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RESSUMO
Neste artigo será abordado o aconselhamento cristão como uma prática eclesiástica
saudável na igreja. Será analisado alguns dos pontos que são necessários para o
aconselhamento cristão. Que o homem não é um ser autônomo, independente, por
isso precisa de conselhos. Abordaremos a seguinte questão: se o aconselhamento é
necessário, se muitas pessoas praticam o aconselhamento na igreja, qual deve ser a
fonte de informações para esse aconselhamento? Se de um lado temos a palavra de
Deus como fonte inspirada, e de outro temos também a psicologia, psiquiatria, as
terapias, em qual fonte deveremos nos fundamentar? De modo sucinto, é o que se
propõe para analise nesse artigo.
ABSTRACT
In this article, Christian counseling will be addressed as a healthy ecclesiastical
practice in the church. Some of the points that are necessary for Christian counseling
will be discussed. Man is not an autonomous, independent being, so he needs advice.
We will address the following question: if counseling is necessary, if many people do
counseling in the church, what should be the source of information for that counseling?
1
Bacharel em Teologia pela SEID-GO. Bacharel em Direito pela Faculdade de Ciências Humanas de
Anicuns. Advogado seção GO. Pós-Graduado em Direito de Família e Sucessões pela EBRADI SP.
Especialista em Direito Previdenciário, Mestrando em Ministério pelo SEID-GO. Bispo Ordenado na
IDB, Professor e coordenador da extensão do SEID em Trindade, Diretor Regional de Educação na
Igreja de Deus Região Centro Oeste.
If on the one hand we have the word of God as an inspired source, and on the other
we also have psychology, psychiatry, therapies, which source should we base
ourselves on? Briefly, this is what we propose to analyze in this article.
INTRODUÇÃO
O fundamento para o aconselhamento bíblico não poderia ser outro, se não a
própria Bíblia. E para tratar desses fundamentos e dos pressupostos do
aconselhamento bíblico estaremos analisando nesse artigo a visão do Dr. Jay Adams
como direcionamento, ainda que citarei outras fontes, que também compartilham do
mesmo entendimento.
Na visão do Dr. Adams, qualquer conselho que não parta dos ensinos e
princípios bíblicos deve ser rejeitado. Que o conselheiro, cristão, já mais, deva fazer
uso de informações extras bíblicas para aconselhar alguém.
Segundo Adams, os pressupostos da psicologia partem de fontes que não
merecem confiança, pois é o próprio homem caído em pecado. Que a fonte de
conselho para o homem caído não pode ser ele mesmo, mas a palavra de Deus
registrada na Bíblia.
1 A NECESSIDADE DE ACONSELHAMENTO
Quando olhamos para o livro de Gênesis o homem que Deus acabara de criar,
percebemos Deus lhe dando algumas instruções, conselhos, Assim conclui o Dr.
Adams dizendo:
O homem foi criado perfeito, mas isso não significava que poderia viver por
conta própria. Perfeição em si implicava um reconhecimento de sua
dependência da revelação de Deus. Por conselho (ele não decidiu por conta
própria) Adão nomeou os animais. Por conselho ele cultivava o jardim. Por
conselho o homem aprendeu sobre as árvores do jardim e sobre o devido uso
de cada uma delas (assim como as consequências do mau uso). Tudo isto
veio depois da criação, a um homem criado para ser dependente do conselho
de Deus por toda sua vida, um homem capaz de ser transformado e
desenvolvido por este conselho.3
O ser humano não foi criado para viver independente do conselho de Deus,
segundo Adams:
Ele aceitou o falso conselho para comer o fruto proibido e a mentira sobre a
qual o conselho se fundamentava. “Sereis como Deus, conhecedores do bem
e do mal” (conhecer o bem e o mal é uma expressão que significa conhecer
tudo). Seguir o falso (e mal) conselho mergulhou a espécie humana no
pecado com todas as suas misérias.5
O que aconteceu com Adão, segundo Adams, não foi ter seus olhos abertos
como o conselho que ele recebeu de Satanás, mas algo completamente diferente, e
isso nos mostra que Adão era dependente de conselhos, de Deus ou de Satanás.
“O homem foi criado para seguir outro conselho; ele o fará. Não poderá jamais
fugir de sua dependência. De plena consciência ou involuntariamente, ele
sempre dependerá de Satanás ou de Deus. Foi criado para ser motivado e
moldado por um conselho.” 7
E, quando estes homens comprometidos com o erro dizem que toda verdade
é verdade de Deus, eles a chamam de “graça comum”. Este é outro conceito
do qual chegam a abusar. Por tal uso entendem que Deus revelou sua
verdade a Rogers, Freud, Skinner, etc. De fato, Deus refreia o pecado,
Outra observação feita pelo Dr. Jay, em relação a necessidade dos pressupostos
da psicologia no aconselhamento, é de como Jesus é chamado de perfeito conselheiro
sem esses pressupostos modernos.
Como é que ministros cristãos remetem gente de suas igrejas, sofredora por
falta de domínio próprio, a um psiquiatra que nunca pôde descobrir o segredo
do domínio próprio em sua vida pessoal? Exteriormente, ele dá a impressão
de que é calmo e seguro, amadurecido, paciente e até suave. Poderá ser esta
sua real condição interna se ele não conhece a Jesus Cristo? (3) Poderá ele
ter esse fruto do Espírito sem contar com o Espírito? 14
O Dr. Jay, ainda argumenta que tanto cristãos como não cristãos pecam, e
sofrem do desconforto que o pecado causa, porém, a diferença entre ambos é a
certeza: “O homem não-regenerado é um homem sem certezas; ele não possui
absolutos, nenhum padrão fora de si mesmo e suas opiniões e valores são de caráter
oscilante.” (ADAMS,1980, p, 64).
12 ADAMS, E. Jay. Conselheiro Capaz. São Paulo: Editora Fiel LTDA. 1980.
13 ADAMS, E. Jay. Conselheiro Capaz. São Paulo: Editora Fiel LTDA. 1980.
14 Idem.
possui absolutos, nenhum padrão fora de si mesmo e suas opiniões e valores
são de caráter oscilante. Bem no fundo de sua alma ele
nunca está seguro da vida que leva; e não pode estar, porque seu
antagonismo em relação ao ambiente em que vive, frequentemente o
desestabiliza. Ele se encontra infeliz e desconfortável em seu habitat por
enxergar-se em desarmonia com tudo que o rodeia. Quando peca, o cristão
também compartilha algo deste desconforto, mas ele sabe o que fazer a
respeito disto (l Jo 1.9 nos diz que “Se confessarmos os nossos pecados, ele
é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda injustiça”).
Confissão e purificação abrem o caminho para uma comunhão renovada com
Deus (l Jo 1.3,6,7) que restaura uma harmoniosa e confortável com o
habitat.15
CONCLUSÃO
Uma certeza o conselheiro cristão precisa ter, que todos pecaram, que o pecado
provoca vários transtornos, sejam de caráter pessoais ou relacionais. E que somente
em Deus encontramos solução para esses males.
A Bíblia é a fonte da revelação de Deus, e que nela podemos saber o que houve
na história do homem que o deixou nessa situação caótico que vemos hoje. E se o
conselheiro cristão quiser, de fato, ajudar a quem sofre essas consequências, precisa
lhes apresentar o único caminho que lhes proporcionará essa solução que é:
Tenho certeza de que podemos usufruir dos avanços de muitas áreas das
ciências em nossos dias, medicinas, tecnologias, ciências jurídicas e tantas outras.
Mas, nenhuma delas estão isentas de equívocos, ou possuem um grau absoluto de
certezas em seus pressupostos.
15Idem.
16PIERRE, Jeremy & REJU, Deepak. O pastor e o aconselhamento. São José dosCampos: Fiel,
2015.
A observação que se faz é, nenhuma ciência tem autoridade para trabalhar com
as questões espirituais. Ainda que alguns tenham dividido o ser humano em três
partes e dado cada uma delas para cada especialidade, o corpo para o médico, a alma
para psicólogo e o espírito para a religião, a coisa não parece ser bem assim.
O ser humano é um ser integral, seja tricotômico ou dicotômico, divergências a
parte, a palavra de Deus trabalha todas elas, como o apóstolo Paulo nos apresenta
em suas instruções a Timóteo dizendo que as Escrituras são aptas para, ensinar,
corrigir e instruir em justiça.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADAMS, E Jay. Teologia do Aconselhamento Cristão. Editora Peregrino, Eusébio,
CE 2016.
ADAMS, E. Jay. Conselheiro Capaz. Editora Fiel LTDA, São Paulo, 1980.
GOMES, Isaltino Coelho Filho. A PRÁTICA DO ACONSELHAMENTO PASTORAL.
Disponível em< https://www.isaltino.com.br/2011/11/a-pratica-do-aconselhamento-
pastoral/>acessado em 09 de fevereiro de 2023.
PIERRE, Jeremy & Reju Deepak. O pastor e o aconselhamento. São José dos
Campos: Fiel, 2015.
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BÍBLIA NVI.