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RESUMO
INTRODUÇÃO
A costa do Peru, com exceção de uma pequena parte na região norte, é caracterizada por
haver uma grande ressurgência, apresentando uma água superficial de baixa temperatura e alta
quantidade de nutrientes, o que acarreta em uma altíssima produtividade primária, e a presença
de uma Zona de Mínimo Oxigênio (ZMO), além da pouca ou nenhuma bioturbação, e a boa taxa
de sedimentação (em torno de 2mm por ano), fatores importantes para a preservação das
estruturas do sedimento a alta resolução. A costa do Peru também está situada em uma zona de
alto impacto dos eventos de El Niño e La Niña, por ali chegar as ondas de Kelvin geradas nos
mesmos.
O testemunho de caráter exploratório ‘E-15’, foi tomado pelo projeto PALEOMAP em Julho e
Agosto de 2007 na posição de latitude 12°02.37’S, e longitude 77°14.70’W, e com 68m de
profundidade e 43,9cm de penetração. Foi escolhido devido às suas aparentes boas divisões
estruturais. Este testemunho já tinha as suas radiografias e já estava cortado em duas seções, ‘A’
e ‘B’.
MATERIAIS E MÉTODOS
Foi feito um desenho, um plano de corte das estruturas do sedimento em uma folha de
plástico sobre a radiografia do testemunho. As estruturas foram demarcadas conforme se
percebiam diferenças de cores de claro e escuro, e com o auxílio de fotos e do próprio testemunho
para esclarecer eventuais dúvidas. Foram também tiradas as suas medidas de comprimento e
largura.
Para as análises de matéria orgânica e carbonato total, o procedimento usado foi seguindo a
metodologia proposta por Dean (1974), de calcinação da matéria orgânica mediante perda de
peso desta por ignição. Foram tomadas sub-amostras de aproximadamente 0,5 a 1 grama. Se
pesam os cadinhos com a amostra ‘úmida’ e depois os coloca em uma estufa a uma temperatura
de 105°C por uma hora, e depois os esfria até uma temperatura ambiente com um dissecador;
pesa-os outra vez, obtendo o peso seco “P1”.
Posteriormente as amostras são colocadas em uma mufla a 550°C também por uma hora,
esfriada e pesada para a análise de matéria orgânica (P2). E mais tarde a uma temperatura de
850°C por uma hora e depois de fria, pesada para a tomada dos dados de CO2 (P3).
Obtidos estes pesos, os cálculos usados para obter a porcentagem de matéria orgânica
(%MOT) e de carbonato total (%CaCO3) foram:
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O que mais se deve ressaltar, é a forte tendência de matéria orgânica encontrada, incluindo
nos dados do Box core; principalmente nos últimos anos (primeiros 18 centímetros de deposição),
tanto nos gráficos como nas análises estatísticas, com uma significância F muito boa (8,1523E-08)
este resultado foi muito interessante e pode gerar uma série de perguntas, do porquê desta
tendência? Houve um crescente aporte antropogênico na baía com o tempo? Ou então um
incremento paulatino de produtividade primária? Talvez um aumento de ressurgência? Ou outros
tipos de variações na temperatura ou outros fatores físicos do oceano?
O critério da cor das lâminas claras e escuras não demonstrou muita variabilidade, pois uma
camada pode ser um pouco mais cinza ou um pouco menos cinza, mas isto não quer dizer que
não seja possível que as mudanças mais fortes (o mais ‘preto’ e o mais branco) não estejam
relacionadas a alguma mudança na temperatura.
O testemunho exploratório ‘E-15’ é uma boa opção para seguir com estudos de
paleoceanografia e mudanças no clima passado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS