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MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES
Caderno de Instrução
MANOBRA-DE-FORÇA
1ª Edição - 2002
Experimental
CARGA
Preço: R$
EM______________
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES
MANOBRA-DE-FORÇA
NOTA
1ª EDIÇÃO – 2002
Experimental
ÍNDICE DE ASSUNTOS
Pag
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAPÍTULO 1
PRINCÍPIOS BÁSICOS
1-1. GENERALIDADES
a. Para se coordenar operações de manobra-de-força, é necessário que se
tenha alguns conhecimentos básicos sobre todos os equipamentos utilizados,
seu manuseio e sobre como e quando empregá-los.
b. Expedientes de campanha
- São improvisações, em que se utilizam os meios disponíveis ou orgâni-
cos de um Pelotão, para devolver a mobilidade a uma viatura momentaneamen-
te parada devido a avaria ou pane mecânica.
c. Gatos
- São ganchos metálicos utilizados nas extremidades de cabos, corren-
tes ou moitões, com a finalidade de prendê-los a outros equipamentos e cabos.
1-1
d. Cabos
- Vulgarmente conhecidos como cordas. São compostos de fibras, fios e
cordões que, torcidos ou trançados entre si, dão-lhe o formato final. A origem das
fibras é que dá a denominação final do cabo. As fibras podem ser de origem
animal, vegetal ou artificial. Chama-se estropo a um cabo auxiliar utilizado em
pontos de amarração.
e. Cabos de aço
- São cabos fabricados com fios de aço ou ferro.
f. Chicote
- É a extremidade livre de qualquer cabo ou corrente.
g. Moitão
- É uma caixa metálica ou de madeira que serve de suporte para o eixo
de roldanas, sobre o qual estas giram. Geralmente, as caixas dos moitões pos-
suem um gato móvel em uma de suas extremidades e um olhal na outra, o que
se conhece por cadernal simples ou simplesmente moitão.
h. Cadernal
- É um moitão com duas ou mais roldanas. Normalmente, são chama-
dos de cadernal duplo e cadernal triplo.
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Figura 1-2. Tipo de cadernal
i. Patesca
- É um cadernal simples cuja caixa se abre de um lado junto à base do
gato, a fim de permitir que se coloque um cabo na roldana, sem precisar enfiar
sua ponta por dentro do cadernal. Geralmente, é utilizada quando se faz neces-
sário mudar a direção de tração da linha.
j. Cadernal móvel
- É o cadernal que se movimenta ao mesmo tempo em que uma carga
está sendo tracionada. Divide o valor da força nos sistemas de talha.
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l. Cadernal fixo
- É o cadernal que não se movimenta quando da tração de um cabo por
ele gornido. Geralmente, encontra-se fixo ao ponto de ancoragem e tem por
finalidade inverter o sentido da força de tração.
m. Sapatilho
- É um aro de metal fixado na parte interna da extremidade fechada de
um cabo de aço. Tem por finalidade evitar que o cabo seja roído pelo gato.
o. Separador
- É uma barra de metal utilizada para separar dois braços de uma cor-
rente de tração ou cabo. Tem por finalidade evitar danos à viatura rebocada.
p. Gorne
- É abertura existente da caixa metálica ou de madeira do moitão por
onde passa os cabos.
r. Talha
- Conjunto de cabos e cadernais que se usa com objetivo de multiplicar
uma força. O cabo deve ser gornido (enfiado nos gornes) nos cadernais. A talha
simples consiste de um ou mais cadernais gornidos com um único cabo. A talha
composta consiste de dois ou mais cadernais gornidos com mais de um cabo.
- Aplica-se a força de tração a um cabo simples que sai da talha e tem o
nome de tirador.
- Podemos mudar a direção de tração do tirador utilizando um moitão de
retorno. Para uma puxada equilibrada no tirador, colocam-se os homens alterna-
dos ao longo do tirador (o primeiro à direita, o segundo à esquerda, o terceiro à
direita e assim por diante).
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Figura 1-4. Tipos de talhas simples e seus rendimentos
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s. Âncora ou Ponto de ancoragem
- É o termo utilizado para definir qualquer peça ou meio natural do terre-
no que se destine a fixar a extremidade de um cabo, ligado a uma carga pesada,
com a finalidade de dar um ponto de apoio (ancoragem) ao esforço da tração.
