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Bloco I – Meio Ambiente e Sociedade

Aula 1 – O Homem e a Educação Ambiental I


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Ao observar a imagem que abre o capítulo, somos levados a um questionamento: Qual é a


solução? Ao que só há uma resposta:

Educar para mudar.

Para entender de educação ambiental, é importante conhecer alguns conceitos:


• Sustentabilidade;
• Meio ambiente;
• Ecologia;
• Ecossistema.
Aloísio Ruscheinsky (2002, p.9), na introdução de sua obra, afirma que:
“A ideia de primeiro, gerar estabilidade e desenvolvimento econômico para, depois, realizar
a distribuição revelou-se uma falácia na história da modernidade. De forma similar, ocorre
primeiro a destruição ou a submissão da natureza para depois despontar ou dar-se conta do
aniquilamento de aspectos fundamentais relativos ao meio ambiente; ou, ainda, com o
pressuposto de afirmar em primeiro lugar a abundância de bens que cercam nosso
cotidiano preenchendo nosso vazio ou nosso bem-estar, para depois despertar.

Sustentabilidade é a palavra que mais se ouve e se lê por aí — na Administração, na


Economia, na Engenharia ou no Direito. Mas, afinal, o que significa sustentabilidade? Como
bom mentor, vou tentar explicar de forma simples o conceito que já faz parte da vida
moderna. Em primeiro lugar, trata-se de um conceito sistêmico, ou seja, ele correlaciona e
integra de forma organizada os aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da
sociedade.
A palavra-chave é continuidade - como essas vertentes podem se manter em equilíbrio ao
longo do tempo, segundo Luiz Carlos Cabrera 1é professor da Eaesp-FGV, diretor da PMC
Consultores e membro da AmropHeverGroup.
Ecologia na etimologia significa “estudo da casa” “eco” (oikos): casa - “logia”:
estudo.
Segundo Capra (2005), tudo que há no mundo é composto por diferentes tipos de redes (...)
os seres humanos são formados por uma rede de órgãos que, por sua vez, é composta por
redes de células. Como tudo está interligado, a preservação da vida no planeta depende do
cuidado que temos com as teias.
Essa é a razão por que não devemos abrir mão de nenhuma forma de vida, nem da mais
simples das bactérias. Afinal, ela entra na composição das redes, a sua eliminação surtiria
efeitos negativos desequilibrando a teia da vida como um todo.
Ecossistema na etimologia significa “sistema da casa”
“... uma boa definição de ecossistema seria um conjunto composto por diversas
comunidades biológicas que vivem e interagem em uma determinada região e, também,
pelos fatores abióticos (água, ar, solo, relevo, luz, temperatura, pressão atmosférica, entre
outros).
Portanto, mesmo a alteração mais sutil de um componente do ecossistema desencadeia
mudanças no lugar onde ele vive, afetando não apenas o espaço físico, mas também outros
organismos.”

AULA ATIVIDADE 01: Momento de leitura e reflexão

Orientações

11
Luiz Carlos Cabrera,Revista Você S/A - 05/2009,
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/conteudo_474382.shtml
A atividade envolve a leitura dos textos 1 e 2.
1. A partir da leitura do texto 1 e imaginando que se está numa época em que não há
preocupação com o meio ambiente, qual seria a resposta para a pergunta final? Escreva
cerca de 5 linhas.
2. Leia o texto 2, produza em relatório com os 5 pontos mais importantes.
3. No final redija um parágrafo (5 linhas), concluindo sobre a importância da educação
ambiental.

