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A ARTE MUSICAL
REVISTA PUBllCAOA QUINZENALMENTE
R E DACÇÂO E ADMINISTRAÇÃO - P raça dos Restauradores, 43 a 49
LISBOA
D mECTOR J11stituto, R Jardim 'T(egedor, 13 e 15 EotTOR
&tfichel'angelo Lambertini Ernesto 'Vieira
'
l
A ARTE MusrcAt.,
rueguez, e reconhecendo lhe a natural vo- de Schumann nos princípios estheticos, em-
caçã0 constituiu-se seu protector fazendo bora possa, pelo ideal poetico ser compnra-
com que elle fosse pnra Copenhague onde do a Chopin, Schubert~ outros da m~sma
muito pro\·eitosam.cnte estudou com Nor- orientacão devaneadora, de todos se desta-
drook, outro mestre scanJinavo. ca com' a sua musica inspiraJa nas cancóes
Em 1860 esteve em Roma, e voltand() ao populares do Norte, rude e aspera como as
seu paiz es-tabeleceu-se em Chri,tiania. Fun - asreras peneJias que constituem o solo da
dou ali uma nca<lemia de musica sob a. pro- Noruega, triste e breve como os pequenos
tecção do rei Os.::ar II, obtendo tamoem vaJJes que essas peneJias deixam ent·e s1.
uma pensão que lhe permittiu consagrar- Grieg é considerado o prim~iro poeta mu-
sc intei ramente á arte ~cm se preoc,;upar sical da Scan<linavia, como Niels Gadc e
com a pro pria subsistencia. Começou en- Svendsen são os seus mestres classicos. A
t ão a produzir as suas obras mai:; nornve•s, ohra <le Grieg é composta, na quasi totali-
cujas primeiq1s são o Con.::erto e <.l Son:na dade, de pequenos quadros pitorescos, vn-
r •1ra piano. os primeiros cadernos das «Pe- riados até ao infinito, to,ios originaes e in-
ças lvricas,,, as «Dansas populares•>, mui· teressantes, raros, porém, desenvolvidos
tos lieder (romanca; para canto). as duas com ampliJáo; mesmo nas grandes compo -
prim eiras sonatas para piano e violino, a sições como as «Sonatas», o «QuartctlOJ> e
« .l.bertura de Concerto)) para orchestra, a o «Concerto», sob pretexto de liberdade de
musica para o drama de lb ;en-ccP.:er Gynt)) pensamento, Grieg não fez mais do que reu-
- sendo tambem d'essa é0oca <1 musica nir idéas sem desenvolver larg11n ente uma
para «Sigurd Jorsalfar)), drama Je Bjornson. que entre ellas possa considerar-se princi-
An~es tinha publicado «Quatro peças» para pal S';!gunJo a forma classtca.
piano, que são a sua obra n. 0 1. <<Peças hu - A mul tidão de pequenas idéas que consti-
morisc1cas», uma primeira colle:ção de lie- tuem a essencia do seu trabalho, sfío porém
de1·, etc. dotadns de grande e natural belleza; h~uri
Depois fo i alargando o circu:o das excur- das na musa popular, reveste-as uma forma.
sões artisticas que period1camenre empre- distinctissima pelas no\'idades cio rvthmo e
hendia, e em m:irço de 1878 esteve em Pa- pela audacia da harmonia. Predom"inJ n'el-
ris. N'esse tempo ainda as originaes campo- las com muita frequen.:ia a toada melanco -
. s1.:óes <lo musico scanJ1navo não eram ob - lica da escala meno:-, rorque assim o exige
jeê:to de voga no chamado cencro das arres; o carac<er da musica scandinava, mas a mo-
apenas ::ilgum curioso a~ conhecia. Grieg noto111a que d'ahi poJeria resultar é habil -
passou ali qua:.i desapercebido,emhor.-1 Pau- mente destruida por va~iadas e origina<::'S
li rie Viardot lhe cantasse alguns dos sPus modul-içóes que torn'lm incerta a tonalida-
melhore> lieder, e o pianista Charles de B>! · de, e por uma exuberancia de dissonancías
riot lhe executasse o concerto acompanha- que m:i.r1teem o ouvido sempre cm sobre-
ch pela orchestra de Pasdeloup. salto. N'este ponto vae Grieg muito além
Volto11 em 1890 1 mas em c:ondiçóes muita de Schumann. Com maior arrojo do que
diversas : a litt~ratura e ;:i arte sc;in<linavas este o-igin;.il mestre, ni'io se occupa em pre-
estavam então em foco; di<;cu tia-se lhsen e parar ou justificar as Jissonancias que em-
Bjornson. nd'11iravn-se os quadros de Noor- prega, por mais duras que sejam; assim a
mann, saboreava-se a mu3tC'l de Sven<lsen oitava augmentada, a segunda menor e até
e do proprio Grieg, como se fossem manja- o meio tom chromatico, sii.o interrnllos de
res ex.quisitos que viessem e·Himular apeti- que elle usa na harmonia com tanta fr~qucn
tes can çados, ou planta<: ex.o ticas vindas em cia e desprendimento como se fossem con-
reforço de vcgetrlção definhada. sonantes. D'aqui o caracter duro que se en-
Grieg foi então alvo da curiosidade pari - contra na musi: a de Grieg, colorin J o rude-
siense; applaud1ram-n'o com enthu$ia$mO, mente as idéas mais poeticas e ma;s mel:Jn-
cantaràm hymnos em seu louvor, estudaram colicns. Póde bem dizer-se que essa musi-
e Lliscu tiram açaloradamente a sua persona- ca tem gosto amargo, segundo a phrase do
lid:ide . nosso insigne Garrert.
