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CAPÍTULO VI - TÉCNICAS ESPECIAIS

(Segundo o C21-78: Manual de Campanha – Transposição de Obstáculos. 1ª Edição


1980; C21-74: Manual de Campanha – Instrução Individual para o Combate. 2ª edição
Brasília, 1986; C 23-25: Básico-Armamento Baioneta. 3ª Edição. Brasília, 1994)

INTRODUÇÃO

Finalidade
O presente manual tem por finalidade divulgar conhecimentos gerais, processos e
técnicas para a transposição de obstáculos pelo combatente a pé

Objetivo
Padronizar no âmbito do Exército, os métodos e a instrução de transposição de
obstáculos pelo combatente a pé. Destina-se ao uso em instrução e em campanha.

Importância do Treinamento
As operações colocam frequentemente as pequenas frações e o combatente a pé
diante de obstáculos que devem ser transpostos com rapidez e segurança, a fim de
permitir o cumprimento da missão. Tais obstáculos são mais comuns em ambientes
especiais como a selva, a montanha, etc. A capacidade e a destreza das frações e dos
combatentes para vencer estes obstáculos, utilizando meios reduzidos e recursos locais,
vai condicionar sua eficiência em combate. Instruir e treinar o combatente e as pequenas
frações para a transposição de obstáculos significará, muitas vezes, garantir-lhes a
sobrevivência e o êxito

Conhecimentos Complementares
O T5-725- Aparelhos de força - oferece dados complementares, e mais detalhados,
à Primeira Parte deste Manual, Igualmente, o C21-72 – Montanhismo Militar oferece
conhecimentos complementares à transposição de obstáculos propriamente dita.

6.1 – CORDAS, NÓS E LAÇADAS

Generalidades

Definição
Corda é um conjunto de cordões de fibra, torcidos ou trançados entre si.

Constituição Das Cordas


a. A corda é formada por très elementos: as fibras, os fios e os cordões.

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................252 /313 )


Fig 2-1. Constituição das cordas

b. A corda recebe o nome da espécie de fibra empregada na sua fabricação,


podendo ser de origem animal, vegetal ou sintética

Espécies de Fibras
a. As fibras de origem animal (seda, crina e couro) têm o seu uso limitado.
b. As fibras de origem vegetal têm larga aplicação. As mais utilizadas são: sisal,
cânhamo , algodão, coco e manilha (juta)
c. As fibras de origem sintética (nylon, perlon e polietileno) têm grande emprego e
duracão.

Tipos De Cordas
Os tipos de cordas são designados de acordo com a combinação das fibras, fios e
cordões que as constituem. Existem dois tipos básicos, a corda trançada e a torcida (Fig
2-2).

Fig 2-2. Corda trançada e corda torcida

Características
a. Bitola - é o diâmetro da corda expresso em polegadas, É comum encontrar a
bitola referenciada à circunferência da corda (perímetro)

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................253 /313 )


b. Peso - é o número de quilos por metro de corda
c. Resistência
(1) Resistência é a máxima tração que a corda pode suportar, também conhecida como
carga de ruptura.
(2) A carga de ruptura é obtida através de tabela específica para cada tipo de corda, uma
vez que depende do material componente das fibras, da combinação dos fios e dos
cordões, bem como, da bitola da corda.
(3) Por medida de segurança, não se deve submeter uma corda a uma tração superior à
metade de sua carga de ruptura.

Tabela De Resistência
Para exemplificar, e para efeito de comparação do peso da carga de ruptura entre
as cordas de sisal e as de nylon, é apresentada a tabela 2.1.

Diâmetro Circunferência SISAL NYLON


Nominal (POL) Peso por Carga de Peso por Carga de
(POL) metro (KG) ruptura (KG) metro (KG) ruptura (KG)
1/4 3/4 0,030 280 0,024 750
3/8 1 / 1/8 0,660 580 0,065 2.080
1/2 1 / 1/2 0,100 1.100 0,100 3.000
3/4 2 / 1/4 0,260 2.100 0,210 6.700
1 3 0,410 3.950 0,390 11.500
Tab 2-1. Tabela de resistência

OBSERVAÇÃO: os cabos referentes ao peso e à carga de ruptura das cordas de sisal e


das de nylon foram fornecidos, respectivamente, pelas Indústrias P. Maggi e Ipiranga S/A.
Os valores referem-se a cordas novas, usadas em condições favoráveis.

Nomenclatura

Elementos Fundamentais Das Cordas


a. Alça é uma volta ou curva em forma de "U", feita com uma corda
b. Anel - é uma volta em que as partes de uma corda se cruzam.
c. Chicotes são os extremos livres de uma corda.
d. Cocas são voltas ocasionais que aparecem em uma corda,
e. Firme - é a parte que fica entre o chicote e a extremidade fixa da corda
f. Seio - éa parte central de uma corda

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................254 /313 )


Fig 2-3. Elementos fundamentais das cordas

Termos Empregados no Manuseio de Cordas


a. Cabo solteiro é uma corda com quatro a cinco metros de comprimento
normalmente de seis a nove milímetros de diâmetro, empregada para segurança
individual durante a transposição de obstáculos. Tem como características a flexibilidade
e a resistência.
b. Coçar - é gastar a corda, atritando-a sobre uma superfície áspera. Corda coçada
é uma corda puída e imprestável.
c. Falcaça - é a união dos cordões dos chicotes da corda por meio de um fio a fim
de evitar o seu destorcimento, a falcaça de corda de nylon pode ser feita queimando-se
as extremidades dos chicotes.
d. Morder - é prender, por pressão, uma corda com a própria corda, ou com ela e
qualquer superfície rígida.
e. Permear é dobrar a corda ao meio
f. Retinida - é uma corda fina, utilizada para trabalhos auxiliares.
g. Safar uma corda - é a operação de liberar a corda, quando enrolada.
h. Socar um nó é ajustá-lo, apertando-o
i. Volta simples - é semelhante a um anel, consistindo porém na colocação de uma
corda em torno de um objeto, seguindo o chicote em direção oposta à do firme (Fig 2-5)
j. Volta completa é semelhante a uma volta simples, porém o chicote segue a
mesma direção do firme da corda (Fig 2-5).
l. Tesar esticar uma corda, dar tensão a um c
m. Solecar afrouxar lentamente uma corda ou cabo.

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................255 /313 )


Fig 2-4. Falcaça

Fig 2-5. Volta simples e volta completa

Utilização e Manutenção

Generalidades
A utilização adequada das cordas e sua criteriosa manutenção têm por objetivo
prolongar o tempo de duração do material.

Inspeção
As cordas devem ser inspecionadas periodicamente, a fim de ser verificado o seu
estado, deve-se destorcer ligeiramente os cordões para examinar o interior da corda; caso
este se apresente escurecido, a corda não poderá ser utilizada em situações que exijam
segurança

Utilização
a. Evitar friccionar a corda sobre arestas vivas
b. Evitar o contato da corda com areia ou terra.
c. Evitar pisar na corda
d. Evitar arrastar a corda sobre qualquer superfície ásperas
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................256 /313 )
Manutenção
a. As cordas devem ser submetidas a manutenção periódica. Abaixo é apresentada
um plano de manutenção idealizado para uma região úmida. O plano é previsto para
realização em um mês, devendo, todavia, ter continuidade durante o ano inteiro.

Semanas 1ª 2ª 3ª 4ª
Atividades 1 1e2 1e3 1e4
Tab 2-2. Plano de manutenção

(1) Atividade 1 - expor as cordas ao sol e surrá-las para que se desprenda a lama
(2) Atividade 2 realizar a inspeção visual para verificar se a corda apresenta excessivo
desgaste
(3) Atividade 3- submeter a corda a tração correspondente a 1/2 da carga de ruptura.
(4)Atividade 4- banhar a corda em alcatrão.Tal atividade só será realizada com
cordas de fibra vegetal que tenham tido contato com água salgada.
b. A água e a umidade diminuem o tempo de duraçao das cordas. Se
durante sua utilização a corda ficou molhada, deve-se inicialmente estendê-la,
evitando-se as cocas, em local arejado e, se possível, à sombra.
c. Quando seca e limpa, a corda deverá ser enrolada de maneira tal
que facibte seu transporte e armazenamento, e possa ser desenrolada sem
perda de tempo para ufilização.

Processos de Enrolar a Corda


a. Meada- consiste em passar alternadamente a corda sob os pés e por cima
dos joelhos, sempre no mesmo sentido. Os dois últimos metros, devem ser enrolados
em torno dos anéis de um dos extremos e arrematado com um nó (Fig 2 -6).
b. Feixe ou charuto- enrolar como uma m e a d a deixando c o rd a
s u f i c ie n t e para envolver os anéis de eixtremo a extremo e arrematar com um
nó. Pode-se fazer uma alça para o transporte a tiracolo (Fig. 2-7).
c. Anel ou coroa- enrolar a corda p o r u m d o s processós anteriores, quando
faltarem cerca de dois metros, envolver os anéis em espíral,e arrematar com um
nó: Este metodo permite transportar a corda a tiracolo, ou em torno da
mochila.

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................257 /313 )


Fig 2-6 Meada

Fig 2-7 Feixe ou charuto

Fig 2-8 Anel ou coroa


(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................258 /313 )
Nós e Laçadas
Definições
a. Nó – é um entrelaçamento das partes de uma ou mais cordas formando uma
massa uniforme.
b. Laçada – é a forma pela qual se prende, temporariamente, uma corda num ponto
de amarração, podendo ser desfeita facilmente.

Principais nós e emprego


Nós na extremidade de uma corda
a. nó simples- é empregado para evitar que a extremidade de uma corda se
destorça, ou para formar um outro nós (Fig 3-1).

Fig 3-1. Nó simples

b. Nó de frade – é empregado nas cordas finas, lisas ou molhadas para facilitar a


empunhadura (Fig 3-2).

Fig 3-2. Nó de frade


Nós de Junção ou Emendas
a. Nó direito – é empregado para unir cordas do mesmo diâmetro

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................259 /313 )


Fig 3-3. Nó direito

b. Nós de escota simples e duplo – são empregados para unir cordas de diâmetros
diferentes. O duplo é o de escota simples com mais uma volta do chicote, fornecendo
maior segurança ( Fig 3-4 e 3-5).

Fig 3-4. Nó de escota simples

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................260 /313 )


Fig 3-5. Nó de escota duplo

c. Nó de catau – é empregado para diminuir o comprimento ou para isolar um


trecho coçado de uma corda (Fig 3-6).

