Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Belo Horizonte
2017
Amanda Mariana de Souza
Dalvana Carla Paiva Rocha
Débora Medeiros Estevam de Oliveira Coelho
Gabriel Ferreira da Silva
Halyne Thamara Lopes
Isabella Murça Cardoso
Luísa Rodrigues Guimarães
Belo Horizonte
2017
AGRADECIMENTOS
Com a ocupação das encostas, que vem ocorrendo nos últimos tempos, intensificou o
desenvolvimento de situações de risco para a população ali edificada . As obras de
contenções são as mais indicadas para essas situações, sendo que as mais comuns são muros
de arrimo à gravidade e à flexão. A função dos muros é conter o maciço de solo, em um
talude de corte ou aterro. Os gabiões fazem parte dos muros de arrimo à gravidade e são
constituídos por elementos metálicos confeccionados com telas e preenchidos por pedras.
Para aplicabilidade de técnicas e conceitos de contenções foi realizado um estudo no
Município de Contagem, com investigação de áreas de risco para a comunidade do bairro
Olinda, localizado às margens do córrego, conhecido popularmente como “Maracanã”. No
entorno desse córrego existem várias residências sujeitas a risco de “desabamento”. Foram
realizados estudos geotécnicos no local e, com o apoio da Defesa Civil de Contagem, foi
possível chegar à conclusão que o gabião tipo caixa é uma possível alternativa de contenção,
tendo em vista suas características geotécnicas e estruturais. Para realizar o dimensionamento
da estrutura do gabião foi disponibilizado, pela empresa Maccaferri, o acesso ao software
Gawacwin, que, a partir de dados gerais inseridos, apresenta resultados suficientes e
satisfatórios para a estrutura a ser instalada no local.
With the occupation of the slopes that has been occuring in recent times, intensified the
development of risk situations for the population built there. The containment are the most
suitable for these situations, and the most common are gravity and bending walls, whose
function is to carry out the containment of a mass of soil, whether on a slope or landfill. The
gabions are part of the gravity walls and are made up of metallic elements made of fabrics and
filled with stones. For the applicability of techniques and concepts of contention, a study was
carried ou in the Municipality of Contagem, investigating risk areas for the Olinda
neighborhood community, located on the banks of the stream, popularly known as
“Maracanã”. In the surroundings of this stream there are several residences subject to risk of
“colapse”. Geotechnical studies were carried out at the site and with the support of the Civil
Counting Defense, allowing the conclusion that the box type gabion would be a possible
alternative of containment due to its geotechnical and structural characteristics. In order to
carry out the sizing of the gabion structure, the Gawacwin software was made available by the
company Maccaferri, which through general data entered, obtained satisfactory results for the
structure to be installed in the place.
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12
1.2 Objetivo Específico ....................................................................................................... 13
1.3 Justificativa.................................................................................................................... 13
2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 15
2.1 Áreas de risco geológico ............................................................................................... 15
2.1.1 Áreas de Risco Geológico no Brasil ....................................................................... 16
2.1.2 Áreas de Risco Geológico em Contagem - MG ...................................................... 17
2.2 Principais Causas das Áreas de Riscos Geológicos .................................................... 17
2.3 Mapeamentos das Áreas de Risco ............................................................................... 22
2.3.1 Sistema de Informação Geográfica (SIG) .............................................................. 23
2.3.2 Órgãos Públicos....................................................................................................... 26
2.4 Estabilização das áreas de risco ................................................................................... 27
2.4.1 Histórico................................................................................................................... 27
2.4.2 Muros de Gravidade ................................................................................................ 28
2.4.3 Muro de Gabião ....................................................................................................... 28
2.4.4 Muros de Concreto Ciclópico ................................................................................. 30
2.4.5 Muro de Arrimo à Flexão ....................................................................................... 31
2.4.6 Muros de arrimo atirantados .................................................................................. 32
2.4.7 Cortinas Ancoradas ................................................................................................. 32
2.4.8 Muros de arrimo com contrafortes ......................................................................... 34
2.4.9 Retangulão ............................................................................................................... 35
2.4.10 Estabilização das Encostas ................................................................................... 36
2.4.11 Relações da moradia com os taludes de corte e aterro ........................................ 37
2.4.12 Drenagem............................................................................................................... 37
2.4.13 Obras de Proteção Superficial .............................................................................. 38
2.4.14 Estabilização de blocos.......................................................................................... 49
3 METODOLOGIA................................................................................................................ 52
4 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA .......................................................................... 53
4.1 Contexto Local .............................................................................................................. 53
4.2 Escolha do tipo de Contenção ...................................................................................... 56
4.2.1 Vantagens do Gabião .............................................................................................. 59
4.2.2 Desvantagens do Gabião ......................................................................................... 59
4.2.3 Tipos de Gabião ....................................................................................................... 59
4.2.4 Aspectos de Durabilidade e Vida Útil em Gabião Caixa ....................................... 61
4.2.6 Processo de Execução do Gabião ........................................................................... 64
5 DIMENSIONAMENTO DO GABIÃO ATRAVÉS DO SOFTWARE GAWACWIN . 69
5.1 Primeira etapa: Dados gerais sobre o muro de gabião.............................................. 69
5.2 Segunda etapa: dados sobre as camadas do muro ..................................................... 70
5.3 Terceira etapa: dados sobre o solo de fundação ........................................................ 73
5.4 Quarta etapa: dados sobre o terrapleno ..................................................................... 75
5.5 Quinta etapa: cargas sobre o terrapleno. ................................................................... 76
6 LEVANTAMENTO DE CUSTOS DA ESTRUTURA DE GABIÃO ............................. 80
6.1 Considerações de cálculo .............................................................................................. 80
6.2 Resultados obtidos ........................................................................................................ 81
7 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 83
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 85
APÊNDICE A – Entrevista com os moradores do Bairro Olinda – Contagem................ 88
ANEXO A – Resultados do software GawacWin ................................................................ 90
12
1 INTRODUÇÃO
O objetivo geral deste estudo é propor a solução mais adequada para conter e
estabilizar uma encosta da área no entorno do Córrego Maracanã, no bairro Olinda, Município
de Contagem/MG.
