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III Construcao
III Construcao
1 – INTRODUÇÃO –
nas notas de serviço dos bueiros, a indicação aproximada (uma vez que a posição precisa
será definida nos trabalhos de locação dos mesmos) de sua localização, o tipo, o diâmetro, a
esconsidade, a declividade, os comprimentos a montante e a jusante, a cota do fundo no eixo, a cota
do greide de terraplenagem e a altura de cobertura de aterro,
nas notas de serviço das valetas de proteção, a indicação das estacas de início e término,
posição (lado) e comprimento estimado.
h) – Especificações –
Documento que estabelece, em linhas gerais, os princípios, regras, métodos e práticas a serem
adotados para a perfeita execução dos serviços e obras de terraplenagem, as características exigidas
para os materiais a empregar, os métodos de verificação de qualidade dos produtos acabados e os
critérios de aceitação/rejeição dos trabalhos executados.
Com base no exame do material acima descrito, o engenheiro da firma construtora inspeciona
o trecho por onde se desenvolverá a futura estrada, de modo a observar criteriosamente as condições
locais. A partir daí, o construtor:
dimensiona o equipamento e a mão de obra necessários, considerando os diversos fatores
que afetam as respectivas produtividades,
calcula os consumos dos materiais necessários à execução dos serviços,
define os custos dos equipamentos, mão de obra e materiais, com base em pesquisa de
mercado e no apoio logístico disponível na etapa de construção.
Com todos os elementos acima levantados, determina os custos unitários dos serviços a serem
desenvolvidos. De posse desses custos unitários e dos quantitativos dos respectivos serviços (obtidos
do projeto), elabora a proposta de preços.
Antes de iniciar a obra, o construtor precisa tomar as seguintes providências:
elaborar o Organograma da obra – nele estão estabelecidas as relações hierárquicas, a partir
do engenheiro responsável pela obra, ao qual estarão diretamente ligadas equipes de assessoria
jurídica, comunicação, planejamento e controle, e relações públicas.
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A um nível mais inferior, os departamentos administrativo e de operação. Ao primeiro, estarão
ligadas seções de pessoal (seleção; admissão e administração de pessoal; segurança), material
(abastecimento; almoxarifado) e econômico - financeiras (contabilidade geral; tesouraria; custos). Ao
segundo, estarão diretamente ligadas equipes de topografia e desenho e o laboratório, assim como as
seções de apoio (oficina de manutenção; exploração de jazidas; idem, de pedreiras; fábrica de tubos)
e de produção (terraplenagem; obras de arte correntes; obras de proteção e complementares;
superestrutura, se for o caso).
Engenheiro responsável
Apoio Produção
selecionar o equipamento mecânico a ser utilizado – para tal, leva em conta as seguintes
recomendações:
= dar preferência a máquinas iguais, de mesma fabricação, para maior economia e facilidade
de reposição de peças,
= usar duas máquinas iguais em vez de uma de maior porte, para garantia de continuidade do
trabalho, em caso de avaria),
= não adotar máquinas de criação recente, pois ainda não foram consagradas pela prática,
= escolher a máquina mais apropriada do ponto de vista econômico (levar em conta o custo de
aquisição e as condições de venda – parcelamento, prazo e condições de entrega, garantia do
fabricante -, assistência técnica e estoque de peças),
= escolher a máquina mais apropriada do ponto de vista técnico (produtividade capaz de
executar a obra no prazo previsto).
Antes de iniciar a obra, a primeira providência que se deve tomar é a instalação do canteiro de
serviço, cujas dimensões e lay-out – os quais dependem de sua localização em relação aos centros
urbanos, do vulto da obra, do tempo de execução, etc. – devem ser tais que os serviços possam ser
executados de acordo com a técnica prevista e com o cronograma de execução da obra.
Quanto ao local, o canteiro deve se situar o mais próximo possível do “centro de gravidade” dos
serviços (minimizando as distancias de transporte), porém distante o suficiente para não ser afetado
durante a construção; deve permitir fácil acesso (racionalização dos caminhos de serviço) e
possibilidade de manobras de máquinas, assim como obtenção de serviços básicos (água potável,
esgoto, e energia elétrica, gás, telefone, etc).
12 14
1 2 11
3 9
4 5 6 7 8
RODOVIA EM CONSTRUÇÃO
13 10
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1 – RESIDÊNCIA PARA ENGENHEIROS 8 – CASA DE FORÇA
2 – CAIXA D’ÁGUA 9 – RESIDÊNCIA PARA CASADOS
3 – LABORATÓRIO DE CONTROLE TÉCNICO 10 – RESIDÊNCIA PARA SOLTEIROS
4 – ESCRITÓRIO 11 – BOMBAS COMBUSTÍVEIS
5 – ALMOXARIFADO 12 – CAPTAÇÃO DE ÁGUA
6 – OFICINA MECÂNICA 13 – REFEITÓRIO
7 – MÁQUINAS OPERATRIZES 14 – LAVAGEM E LUBRIFICAÇÃO
São as vias construídas com padrão suficiente para permitir o trânsito de equipamentos e
veículos em operação entre cortes e aterros (acesso a todos os pontos do trecho a ser implantado),
assegurar o acesso ao canteiro de serviço, aos empréstimos, às ocorrências de materiais (pedreiras,
jazidas, areais), às obras de arte, fontes de abastecimento d’água e instalações previstas no canteiro
da obra, assim como o acesso deste a uma estrada existente próxima.
