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CURSO DE

ASTRONOMIA
BÁSICA

Reconhecimento do Céu
e
Observação Astronômica

Prof . Marcos Jerônimo Roque Barreto


Conceitos Astronômicos (I)

 Equador Celeste – Círculo máximo da esfera celeste que a divide


igualmente em dois hemisférios, norte (boreal) e sul (austral).
Conceitos Astronômicos (II)

Eclíptica – Círculo máximo da esfera celeste que forma com o equador


um ângulo de 23 27’ e que corresponde à trajetória anual aparente do Sol
em torno da Terra.
Conceitos Astronômicos (III)

 Zodíaco – Região ou faixa da esfera celeste, medindo cerca de 16 de


largura, centrada sobre a eclíptica onde localizam-se as constelações
zodiacais.
Conceitos Astronômicos (IV)

 Posição das estrelas – Localização dos objetos na esfera celeste por


meio das coordenadas esféricas (coord. Equatoriais):

1. Ascensão reta (α) – contada de 0 a 24h a partir do 1º meridiano


de origem – 1º círculo horário, que corta o equador celeste no ponto
gama (γ) – equinócio da primavera (norte), no sentido direto, de
oeste para leste;

2. Declinação (δ) - contada de 0° (equador) a 90° (polos), podendo


ser (+) boreal ou (-) austral.
Conceitos Astronômicos (V)

 Brilho (Magnitude) das


estrelas:

Hiparco e Ptolomeu

catalogaram as estrelas
de acordo com o seu
brilho.
 Estrelas visíveis a olho nu: 7000 aprox.

 Divididas inicialmente em seis classes:

Primeira magnitude, as mais brilhantes; sexta magnitude, as mais


fracas (limite de visibilidade).

 Atualmente, cada magnitude representa uma estrela cerca de duas e


meia vezes mais brilhante que outra de magnitude imediatamente inferior,
sendo uma estrela de primeira magnitude 100 vezes mais brilhante do que
uma de sexta magnitude.

 Escalas negativas:

Sol (mag. -26,7);


Lua (-12,6);
Vênus (-4,0);
Sirius (-1,58).
Conceitos Astronômicos (IV)
 Nomenclatura das estrelas – As principais estrelas tiveram nomes de
origem grega, latina, ou árabe. Antares, Capella, Aldebarã, etc.

 1603 – John Bayer adotou o uso das letras do alfabeto grego para representar
o brilho das estrelas em ordem decrescente; alfa (mais brilhante), beta, gama,
delta...
 Catálogos estelares:

Mapas contendo a posição e o brilho de objetos


visíveis por instrumentos em uma determinada
região do céu.

Os principais catálogos estelares:

 Bonner Durchmusterung (B.D.) – 457.847


estrelas de declinação +90° a -23°;

 Cordoba Durchmusterung (C.D.) – continuação


do primeiro catálogo -23° até -90°, o pólo sul, os
dois com identificação até 10° mag.

 Cape Photographic Durchmusterung (C.P.D.) –


455.000 estrelas de declinação de -18° a -90°.
Reconhecimento do céu (I)

 Constelação – Latim constellatio


 Conjunto arbitrário de estrelas, com padrões imaginados pelos povos
antigos, que representavam figuras de entes mitológicos, deuses, animais ou
objetos.
 1930 - Assembléia-Geral da União Astronômica Internacional U.A.I -
Foi designado E. Delporte ( Astrônomo belga), para resolver e delimitar,
com base científica, 88 constelações, que passaram a indicar uma
determinada região da esfera celeste.
Reconhecimento do céu (II)

 Constelações Zodiacais – São as encontradas dentro da faixa do


zodíaco (grego zoe, vida e diakos, roda).
 São elas (nomes em português):

Carneiro,
Touro,
Gêmeos,
Caranguejo,
Leão,
Virgem,
Balança.
Escorpião,
Sagitário,
Capricórnio,
Aquário
e Peixes.

Regiões
(nomes latino):
Reconhecimento do céu (III)
 Constelações Equatoriais – (aequator – que divide ao meio):
Localizam-se numa faixa ou área de aproximadamente +30° a -30° de
declinação.
 São elas (nomes em português):

Águia,
Boieiro,
Cão Maior,
Cão Menor,
Baleia,
Cabeleira de Berenice,
Corvo,
Taça,
Delfim,
Cavalo Menor,
Erídano,
Hidra,
Lebre,
Unicórnio,
Ofíuco,
Orion,
Pégaso,
Flecha,
Escudo,
Serpente/Cabeça,
Serpente/Cauda,
Sextante
e Raposa.
Reconhecimento do céu (IV)

 Constelações Boreais – (boreal – situado do lado norte):


Localizam-se numa faixa ou área de aproximadamente +30° a +60° de
declinação.
 São elas (nomes em português):

Andrômeda, Cocheiro,
Cães de Caça, Cassiopéia,
Coroa Boreal, Cisne,
Hércules, Lagarto,
Leão Menor, Lince,
Lira,
Perseu,
Triângulo
e Ursa Maior.
Reconhecimento do céu (V)

 Constelações Austrais – (austral – do lado de onde vem o vento sul):


Localizam-se numa faixa ou área de aproximadamente -30° a -60° de
declinação.
 São elas (nomes em português):

Máquina Pneumática, Mosca,


Altar, Esquadro,
Buril, Pavão,
Quilha, Fênix,
Centauro, Pintor,
Compasso, Peixe Austral,
Pomba, Popa,
Coroa Austral, Bússola,
Cruz, Retículo,
Dourado, Escultor,
Forno, Telescópio,
Grou, Triângulo Austral,
Relógio, Tucano,
Índio, Vela,
Lobo, e Peixe Voador.
Microscópio,
Reconhecimento do céu (VI)

 Constelações Circumpolares Norte – (Circumpolar – em volta do pólo):


Localizam-se numa faixa ou área em volta do pólo Norte.

 São elas (nomes em português):

Girafa,
Cefeu,
Dragão,
e Ursa Menor.
 Constelações Circumpolares Sul – (Circumpolar – em volta do polo):
Localizam-se numa faixa ou área em volta do polo Sul.

 São elas (nomes em português):

Ave do Paraíso,
Camaleão,
Hidra Macho,
Mesa
e Oitante.
Reconhecimento do céu (VII)

 Mitologia das constelações:


Lendas e fábulas que se referem às aventuras imaginárias sobre deuses
e heróis fictícios que eram cultuados pelos povos antigos.
 A lenda da princesa Andrômeda:

Filha do rei da Etiópia Cefeu e a rainha Cassiopéia, que foi acorrentada a um


rochedo para ser devorada por um monstro do mar Cetus (a baleia), e foi salva pelo
herói Perseu que usou a cabeça da Medusa para petrificar o monstro e libertar a
jovem princesa.

M31 – Galáxia de Andrômeda: A


mais próxima da Via-Láctea, 2
milhões de anos-luz, Grupo Local
de Galáxias.
Reconhecimento do céu (VIII)

 Cartas ou Planisférios Celestes :

Mapa do céu noturno usados ​para identificar e localizar objetos astronômicos tais
como constelações, estrelas, aglomerados, nebulosas, galáxias, planetas, cometas,
tendo sido utilizadas ​para a orientação e navegação humana desde os tempos antigos.
Reconhecimento do céu (IX)

 Cartas ou Planisférios Celestes

Formas de representação do céu que facilitam o reconhecimento e descrição das


constelações como também a trajetória ou localização de objetos de interesses
observacionais tais como: planetas, cometas, asteroides, aglomerados e
nebulosas.
 As Cartas geralmente fornecem um panorama de toda esfera celeste, conforme a
latitude do lugar, mostrando o aspecto do céu a qualquer mês ou hora da noite.

 Tipos de Cartas ou Planisférios Celestes :


Reconhecimento do céu (X)

 Alguns tipos de projeções de cartas:

Esférica Equatorial Polar


Reconhecimento do céu (XI)

 Globo Celeste
Forma representativa da esfera celeste onde estão incluídas as constelações, dos
dois hemisférios, com suas respectivas delimitações e inscrições das coordenadas
celestes.
Alguns globos, dependendo do tipo e tamanho, possuem iluminação interna
possibilitando a visualização das estrelas iluminadas(com brilho).
Reconhecimento do céu (XII)

 Estimativas em graus usando as mãos.