1.3 Justificativa
A identificação das áreas de riscos geológicos tem se tornado cada vez mais importante,
dado o prejuízo que os acidentes têm gerado ao meio ambiente e à vida humana. Vários
fatores contribuem para a instabilidade de taludes, sendo que o mais frequente ocorre em
períodos chuvosos, ocasião em que o solo fica saturado devido à infiltração de água que
sobrecarrega a encosta, favorecendo os vários tipos de movimentação de solo. Outro fator
importante é a ocupação urbana nas encostas. Pessoas que, por falta de opção, se instalam
nessas áreas, retirando a vegetação e desfavorecendo o solo. Cortes nos taludes sem o devido
acompanhamento comprometem vidas humanas.
O solo possui grande resistência a fatores climáticos, mas quando começa a sofrer
sobrecargas e processos erosivos a sua estrutura tende a romper, desestabilizando o talude
podendo ocorrer diversos movimentos de massa. É necessário fazer mapeamento nessas áreas
de riscos através de softwares, que possuam alta capacidade e qualidade para fazer o devido
acompanhamento e monitoramento.
14
2 REFERENCIAL TEÓRICO
de maior ocorrência desses desastres no país, conforme Filho e Cortez (2010), são as regiões
metropolitanas do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Belo Horizonte.
As quedas geralmente estão associadas a blocos em queda livre, sem uma superfície de
ruptura definida. Para os mesmos autores, esse tipo de movimento pode ser causado por
saltação, rolamento dos blocos e fragmentação no impacto com o substrato.
As corridas são definidas, segundo os autores citados anteriormente, como “formas
rápidas de escoamento de caráter essencialmente hidrodinâmico, ocasionadas pela perda de
atrito interno das partículas do solo, em virtude da destruição de sua estrutura interna, na
presença de excesso de água”. Possui alta velocidade de deslocamento e sua principal causa é
derivada do aporte de materiais como solo, rocha e árvores.
Os escorregamentos (ou deslizamentos) fazem parte do processo evolutivo natural da
geometria de uma encosta. Ainda, segundo os mesmos autores, “são movimentos rápidos, de
porções de terrenos (solos e rochas), com volumes definidos, deslocando-se sob a ação da
gravidade, para baixo e para fora do talude ou da vertente”. Fiori (2015) diz que “os
escorregamentos ocorrem nos locais em que a pressão de poros reduz a componente normal
do peso do solo a tal ponto que as forças cisalhantes, ou favoráveis ao movimento, igualam ou
superam a resistência ao cisalhamento”. Vale ressaltar que o solo não precisa estar totalmente
saturado para a ocorrência do escorregamento.
Esse tipo de movimento de massa pode ocorrer em diferentes velocidades, desde
centímetros por ano até vários metros por segundo, em decorrência do tipo de ocupação e
solo. Segundo Infanti Jr & Fornasari Filho (apud PAULA), quanto menor o tempo que um
processo pode ser percebido, menos as modificações serão notadas. Tal fato ocorre, pois as
forças envolvidas atuam em um período de tempo muito curto ou não possuem a magnitude
necessária para grandes modificações. No entanto, se a natureza ou a velocidade de atuação
do processo se modificar, é possível que ocorra uma alteração advinda de tais modificações.
A geometria do escorregamento pode ser circular ou rotacional, planar ou translacional
e em cunha.
O escorregamento circular (ou rotacional) possui uma superfície de ruptura circular,
conforme visto na Figura 2. Esse tipo de movimento está relacionado com a existência de
solos espessos e homogêneos e rochas muito fraturadas. Pode ser desencadeado por um corte
em seu pé.
Esse tipo de movimento é frequente nas encostas do sudeste brasileiro, movimentando
geralmente o manto de alteração. Tominaga, Amaral e Santoro (2009) citam que “podem se
tornar processos catastróficos, com o deslizamento súbito do solo residual que recobre a rocha
ao longo de uma superfície qualquer de ruptura, ou ao longo da própria superfície da rocha”.
