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RESUMO
A teologia bíblia é um mergulhar na Bíblia. É procurar compreender o texto dentro de
seu contexto de forma límpida, sem interferências de pressupostos, sejam eles quais
forem. O texto bíblico, tem por si só, uma mensagem a nos transmitir, e a teologia
bíblica busca essa mensagem e a deixa fluir de forma natural.
A teóloga bíblica dos profetas busca compreender as mensagens dos profetas dentro
seu contexto histórico, social, cultural e espiritual.
Os livros bíblicos dos profetas têm uma teologia de exortação, de repressão e
convocação para o arrependimento e obediência ao Deus criador que se revelou ao
povo de Israel.
ABSTRACT
Biblical theology is an immersion in the Bible. It is to seek to understand the text within
its context in a clear way, without interference from presuppositions, whatever they
may be. The biblical text, in itself, has a message to convey to us, and biblical theology
seeks this message and lets it flow naturally.
1Bacharel em Teologia pela SEID-GO. Bacharel em Direito pela Faculdade de Ciências Humanas de
Anicuns. Advogado seção GO. Pós Graduado em Direito de Família e Sucessões pela EBRADI SP.
Mestrando em Ministério pelo SEID-GO. Bispo Ordenado na IDB.
The biblical theologian of the prophets seeks to understand the messages of the
prophets within their historical, social, cultural, and spiritual context.
The biblical books of the prophets have a theology of exhortation, repression and
summons to the first and obedience to the creator God who revealed himself to the
people of Israel.
INTRODUÇÃO
Este artigo pretende demostrar, em forma de pesquisa bibliográfica, a teologia
dos profetas do Antigo Testamento, abordando o conceito de teologia bíblica, o
chamado do profeta, o oficio de um profeta, e sua mensagem. Através das pesquisas,
ainda serão abordados, o entendimento do conteúdo das profecias, e qual era a fonte
e a inspiração dos profetas para entregarem suas profecias.
1 TEOLOGIA BÍBLICA
2
HASEL, Gerhad F. Teologia Do Antigo Testamento: Questões Fundamentais no debate Atual. Rio
de Janeiro. JUERP, 1982.
escritor queria que eles fossem compreendidos. Isso significa que a teologia
bíblica tem como missão trabalhar com os textos bíblicos e com o momento
em que surgiram. Quando eles narram os tempos antigos, nosso objetivo é
entender por que e para que eles o fizeram. O autor ou redator de um livro do
Antigo Testamento, seja nominalmente conhecido, seja anônimo, desejou
com sua obra ensinar, confortar, exortar e transformar determinado grupo de
leitores ou ouvintes. Essa digressão é para enfatizar que algumas histórias
bíblicas foram registradas de forma escrita muito tempo depois do seu
acontecimento. O livro pode ser posterior aos eventos que ele narra. Isso
parece claro em alguns momentos. Afinal, o autor de Crônicas não estava lá
para acompanhar a construção do templo. Mas nem sempre o leitor percebe
a diferença entre o tempo do texto e o tempo do evento. Se o objetivo é
estudar a teologia bíblica, o sensato, nesse caso, é dar prioridade ao
momento em que o livro nasceu, e não ao momento em que o evento ocorreu.
Para a teologia bíblica, muito mais importante do que conhecer as histórias é
saber por que elas foram registradas.3
3
MIRANDA, Valtair. Fundamentos da Teologia Bíblica. São Paulo, Mundo Cristão, 2011.
4
FIEL, MINISTÉRIO. Uma introdução à pregação e à teologia bíblica (parte 2). Disponível em:<
https://bityli.com/rkXKLl> acesso em 29 de julho de 2022.
5 BENTHO, Esdras Costa. HERMENÊUTICA – Fácil e Descomplicada. Rio de Janeiro. CPAD, 2003.
1.2 História da teologia bíblica
“O termo teologia bíblica” só apareceu pela primeira vez cem anos após a
Reforma na obra Deutsche Biblische Theologie (Kempten), 1629.” (HASEL, 1972,
p.14).
6 HASEL, Gerhad F. Teologia Do Antigo Testamento: Questões Fundamentais no debate Atual. Rio de
Janeiro. JUERP, 1982.
7 HASEL, Gerhad F. Teologia Do Antigo Testamento: Questões Fundamentais no debate Atual. Rio de
Nos informa ainda Miranda (2011, p. 25) que: “Os 22 livros da Bíblia hebraica,
quando foram recebidos pelas primeiras igrejas, tornaram-se o Antigo Testamento.”
Ou seja, 22 livros da bíblia hebraica viraram os 39 livros que conhecemos em nossas
Bíblias cristã.
