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INTRODUÇÃO
Finalidade
O presente manual tem por finalidade divulgar conhecimentos gerais, processos e
técnicas para a transposição de obstáculos pelo combatente a pé
Objetivo
Padronizar no âmbito do Exército, os métodos e a instrução de transposição de
obstáculos pelo combatente a pé. Destina-se ao uso em instrução e em campanha.
Importância do Treinamento
As operações colocam frequentemente as pequenas frações e o combatente a pé
diante de obstáculos que devem ser transpostos com rapidez e segurança, a fim de
permitir o cumprimento da missão. Tais obstáculos são mais comuns em ambientes
especiais como a selva, a montanha, etc. A capacidade e a destreza das frações e dos
combatentes para vencer estes obstáculos, utilizando meios reduzidos e recursos locais,
vai condicionar sua eficiência em combate. Instruir e treinar o combatente e as pequenas
frações para a transposição de obstáculos significará, muitas vezes, garantir-lhes a
sobrevivência e o êxito
Conhecimentos Complementares
O T5-725- Aparelhos de força - oferece dados complementares, e mais detalhados,
à Primeira Parte deste Manual, Igualmente, o C21-72 – Montanhismo Militar oferece
conhecimentos complementares à transposição de obstáculos propriamente dita.
Generalidades
Definição
Corda é um conjunto de cordões de fibra, torcidos ou trançados entre si.
Espécies de Fibras
a. As fibras de origem animal (seda, crina e couro) têm o seu uso limitado.
b. As fibras de origem vegetal têm larga aplicação. As mais utilizadas são: sisal,
cânhamo , algodão, coco e manilha (juta)
c. As fibras de origem sintética (nylon, perlon e polietileno) têm grande emprego e
duracão.
Tipos De Cordas
Os tipos de cordas são designados de acordo com a combinação das fibras, fios e
cordões que as constituem. Existem dois tipos básicos, a corda trançada e a torcida (Fig
2-2).
Características
a. Bitola - é o diâmetro da corda expresso em polegadas, É comum encontrar a
bitola referenciada à circunferência da corda (perímetro)
Tabela De Resistência
Para exemplificar, e para efeito de comparação do peso da carga de ruptura entre
as cordas de sisal e as de nylon, é apresentada a tabela 2.1.
Nomenclatura
Utilização e Manutenção
Generalidades
A utilização adequada das cordas e sua criteriosa manutenção têm por objetivo
prolongar o tempo de duração do material.
Inspeção
As cordas devem ser inspecionadas periodicamente, a fim de ser verificado o seu
estado, deve-se destorcer ligeiramente os cordões para examinar o interior da corda; caso
este se apresente escurecido, a corda não poderá ser utilizada em situações que exijam
segurança
Utilização
a. Evitar friccionar a corda sobre arestas vivas
b. Evitar o contato da corda com areia ou terra.
c. Evitar pisar na corda
d. Evitar arrastar a corda sobre qualquer superfície ásperas
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................256 /313 )
Manutenção
a. As cordas devem ser submetidas a manutenção periódica. Abaixo é apresentada
um plano de manutenção idealizado para uma região úmida. O plano é previsto para
realização em um mês, devendo, todavia, ter continuidade durante o ano inteiro.
Semanas 1ª 2ª 3ª 4ª
Atividades 1 1e2 1e3 1e4
Tab 2-2. Plano de manutenção
(1) Atividade 1 - expor as cordas ao sol e surrá-las para que se desprenda a lama
(2) Atividade 2 realizar a inspeção visual para verificar se a corda apresenta excessivo
desgaste
(3) Atividade 3- submeter a corda a tração correspondente a 1/2 da carga de ruptura.
(4)Atividade 4- banhar a corda em alcatrão.Tal atividade só será realizada com
cordas de fibra vegetal que tenham tido contato com água salgada.
b. A água e a umidade diminuem o tempo de duraçao das cordas. Se
durante sua utilização a corda ficou molhada, deve-se inicialmente estendê-la,
evitando-se as cocas, em local arejado e, se possível, à sombra.
c. Quando seca e limpa, a corda deverá ser enrolada de maneira tal
que facibte seu transporte e armazenamento, e possa ser desenrolada sem
perda de tempo para ufilização.
b. Nós de escota simples e duplo – são empregados para unir cordas de diâmetros
diferentes. O duplo é o de escota simples com mais uma volta do chicote, fornecendo
maior segurança ( Fig 3-4 e 3-5).
Nós Alceados
a. Nó de aselha – é empregado normalmente para dar tensão as cordas e na
segurança durante a ransposição de obstáculos (Fig 3-7).
