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ESCOLA DE EDUCAÇÃO TEOLÓGICA

PR. AMILTON M. SOUZA


Excelência em Ensino Teológico à Distância

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NOVO TESTAMENTO I

I. EMENTA:

A disciplina é constituída de um estudo introdutório ao Novo Testamento em geral e de um


estudo comparativo dos quatro evangelhos.

II. OBJETIVO:

O aluno tem uma visão da história interbíblica, da formação do cânon do Novo Testamento e
da vida, obra e ensino de Jesus. Ao concluir esta disciplina, o aluno deverá ser capaz de
interpretar o conteúdo dos quatro evangelhos de acordo com os princípios expostos durante os
estudos.

III. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

Unidade 1 - O fundo Histórico-Geográfico do Novo Testamento

O aluno entende a situação geográfica e os fatos históricos do período interbíblico e do início


da era cristã relacionados a formação do cânon do Novo Testamento. Para provar que
alcançou tal compreensão, o aluno deverá ser capaz de: Identificar os líderes e movimentos
politicos-religiosos do período interbíblico e do início da era cristã e as influências das culturas
dessa época na religião judaica e cristã; explicar a origem e o processo de canonização do
Novo Testamento.

Unidade 2 - Os Evangelhos - Questões Introdutórias

O aluno entende os problemas subjacentes aos quatros evangelhos. Para provar que alcançou
tal entendimento, o aluno devera ser capaz de: Esboçar o esquema do problema sinóptico;
identificar os autores, as datas, as fontes, os temas principais, a audiência e o ambiente dos
quatro evangelhos.

Unidade 3 - Os Evangelhos - (Texto 1ª parte) Preparo e Inicio do Ministério de Jesus

O aluno entende os acontecimentos preparatórios e iniciais do ministério de Jesus. Para provar


que a1cançou tal objetivo, o aluno deverá ser capaz de: Relatar cronologicamente e explicar os
fatos relacionados a vida e obra de João Batista e ao nascimento, a infância e ao inicio do
ministério de Jesus.

Unidade 4- Os Evangelhos - (Texto 2ª parte) O Grande Ministério de Jesus na Galiléia.

O aluno compreende os eventos e ensinamentos de Jesus durante o chamado "ministério


galileu". Para provar que alcançou tal compreensão, o aluno deverá ser capaz de: Identificar os
acontecimentos no ministério de Jesus na Galiléia, explicando o texto conforme sua posição no
plano de Salvação.

Unidade 5- Os Evangelhos - (Texto 3ª parte ) As retiradas de Jesus e o Ministério da


Judéia e Peréia

O aluno compreende os eventos e ensinamentos de Jesus durante esta parte do ministério de


Jesus. Para provar que alcançou tal compreensão, o aluno deverá ser capaz de: Identificar os

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acontecimentos no ministério de Jesus em particular aos discípulos nas retiradas, na Judéia e


na Peréia, explicando o texto conforme sua posição no plano de salvação.

Unidade 6 - Os Evangelhos - ( Texto 4ª parte) Ultima semana do Ministério, Crucificação


e Ressurreição de Jesus

O aluno compreende os eventos e ensinamentos de Jesus durante a parte final do seu


ministério. Para provar que alcançou tal compreensão, o aluno deverá ser capaz de: Identificar
os acontecimentos da ultima semana no ministério de Jesus na crucificação e na ressurreição,
explicando o texto conforme sua posição no plano de salvação.

O Período Interbíblico

Este período se desenvolve com as seguintes características:

1. A situação no tempo de Jesus: governo romano, Palestina dividida.

2. A dispersão dos judeus.

3. Cidades, comércio, comunicações.

4. Aramaica e grega = Septuaginta.

5. Exclusivismo judaico.

6. Nova ênfase dada a Torá; Escribismo.

7. O Sinédrio.

8. A sinagoga, a escola.

9. Seitas político-religiosas.

10. Literatura apócrifa.

11. Tradição oral.

12. O fim da idolatria.

13. Ênfase dada aos anjos, aos demônios.

14. Publicanos e "pecadores".

15. Filosofia Judaico-Alexandrina.

16. Apocalíptica.

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17. Samaritanos.

18. Ascensão do Judaísmo.

19. Monogamia.

20. Sacerdócio corrupto.

21. Messianismo político.

I - O PERÍODO BABILÔNICO - 605-536 a.C.

1. Jerusalém é capturada por Nabudoconozor, 605 a.C.

2. Jerusalém é destruída em 587 a.C., e o povo levado(3ª leva){2 Reis 25.20}.

3. Deportações para a Babilônia e depois para o Egito.

4. Um exílio ao invés de um cativeiro.

5. Ascensão da sinagoga.

6. Nova ênfase é dada ao sábado, circuncisão e jejum, com banhos purificadores.

7. Desenvolvimento comercial com intercâmbio de mercadorias, e começavam a


substituir ou suplementar a lavoura e a pecuária.

8. Idolatria abandonada.

9. Ascensão do Judaísmo, apesar de certas influências babilônicas e persas.

II - O PERÍODO MEDO-PERSA - 536-331 a.C.

1. Ciro uniu a Média, Lídia e Pérsia; derrubou a Babilônia.

2. Liberdade para os exilados; mais ou menos 50 mil voltam à Palestina em 3 levas.

1ª) chefiada por Zorobabel, 535 a.C.

2ª) chefiada por Esdras, 458 a.C.

3ª) chefiada por Neemias, 445 a.C.

3. A dedicação do templo, 536 a.C.

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4. Reformas estabelecidas: Esdras e Neemias proibiram casamento com estrangeiros;


Neemias obrigou os homens a repudiar as mulheres estrangeiras.

5. Exclusivismo judaico: odiavam gentios e samaritanos. Esdras contrariou o liberalismo


de Salomão. Cristo reprovou os resultados das reformas de Esdras(Efésios 2.11-16).

6. Idolatria terminada.

7. As doutrinas da imortalidade e ressurreição se tornaram mais claras.

8. Escribismo: nova ênfase é dada à Torá. Escribas, sacerdotes e leigos.

9. Restabelecimento da esperança messiânica.

10. Desenvolvimento da tradição oral.

11. Aramaico se tornou o idioma comercial, o hebraico a língua religiosa.

12. Ascensão dos livros exteriores, apócrifos: Tobias, Judite, Macabeus.

III - O PERÍODO GRECO-MACEDÔNICO - 331-167 a.C.

1. Alexandre Magno derrotou Dario III em Isso, 333 a.C., e em Arbela, 1 de Outubro, 331
a.C.

2. Flávio Josefo tem uma narrativa elaborada sobre Alexandre, os Judeus e os


Samaritanos(veja Josefo, XI-8-1/2).

3. Alexandre morreu em 323 a.C. O Império foi dividido entre cinco generais: Seleuco na
Síria; Antígono na Frígia; Ptolomeu Soter no Egito; Lisímaco em Trácia e Bitínia;
Casandro na Macedônia e na Grécia.

4. Dispersão voluntária dos judeus por motivo do comércio.

5. Difusão do Helenismo: língua, arte, filosofia, literatura, cultura.

A - OS PTOLOMEUS E O EGITO - 321-198 a.C.

1. Estabelecimento voluntário dos judeus no Egito e em outros lugares.

2. A tradução das Escrituras hebraicas para o grego(LXX ou Septuaginta) começou com


Ptolomeu II(Filadelfo), 285-247 a.C. Demetrius Phaleriua era bibliotecário.

3. governo dos Ptolomeus era brando; helenizados inconscientemente.

4. Muitas mudanças de domínio na Palestina entre a Síria e o Egito; finalmente a


Palestina ficou sobre o domínio da Síria em 198 a.C.

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5. Período obscuro. Lutas constantes, incluindo complicações matrimoniais entre os


ptolomeus e os selêucidas. Os judeus pareciam ter autonomia considerável, e
receberam Antíoco III em 198 a.C., dando-lhe de bom grado toda a assistência.

B - OS SELÊUCIDAS E A SÍRIA - 198-167 a.C.

1. Antíoco III(O Grande), 323-167 a.C., ganhou o controle de Jerusalém, mas foi
derrotado pelos Romanos em Magnésia no ano 190 a.C.

2. Selêuco IV(Filopator), 187-176 a.C., mandou Heliodoro, tesoureiro da Síria, a


Jerusalém para roubar a tesouraria do templo. Conforme II Macabeus ele foi
milagrosamente desviado do plano; voltou a Antioquia e matou Filopator para reinar,
mas foi vencido por Antíoco IV(Epifanes), irmão de Filopator.

3. Epífanes(Antíoco IV), 175-164 a.C.

a. Doze anos em Roma como refém; assimilou a cultura grega e o legalismo romano.
Substituído em Roma por Demetrius, herdeiro de Seleuco IV. Como rei, pensava
estabelecer o politeísmo grego como religião estatal, para unir o Império.

b. Onias III, 198-176 a.C. era sumo-sacerdote em Jerusalém. Jason, irmão de Onias era
consumado helenista, até no nome. Este pagou um soma considerável pela posição.
Menelau, filho de Onias III, foi enviado à Antioquia com o tributo para Epífanes. Ali
comprou o lugar para si mesmo.

c. Invasão do Egito por Epífanes, bem sucedida; corre em Jerusalém o boato da morte
de Epífanes; Jason tenta retomar o sacerdócio de Menelau; Epífanes, julgando que
Jerusalém iria se rebelar, deixa o Egito e volta para lá, roubando o santuário e matando
40.000 pessoas em poucos dias.

d. Voltando ao Egito - 168 a.C. - encontrou-se com Laenas, o romano. Este mandou que
Antíoco terminasse a luta contra o Egito. Voltou a Jerusalém para vingar-se pela perda
do Egito. Construiu uma torre perto do templo, chamada Acre ou Apolônio.

e. Helenismo é obrigatório para os judeus. Epífanes mata um porco sobre o altar, e


depois de assado os judeus foram obrigados a comê-lo. O templo de Jerusalém foi
dedicado a Zeus Olímpico: Dezembro de 168 a.C.

f. Epífanes decreta uniformidade de culto pagão em todos os termos do seu domínio, e


os judeus teriam de submeterem-se às suas ordens ou morrer. Altares construídos em
toda a Palestina aos deuses gregos. Foram proibidos os ritualismos segundo a lei
mosaica, especialmente a circuncisão, descanso sabático e a observância das festas
judaicas. Todos os exemplares do Livro da Lei foram destruídos. Cessou o culto a
Jeová no templo, e o rito judaico foi quase exterminado.

1. Livros exteriores:

a. Eclesiástico, ou Sabedoria de Jesus, filho de Sirac; rabinismo palestino.

b. Sabedoria de Salomão; filosofia alexandrina.

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IV - O PERÍODO MACABEU - 167-63 a.C.

1. Matatias, filho de Hasman, sacerdote, deixou Jerusalém, desesperado e foi para


Modeína, sua cidade natal.

2. Matou Apeles, comissário de Epífanes, quando este oferecia sacrifício ao deus


pagão, e na mesma ocasião matou também um renegado judeu.

3. Cinco filhos o seguiram na revolta: Simão, Judas, Eleazar, João e Jônatas.

4. Os asideanos acercaram-se deles a fim de ajudá-los.

5. Revolta e reforma religiosa.

6. A política dos macabeus(revolta armada e diplomática) e a dos asideanos(confiança


em Deus) entraram em conflito, mas os asideanos decidiram lutar no sábado, tratando-
se de legítima defesa. Depois de 164 a.C. a discórdia inevitável começou a
desenvolver-se entre ambos.

A - JUDAS, O MACABEU - 166 - 161 a.C.

1. Judas, solicitado a comandar os exércitos, tendo Simão por conselheiro. Houve sete
campanhas - seis defensivas e uma ofensiva. Judas vitorioso sobre Apolônio, de quem
se apoderou da espada, Seron e Lísias.

2. Depois de um massacre no dia de sábado decidiram também lutar nesse dia em


legítima defesa.

3. No dia 25 de chisleu de 165 a.C., três anos depois que Epífanes profanou o altar do
Senhor com um porco, Judas dedicou o templo de novo(Festa das Luzes).

4. Ganhou a liberdade religiosa, porém, falhou ao conquistar a liberdade política.

5. Judas foi morto na batalha quando o seu exército foi reduzido a 800 homens apenas.
Quando lutou pelo poder político apenas não foi aceito.

6. Muitos o deixaram quando propôs à Roma uma aliança contra a Síria, e os


asideanos se afastaram.

B - JÔNATAS - 161-143 a.C.

1. Estadista sagaz; ganhou o poder político.

2. Tornou-se Sumo-Sacerdote(153 a.C.) cargo vago durante sete anos depois da morte
de Alcimo(162-160 a.C.). Jônatas foi designado por Alexandre Balas, pretenso filho de
Epífanes. Daí começou a linhagem dos Príncipes-Sacerdotes da família Hasmoneana.

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3. Este fato marca a divisão dos asideanos; logo apareceram os fariseus e saduceus.
Josefo faz menção dos fariseus em conexão com Jônatas(XIII-v-9).

C - SIMÃO - 143-135 a.C.

1. Alcançou independência política.

2. No dia 23 de Maio de 142 a.C. a última fortaleza Síria, Acre ou Torre de Apolônio,
em Jerusalém, rendeu-se à fome.

3. O povo judeu o elegeu em assembléia governador e sumo-sacerdote, cargo vitalício


e hereditário. Foi assassinado pelo genro, Ptolomeu, e mais dois filhos.

D - JOÃO HIRCANO - 135-106 a.C.

1. Período de paz, de reconstrução, expansão e prosperidade. Aliança com Roma.

2. Conquistou Samária, Edom e parte de Moabe.

3. Forçou a prática da religião judaica nos países vencidos. Destruiu o templo samaritano
no monte Gerezim, 109 a.C.

4. Os saduceus e fariseus aparecem agora como partidos religiosos definitivamente.

5. Os fariseus pediram-lhe que abandonasse o sacerdócio. Rompeu com os fariseus.

6. Os filhos de Hircano receberam nomes gregos: Aristóbulo I, Antígono e Alexandre


Janeu.

E - ARISTÓBULO I - 106-105 a.C.

1. Hircano, antes de morrer, deixou por testamento o reino à sua esposa; e o sacerdócio
a Aristóbulo I. Este não estava satisfeito com o sacerdócio; mandou, então, prender a
mãe e três irmãos, mantendo-os no cárcere. Permitiu que Antígono, seu irmão, ficasse
livre. Publicamente assumiu o título "Rei dos Judeus".

2. A atitude que manteve para com a sua família:

a. Manteve a mãe presa, deixando-a morrer de fome no cárcere.

b. Permitiu que Salomé, sua esposa, envenenasse a mente contra seu irmão Antígono,
levando-o a matá-lo. Salomé deveria casar-se com Antígono depois da morte do
marido. Todavia, não desejando fazê-lo planejou esta trama a fim de casar-se com o
outro irmão de seu marido que ainda estava preso.

c. Subjugou a Ituréia e forçou os cativos a submeterem-se à religião judaica.

F - ALEXANDRE JANEU - 105-78 a.C.

1. Libertado da prisão pela rainha Alexandra Salomé, tornou-se seu marido e rei.

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2. Valendo-se da confusão na Síria expandiu seu reino, avançando até Moabe, Galaad,
Amom, Gaulonitis e Ptolemaida.

3. Houve uma guerra civil que se estendeu por seis anos. O seu reinado foi cruel.
Enquanto assistia a um culto foi alvo de cidras atiradas sobre ele. Vingou-se matando
50 mil pessoas. Durante um banquete crucificou 800 fariseus depois de haver matado
diante deles suas esposas e filhos.

4. Quando morria, avisou sua esposa para fazer as pazes com os fariseus.

G - ALEXANDRA SALOMÉ - 78-69 a.C.

1. A "Idade de Ouro do Judaísmo". Idade de paz. Os fariseus prosperam. Irmã do


famoso fariseu, Simão Bem Setaque. Pela 1ª vez os fariseus têm permissão para
entrar no sinédrio.

2. O nome sinédrio surgiu com autoridade eclesiásticas; logo exigiu autoridade civil.

3. Deixou a coroa civil e o sumo sacerdócio a seu filho, Hircano II.

H - HIRCANO II( 3 meses) e ARISTÓBULO II - 69-63 a.C.

1. Hircano II tinha um temperamento calmo e não queria reinar. Aristóbulo II era


ambicioso e o mais forte dos dois. Exigiu o direito de reinar. Chegaram a um acordo
pacificamente: Aristóbulo II seria o rei e Hircano o sumo sacerdote.

2. Antipater, da Iduméia, filho de Antipas, fora governador da Iduméia sob Alexandre


Janeu. Viu a oportunidade de alcançar o poder, lançando um irmão contra o outro.
Serviu-se de Hircano II, porque este era mais fraco do que o outro e poderia ser usado
facilmente. Antípater disse a Hircano que a sua vida estava em perigo, e este foge para
a Nabatéia, na Arábia Pétrea. Pede ajuda ao rei Aretas, prometendo-lhe doze cidades
conquistadas por Alexandre Janeu. Aretas chefiou 50 mil contra Aristóbulo e sitia
Jerusalém.

V – O PERÍODO ROMANO – 63 a.C. – 135 d.C.

1. Os romanos com Pompeu invadiram a Síria e a Palestina. Hircano e Aristóbulo lutam


para ganhar o favor de Pompeu. Aristóbulo teme o pior e prepara-se para lutar contra
os romanos. Tudo em vão. Pompeu tomou Jerusalém em 63 a.C. Instalou Hircano
como sumo sacerdote com poder limitado à Judéia(Josefo XIV-1 a 4). Com isto o poder
Macabeu e a independência da Palestina terminaram.

2. Júlio César rompeu com Pompeu. Antípater ajudou-o no Egito. Antígono, filho de
Aristóbulo II, apareceu perante César em Roma com acusações contra Antípater.
César confirmou Hircano como sumo-sacerdote, e fez Antípater procurador geral da
Judéia. Antípater nomeou o seu filho Fasael governador da Judéia e Herodes, também
seu filho, governador da Galiléia.

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3. Herodes, com 15 anos de idade, assumiu o governo da Galiléia. Liderou o seu exército
e expulsou um grande número de bandidos, atraindo a atenção e a amizade do
presidente da Síria e parente de César. Os judeus temem Herodes, e ele é intimado a
comparecer perante o Sinédrio. Sextus César, presidente da Síria adverte Hircano para
livrá-lo de qualquer acusação. Herodes chega com uma guarda imponente, o sinédrio
fica amedrontado, e é absolvido(Josefo XIV-9).

4. Enquanto Marco Antônio passava os seus dias alegres com Cleopatra, os partos
saquearam Jerusalém, dando o reino a Antígono II, filho de Aristóbulo II, filho de Janeu.
Os partos prenderam Hircano II e Fasael; este suicidou-se na prisão, e os partos
deceparam as orelhas de Hircano. Herodes foge para Roma, e em poucos dias foi
nomeado rei da Judéia por Antônio e Otávio(40 a.C.). O Senado romano declarou
Antígono II como inimigo de Roma.

5. Auxiliado pelos romanos Herodes em três anos derrotou Antígono e os partos. Houve
longo sítio de Jerusalém, porque os judeus queriam auxiliar Antígono. Herodes
aproveitou o período do sítio para casar-se com Mariana(1ª), neta de Hircano II, com
quem ficou desposado por cinco anos.

6. A pedido de Herodes, Antígono foi decapitado por ordem de Antônio. Pela primeira vez
os romanos decapitam um rei. Foi o último sacerdote-rei macabeu. Herodes agora é o
rei. 37 a.C. – 4 a.C. Fez o seguinte:

a. Nomeou Anael de Babilônia, um sacerdote obscuro, para ser o sumo-sacerdote.

b. Induziu o velho Hircano II a voltar do exílio na Babilônia, Pártia, matando-o em 30 a.C.,


com 82 anos de idade.

c. Alexandra é a sogra de Herodes. Era filha de Hircano II, esposa de Alexandre, filho de
Aristóbulo II, o rei. Alexandra tinha dois filhos, um chamado Aristóbulo, famoso pela
sua beleza física, e Mariana, também eminente pela sua beleza. Alexandra queria que
o seu filho Aristóbulo fosse nomeado sumo-sacerdote em lugar de Anael. Assim foi.
Herodes é desconfiado, no entanto, resolve ficar livre do novo sumo-sacerdote.
Mandou os seus servos afogar Aristóbulo enquanto tomava banho, o que fizeram.

d. Como resultado de muitas intrigas, e influenciado pela própria irmã, Salomé, Herodes
manda matar Mariana, e logo depois matou Alexandra também.

e. Herodes recebeu o apoio de Antônio depois da matança de Aristóbulo III.

7. Dificuldades entre Herodes e seus filhos:

a. Antípater, 1º filho de Herodes com Doris, a 1ª esposa, tramou contra seus irmãos,
filhos de Mariana(1ª) Alexandre e Aristóbulo IV, e Herodes mandou enforcá-los em 7
a.C.

b. Este mesmo Antípater foi descoberto numa conspiração contra Herodes e foi preso.

c. Herodes teve 10 esposas e muitos filhos com ciúmes e tramas entre eles.

d. César Augusto certa ocasião mencionou: "prefiro ser o porco de Herodes a ser seu
filho".

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8. Herodes iniciou a reforma ou reconstrução do templo em Jerusalém no 18º ano do seu


reinado.

9. Construções, obras públicas, jogos olímpicos(Josefo XVI-5).

10. Doença e morte de Herodes(Josefo XVII-6-8).

11. O testamento final de Herodes: Arquelau a ser rei da Judéia; Antípas a ser tetrarca da
Galiléia e Peréia; Filipe a ser tetrarca de Auranitis, Traconitis, Batanaia, Gaulonitis e Panias.

12. Arquelau foi deposto em 6 d.C., e a Judéia foi feita província de romana, sob o controle do
prefeito da Síria.

13. Augusto César foi sucedido por Tibério em 14 d.C.

14. Pôncio Pilatos se tornou procurador da Judéia, 26-36 d.C.

15. Ordem para ser erigida no Santo dos Santos uma estátua colossal do imperador Calígula,
40 d.C. Calígula assassinado, Cláudio lhe sucede, 41 d.C.

16. Morte de Herodes Agripa em Cesaréia, 44 d.C.

17. Os judeus são expulsos de Roma por Cláudio, 52 d.C.

18. Morte de Cláudio, Nero é o sucessor, 54 d.C.

19. Acabamento do "Templo de Herodes", 64 d.C. Roma é incendiada e os cristão acusados.

20. Principia a guerra judaica. Os romanos sob o comando de Vespasiano, 66 d.C.

21. Morte de Nero, meados de Junho, 68 d.C.

22. Queda e destruição de Jerusalém, 70 d.C.

Síntese da Literatura Bíblica no Período Interbíblico

A literatura foi vasta e de vários tipos: História, ficção, sabedoria, devocional e apocalíptica.
Esta literatura surge numa época caracterizada por guerras, revoltas e lutas pela libertação, as
vezes coroadas de êxito como também por derrotas humilhantes. Observa-se nesse período
intrigas mesquinhas e assassinatos brutais, por um tenaz apego à Lei de Moisés, como
também sofrimentos espirituais e repressões e violências físicas. Tal literatura foi agrupada em
duas classificações básicas: Apócrifos e Pseudo-epígrafos.

1 – OS APÓCRIFOS = são escritos judaicos surgidos em parte na Palestina e em parte na


Diáspora durante o período que vai do terceiro século antes de Cristo até o primeiro século de
nossa era. Apócrifo = "aquilo que está oculto" – literatura não inspirada.

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São livros não canônicos incorporados à Septuaginta(cânon hebreu) e Vulgata(cânon latino –


tradução feita por Jerônimo) e rejeitados pelos judeus e mais tarde pelos protestantes. Estes
livros foram incorporados ao cânon depois do Concílio de Trento, em 1546, ter decretado que
todos os livros apócrifos, ou seja, Tobias, Judite, Ester, 1 e 2 Macabeus, Sabedoria,
Eclesiástico, Baruc e acréscimo a Daniel, deveriam ser considerados como livros canônicos. O
Antigo Testamento aceito pela Igreja Católica compõe-se de 46 livros. Os sete livros que o
diferenciam do cânon protestante, bem como os trechos de Ester e Daniel, chegaram até nós
em grego na tradução chamada dos setenta(LXX), destinada aos judeus na Dispersão. O
cânon protestante do Antigo Testamento é oriundo da Bíblia hebraica dos judeus da Palestina.

2 – OS PSEUDOEPÍGRAFOS = são escritos judaicos, extrabíblicos, não inspirados inseridos


no contexto do Antigo Testamento. Pseudo = falso, Epígrafos = escritos. Só eram estimados
dentro de determinados grupos. Surgiram na mesma época dos apócrifos. Os Pseudo-
epígrafos não gozaram do mesmo favor que os livros apócrifos pois não foram incluídos em
nenhum cânon. Só foram conservados por uma para bem limitada da igreja ocidental durante o
período da Idade Média.

No período em que surgiram essas obras ainda não havia um cânon oficial = as Sagradas
Escrituras como um grupo fechado. As descobertas dos manuscritos do Mar Morto,
provenientes do período que vai de 150 a.C. até 70 d.C, encontradas nas cavernas de Qumran,
mostra-nos que naquela época ainda não havia uma distinção rigorosa entre Escritura Sagrada
e menos sagrada.

3 – MOTIVOS PARA A SELEÇÃO DOS LIVROS = a) A comunidade judaica se vê diante da


necessidade de estabelecer uma delimitação clara em relação aos livros recebidos dos pais
antepassados; b) Essa medida fundamenta-se na preocupação de se defender contra a
proliferação desordenada da literatura de diversos grupos; c) Preservar os escritos
reconhecidamente como inspirados por Deus, dos escritos pagãos e heréticos; d) Reconhecer
a autoridade normativa para a fé, bem como o padrão a ser seguido pela comunidade.

4 – O SURGIMENTO DO CÂNON = a palavra cânon(kanwn em grego) significa vara ou régua


especialmente usada para manter algo em linha reta. A canonização foi um processo longo e
lento. O Antigo e o Novo Testamento foram denominados por Clemente de Alexandria como
"Cânon Eclesiástico". Os livros não assumidos no cânon hebraico são denominados
deuterocanônicos. A lista dos livros apócrifos é grande, tanto os que pertencem ao AT como os
do NT. A Igreja Romana, por decisão do Concílio de Trento(1546), aceitou os seguintes livros:
Judite, Tobias, acréscimos a Ester, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, acréscimo a Daniel, 1 e 2
Macabeus, no AT e rejeitou os apócrifos do NT.

JUDITE = este livro foi escrito na versão hebraica. O centro da narrativa é a libertação da
cidade de Betúlia sitiada por Holofernes, general de Nabucodonozor, graças ao feito heróico de
Judite. Objetivo = descrever uma das situações da grande confrontação entre uma potência
mundial, caracterizada pela figura de Nabucodonozor e a comunidade judaica representada
pela cidade de Betúlia. O livro apresenta Javé como criador cujo poder se manifesta na
história. Javé é aquele que prova o seu povo com tribulações, mas não o entrega aos inimigos
enquanto permanecer fiel à Lei.

TOBIAS = a história de Tobias desfrutava de grande popularidade entre os judeus medievais.


Por isso o livro passou por traduções hebraicas e aramaicas durante a Idade Média. O texto
inicial foi produzido em aramaico e posteriormente traduzido para a língua grega. A narrativa
nos mostra um judaísmo que se distingue pela fiel observância da Lei; revela também uma
grande influência do Talmude Babilônico quando apresenta pontos de contato com a medicina

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popular, onde a magia é considerada benéfica e até mesmo recomendada pelo anjo de Deus, e
por isso mesmo permitida também a um israelita.

ACRÉSCIMO A ESTER = é possível que esses acréscimos tenham sido escritos originalmente
em grego. Tudo indica ser o autor um judeu pertencente a uma colônia da Diáspora de judeus
do Egito que habitava em Jerusalém no período de Ptolomeu VIII ou XII.

SABEDORIA = escrito em grego a intenção do livro é conduzir o leitor à verdadeira sabedoria


e, conseqüentemente, a uma vida agradável a Javé. Embora o autor se enraíze na sabedoria
bíblica, desenvolve as idéias desta última completando-as com as idéias helenísticas. Por
exemplo, a da imortalidade ou a opinião segundo a qual uma alma boa é recebida num corpo
imaculado(desenvolvida dentro da filosofia estóica).

ECLESIÁSTICO = afirma-se ser este o principal dos apócrifos. Escrito originalmente em


hebraico na Septuaginta aparece com o nome de "Sabedoria de Jesus Filho de Sirac". Seu
estilo é parecido com o livro canônico de Provérbios. Por isso é classificado dentro da série de
obras da literatura sapiencial. Apresenta o Deus de Israel como o condutor da história, o
dispensador da sabedoria e o justo juiz.

BARUQUE = o livro só chegou a nós em grego. Os pesquisadores admitem que haja um


original em hebraico. Se apresenta como sendo obra do companheiro e escriba do profeta
Jeremias. Foi escrito logo após a destruição de Jerusalém pelos babilônios. Revela um caráter
apocalíptico através de visões de Baruque.

ACRÉSCIMOS A DANIEL = aparecem na Bíblia grega três acréscimos, admitindo-se que não
surgiram ao mesmo tempo. 1º - História de Susana; 2º - Oração dos três jovens lançados na
fornalha ardente; 3º Bel e o dragão.

1 e 2 MACABEUS = escritos originalmente em hebraico são narrativas históricas que


descrevem de forma clara e penetrante um período de 40 anos ricos de acontecimentos
variados. O autor demonstra ser um grande historiador, homem religioso, grande patriota e
criterioso. Revela especial predileção por Judas Macabeu. Apesar de ter sido bem mais tarde,
o livro de 2 Macabeus, juntamente com o primeiro livro, afora as lendas neles contidas, cobrem
o período do governo Sírio sobre a palestina e a atuação da família dos Macabeus junto ao
povo judeu.

A Formação do Cânon do Novo Testamento

Os vinte e sete livros do Novo Testamento provavelmente só foram preservados por se


acharem em conexão com as coleções eclesiásticas, e não por terem sido copiados
diretamente de originais isolados(1). A história do cânon tenta entender de que modo tais
coleções e, finalmente a coleção do Novo Testamento tomaram a forma que possuem(2).
Embora os livros do Novo Testamento só tenham chegado até nós como parte de uma coleção
aprovada pela igreja, nenhum deles foi incorporado a tal coleção. "Mesmo que já houvesse
uma coleção das epístolas paulinas no fim do I século, ela não era encarada como ‘’Sagrada
Escritura’"(3). Mas Jesus e o cristianismo primitivo nunca dispensaram a Sagrada Escritura:
eles consideravam o Antigo Testamento como as "escrituras", que provinham do judaísmo e
que eram citadas em todas as partes do Cânon Vetero-Testamentário. A revelação de Deus
fora conservada de forma escrita, como se mostrava evidente para a igreja primitiva bem no
início de sua existência.

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A história da formação daquilo que é conhecido como o cânon do Novo Testamento é a história
da exigência de uma autoridade(4). No final do século I os livros já haviam chegado ao seu
destino. Nem todos se tornaram conhecidos por todos os cristãos logo de início. Pelo contrário,
é muito provável que alguns dos cristãos primitivos não tivessem visto todos os evangelhos,
nem todas as epístolas antes do fim do século. Além disso, muitos evangelhos, atos e epístolas
apócrifas circulavam durante o segundo século e foram aceitos por alguns grupos, senão não
teriam sequer sobrevivido. A valiosa literatura dos cristãos primitivos que expressavam sua fé e
dedicação era preservada pelas congregações em todo o império romano. Esta autoridade
canônica repousava sobre o testemunho ocular de doze homens(5).

Para o homem do século vinte, o processo de canonização poderá parecer de lenta evolução;
todavia, levando em consideração a dificuldade de se conseguir livros feitos com cópias
manuscritas e também a morosidade em se fazer viagens, tal processo foi rápido e
extraordinário. O valor, a divina inspiração, a morte das testemunhas oculares, os ensinos de
Jesus, tornaram o processo de preservação dos livros mais importante. É neste prisma que
desejo esboçar algumas idéias a respeito da formação do cânon do Novo Testamento, não
quero promover um tratado sobre o assunto, e por isso procurarei ser breve e objetivo nas
abordagens e considerações que visam pesquisá-lo histórica e criticamente.

1. Definição

A palavra Kanwn, significava primitivamente vara ou régua de uma maneira especial era usada
para medir algo em linha reta, à semelhança da linha ou régua dos pedreiros e carpinteiros.
Passou a significar metaforicamente um padrão(6). Em gramática significava uma regra; em
cronologia, uma tabela de datas; em literatura uma lista de obras que podiam ser corretamente
atribuídas a um determinado autor. Assim o cânon de Platão refere-se à lista de tratados que
podem ser atribuídos à Platão como genuinamente de sua autoria. O processo bíblico pelo qual
os livros foram escolhidos é então chamado de canonização.

Os cânones literários são importantes, porque só as obras literárias genuínas de um autor


podem revelar o seu pensamento. Num embate entre as heresias, as literaturas pagãs e as
doutrinas defendidas pela igreja surge então a necessidade de serem avaliados os livros ou
escritos que circulavam no contexto clerical. Sendo assim a palavra cânon passou a denotar o
conteúdo das escrituras. "Cânon, finalmente, é o corpo de escritos havidos por únicos
possuídos de autoridade normativa para a fé cristã, em contraste com escritos que não o são
ainda que contemporâneos"(7).

2. O Critério Canônico

Moule nos sugere que: "se perguntarmos quais os critérios que a igreja, conscientemente,
havia aplicado para provar a autenticidade dos seus escritos, descobriremos que tais critérios
são determinados pela controvérsia com heréticos e incrédulos"(8). A controvérsia com os
grupos heréticos logo após a morte dos apóstolos, foi um fator que resultou no interesse da
igreja em possuir uma literatura autorizada. Documentos que fossem fidedignos , que
estivessem acima das mudanças, isto é, que fossem incorruptíveis. Pois a igreja que se
desenvolvia e se expandia precisava de uma liderança em questões de fé e de prática. Deus
resolveu a problemática por meio do Espírito Santo, o Espírito da verdade, que guiou os
apóstolos e a igreja em desenvolver e canonizar a palavra inspirada e autorizada. Em resumos
o processo foi o seguinte: os livros que chamamos de Novo Testamento foram escritos; eles
foram amplamente lidos; foram aceitos pelas igrejas como úteis para a vida e a doutrina; foram
introduzidos na adoração pública da igreja; ganharam aceitação através de toda a igreja e não
apenas das congregações locais; e foram oficialmente aprovados mediante decisão formal da

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igreja(9). Porém, a igreja estabeleceu alguns critérios(10) para selecionar os escritos, dentre os
quais destacaremos:

A APOSTOLICIDADE: O material em consideração pela comunidade eclesiástica deveria ter


sido redigido por um dos doze que conviveram com Jesus. "O livro deveria ter sido escrito por
um apóstolo ou baseado em seu testemunho ocular. Os apóstolos eram tanto testemunhas
oculares pessoais do ministério de Cristo como os primeiros líderes da Sua igreja"(11). Assim
sendo o testemunho deles tornou-se a primeira autoridade nesta nova comunidade de fé. Já
que estes ficaram com a responsabilidade de instruir os novos discípulos seu testemunho
deveria ser aceito pela igreja como possuindo a autoridade de Jesus. Logo os seus escritos
deveriam ser aceitos. Se o escrito procedesse de alguém que não estivesse no grupo dos doze
mas que tivesse alguma relação com estes seria aceito. "Quanto aos evangelhos, estes
deveriam manter o padrão apostólico de doutrinas particularmente com referência à
encarnação e ser na realidade um evangelho e não porções de evangelhos, como tantos que
circulavam naquele tempo"(12).

A CATOLICIDADE: Este fator envolve a circulação, o uso e a aceitação do livro. Já que não era
fácil comprovar a autenticidade apostólica, esta característica auxiliou e muito a confecção do
Cânon. "Os autores tinham no geral seguidores em sua igreja e comunidade, mas só os livros
usados pela igreja inteira vieram a ser incluídos no Cânon. Como os pastores e membros das
várias congregações se comunicavam entre si, os livros mais usados se tornaram obviamente
conhecidos"(13). Como nem sempre era fácil demonstrar a autenticidade apostólica do
documento, nem mesmo sua derivação, o critério do uso e circulação veio colaborar na
aferição canônica. Existe a probabilidade de que certos escritos foram aceitos e circularam
tendo a autoridade antes mesmo de possuir qualquer tipo de relação com o grupo
apostólico(14).

A ORTODOXIA: Esta também era um importante fator na questão da seleção. nos relatos,
livros escritos que para serem canonizados deveriam possuir no seu bojo um conteúdo
doutrinário cristalino. Nenhum dos escritos que concorriam a uma aceitação canônica poderia
contrariar àquela ortodoxia característica das primeiras décadas(15). Isto possibilitou a igreja a
expor e repudiar as grandes heresias dos primeiros séculos e preservar a pureza do
Evangelho. E quando havia erros ou obscuridades nos escritos estes eram tirados da lista
canônica.

INSPIRAÇÃO: A última prova para canonizar era a inspiração. Os livros escolhidos davam
evidências de serem divinamente inspirados e autorizados. O Espírito Santo guiou a igreja para
que ela discernisse entre a literatura religiosa genuína e a falsa. Houve a necessidade de um
certo período de tempo para se concretizar.

3. Os Primeiros Escritos

Os doze apóstolos eram o cânon e o foram enquanto viveram, já que a comunidade cristã dos
primórdios preferia a mensagem proferida oralmente por aquelas pessoas que testificaram,
estando presentes e participantes do ministério de Jesus. "Bem cedo na história da
comunidade cristã, quem sabe ainda dentro da quarta década do primeiro século, surgiram os
primeiros escritos que seriam a semente onde o Novo Testamento procede. Eram documentos
rudimentares, escritos provavelmente em aramaico, sendo que os testemunhos teriam de ser
em hebraico. Esses testemunhos eram textos do Antigo Testamento catalogados pelos
primitivos missionários com a finalidade de provar o caráter messiânico da encarnação,
ministério, morte e ressurreição de Cristo. Muito destas listas de textos provas serviu à
composição dos evangelhos. O discurso de Estevão em Atos revela a influência destas listas
organizadas. O cânon para a escolha desses textos eram naturalmente os apóstolos"(16).

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A necessidade de se responder as dúvidas e dificuldades de algumas igrejas e de alguns


líderes, promoveu o surgimento de cartas e tratados dos apóstolos orientando-os na forma de
agir. Tendo como precursor Marcos inicia-se a produção dos Evangelhos canônicos e série
extensas de apócrifos, entre os quais alguns são conhecidos(17). Em nenhuma das
circunstâncias houve a intenção de suplementar o Antigo Testamento que eram as Escrituras.
E as coleções a respeito de Jesus, repleta de parábolas e narrativas, foram copiadas muitas
vezes e entregues às várias congregações para serem lidas. "Nenhum livro seria admitido para
a leitura pública na igreja se não possuísse características próprias. Muitos outros livros
circulavam quando Mateus começou a ser usado pelos cristãos(18). Estas compilações
acrescentaram o número de material evangélico. No entanto o testemunho vivo dos apóstolos
era o mais preferido.

4. O Surgimento de um Cânon

A coletânea dos textos cristãos primitivos que estava começando a ser feita trouxe um estímulo
à evolução desse processo. Muito provavelmente, no fim do século I já havia uma coleção das
dez epístolas de Paulo. De concreto sabemos que uma coleção de dez epístolas paulinas só
aparecem claramente confirmada com Marcião, por volta do ano 140, mas é bem pouco
provável que Marcião tenha sido o primeiro a reunir tais epístolas. O cânon de Marcião foi o
primeiro a ser adotado por um grupo de seguidores de Marcião(19). O cânon de Marcião
provocou uma reação violenta no seio da igreja. "Como é natural, a igreja nunca aceitou o
cânon de Marcião como legítimo, Este falso cânon levantou, porém, duas questões. Primeira,
que livros eram legitimamente a palavra de Deus? E segunda, como a igreja poderia proteger o
uso errado das cartas de Paulo, como aconteceu com Marcião, no futuro? Para resolver a
primeira pergunta os líderes da igreja começaram a estudar a questão do cânon. Para tratar da
segunda, as igrejas começaram a colocar Atos antes das epístolas de Paulo"(20).