A implantação destes caminhos de serviço será feita com equipamento adequado (em geral,
tratores de esteira com lâmina angulável), executando inclusive suas respectivas obras de arte
provisórias.
E (inclui usinas de britagem, concreto)
pedreira
estrada
a
implantar
canteiro de serviço
estrada existente
São, em geral, obras de baixo custo, de preferência a meia-encosta, com largura de plataforma
variando de 4 a 5m, e condições mínimas (de rampa, desenvolvimento e drenagem) à utilização
racional do equipamento e dos veículos. Podem ser ou não pagos pela contratante (direta ou
indiretamente). No primeiro caso só são executados após a autorização da fiscalização; a parcela de
caminhos de serviço ao longo do eixo longitudinal da estrada nos trechos de corte e de aterro não é
medida, sendo considerada integrante da própria operação de terraplenagem.
Os serviços de escavação e drenagem dos caminhos de serviço podem ou não ser pagos pela
contratante, sendo descritos nas Especificações Gerais ou citados nas Especificações
Complementares, respectivamente.
São todos os serviços de limpeza – manual, com equipamento adequado, ou até com
explosivos – efetuados objetivando a remoção de obstruções naturais e artificiais (arbustos, árvores,
tocos, raízes, solo orgânico, matacões, entulhos, estruturas, etc.) nas áreas destinadas à implantação
da estrada (entre as estacas de amarração dos off sets) com acréscimo de dois metros para cada lado
e nas correspondentes aos empréstimos. O material retirado deverá ser queimado ou estocado -
conforme indicado nas Especificações Complementares, devendo ser preservados os elementos de
composição paisagística assinalados no projeto – e removido. Os botaforas dos materiais retirados
não serão nem medidos nem pagos.
O equipamento a usar será função da densidade e tipo de vegetação local e dos prazos
exigidos para a execução da obra.
São considerados serviços preliminares:
- Desmatamento – corte e remoção de toda a vegetação, qualquer que seja sua densidade;
- Destocamento e limpeza – escavação, remoção total de tocos e remoção da camada de solo
orgânico (com húmus e detritos vegetais que a tornam inadequada para aterros) na profundidade
indicada pela fiscalização.
Nos cortes, deve-se retirar tocos e raízes até 60cm abaixo do greide projetado.
Nos aterros:
- Com h2m – remover a capa do terreno contendo raízes e restos vegetais;
- Com h>2m – não é preciso destocar, bastando executar o desmatamento de maneira que o
corte das árvores fique ao nível do terreno.
a) – Esforços resistentes
- Rolamento – é devido à movimentação da máquina sobre uma superfície horizontal (rígida e lisa) e
às irregularidades da pista, à compactação e ao deslocamento de material da pista na passagem /
rolagem das rodas / esteiras, provocando um afundamento das mesmas.
Obs. – a potência indicada na fórmula acima é a “potência efetiva”, aplicada nas rodas / esteiras; são
descontadas da “potência máxima teórica” as perdas de transmissão.
Nas máquinas antigas a potência era considerada “ao nível do mar e à temperatura de 15 0 C”,
de modo que ainda era preciso descontar as perdas devido à altitude (3% para cada 300 m de
elevação de cota em relação ao nível do mar, a partir da cota 300 m) e à elevação de temperatura (1%
para cada 50 C de acréscimo de temperatura acima de 150 C).
c) – Aderência
Trata-se do valor limite da força resistente ao escorregamento das rodas motrizes / esteiras
sobre a superfície do solo (que surge quando as mesmas tendem a girar, impelidas pelo esforço
trator), a partir do qual elas patinam. Limitam o esforço trator a esse valor máximo.
ET máx = A = Pm . onde ET máx, A e Pm (peso nos eixos motrizes) - kg
(coeficiente de aderência)
Superfície de Sistemas de tração
rolamento esteiras pneus
Placas de concreto de cimento 0,45 0,80 a 1,00
Argila seca 0,90 0,50 a 0,70
Argila úmida 0,70 0,40 a 0,50
Areia úmida e cascalho 0,35 0,30 a 0,40
Areia seca e solta 0,30 0,20 a 0,30
ET dispon = ET marcha - Fresist (sobra, em termos de esforço trator, que pode ser usada, por
exemplo, para aumentar a velocidade de operação)
- peso atuante nos eixos motrizes – normalmente é indicado pelo fabricante da máquina, caso
contrário, pode-se aplicar as seguintes fórmulas:
a a
l l
Exercícios
2) – Determinar o esforço máximo de tração que um trator de esteiras D-7 pode operar sem patinar,
considerando:
- terreno com conservação precária (argila úmida) - = 0,7 e Rrol = 55 kg/ton (40 a 55 kg/ton)
- peso do trator – P = 15,4 ton
- potência – Pot = 180 HP
FR = P. (Rrol + Rrampa + Ri ) ET A = Pm .
3) – Calcular o esforço máximo de tração de um trator de pneus WABCOC equipado com scraper, nas
seguintes condições:
- terreno de argila seca - = 0,5 (0,5 a 0,7)
- peso do trator + scraper = 21,7 ton
- peso da carga = 19,8 ton
4) – Calcular a rampa máxima de descida sem que haja necessidade de frear a máquina.
logo, V = constante (Finércia = Fi = 0) e ET = 0
ELEMENTOS DE ANÁLISE
a) - Fatores naturais – dependem das condições existentes no local, tais como: natureza dos solos,
topografia, presença de lençol freático, regime de chuvas, etc.
