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SYNODUS EPISCOPORUM

PRIMEIRA CONGREGAÇÃO GERAL 


DA XIII ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DO SÍNODO DOS BISPOS

RELATÓRIO DO SECRETÁRIO-GERAL
NIKOLA ETEROVIĆ (*)

Segunda-feira, 8 de Outubro de 2012

Beatíssimo Padre
Eminentíssimos e Excelentíssimos Padres sinodais
Estimados irmãos e irmãs!

«Ide, pois, e fazei discípulos de todos os povos, e baptizai-os em nome do Pai e do Filho
e do Espírito Santo, ensinando-os a observar tudo quanto vos tenho ordenado. E Eu
estarei sempre convosco, até ao fim do mundo» (Mt 28, 19-20). As palavras de Jesus
ressuscitado, com as quais se encerra o Evangelho segundo Mateus, inauguram o tempo
da missão da Igreja. Depois da vinda do Espírito Santo, que orienta para toda a verdade
(cf. Jo 16, 13), os discípulos abandonam o Cenáculo, onde eram «perseverantes e
concordes na oração, juntamente com algumas mulheres, entre as quais Maria, a Mãe de
Jesus» (Act 1, 14), para anunciar, «em toda a parte» (Mc 16, 20) e em todas as línguas, o
Evangelho de Jesus Cristo. O mandato do Senhor ressuscitado é válido também para nós,
reunidos para a XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, para meditar
sobre o tema A nova evangelização para a transmissão da fé cristã. Trata-se da mesma
Boa Nova — «que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras e que foi
sepultado e ressuscitou no terceiro dia, segundo as Escrituras, e que apareceu a Cefas e
em seguida aos Doze» (1 Cor 15, 3-5) — anunciada pelos apóstolos e cujo depósito foi
confiado à Igreja. O Evangelho permanece o mesmo, mas mudam as situações humanas,
religiosas, culturais e sociais nas quais tal Palavra de salvação deve ser vivida e
transmitida aos outros. A condição indispensável para esta urgente obra missionária é a
fé, medida do dinamismo apostólico. Conscientes de que o Senhor poderia repreender-
nos também a nós, por sermos homens de pouca fé (òλιγóπιστoι) (cf. Mt 8, 26),
peçamos-lhe como os apóstolos: «Aumentai a nossa fé!» (πρóσθες ήμĩν πίστιν) (Lc 17,
5). A oração tornar-se-á mais intensa no decurso da Assembleia sinodal e, de modo
particular, por ocasião de quatro celebrações eucarísticas, presididas pelo Santo Padre
Bento XVI. Além da celebração inaugural da Assembleia sinodal, oficiada ontem, ele
presidirá à Santa Missa de canonização de sete Beatos, no domingo 21 de Outubro, e à
Eucaristia de encerramento da Assembleia sinodal, no domingo 28 de Outubro. Um
significado particular terá a celebração de 11 de Outubro, quando o Bispo de Roma
presidirá à solene concelebração eucarística para a inauguração do Ano da fé. Não há
dúvida de que tal acontecimento terá uma influência muito positiva sobre os trabalhos
sinodais, considerando também o facto de que a fé e a sua transmissão fazem parte do
tema sinodal, que será aprofundado no contexto da nova evangelização. Em nome de
todos os Padres sinodais e de todos os participantes na Assembleia sinodal, agradeço de
coração a Vossa Santidade por ter desejado proclamar o Ano da fé, em comemoração do
cinquentenário do início do Concílio Ecuménico Vaticano II e do 20° aniversário da
publicação do Catecismo da Igreja Católica. Confiando-nos à graça do Espírito Santo
que o Senhor ressuscitado, presente no meio de nós, concede «de modo incomensurável»
(Jo 3, 34), temos a confiança firme de que o Ano da fé dará abundantes frutos espirituais
à santa Igreja de Deus, nossa Mãe.

Beatíssimo Padre, desejo ainda agradecer-lhe, também e sobretudo, o facto de ter


convocado a presente Assembleia sinodal, quinta no curso dos oito anos do seu
Pontificado. Um número tão elevado é muito significativo, enquanto manifesta a sua
estima em relação ao Sínodo dos Bispos, expressão privilegiada da comunhão entre os
Bispos, membros do Colégio episcopal, e da unidade com Vossa Santidade, Chefe de tal
Colégio. Com efeito, sob a sua guia sábia já foram realizadas duas Assembleias Gerais
Ordinárias, sobre a Eucaristia e sobre a Palavra de Deus, respectivamente em 2005 e em
2008, assim como duas Assembleias Especiais, respectivamente para a África em 2009 e
para o Médio Oriente em 2010.

É-me grato saudar-vos, a vós 262 Padres sinodais que viestes dos cinco continentes: 50
da África, 63 da América, 39 da Ásia, 103 da Europa e 7 da Oceânia, em representação
dos 13 Sínodos dos Bispos das Igrejas Orientais Católicas sui iuris, das 114
Conferências Episcopais e da União dos Superiores-Gerais. Saúdo cordialmente também
a vós, Chefes dos Dicastérios da Cúria Romana, colaboradores mais próximos de Sua
Santidade Bento XVI, 264° Sucessor de São Pedro na Sé de Roma. A maioria dos
Padres sinodais que participam na Assembleia Geral Ordinária, 182, dos quais 172
foram eleitos pelas Conferências Episcopais e 10 pela União dos Superiores-Gerais; 3
foram designados pelas Igrejas Orientais Católicas sui iuris; 37 participam ex officio; e
40 foram nomeados pelo Santo Padre. Entre eles contam-se 6 Patriarcas, 49 Cardeais, 3
Arcebispos-Mores, dos quais um é Cardeal, 71 Arcebispos, 120 Bispos e 14 sacerdotes.
No que diz respeito ao ofício que desempenham, 10 são Chefes das Igrejas Orientais sui
iuris, 32 Presidentes das Conferências Episcopais, 26 Chefes de Dicastérios da Cúria
Romana, 211 Ordinários e 11 Auxiliares.

