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COMUNICAÇÃO
Os operadores de Direito raramente trabalham com coisas; eles trabalham, antes, com
“informações sobre coisas”. Informações importantes e exatas devem chegar aos advogados,
promotores, juízes e jurados a fim de melhorar o conhecimento do cenário e permitir melhores
tomadas de decisão e outros tipos de procedimentos.
Para uma boa comunicação no campo do Direito, como já vimos antes, devemos considerar:
1) Quem
2) Linguagem
3) Canal
4) Conteúdo
5) Relações Interpessoais (Emissor X Receptor)
O Esquema da Comunicação:
1) A comunicação não se realiza - brasileiro x japonês.
2) A comunicação é semi-restrita - um norte-americano X estudante de inglês.
3) A comunicação é restrita - curso de mestrado para leigos.
4) A comunicação é perfeita - a mensagem é recebida e todos os signos emitidos são
compreendidos pelo receptor.
Exemplos de Manipulação:
Manipulação ( 2 ).
Fonte: dn.pt
Logo após o atentado na Estação de Trem Atocha de Madrid, a 11 de Março de 2004, o governo
espanhol procurou deliberadamente manipular a comunicação social, veiculando informações no
sentido de fazer crer à população que a ETA era a autora do atentado ( A ETA é uma organização
fundada em finais dos anos 50 e que luta pela Independência do país Basco, uma rica região na
fronteira com a França). O próprio primeiro-ministro da altura (José Maria Aznar) pressionou
diretamente diretores de jornais para veicularem uma informação que sabia ser falsa.
Objetivo da manipulação: vencer uma disputada eleitoral
TIPOS DE ARGUMENTOS:
2 – Se o cliente foi preso em flagrante logo depois de haver cometido um roubo e, no ato da prisão, a
polícia recupera todo o provento do delito, as coisas roubadas. A acusação pretende, em virtude
desses fatos, a condenação por roubo consumado, mas o defensor deve provar que esses mesmos
fatos somente autorizam a condenação por roubo tentado. Nesse caso, a argumentação deve-se
centralizar menos na comprovação dos fatos, que não são controversos, e mais nas consequências
jurídicas que advêm deles.
3 - No caso do Brasil, homicídios estão assumindo uma dimensão terrivelmente grave. De acordo
com os mais recentes dados divulgados pelo IBGE, sua taxa mais que dobrou ao longo dos últimos
20 anos, tendo chegado à absurda cifra anual de 27 por mil habitantes. Entre homens jovens (de 15
a 24 anos), o índice sobe a incríveis 95,6 por mil habitantes. (Folha de S. Paulo. 14/04/2004)
ARGUMENTO POR ANALOGIA (a simili/ a pari ratione) - Considerar que a Justiça deve tratar de
maneira idêntica situações semelhantes. Dois casos merecem a mesma solução porque são
similares. As citações de jurisprudência são os exemplos mais claros do argumento por analogia,
que é muito eficaz porque o juiz será, de alguma maneira, influenciado a decidir, para não ser
incoerente, de acordo com o que já se decidiu, em situações anteriores.
Ex.:
1 - Há semelhanças entre os soldados de um batalhão e um time de futebol.
Os soldados de um batalhão têm de obedecer às decisões do comandante para poderem atingir os
seus objetivos.
Logo, os jogadores de um time de futebol têm de obedecer às decisões do treinador (comandante)
para poderem atingir os seus objetivos.
4 - “Assim como os olhos do morcego são ofuscados pela claridade do dia, do mesmo modo nossa
inteligência ofusca-se pelas coisas naturalmente evidentes”. A relação de semelhança depreendida
do exemplo, cuja autoria pertence a Aristóteles, em sua obra Metafísica, é o do “ofuscamento”.
2 - O professor José Cretella Júnior distingue ato arbitrário de ato discricionário. Para ele, a
discrição é “a faculdade de operar dentro de certos limites, poder concedido ao agente público de
agir ou deixar de agir dentro de um âmbito demarcado pela regra jurídica (...)”.
3 - Neste caso, a autoridade coatora não agiu dentro dos limites da regra jurídica. Portanto, não se
pode falar em poder discricionário.
ARGUMENTO A FORTIORI (Com maior razão) - A razão desse tipo de argumento é a de que, se uma
norma jurídica impõe uma conduta a alguém, com ainda mais razão impõe uma conduta no mesmo
sentido, mas com maior intensidade. Deriva do brocardo “quem pode o mais, pode o menos”.
Ex.:
1 – Na Argentina, uma lei de trânsito nas estradas nacionais prescreve que não se pode trafegar nas
mesmas com os faróis do veículo apagados, a fortiori deve-se entender que é proibido trafegar nas
rodovias argentinas com um veículo sem faróis, seja qual for a hora do dia.