20
ArcGIS
Já no formato Raster, segundo Silva e Machado (2010, pág. 6) “as informações são
armazenadas por matrizes ou grades”. Assim este modelo obtém melhores informações de
satélites, como observado na Figura 7 abaixo:
As áreas de riscos são fiscalizadas por órgãos públicos, que promovem ações
preventivas, de socorro, assistenciais e reconstrutivas destinadas a evitar ou minimizar os
desastres naturais, sendo que cada estado e município tem a sua própria Defesa Civil.
De acordo com o Ministério da Integração Nacional (2016), “O Sistema Nacional de
Proteção e Defesa Civil (SINPDEC) é constituído por órgãos e entidades da administração
pública federal, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e por entidade pública e
privada de atuação significativa na área de proteção e defesa civil, sob a centralização da
Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil”.
Os órgãos da Defesa Civil (Estaduais, Municipais e União) são coordenados pela
Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (SEDEC), onde sua principal função é
coordenar a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC) que consequentemente
conduz as Defesas Civis locais, tendo os órgãos públicos da Defesa Civil interligados,
conseguindo abranger assim todo o território nacional.
Os dados de áreas de risco passados a Defesa Civil são feitos por instituições públicas
como a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), que realizam pesquisas de
serviços geológicos que caracterizam as áreas ou setores de uma encosta ou planície de
inundação sujeitas à ocorrência de processos destrutivos de movimentos de massa, enchentes
de alta energia e inundações.
O Sistema Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (CEMADEN),
além de disponibilizar dados, permite o envio antecipado de alertas de desastres para regiões
com áreas de risco, esses alertas são repassados para o Centro Nacional de Gerenciamento de
Riscos e Desastres (CENAD), os quais auxiliam ações para evitar ou minimizar esses
impactos sociais e econômicos resultante dos desastres naturais.
Conforme o CEMADEN (2016), “O Protocolo de Ação entre o Centro Nacional de
Gerenciamento de Riscos e Desastres CENAD/Ministério da Integração (MI) e o
Cemaden regulamentam que todo alerta de risco de desastres naturais emitido deverá ser
enviado ao CENAD, para se constituir em subsídio fundamental na tomada de ações
preventivas de proteção civil, entre outros aspectos legais”.
As interligações entre os órgãos públicos e institutos de pesquisas meteorológicas,
análise de risco, mapeamento geológico-geotécnico e hidrológico, estão abordadas no
fluxograma abaixo de acordo com a Figura 9:
27
2.4.1 Histórico
Nos muros de gravidade, a estabilidade depende do seu próprio peso. Não precisam de
tirantes ou contribuição de esforços proveniente do solo.
Segundo CAPUTO (1988), “na construção de um muro, a fim de evitar o acúmulo das
águas pluviais infiltradas no lado da terra, é de boa técnica prever um sistema de drenagem
dessas águas”. Por isto, as estruturas de contenção em gabião são uma boa escolha para
lugares que tem água, devido à sua porosidade (30% de toda estrutura), são permeáveis e
autodrenantes.
O gabião é muito utilizado devido à sua facilidade de montagem e execução,
disponibilidade de materiais e por não utilizar mão de obra especializada, sendo empregada a
própria mão de obra local de onde será executada a contenção.
30
Estes muros são recomendáveis para contenção de taludes com altura máxima entre 4
e 5 metros. O muro de concreto ciclópico é uma estrutura construída com o preenchimento de
uma fôrma com concreto e blocos de rocha (ver Figura 13) de dimensões variadas. É essencial
a execução de um sistema adequado de drenagem neste tipo de contenção (ver Figura 12),
devido à sua baixa permeabilidade. A drenagem do muro pode ser de dois modos: furos de
drenagem ou manta de material geossintético. Os furos de drenagem são posicionados na face
frontal do muro, o que às vezes causa impacto visual negativo, visto que o fluxo de água
provoca manchas no muro quando não são feitos os buzinutes (prolongamento do
tubo/barbacã para servir de pingadeira). Já a manta geotêxtil é colocada na face posterior do
muro. Neste caso, a água é recolhida através de tubos de drenagem adequadamente
posicionados.
Os muros de arrimo à flexão são estruturas em concreto armado, cuja função é realizar
a contenção de um maciço de solo, seja em um talude de corte ou aterro. Ele é bastante
utilizado, principalmente em edificações, para contenção de taludes provenientes de cortes em
subsolos. Possui a vantagem de diminuir o volume da estrutura de arrimo, em relação ao muro
à gravidade, devido à sua pouca espessura. Outra vantagem é o retroaterro na base do muro,
que favorece a sua estabilidade. É importante ressaltar que um adequado sistema de drenagem
é imprescindível (ver Figura 14) para a obtenção de uma estrutura econômica e segura. Já que,
desta forma, elimina-se o empuxo hidrostático sobre a estrutura. Segundo MOLITERNO
(1994), tais estruturas são viáveis economicamente para alturas de até 4 metros, sem o uso de
contrafortes ou atirantamento, que podem aumentar esta altura. Não há limitações do ponto de
vista técnico para seu uso em alturas superiores a esta.