Texto 01: LIXO NÃO SE DESMANCHA NO AR de Evaristo Eduardo de Miranda


Cena comum em cidades brasileiras: pessoas lançam lixo da janela de seus carros, em
pleno movimento. É como se tudo que passasse pela janela de um carro fosse capaz de
desaparecer: bituca e maços de cigarro, sacos plásticos, papéis, cascas de frutas, latas de
cerveja. O comportamento de desrespeito com o meio ambiente e a falta de urbanidade
leva ao entupimento de bueiros e bocas-de-lobo; à proliferação de pragas e doenças; ao
assoreamento dos córregos e sistemas de drenagem, e às inundações, e vitimam os
habitantes e a sustentabilidade das cidades.
O mesmo pode ser observado nos cursos d'água. Eles são o destino final de pneus velhos,
sofás, restos de mobília, lixo doméstico. É como se, por um milagre, as águas pudessem
fazer tudo sumir. Indústrias e até países fazem o mesmo ao enterrar seus resíduos sólidos
e o lixo atômico. É como se ao “esconder” o lixo, as sucatas e os resíduos, com uma
camada de terra ou na profundidade de minas abandonadas, tudo desaparecesse ou fosse
digerido pelas entranhas da Terra.
Pior ainda são as administrações municipais e estaduais. Elas coletam o esgoto das casas
e indústrias e, depois, em muitos casos, o lançam nos rios e oceanos sem tratamento. Os
cursos d'água são considerados um enorme depósito, um digestor natural de matérias
cloacais. O mesmo ocorre com os poluentes gasosos. A fumaça das chaminés das fábricas,
das queimadas agrícolas, dos carros, ônibus e caminhões é lançada aos céus, com uma
espécie de crença: um pouco de vento e tudo vai se diluindo e se dispersando. Fala-se em
“condições favoráveis ou desfavoráveis à dispersão dos poluentes”, mas não em seu
desaparecimento. Poluentes dispersam-se para onde?

Texto 02
“Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.” Essa frase ainda é pouco
conhecida no Brasil. Ela poderia e deveria ser a base de todos os cursos de educação
ambiental. Ela resume, filosoficamente, a chamada Lei da Conservação de Massas,
enunciada por volta de 1.774 pelo químico francês Antoine Lavoisier, hoje mundialmente
conhecida como Lei ou Princípio de Lavoisier. Ele foi um dos pais da química moderna e
muito contribuiu para afastar essa nova ciência das crenças sem fundamento da alquimia.
Preocupado em utilizar métodos quantitativos, Lavoisier usava balanças de grande precisão
em suas atividades experimentais. Diz-se que “com três balanças, ele separou a química da
alquimia”. Conforme ele demonstrou, durante o processo químico há somente a
transformação das substâncias reagentes em outras substâncias, sem que haja perda nem
ganho de matéria. Os átomos das substâncias reagentes são encontrados, embora
combinados de outra forma, nas moléculas dos produtos.
O oxigênio, do qual se sente falta no ar poluído das cidades, foi descoberto por Lavoisier ao
estudar reações ácidas. Foi ele quem lhe deu esse nome, que significa gerador de ácidos.
O químico francês realizava experiências sobre a combustão e a calcinação de substâncias.
Observou que o peso dos óxidos resultantes dessas reações era sempre maior que o das
substâncias originalmente usadas. Então demonstrou a presença do gás oxigênio no ar e
sua participação nos processos de respiração, combustão, oxidações e diversas reações
químicas. Ele também descobriu, nomeou e descreveu as características do nitrogênio, do
hidrogênio e do gás carbônico.
A Lei de Lavoisier Governos, prefeituras, ONGs e entidades ambientalistas recebem
aplausos ao anunciar programas e financiamentos para a limpeza de um rio, uma lagoa, um
parque, um porto ou até uma baía. Mas cabe sempre a pergunta: onde vão colocar o lixo
retirado? Ele não vai desaparecer. Para muitos, o importante é que a cidade pareça limpa e
o meio ambiente, sem resíduos. Sem se preocupar com as consequências de resíduos
acumulados e “escondidos” em algum lugar. Poucos se interrogam sobre a real
necessidade de gerar tantos resíduos e sobre o destino final do lixo e efluentes. A dona de
casa usa os mais diversos produtos químicos para que a sua residência e as roupas
estejam limpas, sem questionar o destino final desses efluentes domésticos.
O lixo deve ser coletado das ruas, mas onde vai parar? Desaparece ao ser tragado na
caçamba do caminhão de lixo? Ensinar o Princípio ou a Lei de Lavoisier aos estudantes é
dar-lhes uma base sólida para progredir, com racionalidade, na busca de um mundo mais
sustentável. O princípio aplica-se à nossa vida, aos nossos corpos e a todos os
ecossistemas. Constantemente renova-se a matéria de que somos constituídos, pela troca
de átomos, por meio dos nutrientes que ingerimos. As plantas retiraram esses nutrientes
dos solos. Nossos antepassados aprenderam a fertilizar os solos agrícolas com os resíduos
de suas casas e de seus animais, como num ciclo.
Em Ecologia é errado falar de fluxo de matéria e energia. Fluxo de energia, sim, mas de
matéria são ciclos (ciclos biogeoquímicos). Por isso, também é errado, mesmo se com boas
intenções, fazer afirmações alarmistas do tipo: a água do mundo está acabando! Não
somos capazes nem de criar quantidades significativas de água nem de fazê-la
desaparecer. A água torna-se escassa em consequência do aumento da demanda ou do
uso inadequado. Ela fica imprópria ao consumo humano e animal devido à poluição, mas é
a mesma quantidade de água existente no planeta, há milhões de anos.
Durante a barbárie da chamada Revolução Francesa, Lavoisier foi acusado de “inimigo do
povo”. O revolucionário Marat, recusado por Lavoisier na eleição para a Academia de
Ciências, vingou-se dissolvendo as sociedades científicas. Os cientistas de toda a Europa
enviaram uma petição aos juízes para que poupassem a vida de Lavoisier, em respeito a
seu valor científico. O sinistro Jean-Baptiste Coffinhal, servidor do Tribunal Revolucionário e
da Comuna de Paris, recusou o pedido com a frase: “A França não precisa de cientistas”.
Lavoisier foi guilhotinado no dia 8 de maio de 1794. A Revolução Francesa trouxe um
período de obscurantismo, tirania e terror. O matemático Lagrange sobreviveu a Lavoisier, e
declarou: “Não bastará um século para produzir uma cabeça igual à que se fez cair num
segundo”.
O Terror e a Revolução Francesa passaram e os ensinamentos de Lavoisier não se
perderam. Eles servem de base, até hoje, aos princípios de sustentabilidade e das ciências
modernas. A Terra não é um reservatório inesgotável nem um depósito capaz de receber
infinitos resíduos. Ela deve ser tratada como um organismo único e fechado em termos de
matéria, como na hipótese Gaia, mesmo que ela seja um sistema aberto, em termos
energéticos, alimentado pelo Sol. A ciência e a razão devem combater os mitos e as
mistificações, mesmo quando são pretensamente ecológicos, revolucionários ou a favor do
meio ambiente. A sustentabilidade ambiental exige um comportamento responsável dos
cidadãos, comunidades, empresas, governos e líderes: reduzir os desperdícios, aprendendo
sempre a reutilizar e reciclar. Esse sempre foi um dos segredos do sucesso da manutenção
da vida em nosso planeta.

