PÓS-GRADUAÇÃO EAD

TEOLOGIA
SISTEMÁTICA AULA 3

INTRODUÇÃO AO ESTUDO
DA TEOLOGIA BÍBLICA

META
Conhecer as especificidades da Teologia Bíblica e suas características.

OBJETIVOS
Apresentar o desdobramento progresso da revelação;
Conhecer a Teologia Bíblica como divisão do estudo teológico.

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO
DA TEOLOGIA BÍBLICA

PARA A INÍCIO DE CONVERSA

A Teologia Bíblica é um ramo proveniente da divisão dos estudos

teológicos. Tem como características ser sintética e descritiva. Sua tarefa
exegética é essencial para todas as ciências bíblicas.

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TEOLOGIA BÍBLICA

Conceito
A Teologia Bíblica é a disciplina que tenta resumir e reformular o
ensino de um texto ou autor bíblico sem lhes impor nenhuma categoria
moderna de pensamento (GRENZ; GURETZKI; NORDLING, 2000, p. 128). A
Teologia Bíblica, enquanto disciplina, busca compreender o ensino, teologia
dos autores bíblicos levando em consideração a época, período, contexto
que eles viveram e desenvolveram seus ministérios, vocação e escrita.

Objetivo
Entender a “teologia” de um livro ou autor da Bíblia em seus
antecedentes históricos. Muitos teólogos entendem ser o trabalho da
Teologia Bíblica logicamente anterior à tarefa da Teologia Sistemática, que
tenta formular o ensino bíblico de modo que atenda aos interesses
contemporâneos (GRENZ; GURETZKI; NORDLING, 2000, p. 128). O objetivo
primeiro do teólogo bíblico é descobrir a intencionalidade do autor. Para
isso, ele empreitará uma tarefa exegética com o auxílio dos contextos que os
autores bíblicos viveram e, também, se utilizarão dos idiomas bíblicos.

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A teologia bíblica é uma divisão dos estudos teológicos que procura

apresentar o desdobramento progressivo do ensino das várias eras e autores
da Bíblia em suas formas de pensamento, categorias e contexto histórico, em
vez de impor ao texto bíblico as divisões da teologia sistemática. Como
disciplina, é descritiva e sintética, em vez de analítica (SAWYER, 2009, p.
222).
De um ponto de vista teológico bem claro e objetivo, a Teologia Bíblica é
uma divisão dos estudos teológicos que apresenta a revelação e o
desdobramento progressivo do ensino bíblico em diferentes períodos e
autores da Bíblia, considerando suas maneiras de pensar e contextos
históricos.
Diferente da Teologia Sistemática, a Teologia Bíblica não impõe divisões
ao texto bíblico, pois em sua categoria como disciplina, ela é descritiva, e
sintética. Podemos também indicar que a Teologia Bíblica deve ser parte
integrante na pregação bíblica e expositiva, deve ainda ser utilizada por
professores de teologia e de educação cristã, e escola dominical.
Afirmamos isto, devido a necessidade de sermos comprometidos com uma
pregação que seja bíblica, doutrinária e essencialmente cristã derivativa das
Escrituras

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James M. Hamilton Jr., conhecido autor de diversos livros, e professor

na área de Teologia Bíblica, conceitua Teologia Bíblica como a perspectiva
interpretativa dos autores bíblicos.
E por “perspectiva interpretativa” ele define que é “a estrutura de
conjecturas e pressuposições, associações e identificações, verdades e
símbolos que são tomados como certos, quando um autor ou orador
descreve o mundo e os eventos que ocorrem dentro dele” (HAMILTON JR.,
2016, p. 15).
Para Hamilton Jr., com a frase teologia bíblica, ele quer dizer ‘a
perspectiva interpretativa refletida no modo como os autores bíblicos
apresentaram sua compreensão de Escrituras anteriores, da história
redentiva, e dos eventos que eles descrevem, relatam, celebram, ou tratam
nas narrativas, poemas, provérbios, cartas e apocalipse” (HAMILTON JR.,
2016, p. 16).

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BREVE SÍNTESE SOBRE A HISTÓRIA DA TEOLOGIA BÍBLICA

Na Reforma Protestante

É comum a afirmação que a história da Teologia Bíblica começa com as

obras publicadas a partir da Reforma Protestante, pois é correto afirmar que
os primórdios desta disciplina ou campo de estudos teológicos tem sua
gênese no século XVI com o advento da Reforma.
Evidentemente que a Teologia Bíblica enquanto disciplina teológica
ainda seguia seus primeiros passos num processo embrionário. Alguns
eruditos defendem que o princípio desta disciplina se inicia do período da
Reforma, principalmente porque através do lema da Reforma: “Sola
Scriptura”, vê-se a preparação do terreno para o surgimento da Teologia
Bíblica. Outros indicam que seu nascimento se deu em J. Gabler, em 1797,
quando ele dissocia Teologia Bíblica da Teologia Sistemática. É certo que
em Glaber temos a “separação” entre as duas teologias. Ou seja, a partir daí a
Teologia Bíblica exegética se emancipa e se “livra” da Dogmática
eclesiástica, e segue como área autônoma de estudos e pesquisas bíblica.

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Mesmo que Martinho Lutero não tenho criado a/ou uma Teologia
Bíblica e os reformadores não tenham criado o termo “teologia bíblica”,
porém, foram eles que lançaram a abordagem exegética que culminou no
método histórico-gramatical que sustentou toda a hermenêutica da Teologia
Bíblica. Uma prova clarificada disso são os comentários de João Calvino que
contribuíram para estabelecer os primórdios da que posteriormente seria
conhecida como Teologia Bíblica.

No Pietismo Alemão

Em 1745 vimos o início da Teologia Bíblica em relação a Teologia

Sistemática, pois foi Jacob Spencer que procurou combater o Escolasticismo
protestante – Spencer fez isto fundamentado na Teologia Bíblica. Desta
forma, o Pietismo alemão, dando ênfase e promovendo a Escritura, deu
passos relevantes em direção a Teologia Bíblica.
É importante lembrar que, até então, a Teologia Bíblica era meramente
auxiliar da Dogmática. Na melhor das hipóteses, servia apenas como textos
provas para os enunciados da Dogmática.

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No Iluminismo

O século XVIII ficou conhecido como o século das luzes, ou a era da

razão. Isto porque a Filosofia cresce de maneira vertiginosa e, por
conseguinte, avaliará todas as coisas pelo critério da razão. Deste modo, ela
dominou os estudos bíblicos que foram trabalhados exegeticamente através
do novo método de interpretação conhecido com Método Histórico-Crítico.
Sabemos que, neste período, a razão tornou-se o padrão epistemológico
para o conhecimento, suplantou todas as formas de milagres,
sobrenaturalismos, e isto tornou-se perspectiva dominante nos estudos
bíblicos e rejeitou terminantemente a inspiração, infalibilidade e autoridade
da Bíblia.
Foi nesta época que a Teologia Bíblica enfrentou sua maior crise. Os
teólogos liberais, liderados por Daniel Ernest Friedrich Scheleiermacher,
concluíram que nada é sobrenatural. Com isso, se distanciaram na unidade
da Escritura. Foi nesta época também que os teólogos liberais se
alimentaram da fonte de Hegel. Influenciados pela filosofia de Hegel, os
liberais acreditavam que o progresso histórico traria unidade à raça humana,
e a história explicaria toda a realidade. Alguns resultados desastrosos disto
foram que a Teologia quase foi suplantada pela História das Religiões e/ou
quase se transformou em Antropologia.

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Na Modernidade

O biblista Luiz Sayão compreende que a maioria dos “estudiosos define

o início do moderno estudo da teologia bíblica, ou mais especificamente, da
teologia bíblica do Antigo Testamento, a partir da palestra inaugural do
professor Johann Philipp Gabler na Universidade de Altdorf em 1787. Antes
de Gabler não havia uma distinção entre teologia dogmática e teologia
bíblica. Não havia separação entre teologia do Novo Testamento e teologia
do Antigo Testamento. Gabler defendia essas distinções. Mesmo que nunca
tenha escrito uma teologia do Antigo Testamento, foi o professor Gabler
quem estabeleceu os princípios básicos e o método pelos quais seria
possível escrever uma teologia bíblica do Antigo Testamento. A base do
estudioso alemão era racionalista, e foi sobre tais fundamentos que surgem
os primórdios da teologia bíblica. Apesar dessa influência filosófica da
época, muito clara em estudiosos como G. L. Bauer, de Wette e F. C. Baur,
alguns estudiosos adotaram uma linha mais evangélica e menos racionalista.
Entre eles devem ser mencionados E. W. Hengstenberg, F. Delitzsch e G. F.
Oehler” (SAYÃO in CARSON, 2010, p. 11).

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Para Sayão, “entre 1880 e 1930 a incipiente teologia bíblica perdeu

espaço para os estudos da história da religião. As novas tendências
filosóficas, aliadas à curiosidade europeia para com os costumes e ideias
religiosas de outros povos fomentou uma interpretação da fé bíblica dentro
de um contexto religioso universal. A fé de Israel e do cristianismo deveriam
ser vistas sob parâmetros evolucionários e à luz da comparação com as
outras religiões conhecidas. Somente depois da década de 30 do século XX
foi que ressurgiu o interesse pela teologia bíblica. Tal efervescência perdura
até os anos 70. Muitos nomes de peso surgem tanto no campo do Antigo
como do Novo Testamento. Nomes como O. Eissfeldt, W. Eichrodt, G. von
Rad, B. Childs, C. Westermann, W. C. Kaiser, S. Terrien, W. Brueggmann, R.
Bultmann, H. Conzelmann, E. Käsemann, H. J. Kraus, K. H. Schelkle, J.
Jeremias, G. E. Ladd e D. Guthrie tornaram-se marcas na teologia bíblica
principalmente durantes as décadas de 30 a 70. Além disso, muito da
teologia contemporânea interagiu bastante com o pensamento bíblico e
estabeleceu modelos sistemáticos de teologia menos presos a categorias
filosóficas clássicas. Aqui merecem destaque especial os nomes de K. Barth,
W. Pannenberg e Oscar Cullmann. Nas últimas décadas a teologia bíblica
continua viva, mas tem enfrentado dificuldades e alguns até crêem que
esteja em grande crise” (SAYÃO, in CARSON, 2010, p. 11).

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SÍNTESE DA AULA

Nessa aula você estudou sobre conceitos e definições de Teologia Bíblica:

Conceitos, definições da Teologia Bíblica;

A história da Teologia Bíblica.

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