximo 3, obedecendo a ordem de classificação para
oferecer a proposta final, fechada.
Art. 36
Caso não haja lances após o início da fase competitiva e exista empate haverá a aplicação do Direito de Preferência
às Micros e Pequenas Empresas, considerando tanto a regra de empate real como do empate ficto (art. 44, §§ 1º e
2º da LC 123/2006), seguido pelo direito de preferência presentes na Lei de Licitações (art. 3º, §2º, 8666/93), se
não houver licitante que faça jus à primeira hipótese.
Na hipótese de persistir o empate, a proposta vencedora será sorteada pelo sistema eletrônico dentre as propostas
empatadas.
Com novo regramento, o Decreto estabelece que o edital deverá prever minimamente duas horas, a partir da
solicitação do pregoeiro, para envio da proposta adequada ao último lance ofertado.
Art. 41
Quando for permissiva a participação de empresas estrangeiras no Pregão Eletrônico, não haverá
necessidade de apresentar documentos autenticados pelos respectivos consulados ou embaixadas, traduzidos
por tradutor juramentado no Brasil. Assim torna-se possível a apresentação de documentos equivalentes com
tradução livre, impondo a necessidade somente no caso da empresa estrangeira, se vencedora, vir a celebrar o
contrato.
Art. 51
Passa a ser obrigatório o uso da cotação eletrônica pelas unidades gestoras integrantes do SISG.
Essa obrigação impõe o uso da Cotação Eletrônica para os casos de dispensa “por valor” nas situações de
contratação:
Conclusão
As novas alterações promovidas pelo novo decreto são muito positivas em nosso ponto de vista. Com certeza vemos
melhorias significativas, principalmente no que diz respeito ao fim do tempo aleatório, pois acreditamos que desta
forma estará preservado e ajustado ao comportamento prático o acesso a proposta mais vantajosa, sem contar a
demasiada ansiedade e nervosismo que assola qualquer licitante que participe da disputa no tempo aleatório.