EVARISTO EDUARDO DE MIRANDA, doutor em ecologia, autor do livro “Guia de


curiosidades católicas”, recém editado pela Ed. Vozes e diretor do Instituto Ciência e Fé.
Dirige a EMBRAPA Monitoramento Ambiental por Satélite, Campinas/SP.
http://www.cienciaefe.org.br/jornal/ed97/mt04.html
Bloco I – Meio Ambiente e Sociedade
Aula 2 – O Homem e a Educação Ambiental II
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O que é Educação Ambiental?


Nos últimos três séculos houve um grande crescimento do conhecimento humano,
proporcionando um amplo desenvolvimento das ciências e da tecnologia. Ao mesmo tempo
também ocorreram mudanças nos valores e modos de vida da sociedade, com o
surgimento do processo industrial e o crescimento das cidades, aumentando a utilização
dos recursos naturais e a produção de resíduos.
Todos esses fatos geraram profundas mudanças na cultura, afetando principalmente a
percepção do ambiente pelos seres humanos, que passaram a vê-lo como um objeto de
uso para atender suas vontades, sem se preocupar em estabelecer limites e critérios
apropriados.

O processo educativo proposto pela educação ambiental objetiva a formação de sujeitos


capazes de compreender o mundo e agir nele de forma crítica - consciente. Sua meta é a
formação de sujeitos ecológicos.
Observem o que há no interior
da ave, já em estado de
decomposição. O animal não
sabe distinguir o que encontra
no meio ambiente, acaba se
alimentado com o que encontra,
assim, podemos perceber
quantos plásticos e outros lixos
descartados incorretamente a
ave ingeriu, o que
provavelmente provocou sua
morte.

