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Internacionais
BRICS
ESTUDOS E DOCUMENTOS
Ministério das relações exteriores
Instituto de Pesquisa de
Relações Internacionais
Centro de História e
Documentação Diplomática
Conselho Editorial da
Fundação Alexandre de Gusmão
1 A versão original do texto, em inglês, tem publicação prevista para 2015 na revista acadêmica Revolutions.
As autoras agradecem o apoio das agências de fomento que possibilitaram a realização dessa pesquisa:
a bolsa “Produtividade em Pesquisa” (CNPq) e o prêmio “Jovem Cientista do Nosso Estado” (Faperj).
2 Professora no Instituto de Relações Internacionais, PUC-Rio e Pesquisadora Sênior do BRICS Policy
Center. Contato: <abdenur@post.harvard.edu>.
3 Estudante no Instituto de Relações Internacionais, PUC-Rio e pesquisadora no BRICS Policy Center.
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4 Ecaterimburgo (2009), Brasília (2010), Sanya (2011), Durban (2013) e Fortaleza (2014). Conforme
programado, a Rússia deve sediar a VII Cúpula, em 2015 (BRASIL, 2014).
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5 Conforme Vestergaard e Wade (2011) notam, dois anos de intensas negociações no Banco Mundial,
entre 2008 e 2010, levaram a um aumento da participação dos países de baixa e média renda, de 34,67%
dos votos para apenas 38,38%. Isso significa que países de alta renda (que não contraem empréstimos),
possuem mais de 60% dos votos. Em 2010, o FMI anunciou a reforma, que representaria apenas um
aumento de 2,6% na participação dos “países emergentes e em desenvolvimento”. Sendo assim, países
desenvolvidos continuariam a assegurar uma maioria confortável; contudo, mesmo essa modesta
mudança foi bloqueada pelo Congresso dos Estados Unidos.
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6 Veja-se como exemplo desse tipo de abordagem o estudo de Forsby e Kristensen, The fifth BRICS
Summit: paving the road to “Western decline” with uneven BRICS? (2013).
7 Veja-se entrevista com Martin Wolf, Does the BRICS Group Matter? (Council on Foreign Relations, 30
mar. 2012. Disponível em: <www.cfr.org/emerging-markets/does-brics-group-matter/p27802>. Acesso
em: 10 abr. 2015.)
8 THE INDIAN EXPRESS. BRICS and Mortar. Nova Delhi, 29 mar. 2014.
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não se estendem à reforma do sistema de votos. A eleição da principal liderança da instituição tampouco
reflete o crescente papel da Cooperação Sul-Sul.
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Institucionalização e multilateralismo
Uma abordagem sociológica acerca do papel das organizações
multilaterais nas relações internacionais requer uma análise que
abranja não apenas as relações entre Estados, mas também as
dinâmicas organizacionais e relações sociais mais amplas das
instituições (KOCH; STETTER, 2013). Essa perspectiva tem sido
utilizada não apenas na avaliação de organizações multilaterais
já estabelecidas, mas também no estudo de coalizões flexíveis
como o BRICS (ver, por exemplo, LARIONOVA, 2012).
De acordo com Barnett e Finnemore (2004), organizações
internacionais (OIs) − longe de serem meros instrumentos dos
Estados − possuem determinado grau de autonomia, na medida
em que seus membros se sentem incentivados a delegar certa
autoridade. Assim, as OIs adquirem capacidade de ação em dois
sentidos. Primeiramente, ajudam a definir os interesses dos Estados
e demais atores, fornecendo recursos materiais e financeiros
que podem ser utilizados para influenciar outros atores. Além
disso, as OIs adquirem capacidade de ação mediante a definição
de agendas (influenciando o que é discutido e então decidido)
e do estabelecimento de normas (ou seja, ao delimitar o que é
considerado comportamento “apropriado” naquele campo de ação).
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14 Muitos outros bancos de desenvolvimento seguem esse modelo, incluindo o Banco Europeu de
Reconstrução e Desenvolvimento (BERD).
15 Sobre esse aspecto, recomenda-se a leitura de Will the BRICS Development Bank settle in Shanghai?
(Financial Research Center, Fudan University, 2012. Disponível em: <http://fudan-uc.ucsd.edu/_
files/201306_China_Watch_BRICS_Development_Bank.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2015.)
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Inserção social
Instituições financeiras de desenvolvimento não operam em
um vácuo; pelo contrário, elas são interconectadas a uma rede
16 Algumas iniciativas de países em desenvolvimento nunca chegaram a “sair do papel”. O Banco do Sul,
por exemplo, foi lançado em setembro de 2009 por sete países sul-americanos, cujos governos não
aprovavam as “políticas orientadas para o mercado” das instituições de Bretton Woods. Contudo, os
compromissos políticos enfraqueceram e o banco existe apenas como uma entidade jurídica.
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17 Ministério de Relações Exteriores da China, Chinese President Xi Jinping Attends 5th BRICS Summit in
Durban and Delivers an Important Speech, 27 mar. 2013. Disponível em: <http://www.fmprc.gov.cn/
mfa_eng/topics_665678/xjpcf1_665694/t1026742.shtml>. Acesso em: 10 abr. 2015.
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18 A Índia e a China boicotaram a Parceria Global lançada em 2014; Brasil, África do Sul e Rússia enviaram
delegações reduzidas e deixaram claro que não eram parte da iniciativa, a qual consideram não ser
legítima como uma verdadeira plataforma global (The Economic Times, 2014).
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Conclusão
A cooperação para o desenvolvimento, e particularmente o
financiamento do desenvolvimento, emergiu como um “caminho de
menor resistência” para os países BRICS: a área na qual os membros
da coalizão têm maiores chances de construir uma agenda comum
e de lançar iniciativas concretas com objetivos de longo prazo. Caso
seja implementado com sucesso, o NBD concederá legitimidade ao
agrupamento, ampliando sua capacidade de pressionar por uma
governança global mais representativa e adquirindo maior grau de
autonomia. Até agora, as primeiras contribuições do NBD para a
institucionalização do BRICS como ator coletivo podem ser inferidas
a partir dos documentos constitutivos e das negociações acerca
do novo banco.
De uma perspectiva institucionalista, o projeto parece estar
progredindo, sobretudo em termos de dois critérios importantes.
Primeiramente, parece ser viável o estabelecimento de uma
burocracia coerente e capaz de concretizar as funções primárias da
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Referências
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