Dirijo uma saudação particular aos Delegados fraternos, representantes de Igrejas e


Comunidades eclesiais que, juntamente com os católicos, compartilham a solicitude pela
evangelização dos irmãos e das irmãs no mundo contemporâneo.

Durante a Assembleia sinodal teremos a oportunidade de saudar três Enviados especiais


que, aceitando o convite do Santo Padre Bento XVI, participarão nos trabalhos sinodais.

Além disso, estou feliz por saudar 45 Peritos e 49 Auditores, homens e mulheres, que
foram escolhidos entre numerosos especialistas e pessoas comprometidas no campo da
evangelização e na promoção humana, na consciência de que os seus testemunhos
pessoais e das respectivas comunidades enriquecerão notavelmente os trabalhos
sinodais.

A minha cordial saudação aos Adidos de Imprensa, aos Assistentes, aos Tradutores, aos
funcionários técnicos e, de maneira particular, aos Colaboradores da Secretaria Geral do
Sínodo dos Bispos, grato pela sua contribuição generosa e válida na preparação da
Assembleia sinodal.

A apresentação divide-se em quatro partes:

I) Actividades entre a XII e a XIII Assembleia Geral Ordinária 


II) Preparação da XIII Assembleia Geral Ordinária
III) Actividades da Secretaria Geral
IV) Conclusão

I) Actividades entre a XII e a XIII Assembleia Geral Ordinária

A XII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos teve lugar de 5 a 26 de Outubro
de 2008, sobre o tema A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja. No final de tal
Assembleia sinodal foi formado o XII Conselho Ordinário da Secretaria Geral do Sínodo
dos Bispos, composto por 15 membros. Em conformidade com o Ordo Synodi
Episcoporum, os Padres sinodais elegeram 12 e o santo Padre Bento XVI nomeou outros
três Bispos para completar o número total. O XII Conselho Ordinário tinha duas tarefas
principais: levar a cumprimento as conclusões da XII Assembleia sinodal sobre a
Palavra de Deus e preparar a sucessiva XIII Assembleia Geral Ordinária.

Para poder desempenhar tal tarefa, o Conselho Ordinário reuniu-se sete vezes em Roma.
A primeira reunião teve lugar no dia 25 de Outubro de 2008, enquanto a Assembleia
sinodal chegava ao fim, e permitiu aos Membros do Conselho conhecer-se melhor e
estabelecer o calendário das actividades sucessivas. Durante o ano de 2009, o Conselho
Ordinário reuniu-se três vezes, respectivamente de 20 a 21 de Janeiro; de 3 a 4 de Junho;
e de 24 a 25 de Setembro. O Conselho Ordinário realizou uma reunião em 2010, nos dias
8-9 de Junho; uma em 2011, nos dias 22-23 de Novembro; e uma em 2012, no dia 16 de
Fevereiro. De acordo com os membros do Conselho Ordinário, a Secretaria Geral
favoreceu o intercâmbio de informações e de documentação por via electrónica,
desejando reduzir ao máximo as dificuldades causadas pelas viagens frequentes dos
Bispos das suas Dioceses a Roma, sede da Secretaria Geral.

As duas primeiras reuniões do XII Conselho Ordinário tiveram como finalidade


principal a reflexão sobre a rica documentação do Sínodo sobre a Palavra de Deus. Os
Membros do Conselho Ordinário concentraram-se, de modo particular, sobre o exame
das 55 Proposições que os Padres sinodais tinham aprovado com a maioria, com mais de
dois terços dos votos. A primeira Proposição submetia à consideração benévola do Santo
Padre Bento XVI o pedido de querer considerar «a oportunidade de oferecer um
documento sobre o mistério da Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja, também à
luz do Ano dedicado a São Paulo, Apóstolo das nações, no bimilenário do seu
nascimento».

O Sumo Pontífice acolheu generosamente a súplica dos Padres sinodais. Como de


costume, na elaboração da Exortação Apostólica pós-sinodal, o Santo Padre foi assistido
pelo XII Conselho Ordinário da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, coadjuvado por
alguns peritos válidos. Portanto, na reunião de Janeiro de 2009 foi concordado um
esquema do Documento, com indicações abundantes e exactas. No encontro do mês de
Junho, em seguida, foi examinado o primeiro esboço da Exortação Apostólica. Foram
feitas numerosas observações para assimilar toda a riqueza da reflexão da XII
Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, à luz do Magistério da Igreja, de
modo particular do Concílio Ecuménico Vaticano II, dos Padres da Igreja e dos
ensinamentos do Santo Padre Bento XVI. Depois de ter incluído todas as observações, o
texto foi submetido mais uma vez ao juízo dos membros do Conselho Ordinário, por via
electrónica, e devidamente integrado. No dia 7 de julho de 2009, o Secretário Geral
transmitiu-o ao Sumo Pontífice que lhe imprimiu o carisma próprio do Pastor universal
da Igreja, oferecendo a sua contribuição notável. Aceitando a proposta do Conselho
Ordinário, durante a audiência concedida ao Secretário Geral no dia 13 de Junho de
2009, o Santo Padre escolheu o título, muito significativo, da Exortação Apostólica pós-
sinodal Verbum Domini. O Bispo de Roma assinou tal Documento no dia 30 de
Setembro de 2010, Memória de São Jerónimo, grande apaixonado pela Sagrada
Escritura. A Verbum Domini foi publicada a 11 de Novembro de 2010. Nesse mesmo dia
foi apresentada na Sala de Imprensa da Santa Sé pelo Eminentíssimo Senhor Cardeal
Marc Ouellet, P.S.S., Prefeito da Congregação para os Bispos, que foi Relator-Geral da
XII Assembleia Geral Ordinária; por Sua Eminência o Senhor Cardeal Gianfranco
Ravasi, Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, que foi Presidente da
Comissão da Mensagem da Assembleia sinodal; assim como pelo Excelentíssimo D.
Nikola Eterović, Secretário Geral do Sínodo dos Bispos; e pelo Reverendíssimo
Monsenhor Fortunato Frezza, Subsecretário da mesma Secretaria Geral. A Exortação
Apostólica pós-sinodal foi publicada em oito línguas. Sucessivamente, foram preparadas
as traduções em várias outras línguas.

No dia 30 de Maio de 2009, o Excelentíssimo Secretário-Geral do Sínodo dos Bispos


enviou a Relatio circa labores peractos da XII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo
dos Bispos aos Chefes das Igrejas Orientais Católicas sui iuris, aos Presidentes das
Conferências Episcopais, aos Chefes dos Dicastérios da Cúria Romana e ao Presidente
da União dos Superiores-Gerais. No Documento foi apresentada uma síntese da
preparação e da realização dos trabalhos sinodais. Além disso, foram indicados os
seguintes dados estatísticos: na Assembleia sinodal de 2008 participaram 253 Padres
sinodais, dos quais 183 foram eleitos, 38 ex officio e 32 de nomeação pontifícia. Quanto
aos continentes, os Padres sinodais eram originários: 51 da África, 62 da América, 41 da
Ásia, 90 da Europa e 9 da Oceânia. Tiveram lugar 23 Congregações Gerais e 8 sessões
dos Círculos menores. Os Padres sinodais aprovaram por aclamação o texto
do Nuntius ao Povo de Deus e, com grande maioria, as 55 Proposições.

II) Preparação da XII Assembleia Geral Ordinária

 Também a escolha do tema da XIII Assembleia Geral Ordinária demonstra a natureza


colegial do Sínodo dos Bispos. Com efeito, ela foi o resultado de uma consulta dúplice.
Antes da conclusão da XII Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, os Padres sinodais
foram convidados a indicar os temas que, na sua opinião, poderiam ser examinados
durante a XIII Assembleia sinodal. As respostas foram bastante numerosas, e os temas
indicados bastante diversos, embora se tenha evidenciado um número significativo de
indicações relativas à transmissão da fé.

No início do ano de 2009, a seguir à Audiência pontifícia de 9 de Janeiro, o


Excelentíssimo D. Nikola Eterović, Secretário Geral do Sínodo dos Bispos, escreveu aos
Chefes das Igrejas Orientais Católicas sui iuris, aos Presidentes das Conferências
Episcopais, aos Chefes dos Dicastérios da Cúria Romana e ao Presidente da União dos
Superiores-Gerais, pedindo para indicar três temas que, na sua opinião, poderiam tornar-
se objecto de aprofundamento sinodal. Em conformidade com as normas sinodais, os
temas propostos poderiam reflectir estas três condições: 1) ser do interesse para a Igreja
universal; 2) responder a uma actualidade pastoral viva; 3) ter em consideração a
possibilidade do seu aprofundamento no seio do Sínodo dos Bispos. As respostas deviam
chegar até 1 de Junho de 2009, para poderem ser examinadas imediatamente pelo
Conselho Ordinário da Secretaria Geral na reunião dos dias 3-4 de Junho.

Durante tal reunião, o Conselho Ordinário da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos
examinou as numerosas propostas enviadas pelas mencionadas entidades, com as quais a
Secretaria Geral mantém relações oficiais. Depois de uma reflexão aprofundada, foram
formulados três temas que o Excelentíssimo D. Nikola Eterović, Secretário-Geral,
submeteu à consideração benévola do Santo Padre Bento XVI, Presidente do Sínodo dos
Bispos. Na Audiência que lhe foi concedida no dia 13 de Junho de 2009, o Sumo
Pontífice manifestou a preferência pela primeira proposta dos três temas, assinalada com
maior frequência pelos episcopados, ou seja: A transmissão da fé para a educação e a
iniciação cristã. Outras duas propostas, menos indicadas pelos episcopados, diziam
respeito à paróquia como comunidade das comunidades, e aos desafios antropológicos
da nossa época. Ao mesmo tempo, o Santo Padre acolheu a previsão de que a XIII
Assembleia sinodal se realizasse de 2 a 23 do mês de Outubro de 2011. Ambos os dados
foram em seguida modificados, pelos seguintes motivos:

No que se refere ao tema, na Audiência concedida ao Secretário-Geral no dia 7 de


Setembro de 2009, Sua Santidade Bento XVI recordou que estava a meditar sobre a
instituição de um Conselho para a nova evangelização e que, para uma maior
coordenação da reflexão, seria oportuno vincular o tema da transmissão da fé ao da nova
evangelização. No entanto, encorajou a reflexão dos membros do Conselho Ordinário,
que deviam reunir-se nos dias 24 e 25 de Setembro de 2009, a continuarem a
desenvolver o texto dos Lineamenta da XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos
Bispos. Não deixou de informar devidamente os membros do Conselho Ordinário da
Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, que acolheram as indicações do Santo Padre e,
depois de uma profunda reflexão, voltaram a formular a proposta do tema sinodal: A
nova evangelização para a transmissão da fé cristã. Na Audiência concedida ao
Secretário-Geral no dia 3 de Julho de 2010, o Sumo Pontífice aprovou o mencionado
tema da Assembleia sinodal. Como se sabe, mediante a Carta Apostólica em forma de
«Motu proprio» Ubicumque et semper de 21 de Setembro de 2010, o Sumo Pontífice
erigiu o Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização.
No que se refere à data, aceitando o pedido feito pelos Bispos do Médio Oriente, o Santo
Padre Bento XVI, depois de se ter consultado com os seus colaboradores mais estreitos,
no dia 19 de Setembro de 2009, durante o encontro com os Patriarcas e os Arcebispos-
Mores das Igrejas Orientais Católicas sui iuris, anunciou a convocação da Assembleia
Especial para o Médio Oriente do Sínodo dos Bispos. Tal Assembleia sinodal teve lugar
no mês de Outubro de 2010 e causou o adiamento de um ano da XIII Assembleia Geral
Ordinária do Sínodo dos Bispos. O próprio Santo Padre Bento XVI quis anunciar o tema
da XIII Assembleia Geral Ordinária no dia 24 de Outubro de 2010, durante a solene
concelebração eucarística na Basílica de São Pedro, no encerramento da Assembleia
Especial para o Médio Oriente do Sínodo dos Bispos, indicando também que ela teria
lugar no mês de Outubro de 2012.