A Instituição de Ensino Eniac trabalha com os funcionários e alunos de todos os níveis para
que o respeito pela natureza seja enraizado e floresça no entorno de cada um. Por isso,
realiza a Housekeeping, a qual consiste numa iniciativa que começou no setor
administrativo e se estendeu aos professores e alunos.
Formada com base em alguns pontos fundamentais — ordem, limpeza, disciplina e
organização —, ela tem o objetivo de ensinar a alunos e profissionais o conceito de
organização com o intuito de melhorar o desempenho e o aproveitamento nos estudos e no
trabalho.

No Dia do Ensino Responsável, como de costume, o Eniac abre as portas da Instituição


para receber toda a comunidade e instituições beneficentes de toda a cidade. Entre as
atividades desenvolvidas, as crianças podem ter um dia divertido, através das brincadeiras
educacionais.
Nos laboratórios de informática, são ministrados cursos rápidos de inclusão digital pelos
alunos cursos da área. O RH auxilia com treinamentos para elaboração de currículo e
orientação profissional. Além de tudo isso, é realizado um passeio pelos locais da
instituição, apresentando e ensinando a sustentabilidade de responsabilidade social, na
prática.
Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global
Documento gerado a partir de amplo processo mundial de consulta, o Tratado teve
inicialmente como signatários a sociedade civil representada na Jornada Internacional de
Educação Ambiental, Fórum Global paralelo à Rio-92, e é até hoje uma referência para a
Educação Ambiental.
Pouco a pouco o Tratado foi incorporado a políticas públicas locais e nacionais, tendo sido
assumido como referencial pela UNESCO no ano de 2000. O Tratado é documento de
referência para o Programa Nacional de Educação Ambiental Brasileira: A Carta da Terra.

A Carta da Terra –
Preâmbulo
Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a
humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais
interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes
promessas.
Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de
culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um
destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global
baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e
numa cultura da paz.
Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa
responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as
futuras gerações.
Terra, Nosso Lar
A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, está viva com
uma comunidade de vida única. As forças da natureza fazem da existência uma aventura
exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da
vida.
A capacidade de recuperação da comunidade da vida e o bem-estar da humanidade
dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos,
uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio
ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todas as pessoas.
A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.
O Lixo Transformado em Arte Vicente José de Oliveira Muniz é o inconfundível Vik Muniz.
Nascido em São Paulo em 1961, estabeleceu sua vida e domicílio na cidade de Nova York,
desde 1983. Fotógrafo, desenhista, pintor e escultor - um artista múltiplo
AULA ATIVIDADE 02: Momento de leitura e reflexão

Orientações
1. O texto deve ser lido, comentado, em seguida reescrever
a) o tema do texto;
b) no mínimo três argumentos que foram usados para embasar o tema;
c) a conclusão do autor.

Internacionalização da Amazônia -
Durante debate ocorrido no mês de Novembro/2000, em uma Universidade, nos Estados
Unidos, o ex-governador do Distrito Federal, Cristovam Buarque (PT), foi questionado sobre
o que pensava da internacionalização da Amazônia. O jovem introduziu sua pergunta
dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro. Segundo
Cristovam, foi a primeira vez que um debatedor determinou a ótica humanista como o ponto
de partida para a sua resposta:
"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia.
Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é
nosso. Como humanista, sentindo e risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia,
posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem
importância para a Humanidade. Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser
internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro.
O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o
nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou
diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Da mesma forma, o capital
financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado
Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada
pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o
desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos
deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da
especulação. Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos
os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu
do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode
deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, seja manipulado e
destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país.
Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele um quadro de um grande
mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado. Durante este
encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes
de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA.
Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser
internacionalizada. Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a Humanidade. Assim
como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua
beleza específica, sua história do mundo,deveriam pertencer ao mundo inteiro. Se os EUA
querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros,
internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já
demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares
de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil. Nos seus
debates, os atuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a ideia de
internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida.
Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha
possibilidade de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não
importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro.
Ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres
do mundo como um patrimônio da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem
quando deveriam estudar; que morram quando deveriam viver. Como humanista, aceito
defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro
lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa."

