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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Você já parou para pensar no que significa a palavra "progresso"? Pois então pense:
estradas, indústrias, usinas, cidades, máquinas e muitas outras coisas que ainda estão por
vir e que não conseguimos nem ao menos imaginar. Algumas partes desse processo todo
são muito boas, pois melhoram a qualidade de vida dos seres humanos de uma forma ou
de outra, como no transporte, comunicação, saúde, etc. Mas agora pense só: será que
tudo isso de bom não tem nenhum preço? Será que para ter toda essa facilidade de vida
nós, humanos, não pagamos nada?

Você já ouviu alguém dizer que para tudo na vida existe um preço? Pois é, nesse caso
não é diferente. O progresso, da forma como vem sendo feito, têm acabado com o
ambiente ou, em outras palavras, destruído o planeta Terra e a Natureza. Um estudioso
do assunto disse uma vez que é mais difícil o mundo acabar devido a uma guerra
nuclear ou a uma invasão extraterrestre (ou uma outra catástrofe qualquer) do que
acabar pela destruição que nós, humanos, estamos provocando em nosso planeta. Você
acha que isso tudo é um exagero? Então vamos trocar algumas idéias.

E o Desenvolvimento Sustentável?

O atual modelo de crescimento econômico gerou enormes desequilíbrios; se, por um


lado, nunca houve tanta riqueza e fartura no mundo, por outro lado, a miséria, a
degradação ambiental e a poluição aumentam dia-a-dia. Diante desta constatação, surge
a idéia do Desenvolvimento Sustentável (DS), buscando conciliar o desenvolvimento
econômico com a preservação ambiental e, ainda, ao fim da pobreza no mundo.

As pessoas que trabalharam na Agenda 21 escreveram a seguinte frase: "A humanidade


de hoje tem a habilidade de desenvolver-se de uma forma sustentável, entretanto é
preciso garantir as necessidades do presente sem comprometer as habilidades das
futuras gerações em encontrar suas próprias necessidades". Ficou confuso com tudo
isso? Então calma, vamos por partes. Essa frase toda pode ser resumida em poucas e
simples palavras: desenvolver em harmonia com as limitações ecológicas do planeta, ou
seja, sem destruir o ambiente, para que as gerações futuras tenham a chance de existir e
viver bem, de acordo com as suas necessidades (melhoria da qualidade de vida e das
condições de sobrevivência). Será que dá para fazer isso? Será que é possível conciliar
tanto progresso e tecnologia com um ambiente saudável?

Acredita-se que isso tudo seja possível, e é exatamente o que propõem os estudiosos em
Desenvolvimento Sustentável (DS), que pode ser definido como: "equilíbrio entre
tecnologia e ambiente, relevando-se os diversos grupos sociais de uma nação e também
dos diferentes países na busca da equidade e justiça social".

Para alcançarmos o DS, a proteção do ambiente tem que ser entendida como parte
integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente; é
aqui que entra uma questão sobre a qual talvez você nunca tenha pensado: qual a
diferença entre crescimento e desenvolvimento? A diferença é que o crescimento não
conduz automaticamente à igualdade nem à justiça sociais, pois não leva em
consideração nenhum outro aspecto da qualidade de vida a não ser o acúmulo de
riquezas, que se faz nas mãos apenas de alguns indivíduos da população. O
desenvolvimento, por sua vez, preocupa-se com a geração de riquezas sim, mas tem o
objetivo de distribuí-las, de melhorar a qualidade de vida de toda a população, levando
em consideração, portanto, a qualidade ambiental do planeta.
O DS tem seis aspectos prioritários que devem ser entendidos como metas:

 A satisfação das necessidades básicas da população (educação,


alimentação, saúde, lazer, etc);

 A solidariedade para com as gerações futuras (preservar o ambiente


de modo que elas tenham chance de viver);

 A participação da população envolvida (todos devem se


conscientizar da necessidade de conservar o ambiente e fazer cada um a
parte que lhe cabe para tal);

 A preservação dos recursos naturais (água, oxigênio, etc);

 A elaboração de um sistema social garantindo emprego, segurança


social e respeito a outras culturas (erradicação da miséria, do
preconceito e do massacre de populações oprimidas, como por exemplo
os índios);

 A efetivação dos programas educativos.

