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Direito Administrativo 1 Prova Bimestral Do 1 Semestre de 2020 MB9 - Felipe Blatt PDF
Direito Administrativo 1 Prova Bimestral Do 1 Semestre de 2020 MB9 - Felipe Blatt PDF
De acordo com a Constituição Federal e o Código Civil, os bens públicos não podem ser adquiridos
por usucapião. Neste sentido, o STF já pacificou o entendimento de que os bens dominicais estão
abrangidos pela regra de impossibilidade de serem adquiridos por usucapião. O regime
diferenciado dos bens dominicais não afetam tal impossibilidade, tendo em vista que tais bens
continuam a observar a característica da imprescritibilidade.
2. O Município de Porto Alegre resolveu aumentar o preço anual de manutenção dos túmulos do
Cemitério São João, situado em área de propriedade do Município, em 581,04%, tendo em conta a
variação inflacionária havida nos anos de 1998 e 1999, passando do valor de R$18,93, para
R$128,92. O Ministério Público, em ação civil pública, interposta em face do Município, arguiu
vulneração ao Código do Consumidor, alegando violação contratual pelo Município. Está correta
essa arguição? Pode ser determinada pelo Município a desocupação dos túmulos, ante o não
pagamento do encargo anual? Por quê?
Essa arguição não está correta, tendo em vista que o CDC não incide na relação discutida. A relação
contratual com a Administração, neste caso, é regida pelas próprias regras de Direito
Administração. Portanto, embora não seja regida pelo CDC, esta relação contratual deve observar
os princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade. Assim a majoração do valor de R$18,93 para
R$ 128,92 fere tais princípios, sendo, consequentemente, uma majoração abusiva.
Quanto à determinação da desocupação, os atos administrativos também devem observar os
princípios inerentes ao Direito Administrativo. Assim, não há base legal para fundamentar tal
desocupação.
3. Tendo em conta a possibilidade de controle judicial de atos administrativos, ainda que praticados
no exercício de competência discricionária, pede-se sejam declinados os aspectos, quanto aos
quais, inquestionavelmente, esse controle pode ser efetivado, esclarecendo sucintamente o que
significa cada um desses aspectos.
5. Qual é o órgão competente para julgar as contas do Governador do Estado de São Paulo?
A Constituição Federal conferiu competência ao Poder Legislativo para julgar as contas e os atos
praticados pelos membros do Poder Executivo. Desse modo, o órgão competente para julgar as
contas do Governador do Estado de São Paulo é a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo,
vez que esta é o respectivo Poder Legislativo do Estado em que atua o Governador.