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Índice

Introdução...........................................................................................2

Breve historial......................................................................................3

O Fundamento Bíblico E Teológico Do Aconselhamento.....................................4

O Evangelho No Aconselhamento................................................................5

Conclusão............................................................................................8

Bibliografia..........................................................................................9
Introdução

Aconselhamento é o ato ou efeito de aconselhar(-se) a uma individualidade ou


mesmo a um coletivo sobre forma de mostrar o caminho que se deve seguir, uma vez
que o aconselhamento pode ditar oque deve fazer ou mesmo explorar na pessoa que
procura o aconselhamento soluções para si. É uma forma de dar auxílio ou orientação
concedidos, geralmente por um profissional, em determinada situação ou
circunstância.

No presente trabalho queremos abordar como pode se encarar esta temática a partir
de um ponto de vista das escrituras sagradas. Faremos busca de várias fontes e da
própria bíblia para trazer alguns subsídios ligados ao tema.

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Breve historial

De acordo com Patterson e Eisenberg citados por (Scorsolini-Comin, 2014) o


aconselhamento originou-se com Frank Parsons, em 1909, com o objetivo de
promover ajuda a jovens em processo de escolha da carreira e em face à emergência
de novas profissões e ocupações devido à Revolução Industrial. A mesma fonte
mostra que o foco do aconselhamento era, portanto, conhecer as principais
inclinações desses jovens para que eles pudessem ser encaminhados para ocupações
consideradas adequadas a esses perfis profissionais tanto no cenário escolar como no
organizacional, em uma clara referência à teoria de traço e fator.

Para essa teoria, muito empregada no contexto da orientação escolar e profissional à


época, os indivíduos poderiam ser diferenciados entre si em termos de habilidades
físicas, aptidões e interesses, de modo que essas características estariam mais
diretamente relacionadas a determinadas profissões e ocupações.

Assim, o processo de escolha deveria ser racional, encaminhando as pessoas para as


profissões consideradas ideais a partir do exame dessas características apresentadas
por cada um. Tal teoria alinhava-se aos princípios da psicometria e do positivismo,
que priorizava a adaptação e o ajustamento do indivíduo ao mundo do trabalho, por
meio do reconhecimento das habilidades e competências de cada um e dos processos
de aprendizagem, distanciando o aconselhamento do campo da psicoterapia
(Scorsolini-Comin, 2014).

Com o tempo, o campo do aconselhamento se ampliou, passando a designar uma


relação de ajuda na qual o cliente, ou a pessoa em busca de atendimento, buscava
alívio para suas tensões, esclarecimentos para suas dúvidas ou acompanhamento
terapêutico em face de problemáticas enfrentadas em diversos domínios da vida,
como o educacional, o profissional e o emocional, não envolvendo apenas o
fornecimento de informações, a aplicação de testes psicológicos e a orientação
considerada diretiva.

Carl Rongers citado em (Comar, 2010)  afirma que o Aconselhamento é uma


abordagem centrada na pessoa, em seus sentimentos, conflitos e percepções,
acreditando na potencialidade do homem e consequentemente na capacidade de
crescer e dar novos significados a sua vida.  

A técnica do Aconselhamento está relacionada à resolução de problemas, a tomada


de decisões e ao autoconhecimento, permite a pessoa trabalhar com seus recursos
em um curto espaço de tempo, além de possibilitar o atendimento e acolhimento de

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uma grande demanda. Esse tipo de apoio tem ação educativa, preventiva e
situacional voltada para soluções de problemas imediatos, é mais direcionada a ação
do que a reflexão com sentido preventivo. Esse atendimento se trata de um
momento onde a pessoa pode se recuperar e encontrar abrigo durante a sua
caminhada.

Nesta ótica podemos entender que Rongers trata de uma abordagem mais psicológica
que emocional, mas que esta de alguma forma vai repercutir no bem-estar da pessoa
aconselhada pois o aconselhamento é tido também como uma terapia.

O Fundamento Bíblico E Teológico Do Aconselhamento

Em meio a uma cultura terapêutica na qual o aconselhamento tornou-se uma


disciplina profissional formal, a redescoberta do aconselhamento bíblico é atribuída a
Jay Adams.

Jay Adams em sua obra Conselheiro capaz publicada em 1970 utilizou o termo
admoestar para descrever o aconselhamento que tem como foco ministrar as
escrituras, falando a verdade em amor a aqueles que precisam de conselhos. Houve
um debate por alguns anos sobre aquilo que era considerado aconselhamento bíblico
do aconselhamento cristão tento suscitado uma confusão no que podia ser a definição
do aconselhamento bíblico (Babler, Johnson, & Kim, 2017).