Na tentativa de chegar ao DS, sabemos que a Educação Ambiental é parte


vital e indispensável, pois é a maneira mais direta e funcional de se atingir
pelo menos uma de suas metas: a participação da população.

Texto: Marina Ceccato Mendes

Bibliografia Recomendada

SATO, M.; SANTOS, J. E. Agenda 21 em sinopse. São Carlos, 1996. 41 p.


Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais, Universidade
Federal de São Carlos.

CAVALCANTI, C. Desenvolvimento e natureza: estudos para uma sociedade


sustentável. São Paulo, Cortez Editora, 1995. 429 p.
IMPACTO AMBIENTAL

DEFINIÇÃO

IMPACTO AMBIENTAL é a alteração no meio ou em algum de seus componentes


por determinada ação ou atividade. Estas alterações precisam ser quantificadas pois
apresentam variações relativas, podendo ser positivas ou negativas, grandes ou
pequenas.

O objetivo de se estudar os impactos ambientais é, principalmente, o de avaliar as


conseqüências de algumas ações, para que possa haver a prevenção da qualidade de
determinado ambiente que poderá sofrer a execução de certos projetos ou ações, ou logo
após a implementação dos mesmos.

PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO: UMA PARCERIA QUE DÁ CERTO!

Antes de se colocar em prática um projeto, seja ele público ou privado, precisamos antes
saber mais a respeito do local onde tal projeto será implementado, conhecer melhor o
que cada área possui de ambiente natural (atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera) e
ambiente social (infraestrutura material constituída pelo homem e sistemas sociais
criados).

O estudo para a avaliação de impacto permite que uma certa questão seja compreendida:
proteção e preservação do ambiente e o crescimento e desenvolvimento econômico.

Muitas vezes podemos encontrar grandes áreas impactadas, ou até mesmo países e
estados, devido ao rápido desenvolvimento econômico, sem o controle e manutenção
dos recursos naturais. A conseqüência pode ser poluição, uso incontrolado de recursos
como água e energia etc.

E também podemos encontrar áreas impactadas por causa do subdesenvolvimento, que


traz como conseqüência a ocupação urbana indevida em áreas protegidas e falta de
saneamento básico.

Avaliar para planejar permite que desenvolvimento econômico e qualidade de vida


possam estar caminhando juntas. Depois do ambiente, pode-se realizar um planejamento
melhor do uso e manutenção dos recursos utilizados.

CADA CASO É UM CASO

Sabemos que Ambiente tem vários significados para pessoas e realidades diferentes.
Não seria então estranho compreendermos que muitos projetos são propostos para
ambientes diversos. Então, fazer uma análise ambiental é, antes de tudo, estudar as
possíveis mudanças de características sócio-econômicas e biogeofísicas de um
determinado local (resultado do plano proposto).

Devemos levar em consideração que nosso planeta é composto por muitos ecossistemas
e ambientes com características próprias, não podendo haver um padrão único para o
estudo.
O EIA - Estudo de Impacto Ambiental - propõe que quatro pontos básicos sejam
primeiramente entendidos, para que depois se faça um estudo e uma avaliação mais
específica. São eles:

1 - Desenvolver uma compreensão daquilo que está sendo proposto, o que será feito e o
tipo de material usado.

2 - Compreensão total do ambiente afetado. Que ambiente (biogeofísisco e/ou sócio-


econômico) será modificado pela ação.

3 - Prever possíveis impactos no ambiente e quantificar as mudanças, projetando a


proposta para o futuro.

4 - Divulgar os resultados do estudo para que possam ser utilizados no processo de


tomada de decisão.

O EIA também deve atender à legislação expressa na lei de Política Nacional do Meio
Ambiente. São elas:

1 - Observar todas as alternativas tecnológicas e de localização do projeto, levando em


conta a hipótese da não execução do projeto.

2 - Identificar e avaliar os impactos ambientais gerados nas fases de implantação e


operação das atividades.

3 - Definir os limites da área geográfica a ser afetada pelos impactos ( área de influência
do projeto), considerando principalmente a "bacia hidrográfica" na qual se localiza;

4 - Levar em conta planos e programas do governo, propostos ou em implantação na


área de influência do projeto e se há a possibilidade de serem compatíveis.