(*) Cristóvam Buarque foi governador do Distrito Federal (PT) e reitor da Universidade de
Brasília (UnB), nos anos 90. É palestrante e humanista respeitado mundialmente.
http://www.portalbrasil.net/reportagem_amazonia.htm
Bloco I – Meio Ambiente e Sociedade
Aula 3 – A Educação Ambiental no Setor Produtivo
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• A responsabilidade do setor produtivo na educação ambiental;


• A logística reversa;
• A certificação ISO 14000.
O objetivo é analisar o entorno do mundo do trabalho e o papel do consumidor frente às
novas ferramentas de controle ambiental.

O século XX foi marcado pela máquina. A tecnologia invadiu a vida humana. Assim, o meio
ambiente ficou refém da competitividade, por isso apareceram as certificações (ISO), que
vão regular esse comportamento desenfreado da indústria e envolver o homem a valorizar
produtos que tenham preocupação com todo o processo produtivo, a fim de preservar “vida”
para as futuras gerações.

A Carta da Terra –
A Situação Global

Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental,


redução dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo
arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos equitativamente e
o fosso entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os
conflitos violentos têm aumentado e são causa de grande sofrimento.
O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas
ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são
perigosas, mas não inevitáveis.
(http://www.mma.gov.br/estruturas/agenda21/_arquivos/carta_terra.pdf)
AULA ATIVIDADE 03: Momento de leitura e reflexão

Orientações

1. A partir da leitura atenta do texto responda às questões colocadas.

O homem que espalhou o deserto

Quando menino, costumava apanhar a tesoura da mãe e ia para o quintal, cortando folhas
das árvores. Havia mangueiras, abacateiros, ameixeiras, pessegueiros e até mesmo
jabuticabeiras. Um quintal enorme, que parecia uma chácara e onde o menino passava o
dia cortando folhas. A mãe gostava, assim ele não ia para a rua, não andava em más
companhias. E sempre que o menino apanhava seu caminhão de madeira (naquele tempo,
ainda não havia os caminhões de plástico, felizmente) e cruzava o portão, a mãe corria com
a tesoura: tome filhinho, venha brincar com as suas folhas. Ele voltava e cortava. As árvores
levavam vantagem, porque eram imensas e o menino pequeno. O seu trabalho rendia
pouco, apesar do dia-a-dia constante, de manhã à noite.
Mas o menino cresceu, ganhou tesouras maiores. Parecia determinado, à medida que o
tempo passava, a acabar com as folhas todas. Dominado por uma estranha impulsão, ele
não queria ir à escola, não queria ir ao cinema, não tinha namoradas ou amigos. Apenas
tesouras, das mais diversas qualidades e tipos. Dormia com elas no quarto. À noite, com
uma pedra de amolar, afiava bem os cortes, preparando-as para as tarefas do dia seguinte.
Às vezes, deixava aberta a janela, para que o luar brilhasse nas tesouras polidas.
A mãe, muito contente, apesar do filho detestar a escola e ir mal nas letras. Todavia, era um
menino comportado, não saía de casa, não andava em más companhias, não se
embriagava aos sábados como os outros meninos do quarteirão, não freqüentava ruas
suspeitas onde mulheres pintadas exageradamente se postavam às janelas, chamando os
incautos. Seu único prazer eram as tesouras e o corte das folhas.
Só que, agora, ele era maior e as árvores começaram a perder. Ele demorou apenas uma
semana para limpar a jabuticabeira. Quinze dias para a mangueira menor e vinte e cinco
para a maior. Quarenta dias para o abacateiro que era imenso, tinha mais de cinquenta
anos. E seis meses depois, quando concluiu, já a jabuticabeira tinha novas folhas e ele
precisou recomeçar.
Certa noite, regressando do quintal agora silencioso, porque o desbastamento das árvores
tinha afugentado os pássaros e destruído ninhos, ele concluiu que de nada adiantaria podar
as folhas. Elas se recomporiam sempre. É uma capacidade da natureza, morrer e reviver.
Como o seu cérebro era diminuto, ele demorou meses para encontrar a solução: um
machado.
Numa terça-feira, bem cedo, que não era de perder tempo, começou a derrubada do
abacateiro. Levou dez dias, porque não estava acostumado a manejar machados, as mãos
calejaram, sangraram. Adquirida a prática, limpou o quintal e descansou aliviado.
Mas insatisfeito, porque agora passava os dias a olhar aquela desolação, ele saiu de
machado em punho, para os arredores da cidade. Onde encontrava árvore, capões, matos,
atacava, limpava, deixava os montes de lenha arrumadinhos para quem quisesse se servir.
Os donos dos terrenos não se importavam, estavam em via de vendê-los para fábricas ou
imobiliárias e precisavam de tudo limpo mesmo.
E o homem do machado descobriu que podia ganhar a vida com o seu instrumento. Onde
quer que precisassem derrubar árvores, ele era chamado. Não parava. Contratou uma
secretária para organizar uma agenda. Depois, auxiliares. Montou uma companhia,
construiu edifícios para guardar machados, abrigar seus operários devastadores. Importou
tratores e máquinas especializadas do estrangeiro. Mandou assistentes fazerem cursos nos
Estados Unidos e Europa. Eles voltaram peritos de primeira linha. E trabalhavam,
derrubavam. Foram do sul ao norte, não deixando nada em pé. Onde quer que houvesse
uma folha verde, lá estava uma tesoura, um machado, um aparelho eletrônico para arrasar.
E enquanto ele ficava milionário, o país se transformava num deserto, terra calcinada. E
então, o governo, para remediar, mandou buscar em Israel técnicos especializados em
tornar férteis as terras do deserto. E os homens mandaram plantar árvores. E enquanto as
árvores eram plantadas, o homem do machado ensinava ao filho a sua profissão.