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................261 /313 )
Fig 3-7.Nó de aselha
Nós de Amarração
a. Nó de porco, barqueiro ou volta do fiel – é empregado para fixar uma corda no
ponto de amarração (Fig 3-12).
d. Volta completa com cote – é a combinação da vlta completa com cote, para fixar
a corda no ponto de amarração (Fig 3-15).
Introdução
Os assentos são confeccionados com o cabo solteiro e o mosquetão de escala-
da. Têm como finalidades permitir as descidas de grandes alturas ou ângulos negativos e
a evacuação de acidentados através de paredões, quando se torne impraticável o "rappel"
em "S". Permite, também, a transposição da ponte de uma corda.
Assento de Um Nó
a. Confecção — permear o cabo solteiro; mantendo o seu ponto médio nas cos-
tas, laçar a cintura dando um nó direito à frente; passar os chicotes por entre as coxas,
apanhando-os à retaguarda; passá-los por baixo da laçada da cintura eajustar o assento ao corpo;
passar os chicotes por baixo do firme da corda que se encontra sobrepondo os glúteos e trazê-los
à frente do corpo, unindo-os em seguida na lateral através de um nó direito; a fim de que os
chicotes não fiquem soltos, envolvê-los na laçada da cintura; por fim, passar o mosquetão de
escalada na laçada da cintura e por entre as cordas das pernas, de tal forma que a abertura
permaneça para frente e para cirna (Fig 5-1 e 5-2).
b. Emprego — é utilizado no "rappel, seja com o mosquetão de escalada seja com
o freio de descida, na "tirolesa" e na transposição da ponte de uma corda.
Cabo submerso
Generalidades
a. Construção – O cabo submerso consta de uma corda, de preferência de origem
sintética, ancorada em ambas as margens do curso d‘água, tangenciando a superfície
líquida. Para larguras de até 15m, usa-se corda de 1/2 pole, acima de 15m, deve-se usar
corda de 3/4 pol.
b. Processos de ultrapassagem –
(1) Deitar sobre o cabo submerso, empunha-lo com ambas as mãos, mantendo as
pernas aberas, em movimentos iguais e sucessivos, tracionar o corpo com os braços,
deslizando sobre a corda, até atingir a margem oposta (Fig 7-1).
(2) Empunhar o cabo submerso, com as costas voltadas para o sentido da correnteza do
rio, tracionar o corpo lateralmente, através de movimentos sucessivosdos braços, até
atingir a margem oposta (Fig 7-2).
Boias Improvisadas
Boia de Cantis
Prender ao cinto de guarnição cerca de oito cantis vazios e fechados, fixando-o a
cintura ou ao torax do combatente (Fig 7-3).
Abotoar todos os botões da camisa, colocando a gola para dentro; molhá-la; para
inflar, mantendo aberta a camisa na sua parte inferior, sentar ou saltar sobre a água e em
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................271 /313 )
seguida fechar, com uma das mãos, a mesma parte inferior acima citada, à altura da
cintura, isto irá formar um bolsão de ar no interior da camisa, na região das espáduas, o
que auxiliará a flutuação. Caso haja esvaziamento do bolsão de ar, o combatente deverá
expirar entre o 2º e 3º botões da camisa, a fim de recompletá-lo
(Fig 7-5 e 7-6).
Jangadas
Generalidades
a. Neste artigo serão apresentados dois tipos de jangada; no entanto, dependendo
do material e tempo disponíveis, de distância n ser percorrida e da habilidade dos
construtores, ela poderá ser construída de outras maneiras que não as apresentadas.
b. Construção
(1) Execute o teste de flutuabilidade dos troncos escolhidos, ou seja, lance na água
pequenos pedaços do tronco; se estes flutuarem, é sinal de que a madeira pode ser
utilizada na construção da jangada
(2) Corte os troncos que apresentem melhor flutuabilidade, no tamanho
desejado, e una-os através de corda, cordões ou cipós, conforme mostram as figuras 7-13
e 7-14
Pinguela
Quando o curso d‘agua tiver pequenas proporções, com largura de até 30m e não for
vadeável, pode ser usado um tronco de árvore, de comprimento suficiente para cruzar de
uma margem à outra. Na selva, pode-se abater uma árvore em uma das margens,
fazendo com que, ao cair, cruze o rio na sua largura. Para que a travessia seja feita em
segurança, é necessário fazer um corrimão. É um processo simples, no qual a perda de
tempo no abater da árvore e plenamente compensado pela segurança e pela rapidez na
transposição ( Fig 8-1).
