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Sumário
- Introdução
- Educação a distância
- Videoconferência x teleconferência
- Tipos de transmissão via videoconferência
- A educação a distância via videoconferência
- Planejamento
- A linguagem audiovisual da videoconferência
- O som
- A imagem
- Usando os recursos audiovisuais na videoconferência
- Internet
- Videocassete
- Câmera de documentos
- Apresentações no computador
- Algumas dicas para utilização do PowerPoint
- Conclusão
- Referências bibliográficas
Introdução
No final da década de 90. a videoconferência tem aparecido como uma alternativa para
instituições educacionais oferecerem cursos a distância no Brasil. A possibilidade aberta pela
LDB de considerar as aulas por videoconferência dentro dos mesmos parâmetros que a
educação presencial está gerando a procura principalmente de cursos de pós-graduação.
Tendo em vista a necessidade de preparação de professores para ministrarem estes cursos,
este artigo pretende levantar os principais aspectos relacionados ao ensino por essa
modalidade a distância. O artigo pretende servir como um guia básico não só para docentes,
mas também para administradores educacionais interessados na implantação do ensino a
distância por videoconferência em suas instituições.
Educação a distância
Uma das definições mais amplamente aceitas conceitua Educação a Distância como a
comunicação em duas vias entre professor e aluno separados por uma distância geográfica
durante a maior parte do processo de aprendizagem, utilizando algum tipo de tecnologia para
facilitar e apoiar o processo educacional bem como permitir a distribuição do conteúdo do
curso. As tecnologias de comunicação utilizadas atualmente são cada vez mais interativas e se
constituem numa ferramenta valiosa para alcançar estudantes dispersos por grandes
territórios e/ou afastados dos centros educacionais.
Videoconferência x teleconferência
A teleconferência consiste na geração via satélite de palestras, apresentações de expositores
ou aulas com a possibilidade de interação via fax, telefone ou Internet. O conferencista ou
professor faz sua apresentação de um estúdio de televisão. Fala "ao vivo" para seu público
alvo, que recebe a imagem em um aparelho de televisão conectado a uma antena parabólica
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Videoconferência é assim: uma tecnologia que permite que grupos distantes, situados em dois
ou mais lugares geograficamente diferentes, comuniquem-se "face a face", através de sinais
de áudio e vídeo, recriando, a distância, as condições de um encontro entre pessoas. A
transmissão pode acontecer tanto por satélite, como pelo envio dos sinais comprimidos de
áudio e vídeo, através de linhas telefônicas. Dos equipamentos em uso atualmente, pode-se
classificar a videoconferência basicamente em dois formatos: desktop ou sala.
A sala de teleducação pode ter um formato semelhante ao de uma sala de aula tradicional ou
ser construída como um local apenas de transmissão para o professor a distância. No primeiro
caso, as cadeiras são dispostas em colunas voltadas para a frente da sala. Ali, em geral, fica a
mesa com os periféricos e os monitores. Se a sala tem função de recepção, ou seja, apenas
alunos participam das sessões, pode-se ter apenas uma câmera colocada acima do monitor de
TV e voltada para os estudantes. Se a sala tem a função de transmitir aulas a distância, mas
conta com a presença no local de professores e alunos, é necessária a instalação de duas
câmeras. Uma das câmeras, voltada pra os alunos, é colocada sobre os monitores de TV. A
outra câmera, que acompanha o professor, deve ser colocada no lado opost, de frente para
ele.
Nas três categorias de salas, a iluminação deve ser do tipo difusa e uniforme, de modo a
clarear sem ofuscar. As paredes e a mobília devem evitar cores muito escuras ou muito claras.
É importante eliminar ao máximo o ruído vindo do exterior, através de um isolamento acústico
das paredes. O ar condicionado deve ser o mais silencioso possível.
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A videoconferência multiponto permite realizar uma reunião com um grande número de salas
interligadas. Para isso, é necessário um comando multiplexador que reúne os vários sinais de
cada sala em uma única conexão. Apesar de estarem todas interligadas, a tecnologia atual
permite que cada sala veja apenas uma de cada vez e sempre aquela que "está no ar", ou
seja, a que tem a palavra naquele momento. Isso porque o ponto que determina seu
aparecimento na tela é aquele com mais atividade sonora ou definida por quem controla o
sistema, que, no caso da aula, é o professor.
Assim, a pessoa que fala tem sua imagem enviada para todas as outras salas. Por não poder
ver todas as salas ao mesmo tempo, o professor precisa interagir de maneira dinâmica com
todos os alunos, de modo que não perco o contato com eles, principalmente os mais calados
ou menos participativos. Pode-se perceber que, mais que o ponto-a-ponto, o multiponto traz
uma série de complicações tanto técnicas quanto pedagógicas, que crescem conforme
aumenta o número de salas conectadas.
Vantagens:
Desvantagens
A grande pergunta que se coloca para quem vai ensinar por videoconferência é: como
preparar essa nova aula? Ela terá que sermuito diferente da aula comum, presencial, em que
todos os alunos estão na mesma sala, sem a necessidade da interface representada pela tela
de TV? Que novas competências precisam ser adquiridas?