- topografia - a declividade natural do terreno leva ao ajuste de rampas mais ou menos acentuadas
dos caminhos de serviço, e tal fato é importante na escolha do tipo adequado de máquina, tal que
possa vencer os esforços contrários ao movimento nos aclives (seja por falta de potência, seja por
falta de aderência). Por outro lado, nos declives acentuados a falta de segurança na operação pode
levar ao impedimento do uso de determinado tipo de máquina.
Assim, entre máquinas do mesmo tipo algumas, por suas características construtivas,
apresentam maiores possibilidades de uso em rampas fortes como, por exemplo, o “scraper”rebocado
por trator de esteiras ou o “motoscraper”.
b) - Fatores de projeto - são representados pelos volumes de terras a serem movidas e suas
respectivas distâncias de transporte, as rampas e as dimensões das plataformas (da estrada e dos
caminhos de serviço).
TE+L
TE+S
MS1
MS2
EC+UT
- TE+L - trator de esteiras com lâmina - são indicados para distancias de até 50m, devido ao baixo
custo; desenvolvem velocidades baixas (material transportado por arrasto) e, por isso, para distancias
maiores o tempo de ciclo se torna longo demais, reduzindo sua produtividade.
- TE+S - scraper rebocado por trator de esteiras - transportam volumes maiores e desenvolvem
velocidades operacionais pouco maiores que os primeiros, tornando-se mais econômicos na faixa de
50 a 100m de distancia de transporte.
- MS2 - motoscraper com rebocador de dois eixos - com velocidade operacional de até 60 km/h, são
mais freqüentemente usados na faixa de 300 a 750m de distancia de transporte.
Pelo exposto acima verifica-se que, para determinadas faixas de distancia de transporte, certos
tipos de máquinas conduzem a custos unitários menores que as demais, ou seja, pode-se definir
“faixas de utilização econômica” para os diversos tipos de máquinas e equipamentos.
São muitos os parâmetros que intervém na escolha do equipamento mais adequado para cada
serviço e a solução definitiva (que indicará sua produção provável e seu custo) só será possível com o
conhecimento do máximo de elementos ligados ao problema, de modo a avaliar-se o desempenho de
mais de uma equipe diferente e técnica e operacionalmente viável.
Num mercado competitivo, em que as obras públicas são licitadas mediante critérios em que o
custo é um fator de seleção preponderante, torna-se fundamental a seleção correta do equipamento
que conduza aos menores preços unitários.
Com base nos fatores acima expostos, vamos analisar a performance de alguns tipos de
máquinas escavo-transportadoras e transportadoras, considerando a resistência ao rolamento, o
afundamento do material rodante, a rampa dos caminhos de serviço, a compacidade natural do
terreno e os custos de carga, transporte e espalhamento, segundo as características indicadas nos
quadros comparativos abaixo.
1 2 3 4 5 6 7
40--
30_
15--
10_
1 2 3 4 5 6 7
Pelo quadro acima, verifica-se que o scraper rebocado vence as maiores rampas (40%),
seguido pelo motoscraper com tração nas quatro rodas (30%), devido à melhor condição de
aderência. Observar que os caminhões, vagões e motoscrapers convencionais com rebocador de um
eixo podem vencer rampas maiores que os de dois eixos (15% e 10%, respectivamente), devido ao
menor peso aderente dos segundos. Já os caminhões fora de estrada, devido ao seu elevado peso
aderente, chegam a vencer rampas de até 25%.
Quanto aos custos de carga, os mais caros são os dos vagões e caminhões (devido ao tempo
de carregamento), bem mais que os dos motoscrapers. Tais custos são bem menores entre os
motoscrapers com esteira elevatória e os scrapers rebocados por trator de esteira.
Quanto aos custos de transporte, as máquinas mais lentas são as de maiores custos enquanto
que as mais velozes (caminhões e vagões) conduzem a custos mais baixos.
Tem-se, assim, o seguinte balanço geral das possibilidades de cada equipamento citado:
1 - MS1 - atua ao longo de pistas de trabalho onde a resistência ao rolamento não seja superior
a 110 kg/ton (afundamento menor que 15 cm) e rampas de no máximo 15%, de modo a desenvolver
velocidades operacionais de acordo com suas características. Tem condições limitadas quando
atuando em solos menos compactos.
- distancias curtas a médias (pequena velocidade, altos custos de transporte),
- rampas médias,
- terrenos pouco ou medianamente compactos, com bom suporte e pouco afundamento (Rrol
pequena).
2 - MS2 - idem ao anterior; o peso aderente, porém, é menor, de modo que vence rampas de
até 10%.
- distancias médias a grandes (maior velocidade que o anterior),
- rampas de pequena declividade (baixa aderência),
- terrenos pouco ou medianamente compactos, com bom suporte e pouco afundamento (baixa
Rrol).
6 e 7 - UT (CAM e VAG) - atuação limitada a terrenos de boa qualidade, com baixa resistência
ao rolamento, têm os mais caros custos de carga (devido ao tempo para a operação) e espalhamento
(necessitam de motoniveladoras para completar e uniformizar as camadas)
- distancias grandes,
- rampas de declividade média a forte,
- terrenos com bom suporte e pouco afundamento (baixa Rrol,).
CONTRAPESOS
Para cada aplicação específica existe um determinado e adequado peso de máquina que
permite um perfeito balanceamento da tração, flutuação, mobilidade e reação.
Um baixo peso da máquina pode aumentar a patinagem e o conseqüente desgaste dos pneus,
mas melhora a flutuação, a mobilidade e a reação da máquina. Esta condição é necessária para as
seguintes aplicações, típicas de segunda marcha: espalhamento de material no aterro, empilhamento
de materiais, conservação de estradas e reboque de máquinas (compactadores, por exemplo).