Passadeira Pênsil
Fixar dois cabos de aço paralelamente cobre o obstáculo, distantes entre si de
aproximadamente 1,20 metro. Fixar sobre os cabos tábuas de 1,40m x 0,30m x 0,025m. A
passadeira é um trabalho semipermanente, normalmente realizado por elementos da
Engenharia. É empregada, em princípio, em vãos de até 30m. A travessia deve ser feita
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................277 /313 )
em passo vivo pelo centro da passadeira, procurando pisar firme, a fim de neutralizar o
movimento ondulatório (Fig 8-2). Para maior segurança, pode-se instalar corrimão. Os
elementos de Engenharia têm condições de construir diversos tipos de passadeiras
pênseis, de acordo com o material e tempo disponíveis.
Pontes de Cordas
Generalidades
As pontes de cordas são meios improvisados e temporários para cruzar obstáculos,
tais como cursos d‘água, canais, desfiladeiros, etc. Este método só é usado quando
resulta em economia de tempo.
Fig 8-3 Travessia pela ponte de uma corda pelo processo comando ―craw‖
(2) Preguiça - Agarra-se a corda com as mãos, cruzando sobre ela os pés. Para
transposição, deve-se puxar o corpo, alternadamente, com as mãos, auxiliando com as
pernas, ou então, caminhar como uma preguiça(Fig 8-4).
(3) Assento - Confecciona-se um assento de um nó e engancha-se o mosquetão de
escalada na corda da ponte. Para a transposição, procede-se como no item anterior. É o
processo mais seguro (Fig 8-5).
Fig 8-5. Travessia pela ponte de uma corda pelo processo do assento
Falsa baiana
a. Construção - Esta ponte é construída da mesma maneira que a de uma corda,
só que se instalam duas cordas, uma acima da outra, separadas de 1,2m a 1,8m nos
pontos de amarração. Para evitar uma separação excessiva, pode-se ligar uma à outra,
através de cabos auxiliares, junto aos pontos de amarração. A corda inferior da falsa
baiana pode ser substituída por um cabo de aço de 0,5 polegada, com as vantagens de
diminuir o tempo de transposição e evitar a necessidade de ajustagens frequentes.
b. Processo de travessia - Colocar os pés sobre a corda de baixo, apoiando-os na
junção do salto com a sola do coturno; as mãos empunham, inversamente, a corda
superior. Para a transposição basta deslizar as mãos e os pés ao mesmo tempo, na
direção do deslocamento (Fig 8-6). É importante manter permanente contato dos pés e
das mãos com as cordas. É aconselhável não juntar pés e mãos ao mesmo tempo.
Generalidades
a. O cabo aéreo conta de um cabo de aço ou corda, preso a dois pontos de
amarração, servindo como trilhos (cabo trilho) e de meios para transportar e tracionar
material ou pessoal.
b. É utilizado na transposição de carga e de feridos através de pequenas
depressões ou cursos d‘água de travessia difícil por outros meios.
Construção
a. Cabo trilho de cordas:
Escolher o local e providenciar os pontos de amarração em cada lado do
obstáculo, utilizar corda dupla para maior segurança, providenciar sua fixação e tesá-la, a
fim de diminuir a curvatura, enganchar no cabo trilho um mosquetão de escalada, amarrar
a este um cabo de carga, conforme indicado (Fig 9-1).
Unir, de preferência, a alça central do cabo de carga, uma corda de menor
diâmetro, para racionar pessoal ou material. Dependendo da inclinação do cabo- trilho,
pod ser necessária a utilização de duas cordas. Esta corda recebe o nome de cabo de
tração.
Caso se disponha de roldanas ou patescas, é vantajosa sua utilização em
substituição ao mosquetão de escalada, uma vez que diminui o desgaste da corda pelo
atrito.
Fig 9-1. Cabo aéreo com cabo-trilho de corda, cabo de carga e cabo de tração
b. Cabo-trilho de aço:
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................284 /313 )
Semelhante ao descrito na letra ―a‖ anterior, o cabo-trilho de corda é substituído
pelo cabo de aço e o mosquetão de escalada por uma roldana o petasca (Fig 9-2).
Fig 9-2. Cabo aéreo com cabo-trilho de aço, cabo de carga e cabo de tração
Processo de Travessia
a. Deve-se preparar um assento de um ou três nós para o combatente ferido e,
com o mosquetão de escalada, prende-lo ao cabo de carga. Pra ultrapassar o obstáculo,
o combatente é tracionado para outra extremidade, por meio do cabo de tração. Quando o
cabo-trilho tiver uma declinação acentuada, a ação da gravidade poderá auxiliar na
travessia e uma das pernas do cabo de tração será utilizada para controlar a velocidade
(Fig 9-3).
b. Quando se tratar de carga, a travessia será semelhante, havendo necessidade
apenas de preparação dos fardos ou pacotes (Fig 9-4).