Fig 3-6. Nó de catau

Nós Alceados
a. Nó de aselha – é empregado normalmente para dar tensão as cordas e na
segurança durante a ransposição de obstáculos (Fig 3-7).
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................261 /313 )
Fig 3-7.Nó de aselha

b. Nó balso pelo seio – é empregado na segurança durante transposição de


obstáculos (Fig 3-8).

Fig 3-8. Nó balso pelo seio

c. Nó de borboleta – é empregado para dar tensão as cordas (Fig 3-9).

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................262 /313 )


Fig 3-9. Nó de borboleta

d. Lais de de guia – é empregado, especialmente, na segurança durante transposição de


obstáculos (Fig 3-10) .

Fig 3-10. Lais de guia

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................263 /313 )


Nós de Arremate
Cote e meio cote – são empregados nos arremates, principalmente quando
estiverem sendo utilizadas cordas trançadas (Fig 3-11).

Fig 3-11. Cote meio cote

Nós de Amarração
a. Nó de porco, barqueiro ou volta do fiel – é empregado para fixar uma corda no
ponto de amarração (Fig 3-12).

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................264 /313 )


Fig 3-12. Nó de porco, barqueiro ou volta do fiel

b. Nó boca de lobo – tem emprego idêntico ao no de porco, necessitando no


entanto, de arremate (Fig 3-13).

Fig 3-13. Nó boca de lobo

b. Nó prússico – é empregado para fixar uma oou várias cordas a um cabo


(Fig 3-14).

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................265 /313 )


Fig 3-14. Nó prússico

d. Volta completa com cote – é a combinação da vlta completa com cote, para fixar
a corda no ponto de amarração (Fig 3-15).

Fig 3-15. Volta completa com cote

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................266 /313 )


Assentos

Introdução
Os assentos são confeccionados com o cabo solteiro e o mosquetão de escala-
da. Têm como finalidades permitir as descidas de grandes alturas ou ângulos negativos e
a evacuação de acidentados através de paredões, quando se torne impraticável o "rappel"
em "S". Permite, também, a transposição da ponte de uma corda.

Assento de Um Nó
a. Confecção — permear o cabo solteiro; mantendo o seu ponto médio nas cos-
tas, laçar a cintura dando um nó direito à frente; passar os chicotes por entre as coxas,
apanhando-os à retaguarda; passá-los por baixo da laçada da cintura eajustar o assento ao corpo;
passar os chicotes por baixo do firme da corda que se encontra sobrepondo os glúteos e trazê-los
à frente do corpo, unindo-os em seguida na lateral através de um nó direito; a fim de que os
chicotes não fiquem soltos, envolvê-los na laçada da cintura; por fim, passar o mosquetão de
escalada na laçada da cintura e por entre as cordas das pernas, de tal forma que a abertura
permaneça para frente e para cirna (Fig 5-1 e 5-2).
b. Emprego — é utilizado no "rappel, seja com o mosquetão de escalada seja com
o freio de descida, na "tirolesa" e na transposição da ponte de uma corda.

Assento de Três Nós


a. Confecção — dividir o cabo solteiro em três partes iguais; pegar 2/3 e executar
o nó balso pelo seio, sem apertá-lo; introduzir as pernas, uma em cada alça e ajustar o nó;
com o chicote maior, realizar uma alça em torno da cintura, fixando o chicote ao firme,
através do nó lais de guia, distando o mesmo cerca de 10 a 15 cm do balso pelo seio;
realizar uma aselha em cada chicote, de tal modo que as duas se unam à altura do peito do
combatente. Em seguida, colocar o mosquetão de escalada, com abertura para frente e
para cima, na aselha do chicote proveniente do balso pelo seio ou nas duas aselhas,
quando for necessária maior segurança (Fig 5-3 e 5-4). Sua infecção é mais demorada
que a do assento de um nó.

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................267 /313 )


Fig 5-1. Confecção do assento de um nó

Fig 5-2. Posição do mosquetão no assento de um nó

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................268 /313 )


Fig 5-3. Confecção do assento de três nós

Fig 5-4. Posição do mosquetão no assento de três nós

b. Emprego – é empregado na ―tirolesa‖ e, particularmente, no ―rappel‖ de cintura e


no com freio de descida, durante a transposição de ângulos negativos.

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................269 /313 )


6.2 - TRANSPOSIÇÃO DE CURSO D’ÁGUA COM MEIOS AUXILIARES DE
FLUTUAÇÃO

Cabo submerso

Generalidades
a. Construção – O cabo submerso consta de uma corda, de preferência de origem
sintética, ancorada em ambas as margens do curso d‘água, tangenciando a superfície
líquida. Para larguras de até 15m, usa-se corda de 1/2 pole, acima de 15m, deve-se usar
corda de 3/4 pol.
b. Processos de ultrapassagem –
(1) Deitar sobre o cabo submerso, empunha-lo com ambas as mãos, mantendo as
pernas aberas, em movimentos iguais e sucessivos, tracionar o corpo com os braços,
deslizando sobre a corda, até atingir a margem oposta (Fig 7-1).

Fig 7-1. Primeiro processo de ultrapassagem

(2) Empunhar o cabo submerso, com as costas voltadas para o sentido da correnteza do
rio, tracionar o corpo lateralmente, através de movimentos sucessivosdos braços, até
atingir a margem oposta (Fig 7-2).

Fig 7-2. Segundo processo de ultrapassagem


c. Emprego - é utilizado para transposição de cursos d‘água de margens baixas,
apresentando vantagem da rapidez no lançamento e na ultrapassagem. A grande

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desvantagem do cabo submerso consiste em que o fardamento, o equipamento e o
armamento ficam molhados.

Boias Improvisadas

Boia de Cantis
Prender ao cinto de guarnição cerca de oito cantis vazios e fechados, fixando-o a
cintura ou ao torax do combatente (Fig 7-3).

Fig 7-3. Boia de cantis

Bóia de Talo de Buriti


Unir talos secos de buriti, ou outro tipo de madeira de fácil flutuação, como um
colete, de modo que envolvam o tórax do combatente (Fig 7-4}.

Fig 7-4. Bóia de talo de buriti


Bóia de Camisa

Abotoar todos os botões da camisa, colocando a gola para dentro; molhá-la; para
inflar, mantendo aberta a camisa na sua parte inferior, sentar ou saltar sobre a água e em
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seguida fechar, com uma das mãos, a mesma parte inferior acima citada, à altura da
cintura, isto irá formar um bolsão de ar no interior da camisa, na região das espáduas, o
que auxiliará a flutuação. Caso haja esvaziamento do bolsão de ar, o combatente deverá
expirar entre o 2º e 3º botões da camisa, a fim de recompletá-lo
(Fig 7-5 e 7-6).

Fig 7-5. Boia de camisa

Fig 7-6. Transposição com boia de camisa


Bóia de Calça
a. Amarrar as pernas da calça, abotoar a braguilha e virá-la do avesso; molhar a
calça; para inflar, levá-la pelo cós para trás da cabeça procurando manter a cintura
aberta, de modo a permitir a entrada de ar nas pernas e, num movimento rápido, batê-la
contra a água; em seguida, fechar a boca da calça com uma das mãos. A boia está pronta
para ser utilizada, constituindo-se em excelente auxilio à flutuação (Fig 7-7)
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b. Para transposição, apoiar o corpo pelo abdome ou por uma das axilas entre as
pernas infladas da calça, mantendo fechada a cintura com uma das mãos. Para reinflar as
pernas, expirar através da cintura (Fig7-8).

Fig 7-7. Boia de calça

Fig 7-8. Transposição com boia de calça

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Balsas Improvisadas

Balsa de Folhas e Pano de Barraca ou Poncho


a. Construção
(1) Fechar o capuz do poncho e coloca-lo estendido no chão, com o capuz voltado para
baixo; preparar uma armação em forma de ‗‘X‘‘, com dois paus de cerca de 0,8 m de
comprimento( poderá ser utilizado o fuzil com os coturnos nas extremidades do
armamento); juntar grande quantidade de folhas, de modo a encher completamente o
espaço delimitado pela armação; fechar o poncho conforme indicado na figura 7-9.
(2) Envolver o primeiro conjunto com um segundo poncho ou pano de barraca,
inversamente à posição do anterior, visando dessa maneira a aumentar a vedação (Fig 7-
10).
(3) O material do combatente é amarrado simetricamente sobre a balsa, de modo a
manter o equilíbrio; prender também um cantil vazio, com um cordel de cerca de 5 metros,
à guisa de bóia, para facilitar o resgate da balsa, caso esta afunde (Fig 7-11).
(4) Utilizando o meio-pano de barraca, manter a janela para cima.
b. Transposição
Os combatentes nadam empurrando a balsa, evitando apoiar o corpo obre ela.
c. Emprego
Empregada por dupla, quando os combatentes têm que transpor um curso d‘água com
todo o equipamento.

Fig7-9. Preparação da balça de equipamento e poncho

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................274 /313 )


Fig 7-10. Preparação da balsa de equipamento e poncho

Jangadas

Generalidades
a. Neste artigo serão apresentados dois tipos de jangada; no entanto, dependendo
do material e tempo disponíveis, de distância n ser percorrida e da habilidade dos
construtores, ela poderá ser construída de outras maneiras que não as apresentadas.
b. Construção
(1) Execute o teste de flutuabilidade dos troncos escolhidos, ou seja, lance na água
pequenos pedaços do tronco; se estes flutuarem, é sinal de que a madeira pode ser
utilizada na construção da jangada
(2) Corte os troncos que apresentem melhor flutuabilidade, no tamanho
desejado, e una-os através de corda, cordões ou cipós, conforme mostram as figuras 7-13
e 7-14

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................275 /313 )


Fig 7-13. Exemplo de construção de jangada

Fig7-14. Modelo da jangada

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................276 /313 )


c. Transposição :
(1) Os combatentes preparam com o seu equipamento uma balsa improvisada,
amarrando-a sobre a jangada e, com remos improvisados ou varas, auxiliam a
transposição.
(2) O número de homens e a quantidade de material dependem do tamanho da jangada.
Uma jangada com 10 toras de 6 metros de comprimento por 30 cm de diâmetro permite
um grupo de 7 homens navegar durante dias, com todo seu equipamento.
d. Emprego:
É empregada normalmente para efetuar longos percursos, umavez que sua construção e
trabalhosa e demorada.