Para executar esse sistema é preciso escavar uma base que será preenchida com a armação da
base do muro e concreto; a armação ficará toda ancorada na base, permitindo que a parede do
muro seja executada com a amarração nessa armadura. É um sistema de fácil execução, não
necessitando de equipamentos sofisticados, o que o torna um método rápido e barato de ser
utilizado.
32
”A cortina atirantada, é composta por uma parede bastante rígida de concreto armado, que é fixado ao terreno
por meio de cordoalhas de aço protendidas, recoberta por calda de cimento aplicada sobre pressão. 13 A cortina
atirantada é uma técnica de contenção que consiste na execução de uma “cortina” de contenção, seja ela de
concreto armado, projetado, parede diafragma ou perfis metálicos cravados, concomitantemente com a
perfuração, aplicação, injeção e proteção dos tirantes. Este tipo de contenção, cortina atirantada, pode ser de
caráter provisório (subsolos) ou definitivo”. (solofort/cortina).
Cortinas ancoradas são contenções que, através dos tirantes, se ligam a estruturas
mais rígidas e apresentam ancoragem ativa. São compostas por tirantes injetados no solo e
solicitados a esforços axiais de protensão, presos na outra extremidade em um muro de
concreto armado, projetado para resistir aos esforços gerados pela reação entre o solo e o
sistema muro-tirantes (ver Figura 15). Possuem grande destaque dentre as estruturas de
contenção devido à sua eficácia e versatilidade, podendo ser usadas em quaisquer situações
geométricas, porém possuem um custo elevado.
33
2.4.9 Retangulão
As moradias de topo correm sério risco de desabamento, seja por deslizamentos ou por
erosão, aquelas construídas na base ficam muito próximas aos depósitos de colúvio, portanto,
sujeitas ao soterramento por ocasiões de movimentos de massa ou corridas de lama/areia
durante tempestades.
Segundo Alheiros et al., 2003 as recomendações para construção de moradias em
taludes são:
Remover as moradias a menos de 5 metros da linha de crista e a menos de 10 metros
da massa de colúvio, definindo oficialmente esta faixa como área não edificável.
Construir barreiras vegetais e/ou muros de espera, para reduzir o assoreamento e
proteger vias públicas ou moradias a jusante das corridas de terra e dos deslizamentos.
2.4.12 Drenagem
38
Segundo Mattos (2009), "em situações onde a vegetação natural tenha sido removida
e, portanto, há risco de escorregamento, a implantação de uma cobertura vegetal similar a
natural é de grande valia, de modo que a cobertura vegetal aumenta a resistência das camadas
superficiais de solos através das raízes, protege contra a erosão superficial e reduz a
infiltração de água no solo através dos galhos, troncos e folhas."
A cobertura vegetal com materiais naturais destaca-se pela:
Revestimento com grama: é o mais utilizado quando se quer uma rápida cobertura
com máxima eficiência, sendo organizadas de forma a cobrir uniformemente toda a superfície
do talude. Dependendo da inclinação, é recomendável a utilização de estacas de madeira para
promover a fixação das placas;
Revestimento com vegetação arbórea: no caso de árvores de grande porte, o efeito
mecânico é o de alavanca, como resultado da ação da gravidade, combinado à ação dos ventos
mais fortes. Logo, árvores inclinadas podem ser um sinal de movimentação da encosta,
devendo ser imediatamente erradicadas. As bananeiras pertencentes à família das herbáceas
têm efeito negativo se plantadas em encostas e também devem ser evitadas. Isto porque,
acumula-se grande quantidade de água em suas raízes propiciando maior peso e condições
favoráveis ao escorregamento.
mínima de 2 cm cada, sendo a primeira rugosa, e a segunda, lisa. Destaca que, embora frágil,
esse revestimento, quando monitorado (para a execução de reparos) pelo próprio morador,
pode ter alta durabilidade. Eles devem contar com drenos (barbacãs) para reduzir as poro-
pressões da água bloqueada pelo revestimento.
A Figura 19 apresenta um talude sendo revestido com cimentado, sendo executado por
drenos subterrâneos (barbacãs) para permitir a drenagem.
A geomanta atua como proteção contra erosões superficiais provocadas pelo impacto
das chuvas e fluxos superficiais durante o período de desenvolvimento e fixação dos vegetais
(Alheiros et al., 2003).
Alheiros et al. (2003) explica que este tipo de revestimento constitui materiais
sintéticos que não degradam, tem aparência de uma manta extremamente porosa oferecendo
ancoragem adequada para as raízes após o crescimento da vegetação.
Essa solução é indicada para utilização em talude que possui inclinação desvantajosa
para o plantio de gramíneas, e quando não se dispõe de tempo suficiente para implantação de
cobertura vegetal (Figuras 20 e 21).
42
Alheiros et al. (2003) diz que, como o revestimento com geomanta, as geocélulas
apresentam vantagem de utilização quando não se dispõe de tempo suficiente para
implantação da cobertura vegetal e/ou quando a inclinação do talude dificulta a plantação de
gramíneas.