Utilização da Baioneta
a) Muitas vezes, o fogo, isoladamente, não é suficiente para desalojar de suas
posições um inimigo resoluto e disciplinado. Fazendo um aproveitamento adequado das
cobertas e abrigos, o adversário permanecerá muitas vezes em suas posições, até que
delas seja expulso por uma ação corpo a corpo, rápida e brutal, mas decisiva. A ação a
baioneta ou simplesmente a sua ameaça é, no entanto, o argumento fundamental de todo
assalto.
b) A noite, em missões de infiltração, e sempre que o sigilo deva ser preservado, a
baioneta é a arma, por excelência, do silêncio e da segurança de que o infante se utiliza.
c) No combate aproximado, quando amigos e inimigos estão demasiadamente
próximos e entrevados, impedindo o emprego das armas de fogo ou granadas, a baioneta
é a arma principal de que se vale o soldado de infantaria para levar a cabo sua missão.
Posições e Movimentos
1) Generalidades
Tomando qualquer posição ou executando qualquer movimento, o combatente à
baioneta relaxará os músculos que não serão utilizados diretamente no esforço. Mantém
o fuzil firmemente, mas sem rigidez. Músculos tensos causam fadigas e retardam a
velocidade dos movimentos.
Dando-se a devida importância ao treinamento, todos os movimentos se tornarão
instintivos. O combatente à baioneta aproveitará automaticamente qualquer brecha da
guarda adversária e forçará o ataque sem hesitação. Evitará repetir sequências de
movimentos. Manterá o equilíbrio em todos os seus movimentos e uma constante
presteza para ferir instantaneamente em qualquer direção, e continuar ferindo até que o
inimigo seja destruído. Observará continuamente a baioneta e o corpo do adversário. As
posições e os movimentos descritos neste artigo têm por finalidade atingir estes fins.
As posições adotadas no combate e a baioneta são: a GUARDA, a GUARDA
CURTA e o PASSO DE CARGA. E os movimentos prescritos são: a MUDANÇA DE
FRENTE, a PONTADA A FUNDO, a PONTADA, O ARRANCAMENTO, a PARADA A
DIREITA (ESQUERDA). A PANCADA HORIZONTAL (VERTICAL) COM A CORONHA, A
PANCADA COM O COICE e o GOLPE CORTANTE. O principiante deverá aprender estes
movimentos como ações independentes; pelo treinamento, entretanto, aprenderá a
executá-los não só variando as combinações como a rapidez, de maneira a imprimir aos
mesmos a aparência de ações contínuas.
2) Guarda
a. Entrada em guarda
1) Frente para o adversário.
2) Avançar o pé esquerdo um pouco a frente e à esquerda, com a ponta deste
voltada para o adversário. Flexionar ligeiramente os joelhos, inclinar o corpo ligeiramente
para frente, a arma na altura dos quadris.
3) Ao mesmo tempo, lançar o fuzil à frente com a ponta da baioneta voltada na
direção do adversário, empunhando o fuzil com ambas as mãos. Este movimento deverá
ser rápido e decisivo.
4) Abarcar o fuzil com a mão esquerda, mantendo a palma da mesma, do
mesmo lado do fuzil, no ponto mais cômodo, imediatamente à frente da braçadeira
inferior; braço esquerdo ligeiramente flexionado. Com a palma da mão direita voltada para
esquerda, empunhar o delgado da coronha. Para evitar que o dedo indicador seja
contundido, empunhar o delgado de maneira que este dedo fique logo atrás do guarda
mato. Manter o pulso apoiado de encontro ao delgado, e a parte extrema da coronha
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................288 /313 )
apoiada de encontro ao quadril direto. Empunha firmemente o fuzil com ambas as mãos,
sem entretanto empunhá-lo com rigidez, ou incliná-lo demasiadamente. Apontar a
baioneta para a base da garganta do adversário.
5) Distribuir o peso do corpo sobre ambas as pernas, pronto para deslocar-se
instantaneamente em qualquer direção.
6) Olhar vigilante, mantendo-o sobre a baioneta e o corpo do adversário.
b. Guarda curta
Para entrar em guarda curta, partindo da posição de guarda, o executante deve
trazer o fuzil a retaguarda, de modo que a mão direita fique junto ao quadril direito. Esta
posição de transporte é aconselhada para deslocamentos através de bosques densos e
terrenos matosos, sobre trincheiras, em torno de edifícios, ou quando o inimigo possa ser
encontrado repentinamente, em espaços muito reduzidos.
c. Erros mais comuns
a) Separação dos pés, não assegurando um equilíbrio estável;
b) Linha dos quadris não perpendicular à direção do inimigo;
c) O corpo muito erguido;
d) Falta de firmeza no antebraço direito, por não manter a coronha de encontro
ao corpo;
e) Braço direito estendido ou demasiadamente flexionado;
f) Fuzil empunhado com rigidez, prejudicando a liberdade de movimento;
g) A ponta da baioneta muito alta.
d. Guarda Alta
a) Para entrar em guarda alta, partindo da posição de guarda, sem mudar a
posição dos pés e a empunhadura do fuzil, trazer a arma diagonalmente à frente do
corpo, para à esquerda e bandoleira para frente, até que o pulso esquerdo fique na altura
e na frente do ombro esquerdo.
b) Emprego na transposição de trincheiras e outros obstáculos.