6.3 – PASSADEIRAS E PONTE DE CORDAS

Pinguela
Quando o curso d‘agua tiver pequenas proporções, com largura de até 30m e não for
vadeável, pode ser usado um tronco de árvore, de comprimento suficiente para cruzar de
uma margem à outra. Na selva, pode-se abater uma árvore em uma das margens,
fazendo com que, ao cair, cruze o rio na sua largura. Para que a travessia seja feita em
segurança, é necessário fazer um corrimão. É um processo simples, no qual a perda de
tempo no abater da árvore e plenamente compensado pela segurança e pela rapidez na
transposição ( Fig 8-1).

Fig 8-1. Travessia de pinguel

Passadeira Pênsil
Fixar dois cabos de aço paralelamente cobre o obstáculo, distantes entre si de
aproximadamente 1,20 metro. Fixar sobre os cabos tábuas de 1,40m x 0,30m x 0,025m. A
passadeira é um trabalho semipermanente, normalmente realizado por elementos da
Engenharia. É empregada, em princípio, em vãos de até 30m. A travessia deve ser feita
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em passo vivo pelo centro da passadeira, procurando pisar firme, a fim de neutralizar o
movimento ondulatório (Fig 8-2). Para maior segurança, pode-se instalar corrimão. Os
elementos de Engenharia têm condições de construir diversos tipos de passadeiras
pênseis, de acordo com o material e tempo disponíveis.

Fig 8-2. Travessia da passadeira

Pontes de Cordas
Generalidades
As pontes de cordas são meios improvisados e temporários para cruzar obstáculos,
tais como cursos d‘água, canais, desfiladeiros, etc. Este método só é usado quando
resulta em economia de tempo.

Ponte de Uma Corda


a. Construção -Esta ponte é construída com uma corda, ancorada numa das
extremidades com o nó de porco com um cote e, na outra, com o nó de borboleta, que
facilitará a operação de tesar o cabo periodicamente; em seguida, ancora-se o chicote
num ponto de amarração
b. Processos de travessia
(1) Comando ―craw‖ - O combatente deita-se na corda, colocando sobre ela o peito de um
dos pés, mantendo esta perna flexionada; a outra deve pender, naturalmente, para
manter o equilíbrio do corpo (Fig 8-3). A tração do corpo e feita pelas mãos, ajudada pelo
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................278 /313 )
pé que esta sobre a corda. Se o equilíbrio for perdido e o corpo ficar dependurado, pode-
se retornar a posição original; no entanto, é aconselhável prosseguir no processo da
preguiça, mostrado a seguir.

Fig 8-3 Travessia pela ponte de uma corda pelo processo comando ―craw‖

(2) Preguiça - Agarra-se a corda com as mãos, cruzando sobre ela os pés. Para
transposição, deve-se puxar o corpo, alternadamente, com as mãos, auxiliando com as
pernas, ou então, caminhar como uma preguiça(Fig 8-4).
(3) Assento - Confecciona-se um assento de um nó e engancha-se o mosquetão de
escalada na corda da ponte. Para a transposição, procede-se como no item anterior. É o
processo mais seguro (Fig 8-5).

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Fig 8-4. Travessia pela ponte de uma corda pelo processo da preguiça

Fig 8-5. Travessia pela ponte de uma corda pelo processo do assento

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................280 /313 )


Ponte de Duas Cordas

Falsa baiana
a. Construção - Esta ponte é construída da mesma maneira que a de uma corda,
só que se instalam duas cordas, uma acima da outra, separadas de 1,2m a 1,8m nos
pontos de amarração. Para evitar uma separação excessiva, pode-se ligar uma à outra,
através de cabos auxiliares, junto aos pontos de amarração. A corda inferior da falsa
baiana pode ser substituída por um cabo de aço de 0,5 polegada, com as vantagens de
diminuir o tempo de transposição e evitar a necessidade de ajustagens frequentes.
b. Processo de travessia - Colocar os pés sobre a corda de baixo, apoiando-os na
junção do salto com a sola do coturno; as mãos empunham, inversamente, a corda
superior. Para a transposição basta deslizar as mãos e os pés ao mesmo tempo, na
direção do deslocamento (Fig 8-6). É importante manter permanente contato dos pés e
das mãos com as cordas. É aconselhável não juntar pés e mãos ao mesmo tempo.

Fig 8-6. Travessia pela falsa baiana

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................281 /313 )


Comando “Craw” Duplo
a. Construção – É construído com duas cordas de sisal de 1 polegada de diâmetro,
ancoradas no mesmo plano horizontal e afastadas entre si de 0,5 metros. A tensão das
cordas deve ser rigorosamente igual e a distância entre os pontos de ancoragem (de um
lado a outro obstáculo) não devem ultrapassar a 15 metros. É aconselhável o uso de
cabos auxiliares, unindo as cordas, para manter constate afastamento entre elas.
b. Processo de travessia - Posicionar o corpo sobre as cordas, apoiando as mãos e
as partes anteriores dos pés sobre as mesmas, de tal moda que as pontas dos pés
fiquem para o interior das cordas e os joelhos para fora. Para a transposição, tracionar o
corpo através do braço e, simultaneamente, executar um jogo de rins(cintura),
aproximando os joelhos da mão (Fig 8-7)

Fig 8-7. Travessia pelo comando ―craw‖ duplo

Ponte de Três Cordas


a. Construção - É construída com duas cordas ancoradas à mesma altura e uma
terceira abaixo das duas, cerca de 1,5m. As cordas superiores são ligadas á inferior por
cabos auxiliares, os quais servirão como reforço e proteção lateral, devendo estar
afastados cerca de 75cm. A tensão das três cordas deverá ser a mesma.
b. Processo de travessia - As cordas superiores serão utilizadas como corrimãos e
a inferior como piso. O combatente deverá pisar nas junções dos cabos auxiliares com o
cabo inferior, tendo as pontes dos pés sempre voltadas para fora; as mãos deslizam nas
cordas superiores, mantendo contato permanente com as mesmas durante toda a

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................282 /313 )


travessia. Se a ponte oscilar, o combatente deverá parar e empurrar para fora as cordas
superiores, até que a ponte se estabilize (Fig 8-8).
c. Emprego – Esta ponte é uma instalação semipermanente, empregada quando há
maior número de tráfego. Na travessia de ponte deve ser mantido um intervalo mínimo de
seis metros entre os homens, quando inteiramente equipados.

Fig 8.8. Travessia pela ponte de três cordas

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................283 /313 )


Cabo Aéreo ou “Tirolesa”

Generalidades
a. O cabo aéreo conta de um cabo de aço ou corda, preso a dois pontos de
amarração, servindo como trilhos (cabo trilho) e de meios para transportar e tracionar
material ou pessoal.
b. É utilizado na transposição de carga e de feridos através de pequenas
depressões ou cursos d‘água de travessia difícil por outros meios.

Construção
a. Cabo trilho de cordas:
Escolher o local e providenciar os pontos de amarração em cada lado do
obstáculo, utilizar corda dupla para maior segurança, providenciar sua fixação e tesá-la, a
fim de diminuir a curvatura, enganchar no cabo trilho um mosquetão de escalada, amarrar
a este um cabo de carga, conforme indicado (Fig 9-1).
Unir, de preferência, a alça central do cabo de carga, uma corda de menor
diâmetro, para racionar pessoal ou material. Dependendo da inclinação do cabo- trilho,
pod ser necessária a utilização de duas cordas. Esta corda recebe o nome de cabo de
tração.
Caso se disponha de roldanas ou patescas, é vantajosa sua utilização em
substituição ao mosquetão de escalada, uma vez que diminui o desgaste da corda pelo
atrito.

Fig 9-1. Cabo aéreo com cabo-trilho de corda, cabo de carga e cabo de tração

b. Cabo-trilho de aço:
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................284 /313 )
Semelhante ao descrito na letra ―a‖ anterior, o cabo-trilho de corda é substituído
pelo cabo de aço e o mosquetão de escalada por uma roldana o petasca (Fig 9-2).

Fig 9-2. Cabo aéreo com cabo-trilho de aço, cabo de carga e cabo de tração

Processo de Travessia
a. Deve-se preparar um assento de um ou três nós para o combatente ferido e,
com o mosquetão de escalada, prende-lo ao cabo de carga. Pra ultrapassar o obstáculo,
o combatente é tracionado para outra extremidade, por meio do cabo de tração. Quando o
cabo-trilho tiver uma declinação acentuada, a ação da gravidade poderá auxiliar na
travessia e uma das pernas do cabo de tração será utilizada para controlar a velocidade
(Fig 9-3).
b. Quando se tratar de carga, a travessia será semelhante, havendo necessidade
apenas de preparação dos fardos ou pacotes (Fig 9-4).

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................285 /313 )


Fig 9-3. Travessia de um combatente ferido pela tirolesa

Fig 9-4. Travessia de carga pela tirolesa

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................286 /313 )


6.4 – ACUIDADE VISUAL E AUDITIVA NOTURNA

( O ASSUNTO É ABORDADO NA UNIDADE DIDÁTICA 2 – UTILIZAÇÃO DO


TERRENO, ASSUNTO – 2.7 UTILIZAÇÃO DO TERRENO PARA OBSERVAR, LETRA
“B”- DESCREVER AS TÉCNICAS DE OBSERVAÇÃO DURANTE A NOITE. A PARTE
PRÁTICA SERÁ REALIZADA NA INSTRUÇÃO DE ACUIDADE AUDITIVA E VISUAL
NO 1º ELD)

6.5 – COMBATE A BAIONETA

Espírito do Combate a Baioneta


O espírito do combate a baioneta se resume em enfrentar e destruir o inimigo num
combate corpo a corpo. Esse espírito nasce da confiança, coragem e determinação
inflexível do combatente, e é desenvolvido graças a um treinamento intensivo. O instinto
de luta do homem, por meio desse treinamento, pode ser desenvolvido ao mais elevado
grau. A vontade de utilizar a baioneta, geralmente, aparece quando o instruendo começa
a manejá-la com facilidade, e vai aumentando à medida que cresce sua confiança nesse
meio de ação. O desenvolvimento completo de suas possibilidades físicas e a confiança
em sua arma oferece como resultado a expressão final da ação a baioneta: a feroz e
impiedosa destruição do inimigo num combate singular, de homem para homem. Para o
adversário, o medo desmoralizante da baioneta é ampliado pelo poder destrutivo das
bombas, granadas ou projéteis que apoiam e precedem o assalto a arma branca.