'l'udo isto já passou deixando logar ao ra- O compositor norueguez tem escrípto
ciocínio puro. muito e contínua sempre trabalhando com
Este colloca G-ieg entre os primeiros ardor. Entre ns suas obras recentes, não
com positores da actual idade, especialista mencionadas precedentemente, citarei co -
em musica para piano e para canto, menos mo mais importante «l3ergl10tJ> 1 melodrama
apreciavel com'.) symphonista. para orcbestra, e um quartetto para instru-
A sua obra é principa !mente notavel pelo mentos de cordas; além J'isso tem continua-
cunho aacional que a distingue, pois que do a publicaçfíô das «Peças lyricas», hwen-
Eduardo Grieg, b;;m que ~eja t.im seccario do já oito collecções, muitos trechos diver..
A ARTE T\IusrcAL 3
sos para piano, cinco albuns e dh·ersas ou- reux e CheYillard com a sua famosa orches-
tras collecções de lieder, seis poemas para tra, foi religiosamente ouvido, sem apparato
uma ,·ot a solo com acompanhamento de scenico nem attr,1ctivo algum dos que no
côro e orchescra, etc. theatro desviam a attcncão exclusirn á mu-
Ve todas cllas, são mais universalmente sica, tol'o o primeiro ácto do «Tristão e
conhecidas e repetiJas nos grandes con.::er- Isolda.»
tos as suites de «Pcer G\·nt». as duas primei- Em Bruxellas - Paris II - repete-se a
ras sonatas para pi.mo é 'io!ino, o concerto mesma adora-.ão, quica com maior ferYor.
e a sonata cm mi menor para piano. Todos Em Londres canta-se p'or completo a ((tetra-
os pianistas conhc:cem tambem muitos tre- logia», isto é, as quatro reças que consti-
cho ~ das «Peças lyricas», com especialidade tuem o formidavcl drama intitulado «Annel
0 «Dia de nupcias cm Tro!Jhaug~n», que o do :'\ibelung». Em Bo!Onha, Milúo, Roma,
auccor transcreveu para violino e pi<mo, sen- Veneza, em toda a Ital1a, emfim, que \Va-
do esta uma das primeiras composições que gner tamo desprcza\·a, as suas 0pcras são
lhe deram nome. cantadas frequentemente e estudadas com
ERNESTO VIEIRA. atitençúo pelos compositores, o seu nome,
o utr 'ora táo vilipcndiado, tornou-se para
muitos objecto de respeito.
1898 E todos se curvam, ou se tomam de as-
sombro, pelo grande poeta-musico que em-
Niío foi avaro de producções nem pobre prehendeu a transformacão da antiga opera
de movimento o anno musical que findou . italiana no drama lyric6' moderno.
Feito o balanço geral, encontra-se um Triumphou alfim ... quinze annos depois
bom saldo positi\ o demonstrando que nem de morto.
a Arte enfraqueceu nem o gosto por ella O seu grande mal foi querer realisar uma
diminuiu. rernlução completa, destruindo tudo de um
Nota se entre os proàuctores uma pre- só golpe
occupação constante de procurar ou adoptar l\ão triumpho•J pela re"olucão impossi,·cl,
norns formas, buscar noYOS meio~ que deem mas pela e\·vlu ção natural qúe progres!>iva-
corpo á idéa pura, transformada em objecto mente o ele\·ou ao ponto culminante meio
sensi ,·el. sec1..lo depois de ter encetado a lucta tita-
l'ma lei natural assim o determina. nica.