A Figura 22 mostra o revestimento com geocélulas em um talude, onde a vegetação
não consegue se desenvolver.
fixadas ao terreno com ganchos de ferro de 3/8", instalados a cada 1,00 m, em todas as
direções. Devem ser instalados drenos em tubos de PVC de 4", com filtro de geotêxtil (ou
bidim com 20cm x 30cm x 20cm) na parte interna e fixados com profundidade de 20 cm.
Alheiros et al (2003) explica que sobre a tela, fixada ao talude regularizado por
ganchos, inicia-se a execução de chapisco com argamassa de cimento e areia no traço 1:3.
Esta operação deverá prosseguir até a completa cobertura da malha de telas galvanizadas, que
deve ficar completamente envolvida. A argamassa deve ser aplicada sobre o talude na
espessura de 4 cm, a partir do pé para a sua crista, de forma a se obter a seção projetada
(Figura 23).
Figura 23: Revestimento com Tela Argamassada
O revestimento com pedra rachão é feito com blocos de rocha, talhados em forma
regular e tamanho conveniente (entre 20 e 40 cm), sobre o talude previamente limpo e
regularizado. Os blocos são arrumados sobre o talude e rejuntados com argamassa
(cimento/areia no traço 1:3), criando uma superfície impermeável estável, que protege o
talude da erosão (Alheiros et al., 2003).
Para o maior travamento possível na interface pedra/solo natural, deve-se cravar a face
mais aguda do bloco na superfície a ser protegida. Caso a inclinação do talude seja muito
45
elevada ou a área muito extensa, o revestimento deve ser precedido de uma fundação corrida
simples (Cunha, 1991).
Segundo Alheiros et al (2003), esse tipo de impermeabilização pode também utilizar
pedra de face ou lajotas pré-moldadas (40x40 cm), aplicadas com argamassa sobre o talude
previamente preparado. Como esse material apresenta menor condição de travamento no solo,
recomenda-se o retaludamento para a redução da declividade, ou sua aplicação em encostas
menos inclinadas. É comum o descolamento de lajotas em taludes úmidos, oferecendo risco
de acidentes para as pessoas que utilizam com frequência os espaços próximos à base da
barreira. Independentemente do material usado para o revestimento, devem ser executados os
drenos subterrâneos (barbacãs) e o sistema de microdrenagem superficial, indispensáveis para
a durabilidade e a segurança da obra.
A Figura 24 mostra o revestimento com pedra de face, aplicado em um talude,
enquanto a Figura 25 está sendo aplicado o revestimento lajotas, devendo ter o cuidado para
não haver o deslocamento e oferecer riscos de acidentes.
Alheiros et al. (2003) diz que a retenção com tela metálica deve ser adotada em taludes
de maciços rochosos, passíveis de queda de blocos pequenos, que causem, em consequência,
o descalçamento e a instabilização de partes mais altas da encosta.
50
As telas são fixadas no topo da crista e na parede da encosta, com grampos de fixação
distribuídos em intervalos regulares, como se vê na Figura 30 (a) e (b). A tela deve ser
protegida da corrosão para garantir sua eficácia de proteção e aumentar sua vida útil.
(a) (b)
Fonte: Faculdades Kennedy (2010).
b) Remoção e desmonte
3 METODOLOGIA
4 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA
A escolha desta residência se deve ao fato de uma grande parcela do terreno ter sido
perdida em decorrência das enchentes no córrego Maracanã, provocando uma intensa erosão
nas margens, e também por apresentar diversas patologias (fissuras, trincas, aberturas,
recalques etc.) na casa, conforme se pode observar na Figura 35. Esses dados evidenciam a
necessidade, em caráter emergencial, de intervenção no terreno, evitando a perda total do lote
e possíveis acidentes que comprometam a vida dos moradores.
55
A erosão das margens dos cursos d’água é uma das manifestações mais visíveis do
complexo reajustamento da morfologia do canal em busca de um novo equilíbrio e das
alterações na dinâmica do sistema fluvial, ocorrendo um trabalho contínuo de escavação na
base da margem côncava, onde a velocidade é maior, e de deposição na parte convexa
(CHRISTOFOLETTI, 1981; GUERRA; CUNHA, 2003). Os processos erosivos ocorrem
quando a resultante de todas as forças atuantes sobre o material erodível excede o resultado
efetivo de todas as forças que tendem a conservar o material no próprio local (SIMONS,
1982).
O avanço dos processos erosivos tem levado à adoção de práticas de controle seja a
partir do empirismo da população ribeirinha ou pelo uso de soluções de engenharia, ou
mesmo a bioengenharia de solos. Seja naturalmente ou pela mão do homem, os rios estão
sujeitos a desequilíbrios que podem ser mitigados ou evitados por meio de obras adequadas
(BRANDÃO, 2001).
As margens do curso d’água e encostas estão sujeitas a ação de um processo erosivo
cada vez mais elevado, tanto pela falta de vegetação, quanto pelo aumento da vazão do
córrego em períodos chuvosos, o que consequentemente agrava a situação dos moradores
nessa área de risco, pois o processo de desgaste e sedimentação do solo, acaba chegando até
as residências, que se localizam a beira do córrego, causando problemas estruturais nas
edificações.