Por conseguinte, o tema da XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos
representa o resultado de uma vasta consulta por parte do episcopado mundial e da
solicitude pastoral do Santo Padre, Bispo de Roma e Pastor universal da Igreja. Ele quis
inserir a reflexão sobre a transmissão da fé cristã no contexto da nova evangelização,
ressaltando a sua complementaridade: a nova evangelização tem como finalidade a
transmissão da fé cristã; além disso, tal transmissão realiza-se num ambiente religioso,
cultural e social que exige uma nova evangelização, «nova no seu ardor, nos seus
métodos e nas suas expressões» (João Paulo II, Discurso à  XIX Assembleia
do  CELAM [Port au Prince, Haiti, 9 de Março de 1983], 3; AAS 75 I [1983] 778).

Preparação dos Lineamenta

A preparação para a XIII Assembleia Geral Ordinária começou depois que o Santo Padre
Bento XVI estabeleceu o argumento da reflexão sinodal, muito antes da publicação
oficial do tema definitivo. O XII Conselho Ordinário da Secretaria Geral reuniu-se duas
vezes para estudar o texto dos Lineamenta. Na reunião dos dias 24 e 25 de Setembro de
2009, os Membros do Conselho Ordinário, com a ajuda de alguns especialistas,
concordaram o esquema dos Lineamenta, tendo presente as observações dos Bispos nas
suas indicações dos possíveis argumentos sinodais e das situações pastorais e sociais em
que as Igrejas particulares vivem e trabalham no mundo contemporâneo. Eles referiram-
se, outrossim, com frequência ao ensinamento do Concílio Ecuménico Vaticano II e dos
sucessivos pronunciamentos do Magistério da Igreja e, de maneira particular do Santo
Padre Bento XVI.

Na reunião dos dias 8 e 9 de Junho de 2012, os Membros do Conselho Ordinário


examinaram os esboços dos Lineamenta que abordaram a temática da nova
evangelização e da transmissão da fé, embora o tema definitivo não tivesse ainda sido
publicado. Após uma profunda reflexão, foram inseridas diversas modificações, com a
finalidade de aperfeiçoar o texto. Ao mesmo tempo, foram indicados alguns aspectos
que tinham necessidade de um aprofundamento ulterior. A Secretaria Geral, com o
concurso de determinados especialistas, procurou incorporar todas as observações. Uma
vez publicado o tema da Assembleia sinodal, a Secretaria Geral enviou o projecto
dos Lineamenta por via electrónica a cada um dos Membros para a aprovação ou,
eventualmente, para contribuir com ulteriores melhorias. As observações, na realidade
poucas, foram incorporadas ao texto, que sucessivamente foi traduzido em várias
línguas.

Quando foi concluído o processo de tradução, a Secretaria Geral preparou a publicação


dos Lineamenta da XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, com a data
de 2 de Fevereiro de 2011, Festividade da Apresentação do Senhor. O Documento foi
apresentado na Sala de Imprensa da Santa Sé no dia 4 de Março de 2011, pelo
Excelentíssimo D. Nikola Eterović, Secretário-Geral, e pelo Reverendíssimo Monsenhor
Fortunato Frezza, Subsecretário do Sínodo dos Bispos. Os Lineamenta foram enviados
aos organismos com os quais a Secretaria Geral mantém comunicações oficiais. Além
disso, foram amplamente divulgados, principalmente pelos meios de comunicação da
Santa Sé e da Igreja católica. No site da internet da Santa Sé, reservado ao Sínodo dos
Bispos, foi inserido o texto dos Lineamenta em oito línguas: latim, francês, inglês,
italiano, polaco, português, espanhol e alemão, ou seja, as traduções preparadas pela
Secretaria Geral. Como de costume, os Lineamenta continham uma série de perguntas,
no total 72, para facilitar a reflexão e o aprofundamento das temáticas. No Prefácio, o
Secretário-Geral pedia aos Organismos interessados que respondessem até ao dia 1 de
Novembro de 2011, Solenidade de Todos os Santos, para poder elaborar a tempo
o Instrumentum laboris da XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos.

Redacção do Instrumentum laboris

A Secretaria Geral recebeu numerosas respostas, em geral bastante elaboradas, que


demonstram o grande interesse pelo tema da Assembleia sinodal. Além disso, as
respostas prestam contas de numerosas actividades pastorais que já estão a ser realizadas
em muitas Igrejas particulares. Ao mesmo tempo, ressaltam a necessidade de um
renovado zelo apostólico para dinamizar ulteriormente o processo de evangelização,
abrindo-se em maior medida à graça do Espírito Santo, que sugere também caminhos
novos no anúncio da Boa Notícia aos próximos e aos distantes, sobretudo às pessoas
baptizadas, mas que se afastaram da Igreja.