Reconhecimento do céu (XIII)
 Software educativo: Stellarium
Programa de computador livre (free) que reproduz a imagem do céu local, conforme a
latitude, longitude e o horário da observação, mostrando todos os astros visíveis a
olho nu.
Possibilita também uma viagem no tempo de acordo com a data escolhida.
 www.stellarium.org/
 Software educativo:
Sky Charts

O Sky Charts, ou Cartas Celestes,


ou ainda Cartes du Ciel, é um
programa para PC/Windows.
Através dele é possível gerar mapas
celestes precisos com as posições
das estrelas, planetas, aglomerados
estelares, nebulosas e galáxias.
Também é um programa gratuito e
no site dos desenvolvedores
existem ainda diversos arquivos
adicionais para tornar o programa
ainda mais completo, tais como
catálogos de objetos (NGC,
Magellan, etc), além de texturas de
diversos objetos do Sistema Solar
em alta-definição.

 www.stargazing.net/astropc/pindex.html
Observação Astronômica (I)
 Objetos observados com instrumentos nas constelações:
Estrelas Supergigantes Vermelha/Azul – Estrelas que observadas a olho nu
parecerão avermelhadas/azuis.
Possuem massas de 8 a 70 massas solares, brilho de 30.000 a centenas de milhares
de vezes a luminosidade do Sol e raio entre 30 e 500, ou mesmo em mais de 1000
raios solares.
Alfa do Escorpião (Antares) – vermelha Alfa do Orion (Betelgeuse) – vermelha
Beta do Orion (Rígel) - azul.
Alfa do Cocheiro (Arcturos) – vermelha /
Alfa do Touro (Aldebarã) – vermelha
Observação Astronômica (II)

 Objetos observados com instrumentos nas constelações:

Estrelas Duplas
Estrelas que observadas a olho nu parecerão simples (uma só) mas com um binóculo
ou luneta, se desdobrarão em dois astros distintos.

Alfa do Centauro. Alfa do Cruzeiro do Sul.


Alfa do Escorpião
Beta do Escorpião

Beta do Cisne (Albireo).


Observação Astronômica (III)

 Objetos observados com instrumentos nas constelações:

Aglomerados Abertos
Sistemas estelares ou aglomerações de corpos celestes com forma irregular e que
englobam centenas de estrelas.

M45 – Pléiades, em Touro;


Híades, em Touro

OBS: Planetas Júpiter e


Saturno, em Touro.
4755 – Caixa de Jóias, no Cruzeiro do Sul
M44 – Presépio, em Câncer
Observação Astronômica (IV)

 Objetos observados com instrumentos nas constelações:


Aglomerado Globular
Tipo de aglomerado de estrelas que possui o formato esférico onde o interior é
muito denso e rico em estrelas antigas, podendo, inclusive, ter até um milhão de
estrelas, mantidas juntas pela ação gravitacional.

NGC 9831 NGC 6934


NGC 5139 – Ômega Centauro
NGC 104 – 47 Tucano.
Observação Astronômica (V)

 Objetos observados com instrumentos nas constelações:


Nebulosas
Nuvens de poeira, hidrogênio e plasma que constituem regiões de formação estelar dando
origem à novas estrelas.

M1 – Nebulosa do Caranguejo, em Touro.


M42 – Nebulosa do Orion, em Orion.
M8 – Nebulosa da Lagoa, em Sagitário /

Barnard 33 – Nebulosa Cabeça do Cavalo, em Orion.


Observação Astronômica (VI)

 Objetos observados com instrumentos nas constelações:


Galáxias
Aglomeração de bilhões de estrelas e vários outros objetos astronômicos que
incluem nebulosas e aglomerados estelares unidos por forças gravitacionais todos
girando em torno de um centro de massa comum.
M31 – Galáxia de Andrômeda, em Andrômeda.
M51 – em Cães de Caça M104 – Galáxia do Sombrero, em Virgem.
Obrigado!
Na próxima aula do Curso de Astronomia Básica veremos: Instrumentos Ópticos -
Lunetas, Telescópios e Binóculos.

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