Se a Arte é um meio de communicacão Nc::nhum compositor de algum merito se
entre os ho 11cns, como quer Tolstoi, esse atre,·eu em 1S98 :::. gitar a ~ua obra pelos
meio não põJe cons.!rvar sempre a mesma velhos moldes.
for ma, aliás bastaria que fosse producto de Adeus arias, cavatinas, caballetns, caden-
um só homem ou de unia só épo.::a. e n'csse cias, vocalisios, melodias quadradas, perio-
caso todos repetiriam constantemente uns dos symetricos, acompanhamentos simples-
aos outros aquillo que j<i estivesse dito e ment~ rvthmicos, prcsi-tcncia de uma só
repetido, tornando se port<tnto inutil ou, tonalidade. Tudo dcsappnreceu diante do
pelo menos, inelllcaz. canto declamado, da melodia inli111ta, do
Não que não haja fórmas especiaes que lcit-mottv, da expressão orchestral, do chro-
devam perp~tuar se como tradição sagrada, maticismo.
sen·indo de traço de união entre as gera- Só o theatro popular é que ainda conser-
ções : a Egrcja e o Povo são os guardas va as fórmas abandonad"s pela arte supe-
fieis d'es,as formas. rior. O Po\Q - a eterna creanca - continua
Tirando, por~m, esta excepção necessaria, «embalando-se com cantigas)):
tudo é movimento, tudo é evolução.
1898 não viu nem deixou a Arre p:iraly-
saJa.
No theatro lyri.:o domina \Yagner, não D os musicos francczes norns, aq uelles
já nn Allemanhá unicamente, mas por toda que mais altivos se ostentam na rnnguarda
a parte. Paris, a cabeça doiJa que tanto o dos «Ca,·alleiros da dissonancia», chamam-
chasqueou, vê se hoje obrigada a tel-o em se Vincent d'Indy e Alfredo Bruneau. O
fo11spere11't1: no templo da ((Opera :\acional»; primeiro, depois de ter apresentado em
ali se adorou fervorosamente o idolo ger- Bruxellas (12 de março de 1897) o seu dra-
manico durante o annf) findo, fostejando-se ma lyrico ccFcn·aal», c11jo poema elle mes-
o «Lohcngrin», a «\\'alkyrie», os cc,\lestres mo c~creveu - como fazia \Vagner- con-
cantores,, e o «Oiro do Rheno,,. N'outro seguiu que tamhem se ouvisse em Paris ( 10
tem rlo menos sumptuoso, o ccCirco dos de maio de 18~J8). Vinccnt d'Indy é um ar-
Campos Elyseos», onde funccionam Larr.ou- tista sincero e de grande va 1or, muito con-
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4 A ARTE l\It.iSICAL
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A ARTE M 'CSICAL 5
.. ....
Mas a escra,·idáo dos sete pedaes q ue é
preciso constantemente empregar para ob-
Áu ha nmguem que não considere a har- ter as notas alteradas accidentalmente por
N pa como um dos mais bellos instru-
mentos que se tecm im·encaco; s:>o
lodos unanimes cm ntlribuir-lhc uma gran-
sustenidos e bemoes, é que tem s ido a cau-
sa primordial d'essc abandono. Para o t oc:~
dor, pel a ditl1culdade material que o pro-
de dis tin..:cão de timbre, uma poct1ca sono- cesso a presenta e para o compositor pela
ridade, u1Írn doçura e encan to incom ;'ara- constante preoccupação em evitar embara-
vei-, e a par 11'1sso uma t al e lcgancia de fór - cos ao executante.
ma que a tornam admirnvd par<l fazer so - · N'estas dcploraveis condições comprehcn-
bresahir as graças e dona rcs Jas gentis to· de-sc como pouco a pouco se tenha posto
<:adoras que a Jc..iilham. Houve até quem de parte este tão bcllo 1ustrumen to, apesar
dis e~se que a harpa era o harmonioso tra- de destin<1do a prestar os mais r ele\·anres
ço Je u nião entre a mulher e a mu s ic..i . serviços á Arte, ora como solista, ora como
E, no entanto, a h arpa Jc movimento du- instrumento d'orchestra.
6 A ARTE i\fusrcAL
Gracas ao notabilissimo in\'ento que hoje execução par3 abafar os sons. Por isso o
:ipresci1rnrnos <ios leitore s da Arte musical, engenheiro Lyon ima.;inou um ahafa<lor~
todas as llíffi.:ulda<les cessam e dentro em posto cm acção por meio Je um pedal, que
pouco a harpa tomarú um honroso Jogar na fun..:ciona como o do piano.
cducacão de toda a mulher distincta, como A nO\'a harpa é fabricada em aluminiwn;
o piano já é o comp lt!m~nto indispensavd apesar da leve~a d'este mcrnl, é montaJo
u\·ssa mesma cdu ..·acao. !'iObre rodízios, de forma que uma creança
Um francez illusti:c:, o engenheiro Gusta- a trarsporta com a maior fa-:iliJaJc d'umc::
,.c L yon, actual chefe da celebre fabrica de sala para outra.
pia~os de Pleyel, compent:tra<lo dos incon- P. ra cumulo de to las as vantagens o cus-
Yen1entes que apo ·' tamos <"\º correr da pen- to da Harpa Lyon é approximadamente a
na, resoh·eu o problema com a sua Harpa metade do preço das antigas h&rpas.