Um alto peso da máquina aumenta a tração, mas reduz a mobilidade e a reação. Esta condição
é necessária para as seguintes aplicações, típicas de primeira marcha: trabalhos pesados de lâmina e
carregamento por empuxo.
O peso do trator deve ser, tanto quanto possível, uniformemente distribuído (equilíbrio das
forças que incidem em cada eixo) e estar “no ponto ideal” (quando a patinagem raramente ocorre na
marcha que está sendo usada). Uma das formas de obter tais condições é o acréscimo de peso
através o lastro dos pneus com cloreto de cálcio e água (baixo custo, facilidade e rapidez de
ajustagem às condições de trabalho). Se a tração ainda não for adequada, pode-se acrescentar
contrapesos, com o devido cuidado de não ultrapassar o limite a partir do qual venha a causar
desgaste dos componentes.
- Implemento - qualquer conjunto que complete uma máquina para a execução de serviço
específico:
= lâmina - frontal (buldozer), angulável (angledozer), tiltdozer e tipdozer (adaptáveis aos
dois primeiros tipos), em “U”, em “V”, amortecedora (substituída por empurradora), tipo caçamba
(idem, por especial).
vista superior v. frontal (b e a) v. lateral (b e a)
u a b tt tp
v a
= caçamba especial -
= guincho -
= guindaste -
- Ferramenta de ataque - peça ou conjunto de peças, que entra em contato direto com o
material trabalhado na execução de determinado serviço.
Obs - motoscraper - scraper rebocado por trator de pneus (de um ou dois eixos); o “auto-carregável”,
com tração nas quatro rodas, normalmente não precisa do “pusher” durante a carga.
= Escavo-elevador -
= Motoniveladora -
= Valetadeira -
2.4.4 – EFICIÊNCIA
O equipamento disponível em uma obra pode estar “em atividade” (no local de trabalho,
disponível para os serviços) ou parado”. A esse tempo total chama-se “horas corridas”.
No primeiro caso, engloba horas “produtivas“ e “não produtivas”. As horas produtivas são
exatamente as do tempo de ciclo, e são gastas para realizar determinado serviço. As horas não
produtivas correspondem a deslocamentos / operações importantes, indispensáveis aos serviços,
porém não incluídas nas primeiras; por exemplo, o tempo de movimentação da escavadeira, no corte,
para se colocar em posição de carga, o tempo de deslocamento do trator de lâmina para se colocar
em posição de linha de ataque, etc. As horas de atividade podem ser medidas pelo horômetro da
máquina.
Considerando-se tais tempos, pode-se calcular a eficiência operacional do equipamento, da
seguinte forma:
Eop = hprod
hativ
É medido em minutos.
manobra manobra
retorno (vazio)
Observando-se os tempos parciais relativos a cada operação verificou-se que, após um certo
número de ciclos, alguns deles se mantém praticamente constantes para alguns tipos de
equipamentos; são considerados, pois, “tempos fixos”. Outros, no entanto, por dependerem das
distancias percorridas e das velocidades de operação, são considerados “tempos variáveis”.
Observou-se que, após um determinado número de ciclos, os tempos gastos nas acelerações e
desacelerações da máquina se tornaram praticamente constantes, possibilitando obter as respectivas
distancias percorridas as quais, descontadas da distancia total, permitem calcular a distancia na
velocidade de operação (marcha), tanto na ida como no retorno. A partir desta e da velocidade, obtém
- se o tempo na velocidade constante; o tempo total gasto no transporte, em cada sentido, será o
somatório dos tempos acima citados. Assim:
C C
A1 A1
A2 A2
Considerando que o volume transportado (ver fórmulas de produtividade, mais adiante) pela
máquina é o volume “solto”, e normalmente a medição e o pagamento são feitos em função do volume
“medido nos cortes” (nas barragens, é considerado o medido no aterro), aplica-se este fator nas
fórmulas em que constar o volume (da caçamba da máquina, e também o volume total a ser
transportado).
... de onde se pode observar que a relação entre corte e aterro é, em média, de 90 %.
b) – Empolamento ( e )
Fenômeno que ocorre quando se escava o terreno; a terra, originalmente a um certo “nível” de
adensamento natural obtido a partir de seu próprio processo de formação, sofre uma “expansão
volumétrica” denominada empolamento. Assim, a terra assume o chamado “volume solto” (volume
transportado), cujo peso específico ()é menor que o natural.
= P , logo e = cor - 1
V transp
natureza do solo e (%)
areia lavada e pedregulho 5 – 15
top soil (solo superficial) 10 – 25
terra comum 20 – 45
argila 30 – 60
rocha compactada 50 - 80
c) – Contração ( c )
É a redução de volume em relação ao natural (medido no corte) que o solo sofre quando é
submetido à compactação por equipamentos especiais (rolos compactadores), com a conseqüente
redução de seu índice de vazios.
III.2.4.7 – TRATORES
São máquinas capazes de gerar esforço trator necessário para tracionar ou empurrar a maioria
dos equipamentos usados na terraplenagem.