A percentagem das respostas institucionais corresponde a 90,5. Ela está distribuída da


seguinte forma:

— Sínodo das Igrejas Orientais Católicas sui iuris: 84,6% (de 13 Igrejas, responderam


11. Não responderam as seguintes Igrejas sui iuris: o Arcebispado-Mor dos Siro-
Malancares e a Igreja Metropolitana Rutena);

— Conferências Episcopais: 81,5% (de 114 Conferências Episcopais, responderam 93);

— Dicastérios da Cúria Romana: 96,1% (de 26 Dicastérios, responderam 25. Só falta a


resposta da Administração do Património da Sé Apostólica);

— União dos Superiores-Gerais: 100%.

No que diz respeito às Conferências Episcopais, pode ser interessante indicar em ordem
alfabética a percentagem das respostas, segundo cada um dos Continentes:
— África: 66,6% (de 36 Conferências Episcopais, responderam 24. As seguintes 12
Conferências Episcopais não responderam: Camarões, Chade, República do Congo,
Gabão, Gâmbia e Serra Leoa, Guiné, Guiné Equatorial, Namíbia, Nigéria, Oceano
Índico, República Centro-Africana e Uganda);

— América: 95,8% (de 24 Conferências Episcopais, responderam 23. Não enviou a sua
resposta a Conferência Episcopal do Haiti);

— Ásia: 88,8% (de 18 Conferências Episcopais, responderam 16. Não responderam, as


Conferências Episcopais do Sri Lanka e de Timor Leste);

— Europa: 81,25 % (de 32 Conferências Episcopais, responderam 26. Faltam as


respostas das Conferências Episcopais da Albânia, Bulgária, Grécia, Lituânia, Turquia e
Ucrânia);

— Oceânia: 100% (de 4 Conferências Episcopais, responderam 4).

A estas respostas é necessário acrescentar a contribuição do Conselho das Conferências


Episcopais Europeias (CCEE) e da Assembleia da Hierarquia Católica do Egipto. A
Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos recebeu contribuições válidas também da parte de
várias instituições eclesiais, como por exemplo da União Internacional das Superioras-
Gerais (UISG). Algumas Universidades e Centros de Estudos Superiores também
ofereceram as suas contribuições. Não faltaram observações feitas por parte de pessoas
interessadas na temática sinodal. A Secretaria Geral teve em consideração inclusive os
resultados de alguns Congressos, assim como artigos publicados em revistas
especializadas e de divulgação.

Na reunião realizada nos dias 22 e 23 de Novembro de 2011, os Membros do XII


Conselho Ordinário, coadjuvados por alguns peritos, examinaram cuidadosamente as
respostas aos Lineamenta, e concordaram o esquema do Instrumentum laboris,
oferecendo indicações abundantes para a redacção do Documento.

Na reunião de 16 de Fevereiro de 2012, o Conselho Ordinário examinou os esboços


do Instrumentum laboris. Foi necessário concentrar o trabalho num único dia, porque no
dia seguinte, 17 de Fevereiro, a maioria dos Membros do Conselho Ordinário
participaram no Consistório convocado pelo Santo Padre Bento XVI. Para facilitar o
debate, a Secretaria Geral tinha enviado precedentemente o texto do Documento aos
Membros do Conselho. Portanto, eles puderam entrar imediatamente no vivo do debate,
oferecendo observações válidas para melhorar o texto. Foi com gratidão que os
Membros do Conselho reconheceram a decisão do Santo Padre Bento XVI, de proclamar
o Ano da Fé. Portanto, na redacção do Instrumentum laboris tiveram em grande
consideração a Carta Apostólica, publicada em forma de Motu proprio, Porta fidei.

Para obter a aprovação definitiva do Documento, a Secretaria Geral enviou novamente


por via electrónica o texto do Instrumentum laboris aos Membros do Conselho
Ordinário. Alguns fizeram ulteriores observações, que depois foram incorporadas para
aperfeiçoar o texto. Portanto, a Secretaria Geral procedeu à tradução do Documento em
oito línguas. O Instrumentum laboris, com a data de 27 de Maio de 2012, Solenidade de
Pentecostes, foi apresentado no dia 19 de Junho de 2012 na Sala de Imprensa da Santa
Sé, pelo Excelentíssimo D. Nikola Eterović, Secretário-Geral, e pelo Reverendíssimo
Monsenhor Fortunato Frezza, Subsecretário do Sínodo dos Bispos. O Instrumentum
laboris teve uma ampla difusão, também através da internet — no site da Santa Sé
reservado ao Sínodo dos Bispos — e por meio de numerosas publicações. A versão
italiana foi publicada pela Libreria Editrice Vaticana. A difusão do Instrumentum
laboris permitiu a muitas pessoas conhecer a ordem do dia da Assembleia sinodal, os
aspectos positivos das actividades das Igrejas particulares, assim como determinados
pontos que têm necessidade de maiores reflexão e aprofundamento. O Documento sobre
a nova evangelização e a transmissão da fé, argumentos muito importantes para a vida e
a missão da Igreja, interessa de modo particular aos Padres sinodais, que deverão fazer
referência ao mesmo nas respectivas intervenções.

Nomeação dos Membros da Presidência da Assembleia sinodal

Em vista da XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, o Santo Padre
Bento XVI nomeou, no sábado 22 de Outubro de 2011, Relator-Geral Sua Eminência o
Senhor Cardeal Donald William Wuerl, Arcebispo de Washington (Estados Unidos da
América), e Secretário Especial Sua Excelência Reverendíssima D. Pierre-Marie Carré,
Arcebispo de Montpellier (França).

No dia 29 de Junho de 2012, Sua Santidade nomeou três Presidentes Delegados: Sua
Eminência o Senhor Cardeal John Tong Hon, Bispo de Hong Kong (China); Sua
Eminência o Senhor Cardeal Francisco Robles Ortega, Arcebispo de Guadalajara
(México); e Sua Eminência o Senhor Cardeal Laurent Monsengwo Pasinya, Arcebispo
de Kinshasa (República Democrática do Congo).