56
Com isso, é necessária a construção de uma obra de engenharia para minimizar este
processo erosivo e estabilizar os trechos de margens comprometidas pelo curso d'água e
propiciar segurança aos moradores deste local.
CÓRREGO MARACANÃ
AFLUENTE ESQUERDO
AFLUENTE DIREITO
Além disso, a antropização desta área, com os seus consequentes impactos, favorece
um cenário de erosão que traz riscos relativos à estrutura das residências em seu entorno,
como esboçado anteriormente na Figura 32, que mostra uma casa com a fundação exposta.
Outro processo que pode ser observado no entorno do córrego é o assoreamento, conforme
Figura 38 a seguir:
58
Uma das possíveis soluções para estabilizar o talude da área em estudo seria o
retaludamento, citado anteriormente neste trabalho. No entanto, esse recurso requer grande
espaço para atingir a inclinação desejada, tornando-o inviável. No local, não seria possível
realizar o corte e o aterro no talude, pois as casas encontram-se muito próximas das margens.
Outra medida de estabilidade seria o solo-cimento ensacado (também conhecido
popularmente como rip-rap), que estabelece o equilíbrio da encosta com seu peso próprio,
tendo como vantagens o seu baixo custo e o fato de não demandar mão de obra ou
equipamentos especializados.
Acatando o desenvolvimento de um trabalho mais técnico com a parceria de empresa
especializada, para o estudo de caso, optou-se pelo muro gabião, pois, possui flexibilidade,
durabilidade e a permeabilidade do sistema permite a drenagem do fluxo de água que percola
pelo maciço que está sendo contido. Para o local estudado é necessário estrutura para proteção
das margens, que pode diminuir a erosão, atuando como uma obra de contenção.
59
São três os tipos de gabiões existentes no mercado. Todos são constituídos por tela
metálica e pedras, mas apresentam diferentes formatos, o que lhes confere funções diversas.
Podem ser em formato de caixa, de saco ou de colchão.
Os gabiões tipo caixa, Figura 39, são os mais conhecidos e utilizados nas obras de
engenharia.
60
Os gabiões tipo saco, representados na Figura 40, apresentam um único pano de tela
que envolve as pedras e é amarrado em suas extremidades. Por possuir uma geometria
cilíndrica e ser de fácil execução é indicado para obras em locais de difícil acesso ou quando
apoiadas sobre solos de baixa capacidade de suporte, conforme Manual da Maccaferri.
Por sua vez, os colchões reno são os gabiões desenvolvidos para atuarem como
revestimentos, apresentam geometria semelhante ao gabião caixa, porém, sua espessura é
menor, conforme demonstrado na Figura 41.
61
Todos os tipos de gabiões, quando em contato direto com a água, são revestidos de
zincagem pesada e recobrimento adicional de material plástico, evitando corrosão da malha
metálica.
Ante as três opções apresentadas, para a área analisada, projetou-se a utilização de
gabiões tipo caixa, uma vez que são os mais indicados para obras de contenção de encostas.
Também previmos a necessidade de um recobrimento plástico, já que a contenção estará em
contato direto com o córrego “Maracanã”.
Para garantir adequada vida útil ao gabião, deve-se atentar para a tela que envolve a
estrutura, que será determinada através da taxa de corrosão e o ambiente em que o mesmo se
encontra. Algumas variáveis podem influenciar na vida útil da estrutura, como o contato com
o solo, o grau de cobertura vegetal, a ação do vento e a perda de permeabilidade da estrutura
pela sedimentação de partículas do solo transportadas para os vazios, promovendo o
desfiamento das telas.
Para realizar a montagem dos fardos, cada unidade deve ser aberta e
desdobrada. No caso de gabiões Caixa, levantam-se as laterais e os diafragmas
na posição vertical, e costuram-se as arestas em contato e os diafragmas com
as laterais. A costura deve ser executada com o arame que é enviado junto com
os gabiões e é feita de forma contínua passando-se por todas as malhas,
alternadamente, com voltas simples e duplas.
Pode-se ver como é feita a montagem do gabião nas Figuras 43 e 44 a seguir:
65
c) Colocação do gabião:
Para colocar os gabiões, primeiramente nivela-se a base onde serão colocados até
obter um terreno regular. Antes do processo de enchimento, costuram-se os
gabiões em contato ao longo de todas suas arestas, tanto horizontais como
verticais. No caso de gabiões Caixa, para obter um melhor alinhamento e
acabamento, estes podem ser tracionados antes de ser enchidos ou, em alternativa,
pode-se utilizar um gabarito de madeira na face externa, Figura 45. O uso da
costura não é necessário entre os gabiões saco.
e) Forma de Atirantamento
Para cada cela do gabião deve-se encher de 1,00 m de altura até um terço de sua
capacidade, colocam-se dois tirantes unindo paredes opostas, amarrando duas malhas
de cada parede. Essa operação deve ser repetida quando o gabião estiver cheio até dois
terços. Em casos particulares, os tirantes podem unir paredes adjacentes. Para gabiões
de 0,50 m de altura, devem-se colocar os tirantes apenas quando as caixas estão
preenchidas até a metade. Eventualmente em obras de revestimento ou plataformas, os
tirantes podem ser colocados verticalmente.