Movimentam-se sobre esteiras (TE) ou sobre rodas (TP com 1 ou 2 eixos), gerando esforço
trator para empurrar, rebocar e operar implementos e máquinas para escavação, carga, transporte e
espalhamento de material. Operam comumente com lâminas nos mais variados serviços (reta, para
trabalharem como “pushers”; angulável, em “U”, para escavação, carga, transporte, descarga e
espalhamento de material) ou com “scrapers”(caçambas). São classificados por sua potência e peso.
a) - Tratores de esteiras
Movimentam-se sobre esteiras sem fim, e são normalmente usados em serviços pesados, pois
as sapatas das esteiras, distribuindo as cargas em grandes áreas, proporcionam maior aderência e,
portanto, maior esforço trator, podendo atuar com estabilidade pràticamente em qualquer terreno que
o suporte, em grandes rampas. No entanto, operam a baixas velocidades, o que limita sua distancia
econômica de transporte, não possuindo também boa manobrabilidade e relativa estabilidade.
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A potência indicada na tabela do fabricante, se for a máxima teórica, deve ser transformada em
potência na barra de tração; considerar, para as perdas na transmissão o valor de abaixo.
A tabela a seguir indica os dados gerais fornecidos por um fabricante; neste caso, por exemplo,
o esforço trator é considerado para a resistência ao rolamento de R r = 55 kg/ton, de modo que é
preciso corrigir-se seu valor da seguinte forma:
b) - Tratores de pneus
De um ou dois eixos, movimentam-se sobre rodas, e foram usados pela primeira vez em 1938,
em substituição aos tratores de esteiras em situações que permitissem a sua circulação a velocidades
maiores (até tres vezes maiores e, portanto, maiores distancias econômicas de transporte) sem
necessidade de grande aderência, o que limita seu uso a rampas menores e terrenos de melhor
suporte e mais compactos que os tratores de esteiras. Possuem alta maneabilidade – direção
articulada, visibilidade – e manobrabilidade – rápido impulso, agilidade, boa mobilidade - em contraste
com os tratores de esteiras. Além disso, sua operação provoca menos fadiga no operador, e pode
trabalhar em superfícies pavimentadas sem danificá-las.
Cuidados devem ser tomados tanto com o excesso de pressão como com a sua insuficiência (o
pneu se “achata”, encosta o bordo no aro, a banda de rodagem desgasta mais rápido e de forma
irregular), pois podem danificar o pneu.
Os tratores percorrem, em geral, pequenas distancias de transporte de modo que, nesses
casos, as distancias percorridas durante as acelerações e desacelerações (ida e retorno) devem ser
levadas em conta e, portanto, os esforços devido à inércia.
Teòricamente, para cada mudança de marcha (até a 1 a, da 1apara a 2a, da 2a para a 3a, etc,
até atingir a Vmáx = Vconst) pode – se determinar, em cada sentido, o esforço trator na velocidade maior
do intervalo considerado, comparando - se com a aderência; usa-se o menor dos dois valores para,
deduzidos os valores dos esforços de rampa e ao rolamento, calcular o esforço trator disponível para
variar de velocidade; daí, obtém-se o tempo despendido para variar a velocidade em cada intervalo
considerado. O tempo total de aceleração/desaceleração será o somatório desses tempos parciais.
A produtividade será:
TRATOR COM LÂMINA – tanto o TE como o TP pode usar esse implemento nos mais
diversos serviços, cujos movimentos denominam o equipamento como:
- bulldozer – (b) - trator com a lâmina reta e fixa -
- angledozer – (a) - trator operando com a lâmina formando um certo ângulo horizontal em
relação à posição original (a lâmina pode girar no eixo vertical) – escava e leva o material para a
lateral,
- tiltdozer – (t) -trator com a lâmina formando um ângulo vertical em relação à posição
original (a lâmina pode girar no eixo longitudinal) – escava, promovendo simultaneamente uma
inclinação transversal (superelevação).
Em qualquer das posições acima, pode-se levantar e abaixar a lâmina, permitindo a escolha da
espessura de corte. Os serviços mais comuns são:
(V1a + 0)
a
t = l tot –
1 2 . tac/desac .
V1a
(Vre alta + 0)
t ré alta = l tot – 2 . tac/desac .
Vre alta
A produtividade será:
Verificação se a máquina pode operar com a capacidade coroada (determinação do valor de “c”
na fórmula da produtividade) –
Carga = ccor . fcor . mesp c (ton) onde ccor – m3, mesp – ton / m3
Quando não se dispõe de tabela do fabricante (capacidade de carga para vários tipos de
material), calcula – se o volume de material acumulado na frente da lâmina:
- (TE + S2) – Tc = tfixo + (tVida + tAC/DES) + (tVret + tAC/DES) = 2,5/3,0 + tVida + 0,5 + tVret + 0,5 =
= 3,5/4,0 + + tVida + tVret
- (TP + S) – Tc = tfixo + tVida + tVret + tAC/DES = 2,5/3,0 + tV ida + tV ret + 0,5 =
= 3,0/3,5 + + tVida + tVret
Combinação de ciclos –
NMS/TE+S = TMS/TE+S . , onde TPUS = t empurrar + t man = (1,5 a 2,0) + 0,5 = 2,0 a 2,5 min
TPUS (conforme o valor de c)
MS1
MS2
MS3
- “em lançadeira”- quando o corte se realiza em declive.
