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CLUBE DE DESBRAVADORES FENÔMENO

14ª REGIÃO

Relatório de especialidade
Nós e amarras

FABIANO DRESCH

UNIÃO CENTRAL BRASILEIRA


ASSOCIAÇÃO PAULISTA DO VALE
1. Definir os seguintes termos:

a) Seio (laçada): Volta em que as partes de uma mesma corda se cruzam.

b) Ponta corrediça (vivo): É a ponta com a qual formamos o nó

c) Corda restante (ponta fixa): Parte do cabo que não é usada como ponta de
trabalho.

d) Nó superior: Nó principal que é dado no momento que se realiza uma amarra.

e) Alça de azelha (laçada com nó): Nó simples que forma uma alça.

f) Volta (laço): Quando a corta envolve completamente um objeto voltando a estar


próxima de si mesma.

g) Curva (dobra): Formação paralela da corda, aplicada a qualquer parte dela.

h) Amarra: Utilizada para fazer móveis de acampamento com madeiras e cordas.

i) União de cordas: Junção de cordas através de dobras e não das pontas (fixa ou
vivo)

j) Chicote (ponta de trabalho): Parte da corda que é utilizada no manuseio para


fazer o nó.

2. Conhecer os cuidados para a conservação de cordas.

Poeira, terra e areia, todas essas partículas penetram pela capa e por abrasão
provocam desgastes internos, dificilmente vistos olhando-se por fora. Sentar, pisar
ou mesmo se apoiar sobre a corda pode forçar a entrada destas partículas e
aumentar o desgaste interno, além de maltratar a corda por pressão em possíveis
quinas de rocha ou cantos de botas. Alguns escaladores possuem tipos de bolsas
projetadas para se carregar cordas que podem ser içadas e abertas no chão,
transformando-se numa espécie de tapete. Mas você não precisa comprar uma
bolsa dessas para cuidar bem de sua corda, uma pequena lona de plástico pode ser
uma alternativa barata, evitando do mesmo jeito o seu contato direto com o chão.
Lavar de vez em quando a corda também ajuda, mas atenção, nada de usar
produtos de limpeza, no máximo um sabão neutro. Depois deixe secar solta num
lugar ventilado e a sombra e nunca exponha em demasia a corda ao sol, o nylon se
degrada com os raios ultravioletas. Esquecê-la ao sol, na janela traseira do carro é
um crime.

Os cuidados com os produtos químicos, também são muito importantes,


principalmente destes dois grupos, relativamente comuns: os ácidos de qualquer
espécie (mas comumente o de bateria de carro) e os hidrocarburetos (derivados do
petróleo). É impressionante e assustador saber que uma boa parte desse tipo de
contaminação ocorre dentro dos carros na hora de transportar os equipamentos, por
isso o cuidado no transporte é fundamental.

Os hidrocarburetos (óleo, querosene, gasolina, diesel, etc.) podem ainda ser


detectáveis pelo cheiro ou cor. Entretanto os ácidos muitas vezes degradam a corda
sem que se perceba, pois o seu estado visual pode parecer perfeito, quando já
consideravelmente atingido. A qualquer contaminação ou suspeita de tal, deve-se
descartar a corda. Outro ponto importante a se ter atenção é com a abrasão
causada por quinas e arestas rochosas durante o uso, uma escalada ou
simplesmente um rappel. É preciso saber que as cordas são constituídas de fibras
de poliamida, ou seja, fibras têxteis, suscetíveis a um desgaste. Ficar atento e
conseguir visualizar possíveis pontos de abrasão evitando-os e quando necessário
protegendo-os é a melhor forma de prolongar a vida da corda.

Mas mesmo depois de seguir todos os cuidados e não cometendo nenhum abuso, é
imprescindível que se inspecione periodicamente a corda por inteira. A capa pode
ser a melhor maneira de ter-se um ideia de como está o seu estado geral. Olhando-a
e apalpando-a centímetro por centímetro.

Fazer pequenos círculos com a corda pode propiciar a visualização de um


rompimento interno da alma, ao observar-se a formação de uma “quina viva” em
alguma das voltas. Ao mesmo tempo pode-se ver se não há nenhuma alteração no
diâmetro, o que também indicaria que há algo errado no seu interior. A mudança na
rigidez da corda demonstra ruptura interna.
Deve-se dar atenção, também, aos talhos, verificando se a alma não está à mostra.
O “desfiado” é um forte indício de danos internos. Pode ser associado à ruptura da
alma e da capa. O “desgaste” é causado por abrasão, e é um perigoso sinal.