Existem âncoras metálicas, de madeira (artificiais) e naturais.
t. Estacas
- São peças confeccionadas em aço ou madeira medindo, normalmen-
te, cerca de 7,5 cm de diâmetro (de madeira tem diâmetro maior) e 1,50 m de
comprimento. Empregam-se nos diversos tipos de ponto de amarração (ancora-
gem).
u. Ponto de força
- É o ponto de um sistema de talha onde é aplicado a força de tração.
v. Ponto de tração
- É o ponto de um sistema de talha onde estão amarrados o chicote final
do cabo e a viatura a ser rebocada.
a. Localização
- A escolha da localização do ponto de ancoragem é um item muito im-
portante no estudo de situação de uma manobra-de-força. O apoio à tração deve
estar localizado formando um “V” com as duas viaturas da operação ou à reta-
guarda da viatura que traciona, se esta tiver guincho, proporcionando-lhe o apoio
necessário para rebocar a viatura atolada, conforme nos mostra a figura 1.4.
- Outro fator a ser considerado é a exata localização do ponto de força e
sua direção. A tropa ou a viatura que faz o esforço deve ter uma área à sua
retaguarda para que possa deslocar-se e tracionar a viatura atolada. A distância
a ser percorrida será objeto de estudo no Capítulo 2, item 2-3, letra b.
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Figura 1-6. Localização do ponto de ancoragem
b. Naturais
- Os pontos de ancoragem naturais devem ser muito bem escolhidos e
sempre terão prioridade, como apoio às forças de tração, sobre os artificiais. Tal
escolha deve ser cuidadosa e previamente testada, de forma que não ocorram
acidentes na execução da manobra de força.
1) Árvores
- Devem ser escolhidas entre aquelas que não apresentem sinal
de enfraquecimento, velhice, apodrecimento e com troncos muito finos. As
amarrações devem ser feitas o mais junto ao solo possível, de maneira que o
esforço da tração não venha a envergar a árvore.
2) Rochas
- Quando o ponto de ancoragem escolhido for uma rocha, é
importante que sejam observados o tipo de pedra, sua base no solo, seu peso,
formato e porosidade. As rochas devem ser firmes sobre o terreno, nunca soltas,
exceto se o peso da mesma e sua localização, fruto de seu estudo de situação,
forem considerados seguros para a ancoragem.
- Pedras com arestas vivas, por onde se passará a corda, e muito
porosas, que se desmanchem com facilildade, devem ser evitadas, pois há o
risco do cabo se romper e/ou se soltar. Para testar a porosidade do ponto escolhido,
basta bater com uma peça metálica na rocha e verificar seu esfacelamento. Se
for o caso, ainda, coloque entre a pedra e a corda um pano para que esta última
não venha a roçar diretamente na rocha. O formato da rocha deve ser tal que não
haja a mínima possibilidade do cabo vir a deslizar e soltar-se pela parte superior
da mesma, causando um acidente.
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Figura 1-7. Tipo de ancoragem natural
3) Estacas
- No uso de estacas naturais, deve-se escolher madeiras oriundas
de árvores reconhecidamente resistentes, como a goiabeira, aroeira ou braúna,
dentre outras. As estacas devem ser pontiagudas, de forma que se cravem com
mais facilidade e mais profundamente no solo e as mais uniformes que se for
possível, para que se facilitem as amarrações em sua superfície.
- Existem, dependendo-se do peso a ser tracionado e dos meios
disponíveis, diversas formas de ancoragem com estacas. Os dois tipos básicos
(figura 1.7) são:
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a) Ancoragem tipo 1-1-1
- Neste tipo de ancoragem, são colocadas três estacas
espaçadas e amarradas da seguinte forma: estaca 1- estaca 2 e - estaca 3.
b) Ancoragem tipo 3-2-1
- Nesta ancoragem, são amarrados três grupos de estacas
espaçados. Cada grupo é formado pelo número de estacas mostrado no tipo de
ancoragem, no caso, 3,2 e 1. O grupo de três estacas é amarrado no de duas e
este amarrado na estaca única. É a ancoragem de estacas mais segura.
