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RENATA SEBASTIANA DOS SANTOS
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Professor conteudista é o profissional responsável pela elaboração do material didático multimídia
utilizado em cursos a distância.
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elementos constituintes do educador de EJA.
Esta modalidade me atraiu a atenção de modo especial após o breve período
que atuei como professora voluntária, ainda sem formação na ONG Fermento na Massa.
Ganhando força novamente quando em 2014, atuo como professora substituta em uma
IES em cursos de licenciatura (pedagogia, física, matemática, geografia, química,
ciências biológicas, ciências sociais). Nesse período ministrei as disciplinas de
Educação de Jovens e Adultos: Fundamentos e Metodologias I e II Prática de Ensino e
Orientação de Estágio IV- a ser desenvolvido no espaço escolar da EJA no curso de
pedagogia. Ministrei outras disciplinas que são comuns nas diferentes licenciaturas,
porém, foi na pedagogia o único espaço em que esta modalidade foi abordada como
uma necessidade formativa do licenciando. Vista neste curso, como um campo de
atuação.
Embora haja na LDB 9394/96, nos artigos de nº 61, 62 e 63 a indicação de que
requisitos a serem seguidos para que o professor como a compatibilidade com a área de
atuação, a formação curricular integrada de como “assegurar as especificidades do
trabalho do professor na formação para atuação multidisciplinar e em campos
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formação docente do educador desta modalidade.
No entanto, nem sempre nos cursos de pedagogia há a preocupação em ofertar
disciplinas específicas para formar o educador atuar nesta modalidade de ensino. Em
contrapartida, é o curso de pedagogia que, embora de forma discreta e tênue vem ao
longo de sua existência, atuando na formação do professor da EJA. De acordo com
Soares (2006), tal escassez impacta negativamente na qualificação profissional
comprometendo o trabalho docente e interpondo obstáculos à aprendizagem dos
educandos. Como consequência, reduzindo as possibilidades de sucesso da
aprendizagem. Para o autor, essa situação decorre de alguns impasses ainda não
resolvidos.
[...] o campo da EJA não construiu, ainda, o consenso de que possui uma
especificidade que requer um profissional preparado para o exercício da
função. As concepções de EJA variam dependendo do lugar em que é
oferecida. Enquanto há lugares que se baseiam na ideia de que "qualquer
pessoa pode ensinar para jovens e adultos", há outros que enxergam a
habilitação como um requisito essencial e outros, ainda, que concebem que a
formação inicial, apesar de seu valor, não é o preponderante para o trabalho.
(SOARES, 2005, p.35)
HIPÓTESES DE PESQUISA
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Como hipótese de investigação, considera-se que as necessidades formativas do
educador de EJA nos Projetos Pedagógicos dos cursos de Pedagogia das Instituições de
Ensino Superior de Minas Gerais ocupam um lugar marginal. Em decorrência disso, os
licenciandos não recebem formação específica para atuar na EJA ou a recebem de forma
bastante geral e básica.
REVISÃO DE LITERATURA
A revisão de literatura foi realizada com base nos trabalhos completos
apresentados nas últimas 6 reuniões nacionais da ANPED 3 nos Grupos de Trabalho da
EJA (GT18) e de Formação de Professores (GT08). Tal escolha se deve ao fato da
relevância desta organização e de seus eventos na área de pesquisa em educação.
No GT08 obtivemos os seguintes dados:
Total de trabalhos encontrados neste GT no total SEM correlação com a
pesquisa: 105
Total de trabalhos encontrados neste GT no total COM relação com a pesquisa:
5
Total de trabalhos encontrados neste GT no total: 109
De um universo de 109 encontramos apenas 5 trabalhos com possíveis
aproximações do nosso objeto de estudo. E ainda, a maioria desses trabalhos não
aborda a temática da EJA e da formação do docente para atuar nesta modalidade
de forma explícita; mas tratam da formação inicial do pedagogo.
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Da Formação Inicial E Continuada Para Professores Da Educação Básica”, neste estudo,
as autoras RODRIGUES, CERDAS e QUEIROZ (2019) focam na formação inicial de
professores e na formação continuada desenvolvida em parceria com a universidade.