“Desfiado”, “desgaste” e“quina viva”: Quando algum desses danos aparecerem, se


afetarem somente as extremidades pode-se cortar a corda a partir do ponto
danificado, perdendo-se só a ponta. Todavia se o estrago for no meio, não há como
salvá-la.

É necessário saber que não existe um tempo definido para a vida útil de uma corda,
como vimos há vários fatores que aceleram ou não a sua degradação. A
manutenção, a frequência de uso, os tipos de equipamentos utilizados em conjunto,
a maneira como foram feitos os rappéis, a intensidade de carga exercida, o número
de quedas, a exposição a abrasões físicas, os danos químicos, os raios ultravioletas
e os tipos de clima, todos eles contribuem para sua exaustão. Entretanto é bom se
ter em mente que um dia, por mais cuidadoso que você tenha sido e mesmo tendo
tido um uso moderado, aquela sua corda sem danos aparentes tem que se
aposentar. Alguns especialistas dizem que a corda não pode ser usada por mais de
cinco anos por melhor que ela pareça.

3. Descrever as diferenças entre corda estática e dinâmica. Listar, pelo menos,


três usos para cada uma.

A princípio as suas fibras eram torcidas em feixes, como as cordas náuticas, porém
a desvantagem era o grande atrito que geravam. Décadas se passaram para que os
fios finalmente fossem trançados em espiral na forma de uma capa que envolvia
uma alma, também formada de fios torcidos, trançados ou lisos. Aí é que está a
principal diferença entre as cordas estáticas e dinâmicas.

Nas cordas estáticas os fios da alma são lisos, dando-lhe a elasticidade natural do
nylon 1 ou 2% ao peso médio de uma pessoa. Já nas cordas dinâmicas os fios são
um conjunto de cordinhas torcidas ou trançadas, e este é o segredo para a absorção
de choques, com a elasticidade de cerca de 5% a 10% ao peso de uma pessoa
normal.

- Corda estática:
Vantagens: Desvantagens:

- Corda dinâmica:

Vantagens: Desvantagens:

4. Identificar os tipos de cordas a seguir. Faça um relatório descrevendo os


pontos negativos e positivos para o uso de cada uma:

a. poliéster – grande resistência e excelente compatibilidade com outras fibras.


Corda estática.

b. sisal – áspera, usada em construção civil e, pelos desbravadores, para fazer


pioneirias.

c. nylon – corda resistente e maleável, com filamentos longos; se degrada em


contato com o sol.

d. Polipropileno – resistente a agentes químicos, elasticidade, não retêm água e


algumas podem flutuar.

5. Quais são algumas vantagens e desvantagens da corda sintética?

São cordas delicadas e merecem cuidados especiais, em função de seu custo.


Devem ser lavadas sempre que em contato com lama ou rocha úmida, para que as
pequenas partículas abrasivas não machuquem sua estrutura. São sensíveis a ação
do sol, que resseca a fibra e desbota sua coloração. Recomendável variar o ponto
do nó ou da fixação distribuindo o esforço, para que não haja ruptura das fibras
aloucadas na parte superior do nó.

6. Segundo a Bíblia, qual o tipo de corda estática é mais resistente? Citar


Livro, capítulo e versículo.

Eclesiastes 4: 9-12
“9 Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. 10
Pois se caírem, um levantará o seu companheiro; mas ai do que estiver só, pois,
caindo, não haverá outro que o levante. 11 também, se dois dormirem juntos, eles se
aquentarão; mas um só como se aquentar 12 E, se alguém quiser prevalecer contra
um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa.”

Salomão argumenta em seu falar: se alguém quiser prevalecer contra outro, se


unindo a um segundo terão mais facilidade. Isto nos comprova que um cordão
dobrado oferece maior resistência. Entretanto se optarmos em acrescentar uma
terceira dobra, ele fica ainda mais resistente! Se há benefícios na união de dois,
haverá muito mais quando incluirmos uma terceira corda!