1) Para saltar mantendo a arma em guarda alta, o homem deve levar a arma
francamente para cima e para frente no início do salto, e trazê-la à posição normal, no fim
do mesmo. Este salto será também executado utilizando-se somente a mão esquerda
para empunhar a arma, ficando, então, a direita livre para auxiliar a limpeza do obstáculo.
2) Para saltar, mantendo a arma na posição de guarda, o homem levantará a
arma, rapidamente, no início do salto, sem modificar a empunhadura, e começará a
descê-la, ao atingir o ponto mais alto do salto. A arma será trazida à posição de guarda à
medida que o homem finaliza o salto.
Pontada a Fundo
Execução
1) Para executar uma pontada a fundo, partindo da posição de guarda, avançar
o pé traseiro e dar uma estocada à frente, distendendo completamente o corpo (figura
44).
2) Completar a distensão do corpo no momento em que o pé traseiro atingir o
solo. Durante esse movimento, o fuzil empunhado firmemente por ambas as mãos, será
orientado decididamente pela mão esquerda numa linha reta, em direção a garganta ou
contra outra parte vulnerável do adversário, em cuja guarda tenha provocado uma brecha.
Rapidamente distender totalmente o braço esquerdo, de modo que a baioneta seja
arremessada na direção do alvo. No momento da distensão total, manter a coronha junto
e de encontro ao antebraço direito, flexionar a perna dianteira, inclinar o corpo bem à
frente e distender a perna de trás.
3) Manter os olhos no ponto do ataque, durante todo o movimento.
4) Se a pontada for evitada, aplicar rapidamente outra pontada ou uma
pancada com a coronha. O recuo e a recaída em guarda, após o apontar, deverão ser
instantâneos. Não deverá nunca haver demora na posição distendida.
Execução
Para arrancar quando a pontada a fundo tiver sido executada como pé direito à
frente, deve avançar-se a perna esquerda e retirar a arma na mesma direção em que
penetrou, para isso todas as forças, e inclinando o corpo para trás pela distensão da
perna dianteira. (Figura 45). Se necessário, manter-se-á o equilíbrio, recuando mais o pé
direito. Se a pontada a fundo tiver sido executada com o pé esquerdo à frente, avançar o
pé direito o suficiente, para manter o equilíbrio e arrancar de acordo com o acima descrito.
Se o adversário cair, colocar um pé sobre seu corpo e arrancar o ferro. Em qualquer
situação, arrancar imediatamente, pronto para executar uma pontada curta ou uma
pancada com a coronha, retomar a posição de guarda curta. Não demorar na posição
final da ponta a fundo.
Arrancamento
O arrancamento de uma pontada curta é semelhante ao de uma pontada a fundo.
Terminado o arrancamento, retomar a posição de guarda, ou executar uma outra pontada
ou uma pancada com a coronha.
Batidas
Finalidade
A batida é uma ação destinada a criar uma brecha na guarda adversária;
consegue-se essa brecha, desviando-se a arma adversária da direção do seu próprio
corpo. O ímpeto da batida é, continuado por uma pontada ou uma pancada com a
coronha. A posição da arma adversária determinará a direção da batida. A batida,
invariavelmente, será feita numa direção que provoque a brecha mais favorável à
execução de uma pontada ou uma pancada com a coronha.
Execução
a) Batida à direita
- Para parar a direita, partindo da posição de guarda, investir à frente como para
uma pontada a fundo.
b) Batida à esquerda
Para bater à esquerda, investir à frente, como numa batida à direita, lançar o fuzil à
frente e à esquerda, de maneira que a coronha fique aproximadamente a frente da virilha
esquerda, desviando a baioneta adversária da frente do corpo. A batida à esquerda é
seguida por uma pontada, ou por uma pancada com a coronha, caso a ponta da baioneta
não esteja na direção do adversário.
Execução
a) Pancada vertical com a coronha - Para executar a pancada vertical com a
coronha, avançar com a perna traseira e ao mesmo tempo levar a coronha para à frente e
para cima, descrevendo um arco no plano vertical em direção à virilha, plexo solar, ou
queixo do adversário, e concentrar no golpe o peso de todo o corpo (Figura 49). Essas
pancadas poderão ser aplicadas, partindo-se de uma posição agachada, quando os
objetivos forem pontos baixos do corpo do adversário, ao mesmo tempo que a este se
oferecerá um alvo pequeno e difícil.
