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Este trabalho é financiado por fundos nacionais através da FCT – Fundação para a
Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto UID/CCI/04667/2016 - CIC.Digital.
1ª Edição 2019
ISBN: 978-989-8969-02-6
Depósito legal: 455034/19
Sumário
Introdução...................................................................................13
A Moda........................................................................................21
A teoria da moda de Georg Simmel........................................23
Tipos de moda e imitação negativa..........................................33
Dandies.................................................................................40
Boémios.................................................................................45
Chanel e a sua posteridade.......................................................50
De Yves Saint Laurent à moda contemporânea...................58
Fast fashion...........................................................................64
Marcas Registadas......................................................................69
O nascimento das marcas registadas.......................................71
A estrutura triangular das marcas........................................82
Frank Schechter e o conceito de diluição de marca.............86
O branding e o desejo de marca..............................................91
Licenciamento e diluição.......................................................97
Leis antidiluição....................................................................99
Copyright e marca registada...............................................109
Copyright e Romantismo..........................................................115
A emergência do conceito de autor e do copyright................117
William Wordsworth e o Romantismo..................................129
Wordsworth e a lei do copyright.........................................137
Fundamentação da propriedade intelectual.......................143
Crítica do Romantismo e do Utilitarismo...........................149
Imitação positiva e propriedade intelectual..........................153
Design de moda...................................................................155
Culinária..............................................................................159
Software livre......................................................................164
Referências................................................................................173
Introdução
Introdução
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António Machuco Rosa
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Introdução
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António Machuco Rosa
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Introdução
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António Machuco Rosa
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Introdução
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António Machuco Rosa
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A Moda
A teoria da moda de Georg Simmel
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António Machuco Rosa
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A Moda
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António Machuco Rosa
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A Moda
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António Machuco Rosa
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A Moda
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António Machuco Rosa
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A Moda
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António Machuco Rosa
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A Moda
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António Machuco Rosa
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A Moda
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António Machuco Rosa
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A Moda
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António Machuco Rosa
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A Moda
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António Machuco Rosa
Dandies
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A Moda
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António Machuco Rosa
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A Moda
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António Machuco Rosa
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A Moda
Boémios
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A Moda
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A Moda
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A Moda
32 - Este ponto é argumentado por Evans e Thornton, 1991: 57, e por Vinken,
2005: 22.
33 - Cf. Wilson, 2003: 41, onde, talvez excessivamente, se realçam as tendências
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António Machuco Rosa
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A Moda
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A Moda
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A Moda
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A Moda
38 - Como referiu o próprio Yves Saint Laurent: “trata-se sem dúvida de uma
revolução de espírito. As pessoas não têm mais vontade de serem elegantes;
elas querem seduzir” (in Cézan, 1967: 130).
39 - Gilles Liposvetsky, 1987, colocou a obra de Yves Sant Laurent como o cul-
minar do processo que ele designou por “democratização da moda” enquanto
expressão do princípio de individualidade.
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António Machuco Rosa
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A Moda
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Fast fashion
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A Moda
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A Moda
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Marcas
Registadas
O nascimento das marcas registadas
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Marcas Registadas
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Marcas Registadas
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Marcas Registadas
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Marcas Registadas
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61 - Cf. de novo a obra de Landes e Posner, citada na nota anterior para a expo-
sição clássica deste argumento.
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Marcas Registadas
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António Machuco Rosa
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Marcas Registadas
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Marcas Registadas
63 - Estes pontos foram todos salientados por Barton Beebe em dois excelentes
artigos (Beebe, 2004, e Beebe, 2010), os quais constituíram a principal inspira-
ção para a filosofia das marcas registadas aqui exposta.
64 - Reenvia-se novamente para Orléan, 2011, para uma exposição crítica da
teoria neoclássica da economia.
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Marcas Registadas
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68 - Cf. Machuco Rosa, 2014: 189-197, para uma análise das campanhas de Ber-
nbach durante os anos sessenta. Exemplo particularmente ilustrativo do uso
das estratégias da imitação negativa foram as campanhas publicitárias do Caro-
cha da Volkswagen. Os anúncios giram sempre em torno da crítica dos modelos
de carros artificiais ostensivamente ostentadores dos fabricantes de Detroit. Ao
invés, o Carocha da Volkswagen era um carro “pequeno”, “simples” e realmente
funcional. O ponto importante das campanhas era a diferença do Carocha, e o
ser diferente era a sua imagem de marca.