O fato de rejeitar certos livros mostrava que tinham sido considerados como revestidos de
autoridade no tempo de Marcião e os oponentes deste acorreram em defesa dos livros que ele
rejeitava. Irineu atacou-o(21), e Tertuliano escreveu cinco livros contra os seus erros. A
organização arbitrária de um cânon por Marcião mostrou que: os livros aceitos deviam ser
considerados como autênticos; e que aqueles que rejeitara eram aceitos como canônicos pelos
cristãos em geral. Por volta de 150 A.D. a igreja não tinha o seu cânon formalmente expresso;
contudo, referências prévias mostraram que a maioria dos livros do Novo Testamento estava
praticamente em uso da Síria, na Ásia Menor e em Roma; já na metade do século II, a força do
cristianismo se havia transferido para Roma, a cidade imperial. Os ensinos heréticos de
Marcião, sua adoção de um cânon e a popularidade dos seus ensinos poderiam ter forçado a
igreja a reconhecer formalmente um Cânon.

O cânon Muratoriano(22) embora seja um documento fragmentário revela que já havia uma
lista do Novo Testamento, provavelmente em oposição ao cânon herético de Marcião. O Cânon
muratoriano omite Tiago, 1 e 2 Pedro e Hebreus, o próprio manuscrito não é mais antigo do
que o século VII, mas o seu conteúdo pertence provavelmente ao último terço do século II,
cerca de 170 d.C. O fragmento muratoriano representa uma coleção oficial de livros que difere
do Novo Testamento atual apenas pela exclusão de quatro e a inclusão de um. Nomes como
Irineu, Tertuliano e Clemente de Alexandria são mencionados pela história da igreja como
defensores de um Cânon do Novo Testamento. "Os três grandes teólogos do fim do século II,
pois, reconhecem um Novo Testamento que contém os quatro evangelhos e uma parte
apostólica, a qual pertencem incontestavelmente as 13 epístolas de Paulo, os Atos dos
apóstolos, a 1 carta de Pedro, a 1 carta de João e o Apocalipse, ao passo que a canonicidade
das cartas gerais e Hebreus não estavam determinadas, e ocasionalmente outros escritos
eram encarados e abordados canônicos(23). Vale salientar que uma outra lista foi preparada
por Cirilo de Jerusalém contendo todos os livros atuais do Novo Testamento com exceção de

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Apocalipse(24). O Cânon do Novo Testamento que obteve finalmente a aprovação em toda a


igreja foi estabelecido por Atanásio, bispo de Alexandria, em 367 A.D. que em sua carta
pascal(25) desse ano fez uma declaração importante para a história do Novo Testamento. Esta
lista foi mais tarde aprovada pelos concílios da igreja reunidos em Hippo Regius em 393 e
Cártago em 397, e permanece sendo o cânon do Novo Testamento hoje. O que os concílios da
igreja fizeram não foi impor algo novo sobre as comunidades cristãs, mas codificar o que já era
a prática geral daquelas comunidades(26). Para Barclay a "Bíblia e os livros da Bíblia vieram a
ser considerados como a palavra inspirada de Deus, não em vista de qualquer decisão de
qualquer Sínodo, Concílio, Comitê ou igreja, mas porque neles a humanidade encontrou
Deus(27).

5. A Conclusão do Cânon do Novo Testamento

O cânon, lista dos volumes pertencentes a um livro autorizado, surgiu como um reforço à
garantia centralizada no bispo e à fé expressa num credo. As pessoas, equivocadamente,
supõem que o cânon é uma lista de livros sagrados vindos diretamente dos céus ou, imaginam
que o cânon foi estabelecido pelos concílios eclesiásticos. Não foi assim, pois os vários
concílios que se pronunciaram a respeito do problema do cânon do Novo Testamento apenas o
tornavam públicos, porque já tinham sido aceitos amplamente pela consciência da igreja. A
história do cânon estava concluída no Ocidente no começo do século quinto, cem anos mais
cedo que no Oriente.

É evidente que nem todos os livros do atual Novo Testamento eram conhecidos ou aceitos por
todas as igrejas do Oriente e do Ocidente durante os primeiros quatro séculos da era cristã. As
variações do cânon eram devidas a condições e interesse locais. O cânon existente surgiu de
um vasto corpo de tradição oral e escrita e de especulação, e impôs-se às igrejas devido a sua
autenticidade e poder dinâmico inerentes. Sendo portanto um fruto do emprego de vários
escritos que provavam o seu mérito e a sua unidade pelo seu dinamismo interno. Alguns foram
reconhecidos mais lentamente do que os outros devido ao seu pouco tamanho ou devido ao
caráter remoto ou particular do seu destino ou até mesmo ao anonimato no tocante a autoria,
ou falta de aplicabilidade as necessidades da igreja naquele período. Porém, nenhum desses
fatores trabalham contra a inspiração divina destes livros ou contra o seu direito de possuir um
lugar na palavra autorizada do Deus Todo-Poderoso.

A ORIGEM DA LITERATURA DO NOVO TESTAMENTO

INTRODUÇÃO

Jesus nunca escreveu qualquer livro. Seus apóstolos escreveram quatro narrativas de sua
vida, chamadas Evangelhos. A de Lucas continua em Atos dos Apóstolos, onde e narrada a
difusão da historia de Cristo a varias partes do Império Romano. O apostolo Paulo escreveu
nove epístolas ou cartas as igrejas. Escreveu quatro para indivíduos, que continham também
mensagens para as igrejas, transmitindo a esperança que ha em Cristo e proporcionando
instruções aos gentios a respeito da conduta cristã. Oito epistolas gerais deram instruções aos
cristãos, que se defrontavam com varias circunstâncias. O livro da Revelação ou o Apocalipse
enfeixa o corpo da literatura que se chama Novo Testamento. Os quatro primeiros livros
expõem a vida de Cristo, e os 23 restantes apresentam as interpretações doutrinarias de sua
vida, as implicações praticas para a vida e serviços diários e a esperança eterna que Cristo
oferece.

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Vinte e sete livros foram escritos originalmente sobre a vida de Cristo. Desde essa época já se
escreveram milhares de livros para explicar o sentido dos 27. Apesar do fato de que Cristo
nunca escreveu nem sequer um livro, todavia, sua vida se tornou a fonte de muitas bibliotecas.
A origem dos 27 livros inspirados do Novo Testamento e o que nos interessa nesta lição.

FUNDAMENTO HISTÓRICO DA LITERATURA DO NOVO TESTAMENTO

O desenvolvimento da literatura do Novo Testamento pode ser melhor compreendido se for


relacionado a importantes acontecimentos históricos.

A.D. 30 = A crucificação de Jesus(as datas sugeridas variam de A.D. 27 a 33).

A.D. 34 = A conversão de Paulo(as datas sugeridas variam de A.D. 33 a 36).

A.D. 41-44 = A morte de Tiago e Herodes Agripa I e a prisão de Pedro(Atos 12).

A.D. 46-48 = A primeira viagem missionária de Paulo(Atos 13.4 e ss.).

A.D. 49 = A Conferencia de Jerusalém(Atos 15).

A.D. 50-52 = A segunda viagem missionária de Paulo. Passou muito tempo em Corinto(Atos
18).

A.D. 53-57 = A terceira viagem missionária de Paulo. Passou três anos em Éfeso (Atos 19).

A.D. 58 = A volta de Paulo a Jerusalém e sua prisão(Atos 21).

A.D. 58-60 = A prisão de Paulo e julgamentos em Cesaréia até que Festo tornou-se procurador
no ano 60 A.D. A sua transferência para Roma para ser julgado perante César.

A.D. 60-62 = A prisão de Paulo em Roma(Atos 28.30).

A.D. 64 = Nero incendeia Roma e acusa falsamente os cristãos. Provável morte de Paulo.

A.D. 66-70 = A rebelião judaica contra o governo romano e a destruição Jerusalém e do


Templo. A perseguição romana aos judeus e morte de muitos cristãos poderão ter animado o
registro permanente da vida e do ministério de Jesus

A.D. 81-96 = O governo do Imperador Domiciano, durante o qual os cristãos foram perseguidos
severamente. Talvez João tenha escrito o Apocalipse nesse tempo para encorajar os cristãos.

A ORIGEM DOS EVANGELHOS

As Atividades de Jesus: Apesar de Jesus ter realizado muitas curas de enfermos, sua principal
atividade era de ensinar seus discípulos. Seus milagres provaram que ele possuía o poder de
Deus; portanto, deram a evidência de que o Reino estava próximo. Seus ensinos enfatizaram o
novo conceito de que a vitória no Reino se manifesta mediante o sofrimento e a morte do Rei.
E apresentou suas exigências aos cidadãos do Reino e qualidade de serviços que seus
discípulos teriam que prestar. Seus ensinos eram profundamente significativos e foram
consideravelmente entesourados por seus discípulos depois de sua morte.

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A Incompreensão dos Discípulos: Os discípulos de Jesus tinham dificuldades em entender os


novos conceitos de Jesus sobre o Reino. Eram homens de sua época e que esperavam um
Messias político, vitorioso. A incompreensão de Pedro se revelou em ter rejeitado a declaração
de Jesus sobre sua Paixão, depois da grande confissão em Cesaréia de Filipe (Mateus l6.22),
por sua inveja de João e Tiago, que pediram posições especiais no Reino(Marcos 24), por ter
negado Jesus quando no tribunal(Mateus 26.69 e ss.) e por seu inquérito sobre a restauração
do Reino, exatamente pouco antes da ascensão de Jesus(Atos 1.6). Pedro provavelmente
representou o pensamento de todos os discípulos ma maioria dessas ocasiões.

A Iluminação do Espírito Santo: De acordo com João 16.13, Jesus prometeu a vinda do
Espírito Santo para guiar os discípulos no conhecimento de toda a verdade. Pedro explicou que
depois da descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes havia chegado a Nova Era do
Reino(Atos 2.1e ss.). Jesus não estava mais presente fisicamente com seus discípulos,
todavia, suas palavras tomaram nova significação para eles no dia de Pentecostes

A Ênfase Primitiva da Igreja: Na medida em que Jesus se afastava de seus discípulos, na


ascensão, dois homens lhes apareceram e perguntaram: Por que estais olhando para os céus?
Este mesmo Jesus que dentre vos foi assunto ao céu, assim virá do modo como o vistes
subir(Atos 1.11). Na base desta mensagem e dos ensinos de Jesus, os discípulos não
esperavam um período prolongado antes da volta de Jesus. Depois que receberam a plenitude
do Espírito Santo, no dia de Pentecostes, eles se compenetraram da urgência da tarefa
delegada por Jesus para que se pregasse o evangelho em todo o mundo. Sua morte tornou-se
compreensível como a provisão redentora para os pecados do homem. Sua ressurreição
possibilitou a continuação de sua presença e poder espiritual na edificação do Reino.

O Período de Transmissão Oral: A ênfase primitiva dos apóstolos era negar o evangelho, e não
registrá-lo(Atos 2.14 e ss.; 6.4). Utilizaram duas fontes para provar os judeus que Jesus era o
Messias: 1. Seu testemunho de experiências pessoais, inclusive o que eles tinham visto Jesus
fazer. 2. As escrituras do Velho Testamento, em primeiro lugar Isaías 40 e versos que seguem,
que prediziam o sofrimento e a morte do Servo escolhido de Deus. A Igreja Primitiva mostrou
relutância em escrever seus ensinos, por várias razões: 1. Os cristãos primitivos esperavam um
retorno de Cristo; portanto, despendiam seu tempo na proclamação do evangelho. 2. Preferiam
falar pessoalmente, a escrever(2 João 12). 3. Os discípulos de Jesus foram escolhidos entre
um grupo não literário da sociedade. 4. Os rabinos preservaram seus ensinos oralmente e
Jesus nada escreveu. 5. Os apóstolos que tinham sido testemunhas oculares de Jesus
estavam disponíveis enquanto o evangelho não se espalhasse além da Judéia.

Parece que se passaram aproximadamente 30 anos depois da morte e ressurreição de Jesus,


e então, os primeiros Evangelhos foram registrados, pelo menos na forma em que os temos
agora. Este é o período que os eruditos classificam de Período Oral. Sugerem que as
narrativas dos ensinos e atividades de Jesus se revestiram de características que se tornaram
mais fáceis de serem transmitidas oralmente. A escola da crítica-da-forma procurou identificar
pequenas unidades, que foram transmitidas oralmente e foram mais tarde registradas nos
Evangelhos. Indicam declarações tais como - "E sucedeu que..." no Evangelho de Marcos para
fundamentar seu ponto de vista, afirmando que o autor de Marcos empregou estas frases para
unir as unidades orais menores. Os críticos da forma procuraram também definir a situação na
vida da comunidade, que causava o desenvolvimento de uma certa forma de unidade. Por
exemplo, Mateus 28.19 está identificado como urna fórmula batismal, isto é, as palavras
particulares foram mencionadas nos serviços batismais. Guthrie observa que a escola da
crítica-da-forma erra, por dar ênfase a comunidade criada pelo evangelho, em vez de ao
evangelho que cria a comunidade(28).

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Parece razoável concluir que o ensino oral era o meio principal de comunicar as tradições
cristãs durante o período de 3) anos. Os materiais de escrita eram dispendiosos, e o método de
copiar a mão era um tanto vagaroso. A preponderância da transmissão oral, contudo, não
impediu as produções literárias.

A Origem dos Escritos: Dois eventos enfatizaram a necessidade de narrativas escritas sobre a
vida e os ensinos de Jesus: 1. A morte dos apóstolos ameaçava destruir a fonte dos ensinos
autênticos. 2. A difusão do evangelho aos gentios, que não tinham um conhecimento profundo
do Velho Testamento, exigiu um ensino permanente e autorizado.

A Forma Mais Primitiva do Evangelho: Um exemplo primitivo da mensagem que os apóstolos


pregavam se encontra no sermão de Pedro no dia de Pentecostes: 1. Jesus e o cumprimento
da profecia do Velho Testamento. 2. Com sua vinda as profecias messiânicas cumpriram-se e
começou a Nova Era. 3. Ele e o descendente prometido de Davi aprovado por Deus, por suas
maravilhas e poderosos trabalhos, crucificado, ressuscitado e exaltado à mão direita Deus. 4.
Ele voltará para julgar a humanidade e realizar seu Reino. 5. A salvação e pela fé em seu
nome. A mensagem apostólica era baseada nos ensinos e nas atividades de Jesus.

REGISTRO DO EVANGELHO MAIS ANTIGO

Fontes Propostas dos Evangelhos: Em virtude de muitos versos nos três primeiros
Evangelhos(os sinóticos) serem idênticos, eruditos, por muitos anos, têm debatido o seu
relacionamento. O ponto de vista preponderante, na atualidade, e que o Evangelho de Marcos
foi escrito primeiro, e Mateus e Lucas usaram Marcos como fonte para os seus Evangelhos.
Visto que Mateus e Lucas são mais extensos que o Evangelho de Marcos, e claro que eles
contém materiais que não se encontra em Marcos. Mateus contém material que não se
encontra em Lucas e Lucas contém material que não se encontra em Marcos. Mateus e Lucas
contém ambos algum material idêntico, que não se encontra em Marcos. Como resultado do
trabalho de B. H. Streeter, a maioria dos eruditos contemporâneos aceita a teoria dos 4
documentos, que são: 1. Marcos foi escrito primeiro e foi usa por Mateus e Lucas. 2. Q(de
Quelle, origem, fonte em alemão) era uma fonte que supriu os ensinos ou as atividades de
Jesus e que são comuns a Mateus e Lucas, mas não se encontram em Marcos. 3. L era uma
fonte usada por Lucas para seu material especial. 4. M era uma fonte usada por Mateus para
seu material especial.

A Origem do Evangelho de Mateus: A tradição atribuiu o Evangelho de Mateus ao apóstolo


Mateus. Os críticos das fontes concluíram que o apóstolo Mateus não poderia ser o autor do
livro que leva seu nome porque ele dependia de outras fontes. Um apóstolo estaria habilitado a
prover um relato ocular dos ensinos e atividades de Jesus. Os críticos hoje em dia admitem
que seja permissível atribuir o material especial encontrado no primeiro evangelho a Mateus.

A Origem do Evangelho de Marcos: Quando Paulo e Barnabé partiram na primeira viagem


missionária(A.D. 46) levaram João Marcos como seu auxiliar. Pregaram aos judeus e gentios
os primeiros gentios convertidos eram prosélitos do judaísmo e conheciam algo das leis do
Velho Testamento(Atos 13.43). Depois que eles pregaram aos judeus e gentios prosélitos, no
sábado seguinte "veio quase toda a cidade ouvir a palavra de Deus. Mas quando Os judeus
viram as multidões, se encheram de inveja, e falaram contra aquelas coisas que Paulo
doutrinava, contradizendo e blasfemando"(Atos 13.44,45). Depois que Paulo e Barnabé foram
rejeitados pelos judeus, eles se voltaram para os gentios, aqueles que não tinham fundamento
no Antigo Testamento. Assim que se convenceram de que Jesus era o Salvador, tinham que
ser ensinados ou instruídos a respeito da vida dos cidadãos do Reino. Precisavam conhecer os
ensinos e atividades de Jesus. Provavelmente urna das tarefas de João Marcos seria servir
como professor na instrução aos novos convertidos.

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Visto que os materiais de escrita eram caros e a cópia feita a mão era difícil, a maioria dos
novos cristãos nunca tinham urna cópia dos ensinos de Jesus. Conheciam sua vida e seus
ensinos somente pela memória. Essa era a realidade tanto para os judeus como para os
gentios. O Evangelho de Marcos tem características que indicam que pode ter sido o relato da
vida e dos ensinos de Jesus usado para ensinar os novos convertidos. o Evangelho tem
divisões naturais que sugerem ter sido ensinado em seções. A linguagem e vívida e a história
se desenvolve rapidamente. Marcos não inclui os ensinos mais complicados de Jesus que
aparecem em Mateus e Lucas.

Marcos tivera oportunidade de se associar a Pedro, uma testemunha ocular da vida de Jesus.
Eusébio cita o Bispo de Hierápolis(140 A.D.), Papias, escrevendo afirmou: "Isto também o
Presbítero costumava dizer: Marcos, tendo se tornado intérprete de Pedro, escreveu
lucidamente, apesar de não o fazer em ordem, tudo de que se lembrava dos ensinos ou das
ações de Jesus". Papias continuou afirmando que Marcos não era nem ouvinte, nem seguidor
do Senhor. Portanto, sua narrativa estaria na dependência de uma testemunha ocular. Muitos
eruditos demonstraram que Marcos contém a doutrina Petrina de Cristo.

Alguns eruditos notaram a ausência dos sinais da perspectiva judaico-cristã que observaram
no Evangelho de Mateus. Visto que Pedro era apóstolo aos judeus, poderíamos supor que o
Evangelho de Marcos faz transparecer qualquer preconceito judaico. Guthrie e outros
estudiosos proclamam que Marcos e um Evangelho aos gentios. Uma revisão da história de
Marcos deve resolver o problema.

Marcos recebeu informações autênticas sobre Jesus por meio de Pedro. Em virtude de Paulo e
Barnabé não terem sido testemunhas oculares de Cristo, precisavam de alguém qualificado
corno ministro da palavra para acompanhá-los em suas viagens missionárias. Lucas iniciou seu
Evangelho declarando que as tradições que ele incluía procediam daqueles que tinham sido,
desde o começo, testemunhas oculares e "ministros da palavra"(Lucas 1.2). Os "ministros da
palavra" parecem ter tido a responsabilidade de ensinar os novos convertidos nas igreja que se
expandia - de ensinar a respeito da vida e doutrina de Cristo. Marcos foi descrito com a mesma
palavra "ministros" em Atos 13.5. Sua associação com Paulo e Barnabé na obra missionária
aos gentios teria sido a de ensinar os novos convertidos.

É possível que João Marcos tivesse anotações sobre os ensinos de Jesus, extraídas dos
sermões de Pedro. Paulo teria dependido muito de Marcos, a fim de conseguir relatos básicos
da vida e dos ensinos de Jesus. Esses ensinos básicos provavelmente Paulo os transmitiu as
igrejas que fundara no mundo gentio. Um documento escrito por Marcos sobre a vida e os
ensinos de Jesus pode ter sido colocado na Igreja em Roma entre os anos 55 a 60 A.D. Irineu,
no ano 180 A.D., escreveu: "E depois da morte(talvez partida) destes(Pedro e Paulo), Marcos,
o discípulo intérprete de Pedro, também nos entregou notas escritas sobre as coisas pregadas
por Pedro." Clemente, de Alexandria(no ano 200 A.D.), afirmou que Marcos deixou um
Evangelho escrito com a Igreja em Roma.

A Origem do Evangelho de Lucas: No prefácio do Evangelho de Lucas, o autor apresenta


algumas informações sobre seu método em escrever o Evangelho de sua autoria. Afirmou que
desejava dar uma narrativa ordenada e precisa do evangelho. Consultou aqueles "que desde o
começo foram testemunhas oculares e ministros da palavra"(Lucas 1.2). Não é somente
possível, mas provável que Lucas, sendo companheiro de Paulo, tivesse acesso as notas e
informações de Marcos sobre a vida e Os ensinos de Jesus. Talvez Marcos fosse um dos
"ministros da palavra" a quem Lucas faz referência em seu Evangelho. Lucas acrescentou
ensinos adicionais àqueles que recebera das testemunhas oculares. Tem-se a impressão de
que seu Evangelho fora escrito como luzes de várias fontes, para proporcionar uma narrativa

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completa sobre a vida de Cristo para o mundo dos gentios, cujo conhecimento do Velho
Testamento era assaz precário.

Os Registros Mais Antigos: É bem razoável ajuizar que, após a morte de Jesus, Os apóstolos
que, porventura, permaneceram em Jerusalém compartilhassem com outros aquilo que se
lembravam dos ensinos de Jesus. Esses ensinos sem dúvida, teriam sido avivados logo depois
do dia de Pentecostes. A pregação dos apóstolos não deveria se limitar as palavras exatas de
Jesus, mas a fonte original teria sido acessível a Pedro, bem como a Mateus. O livro de Atos
afirma que os apóstolos permaneceram em Jerusalém por muitos anos. Isto significa
evidentemente, que seu trabalho seria com os judeus ao passo que Lucas e Marcos,
associados a Paulo, iriam para a obra missionária entre os gentios. A perspectiva do
Evangelho de Mateus revela que Mateus procurou convencer os judeus a aceitar a Cristo como
o Messias, através das citações freqüentes as Escrituras do Velho Testamento. Seu evangelho
não nega que Jesus seja o Senhor de todo o universo, mas ele faz um apelo especial aos
leitores judaicos. Pedro aparentemente, era o principal orador entre os discípulos, para atrair os
judeus, mas não era necessariamente o escritor. Mateus, o coletor público, talvez fosse o
elemento melhor preparado, como escriba, para guardar os registros de documentos do que
qualquer outro apóstolo.

Depois do dia de Pentecostes, os apóstolos continuaram juntos em Jerusalém e "perseveraram


na doutrina dos apóstolos"(Atos 2.42). É claro que os apóstolos estavam ensinando os
discípulos e os novos convertidos sobre a vida e doutrina de Jesus. proclamação de Pedro no
dia de Pentecostes representaria a ênfase da pregação pública, mas os sermões eram
baseados em mensagens definitivas de Jesus, as quais poderiam ter sido registradas. O
objetivo dos sermões era explicar o sentido da vida e dos ensinos de Jesus.

O EVANGELHO DE JOAO

O Evangelho de João difere consideravelmente dos sinóticos. Apesar do fato de que todos os
quatro Evangelhos apresentam uma interpretação teológica e histórica, contudo, o Evangelho
de João proporciona uma ênfase maior sobre os ensinos de Jesus. Clemente de Alexandria
declara: "Mas João, finalmente... sendo encorajado pelos seus amigos e movido pelo Espírito,
escreveu um Evangelho espiritual(29)." Clemente deu a entender que João conhecia os
sinóticos, mas resolveu não repeti-los. Escreveu, sim, para suplementar os sinóticos,
abordando, com ênfase a natureza divina de Jesus. O propósito estabelecido pelo autor foi:
"para que possais crer que Jesus e o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, possais ter a
vida, mediante seu nome"(João 20.31). Aos seus contemporâneos judeus a expressão "o
Cristo" daria ênfase de que Jesus e o ungido de Deus. Aos gentios, "o Filho de Deus"
enfatizaria sua natureza divina.

O Evangelho de João veio a lume mais tarde que os sinóticos. A maioria dos eruditos não o
dataria antes que o ano 85 A.D. Em virtude de Jerusalém e o Templo terem sido destruídos
pelos romanos, no ano 70 A.D. A Igreja e a atividade apostólica deixaram de centralizar-se em
Jerusalém. João foi para Éfeso antes ou posteriormente a destruição de Jerusalém. Muitos
judeus e gentios ficaram, então, na mira de seus escritos evangelizantes. João partilhou a
alegria do evangelho de Cristo com aqueles que experimentaram a inoperância das religiões
de mistério, gnosticismo e judaísmo legalístico, em solucionar suas necessidades espirituais.

Alguns eruditos duvidam que João, o pescador, chamado por Jesus para ser apóstolo pudesse
produzir a literatura do quarto Evangelho. Deveríamos nos lembrar de que João era muito
jovem quando Jesus o chamou para ser discípulo. João não era ignorante, mas não tinha
privado nas escolas e tradições rabínicas. Sua instrução formal poderia ter sido limitada à
época de sua chamada, todavia, era homem de grande talento natural e dispunha de cinqüenta

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anos ou mais para melhorar sua habilidade literária. Após tornar-se ministro do evangelho é
intuitivo acreditar-se que deveria ter dedicado mais tempo ao seu aprimoramento intelectual.
Dever-se-ia notar também que ele acreditava no poder do Espírito Santo para guiar o discípulo
no conhecimento de toda a verdade.

MATEUS

I - Características e Peculiaridades.

1. Distância e Interação - Existe uma distância entre a sinagoga e a igreja aparentemente


Mateus não se preocupa em separar a sinagoga da igreja

2. A Luta do Judaísmo - A guerra entre Os judeus era algo traumático que trazia
conseqüências profundas tanto para o judaísmo quanto para o cristianismo.

3. A Controvérsia dos Gentios - Por varias décadas os cristãos continuaram cultuando nas
sinagogas como nos templos

4. O Cumprimento do Judaísmo - o verdadeiro judaísmo tinha a sua plenitude e cumprimento


em Cristo e não no farisaísmo

5. Dualismo - A oposição dos fariseus é enfatizada constantemente por Mateus. Ao mesmo


tempo mostra que e necessário uma oposição ao legalismo farisaico

6. Múltiplas Preocupações - Mateus é um manual eclesiástico; aparentemente foi escrito para


suprir as necessidades de missões, disciplina e apologia. Foi escrito para os judeus, seu estilo
é didático e contem seis grandes discursos:

a) O Sermão da Montanha(5-7).

b) O discurso para os doze(10).

c) As sete parábolas do remo (13).

d) O discurso sobre humildade e perdão.

e) A denuncia dos fariseus(23).

f) O discurso do Monte das Oliveiras.

II - Cristologia

1. Este é sem duvida o tema dominante do evangelho. E a preocupação é acerca da identidade


de Jesus os títulos usados são Filho de Davi, Senhor de Davi, Rei dos Judeus, Emanuel, Filho
de Deus, Servo de Deus Filho do Homem, Senhor e Cristo. O evangelista apesar de fazer
estas citações não levanta questões sobre a sua natureza, ele apresenta Jesus mais em
termos de suas funções do que da sua natureza.

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2. Jesus é Humano e Divino:

a) Humano = nascido de uma mulher; filho de Abraão; tentado; não sabe todas as coisas;
orando; abandonado(1.18,23; 41-11, 24.36, 26.39; 27.46).

b) Divino = origem no Espírito Santo, o seu nome significa "O Senhor é Salvador"; adorado
como Deus; o libertador com autoridade divina (1.18-20; 1.21; 2.3).

3. Mateus preocupa-se em mostrar Jesus como o homem de Nazaré e o Senhor ressurreto.


Jesus era Mestre, profeta, Senhor de Davi, servo, Pai, Cristo, Filho do Homem(10.24; 23.8,
10.41; 13.57, 16.14; 21.11; 21.18; 9.27, 15.22, 20.30; 21.9; 21.45)

III - O Reino de Deus

1. Ultrapassa as regionalizações, fronteiras - Em Cristo o reino de Deus é maior que as nações


e fronteiras, quer políticas, sociais, religiosas, culturais, carismáticas; não é monopólio das
instituições religiosas.

2. Promove o homem - Com a chegada do reino as pessoas quebradas fisicamente, doentes,


carentes, são restauradas, ressuscitadas.

3. A alegria - Ultrapassa as circunstâncias; quem encontra o reino encontra a alegria(13.45,46).

4. Semeadura da Palavra - Aqui temos a dimensão existencial do reino. Aqui nos é dito que o
homem tem que romper, decidir, optar ou não pelo reino. O reino pode se estabelecer no
coração ou ser sufocado pelos obstáculos, estruturas. Pode desenraizar da alma ou não
encontrar espaço dentre do homem(Mateus 13.1-23).

5. Acontecimento ambíguo - o joio convive com o trigo, a maldade com a bondade; a justiça
com a injustiça. O reino convive com esta ambigüidade até que este reino se totalize(13. 24-
43).

6. Fermento - É um agente de fermentação no mundo real, é agente de penetração e levedo


em todas as camadas do mundo real. A massa é o mundo e o reino é o fermento. A igreja deve
ser o fermento(13.36).

7. Refúgio e acolhimento - O reino é uma grande árvore que acolhe os necessitados e


sofredores dando-lhes refúgio saudável(13.31).

8. Valor absoluto - Quem encontra o reino encontra o valor dos valores. No reino todas as
coisas se tornaram relativas (13.44-46).

9. Malha da vida - Arrastão da história, é a malha que traz peixes bons e maus que convivem
uns com os outros até o dia em que o estragado será lançado fora e a convivência histórica do
reino e nisto registra-se uma ambigüidade(13.47-50).

10. Convocação para ação útil na vida - o reino da utilidade ao inúti1; da ocupação ao
desocupado; os valores do reino nos colocam dentro de uma rotina lutando com nobreza pela
vida. Quem esta no reino começa a crer na Hist6ria(20 1-16).

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11. Processo histórico da missão de Deus no mundo - o reino de Deus não pode parar ele
continua mesmo que haja oposições. A cultura judaica, se achava dona do reino, mas ele foi
tirado dela e dado a outros(21.33-44).

12. A festa onde todos estão convidados - É o grande convite, nos deixemos pertencer a esta
festa de casamento entre Jesus e a comunidade redimida(22.1-14).

13. Está presente hoje aqui e agora, mais ainda espera pacientemente pela sua consumação -
No presente momento histórico o que é mais perigoso é sono. É necessário diligência,
prudência e atividade(25.1-13).

14. Enfrentamento das forças de satanás - Em 12.45 temos uma noção coletiva deste
confronto. Ele aplica a Israel que rejeitou a libertação e cresciam seus problemas(14).

15. Mensagem a ser pregada na História - A mensagem do reino a ser pregada, esta afirmação
é a chave hermenêutica para a compreensão da Bíblia e da escatologia(24.14).

IV- A Igreja.

Reino e Igreja estão relacionados mais não são a mesma coisa. Reino é o domínio soberano
de Deus; igreja é a família ou ajuntamento de pessoas submissas ao remo de Deus em Cristo.
A igreja não constrói o reino(é um grave erro teológico afirmar aqui estamos organizando mais
uma agência para a expansão do reino). Mateus vê a continuidade entre Israel e a Igreja (8.
5,11).

MARCOS

I - Características e Peculiaridades

1. O evangelho de atos em vez de discursos:

a) das 70 parábolas, Marcos apenas relata 18 e só tem 8 reais.

b) dos 35 milagres ele conta 10 a mais do que qualquer outro evangelista.

c) a palavra "imediatamente" aparece 41 vezes.

2. Esta escrito em estilo jornalístico, gráfico e enérgico

a) há 164 casos de uso do presente histórico.

b) o tempo imperfeito se usa exclusivamente também.

3. O evangelho marca-se pela qualidade da descrição da testemunha ocular

a) a descrição detalhada da casa de Pedro

b) a descrição detalhada do Cenáculo

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c) a descrição dos sentimentos de Cristo.

4. Não contem genealogias, ou relatórios do nascimento e infância.

5. E geralmente cronológico no seu arranjo.

6. E conhecido como o evangelho de Pedro ou memórias de Pedro.

7. Apenas 23 versículos em Marcos são totalmente distintos de Mateus e Lucas.

8. Marcos cita o Antigo Testamento apenas 16 vezes.

9. Existe uma dúvida a respeito do final do evangelho(16.9-20).

II - Marcos e Os cristãos romanos

Marcos escreve seu evangelho para a segunda geração de cristãos romanos que eram judeus
e gentios, com o objetivo de fortalecer o conhecimento deles acerca de Cristo em
circunstâncias difíceis. Seu evangelho foi escrito para a mentalidade metódica e pragmática,
própria dos romanos. Transmite aos romanos ensinos como:

1. Jesus como exemplo para os discípulos.

2. Jesus como Filho de Deus.

3. O propósito de Deus em Jesus.

4. A natureza do mal na vida das pessoas.

5. A morte de Cristo como a vontade de Deus

III - O segredo messiânico.

1. Wrede menciona que "Jesus mantém segredo sobre a sua messianidade enquanto aqui na
terra, mesmo revelando-se aos discípulos ele permanece obscuro. Somente após a sua
ressurreição, há uma verdadeira percepção de que Ele é(o Messias)".

2. Em oposição a Wrede tem sido argumentado o seguinte:

a) Jesus nunca teria sido confesso como Messias após a ressurreição caso não tivesse sido
reconhecido como tal durante o seu ministério.

b) A crucificação é incompreensível, a menos que Ele tivesse sido condenado como um


pretenso Messias.

c) Os apóstolos e os primeiros cristãos não teriam proclamado um messias crucificado.

d) Em vários momentos percebe-se, durante o ministério de Jesus, uma tensão messiânica.

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e) Jesus poderia pedir silêncio para evitar o perigo de uma revolução política. Ele pedia silêncio
pela natureza de sua messianidade. Jesus sabia que era o Messias mas que após a
ressurreição o seria mais completamente.

LUCAS

I - Autoria

1. Todas as tradições concordam plenamente que foi Lucas o autor e só ele corresponde as
evidências internas e externas. O testemunho universal favorece a Lucas a autoria do terceiro
evangelho.

2. Evidencias externas:

a) O cânon muratoriano(170 DC) atribui este evangelho a Lucas.

b) O prólogo anti-marcionista confirma a sua autoria.

c) Irineu, Tertuliano, Clemente de Alexandria, Justino Mártir, Marcião, Celso, et alli, atribuem a
Lucas a autoria.

3. Evidências internas:as evidências que Lucas escreveu Atos comprovam a autoria do


evangelho. Comparando Lucas com Atos percebe-se que o mesmo autor escreveu as duas
obras. O mesmo vocabulário, estilo, e dedicação clássica se encontram nos dois livros.

4. Lucas homem - Gentil(Colossenses 4.11,14), talvez de Antioquia; era medico(Colossenses


4.14); pessoa de muita cultura, capacidade intelectual, percebe-se isto no grego clássico usado
por ele. Hábil como historiador. Companheiro de Paulo em algumas viagens. Ficou com Paulo
durante as prisões em Cesaréia e Roma(segunda).

II - Principais Temas.

1. A história da salvação - Jesus é o enfoque de toda a história. Coloca a sua narrativa de


forma secular; Jesus no centro da historia.

2. A universalidade da salvação - Diz respeito aos homens em geral e não aos judeus. Apesar
de enfatizar a universalidade Lucas não e universalista na sua teologia.

3. Escatologia - A eternidade da sa1vação é enfatizada; o julgamento eminente, a proximidade


do reino.

4. Catolicismo primitivo - instituiu o cristianismo. Lucas é fiel as fontes que ele recebeu e viu o
plano de Deus na igreja, ele incluía a instituição no plano de Deus.

5. Indivíduos - Ele valoriza as pessoas; se preocupa com as pessoas; operava até na vida das
mulheres. Se preocupa com os pobres, humildes, pessoas de menos influência. Lucas enfatiza
as mulheres Maria, Isabel, Ana. Valoriza as crianças, os publicanos.

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6. A paixão de Cristo - A cruz domina a totalidade do livro de Lucas o propósito de Deus é


supremamente realizado na morte de Jesus. Na morte de Jesus Cristo a vontade de Deus e
realizada.

7. O Espírito Santo - O propósito não para na cruz, mas continua na obra do Espírito. Desde o
inicio a doutrina do Espírito Santo é destacada. Há várias citações a respeito do Espírito Santo
e conforme Lucas o Espírito Santo tem conexão especial no ministério de Jesus o senhorio do
Espírito Santo sobre a história é ressaltado em Lucas.

8. Oração - Lucas mostra que Deus leva a efeito o seu propósito o que exige uma atitude certa
do seu povo. E é ai que Lucas revela a importância da oração. Há uma preocupação do autor
em enfatizar a respeito das parábolas sobre oração e registrar Jesus orando.

9. Louvor - "Magnificat", "Benedictus", "Nuno Dimilis". As pessoas que receberam benefícios


louvaram a Deus.

JOÃO

I - Quem era João?

O discípulo que se reclinou sobre o peito de Jesus Cristo. É distinto de João Batista, irmão de
Tiago, Filho de Zebedeu, discípulo de tempo integral, foi com sua mãe pedir um lugar mais
importante no reino. Foi um dos fundadores ativos da igreja em Jerusalém. Foi para Éfeso mais
ou menos na época da destruição de Jerusalém; banido por Domiciano para a ilha de Patmos;
teve morte natural(100).

II - Propósitos do evangelho de João.

1. Um documento messiânico, enfatiza a messianidade de Jesus Ele é o Cristo, o ungido,


escolhido. João nos apresenta uma teologia muito rica.

2. Para Clemente de Alexandria o propósito de João era escrever um evangelho mais


espiritual. Dando uma ênfase no seu evangelho enquanto Os sinóticos descrevem Os fatos
João descreve e comenta Os fatos.

3. João tem uma finalidade polêmica enfrentando judeus incrédulos o texto joanino tem caráter
apologético defesa da fé.

4. É um tratado anti-gnóstico É uma refutação de uma ramificação do gnosticismo da época


chamada de docetismo = criam que Jesus não era totalmente humano, pois se fosse teria se
contaminado pela matéria que é má. Defendiam uma natureza fantasmagórica de Jesus.

5. "O evangelho de João foi escrito no final do segundo século, com o propósito de combater o
gnosticismo daquela época"(C. H. Dodd).

6. João escreve contra a seita de João Batista. Esta teoria se baseia em Atos 19.1-7 que diz
que os discípulos de João não conheciam o batismo de Jesus e a doutrina do Espírito Santo.

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7. É uma obra eclesiástica devido a forma profunda que ele trata da ceia, do batismo, do novo
nascimento.

8. Corrigir a escatologia da igreja primitiva, devido a demora para parousia(segunda vinda de


Jesus); a igreja precisava de urna nova interpretação das esperanças apocalípticas.

9. É uma obra litúrgica - segundo esta teoria a igreja primitiva tem no evangelho material para a
proclamação e louvor. Este era o objetivo de João suprir uma necessidade da igreja primitiva
na proclamação.