Na 39ª Reunião nacional da ANPED ocorrida em 2019, foram encontrados 23
trabalhos sem correlação com a temática da pesquisa, e também mais 2 trabalhos que se
aproximam da formação inicial de professores do curso de pedagogia com vistas à
atuação na EJA. Os trabalhos são: “Formação de professores e sentidos de docência em
currículo de Pedagogia”, neste estudo, a autora apresenta a trajetória histórica do curso
de Pedagogia no Brasil e analisa nas DCNs para o curso de pedagogia, como são
tratados os sentidos da docência e seus desdobramentos dentro do campo educacional de
modo mais abrangente. Embora não haja menção direta à EJA, este estudo traz
apontamentos importantes sobre o legal da formação do pedagogo, profissional que é
relevante nesta pesquisa.
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desses estudos apresenta aproximação com as necessidades formativas do educador
graduando em pedagogia. Os temas abordados nos trabalhos permeiam a identidade e as
especificidades dos alunos da EJA, a conceituação da EJA, o papel da educação popular
na constituição dessa modalidade de ensino, interferências legais advindas das decisões
políticas no período de 2003-2010, relação do FUNDEB- Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação Básica com essa modalidade.
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formação oferece ao licenciando um diferencial não apenas no campo de atuação como
docente, mas também no aspecto social, uma vez que perpassa pela constituição desse
campo de estudo e de sua história ligada à luta pelo direito dos excluídos à educação
(FREIRE, 1996; ARROYO, 2006a; HADDAD, 2007).
Talvez este seja o trabalho que mais se aproxima do objeto de estudo desta
pesquisa, já que nele são abordados aspectos inerentes às necessidades formativas dos
licenciandos em pedagogia com enfoque específica na habilitação para esta modalidade
de ensino, perpassa ainda, por desdobramentos oriundos das políticas públicas e suas
implicações no currículo dos cursos de pedagogia; aqui, com enfoque específico ao
curso de pedagogia da UFMG.
JUSTIFICATIVA
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Com base na revisão de literatura acima apresentada é possível verificar que há
uma discreta produção científica sobre a formação inicial do educador da EJA
evidenciada pelo pequeno número de trabalhos acadêmicos localizados nos anais das
últimas cinco reuniões da ANPED (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa
em Educação). Tal constatação permite afirmar a necessidade de produção e ampliação
do conhecimento sobre o problema de pesquisa apresentado. Ou seja, as lacunas
identificadas na revisão de literatura reforçam que é preciso um aprofundamento do
debate acerca do lugar da EJA na formação de professores em geral, e de modo
específico, na formação do Pedagogo.
Com isso tem-se no horizonte de investigação contribuir com dados que possam
subsidiar a formulação de políticas públicas de formação de professores mais afinada
com as demandas postas pelo desenvolvimento de uma educação que não pode se
reduzir à educação básica de caráter obrigatório; isto é, de uma educação voltada para
indivíduos com trajetórias ideias de escolarização.
OBJETIVOS
Geral
Analisar as propostas curriculares dos cursos de Pedagogia das IES de
Minas Gerais a fim de compreender as interpretações sobre as necessidades
formativas do educador de EJA.
Específicos
Apresentar e discutir os aportes teórico-conceituais da pesquisa com base
no debate acerca da formação de professores de maneira geral, e de modo
específico da formação do Pedagogo, bem como das questões relativas ao
campo do currículo.
Mapear o lugar da EJA na formação do Pedagogo por meio do exame das
matrizes curriculares dos Projetos Pedagógicos dos Cursos de Pedagogia
de Minas Gerais.
Confrontar a base legal relativa à formação do Pedagogo em vigência com
o ementário das matrizes curriculares dos Projetos Pedagógicos dos Cursos
de Pedagogia de Minas Gerais.
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METODOLOGIA
O percurso metodológico desta pesquisa ancora-se nos pressupostos da pesquisa
documental. Isso porque as propostas curriculares dos cursos de Pedagogia das IES de
Minas Gerais, utilizadas como fontes nesta pesquisa, são compreendidas como
documentos.
Ao analisarem documentos de políticas educacionais, Shiroma, Campos e Garcia
(2005) apontam que os documentos disseminam afirmações sobre o mundo em que
vivemos que tanto pretendem oferecer representações únicas sobre a realidade como
trazer soluções idealizadas para problemas diagnosticados. Apontam também que
convém observar que qualquer discurso, ao enfatizar determinados objetos e certos
conceitos, omite outros. Há que se considerar ainda que muitas vezes a linguagem
utilizada em determinado texto tem o objetivo de persuadir, convencer o leitor de modo
que “as estratégias de persuasão do leitor, presentes nas “narrativas” que constituem os
textos, precisam ser consideradas nas análises” (SHIROMA, CAMPOS, GARCIA,
2005, p.436).