Fig. 4
(Figura 50) e dirigir energicamente a chapa da soleira contra a cabeça do inimigo,
distendendo completamente os braços à frente, e avançando o pé direito para manter o
equilíbrio.
Fig. 5
e) Pancada com o coice - Se o adversário recuar e evitar a pancada horizontal, aplicar
uma pancada com o coice, mantendo a coronha na horizontal. Se a pancada com o coice
não atingir o adversário, continuar o ataque com um golpe cortante, executando o
movimento de maneira idêntica à prescrita para o golpe cortante vertical.
.
Fig. 8
Fig. 9
Fig. 10
Generalidades
a) O homem que no combate ficar desarmado em virtude da perda ou inutilização de
sua arma, não está ainda perdido. Terá duas coisas a fazer: apanhar imediatamente outra
arma, qualquer que seja, e continuar a luta; se isto não for possível, tratará de desarmar
seu adversário e matá-lo com sua própria arma.
b) O homem, temporariamente desarmado, reagirá agressivamente, como se
estivesse armado. Com seus olhos, cérebro e músculos se preparará para um oportuno
combate corpo a corpo. O justo momento, dar-se-á no instante em que o adversário
assaltar ou executar uma pontada, quando ficará momentaneamente incapaz de recobrar-
se ou opor-se a uma repentina manobra do adversário desarmado.
Fig. 11 Fig. 12
Primeiro processo
a) Com a mão direita parar a baioneta do adversário para a esquerda e, ao mesmo
tempo, dar um passo lateral à direita, com a mão esquerda, palma para cima, agarrar o
fuzil entre as braçadeiras. Então, com a face externa da mão direita, golpear a parte
interna da articulação do cotovelo esquerdo do adversário e agarrar seu antebraço.
Segurando firmemente o fuzil avançar rapidamente pelo lado esquerdo do atacante num
movimento enérgico, empurrar a arma para cima e para trás em arco, sobre o ombro do
adversário. Se este ainda continuar segurando o fuzil, golpeá-lo ou atingir-lhe com o pé
arrancando a arma já frouxa; voltar-se a atacar o inimigo, empregando a baioneta
arrebatada.
Segundo processo
a) Com a mão esquerda parar a baioneta do adversário para a direita e ao mesmo
tempo, dar um passo lateral à esquerda. Com a palma da mão direita voltada para cima,
segurar o fuzil entre as braçadeiras. Então, com a palma da mão esquerda voltada para
baixo, agarrar a arma na altura do depósito e girá-la vivamente para cima e para trás, em
arco, por cima do ombro do atacante. Segurando o fuzil firmemente, com ambas as mãos,
ultrapassar rapidamente o atacante pelo lado, arrebatando-lhe a arma; aplicar-lhe, então,
pancadas com a coronha ou voltar-se para atacá-lo coma própria baioneta.
Generalidades
a) As ações básicas para desarmar um adversário armado de faca são: desviar a
facada e imediatamente, aplicar no atacante um golpe que o force a largar a arma. Os
movimentos aqui descritos para um homem, são os que deverão ser empregados por um
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................298 /313 )
combatente que tenha de enfrentar um atacante, armado de faca na mão direita. Se o
atacante for canhoto, os movimentos sofrerão uma adaptação: o preconizado para a mão
direita será feito pela esquerda e vice-versa.
b) Golpe de cima para baixo - Parar o braço do adversário antes que o mesmo se
distenda, com o antebraço direito; e flexionar o pulso para evitar que o braço do
adversário escorregue para os lados. Avançar a perna direita, aplicando contra o inimigo
uma joelhada na virilha, ou se isso não for possível, ultrapassá-lo para proteger o corpo.
Passar o antebraço direito por baixo e por trás do braço do adversário e segurar o próprio
pulso esquerdo, com a mão direita. Fazer uma pressão para trás, a fim de forçar o
adversário a largar a faca, e possivelmente, deslocar o cotovelo.
c) Golpe de baixo para cima - Dar rapidamente um passo lateral à esquerda, fugindo
ao golpe, empurrando ao mesmo tempo com o braço esquerdo, o braço do adversário
para o lado oposto. Com a mão direita, agarrar o pulso direito do adversário, fazendo
simultaneamente uma pressão sobre seu cotovelo direito, com o antebraço ou mão
direita. À medida que vai sendo torcido o pulso do adversário, a mão direita continua a
pressão sobre seu cotovelo, exercendo-a de cima para baixo. Colocando uma perna na
frente da perna do adversário, que estiver mais próxima, poderá calçá-lo, e derrubá-lo no
solo.
d) Outros tipos de ataque - Um adversário, que vibra sua arma em rápidos arcos em
todas direções, e não emprega o golpe de cima para baixo e nem o de baixo para cima,
será dificilmente desarmado. O melhor será, então, manter-se fora do raio de ação de sua
arma, e atirar-lhe qualquer coisa na cara ou golpear lhe os joelhos, enquanto mantém-se
alerta para o corpo a corpo, aproveitando qualquer brecha.