Na Bíblia hebraica os livros, além de terem uma disposição diferente da cristã,
também são chamados de forma diferente. Nos livros que conhecemos como, profetas
menores, “Os Doze, livro único na Escritura judaica, foi separado em doze pequenas
obras: Oseias, Joel, Amos, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias,
Ageu, Zacarias e Malaquias.” Enquanto consideramos os doze profetas menores, em
doze unidades separadamente, para os judeus é um único livro. (MIRANDA, 2011, p.
25).
Para Fee e Stuart (2009, p. 153) “Os profetas menores são assim chamados
porque estes livros são relativamente curtos; os profetas maiores são livros
comparativamente longos. Os termos não subentendem absolutamente nada acerca
da importância relativa dos livros.”
As diferenças, ainda podem ser encontradas nos livros de Samuel, Reis,
Crônicas, Esdras e Neemias.
9 Idem.
• Esdras-Neemias é uma única obra na Bíblia hebraica. No Antigo
Testamento protestante, foi separado, gerando duas obras distintas:
Esdras e Neemias.10
3 PROFETA
Na Bíblia os termos para referenciar os profetas vai desde vidente, homem de
Deus e profeta mesmo. Essas variações de nomenclaturas não são usadas para
diferenciarem o papel do profeta, mas são termos usados em tempo e lugares
diferentes para se referirem a mesma função de profeta.
10
MIRANDA, Valtair A. Fundamentos da Teologia Bíblica. São Paulo, Mundo Cristão, 2011.
11
SCHOLZ, Vilson. Princípios de Interpretação bíblica: introdução à hermenêutica com ênfase em
gêneros literários. Canoas. Ed. ULBRA, 2006.
12
FEE, Gordon D. & Douglas Stuart. ENTENDES O QUE LÊS. 2ª ed. São Paulo. VIDA NOVA, 2008.
4 O CHAMADO
Como se dava o chamado de um profeta?
5 O OFÍCIO
Dentre os ofícios em que um profeta, deveria atuar, segundo Osborne, (2009,
p.333) “O papel do profeta era complexo e multifacetado. Ele era principalmente um
mensageiro de Deus enviado para trazer o povo de volta a sua relação de aliança com
Javé.”
13
OSBORNE, Grant R. A espiral hermenêutica: uma nova abordagem à interpretação bíblica. São
Paulo. Vida Nova, 2009.
14 OSBORNE, Grant R. A espiral hermenêutica: uma nova abordagem à interpretação bíblica. São
A dificuldade primária para a maioria dos leitores modernos dos Profetas com
sua origem numa compreensão prévia inexata da palavra profecia. Para a
maioria das pessoas, esta palavra significa aquilo que aparece como a
primeira definição na maioria dos dicionários: O prenúncio ou a predição
daquilo que está para vir." Acontece frequentemente, portanto, que muitos
cristãos se referem aos Profetas somente para predições acerca da vinda de
Jesus e/ou certos aspectos da era da Nova Aliança como se a predição de
eventos muito distantes dos seus próprios dias fosse a preocupação principal
dos Profetas. Na realidade, usar os Profetas desta maneira é altamente
seletivo. Considere nesta conexão as seguintes estatísticas: Menos que 2 por
cento da profecia do Antigo Testamento é messiânica. Menos que 5 por cento
especificamente descreve a era da Nova Aliança. Menos que 1 por cento diz
respeito a eventos ainda vindouros.15
Outro aspecto que dificulta a compreensão dos profetas são as nuances nos
assuntos abordado. Eles vão sendo passados de um a outro rapidamente, exigindo
uma leitura atenta de cada parte, e ao mesmo tempo o leitor precisa ir costurando
cada uma delas, procurando dar uma unidade ao todo do livro. isso acontece porque
15 FEE, Gordon D. & Douglas Stuart. ENTENDES O QUE LÊS. 2ª ed. São Paulo. VIDA NOVA, 2008.
as profecias, em muitos casos, foram pronunciadas durante um longo período de
tempo antes de serem colecionadas e escritas juntas.