III - Sumário das idéias teológicas de João

1. João e o Antigo Testamento - João apresenta Jesus em termos do Antigo Testamento:


Messias(1.41, 2.13), servo(12.38; 13.1-11), rei(3.31; 18.36), profeta(6.14, 7.46):

a) Gênesis 1.1 e João 1.1 = há um paralelo entre as duas passagens Abraão(8.31),


Isaque(3.16), Jacó(4.5).

b) Moisés e o Êxodo = há inúmeras referencias a Moisés(todo o sistema mosaico):


tabernáculo(1.14) serpente(3.14), Mana no deserto(6.31), Jesus leva os judeus além de
Moisés(6.32).

c) Profetas = 1.23(Isaías 40.3), 6.45(Isaías 54.13), 12.38(Isaías 53.1); 19.36(Zacarias 1.10);


2.16(Isaías 56. 7)

d) Literatura de sabedoria = na teologia do logos e da sabedoria nós podemos ver um certo


paralelismo.

e) Figuras e conceitos do Antigo Testamento no Novo Testamento = Filho do homem é um


conceito de Daniel 7 que aparece em João 1.29. Glória é um termo bastante usando no Velho
Testamento e aparece 18 vezes no Novo Testamento(1.14). Pastor, servo, videira, rei são
termos já conhecidos.

f) Festivais judaicos - Alguns acreditam que a estrutura do evangelho de João está nos festivais
judaicos. Festival do sábado(5.9; 17.46), páscoa(2.13, 6.4, 12.1); tabernáculos(7.12);
dedicação(10.22).

2. O Logos:

a) O contexto grego = estóicos, Philo nos seus escritos usa a palavra logos 1200 vezes ele era
um judeu helenizado. E achavam que João era amigo de Philo.

b) O contexto semítico = hebraico, diz que por traz da teologia do logos está o pensamento
hebraico e não o grego logos = debar.

c) A identificação do logos com a literatura de sabedoria = e segundo esta teoria a base do


logos esta na literatura de sabedoria, e pode ser feito um paralelo entre João 1.1 e Provérbios
7.8.

d) Logos e a Torah = alguns teólogos vêem uma 1igação entre o logos e a Lei. Haja visto que
esta era uma revelação de Deus para o povo(Isaías 2.3)

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3. Sinais e Milagres João usa a palavra sinal ao invés de milagre. Esta é uma palavra
característica e mais importante no quarto evangelho. E o sentido é: marca, símbolo,
sinal(2.11-18; 4.54; 6.30; 10.41, 20.30):

a) Apontam para a divindade de Cristo e para a cruz na redenção e exaltação.

b) Os milagres em João são sinais de que o reino é chegado.

c) Em João os sinais são para desenvolver a fé dos que crêem.

d) Sinal é um ato miraculoso proclamando a glória de Deus(Êxodo 4.8; Isaías 66.19). João se
refere a eventos do Antigo Testamento corno sinalizadores de Deus e sua glória(1.14,29; 3.14;
6.31; 7.8). Sinal é algo que podemos observar daquilo que é obscuro e invisível.

e) Relacionados intimamente com sinais estão as obras de Deus 17.4. Ergon = obras; doxas =
glória. Testificando a messianidade de Jesus e exigindo a fé daqueles que participam(5.36,
14.11).

f) Os sinais são manifestações da glória de Deus como as teofânias(Êxodo 16.7-10)do Antigo


Testamento. A glória de Deus só era visível nestas manifestações irregulares do poder de
Deus. Jesus é o logos, é a palavra de Deus encarnada, e vimos a sua glória como a glória do
Pai. A glória de Deus é visível em Jesus. Os sinais são manifestações dessa glória durante o
ministério de Jesus apontando para a ressurreição que é o sinal maior.

g) Deus é glorificado nEle(13.31,32) = aparece 6 vezes a palavra doxa = glória), ligado ao sinal
maior que é a ressurreição de Jesus(17.1-7).

h) Jesus não descreve a ressurreição de Lázaro corno milagre, mas como sinal de algo maior
que aconteceria.

4. Cristologia = para João Jesus é o evangelho e o evangelho é Jesus. Jesus é rei enquanto
nos sinóticos o reino é proclamado.

a) Filho de Deus = Jesus está num relacionamento metafísico com Deus. Ele é igual a Deus,
João estabelece as bases para a doutrina da co-igualdade na trindade.

b) Filho do Homem = João não usa tanto quanto nos sinóticos, mas aonde ele usa é de forma
marcante. Ele é mediador(ponte) entre o céu e a terra - Para João o filho do homem é símbolo
do povo vitorioso de Deus.

c) Pão da vida = 6.35-51.

d) Luz do mundo = 8.12-9.5 No Antigo Testamento luz e trevas não tem o mesmo sentido que
João apresenta como oposição entre mal e bem
e) O Bom Pastor 10.11-14. No Antigo Testamento o pastor significava o domínio(reino) de
Deus sobre o povo Jesus é este pastor.
f) Portão das ovelhas.
g) Ressurreição e a vida = 11.25
h) Caminho, verdade e vida = 14.6
i) Videira verdadeira = 15.1-5

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IV - Os ensinamentos de Jesus.

1. Características do ensino de Jesus:

a) Simplicidade = Jesus trata das verdades profundas de forma acessível ao povo comum.

b) Informalidade = não há indicações que Cristo preparasse os seus discursos ou tivesse


alguém que os escrevesse o ensino era espontâneo em todo lugar, a qualquer hora Mateus
5.1; Lucas 4.16-27; Marcos 4.1).

c) Verdades concretas = Jesus ensinava coisas abstratas usando exemplos concretos, usando
parábolas e ilustrações(Mateus 5.13-16).

d) Autoridade = o ensinamento dos escribas dependia dos mestres e tradições recebidas.


Jesus ensina com autoridade própria(Marcos 1.22).

e) Progressivo = começa com verdades antigas e conduz para novas verdades. Uma
progressão do conhecido para o desconhecido(Mateus 5.21).

f) Personalidade = seu ensino e sempre sustentado pela sua vida e caráter. Ele é a
personificação do seu ensino. Ele é a prova de autenticidade do que está falando.

g) Fundamental = Jesus apresenta as verdades básicas e deixa o desenvolvimento para os


outros.

2. Métodos Pedagógicos:

a) Figuras de Linguagem = símile (Mateus 23.27); metáfora(Mateus 10.6), hipérbole(Mateus


23.24), paradoxo(Lucas 14.11).

b) Parábola = e uma símile extensa, era usada por Jesus para revelar verdades aos iniciantes
e encobrir essas mesmas verdades aos incrédulos Parábola não e uma alegoria. Numa
parábola a importância está no ensino fundamental enquanto que na alegoria o que se da
importância são os detalhes que sempre simbolizam alguma coisa. É muito perigoso alegorizar
uma parábola o contexto e uma das formas de se identificar o núcleo central da parábola.

c) Jesus usa objetos concretos para descrever verdades espirituais = água(João 4.7), espírito
(João 7.37), moeda(Marcos 12.14-17), pão(João 6.26-35).

d) O uso de perguntas = por que ele usava perguntas? Para provocar o pensamento(João
3.12); para atrair a atenção(Marcos 4.30), para incentivar convicção(João 21.15); num
debate(Mateus 22.42).

e) Uso de ditados (provérbios) = por que os usava? Porque eles resumiam verdades e
auxiliavam na memória(Mateus 18.3,18.11,15.11; 12.36, 10.39)

f) O uso do Antigo Testamento = por que? Porque era familiar aos ouvintes(Mateus 5.17,21,27;
Marcos 2.25, João 10.34).

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Notas Bibliográficas:

(1) KUMMEL, W.G. Introdução ao Novo Testamento,pg.628.

(2) Id. Ibid.

(3) Id. Ibid.

(4) MOULE, C.F.D. As Origens do Novo Testamento,pg.202.

(5) Op. Cit. pg.203.

(6) GUNDRY, R.H. Panorama do Novo Testamento, pg.61.

(7) BITTENCOURT, B.P. O Novo Testamento: Cânon, Língua e Texto. pg.23.

(8) Op. Cit. pg.214.

(9) DENISON, J.C. 7 Questões Cruciais Sobre a Bíblia.pg.57.

(10) Note-se que todos os autores pesquisados adotam estes mesmos critérios.

(11) DENISON, James C. 7 Questões Cruciais Sobre a Bíblia. pg.66.

(12) BITTENCOURT, B.P. O Novo Testamento: Cânon, Língua e Texto.pg.23.

(13) DENISON, Op. Cit. pg.67.

(14) BITTENCOURT. Op. Cit. pg.24.

(15) MOULE. C.F.D. As Origens do Novo Testamento. pg.214.

(16) BITTENCOURT. Op. Cit.pg.26.

(17) Veja-se por exemplo a obra Los Evangelios Apócrifos de Otero que transcreve uma lista
enorme de evangelhos apócrifos.

(18) BITTENCOURT. Op. Cit.pg.25.

(19) Marcião era natural de Sínope, no Ponto, onde seu pai era bispo. Era tão hostil aos judeus
que repudiou todo o Antigo Testamento e procurou estabelecer um cânon isento de influências
judaicas. Optou pelo Evangelho de Lucas embora que rejeitasse o relato do nascimento virginal
de Jesus.

(20) DENISON. Op. Cit. pg.69.

(21) Irineu, que conhecia as igrejas da Ásia Menor, de Roma e de Gàlia, enfatizava a
autoridade dos quatro evangelhos, que segundo ele eram as quatro colunas principais da
igreja.

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(22) Um documento mutilado, de origem latina, foi descoberto numa biblioteca em Milão por
Muratori no século XVIII.

(23) KUMMEL, W.G. Introdução ao Novo Testamento.pg.648.

(24) DENISON. Op. Cit.pg.69.

(25) "Não é tedioso falar dos livros do Novo Testamento. Esses são os quatro evangelhos,
segundo Mateus, Marcos, Lucas e João. Depois deles, os Atos dos apóstolos e as
Epístolas(chamadas católicas), sete, a saber, de Tiago, uma; de Pedro, duas; de João, três,
depois dessas, uma de Judas; Além do mais, há quatorze Epístolas de Paulo, escritas nesta
ordem. A primeira aos Romanos; depois duas aos Coríntios; depois dessas, aos Gálatas; a
seguir, aos Efésios; depois dessas, duas os Tessalonicenses, e aos Hebreus; novamente, duas
a Timóteo; uma a Tito; e por último, a de Filemom. Além disso, o Apocalipse de João. Essas
são fontes de salvação, para os que têm sede possam satisfazer-se com as palavras de vida
que elas contém. Só nelas é proclamada a doutrina da santidade. Que homem nenhum faça
qualquer acréscimo nem omita qualquer coisa das mesmas" citado por Denison, pg.70.

(26) BRUCE, F.F. New Testaments Documents. pg.27.

(27) BARCLAY, W. Making of the Bible. x.

(28) Donald Guthrie, New Testament Introduction. Downers Grove, Illinois: Inter-Varsity Press,
1970 , p. 200 e ss.

(29) Citado por Eusébio em The Ecclesiastical History . Grand Rapids, Michigan: Baker Book
House, 1955, p.23

IV. BIBLIOGRAFIA:

ALLEN, Clifton J. Comentário Bíblico Broadman. Rio de Janeiro, JUERP, 1983. Vols. 8,9.

BARCLAY, William. El nuevo testamento comentado. Buenos Aires, La Aurora, 1973.(Mateo,


Marcos, Lucas, Juan)

BERKHOF, Louis. Princípios de Interpretação Bíblica. Rio de Janeiro, Juerp, 1981.

BITTERCOURT, B.P. O Novo Testamento cânon Língua texto. Rio de Janeiro, JUERP. 1984.

BROADUS, John A. Comentário do Evangelho de Mateus. Rio de Janeiro, Casa Publicadora


Batista, 1966.2 Vols.

BROWN, Colina. O novo dicionário internacional de teologia do Novo Testamento. São Paulo,
Vida Nova, 1981.

DANA, H.E. O mundo do Novo Testamento. Rio de Janeiro, JUERP 1977.

DAVIS, John D. Dicionário da Bíblia. Rio de Janeiro, JUERP, 1983.

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GIOIA, Egidio. Notas e Comentários a harmonia dos evangelhos. Rio de Janeiro, JUERP,
1981.

HALE, B.D. Introdução ao estudo do Novo Testamento. Rio de Janeiro, JUERP 1986.

MORRIS, Leon L. O Evangelho de Lucas. São Paulo, Vida Nova, 1974.

RONIS, Osvaldo. Geografia Bíblica. Rio de Janeiro, JUERP, 1982.

TASKER, R.V.G. Evangelho segundo Mateus. São Paulo, Vida Nova, 1961.

TAYLOR, William Carey Evangelho segundo João. Rio de Janeiro. Casa Publicadora Batista.
1957.

WATSON, S.L. e ALLEN, WE. Harmonia dos Evangelhos. Rio de Janeiro, JUERP 1986.

UM BREVE COMENTARIO DE MARCOS A PARTIR DE UMA PERSPECTIVA


SINÓTICA

CAPÍTULO 1

V.1 - Evangelho = boas notícias, boas novas acerca dos objetivos divinos em dar respostas as
indagações humanas na pessoa de Jesus Cristo. A mensagem de salvação anunciada por
Jesus Cristo e pelos apóstolos Evangelho em grego quer dizer boa notícia. Evangelho é
também o nome dado a cada um dos quatro primeiros livros do Novo Testamento. Jesus = o
nome Jesus e a imitação do nome hebraico "Jehoshua"(Josué), que significa "Jeová salva".
Porque ele salvará o seu povo dos seus pecados. Cristo = é o nome grego para Messias do
hebraico - ambas as formas significam "ungido". Jesus Cristo reflete a divindade na
humanidade. Foi assim que ele veio redimir o mundo Como Messias, ele é o cumprimento das
esperanças de Israel. Jesus Cristo não está anunciando o Evangelho, ele é a sua mensagem,
o seu conteúdo. Filho de Deus = ele é Filho de Deus, por natureza isto é, ele procede de Deus,
o Pai num nascimento que nunca teve paralelo na história humana e nunca haverá. Ele possui
co-eternalidade e a mesma essência de Deus. O termo "Filho de Deus" era uma expressão
equivalente, na mentalidade religiosa, a dizer que alguém era Deus, ou seja, era divino.

V. 2,3 - o precursor = a citação e de Malaquias 3.1, com conteúdo de Êxodo 23.20 e Isaías
40.3. Marcos cita Isaías porque não havia na época o rigor com citações, conforme a moderna
técnica da documentação. O importante para ele é que João Batista vem com autoridade das
Escrituras. Se João era o mensageiro de Isaías 40.1-11 e Malaquias 3.1 e "Senhor" era a forma
de designar Deus no Antigo Testamento, só podemos concluir que Jesus é Deus. João, então,
é precursor de Deus, que veio como homem e se encontrava presente entre nós. A função de
João era preparar o caminho.

V. 4 - Pregando = a mensagem de João - João é designado Batista, por causa da sua


pregação e atividade como batizador. A base do batismo que João proclamava era o
arrependimento. "Metanoia" é a palavra grega usada que significa literalmente "mudança de
mente". É uma nova disposição, no caso do batismo de João, para com o pecado e os erros
cometidos. Essa palavra grega era usada para a mudança na marcha dos soldados, que é
equivalente ao nosso "meia volta, volver". O batismo significava que publicamente está
havendo uma confissão de pecado e que se declarava a disposição de viver uma nova vida. O
conteúdo da mensagem pregada por João era mudança total de caráter e personalidade =
conversão. Pois as pessoas deveriam estar preparadas para a vinda do Messias. É preciso

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compreender que é o arrependimento que leva a remissão dos pecados, não o ato do batismo.
Quando alguém é batizado na Igreja, o é porque já teve os seus pecados perdoados por Cristo,
porque já se arrependeu dos seus pecados e já é uma nova criatura em Cristo. A conversão
envolve arrependimento e fé, o ato do batismo é um simbolismo bíblico, um ato de obediência
a Palavra do Senhor. A mensagem de João era dura, clara e desafiadora. "Era uma direta
condenação dos pecados dos ouvintes e uma declaração mui clara do que o dia do julgamento
está a porta".

V. 5 - A popularidade de João = João tomou-se muito influente e popular. A ele acorriam toda a
Judéia e todos de os moradores de Jerusalém". Lucas registra os publicanos, os soldados, as
multidões vindo ao encontro dele para o batismo e aconselhamento quanto aos procedimento
na vida. Sua popularidade era tamanha que muitos pensavam ser ele o Messias. O resultado
da pregação de João Batista era muitas pessoas confessando os seus pecados e sendo
batizadas. Tal sucesso deveu-se a alguns fatores a) João vivia a sua mensagem. b) A
mensagem de João dava aos ouvintes o que eles precisavam. c) A humildade de João. d)
João não pregava sobre si mesmo.

V. 6 - Os hábitos de João = ele tinha hábitos que parecem estranhos à nossa mentalidade. Em
vez de excentricidade, ele demonstra um estilo de vida humilde, simples, como crítica ao luxo e
a extravagância dos ricos contemporâneos seus. Uma coisa muito importante a ser notada era
que ele não impôs esse estilo de vida a nenhum dos seus seguidores. A simplicidade é
observada em coerência com os seus ensinamentos.

V. 7 - O batismo de João era incompleto como ele mesmo afirma "após mim" e reconhece que
ele não era um fim em si mesmo, mas era o meio para que viesse aquele, naturalmente Jesus
Cristo, para cumprir as promessas divinas. Além de reconhecer seu próprio lugar que era de
um simples precursor, reconhecia que sua obra era incompleta, apenas preparatória para a
obra do Messias.

V. 8 - O sentido exato do verso é que a vitória final ocorreria na vida das pessoas no momento
em que o poder de Deus penetrasse em suas vidas, e que isso o ato do batismo não podia
fazer, mas aquele que "haveria de vir" o faria. Jesus Cristo é quem proporciona a habitação do
Pai na vida dos arrependidos(João 14.23). João batizava "em água", isto é imergindo a pessoa
na água. "Batizar" é imergir, mergulhar. O batismo de Jesus seria completo, pois envolveria o
crente na esfera da autoridade do Espírito Santo 'isso é o que significa o batismo no Espírito
Santo: estar sob o controle de Jesus Cristo e do Espírito Santo. O derramamento do Espírito
não era ainda para acontecer no ministério de João nem foi o acontecimento inicial no
ministério de Jesus. Sabemos que ele ocorreu 50 dias após a ressurreição de Jesus Cristo.
Encontramos em Mateus 3.11 a expressão "batizado com o Espírito Santo e com fogo" - O que
significa isso? Nenhum outro, além de João Batista, fala de ser batizado com o Espírito Santo e
com fogo. O contexto desta narrativa nos revela duas espécies de indivíduos, dos
verdadeiramente arrependidos(v 6) e dos hipócritas(v 7). São sucessivamente comparados a
árvores que dão bons e maus frutos(v 10), e também ao trigo e a palha(v. 12). Fala-nos
também, e mui claramente, do julgamento que se abatera sobre os maus, sendo os justos
poupados(v.10)e recolhidos no celeiro(v 12). E assim que nos é dito no verso 7 acerca da ira
futura, no verso 10, da árvore cortada e lançada no fogo, e, enfim, no verso 12, da eira limpa e
da palha queimada num fogo inextinguível. É, pois, entre estes dois versos que falam de
julgamento que se situa esta declaração de João Batista, que anuncia, da maneira mais
transparente, o ato oficial que devia inaugurar as duas dispensações que iam seguir-se: a da
graça(batismo do Espírito Santo) e a do juízo(batismo de fogo). João apresenta o Messias
como o chefe do Reino aquele que devia executar o julgamento sobre aqueles que não se
arrependessem.

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V. 9 - Jesus foi batizado por João = Por que? É necessário entender bem o propósito da vida e
obra de Jesus para entendermos suas atitudes Algumas verdades podemos destacar sobre o
batismo de Jesus: a) uma identificação com o pecador = Jesus ensinou que o batismo de João
provinha de Deus(11.30) e nesse ato ele queria identificar-se com o profeta do deserto. A
expressão de Mateus 3.15 é que "convém cumprir toda a justiça", ou seja, mesmo sem pecado,
Jesus quis identificar-se completamente com o povo. A diferença do batismo de Jesus aos
outros esta nos eventos que se sucederiam no seu batismo: a vinda do Espírito Santo e a voz
de Deus. b) manifestação da salvação = a descida do Espírito Santo sobre Jesus(1.10) é o
cumprimento do Antigo Testamento(Isaías 11.2; 61.1,2). A vinda do Espírito Santo e o
amanhecer da salvação, pois com a própria abertura do céu, "o mundo de poder espiritual e
verdade estava desvendado diante de Jesus". c) aprovado por Deus = o outro evento acerca
do batismo de Jesus com um caráter especial e muito diferente dos demais batismos e a voz
que se ouviu no céu "Tu és o meu filho amado" se encontra no Antigo Testamento, em Salmo
2.7, e significa que Jesus esta recebendo a coroação como Rei do reino de Deus que ele era
Filho de Deus, principalmente a expressão "em ti me comprazo". Era a unção para a tarefa,
bem como um revestimento de poder para sua realização.

V. 10 - Jesus, iniciando sua obra, mostraria pelo batismo sua relação com o precursor e a
aprovação do trabalho feito por ele o fato de Jesus haver saído da água implica em que entrou
nela para ser batizado. É a demonstração de que Jesus foi mergulhado no Jordão , pois não
precisaria entrar, se o batismo não fosse imersão. Deus deu a sua aprovação ao batismo de
João quando o Espírito Santo desceu sobre ele a semelhança de uma pomba. Era o sinal pelo
qual João reconheceria o Messias dentre os que eram por ele batizados.

V. 11 - A solene declaração do Pai valia por uma recomendação de Deus ao próprio João a
respeito de Jesus. Batizando-se, Jesus dignificou o batismo reconheceu a sua origem divina e
a sua importância no cristianismo. Não pode ser subestimado um ato que Jesus participou o
batismo não e um sacramento mas cerimônia simbólica da conversão e da sujeição da pessoa
a Cristo. Embora o batismo não salve, aqueles que crêem devem ser batizados e em
obediência a Cristo Desse modo testemunharão diante do mundo que estão salvos pela graça
de Deus. Eis algumas reflexões sobre o batismo cristão:
1. Os candidatos ao batismo = "veio Jesus . . para ser batizado(v 9). Jesus ordenou que todos
os que o aceitarem como salvador, sejam batizados. Ele deu o exemplo, submetendo-se ao
batismo de João Batista, para que ninguém pretenda justificar-se por não se batizar. O batismo
e uma demonstração de obediência a Cristo.
2. O celebrante do batismo = "e foi batizado por João"(v.9). João estava comissionado por
Deus para batizar. Nisto reside o significado espiritual do batismo. O pastor, como
administrador do batismo, age em nome da trindade divina e por determinação da igreja que
aceita os candidatos. Todos os celebrantes dessa ordenança só devem administrá-la quando
revestidos de autoridade divina para tanto.
3. O propósito do batismo = O batismo não confere qualquer graça ao batizando. Em
nenhum lugar da Escritura, o batismo é administrado como se fora um sacramento. Não é um
modo de fazer cristãos. A ele devem submeter-se os crentes, já salvos por Cristo que sintam
isto na sua experiência como uma realidade.
4. O ato do batismo = "e logo, quando saia d'agua"(v 10). A palavra batismo significa imersão.
Representa a morte do crente para o mundo e a ressurreição para uma nova vida em Cristo. A
água do batismo é como o sepulcro em que foi enterrado o velho homem, e donde ele sai para
uma vida de justiça só a imersão atende a esses requisitos.
5. A benção do batismo = "uma voz dos céus"(v. 11). O Deus trino estava presente em glória
no batismo de Jesus. Embora não em forma visível, Deus também assiste ao batismo do
crente, pois este e um ato solene de culto, que ele aprova e do qual se agrada.

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v. 12 - após o batismo Jesus é conduzido pelo Espírito Santo ao deserto e ali permaneceu, 40
dias e 40 noites jejuando.

V. 13 - A tentação de Jesus(ver também Mateus 4.1-11): 1-2 = As tentações de Jesus foram


um teste para a sua condição de Filho de Deus, solenemente declarada pelo Pai por ocasião
do batismo. Vamos examinar as 3 tentações com a mente voltada para o batismo, ato que as
precedeu Jesus foi tentado quando terminou um longo período de oração e jejum(aprendamos
disto que não estamos livres das tentações). Elas vem inevitavelmente a todos os crentes. O
estudo das tentações de Jesus nos mostra a fonte de sabedoria e de poder com que havemos
de enfrentar as insinuações diabólicas 3 = O tentador = Satanás é o tentador, palavra que
significa adversário. Ele é um ser pessoal; era um anjo de luz e se rebelou contra Deus.
Expulso do céu, tomou-se adversário de Deus e da obra de Deus e conseqüentemente dos
homens. Assim como agiu Jesus o diabo age conosco. Enquanto estivermos neste mundo,
podemos esperar a possibilidade de horas difíceis, especialmente após experiências de
progresso e de alegria espiritual. O nosso "adversário" anda em derredor, rugindo como leão, e
procurando a quem possa tragar(1 Pedro 5.8). 4 = A primeira tentação = terminado o período
do jejum, Jesus teve fome, surge então a oportunidade para o tentador agir. Neste processo de
tentação o diabo não está desafiando Jesus a apresentar alguma prova de ser realmente o
Filho de Deus, mas sim tentando-o a mostrar-se indisposto a obedecer completamente ao Pai.
"Transformar pedras em pães" é a sugestão para que Jesus realize um milagre em seu próprio
benefício. Ele, que haveria de operar tantos milagres para ajudar outros, porque não começaria
operando um em seu próprio proveito? Satanás insinuava que Jesus se alimentasse de
milagres, que vivesse de maneira diferente dos outros homens. Desse modo estava
desvirtuada aquela identificação proclamada ao aceitar o batismo pelas mãos de João Batista.
Seria o primeiro passo para afastá-lo do caminho da cruz. Porem, Jesus sabia que o Pai que
lhe conduzira aquela situação no deserto, haveria de prover a bom tempo as necessidades
físicas de seu Filho. O dever de Jesus era ser obediente ao chamado, e não decidir por si
mesmo quanto ao momento ou a maneira como o seu jejum haveria de terminar. 4 = Jesus
respondeu a tentação com uma passagem da Escritura Sagrada(Deuteronômio 8.3) e esta é a
resposta que convém a qualquer filho de Deus. Ensina-nos que as necessidades humanas
podem ser os meios usados pelo diabo para transformar as nossas almas; revela-nos o
maravilhoso amor de Jesus que renunciou as prerrogativas de Filho de Deus, na luta contra
satanás, para que pudesse viver como filho do homem. v 5-6. A segunda tentação = esta tem
como objetivo conduzir Jesus a não crer no sustento de Deus na execução do seu ministério.
Ele é tentado a pensar que seria uma tolice entrar no ministério com a perspectiva de possível
fracasso. Ele deveria contar com uma prova real de que o Eterno Deus viria ajudá-lo caso sua
vida estivesse em perigo pois pular do pináculo seria morte na certa. Satanás queria que Jesus
fosse um super-homem(que pulou do pináculo e não morreu) em vez de ser um homem do
povo. Jesus não buscaria prestigio, conceito e popularidade por meios não naturais, pois isto
seria concessão as sugestões diabólicas e descrédito para a sua obra. Esta tentação
assemelha-se a primeira pois insinua a Jesus que pedisse ao Pai um milagre para provar a sua
filiação divina. Também ela se caracteriza como uma oportunidade de Jesus ser reconhecido
como o Messias sem pagar o preço, evitando o sacrifício envolvido na obra da cruz. v.7 - A
resposta de Jesus é plena de autoridade porque ela e a citação da própria palavra de
Deus(Deuteronômio 6.16). v. 8,9 - A terceira tentação = o cenário da terceira tentação foi um
alto monte e dali satanás propôs a Jesus uma troca. Se Jesus lhe adorasse teria todos os
reinos do mundo, mas Jesus sabia que o reino de Deus não deveria ser estabelecido pelos
meios satânicos. Mais uma vez satanás procura afastar Jesus do caminho do calvário,
oferecendo-lhe os reinos do mundo por outro processo. Sugeriu-lhe que conquistasse o mundo
pelo poder político, e não pelo sacrifício da cruz. Com uma simples atitude, ajoelhando-se
diante de satanás, Jesus afastaria de si o cálice amargo do sofrimento. Jesus, de fato, nascera
para reinar, mas o seu reino não era deste mundo(João 18.35-37). Jesus escolheu o caminho
do sofrimento e da morte, a lei da cruz, como o lei fundamental do seu reino(v.10). A defesa de
Jesus surgiu do seu conhecimento das palavras sábias encontradas nas Escrituras Sagradas.

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E o seu comportamento nos ensina que devemos ter conhecimento da vontade de Deus e
obedecê-la. Jesus agora parte para o ataque e ordena que satanás vá embora pois somente
"Deus deve ser adorado e servido". Jesus renunciou a oferta dos reinos usando as Escrituras.
Aprendamos a evitar, em nossas próprias vidas, a obtenção de coisas boas por meios
duvidosos. Assim como Jesus se dispôs a conquistar o mundo, não com artimanhas políticas,
mas com uma cruz, a cruz do seu sofrimento em favor do mundo. v.11 - A fuga de satanás e o
serviço angelical = quando usamos a espada do espírito, que é a Bíblia, para combater as
forças do mal não somente a vitória nos é garantida como também o fortalecimento espiritual é
alcançado - "resisti ao diabo e ele fugirá de vós". Eis algumas lições aprendidas com a tentação
de Jesus:

a. O agente da tentação. "Jesus era levado pelo Espírito no deserto.... sendo tentado pelo
Diabo"(v 1,2). Satanás e uma pessoa, e é nosso inimigo. É o tentador que nos incita ao pecado
contra Deus Emprega o mundo e a carne para conseguir os seus propósitos. Não nos
esqueçamos de que e Ele que se esconde atrás de toda tentação.
b. O apelo da tentação. "Disse-lhe então o diabo"(v.3). Satanás sempre chega oferecendo
soluções. Por meio de suas astúcias nos faz crer na mentira como se fosse verdade. Seus
supostos argumentos não passam de sofismas enganadores. Usa dos meios mais hábeis, e
ataca no ponto mais fraco.
c. O método da tentação. "Se tu és Filho de Deus... se me adorares"(v 3,7,9). Satanás usa de
sutilezas para persuadir. Ele quer devotos. Promete sempre grandes coisas. Oferece um trono.
Se aceitarmos a sua oferta, sucumbimos e nos tomamos seus escravos.
d. O poder da tentação. "Levando-o a um lugar elevado o colocou sobre o pináculo do
templo"(v 5,9). Satanás é o príncipe deste mundo. Há poderes, portanto, no mundo, que estão
sob seu controle. Ele dispõe de hostes numerosas de agentes que obedecem ao seu comando.
Mas não é onipotente, apesar de ser poderoso Deus estará sempre assentado no Trono do
Universo.
e. A resistência a tentação. "está escrito.... dito esta"(v 4,8,12). Não podemos prevalecer contra
satanás se não soubermos manejar bem a espada do espírito que é a palavra de Deus Jesus
nos deu o exemplo.
f. A vitória sobre a tentação. "o diabo, retirou-se dele"(v. 13) Jesus venceu a major batalha que
já se travou em matéria de conflitos espirituais. Se resistirmos a satanás, temos em Cristo o
poder que nos garante a vitória.

V. 14 - A missão de João Batista como preparador do caminho do mestre chegara ao fim. O


ministério de Jesus no inicio, correu paralelo ao ministério de João Batista. Era necessário que
os discípulos de João passassem sua lealdade ao Messias, e eis que era chegada a hora, a
qual se cumpre quando João foi entregue. João não foi precursor de Jesus apenas para o
início do ministério, mas o foi também nos sofrimentos. Esse episódio na vida de João ajuda a
compreender o valor do evangelho de Marcos para o momento do sofrimento que seus leitores
estavam passando. Se os grandes servos de Deus, como João, sofrem, o sofrimento não é um
problema que só eles passaram, mas atingem a todos os que dedicavam sua vida a Cristo e ao
evangelho de Deus. O ministério de João, aqui no evangelho de Marcos, é dado por encerrado
e depois "veio Jesus para a Galiléia", a qual se torna o cenário da maior parte do ministério de
Jesus. No evangelho de Marcos o ministério de Jesus na Galiléia e distritos vizinhos ocupa
mais da metade do espaço e vai desde 1.14 ate 9.50. Foi na Galiléia que Jesus realizou seus
maiores milagres e onde passou mais tempo ensinando os seus discípulos. Por que Jesus foi
para a Galiléia? Segundo as informações de Mateus 4.18-25 a ida de Jesus para a Galiléia
deu-se "para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías em 9.1-2; 42.7”. A estratégia
inicial de Jesus foi bem especifica "pregando o evangelho de Deus". Essa pregação era o alvo
de Deus bem antes de Jesus ter aparecido como bem indica a profecia de Isaías 52.7.
Evangelho significa boas novas, o que Jesus estava anunciando era algo novo e nunca visto
cumprido anteriormente, era a salvação através de alguém que veio de Deus.

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V. 15 - "E dizendo o tempo esta cumprido, e é chegado o reino de Deus". A palavra tempo" é a
tradução da palavra grega kairos que tem o significado de "tempo oportuno próprio", diferente
do tempo cronológico do relógio o tempo de Deus não é medido pelo relógio do homem, muito
embora a sua ação se de na história do homem. A hora decisiva da ação salvadora de Deus na
história do homem acontece nesse momento em que Jesus começa a anunciar o "evangelho" e
a dizer que é "chegado o reino de Deus". A expressão "é chegado" significa literalmente
'chegou perto" e o "triunfo de Deus está agora tão perto que os poderes do mal são derrotados
com sucesso, e o reinado de Deus é visto claramente em seu Filho. "Reino de Deus" significa
o reinado, a soberania, o governo absoluto de Deus(Salmo 24.1; 47.7). Esse anúncio de Jesus
de que é chegado o reino de Deus deve ser entendido escatologicamente, isto é, de maneira
parcial, por não ter sido ainda completamente estabelecido. A velha ordem de pecado, de
tristeza, de separação ainda não passou, e a luta entre o bem e o mal continua. Com o anúncio
de Jesus, porém, sabemos que os poderes do mal já estão vencidos, porque "é chegado o
reino de Deus". "Arrependei-vos e crede no evangelho" = essa mensagem de Jesus não
chegava como uma dádiva barateada, que se poderia adquirir com qualquer preço. O preço já
estava sendo pago por Deus e a exigência sobre o homem também é colocada: a fé e o
arrependimento. Estas duas palavras não podem ser separadas, porque "arrepender-se não é
ato separado de crer nessas boas-novas: significa abrir o ser para um rei diferente, aceitar a
soberania de Deus em sua vida e deixar as boas-novas do poder divino, real sobre todo o mal,
serem o motivo da fé pela qual' vivamos". Arrependimento = mudança de pensamento, de
opinião, é, como se usava a palavra arrependimento na linguagem militar da época, voltar as
costas para o caminho que se estava seguindo e seguir por outra direção. Arrependimento não
é um simples pedir de desculpas, e deixar de praticar o que antes se praticava porque é
pecado contra Deus e sua soberania. Crer = é mais que simples assentimento intelectual, ou
seja, ultrapassa o simples conhecimento de fatos da vida de Jesus e de seu evangelho para se
tomar aceitação, compromisso, vida no evangelho. Crer é viver na prática do buscar "primeiro o
reino de Deus e a sua justiça”, e as demais coisas nos serão acrescentadas(Mateus 6.33). É
pela fé que obtemos acesso a graça de Deus(Romanos 5.23) e é por ela que
vivemos(Romanos 1.16,17). O preço a ser pago pelo homem pode parecer barato, mas não é.
Arrepender-se e crer é um dos maiores desafios que o discípulo de Cristo tem diante do Reino
de Deus ou reino dos céus? Ao que parece os termos referem-se a mesma coisa
provavelmente o fato dos escritores bíblicos optarem por reino dos céus(Mateus usa 100
vezes) foi para evitar um conflito político e também evitar um choque com o pensamento
judaico com o uso direto do nome de Deus. Os dois termos são paralelos e de um mesmo
significado.

V. 16 - Simão e André = pescadores que trabalhavam no mar da Galiléia. A pescaria era o seu
ganha-pão diário, e nela se ocupavam para garantir o sustento da família. Eram homens
simples do povo.

V. 17 - "Vinde após mim e eu farei que vos tomeis pescadores de homens" = a chamada ao
discipulado tem dois lados: um lado é a chamada para seguir a Jesus, ser seu discípulo. O
outro lado é para cumprir a missão que ele tem designado para cada um. Podemos dizer que
são os dois lados da moeda. Jesus chama o homem primeiro para ser seu seguidor, fazer a
sua vontade e viver os seus valores. Ninguém pode sair por aí pregando o evangelho, as boas
novas a respeito de Cristo, sem primeiro ter tido uma experiência de conversão. A missão
evangelizadora só é desempenhada com sucesso se a pessoa é um seguidor de Cristo. Uma
das grandes fraquezas da tarefa evangelística é o fato de estar sendo feita muitas vezes por
pessoas que não estão vivendo o "vinde após mim" de Jesus. Pessoas que querem seguir
após elas mesmas, procurando fazer sua própria vontade. A missão é pescar homens, pessoas
para Jesus. Quando a preocupação é buscar adeptos para a religião, então a tarefa terá
fracassado, do ponto-de-vista de Jesus. Buscamos discípulos para Jesus Cristo e a obra é feita
em seu nome e para a glorificação do seu nome. A convocação de Jesus é para um vida de

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serviço a Ele, em primeiro lugar, e depois aos homens. Não devemos entender o "que vos
tomeis pescadores de homens" como mera tarefa de ir e aplicar o piano de salvação. Vamos
entender a pescaria de Cristo num sentido mais amplo: alcançar todo o ser humano na sua
inteireza, na sua totalidade. Jesus veio para resgatar o homem que se havia perdido, e ele quer
fazer com que o homem seja completamente resgatado. É para essa tarefa que ele nos
convoca. Os discípulos deixariam suas ocupações profissionais e se dedicariam a tarefa
especial de abençoar os homens com a mensagem do evangelho. Alguns discípulos recebem
essa chamada especial, mas todos são chamados para anunciarem as boas novas de
salvação nos locais de trabalho, de estudo, de moradia.

V. 18 - então eles, deixando imediatamente as suas redes, o seguiram" = a resposta à


convocação de Jesus foi imediata. Os homens simples do povo são chamados por causa
dessa disponibilidade para o serviço. Disponibilidade não é ociosidade; é , antes, um
estado de prontidão, de disposição para o serviço. Os primeiros discípulos não olharam para
as redes e ficaram com pena de deixar a sua profissão e seguir a Jesus, para se tomarem seus
discípulos.