Utilização da Baioneta
a) Muitas vezes, o fogo, isoladamente, não é suficiente para desalojar de suas
posições um inimigo resoluto e disciplinado. Fazendo um aproveitamento adequado das
cobertas e abrigos, o adversário permanecerá muitas vezes em suas posições, até que
delas seja expulso por uma ação corpo a corpo, rápida e brutal, mas decisiva. A ação a
baioneta ou simplesmente a sua ameaça é, no entanto, o argumento fundamental de todo
assalto.
b) A noite, em missões de infiltração, e sempre que o sigilo deva ser preservado, a
baioneta é a arma, por excelência, do silêncio e da segurança de que o infante se utiliza.
c) No combate aproximado, quando amigos e inimigos estão demasiadamente
próximos e entrevados, impedindo o emprego das armas de fogo ou granadas, a baioneta
é a arma principal de que se vale o soldado de infantaria para levar a cabo sua missão.

Princípios de Combate a Baioneta


a) A baioneta é uma arma ofensiva. A hesitação, a demora na ação e a preocupação
defensiva são sempre fatais. Um retardo de uma fração de segundo pode significar a
morte.
b) No assalto, à baioneta, o combate ataca rápida e impiedosamente, até que o
inimigo seja destruído. Aproveita imediatamente qualquer brecha na guarda adversária;
se o inimigo não abre sua guarda, o atacante força uma brecha; parando a arma do
adversário e aplicando lhe golpes de baioneta ou violentas pancadas com a coronha.
c) Sendo a região da garganta especialmente vulnerável, o adversário,
instintivamente, protegerá essa região contra uma pontada. Ameaçando a garganta do
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................287 /313 )
adversário com a ponta da baioneta, o atacante muitas vezes obriga-o a descobrir outras
partes vulneráveis do corpo, tais sejam: o rosto, o peito, o abdômen e as virilhas.

Aperfeiçoamento do homem no emprego da baioneta


Desde o início, os exercícios com a baioneta devem ser conduzidos com contínuo
destaque, aperfeiçoando-se a forma correta, a rapidez no manejo do fuzil baioneta, a
ação das pernas e dos pés, e a precisão dos golpes. Um reforço persistente em
benefícios desses quatro pontos essenciais desenvolverá a coordenação, o equilíbrio, a
velocidade, a força e a paciência que caracterizam o bom combatente de baioneta. Às
diferenças individuais de conformação física podem acarretar pequenas modificações no
manejo. As diferenças que não determinarem diminuição na eficiência do combatente não
serão levadas em linha de conta.

Posições e Movimentos
1) Generalidades
Tomando qualquer posição ou executando qualquer movimento, o combatente à
baioneta relaxará os músculos que não serão utilizados diretamente no esforço. Mantém
o fuzil firmemente, mas sem rigidez. Músculos tensos causam fadigas e retardam a
velocidade dos movimentos.
Dando-se a devida importância ao treinamento, todos os movimentos se tornarão
instintivos. O combatente à baioneta aproveitará automaticamente qualquer brecha da
guarda adversária e forçará o ataque sem hesitação. Evitará repetir sequências de
movimentos. Manterá o equilíbrio em todos os seus movimentos e uma constante
presteza para ferir instantaneamente em qualquer direção, e continuar ferindo até que o
inimigo seja destruído. Observará continuamente a baioneta e o corpo do adversário. As
posições e os movimentos descritos neste artigo têm por finalidade atingir estes fins.
As posições adotadas no combate e a baioneta são: a GUARDA, a GUARDA
CURTA e o PASSO DE CARGA. E os movimentos prescritos são: a MUDANÇA DE
FRENTE, a PONTADA A FUNDO, a PONTADA, O ARRANCAMENTO, a PARADA A
DIREITA (ESQUERDA). A PANCADA HORIZONTAL (VERTICAL) COM A CORONHA, A
PANCADA COM O COICE e o GOLPE CORTANTE. O principiante deverá aprender estes
movimentos como ações independentes; pelo treinamento, entretanto, aprenderá a
executá-los não só variando as combinações como a rapidez, de maneira a imprimir aos
mesmos a aparência de ações contínuas.
2) Guarda
a. Entrada em guarda
1) Frente para o adversário.
2) Avançar o pé esquerdo um pouco a frente e à esquerda, com a ponta deste
voltada para o adversário. Flexionar ligeiramente os joelhos, inclinar o corpo ligeiramente
para frente, a arma na altura dos quadris.
3) Ao mesmo tempo, lançar o fuzil à frente com a ponta da baioneta voltada na
direção do adversário, empunhando o fuzil com ambas as mãos. Este movimento deverá
ser rápido e decisivo.
4) Abarcar o fuzil com a mão esquerda, mantendo a palma da mesma, do
mesmo lado do fuzil, no ponto mais cômodo, imediatamente à frente da braçadeira
inferior; braço esquerdo ligeiramente flexionado. Com a palma da mão direita voltada para
esquerda, empunhar o delgado da coronha. Para evitar que o dedo indicador seja
contundido, empunhar o delgado de maneira que este dedo fique logo atrás do guarda
mato. Manter o pulso apoiado de encontro ao delgado, e a parte extrema da coronha
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................288 /313 )
apoiada de encontro ao quadril direto. Empunha firmemente o fuzil com ambas as mãos,
sem entretanto empunhá-lo com rigidez, ou incliná-lo demasiadamente. Apontar a
baioneta para a base da garganta do adversário.
5) Distribuir o peso do corpo sobre ambas as pernas, pronto para deslocar-se
instantaneamente em qualquer direção.
6) Olhar vigilante, mantendo-o sobre a baioneta e o corpo do adversário.
b. Guarda curta
Para entrar em guarda curta, partindo da posição de guarda, o executante deve
trazer o fuzil a retaguarda, de modo que a mão direita fique junto ao quadril direito. Esta
posição de transporte é aconselhada para deslocamentos através de bosques densos e
terrenos matosos, sobre trincheiras, em torno de edifícios, ou quando o inimigo possa ser
encontrado repentinamente, em espaços muito reduzidos.
c. Erros mais comuns
a) Separação dos pés, não assegurando um equilíbrio estável;
b) Linha dos quadris não perpendicular à direção do inimigo;
c) O corpo muito erguido;
d) Falta de firmeza no antebraço direito, por não manter a coronha de encontro
ao corpo;
e) Braço direito estendido ou demasiadamente flexionado;
f) Fuzil empunhado com rigidez, prejudicando a liberdade de movimento;
g) A ponta da baioneta muito alta.
d. Guarda Alta
a) Para entrar em guarda alta, partindo da posição de guarda, sem mudar a
posição dos pés e a empunhadura do fuzil, trazer a arma diagonalmente à frente do
corpo, para à esquerda e bandoleira para frente, até que o pulso esquerdo fique na altura
e na frente do ombro esquerdo.
b) Emprego na transposição de trincheiras e outros obstáculos.
1) Para saltar mantendo a arma em guarda alta, o homem deve levar a arma
francamente para cima e para frente no início do salto, e trazê-la à posição normal, no fim
do mesmo. Este salto será também executado utilizando-se somente a mão esquerda
para empunhar a arma, ficando, então, a direita livre para auxiliar a limpeza do obstáculo.
2) Para saltar, mantendo a arma na posição de guarda, o homem levantará a
arma, rapidamente, no início do salto, sem modificar a empunhadura, e começará a
descê-la, ao atingir o ponto mais alto do salto. A arma será trazida à posição de guarda à
medida que o homem finaliza o salto.

Fig. 1 – Guarda alta

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................289 /313 )


Mudança de Frente
Para executar a mudança de frente partindo da posição de guarda alta, girar para
esquerda, fazendo pião no calcanhar do pé esquerdo (dianteiro), e retomar a posição de
guarda.

Pontada a Fundo
Execução
1) Para executar uma pontada a fundo, partindo da posição de guarda, avançar
o pé traseiro e dar uma estocada à frente, distendendo completamente o corpo (figura
44).
2) Completar a distensão do corpo no momento em que o pé traseiro atingir o
solo. Durante esse movimento, o fuzil empunhado firmemente por ambas as mãos, será
orientado decididamente pela mão esquerda numa linha reta, em direção a garganta ou
contra outra parte vulnerável do adversário, em cuja guarda tenha provocado uma brecha.
Rapidamente distender totalmente o braço esquerdo, de modo que a baioneta seja
arremessada na direção do alvo. No momento da distensão total, manter a coronha junto
e de encontro ao antebraço direito, flexionar a perna dianteira, inclinar o corpo bem à
frente e distender a perna de trás.
3) Manter os olhos no ponto do ataque, durante todo o movimento.
4) Se a pontada for evitada, aplicar rapidamente outra pontada ou uma
pancada com a coronha. O recuo e a recaída em guarda, após o apontar, deverão ser
instantâneos. Não deverá nunca haver demora na posição distendida.

Fig. 2 – Pontada a fundo

5) A força da pontada a fundo provém dos braços ombros, costas, pernas, e do


peso do corpo. A distância de onde será lançada a pontada a fundo depende do alcance e
da velocidade do avanço do atacante. A distância máxima para cada indivíduo é
determinada nos ensaios em manequins de exercícios. É indispensável que cada homem
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................290 /313 )
conheça seu alcance e seja capaz de julgar precisamente sua distância de ataque, de
modo que a pontada venha atingir o alvo, o mesmo será exercitado em executar a
pontada com qualquer dos pés à frente.

Erros mais comuns


a) Deixar transparecer ao inimigo o momento da pontada ao recuar o fuzil,
antes de executá-la;
b) Executar a pontada somente com os braços, sem utilizar a força das pernas
e do corpo;
c) Executar a pontada com um ligeiro desvio, prejudicando uma penetração
direta a frente;
d) Apontar com a direção da baioneta muito alta, ou formando um angulo
lateral com a direção do objetivo;
e) Apontar a coronha não apoiada de encontro ao antebraço direito;
f) Não inclinar o corpo bastante a frente;
g) Perder o equilíbrio, em virtude de um passo demasiadamente grande;
h) Flexionar pouco o joelho da frente;
i) Desviar os olhos do ponto a ser atacado.

Arrancamento depois de Apontar a Fundo

Execução
Para arrancar quando a pontada a fundo tiver sido executada como pé direito à
frente, deve avançar-se a perna esquerda e retirar a arma na mesma direção em que
penetrou, para isso todas as forças, e inclinando o corpo para trás pela distensão da
perna dianteira. (Figura 45). Se necessário, manter-se-á o equilíbrio, recuando mais o pé
direito. Se a pontada a fundo tiver sido executada com o pé esquerdo à frente, avançar o
pé direito o suficiente, para manter o equilíbrio e arrancar de acordo com o acima descrito.
Se o adversário cair, colocar um pé sobre seu corpo e arrancar o ferro. Em qualquer
situação, arrancar imediatamente, pronto para executar uma pontada curta ou uma
pancada com a coronha, retomar a posição de guarda curta. Não demorar na posição
final da ponta a fundo.