7. Faça o seguinte em uma corda:

a) Nó Costura singela ou costura curta (Splice): É a melhor forma de se emendar


cordas trançadas, já que além de permitir um acabamento impecável, permite que a
ligadura seja mais forte do que a corda original.

b) Nó Costura de alça (eye Splice): Utilizada em cordas de atracamento de


embarcações, tem uma alça firme.
c) Nó Costura em pinha ou falcaça inglesa (black Splice): De todos os
procedimentos é o que propicia o melhor acabamento e firmeza. A complexidade de
execução é compensada pelo ótimo resultado.

d) Finalizar a extremidade de uma corda com uma Pinha de rosa dupla, falcaça,
ou Nó de Mathew Walker

Falcaça: de fácil confecção, tem como única condição a escolha do fio com a
resistência adequada ao trabalho.
e) Pinha Singela: Pode servir para substituir emergencialmente uma falcaça.

f) Nó de porco: Mesma função da pinha singela e de execução semelhante, mas


com as pontas são puxadas para baixo

8. A partir de materiais encontrados na natureza, ou com barbante, fazer duas


cordas com, pelo menos, 2 metros cada:

a) Uma de três fios


b) Uma com trançado triplo

9. Descrever, pelo menos, 3 plantas que podem fornecer material para a


confecção de uma corda.

10. Fazer de memória, pelo menos, 20 dos nós abaixo, falando ao avaliador o
nome, para que serve e suas limitações. Fazer um relatório descrevendo cada
um, citando para que serve e situações em que deve ser usado:

a) Nó Fateixa: ou também chamado de “volta redonda”, é um nó bastante útil para


amarrar uma corda à uma argola, com a garantia de não soltar que pode ser usado
para esticar toldos e barracas.

b) Lais de Guia (nó bolina): Nó de grande utilidade, usado para formar uma laçada
não corrediça. É um de grande confiabilidade pois além de não estrangular sob
pressão, é fácil de desatar. Ao executá-lo deve-se tomar cuidado uma vez que, se
mal executado, desmancha-se com facilidade. O nó lais de guia tem como função
principal ajudar no resgate de pessoas afogadas e em portos para manter os navios
ancorados, muito usado na marinha em treinamentos de resgate e ancoradouros. É
um laço que não corre.

c) Lais de Guia Duplo: O Nó Lais de Guia Duplo é o nó de encordamento preferido


dos escaladores esportivos. É que ele é bem mais fácil de soltar depois de uma
queda. O Nó Lais de Guia Simples não é aconselhado, já que se afrouxa fácil
demais e pode se desfazer se tracionado em três direções.Também serve para
formar uma ponta com dois laços que não correm para ser usada em resgates, pois
ela forma uma cadeirinha improvisada.

d) Nó Quadrado
e) Nó Cego: Também conhecido como nó esquerdo ou torto. Esse nó deve ser
aprendido para nunca ser usado, é um nó que quando solicitado, pode alternar sua
resposta e funcionamento, ora pode ser instável e desatar com facilidade, ora pode
ser muito difícil de desfazer, tornando-se um nó inseguro, sem aplicação prática.

Executa-se dando dois nós simples seguidamente, da mesma forma.

f) Nó de Carrasco (de Forca): Também conhecido por nó de carrasco. Nó utilizado


muitas vezes na história para enforcamentos. Ao contrário do que muitas pessoas
pensam, o enforcamento com o uso deste nó tem como objetivo o destroncamento
da coluna cervical e, por conseguinte, a ruptura de seu sistema nervoso e não o
simples estrangulamento. A parte rígida deste nó, composto normalmente por 7
espiras apertadas em torno da própria corda, serve como alavanca, promovendo
uma morte indolor e evitando que esta ocorra pelo sufocamento do condenado.

Serve para amarrar algo para ser içado.

g) Nó Borboleta: Nó utilizado para aplicar desvio de força no seio de um cabo ou


para dividir direções de ancoragem. Após realizado oferece uma alça que pode ser
utilizada para unir outro cabo ou fazer desvio no posicionamento do cabo principal.
Permite a aplicação de força em direção oposta nos dois chicotes.

h) Nó de Espia (nó ordinário ou nó de ajuste ou calabrote dobrado): O Nó


Ordinário serve para unir pontas de cordas de mesma espessura, mas seu uso é
praticamente só decorativo. Quando as pontas são esticadas ele perde sua forma
decorativa e se torna muito difícil de identificar. Além disso, fica extremamente
apertado e difícil de soltar. O uso recomendado é puramente decorativo.

i) Nó Constritor (nó de contração ou volta da fiel duplo): Não corre lateralmente


e suporta bem a tensão. Permite amarrar a corda a um ponto fixo. Utilizado para
amarrar cabos de retenção e espias.

j) Nó de Espia Duplo (nó ordinário duplo)


k) Nó Oito: O Nó de oito, ou apenas nó oito é um nó de travamento (e também
decorativo). Sua bela forma de 8 que lhe confere este nome. Como todo nó de
travamento, serve para limitar o curso de uma corda. se esta corda passar por um
obstáculo (como um olhal, um mosquetão, um moitão, uma roldana...), o nó impedirá
que a corda continue correndo.