V. 19,20 - "Deixando seu pai Zebedeu no barco com os empregados, o seguiram" = a partir
daquele momento eles aprenderiam coisas que não aprenderam em toda sua vida como
pescadores. Aprenderiam verdades eternas que o Filho de Deus veio trazer aos homens e eles
seriam os transmissores dessas verdades aos outros homens. Que missão!!! Os primeiros
discípulos de Jesus não eram uns desocupados. Jesus não chama desocupados, preguiçosos.
Ele chama os que estão de prontidão para o serviço de transmitir as boas novas de salvação
que ele veio trazer de Deus aos homens. Aqueles discípulos não eram pessoas com grande
formação cultural; eram pessoas iletradas(Atos 4.13). Não se deve exagerar ao dizer que Deus
não chama os letrados. Chama sim, como é o caso de Paulo, do autor da carta aos Hebreus,
de Lucas, e de muitos outros servos de Deus na história que foram homens preparados e
usados por Deus no anúncio da salvação. Jesus chama cada um para cumprir a missão em
seu campo de atuação e preparo. Os primeiros discípulos convocados deram provas de
fidelidade a chamada, e muitos deles, como é o caso de Pedro, tiveram momentos de
incertezas e fraquezas, mas Jesus sempre os ajudou a atravessarem os momentos difíceis.
Alguns deles tiveram que experimentar a morte por causa de sua vocação, como Tiago(Atos
12.1). A chamada de Cristo é para ser levada muito a sério; não somente por aqueles que tem
uma chamada especial para o ministério, para serem pastores, mestres, evangelistas,
ministros, mas também por todos os crentes que, de forma geral, também são chamados para
essa missão de proclamação, de resgatar o homem do seu estado de perdido e precisando ser
achado. Ao pensarmos sobre a chamada de Jesus podemos dizer que:

1. Ele chama para o arrependimento e a fé(v 14,15) Não ha caminhada cristã sem esse
primeiro passo por parte do homem. Não há nem mesmo cristianismo. O arrependimento e a fé
constituem a condição essencial para a salvação. Arrependimento não é simples pedir
desculpas a Deus; é um abandono de praticas e hábitos que separam o homem de Deus. É
abandono do estado de rejeição da soberania de Deus sobre a vida. A fé é aceitar soberania
de Deus como única e absoluta sobre a vida. Sem fé e sem arrependimento, não há
discipulado cristão.
2. Ele chama para uma vida de serviço(v 17). A vida cristã não é só contemplar a maravilha da
presença divina no monte. Ela é também o serviço no vale, onde estão as pessoas em
sofrimento, em dúvida, em opressão. Quando entramos no santuário, devemos ter a convicção
de que entramos para adorar, mas quando sairmos, deveremos ter a mesma convicção que
saímos para servir aos nossos semelhantes. Não ha vida cristã significativa sem serviço.
3. Ele chama, não só pela capacidade, mas também pela disponibilidade(v 18-20). Não adianta
ser capaz e não estar disponível para a vontade de Deus. Muitas vezes pessoas que, no
julgamento humano injusto, são consideradas incapazes, acabam realizando uma obra mais

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perene e vitoriosa que os considerados capazes. A chamada dos primeiros discípulos de Jesus
mostra bem essa verdade

V. 21 - Cafarnaum = cidade marítima localizada junto ao mar da Galiléia. Jesus desceu de


Nazaré até Cafarnaum e ali se dirigiu a uma sinagoga haja visto que era sábado "o Dia do
Senhor" e Jesus então pôs-se a ensinar. Sábado = o sábado recebia as boas-vindas com
alegria. Devia ser celebrado em casa como descanso e refrigério, e coletivamente no culto
público. No dia anterior, a preparação, tudo devia ser preparado, e as lâmpadas acesas, pois o
sábado começava ao pôr do Sol. Uma refeição adicional as duas normais era feita, e as
melhores roupas eram usadas. Hóspedes seriam convidados, metade do dia devia ser passado
comendo e bebendo, e metade na instrução das coisas de Deus. Sinagoga = lugar das
reuniões da comunidade judaica.

V. 22 - "Os ensinava como tendo autoridade" = o ensino de Jesus deixava as pessoas atônitas,
porque sua palavra era com autoridade. A originalidade não era altamente prezada entre os
rabinos, e era usual acreditar suas palavras ao citar antecessores ilustres. Jesus não fazia
nada semelhante, e a autoridade com que falava impressionava os homens. Escribas = Eram
eruditos na torá(Lei de Moisés), rabinos, teólogos formados. Tinham grande influência por
serem ensinadores, intérpretes e doutores da Lei. Tinham a capacidade de influenciar tanto a
opinião publica quanto a opinião dos reis e líderes.

V. 23,24 - Na sinagoga havia "um homem possesso dum espírito imundo". No mundo antigo
sustentava-se de um modo geral que muitos males eram causados por espíritos malignos. A
Bíblia diz pouca coisa acerca da possessão demoníaca antes ou depois da encarnação, mas
muita coisa durante o ministério de Jesus. Nas escrituras, portanto, este fenômeno faz parte de
um conflito entre Jesus, que veio destruir as obras do Diabo, e o mal. Nesta ocasião, o
endemoniado bradou em alta voz "vieste destruir-nos"; reconhecendo assim a oposição entre
Jesus e todos os espíritos malignos. "O santo de Deus" = é um titulo incomum, que ressalta o
conceito da consagração ao serviço de Deus. Neste contexto, devemos vê-lo como um
exemplo daquilo que Tiago tinha em mente quando escreveu "até os demônios crêem e
tremem"(2.19). A única diferença é que o conhecimento do demônio não era acompanhado
pela fé, esperança, ou pelo amor.

V. 25 - "mas Jesus o repreendeu" = Jesus fez a libertação com simplicidade, sem os sortilégios
tão estimados pelos seus contemporâneos. Repreendeu o demônio e ordenou que este
calasse e saísse dele.

V. 26 - "saindo dele" = então o demônio lançou o homem ao chão sob forte convulsão e
gritando com alta voz saiu do seu corpo sem lhe provocar nenhum mal.

V. 27 - "Que é isto?" = o povo ficou admirado com esta palavra e passou a comentar a
autoridade e o poder com os quais Jesus ordenava os espíritos.

V. 28 - Não era estranho que sua fama se espalhasse por toda a região da Galiléia. Jesus
estava se tomando uma pessoa pública.

V.29,30 - "foram a casa de Simão... e a sogra de Simão estava deitada com febre". Da
sinagoga, Jesus foi para a casa de Simão. Todos os três sinoticistas mencionam a febre, mas
somente Lucas diz que era uma febre muito alta , que Jesus a repreendeu(isto pode significar
que via Satanás por detrás da enfermidade), e que a mulher quando foi curada, levantou-se e
passou a servi-los imediatamente(demonstrando quão completa fora a cura).

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V. 31 - A narrativa da cura da sogra de Pedro é interessante pela prova que dá de que Pedro
tinha uma casa em Cafarnaum. A afirmação de Marcos de que "era a casa de Simão e André
reflete a referência altruísta de Pedro a ela. Esta narrativa mostra também outra vez o poder do
toque de Jesus; e as palavras: "e a febre a deixou, e os servia" - além de dar inegável prova
da cura, lembram a todos os leitores do evangelho que aqueles que recebem bênçãos de
Jesus mostram-lhe gratidão procurando servi-lo.

V. 32-34 - "Traziam-lhe todos os enfermos, e os endemoniados" = Jesus realizou muitos


milagres em Cafarnaum. Na rua estreita, comprimia-se a miséria humana em todas as suas
formas. Depois de um sábado relativamente calmo, ao anoitecer, a porta da casa de um
pescador se tornou o ponto de convergência de quantos sofriam, ansiosos por encontrar alívio
para seus males. Jesus curou muita gente. Ao expulsar os demônios obrigou-os ao silêncio
para que o evangelho não fosse anunciado por lábios inconversos. Aquele pôr do sol com
muito trabalho tornou-se típico da vida de Jesus que, por toda a parte, estendia as suas mãos
para socorrer. No fim do dia, todos os que tinham enfermos de diferentes moléstias os traziam
a Jesus. Não podiam ser carregados no sábado, mas quando o dia de sábado chegou ao fim
com o pôr do sol, o povo não perdeu tempo. Há um toque pessoal no fato de Jesus impor as
mãos sobre cada um, ao curá-los. Lucas é o único que nos conta este fato, e também que os
demônios que foram expulsos exclamavam tu és o Filho de Deus. Os galileus talvez tenham
pensado que Jesus não fosse mais do que um homem, mas os espíritos malignos não
cometiam tal erro. Marcos também dá a informação que Jesus não os deixava falar, mas não
que Jesus os repreendia. Jesus não tolerava o mal é interessante que Lucas nos conta que já
de inicio os demônios revelassem que Jesus era o Cristo foi provavelmente para evitar de
antemão movimentos messiânicos nacionalistas. O entusiasmo popular teria feito de qualquer
Messias um herói rebelde.

V. 35-39 - "Levantou-se, saiu e foi a um lugar deserto, e ali orava" = continuavam crescendo a
fama e o trabalho de Jesus. Vimos como toda Cafarnaum se movimentou e levou os seus
doentes para serem curados por ele depois do pôr do sol de sábado. Ainda ia alta a madruga
de domingo quando Jesus se levantou, sem despertar ninguém, "saiu e foi a um lugar deserto,
e ali orava"(35). A oração ocupava o lugar principal na vida de Jesus. Era sua maior
necessidade. Sem duvida, Jesus orou durante horas seguidas pelos aflitos e doentes que o
buscavam. Na comunhão com o Pai, no entanto, buscava ajuda para que seus milagres de
cura não obscurecessem a importância da mensagem de salvação. Pedro anunciou a Jesus,
assim que o encontrou que a sua popularidade aumentava como resultado do trabalho do dia
anterior(37). Jesus não estava preocupado isto. Seu desejo era cumprir a missão de pregar as
boas-novas que libertariam os homens das garras de Satanás tomando-se filhos de
Deus(38,39).

V. 40-45 - "E aproximou-se dele um leproso" = Jesus considerava a cura de leprosos como um
dos sinais de que Ele era o Messias esperado por longo tempo, conquanto isto não se
menciona especificamente nas profecias de Isaías, as quais Ele parecia estar muitíssimo
consciente de estar cumprindo(a saber, Isaías 29.18-19; 35.5,6;61.1). A lei levítica trazia
pormenorizadas regulamentações sobre a lepra, e era dever dos sacerdotes ver que fossem
obedecidas os leprosos eram considerados impuros, física e cerimonialmente, e
prescritos(Levítico 13), e quando eram curados, a ação de graças por sua purificação tinha de
ser acompanhada por ofertas sacrificiais(Levítico 14). O texto de Marcos nos mostra que o
leproso aproximou-se de Jesus o bastante para prostrar-se diante dele e para que a sua
solicitação fosse ouvida(40). Ele já ficara sabendo, podemos supor, que Jesus estava
demonstrando extraordinários poderes de cura; sua única dúvida era se Jesus estava disposto
a empregar aqueles poderes para curar alguém que solicitasse os seus favores como ele
estava fazendo. Há sentimento nas palavras: "Se quiseres, bem podes tornar-me limpo".
Somente Marcos nos conta que Jesus sentiu-se "profundamente compadecido"(41) à vista

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desse homem aflito; mas todos os sinóticos afirmam que Jesus, desafiando as
regulamentações, "estendendo a mão, tocou-o e disse-lhe: quero sê " limpo"; e que, depois de
expressar a sua disposição favorável, disse a palavra de poder que efetuou a cura Jesus
deixou que o constrangimento do amor divino tomasse precedência sobre a injunção que
proibia tocar num leproso; mas insistiu em que o homem curado o relatasse ao sacerdote e
fizesse a oferta requerida pela legislação mosaica(42-43). "Para lhe servir de testemunho" =
parece que o sentido primário dessas difíceis palavras seria esse: "para que o sacerdotes
pudessem, depois do necessário exame, atestar a sua cura sem necessariamente saber como
ocorrera". O motivo que levou Jesus a pedir silêncio aquele homem é uma questão muito séria
Jesus não queria omitir o milagre que tinha operado, apenas queria que tudo só fosse
divulgado no tempo oportuno; ou seja: após todo o rito legal para constatação e aceitação do
curado pela sociedade. A intenção de Jesus era pregar na cidade; porém, graças a
desobediência daquele homem(45), Jesus já não podia entrar abertamente numa cidade. A
ação daquele homem impediu Jesus de explicar a sua missão para aquele povo abertamente o
povo, entretanto, mesmo Jesus estando fora da cidade, ia procura-lo, para ouvir seus
ensinamentos e ser curado de suas enfermidades. Eis algumas lições aprendidas com a vida e
a obra de Jesus:
1. Jesus e a pregação. "veio Jesus.....pregando o evangelho"(14). Jesus veio proclamar as
boas-novas. Quão lamentável é que os homens não lhe tenham dado as boas-vindas.
2. Jesus e o ensino. "arrependei-vos e crede"(15). Na sua pregação Jesus ensinou aos homens
o caminho de Deus. Arrependimento e fé consistiam a exigência fundamental para admissão
no reino de Deus, que ele veio implantar na terra.
3. Jesus e a cura. "Ele curou muitos doentes e expulsou muitos demônios"(34). Embora sem
fazer disto o motivo principal de sua missão no mundo, Jesus cuidou do homem no seu todo.
Deu atenção ao corpo, e ensinou que este era o tabernáculo do Espírito Santo.
4. Jesus e a oração. "Foi a um lugar deserto, e ali orava"(35). Quão importante para a alma
humana é a comunhão a sós com Deus, longe dos ruídos perturbadores e da agitação e
enervante. Quem faz esta experiência tem a sensação de que está sendo recebido por Deus
audiência particular.

5. Jesus e a evangelização. "Vamos a outras partes as povoações vizinhas"(38). Jesus não


buscou honrarias, riquezas, glória ou poder humanos ele veio do céu para anunciar a todos a
palavra da vida. Esta missão as suas igrejas continuam através da obra missionária.
6. Jesus e o culto. "indo a sinagoga”(2~). O culto é a resposta do homem ao amor de Deus.
Jesus nos dá o exemplo de que não deve ser negligenciado esse dever cristão.
7. Jesus e a salvação. "Hoje se cumpriu esta Escritura aos vossos ouvidos"(Lucas 4.2l). As
Escrituras tem uma mensagem para nós. Esta mensagem cumpriu-se com o advento
messiânico. A salvação prometida por Deus tornou-se plena realidade.

CAPITULO 2

V. 1-5 - Cercado por uma multidão ao entrar numa casa(1) Jesus aproveita a oportunidade
para anunciar-lhes a palavra = o evangelho que anunciava a vinda do reino. Alguns homens
desejaram conduzir um paralítico a presença de Jesus para que fosse curado. Não obstante os
desafios naturais envolveram-se numa empreitada de fé e Jesus "vendo-lhes a fé"(isto é a fé
dos amigos e do próprio paralítico) declarou que os pecados daquele homem estavam
perdoados. O que provocou os lideres religiosos(que já sentiam ameaçada a sua
segurança e que percebiam o desafio as suas tradições) em suas críticas e ameaças.

V. 6-7 - Os escribas eram homens formados na Lei e poderiam ser fariseus ou saduceus. Este
grupo de oposição vê corretamente que somente Deus pode perdoar o pecado, mas supõe
incorretamente que Jesus é culpado da Blasfêmia. Não param para perguntar se o

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relacionamento de Jesus com o Pai é tal que pode, na realidade, perdoar. A oposição a Cristo
tem se repetido em todos os tempos, e é assim nos dias atuais. A obediência aos seus ensinos
pode acarretar oposição e critica por parte de um mundo incrédulo, mas é a evidencia de que
estamos no caminho certo.

V. 8 - Mas Jesus, que podia ler os pensamentos deles, sabia que esses escribas estavam
também abrigando maliciosa indisposição contra ele.

V. 9 - Ao mesmo tempo que lia os pensamentos dos escribas Jesus os surpreende com umas
perguntas interessantes: "Qual é mais fácil? Dizer ao paralítico: perdoados estão os teus
pecados; ou dizer: levanta-te, toma o teu leito, e anda? Superficialmente, parece mais fácil
dizer estão perdoados os teus pecados do que levanta e anda. Esta última declaração pode ser
submetida a um teste óbvio e imediato, ao passo que o espectador não sabe se os pecados
foram perdoados ou não. Mas não é improvável que Jesus esteja dizendo que é muito mais
difícil realmente pronunciar a palavra do perdão do que a palavra da cura. Estava fazendo mais
do que os médicos dos seus dias podiam fazer.

V. 10-11 - Jesus realiza a cura "para que saibais que o Filho do Homem tem sobra a terra
autoridade para perdoar pecados". Suas palavras acerca do perdão e da cura vão juntas . Se
pode fazer uma destas coisas, pode fazer a outra. Os judeus daqueles dias pensavam que
toda a doença fosse devido ao pecado. Jesus neste episódio atesta a validade das suas
credenciais dando ao sofredor o poder de levantar-se e voltar para casa levando o seu leito.

V. 12 - A cura ocorreu imediatamente o homem fez conforme Jesus lhe ordenara "ele se
levantou e , tomando logo o leito, saiu à vista de todos"; e todos os presentes viram como a
mão de Deus agira e ficaram possuídos de temor e glorificaram a Deus dizendo: "nunca vimos
coisa semelhante". A intenção de Marcos é clara e objetiva tornar-nos cientes do poder divino
de Jesus. Entretanto, mostra-nos que os próprios líderes religiosos do seu tempo não
percebiam a natureza divina de Jesus. A idéia central da passagem é Jesus pode perdoar
pecados. Isso é o distintivo divino de Cristo. Sua divindade não é demonstrada por seus
milagres e maravilhas, nem por seus sermões; mas sim pelo seu poder de perdoar pecados.
Jesus curou o paralítico espiritualmente e, logo em seguida, curou-o fisicamente. Com isso nos
ensinou que o espiritual deve preceder sobre o físico. Por muito que o homem necessitasse de
cura ser-lhe-ia preferível a paralisia a uma vida livre de enfermidades, mas sem a experiência
do perdão divino. Deus é sempre pródigo em dar. Recebemos dele sempre mais do que
esperamos ou pedimos. Talvez o paralítico não esperasse encontrar a salvação da alma
quando procurou Jesus para a cura do corpo. Todos se maravilharam e glorificaram a Deus;
pois tudo o que tinham presenciado era muito novo e só poderia ter sido causado por Deus. Eis
algumas características do Cristo que seguimos:
1. O Cristo proclamador. "e lhes anunciava a palavra"(2). Em nenhum momento o Mestre fugiu
da sua principal missão, seu objetivo, assim como deve ser o nosso era anunciar a sua
Palavra.
2. O Cristo acessível. "nisso vieram alguns a trazer-lhe um paralítico"(3). Jesus nunca permitia
que as suas atividades impedissem que as pessoas se aproximassem dele. Apesar da casa
estar cheia de ouvintes ele deu atenção ao paralítico que o procurou pois sempre foi um
homem acessível.
3. O Cristo acolhedor. "não podendo aproximar-se dele baixaram o leito que jazia o
paralítico"(4). Jesus sempre acolhe os que o procuram. Foi assim com o leproso, com as
crianças, com o cego de Jericó, etc. Tem sido assim conosco, pois seus braços tem nos
acolhido.
4. O Cristo perdoador. "vendo-lhe a te, disse ao paralítico: filho, perdoados são os teus
pecados"(5). Sim Cristo é quem perdoa os meus pecados e os teus também e com isso revela
a sua divindade aos homens.

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5. O Cristo rejeitado. "Por que fala assim este homem? Quem pode perdoar pecados senão um
só, que é Deus"(7). Sim este Cristo ainda nos dias de hoje tem sido rejeitado e esta é uma
triste constatação que fazemos pois sabemos que quem o rejeitar será por ele rejeitado no dia
do Juízo Final.
6. O Cristo inquiridor. "por que arrazoais desse modo em vossos corações"(8). Cristo tem a
capacidade de ler os nossos pensamentos e dele ninguém deve duvidar. O que anda pelos
seus pensamentos?

7. O Cristo poderoso. “para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra
autoridade"(10). Sim Cristo tem autoridade tanto para perdoar pecados quanto para curar
enfermidades pois Deus é com ele e tem lhe dado todo o poder
8. O Cristo serviçal. 'levanta-te, toma o teu leito todos pasmavam e glorificavam a Deus"(11-
12). Ainda que Jesus tivesse realizado o milagre, como um bom servo que era, atribuiu a glória
do feito a Deus. Isso nos ensina muito sobre a vida de serviço que Deus espera de nós.

V. 13 - Jesus saiu de novo para a beira do mar. Toda a multidão ia ao seu encontro. E Jesus os
ensinava.

V. 14 - Enquanto já caminhando Jesus viu a Levi, o filho de Alfeu, sentado na coletoria de


impostos, e disse-lhe segue-me. E ele levantando-se, o seguiu. Os cobradores de impostos
eram desprezados e marginalizados porque colaboravam com a dominação romana, cobrando
imposto e, em geral, aproveitando para roubar. Jesus rompe os esquemas sociais que dividem
os homens em bons e maus, puros e impuros. Esse episódio é muito inspirador e por demais
motivador para as nossas vidas. Levi estava trabalhando, coletando impostos. Talvez a última
coisa que passasse pela sua cabeça fosse aquele encontro com Jesus. Na vida dos seres
humanos Jesus pode manifestar-se a qualquer momento, ás vezes no seio familiar, às vezes
no convívio com os amigos ou no trabalho, como no caso em questão. Levi atendeu
prontamente o convite de Jesus e o seguiu.

V. 15 - A convicção que brotou no coração de Levi foi tão contundente que levou o mestre e os
discípulos a sua casa, para que toda a sua família pudesse ter uma experiência com o
Messias. Também estendeu a oportunidade a seus amigos que compunham a mesa junto com
Jesus e seus discípulos. Jesus só come com alguém que o convida a entrar(Apocalipse 3.20).

V. 16-17 - Os escribas e fariseus não entendiam como Jesus podia estar a mesa com
pecadores. Isto era um escândalo porque eles desdenhavam do amor divino e não eram
capazes de compreender o que o amor pode fazer no sentido de reconquistar o perdido e dar-
lhe uma nova visão da vida. Os judeus alem de desprezarem os pecadores, tinham medo de
serem contaminados com os seus pecados. Ao ser criticado Jesus respondeu que não veio
chamar justos mas pecadores e graças a Deus por isso. Assim todos podemos estar certos de
que seremos recebidos por Ele. o convívio de Jesus com os pecadores foi para salvá-los. De
igual modo nós estamos no mundo para sermos luzes que orientam os homens. A verdadeira
vida espiritual não se isola do mundo. É vivida em contato com o mundo sem se deixar vencer
pelos seus pecados. Ao dizer que os enfermos necessitam de médico Jesus tem a
oportunidade de explicar mais diretamente sua missão: medico divino para curar as feridas que
o pecado faz na vida dos homens. A impressão é que Jesus limitou sua atuação a um grupo
especifico de pessoas, mas não é assim, pois nessa delimitação esta incluída toda a
humanidade(Romanos 3.23). Aqueles fariseus não se achavam pecadores, e por isso não
usufruíram das dádivas de Cristo chamando um cobrador de impostos para ser seu discípulo,
e comendo com os pecadores, Jesus mostra que sua missão é reunir e salvar aqueles que a
sociedade hipócrita rejeita como maus. Sim de fato podemos dizer que Jesus chama os
marginalizados. Temos neste texto um dos mais ricos ensinamentos de Jesus a respeito de
sua missão e das características da chamada que ele faz aos seus seguidores. A chamada de

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Mateus ilustra que a maneira de Jesus olhar os membros de uma sociedade é diferente da
nossa porque ele tem a compreensão correta de justiça e a consciência de sua missão.

(14) Podemos imaginar Jesus, quando andava pelas estradas e ruas das vilas e cidades,
prestando atenção nas pessoas. As pessoas tinham grande importância para ele. Foi com essa
motivação que ele "viu sentado na coletoria um homem chamado Mateus". A coletoria era o
local onde os donos de cargas deviam pagar os impostos aduaneiros, recolhidos por causa do
transporte marítimo que acontecia no mar da Galiléia. Mateus(Levi) trabalhava num tipo de
ocupação em que era muito fácil ser corrompido e corromper os outros. Em Lucas 5.27, há o
registro de que ele era um publicano. Este era o nome que se dava aquele que trabalhava
como coletor de impostos e este era indiretamente representante do governo romano, que era
odiado pelos judeus por causa da falta de liberdade e da pesada carga de impostos que era
colocada sobre o povo. O publicano era considerado impuro e freqüentemente acusado de
roubar o povo para se enriquecer, como foi o caso de Zaqueu. Por causa disso, ele era
considerado pecador e, por conseqüência, marginalizado no meio da sociedade daquela
época. Toda sua vida era julgada pelo trabalho que fazia. Jesus olhou para além das
aparências e não se deixou levar pelas opiniões motivadas pelo legalismo e segregação social.
Ele sabia que tinha vindo para "buscar e salvar o que se havia perdido" e, pela parábola do
filho pródigo, deixou bem claro que a alegria está na volta do desgarrado, no encontro do
desnorteado e perdido. Por isso ele olhou para Mateus e disse "segue-me". Esta palavra de
Jesus não significa simplesmente que Mateus deveria levantar -se e sair andando atrás de
Jesus como um simples espectador, mas deveria largar tudo e ser um discípulo que passaria a
viver para e pelo ensinamento do Mestre. Mateus foi chamado para ter um relacionamento
pessoal com Jesus. Esse convite foi muito importante para ele, porque ninguém, devido a sua
condição social, o convidava nem para assistir um culto na sinagoga ou para ir a Jerusalém em
épocas de festas religiosas. Mas aquele homem o convocava para ser um discípulo. Esse ato
encontrou um coração receptivo, e Mateus, "levantando-se, o seguiu". As pessoas que
julgamos não terem condições de seguir a Jesus, às vezes estão muito mais dispostas à fazê-
lo que aquelas que pensamos serem mais receptivas porque são "boas" pessoas.

(15) A mesa(simbolizando a refeição) tinha e ainda tem um significado universal de aceitação.


A primeira coisa que Mateus fez foi convidar Jesus para estar com ele a mesa e, por motivo de
sua alegria, também seus amigos vieram, os quais não eram poucos, porque "eis que
chegaram muitos publicanos e pecadores, e se reclinaram a mesa juntamente com Jesus e
seus discípulos". Eles não vieram apenas assistir ou ver Jesus comer na casa de Mateus, mas
vieram para participar diretamente da refeição. Se eles tivessem vindo para ver não tinham se
reclinado a mesa o costume oriental da época era que os convidados para a refeição se
reclinavam a mesa, isto é, ficavam apoiados em um dos braços sobre um divã rente ao chão.
Outras pessoas podiam entrar na casa, porque também isso era costume, mas se não fossem
convidados para comer, ficavam apenas ouvindo as conversas entre os convidados. Esse livre
acesso das pessoas acontecia porque quem convidava um mestre ou rabino convidava -o em
nome da comunidade local. Mateus não estava, naquele momento, querendo apenas cumprir
uma formalidade social. A refeição era uma manifestação externa daquilo que estava
ocorrendo no seu interior: uma alegria profunda por ter o caminho a seguir, verdade para crer e
a vida para viver(João 14.6). Aquela mudança em sua vida era tão importante que ele não
precisava manifestá-la publicamente. Jesus nos chama para abençoar outras pessoas,
demonstrando o amor que ele derramou em nossos corações, mesmo que não o tenhamos
merecido. Mateus demonstrou sabedoria na maneira de abençoar as outras pessoas. Ele não
se considerou naquele momento mais santo que os demais; muito pelo contrário, considerou-
se agradecido a Deus e não se isolou daqueles que antes eram seus colegas de trabalho. A
verdadeira santidade não se dá pelo simples apartar-se das pessoas e dos locais onde elas
vivem, mas pela transformação do evangelho na vida da pessoa e pela ação do Espírito Santo.
Não há lugar para o absoluto retiro da vida do mundo, para não se "manchar". A miséria

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humana, a opressão, a segregação racial, a corrupção, a pobreza, o pecado que separa o


homem de Deus, a marginalidade, a violência, enfim, tudo aquilo que tem solapado a dignidade
do ser humano, precisam ser combatidos por aqueles quem têm experimentado uma
transformação em sua vida. Mateus não se isolou, mas convidou aqueles que eram
desprezados pela sociedade para verem e experimentarem a verdadeira vida.

(16-17) Uma das mais contundentes características de Jesus foi sua coragem em desafiar os
padrões sociais da época. Ele não o fazia por simples revolta, mas com a convicção do valor
do ser humano que, para Ele, excedia o valor das estruturas e dos preceitos criados pelos
homens e que os oprimia, como é o caso do uso indevido da lei do sábado. Os fariseus
formavam uma seita dentro da religião judaica, a qual era das mais legalistas, cujos membros,
na maioria, Se esmeravam em ter uma vida "reta" aos olhos dos outros. A retidão era buscada
pelos atos externos e pela observância de inúmeras regras religiosas(Mateus 23.2-33). Não
importava o interior; o importante era ser "santo" diante dos outros. Os fariseus não se
misturavam com as pessoas comuns do povo, as quais eram chamadas de "povo da terra", ou,
numa expressão comum de hoje, gentalha, ralé. Eles ficaram escandalizados com a atitude de
um mestre, que, sendo denominado por eles de rabino, sentava-se a mesa com "publicanos e
pecadores". Ao que Jesus apresenta um dupla resposta: Primeiro ele usa a ilustração do
médico, que não tem outra função senão atender aqueles que estão doentes; esta é a função
principal dele Jesus, então compara seu ministério com o do médico. Ele não vejo para aqueles
que são justos, embora não haja justo, "nenhum sequer"(Salmo 14.1-3, 53.1-3; Romanos 3.9-
18), e sim, para aqueles que se consideravam enfermos e necessitados da misericórdia divina.
Um dos grandes perigos que os fariseus corriam e muitos correm hoje em dia é o da auto-
justificação religiosa através de atos externos e o falso direito de julgar todas as outras
pessoas, considerando-as pecadoras e desmerecedoras do favor divino. Aqueles que se
consideram religiosos e não precisam ter uma comunhão pessoal com Deus estão no caminho
da incredulidade e do engano religioso.

A segunda parte da resposta de Jesus é um desafio a correta interpretação das Escrituras.


Mateus no seu evangelho faz menção a esta resposta. O texto(Mateus 9.13) é mencionado
pelo profeta Oséias(6.6). Jesus, pelo seu exemplo, mostra que a misericórdia é mais
importante que os sacrifícios oferecidos, para alcançar a paz com Deus. Muitas pessoas
tentam louvar a Deus com uma das mãos e com a outra ferir o seu próximo. Não há paz com
Deus quando estamos em guerra contra nossos semelhantes e, enquanto não exercitarmos a
misericórdia, ou seja, o cumprimento da vontade de Deus para com o ser humano. A
misericórdia não é um simples ato de peita, mas o fazer valer os direitos do próximo, num
sentimento de lealdade a Deus. Jesus, em sua resposta, ensinou-nos que não devemos deixar-
nos levar pela pressão dos padrões sociais, quando estes forem injustos, no tratamento para
com as pessoas. A questão não é a lealdade ao padrão social, mas a Deus, não é deixar-se
levar pela moral social quando ela é motivada pelo egoísmo e pelo pecado, mas pela graça do
evangelho redentor, que resgata a pessoa de sua perdição distanciadora de Deus. As pessoas,
indistintamente, necessitam de salvação, e não podemos ficar com preconceitos, distinguindo
quem, entre elas, é digno ou não de receber a salvação. Quando fazemos isto, cometemos o
mesmo erro dos fariseus ao julgarem os publicanos e pecadores. E desta chamada podemos
compreender os seguintes ensinamentos:

1. Jesus chama o indivíduo para um relacionamento pessoal com ele(13-14). Ninguém


é chamado para difundir as idéias de um grupo religioso, mas para experimentar um vivo
relacionamento com Deus e com seu Filho, Jesus Cristo, através da ação do Espírito Santo.
Não somos chamados para sermos simples membros de uma igreja, mas discípulos de Jesus
Cristo. O apelo que Jesus fez a Mateus foi para que o seguisse e vivesse segundo o seu
ensino. Não temos muito sobre a história de Mateus no Novo Testamento, senão as menções
de sua chamada e seu nome na lista dos apóstolos. Pelo evangelho de Mateus, que ele

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mesmo escreveu, pode-se perceber que Mateus aprendeu bem os ensinamentos de Jesus,
porque passou a viver num relacionamento diário com Ele, andando pelas estradas e ruas das
vilas e cidades. Viu o que Jesus fez e soube que Ele era o Filho de Deus.
2. Jesus chama o indivíduo para abençoar outros(15). A refeição para a qual Jesus foi
convidado na casa de Mateus revela que este sentiu-se feliz com a decisão de seguir a Jesus
Ele não quis que a alegria ficasse só para ele e, numa atitude de verdadeiro evangelista
chamou seus amigos, que antes eram seus colegas de trabalho e de posição social. Ele quis
que eles sentissem o que ele estava sentindo naquele momento A nossa vida deve ser de
serviço ao próximo. Um grande serviço que podemos prestar é falar do amor de Cristo aqueles
que não são respeitados dentro da sociedade Quantos marginalizados existem? É difícil de
calcular. Se cada um de nós procurasse incluí-los em nossas orações e em nossas ações
evangelísticas, muitos deles poderiam deixar de ser marginalizados e seriam transformados
pelo poder do evangelho, para serem não apenas "bons cidadãos" mas discípulos de Cristo.
3. Jesus não se deixa limitar pelos padrões sociais(16-17). A maneira de Jesus olhar o
indivíduo é honesta e sincera sem se deixar levar pelas pressões do grupo. Muitas vezes nos
deixamos levar pelo que o grupo pensa a respeito de determinadas pessoas e, sem um exame
consciente, julgamos de forma preconceituosa. Deixamos de fazer muitas coisas pelas
pessoas, simplesmente porque estamos acostumados a olhar para elas pelo ponto de vista da
maioria e não por nós mesmos e com a motivação do amor de Deus, que não faz acepção de
pessoas. Jesus olhou para Mateus com os olhos do amor e da valorização dele como ser
humano que tem dignidade Não nos deixemos levar pelo olhar da sociedade que julga as
pessoas mais pelo que elas tem do que pelo que elas são. Olhemos com os olhos de Jesus.
Tenhamos amor e a compaixão pelas pessoas que estão à margem do convívio social e
precisam de um encontro com Jesus, assim como Mateus teve o seu.

V. 18 - Os discípulos de Jesus eram alegres demais. Não praticavam jejum tristes, e isto
deixava perplexas algumas pessoas. Embora o único jejum estipulado na Lei fosse aquele no
dia da expiação(Levítico 16.29-30), o jejum era praticado pelos seguidores de João Batista e
por aqueles fariseus. Perguntaram a Jesus, portanto, por que seus discípulos não se
conformavam a esta pratica generalizada. A acusação é de que os discípulos de Jesus não
estavam observando Os preceitos relacionados ao jejum. Aqueles homens não conseguiam
entender como homens tão religiosos e dedicados as coisas de Deus não cumpriam o preceito
do jejum já que este era parte importante da vida religiosa do povo judeu. Os "judeus mais
religiosos", porém, observavam o jejum com mais freqüência(Lucas 18.11-12). A relação do
jejum com o Dia da Expiação certamente se prende ao fato de o jejum expressar tristeza do
povo pelo seu pecado. Para o judeu, o jejum é sempre expressão de tristeza e constrição. O
ponto em questão é que o jejum passou, com o decorrer do tempo, a perder o seu significado
inicial, que era expressão de humildade do indivíduo diante de Deus, para, de igual modo,
pouco a pouco ser considerado e observado simplesmente como uma prática pietista através
da qual seria possível julgar-se ou não a devoção de alguém.

Em Isaías 58.3-7 e Jeremias 14.12 vemos o esforço dos profetas em evitar esse processo de
esvaziamento de significado, mas sem sucesso algum. Assim, ao tempo do ministério de
Jesus, observavam os fariseus a abstinência de qualquer tipo de alimentação por dois dias a
cada semana, como uma obrigação religiosa necessária. Surpreendentemente, a princípio,
guardavam os discípulos de João Batista a mesma pratica. A motivação dos fariseus era, via
de regra, a ostentação pessoal. Já por parte dos discípulos de João provavelmente a
penitência era preparação para o surgimento do Messias.

V. 19 - O sentido judaico atribuído ao jejum excluía dele alegria. Era compreendido e difundido
como um "afligir da própria alma", "tristeza de coração", "mortificação". Tinha também o sentido
de purificação e comunhão com Deus(Isaías 58.3; Daniel 9.3). As pessoas então jejuavam para
demonstrar esses sentimentos e estados de espírito, achando que com isso agradavam a

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Deus. Jesus não condenou o jejum. Há exemplo de que ele também o praticou. Jejuou por
quarenta noites antes de iniciar seu ministério público(Mateus 4.2). Isso demonstra a
importância a que ele lhe atribuía. Contudo, reprovou, sim, o fazê-lo com ostentação perante os
homens. Por isso mesmo ensinou que o correto seria jejuar em sigilo e diante de
Deus(Mateus6.16-18). Em sua escala de valores é mais proveitoso ser humilde diante de Deus
que ser virtuoso perante os homens. O mestre atribuía um sentido absolutamente espiritual ao
jejum, e ao defender seus discípulos por não estarem observando nos padrões farisaicos,
tradicionais, esclarece aos discípulos de João que eles não precisariam jejuar pois havia uma
razão muito especial para isso: o seu ministério messiânico. Jesus comparou o seu ministério
as bodas messiânicas, que significavam a chegada do reino de Deus, da presença do Messias
e das boas-novas de salvação. Em suma vivia-se a alegria aguardada pelos judeus havia tanto
tempo, e que jamais poderia ser expressa por meio do jejum, do modo como o praticavam e
com o sentido que lhe davam. Através da figura do casamento, Jesus mostra que era completa
a inadequação do jejum para aquela ocasião e para aqueles que aguardavam o cumprimento
do dito pelos profetas. Ele era o rei davídico tão esperado(Salmo 45).

V. 20 - "dias virão, porem, em que lhes será tirado o noivo, nesses dias sim hão de jejuar".
Enquanto ele está com eles, os discípulos não podem jejuar; mas prevê um dia em que ele
lhes será tirado. Esta certamente é um referência a cruz. Quando assim acontecer, jejuarão.
Jesus não diz "serão obrigados a jejuar" o que nos parece ensinar que o jejum deve ser
voluntário e pessoal.

V. 21-22 - A questão aparentemente estava resolvida, entretanto, ela era muito mais profunda
do que parecia ser. O problema não era simplesmente jejuar ou não jejuar, mas sim:
cristianismo ou judaísmo. Jesus não veio para enfatizar aspectos formais e externos da antiga
dispensação, mas sim inaugurar uma nova. Em matéria de religião é uma impossibilidade
misturar coisas essencialmente diferentes. Assim, o judaísmo não devia mesclar-se como
cristianismo, e vice-versa. Para Jesus o jejum não era simplesmente uma atividade ritualística,
mas sim o resultado natural de uma comunhão íntima com o Pai. O jejum, conforme era
praticado pelos judeus, era inoportuno e inútil para os discípulos do Mestre. Jesus jamais
sobrecarregaria seus discípulos que tinham uma nova fé com obrigações e fardos impossíveis
de serem carregados. "Remendar um vestido velho com um tecido novo", "deitar vinho novo
em odre velho" seria fazer repousar os discípulos da graça no leito da lei.

A Igreja tem sofrido muito por ter se esquecido deste importante principio do evangelho pois o
cristianismo autêntico não admite qualquer mistura que comprometa sua essência. A realidade
chegada no anúncio de sua mensagem era completamente nova, não se restringindo, portanto,
aos padrões da velha aliança antes lhe dando continuidade. Não era coerente para ele que a fé
dos discípulos, que bem podemos representar no vinho da parábola, em formas judaicas
antigas(odres velhos), fosse como a piedade dos judeus. A vista do que demonstrou Jesus aos
discípulos de João naquela ocasião, não fazia sentido algum para os seus discípulos o jejum.
Era aquele um tempo de alegria. Com certeza viriam dias em que se justificaria o jejum por
parte dos seus discípulos, e isso ocorreria por ocasião de sua morte; tinha ele isso em mente
naquela ocasião. Através desse comportamento seu e de seus discípulos de João Batista, que
de fato aguardavam a vinda do Messias. Contudo, ainda assim, advertia-lhes Jesus que o
jejum, por si só, como prática destituída dessa compreensão, ficava sem razão plausível de
ser, era desnecessário.

Na metáfora do vinho e dos odres estão também incluídas as características da vida futura, sua
realidade completamente nova. Havia diferença notória entre o legalismo ritualista vetero-
testamentário(Isaías 43.19) e o novo tempo inaugurado com Jesus: a era da graça - uma nova
aliança entre Deus e o seu povo: uma nova oportunidade para todos os homens, redimidos e
irmanados em Cristo participarem do reino de Deus. Toda questão levantada então em tomo
da pratica do jejum era uma questão de compreensão correta do sentido de práticas religiosas.

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Isto porque os discípulos tinham da sua parte ainda uma compreensão decorrente das
tradições judaicas que se prendiam a letra da Lei e não ao espírito com que foi outorgada.
Através do que lhes demonstrou Jesus, podiam aqueles homens viver uma alegria, através do
que já tinham visto e conhecido dos feitos e ensinos de Jesus; estavam diante da alegria que
procuravam demonstrar não ter nem conhecer, através da observância do jejum.