Pode-se observar, na Figura 47, o detalhamento do atirantamento.
68
f) Finalização e Fechamento:
A inclinação adotada foi de 6°, pois é o valor considerado seguro pela Maccaferri.
Essa inclinação auxilia na estabilidade da estrutura quanto ao deslizamento. Para a obtenção
do peso específico do muro é necessário o peso específico da rocha, que pode ser obtido
através da NBR 6120 - Cargas para o cálculo de estruturas de edificações, que fornece uma
tabela com os valores relativos a alguns tipos de rochas. No entanto, o valor utilizado foi
fornecido pela Maccaferri, que adota uma rocha com 24 kN/m³. Desse valor é necessário
descontar os espaços vazios entre os blocos de rocha que, segundo a Maccaferri, é de
aproximadamente 30%. Assim, o dado inserido foi 70% de 24 kN/m³, obtendo um peso
específico de 16,8 kN/m³.
A porosidade está diretamente ligada com a porcentagem de espaços vazios, sendo ela
o quociente do volume de espaços vazios pelo volume total da rocha. Para fins de
programação o dado a ser inserido será 100% - 30%, obtendo 70%.
O geotêxtil funciona como um filtro, retendo partículas de solo fino na percolação da
água. Para a estrutura foi considerado geotêxtil no terrapleno, pois é necessário reter o solo,
evitando que as partículas entrem na estrutura, desgastando as rochas e aumentando o número
de espaços vazios (diminuindo seu tamanho). Porém, o geotêxtil também reduz o atrito da
estrutura com solo. Para a empresa, a redução de atrito é cerca de 5%. Dessa forma, não será
colocado geotêxtil sob a base, pois ao diminuir o atrito com o solo, aumenta a possibilidade
de deslizamento da estrutura.
O programa já fornece os valores padrões de malha e diâmetro. Para o
dimensionamento foi adotada uma malha hexagonal de 8 cm x 10 cm e um diâmetro de 2,7
mm de dupla torção.
Na visita de campo foi possível medir, por meio de uma trena, a distância do talude ao
leito do rio, 2,3 m, e a sua altura, 3,1 m. Como os blocos apresentam tamanhos padrões,
variando de 0,5 m a 1,0 m, foi definido como largura do muro o valor de 2,0 m e como altura
3,0 m.
Devido à presença de construções no talude a ser contido, o muro de gabião foi
dimensionado com os degraus externos, de forma a não interferir no solo à montante. O
deslocamento de 0,5 m varia em função da altura a cada metro, pois a contenção de arrimo à
gravidade (gabião) necessita que sua estrutura tenha uma forma piramidal, ou seja, que a
largura das camadas cresça em função da altura. Isso se deve ao empuxo que cresce
proporcionalmente ao crescimento da altura, necessitando então de maior peso para contrapor
o empuxo ativo do solo.
O valor de 0,5 m é referente ao tamanho padrão das peças de gabião que, também,
poderia ser feito de 1,0 m, porém, seria um superdimensionamento e elevaria o custo da obra.
O escalonamento de 0,5 m seria uma otimização. Após a inserção desses dados, o programa
fornece o primeiro esboço da estrutura, conforme Figura 52.
A quarta etapa consiste no fornecimento de dados sobre o solo do talude a ser contido
pela estrutura, conforme Figura 55.
A superfície a ser contida é dividida em trechos para casos em que haja diferença na
inclinação do talude. Na situação dimensionada, a contenção será construída “rente” ao solo
que já está nivelado, dessa forma, a inclinação considerada foi de 0°.
Para o comprimento do 1° trecho, mediu-se, com auxílio de uma trena, a distância do
muro de divisa do lote até o talude, obtendo-se 15,0 m.
Após a inserção dos dados, é adicionado ao esboço da contenção o solo à montante da
estrutura, Figura 56.
A quinta etapa é a determinação das cargas atuantes no solo a ser contido. De acordo
com a NBR 6120 - Cargas para o cálculo de estruturas de edificações, para edifícios
residenciais as cargas verticais são de 1,5 kN/m² para dormitórios, sala, copa, cozinha e
banheiro e de 2,0 kN/m² para despensa, área de serviço e lavanderia.
77
Como a casa analisada possui todos os cômodos citados na Norma, foi adotada a
média entre as cargas verticais, no valor de 1,7 kN/m², conforme Figura 58.
Após a inserção das cargas, foi possível gerar o relatório final, ver Anexo 1, com os
empuxos ativos e passivos atuantes e com os coeficientes de segurança contra o deslizamento,
contra o tombamento e contra a ruptura global.
O resultado final, constando a linha de ruptura, pode ser visto na Figura 59.
O valor de 98,93 kN/m² referente à máxima tensão admissível do solo foi fornecido
pelo programa a partir dos dados inseridos. Para verificar se os valores encontrados eram
adequados foi necessário comparar com os valores determinados pela NBR 11682 –
Estabilidade de taludes, apresentados na Tabela 3.