MS1
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MS2
MS3
Marca / modelo Cap. Cap. Cap. Potência RPM Peso % peso eixo % peso
Rasa Coroada ton HP embarc motor scraper
m3 m3 ado vazio carreg. vazio carreg
Allis Chalmer- 11,4 15,2 20 312 2100 22 64 51 36 49
260P
CAT 621 10,7 15,3 20,8 300 2200 24,4 69 52 31 48
CAT 631 16 22,9 32,8 400 1900 36 67 52 33 48
CAT 630 (2 eixos) 16 22,9 32,8 400 1900 37 44 38 33 48
CAT 641 21,3 29,0 42,9 500 1900 46 66 52 34 48
CAT 650 (2 eixos) 24,4 33,5 47,5 500 1900 51 41 37 37 49
CAT 657 24,4 33,5 47,5 500 1900 59,5 55 48 45 52
CAT 660 (2 eixos) 30,5 41,1 58,4 500 1900 54,5 40 37 39 50
Exercícios
1) – Determinar as produtividades e os prazos para a execução dos serviços de um trator D-8 munido
de lâmina buldozer, nas seguintes operações:
28/41
3
a) – escavar 5.000 m medidos no corte (terra comum) e descarregar em um botafora distante 60 m,
em declive, com desnível de 3 m em relação ao corte.
b) – transportar terra, em nível, para um aterro a 50 m que terá, após compactação, um volume de
6.000 m3.
Dados: clâm = 6 m3 , Vida = 1a marcha e Vret = ré alta , tac/des = 0,5 min
vante ré
1a 2a 3a baixa alta
0 – 3,8 0 – 6,7 0 –10,4 0 – 4,8 0 – 12,7
2) – Dispõe-se de tres scrapers 463 F rebocados por trator D-8 PS e para realizar um aterro de
240.000 m3 (argila úmida; esp = 1,77 t/m3), a uma distancia de transporte de 300 m. O caminho de
serviço encontra-se com sulcos, pouca conservação.
Dados:
D-8 Pot = 270 HP = 0,8 (0,8 a 0,9) PTE = 22,6 ton Eop = 0,8 (TE+S)
D-8
vante ré
1a 2a 3a baixa alta
0 – 3,8 0 – 6,7 0 –10,4 0 – 4,8 0 – 12,7
Scraper
Capacidade “c” Peso vazio
29/41
3 3
Rasa (m ) Coroada (m ) Em ton (ton)
16 21,5 29,7 16,4
Tabelas (TE) Rrol/TE = 55 kg/ton (40 a 55) , Rrol/SC = 40 kg/ton (35 a 50)
= 0,7 , fcor = 0,7 , fat = 0,63
Solução
verificar se a unidade pode atuar com a capacidade coroada: 21,5.0,7.1,77 = 26,64 < 29,7 ton O.K.
logo, PSC = 16,4 + 26,64 = 43,04 ton
FTE + FSC = PTE.. (Rrol/TE + Rrampa + Ri) + PSC . (Rrol/SC + Rrampa + Ri) < ET < A
22,6.(55 +0 + 0) + 43,04.(40 + 0 + 0) = 2.970 kg < 273,8 . 270. 0,8 < 22.600 . 0,7 = 15.800 kg
V
3,74 < V < 21,3 km/h V = 10,4 km/h
lac/des = V +V1a .tac/des = 10,4 + 3,8 . 1000 . 0,5 = 59,2 60 m
2 2 60
lV ida = ltot – lac/des = 300 – 60 = 240 m
tV ida = 240 . 60 = 1,4 min
10,4 1000
tida = 1,4 + 0,5 = 1,9 min
FTE + FSC = PTE.. (Rrol/TE + Rrampa + Ri) + PSC . (Rrol/SC + Rrampa + Ri) < ET < A
22,6.(55 +0 + 0) + 16,4.(40 + 0 + 0) = 1.896 kg < 273,8 . 270. 0,8 < 22.600 . 0,7 = 15.800 kg
V
V < 31,2 km/h V = 10,4 km/h
21,3 km/h
lac/des = V +V1a .tac/des = 10,4 + 3,8 . 1000 . 0,5 = 59,2 60 m
2 2 60
lV ret = ltot – lac/des = 300 – 60 = 240 m
tV ret = 240 . 60 = 1,4 min
10,4 1000
tret = 1,4 + 0,5 = 1,9 min
T = 3,0 + 1,9 + 1,9 = 6,8 min
Obs – o material (240.000 m3) é medido no aterro, logo, é necessário usar o fator de conversão de
solos para aterro.
3) – Dispõe-se de Motoscrapers CAT 631 e um pusher, cujas características são listadas a seguir,
para a terraplenagem do trecho abaixo no prazo de 2 meses (20 dias/mês, 10 horas/dia).
Tabelas = 0,8 a 0,9 , MS = 0,5 (0,4 a 0,5) , TE = 0,7 , Eop MS = 0,7
fc = 0,7 , fa = 0,63 , R rol MS = 35 a 50 kg/ton , R rol TE ( pus ) = 40 a 55 kg/ton
b) - Idem, considerando tempos de ciclo independentes (um conjunto para cada aterro).
Solução
a) -
- sentido IDA (carregado) –
35 . (40 + 10 . 4) = 2.800 kg
273,8 . 400 . 0,8 15.800 kg (aterro2)
Vr2
5,6 Vr2 31 km/h Vr2 = 31 km/h
TMS = ESC/CAR + ida1 + DESC + MAN + ret1 + ESC/CAR + ida2 + DESC + MAN + ret2 =
= 2,0 + ida1 + 0,2 + 0,4 + ret1 + 2,0 + ida2 + 0,2 + 0,4 + ret2 =
= (2 . 3,0 – 2 . 0,4) + (1,0 + 1,1 + 0,5) + (2,0 + 2,6 + 0,5) = 5,2 + 2,6 + 5,1 = 12,9 min
b) – TMS = ESC/CAR + ida1 + DESC + MAN + ret1 + MAN = 3,0 + tV ida + tV ret + 0,5
- aterro1 -
TMS 1 = 3,5 + 1,0 + 1,1 = 5,6 min
Ph = 60 . 22,9 . 0,63 = 154,58 m3/ h
5,6
NMS = 36.000 . = 0,39 NMS = 1
154,58.10.20.3
São máquinas autopropelidas, sobre esteiras ou pneus, usadas na escavação em geral para o
carregamento em unidades de transporte (as quais realizam o transporte ao longo de grandes
distancias, em geral superiores a 1,4 km, até o local de destino). As unidades de transporte, por sua
vez, devem posicionar-se dos dois lados das UEC e ter, de preferência, mesma capacidade de modo a
reduzir ao mínimo o tempo de espera entre carregamentos.