A luz do que podiam compreender por meio da tradição da Lei, não evidenciavam mais da sua
menor, e não a expressão da realidade que Os envolvia e que poderiam e precisavam
conhecer. Ao meditar na questão do jejum percebemos que Jesus em lugar de apenas praticá-
las como os outros, ou de, como Mestre que era, incentivar que as cumprissem, aponta para a
necessidade da compreensão do seu real significado diante de Deus, da sua validade na
comunhão com Ele e no cumprimento da sua vontade. Para que isso ocorra é importante que
cada cristão tenha em mente a necessidade de:
1. Atribuir corretamente os valores espirituais as práticas religiosas(18). Não basta apenas zelo
intimo ou pessoal em atribuir as diversas práticas devocionais que adotemos determinados
significados. Se elas estão por si mesmas destituídas de sentido espiritual verdadeiro. Isso se
refere a que precisamos examinar o significado que conferimos a determinados atos de
devoção. Para não incorremos no erro de estarmos observando apenas um ritual vazio e
mecânico.
2. Discernir a inconveniência dos ensinos distorcidos(Mateus 15.2). A tradição seguida pura e
simplesmente acaba por se tomar um processo de distanciamento e esquecimento da palavra
de Deus, antes que isso ocorra, é necessário que cada um de nossos costumes e práticas
sejam examinados a luz de seus ensinos e dos princípios revelados nas Escrituras.
3. Crescer na nova vida em Cristo(Lucas 24.44). Cristo Jesus resgatou a Lei ao seu sentido
correto. Ele a cumpriu perfeitamente. Marcou, porém, uma nova fase na qual a realidade da
graça passaria a ser conhecida. Era preciso portanto que assim uma nova experiência fosse
vivida, a fim de que a vontade de Deus fosse por todos partilhada. Essa realidade nos envolve
a todos e precisa ser por nós vivenciada. Se buscarmos a Cristo com o mesmo interesse que
caracterizou a atitude daqueles discípulos de João, as respostas as nossas dúvidas quanto as
verdades espirituais, bem mais que informação encontraremos a direção de um crescimento
espiritual verdadeiro.

V. 23 - No Novo Testamento, certos dias e épocas que seriam tratados no Velho Testamento
de modo mais especial ou comemorativo não recebem o mesmo enfoque Não que deixem de
possuir seu valor, mas porque na nova aliança passa a haver um afastamento de tudo aquilo
que consistiria apenas num fim em si mesmo, como também, precipuamente, as mensagens do
Novo Testamento apontam para Jesus Cristo e não para o ritualismo e cerimonialismo judaico.
O sábado, tão freqüentemente mencionado no pentateuco, é de todos esses dias o mais
enfatizado, mais observado, e mais importante. Dentre outras razoes, a mais forte seria a que
decorria da obra de criação realizada por Deus e do fato de que Ele descansou nele portanto,
um dia abençoado e santificado(Êxodo 20.8-11). Todo trabalho deveria cessar para que em
lugar disso houvesse o descanso e a oportunidade para adorar o Criador. Jesus observava o
Sábado. Nele participava dos cultos na sinagoga(Lucas 4.16). Tomava parte também nas
festas do seu povo(João 2.13), sem desaprovar a observância judaica de dias e festas
especiais. No entanto, é quanto ao verdadeiro significado desse dia que ele vai discordar da
tradição que norteava o costume observado pelos judeus. Certo sábado, enquanto Jesus
caminhava pelos campos de cereais, seus discípulos colhiam e comiam espigas. Os viajantes
tinham o direito de tirar algo para satisfazer a sua fome(Deuteronômio 23.25).

V. 24 - A acusação desta vez não é sobre algo que os discípulos deixavam de fazer, mas sobre
algo que eles estavam fazendo comendo espigas no dia de sábado. A objeção foi feita, não a
ação em si mesma, mas, sim, a sua realização no Sábado. Os fariseus achariam no ato de
colher espigas uma quebra do regulamento que proibia a ceifa e o ato de esfregá-las nas mãos

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a quebra da proibição da debulha. Jogar de lado as palhas provavelmente representava o


joeirar, ao passo que o ato de comer demonstrava que tinham preparado uma refeição. Quatro
quebras distintas do sábado numa bocada só o talmude considera o ceifar e o moer grãos
num volume não maior que um figo seco como ato culpável, de modo que as quantias
pequenas eram insignificantes.

V. 25-26 - Na resposta de Jesus pode-se perceber plenamente que ele não estava abolindo o
sábado como dia de descanso estava, sim questionando as restrições das tradições judaicas.
Ao responder, Jesus dirigiu a atenção dos fariseus a ação de Davi quando comeu os pães da
proposição(1 Samuel 21.3-6). Este era o pão preparado de modo especialmente previsto é
destinado para o uso somente no culto no templo(Levítico 24.5-9). A ação de Davi era
tecnicamente uma quebra da Lei, porque somente os sacerdotes deveriam comer deste pão
(Levítico 24.9). Mas a necessidade do seu grupo sobrepujava os detalhes legais, e ninguém o
culpava. A necessidade humana não deve ser sujeita ao legalismo estéril. O fato mencionado
por Jesus, era sem dúvida bem conhecido pelos fariseus, mas, como Jesus sugere com as
palavras, "acaso nunca lestes", eles não tinham captado o princípio espiritual nele expresso, de
que a necessidade humana deve ter precedência sobre a Lei. A questão é semelhante a do
jejum. Há o problema imediato que foi sanado quando Jesus referiu-se a Davi. Porém, há um
outro problema de dimensão maior e mais profunda que é a questão entre a Lei e a graça
novamente o contraste entre a velha e a nova dispensação.

V. 27 - o texto evidencia o constante conflito que enfrentava Jesus com a tradição rabínica,
com referência a guarda do Sábado. Sua declaração afirma o principio de sua posição:
interpreta a criação do sábado em função do homem, e não o contrário, como queriam os seus
adversários. Não lhe restavam dúvidas de que o mandamento do sábado, ponto de distinção
dos costumes de Israel, era uma bênção divina, carente de correções, pela deturpação que o
configurava como um verdadeiro jugo. Ele transgride tal tradição dos mestres de seu povo e
realiza curas e milagres nesse dia da semana, e trazendo a memória dos que se lhe opunham
fatos de sua própria história, bem como principalmente suas razões para fazê-lo. A Lei não foi,
legitimamente, observada por amor dos discípulos, em virtude de sua necessidade de
alimentar- se naquela hora. Nesse caso, sua função seria a de redentora para o homem, não a
de uma restrição pura e fria. Não se tratava, portanto, de profanação por parte de Jesus; pelo
contrário, era dignificação do homem. Este vale mais do que o sábado.

V. 28 - Cristo Jesus se coloca acima da Lei e acima dos escribas. E faz o mesmo em relação
ao seu conhecimento e a sua interpretação da vontade de Deus, em contraposição a essa
vontade representada pela tradição farisaica, sem deixar de reconhecer sua autoridade. Ao
apresentar outra justificativa, Jesus, proclama que Ele, o Filho do Homem, é Senhor do
sábado. Esta é uma alegação estonteante, pois o sábado era divinamente instituído(Êxodo
20.8-11). Ser senhor de uma ordenança divina é ocupar um lugar muitíssimo elevado. Se Davi
podia sobrepujar a Lei sem culpa, quanto mais o Filho de Davi, muito maior, poderia fazê-lo?
Sem dúvida, uma das maiores barreiras para a implantação do cristianismo foi a tentativa
constante de se adaptar a estrutura religiosa judaica a fé cristã Jesus mostrou com palavras e
atos essa impossibilidade e indica algumas verdades sobre o Sábado:
1. Superioridade de Cristo sobre qualquer tradição religiosa(28). Todos os ângulos da questão
suscitada pelos fariseus em tomo da guarda do sábado fixo apontam para a colocação da
tradição rabínica como superior a correta aplicação e interpretação da Lei. Eles não podiam
compreender nem concordar com Jesus porque estavam cegos e entenebrecidos por isso
mesmo. De igual modo, é preciso sempre examinar atitudes e costumes religiosos que estejam
porventura tomando lugar indevido em relação ao que Cristo deve ocupar na tradição.
2. O sacrifício agradável a Deus. " ...misericórdia quero..." o que agrada a Deus não é a
observância de cerimoniais, por mais bem elaborados ou fantásticos que sejam. A atitude de
adoração a Deus que lhe agrada e o glorifica é aquela expressa através da nossa própria vida.

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3. A valorização do homem no plano de Deus(27). Deus criou o sábado "por causa do homem,
e não o homem por causa do sábado". A importância do homem é central, dentro do propósito
divino. Foi isso que motivou a obra de redenção em Cristo Jesus. Portanto, nenhuma tradição
religiosa pode menosprezar essa realidade.

CAPÍTULO 3

V. 1 - Mais uma vez Jesus adentra numa sinagoga num sábado e ali se pôs a ensinar; também
ali estava um homem que tinha uma das mãos atrofiada(ressequida = é uma palavra usada
para plantas ou madeira seca); aqui parece indicar alguma forma de atrofia muscular.

V. 2 - A presença do incapacitado na sinagoga no sábado deu oportunidade para que os


escribas e fariseus estivessem atentos e desejosos de provar que Jesus era um violador da Lei
do sábado. Sim os acusadores observavam atentamente não porque estavam interessados na
cura do homem, e sim porque intencionavam acusar o Mestre. Antes a acusação fora feita aos
discípulos de Jesus, pois colheram espigas no Sábado, agora eles querem pegar o mestre
numa falha o legalismo era tão latente em seus corações que não admitiam sequer que um
bem fosse feito a uma pessoa no sábado.

V. 3 - Ao observar aquela maquinação maldosa Jesus convida o homem enfermo para que se
posicione no meio de todos e resolve enfrentar aquela situação de modo que todos
aprendessem mais uma preciosa lição. Ao convidar o homem para estar num lugar visível ele
prepara o ambiente para que ninguém tivesse qualquer duvida do que aconteceria.

V. 4 - Então dirige-se aos seus opositores, desafiando-os com uma pergunta: é licito no sábado
fazer bem, ou fazer mal? Salvar a vida, ou matar? Como era do conhecimento de todos, era
legal curar uma pessoa no sábado se a sua vida estivesse em perigo iminente. No presente
caso, a vida do homem não estava em perigo, e presumivelmente Jesus poderia ter esperado
passar o sábado para então curá-lo. Eles, porém, se calaram.

V. 5 - Mas o que deixou Jesus indignado foi a errônea escala de valores de que os seus
pretensos acusadores eram culpados. Como ele esclarece na ilustração que, nesse contexto,
só se encontra na versão que Mateus dá história(12.11-12), eles não hesitariam em salvar uma
ovelha que caísse num fosso no sábado, mas se deteriam para argüir se um homem estaria
suficientemente doente ou ferido para justificá-los no socorro que lhe dessem no sábado. Na
escala de valor de Deus, um homem vale mais do que uma ovelha. Jesus chegou condoer-se,
notando o grau de dureza daqueles corações. O pedido de Jesus aquele homem serviu para
dar aquela pessoa a oportunidade de demonstrar a sua fé "estende a tua mão". Então, o
Messias de Deus não hesita em usar o seu poder nesta ocasião para tornar a mão sem vida,
sadia como a outra.

V. 6 - Os fariseus conferenciaram com os herodianos e se encheram de furor. É possível


compreender que ficaram zangados porque Jesus os desafiara e saíra vencendo. Mas não
parecia haver coisa alguma que pudessem fazer, que é provavelmente a razão da discussão
entre eles. Jesus colocara o caso diante deles, perguntou o que seria certo, e não recebera
resposta alguma. Poderia declarar com razão que receberam a oportunidade para dizer o que
deveria ser feito, mas que se recusaram a aproveitá-la. Herodianos = membros do partido de
Herodes. Judeus que queriam que um dos descendentes do rei Herodes governasse, em vez
do governador romano. Isto indica que os fariseus(autoridade religiosa) recorreram aos
herodianos(autoridade secular) para que unissem no desejo de conspirar para a destruição de
Jesus. Note bem até que ponto chegava a dureza daqueles corações. Em nome da Lei

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maquinavam contra Jesus, de fato em nome do legalismo judaico que Jesus foi escarnecido,
maltratado e crucificado. Mas eis algumas lições para a nossa vida:
1. Lei ou graça. "...por que estão fazendo no sábado o que não é lícito?... o sábado foi feito por
causa do homem, e não o homem por causa do sábado". Por mais que se tente, não devemos
admitir que a Lei tome o lugar da graça em nossas vidas. Somos salvos pela graça(Efésios 2.8)
e não pela Lei. Durante séculos e séculos tem havido tentativas de comprometimento da
mensagem cristalina do cristianismo; pela graça de Deus isso nunca foi possível. É
inadmissível um retrocesso ao legalismo da primeira dispensação. Será que a sua vida se
caracteriza mais pelo legalismo judaico, ou pela graça de Cristo?
2. O Senhor da Lei. "Pelo que o Filho do Homem até do sábado é Senhor". Com essa
afirmação Jesus mostra-nos que Ele é o fim, o objetivo da própria Lei. "Todas as coisas foram
feitas por intermédio dele"(João 1.3). Sendo Senhor do sábado, Jesus Cristo se constitui o
Senhor de toda a Lei. Essa é uma realidade muito importante para a igreja. Jesus o Senhor de
todas as coisas que vieram antes dele, com ele e das que hão de vir também. Devemos viver
esta verdade, devemos vivenciar esta maravilha em todos os nossos pensamentos e em todas
as nossas ações. O poder de Deus tem sido evidenciado na sua vida? Se o evangelho de
Cristo é o poder de Deus, você tem esse poder se viver em sua vida o evangelho de Cristo.

3. Fazer o bem. "estende a tua mão" Para fazer o bem Jesus quebrou um preceito
importantíssimo do povo judeu. Com esse ato Jesus revela-nos a importância que tinha para
ele a cura daquele homem. O bem-estar total do ser humano sempre foi valorizado por Jesus
Cristo. Sua compaixão era enorme para com aqueles que tinham problemas e doenças. Nossa
sociedade esta enferma politicamente, socialmente, psicologicamente, culturalmente e
espiritualmente. Vivemos numa sociedade totalmente atrofiada, em estrutura injusta e indigna
Qual será a nossa atitude com relação a essa situação do mundo? Qual será a sua
participação individual? Qual será a sua posição?(leia Romanos 12)
4. Fé. "estende a tua mão". A cura só é possível no Novo Testamento mediante a fé. Não
apenas a cura física, mas a espiritual também. Um ato que demonstre fé é profundamente
importante por parte da pessoa que deseja ser beneficiada. Só podemos agradar a Deus se
estivermos vivendo em fé. Tem se dito que a fé vê o invisível, crê no incrível e realiza o
impossível. Você já pensou nisso? Você já experimentou viver pela fé?(leia Romanos 17)

V. 7 - Jesus retirou-se do lugar onde estava porque não desejava provocar deliberadamente
um conflito com os fariseus(isto estava em estrito acordo com o seu caráter). Levou consigo os
seus discípulos para a beira do mar, e uma grande multidão o seguiu.

V. 8 - De onde veio esta multidão? A Palestina é uma área de 34000 Km quadrados e é menor
do que o estado do Espírito Santo(45000 Km). Por outro lado sabemos que as cidades e
regiões da Palestina ao tempo de Jesus possuíam uma população de aproximadamente 600 a
700 mil habitantes. A fama de Jesus tomou-se uma realidade e as pessoas vinham de lugares
distantes. A Palestina dividia-se da seguinte forma:
1. Galiléia = região próxima ao mar da Galiléia que compreendia as cidades de Corazim,
Cafarnaum, Magdala, Tiberíades, Caná, Cabul, Merome, Sitopolas.
2. Judéia = região central da Palestina que compreendia as cidades de Jerusalém, Jericó,
Belém, Ramá, Betel, etc. Jerusalém sua capital tinha aproximadamente uma população entre
25 e 30 mil habitantes.
3. Iduméia, Peréia(além do Jordão), Tiro e Sidom(cidades marítimas da região da Fenícia).

V. 9-10 - Ao perceber a quantidade de pessoas Jesus pediu aos discípulos que lhe
arranjassem um barco para não ser apertado pela multidão. Pois ele estava curando muitas
pessoas, e todos os doentes se empurravam para tocá-lo.

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V. 11-12 - Aqueles que tinham espíritos maus, quando viam Jesus, caiam aos pés dele e
gritavam o Senhor é o Filho de Deus! Mas Jesus proibiu severamente Os espíritos de dizerem
quem ele era.

V. 13 - "Jesus subiu um monte". Lucas nos diz que ele passou uma noite inteira orando; isto
demonstra a importância excepcional que ele deu ao caso. Jesus orou pelos homens que
deveria escolher na manhã seguinte, pelo trabalho deles no mundo, pelo preparo deles para
esse trabalho. "Chamou os que ele quis" = a escolha foi um ato da soberania de Jesus. Não
convocou os discípulos para uma consulta prévia, nem para deliberação a moda de uma
assembléia. Fez a sua própria escolha. "E eles foram para perto dele" = voluntariamente os
discípulos se dirigiram até Jesus.

V. 14 - "Então escolheu doze homens para ficarem com ele" = Os doze deveriam permanecer
com Ele. Precisavam conhece-lo melhor e receber dele o preparo indispensável a obra. Como
testemunhas, assistiriam a todos os seus atos e progrediriam no conhecimento da verdade
divina. O convívio com Jesus seria preparatório para o ministério da pregação. Não podemos
ficar na contemplação das belezas da vida espiritual. Recebemo-las com a incumbência de
torná-las conhecidas de outras pessoas. Cada privilégio implica numa responsabilidade. "E
serem enviados para anunciar a mensagem de salvação" = Os doze foram feitos discípulos
para se tomarem apóstolos; foram abençoados para se transformarem em bênçãos, foram
salvos para anunciarem a salvação, foram chamados para serem enviados. Os apóstolos eram
embaixadores de Cristo. O significado da palavra apóstolo é enviado.

V. 15 - "e para que tivessem autoridade de expulsar os demônios" = Como Senhor, tem Jesus
Cristo autoridade sobre todas as coisas. Ele mostrou autoridade sobre as forças da natureza,
calando os ventos e aquietando o mar. Ele provou autoridade sobre as enfermidades, curando
inúmeros doentes. Ele demonstrou autoridade sobre os espíritos malignos, mandando que
calassem e saíssem das pessoas. A autoridade do Senhor é indiscutível. Os seus apóstolos
agora precisariam dessa autoridade de Jesus para realizar a obra do Senhor. A autoridade do
Senhor Jesus estende-se sobre todos nós que somos seus servos. Nosso compromisso de
vida é com o Senhor Jesus Cristo e dele vem a autoridade e o poder que carecemos(Lucas
9.1).

V. 16-19 - É interessante observar que não havia escribas nem principais de sinagogas nem
rabinos ou quaisquer outros membros da ordem eclesiástica entre os doze. Os homens da
religião organizada não se interessaram pela mensagem de Jesus, senão para combatê-la. Ele
convocou os humildes pescadores e fez deles apóstolos, isto é, portadores da mais importante
mensagem que lábios humanos anunciariam em qualquer tempo - a sublime história do amor
de Deus que resultou na redenção do homem decaído. Todos esses, a exceção de Levi, eram
homens muito simples, intelectualmente despreparados para a missão. Provavelmente, as
pessoas menos indicadas para uma revolução espiritual que abalaria o mundo. O fato é que na
sua aparente incapacidade, esses homens ajudaram a mudar o mundo. Este é um dos grandes
milagres do evangelho e uma das manifestações do poder de Jesus: o que ele pode fazer com
vidas sem muito brilho, que deixem tudo por ele e que o coloquem como valor mais alto. Uma
consideração a fazer: o que Jesus tem feito através de nossas vidas? Façamos então uma
reflexão para entender o que Jesus quer com a vocação ministerial:

1. Jesus escolhendo. Todos os crentes são obreiros da seara do Senhor. Cada um tem o dever
e o privilégio de prestar a sua colaboração a causa santa de Jesus. O trabalho ministerial,
porém, é objeto de uma escolha especial de Deus. A iniciativa é de Jesus. Não há nenhum
proveito em alguém se apresentar ainda que com a melhor das intenções, se não foi escolhido
por Deus.
2. Jesus chamando. Já eram discípulos os homens que agora Jesus chamava para que fossem
os continuadores desta obra. Muito se pode aprender, de outros mestres, de conhecimentos

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que se tomem úteis a causa. Nada, no entanto, terá valor sem que o vocacionado tenha
aprendido aos pés do Divino Mestre.
3. Jesus transformando. Jesus havia, primeiro, conquistado os discípulos que ele enviava para
a conquista de outras pessoas. Nada poderiam fazer sem que tivessem, antes, uma
experiência pessoal com Cristo. Só depois de sentirem os benefícios de uma vida em
comunhão com ele e que estariam aptos a transmitir aos outros esta experiência.
4. Jesus sendo obedecido. Por não terem ancorado suas vidas junto aos barcos em que
trabalhavam, os humildes pescadores do mar da Galiléia tomaram-se maiores que os heróis
imortais da história. Há sempre uma compensação na obediência a Cristo.
5. Jesus intercedendo. Progredia a obra de Cristo. Crescia também a oposição que lhe moviam
os adversários e inimigos gratuitos. Jesus considerava de suma importância a escolha de
homens para o apostolado. Enquanto o mundo dormia ao seu redor, a sós com Deus, ele
decidia o destino do mundo.
6. Jesus comissionando. E separou doze para que estivessem com ele e os enviou a pregar o
evangelho. Tempos depois o Mestre transfere esta comissão a todos os cristãos quando nos
diz: "ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura".
7. Jesus capacitando. O Senhor reparte com os seus discípulos da sua autoridade para que
realizassem as tarefas.

V. 20 - Mateus e Lucas entitulam esta secção de "A blasfêmia dos Fariseus" já Marcos a
chama de a blasfêmia dos escribas. Quando olhamos para a narrativa de Marcos percebemos
que houve uma pausa no relato para descrever a eleição dos doze apóstolos e depois da
seqüência aos feitos milagrosos do Senhor. De acordo com os outro dois evangelistas o
Senhor curara um endemoniado cego e surdo e isto provocou uma reação de grande
admiração do povo dai Marcos se deter no fato de ao entrar Jesus numa casa a multidão
correu para lá de modo que não podiam comer sossegados.

V. 21 - Os parentes de Jesus souberam disso e foram buscá-lo porque algumas pessoas


diziam que ele estava louco.

V. 22 - Com certeza a libertação daquele homem possesso levaria a multidão a mais uma vez
alimentar a esperança de que talvez Jesus seja o Filho de Davi, ou o Messias. Contudo os
professores da Lei(escribas ou fariseus) dão logo os passos para frustrar essa esperança
sugerindo que o poder sobrenatural demonstrado por Jesus é na realidade maligno. Os líderes
religiosos tentavam desacreditá-lo dizendo que "Ele esta dominado por Belzebu, o chefe dos
demônios. É Belzebu que dá poder a esse homem para expulsar os espíritos maus".

V. 23-27 - Jesus tranqüilamente lhes faz uma pergunta que lhe daria uma chance para
responder aquela acusação satisfatoriamente "Como pode satanás expulsar satanás"? Pois o
país que se divide em grupos que lutam entre si certamente será destruído. Se uma família se
dividir, e os seus membros lutam entre si, ela será destruída. Se o reino de satanás se dividir
em grupos que lutam entre si, não continuara a existir mas também será destruído. Porque
ninguém pode entrar na casa de um homem valente e roubar seus bens, sem primeiro amarrá-
lo. Somente assim poderá levar o que ele tem em casa. Satanás não estava cometendo
suicídio e sim Deus pelo seu poder era quem agia na libertação dos cativos exercendo domínio
sobre o reino do mal e sobre o seu príncipe. Tentar impedir que os homens aceitem a Jesus
como o seu rei, como os lideres religiosos tentaram fazer, é dispersar, desintegrar os que
doutra forma seriam "filhos do reino", tirando dos seus corações o domínio do Senhor e esse é
o principal objetivo do Diabo.

V. 28-30 - Estes versos abordam a questão do pecado sem perdão. Chamar ao mal bem, e a
luz trevas, com efeito os lideres religiosos estavam fazendo, tinha sobre si uma maldição
pronunciada pelo profeta Isaías(ver Isaías 5.20), e agora é denunciado por Jesus como

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blasfêmia contra o Espírito Santo. Todos os outros pecados que os homens cometam, mesmo
o de falar contra o Filho do Homem, podem ser perdoados, não porém, o pecado daquele que
voluntariamente rejeita a verdade que uma vez viu ou que a denúncia como má quando sabe
que é boa. Mas aquele que atribuir a satanás as obras do Espírito Santo não terá de Deus o
perdão.

V. 31 - Apesar da tentativa da igreja católica em construir a farsa de que Maria continuou


virgem depois do nascimento de Jesus, temos neste verso a oportunidade de ver que ela e
José mantiveram uma vida conjugal normal e deste casamento nasceram outros filhos. Eles
desejavam ter uma conversa com Jesus que estava dentro daquela casa lotada de pessoas.
Aguardaram do lado de fora e deram um recado para ele vir até eles.

V. 32 - Como havia muita gente assentada próximo a ele alguns lhe disseram: "eis que tua mãe
e teus irmãos estão ia fora e te procuram".

V. 33 - Jesus faz então uma pergunta que com certeza surpreende a todos: "Quem é minha
mãe e meus irmãos?" Será que Ele havia se esquecido dos seus parentes? Ou será que os
seus parentes queriam ter sobre Ele algum direito especial? Vejamos o que ele nos diz.

V. 34-35 - "Vejam, aqui estão a minha mãe e os meus irmãos. Pois quem faz a vontade de
Deus é meu irmão, irmã e mãe". Jesus declara que agora esta totalmente decidido a obra do
ministério. Sua mãe e seus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a praticam
Aqueles que estão perto de Jesus são aqueles que levam a serio seu dever diante de Deus -
Não se quer dizer com isto que os laços da família não tem importância ou que podem ser
desconsiderados Jesus não esta repudiando sua família(João 19.26-27). O que Ele quer dizer
e que nosso dever diante de Deus deve tomar precedência sobre todas as demais coisas.

CAPITULO 4

V. 1-2 - A parábola do semeador = outra vez Jesus começou a ensinar perto do lago da
Galiléia. A multidão em volta dele era tão grande que ele entrou e sentou-se num barco perto
da praia onde estava o povo Jesus usava comparações(parábolas) para ensinar muitas coisas
aos seus seguidores.

V. 3-9 - O oferecimento e a aceitação da mensagem = É necessário destacar no texto que o


processo de semeadura aqui empregado é o manual Por isso, as sementes calam em vários
lugares e não apenas e não apenas nos sulcos, como faz a maquina. A ênfase não esta no
semeador, mas no tipo de solo. Essa parábola poderia ser chamada de parábola dos solos e
sua fertilidade. O ensino central da parábola é que a mensagem é oferecida sem acepção, pois
todos os solos recebem sementes e o fruto depende da atitude dos que recebem. (4)"caiu a
beira do caminho" = Os caminhos atravessavam as terras cultivadas, e quando alguém
semeava trigo ou cevada alguns dos grãos caíram sobre o terreno pisado no caminho e
ficaram expostos, de modo que os pássaros podiam facilmente vê-los e devorá-los. É comum
oriente verem-se grandes revoadas de pássaros, acompanhando um cultivador que esta
semeando e comendo rapidamente os grãos que ficam visíveis à flor da terra "e vieram as
aves e comeram" (5)"caiu no solo pedregoso" = a palestina e um pais de formação rochea-
calcárea com uma fina camada de terra por cima. Em tais lugares a semente não podia
aprofundar-se, e a terra fina rapidamente aquecida pela aproximação da pedra fazia com que a
semente brotasse mais rapidamente que em qualquer outro lugar e a principio pareceria muito
florescente, mas não tendo as plantas raiz funda vindo o calor, logo elas murchavam e
morriam, mostrando que a bela promessa de uma colheita abundante fora enganadora.

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(6)"secou-se", (7)"caiu entre os espinhos" = referência a algumas partes dos campos


particularmente infestada desta planta brava. Pessoas acostumadas a ver campos de trigo já
notaram alguns pés lutando para sobreviver e se desenvolver no meio de tufos de sarças. "e a
sufocaram; e não deu fruto"(8), "cairiam em boa terra" = livre da proximidade da rocha, dos
espinhos, e bem arada. Mesmo esta semente produzira mais em alguns lugares que em
outros, de acordo com a riqueza do solo e seu preparo. A terra que produz trinta por semente
ainda é uma boa terra. Os países mais ricos do Oriente, produzem em abundância(Gênesis
26.12)e algumas partes da Galiléia tem sido sempre singularmente frutíferas. O ponto de toda
historia é que a mesma semente não produziria trigo, produziria pouco ou muito trigo segundo
o caráter e preparação do solo. (9)"quem tem ouvidos para ouvir ouça" = sugere que qualquer
ouvinte atencioso, que a história era designada a proporcionar orientação espiritual, e que nem
todos provavelmente a entenderiam.

V. 10-13 - Razões para falar por meio de parábolas = a parábola não foi uma invenção de
Jesus. O uso desse método de ensino era comum no Antigo Testamento e na literatura judaica.
A parábola é uma narrativa com o propósito de ilustrar uma verdade espiritual. É o relato de
algo que acontece todos os dias ou que pode vir acontecer. A parábola geralmente tem uma só
verdade, embora haja exceções o propósito de uma parábola é ilustrar, clarear o sentido ou
revelar uma verdade espiritual. Não se pode comparar a parábola com a alegoria. Enquanto a
alegoria tem verdades em todos os detalhes, a parábola tem uma verdade central e, quando
muito uma verdade secundaria A parábola não admite interpretação alegórica. Para se
interpretar uma parábola é preciso observar: 1) a linguagem e o assunto referido pelo contexto.
2) determinar a verdade central. 3) buscar verdades secundarias mas que estejam
harmonizadas com a verdade central. 4) evitar interpretação alegórica, procurando
"significados" em todos os elementos da parábola. Uma parábola toma dados do dia-a-dia e
por isso é de fácil compreensão. Algumas vezes o significado não é tão evidente; neste caso, é
necessário que alguma instrução seja dada por quem conta a parábola. Esse foi o caso de
Jesus nas parábolas do capítulo 4 de Marcos. Antes do capítulo 4, Jesus conta parábolas que
eram entendidas por todos. De agora em diante ha um certo mistério sendo introduzido nas
parábolas. Ele começa a fazer isso porque muitos lideres religiosos e grande parte do povo já
estavam rejeitando a sua mensagem. As parábolas são dirigidas mais aos seus discípulos do
que as pessoas em geral(10).
(11)"a vós é confiado o mistério do reino de Deus" = Os discípulos receberam instrução
particular acerca dos mistérios do reino de Deus ou seja as verdades que o homem não pode
descobrir por Si mesmo, mas que dependem de revelação divina. O conhecimento, que Deus,
por sua graça, revela ao homem não é o homem orgulhoso, rebelde e prepotente que o achara
por Si mesmo Os que estão de fora deste reino ouvirão estes princípios por parábolas
(12) A razão de falar aos de fora por parábolas é que eles deliberadamente não estavam
dispostos a ouvir e crer no evangelho Por este motivo Ele ensinava em forma de parábola
(comparações), que seriam inteligíveis e impressivas aos que estivessem preparados para
entendê-las mas incompreensíveis aos ignorantes voluntários, aos negligentes aos
opositores e aos não preparados "Vendo, vejam e não percebam, e ouvindo, ouçam e não
entendam" é a previsão clara de que eles não entenderiam estas coisas, como também
designa que não as entenderiam, como merecida punição ao seu caráter e conduta. Este povo
não era ignorante por falta de oportunidade para adquirir conhecimento, mas era
voluntariamente negligente e mesmo malignamente hostil a verdade e ao Mestre. Porém, as
parábolas davam lhes ainda a oportunidade de entender, se não estivessem demasiado
endurecidos para assim fazerem, e eram mesmo calculadas a provocar a sua curiosidade,
atrair a atenção, e incutir alguma coisa na mente deles a significação espiritual da qual eles
poderiam compreender depois, se alguns deles viesse a ter a melhor disposição. (13) E
defende a tese de que se os discípulos não entendessem essa comparação como é que
poderiam entender as outras que eles lhes ensinaria.

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v. 14-20 - A Explicação da Parábola = a autorizada explicação desta parábola de nosso Senhor


fornece-nos um modelo de interpretação de suas parábolas em geral Um belo meio termo
entre a excessiva concisão e a excessiva minuciosidade A idéia desta parábola como um todo
que como o mesmo grão varia segundo o caráter e preparação do solo em que recebeu assim
a mesma palavra da verdade(14) produz vários efeitos, de acordo com o modo peIo qual e
recebida o solo não era o responsável por estar pisado, ou ser rochoso, ou estar coberto de
espinhos; mas Os homens são responsáveis por ouvirem impropriamente o semeador
representa distintamente o Cristo.

(15)"E Os que estão juntos do caminho" - Os Ouvintes Indiferentes = este tipo de solo
representa aqueles que estão indiferentes ao que ouvem. Não tem interesse, porque o inimigo
faz com que a penetração da palavra e sua conseqüente germinação sejam ineficazes são
aquelas pessoas que se acham sempre ocupadas e não tem tempo para as coisas espirituais.
o povo estava endurecido até a indiferença, e alguns deles estavam em maligna oposição a
Palavra; e aqui esta a razão de não a entenderem o cristianismo é tão pratico, que ninguém o
entendera bem a não ser que o queira receber "Em outras coisas alguém tem que conhecer a
fim de poder amar; em religião tem que amar a fim de conhecer"(Pascal). Sempre que por falta
de atenção falta de simpatia espiritual, falta de vontade de receber, ou por oposição, os
homens deixam de "entender" a Palavra, ela não pode beneficia-los Fica por um momento na
superfície da mente, até ser tirada por uma das mil influências que satanás e seus
subordinados empregam para tirá-la.

(16)"Aqueles que foram semeados nos lugares pedregosos são" - Os Que Não Querem Pagar
o Preço = entre as pedras ha terra; com o calor das pedras, uma semente brota e cresce
rapidamente, mas, com o sol e sem terra suficiente, logo morre Isso representa aqueles que
recebendo com alegria a mensagem do reino não querem pagar o preço da "angustia" e
"perseguição" que vem com a vida cristã. É preciso tomar a "cruz" e seguir a Jesus. Estão
querendo apenas um evangelho das ofertas, das promoções, mas esquecem das exigências e
de pagar o preço de serem incompreendidos, insultados. O evangelho produz alguma
impressão sobre tais pessoas mais depressa do que quaisquer outras, e o efeito parecera por
algum tempo promissor, de modo que esta pessoa parecera que em breve será um cristão, ou
mesmo já o é(17). Mas sobrevindo alguma prova de princípios ver-se-á que a coisa não tinha
raízes profundas, pois que perece sem ter deixado alguns resultados reais. Esta alegria pode
ser o resultado de uma falsa expectativa quanto ao evangelho.

(18)"Aqueles que foram semeados entre os espinhos" - São Os Que São Seduzidos Pelo
Mundo = Os cuidados deste mundo e a sedução das riquezas sufocam a Palavra que é
plantada em muitos corações. Os seduzidos não dão frutos porque preferem se deixar levar
pelos valores do mundo Não dão prioridade ao reino de Deus pois ficam divididos entre servir e
Deus e querer as riquezas, fama e sucesso As riquezas enganam Os homens de muitas
maneiras quanto aos meios de adquiri-las fazendo-nos ver as coisas honestas quando não
são, quanto as razões porque as desejamos, os objetivos nos quais pretendemos empregá-las,
etc. Alguns cristãos imaginam que estão agora muito preocupados com o lucro e muito
relutantes a dar no presente, simplesmente porque desejam ficar habilitados a fazer grandes
coisas no futuro; quando a verdadeira razão é que eles amam as riquezas. E devemos nos
lembrar de que as riquezas seduzem e iludem aqueles que em vão as procuram ou as obtém

(20) "Aqueles outros que foram semeados em boa terra" - São Os Produtivos e Reprodutivos =
Os que recebem a Palavra e a entendem, tomam-se frutíferos Assim como o terreno revela
graus diferentes de fertilidade - uns produzindo mais e outros menos - assim também os que
frutificam tem diferenças no amadurecimento espiritual "Boa Terra" aqui, esta em contraste
com as outras três espécies de terreno e é assim concebido como um solo macio fundo e

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limpo. Não obstante devemos desejar ser, não apenas aqueles que produzem fruto mas Os
que o produzem centuplicado.

Esta parábola ensina que a responsabilidade maior esta em quem recebe a Palavra. Não
significa com isso que se deve semear de qualquer maneira. É preciso ser cuidadoso no plantio
da mensagem do evangelho, mas a germinação e frutificação é obra do Espírito Santo na vida
dos ouvintes. A ilustração não pode tocar todos os pontos. Não toma em conta que a condição
do solo espiritual pode ser alterada pela graça divina - que a terra pisoteada pode ser
amaciada, a terra pedregosa pode ser limpa e aprofundada, que os espinhos podem ser
tirados. Mas tendo em vista o objetivo esta parábola é singularmente compreensiva. Todos que
ouvem a Palavra sem proveito real, podem ser classificados nas três primeiras classes; e a
quarta classe compreende os vários graus de todos aqueles que dão frutos.

A Palavra de Deus e Os Ouvintes

1. A Palavra Disseminada (v.3)


2. A Palavra Rejeitada (v 4)
3. A Palavra Inculta (.5,6)
4. A Palavra Sufocada (v 7)
5. A Palavra Ouvida (v.8)
6. A Palavra Produtiva (v 8)

21-25 - A Parábola da Candeia o propósito de acender uma candeia é para ela dar luz, e,
desta maneira, a candeia não é escondida debaixo de um vaso ou de uma cama (21~22) O~
seguidores de Jesus devem deixar a luz que esta neles brilhar e iluminar Os homens Este
pensamento leva a outro: no devido tempo, tudo quanto é oculto será tomado público. Nada
poderá ser escondido no dia do julgamento.

(23) "Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça" = uma expressão que aponta para a
responsabilidade do que ouve a Palavra de Deus para obedecê-la - (24,25) Prestem atenção
em tudo o que vocês ouvirem. A regra que vocês usarem para julgar os outros, Deus usara
para julgar vocês. E com mais dureza ainda quem tem receberá mais; quem não tem, até o
pouco que tem lhe será tirado. Esta é uma mensagem que esta vinculada ao escutar da
Palavra de Deus. Se usarmos aquilo que Deus nos dá aumentará as palavras seguintes
ressaltam a verdade oposta se não o usarmos perderemos até mesmo o que pensamos que
temos. Esta é perda total(textos correlatos Mateus 5.14-16; Lucas 8.16-18).

v. 26-29 - A Parábola da Semente = o crescimento do reino de Deus requer tempo o que é


reino de Deus? Nas parábolas o reino de Deus é comparado não com um homem ou uma
semente, ou com o crescimento, mas com o relato todo como uma unidade o reino é uma
realidade bem maior que Os elementos da parábola o reino de Deus é uma expressão para
designar a plena sabedoria de Deus e o governo de Deus e não era uma idéia nova entre os
Judeus, pois estava presente no Antigo Testamento, nas declarações de que Deus é Rei sobre
a terra(Daniel 4.34, Salmo 103.19; 145.1). A esperança do povo era de um reino que

jamais acabasse(Daniel 2.44) e que abrangeria todas as nações(Isaías 52.7; Zacarias 14.9,
Daniel 7.27)

A parábola da semente, como é conhecida é a continuação do argumento da parábola do


semeador. Esta preocupa-se com os diversos tipos de solo, representando as seguintes
classes: 1) Os que são facilmente influenciados por satanás(4.15). 2) Os receptivos, mas sem
raízes(4.16-17). 3) Os que tem lealdade dividida(4.18-19). 4) Os comprometidos com a
Palavra(4 20). A parábola da semente preocupa-se em explicar como acontece a lei do

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crescimento do reino de Deus. Ela ilustra o caráter sobrenatural do Reino de Deus. A melhor
maneira de exemplificar o crescimento do reino de Deus é comparação do crescimento de uma
planta. A semente é lançada pelo semeador, cuja identidade não é importante para o ensino da
parábola. O semeador dorme e se levanta. As duas atividades são descritas pelo tempo
presente contínuo e demonstra que não foi da noite para o dia que a semente nasceu, mas
depois de varias noites e vários dias "o sono e o despertar do semeador" quer dizer somente
que o homem não pode contribuir para a "vida e o crescimento da semente". Esta conclusão é
apoiada não somente pelo texto como pela própria experiência de plantio inclusive hoje, com
todos os implementos e defensivos agrícolas.

Por mais que o homem faça, "a terra por si mesma produz fruto"(4.28). As duas atitudes do
homem são semear e ceifar o que foi semeado. E a lei do crescimento natural "Da mesma
forma que existem leis que regulam o crescimento, as quais são inerentes a própria natureza,
também existem leis de crescimento espiritual através das quais o reino deve passar até que a
frágil semente do evangelho tenha efetuado uma grande colheita"(Ladd in Teologia do NT
pg.97).

Alguns pensam que a parábola ensina o crescimento gradual do reino, mas há outros que
pensam que ela ensina tanto o caráter sobrenatural como o escatológico. Por sobrenatural
significa que somente Deus pode fazer o reino crescer, vir aos homens, aproximá-lo dos
homens(Mateus 3.2; 4.17; 6.10; 12.28; 11.12; Lucas 17.20; 19.11; 12.32; Marcos 1.15). Os
homens só podem nele entrar, recebê-lo de Deus, herdá-lo, possuí-lo, rejeitá-lo(Mateus 5.20;
7.21; 25.34; Marcos 9.47; 10.15, 23; Lucas 18.17). O caráter escatológico vê a semeadura
como o próprio ministério de Jesus e a ceifa como o ato de consumação do reino de Deus.
Assim o tempo tanto da semeadura como o da colheita são atos de Deus, e por isso
sobrenaturais o homem não pode intervir. O homem pode semear a semente; o reino 4 porem,
é ato de Deus. Façamos a nossa parte, porque Deus faz a sua. O reino é um ato de Deus e
não nosso devemos fazer a nossa parte como semeadores da semente do evangelho. Quem
faz germinar e crescer é Deus. Não podemos encarar nossa missão como uma tarefa
puramente humana. A parábola da semente ensina essa verdade. Devemos confiar na ação de
Deus assim como o semeador confia na ação da terra em fazer germinar e crescer a semente
semeada.

V. 30-32 - A Parábola do Grão de Mostarda = Que parábola pode ilustrar o crescimento do


reino? O significado do reino de Deus não pode ser esgotado; por isso é que Jesus usou
diversas parábolas. Nesta parábola ele compara o reino com a semente de mostarda, para
ilustrar "que o reino, que um dia será uma grande árvore, já se encontra presente no mundo de
forma frágil e insignificante. Não significa o crescimento da igreja, mas o contraste entre o frágil
início e o final de glórias reservado para o reino.

Esse ensino e uma tentativa de responder a inquietante indagação de como poderia Jesus de
fato ter trazido o reino se nada havia acontecido de tão extraordinário na vida do povo. O seu
ensino, as suas curas e suas pregações não haviam trazido as nações para habitar debaixo
dos seus grandes ramos, como era a esperança do povo(Daniel 4.10-12; Ezequiel 17.22; 31.6).
Os judeus esperavam que o reino fosse como uma enorme árvore, sob cujos ramos todos

encontrariam abrigo. Falar do reino era falar da grandeza de magnitude da abrangência da


soberania de Deus.

Os discípulos não deveriam incomodar-se com o inicio aparentemente insignificante do reino.


Eles não poderiam desprezar o dia das pequenas coisas, porque o dia de gloria viria pela
frente. Eles não deveriam ficar pensando que o seu Mestre, que foi rejeitado pela liderança
religiosa, recebido pelos marginalizados da sociedade fosse um desiludido e a pessoa menos

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indicada para trazer o reino de Deus para os homens. Era necessário crer que o começo não
tanto promissor não era o indicador de um final desalentador.

Não desprezemos os pequenos começos. Nos discípulos de Jesus se via uma certa
inquietação e ansiedade em ver resultados imediatos da ação de Jesus em trazer o reino. Hoje
vivemos numa cultura controlada pelos números, pela estatística, e isso nos faz pensar em
termos de quantidade em detrimento da qualidade. Queremos muitas decisões, igrejas
superlotadas, concentrações repletas; isso é bom, mas não deve levar-nos a desprezar as
poucas decisões, as igrejas pequenas. Que Deus nos ajude a confiar em sua ação, mesmo
que ela não seja perceptível de forma imediata.

V. 33-34 - Um Método Eficaz de Ensino = grande parte do ensinamento de Jesus foi através de
parábolas, histórias curtas da vida diária que requeriam uma reação de quem ouvia. O ensino
através de parábolas é uma característica dos mestres orientais. Jesus nasceu e viveu num
país oriental, cuja maneira de pensar e falar é diferente da nossa. Nós os chamados ocidentais,
não utilizamos muito o recurso de simbolismo, da figura, da metáfora para o nosso ensino.
Essa era uma característica do ensino dos orientais na época de Jesus. O que é parábola? Por
que Jesus usou largamente as parábolas? Qual a função destas para instruir? Como podemos
interpretar uma parábola? Quais são as suas principais características? Essas são algumas
perguntas que muitos fazem, e procuraremos dar algumas indicações breves que nos ajudarão
a evitar certas "interpretações" ridículas.

"Parábola" é uma palavra grega que significa semelhança ou comparação. No uso que Jesus
faz, as parábolas são mais do que simples comparação; são histórias breves ou relatos
utilizados para exemplo ou lição espiritual. Não há uma preocupação primária se o relato é
verdadeiro ou não, ou seja, se os personagens de fato existem; o importante é a mensagem
que se quer passar com a parábolas. As parábolas tem como estrutura básica o entendimento
para os de dentro, ou seja, para os seguidores de Jesus, e o endurecimento dos de fora, ou
melhor, aqueles que ainda não depositaram a fé em Jesus(Marcos 4.10-12). Então uma das
características da parábola é o mistério. O entendimento não é conseguido vendo os aspectos
externos, os detalhes, mas é necessário conhecer o que está por detrás da mesma. Jesus não
usou de parábolas para esconder as coisas de Deus, mas o entendimento pressupõe uma
mente aberta para Deus, um coração receptivo. Quem tem o coração duro, dificilmente
entenderia o que Jesus queria dizer. Os próprios discípulos tiveram dificuldades e precisaram
de uma "lição extra".

Outra característica das parábolas é a utilização de imagens e personagens do dia-a-dia dos


ouvintes, que facilmente ajudariam no entendimento da "moral da história". Jesus não usou
recursos que estavam acima do entendimento dos seus espectadores, como palavras de
conteúdo muito teórico. Ele usou o vocabulário do camponês, do habitante da pequena cidade,
da vila; usou figuras das relações de trabalho rural, da vida familiar que girava em tomo do
pai(filho pródigo).

A função da parábola é evocar uma resposta, é cobrar uma decisão do ouvinte. Ela procura
prender a atenção de quem ouve para fazê-lo pensar e refletir sobre suas atitudes. A função
mais precípua da parábola quando Jesus a profere é colocar o homem diante de uma situação
a que precise dar uma resposta.

Interpretar parábola não é tarefa fácil. Em primeiro lugar é necessário perceber os pontos de
contato, ou seja a que a parábola faz referencia. A medida que ela vai sendo contada, os
referenciais são os elementos identificados pelos ouvintes, que dão sentido ao todo. Se alguém
perde o contato, não entende a parábola. Em segundo lugar, é necessário evitar olhar para a
parábola como se fosse uma alegoria. Na alegoria todos os detalhes são essenciais e precisam
ter uma aplicação. Na parábola, os detalhes não são tão essenciais, pois o que interessa é a

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moral da história. Em terceiro lugar é preciso identificar os ouvintes e isso se faz por um exame
do contexto em que ela é contada. Quando se interpreta uma parábola, não se pode, então,
querer buscar uma aplicação para cada detalhe. A parábola tem uma aplicação central e esta
deve ser buscada, e a partir daí surge o entendimento de toda a parábola. A aplicação central
vem geralmente no fim da parábola.

Baseados em Marcos 4.33,34 podemos dizer que as muitas parábolas eram contadas de
acordo com a capacidade de entendimento. Por causa da dificuldade de muitos entenderem,
inclusive os discípulos, e a relevância de seu ensino através da comparação. Foi por causa
desse ensino que nos foi possível ter o registro das mesmas, que muito nos ajuda a entender o
verdadeiro sentido do reino de Deus. A autoridade de Jesus para ensinar estava no fato de que
ele conhecia a verdade, pois ele mesmo era a verdade em que as pessoas deveriam crer(João
14.6). Jesus, como Mestre atraiu muita gente ao redor dele, e seu ensino teve grande
influência na vida de seus discípulos que passaram a desempenhar um grande ministério
também no ensino aos novos crentes. Os ensinamentos de Jesus eram lembrados na igreja e
Marcos tomou o cuidado de registrá-los no seu evangelho em cinco unidades: 2.1-3.6; 4.1-34;
7.1-23; 9.33-10.31; 11.27-12.44). A mensagem de Cristo deve ser proclamada na linguagem
que o povo entenda. O objetivo do uso de parábolas por Jesus Cristo era este: ser claro e
didático. Ele queria ensinar, em vez de ocultar. Hoje em dia precisamos buscar formas simples
e claras de ensinar a verdade do evangelho. As alternativas de proclamação devem ser
estudadas e utilizadas para a glória de Deus, a salvação dos perdidos e a edificação dos
crentes.

V. 35-37 - Jesus Acalma a Tempestade = temos informação que o Mar da Galiléia era famoso
por suas tormentas repentinas. Vez por outra alguém era surpreendido por uma reviravolta no
meio das águas. Neste episódio Jesus demonstra o seu poder a respeito da segurança. É
interessante imaginar a experiência vivida por aqueles com quem Jesus estava. O lago da
Galiléia esta sujeito a tempestades repentinas, com sua situação cerca de 220 metros abaixo
do nível do mar e adjacente a regiões montanhosas. O ar frio das alturas tende a vir varrendo
pelos desfiladeiros repletos de precipícios ao leste e pode açoitar em ondas os mares em
pouco tempo. Nesta ocasião o barco estava sendo cheio de água e os viajantes estavam em
grande perigo.

V. 38-39 - A tempestade era grande e provocava um pânico no barco. O Senhor dormia


tranqüilamente na popa da embarcação quando foi acordado pelos tripulantes que estavam
desesperados e que perguntaram-lhe se ele não se importava com o que estava por acontecer.
Nisso Jesus repreendeu o vento, e dirigindo-se ao mar como se este fosse uma pessoa, disse
"Acalma-te, emudece!" Então tudo se aquietou.

V. 40-41- A ênfase desta passagem deve repousar no fato de que Jesus Cristo, o Filho de
Deus, estava no barco. A interrogação de Jesus prende-se exatamente a este fato. Se sabiam
que Jesus estava ali, os tripulantes não precisavam temer. Os próprios discípulos poderiam, se
tivessem fé, resolver aquela situação. Quando Jesus Cristo está na vida de uma pessoa
venham as tempestades que vierem, não há necessidade de medo ou desespero. O trecho
mostra-nos o que a fé pode produzir na vida de uma pessoa em meio as circunstâncias
adversas da vida, que há ocasiões em que não conseguimos ver a saída, a menos que haja fé.
Notem que a pergunta dirigida a Jesus(38), teve uma resposta, não de palavras, mas com ato
que ao mesmo tempo provocou temor e regozijo nos tripulantes daquele barco. Observem que
foi o próprio Jesus quem sugeriu e convidou os discípulos para aquela passagem para o outro
lado do mar. A lição preciosa aqui é que vale a pena ir aonde Jesus nos convida, pois indo
conosco, ele nos garante segurança e bonança, mesmo em momentos difíceis. Jesus faz a
diferença. O mar estava impetuoso, as águas enchiam o barco, o vento provocava desespero,

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mas no próprio barco estava Jesus, o Senhor de tudo e de todos. Quando nos vem os
problemas, as provações, as dificuldades de todas as espécies, quando sentimos que o barco
de nossa vida está quase a afundar, neste momento precisamos saber que há um Deus que
quer estar conosco, em nós. Você já parou para pensar que nós servimos a um Deus que "até
o vento e o mar lhe obedecem"?

CAPITULO 5

V. 1 - O Endemoniado Gesareno = Marcos e Lucas falam de um endemoniado, enquanto


Mateus se refere a dois. Não há contradição aqui. Havia dois homens mas um se destaca e
toma-se personagem principal do acontecimento. A terra dos gesarenos é a mesma terra dos
gadarenos de Mateus 8, região próxima da Galiléia. Excluindo-se esse acontecimento não
encontramos no Novo Testamento outra referencia a essa região. A existência de um poder
maligno agindo no mundo é fato indiscutível. Não se trata do reinado de dois deuses que se
oponham, um do bem e outro do mal, como pregavam filosofias religiosas do antigo oriente.
Deus é um só Senhor, Onipotente, Onisciente e Onipresente. Um só Deus em três pessoas
distintas: Pai, Filho e Espírito Santo. Mas a Bíblia fala de um príncipe das trevas e suas hostes
malignas, que procuram prejudicar o crescimento do reino de Deus. Paulo diz que a nossa luta
não se dá "contra a carne e o sangue" mas "contra os principados, contra as potestades, contra
os príncipes do mundo das trevas, contra as hostes espirituais da iniqüidade nas regiões
celestes"(Efésios 6.12). Pedro recomenda cuidado porque o nosso adversário "anda em
derredor, rugindo como leão, e procurando a quem possa tragar"(1 Pedro 5.8). A ação do diabo
e seus demônios é permitida por Deus. Isso significa que eles não podem ultrapassar limites
estabelecidos. O poder deles é consentido. E essa ação limita-se também pelas atitudes do
homem. Tiago escreve em sua carta "resisti ao diabo, e ele fugirá de vós"(4.7). Fazendo uso do
poder de Jesus Cristo que ele põe a nossa disposição porque vive em nós, não precisamos
temer o diabo com todas as suas artimanhas. Paulo conhecia esse poder de Jesus Cristo, e
por isso mesmo dizia agradecido e confiante: "posso todas as coisas naquele que me
fortalece"(Filipenses 4.13); "em todas estas coisas somos mais do que vencedores por aquele
que nos amou"(Romanos 8.37); "graças a Deus que nos da a vitória por nosso Senhor Jesus
Cristo"(1 Coríntios 15. 27).

V. 2-5 - o homem, presa de satanás, "não vestia roupas nem morava em casas mas no
sepulcro". A que ponto chega um homem criado a imagem e semelhança de Deus, quando cai
nas mãos de satanás! E ainda há tanta gente que se deixa iludir pelas bem feitas promoções
de produtos que levam homens e mulheres a vícios terríveis. É bonito ver gente jovem
velejando ou recebendo no rosto o vento da montanha enquanto fuma e bebe. Esta beleza
limita-se aos filmes que a televisão veicula. A realidade é outra: viciados que não podem
libertar-se e tornam-se escravos de satanás.

V. 6-9 - Ao ver Jesus, o endemoniado gritou. Na verdade, não era ele quem gritava, mas os
espíritos malignos que o possuíam. Ao ser interrogado, quanto ao seu nome ele responde:
"legião". E Lucas explica que esse nome se deu "porque tinham entrado nele muitos
demônios". Uma "legião correspondia a um regimento do exército romano, composto par 6000
soldados". Aquele homem se sentia invadido por um regimento inteiro de demônios. Pensemos
no sofrimento desse homem possuído por muitos espíritos malignos. Esses seres maus
reconhecem a autoridade e o poder de Jesus, a ponto de rogarem que o Senhor não os
atormente, de pedirem que não os mande para o abismo, o geena de fogo para eles
preparado, segundo as palavras de Jesus em Mateus 25.41. E temem o diabo e seus anjos
que esse momento chegue porque a partir de então se acharão aprisionados para sempre.

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V. 10-11 - A ênfase desse episódio repousa na demonstração do poderio de Jesus, inclusive


sobre os espíritos imundos. O diálogo de Jesus com aquele homem(ou com o espírito imundo)
demonstra o estado crítico de prisão ou opressão daquela pessoa. As palavras de Jesus(v.8)
soaram como uma ordem semelhante a dada ao vento e ao mar na passagem anterior. Não
era um pedido, mas sim uma determinação de alguém que tinha autoridade para tal. Não
apenas o mar e o vento o temiam, mas também o espírito imundo, a legião(v.9).

V. 12 - Pedem os espíritos que o Senhor os permita ocupar uma manada de porcos. Eles
precisam da permissão do Senhor. Eles não fazem o que desejam. Não sabemos porque Deus
permite que arquitetem e executem tanto mal no mundo. Mas podemos e devemos confiar na
imensa sabedoria de Deus reconhecendo que ele conduz todas as coisas ao cumprimento de
seu propósito para este mundo. Ante a permissão de Jesus, os espíritos malignos saem
daquele corpo que faziam sofrer havia tanto tempo. Jesus liberta o homem sofredor. João
escreveu que "para isto o Filho de Deus se manifestou para destruir as obras do diabo"(1 João
3.8). Pedro pregou na casa de Cornélio dizendo que Jesus "andou por toda parte, fazendo o
bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele"(Atos 11.38). O poder
de Jesus supera o de satanás.

V. 13 - Este texto pode levantar uma pergunta que não temos condições de responder. Por que
os espíritos malignos são obrigados a deixar o homem e podem entrar nos porcos? O texto não
nos dá razões dessa permissão de Jesus, de modo que qualquer resposta não passaria de
suposição. Na verdade, aconteceu assim: os demônios saíram do homem, entraram nos
porcos em número de dois mil aproximadamente, e os encaminharam para um despenhadeiro
lançando-os no mar.

V. 14-17 - As Reações do Povo = a notícia desses estranhos acontecimentos chegou a cidade.


Os homens que tomavam conta dos animais, os proprietários da manada, e o povo foram até
onde Jesus se encontrava. Viram os resultados do prodígio operado. O homem que não se
vestia, vivia nos sepulcros, feria-se com as pedras e ninguém podia dominar com cadeias e
correntes, achava-se agora sentado em perfeito juízo. Em lugar de se alegrarem pela
libertação do homem, ficaram cheios de medo. Em vez de darem glória a Deus pela maravilha
operada, preocuparam-se com o prejuízo material. Para eles valiam mais dois mil porcos que
um homem. Quão diferente é a escala de valores de Jesus. O Senhor disse: uma alma vale
mais que o mundo inteiro(Marcos 8.36,37). Ele sempre agiu em consonância com essa
filosofia. Para nós quanto vale uma alma? Não temos agido de maneira contraria ao ensino de
Jesus? Tantas vezes nossos interesses materiais e nosso conforto pessoal se sobrepõe à ação
que deveríamos desenvolver em favor dos perdidos e dos necessitados de nossa assistência
espiritual.

V. 18-20 - O Testemunho do Liberto = o homem liberto por Jesus gostaria de acompanhá-lo.


Dois motivos entre outros poderiam movê-lo a esse desejo. Um seria o da gratidão, do
reconhecimento do bem extraordinário que o Mestre lhe tinha proporcionado. Uma segunda
razão estaria no receio de que os espíritos maus que tanto o molestaram pudessem voltar.
Perto de Jesus, ele estaria seguro. No entanto, não é isso que Jesus quer dele. Ele é um
monumento vivo da misericórdia de Deus. Sua presença em sua cidade, em sua casa, no meio
dos seus, estaria atestando e testemunhando em todos os grandes momentos do grande amor
de Deus para com os homens do poder extraordinário de Deus em libertar as pessoas
oprimidas e de que esse poder habitava em Jesus. O homem atende a recomendação e
identifica Jesus como Deus. O Senhor lhe mandara dizer o que Deus lhe fizera. E ele contava
em todos os lugares o que Jesus lhe fizera. Nosso testemunho a respeito de Jesus em geral
não precisa ser mais do que o testemunho desse homem: contar aos outros o que Jesus tem

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operado em nossa vida. Não há mensagem mais poderosa do que a que fala de um encontro
com Jesus:
1. Um Homem Oprimido(v.2) = só o encontro com Jesus poderia trazer solução aos sérios
problemas que este homem enfrentava. E quanta gente hoje acha-se em situação semelhante
dominada pelas pressões do pecado.
2. Um homem Liberto(v.15) = o encontro com Jesus trouxe solução, cura e libertação para o
homem oprimido. Ainda hoje Jesus oferece libertação a todos os que nele confiam. E os que a
ele se entregam têm visto e experimentado extraordinária transformação em sua vida.
3. Um Homem Agradecido(v.18) = o homem antes oprimido agora liberto quer ficar com o
libertador, mostrando-se útil a ele. Não deveria a gratidão, entre outras razões, manter-nos
sempre próximos de nosso Salvador e Senhor?
4. Um Homem Obediente(v. 20) = Jesus mandou que ele contasse para os de sua casa, tudo
quanto Deus lhe fizera. Ele prontamente obedeceu. E nós que recebemos a missão de
anunciar o evangelho a todo o mundo; como estamos obedecendo?

v. 21-24 - A Filha de Jairo = Jesus usou de recursos divinos em todo os eu ministério de


atendimento às necessidades humanas. Apareceu assim nos evangelhos. Todos os que se
aproximaram dele encontraram o alívio que almejavam quer sofressem de enfermidades físicas
quer levassem na alma o peso de qualquer aflição, como o caso de Jairo, quer vivessem
perturbadas. Podiam contar com a simpatia de Jesus, que foi compassivo e misericordioso em
todas as oportunidades. Muitos gozaram desse beneficio nos dias em que Ele vivia entre os
homens. Número incontestável atesta, através dos séculos que na verdade temos em Jesus
um Salvador que é todo compaixão nas suas manifestações para conosco. Jesus voltou para o
outro lado do lago, e muitos foram se encontrar com ele na praia. Ali foi abordado por um
homem chamado Jairo que era o chefe da sinagoga(22). Nada sabemos de Jairo, a não ser o
que se narra nesta passagem. Sendo um dos chefes da sinagoga em Cafarnaum, é possível
que tenha sido um dos enviados pelo centurião que edificou uma sinagoga, para interceder por
ele quando o seu servo se achava enfermo(Lucas 7.3,4). Jairo provavelmente já conhecia
Jesus. Enquanto muitos lideres religiosos da Palestina estavam a procura de pretextos para
condenar Jesus, ele procurava Jesus para suplicar a sua ajuda. Foi ao encontro do Mestre num
momento de aflição. Jairo vivia a sua maior dor. A angústia de sua alma se expressou na
súplica que dirigiu a Jesus(23). E Jesus foi com ele, acompanhado de tanta gente que até o
apertavam(24).

V. 25-29 - Jesus e a Mulher Doente = Aí chegou uma mulher doente que fazia doze anos que
estava sofrendo com uma hemorragia(25). Mais uma pessoa que carecia da ajuda do Senhor
pois que agora nem mesmo o dinheiro possuía para buscar um novo tratamento, consultar
especialistas. Havia gastado todos os seus recursos tratando-se com muitos médicos. Estes a
fizerem sofrer muito, e, em vez de melhorar, ela foi piorando cada vez mais(26). Eis que agora
surge uma esperança é Jesus que vai passar por aqui! Entrou no meio da multidão e,
chegando por detrás dele, tocou na sua roupa, pois pensava: "Se eu somente tocar na roupa
dele, ficarei curada"(28). Automaticamente o sangue parou de correr, e ela teve certeza de que
estava curada(29). Nas ruas estreitas de uma cidade antiga era inevitável que uma multidão
formasse uma aglomeração. Entre os que apertavam a Jesus estava essa mulher hemorrágica.
A própria enfermidade era aflitiva, e tinha conseqüências sociais bem como físicas. Era
considerada cerimonialmente impura(Levítico 15.25), a enferma não tinha licença de tomar
qualquer parte no culto no templo nem atividades semelhantes. Sua impureza era facilmente
comunicável à outras pessoas(um toque era tudo quanto era necessário = Levítico 15.27). As
pessoas normalmente a evitavam e sua vida era muito difícil. O fato de aparecer
silenciosamente se deve a natureza da sua enfermidade. Se tivesse vindo abertamente, em
primeiro lugar as pessoas talvez não a deixassem se aproximar de Jesus(na multidão era mais
fácil), em segundo lugar, teria que contar diante de todo o povo algo sobre a doença da qual
queria ser curada. Na sua vergonha, preferia o toque secreto. Já que do ponto de vista da
medicina não havia solução para o seu mal resolve confiar em Jesus o Médico dos médicos.

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Lucas ao registrar o evento diz que a mulher lhe tocou na orla da veste. A orla deve ser aquela
que fica na ponta quadrada que era jogada por cima do ombro esquerdo e caía pelas
costas(Números 15.38). Não devemos pensar em termos da bainha inferior, pois esta não
poderia ser atingida nas circunstâncias. Ao toque a resposta foi imediata e a mulher
reconheceu que havia sido curada.

V. 30-34 - "Quem me tocou as vestes?" = esta deve ter parecido uma pergunta curiosa feita a
qualquer pessoa na multidão que apertava{30). De qualquer maneira, todos negaram a
responsabilidade. Alguns devem ter sido forçosamente prensados contra Jesus, mas não
procuraram tocar nele. Cada um sentiria portanto, que não era ele que Jesus procurava.
Tipicamente, foi Pedro quem tomou sobre si o cargo de ressaltar que multidões de pessoas
estavam em derredor de Jesus e apertando-o. A implicação é clara: tantos tinham tocado em
Jesus que a pergunta perdera sua razão de ser(31). Jesus explica o por quê de sua pergunta
antes mesmo de fazê-la ao perceber que dele saíra poder.

E com esta pergunta Ele queria trazer a mulher abertamente diante do publico. Era bom para
ela, ou realmente, até necessário para ela, que sua cura fosse conhecida amplamente. Todos
os seus conhecidos devem ter tido consciência do seu estado permanente de impureza
cerimonial. Se ela houvesse de ser recebida de volta para o convívio religioso e social normais
era necessário que a cura dela se tomasse questão de conhecimento publico. Jesus, portanto,
tomou medidas para garantir que as pessoas soubessem o que tinha acontecido. É provável,
também, que Ele quisesse fazer outra coisa em prol da mulher. É difícil negar que houvesse
um elemento de superstição na idéia dela de que um toque na orla do vestido de Jesus traria a
cura a ela. Ao manter uma conversa com ela, Jesus não somente poder demonstrar à mulher
que era a sua fé que contava, como também estabelecer um relacionamento pessoal. As
palavras também parecem indicar que Ele não curava sem algum custo a si mesmo. O poder
saia dele. A mulher percebeu que não podia ocultar-se(33). Pensara que poderia tocar em
Jesus, ser curada, e ir embora de modo despercebido. Na realidade pode ser que já tivesse
começado a evadir-se, pois ela aproximou-se. Viu que Jesus sabia, e que nada lhe restava
senão apresentar-se. Mas veio trêmula no seu nervosismo. Tinha feito algo errado ao tocar em
Jesus? Sua cura lhe seria retirada? O que pensariam todas aquelas pessoas? Deve ter
passado por maus momentos. Mas Jesus ficou esperando, e ela veio para a frente e prostrou-
se. Contou, à vista de todo o povo o que fizera, por que o fizera, e como fora curada. Esta foi
uma revelação completa. Todos agora sabiam da cura dela. Jesus de dirigiu a ela com ternura
chamando-a de filha(34). Ela é a única mulher de quem há registro que Ele chamou assim.
Passou a indicar-lhe que a sua fé a salvara, e a mandou partir em paz.

v. 35-43- Jesus e a Filha de Jairo = precisamente na hora em que começava a raiar a


esperança por haver Jesus condescendido ao seu apelo, recebe a noticia de que a filha
morrera(35). A morte, porém, seria derrotada. Jairo não era um homem obscuro. Era conhecido
de todos pela elevada posição social que desfrutava em sua cidade. Como chefe da sinagoga
mantinha permanente contato com as autoridades judaicas. Enfrentou toda a crítica dos que
considerariam a sua atitude, e prostrou-se aos pés de Jesus(22). Em uma frase comovente
expôs a sua necessidade, rogou que o socorresse e mostrou a sua fé(23). Era uma fé
incipiente, imprecisa, porque julgava necessária a presença de Jesus que o acompanhou. A
multidão comprimia Jesus e lhe dificultava os passos nas ruas apertadas. Quando maior era a
sua aflição chegaram os mensageiros e lhe disseram "a tua filha já morreu; por que ainda
incomodas o Mestre?"(35). Era como se apunhalassem a sua própria alma. Morriam também
as suas esperanças. Deve ter olhado para Jesus como a dizer-lhe "senhor é tarde demais
minha filha morreu". Podia ser tarde para todos, menos para Jesus. Ele toma a iniciativa e
reacende a chama da esperança no coração de Jairo, dizendo-lhe "não temas crê
somente"(36). Jesus deixou que Pedro e os irmãos Tiago e João fossem com ele e ninguém
mais. Chegando a casa de Jairo notou que o alvoroço dos prantos e das lamentações

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substituíram o silêncio do quarto da enferma(38). Riram-se de Jesus quando lhes disse que a
menina não estava morta e que apenas dormia. O pranto falso tornou-se riso zombeteiro. Mas
Jesus que é a vida, fez tremer o império da morte em seus próprios alicerces. Ordenou, e
voltou a vida o corpo que já estava nos domínios da morte(42). Jesus então mandou que lhe
dessem de comer. Até mesmo no momento de um milagre estupendo, não deixa
desapercebido a importância de pormenores práticos. E, naturalmente as palavras
demonstravam, mais uma vez, a consideração que Jesus tinha para as necessidades comuns
daqueles com os quais entrava em contato. Eis algumas lições da fé:
1. Fé Reverente(22). Demonstremos respeito as pessoas quando nos descobrimos diante
delas. Na presença de Cristo, no entanto o respeito cede lugar a reverência que lhe é devida, e
nos sentimos impulsionados a nos prostrar.
2. Fé Suplicante(23). Que rica benção é a faculdade de nos aproximarmos de Cristo, na hora
da aflição, e lhe expormos, confiantes, o problema que perturba a nossa paz.
3. Fé Provada(35). A fé verdadeira nunca se desfalece. Ela conduz à confiança plena em
Cristo, que é o Senhor da vida e da morte.
4. Fé Confiante(36). A fé repele o temor. Quando tudo é trevas ao nosso redor, ele nos faz ver
o invisível(Hebreus 11.27).
5. Fé Discreta(39). É natural sentir-se a tristeza que nos causa a morte de um parente ou
amigo. A fé, que se opõe ao desespero, nos traz a certeza de que o crente está com o seu
Senhor na glória dos salvos. Ao chorar, devíamos fazê-lo por nós mesmos, e não mais por
quem morreu, se era crente.
6. Fé Vitoriosa(39). A fé alcança os seus objetivos reais quando é capaz de descansar
totalmente nas palavras de Jesus. Ele levanta o morto para a vida como se acordasse de um
sono.

CAPÍTULO 6

V. 1 - Jesus e Rejeitado em Nazaré = Ao sair da casa de Jairo, Jesus se dirige a sua terra natal
e em sua companhia foram os discípulos. O distrito de Nazaré é o destino de sua jornada Aqui
se fala numa cidade ou vila particular, que tinha uma só sinagoga.

v. 2 - Ao chegar na cidade, veio o Sábado, e Jesus ensinava na sinagoga. O impacto de seus


ensinos foi sentido ao que "muitos, ao ouvi-lo, se maravilharam". A pergunta básica era: de
onde vinha o conhecimento de Jesus? A admiração dos nazarenos tinha bom
fundamento(João 7.15). E se Jesus é tido como mero homem, aquela pergunta permanece até
hoje sem resposta. No pequeno país da Palestina no seu distrito menos culto, numa pequena
vila, cujos habitantes eram violentos e gozavam de uma má fama entre seus vizinhos, surgiu
um jovem carpinteiro, cujos ensinos, ainda que terminados por uma morte prematura,
ultrapassaram toda a sabedoria da Índia e da Caldeia, do Egito e da Grécia; e o qual, nos
poucos anos de sua carreira como Mestre, fundou um "império de amor" o qual se tem
espalhado mais do que qualquer outro império da terra, e parece destinado a crescer em todos
os tempos vindouros. Donde portanto, este homem obteve todas estas coisas? Só há uma
resposta. Ele era um mestre enviado por Deus; era, portanto, segundo sua declaração
expressa, o Unigênito Filho de Deus. E eles continuavam interrogando-se: que sabedoria é
esta? como é que se fazem tais milagres por suas mãos? Poucas ou nenhuma destas
maravilhas foram praticadas em Nazaré, mas tinham ouvido falar delas e sem dúvida alguns
nazarenos as tinham presenciado em outros lugares. Note-se que em toda a sua incredulidade
e hostilidade não questionavam a realidade dos seus milagres.

v. 3 - "Não é este o carpinteiro" = Jesus era de fato considerado entre os nazarenos como o
filho de José. O termo carpinteiro significa um trabalhador em madeira e nos mostra que Jesus

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seguia a profissão de seu pai. Conta-se que Jesus era um fabricante de jugos e arados.
Pertencendo a uma família pobre não comia o pão da ociosidade, antes já preocupando o seu
intelecto e coração, ele se devotava honestamente ao trabalho manual. Era um sábio costume
dos judeus que mesmo quando ricos ensinavam aos seus filhos algum oficio; e foi assim que
Paulo aprendeu a fazer tendas, e em certas ocasiões este ofício lhe foi grandemente útil. Sem
dúvidas o Salvador trabalhou diligentemente, sendo assim um modelo para os trabalhadores,
ensinando-os a fazerem o seu trabalho com zelo e cuidado, e a não deixar de cumprir a sua
tarefa. B não ha duvida de que todo o dia ele mantinha um espírito devoto fazendo do trabalho
manual uma parte de sua vida piedosa "filho de Maria, irmão de Tiago, de José de Judas e de
Simão?" Parece impossível determinar com certeza se devemos entender irmãos e irmãs no
sentido estrito, ou meio-irmãos, ou mais amplamente, parentes próximos. Por muitos anos tem
sido travados longos debates sobre esta questão. Definitivamente crê-se que esta questão
prolongada será; mas as probabilidades são mais favoráveis a primeira interpretação que eram
filhos e filhas de José e Maria. Deste modo a grande e importante instituição do casamento é
justamente honrada e Jesus, o primogênito de Maria, não é em sentido algum desonrado "e
escandalizavam-se dele". Achavam nele obstáculos para crer. Escandalizavam-se com a sua
origem humilde, e falta de educação nas escolas rabínicas; e em razão da sua própria cegueira
não podiam ouvir a sabedoria nem os milagres dele, antes rejeitavam-nos sem maior
questionamento ou reflexão. Como ele não tinha tido a oportunidade de tomar-se sábio,
concluíam que a sua sabedoria não era real. Eles deviam ter visto que a sua sabedoria era
real, e dai concluir que era divino

V. 4 - Jesus compreende que o preconceito deles é uma impenetrável barreira para a fé.
Tampouco reclamou ou procurou justificar-se, também não realizou nenhuma obra prodigiosa.
Simplesmente lhes fazia ver que a atitude deles não surpreende os que conhecem o provérbio
citado muitas vezes pelos escritores do mundo antigo do mundo antigo "não ha profeta sem
honra senão na sua terra e na sua casa". E Marcos apenas acrescenta "entre os seus
parentes".

V. 5-6 - Os poucos milagres que ele operou consistiram na cura de alguns enfermos. E Jesus
que antes havia se maravilhado com a fé do centurião(Mateus 8.10) agora fica
maravilhado(admirado) com a incredulidade dos nazarenos.

V. 7 - A Missão dos Doze - Jesus "percorria as aldeias circunvizinhas, ensinando" por onde
quer que ele estivesse sua tarefa principal era ensinar.

V. 8 - Ele escolheu dentre os seus discípulos alguns homens para uma missão especial
iniciativa na proclamação do evangelho ao mundo. Todos deveriam ser pescadores de almas,
mas a liderança da propagação da mensagem caberia aos chamados apóstolos testemunhas
de vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Havia sinais de que seu ministério da Galiléia
não duraria muito tempo e que era importante espalhar a mensagem do reino e dar experiência
aos discípulos. O Senhor chamou os doze e os enviou em duplas capacitando-os com poder e
autoridade a fim de que pudessem realizar suas tarefas. A instrução dada por Jesus aponta
para o fato de que eles deviam viajar sem peso. Deveriam concentrar suas atenções na tarefa
em andamento e não nos preparativos minuciosos. Na realidade deveriam abrir mão até
mesmo daquilo que teria sido considerado a provisão normal para uma viagem(mochila,
roupas, pão, dinheiro). Deus proverá aquilo que necessitam e devem confiar nele quanto a
isto, há uma confusão nos relatos de Marcos e Lucas quanto ao bordão(bengala, porrete). É
possível que as duas maneiras de expressar a ordem queiram dizer: "Ide conforme estais".

V. 9 - A única exigência de Jesus é que fossem calçados de sandálias e de que vestissem


somente túnica. Reforçando a idéia de deveriam levar consigo somente o indispensável,

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confiando em que aqueles que forem levados a responder bem a mensagem suprirão as
necessidades físicas dos mensageiros.

V. 10 - O sustento viria do lar que os recebessem. Em cada lugar que visitavam, deviam entrar
num só lar e ali permanecer("casa digna" Mateus 10.11). Alguém seria suficientemente
interessado e hospitaleiro para prover as suas necessidades. Quando deixassem a cidade
deveriam sair da casa para onde vieram desde o inicio.

V. 11 - Se porventura fossem recusados ou não desejada a sua palavra deveriam sacudir o pó


de seus pés. Havia uma idéia rabínica que o pó das terras gentias envolvia a contaminação
diz-se que os judeus ortodoxos o removiam dos seus sapatos sempre que voltavam do
estrangeiro à Palestina. O fato dos discípulos sacudirem o pó dos seus pés era em testemunho
contra eles. Declarava em símbolo que os israelitas que rejeitavam o reino não eram melhores
do que os gentios. Não pertenciam ao povo de Deus.

V. 12-13 - Por ora, eles deveriam proclamar o advento do reino dentro dos limites do mundo
dos judeus, e devem realizar obras tais que, quantos tenham olhos para ver as reconhecerão
como sinais de que é chegada a era messiânica(Mateus 10.7,8). E eles foram e pregaram o
arrependimento dos pecados e expulsaram os demônios e curaram muitos enfermos. A
obediência dos apóstolos indica que eles foram a todas as aldeias(Lucas 9.6) e que cumpriram
os objetivos de Jesus. Vale a pena registrar que não se deve considerar que as instruções
dadas aqui são universalmente aplicáveis. Numa ocasião posterior, Jesus podia ordenar seus
seguidores a levarem bolsa alforje e espada(Lucas 22.36). Estas instruções são para esta
única viagem.