III) Actividades da Secretaria Geral

Desde Outubro de 2008 até hoje, a Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, desempenhou
a sua actividade regular, ou seja, levou a termo as reflexões da XII Assembleia Geral
Ordinária do Sínodo dos Bispos e dedicou-se à preparação da XIII Assembleia Geral
Ordinária.

Ao mesmo tempo, por encargo do Santo Padre Bento XVI, a Secretaria Geral preparou
duas Assembleias Especiais do Sínodo dos Bispos: a Segunda Assembleia Especial para
a África e a Assembleia Especial para o Médio Oriente. Na primeira, que teve lugar de 4
a 25 de Outubro de 2009, participaram 244 Padres sinodais. Os resultados das reflexões
sinodais foram reunidos na Exortação Apostólica pós-sinodal Africae munus, que o
Santo Padre Bento XVI quis entregar pessoalmente aos Presidentes das Conferências
Episcopais da África, durante a sua Visita Apostólica a Cotonou, no Benim, a 20 de
Novembro de 2011.
A Assembleia Especial para o Médio Oriente, realizada de 10 a 24 de Outubro de 2010,
viu reunidos ao redor do Bispo de Roma 185 Padres sinodais, entre os quais todos os
Bispos da região médio-oriental. Sua Santidade desejou entregar aos representantes do
Episcopado do Médio Oriente, aos Patriarcas e aos Presidentes das respectivas
Conferências Episcopais, os resultados dos trabalhos sinodais expostos na Exortação
Apostólica pós-sinodal Ecclesia in Medio Oriente, durante a Visita Apostólica ao
Líbano, no dia 16 do passado mês de Setembro.

Todavia, a Secretaria Geral levou a cabo inclusive outras actividades, sobre as quais me
permito discorrer brevemente.

Conselhos Especiais

Além da actividade do Conselho Ordinário, a Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos


esteve comprometida também nas reuniões dos Conselhos Especiais, de modo particular
para a África e o Médio Oriente, por causa da preparação das respectivas Assembleias
Especiais. Com efeito, da celebração XII Assembleia Geral Ordinária, o Conselho
Especial para a África reuniu-se seis vezes (27-28 de Novembro de 2008; 23-24 de
Janeiro de 2009; 19 de Março de 2009; 19-20 de Janeiro de 2010; 27-28 de Abril de
2010; e 19-20 de Novembro de 2011).

Quanto ao Conselho para o Médio Oriente, reuniu-se nove vezes (21-22 de Setembro de
2009; 24-25 de Novembro de 2009; 23-24 de Abril de 2010; 4-6 de Junho de 2010; 20-
21 de Janeiro de 2011; 30-31 de Março de 2011; 17-18 de Maio de 2011; 6-7 de Julho de
2011; e 14-16 de Setembro de 2012).

De outros Conselhos, reuniu-se com maior frequência o Conselho Especial para a


América, praticamente uma vez por ano: 18-19 de Novembro de 2008; 17-18 de
Novembro de 2009; 16-17 de Novembro de 2010; e 27-28 de Outubro de 2011).

O Conselho Especial para a Ásia reuniu-se nos dias 11-12 de Dezembro de 2008; e o
Conselho Especial para a Oceânia a 9 de Dezembro de 2011.

Actualização do Vade-mécum

Com referência ao Ordo Synodi Episcoporum, aprovado pelo Santo Padre Bento XVI no
dia 29 de Setembro de 2006, e prestando atenção à prática que teve um certo
desenvolvimento nas últimas Assembleias sinodais, favorecendo uma realização cada
vez mais colegial dos trabalhos sinodais, permito-me sugerir algumas indicações
práticas, úteis para a Assembleia sinodal em fase de realização.

Como nas últimas Assembleias sinodais, cada Padre sinodal terá à disposição 5 minutos
para a sua intervenção. O texto preparado pode ser mais longo, e entregue à Secretaria
Geral. É bom ter presente que será publicado um resumo breve, preparado por cada
Padre sinodal, segundo as indicações do Vade-mécum.
Para os Delegados fraternos, assim como para as Auditoras e para os Auditores, estão
previstas intervenções, cada uma de 4 minutos. Considerando o elevado número de
Auditoras e de Auditores, foi estabelecido que cada um possa entregar a sua desejada
contribuição por escrito à Secretaria do Sínodo dos Bispos, de modo que possa ser
tomado em consideração na reflexão geral sobre o tema sinodal. De qualquer modo, far-
se-á o possível a fim de que também as Auditoras e os Auditores possam tomar a palavra
no âmbito das Congregações gerais, quer a nível individual, quer eventualmente em
grupo.

Depois do relatório do Relator-Geral, durante a Congregação vespertina de hoje,


intervirão os representantes do Episcopado dos cinco Continentes, que procurarão
conferir uma visão de conjunto acerca do tema da nova evangelização e da transmissão
da fé cristã nos respectivos Continentes. Cada um deles terá à sua disposição 10 minutos.

No final das Congregações gerais da parte da tarde está previsto o debate livre, das
18h00 às 19h00. Cada Padre sinodal poderá intervir por não mais de 3 minutos, com
uma única eventual réplica. O mesmo é válido para outros momentos de debate na Sala,
que foram previstos e que serão utilizados para uma participação cada vez maior nas
reflexões sinodais. Estão previstos também alguns debates temáticos. O primeiro, no dia
8 de Outubro, deveria verter sobre o relatório do Relator-Geral, Sua Eminência o Senhor
Cardeal Donald William Wuerl, Arcebispo de Washington. O segundo, previsto para o
dia 9 de Outubro, deveria referir-se à recepção da Exortação Apostólica pós-
sinodal Verbum Domini, a seguir a uma exposição de cerca de 30 minutos sobre o tema,
por parte de Sua Eminência o Senhor Cardeal Marc Ouellet, P.S.S., Prefeito da
Congregação para os Bispos. Semelhantes debates temáticos deveriam seguir-se também
a mais dois relatórios: a intervenção de Sua Graça o Doutor Rowan Douglas Williams,
Arcebispo de Canterbury e Primaz de toda a Inglaterra e da Comunhão Anglicana, que
se dirigirá à Assembleia sinodal na quarta-feira 10 de Outubro, explicando sob o ponto
de vista anglicano o desafio da nova evangelização e da transmissão da fé cristã; na
intervenção de 12 de Outubro de 2012, o Senhor Werner Arber, Professor de
Microbiologia no «Biozentrum» da Universidade de Basileia (Suíça) e Presidente da
Pontifícia Academia das Ciências, oferecerá algumas reflexões a propósito da relação
entre ciência e fé, e estará disposto a responder às perguntas dos Padres sinodais.