2 - Se a negligência deve ser punida, a fortiori deve ser punido o ato premeditado [Ferraz].
3 - Se a prova testemunhal foi aceita, a fortiori deve também ser aceita a prova documental
[Nunes].
4 - Se o fiador é responsável pelo pagamento do principal, então não pode deixar de pagar
também os juros.
5 - Se a lei exige, dos Promotores de Justiça que, nas denúncias, discriminem as ações de cada um
dos acusados, com mais razão deve-se exigir que o Magistrado as individualize, na sentença.
ARGUMENTO DO SENSO COMUM - É aquele que traz uma afirmação que representa consenso
geral, que não pode ser contestada porque todos concordam com ela. Nao interessa fundamentar
logicamente posicionamentos ou atitudes.
Ex.:
1 - O juiz deve ser imparcial.
2 - O apelante exige justiça!
4 - Na propaganda: O consumidor deve escolher o melhor produto, logo, deve comprar nas Casas
Bahia. É do senso comum que o consumidor deve escolher o melhor, mas a campanha reforça e
persuade.
5 - Pedir justiça no final da petição. É redundante, quer convencer o interlocutor daquilo que faz
parte de sua convicção, de que é justo.
ARGUMENTO DE FUGA - Foge ao cerne da questão discutida, desviando-se para outros assuntos,
tentando-se buscar sensibilização por meio de temas mais subjetivos.
Ex.:
1 – O advogado, no Tribunal do júri, ao falar das mazelas da condenação do acusado, que será
levado ao cárcere e deixará ao deus dará toda uma família...
O Apelo à piedade (Argumentum ad misericrodiam) pode aqui também ser usado, pois os
sentimentos ou questões humanitárias substituem argumentos racionais, ou melhor, esvaziam a
argumentação lógica.
Ex.:
1 - O carrasco nazista não pode ir a julgamento porque está muito doente;
2 - O réu deve ser perdoado porque é órfão (matou os pais);
3 - O ditador não suportaria um julgamento tão longo.
2. Quais são nossos argumentos principais? Quais são os argumentos principais da parte adversa?
3. Quais são os motivos subjacentes à nossa manifestação ou postura? Quais são os motivos
subjacentes à manifestação ou postura da parte contrária?
FALÁCIAS E SOFISMAS
Do ponto de vista etimológico, falácia vem do Latim (fallacia, fallaciae: engano, trapaça, manha) e
sofisma, do grego (sophisma, sophismatos: habilidade, destreza, invenção engenhosa, expediente,
artifício, intriga); as falácias são não intencionais (erros, enganos, equívocos) e os sofismas,
intencionais (formulados propositadamente para confundir).
Esta falácia ocorre com frequência em relação aos fenômenos psíquicos, entidades abstratas,
dogmas religiosos ou fenômenos humanos sobre os quais não há provas claras em pró ou contra.
QUESTÃO COMPLEXA 1 - Formula-se uma pergunta ampla supondo uma resposta afirmativa a uma
questão que não foi formulada:
Ex.:
1 - Quantas vezes você já mentiu hoje?
2 - O senhor matou a vítima com um revólver ou com uma pistola?
Comentário: Quem faz essas indagações dá por suposto que a pessoa questionada mentiu e
matou.
Comentário: Uma pessoa pode colaborar com a escola e não fazer um desconto. Uma criança pode
ser boa, não engolir a papa e deitar tarde.
FALSA CAUSA (Post hoc, propter hoc = com isto, logo por causa disto) O fato de um acontecimento
seguir outro não significa que seja consequência dele.
Ex.:
1 - Depois do almoço me senti mal; deve ter sido por causa da azeitona que comi;
2 - André adoeceu gravemente quando se aposentou.
3 - Mariana ficou rebelde depois que coheceu Roberto.
ATIVIDADES
01. Cite que tipo de argumento é predominantemente utilizado nos exemplos abaixo:
- Pessoas charmosas só vestem roupas de marca.
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- Todo mundo sabe que chupar manga depois de tomar leite faz mal.
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- Se em 15 anos a propriedade pode ser adquirida por usucapião mesmo tendo agido o
usacapiente de má-fé, com maior razão pode adquiri-la se houver agido de boa-fé.
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- Sou torcedor do Santa Cruz como meu pai e meu avô, que sabem o que é bom.
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- Vou comprar uma calça igualzinha a de meu irmão mais velho.
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- Se não é permitido que cães ferozes passeiem em determinada via pública, também não será
permitido que passeiem onças.
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- Quando um político desconversa, pretendendo fugir de um assunto em pauta.
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- Por que mataste fulano?
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