O Instrutor
a) O instrutor deve ter bom físico e ser capaz de demonstrar pessoalmente todos os
movimentos e posições; além disso, deve possuir um grande entusiasmo, vigor e as
qualidades de chefe, capazes de despertar nos instruendos a serem exercitados a melhor
boa vontade. Essas qualidades ou sua falta se refletirão no aproveitamento dos homens.
b) O instrutor deve incutir nos homens que o combate a baioneta poderá ser a
coroação de extenuante progressão ou de uma defesa determinada, ocasião em que
estarão fisicamente quase exaustos. Por isto, durante o exercício, o instrutor salientará a
importância do espírito ofensivo do combate a baioneta, baseado no poder da vontade,
mesmo quando o aniquilamento das forças físicas for iminente
c) O instrutor deverá evitar ações violentas, disparatadas ou desordenadas. Deverá
fazer uma exposição clara, precisa e encorajadora para conseguir atenção e
aproveitamento por parte dos instruendos.
d) O instrutor não empregará nem animará o emprego de palavras ofensivas para
incutir no instruendo o espírito combativo. Deverá encorajar as exclamações
espontâneas, mas não exigirá exclamações forçadas. Gritos não substituem o entusiasmo
e a habilidade.
e) Antes de começar o exercício, os homens deverão estar em boas condições
físicas. A adaptação física posterior é progressiva. Para obter os melhores resultados, o
instrutor não deve exigir que os instruendos fiquem com os músculos excessivamente
doloridos.
f) As explicações e demonstrações serão simultâneas, breves e claras. Os
instrutores, primeiro, deverão fazer as demonstrações na cadência do combate real;
depois numa cadência bem lenta e com interrupções para explicações, de maneira que os
pormenores do movimento se tornem claros aos instruendos.
g) O instrutor salientará a importância da rapidez, do equilíbrio, da oportunidade e da
avaliação das distâncias. Uma vez que a tensão dos músculos contraria todas essas
qualidades, uma atenção especial deverá ser dada ao relaxamento dos mesmos.
h) Cada homem deve pensar e agir por si mesmo. Por isso, o instrutor deverá evitar a
tendência nociva, de transformar o exercício em ―ordem unida‖. O exercício a comando só
deverá ser utilizado no início do treinamento. Tão cedo quanto possível, o exercício pelo
processo instrutor-instruendo, a fim de assegurar a coordenação de vista e dos músculos,
sem voz de comando.
i) Durante a instrução sobre a tática de combate em grupos e nas pistas de assalto,
será ensinado aos homens como agir em conjunto.
b) Segunda sessão
1) Recordação da sessão anterior
2) Novos movimentos
- Pancada vertical com a coronha e volta à guarda;
- Pancada horizontal com a coronha e volta à guarda;
- Batida à direita, pontada, arrancamento; executado por duplas,
trocando-se as funções, repetir na cadência do marche-marche;
- Batida à esquerda, pancada vertical com a coronha; executada por
duplas, trocando-se as funções.
c) Terceira sessão
1) Recordação das sessões anteriores
2) Novos movimentos
- Série de pancadas verticais com a coronha;
- Série de pancadas horizontais com a coronha;
- Batidas e pontadas contra manequins executadas quando parado ou
em movimento.
d) Quarta sessão
1) Revisão das sessões anteriores;
2) Instruções preliminares sobre o bastão de treinamento;
3) Batidas e pontadas com o bastão de treinamento, processo do instrutor-
instruendo, sabre- baioneta sem a respectiva bainha.
4) Batidas e pontadas contra manequins executadas na cadência do marche-
marche.
e) Quinta sessão
1) Revisão (prática de pontadas e batidas com o bastão de treinamento);
2) Pancadas com a almofada do bastão de treinamento;
3) Tática do assalto em grupos: dois contra um, sabre-baioneta com bainha;
4) Batidas e pontadas contra manequins executadas na cadência de marche-
marche.
f) Sexta sessão
1) Revisão de todos os movimentos com o bastão de treinamento
2) Tática do combate em grupos
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II/Vol I.....................................................................302 /313 )
- Dois contra um
- Três contra dois
- Dois contra três
- Um contra dois
3) Pista de assalto, ao passo.
g) Sétima sessão
1) Revisão
2) Pista de assalto, em marche-marche.
h) Oitava sessão
Desarmar um adversário munido de fuzil-baioneta ou faca b) Pista de
assalto, em marche-marche.
i) Décima sessão
1) Revisão de: desarmar um adversário munido de fuzil-baioneta ou faca.