O aconselhamento bíblico consiste em ministrar as escrituras a aqueles que


enfrentam problemas ou desejam sabedoria e a orientação de Deus. O
aconselhamento bíblico não é um conceito novo, pois nas escrituras encontramos
ilustrações de que a palavra de Deus foi apresentada de maneira instrutiva e
corretiva tanto para um indivíduo quanto para grupos.

E ao longo dos primeiros cristãos também usaram das escrituras para encorajar e
advertir aos seus rebanhos, o apóstolo Paulo afirma que a palavra de Deus é “útil
para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim
de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa
obra” (2 Tm 3.16,17). Essa Palavra inspirada por Deus “restaura a alma” (SI 19.7).

(Babler, Johnson, & Kim, 2017) Afirmam que o aconselhamento bíblico é um ministério
da igreja local no qual os crentes em Cristo (Jo 3.3-8), habitados, capacitados e
guiados pelo Espírito Santo (Jo 14.26), ministram a outros a Palavra viva e ativa de
Deus (Hb 4.12), buscando evangelizar os perdidos e ensinar os salvos (Mt 28.18-20).
Mais ainda o aconselhamento bíblico está baseado na convicção de que as escrituras
são suficientes para a tarefa de aconselhar e superiores a qualquer outro material

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que o mundo tenha para oferecer (2 Tm 3.16,17; Hb 4.12; 2 Pe 1. 3,4; SI 119; Tg
4.4).

Os conselheiros bíblicos também entendem que as pessoas, neste mundo caído,


podem enfrentar crises significativas que não são consequências diretas de seu
pecado (Jó 1.2). E quando for esse caso, os conselheiros bíblicos, de maneira
voluntária e paciente, caminham ao lado dessas pessoas e as servem, amam,
encorajam e ajudam (1 Ts 5.14). Eles também recorrem a outros membros da igreja
para ajudá-las com base em seus dons e suas funções (1 Co 12) (Babler, Johnson, &
Kim, 2017).

Quanto a forma de se dar o aconselhamento (Babler, Johnson, & Kim, 2017)


entendem que pode ser informal| realizado enquanto se toma um cafezinho, ou chá
olhando para nossa realidade, pode acontecer nos corredores da igreja, no local de
trabalho e na comunidade. Ele também pode ser formal, realizado durante encontros
agendados em um escritório. Todos os cristãos devem aprender a ministrar a Palavra
de Deus e devem fazê-lo com ousadia no contexto da igreja.

Mas esses conselheiros também precisam de alguma forma espelharem aquilo que
ensinam nas pessoas, isto é, a imagem de um conselheiro e as suas ações conta muito
naqueles que precisam do seu aconselhamento deve ser em obedientes aos
mandamentos (Jo 14.21), e procurarem ser sal e luz de tal forma que os outros vejam
as suas boas obras e glorifiquem seu Pai Celestial (Mt 5.16).

O Evangelho No Aconselhamento

O plano da redenção, voltado para toda a humanidade, ocupa o lugar central nas
Escrituras. As boas novas de que Jesus Cristo veio à terra como homem, viveu uma
vida perfeita, morreu na cruz pelos pecados da humanidade, foi sepultado e em três
dias ressuscitou dos mortos é a base da fé cristã e tem um papel central na prática
do aconselhamento.

O pecado original constitui o fundamento a partir do qual qualquer ponto de vista


cristão sobre como ajudar ou aconselhar pessoas pode ser construído. Isso significa
que o homem não está em seu estado original, mas herdou uma natureza pecaminosa
por causa do pecado de Adão.

A imagem de Deus (imago dei) no homem ficou desfigurada e necessita de


restauração. Gênesis 9 deixa claro que a imagem de Deus no homem não foi
completamente destruída. Como seu Criador, Deus valoriza a vida de todos os seres
humanos.

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O problema do homem está enraizado em sua natureza pecaminosa, mas o homem
não está abandonado à sua própria sorte para encontrar uma solução para tal
problema. A razão pela qual a natureza hereditária é problemática é porque o
pecado está em rebelião direta para com o Deus santo. A única solução para essa
natureza problemática vem por meio do plano que ele ofereceu por Sua graça,
mediante a fé, que seria a justificação pela fé.

A pessoa pode ter cometido qualquer tipo de delito ao se direcionar a um conselheiro


bíblico e pela sua fé em cristo, aceitar se arrepender, as escrituras mostram que essa
pessoa foi salva, então nesse processo de aconselhamento entendo que a fé de quem
precisa do aconselhamento é muito importante se levar em conta. Pois pode se dar
algumas soluções diretivas que vão apenas ajudar naquele momento, mas que não
purifiquem totalmente a alma deste indivíduo.

