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A Coopamare nasceu em 1989, como um desdobra- Presidente da Coopamare, seu Manu continua a fazer as coletas como
qualquer outro cooperado
mento de um trabalho que a OAF desenvolvia com
moradores de rua. Os esforços da Organização estavam
voltados, e ainda estão, para a melhoria de vida de pes- Toda terça-feira é dia de reunião da diretoria. Toda
soas que vivem nas ruas. Como muitos dos atendidos quarta, dia de visitas – na maioria estudantes e parti-
eram catadores de material reciclável, perceberam que cipantes de outras ONGs interessados em desenvolver
poderiam se organizar e dessa forma a Cooperativa foi trabalhos similares ao da Cooperativa. Às sextas, acon-
montada. A relação da entidade com a OAF continua tecem as assembléias com os cooperados. O telefone
próxima: a organização, além da assistência que presta toca a cada dois minutos. “Mas nem podemos fazer
aos catadores autônomos como alimentação e serviços muita coisa porque somos uma cooperativa de produ-
de higiene pessoal, ainda os prepara para que um dia ção”, afirma Célia. Constantemente tem alguém des-
estejam aptos a fazer parte da Coopamare. “Os catado- carregando material reciclável na porta da Coopamare.
res quando chegam na OAF têm aquela postura indivi- Essas são as pessoas que separam o material em suas
dual, de trabalho próprio”, conta Célia. Na Coopamare, casas e o levam até a cooperativa ou até um dos Postos
assim como deveria ser em toda cooperativa, o traba- de Entrega Voluntária (PEV) da entidade, localizados
lho – e o fruto dele – são coletivos. em supermercados e escolas da região de Pinheiros,
zona oeste da cidade de São Paulo.
Atualmente, são 25 cooperados, dezoito ativos e tra-
balhando com frequência. Não há salário fixo, mas Depois disso, os cooperados vão pessoalmente a
mensalmente o valor total da venda do material esses locais. “Você não vai ver cooperado nosso sain-
coletado é dividido igualmente entre eles. Claro, do pela rua com carrinho pegando material, eles têm
depois de pagas as despesas. Para Célia, o pro- pontos fixos de coleta, as pessoas ligam para eles bus-
cesso de pagar as contas e dividir o que sobra carem o material”, explica Célia. O Pão de Açucar é um
é bom porque eles aprendem a economizar dos PEVs da Coopamare; no supermercado, a retirada
juntos. “Se um está usando mais fita do que do que foi coletado acontece três vezes por semana,
deveria nos fardos, o outro percebe e já desde que haja o mínimo de 15 sacos de 100 litros de
avisa para maneirar”, diz. reciclagem. A cooperativa não cobra para buscar o ma-
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ação em destaque
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