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e) 01 (um) cadernal simples; e
f) 01 (um) cadernal duplo.
(1) Montagem dos pontos de ancoragem artificiais
(a) As âncoras artificiais devem ser muito bem montadas e
fixadas ao terreno, de maneira que não tenhamos acidentes devido à soltura
destes meios. A amarração, tal qual em uma árvore, deve ser feita na estaca
central e próxima à base da âncora. Sempre utilize como referência a parte
triangular desta peça, que deve estar voltada para a viatura tracionada e a
amarração deve estar em seu interior.
(b) A regra citada aplica-se também à colocação dos gatos
dos cadernais nas estacas, mas, lembre-se: verifique sempre, antes da
montagem, o tamanho do gato em relação à estaca. Se for o caso, passe primeiro
a estaca pelo gato e depois crave-a no solo.
(c) Dependendo do peso a ser tracionado, faça um sistema
composto de âncoras artificiais, pois aumentará a segurança do ponto de
ancoragem.
(2) Estacas metálicas
- As estacas devem ser cravadas no solo no mínimo 0,50m e
a sua angulação deve ser para o lado contrário à força de tração, de forma que
não se soltem com facilidade do terreno. Sempre que possível, coloque três
estacas em cada âncora, reforçando o ponto de ancoragem.
1 - 10
1-4. CARACTERÍSTICAS DOS CABOS DE FIBRAS
1 - 11
1-5. CARACTERÍSTICAS DOS CABOS DE AÇO.
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Tabela 1-3. Fatores de segurança para cabos de aço.
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CAPÍTULO 02
EXECUÇÃO DE MANOBRAS-DE-FORÇA
2-1. GENERALIDADES
a. Nas operações de manobra-de-força, conforme já foi citado no capítulo
passado, o pensamento nas forças da Física deve estar sempre presente. Com
certeza, utilizando-as, você cumprirá com muito mais facilidade as suas mis-
sões.
b. Neste capítulo, você verá alguns fatores externos que atuam sobre viatu-
ras em situações críticas e aprenderá a utilizar meios artificiais que o auxiliarão
a superar, com extrema facilidade, problemas referentes à blindados atolados
ou em pane.
2-1
CÁLCULO DA RESISTÊNCIA (R)
2) Redução de resistência:
a) São todos os artifícios utilizados para que se consiga uma diminuição
da resistência. As reduções de resistência são fatores extremamente importantes
para que as manobras-de-força se tornem mais fáceis e menos perigosas, pois
haverá menos forças atuando nos cabos de aço ou sistema de talha.
2-2
tracioná-lo. A princípio, fruto de seu estudo de situação, este único blindado será
capaz de tracionar o atolado?
(2) A resposta é sim. Vejamos o porquê:
(a) Resistência = 2 x peso do blindado (ver quadro de cálculo de
resistência)
- Necessitaríamos, pois, de 02 (dois) blindados para tracioná-
lo.
(b) Redução de resistência = 50% (ver quadro de cálculo de redução
de resistência), pois iremos ter o auxílio da tração do blindado atolado e nada
nos diz que não é possível tracioná-lo no sentido contrário ao de deslocamento
inicial.
- Neste caso, devido à redução de resistência equivalente à
metade do peso do blindado, necessitaremos de apenas um blindado para resolver
a situação.
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(1) Sistemas simples
(a) Os sistemas simples são aqueles em que se utiliza apenas
uma corda ou cabo, com cadernais e pontos de ancoragem, para a divisão de
nosso esforço de tração.
(b) Apresentando uma vantagem mecânica de 2 X 1
((1)) No exemplo abaixo (figura 2.1), o carro de combate
está imobilizado por ação do terreno. Fruto do estudo de situação do comandante
da operação e da escassez de roldanas, ele optou por utilizar apenas um cadernal
para auxiliar na sua manobra.
((2)) O cadernal simples foi preso no cabo de aço da viatura
atolada, determinou-se e utilizou-se um ponto de ancoragem natural e foi feita a
tração. Neste caso, conseguiu-se uma vantagem de 2 X 1, pois 02 (dois) é o
número de braços de corda que estão ligados ou passam pelo cadernal móvel. O
peso da viatura foi dividido pela metade.