Para (Babler, Johnson, & Kim, 2017) o verdadeiro cuidado das almas se importa com
o problema fundamental da alma humana, e por isso, a doença do pecado deve ser
abordada antes de qualquer outro problema. Munir um aconselhado com mecanismos
de adaptação que se limitam a prover alívio temporário pode deixar sua alma em
uma condição devastadora. Em lugar de buscar o bálsamo definitivo para a alma na
salvação em Cristo, a pessoa se contenta com uma correção passageira do problema,
muitas vezes endurecendo-se para a verdade e para a necessidade do evangelho para
a vida eterna. Para os aconselhados que não professam Cristo, o conselheiro bíblico
deve ter como foco principal o evangelismo.

O conselheiro bíblico deve avaliar a situação a partir da perspectiva do Reino de


Deus. O evangelho de Cristo deve ser a prioridade máxima na vida do aconselhado,
porque qualquer tentativa de solução que desconsidere o evangelho redentor
desculpará o problema, ensinará a justiça própria e apaziguará a culpa, o que
endurecerá ainda mais o coração, obscurecendo a compreensão (Babler, Johnson, &
Kim, 2017).

Sem o novo nascimento pelo Espírito, uma pessoa é incapaz de se tornar boa com
relação a Deus. É em nossa fraqueza, seja do corpo ou do coração, que o poder de
Cristo se aperfeiçoa e sua graça se revela suficiente (2 Co 12.7-10; Tt 3.5).

O aconselhamento não é a solução final para aqueles que estão sofrendo. Jesus é a
solução, o plano de Deus para a proclamação do evangelho e a edificação dos santos
é levá-los em direção à santificação, e esse deve ser o alvo de cada comunidade e
conselheiro.

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Q evangelho de Cristo oferece esperança e o conselheiro também desse se aprimorar
nisso. Os crentes devem ser relembrados da verdade de que são salvos da ira
vindoura, a fim de darem um passo para trás da situação em que se encontram e
recorrerem à obra redentora de Cristo para os suster nas situações mais difíceis. A
esperança que temos é certa com base nas promessas de Deus. Essa esperança é
incontestável porque o caráter do Deus que fez tais promessas é incontestável. Como
conselheiros, devemos dar esperança com base apenas nas promessas de Deus e na
verdade revelada em Sua Palavra. Devemos ter cuidado para não dar esperança com
base em promessas falsas ou em algo que não seja na verdade das Escrituras ou no
caráter de Deus, porque isso desvirtua a pessoa de Deus e dá uma esperança falsa
para o aconselhado.

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Conclusão

Chegados ao final desta pequena leitura e pesquisa do tema em estudo podemos


concluir que existem sim fundamentos expressamente teológicos no aconselhamento
e que a bíblia deixa claras evidencias nisso.

Notamos que em algum momento é possível se desviar daquilo que é a recomendação


do aconselhamento bíblico na prática por sermos seres humanos e seres afetivos, e
que socialmente precisamos uns dos outros para a nossa sobrevivência, digo isto pois
o aconselhador deve despojar se de si e revestir se do poder de Deus e agir como
Deus na pessoa que esta necessitando. Algo que nalgumas ocasiões pode ser difícil
caso o aconselhador se identifique mais com os problemas trazidos pelo cliente.

No aconselhamento bíblico da si liberdade de tomada de decisão, pois o evangelismo


que se emprega é pra mesmo garantir que a nossa condição pecaminosa não trace o
nosso destino final. É tarefa do conselheiro promover a fé, esperança para ganhar a
alma deste cliente cansado espiritualmente ou emocionalmente.

Sendo estudante de teologia, que posso exercer o ministério pastoral futuramente


entendo que pautar desta prática seria muito bom pois não somos nos capazes de
desvendar o sobrenatural apenas Deus pode mostrar o caminho nos somos apenas as
premissas, querendo assim dar mais primazia ao aconselhamento não diretivo, onde
mostrando os caminhos a pessoa em si escolhe o que lhe é melhor.

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Bibliografia

Babler, J., Johnson, T., & Kim, P. T. (2017). Os Fundamentos Do Aconselhamento


Bíblico. Em J. Babler, & N. Ellen, Fundamentos Teologicos do
Aconselhamento Biblico e suas Aplicacoes Praticas. Sao Paulo: Nutra
publicacoes .

Comar, S. E. (Maio de 2010). Aconselhamento Psicologico. Obtido de Infoescola:


https://www.infoescola.com/psicologia/aconselhamento-psicologico/

Scorsolini-Comin, F. (2014). Aconselhamento psicológico e psicoterapia:


aproximações e distanciamentos. Obtido de Pepsic:
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-
34822014000100002

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