chromatica sem pedaes. Eis as bases em que Na::. condições q ue rapidamente assign:ila-
a~senta o ºº"º instrumento: mos. a arte Je tocar harpa põe-se a partir
A cxistencia de dois planos de cordas, d'hojc ao alcance de toda a ~ente . _ •
cruzando-se entre si, de forma que um dos Para o piam~ta então. a facil idade é in-
planos é constituido pelas notas correspon- :::oncebivel e com poucos drns de trabalho
dentes ás teclas brancas do piano e o outro qualquer pianista, medianamente do tado , ~. e
com as cordas divididas cm grupos de 2 e pode habilitar a executar os mais complica-
de 3, equivalendo ôs teclas pretas. Cada no- dos trechos na h arpa .
ta é dada, portanto, com uma corda diffe- O rapi<lo successo que a i nvenção tem
rente, o que di~pensa por completo o em- obtido no estrangeiro comprova indiscuti-
prego dos incommodos pedaes. velmente o que avançamos; apresentada em
() cruzamento d'e5te::. dois planos de cor- numerosos concertos tem tido um acolhi-
J.as permitte que a mão d1rena possa facil- mento enthusiastico por toda a parte.
mente atacar com os dedos superiores as Em Bruxellas, o illustre <lirector do con-
notas bran.:.as e com os in fer iores as pretas, servatorio, F. A. Ge\•ae rt, desde a primeira
fazendo o inverso a mão esquerda. audição, ficou de tal forma encantado com
A nova harpa é montada nos agudos com o n ovo instrumento qu e fe z logo ucquisição
cordas de tripa e nos graves com bordõe~, da IIarpa chromatica p<ira o seu magmli.:o-
como na ha rpa vulgar, mas pela pro pria in- lyccu musical. Dada a alta comperencia d e
dole do novo sys.tcma, as cordas são sub- tão venerando mestre, é o melhor rcstemn-
mettidas a uma tcmão, a que podem facil- nho que podemos invocar e por i~so só nos
mente resistir. Como, por outro lado, as resta dizer, como L. \Vallner, outro belga
cordas ~ã o tendidas entre uma barra metal- il lustre-A nova Harpa é sem co11testação <>
hca collocada no interior da caixa sonora instrumento do futuro.
Ja harpa e o sorneiro, igualmente metallico, L.
liue e!>tá apoiado a uma columna d'aço,
<.oncebe-se que esta h arpa mantenha a afi.
nucão tanto tempo como um piano e que o
tampo do instrumento se não deforme com
a tensão das cordas.
Afina-se cada u ma das n otas por meio d e
uma cravelha systema Alibert, de sorte que
uma simples chavrnha de relogio basta para
obter impercepuvc1s d1fferenças na tensão Abriu a épo:::a a.:tual cnm o con certo dado
das cordas. Uma escala de 1 2 diapasões, em no Palacio Ü U!:~uella em bcncfkicio da Con-
11gorosa afinação temperada, está disposta gregacão <lo Corro Santo. Prmcipaes so li.;-
no sorneiro da harpa, d e fórma a tornar facil- rns foram : Rey Colaço que tocou com D.
lima, pela confrontação, a afinação geral do Alice Silva a primeira parte da sona ta em
instrumento. fá menor, para piano e violino, de Beet ho-
Por ultimo, sendo esta harpa chromatica ven, o seu «4.º Fado», a «Segu1d1lla» de: Al-
e devendo portanto consentir a execução beniz e o «Capricho» de Nogués. D. Ahce
de quasi todas as obras escriptas para o pia- executou tambem o «Adagio)) e «Gavotte»
no, além das que são esc11ptas especialmeu· de Ries, e Cecil Mackee, «Feuille d' ~\ l bum»
te p ara a harpa, era preciso poder abafar as e <<Polonaise» de Lau terback ; m encionar os
cordas sem ser com a5 proprias mãos, como nomes d 'estes dois \'iolioi)tas e repetir que
é uso fazer-se, pois em trechos como a Fa11- elies são discípulos de Victor H ussla, basta
1.1sia clzromatica, os 'Preludios e FuQ"_aS de para fazer o seu elogio. L eo n Jamet cantou
Bach, o Jo.:octurno cm fá sustenido de Chopin, expressivamente e com bonita voz o «1\ilyr-
t tc ., n ão h a tempo de d1strahir as mãos da to», de D eh bes, e uma melodia com acom-
A ARTE l\'.IusrcAL 7
panhamcnto de violoncello e piJno por D. ge que a cantora seja tambem .uma actriz
Luiz da Cunha l\len::zcs e Lambertini. O sr. experimentada. O auditoria ~pplaudiu-a .
Jhnsen cantou o prolonco dos «Palhaços» Ar>re6entou-se a meio soprano Livia Bcr-
e D. Maria da Madre de Deus a aria da «Ca- lendi, que, no pequeno madrigal do musico.
v.illaria Rusucana». mostrou ser uma cantora com q11e podemos
Um:) estreia notavel n'cste concerto: D. contar.