É imprenscindível que o EIA seja feito por vários profissionais, de diferentes áreas,
trabalhando em conjunto. Esta visão multidisciplinar é rica, para que o estudo seja feito
de forma completa e de maneira competente, de modo a sanar todas as dúvidas e
problemas.

RIMA

O RIMA - Relatório de Impacto Ambiental - é o relatório que reflete todas as


conclusões apresentadas no EIA. Deve ser elaborado de forma objetiva e possível de se
compreender, ilustrado por mapas, quadros, gráficos, enfim, por todos os recursos de
comunicação visual.

Deve também respeitar o sigilo industrial (se este for solicitado) e pode ser acessível ao
público. Para isso, deve constar no relatório:

1 - Objetivos e justificativas do projeto e sua relação com políticas setoriais e planos


governamentais.

2 - Descrição e alternativas tecnológicas do projeto ( matéria prima, fontes de energia,


resíduos etc.).
3 - Síntese dos diagnósticos ambientais da área de influência do projeto.

4 - Descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação da atividade e dos


métodos, técnicas e critérios usados para sua identificação.

5 - Caracterizar a futura qualidade ambiental da área, comparando as diferentes


situações da implementação do projeto, bem como a possibilidade da não realização do
mesmo.

6 - Descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras em relação aos impactos


negativos e o grau de alteração esperado.

7 - Programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos.

8 - Conclusão e comentários gerais.

Deve-se lembrar que a SEMA (Secretaria do Meio Ambiente) fornece o Roteiro Básico
para a elaboração do EIA/RIMA e a partir do que poderá se desenvolver um Plano de
Trabalho que deverá ser aprovado pela secretaria.

BIBLIOGRAFIA:

TAUK, Sâmia Maria. ANÁLISE AMBIENTAL: Uma visão multidisciplinar.

Editora Unesp, 206 pg.

________, INTRODUÇÃO À AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS, texto

da graduação do curso de Ecologia/Unesp - Rio Claro, 36 pg.

Texto de Raquel Baraldi Ramos Soares

ECO-92

Previsto no Relatório “Nosso Futuro Comum”, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento (CNUCED), também conhecida como ECO-92, foi realizada de 3
a 14 de junho de 1992. A convite do Brasil, a cidade do Rio de Janeiro foi a sede do encontro
que reuniu representantes de 175 países e de Organizações Não-Governamentais (ONGs).
Considerado o evento ambiental mais importante do século XX, a ECO-92 foi a primeira grande
reunião internacional realizada após o fim da Guerra Fria.

Os compromissos específicos adotados pela ECO-92 incluem três convenções: uma sobre
Mudança do Clima, sobre Biodiversidade e uma Declaração sobre Florestas. A Conferência
também aprovou documentos com objetivos mais abrangentes e de natureza mais política: a
Declaração do Rio e a Agenda 21. Ambos endossam o conceito fundamental de
desenvolvimento sustentável, que combina o progresso econômico e material com a necessidade
de uma consciência ecológica.

Desde a conferência, as relações entre países ricos e pobres têm sido conduzidas por um novo
conjunto de princípios inovadores, como os de "responsabilidades comuns, mas diferenciadas
entre os países", de "o poluidor paga" e de "padrões sustentáveis de produção e consumo". Além
disso, com a adoção da Agenda 21, a Conferência estabeleceu, objetivos concretos de
sustentabilidade em diversas áreas, explicitando a necessidade de se buscarem novos recursos
financeiros para a complementação em nível global do desenvolvimento sustentável.

Convenção da Biodiversidade

A Convenção da Biodiversidade foi acordo aprovado durante a ECO-92, por 156 Estados e uma
organização de integração econômica regional. Foi ratificada pelo Congresso Nacional e entrou
em vigor no final de dezembro de 1993. Os objetivos da convenção são a conservação da
biodiversidade, o uso sustentável de seus componentes e a divisão eqüitativa e justa dos
benefícios gerados com a utilização de recursos genéticos. Neste documento destaca-se o
“Protocolo de Biosegurança”, que permite que países deixem de importar produtos que
contenham organismos geneticamente modificados.

Agenda 21

O principal documento produzido na ECO-92, o "Agenda 21" é um programa de ação que


viabiliza o novo padrão de desenvolvimento ambientalmente racional. Ele concilia métodos de
proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. Este documento está estruturado em
quatro seções subdivididas num total de 40 capítulos temáticos. Eles tratam dos temas:

 Dimensões Econômicas e Sociais – enfoca as políticas internacionais que podem ajudar


o desenvolvimento sustentável nos países em desenvolvimento, as estratégias de
combate à pobreza e à miséria, as mudanças necessárias a serem introduzidas nos
padrões de consumo, as inter-relações entre sustentabilidade e dinâmica demográfica, as
propostas para a promoção da saúde pública e a melhoria da qualidade dos
assentamentos humanos;
 Conservação e questão dos recursos para o desenvolvimento – apresenta os diferentes
enfoques para a proteção da atmosfera e para a viabilização da transição energética, a
importância do manejo integrado do solo, da proteção dos recursos do mar e da gestão
eco-compatível dos recursos de água doce; a relevância do combate ao desmatamento, à
desertificação e à proteção aos frágeis ecossistemas de montanhas; as interfaces entre
diversidade biológica e sustentabilidade; a necessidade de uma gestão ecologicamente
racional para a biotecnologia e, finalmente, a prioridade que os países devem conferir à
gestão, ao manejo e à disposição ambientalmente racional dos resíduos sólidos, dos
perigosos em geral e dos tóxicos e radioativos.
 Medidas requeridas para a proteção e promoção de alguns dos segmentos sociais mais
relevantes - analisa as ações que objetivam a melhoria dos níveis de educação da
mulher, bem como a participação da mesma, em condições de igualdade, em todas as
atividades relativas ao desenvolvimento e à gestão ambiental. Adicionalmente, são
discutidas as medidas de proteção e promoção à juventude e aos povos indígenas, às
ONG's, aos trabalhadores e sindicatos, à comunidade científica e tecnológica, aos
agricultores e ao comércio e a indústria.
 Revisão dos instrumentos necessários para a execução das ações propostas - discute os
mecanismos financeiros e os instrumentos e mecanismos jurídicos internacionais; a
produção e oferta de tecnologias ecos-consistentes e de atividade científica, enquanto
suportes essenciais à gestão da sustentabilidade; a educação e o treinamento como
instrumentos da construção de uma consciência ambiental e da capacitação de quadros
para o desenvolvimento sustentável; o fortalecimento das instituições e a melhoria das
capacidades nacionais de coleta, processamento e análise dos dados relevantes para a
gestão da sustentabilidade.

A aceitação do formato e conteúdo da Agenda - aprovada por todos os países presentes à Rio 92
- propiciou a criação da Comissão de Desenvolvimento Sustentável (CDS), vinculada ao
Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (Ecosoc). A CDS tem por objetivo
acompanhar e cooperar com os países na elaboração e implementação das agendas nacionais, e
vários países já iniciaram a elaboração de suas agendas nacionais. Dentre os de maior expressão
política e econômica, somente a China terminou o processo de elaboração e iniciou a etapa de
implementação.

Conferindo a Agenda 21

As ONGs que participaram da ECO-92 acabaram desempenhando um papel fiscalizador, que


pressiona os governos de todo o mundo a cumprir as determinações da Agenda 21.
De 23 a 27 de junho de 97, em Nova Iorque, foi realizada a 19ª Sessão Especial da Assembléia-
Geral das Nações Unidas. Com o objetivo de avaliar os cinco primeiros anos de implementação
da Agenda 21, o encontro identificou as principais dificuldades relacionadas à implementação
do documento, priorizou a ação para os anos seguintes e conferiu impulso político às
negociações ambientais em curso.

Para os países em desenvolvimento, o principal resultado da Sessão Especial foi a preservação


intacta do patrimônio conceitual originado na ECO-92. O documento final incorporou, assim,
uma "Declaração de Compromisso", na qual os chefes de delegação reiteram solenemente o
compromisso de seus países com os princípios e programas contidos na Declaração do Rio e na
Agenda 21, assim como o propósito de dar seguimento a sua implementação.

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