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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO


Programa de Pós-Graduação em Música
Área de concentração: Musicologia
Linha de pesquisa: Musicologia 1B

Resenha do capitulo tempo modification do livro Classical and Romantic performing


practice 1750-1900 de Olive Brown.

Roger Lins de Albuquerque Gomes Ribeiro

CMU- Eca USP


São Paulo- Abril de 2018
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO


Programa de Pós-Graduação em Música
Área de concentração: Musicologia
Linha de pesquisa: Musicologia 1B

Resenha do capitulo tempo modification do livro Classical and Romantic performing


practice 1750-1900 de Olive Brown.

Trabalho apresentado
aos professor Fabio Cury,
da disciplina Estudos Especiais 2: Estética, análise e
performance de obras do século XIX.
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Resenha: How romantic we are? Capítulos 4 e 5 de The Endo f Early Music de


Bruce Haynes.

O livro Publicado em 2004 por Bruce Haynes é uma reflexão crítica a respeito de
alguns dogmas criados pelo movimento de música historicamente informada (chamada HIP
pelo autor), Em meio a todos os questionamentos os capítulos 4 e 5 se inserem em uma seção
intitulada : “ o quão romântico ainda somos” e abordam uma interessante reflexão a respeito
do paradoxo criado no modernismo quando “embora algumas modas românticas tenham se
ido, o repertorio romântico e alguns axiomas estéticos do Romantismo continuam
reverberando na nossa maneira de pensar a música.” Para isso ele argumenta que o
romantismo veio junto com outros valores tidos como fundamentais para nossa vida moderna
e assim não é de se admirar que seja tão difundido, dentre eles os direitos humanos, o uso
universal do nome de família, casamento baseado no amor, o retorno da democracia, os
endereços com nomes de ruas. Assim os músicos e musicólogos de nosso tempo sempre
olharão o repertorio retorico ( como o autor chama o repertorio dos séculos XVII e XVIII
organizados e pensados como discurso ou como ornamentos deste) já estando eles mesmos
contaminados, em maior ou menor grau, por axiomas e dogmas - que por ventura obscurecem
ou distorcem o que as pessoas no período pré-romantico pensavam - enraizados na música e
em qualquer área do conhecimento associada a ela em uma pesquisa, por mais que se
esforcem em buscar os fundamentos da música retórica em meio aos tratados, partituras,
pesquisas e experimentos práticos. Assim eles expõe os hábitos, mitos e lendas românticos
que, intencionalmente ou não, ditam como poderemos fazer música ( que em sua maior parte
se distribui como sub-capitulos da sessão inteira) sendo eles : o canonismo das salas de
concerto e dos conservatórios, a música absoluta ( ou música autônoma), que também
alimenta o fetichismo do texto e seu conteúdo imaculável, o imperativo do urtext, o interprete
transparente e a estrita observância à partitura, a originalidade e culto ao gênio, a música
como autobiografia do artista- compositor, a preocupação com atribuição, o concerto e récita
ritualizado e cerimonial e o maestro interprete por fim.

Haynes aborda com muita riqueza e de forma acertiva contrastes e paradoxos como o
interprete transparente e o maestro interprete, o concerto e récita ritualizado como se fazia 2
séculos atrás, inclusive com “cerimonias” musicais romântica importadas pelo movimento de
música antiga ( outra denominação de HIP), os conservatórios, tornando de seu livro uma
reflexão imperdível para qualquer músico, musicólogo ou apreciador de música clássica.

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