Alexandrina Casrngnoli, uma cantora Je boa Debutou o tenor Fiorello Giraud. Tc:n
c-..:ola possuindo b.dltssima voz. bonita ,-oz, com uma intensidade de son
Executou tambcm alguns trl!chos o «Ses- mais do que rc~ular, canta correctamente e
t.:tto Quilez>» cOmj)OHO de ex.cellentes ar- com muita expre~são: é justo na afinação e
ti tas. faz sentir o que <li1.. E' um artista digno de
apreço. Agradou e foi applaudido. Tem po-
* rém o defeito <le estrangular as notas agu -
A Real Academia de Amadores de Mu - das.
si.:a encetou a t6 ~ serie <los seus concertos Tambem debutou o haritono Polese Gio-
em 3o de dezembro, 11'1 «Sala Portugal», rea- vanni; tem voz agradavcl, mas n'csta opera
li sando por essa occ,isifio a sessao solemne mal poude mostrar o que val ia .
da distribuição dos prem1os, á qual assisti11 O baixo generico Archangelo Rossi muito
Ei-rei acompanhado do senhor infante D. regularmente.
Aífonso. Os artistas novos agradaram, mas a Ma-
Finda a ~essão, executou a orchestra a non, se teve um desempenho regular, não
«Marcha Triumphal» de llussla. causou enthusi.1smos.
A segunda parte do concerto começou O maestro Campanini dirigiu bem a or-
relo primeiro andamento da «Symphonia chestra, que apresenta nove primeiros Yioli-
H eroica», seguindo-se a aria da «Scmi!"arnís» nos, o que estéÍ muito áquem da proporção
cantada muito correc~amente pe'a sr.ª Cas - exigida pelo grande numero de instrumen-
tagnoli; o entreacto do «l\lanfredo» Je Rc1- tos de metal que ha na orchestra.
ne.:-k..::, que muito agradou; um «Scherzo» E m 22 e 2 ele janeiro repetiu-se a J/:111011.
de Freitas Gazul, bem escripto; e a «Castil-
lane» de i\lassenet.
'a ter.::eira parte ouviu-se a abertura do -25.
«Zampa»; duas romanças pela sr.ª Casta- Era p:ira prever. As operas de \Vagner
gnoli ; a ctDanse d'une poupéc» de Delibes, não pódem ter, em S. Carlos, um desempe-
term inando pela «Dansa Hungara» de Moz- nho regular. Faltam-lhe para isso muito'
kowsky. element0s, inclusi' e scenicos. A massa coral
Dcséjnriamos <lesem·oher, mais ampla- é insufficieme e não tem a educação pro·
ment e, esta secção, mas a absoluta falta de pria; para a obter seriam precisos innumc-
espaço nã0 o pcrmitte no presente numero, ros emaios, o que contrariava a precipita-
<lo que pedimos desculpa. çâo com que e da praxe pôr as operas em
S. Carlos. A propria orchcstra está muito
desproporcionada nos instrumentos de cor-
da. A par de tudo isto, as operas de 'vVa-
gner prccirnm d"uma dircccão muito espe-
cial, d'um wa~nerianisrn, emfim.
O Tannhauser foi honrem posto cm sce-
na Dara apresentacão do nosso conhecido
barítono ~l a rio A1Ícona, que está perfeita -
Como a época lyrica vae já um pouco mente á \'Ontade no papel d.! \Volfram eco-
adt.<antada t<>remos de ser concisos no que nhece muito bem a m·1sica. Com a sua ma-
vamos dizer a respeito das primeiras operas gnifica e vibrante voz, c~nduzida com ver-
(antadas no nosso theatro Jyrico. dadeira arte e sentimento, foi muito applau-
dido no canto d'amor no concllrso do se-
Jlanon gundo acto e na romanra da Stella do
Derembro 22. terceiro, que teve de bisar a pedido do pu-
Foi cnm a felanon LPscaut, de Puccini, blico.
que abriu hontem o theatr•) de S. Carlos. Debutou a sr.• Elena Bianchini Cappelli,
A i ntelligente prima donna Eva Tetrazzi - que dispõe d'um.1 bonita voz de soprano
ni foi acolhida com uma salrn de palmas ao dramatico. Canta com correcção e phrasea
entrar em scena. Com verdadeira arte e com sentimento. Disse muito bem a aria de
muito sentimento interpretou a pane de Elisabeth no segundo acto e a pregliiaa no
Manon, que no segundo e quarto actos exi- terceiro. E' boa artista.
A ARTE l'vfosrcAL
A sr.n Pagin, que cantou a parte de Ve - facil emissão, timbre agradavel e sympathi-
m.:s, não satisfaz. co.