Erros mais comuns


a) Não fazer o arrancamento com energia, em virtude de ter empregado
somente os braços no mesmo;
b) Não arrancar a baioneta na direção em que penetrou, em virtude de ter
baixado a coronha.

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................291 /313 )


Fig. 3 – Arrancamento

Pontada curta e arrancamento


Execução
Estando na posição de guarda, guarda curta ou tendo arrancado de uma pontada
a fundo, a execução da pontada curta é idêntica à da pontada à fundo, com a diferença de
que, na pontada curta avança-se mais à frente, no momento do golpe (Figura46). A
pontada curta será empregada quando o inimigo for encontrado repentinamente, ou
quando estiver muito próximo para uma pontada a fundo. O exercício abrangerá a prática
da pontada curta com o pé direito e pé esquerdo à frente.

Arrancamento
O arrancamento de uma pontada curta é semelhante ao de uma pontada a fundo.
Terminado o arrancamento, retomar a posição de guarda, ou executar uma outra pontada
ou uma pancada com a coronha.

Batidas
Finalidade
A batida é uma ação destinada a criar uma brecha na guarda adversária;
consegue-se essa brecha, desviando-se a arma adversária da direção do seu próprio
corpo. O ímpeto da batida é, continuado por uma pontada ou uma pancada com a
coronha. A posição da arma adversária determinará a direção da batida. A batida,
invariavelmente, será feita numa direção que provoque a brecha mais favorável à
execução de uma pontada ou uma pancada com a coronha.
Execução
a) Batida à direita
- Para parar a direita, partindo da posição de guarda, investir à frente como para
uma pontada a fundo.

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................292 /313 )


- Ao mesmo tempo, lançar a arma diagonalmente à frente, e à direita, distendendo
o braço esquerdo na direção da batida, e deslocando a coronha para a direita, a fim de
manter a arma paralela a posição que tinha, quando usada na posição de guarda. A
coronha deverá ser mantida firmemente de encontro ao pulso e parte inferior do
antebraço. Limitar o movimento diagonalmente à frente, o necessário para desviar a
baioneta inimiga da frente do corpo.
- Aproveitando o passo dado para a batida, continuar o ímpeto da investida com
uma pontada a fundo. A medida que a baioneta atinge a lâmina adversária, desviando-a
da direção do corpo e produzindo uma brecha na guarda do adversário, investir sobre ele
num movimento contínuo.
- Para bater à direita, antes da pontada curta, executar o movimento acima
descrito, fazendo a batida, imediatamente antes do avanço à frente, com a perna
dianteira.

b) Batida à esquerda
Para bater à esquerda, investir à frente, como numa batida à direita, lançar o fuzil à
frente e à esquerda, de maneira que a coronha fique aproximadamente a frente da virilha
esquerda, desviando a baioneta adversária da frente do corpo. A batida à esquerda é
seguida por uma pontada, ou por uma pancada com a coronha, caso a ponta da baioneta
não esteja na direção do adversário.

Erros mais comuns


a) Não empregar a força e a velocidade necessárias, em virtude de ter utilizado
somente os braços, sem aproveitar o peso e o impulso do corpo.
b) Fazer um largo movimento lateral, sem avançar a arma.
c) Não fixar os olhos na arma inimiga.

Pancada com a Coronha e Golpes Cortantes


Generalidades
O homem não deve utilizar no combate a baioneta as pancadas com a coronha e
os golpes cortantes quando for possível a pontada. Mas, poderá usá-los vantajosamente
em muitas situações, principalmente, quando uma pequena distância não der o espaço
necessário ao desencadeamento de uma pontada, ou imediatamente após uma pontada
que tenha sido evitada. Quando utilizar a pancada com a coronha, o combatente poderá,
muitas vezes, atingir o adversário na virilha, derrubá-lo, ou atingi-lo nas pernas. Os golpes
com a coronha e os golpes cortantes prestam-se aos combatentes em trincheiras,
bosques, terrenos matosos ou aos momentos em que um entrevero generalizado
restringir os movimentos.

Execução
a) Pancada vertical com a coronha - Para executar a pancada vertical com a
coronha, avançar com a perna traseira e ao mesmo tempo levar a coronha para à frente e
para cima, descrevendo um arco no plano vertical em direção à virilha, plexo solar, ou
queixo do adversário, e concentrar no golpe o peso de todo o corpo (Figura 49). Essas
pancadas poderão ser aplicadas, partindo-se de uma posição agachada, quando os
objetivos forem pontos baixos do corpo do adversário, ao mesmo tempo que a este se
oferecerá um alvo pequeno e difícil.

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................293 /313 )


b) Pancada com o coice - Se o adversário recuar e evitar a coronha vertical,
avançar rapidamente com a perna esquerda

Fig. 4
(Figura 50) e dirigir energicamente a chapa da soleira contra a cabeça do inimigo,
distendendo completamente os braços à frente, e avançando o pé direito para manter o
equilíbrio.

c) Golpe cortante - Se o inimigo recuar fugindo novamente ao alcance da pancada


com a coronha, ou cair, continuar o avanço, cortando diagonalmente, para baixo com a
baioneta. Orientar o golpe cortante em direção à junção do pescoço com o ombro,
atingindo esse ponto ou qualquer ponto da cabeça, garganta ou braços. Se o golpe
cortante falhar, o atacante deverá agir de modo que, falhando no golpe, fique
aproximadamente na posição de guarda, para continuar energicamente o ataque Serie de
pancadas horizontais com a coronha. Numa série de golpes desta espécie, o fuzil será
mantido no plano horizontal, em lugar do plano vertical onde normalmente é mantido.
d) Pancada horizontal com a coronha - Para executar a pancada horizontal com a
coronha partindo da posição de guarda, avançar violentamente, levando à frente o pé
traseiro, girando a coronha em arco, diagonalmente, para cima, em direção a cabeça ou
corpo do adversário.

Fig. 5
e) Pancada com o coice - Se o adversário recuar e evitar a pancada horizontal, aplicar
uma pancada com o coice, mantendo a coronha na horizontal. Se a pancada com o coice
não atingir o adversário, continuar o ataque com um golpe cortante, executando o
movimento de maneira idêntica à prescrita para o golpe cortante vertical.

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................294 /313 )


Erros mais comuns.
a) Não atingir o adversário;
b) Não empregar a força do braço e do corpo no movimento, o que ocorre,
quando o plano do braço direito flexionado não está no plano do fuzil-baioneta;
c) Velocidade insuficiente.

Tática para o Combate em Grupos


Generalidades
a) Embora o combate a baioneta seja individual, cada homem deve compreender,
desde o início, que combate para a unidade que é parte, e não para si mesmo,
isoladamente. Quando um grupo de combatentes assalta uma posição adversária,
nenhum de seus componentes pode saber com que inimigo se defrontará, até que os
assaltantes entrem no raio de ação do combate a baioneta. Ninguém sabe se encontrará
e será atacado repentinamente por diversos inimigos ao mesmo tempo, ou se um ou mais
amigos enfrentarão um mesmo adversário. Os combatentes que estiverem exercitados
para a luta em conjunto e possuírem presença de espírito para tirar rapidamente
vantagens dessas diferentes situações ganharão supremacia numérica momentânea.
b) Se dois homens, enfrentado repentinamente um adversário, forem capazes de
abatê-lo em poucos segundos, poderão rapidamente atacar um outro adversário. Tal
sistema de assalto, nos instantes iniciais críticos de um encontro corpo a corpo, poderá
reduzir o efetivo inicial do inimigo de muitos homens. Em mais alguns instantes, o
emprego dessa tática poderá acarretar o aniquilamento total da guarnição assaltada. No
entanto, se faltar aos homens das vagas de assalto uma técnica já exercitada, de
combate em grupos, um único adversário poderá, por alguns segundos, manter à
distância dois atacantes, e durante este tempo, um de seus camaradas poderá correr em
seu auxílio e anular a vantagem inicial de dois para um. Para ser eficiente, a tática de
combate em grupos precisa ser simples e flexível, até o momento em que se defrontam
os combatentes a poucos passos, uma vez que é impossível predizer qual será a
verdadeira situação do encontro. Os movimentos deverão ser rápidos e automáticos,
porque a rapidez e a confusão do combate corpo a corpo raramente permitirão a
coordenação do ataque à voz.

Tática do Combate em Grupos


Dois contra um
a) Aproximação - Dois combatentes, fazendo parte do escalão de ataque,
aproximam-se de um inimigo. Uma vez que, nessa ocasião, ainda não sabem o que fará o
inimigo, não poderão planejar uma ação coordenada. Por isso, os homens avançarão
diretamente à frente em marche-marche, sem qualquer convergência sobre o adversário.
b) Contato - A medida que atinge a Fig. 6
distância do combate corpo a corpo, um deles
será enfrentado pelo adversário. O homem enfrentado avançará sobre o inimigo, em um
ataque frontal. O outro avançará rapidamente para o flanco oposto do adversário e, em
seguida, voltar-se-á vivamente para atingir as costas do inimigo ou seu flanco oposto.

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................295 /313 )

.
Fig. 8

c) Ataque alternado - Se o adversário voltar- se repentinamente para o atacante do


flanco, a fim de defender-se, ficará exposto, consequentemente à arma do homem que
fez o ataque frontal. Este deverá atingi-lo imediatamente. Em qualquer desses ataques,
normalmente, o homem que mata é o que não está engajado de perto com inimigo. Toda
a operação é levada a cabo em poucos segundos. A aproximação, o contato e o assalto
serão executados como atos contínuos.

Fig. 9

Três contra dois


a) Três atacantes aproximam-se de dois adversários. Nesta fase nenhum dos
três sabe quem será inicialmente atacado pelo inimigo; não obstante, todos os três devem
avançar diretamente à frente em marche-marche.

b) Contato - Quando atingirem a distância do combate corpo a corpo, dois dos


homens serão normalmente atacados pelos dois adversário. Um atacante ficará, assim,
momentaneamente livre; continuará, então, seu avanço para a frente, até se colocar no
flanco oposto do inimigo mais próximo, ou mais acessível, de onde deverá voltar-se
rapidamente para este adversário e atingi-lo no flanco oposto, como no caso do combate
de dois. Os outros dois atacantes manterão seus ataques frontais, com um dos
adversários fora de combate, o outro será ferido no flanco pelo primeiro dos combatentes
livres, que puder atingi-lo. Se qualquer dos adversários, que for atacado de flanco, voltar-
se para se defender, ficará exposto à arma do atacante que executa o ataque frontal.