Dividem-se, conforme o tipo de atuação - através de manobras (ECF) ou por simples giro da
lança (ESC) – em:
ESCAVADEIRAS (ESC)
- Altura ou profundidade de corte (hcor) – existe um valor (hót) de altura / profundidade de corte, obtido a
partir de uma determinada força aplicada na caçamba, com o qual se obtém o máximo de volume
escavado, pois de outra forma a produtividade do equipamento é menor.
Assim: se h < hót , será necessário um número maior de passadas para encher a caçamba
(aumentando o tESC e, portanto aumentando o Tc e diminuindo a Ph ); se h > hót , será necessário deixar
cair o excesso de material, que terá que ser posteriormente recolhido, reduzir a espessura de
penetração na próxima operação, levando também a uma redução da produtividade.
As tabelas a seguir indicam as alturas ótimas de corte e respectivas produtividades, em função do tipo
(grau de consolidação) do material e da capacidade de carga da caçamba.
(*) – quando a unidade apenas carrega, o fator de eficiência da caçamba k é igual a 1 (atua como o
ECF).
- Ângulo de giro () – é o ângulo horizontal entre as posições de término de carga e descarga (na
unidade de transporte), e retorno sem carga, normalmente igual a 900.
A produtividade é afetada pelo ângulo de giro, uma vez que o tempo de ciclo ( compreende as
operações de carga, ida com carga até o ponto de descarga, e retorno sem carga) depende de seu
valor.
A tabela a seguir indica valores de tempo de ciclo, considerando = 900, para diferentes
materiais e capacidades de carga.
Tc (seg.) - = 900
Capacidade de carga SHOVEL DRAGLINE
(cuyd) (m3) terreno fácil terreno terreno terreno fácil terreno terreno
(solto) médio duro (solto) médio duro
1/2 0,382 15 18 24 20 24 30
3/4 0,574 18 20 26 22 26 32
1 0,765 18 20 26 24 28 35
1 1/2 1,150 18 20 26 24 28 35
2 1,535 18 20 26 28 33 40
1 1/2 1,915 20 22 28 28 34 41
f prod - SHOVEL
f prod - DRAGLINE
Teremos, então:
Ph = (q . f solos . k .Nc ) . fprod , Nc = 3.600 . Eop (número de ciclos / hora) , Tc (seg.)
Tc (h ót) Eop = 0,5 (ESC)
ou Ph = Ph ót . f prod
O prazo será:
Nh = Vtot . (horas)
Ph
ESCAVO – CARREGADOR FRONTAL (ECF) -
São máquinas autopropelidas, sobre esteiras ou pneus, com uma caçamba frontal articulada
para permitir sua elevação na escavação em geral, carga, transporte a curta distancia e descarga de
solos e outros materiais. São muito utilizadas em centrais de concreto e usinas de asfalto abastecendo
silos. . A tabela abaixo fornece as características principais dessas máquinas.
As unidades sobre pneus operam normalmente como carregadeiras (k = 1), enquanto tratores
de lâmina fazem a escavação e formam “montes” para as primeiras.
O tempo de carga varia com o sistema de tração; o ECF movimenta a máquina “em V”, de modo
diferente para cada sistema, entre as posições de carregamento e descarga.
ECF / EST ECF / PNEU
1) – Uma empresa construtora deve executar um corte de 4.500 m 3, em argila seca, com uma
escavadeira tipo SHOVEL (3/4 cuyd).
Solução
Tabelas fc = 0,7 (argila) , k = 0,85 (terreno médio) , q = 0,574 m3
Eop (ESC) = 0,5
Sua produtividade depende, portanto, da potência da máquina que está escavando, do tipo do
material escavado e das condições do clima, da extensão do corte e da capacidade das UT (quando
for o caso). Pode atingir, em condições normais, em conjunto com UT com capacidade de pelo
menos10 m3 (com um mínimo de paralisações), a produtividade de 2.000 m3/h.
São máquinas autopropelidas, dotadas de uma lâmina de comprimento maior que a altura, e
componentes que a sustentam e a posicionam de várias maneiras, permitindo seu uso para diversas
finalidades ( espalhamento de material, acabamento e nivelamento de superfícies e taludes, execução
de taludes de pequena altura e valetas de pequena profundidade).
São equipadas com escarificador na frente da lâmina, para o afrouxamento de solos de maior
compacidade. São muito versáteis, e atuam de modo geral em serviços leves, tais como:
- espalhamento de material nos aterros (o número de passadas depende da “altura” dos montes
formados pela descarga das UT, altura essa que depende da velocidade das mesmas durante a
referida operação),
- acabamento da camada final da terraplenagem (correção das imperfeições da superfície),
- valetamento (em “v”),
- raspagem (escavação, nos cortes, da última camada de terra, para atingir o nível da plataforma de
terraplenagem; executa-se cortes com espessura de 10 a 20 cm por passada, até um valor total menor
que a cortada pelo trator; trata-se, portanto de um serviço de precisão),
- taludamento (acabamento de sua superfície após a passagem do trator de lâmina, e taludamento de
cortes baixos),
- enchimento de valas nas quais se assentam obras de arte correntes,
- construção de caminhos de serviço,
- conservação de estradas de terra.