O tenor Caruca. que de novo se nos apre- De Grazia muito bem. Repetiu a rom.m1:1
sentou n'esta opera, conserva a sua priYile - da Vecchia :;imarr.1.
f!i:1da \'OZ, mas continua a se r o mesmo can · Degrain um tanro compromettido, mas
tor e o mesmo actor. Demais, mostrou não regularmente.
conhecer o Tannhauser. Kossi satisfez no duplo papd de Benoit e
O:; baixos De Grazia e Degrain houveram- Alcindoro.
sc: regularmente. A orchestra muito bem sob a direccão da
Apesar da cxecucão um tanto imperfêita, firme batuta de Campanini. ·
.a ahertura foi applaud1da, assim como a . Coros bem, exccpto o de mulheres na s;:e-
n ' archa. O concertante tinal do segundo na das barreiras.
acto, que. de todos os numeros foi o que A opera, como dissamos, teve no seu con -
o'He\'e melhor desempenho, não foi applau- juncto um de::.empt!nho supe1 ior. Causou
dido ! cnthusiasmo e repetiu-se o 1«1cconto de te -
O Tannlzauser repetiu-se a 25. nor do 1.0 acto, a valsa lenta do 2 °, o duet-
to de tenor é soprano com o quartetto i n-
1so.1u.• n1e tercalado do 3.0 e a romanza de baixo do 4 .0
-28. Houve uma chama.da especial ao emprcza-
O nosso publico sympathisou extraordi- rio sr. José Pacini.
nariamente com e.:.ta opera de Puccini, que Repetiu-se a Boheme no dia 28 e em 4, 6
hontem te\'e um desempenho verdadeira- e 10 de janeiro.
mtnte superior. Houve caloro~os applausos
e <lesappareceu a má impressão deixada pe · A. 11d1·é Cllénie 1•
ias operas anteriormente ouvidas. -3r.
l\laria Stuarda ~avelli tem uma linda voz Cantou-se hontem esta opera para debu te
de soprano lyrico. Canta bem e é muito ex- do tenor Delmas, que é um bom a r tista.
l'ress1va no phrasear; ha porém demasiada Phrasea bem e diz com muito sentimento.
l •.!nt1 dão nos movimentos. Notamos-lhe um Foi particularmente e com razão ap~laudi
tremular devido, talvez, ao esforço de emis- do pelos que no cantar apreciam mais a ar-
~.ão de voz, que dispõe de bastante intensi- te do que o grande volume de voz.
·<.h<le para precisar d'isso. A's bellissimas Eva Tetr.izzini sabe captrvar o auditoria
qualidade~ de cantora allia as de conscier.- com a sua\'idade da sua voz e a perícia com
·C!osa actnz. que se ser ve dos recursos de '{ue ainda db-
Logo no primeiro acto, desde a phrase do põe .
r,1cco11to: Si. J..li cl1iamano A1imi, até á do Martelli e Livia Berlendi regularmente
duetto, em unissono com o tenor : Ah! tu nos seus pequenos papeis.
sol co111mandi amor . .. , mostrou quanto va- Mario Ancona regularmente. Apresenta
l!a como cantora e actriz. por vezes uma tcnde n cia para bai xa r de
No terceiro acto soube ser a doce, com- t om . Não lhe n otamos isso o ann o passado.
movente, apaixonada e insinuante Mi mi. A Córos e orchestra um rouco h esitan tes.
s..:c:na do quarto acto é d'um trabalho primo · Continúa a ser cortada a Marse lheza no u l-
ro~o. t imo acto .
A parte de Muselfe foi cantada pela debu- Esta opera repetiu-se nos dias 31 d e de-
tante i\1aria Mal'lell i que possue bonita voz zembro, 3 e 9 dt: janeiro.
de soprano ligeiro, e agradou.
Giraud mostrou ser um arlista e a sua ll uguenoses
bem timbn1da voz de tenor de meio cara-
ccer, se não poude attingir o dó bemol do Janeiro, 2 de 18?'>-
racconto do prunciro acto, indemnisou-nos Esta ope ra não teve hontem um desem-
lari.?amcnte <l'e~sa faita pelo sentimento, penho que sati~fizesse. Bianchini Cappelli
corrccção e boa dicção com riuc cantou to- não pouJe dominar o frio do :iudttorio,
da a parte de Hodolpho. Fez me:.-mo sobre- porque as nota~ agudas não são bem cla-
~air algumas phra!.es que até hontem á ge- ras e brilhan~es; é ás ' ezes pouco justa na
neralidade do publico tinham passado bas- afinação. No emtanto tem phrascs que diz
tante dcsrercebidas. Tal é a do ultimo muito bem e com a expressão propria.
acto: O A1imi l1t J>ill non torni, que inicia o A sr.ª l\Iartell i, n a parte de Margari da de
duerto com Marcello e que traduz a sauda- Valois, não sati~foz completamente. t!a de-
de do poeta. ficiencia de agilidade na vo :alisação.
Polese teve n'esta opera ense jo de mos- L ivia B erlendi é um meio-soprano mdto
trar que é um b aritono apreciavel. Voz de apreciavel, com u ma n otavel exten são J e
A ARTE M USlCAL 9
E11·1u\ni
- 8.