V. 14 - A Perplexidade de Herodes = Herodes pensa que Jesus é João Batista ressurreto.


Herodes o Tetrarca era o filho de Herodes o Grande, e um dos três entre os quais ele dividiu os
seus domínios. A mãe do tetrarca era uma samaritana, e ele era distinguido dos outros
numerosos Herodes pelo nome de Antipas. Ele e seu irmão Arquelau tinham passado a sua
mocidade em Roma. A sua tetrarquia incluía a Galiléia e Peréia, a região ao oriente do Jordão
desde o mar da Galiléia até a parte norte do mar morto. Como tetrarca da Galiléia ele tinha sido
governador civil de Jesus, quase desde o principio, e o batismo de João na Peréia pô-lo
também debaixo do poder de Herodes. Estava governando havia cerca de trinta e dois anos.
Sua primeira esposa era filha de Aretas(2 Coríntios 11.32), rei dos árabes nabateanos, cuja
capital fora a famosa Petra e cujos domínios se ligavam a Peréia do sul, achando-se a fortaleza
de Macherus na fronteira. Após muitos anos, Herodes fez proposta de casamento a sua
sobrinha Herodias, irmã de Herodes Agripa I(Atos 12), e esposa de seu meio-irmão Herodes
Filipe. Herodias era uma mulher extraordinariamente ambiciosa, e prontamente aceitou, se não
foi ela mesma quem provocou as propostas de Antipas de dar-lhe uma posição real,
concordando que ela se divorciasse do seu marido, ao mesmo tempo que ele deveria divorciar-
se de sua esposa árabe(Marcos 10.12). Ainda que o povo já estivesse acostumado aos
casamentos incestuosos nesta família dos Herodes, devia ter ficado grandemente
escandalizado com o fato do tetrarca tomar a esposa de seu irmão ainda vivo a quem ela já
havia dado uma criança. Daqui, o esforço que parece ele ter feito para obter que o famoso
João Batista endossasse o casamento o que teria um grande efeito na mente popular. A
desprezada filha de Aretas fugiu para a casa de seu pai, e alguns anos depois surgindo uma
questão de fronteiras, ele foi levado pelo duplo motivo de vingança e interesse a fazer guerra a
Herodes. O exército de Herodes foi finalmente derrotado e destruído, e ele só foi salvo da ruína
pela interferência dos romanos. Flávio Josefo declara que alguns dos judeus consideravam a
destruição do exército de Herodes como um castigo de Deus, pelo tratamento que ele havia
dado a João Batista, a quem ele passa a elogiar, e diz que Herodes o levara à morte, com

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receio de que sua grande influência provocasse uma rebelião. Herodes Antipas não era
naturalmente um homem cruel, mas auto-indulgente e destituído de escrúpulos Havia praticado
muitas outras maldades pelas quais João sentiu-se obrigado a repreendê-lo(Lucas 3.19), além
do seu vergonhoso casamento. Como quase todos os governadores pusilânimes procurou
valer-se da astúcia, pelo que Jesus, depois, o designou como 'uma raposa"(Lucas 13.31). Os
três Herodes designados por este nome no Novo Testamento podem ser prontamente
distinguidos, lembrando que Herodes o Grande matou as crianças; Herodes Antipas degolou
João Batista, e Herodes Agripa matou Tiago e encarcerou Pedro. Deste modo cada um dos
Filipes acima mencionados, eram chamados Herodes Filipe, e o Agripa, perante quem Paulo
foi apresentado era chamado Herodes Agripa, semelhante a seu pai, que matara Tiago. O
nome de Jesus se tomara célebre. A fama de Jesus chegou aos ouvidos de Herodes e isto o
perturbou. Herodes usualmente residiu durante seus últimos anos em Tiberias, uma cidade
existente no porto a sudeste do mar da Galiléia, algumas vezes chamado Lago de Tiberias.
Não temos noticias de nosso Senhor ter visitado esta cidade, e talvez ele mesmo se
mantivesse afastado dela, para evitar uma provocação de hostilidade de Herodes, que bem
poderia ficar enciumado de um que era popularmente considerado rei dos judeus. Mas a fama
dos seus ensinos e milagres tinham circulado por toda a parte, e transpôs os umbrais de seu
palácio. A recente missão dos doze(Marcos 6.7-13) contribuiu para isto porque naturalmente
produziu um grande excitamento por todo o país. Herodes dava pouca atenção aos
movimentos religiosos entre os seus súditos, do contrário teria ouvido falar de Jesus mais
cedo; pois que ele havia estado há ano e meio, e provavelmente dois anos e meio desde o seu
batismo por João e por um ano ou mais ele tinha estado trabalhando ativamente na Galiléia
ensinando e operando um grande número de milagres. Mas estava de acordo com o caráter
sibarítico do tetrarca, o estar alheio a tudo isto. Pode ser entretanto que como Tiberias tinha
sido recentemente construída, ele estivesse gastando muito do seu tempo em outros lugares, o
que em parte explicaria a sua ignorância se bem que a Galiléia era de algum modo a parte
mais importante dos seus domínios. "João, o Batista, ressuscitou dos mortos" Herodes deixa
entendido que essa pessoa notável de quem eles tinham ouvido falar não era outro, senão
João Batista, já ressuscitado. Sua consciência acusadora, o leva a esta conclusão: "e é por
isso que estes poderes operam nele" - e o raciocínio parte nesta direção: "porque ele ressurgiu
dos mortos podia estar agora revestido de poderes sobrenaturais, que antes não possuía".

V. 15 - Outros viam Jesus como sendo Elias ou outro profeta. Tudo isso talvez implique em
especulação messiânica, pois aguardava-se Elias como precursor do Messias(Malaquias 4.5) e
os judeus pensavam que outros profetas também viriam. Fica claro que o ministério de Jesus
despertou muito interesse e que dera vazão a muita conversa. Não é improvável que Herodes
também tivesse ouvido falar do grupo de pregadores apostólicos que saíra em nome de Jesus.
Mas apesar de toda a conversa e de todo o interesse, as pessoas não sabiam que conclusão
deviam tirar acerca de Jesus.

V. 16 - Herodes ouve as opiniões e retoma a falar consigo mesmo: "é João, aquele a quem eu
mandei degolar. Ele ressuscitou". A possível ressurreição de João o perturbava e Lucas nos
informa que ele desejava ver Jesus por conta própria, talvez para conferir se era ou não João
Batista(Lucas 9.9).

V. 17-29 - O Relato Sobre a Prisão e Morte de João Batista. Herodes tinha prendido João -
escritor estabelece o fato historicamente, deixando que o leitor deduza por si mesmo, que isto
do que acabara de narrar o texto nos informa que João fora preso mas não diz onde! Flávio
Josefo nos informa que foi em Maqueros cerca de sete milhas distante do mar morto, do lado
nordeste. Alguns escritores querem por de lado a declaração expressa de Josefo, e localizam a
narrativa em algum outro ponto; mas os seus argumentos são muito fracos. Maqueros foi
primeiro fortificada por um dos príncipes Macabeus, cerca do ano 100 antes de Cristo, e tendo

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sido destruída por conquistadores romanos, foi reconstruída e grandemente fortificada por
Herodes o Grande. A única descrição antiga do lugar foi recentemente muito ao vivo
confirmada pela única descrição completa moderna(1873). Está sobre montanhas muito mais
altas do que aquelas em tomo de Jerusalém. Ha ruínas de uma cidade, que cobrem mais de
uma milha quadrada. Além de um vale levanta-se uma cordilheira de mais de uma milha de
extensão, de difícil acesso, toda a qual foi convertida numa fortaleza. Desta cordilheira surge
um monte numa forma cônica, o topo do qual tem umas cem jardas de diâmetro, e o qual foi
fortificado e tomado uma cidadela inexpugnável. Nesta cidadela, além de um poço fundo, e
uma cisterna mui grande, profunda e cimentada são agora achados "dois calabouços, um dos
quais é profundo, e de lados apenas quebrados", e que tem pequenos agulheiros apenas
visíveis na alvenaria, onde em tempos passados se fixaram braçadeiras de ferro. Um destes
teria sido certamente o cárcere de João Batista(v.17). Sobre este alto monte Herodes o Grande
construiu um grande e belo palácio. A vizinhança da fortaleza e cidade era notável pelas fontes
minerais, amargas e doces, quentes e frias cujas águas misturadas formavam banhos, bons
para varias doenças especialmente fortificar os nervos. As mais célebres destas águas
estavam justamente no vale ao norte de Maqueros, chamado belo-fluxo, ao qual Herodes o
Grande foi levado pouco antes de sua morte. Havia também nas vizinhanças, minas de enxofre
e alumeu. Por tudo isso Maqueros era uma deliciosa residência de verão para os reis, bem
como uma fortaleza fronteiriça, entre a Peréia e a Arábia. Podemos supor que nalguma visita
anterior, tivesse chamado João, o qual fazia muito da sua pregação na margem oriental do
Jordão, a vir a Maqueros e externar a sua opinião sobre o seu casamento, e o lançasse na
prisão.

Naquela longínqua e horrenda prisão um dos seus calabouços que eram tão frios no inverno
quão quentes no verão, o grande João Batista enlanguescia(Mateus 11.2) pois que
provavelmente decorrera mais de um ano, até que voltou à corte novamente lhe permitidas
visitas ocasionais dos seus seguidores, que lhe davam noticias do que ocorria na terra - entre
outras coisas as obras de Jesus - e que finalmente levaram o seu corpo decapitado a
sepultura. "Por causa de Herodias" - é provável que o tetrarca mandasse chamar João
esperando que ele na sua presença, atemorizado, fosse levado falar de modo favorável em
relação ao casamento - o que concorreria para acalmar o descontentamento popular já que
ambos viviam em adultério.

V. 18 - João repreendeu Herodes dizendo que ele não tinha a liberdade para fazer isso porque
a Lei de Moisés proíbe um tal casamento(Levítico 18.16; 20.21). A Lei exigia que um homem
contraísse matrimônio com a viúva do seu irmão que não tivesse filhos, mas neste caso o
irmão ainda estava vivo e tinha uma filha. A razão da condenação não era que ela fosse sua
sobrinha, ainda que isso também era proibido pela Lei(Levítico 18.12) mas sim que ela era
esposa do seu irmão. Nominalmente ela se tinha divorciado do seu primeiro marido, mas
conquanto os usos judaicos do tempo permitissem que um homem se divorciasse da sua
mulher por qualquer causa(Mateus 19.3), uma mulher divorciar-se de seu marido(Marcos
10.12) era um costume romano, o qual os judeus muito aborreciam.

V. 19 - Herodias o espiava e queria matá-lo, mas não podia porque Herodes temia João.

V. 20 – Herodes sabia que ele era um homem santo, e procurava guardá-lo. E ouvindo-o se
maravilhava e o fazia alegremente. Pode supor-se que Herodes a princípio tinha ficado irado
quando João condenou o seu casamento, e censurou toda a sua maldade, e quis matá-lo, mas
percebendo a multidão, em vez disso resolveu prendê-lo; depois, falando com João mesmo, a
sua ira teria esfriado e assim continuou durante a sua prisão. Ou pode ser que conquanto
geralmente favorável a João, e disposto a resguardá-lo da ira de Herodias, ele se sentisse as

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vezes inclinado a ouvir as suas solicitações, mas era impedido pelo temor da multidão. Fica
evidente que Herodias estava atenta à procura de um pretexto para destruir João.

V. 21 - E chegando uma ocasião favorável - é fácil supor que quando se aproximou o dia do
aniversário de Herodes, ele se dirigiu para Maqueros, seguido pelos principais chefes militares
e civis do seu reino.

V. 22-25 - A filha de Herodias - isto é a filha do seu primeiro matrimônio, que se chamava
Salomé, dançando agradou a Herodes e a seus convidados. A sua dança ocorreu na sala do
banquete e não podemos dizer quanto de indecoroso havia da sua parte neste ato. Em todos
os paises do oriente as mulheres eram guardadas em reclusão grandiosa e era considerado
grandemente impróprio uma mulher dançar em público. Era muito comum alugar dançarinas
para se exibirem em público em espetáculos, mas a profissão era grandemente
desconsiderada, e tais mulheres eram tidas como de baixo caráter. Verdade é que as mulheres
judias viviam em menos reclusão que as mulheres de outras nações orientais e há exemplo
delas tomarem parte em cânticos e danças de regozijo publico(1 Samuel 18.6); mas isto era
considerado um ato religioso(Êxodo 15.20, 2 Samuel 6.21), e era uma coisa inteiramente
diferente de tomar parte de uma dança de mulheres numa festa. Os romanos, além
disso tinham as suas dançarinas de espetáculos, mas consideravam a vocação desprezível.
Chegamos à conclusão que se uma moça judia responsável vinha dançar numa festa, seria
uma surpresa para os convidados, e tal ato dificilmente deixaria de ser considerado impróprio.
Foi portanto um passo ousado que Herodias deu mandando sua filha dançar perante Herodes
e os seus grandes. Teriam eles ficado emocionados com a imodéstia de uma princesa, ou
teriam ficado fascinados com o novo espetáculo de uma donzela encantadora nos movimentos
voluptuosos de uma dança oriental?

A experiência foi bem sucedida - "agradou a Herodes e a seus convivas". Sem dúvida surgiram
expressões de deleite das bocas daqueles homens meio embriagados. Era comum as
dançarinas receberem presentes na altura da admiração que as suas representações
produziam; e Salomé, talvez esperasse receber algum presente no dia do aniversario do
tetrarca. Por conseguinte, Herodes ansioso de exprimir a sua satisfação, e também exibir a sua
generosidade diante dos convidados prometeu com um juramento(v.23) dar-lhe tudo que
pedisse. Pretendeu ele, embora um governador insignificante como era, e não propriamente
um rei, imitar a mania de grandeza dos grandes monarcas persas(Ester 5.3,6;7.2) e, com a
solenidade dos bebedores comprometeu-se a dar-lhe tudo o que ela lhe pedisse, "até a metade
do seu reino".

Ao que ela sai ao encontro da mãe(v.24) a fim de saber dela o que pedir. Podemos imaginar a
satisfação com a qual Herodias ouviu como o seu plano ousado tinha sido bem sucedido, e se
apressou em tirar proveito da situação para executar a sua vingança. "A cabeça de João
Batista” e o preço ou o presente desejado(v.25). Salomé retoma imediatamente a presença de
Herodes e pede a cabeça de João Batista numa bandeja. Provavelmente Salomé e sua mãe
receavam que Herodes mudasse de propósito, quando tornasse ao estado normal. “Num prato"
= indica esta palavra traduzida uma tigela ou prato de madeira, mas na mesa de Herodes,
provavelmente de materiais mais caros o que indica que se tomou um prato da mesa do
banquete.

V. 26 - Herodes entristeceu-se pois tal atitude seria tanto má quanto impopular. Mas sua
esposa dominou-o como em várias outras ocasiões. E por causa dos seus juramentos feitos a
moça e dos seus convidados não negou o pedido de Salomé. Ele era supersticioso quanto aos
seus juramentos, como muitos homens maus o são e sentia-se envergonhado de não cumprir a
promessa que ele tinha tão solenemente feito e confirmado perante a assembléia dos seus

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convidados. Mas uma má promessa é melhor que seja quebrada do que realizada
especialmente quando ninguém perderá com isso(Mateus 5.33-37).

A moca esperava pela sua recompensa, e o rei ordenou ao soldado que trouxesse a cabeça de
João Batista logo(v.27). Então João foi degolado no cárcere. Uma grande festa geralmente
começava ao declinar do dia e assim sendo era provável que já tarde da noite o executor
entrasse na cela, acordasse João e o degolasse apressadamente. Depois de mais de um ano
de prisão o batizador foi de repente executado. Mas a sua obra não estava acabada; ele viera
como arauto do reino messiânico, e esse reino estava agora sendo estabelecido; a resposta de
Jesus à sua mensagem(Mateus 11.2) tinha, sem a menor dúvida derramado luz sobre as suas
perplexidades e eliminado as suas momentâneas dúvidas; não tinha mais nada a fazer com
sua vida, e sua morte era lucro. Não é para temer a morte repentina, de um que tem vivido a
vida da fé. Esta cena da morte do maior dos profetas na prisão, não era mais chocante à vista
que a cena deprimente que se desenrolava no banquete no salão. Eis ali a jovem, de faces
abrasadas pelos esforço recente, ao mesmo tempo que os convidados, procuravam afogar no
vinho as suas penosas emoções, e o verdugo se apressar em executar o cruel mandado.

Quando lhe foi trazida(v.28) num prato a cabeça sangrenta, sem a menor dúvida a jovem
pegou no prato com todo cuidado a fim de que nenhuma gota de sangue caísse em
manchasse o seu vestido de gala e o levou até a sua mãe. Não era estranho que a cabeça de
alguém que recebesse como sentença a degola fosse trazida a quem dera a ordem como
prova de que foi obedecido. Ao saberem da morte de João os seus discípulos vieram, tomaram
o corpo e o sepultaram.
Assim findou a carreira de João o batizador. Os traços do seu caráter são: abnegação,
coragem e humildade. Por muitos anos ele viveu uma vida de dureza e solidão, para que
melhor pudesse se ajustar à sua obra de reformador. Sua coragem como proclamador
observa-se no verso 18. Sua humildade, no seu constante cuidado de desviar a atenção de si
mesmo para um outro(João 1.29,36), e sua alegria ao ver que esse outro “crescia” enquanto
ele diminuía(João 3.30); era tão genuína e profunda, que nos parece que era um traço natural
e indelével do seu caráter. Num sentido(Mateus 11.11), João foi o primeiro mártir do
cristianismo, honra geralmente conferida à Estevão.

V. 30 - A Primeira Multiplicação dos Pães e Peixes - Os doze estão com Jesus faz algum
tempo. Já ouviram e aprenderam muita coisa de seus lábios, viram manifestações do poder de
Deus em seus atos, e privaram da sua íntima companhia. Agora põem em prática as lições
assimiladas. A escola de Jesus é completa. Não fica na teoria apenas. Dada a natureza e a
importância do apostolado, os alunos do divino Mestre têm de mostrar pela atividade, pela
prestação de serviço, o aproveitamento das lições. E aos pares, tendo recebido o poder
indispensável e a instrução especifica para a ocasião, semeiam na seara do Mestre, na lavoura
de Deus. Marcos conta em linguagem vívida e sucinta a volta dos apóstolos. Somente aqui
este evangelista usa a palavra apóstolo, que significa enviado. Retomaram os enviados e
prestaram seus relatórios, que naturalmente variavam. Não teriam agido todos da mesma
maneira? Na obra do Senhor as experiências diferem entre si, e as responsabilidades são
dadas na base das características pessoais de cada um. Temos de fazer as tarefas que o
Senhor tem determinado para nós, e não as de outrem. Os apóstolos contaram tudo. Omitir
algo quando falamos com o Senhor é insensatez. Ele conhece tudo e deseja que confiemos
nele, abrindo- lhe nosso coração. A sabedoria, a orientação e o poder para o servi-lo são
concedidos quando lhe contamos, confiadamente, os mínimos pormenores de nossa vida, de
nossos planos, e mesmo de nossos fracassos.

V. 31 - Após o primeiro exercício, Jesus recomenda uma pausa. Ainda na fase de treinamento
os discípulos precisam parar um pouco para descanso e revisão do trabalho feito o mestre
conhece muito bem o ser humano, e por isso exige trabalho incessante, sem tempo para

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repouso. Deus, quando descansou ao sétimo dia, não o fez por necessidade sua, mas
desejando estabelecer um princípio para a criatura humana. O deserto para o qual Jesus
convida seus discípulos seria um lugar sossegado, distante das habitações, onde pudesse
haver recolhimento. Não haveria total inatividade. Os doze iriam juntos. Trocariam
experiências. Quanto tiveram de aprender um do outro! Existe algo mais importante, porém. O
Mestre vai com eles. Ele não diz: “Ide", mas "Vinde". Como a dizer: “eu irei também". Jesus vai
servir-se da oportunidade, logo se vê, para corrigir os erros e ensinar novas lições. O
treinamento continua no recolhimento. A presença do Mestre é garantia de ensinamentos
preciosos. Essa presença enriquece nossa vida. Não se dará no deserto repouso prolongado,
mas tão somente refrigério e preparo para novos empreendimentos. É o que ressalta a
recomendação de Cristo: "descansai um pouco". Aliás, o descanso pretendido resume-se no
tempo em que no barco os apóstolos atravessam parte do mar da Galiléia.

V. 32 - "Para um lugar deserto", uma região escassamente povoada, sem grandes cidades,
mas contendo vilas(Mateus 14.15) e aldeias. Lucas mostra que a região visitada pertencia a
uma cidade chamada Betsaida(9.10), a qual devia ser distinta da Betsaida de Mateus 11.21,
pois que os discípulos atravessaram novamente na mesma noite, para Betsaida na terra de
Genezaré, perto de Cafarnaum(Marcos 6.45,53; João 6.17,24). Betsaida ao lado oriental do
Jordão, uma milha ou mais acima da sua embocadura, foi reedificada e adornada pelo Tetrarca
Filipe, sob o novo nome de Júlia, filha de Augusto. Desde a desembocadura do Jordão uma
planície se estende ao longo da praia oriental do lago por umas três milhas e meia, estreitando-
se gradualmente a medida em que o lago se curva em direção a montanha.

V. 33 - Esta planície, conquanto não fosse igual a de Nazaré do outro lado, era principalmente
fértil e de cuidadoso cultivo, mas sua parte sul ao fim da montanha aproxima-se do lago como
que a fazer uma localidade muito retirada, e aos lados da parte mais baixa da montanha vêem-
se belos morros cobertos de grama que correspondem a todas as condições da narrativa que
temos diante nós. "Muitos os viram partir, e os reconheceram". Evidentemente Jesus saiu de
bote de Cafarnaum, ou das suas imediações. As multidões excitadas, vendo que o barco se
dirigia para o oriente, atravessaram a parte setentrional do lago, correram ao longo da margem,
e rodeando-a chegaram a mesma localidade que o barco ia aportar. Correram tanto que ao
menos alguns deles chegaram primeiro que Jesus e seus discípulos que, sem dúvida remavam
vagarosamente uma vez que o seu objetivo era descansar, tendo ainda de caminhar alguma
distância, depois de desembarcarem. O texto nos informa que as pessoas que para lá correram
eram de "todas as cidades" = estas cidades incluíam Cafarnaum, talvez Corazim e Betsaida do
oeste, e de fato a Betsaida do leste, provavelmente com outras cidades que não conhecemos.
A multidão foi provavelmente aumentada de pessoas mais ao norte que estariam a caminho
para tomar parte na páscoa (João 6.4), que poderiam facilmente ficar excitadas com a idéia do
reino messiânico. O Jordão tem um trecho raso cerca de duas milhas acima de sua
desembocadura, e pode ter havido uma ponte que o atravessasse, ainda que não a
conheçamos, e ali haveria certamente muitos botes da importante cidade de Betsaida Júlia,
que poderiam rapidamente atravessar a estreiteza do rio.

V. 34 - Ao desembarcar "Jesus subiu ao monte"(João 6.3) sentou-se com os seus discípulos


para descanso, e notou que a multidão ao seu redor aumentava continuamente. Ainda que
perturbado no seu retiro e repouso, não os despediu nem os recusou, antes os recebeu.
Movido de intima compaixão para com aquela multidão(Mateus 14.14)cansada, enferma,
”ovelhas sem pastor"; curou seus enfermos, ensinou-lhes muitas coisas acerca do reino
messiânico(Lucas 9.11). Deve ter sido uma decepção atravessar o lago a busca da solidão,
para então descobrir que não escaparam às multidões. É curioso que o povo tenha seguido
Jesus ao redor do lago. Teria sido mais simples para eles esperarem sua volta como fizeram
certa vez(Lucas 8.40). Mas Betsaida ficava fora da jurisdição de Herodes e é possível que
alguma ação de Herodes, não registrada aqui, tivesse convencido as pessoas que Jesus talvez

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não apareceria muito mais na Galiléia. A morte de João Batista deve ter sido bem recente, e
demonstrou a hostilidade de Herodes ao tipo de pregação a qual Jesus, e agora seus
discípulos, estavam se dedicando.

V. 35-36 - Quase no fim do dia, os discípulos instaram com Ele que suspendesse a sua
atividade em favor dos doentes e que despedisse a multidão para que obtivesse provisões
antes que ficasse muito tarde o lugar onde estavam era deserto não havia comida, de modo
que as pessoas deveriam ir para as aldeias e campos circunvizinhos se quisessem se
abastecerem de alimentos.

V. 37 - Os discípulos recebem de Jesus uma ordem "Dai-lhes vós de comer". Segundo a


avaliação de Filipe 200 denários não bastariam para adquirir pão suficiente para aquelas
pessoas. E creio que os demais discípulos pensavam da mesma forma e por sua vez achavam
impossível obedecer à ordem de Jesus, tanto por estarem longe de lugares onde haveria
suprimentos, quanto por não terem os recursos financeiros necessários(200 dias de serviço).

V. 38 - Diante desta alegação Jesus manda que eles façam uma avaliação dos recursos
disponíveis "quantos pães tendes? Ides ver". A resposta é categórica "cinco pães e dois
peixinhos". Somos informados que André foi quem localizou o menino que ofereceu o seu
lanche(João 6.8-9). Os pães eram redondos, planos e pequenos. O peixe constituía uma parte
importante da alimentação do povo que vivia em volta do lago. João nos parece dizer que os
pães eram de cevada, pão corrente e barato. Jesus não ofereceu um banquete suntuoso de
comida caprichosa, mas deu-lhes um alimento muito caseiro e conhecido.

V. 39-40 - Uma vez certificado dos recursos disponíveis, Jesus dá uma nova ordem aos
discípulos: "que a todos fizessem reclinar-se, em grupos, sobre a relva verde". Era uma época
agradável do ano e eles sentaram-se repartidos de cem em cem e cinqüenta em cinqüenta.
Cinco mil homens reclinando-se nesta ordem ao longo do declive verde, devem ter ocupado
um grande espaço, e ao declinar do sol, os seus brilhantes vestidos orientais assemelhar-se-
iam à leitos num jardim florido. E ali, ao recanto da área, com os olhos levantados para o céu,
está o realizador do milagre, prestes a alimentar esta vasta multidão apenas com cinco pães e
dois peixes, agora tomados nas suas mãos.

V. 41-42 - Este arranjo não era apenas belo, mas também útil. Tornaria o milagre manifesto,
uma vez que todos podiam ver que este suprimento procedia de Jesus, que tinha apenas ao
seu dispor, cinco pães e dois peixes. Evitava este arranjo, a aglomeração dos egoístas, pois
que assim os fracos, inclusas as mulheres e crianças, tinham igual oportunidade para serem
supridos, e as apóstolos podiam melhor se movimentar entre o povo de modo ordenado, e
servir a todos igualmente o alimento. O número de pessoas podia assim facilmente ser
contado. Contar um povo em grupos de cinqüenta e pô-los nesta ordem, devia ter levado
bastante tempo, não obstante Jesus julgou acertado esperar para que este arranjo fosse
feito. "Os abençoou” = indica que Jesus começou da maneira que os judeus normalmente
começavam uma refeição. Pronunciando uma oração de ação de graças, oração esta que
começaria com "Bendito es tu, ó Senhor" seguida pela menção daquilo em prol do que as
ações de graças estavam sendo oferecidas, sendo que, neste caso tratava-se dos pães e
peixes. Jesus passou a comida para os discípulos e estes, para o povo até que todos se
fartaram. Ou seja comeram o quanto desejaram. Quanto ao modo pelo qual o alimento foi
multiplicado, não podemos formar idéia. É ocioso especular a respeito de um assunto tão
evidentemente sobrenatural. Os cinco pães e dois peixes não tinham sido apenas suficiente,
mas foram muito mais do que suficientes.

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V. 43-44 - Depois de acabada a refeição, os discípulos recolheram o que sobrou, enchendo


doze cestos de pedaços. Embora tivesse havido suprimento abundante nada deveria ser
desperdiçado. Esta ordem de aproveitar os pedaços que sobraram "para que nada se
perca"(João 6.12), era um oportuno ensino de economia. Isto manifesta que nós não temos o
direito de gastar mal alguma coisa, embora sejam amplos os nossos recursos, quando vemos
aquele que é o Senhor de tudo, justamente depois de ter multiplicado os alimentos em tão
grande quantidade, agora, cuidadosamente aproveitando os pedaços de pão de cevada e de
peixe que tinham sobrado. O número dos que foram alimentados era de cinco mil homens
"alem de mulheres e crianças"(Mateus 14.21) e provavelmente em relação aos homens as
mulheres e crianças eram um grupo pequeno. Ou talvez ainda que fosse grande a presença
infantil e feminina o costume fosse contar somente os homens.

V. 45 - Jesus Anda Sobre o Mar - A esperança do descanso tinha se desvanecido, e a fama


deste grande milagre, só aumentaria a excitação popular, e, conjuntamente o perigo do
aumento dos ciúmes dos seus inimigos. E assim Jesus determinou voltar para o lado ocidental
do lago onde no dia seguinte estariam muito ocupados, enquanto os discípulos navegassem
para Betsaida ele despedia a multidão.

V. 46 - Isto ele fazia, provavelmente indo entre eles, e dizendo que não haveria mais nada
naquele dia, e pedindo-lhes que se dispersassem. Jesus subiu ao monte, num lugar mais alto e
mais reservado. Aqui na solidão do monte, e na atmosfera suave da primavera, passou a maior
parte da noite em oração. Jesus não somente orava regular e freqüentemente mas quando
surgia alguma exigência especial na sua vida, gastava muito tempo em oração. O motivo para
este tempo prolongado de oração, parece ter sido o forte desejo popular de o fazer rei, junto
com o ciúmes de Herodes e dos fariseus, aumentou a dificuldade da sua situação, e fê-lo mais
profundamente sentir a necessidade da direção e do apoio do Pai. Por meio desta multidão
fanática Satanás estava novamente oferecendo-lhe o domínio do mundo sob a condição dele
seguir uma política mundana. Seu ensino cuidadoso no decorrer do dia, acerca do reino
messiânico, não tinha corrigido as idéias populares errôneas; não pôde trazer o povo a exata
compreensão do seu ponto de vista, e se ele se recusasse ao que eles desejavam, mais cedo
ou mais tarde se voltariam contra ele e animariam os governadores a destruí-lo.

V. 47-48 - Ao levantar-se da oração, Jesus pode ver da encosta do monte que se formava um
mau tempo num mar revolto, anteposto a um vento de proa. Eles já haviam navegado de 3 a
3,5 milhas e enfrentavam um vento contrário e já estavam cansados de remar. "Durante a
maior parte do tempo o ar esta parado e carregado, mas as correntes frias que vem do oeste
são sugadas para baixo em redemoinhos, ou canalizadas pelos vales estreitos que convergem
no lago. Então se levantam estas tempestades repentinas pelas quais a região é conhecida". E

entre três e seis horas da manhã, Jesus se dirigiu a eles andando sobre o mar. A intenção de
Jesus era a de deixar-se ver pelos discípulos, mas sem entrar no barco; "queria passar-lhes
adiante" - presumivelmente, queria faze-los aprender que mesmo que ele não estivesse
sempre em estreita proximidade deles, sempre estaria perto deles espiritualmente.

V. 49-50 - Os discípulos o viram andando sobre o mar e pensaram que ele fosse um fantasma,
uma aparição e gritaram de medo. A narrativa presume que Jesus, como o Messias de Deus,
compartilha o poder de Deus como Senhor da criação, e que o vento e o mar lhe obedecem.
Contudo, os discípulos ainda não compreendem que ele possui esse poder, e após instantes
de terror, recuperam a paz quando ouvem a voz do Mestre - "tende ânimo, sou eu, não temais".
Como ele estava ali, não tinham mais que se preocupar.

V. 51-52 - Portanto, assim que os discípulos compreenderam que realmente estavam vendo
seu Mestre, não um fantasma, eles o receberam com alegria no seu barco. O vento cessou e

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eles ficaram pasmados, perplexos porque este milagre já poderia ser esperado se o milagre
dos pães e peixes já tivessem preparado as suas mentes e amolecido os seus corações.

V. 53-56 - Quando Jesus e seus discípulos finalmente aportaram em Genezaré, ele foi
reconhecido pelos habitantes, que espalharam por toda a região as noticias da sua chegada,
com o resultado de que Jesus outra vez se defrontou com uma multidão de enfermos. Tinham
estes tanta confiança em que ele podia curá-los, que lhe pediam licença para tão somente
poderem tocar na orla do seu manto, e todos que tocavam ficavam curados.

CAPITULO 7

V. 1 - A Tradição dos Anciãos - Jerusalém era a sede das grandes escolas, bem como do culto
do templo, e Os homens mais proeminentes ah se congregavam; estas pessoas eram por
conseguinte tidas na Galiléia com especial reverencia Seu objetivo de terem vindo pode ter
sido em parte para satisfazer a curiosidade a respeito de Jesus, excitada pelos acontecimentos
ocorridos na páscoa, e em parte para evitar que ele alcançasse demasiada influencia na
Galiléia

V. 2-4 - Os escribas e fariseus observaram que os discípulos de Jesus comiam sem lavar as
mãos. E Marcos aproveita para explicar como era o costume: a palavra traduzida por
“tradição", significa aquilo que é passado adiante, ou de um a outro. A palavra "ancião" aqui
não significa oficiais, mas homens de tempos passados, idosos. A imensa massa de tradições
as quais os judeus posteriores reverenciavam, consistiam, segundo eles, em parte de
mandamentos orais dados por Moisés, em aditamento a Lei escrita - Os quais eles supunham
serem referidos em Deuteronômio 4.14; e em parte, das explanações e opiniões de mestres
iminentes, dadas individualmente ou algumas vezes por meio de votos das assembléias. Estas
tradições orais continuaram se acumulando até depois do tempo de Cristo, e foram registradas
no Mishná e seus comentários. Eram grandemente estimadas por toda a nação, exceto pelos
saduceus. Efetivamente alguns a tinham como mais importantes que a Lei escrita. O Talmude
de Jerusalém, diz "as palavras dos escribas são mais amáveis que as palavras da Lei; porque
as palavras da Lei são importantes e não importantes, mas as palavras dos escribas são todas
importantes". E o Talmude também declara que é crime maior "transgredir as palavras da
escola de Hillel" do que a Lei. Diz também: "Meu filho, atende as palavras dos escribas, mais
do que as palavras da Lei". Será que também não agimos assim, quando a ênfase é posta
sobre a "regra da igreja", do que sobre a Lei de Deus?

A Lei exigia freqüentes e às vezes muito completas purificações, como banhando a pessoa, e,
nalguns casos banhando camas, selas de montarias, e vasos de qualquer classe, com exceção
de vasos de barro, os quais deviam ser quebrados(Levítico 15). Os escrupulosos judeus
usavam a mais profunda purificação, mesmo quando a Lei não exigia. Com isto concorda a
declaração de Marcos que quando eles voltavam "do mercado, se não se lavarem, não
comem". O que podia significar imergir as mãos para uma lavagem completa, em distinção
dum modo mais simples de lavar as mãos; esta lavagem cerimonial de mãos antes de comer
muito naturalmente surgiu, a par de lavagens semelhantes após as refeições, do fato que os
antigos geralmente comiam com os dedos. Num período posterior, uma terceira lavagem era
praticada por algumas pessoas, no decorrer da refeição. O Mishná menciona uma diferença
entre Hillel e Shammai se uma pessoa devia lavar as mãos antes ou depois de encher os
vasos. O Talmude mostra que a lavagem das mãos era um assunto reconhecido como de alta
importância. Alguns rabinos chegam a declarar que a negligência em faze-lo era tão grave
como os pecados de licenciosidade e outros pecados grosseiros. Um deles chegou a dizer:

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“melhor andar quatro milhas(6.400 m) para achar águas, do que incorrer na culpa de não lavar
as mãos".

V. 5 - Então os escribas e fariseus questionaram a Jesus pelo fato de seus discípulos


desobedecerem a tradição de lavar as mãos.

V. 6-13 - Antes de explicar a razão porque os discípulos negligenciavam a lavagem das mãos.
Jesus devolve aos escribas e fariseus, a sua acusação de “transgressão"(v.6). Acusando-os de
hipocrisia Jesus menciona a profecia de Isaías 29.13 que segundo Ele foi anunciada
exatamente prevendo a existência dos escribas e fariseus. Sabemos que Isaías falou aos
homens de seu tempo, mas as suas palavras foram também designadas pelo Espírito de
inspiração, para se referirem aos contemporâneos do Messias. Um povo que honra a Deus
com os lábios mas que o coração longe de Deus(v.7). Um povo que em vão procura adorá-lo
pois Deus não os aceita pelo fato de terem abandonado a Lei de Deus. É assim também que
na atualidade, muitas pessoas pretendem autoridade divina para idéias e práticas de origem
meramente humana. Nós não estamos meramente isentos de não conformarmos com elas,
mas é nossa obrigação colocar-nos em posição contrária, porque elas importam na violação ou
negligência dos mandamentos de Deus. Deve também ser lembrado que nossa natureza
humana é muito propensa a confiar em formas de religião e negligenciar o seu espírito; a
honrar a Deus com os lábios, enquanto que o coração esta longe dele(v.8). A acusação feita é
de que eles deixaram os mandamentos de Deus, trocando-os pela tradição dos homens. Eles
estavam fazendo da tradição dos anciãos motivo da transgressão da Lei de Deus(v.9). E Jesus
aponta para o fato de que eles sabiam muito bem como rejeitar um mandamento divino, para
guardar a tradição.

V. 10 - Jesus argumenta usando um exemplo prático citando Moisés e seus preceitos que trata
da verdade de que devemos honrar os nossos pais não meramente nos nossos sentimentos
mas também nos nossos atos(v.11). Os homens ocupam uma posição ruim quando o que eles
dizem esta em aberta oposição ao que Deus diz: "corbã" - se o pai ou mãe de um homem
necessitava que ele lhe desse alguma coisa para o seu sustento - que podia ser para
alimentação ou vestuário ou qualquer outra coisa necessária. (v.12)Ele poderia dizer, corbã,
isto é uma dádiva, uma coisa consagrada a Deus(Levítico 27.9,16), e ficava então, de acordo
com a regra tradicional, não somente livre da responsabilidade para com seu pai ou mãe, mas
juramentado para assim fazer. Os judeus chegaram a esta conclusão argumentando que os
votos porque eram feitos a Deus eram mais importantes que as coisas relacionadas com Os
homens, e em conseqüência, uma coisa dedicada a Deus era suficiente para anular a mais alta
obrigação com os pais de alguém. Está aqui um principio correto, mas torcido na sua
aplicação(v.13). Jesus os acusa de estarem invalidando a Palavra de Deus através da tradição
por eles transmitida. O corbã era uma espécie de voto ou maldição que legalmente significava
a proibição de que os bens de um homem o beneficiassem em detrimento daquele por ele
mencionado no voto. Se um homem dissesse: “meus bens são corbã para todas as pessoas"
não poderia doar nada a ninguém. Se colocasse esse corbã sobre seu pai, não poderia dar-lhe
nem um pedaço de pão.

V. 14-16 - Quando Jesus devolveu a pergunta aos escribas e fariseus não foi para evitar uma
resposta, e agora publicamente proclama um princípio que vai ao centro do assunto.
Chamando para si a multidão, ou a massa do povo, em separado dos escribas e fariseus que
o tinham rodeado. Ele queria que todos ouvissem o que tinha para dizer; e na verdade
ela estava mais pronta para receber o que ele tinha a dizer do que outros estando menos
preconceituosa e despida de sofismas(v.14). "Ouvi-me vós to dos, e entendei", era coisa
importante, que exigia consideração e atenção pois Jesus iria falar com sua própria autoridade
diretamente ao entendimento e a consciência do povo(v.15). “Isso é que o contamina" - a
palavra traduzida por "contamina" é literalmente fazer comum. Algumas espécies de alimento

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eram especialmente designadas como próprias para o povo escolhido de Deus e eram assim
num certo sentido sagradas, e todas as demais eram "comuns"(Atos 10.14) pois que um
israelita participar destas coisas proibidas destruiria a sua exclusividade, fazendo-o comum,
isto significava contaminar, corromper. Este dito de Jesus era por isso aos judeus
surpreendente paradoxal, revolucionário. Viram logo que ele se referia, não apenas a lavagem
das mãos, mas a todo o assunto de alimento puro e impuro, e isto parecia-lhes serem as partes
mais vitais da Lei. Assim não sabiam o que pensar do dito, "nada há fora do homem que,
entrando nele, possa contaminá-lo, mas o que sai do homem, isso é que o contamina". Os
fariseus tropeçavam numa declaração como esta, pois não podiam admitir a missão divina de
quem lhes dizia isto(Mateus 15.12), e até os discípulos não o podiam entender.
Cerimonialmente várias coisas contaminavam entrando pela boca; porém isto fora designado
para representar a idéia de contaminação moral, enquanto que a maioria dos judeus, embora
escrupulosa quanto a pureza representativa, era inescrupulosa quanto à pureza interior. Nosso
Senhor chamou a atenção para a impureza real e interna. Nisto, como em referência ao
sábado, Ele dirige o povo para as mais profundas significações espirituais da moral que a Lei
foi calculada para ensinar, e assim, não estava mudando, absolvendo ou corrigindo, mas
"completando" a Lei. Seus ensinos abriam o caminho para o abandono das cerimônias da Lei,
mas isto somente pelo desenvolvimento de alguma coisa mais alta. Jesus não disse que todas
as leis de Levítico sobre alimentos podiam ser desconsiderados agora, mas afirmou que o mal
que sai da boca é muito maior do que qualquer mal que possa entrar nela quando se come
alimento ritualmente impuro(v.16). Usando o refrão parabólico: "quem tem ouvidos para ouvir
ouça", Jesus responsabiliza os seus ouvintes.

