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RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Depois de baixar o tom na relação com o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso, o presidente
Jair Bolsonaro agora está preocupado com os prejuízos do discurso radical do governo para política
externa. No momento em que o país enfrenta o maior isolamento internacional de sua história, o chefe
do Executivo tem ouvido de auxiliares e parlamentares que chegou a hora de fazer mudanças em setores
de grande repercussão no exterior, como a diplomacia e o meio ambiente.
Os ministros da Casa Civil, Braga Netto, e da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, são os
principais conselheiros de Bolsonaro nessa discussão, após articularem uma trégua entre o Executivo e
os demais Poderes. Na avaliação desses generais, o recuo nos ataques ao STF era urgente, ante o avanço
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04/07/2020 Após isolamento internacional, Bolsonaro é aconselhado a demitir ministros radicais, como Salles e Araújo - Politi…
de investigações incômodas para o Planalto, como o inquérito que apura se o presidente tentou interferir
politicamente na Polícia Federal.
Na mira dos dois representantes da ala militar do governo, agora, estão os ministros Ernesto Araújo, das
Relações Exteriores, e Ricardo Salles, do Meio Ambiente. Ambos também são os mais citados, no meio
político, em conversas sobre uma possível reforma ministerial.
O viés ideológico da gestão de Araújo no Itamaraty, motivo de sucessivos embates com organismos
globais, é visto por interlocutores do presidente como um obstáculo à recuperação da imagem do Brasil
no exterior, agora ainda mais manchada em razão dos números trágicos da pandemia do novo
coronavírus. Já a política ambiental, conduzida por Salles, tem sido alvo de ameaças de retaliações
comerciais ao Brasil, em um momento de grave retração econômica.
Araújo, diante de rumores sobre sua saída do governo, vem tentando mostrar serviço. Na terça-feira,
ordenou que todas as divisões do Itamaraty produzissem uma relação das ações desenvolvidas pelo do
ministério desde o início do governo. De visitas oficiais ao exterior a acordos assinados.
Na quarta-feira, o Ministério das Relações Exteriores divulgou nota informando que “vem
acompanhando permanentemente os trâmites internos da UE com vistas à reabertura coordenada das
fronteiras”. A pasta acrescenta que “a lista será revista e poderá ser atualizada periodicamente, a cada
duas semanas, com base na evolução do quadro epidemiológico em cada país”.
Panos quentes
Na quarta-feira, Ricardo Salles tentou minimizar uma eventual demissão. “Se ele quiser trocar o
ministério, tem todo o direito de fazer isso, no Meio Ambiente ou em qualquer outro. Então, acho que
isso não tem problema nenhum, o governo é dele”, frisou, em entrevista à Rádio Jovem Pan. Ele
ressaltou, ainda, que na política há sempre gente querendo fazer intrigas. “Isso faz parte da vida
pública, da política.”
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