Cyrs (1997) relaciona algumas das competências que o professor precisa desenvolver para
ensinar através da videoconferência:
Planejamento
É preciso ter em mente que as aulas a distância pela videoconferência têm como base a aula
presencial, mas colocam uma interface (câmeras e microfones) que media o contato do
professor com os alunos. Fundamental é levantar em conta que o material didático a ser
utilizado precisa estar a disposição dos alunos com antecedência para que eles se preparem
anteriormente. Para evitar problemas, o professor pode escolher enviar todo o pacote a ser
utilizado durante o curso de uma vez só ou prever pelo menos duas semanas de antecedência
para que os alunos recebam e tenham tempo de trabalhar com o que for enviado durante o
decorrer das aulas.
O envio tanto poder feito pelo correio, como também ser colocado à disposição dos alunos
através de um "site" ou página, criada especialmente para isso na Internet. Nessa página
podem constar os arquivos que os alunos podem "baixar" da rede como também "links" ou
endereços úteis que enriqueçam o conteúdo da disciplina ou abram perspectivas de pesquisa.
Uma outra sugestão é a de abrir espaços na página para que os alunos publiquem seus
trabalhos, tenham como se comunicar com o professor e outros colegas via e-mail ou ainda
que possam participar de fóruns de disucsão assíncronos ou "chats" síncronos.
Tanto essas atividades extras realizadas fora da sala de aula, como o formato do material
didático, distribuição do conteúdo e dinâmicas internas de cada aula devem ser planejados
cuidadosamente levando em conta duas situações específicas da educaçã a distância
interativa: o tempo e a dedicação para a preparação, acompanhamento e correção de
trabalhos dos alunos é muito maior; a linguagem audiovisual, característica dos cursos por
videoconferência, determina o que é possivel ser feito durante a aula.
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Para isso, pensar na aula com começo, meio e fim, pode ser útil na hora de planejar o que vai
ser o curso como um todo, principalmente porque muita coisa precisa ser feita com
antecedência e demanda tempo de pesquisa e/ou execução. O roteiro de cada encontro pode
ser pensado de modo a criar momento de atividade para os alunos, lembrando sempre que a
aula pela televisão é mais cansativa e menos variada em termos de estímulos sensoriais para
os alunos. É preciso encontrar modos de recriar à distância o clima afetivo que existe em uma
aula presencial, contando apenas com a tela da televisão e o som dos alto-falantes!
É claro que, dada a variedade de conteúdos e métodos didáticos, cada professor vai buscar
seu próprio jeito de trabalhar de acordo com sua experiência e necessidade. Pra aulas
expositivas, por exemplo, uma sugestão é dividir o tempo em módulos de conteúdo com
duração média de 10 minutos, abrindo espaços para perguntas em momentos deterinados e
utilizando sempre que possível imagens para ilustrar os conceitos. Dinâmicas que envolvam
participação ativa dos alunos, tais como seminários, debates, jogos, estudos de caso,
demonstração, discussão, trabalho em grupo, palestrantes convidados e exercícios práticos
podem ser utilizados de modo a tornar a aula mais interativa, produtiva e agradável para
todos.
O som
Nas aulas por videoconferência, o som merece atenção especial. Por isso, sempre
é bom testar a qualidade do áudio em todas as aulas, perguntando se os alunos
estão escutando bem o que o professor está falando. Um jeito de saber se o som
está funcionando na sala remota é fazendo a tradicional chamada. Ao ouvir os
alunos falando, um a um, o professor pode perceber possíveis problemas e corrigi-
los já no início da aula. A qualidade da voz está relacionada a sua proximidade do
microfone, ou seja, quanto mais perto, melhor é a qualidade da transmissão. Para
que isso ocorra, é importante que haja microfones suficientes para facilitar a
participação dos alunos. Sempre é bom lembrar que falar ao microfone
representauma situação embaraçosa para a maioria das pessoas. Por isso, o
professor deve incentivar do modo mais agradável possível, que os alunos,
principalmente os mais tímidos, que se sentam mais ao fundo, participem e
exponham suas idéias.
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A imagem
A tela de televisão tem um formato 3x4 ou "paisagem". Isso significa que a velha
transparência em formato vertical tem que ser aposentada para dar lugar ao
formato "slide" do computador. O planejamento do material gráfico também deve
levar em conta a definição da tela, a composição das cores, a harmonia dos
elementos utilizados. Unir imagens e texto enriquece a apresentação dos
conteúdos mas demanda tempo de preparação e pesquisa. Por outro lado, tem a
vantagem de se poder reutilizar o material também nos cursos presenciais.
levante com eles os principais aspectos que são mais adequados para o formato
da videoconferência. Incentiva as produções multimídia, que utilizem varios
recursos de imagem, som e movimento. Eles vão adorar produzir de forma mais
criativa!