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Figura 2-2. Vantagem mecânica de 5x1
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Figura 2-3. Vantagem mecânica de 6x1
2-6
Figura 2-4. Vantagem mecânica de 16x1
Deslocamento da
Cabo recolhido (m)
viatura rebocada
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b) Resposta: Você utilizará apenas um carro de combate, pois ele
está atolado até a altura das rodas de apoio, o que equivale dizer que o carro
está com o seu peso inicial. Haverá 10% de redução de resistência, pois o CC
será tracionado no sentido contrário ao que entrou no atoleiro, mais 40% devido
ao fato do mesmo auxiliar com sua tração, perfazendo um total de 50% de redução
de resistência. Seria bem provável que até uma viatura menor tirasse o CC desta
situação desfavorável.
2) Situação Nr 2
a) Um M113-B atolou até a metade do carro, o que equivale, em um
M113-B, aos pára-lamas. Com a inexistência de meios naturais na região ou
artificiais em sua fração, quantas VBTP necessitará para rebocar a atolada, uma
vez que ao permitir que o motorista ficasse girando as lagartas sem mover a
viatura, ela atolou-se ainda mais e veio a abrir uma de suas lagartas? Devido ao
terreno, não há meio de tracionar a viatura para o sentido contrário ao que ela
entrou no atoleiro.
b) Resposta: A VBTP atolou até a altura dos pára-lamas e está com
um peso equivalente a duas vezes o seu próprio. Você necessitará de duas viaturas
blindadas de sua fração para retirar a VBTP desta situação, pois no exemplo
acima não há nenhuma redução de resistência, pois a lagarta abriu e não é
possível tracioná-la para a retaguarda.
3) Situação Nr 3
a) Uma VBC Leopard 1A1 atolou até seus pára-lamas, em terreno
pantanoso. Sua fração não dispõe de equipamentos de manutenção para
manobras-de-força. Você decidiu, acertadamente, tracioná-lo para a retaguarda
e com auxílio da tração do CC atolado. Quantos Leopard, no mínimo, necessitará
para executar tal operação?
b) Resposta: No caso acima, você precisará do auxílio de apenas um
CC para a sua manobra-de-força. A redução de resistência foi equivalente a 50%,
pois você irá tracioná-lo para retaguarda (Rr = 10%) e utilizando de sua tração
(Rr = 40%). Como a resistência oferecida pelo Leopard foi de duas vezes o peso
do carro, com esta redução apenas um CC poderá retirá-lo do pântano.
4) Situação Nr 4
a) Ao ligar o motor de sua viatura atolada, você notou que apenas a
lagarta da esquerda estava sem aderência sobre o solo. A mesma, portanto,
continuava girando sem atrito enquanto que a lagarta da direita permanecia
estática. Você só estava fazendo um reconhecimento no terreno para um exercício
de campanha e não havia nenhum outro blindado para auxiliá-lo. Como você
sairá de tal situação?
b) Resposta: Como as viaturas sobre lagartas trabalham com ação so-
bre as lagartas para a direção, via caixa de transmissão ou diferencial controla-
do, para sair do atoleiro basta que o motorista seja orientado para a frenagem da
lagarta que está patinando. A caixa vai entender que a viatura quer fazer uma
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curva para a esquerda e vai frear esta lagarta, repassando a força para a lagarta
da direita, que tem aderência. A viatura vai andar em linha reta até que a lagarta
da esquerda adquira aderência sobre o solo e tenda a virar para este lado. Após
isto é só orientar o motorista para que as lagartas não mais patinem.
c) Lembre-se: Conheça o funcionamento básico dos componentes do
blindado que você opera. Isto o ajudará muito em diversas ocasiões.
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CAPÍTULO 03
NORMAS DE SEGURANÇA
3-1. GENERALIDADES
a. Toda operação de manobra-de-força requer cuidados específicos e redo-
brados no que se refere à segurança. Lembre-se que estamos trabalhando com
pesos da ordem de toneladas e nada justifica a perda de uma vida humana, quer
por negligência, imperícia ou imprudência.
b. Para toda manobra-de-força, tenha em mente que haverá sempre al-
guém em sua fração que já executou alguma operação parecida com a atual e
seu conhecimento será de vital importância.
c. Este caderno de instrução irá auxiliá-lo na execução de alguns tipos de
manobras-de-força aplicadas à blindados sobre lagartas, mas a criatividade, com
total segurança, fará com que cumpra outras difíceis missões com sucesso.
3-1
b) Nos carros de combate, cuidado com a colisão entre os tubos dos
canhões. Direcione-os de forma que não haja a mínima possibilidade dos tubos
colidirem. Não deixe que um problema único venha a se tornar duplo, conforme
a figura 3-1.
3) Vazamentos de combustível
- Verifique se há algum vazamento de combustível que possa vir a
comprometer a segurança da operação. Se o vazamento não puder ser contido,
chame pessoal especializado. Não corra riscos desnecessários.
4) Cabos de aço
a) Faça uma inspeção nos cabos de aço dos blindados antes de utilizá-
los. Escolha, dentre os cabos de aço de sua fração, aqueles que apresentem
menos sinais de envelhecimento e que estejam bem manutenidos. A manutenção
dos cabos de aço é o item mais importante para a segurança de uma manobra
de força.
b) Verifique se todos possuem sapatilhas e se não há sinal de fissura
no aço ou ferro. Os cabos de aço não podem em hipótese alguma ser mal utilizado,
sob pena de um acidente futuro com o nosso próprio pessoal.
c) O fator de segurança mínimo a ser utilizado nos trabalhos de
reboque de viatura atolada deve ser 5 (cinco), isto é, a capacidade do cabo de
aço deve ser de cinco vezes a força a qual será submetido (oposição ao movimento
oferecido pela Vtr imobilizada). Vide tabela 1-3, do Cap 1, item 1-5, deste CI.
5) Áreas perigosas
- Determine as áreas consideradas perigosas para o pessoal envolvido.
Verifique o raio de ação dos cabos de aço caso venham a se arrebentar e proíba
que qualquer elemento adentre nesta área. As áreas à retaguarda dos blindados
também devem ser consideradas de alto risco, pois, no arrebentamento de um
cabo de aço ou corda, eles podem descer ribanceiras ou voltar à condição de
atolado, agora levando vítimas com ele.
6) Motoristas
a) Os motoristas devem estar sempre atentos na execução de
manobras-de-força. Se não houver a mínima necessidade de colocá-los dentro
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de suas viaturas atoladas, deixe-os fora da operação. É melhor quebrar um
material do que perder uma vida.
b) Quando estiverem em suas viaturas, tracionando ou sendo
tracionados, os motoristas devem estar com as escotilhas fechadas ou com
capacete, minimizando os riscos.
7) Comando
- A operação de manobra-de-força deve ter um comando único.
Quando muitos comandam, ninguém comanda. Lembre-se que, na hora do
acidente, aqueles que davam dicas irão calar-se.
b. Lembretes
1) Treinamento do motorista
- Um motorista bem treinado e conhecedor de técnicas de manobra-
de-força é quase sinônimo de operação bem sucedida. Tenha sempre na sua
fração dois ou mais elementos especializados em manobras-de-força e motoristas
sempre adestrados no assunto. Se o motorista souber progredir no terreno,
conhecendo suas características e evitando atolar, nossos problemas serão
minimizados.
O BOM MOTORISTA:
- Progride com a maior atenção nas baixadas;
- Sabe reconhecer a vegetação característica dos charcos e lamaçais;
- Não faz curvas em terrenos pantanosos, pois sabe que o arrasto
lateral de suas lagartas irá revolver a lama, tirando a resistência do terreno;
- Não segue as marcas das lagartas do CC que estava à sua frente; e
- Entra em um terreno pantanoso com a maior velocidade possível,
sem deixar a segurança de um exercício em segundo plano.
2) Verificação do material, amarrações e terreno
- O comandante da operação deve estar atento ao material utilizado e
às amarrações feitas. Siga sempre os ítens abaixo:
- Os cabos de aço devem estar manutenidos;
- As cordas não podem estar puídas;
- As anilhas devem estar em bom estado de conservação;
- Os cadernais devem ser novos ou em bom estado de manutenção;
- Nunca invente, tentando prender cabos de aço em outros locais
que não sejam as anilhas dos blindados;
- Verifique os pontos de ancoragem;
- Confira a amarração de cada nó, de forma que não venham a
abrir ou afrouxar-se durante a tração;
- Verifique, com pessoal especializado, as condições do blindado
atolado. Eles devem ter condições de assessorá-lo na desconexão ou não de
cruzetas e caixas de transmissão das viaturas;
- Tenha sempre por perto material para a extinção de incêndio;
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- Os cabos de aço entre os blindados devem estar sempre cruzados.
Caso não haja cabo de aço suficiente para isto, ao menos entre a viatura atolada
e a primeira que a traciona deve haver dois cabos cruzados. Desta maneira, os
cabos de aço irão auxiliar nas curvas, não deixando que o simétrico prenda na
lagarta, conforme figura 3-2;
- Verifique se os gatos dos cadernais estão voltados para cima,
para que não venham a tocar sua ponta no solo e soltar-se, em um possível
afrouxamento dos cabos de aço; e
- Observe as condições climáticas e de luminosidade, pois:
- Tempo chuvoso dificulta a ancoragem artificial, diminui a
aderência e reduz o rendimento do pessoal empenhado.
- Tempo muito quente reduz o rendimento do pessoal pelo cansaço
e superaquece motores.
- Tempo frio e úmido reduz a aderência, dificulta ancoragens
artificiais e diminui a liberdade de movimento do pessoal pelo uso de agasalhos.
- Horário com pouca luminosidade aumenta o tempo de execução
dos trabalhos, requer mais cuidados com a segurança e reduz a eficiência do
trabalho.
3) Verificação constante
- Como responsável pela manobra-de-força, esteja sempre atento a
cada detalhe da operação. Por vezes, se for o caso, mande parar tudo: não
arrisque. Faça suas verificações sempre com as cordas ou cabos frouxos. Não
se aproxime de um cabo retesado.
LEMBRE-SE
Em tempo de paz, não há porque correr riscos na execução
de uma manobra-de-força.
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CAPÍTULO 04
MANUTENÇÃO DO MATERIAL
4-1. GENERALIDADES
a. A manutenção do material de manobra-de-força é uma atividade tão
importante quanto a própria execução desta operação, uma vez que nada justi-
fica um acidente, por vezes fatal, por falta de zelo pelo material sob nossa res-
ponsabilidade.
b. Os Equipamentos de Manutenção Nr 03 e Nr 08, assim como as cordas
e cabos de aço, necessitam de manutenção periódica, pois ficam estocados ou
guardados por longos períodos em reservas e nos blindados, sob a ação do
meio ambiente ou enrolados, no caso das viaturas que possuem guincho. Neste
capítulo, você aprenderá a manuteni-los, de forma que seu material esteja sem-
pre em condições de emprego.
4-1
e sem ferrugem.
4) Estacas
- As estacas devem estar afiadas, de forma a facilitar a sua colocação
no terreno, limpas e lubrificadas, para evitar a oxidação. Deixe-as sempre retas,
sem possíveis futuros locais de ruptura.
b. Manutenção dos cabos de aço
1) Faça uma inspeção a fim de desfazer pequenos nós e dobras, assim
como verificar a existência de algum ponto fraco. Não falhe em considerar qual-
quer cabo de aço indisponível ¾ isto chama-se segurança.
2) Limpe e lubrifique os seus cabos de aço semanalmente ou , após o
uso, diariamente. Siga sempre a seguinte ordem de manutenção, de forma a
facilitar o seu trabalho:
a) Desenrole totalmente o cabo até ficar o máximo sob tensão;
b) Um primeiro combatente limpa o cabo com escova de aço;
c) O segundo homem, com um pequeno pincel, passa bastante óleo
fino ou óleo de lavagem no cabo;
d) Um terceiro elemento passa um pano ou estopa (mais
desaconselhável) para retirar o excesso de óleo;
e) Logo após, passa-se um lubrificante no cabo, que pode ser óleo
queimado, de engrenagem ou graxa anti-óxido (GAO); e
f) Enrole novamente o cabo de aço e coloque-o na reserva ou estique-
o e deixe-o no seu compartimento na viatura.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS