DIONES RAFAEL PAGANOTTO

INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DE ISRAEL:

ANTIGO E NOVO TESTAMENTO

MARÍLIA, 2021
 2 TDFF/04 – História de Israel e Palestina no tempo de Jesus

UNIDADE I:

MATERIAL DIDÁTICO DA DISCIPLINA

TDFF/04: História de Israel e Palestina no tempo de Jesus - 60 horas

Prof. Dr. Fr. Diones Rafael Paganotto, oad

EMENTA

História de Israel: a formação do povo de Israel e principais fases (Patriarcas, Êxodo,

Tribalismo e Monarquia); o profetismo; o domínio de nações estrangeiras e o fim da
Monarquia; a literatura bíblica nesses diferentes períodos; as bases para o judaísmo
com a reforma religiosa de Esdras.

Palestina no tempo de Jesus: o ambiente sócio-político-econômico; a dominação do

Império romano; as instituições religiosas e a estrutura da sociedade judaica, grupos
político-religiosos; a resistência judaica e a tomada de Jerusalém no ano 70 d.C. com
sua ruína em 135 d.C.

OBJETIVOS

Proporcionar ao discente uma visão geral da História do povo do Antigo Testamento.

Iniciar os discentes na leitura e interpretação correta das Sagradas Escrituras, fazendo
uso do método histórico-crítico. Por meio da história e ciências afins, introduzir o
discente no mundo bíblico para uma melhor interpretação dos fatos, sem cair na leitura
fundamentalista da Bíblia.

A partir da visão Geral do povo do Antigo Testamento, introduzir oferecer aos

discentes as chaves de leituras, a partir do contato com a Palestina no tempo de
Jesus, para melhor aprofundar seus estudos dos Escritos do Novo Testamento.

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BIBLIOGRAFIA BÁSICA

ECHEGARAY, Joaquín González et al. A Bíblia e seu contexto. São Paulo: Ave Maria,
1994 (Introdução ao Estudo da Bíblia, vol. 1).

GERONE JUNIOR, Acyr de; BATISTA, Marcos da Silva. História bíblica de Israel:
perspectivas do Antigo Testamento. Curitiba: Intersaberes, 2017 [livro eletrônico].

PAGANOTTO, Diones Rafael. Introdução à História de Israel: Antigo e Novo

Testamento. Docente da disciplina “História de Israel e Palestina no tempo de Jesus”
da Faculdade João Paulo II de Marília [Material didático desenvolvido pelo docente],
2021.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR [LIVROS ELETRÔNICOS]

CATENASSI, Fabrizio Zandonadi. Bíblia: introdução teológica e história de Israel.

Curitiba: Intersaberes, 2018.

FINKELSTEIN, Israel; SILBERMAN, Neil Asher. A Bíblia desenterrada. Petrópolis:

Vozes, 2018.

MORAES, Mariana Maciel de; MORAES, Reginaldo Pereira de. Introdução à teologia
bíblica do Antigo Testamento. Curitiba: Intersaberes, 2018.

PEREIRA, Sandro. Literatura e hermenêutica do Novo Testamento. Curitiba:

Intersaberes, 2019.

VIEIRA, Raimundo Nonato. Introdução às Sagradas Escrituras. Curitiba: Contentus,

2020.

METODOLOGIA

O curso não visa aprofundar livros específicos do cânon bíblico, mas almeja
desenvolver uma suficiente introdução ao panorama bíblico, tanto do Antigo como do
Novo Testamento. Ao longo das unidades importantes textos bíblicos serão citados,

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bem como informações provenientes de material extra-bíblico. A cada unidade de

estudo será fornecido um artigo científico complementar.

ESTRUTURA DO CURSO

1ª PARTE – ANTIGO TESTAMENTO = História de Israel

 Unidade I: Contexto: nomes, geografia, povos.

 Unidade II: Origens de Israel: patriarcas, Egito, Canaã.
 Unidade III: Monarquia (início, divisão e queda), profetismo.
 Unidade IV: Exílio, retorno, judaísmo, escatologia.

2ª PARTE – NOVO TESTAMENTO = Palestina no tempo de Jesus

 Unidade V: Período intertestamentário: literatura, domínio romano, Palestina.

 Unidade VI: Judaísmo no tempo de Jesus: instituições, grupos.
 Unidade VII: Primórdios do Cristianismo.

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PRIMEIRA PARTE
HISTÓRIA DE ISRAEL

Na Bíblia prevalece o interesse religioso e teológico e falta, por parte do autor

antigo, o senso crítico no uso das fontes para a redação dos final dos textos que hoje
estudamos. As várias etapas da milenar história de Israel são registradas de forma
fragmentada e, em muitos pontos, pouco confiável.

O estudante de teologia necessita ter em mente um quadro global dos eventos, para
situar cada livro bíblico e compreender a evolução da revelação divina e a experiência
que o povo de Israel teve no decorrer dos séculos. Diante disso, o presente curso visa
oferecer um rápido e objetivo panorama histórico dos principais eventos em que esse
povo esteve envolvido para, assim, reconstruir a sua história até os primórdios do
cristianismo.

A primeira unidade do nosso curso, contudo, não aborda imediatamente a questão

histórica, mas se concentra no ambiente onde essa história se desenvolve. É
importante, desde o início, se familiarizar com termos, expressões, nomes etc. que
vão acompanhar essa história e estão presentes nos textos bíblicos que os estudantes
de teologia terão em mãos nesse e em tantos outros cursos.

A história de Israel se passa em um determinado momento e em um contexto

geográfico preciso: a chamada Meia Lua Fértil. A terra de Canaã, onde os israelitas
se estabeleceram, é um território com montanhas, planícies, rios e lagos; as relações

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sociais com os antigos habitantes desta terra e com os grandes impérios que
dominaram a região na antiguidade refletem as experiências do povo bíblico.

Infelizmente, durante a leitura de um texto bíblico, o estudante “faz de conta” que está
familiarizado com o ambiente bíblico, porém, em muitas ocasiões, esse mesmo
estudante teria dificuldades para indicar em um mapa onde está Jerusalém,
Cafarnaum, Belém; do mesmo modo, lhe seria difícil enquadrar cronologicamente as
duas deportações em Babilônia ou compreender a relação entre o Império Assírio, a
destruição do Reino de Samaria e a preocupação do profeta Isaías em Jerusalém. Por
isso que esta primeira unidade é fundamental, pois retoma uma série de conceitos e
ideias que serão a base de todo este curso e dos demais cursos bíblicos no decorrer
dos estudos teológicos.

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Capítulo I

CONTEXTO

1. NOMES DA TERRA DE ISRAEL

O local recebe tradicionalmente os seguintes nomes:

o Canaã (Gn 12,5; 42,5; Nm 35,10) devido a presença dos Cananeus na região,
o nome é empregado 78x de Gênesis a Juízes (Gn 12,5; Nm 13,2; Js 17,12) e
deriva de Canaã, quarto filho de Cam e neto de Noé; o seu significado é
“habitante de terras baixas”, indicando a preferência por planícies
o Israel é uma expressão utilizada 11x no texto bíblico (1Sam 13,19; Ez 40,2-
47,18; 1Cr 22,2) e se refere ao patriarca Jacó, o qual teve o nome mudado em
Israel; o nome é usado devido à instalação dos clãs e tribos israelitas provindos
do Egito.
o Terra prometida é uma expressão baseada na promessa feita a Abraão
(Gn 12,1-4), sendo que a afirmação “a terra que YHWH jurou dar a vossos pais”
aparece 15x em Deuteronômio (1,8; 6,10; 6,23; 28,11; 29,13).
o Judéia: após a divisão da monarquia, o minúsculo reino do Sul conta com
apenas duas antigas tribos: Judá e Benjamim, assumindo o nome da primeira;
em seguida ao exílio babilônico, a vida nacional se reorganiza em torno a
Jerusalém e o nome passa a designar todo o território compreendido na
bênção de Jacó (Gn 49,8-12) e seus habitantes passam a ser chamados de
judeus.
o Palestina é um termo ausente no texto bíblico, mas atualmente é a designação
mais comum; o nome é utilizado pelo Império Romano para designar a
província da Judéia após a rebelião judaica liderada por Bar Kochba nos anos
de 132-135 d.C.; esse uso se generaliza no período bizantino, quando é
tomada da linguagem administrativa do Império Romano como referência aos
Filisteus, um povo de origem europeia que tinha se fixado na região.
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o Terra santa baseado em Zc 2,12, o nome foi adotado por cristãos da Idade
Média (Ex 3,5; 1Sm 13,19).

Em conclusão, a ausência de um nome fixo para designar a região mostra que,

apesar de ser uma pequena porção de terra, esse território não forma uma unidade
homogênea bem definida no decorrer da sua história. A constante presença de
populações distintas no decorrer dos séculos influencia a consciência popular da
posse da terra até os dias de hoje, com a disputa entre Israel e Palestina.

2. CRESCENTE FÉRTIL

A Geografia é a ciência que descreve a superfície de uma região, seus acidentes

físicos, climas, solos e vegetações, assim como as relações das pessoas com esse
meio. Ela não explica tudo, mas fornece elementos importantes para que se possa
compreender a história, a economia, a organização política, a cultura, enfim, a forma
de pensar e viver de um povo. O estudante de teologia necessita ter em mente um
amplo quadro geográfico da terra de Israel, visto que é o local onde essa história
acontece e tais características influenciam no próprio andamento histórico.

A precisa localização geográfica da terra de Israel com a determinação dos seus

confins não é tão fácil como poderia parecer. Em suma, aceitam-se as genéricas
coordenadas para indicar uma estreita faixa de terra que vai do Líbano (norte) ao
Sinai (sul), com o deserto da Arábia (leste) e o mar Mediterrâneo (oeste) como limites
naturais.

Antes de tudo, essa estreita e fértil faixa de terra tem aproximadamente 120 km de
largura, constitui uma importante rota comercial e bélica e está inserida na ampla
Crescente Fértil ou Meia Lua Fértil.

Na área da Crescente Fértil e em suas imediações desenvolveram-se algumas das

civilizações mais famosas da Antiguidade: Suméria, Babilônica, Assíria, Pérsia, Egito
e os Hititas. Comparadas com outras culturas, estas civilizações mostraram, muito
tempo antes do que em outras partes do mundo, um desenvolvimento singular, pelo
fato de ter ocorrido ali dois fenômenos culturais da máxima importância.

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O primeiro deles é caracterizado por uma série de fundamentais descobertas:

o a descoberta da técnica da produção de alimentos (aproximadamente 8000

a.C.), enquanto que o ser humano do período paleolítico vivia da caça e da
coleta de produtos, no período neolítico a humanidade tornou-se capaz de
produzir sua alimentação, seja através da domesticação de animais e da
criação de rebanhos, seja através da domesticação das plantas, pelo cultivo de
cereais, leguminosas e frutas;
o a descoberta da cerâmica (6000-4000 a.C.), de suma importância para a vida
cotidiana;
o a descoberta e o trabalho com metais (5000-1000 a.C.) como cobre, bronze,
ferro, importantes como instrumentos de trabalho e armas de guerra.

Um segundo é o fenômeno cultural da revolução urbana (a partir de 3000 a.C.) que

transformou as aldeias em cidades-estados.

Isso indica que a história de Israel ocorre no centro mais importante da humanidade
primitiva: a Crescente Fértil.

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3. GEOGRAFIA E RELEVO

A configuração física do relevo da região é muito particular e determina quatro faixas

desde o Mar Mediterrâneo (oeste) até o deserto (leste).

a) Planície costeira: tem início ao norte com o Monte Carmelo; ao centro está a
Planície de Sharon, uma excelente região agrícola onde estavam as principais
cidades dos filisteus (Gaza, Ascalon); ao sul termina no deserto.
b) Planalto central (Cisjordânia): é onde se encontram as cidades bíblicas mais
significativas como Samaria, Betel, Jerusalém e Belém; ao norte tem início na
região montanhosa da Galileia que se transforma no Vale de Jezreel que se
comunica com o Mar Mediterrâneo por uma passagem estreita; ao centro está
a região montanhosa de Samaria; ao sul a também região montanhosa da
Judéia com a cidade de Jerusalém; descendo a leste em direção ao Rio Jordão
está o Deserto de Judá.
c) Depressão do Jordão: é a depressão geográfica mais profunda do planeta; ao
norte está o Lago de Tiberíades; ao centro se encontra a região deserta do vale
do Jordão com a cidade de Jericó e as grutas de Qumran; ao sul o Rio Jordão
desemboca no Mar Morto a 394 m abaixo do nível do mar.
d) Transjordânia: é a região a leste do Rio Jordão que faz fronteira com o deserto
da Arábia.

Duas estradas principais passam pela região e ligam as superpotências da época:

o norte (Mesopotâmia) e o Sul (Egito):

1. Via Maris: vinda de Damasco atravessa a planície costeira ligando as principais

cidades litorâneas até o Egito;
2. Via Regia: vinda da planície da Mesopotâmia, corta as fronteiras entre o
deserto da Arábia e o Rio Jordão, chegando ao Golfo Arábico.

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4. CLIMA

O clima de Israel é variado a causa do estreito território dimensões entre o deserto e

o Mar Mediterrâneo, além das diferenças de altura entre as montanhas e a Depressão
do Jordão: na proximidade do Deserto da Arábia o clima desértico é extremamente
quente e seco, enquanto na proximidade do Mar Mediterrâneo o clima é mais
temperado; a topografia modifica drasticamente o clima em um espaço de poucos
quilômetros, pois as elevações ao norte têm grandes quantidades de chuva, enquanto
as depressões recebem chuvas escassas.

A colocação das estações no decorrer do ano é distinta daquela brasileira. Por

exemplo, o inverno inicia na metade de dezembro com as primeiras chuvas que vêm
do Mar Mediterrâneo e possibilitam o início da semeadura; já a primavera tem início
em março com o término das chuvas. Em suma, o verão é seco e o inverno é chuvoso.

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5. POVOS CIRCUNVIZINHOS

Como já fora dito, a história de Israel ocorre em um pequeno território inserido na

Crescente Fértil em uma posição estratégica entre potências rivais: Arábia a
sudeste, Egito à sudoeste, os Hititas ao norte e a Babilônia ao leste. Considerando as
linhas de tráfego e a densidade da população, o território está no centro e pode ser
considerado o eixo da Crescente Fértil.

Essa posição estratégica colabora no constante contato com outros povos e moldura
também toda a história de Israel. Eis a lista dos povos mais importantes que
estiveram em contato com o povo de Israel:

 Mesopotâmia é a grande região dos rios Tigres e Eufrates; a principal cidade

ao sul é Babilônia, enquanto a de maior destaque ao norte é Nínive, a capital
do Império Assírio.
 Arábia é a região que vai da foz do Nilo ao Golfo Pérsico, sendo Petra a
localidade de maior destaque.
 Pérsia é o primeiro Império de proporções mundiais, tendo englobado, por
exemplo, a Mesopotâmia e o Egito.

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 Síria é a região ao norte, cuja capital é Damasco.

 Fenícia abrange uma região litorânea, sendo Tiro e Sidon as principais
localidades.
 Egito domina o norte da África na foz do Rio Nilo.

6. GRANDES FASES DA HISTÓRIA

6.1 HISTÓRIA DA HUMANIDADE

Eis um global esquema das principais períodos da história da humanidade.

Paleolítico ... – 10000 a.C.

Idade da Pedra
Neolítico 10.000 – 5.000

Cobre 5.000 – 3.300

Idade dos Metais Bronze 3.300 – 1200

Pré-história Ferro 1.200 – 1.000

História Idade Antiga (invenção da escrita) 4.000 a.C. – 476 d.C.

Idade Média 476 – 1000

Idade Moderna 1453 – 1789

Idade Contemporânea 1789 – ...

6.2 HISTÓRIA DE ISRAEL

A história de Israel abraça quase 20 séculos! A maior parte dos principais fatos está
presente no Antigo Testamento e engloba um arco temporal que inicia com Abraão
(+ 1800 a.C.) na Idade do Bronze e vai até a destruição de Jerusalém (70 d.C.) na
última etapa da Idade Antiga.

A tabela abaixo indica as principais datas (muitas vezes hipotéticas) da história de

Israel que serão abordadas no decorrer do nosso curso.

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Período Fato histórico

1800 Migrações semitas, época patriarcal

1720-1552 Dominação dos Hicsos no Egito

1250-1200 Êxodo do Egito, entrada na terra de Canaã

1200-1030 Período dos Juízes

1030 Reino de Saul

1010 Reino de Davi

970 Reino de Salomão

930 Separação dos reinos: Samaria e Judá

722 Queda de Samaria, deportação feita pelos Assírios

622 Descoberta do Livro da Lei, reforma religiosa de Josias no sul

597 Queda de Jerusalém, 1ª deportação

587 Destruição de Jerusalém, 2ª deportação, exílio

538 Ciro, retorno de Israel

515 Conclusão da reconstrução do templo

458 Missão de Esdras

445 Missão de Neemias

333 Alexandre, o Grande, conquista Israel, início do helenismo

323 Israel sob o governo dos Ptolomeus (Egito)

200 Palestina sob o governo dos Selêucidas (Síria)

167-164 Perseguição de Antíoco IV, revolta dos Macabeus

63 Israel sob domínio romano

37 Reinado de Herodes, o Grande

6 Nascimento de Jesus de Nazaré

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7. COSMOVISÃO BÍBLICA

O povo bíblico não possuía os conhecimentos científicos da atualidade, logo a sua

visão referente ao mundo é distinta daquela à qual estamos acostumados. A figura a
seguir indica o modo de “ver o mundo”, ou seja, a cosmovisão do povo bíblico que é
facilmente reconhecida na narração bíblica de Gn 1–2 e pode ser resumida do
seguinte modo:

o a terra seria um grande disco redondo com a cidade de Jerusalém ao centro;

o o disco estaria apoiado nas colunas da terra com uma grande quantidade de
água abaixo (mar inferior), além do Sheol (morada dos mortos);
o acima da terra, estaria o firmamento, uma cúpula celestial que rege o mar
superior com uma grande quantidade de água (a abertura das eclusas formaria
a chuva);
o acima de tudo isso estaria a morada divina (Santuário celeste).

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Bibliografia da Unidade I

ECHEGARAY, A Bíblia e seu contexto: toda a PRIMEIRA PARTE dedicada à geografia

e à arqueolgia bíblicas.

GERONE JUNIOR, História bíblica de Israel: os primeiros dois pontos (cronologia

judaica e Origem do povo de Deus) do capítulo 1.

REIMER, O Antigo Israel: espaço, fontes e historiografia é o artigo científico

apresentado como material complementar da semana.

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