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Marcas Registadas
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Licenciamento e diluição
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Leis antidiluição
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bém diferente da diluição tal como ela era concebida por Frank
Schechter. No texto do jurista norte-americano existia alguma
ambiguidade, mas é claro que ele não tinha especialmente em
vista produtos prestigiosos e de luxo, destinados à exibição indi-
vidual. “Kodak” seguramente que não era um tal tipo de produto.
Ele tinha apenas em vista a necessidade de as marcas estarem
ligadas a um produto singular, único. A situação em que Schech-
ter provavelmente não pensou é aquela em que são as empresas
a diluir a sua própria marca quando a utilizam para designar
um conjunto variado de produtos diferentes segundo a estratégia
da expansão horizontal. Existe assim uma situação um pouco es-
tranha. Por exemplo, uma empresa como Cartier poderia levar a
tribunal uma outra empresa por esta usar a sua marca em óculos
de sol, mas ela própria pode fazê-lo, apesar de “Cartier” não estar
originariamente ligada a um tal produto76. Nesse caso, “Cartier”
pode continuar a ser “distinta”, a dar distinção, mas seguramen-
te que não é uma marca de um produto único. Em suma, as leis
antidiluição não tratam do caso específico em que é a empresa
detentora de uma certa marca que a dilui. Nesse sentido, poderá
argumentar-se que a lei deveria inspirar-se mais fielmente nas
ideias de Frank Schechter. As empresas que diluem a sua própria
marca não deveriam gozar de qualquer proteção antidiluição.
Essas leis deveriam apenas proteger empresas que efetivamente
continuam a fabricar produtos únicos de grande qualidade, e não
os grandes conglomerados que se lançaram na expansão vertical
e horizontal do seu negócio e que visam sobretudo apelar ao de-
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Marcas Registadas
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79 - Um caso extremo é a marca japonesa Hello Kitty, que está afixada em deze-
nas de milhares de produtos diferentes. Portanto, “Hello Kitty stands for noth-
ing. Or, perhaps, for anything” (Walker, 2008: 17).
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Marcas Registadas
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Marcas Registadas
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Marcas Registadas
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Copyright e
Romantismo
A emergência do conceito de autor
e do copyright
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Copyright e Romantismo
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97 - Cf. Stern, 2008, argumentando que a frase de Blackstone deve ainda ser
interpretada no contexto da tradição da imitatio.
98 - Cf. Rose, 1993: 117.
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António Machuco Rosa
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Copyright e Romantismo
101 - Veja-se, por exemplo, o Código do Direito de Autor português, Artigo 56.º.
102 - Cf. Shirer, 2003, capítulo II, para a análise da revolução conceptual que
autonomizou o sistema das beaux arts do das artes mecânicas. Numa edição, de
1776, da Enciclopédie de D’Alembert e Diderot, as beaux arts aparecem como
artes distintas e associados ao génio e criação, posição que foi oficializada no
dicionário da Academia Francesa publicado em 1778, portanto, um ano após o
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105 - “Who is there that now reads the ‘Creation’ of Dubartas? Yet all Europe
once resounded with his praise; he was caressed by kings; and, when his Poem
was translated into our language, the Faery Queen faded before it. (…) it is cer-
tain that these Poems of Milton are now much read, and loudly praised, yet
were they little heard of till more than 150 years after their publication” (Word-
sworth, 1974, 3: 67; 70).
106 - Cf. Bennet, 2004: 26 e sq. sobre a novidade histórica da posição romântica
que afirma que os criadores originais são negligenciados no seu tempo. Bennet
(cf. Idem: 30) apenas encontrou um antecedente dessa ideia em The Lounger
(1786) de Henry Mackenzie.
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112 - Cf. Seville, 2003, para uma análise detalhada das propostas de Talfourd e
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António Machuco Rosa
fourd foi, como se referiu, recusado. Uma nova lei – sem men-
cionar a retórica acerca das obras que demoram tempo até serem
reconhecidas – acabou, no entanto, por ser aprovada em 1842,
estatuindo pela primeira vez na lei inglesa um copyright post-
mortem. O prazo do copyright passou a ser ou a vida do autor
mais 7 anos após a sua morte, ou então 42 anos após a publi-
cação, sendo válido o prazo maior. Wordsworth recebeu apenas
com um moderado contentamento essa nova lei, pois para ele
o copyright deveria ser perpétuo (Wordsworth, 1974, 3: 313). É
efetivamente possível afirmar que a lei de 1842 não acolheu total-
mente a visão romântica do autor113.
Como avaliar de modo mais preciso as ideias de Wordsworth
à luz da filosofia e conteúdo das modernas leis do copyright e
direito de autor? Como se referiu, essas ideias tinham como cen-
tro a afirmação performativa de que o verdadeiro artista é aquele
que é original, e que então o prazo de duração do copyright deve
ser longo por os autores de obras originais demorarem muito
tempo a ser reconhecidos. O copyright teria como fundamento
incentivar a criação e proteção das obras originais, de qualidade,
e não as obras imediatamente populares.
Deixando momentaneamente de lado a questão dos prazos de
proteção, poderá argumentar-se que o discurso sobre a “origi-
nalidade” é uma das bases essenciais das leis do copyright e do
direito de autor. Tem sido sustentado114 que as ideias românticas
contribuíram decisivamente para a emergência das modernas
noções de “autor”, “criador”, “original”, as quais acabaram por
ser consagradas na lei. Essa contribuição não é especificamen-
te devida a Wordsworth, mas à generalidade do movimento ro-
mântico, começando, como vimos, em meados do século XVIII
a ser formulada por escritores como Edward Young. E, de facto,
progressivamente, as diversas legislações nacionais passaram a
incidir sobre a proteção das “obras originais”, das “criações inte-
lectuais” dos “autores”115. Isso constituiu uma novidade histórica,
113 - Cf. Seville, 2003: 215.
114 - Cf. Jaszi, 1991; Rose, 1993; Woodmansee, 1994.
115 - Na lei norte-americana do copyright pode ler-se: “Copyright protection
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No que respeita à imitação, a poesia é uma arte mimética. Ela cria, mas
cria por combinações e representações. As abstrações poéticas são belas e
novas, não porque os elementos de que são compostas não tinham qual-
quer existência na mente dos homens ou na Natureza, mas sim porque a
totalidade produzida pelas suas combinações tem alguma bela analogia
com essas fontes de emoção e pensamento (Schelley, 1988: 328).
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132 - Para a totalidade do argumento, cf. Benkler, 2006, bem como as extensas
referências aí citadas, mostrando que os incentivos monetários não explicam
em muitos casos a criação.
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Design de moda
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Culinária
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139 - Ferran Adria, Heston Blumenthal, Thomas Keller and Harold McGee,
“Statement on the new cookery”, The Observer, December 10, 2006: “culinary
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Software livre
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147 - Cf. Clapes, 1989, para a análise das primeiras tentativas de proteção inte-
lectual do software.
148 - As “guerras do Unix” estão bem documentadas em McKusick, 1999; Ray-
mond, 2003; Ceruzzi, 2003.
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Obrigação
Licenças Atribuição Integridade
da partilha
Atribuição-CC BY Sim Não Não
Atribuição- Partilha nos ter-
mos da mesma licença Sim Não Sim
CC BY-SA
Atribuição-Proibição de rea-
lização de Obras Derivadas - Sim Sim Não
CC BY-ND
Atribuição-Uso Não-Comercial-
Sim Não Não
CC BY-NC
Atribuição-Uso Não-Comercial- Par-
tilha nos termos da mesma licença Sim Não Sim
-CC BY-NC-SA
Atribuição-Uso Não-Comercial-Proi-
bição de realização de Obras Derivadas Sim Sim Não
- CC BY-NC-ND
Prescinde de to-
Dedicação Universal ao Domínio Pú- dos os direitos
Não Não
blico-CC0 conferidos pela
lei do copyright
152 - Os textos legais das licenças podem ser consultados a partir de https://
creativecommons.org/licenses/?lang=pt.
153 - Mais exatamente, em 2017 existiam cerca de 1,4 mil milhões de obras
legalmente protegidas por um dos tipos de licenças Creative Commons. Cf. ht-
tps://stateof.creativecommons.org/.
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Referências
Referências
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