A primeira parte da Assembleia sinodal é caracterizada pelas intervenções dos Padres


sinodais. Para favorecer uma certa ordem, também temática das intervenções, espera-se
que cada Padre sinodal que quiser falar na Sala se inscreva a tempo na Secretaria Geral,
indicando o tema sobre o qual pretende intervir. Recomenda-se vivamente que indique o
número ou os números do Instrumentum laboris aos quais deseja referir-se. Procurar-se-
á dar a prioridade àqueles que quiserem falar sobre a primeira parte do Instrumentum
laboris, que vai do n. 1 ao n. 40. Trata-se da Introdução e do tema Jesus Cristo,
Evangelho de Deus para o homem. Em seguida, será aprofundada a segunda parte, do n.
41 ao n. 89, Tempo de nova evangelização. Seguir-se-á a terceira parte, do n. 90 ao n.
128, Transmitir a fé. A quarta parte, do n. 129 ao n. 169, inclui o quarto
capítulo Reavivar a obra pastoral, e a Conclusão. Deste modo, desejar-se-ia favorecer
uma reflexão mais ordenada, por argumentos, com a finalidade de facilitar o
aprofundamento dos temas.
Também durante a presente Assembleia sinodal serão utilizados os aparelhos de votação
electrónica. Além de ganhar tempo, eles permitem conhecer os resultados praticamente
em tempo real. No entanto, considerando a importância das votações das Proposições e a
prática consolidada, tal votação será realizada tanto por escrito como de modo
electrónico. Como se sabe, as Proposições podem ser votadas, por escrito, também pelos
Padres sinodais impedidos de participar na Congregação geral em que se realiza a
votação electrónica. Por conseguinte, os resultados oficiais serão aqueles calculados pela
específica Comissão de escrutínio, que será formada a seu tempo e que se ocupará da
contagem das fichas de papel.

No curso da Assembleia sinodal teremos a alegria de saudar três Convidados especiais:


Irmão Alois, Prior de Taizé (França), o Reverendo Lamar Vest, Presidente da American
Bible Society (Estados Unidos da América) e — há pouco mencionado — o Senhor
Werner Arber, Professor de Microbiologia no «Biozentrum» da Universidade de Basileia
(Suíça) e Presidente da Pontifícia Academia das Ciências, Prémio Nobel para a fisiologia
em 1978.

Na solene celebração eucarística de 11 de Outubro, presidida pelo Santo Padre Bento


XVI, está prevista a participação do Patriarca Ecuménico de Costantinopla, Bartolomeu
I.

Como já foi recordado, no dia 10 de Outubro apresentará a sua intervenção na Sala


sinodal Sua Graça o Doutor Rowan Douglas Williams, Arcebispo de Canterbury e
Primaz de toda a Inglaterra e da Comunhão Anglicana.

No Calendário das actividades da XIII Assembleia Geral Ordinária estão previstas várias
iniciativas, para as quais se espera a participação coral dos Padres sinodais. A este
propósito, serão sucessivamente oferecidas as informações oportunas. De qualquer
modo, todas estão orientadas para aumentar o afecto colegial entre os Bispos e entre eles
e o Bispo de Roma, Chefe do Colégio episcopal, assim como para revigorar
ulteriormente a comunhão no seio do Povo de Deus, cujos representantes estão
congregados na Assembleia sinodal. Haverá também outras iniciativas, paralelamente à
Assembleia sinodal, que serão propostas à livre escolha dos Padres sinodais.

Publicações

A actividade da Secretaria Geral foi enriquecida pelas seguintes publicações: no ano de


2011 foi publicado o volume La Parola di Dio nella vita e nella missione della
Chiesa pela Lateran University Press, preparado pelo Excelentíssimo Secretário do
Sínodo dos Bispos. Tal livro reúne a rica documentação da preparação e da celebração
da XII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos. Nele são citados todos os
textos da Assembleia sinodal, entre os quais os resumos das intervenções dos Padres
sinodais individualmente e, como coroação das reflexões do Sínodo, a Exortação
Apostólica pós-sinodal Verbum Domini. O Índice dos nomes de pessoas permite uma
consulta profícua e rápida.
Coadjuvado pelos seus colaboradores, o Excelentíssimo Secretário-Geral preparou
também, através da mesma editora, o volume Il Vescovo servitore del Vangelo di Gesù
Cristo per la speranza del mondo, resultado dos trabalhos da X Assembleia Geral
Ordinária do Sínodo dos Bispos, que teve lugar de 30 de Setembro a 27 de Outubro de
2001. Com esta publicação, a Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos completou a série
das Assembleias Gerais Ordinárias e Extraordinárias, aproximando a abundante
documentação sinodal não só aos Pastores e aos estudiosos, mas também a todas as
pessoas interessadas.

Graças ao apoio da Congregação para a Evangelização dos Povos, a Secretaria Geral


encorajou também a publicação, através da Urbaniana University Press, do volume La
Chiesa in Africa a servizio della riconciliazione, della giustizia e della pace, Cidade do
Vaticano, 2012, em que estão reunidos os resultados da Segunda Assembleia Especial
para a África do Sínodo dos Bispos, celebrada em Roma de 4 a 25 de Outubro de 2010.