Para as autoras, a atenção à escolha das palavras registradas nos documentos
para expressar ideias e propostas importa ao pesquisador, pois apresentam
possibilidades de se considerar o contexto geral de alcance do documento examinado,
considerando a influência dele na sociedade bem como o contexto teórico e prático em
que foi produzido. Nesse sentido, “palavras fazem diferença”. Mesmo a investigação
qualitativa não deve prescindir da análise de aspectos internos ao texto como o uso
recorrente de determinadas palavras-chave. Noutras palavras,
O documento não é inócuo. É antes de mais nada o resultado de uma
montagem, consciente ou inconsciente, da história, da época, da
sociedade que o produziram, mas também das épocas sucessivas
durante as quais continuou a viver, talvez esquecido, durante as quais
continuou a ser manipulado, ainda que pelo silêncio. O documento é
uma coisa que fica, que dura, e o testemunho, o ensinamento (para
evocar a etimologia) que ele traz devem ser em primeiro lugar
analisados desmistificando-lhe o seu significado aparente. O
documento é monumento. Resulta do esforço das sociedades
históricas para impor ao futuro – voluntária ou involuntariamente –
determinada imagem de si próprias. (...) O documento é resultado de
uma montagem, consciente ou inconsciente, da história, da época, da
sociedade que o produziu e também das épocas sucessivas durante as
quais continuou a existir. O documento é monumento, resulta do
esforço das sociedades históricas para impor ao futuro determinada
imagem de si própria. O documento é produto da sociedade, que o
fabricou segundo as relações de forças que nela detinham o poder. O
que transforma o documento em monumento é a sua utilização pelo
poder. Atualmente, a história transforma os documentos em
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monumentos e apresenta uma massa de elementos que é preciso isolar,
reagrupar, tornar pertinentes, ser colocados em relação, constituídos
em conjunto. O novo documento alargado, transformado deve ser
tratado como um documento-monumento (Le Goff, 1984, p.533,
536.).
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Para análise dos dados, adotar-se-á o seguinte percurso metodológico; depois
de definidos e coletados os dados sobre as necessidades formativas do educador de EJA
contidas nas propostas curriculares dos cursos de Pedagogia das IES de Minas Gerais
tem início a fase da pré-análise dos dados com a realização da “Leitura Fluante” que
objetiva fornecer ao pesquisador as condições necessárias que que ele avance até a
próxima etapa que é a “Escolha dos documentos” que constituirão o corpus do estudo.
A “constituição do corpus” é a penúltima etapa da pré-análise, seguida da preparação do
material para exploração e análise.
Finalizada a pré-análise, o pesquisador segue para “exploração do material”.
Esta etapa tem por objetivo a identificação das “unidades de registro”- “A Unidade de
Registro é a menor parte do conteúdo, cuja ocorrência é registrada de acordo com as
categorias levantadas” (FRANCO, 2008, p.41), das “unidades de contexto” e a
identificação dos “eixos temáticos”.
Concluída a exploração do material, dá-se então início à etapa de análise
propriamente dita. Esta etapa é iniciada pelo “Tratamento dos resultados, a inferência e
sua interpretação”; para isso, são criadas as “categorias de análise” com a “descrição
dos dados” seguidos da “análise desses dados” onde, haverá exigência de que o
pesquisador realize inferências sobre tais dados e interprete a realidade pesquisada.
Como critérios básicos de seleção das propostas curriculares a serem estudadas
nesta pesquisa, constam as exigências de oferecerem cursos de Pedagogia (presencial ou
à distância) que disponibilizarem seus Projetos Pedagógicos nos sites das IES aos quais
estão vinculados ou no site e-mec, que contemplarem a oferta de disciplinas de EJA
e/ou de disciplinas que contenham a EJA como conteúdo nas ementas de outras
disciplinas.
Por fim, como trata-se de pesquisa documental, qualitativa e exploratória.
Assim, não há necessidade de submissão deste projeto à Comissão de Ética da
Universidade.
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
2019
ATIVIDADES Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Revisão bibliográfica e X X X X X X X X
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fichamentos
Coleta de dados X X
2020
Redação do texto de
X X X X X X
dissertação
Exame de qualificação X
Participação em congresso X X X
2021
Defesa da Dissertação X
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