Os applausos com que o publico acolheu
~· G~~EilA;os N~S~;s •J::;
0 En1m11 foram um formal desmentido aos
~~e-·:·-- w -;--,.._..-.!>~ 0
que affirmam que só a opera mode rna, filia·
da na escola wagneriana, é digna de apreço. I~E-Y csou~\~o
O Ernani teve hontem um desempenho
muito regular cm S. Carlos. Os ouvidos sen - SPA! HA:-\DO o en-
síveis e conhecedores do bello canto podiam
notar alguma falta de colorido e rigor n'um
ou outro ponto e esta ou aquella a 1teração
E canto de 11111a
h1e.ff.1vel poe-
sia e111 tudo o que
no rvthmo da melodia, devida á pouca arte toca, Rex Colaço
com' que o arti sta respira ou á má esco+ha sabe empolgar nos
do mo mento apropriado. Tudo isso porém como 11ing11em;
não ob sta ~ qu e possa dizer-se com franque- tra11s111illindo-nos as
za qu e o desempenho do Eniani foi mais J1ibrações quentes da
do yu e regGla r no seu conjuncto. sua abençoada 11e-
A sr.ª Bianchini C irrelli venctu com l1rose. lzvpnotisa-nos
muita perícia os escolho~ c m que facilmen- e subjuga-nos, quer
te podia sossohrar. Foi justamente applau- nos .faça ouvir um
dida. nocturno do l e n l e,
Giraud, apesar de ser um tenor de meio uma endiabrada jota, ou um.1 !{ral'e sonata .
caracier, n ão receou arcar cnm as diffü::ul- A par de intelligente a fi11issimo execu-
dades da melodia. Aprlaud1do na perigosa tante, um douto mestre.
cavati11a do p -imciro acto. cobrou animo e Que o diga ess.1 le.![i:io de discípulos, a
cantou sempre de maneira que esses ap2lau- quem elle quer como fillzos e p.1r.-r quem tem.
sos lhe pod<.:ssem ser conbridos. sempre um /;o H co11sellzo e uma palaJ1ra ani-
Ao modo com0 Mario Ancona cantou o madora.
concertante do 3. 0 acto se deve a o\-acão A i11fl.11e11cia de Col.7co sr>bre a nossa arte
que o auditorio foz e a repeti.::ão d'cste nu- tem Údn decisiv.1 e g;·,1ç.1s â s11.1 indiswti-
mero, embora o distincto b::iri ton o, a nosso vel auctorid1.1de, .i s11.t comcienciosa probi-
ver, não cantac;se peor algumas da'5 outras dade artística e ao seu eleJ1. 1do . espírito de
melodias da opera. iniciativa, tem co11srg11ido em poucos annos
De Grazia muito bem e merecidamente uma accent11.1dissi111t1 tvoluc.7o 110 nosso meio.
aprilaudido. Passa este meio p:1gar~l/1e cm gloria e
Córos e orchestra, hem. Dirigiu a opera em triumplws os e.~forços de saber e de ta-
o m aestro Barune, que mostrou saber oc · lento que elle tem de empreg.1r para, sem
curar o seu lagar e conhecer perfeitamente descanço, ir desbrm a11do espíritos e conquis-
1
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Carlota corta pão, que distribue pelas
creanças; \Vt!rther contempla extasiado
\\\~rther fica só, scisman !o sempre nos No seu gabinete de estudo, \V erther está
c;eus iofolizes amores. Appílrcce-lhe Carlota c1ido no chão, fendo mortalmente. Entra
qu e embora amando-o em scg-·cJo, o acon- CJrlota precipitadamente. Ao vel-o assi-n,
~clh~ a que parta para longe, mas pedindo - cheia de terror, pede-lhe que lhe fole, que
lhe qu e volte para Yel · a, pelo Natal. lhe responda e quer ç-edir so.:corro.
Ca rlota sae. \tVerther, cada vez mais des- \Vt!rther declara que é tudo inutil. Carlo -
esperado, pensa no suicidio, como supremo ta confessa-lhe então que o ama e e ll e jul-
recurso contra o seu tormento . ga-se feliz, morrendo junto d'ella e possuin-
Sophia, saindo do pre~bvterio, pede .lhe do o seu amor.
que tome. tambem parte n'um cortejo que Ao longe ouve se o côro ale6re das crean-
se a pprux1ma, ao que eHe responde que ças.
p::irte para nunca mais voltar. Soph·a busca
detel o, mas ellc foge-lhe. Ent ando em se- ~~i·;~i ~·~~~~~;:~;;·;;~X!{:-2~
g dJa Carl~ta, _Alberto. e o cort~jo, Sophia ~ •tr•u• titt 't:.~ .... ,..-.:,'.'l•ts.'•JAl•-"'~_.~...,.,""MP'-U"'U"t''l'•o•o••:~
u. .vr\·.u...C 1•ll•R~th1Q..,Y)t'Wfl'W)lvf .~t ~IY..M , ................... ~:M-.;.