IV) Conclusão
Jesus Cristo primeiro e grande evangelizador

A nova evangelização para a transmissão da fé cristã, tema da XIII Assembleia Geral


Ordinária do Sínodo dos Bispos, orienta-nos para Jesus Cristo, fonte inesgotável de toda
a evangelização. Na Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, o Servo de Deus Papa
Paulo VI desejou recapitular os trabalhos da III Assembleia Geral Ordinária do Sínodo
dos Bispos (27 de Setembro — 26 de Outubro de 1974) sobre o tema A evangelização
no mundo moderno, e escreveu: «No decorrer do Sínodo, muitas vezes os Bispos
lembraram esta verdade: o próprio Jesus, “Evangelho de Deus”, foi o primeiro e o maior
dos evangelizadores. Ele foi isso mesmo até ao fim, até à perfeição, até ao sacrifício da
sua vida terrena» (En, 7). Também nós, reunidos na XIII Assembleia Geral Ordinária do
Sínodo dos Bispos, em conformidade com os nossos predecessores, gostaríamos de
recomeçar a partir de Jesus Cristo, «Alfa e Ómega, o Primeiro e o Último, o Princípio e
o Fim» (Ap 22, 13), na reflexão sobre a nova evangelização para a transmissão da fé
cristã.

A este propósito, nas catacumbas de Priscila dispomos de uma pintura muito rica de
conteúdo teológico que representa Jesus Cristo Bom Pastor. O Senhor carrega nos seus
ombros uma ovelha que se tinha perdido e que Ele, deixando as outras 99, encontrou. A
imagem descreve de modo evidente a parábola da ovelha tresmalhada (cf. Lc 15, 1-
7; Mt 18, 12-14). Jesus Cristo, Bom Pastor, realiza aquilo que Deus já tinha prometido
no Antigo Testamento: «Procurarei a ovelha perdida e reconduzi-la-ei ao aprisco»
(Ez 34, 16). Neste ícone entrevê-se de modo particular a alegria do Pastor que reconduz
ao aprisco a ovelha perdida. Nele reconhecem-se as palavras do evangelista Mateus:
«Sente mais júbilo por ela do que pelas noventa e nove que não se tresmalharam»
(Mt 18, 13).
Ao redor do Bom Pastor apascentam tranquilamente duas ovelhas. São as ovelhas fiéis,
que permaneceram sempre com o Senhor. Elas conhecem o seu Pastor (cf. Jo 10, 14)
que as chama uma por uma pelo seu nome (cf. Jo 10, 3). Aos lados há duas árvores
verdes, sobre cujos ramos pousaram duas pombas que trazem no bico dois pequenos
ramos de oliveira. Portanto, a imagem evoca outras referências bíblicas acerca do
crescimento do Reino dos céus, que «é semelhante ao grão de mostarda, que um homem
semeou na sua horta, e que cresceu até se tornar uma árvore frondosa e as aves do céu
começaram a fazer ninhos nos seus ramos» (Lc 13, 19; cf. Mc 4, 31; Mt 13, 31). Além
disso, os pequenos ramos de oliveira fazem referência à experiência de Noé, o qual
compreendeu que o dilúvio tinha terminado, quando uma pomba voltou à arca, trazendo
«no bico uma folha verde de oliveira» (Gn 8, 11). Com a sua vinda, Jesus Bom Pastor
inaugura a salvação do mundo, trazendo através do sacrifício na cruz a harmonia e a paz:
Ele é «a nossa paz» (Ef 2, 14).

A imagem de Jesus Bom Pastor – também aquela das catacumbas de Priscila — evoca
um exemplo bem sucedido de inculturação da mensagem cristã na cultura greco-romana.
Aos cidadãos do império romano, a pintura recordava a apresentação de Hermes — o
chamado Hermes crióforo — que carrega o cordeiro nos seus ombros e guia o rebanho.
Em tal símbolo pode-se entrever o convite, muito actual, de apresentar o Evangelho de
Jesus Cristo, sempre o mesmo, nas culturas dos homens que, por sua vez, devem ser
purificadas e elevadas pela Boa Nova do Senhor Jesus, único Salvador do mundo
(cf. Act 4, 12).

Entre as ovelhas que o Bom Pastor levou ao aprisco, distinguem-se os santos e, de modo
particular, os grandes evangelizadores, como Pedro e Paulo, associados com um
desígnio especial aos outros apóstolos. Como no Cenáculo, um lugar particular ocupa a
Bem-Aventurada Virgem Maria, Mãe de Jesus e Mãe da Igreja, Estrela da nova
evangelização. Na quinta-feira 4 de Outubro de 2012 em Loreto, o Santo Padre Bento
XVI implorou a sua protecção materna sobre os trabalhos sinodais e sobre o Ano da Fé.
Entre a grande plêiade de beatos e de santos que seguiram o seu exemplo durante a
história da Igreja, é necessário recordar especialmente o Beato João Paulo II, que se
prodigalizou no curso do seu pontificado para promover a nova evangelização e que do
Céu não deixará de acompanhar os nossos trabalhos. Durante a presente Assembleia
sinodal, o número de santos enriquecer-se-á de outros sete, que o Bispo de Roma, Bento
XVI, canonizará no dia 21 do Outubro próximo. À sua intercessão, assim como à dos
santos João de Ávila e Hildegarda de Bingen, novos Doutores da Igreja, confiemos os
trabalhos da Assembleia sinodal, a fim de que se possa realizar a palavra de Jesus Cristo
Bom Pastor: «Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco. Também preciso
conduzi-las; elas ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor» (Jo 10,
16). Obrigado pela escuta!

(*) L'Osservatore Romano, ed. em Português, n. 41, 13 de Outubro de 2012

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