l) Nó de Pescador: É usado para unir cordas de extremidades iguais, podendo


também ser útil em caso de cordas molhadas. Pode ser usado em cordas de nylon e
linhas de pesca.

m) Nó de Pescador Duplo
n) Volta do Caçador (nó de Hunter)
o) Nó Volta do Gato (nó Pata de Gato): O Nó Pata de Gato é utilizado para ligar
uma corda a um objeto tal como um anel ou um gancho, por exemplo.

p) Nó Torto (Nó cego, ou Nó Esquerdo)

q) Volta de Fiel: A volta do Fiel é um nó que serve para se fixar uma corda em um
tronco. É muito usado por iatistas para atracar o barco com segurança, mas também
é usado para começar amarras. É um nó bastante firme e pode ser arrematado com
um cote.

r) Nó Prussik: Também conhecido como prússico. É um tipo de nó blocante de


grande utilidade para sistemas de segurança, desvio ou tração. Possui a
particularidade de prender tão mais quanto maior for a força aplicada em sua alça.
Uma vez aliviada a força, pode-se movê-lo facilmente ao longo da corda.

s) Lais de Guia de Correr (Lais de Guia Corrediço): O Nó Lais de Guia de Correr


é um tipo de Nó de Forca, estruturalmente relacionado com o Nó Lais de Guia
padrão. Tal como sucede com a maior parte dos nós de correr, o Nó Lais de Guia de
Correr irá apertar automaticamente quando sujeito a tensão, mas irá libertar-se
assim que a tensão seja retirada. Desliza facilmente e, tal como acontece com o Nó
Lais de Guia padrão desata facilmente mesmo após utilizações intensas.

t) Cadeira de Bombeiro (catau de marinheiro)

u) Catau: Muito importante para encurtar ou esticar um cabo frouxo, cujo dois
extremos estejam presos, ou seja, reduz o comprimento de uma corda sem cortá-la.
Serve também para isolar alguma parte danificada da corda, sem deixá-la sob
tensão.

v) Nó de Escota: O Nó de Escota é um nó muito versátil. Serve para unir as pontas


de cordas com espessuras diferentes. É muito firme, e não cede à pressão, mas na
hora de desfazer, não fica muito apertado. Existe a versão Dupla (e tripla, que segue
o mesmo princípio) e alceada. A versão alceada é largamente usada como nó de
bandeira, por ser muito firme, porém fácil de desfazer.

w) Nó de Correr (nó corrediço): O Nó de Correr, conhecido também como Nó


Corrediço, cria uma alça que corre. É bem rápido e fácil de fazer, e suas utilidades
são variadas. Seu uso principal é amarrar objetos que devem ficar mais firmes
quando for exercida uma força sobre eles. Deve ser evitado seu uso direto com o
corpo, pois o nó aperta sob qualquer movimento ou força, podendo cortar a
circulação no local.

x) Nó Direito: O Nó direito é um dos nós mais básicos. Simples, fácil de fazer e


firme, tem as principais características positivas de um nó. Serve para unir as pontas
de duas cordas, formando uma corda maior; ou as duas pontas da mesma corda,
formando uma alça. Sua maior desvantagem é que só fica firme se utilizado em
cordas de material não-sintético de mesma largura. Usado para finalizar amarras e
no dia a dia amarrando sacos de lixo, ataduras em primeiros socorros etc.
y) Nó Cirurgião: Esse Nó é muito usado em casos extremos, onde se necessite
fazer uma sutura em um corte, e também para manter unidas as partes da sutura
(finaliza pontos de cirurgia ou cortes profundos).

z) Volta da Ribeira: O Nó Volta da Ribeira é um nó muito útil, de feitio rápido e fácil


de desamarrar. É utilizado para amarrar um chicote a um mastro, árvore ou barra,
ficando mais apertado e firme à medida que se coloca peso. Alguns usam para
começar amarra diagonal. Deve ser de uso provisório.

aa) Meio-nó Superior (Nó Único Para Empate)


bb) Nó Alceado
cc) Nó Volta paradora (Volta redonda)
dd) Nó de Frade
ee) Nó encapeladura (nó de algema)
ff) Nó UIAA (Nó meia volta do fiel)

11. Fazer corretamente as seguintes amarras:

a) Amarra quadrada

b) Amarra diagonal

c) Amarra paralela ou redonda

d) Amarra contínua simples

e) Amarra contínua dupla

12. Fazer um quadro com, pelo menos, 25 nós.

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