79
Nos dados do Quadro 3 não foi considerada a manta de geotêxtil (bidim), por isso,
para o cálculo, foi considerado o mesmo valor fornecido pela Maccaferri.
Gabião caixa (tela) = (2,0 x 13,0 x 1,0) + (1,5 x 13,0 x 1,0) + (1,0 x 13,0 x 1,0) =
58,5 m³
A manta geotêxtil é colocada entre o gabião e o aterro, tendo como função a drenagem
e a filtração. Desta forma, ela impede a passagem de material de aterro por percolação
e evita a colmatação do gabião, que é autodrenante.
Comprimento = 15,0 m
Altura = 5,0 m
Manta geotêxtil = 15,0 x 5,0 = 75 m²
Observação: Foi utilizado para cálculo 1 m a mais de cada lado do comprimento e o mesmo
para a altura, para melhor distribuição do geotêxtil entre o solo arrimado e a estrutura de
gabião.
Assim, tem-se uma diferença de 23% entre os resultados dos cálculos realizados, o que
indica que os valores podem ser considerados razoáveis. Com isso, o custo total para a
execução da estrutura de gabião aproxima-se dos valores R$ 18.945,00 e R$ 23.332,50.
83
7 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CEPED, Centro de Estudos e Pesquisas em Engenharia e Defesa Civil. Disponível em: <
http://www.ceped.ufsc.br/mapeamento> Acesso em: 03 junho 2017.
FILHO, Artur Rosa; CORTEZ, Ana Tereza Caceres. A problemática sócio ambiental da
ocupação urbana em áreas de risco de deslizamento da “Suíça Brasileira”. Revista Brasileira
de Geografia Física, Recife, n. 3, p. 33-40, 2010. Disponível em:
<http://www.revista.ufpe.br/rbgfe/index.php/revista/article/view/76/76>. Acesso em: 05 maio
2017.
FIORI, Alberto Pio. Fundamentos de mecânica dos solos e das rochas: Aplicações na
estabilidade de taludes. São Paulo: Oficina de textos, 2015.
SANTOS, Álvaro Rodrigues dos. Área de risco. Chegou a hora e a vez do Ministério
Público. Fórum da Construção, [201-]. Disponível em: <
http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=9&Cod=1768> Acesso em: 06 nov.
2017.
87
SILVA, Renata Regina da. Proposta para estabilização de uma encosta ocupada em
Camaragipe-PE com a consideração de um tratamento global. Universidade Federal de
Pernambuco. Curso de Engenharia Civil. Recife,fev. 2010.
SOUZA, Antonio Nerton de. Muro de contenção utilizando pneus: Análise e alguns
comparativos de custos. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Curso de Mestrado,
2002.
TOMINAGA, Lídia Keiko; SANTORO, Jair; AMARAL, Rosangela do. Desastres Naturais:
Conhecer para prevenir. São Paulo: Instituto Geológico, 2009. 196p. Disponível em:
<http://www.igeologico.sp.gov.br/downloads/livros/DesastresNaturais.pdf>. Acesso em: 19
mar. 2017.
Morador: Não. Quando chovia a água tinha para onde escoar, pois era menos cimentado.
Antigamente o córrego era limpo, nós brincávamos nele.
Morador: Há uns 30 anos. Aqui não tinha uma vazão adequada, eram manilhas. A prefeitura
veio e colocou uma ponte bem alta e melhorou a situação. Mas os moradores não colaboram
e jogam lixo no córrego, represando a água e causando assoreamento. Vai sofrendo
assoreamento e já até desviou o leito do córrego.
Grupo: Quais as principais consequências que o córrego acarreta para os moradores daqui?
Morador: Não. Nunca ninguém morreu aqui nas inundações. As famílias perdem seus móveis
e tem a casa alagada.
Grupo: Mas após as inundações as casas são recuperadas? Ou alguma família já perdeu a
casa?
Morador: A casa inteira não, mas a garagem da dona Terezinha que mora ali na esquina
desabou. A casa dela está interditada.
Fonte: Elaborado pelos autores.
89
Moradora: A minha área de serviço desabou com a chuva. Eu fiquei até sem lavar roupa, eu
coloquei um tanquinho lá e agora falei para os meus irmãos como que eu faço? Como que eu
vou lavar roupa? Mas não tem jeito, até resolver a situação não tem como eu fazer outras
coisas aqui.
Moradora: Antes eu mandava foto para a prefeitura, a defesa civil vinha aqui, olhava e não
fazia nada. Agora que as coisas pioraram eu quero entrar na justiça.
Moradora: Foi do ano passado para cá, depois que minha área de serviço desabou. Porque
tem cinco anos que fizemos uma reforma nessa casa, minha mãe era viva ainda. Então ela
deu uma reforma toda na casa, tampou todas as trincas. Agora a gente fica sem saber como
resolve a situação.
Moradora: É. Vem piorando né? Igual agora, a chuva vem aí como é que vai ficar? Vem a
chuva e a gente está arriscado a perder tudo né?
Fonte: Elaborado pelos autores.
90