2) Pista de assalto em marche-marche, equipamento completo A repetição
constante das sessões de treinamento é necessária para treinar e manter o
homem em boas condições. Essas sessões deverão ser orientadas nos
moldes do treinamento básico aqui esboçado. Uma prática de vinte minutos,
três dias por semana, é indispensável para manter a forma e a perfeição
física. Durante essas sessões a importância dos exercícios na pista de
assalto, e de outros exercícios de natureza enérgica deverão ser levados em
consideração.
Fig. 24 - Toca apresentando uma cabeça exposta, para ser atacada por
estocadas.
Fig. 25- Obstáculos a serem transpostos como se fosse uma escada horizontal.
Altura variável; intervalos também variáveis; nunca, porém maiores de 65cm.
b) Manequins suspensos –
Quando os instruendos tiverem aprendido a técnica da pontada a fundo e da pontada
curta, deverão ser treinados nas pontadas contra discos de papel, ou círculos
pintados nos manequins suspensos. Os grupos não devem exceder de seis a oito
homens por manequim. Os homens munidos de baionetas sem as respectivas
bainhas agirão da seguinte maneira:
1) O instrutor riscará uma linha-base no solo para as primeiras pontadas, fará
em seguida uma distensão total de corpo e de fuzil em uma pontada a fundo, a fim de
determinar a localização exata dessa marca. Essa marca será riscada na posição que
ocupar o pé dianteiro. Uma vez que a contínua preocupação com a linha-base desvia
para a posição do pé a atenção da pontada a ser executada; o instruendo deverá
abandonar a utilização da linha-base, tão logo se familiarize com o alcance de sua
pontada.
Pista de Assalto
a) Finalidade
O treinamento na pista de assalto prescrito na sexta sessão e nas sessões
seguintes tem as seguintes finalidades:
1) Proporcionar um treinamento sob condições semelhantes às do
combate real.
2) Ajudar o combatente a desenvolver agilidade, força e rigidez.
3) Oferecer um desafio à decisão e à força de vontade do instruendo,
qualidades essas essenciais no combate a baioneta.
4) Proporcionar meios para incutir nos instruendos reflexos da tática do
combate em grupos e ação de conjunto.
5) Possibilitar a aferição da capacidade do combatente.
6) Proporcionar o recurso de manter em forma o combatente por meio de
exercícios periódicos, contínuos, incluindo-se práticas de acordo com o tempo disponível.
b) Descrição
1) As pistas de assalto deverão ser construídas em terreno acidentado e,
de preferência matoso. O comprimento da pista poderá variar de 180 a 270 metros. O
número e o tipo dos obstáculos dependerão das condições locais e da engenhosidade do
construtor. O construtor deverá aproveitar os obstáculos naturais, tais sejam: riachos,
ravinas, dobras do terreno, e árvores grossas. Completará o ambiente com obstáculos
artificiais, tais sejam: trincheiras, fossos, crateras, redes de arame, cercas, caminhos com
leito de troncos, (estivas), escadas horizontais, etc.
2) Os alvos deverão consistir de manequins dispostos em pontos
escolhidos, sendo de preferência móveis, a fim de que a pista possa ser alterada com
frequência. O construtor deverá colocar alvos suspensos em vários pontos e manequins
dependurados em árvores, de maneira que surjam à frente do atacante, quando este se
aproximar. Poderá organizar manequins em armações com dobradiças, de modo que
surjam detrás de árvores ou moitas, quando o atacante se aproximar. Manequins para
pontadas e pancadas com a coronha poderão ser montados em estacas de 10 por 10 cm,
dispostos nos quadros da armação de estacas, de acordo com a figura 20. O construtor
poderá localizar diversas armações de estacas na pista, para que possam ser
modificadas as posições dos manequins no curso da mesma, transferindo-se os
manequins de uma para outra armação. Poderá, também, construir diversos alvos
especiais para o exercício da tática de assalto em grupos.
3) A pista deverá ter seis subpistas, (com uma série completa de
obstáculos para cada subpista), de modo que possa ser percorrida por um grupo chefiado
por um sargento comandante, por um cabo auxiliar ou por outro chefe designado.
c) Como orientar o exercício na pista
1) Em virtude das variações do terreno e diferenças nas disposições dos
obstáculos e manequins, não deverá haver um tempo, limite fixo, para que a pista seja
percorrida. Inicialmente, o homem deverá percorrê-la a passo moderado e a medida que