Internet
Muitas salas de videoconferência possuem ligação com a rede Internet. Essa facilidade
permite que o professor possa incluir durante a aula a apresentação de páginas da rede,
softwares, jogos, demonstrações, arquivos, etc. É preciso, no entanto, testar antes a
visualização para as salas remotas do material que se pretende utilizar, já que a
definição da tela da televisão em geral não é a mesma do computador.
Se o curso possuir uma página na Internet, é uma boa alternativa colocar a disposição
material na rede para ser acessado pelos alunos, como também durante a a aula para
"baixar" arquivos.
Videocassete
Aparelhos de videocassete são um componente do sistema de videoconferência e podem
ser utilizados para a exibição de vídeos como complemento da aula ou para gravar as
aulas. Cheque apenas a limitação técnica da velocidade de transmissão que está sendo
utilizada em seu curso, para saber se programas em vídeo poderão ser mostrados com
qualidade para seus alunos.
Câmera de Documentos
A câmera de documentos permite a apresentação de objetos tridimensionais, em
tamanho natural, com o recurso do "zoom in" (aproximação) ou "zoom out"
(distanciamento). Fotografias, gráficos, páginas impressas em geral, podem ser
apresentadas com grande detalhamento e em cores. Da mesma maneira, é possível
mostrar "slides" ou telas impressas em papel de programas como PowerPoint em cópias
feitas no modo "Apresentação". A câmera de documentos também pode ser utilizada
como "quadro-negro" (com o uso de folhas de papel em branco), onde o professor pode
fazer anotações com canetas de cor escura, de preferência, de ponta porosa.
Na transmissão por videoconferência, a imagem parada tem mais nitidez e qualidade, já
que o equipamento "guarda" na memória o que já foi transmitido e apenas retransmite
o que se move. Por essa razão, a imagem em movimento tende a "borrar" na tela
quando a velocidade de transmissão é baixa.
Apresentação no computador
A utilização de programas de apresentação como recurso didático é muito eficaz na
videoconferência. Por isso é importante o professor estar preparado para utilizá-los na
preparação e apresentação de slides ou telas para enriquecimento das aulas. Slides
preparados em programas como o PowerPoint ou CorelDraw podem ser apresentados
através de um computador ligado diretamente no sistema de videoconferência, sem
necessidade de imprimir ou copiar em papel.
Sempre é bom garantir a possibilidade de algum problema com o computador,
imprimindo em papel o material digitado que pretende utilizar. Pode-se também
imprimir os slides como "apresentação", com até cinco telas por página e distribui-los
para os alunos com antecedência, ou, se for o caso, publicar na página da Internet ou
enviar por correio eletrônico. Assim eles podem se preparar para a aula tomando notas,
levantado questões e destacando pontos importantes do texto.
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Conclusão
Ao começar a utilizar a videoconferência, o professor talvez experimente uma certa
insegurança quanto ao manejo do equipamento. Mas com a prática, a tendência é que essas
tarefas se tornem de tal forma automatizadas que vão permitir ao professor conjugar
conteúdo e forma, num ritmo agradável. As experiências com a interatividade através da
videoconferência mostram que, após um momento inicial de estranhamento, a tela da
televisão como que "desaparece" e os participantes nem percebem mais que estão se
comunicando por uma interface tecnológica.
O importante é que o professor se preapre ao máximo para se sentir seguro, participe das
oficinas oferecidas por sua instituição para se familiarizar com o equipamentoe com o novo
ambiente didático. Teste seus materiais gráficos antes de começar as aulas.
Uma boa dica é assistir as aulas de outros professores que já estão ensinando por
videoconferência. E depois, conforme o curso vai seguindo, grave e assista suas aulas para
perceber como melhorar o seu desempenho. Aproveite a experiência de seus colegas, troque
informações com eles, tente ler sobre o assunto. Mas, principalmente, ouça seus alunos.
Converse com eles, tente resolver os problemas que vão surgindo, buscando criar mecanismos
de avaliação para que os estudantes se expressem e critiquem o processo que estão vivendo.
O mais importante tente aprender com o que não dá cert. Não é precios ter vergonha de errar,
pelo contrário, é fundamental utilizar os erros como fonte de humor e relaxamento. Faça
experiências, mas sobretudo, lembre-se: na educação a distância por videoconferência, todos
estão aprendendo. E juntos, alunos e professores vão criar uma nova maneira de ensinar e
aprender. Por essa razão, o professor pode ficar tranquilo e deixar que a aula flua o mais
natural possível, escolhendo a maneira mais adequada para o seu estilo pessoal e próprio de
ensinar.
Bibliografia
CRUZ, D.M. Manual de videoconferência. Florianópolis. Laboratório de Ensino a Distância.
UFSC, 1996
CYRS, T. (Ed.). Teaching and Learning at a distance: what it takes to effectively design, deliver
and evaluate programs in New directions for teaching and learning. San Francisco, Jossey-
Bass Publishers, n.71, Fall, 1997.
CYRS, T.E. e CONWAY, E.D. Teaching at a distance with the mergin technologis: an
instructional systems approach. Las Cruces, New Mexico State University, 1997.
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