111 forma a 1rm.i da nart1da de\\ érther. Al-
b ~ rt o que ob en·a Crirlota, ao ver a pcnur- D o Paiz
b 1ção d'e,ta, COfi\'ence·SC de q'.lC é atraiçoa- Alfredo Keil traballn activame lte nos ulti-
do po r cl la. rnos reto\.1ues d1 suap lítltura «Serr,ina», que
3.0 neto - C.1rl..,ü1 e lE•rther - O primei- será cancada em S. C1rlos logo depoi"> do
ro quad.ro representa uma sala em casa de carnaval. O libreno da «Serran1•>, escripto
Al berto. em primorosos vers~orcugu.!zes por Lo-
Carlota só, sentaJa junto a uma m~sa de r~s d.! Mcndonça;fói traJuziJo em italiano
costura, pensa com saudnde em \V<!rther, pdo sr. Ferreal, auc·or do3 librcttos da
h e~i t:.lnd.o se deve rasgar ou n:lo as cartas
«Dona llran.:a» e da «Irene» .
q ue elle lhe escreveu, falando-lhe no s!!u
a 'TlN. Não pôdendo re~btir, muito commo- Sua Mag~ s t~de a Senhora D. Alle lia,*
vi da, lê es~as cartas, umas a~ós outras. Sur- agradecend) uma co:nposicfo que lhe con-
prehende-a choranào a irmá Sophia, que sagrou Antonio Soller, en~iou gentilmente
pr ocur~v1do co tsolal-a, fJz a apologia do
o seu retrato ao dist in.:to pianist 1 e oro .
ri ~o.
fossor, o qual bem mere.:e trio subida lvm-
D.:pois, Carlnta ~ó, proternmdo a si mes- ra. O retr,1to, que é uml bclhss1m 1 p'loto-
ma cumprir o seu dever, ,·olca-se para D~us gr3ph1a de l3obone. tem a re;ia as-i;n 1tura
e nedc lhe que lhe de forç1s. ~·isto surge
e foi enviada a Soller p::>r intermeJio da
\Y.:rthcr, que não poude ddxar de vir vela.
S2nho:-a cond~ssa de Seisal.
C;irlota pro.;ura mostrar se fria, reserrn Ja,
Recomllen.iam1s *
mas \Vt!rther advinha que ella o ama. Elia
ás nossa) amweis lei -
im:1lora-lhe compC1ixão, e, por um momenco,
tora.s p1on· Has a r:ioq co:npJ')içao de Her-
está presces a ceJer, mas, fazendo um esfor- nam Braga, -«Indiana» - tre.:ho gradoso e
ço violento, foge-lhe, indo r.!fogtar· se no
de facrura distincta.
seu quarto.
\ V.;rther então r esolve morrer, dizendo
D o est:'angeiro
q ue foi Carlota quem o condemnou e sae.
Entra pouco depois Alberto, que chama O comervatorio de S. Petersburqo co-n·
Carlota, e-;tranhanJo a com:noç~ío d~ que a memo ou o quinto anni,·crsarto da morte
a 'ê possuiJa. dê 'f .:haib"»ky inaug.Jrando na sua s:\Ja a
Entretanto, um criaJo af)resen:a uma car- esta cu a do rnsi3ne p anisca e co nposi tor
t a de \\' erther, d1ri~id 1 a e irlo ca, ca.-ca que russo. A cerimoni 1 foi presidid1 p~la fami -
Alherto lê e na qual \V~rther, annunciando lia 1mpêrial e realisou -se com app1ratosa
u ma lon~a viagem, pede a Carlot::. que lhe solemmd 1de, ouvinJo ·se por essa o.::casião
e mpreste umas p1stolc1s que escão na sala. o côro e or.;jestra de a'.um:10s.
Alberto faz com que seja a propría Car-
lo ta g uem as entregue . Elia, fas.:in ,lJa, obe - O Roy.1l College of nw;;ic e o Guild lz.1ll
d:!ce, mas, apenas Alberto se retira, envol- Sclzool of 112u,ic, dê Londre>, fazem toJos
ve.se n'uma capa e sae, como louca, na es- os annos uma apresentação publica dos
ne·ança de ainda die.;ar a tempo de salvar seus alumnos, que executam uma opera
\ V.!rther. completa. O primeiro d'estes est1bele.:i -
N > se~undo quadro d'este acto, int itulado memos apresentou este an:lo «O Navio
Noite de X.Tt.1!, vê-se a cid ~ d c úe \Vd1zlar. PhantaS ll'.il» de \\'c1gner. Seguindo o mesllo
A lua 1llumina a paisa~em .:oherca de neve. exemplo, a l11tern:itional School of mulic,
A scena muJa e oassa-se ao terceiro qua- fez cantar em publico pelos seus alumnos o
d ro, A mor te? de ll 'crtlzer. <(Ürpheu» de Gluck.
12 A ARTE Mus1c:Ar,