Dois contra três


Numa situação em que dois combatentes tiverem que fazer frente a três
adversários, deverão deslocar-se para os flancos, deixando o adversário do centro para
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................296 /313 )
ser atacado em último lugar. Quando um dos atacantes tiver posto fora de combate seu
oponente, atacará imediatamente o adversário que permaneceu no centro
Um contra dois

Fig. 10

Quando um homem enfrentar dois adversários, deverá avançar com rapidez, e


imediatamente dirigir-se para o flanco exterior de um dos adversários. Em nenhuma
circunstância deixar-se-á apanhar entre eles. Deslocando-se rapidamente de um lado
para outro, para o que melhor lhe convier, manterá o inimigo mais próximo entre ele e o
mais afastado e procurará por fora de combate um adversário de cada vez.

Desarmar Adversários Munidos de Baioneta ou Faca

Generalidades
a) O homem que no combate ficar desarmado em virtude da perda ou inutilização de
sua arma, não está ainda perdido. Terá duas coisas a fazer: apanhar imediatamente outra
arma, qualquer que seja, e continuar a luta; se isto não for possível, tratará de desarmar
seu adversário e matá-lo com sua própria arma.
b) O homem, temporariamente desarmado, reagirá agressivamente, como se
estivesse armado. Com seus olhos, cérebro e músculos se preparará para um oportuno
combate corpo a corpo. O justo momento, dar-se-á no instante em que o adversário
assaltar ou executar uma pontada, quando ficará momentaneamente incapaz de recobrar-
se ou opor-se a uma repentina manobra do adversário desarmado.

c) Os princípios básicos para desarmar são:


1) Não desperdiçar, ou denunciar ao atacante o movimento que pretende
executar, antes que este se lance à carga;
2) Qualquer que seja o movimento a empregar, utilizá-lo até o último momento
possível, empregando o máximo de rapidez.
d) Os movimentos para desarmar, aqui descritos, são manobras simples. Pelo
exercício continuado, esses movimentos se tornarão instintivos. Se o homem não for, de
início, bem sucedido em arrebatar a arma do adversário, diversos movimentos
suplementares de ataque poderão ser empregados eficazmente. Tais movimentos são:
1) Aplicar uma joelhada na virilha do adversário, atingir-lhe com o pé o joelho,
canela ou peito do pé;
2) Golpear o adversário com o cotovelo, com o punho cerrado, ou aplicar-lhe
cutiladas, com o fio da mão, na cara, na garganta, no pescoço ou no plexo solar;
3) Cravar os dedos retesados nos olhos ou na garganta; e

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................297 /313 )


4) Atirar, repentinamente, alguma coisa nos olhos do atacante armado, quando
este se aproximar, de maneira a distraí-lo momentaneamente, obtendo uma oportunidade
para arrebatar-lhe a arma.

Fig. 11 Fig. 12

Desarmar um homem munido de baioneta

Primeiro processo
a) Com a mão direita parar a baioneta do adversário para a esquerda e, ao mesmo
tempo, dar um passo lateral à direita, com a mão esquerda, palma para cima, agarrar o
fuzil entre as braçadeiras. Então, com a face externa da mão direita, golpear a parte
interna da articulação do cotovelo esquerdo do adversário e agarrar seu antebraço.
Segurando firmemente o fuzil avançar rapidamente pelo lado esquerdo do atacante num
movimento enérgico, empurrar a arma para cima e para trás em arco, sobre o ombro do
adversário. Se este ainda continuar segurando o fuzil, golpeá-lo ou atingir-lhe com o pé
arrancando a arma já frouxa; voltar-se a atacar o inimigo, empregando a baioneta
arrebatada.

Segundo processo
a) Com a mão esquerda parar a baioneta do adversário para a direita e ao mesmo
tempo, dar um passo lateral à esquerda. Com a palma da mão direita voltada para cima,
segurar o fuzil entre as braçadeiras. Então, com a palma da mão esquerda voltada para
baixo, agarrar a arma na altura do depósito e girá-la vivamente para cima e para trás, em
arco, por cima do ombro do atacante. Segurando o fuzil firmemente, com ambas as mãos,
ultrapassar rapidamente o atacante pelo lado, arrebatando-lhe a arma; aplicar-lhe, então,
pancadas com a coronha ou voltar-se para atacá-lo coma própria baioneta.

Desarmar um homem munido de faca

Generalidades
a) As ações básicas para desarmar um adversário armado de faca são: desviar a
facada e imediatamente, aplicar no atacante um golpe que o force a largar a arma. Os
movimentos aqui descritos para um homem, são os que deverão ser empregados por um
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................298 /313 )
combatente que tenha de enfrentar um atacante, armado de faca na mão direita. Se o
atacante for canhoto, os movimentos sofrerão uma adaptação: o preconizado para a mão
direita será feito pela esquerda e vice-versa.
b) Golpe de cima para baixo - Parar o braço do adversário antes que o mesmo se
distenda, com o antebraço direito; e flexionar o pulso para evitar que o braço do
adversário escorregue para os lados. Avançar a perna direita, aplicando contra o inimigo
uma joelhada na virilha, ou se isso não for possível, ultrapassá-lo para proteger o corpo.
Passar o antebraço direito por baixo e por trás do braço do adversário e segurar o próprio
pulso esquerdo, com a mão direita. Fazer uma pressão para trás, a fim de forçar o
adversário a largar a faca, e possivelmente, deslocar o cotovelo.
c) Golpe de baixo para cima - Dar rapidamente um passo lateral à esquerda, fugindo
ao golpe, empurrando ao mesmo tempo com o braço esquerdo, o braço do adversário
para o lado oposto. Com a mão direita, agarrar o pulso direito do adversário, fazendo
simultaneamente uma pressão sobre seu cotovelo direito, com o antebraço ou mão
direita. À medida que vai sendo torcido o pulso do adversário, a mão direita continua a
pressão sobre seu cotovelo, exercendo-a de cima para baixo. Colocando uma perna na
frente da perna do adversário, que estiver mais próxima, poderá calçá-lo, e derrubá-lo no
solo.

Fig. 13 – Processo de parar um golpe de faca, desfechado de cima para baixo.

d) Outros tipos de ataque - Um adversário, que vibra sua arma em rápidos arcos em
todas direções, e não emprega o golpe de cima para baixo e nem o de baixo para cima,
será dificilmente desarmado. O melhor será, então, manter-se fora do raio de ação de sua
arma, e atirar-lhe qualquer coisa na cara ou golpear lhe os joelhos, enquanto mantém-se
alerta para o corpo a corpo, aproveitando qualquer brecha.

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................299 /313 )


Fig. 14 - Processo de parar um golpe de faca, desfechado de
baixo para cima.

Conselhos aos Instrutores

O Instrutor
a) O instrutor deve ter bom físico e ser capaz de demonstrar pessoalmente todos os
movimentos e posições; além disso, deve possuir um grande entusiasmo, vigor e as
qualidades de chefe, capazes de despertar nos instruendos a serem exercitados a melhor
boa vontade. Essas qualidades ou sua falta se refletirão no aproveitamento dos homens.
b) O instrutor deve incutir nos homens que o combate a baioneta poderá ser a
coroação de extenuante progressão ou de uma defesa determinada, ocasião em que
estarão fisicamente quase exaustos. Por isto, durante o exercício, o instrutor salientará a
importância do espírito ofensivo do combate a baioneta, baseado no poder da vontade,
mesmo quando o aniquilamento das forças físicas for iminente
c) O instrutor deverá evitar ações violentas, disparatadas ou desordenadas. Deverá
fazer uma exposição clara, precisa e encorajadora para conseguir atenção e
aproveitamento por parte dos instruendos.
d) O instrutor não empregará nem animará o emprego de palavras ofensivas para
incutir no instruendo o espírito combativo. Deverá encorajar as exclamações
espontâneas, mas não exigirá exclamações forçadas. Gritos não substituem o entusiasmo
e a habilidade.
e) Antes de começar o exercício, os homens deverão estar em boas condições
físicas. A adaptação física posterior é progressiva. Para obter os melhores resultados, o
instrutor não deve exigir que os instruendos fiquem com os músculos excessivamente
doloridos.
f) As explicações e demonstrações serão simultâneas, breves e claras. Os
instrutores, primeiro, deverão fazer as demonstrações na cadência do combate real;
depois numa cadência bem lenta e com interrupções para explicações, de maneira que os
pormenores do movimento se tornem claros aos instruendos.
g) O instrutor salientará a importância da rapidez, do equilíbrio, da oportunidade e da
avaliação das distâncias. Uma vez que a tensão dos músculos contraria todas essas
qualidades, uma atenção especial deverá ser dada ao relaxamento dos mesmos.
h) Cada homem deve pensar e agir por si mesmo. Por isso, o instrutor deverá evitar a
tendência nociva, de transformar o exercício em ―ordem unida‖. O exercício a comando só
deverá ser utilizado no início do treinamento. Tão cedo quanto possível, o exercício pelo
processo instrutor-instruendo, a fim de assegurar a coordenação de vista e dos músculos,
sem voz de comando.
i) Durante a instrução sobre a tática de combate em grupos e nas pistas de assalto,
será ensinado aos homens como agir em conjunto.

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................300 /313 )


Organização das Turmas
a) Formação em massa - Uma formação em massa, que não ultrapasse de 200
homens, poderá ser empregada durante os exercícios das fases da instrução técnica do
emprego da baioneta, posições e movimentos. Essa formação é semelhante à utilizada
para os exercícios calistênicos, com a diferença de que deverão ser aumentados os
intervalos e as distâncias entre os homens. Esta formação será vantajosa quando se
quiser aproveitar as virtudes de um instrutor de excepcionais qualidades de chefe, que
possa incutir entusiasmo e eficiência à massa de instruendos. Auxiliares treinados
(monitores) ajudarão o controle do exercício, fazendo as correções necessárias. Os
retardatários deverão ser retirados da formação para instruções complementares.

b) Formação das escolas.


1) Para o exercício de combate a baioneta em pelotões ou escola, menores os
homens formarão em linha, em duas fileiras, com os intervalos normais. O instrutor
designará como base, um homem da fileira de trás, o qual tomará imediatamente a
posição de guarda alta. O instrutor, em seguida, comandará PARA O EXERCÍCIO DE
BAIONETA BASE TAL HOMEM, PERFILAR a voz de perfilar o homem base tomará a
posição de guarda. Os demais instruendos da fileira de trás deslocar-se-ão rapidamente
para a direita e para a esquerda, respectivamente afim de ficarem três passos de
intervalos uns dos outros, e mantendo-se voltados para a frente, tomarão a posição de
guarda. Os homens da fileira da frente deslocar-se-ão rapidamente para uma posição a
dez passos de distância, e imediatamente a frente da fileira base, farão então meia volta e
tomarão a posição de guarda. Os homens se deslocam para as posições mantendo os
fuzis em guarda.
2) Para colocar a escola em forma, o instrutor comandará: LINHA EM DUAS
FILEIRAS, PERFILAR! À voz de perfilar, o homem-base já designado, toma a posição de
«sentido». Todos os outros entram em forma, alinhando-se pelo homem-base e tomam,
também a posição de «sentido». Para adotar uma formação para instrução mais
pormenorizada, partindo da formação em duas fileiras descritas acima, o instrutor colocar-
se-á numa das extremidades da escola, e determinará que as extremidades opostas
fechem sobre o centro, de maneira que a escola tome a formação em «U». Essa
formação é favorável a uma exposição ou demonstração que possa ser vista e ouvida por
toda a escola. Tendo finalizado a demonstração, o instrutor comandará: AOS SEUS
LUGARES!
3) Emprego do bastão de treinamento. Quando os instruendos tiverem
aprendido as posições e os movimentos, seja na formação em massa, seja nas
formações de pelotão ou escolas menores, os homens continuarão a praticar, trabalhando
em pares, pelo processo instrutor-instruendo e usando o bastão de treinamento.
Manejando o bastão de treinamento, o instrutor será rápido e agressivo. Deslocar-se-á
rapidamente, oferecendo alvos lógicos à distâncias apropriadas, e evitando restringir a
liberdade e o vigor de movimentos do instruendo. Ficará atento para descobrir e corrigir
os erros cometidos pelo instruendo. O processo instrutor-instruendo permite uma
instrução individual, e proporciona variedade pelo freqüente rodízio de funções, e é um
excelente meio de desenvolver a coordenação, tanto do instrutor quanto do instruendo.
4) Exercícios preparatórios - Cinco ou dez minutos dedicados aos exercícios
preparatórios, no início das sessões de treinamento, ajudarão a descontrair os homens, e
a coordenação dos músculos a serem usados no combate a baioneta. Os exercícios
poderão compreender ações de boxe, luta livre, disputas pessoais, e jogos coletivos que
interessem o trabalho de equipe. Os exercícios calistênicos não são recomendados com
este fim.
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................301 /313 )
Sequência dos Exercícios
A seguinte sequência é sugerida no início do treinamento para o combate a
baioneta. As sessões não deverão exceder de 50 minutos.
a) Primeira sessão.
1) Palestra: O espírito do combate a baioneta.
2) Posições e movimentos,
- Guarda e guarda curta;
- Guarda alta;
- Voltas;
- Pontada a fundo e arrancamento;
- Pontada curta e arrancamento.
3) Exercícios práticos, na formação em massa, sob controle centralizado; nas
escolas do pelotão ou efetivos menores, sob o controle dos monitores.

b) Segunda sessão
1) Recordação da sessão anterior
2) Novos movimentos
- Pancada vertical com a coronha e volta à guarda;
- Pancada horizontal com a coronha e volta à guarda;
- Batida à direita, pontada, arrancamento; executado por duplas,
trocando-se as funções, repetir na cadência do marche-marche;
- Batida à esquerda, pancada vertical com a coronha; executada por
duplas, trocando-se as funções.
c) Terceira sessão
1) Recordação das sessões anteriores
2) Novos movimentos
- Série de pancadas verticais com a coronha;
- Série de pancadas horizontais com a coronha;
- Batidas e pontadas contra manequins executadas quando parado ou
em movimento.

d) Quarta sessão
1) Revisão das sessões anteriores;
2) Instruções preliminares sobre o bastão de treinamento;
3) Batidas e pontadas com o bastão de treinamento, processo do instrutor-
instruendo, sabre- baioneta sem a respectiva bainha.
4) Batidas e pontadas contra manequins executadas na cadência do marche-
marche.

e) Quinta sessão
1) Revisão (prática de pontadas e batidas com o bastão de treinamento);
2) Pancadas com a almofada do bastão de treinamento;
3) Tática do assalto em grupos: dois contra um, sabre-baioneta com bainha;
4) Batidas e pontadas contra manequins executadas na cadência de marche-
marche.

f) Sexta sessão
1) Revisão de todos os movimentos com o bastão de treinamento
2) Tática do combate em grupos
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................302 /313 )
- Dois contra um
- Três contra dois
- Dois contra três
- Um contra dois
3) Pista de assalto, ao passo.

g) Sétima sessão
1) Revisão
2) Pista de assalto, em marche-marche.

h) Oitava sessão
Desarmar um adversário munido de fuzil-baioneta ou faca b) Pista de
assalto, em marche-marche.

i) Décima sessão
1) Revisão de: desarmar um adversário munido de fuzil-baioneta ou faca.
2) Pista de assalto em marche-marche, equipamento completo A repetição
constante das sessões de treinamento é necessária para treinar e manter o
homem em boas condições. Essas sessões deverão ser orientadas nos
moldes do treinamento básico aqui esboçado. Uma prática de vinte minutos,
três dias por semana, é indispensável para manter a forma e a perfeição
física. Durante essas sessões a importância dos exercícios na pista de
assalto, e de outros exercícios de natureza enérgica deverão ser levados em
consideração.

Como conduzir o treinamento


a. Os cobre-miras serão colocados sempre nos fuzis para esses exercícios.
b. O instruendo, inicialmente, treinará os movimentos em cadência lenta, em vez de
treiná-los por tempo, para adquirir perfeição e precisão na execução. Em seguida,
aumentar-se-á essa cadência, a fim de desenvolver progressivamente maior rapidez e
agressividade.
c. Os exercícios iniciais das batidas compreenderão batidas reais da arma adversária,
a fim de que o instruendo adquira o sentido da distância, da força e da oportunidade. Os
instruendos deverão estar formados em duas fileiras, e exercitar-se pelo processo do
monitor-instruendo. Ambas as fileiras usarão a bainha nos sabres baionetas. Os
instrutores orientarão os monitores para que estes executem as pontadas com a rapidez
duas vezes menor que a normal. Os instruendos deverão, também, executar as batidas à
direita e pontadas, batidas à esquerda e pontadas, ou pancadas com a coronha em meia
cadência. Depois de praticar por um minuto à vontade, o instrutor determinará que o
monitor passe a instruendo e vice-versa. E supervisionará e controlará o exercício para
corrigir os erros, evitar a displicência no trabalho e distribuir o exercício equilibradamente,
entre as duas fileiras. Limitará os exercícios a períodos breves.
d. Tão logo os homens alcancem o grau de eficiência na execução das posições e
movimentos, começarão a utilizar o bastão de treinamento. Sua finalidade é dar ao
instruendo um pequeno alvo que ele possa atacar com rapidez, força, precisão e
agressividade, sem constituir perigo para o monitor. O instruendo utilizará a baioneta sem
a bainha para que, tanto ele quanto o monitor, se acostumem a vê-la.
e. O treinamento contra manequins suspensos ajudará a aferição das distâncias, do
equilíbrio e da força. O instrutor insistirá na máxima distensão do corpo e da arma para
obter alcances máximos.
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................303 /313 )
f. Os exercícios da tática de assaltos em grupos e de pistas de assalto desenvolverão
as qualidades essenciais do combate em equipes.
g. Durante o treinamento, o instrutor exercitará os homens a descobrir e aproveitar
instantaneamente qualquer brecha na guarda adversária, desenvolvendo a coordenação
entre os olhos e os músculos e uma rapidez mental e física. Combaterá todas as
tendências para manejos rígidos, maquinais ou constantes, e reações lentas face a
situações inopinadas.
h. O instrutor aperfeiçoará as técnicas de treinamento que venham auxiliar o
desenvolvimento das qualidades essenciais do combatente a baioneta e as acrescentará
às técnicas de treinamento aqui prescritas.

Meios Auxiliares de Instrução


a) Manequins - Como meios auxiliares de instrução deverão ser construídos
manequins de diferentes tipos.
1) Os manequins para pontadas podem ser construídos comprimindo-se certa
quantidade de vegetação apropriada, tais sejam: cana, vime, bambu, capim, alfafa,
centímetros, aproximadamente. Este material é amarrado com arame ou corda, tendo um
papelão num dos lados, o feixo assim formado é envolvido num tecido de juta ou de outro
material adequado.
2) Os tipos de manequins assim construídos e os dados a respeito dos
mesmos estão especificados nas figuras abaixo.

Fig. 15 - Manequins para golpes. (1) Manequim sobre armação fixa

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................304 /313 )


Fig. 16- Manequim oscilante. (Pode obter-se a livre oscilação no treinamento
avançado, soltando-o da ancoragem).

Fig. 17 - Manequim para paradas e golpes

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................305 /313 )


Fig. 18 - Manequim móvel para golpes (com armação fixa no solo)

Onde se precisar de grande quantidade de manequins, os processos mecânicos de


sua construção deverão ser aperfeiçoados. Para pormenores sobre a construção da
prensa manual.

Fig. 19 - Prensa para construção de manequins para golpes.

As minúcias sobre a construção de manequim para pancada vertical com a


coronha estão especificadas.

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................306 /313 )


Fig. 20 - Manequim para pancadas verticais com coronha.

O manequim para pancada horizontal com a coronha é feito, enchendo-se sacos


de juta ou outro tecido forte com material leve, como por exemplo: palha ou trapos velhos
Para pormenores da construção desses manequins ver a figura 69.

Fig. 21 - Manequim móvel para pancadas horizontais com a coronha


(armação fixa ao solo)

Os manequins suplementares para serem utilizados na pista de assalto, e os


obstáculos sugeridos constam das figuras de 70 a 80, inclusive.

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................307 /313 )


Fig. 22 - Manequim colocado no fundo duma cratera

Fig. 23 - Abrigo individual (posição deitada), tendo no fundo um


manequim.

Fig. 24 - Toca apresentando uma cabeça exposta, para ser atacada por
estocadas.

Fig. 25- Obstáculos a serem transpostos como se fosse uma escada horizontal.
Altura variável; intervalos também variáveis; nunca, porém maiores de 65cm.

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................308 /313 )


Fig. 26 - Viga em equilíbrio e escada horizontal.

Fig. 27- Cerca com duplo bordo.

Fig. 28- Túnel para rastejar.

b) Manequins suspensos –
Quando os instruendos tiverem aprendido a técnica da pontada a fundo e da pontada
curta, deverão ser treinados nas pontadas contra discos de papel, ou círculos
pintados nos manequins suspensos. Os grupos não devem exceder de seis a oito
homens por manequim. Os homens munidos de baionetas sem as respectivas
bainhas agirão da seguinte maneira:
1) O instrutor riscará uma linha-base no solo para as primeiras pontadas, fará
em seguida uma distensão total de corpo e de fuzil em uma pontada a fundo, a fim de
determinar a localização exata dessa marca. Essa marca será riscada na posição que
ocupar o pé dianteiro. Uma vez que a contínua preocupação com a linha-base desvia
para a posição do pé a atenção da pontada a ser executada; o instruendo deverá
abandonar a utilização da linha-base, tão logo se familiarize com o alcance de sua
pontada.

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................309 /313 )


2) De início, o instruendo executará a pontada parado, em seguida, começará a
apontar após ter dado alguns passos. Gradualmente aumentará a distância e a
velocidade do avanço. E, finalmente, fará o avanço em marche-marche, de um ponto
situado a 20 passos do manequim. Quando estiver a 5 passos do manequim, o instruendo
tomará a posição de guarda antes de executar a pontada. Avançará naturalmente, sem se
preocupar com o pé que terá à frente, quando executar a pontada.
3) Após ter realizado o acima prescrito, o homem executará uma pontada a
fundo em um círculo, e uma ou várias pontadas curtas em outros círculos, em rápida
sequência.

c) Tábuas para o exercício de arrancamento


1) O instrutor empregará «tábuas de arrancamento» para ensinar como utilizar
o peso de todo o corpo, ao fazer um arrancamento, quando a baioneta ficar muito presa,
após uma pontada contra o adversário.
2) As «tábuas de arrancamento» podem ser quaisquer pedaços de madeira,
com 1,5 a 2,5 cm de espessura, 10 cm de largura e 45 a 60cm de comprimento, pregados
numa estacada de manequim suspenso, com a seção de 10 por 10 cm, por meio de
pregos ou parafusos, de maneira que somente a extremidade inferior da tábua fique
presa. A distância da tábua ao solo deverá ser de 1,05 metros.
3) O instruendo enfia a lâmina da baioneta entre a tábua e à estaca. O monitor
fará, então, pressão na parte superior da tábua, servindo-se dela como alavanca, de
modo que a baioneta fique presa A dificuldade do arrancamento comprovará ao
instruendo a necessidade de empregar uma técnica apropriada para retirar a baioneta.
d) Bastão de treinamento
1) O bastão de treinamento é feito de uma madeira com 1,80 metros de
comprimento e 2,5 cm de diâmetro. Tem uma de suas extremidades enrolada com trapo
ou pano em forma de almofada; e, na outra extremidade uma argola de 12 cm, feita com
corda forte ou fio grosso de arame encapado.
- Quando o monitor colocar no solo qualquer das extremidades do bastão, o
instruendo tomará imediatamente a posição de guarda, e ameaçara o monitor com sua
arma, tão logo esteja na distância de ataque. O monitor oferecerá então qualquer das
pontas do bastão, variando as posições.
- Se for apresentada à argola, o instruendo aplicará uma pontada a fundo ou curta,
função da distância que se encontrar do bastão. Se acertar a argola executará o
arrancamento e retomará a posição de guarda, continuará o ataque se for oferecido outro
alvo.
- Se a extremidade da almofada for apontada na direção do instruendo, este fará
uma batida à direita ou à esquerda. Deve tomar-se cuidado a fim de que o monitor não
atinja o instruendo com o bastão. Se forem aplicados golpes transversais com o bastão, o
instruendo executará provavelmente uma batida transversal.

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................310 /313 )


Figura 29 Figura 30

- Se o monitor apresentar a almofada do bastão, o instruendo aplicará contra ela


uma pancada com a coronha. Se falhar neste golpe, aplicará, então, um coité ou uma
pancada com o coice, até que consiga atingir a almofada. Quando tiver atingido o alvo,
retomará a posição de guarda, e continuará a atacar, se o monitor continuar a oferecer-
lhe o alvo. Para desenvolver a precisão do instruendo, inicialmente o monitor deixará que
ele atinja o alvo. No entanto, à medida que o mesmo for adquirindo precisão e rapidez, o
monitor desviará o alvo para fazer com que o instruendo erre. O monitor preparará, então,
o bastão para o ataque seguinte. Sempre que o instruendo acertar a argola com uma
pontada, ou atingir a almofada com uma pancada com a coronha, automaticamente
retomará a posição de guarda, pronto para continuar o ataque.
2) Para as batidas, o monitor empunhará o bastão de treinamento, como se
fosse um taco de sinuca, com a extremidade da almofada voltada na direção do
instruendo. O monitor ficará a 3,60 metros à frente do instruendo. Orientando inicialmente
o bastão com a mão esquerda. O monitor dirigirá a ponta almofadada do bastão
diretamente contra a cabeça ou tronco do instruendo, distendendo o corpo à frente. O
instruendo executará a batida na direção mais conveniente. O monitor apresentará, logo
em seguida, um alvo apropriado ao ataque, que deverá seguir à parada.

Exercícios Táticos de Combate em Grupos


Generalidades
Os exercícios táticos do combate em grupos não serão iniciados, enquanto o
homem não estiver bem exercitado na técnica da baioneta. Os homens receberão os
exercícios táticos do combate em grupos, reunidos em equipes de três a cinco
instruendos com as baionetas armadas, sem bainhas. Os movimentos serão executados
como no combate real, com a diferença de que o inimigo simulado será atingido de leve,
por um «golpe mortal» simulado. Os adversários (defensores) nos exercícios de combate
em grupos não tomarão a ofensiva, ficando na defensiva a fim de poder mostrar-se
completamente ao atacante, os princípios e a tática desse processo de combate. Quando
qualquer dos componentes do exercício tiver sido atingido no corpo por uma baioneta
adversária, se ajoelhará (comum dos joelhos), e permanecerá assim, até que termine o
turno do exercício. Depois de aprenderem as regras, os instruendos farão o rodízio, de
modo que todos possam exercitar-se em cada posição, várias vezes. Inicialmente, o
exercício será executado a meia velocidade, realçando-se as posições e a coordenação
dos movimentos. Quando os homens tiverem adquirido estes conhecimentos essenciais,
aumentar-se-á a cadência, até se atingir a velocidade máxima.

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................311 /313 )


Sequência dos exercícios
A tática do combate em grupos será praticada na seguinte sequência:
a) Dois contra um adversário.
b) Contra dois adversários
c) Contra três adversários
d) Um contra dois adversários.

Pista de Assalto
a) Finalidade
O treinamento na pista de assalto prescrito na sexta sessão e nas sessões
seguintes tem as seguintes finalidades:
1) Proporcionar um treinamento sob condições semelhantes às do
combate real.
2) Ajudar o combatente a desenvolver agilidade, força e rigidez.
3) Oferecer um desafio à decisão e à força de vontade do instruendo,
qualidades essas essenciais no combate a baioneta.
4) Proporcionar meios para incutir nos instruendos reflexos da tática do
combate em grupos e ação de conjunto.
5) Possibilitar a aferição da capacidade do combatente.
6) Proporcionar o recurso de manter em forma o combatente por meio de
exercícios periódicos, contínuos, incluindo-se práticas de acordo com o tempo disponível.

b) Descrição
1) As pistas de assalto deverão ser construídas em terreno acidentado e,
de preferência matoso. O comprimento da pista poderá variar de 180 a 270 metros. O
número e o tipo dos obstáculos dependerão das condições locais e da engenhosidade do
construtor. O construtor deverá aproveitar os obstáculos naturais, tais sejam: riachos,
ravinas, dobras do terreno, e árvores grossas. Completará o ambiente com obstáculos
artificiais, tais sejam: trincheiras, fossos, crateras, redes de arame, cercas, caminhos com
leito de troncos, (estivas), escadas horizontais, etc.
2) Os alvos deverão consistir de manequins dispostos em pontos
escolhidos, sendo de preferência móveis, a fim de que a pista possa ser alterada com
frequência. O construtor deverá colocar alvos suspensos em vários pontos e manequins
dependurados em árvores, de maneira que surjam à frente do atacante, quando este se
aproximar. Poderá organizar manequins em armações com dobradiças, de modo que
surjam detrás de árvores ou moitas, quando o atacante se aproximar. Manequins para
pontadas e pancadas com a coronha poderão ser montados em estacas de 10 por 10 cm,
dispostos nos quadros da armação de estacas, de acordo com a figura 20. O construtor
poderá localizar diversas armações de estacas na pista, para que possam ser
modificadas as posições dos manequins no curso da mesma, transferindo-se os
manequins de uma para outra armação. Poderá, também, construir diversos alvos
especiais para o exercício da tática de assalto em grupos.
3) A pista deverá ter seis subpistas, (com uma série completa de
obstáculos para cada subpista), de modo que possa ser percorrida por um grupo chefiado
por um sargento comandante, por um cabo auxiliar ou por outro chefe designado.
c) Como orientar o exercício na pista
1) Em virtude das variações do terreno e diferenças nas disposições dos
obstáculos e manequins, não deverá haver um tempo, limite fixo, para que a pista seja
percorrida. Inicialmente, o homem deverá percorrê-la a passo moderado e a medida que

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................312 /313 )


sua técnica e condições físicas forem desenvolvendo-se, far-se-á aumentar a cadência,
até atingir a natural do combate real.
2) O instrutor manterá a disciplina e o controle organizado. Designará um
homem em cada grupo para chefe, e o grupo atuará com um conjunto organizado
coordenado.
3) O instrutor e seus auxiliares colocar-se-ão ao longo da pista, para
observar a ação dos instruendos corrigi-los quando necessário.

Desarmar um homem munido de baioneta ou faca


a) O treinamento de desarmar não será iniciado, antes que o instruendo tenha
terminado os exercícios de combate a baioneta, uma vez que as reações instintivas e os
princípios básicos do combate a baioneta formam a base da técnica de desarmar. Esse
exercício pode ser iniciado logo após o treinamento inicial da tática do combate em
grupos.
b) O instrutor fará executar os primeiros exercícios com a bainha na baioneta;
ou no caso de facas, com bainhas vazias ou pedaços de pau substituindo as facas. A
medida que os homens se tornem eficientes e adquirirem confiança, passarão a fazer os
exercícios com as lâminas nuas.
c) A experiência e a agilidade necessárias à tática de desarmar serão
adquiridas através de frequentes exercícios de curta duração. No entanto, uma vez que o
desarmar é mais um expediente que processo básico de combate, o tempo empregado
neste treinamento nunca deverá ser com prejuízo do exercício de combate a baioneta.

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................313 /313 )

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