Na tabela abaixo estão indicadas as velocidades de marcha normalmente usadas nas diversas
operações.
Serviço / operação Vmar (km/h)
espalhamento, acabamento 2a- 4a
Conservação 3a – 5a
Raspagem, valetamento 1a ou 2a
taludamento 1a
Exercícios
1) – Pretende-se construir um caminho de serviço com 1.000 m de extensão, para o acesso a uma
ocorrência de solo. A plataforma de corte não acabada (antes da execução das sarjetas em “V” )
tem 10,20 m, sendo uma via de mão dupla, com uma pista de 14,00 m e sarjetas de 1,60 m, cada
uma. Considerando que o serviço será feito por uma MNIV de 115 HP e os dados abaixo, qual a
produtividade da mesma e o tempo necessário para a sua realização ?
Dados:
Noper / lado (semi-plataforma) = 9
Vmarcha 1a 2a 3a 4a 5a 6a lc (m)
(km/h) 3,9 5,9 9,1 14,1 20,5 32,0 3,60
Vm = 9 = 9 = 5,1 km/h
4 + 3 + 2 1,02 + 0,51 + 0,22
3,9 5,9 9,1
T= 18 . 1.000 = 6 h
5,1 . 1000 . 0,6
III.2.4.11 – VALETADEIRAS -
São máquinas usadas para a abertura de valas (seção retangular, em geral). Possuem
elementos (caçambas denominadas alcatruzes) para a escavação contínua do material à medida em
que se deslocam, os quais são elevados por uma esteira / correia transportadora e descarregados
paralelamente à vala.
A tabela a seguir apresenta as características de valetadeira com lança inclinada.
Potência (HP) 52 80
RPM 2.000 1.650
Profundidade da vala (m) 1,50 4,50
Largura da vala (m) 0,15 a 0,45 0,45 a 0,90
Velocidade da caçamba (m/min) 10 a 65 27 a 67
Velocidade de trabalho 1a 2a 3a 4a 1a 2a 3a
da máquina (km/h) 0,7 1,4 2,6 4,0 1,6 2,9 4,0
Peso (ton) 3,1 11,3
Correia transportadora (pol) 12 24
São máquinas usadas para o transporte de terra, blocos de rocha (dmt > 100 m) e materiais em
geral a longas distancias. São elas:
b) – Vagonetas e vagões –
As primeiras possuem menor capacidade e podem ser rebocadas:
40/41
- por tratores de esteiras – rebocam até 3 unidades, com descarga lateral; são usadas no transporte
de material escavado em cortes estreitos,
- por locomotivas (em vias com B = 0,60 ou 1,00 m) - rebocam até 20 unidades, com descarga lateral;
são usadas para distancias de transporte acima de 1 km.
Os segundos possuem maior capacidade, sendo dotados de rodas (com ou 2 eixos), são
rebocáveis, com descarga lateral, traseira ou inferior (com maior produtividade nesse caso). Possuem
bàsicamente as mesmas vantagens dos caminhões fora de estrada.
c) – Carretas -
São os reboques e os semi-reboques; são constituídas por plataformas montadas sobre pneus,
rebocadas por uma unidade de tração, e são normalmente usadas para o transporte de máquinas para
o local de trabalho (distancias superiores a 3 km).
d) – Carros – pipa -
Consistem em um tanque (cisterna) equipado com bomba, acoplado a uma unidade de tração;
são usados para várias finalidades na obra (abastecimento, molhar o aterro para a compactação, etc).
III.2.4.13 – ESCARIFICADOR –
Podem ter um (central), dois (laterais) ou três dentes, conforme o grau de compacidade do
material – quanto mais compacto, menor o número de dentes (maior concentração dos esforços em
menor área, para a mesma profundidade de escarificação).
Pot máq. (HP) Pmáq (ton) Pesc (ton) no de dentes lútil (m) prof. escarif. (m)
140 10,5 1,5 3 2,18 0,41
170 16,0 2,1 3 1,98 0,53
270 22,6 3,5 3 2,23 0,63
III.2.4.14 – COMPACTADORES –
- rolos de patas (pé de carneiro) - constituídos por um (central) ou dois (laterais) cilindros em série,
em cuja superfície existem ressaltos de seção retangular (25 a 50 cm2), circular ou elíptica para
aumentar a profundidade de compactação; são usados em solos coesivos, com boa produtividade
(bastam 10 a 12 passadas para compactar camadas de até 20 cm de espessura),
- rolos de pneus - constituídos por um ou mais “conjuntos de pneus”, os quais penetram no solo em
forma de cunha; são usados em solos soltos / não coesivos (com 6 a 8 passadas para compactar
camadas de até 10 cm de espessura).
No terceiro caso são comumente chamados de “sapos”, e dispõem de órgãos para produzir
impactos (a frequências < 400 cpm) ) e, assim, gerar energia de compactação. São usdaos para
compactar solos de aterros próximos de obras de arte, onde os outros tipos teriam dificuldades de
atuar por falta de espaço; produtividade limitada a 250 a 300 m3/dia.