LOYOLA BRANDÃO, Ignácio de. O homem que espalhou o deserto. In: Para gostar de ler.
São Paulo: Ática, 1983, v. 8, p. 42-4.

http://minerva.ufpel.edu.br/~anne.moor/bmt/o_homen_que_espalhou.htm

Questões sobre o texto O homem que espalhou o deserto.


1. O que o menino fazia desde pequeno para se distrair?
2. Cite as etapas do desenvolvimento da criança até a fase adulta e seus hábitos.
3. A distração de criança culminou num mal ao meio ambiente? Qual?
4. Qual foi a solução encontrada para o problema com o meio ambiente?
5. Existe no final um problema ainda maior do que o provocado pelo homem do machado.
Qual é? Por que é tão grave?
6. Estabeleça uma interferência do círculo vicioso explícito no texto.
Bloco I – Meio Ambiente e Sociedade
Aula 4 – Educação Ambiental no Setor Produtivo II
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A Logística Reversa
A logística reversa é um dos caminhos para a indústria colaborar com a educação
ambiental.
Gestores de marcas estudam cada vez mais a logística, o que inclui cuidados como
redução e reuso na cadeia direta de produção e distribuição, bem como reciclagem e
estabelecimento de novos canais na logística reversa, seja para mercados primários ou
secundários

Exemplo de Logística Reversa:


Empresa lucra com logística reversa para o setor de vidros.
Em tempos de praticar a conscientização ambiental, a necessidade do planeta pode se
tornar nicho para as pequenas e médias empresas (PMEs). É o caso da Massfix, de
Guarulhos (SP), especializada na reciclagem de cacos de vidro. Juliana Schunck, diretora
da Massfix, conta que a empresa surgiu há 20 anos de uma necessidade do mercado.

Nesse sentido, o Eniac realiza diversas ações, como: O ENIAC Green é um grupo formado
por professores e alunos, que tem como objetivo promover a prática sustentável dentro e
fora da instituição.
Toda ação sustentável da instituição é realizada pelo grupo, que coordena diversos projetos
voltados para a sociedade, como coleta seletiva de resíduos, campanhas de arrecadação
de baterias, agasalhos, alimentos e palestras sobre o tema.
O CRC - Centro de Recondicionamento e Componentes - é uma célula do Eniac
Innovation que atua na reintegração de componentes eletrônicos, desde computadores e
periféricos a celulares e eletroeletrônicos em geral. Os dispositivos são coletados através de
doações ou descartes feitos por alunos, pais e toda a comunidade em pontos de coleta na
Instituição.