Além disto, você já notou quão difícil é ler qualquer dos livros proféticos mais
compridos numa só assentada? Por que é assim? Primariamente, pensamos,
porque provavelmente não visavam ser lidos daquela maneira. Na sua maior
parte, estes livros mais longos são coletâneas de oráculos falados, nem
sempre apresentadas na sua sequência cronológica original, frequentemente
sem indícios sobre onde um oráculo termina e outro começa, e
frequentemente sem indícios quanto à sua situação histórica. E a maioria dos
oráculos foram falados em poesia!16
Os Profetas eram mediadores para fazer cumprir a aliança [....] a lei de Israel
se constituía em aliança entre Deus e Seu povo. Esta aliança contém, não
somente regras para serem observadas, como também descreve os tipos de
castigo que Deus necessariamente aplicará ao Seu povo se não guardar a
Lei, bem como os tipos de benefícios que Ele lhe outorgará se a guardar. Os
castigos frequentemente são chamados "maldições" da aliança, e os
benefícios, "bênçãos." O nome não importa. O que importa é que Deus não
somente dá a Sua lei, como também a faz cumprir. A execução positiva é a
benção; a execução negativa é a maldição. É aqui que os profetas entram em
cena. Deus anunciou a execução (positiva ou negativa) da Sua lei através
deles, de modo que os eventos da bênção ou da maldição fossem claramente
compreendidos pelo Seu povo. Moisés foi o mediador da lei de Deus quando
Deus a anunciou pela primeira vez, e, portanto, é um paradigma (modelo)
para os profetas. São os mediadores, ou porta-vozes de Deus, no tocante à
aliança. Através deles, Deus relembra às pessoas nas gerações depois de
Moisés que, se a Lei for guardada, haverá bênçãos como resultado; senão,
seguir-se-á o castigo.17
Onde estão listadas essas leis que Israel deveria observar? Fee e Stuart (2008,
p. 155): “Os tipos de bênçãos que sobrevirão a Israel pela sua fidelidade à aliança são
achados especialmente em Levítico 26.1-13, Deuteronômio 4,32-40, e 28.1-14. Estas
16
Idem.
17 FEE, Gordon D. & Douglas Stuart. ENTENDES O QUE LÊS. 2ª ed. São Paulo. VIDA NOVA, 2008.
bênçãos, no entanto, são proclamadas com uma advertência; se Israel não obedecer
à lei de Deus, as bênçãos cessarão.”
Ainda, Fee e Stuart, também nos informa que a mensagem do profeta não era
original:
A conclusão de Gordon Fee e Douglas Stuart (2008, p.158) é que: “Aquilo que
lemos nos livros proféticos, portanto, não é meramente a Palavra de Deus conforme
o profeta a via, mas, sim, a Palavra de Deus conforme Deus queria que o profeta a
apresentasse.
18 Idem.
19 Idem.
situação de miséria e não buscarem a ajuda de Deus. Na verdade, suas
palavras apontavam que a situação era resultado da desobediência. 20
CONCLUSÃO
Vimos que a conhecimento da teologia bíblica dos profetas é de suma importância! Os
profetas ocupam um grande espaço no conteúdo bíblico. A influência que eles exerceram, e
continuam exercendo em nossos dias, exige que estudemos suas teleologias, que intendamos
sua importância na vida espiritual e social de Israel, e também o significado para os nossos
dias. Termos a compreensão, do que fato significa uma profecia. “Uma profecia é uma
revelação oral ou escrita, em palavras humanas e através de um porta-voz humano,
transmitindo a revelação de Deus e esclarecendo aos homens Sua divina vontade.”
(ARCHER, 1986, P. 222).
Vimos que a mensagem dos profetas não eram deles mesmos, e nem eram originais,
no sentido de que Deus estivessem anunciando algo inédito, com raras exceções, as
mensagens dos profetas eram exortações que chamavam o povo de volta para a obediência
a vontade de Deus na Torá, esse seria o papel e a função do profeta. Isso significa, que, se
quisermos compreendermos melhor a teologia dos profetas, precisaremos conhecermos
melhor, também, a teologia do Pentateuco, ou Torá.
BIBLIOGRAFIA
ARCHER, Gleason L. Jr. Merece Confiança o Antigo Testamento? São Paulo. Vida
Nova, 1986.
FEE, Gordon D. & Douglas Stuart. ENTENDES O QUE LÊS. 2ª ed. São Paulo. VIDA
NOVA, 2008.
HASEL, Gerhad F. TEOLOGIA DO ANTIGO TESTAMENTO: Questões Fundamentais
no Debate Atual. Rio de Janeiro. JUERP, 1982.
HASEL, Gerhad F. TEOLOGIA DO NOVO: Questões Fundamentais no Debate Atual.
Testamento. Rio de Janeiro. JUERP, 1998.
MIRANDA, Valtair A. Fundamentos da Teologia Bíblica. São Paulo, Mundo Cristão,
2019.
OSBORNE, Grant R. A espiral hermenêutica: uma nova abordagem à interpretação
bíblica. São Paulo. Vida Nova, 2009.
20 MIRANDA, Valtair A. Fundamentos da Teologia Bíblica. São Paulo, Mundo Cristão, 2011.
SCHOLZ, Vilson. Princípios de Interpretação bíblica: introdução à hermenêutica com ênfase em
gêneros literários. Canoas. Ed. ULBRA, 2006.