Após essa etapa, os voluntários do Eniac Innovation fazem um registro das entradas de
componentes e, juntos professores e tutores, preparam um diagnóstico dos problemas
apresentados e possíveis formas de resolvê-los. Através desse estudo, são tratados
conceitos de eletrônica digital e analógica, mecânica e arquitetura. Mais de 80% dos
materiais recolhidos são reintegrados, tornando-se doações para instituições carentes .
O restante que não pode ser consertado é redirecionado a duas outras células: a de
projetos, na qual poderá servir a outras funções, transformando-se, por exemplo, na parte
da estrutura de robôs e máquinas ou ainda servir a projetos educacionais. Também, à
célula do museu tecnológico, em que poderá ficar em exposição. Sendo assim, 100% dos
dispositivos recolhidos são reaproveitados de alguma forma.

“As atividades de treinamento são voltadas à adequação do ser humano ao sistema


produtivo. Assim, a educação ambiental poderá utilizar o espaço de treinamento já existente
nas indústrias e empresas, aprimorando-o pela inserção das
dimensões ambiental, social, cultural e de cidadania (...) como um suporte básico para a
implementação da ISO 14.000...” (Ruscheinsky, 2002,p.144)

O Eniac nessa parte também desempenha atitudes fundamentais, envolvendo desde os


alunos em séries iniciais. O Eniac Social é responsável pela organização da conhecida
Gink-Eniac. Gincana promovida entre os alunos e a comunidade que visa
arrecadar roupas e alimentos para entidades carentes da região. Em 2010, foram
arrecadadas 26 mil toneladas de alimentos e mais de 88 mil peças de roupas.
Já os alunos adolescentes e adultos do Eniac se envolvem na ONG EMPREENDER.
O Eniac Empreender é uma entidade sem fins lucrativos que foi criada com o objetivo de
promover a formação profissional e pessoal de nossos alunos. As atividades desenvolvidas
englobam projetos de responsabilidade social e sustentabilidade na indústria, no comércio e
no Terceiro Setor.
Trata-se de uma empresa gerida por alunos, com supervisão de professores e profissionais
do mercado, os quais realizam a interface entre os conceitos teóricos, o mercado de
trabalho, o voluntariado e a prática social. Esse trabalho desenvolve o relacionamento dos
alunos com as empresas e entidades da região, contribuindo para aumentar sua
empregabilidade. As empresas conveniadas abrem vagas para nossos alunos se
candidatarem.

ISO 14000
A certificação ambiental mais conhecida e difundida é a ISO 14.000. A família ISO 14000
aborda vários aspectos da gestão ambiental. As primeiras duas normas, ISO 14001: 2004 e
ISO 14004:2004 lida com Sistemas de Gestão Ambiental (SGA). A ISO 14001:2004 fornece
os requisitos para um SGA e a ISO 14004:2004 fornece orientações gerais para um SGA.
A família ISO está basicamente preocupada com a “gestão ambiental”, ou seja, o que a
organização faz para minimizar os efeitos danosos ao meio ambiente causado por sua
atividade, conseguir uma contínua melhora no seu desempenho ambiental.
A grande maioria das normas ISO são altamente específicas a um processo, a um material
ou a um produto. As normas que deram reputação global às famílias ISSO 9000 e ISSO
14000, são normas “genéricas de sistemas de gestão”.
Assim, essas normas podem ser aplicadas a qualquer organização, para qualquer produto
ou mesmo serviço, para qualquer setor de atividade e para um empreendimento comercial,
administração pública ou uma unidade governamental.
Um “sistema de gestão” refere-se à estrutura da organização para gerenciar seus
processos, ou atividades, que transformam a entrada de recursos, em um produto ou
serviço que atendem os objetivos da organização, tais como satisfazer os requisitos de
qualidade de seus consumidores, que estejam em conformidade com os regulamentos
aplicáveis ou que atendam os objetivos ambientais.
AULA ATIVIDADE 04: Momento de leitura e reflexão

Orientações
Escreva um texto com quatro parágrafos cujo assunto seja a sustentabilidade. Procure se
lembrar de uma ação em sua empresa, ou em seu meio social que envolva a
sustentabilidade. Descreva com detalhes essa ação, cite personagens, seus efeitos no
desenvolvimento social, no desenvolvimento econômico e nas práticas ambientais.

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