V. 17-23 - Ao deixar a multidão e entrar em sua casa, os seus discípulos lhe questionaram
sobre a parábola que acabaram de ouvir. E os discípulos apesar de estarem com Jesus
durante todo este tempo(v.18) ainda não estavam preparados para compreender o ensino aqui
revelado. Os judeus tinham muito largamente confundido a contaminação moral. Para corrigir
esta confusão de idéias, nosso Senhor mostra que os artigos de alimento não podem
realmente contaminar, porque passam pelo corpo e saem dele, mas não "entram no
coração"(v.19) e não podem afetar a natureza espiritual; mas as coisas pecaminosas, que são
pronunciadas pela boca, e procedem do coração, são que constituem verdadeira
contaminação. E com esta palavra Jesus declarou puros todos os alimentos(v.20). O que sai
não está limitado somente as coisas faladas, o verso não menciona a boca, mas somente a
idéia geral de entrar e sair do homem, do coração. O coração era considerado pelos judeus e
se fala dele na Bíblia como a sede do pensamento, e vontade, bem como da emoção. Os maus
pensamentos também contaminam o homem: "as prostituições; os furtos; os homicídios; os
adultérios; a cobiça; as maldades; o dolo; a libertinagem; a inveja; a blasfêmia; a soberba; a
insensatez"(v.23). Todas estas coisas más procedem de dentro e contaminam o homem.

V. 24 - A Mulher Cananéia - Jesus afasta-se para as proximidades de Tiro e Sidom. E


encontrou -se com uma mulher de outra raça. Mateus a chama de cananéia e Marcos a
denomina siro- fenícia e grega. Robertson diz que ela era grega em matéria de religião, síria
quanto a língua, fenícia em relação a raça. O diálogo com a mulher parece uma manifestação
nacionalista e racista de Jesus. Parece mas mais não é. Na verdade, havia vários e elevados
motivos para que Jesus agisse assim, e nos veremos esses motivos no decorrer do estudo. O
Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido, não em Israel apenas, mas em todo o mundo.
Para o Salvador, o amor, a atenção e o interesse pela alma humana acham-se acima das
questões de raça ou de nação. E os servos de hoje necessitam seguir o exemplo de seu
Senhor. Os preconceitos existem aqui também entre nós, manifestando-se sob várias formas.
Em alguns casos abertamente, em outros de maneira encoberta. A restrição ao elemento
estrangeiro só porque não nasceu em nossa pátria não encontra apoio nos princípios bíblicos.
A discriminação ou separação contra alguém que não tem pele da mesma cor, ou porque sua

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raça é outra, peca contra os ensinos do Mestre e Senhor. Tiro e Sidom = constituíam a terra
gentílica da Fenícia, a parte mais próxima da qual estavam a distância de quarenta e oito
quilômetros de Cafarnaum. Ele esteve provavelmente da primeira vez na parte sul pertencente
a Tiro, depois na parte norte, no distrito de Sidom(v.31). Era uma mudança agradável para ele
e seus discípulos, no tempo quente de Abril ou Maio, deixar o nível baixo do lago bem mais
baixo que o nível do mar Mediterrâneo, e visitar a região montanhosa da Fenícia.
O propósito de Jesus ao se afastar para as regiões de Tiro e Sidom era o de evitar a
popularidade e descansar um pouco. Mas por que não seria o de encontrar essa mulher, e por
meio dela oferecer aos discípulos de outrora e de hoje, uma lição de fé e amor a todos? Ele
não desejava tomar a sua presença conhecida ali, mas não pode ocultar-se. Ele possuía meios
para afastar-se daquela gente. Isso entretanto atentaria contra a limitação que a si mesmo se
impôs, encamando-se, assumindo a forma humana. Não estaria de acordo também com a
natureza de seu amor pelo homem perdido. Por amor ao mundo perdido, esvaziou-se tomou a
forma de servo, fez-se semelhante aos homens. E humilhou-se até a morte e morte de
cruz(Filipenses 2.5-8). Por amor, não pôde ocultar-se.

V. 25 - Jesus nunca foge ao encontro com a alma necessitada e sincera. Ele chama: "Vinde a
mim, todos os que estais cansados e oprimidos"(Mateus 11.28). Ele não se oculta na Palavra
de Deus. O sincero que o busca ali há de encontrá-lo. Ele não pode ocultar-se numa
verdadeira vida cristã. As palavras, as ações e o brilho, hão de mostrar Cristo. Ele não se
oculta num real lar cristão. A chama de sua presença mostra-se inconfundível em cada cômodo
da casa, e no viver de cada componente desse lar. No quarto de enfermidade de um cristão,
revela-se o próprio Senhor. E púlpito extraordinário para a pregação do evangelho de Jesus é o
leite de morte de um verdadeiro crente.

V. 26 - O pretendido retiro foi interrompido pela insistência da siro-fenícia. Seu sofrimento era
grande. Ela não encontrara outro melo de cura para sua filha, senão o teria buscado. Os judeus
odiavam sua raça, ela o sabia. Jesus ainda não tinha curado alguém do seu povo. Mas ela
insistia o tempo imperfeito: "rogava-lhe" dá bem a idéia de continuidade. Não se trata de
simples pedido, mas de súplica, de clamor continuado. Ante a sua insistência, os discípulos
sentiram-se importunados(Mateus 15.23). No caminho, antes de entrarem na casa para a qual
se dirigiam, a pobre mulher já clamava.

V. 27 - Jesus prova a fé - há aqui um vivo contraste, enquanto ela clama em alta voz, ele
conserva-se silencioso. O motivo disso era desenvolver, fortificar e manifestar a sua fé. O
Senhor foi enviado as ovelhas de Israel(Mateus 15.24). Ele refere-se as bênçãos de seu
ministério como "o pão dos filhos". E esse pão não deve ser dado aos cachorrinhos - ensinou
Jesus para testar a mulher. Primeiro fartem-se os filhos. Jesus não exclui os gentios. Declara
apenas a prioridade de Israel. Os outros teriam sua vez.

V. 28 - A reação da siro-fenícia é uma demonstração de fé, de humildade, de ansiedade e de


profunda compreensão. Ela não reclama. Não questiona. Não se opõe as palavras de Jesus.
Ela não se encontra entre os filhos nem deseja tomar o lugar deles. Não busca um lugar a
mesa o povo judeu tem privilégios especiais, e não pode ser privado desses para a satisfação
dos gentios, por enquanto. Mas da mesa sempre caem algumas migalhas. Os filhos não
aproveitam tudo. Umas poucas migalhas, vindas da mesa do Mestre, são suficientes. "Senhor,
eu desejo apenas um lugar de cachorrinho sob a tua mesa. Nada mais", diria ela.

V. 29 - Jesus exaltou a fé daquela mulher. Mateus diz que ele exclamou "o mulher, grande é a
tua fé!"(Mateus 15.26). E marcos acentua "por essa palavra vai". Uma fé assim não pode
recusada. Esta heroína da fé é um exemplo para todas as pessoas que estão buscando Cristo
espiritualmente. Alguns com a demora se desanimam, até se irritam, quando não se vêem bem
sucedidos como os outros. Aprendamos alguma coisa da humilde perseverança desta mulher.
O ministério visível de Jesus começou primeiro com sua nação. Os judeus deveriam ser

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usados, no plano de Deus, para a conversão do mundo. Eles rejeitaram o Messias, mas a
iniciativa de rejeição seria deles, nunca de Jesus. O Senhor olha também aqui a educação dos
seus discípulos. Seriam apóstolos ao mundo, e esse acontecimento traria para eles boa
oportunidade de observação. Eles, judeus, exclusivistas, nacionalistas, são levados a
interceder pela estrangeira, embora meio constrangidos a isso pela insistência dela e pelas
atitudes do Mestre. Admiraram-se de sua fé, maior que a de muitos em Israel. Há uma outra
razão ainda Jesus conhecia o coração da siro-fenícia. Tinha conhecimento da extensão e da
profundidade de sua fé. Fosse a sua fé um pouco menor seu amor menos profundo, e ela seria
tratada com mais presteza.

V. 30 - E retomando ela para a sua casa encontrou sua filha deitada sobre a cama pois o
demônio já havia saído dela. O Senhor já havia atendido o seu pedido.

V. 31 - Jesus Opera com Poder - saindo de Tiro com destino a Galiléia, Jesus fez um longo
trajeto. Passou ainda por Sidom e também pelas regiões de Decápolis. Isto nos mostra que ao
deixar a região de Tiro, seguiu para o norte, através do território de Sidom, ou através da
cidade mesma Não temos informações quanto ao resto de sua estada na Fenícia. Em seguida
ele devia ter atravessado para o leste, passando o Jordão, e depois para o sul, até que
passando através da região das dez cidades(Decápolis) veio aos portos do lago, a qualquer
parte da sua margem sudeste.

V. 32 - Os amigos do surdo e gago trouxeram-no a Jesus Pediram que o Mestre pudesse a


mão sobre ele Que belo exemplo nos dão esses homens! Quando conduzimos pessoas a
Cristo e elas confessam o Salvador Jesus e recebem a bênção da vida eterna,estamos
fazendo isto. Você tem conduzido a Jesus seus parentes, amigos, colegas de trabalho e
escola, vizinhos, suplicando-lhe que ponha mão divina, misericordiosa e salvadora?

V. 33-37 - Aqui Jesus procede de maneira singular. Jesus tem um tratamento especial para
cada indivíduo. Ele nos trata em termos de pessoa. Ao surdo, ele não falou, mas tocou os
ouvidos. Os dedos do médico divino operam a abertura do sentido da audição. Unindo a sua
saliva à daquele homem, o doador da vida comunica a língua do enfermo o poder de dizer
palavras inteligíveis, sem a necessidade de treinamento para articulação de palavras. Com a
invocação(v.34), erguendo os olhos aos céus, e a ordem em aramaico, abre-te, o milagre
estava feito. Neste caso, Jesus não fez exigência de fé, provavelmente pela dificuldade do
enfermo exteriorizar um sentimento interior. Ele possuía fé, sem dúvida, mas na realidade o
que cura é o poder do Senhor Jesus Cristo(v.35). O Senhor mais uma vez pede que as
pessoas fiquem caladas,mas quanto mais pedia mais o povo divulgava o ocorrido. E
maravilhados publicavam os atos poderosos de Jesus(v.39). Algumas lições práticas:
1. Siga o exemplo de Jesus no trato com pessoas de outra nacionalidade, de outra raça, de
condição social ou econômica diferente. Não deixe que o preconceito daninho e a
discriminação nociva envenenem a sua relação com o próximo. Leia, assimile e pratique Atos
17.26 e Tiago 2.1-13.
2. Fé, humildade, persistência, virtudes admiráveis encontradas na siro-fenícia, são
características de oração que recebe resposta. Examine suas súplicas, e veja se elas possuem
essas características. Não seria a ausência destas virtudes a causa de não serem respondidas
as suas orações?
3. Você observou que Jesus proibia a divulgação dos seus milagres e “quanto mais lho proibia,
tanto mais o divulgavam”? A você e a mim, o Senhor não proibiu, mas mandou proclamar.
Divulgamos nós o poder de Deus para a salvação de todo o que crê?
4. Jesus trata as pessoas de maneira individual. Ele quer um encontro pessoal, ele chama para
um conhecimento pessoal. Aos crentes, ele chama para conceder-lhes pessoalmente uma vida
abundante, cheia de sua graça, do amor do Pai e do poder e da plenitude do Espírito.

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CAPITULO 8

v. 1 - A segunda multiplicação do pães e peixes - A excursão feita pela Fenícia e o retorno ao


mar da Galiléia, vindo de Tiro e Sidom, deve ter durado várias semanas, senão meses; e sem
dúvida deram a Jesus a oportunidade de ministrar mais instruções a seus discípulos
privadamente, o que não está registrado. As notícias da sua chegada à costa sudeste do lago
foram divulgadas por toda a região helenizada conhecida como Decápolis, na Tetrarquia de
Herodes Filipe; e grandes multidões logo seguiram Jesus até à encosta do monte levando
consigo um grupo de pessoas aflitas que Ele se sentiu constrangido a curar(Mateus 15.30). O
tempo passa e as pessoas ficam desprovidas de alimento e o Senhor mais uma vez realiza o
milagre da multiplicação dos pães e peixes. Este milagre é realizado na parte mais ao sul do
lago. Esta grande multidão, segundo informação de Mateus 15.30, era composta na sua
maioria de gentios e também de muitos deficientes físicos: mudos, aleijados, coxos, mutilados,
surdos, cegos, etc.; e ao vê-los com escassez de alimentos o Senhor chama os discípulos para
uma conversa.

V. 2-3 – Compadecido daqueles que ali estavam Jesus intenciona fazer mais alguma coisa
para eles e usa o seguinte argumento: “tenho compaixão da multidão, porque já faz três dias
que eles estão comigo, e não têm o que comer. Se eu os mandar em jejum para as suas
casas, desfalecerão no caminho; e alguns deles vieram de longe”. Eles tinham sem dúvida,
trazido alimento com eles, que agora estava consumido. Mostraram grande zelo de ver, ouvir e
ser curados, permanecendo na região deserta, dormindo no chão duas noites, ao ar livre,
alimentando-se com a comida que tinham trazido, e sem querer ir embora quando ela se tinha
acabado. Aqui observamos que não foram os discípulos que chamaram a atenção de Jesus
para a situação difícil da multidão após três dias de ausência de suas casas, como fizeram
antes no milagre da alimentação do cinco mil(Marcos 6.30-44). Nesta ocasião Jesus mesmo
expressa a sua compassiva preocupação com o povo. Ele não estava querendo mandá-los
embora para as suas casas(algumas distantes) desnutridos, famintos.

V. 4 - Somente numa região com grande cidades poderia em pouco tempo prover-se alimento
para uma tão grande multidão, e esta região estava a alguns quilômetros das mais próximas
cidades de Decápolis. E a resposta dos discípulos é dada a partir da pergunta: “donde alguém
pode satisfazê-los de pão aqui no deserto?” Por incrível que pareça os discípulos que viram o
milagre da multiplicação antes disseram isto. Seria incredulidade? Seria preconceito por ser a
multidão composta na maioria por gentios? De certo Jesus não ligou muito para esta pergunta.

V. 5 - Agora Jesus deseja saber dos recursos disponíveis e eles são sete pães. Ao que parece
os recursos agora são maiores do que da vez anterior. Não que isso facilitasse a tarefa de
alimentar a multidão.

V. 6 - E Jesus ordena que o povo se assente no chão; e havendo dado graças faz uso dos
escassos recursos de que eles dispõem, de maneira que multiplicados sob a sua mão,
revelam-se mais do que suficientes para satisfazer as necessidades da multidão. E os
discípulos são encarregados da tarefa de distribuir o pão à multidão. Eles que questionaram a
Jesus acercada limitação de se alimentar o povo naquele deserto agora são participantes
ativos no processo abençoado por Deus.

V. 7 - Também Jesus abençoou e multiplicou alguns peixinhos que foram distribuídos ao povo.

V. 8 - Comeram e se fartaram. E do que sobrou encheram sete alcofas. Alcofa = do grego


spuris e significa um cesto um cesto grande(veja Atos 9.25 onde Paulo ao descer o muro em
Damasco). Os discípulos parece que estavam que estavam agora munidos de cestos maiores,
porque estavam fazendo uma viagem mais longa.

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V. 9 - E tendo alimentado a multidão de quatro mil homens, sem contar as mulheres e as


crianças, Jesus os despediu.

V. 10 - E entrando no barco com os seus discípulos, foi para as regiões da Dalmanuta = o


único mapa onde localizei esta cidade é datado de 19 de Junho de 1699 e aponta regiões
como a mesma onde temos cidade chamada Betsaida Júlia. Há porém aqueles que preferem
dizer que Dalmanuta e Magdala são o mesmo lugar e então a posição da cidade do lado
oposto do mar da Galiléia. Cabe salientar que no referido mapa de 1699 no lugar onde
encontramos, na maioria dos mapas, a cidade de Magdala encontra-se a cidade de Betsaida.
Diante do impasse criado preferimos acreditar que Magdala e Dalmanuta indiquem o mesmo
lugar e que este lugar era do lado oeste do lago = muitos estudiosos têm feito argumentações
supondo que as narrativas das duas alimentações são de fato um duplo relato de um só
incidente. Mas parece extremamente improvável que os evangelistas Marcos e Mateus
tivessem tomado valioso espaço dos rolos de papiro necessariamente limitados em que
redigiram seus evangelhos, para dar duas versões do mesmo episódio. Além disso, os
números diferentes nos registro do povo alimentado, dos pães disponíveis e dos cestos dos
pedaços que sobraram; a cuidadosa especificação do tipo diferente de cesto usado em cada
ocasião; e o fato de que mais tarde Jesus deu atenção a estas diferenças(Marcos 8.19-20), são
as indicações de que são descritos dos acontecimentos diferentes. Não só o cenário das duas
multiplicações é totalmente diverso, mas também, como já se sugeriu, são diferentes as lições
espirituais que parece que Jesus quis que os seus discípulos aprendessem delas. Embora os
dois milagres sejam realizados do mesmo modo, e sejam sinais de que Jesus possui poder
sobrenatural sobre as coisas criadas, na primeira história parece estar preocupado em que os
discípulos entendam quão completamente dependentes deles terão de estar sempre, se é que
hão de fazer o que Ele quer que façam; e na segunda parece que os está reprovando por sua
falta de empatia com o mundo gentílico em suas necessidades.

V. 11 - Um sinal do céu = Jesus acabara de realizar alguns dos seus maravilhosos milagres:
havia curado muita gente repleta de enfermidades; também alimentou 4 mil pessoas. Despediu
o povo e entrou no barco com os seus discípulos e foi para a região da Dalmanuta. Então
alguns fariseus saíram-lhe ao encontro e se puseram a combater e a tentar ridicularizar a
Jesus e a seus discípulos. Mateus nos informa que também os saduceus estavam
juntos(Mateus 16.1). Eles lhe pediram um sinal do céu, pois queriam experimenta-lo. Alguns
críticos consideram incrível que os saduceus viessem juntamente com os fariseus. Porém, eles
uniram-se temporariamente na mesma hostilidade a Jesus. Para o tentarem, ou provarem com
a esperança que de Ele não resistisse à prova, nem fosse capaz de lhes mostrar um sinal; os
escribas e fariseus tinham pedido um sinal(Mateus 12.38) que lhes foi negado. Agora os
fariseus e saduceus fazem-lhe uma exigência semelhante, especialmente “algum sinal do céu”,
e obtiveram a mesma recusa de antes.

V. 12-13 - Eles poderiam estar pensando em sinais semelhantes aqueles quando Moisés deu
pão dos céus(João 6.30), Josué fez o sol e lua parar, Samuel trouxe chuva e trovão no tempo
da sega, Elias invocou fogo do céu, e a uma ordem de Isaías, a sombra voltou atrás no
quadrante. Provavelmente alguns judeus esperavam realmente sinais da aproximação do
Messias; mas o presente pedido foi feito com más intenções, Jesus prometeu “grandes sinais
do céu” em conexão com a sua segunda vinda(Mateus 24.29) e predisse que os falsos cristos
fariam grandes sinais(Mateus 24.24).
A atitude deles provocou um profundo suspiro em Jesus que logo entendeu os objetivos
mesquinhos dos fariseus. O pedido provocante de que Jesus fizesse um sinal nos céus soou
aos ouvidos de Jesus como uma verdadeira agressão. Decidiu então, não realizar nada para
provar a sua divindade e disse-lhes que aquela geração não veria sinal algum. Deixando-os
atônitos tornou a embarcar e foi para o outro lado do Mar da Galiléia. Uma das razões pelas
qual Jesus se havia retirado da Galiléia, foi a hostilidade dos fariseus. Agora novamente ele se

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retira para as vizinhanças de Cesaréia de Filipe, a região mais afastada de Jerusalém e seus
partidos malignos: escribas, fariseus e saduceus.Os ecos de um suspiro – este suspiro
profundo de Jesus ecoa como reflexo da sua avaliação diante do comportamento dos que
agiram incorretamente. Jesus Cristo, ainda hoje, continua suspirando quando as pessoas agem
de maneira que o aborreça. Isto porque:
1. A primeira atitude que o aborrece é a irreverência em relação à sua pessoa. Sempre que a
Bíblia fala dos fariseus revela que seus atos são desrespeitosos quanto à pessoa de Jesus
Cristo. Questionando a natureza divina dos milagres de Jesus; duvidando da honestidade de
Jesus em relação ao cumprimento das Leis; agindo com hostilidade. Jesus os considerou como
hipócritas, transgressores da Palavras de Deus e guias cegos do povo. Também hoje as
pessoas estão provocando e questionando a pessoa de Jesus Cristo. Os homens e mulheres
que duvidam da divindade de Jesus são irreverentes e provocam suspiros no Senhor; pessoas
pedem sinais: curas, bênção, empregos, casas, só para testarem se realmente Jesus é o Filho
de Deus e até blasfemam quando os seus “pedidos” são negados. Que direito têm as pessoas
perdidas em seus pecados de questionar o Filho de Deus? A irreverência é uma atitude que
Deus detesta(Hebreus 12.28).
2. A segunda atitude que o aborrece é indiferença em relação a mensagem de Cristo. Os
fariseus sempre se fizeram indiferentes quanto à mensagem de poder e salvação proclamada
por Jesus. Se consideravam os reais cumpridores dos requisitos da Lei de Moisés. Jesus,
porém, surge com uma nova mensagem de arrependimento de pecados e fé salvadora. A
observação da Lei seria importante no processo de salvação mas o convite de Jesus destaca a
graça, o amor de Deus e a fé na pessoa do unigênito Filho de Deus como o único meio de ter a
vida eterna. A mensagem libertadora de Jesus não impressionou os fariseus pois estes
movidos de preconceitos e pela indiferença não desejaram obedecê-la. Esta mensagem
poderosa, vibrante, transformadora tornou-se nula àqueles homens. Fizeram pouco caso das
palavras oportunas de Jesus que apregoava o perdão dos pecados e a salvação de Deus. O
fato de pedir um sinal não queria dizer que eles prestariam atenção à mensagem de Jesus.
Mais uma vez estariam dispostos a manter o comportamento irreverente, ridicularizando e
debochando tanto da pessoa quanto da mensagem de Jesus Cristo. Muitas pessoas hoje, já
ouviram a mensagem de Jesus e não se importaram com o seu conteúdo. A boa nova de que a
salvação da condenação do pecado e da certeza da vida eterna em Jesus Cristo é rejeitada
pelos indiferentes. Indiferença é a atitude de não demonstrar interesse. A vida eterna oferecida
gratuitamente é o conteúdo da mensagem de Cristo. Esta mensagem não lhe interessa?
3. A terceira atitude que o aborrece é a incredulidade em relação à sua obra. Os fariseus eram
incrédulos porque desprezaram, rejeitaram a obra de Cristo. O incrédulo não vai crer nunca
pois escolheu no seu coração rejeitar a obra de Cristo. A obra que Cristo realizava nos seus
atos revelava a dimensão generosa do amor de Deus. Informa-nos a Bíblia que Ele curava os
enfermos, dava visão aos cegos, fazia os mudos falarem, dava audição aos surdos, levantava
paralíticos, curava os leprosos e ressuscitou os mortos. Também revela-nos a Bíblia que Jesus
perdoava pecados, expulsava demônios e garantia vida eterna para aqueles que o
seguissem(caminho, verdade e vida). O ponto máximo de sua obra deu-se na cruz quando ele
foi entregue à morte como sacrifício substitutivo pelo meu e pelo seu pecado. Ali pagou o preço
estipulado pela condenação do pecado. Porém, ao terceiro dia ressurgiu dentre os mortos
consumando assim a sua obra redentora e nos dando a garantia de que com Ele seremos
vitoriosos e temos a vida eterna. Mas para se apropriar desta certeza é necessário crer em
Jesus e em sua obra redentora. Porém, muitas pessoas preferem agir como os fariseus e
mergulham no poço da incredulidade e se afogam nas tentativas individuais de salvarem a si
mesmas.

V. 14 - O fermento dos fariseus = enquanto navegavam em direção a Betsaida perceberam que


não havia abastecido o grupo com pães suficientes. A idéia aqui é de que eles se esqueceram
de preparar o barco e ao chegarem do outro lado foi de que deram conta do esquecimento. E
Marcos revela que só tinham consigo um pão que era o mesmo que nada para alimentar todo o

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grupo. Os sete grandes cestos de pedaços que sobraram do milagre, foram provavelmente
dados à multidão para consumo posterior, ou aos pobres de Magdala(Dalmanuta).

V. 15 - E Jesus, entretanto, pensava nos fariseus e saduceus, de cuja malignidade e dureza de


coração acabara de escapar. Estes grandes partidos político-religiosos tinham enorme
influência. Os discípulos tinham sido educados a respeitá-los, e em razão disto Jesus não
perdia a ocasião de adverti-los, contra seus ensinos e influência. “Fermento dos fariseus e
fermento de Herodes” = indicam uma tendência perniciosa; uma doutrina má, cheia de
legalismo rígido e de sofismas causuísticos, de oportunismo político e de materialismo
mundano. Porém, os discípulos, não estavam de modo algum preparados para ver a expressão
figurada e espiritual das palavras. Eles interpretavam tudo literalmente, supondo que o Mestre
os censurara por não terem fornecido de pão, e que os estava advertindo para que não
comprassem pães feitos com a classe de levedo usado pelos fariseus.

V. 16 - Esta negligência e as palavras de Jesus mal interpretadas causaram um mal estar e


intranqüilidade fora do comum. Pode ser também que “imaginavam que Ele estivesse
aborrecido com eles por não trazerem consigo o pão dos sete cestos porque achavam que ele
estava contaminado, visto que tinha sido manuseado por gentios”.

V.17-18 - Jesus os repreende, porém, não por sua falta de caridade, mas por sua ansiosa
preocupação nascida da falta de fé. Com uma fé mais forte nEle, eles teriam sobreposto às
ansiedades temporais, e ficado em condições de entender as suas instruções espirituais. Os
acusa de incompreensivos, corações duros, cegos, surdos e esquecidos.

V. 19-21 - Ele rememora os pormenores dos incidentes da alimentação e deixa entrever que
poderia alimentá-los como alimentara duas vezes as multidões. Mateus acrescenta que eles
compreenderam que o alerta era para que se guardassem da doutrina dos fariseus e dos
saduceus(16.12). Os fariseus e saduceus ensinavam idéias concernentes à verdade e dever
religioso em geral e em particular concernentes ao reino messiânico que para os apóstolos
seriam enganosas e corruptoras. Herodes representa um certo tipo de opinião política e
religiosa aceita pelos herodianos, que mal guiava os proclamadores do reino espiritual
messiânico. Esta exortação era uma preparação para a grande instrução que estava para dar-
lhes, concernente à sua verdadeira missão como Messias.

V. 22 - O cego de Betsaida = logo assim que chegaram à Betsaida trouxeram-lhe um cego e


rogaram-lhe que o tocasse. Um cuidadoso estudo do ministério de Jesus revelará que ele agiu
de diferentes maneiras com as pessoas que foram trazidas ou que se dirigiram a ele. No seu
ministério terapêutico vemos que ele considerava o indivíduo e ainda que o problema pudesse
ser o mesmo, o método usado pelo Mestre era diferente.

V. 23-26 - Para o cego de Jericó, ele perguntou o que ele queria já que insistentemente
clamava por sua misericórdia. O cego desejava enxergar e o Senhor lhe deu a visão. Ao cego
de nascença(João 9), Jesus deu a ordem que fosse lavar-se no tanque de Siloé logo após ter
colocado uma lama feita com a sua própria saliva em seus olhos. No caso em questão Jesus o
tomou pela mão levando-o para fora da aldeia; cuspiu nos seus olhos, e ao impor-lhes as mãos
pergunta se ele está vendo alguma coisa. E o homem enxergava com alguma dificuldade. E o
argumento que o homem usou foi esse: “estou vendo os homens; porque como árvores os
vejo andando”(v.24). Então o Senhor colocou novamente as mãos sobre os olhos do homem
que agora podia ver nitidamente. Depois disso Jesus mandou-o para casa e recomendou que
não entrasse na aldeia. Aqui vemos Jesus respeitando as diferenças individuais e procedendo
com cada pessoa de acordo com suas necessidades particulares. Este evento é uma das
poucas vezes, senão a única vez, que Jesus curou em etapas.

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V. 27 - A confissão de Pedro - Jesus prediz a sua paixão = Jesus caminhava com os discípulos
de Betsaida para Cesaréia quando lhes perguntou: “Quem dizem os homens que eu sou?” Ele
bem sabia o que os homens pensavam a respeito dele. A pergunta não é feita diretamente ao
homens, mas aos seus discípulos. Ele queria saber se os seus discípulos estavam cientes do
que pensavam os “outros” a respeito do seu Mestre. Jesus sabia que o momento crucial em
sua vida estava chegando e era hora de revelar verdades que iriam preparar a vida dos seus
seguidores. Cesaréia de Filipe era uma cidade que ficava no sopé do Monte Hermom, na fonte
principal do rio Jordão, ao norte da Palestina. Essa cidade torna-se, no relato do evangelhos,
uma das mais importantes, por causa desse interrogatório de Jesus sobre o que pensavam os
seus contemporâneos a seu respeito. Esse evento na vida de Jesus é considerado o pivô do
ministério de Jesus, pois é a partir da resposta às perguntas de Jesus que surge a verdadeira
confissão de fé que faz com que Jesus revela algo a respeito do seu ministério que não havia
mencionado anterioremente.

V. 28 - Antes de chegar a esse momento, Jesus havia feito muitas curas, milagres, ensinos,
discursos, etc. Já tinha sido o suficiente para despertar, tanto nos seus seguidores como nos
outros ouvintes, o tão costumeiro hábito de rotular as pessoas. Jesus desejava que os
discípulos manifestassem a sua própria opinião. Ele sabia que naquele tempo, com sabe hoje,
quão errôneos são os juízos que os homens fazem dele. A resposta dos discípulos revelou que
a personalidade de Jesus provoca as mais desencontradas opiniões:
1) João o Batista = por causa da terrível morte que ele tivera sob as mãos de Herodes Antipas,
corria uma lenda que Jesus, uma figura que havia se tornado célebre(6.14), seria João Batista
que havia ressuscitado dentre os mortos.
2) Elias = uma das figuras mais proeminentes do Antigo Testamento, sobre quem não se
registra que tenha morrido e, por isso, facilmente poderia se imaginar que viria à terra para
cumprir seu ministério. Além do que muito supunham que ele fosse o precursor do Messias.
3) Jeremias = Jeremias era no tempo de nosso Senhor grandemente venerado entre os
judeus(Mateus 16.14). E também foi confundido com Jesus.
4) Alguns dos profetas = Jesus em seu estilo de ensino e autoridade, lembrava o ministério dos
grandes profetas do Antigo Testamento.
Mas nenhuma classe do povo neste tempo o considerava como o Messias. E como poderiam
crer, quando a sua idéia era que o Messias seria um grande rei e conquistador? A confissão
dos títulos que os discípulos encontram entre o povo vinha da falsa expectativa de messias de
fato esperado. Ainda hoje o mundo tem as mesmas idéias errôneas a respeito de Jesus por
falta de conhecimento pessoal e experimental de sua pessoa. Freqüentemente lemos e
ouvimos alguém que, pensando exaltar a Cristo, confere-lhe títulos pomposos como os de
filósofo, grande mestre, sociólogo, moralista, etc. Jesus nunca buscou honrarias humanas.

V.29 - Para Jesus chegava o momento de cobrar dos discípulos uma tomada de consciência,
bem como uma definição a respeito de sua fé. “Mas vós, quem dizeis que eu sou?” Agora era o
momento de passar do conhecimento das idéias que os outros têm de Jesus para a confissão
da própria existência. Os discípulos tinham partilhado da intimidade de Jesus, haviam sido
ensinados particularmente sobre o significado das parábolas, tinham experimentado os
milagres feitos por Jesus e tinham sido chamados pessoalmente por Ele. Ele é que poderiam
dar a resposta certa à questão da identidade de Jesus. Jesus queria que eles o confessassem
como o verdadeiro Messias. Os outros haviam entendido a pessoa de Jesus em bases místicas
e supersticiosas, mas Jesus queria fé genuína, baseada no correto entendimento de sua
pessoa e missão. Jesus tinha caminhado por muitas estradas com seus discípulos. Agora era
necessário saber como estava sua fé. Ele não queria morrer e deixar seus discípulos
desiludidos sem saber que tipo de mestre haviam seguido. Jesus conhecia muito bem a sua
geração e sabia que tipo de esperança messiânica o povo nutria e precisava mudar essa
concepção a partir de seus discípulos. Era hora de esclarecer.
A resposta de Pedro é a resposta e não apenas uma resposta. Ele envolve os elementos
essenciais da natureza de Jesus. Ele é o Cristo e Mateus acrescenta: ”o Filho do Deus Vivo”.

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Pedro devido a sua natureza impulsiva, que às vezes lhe trazia dificuldades, fazia com que ele
fosse o intérprete de todos e o mais apropriado para isso, em razão de sua dedicação ao
Mestre. O fato dos outros permanecerem silenciosos, não é a prova de que não
compartilhassem dos seus sentimentos. Dois ou três anos depois de sua primitiva persuasão
chegaram à convicção, ainda que contrariamente à convicção de toda a sua existência anterior,
que o seu mestre era o Messias. Num mundo confuso, precisamos firmar bem nossa fé em
Cristo, sob o risco de não sabermos o que pesam os outros e o que de fato pensamos. O que
Pedro estava dizendo era uma confissão de fé em Jesus como o Cristo, e isto compreende o
fato de que todas as expectativas do Antigo Testamento se cumpriram em Jesus. Confessá-lo
como o Cristo é confessá-lo como Senhor, Salvador, e como o próprio Deus.

V. 30-33 - A primeira vista, parece estranho Jesus ter pedido aos discípulos que fizessem
silêncio sobre o fato dele ser o Messias(v.30). O propósito era fazer com que eles
compreendessem primeiro o real significado do tipo de Messias que ele era e depois então,
quando fosse a hora, poderiam anunciar. Quando Jesus fala de padecimento, rejeição e
morte(v.31), está falando de algo que os judeus não esperavam do Messias. Para eles o
Messias era tudo, menos fraco e sofredor, mas Jesus diz que o seu ministério como Messias é
muito diferente das expectativas. Jesus não usa o termo “messias” para si mesmo; apenas
aceita a designação. O termo preferido dele era “Filho do Homem”. A razão disso é que a
expressão poderia significar humanidade e divindade ao mesmo tempo. O ministério de Jesus
era primeiro sofrer; a glória viria depois. Jesus falou que ia sofrer, ser rejeitado pela classe
dominante na sociedade de sua época, ou seja, os anciãos, os líderes dos sacerdotes e os que
lidavam com a interpretação da Lei, os escribas.
Os que poderiam influenciar o povo seriam os primeiros a querer a morte de Jesus. Depois
disso tudo é que viria o momento maior, o momento de glória de sua vida na terra: a
ressurreição. A compreensão dos discípulos era a de qualquer judeu: um Cristo político que
libertaria o povo do domínio romano, restauraria a glória do reinado de Davi e inauguraria uma
era de prosperidade e domínio sobre todos os povos. É neste contexto que devemos entender
a reação de Pedro(v.32). Diante das palavras de Jesus, Pedro, sentindo-se frustrado, adverte a
Jesus, e essa repreensão vem do espírito das expectativas de Pedro e de seus companheiros
em relação ao Messias. Pedro foi influenciado por Satanás ao dizer essas coisas(v.33) e Jesus
sabia que satanás queria desvirtuar o verdadeiro sentido de seu ministério, que era a salvação
de todos os homens. Desta conversa podemos subtrair as seguintes lições:
1) Precisamos ter uma correta compreensão da pessoa de Jesus. Antes que Jesus falasse de
sua missão, perguntou aos seus discípulos o que eles pensavam a respeito de sua pessoa.
Vivemos em dias que precisamos, mais do que nunca, firmar nossa convicção de quem seja
Jesus. Uma das razões é a quantidade de grupos religiosos chamados cristãos que divergem
entre si. A pessoa de Jesus corre o risco de ficar obscurecida pelas doutrinas dos diversos
grupos. Além de sua pessoa ficar multifacetada, a confusão na mente das pessoas que
precisam da conversão é também muito grande, pois em vez de ficarem frente à frente com o
Cristo vivo dos evangelhos, o Senhor do senhores, o Rei dos reis, o Senhor exaltado e
soberano, o único capaz de salvá-las, ficam diante de uma figura tosca, pintada pela liturgia
romana, de um Cristo ineficaz de muitos grupos que, ao que parece, pensam ser o Espírito
Santo o único com poder, ou ainda um Cristo dogmático de muitos credos. Ele é o que o Novo
Testamento apresenta e a cristologia deve ser, antes de tudo, uma cristologia neo-
testamentária, baseada numa interpretação e exegese sadias.
2) Precisamos ter uma correta compreensão da missão de Jesus. A compreensão da pessoa
leva inevitavelmente à compreensão da missão. A obra de Jesus deve ser entendida em
conformidade com o seu ensino e o dos apóstolos. Jesus veio primariamente para revelar Deus
aos homens e trazer estes à plena comunhão com o Criador. Ele é o Redentor através de sua
morte. Ele não veio para promover espetáculos de curas, milagres e exorcismos. Estes foram
feitos para mostrar que o Reino de Deus vinha, com poder, instaurar-se na história humana, e
de agora em diante já estava posto um julgamento diante dos homens. Dependendo da

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decisão, era ou a vida eterna ou a condenação da mesma forma eterna. É à luz da missão de
Jesus que devemos cumprir com a nossa missão, pois ela é a continuação da de Jesus.

V. 34 - A Lei da Cruz = Jesus aproveita a resposta de Pedro para ensinar sobre a natureza do
discipulado cristão. Ser discípulo é ser aprendiz, é viver num estado constante de aprendizado,
é buscar continuamente o Mestre para cada detalhe da vida. Mas há um preço a pagar por
tudo isso: a nossa própria vida. Discipulado é um estilo de vida. Quem acha que já aprender
tudo deixou de ser discípulo e já passou a mestre; estas palavras não são para mestres, mas
para discípulos. O discípulo verdadeiro compreende a natureza da missão de Jesus, e isso o
leva a um aprendizado seguro e maduro. A missão de Jesus era mais ampla do que a visão
dos seus contemporâneos. O discipulado não exige só conhecimento; exige comprometimento.
Muitas pessoas sabem muitas coisas sobre Jesus, mas não são discípulos de Jesus. Mais que
conhecer é preciso pertencer a Jesus, seguir a Jesus. O discipulado cristão exige:
1) Voluntariedade = Jesus disse: “se alguém quiser vir após mim”. O “vir após mim” significa
tornar-se discípulo de Jesus, e isso é voluntário. Não há violação de nossa vontade, pois
precisamos exercer o direito da “vontade”; por isso se fala “se alguém quer”. O discípulo cristão
deve buscar sua motivação em seguir a Cristo. Por que sou discípulo de Cristo? A resposta
deve ser pessoal, mas podemos arriscar relacionar alguns tipos de seguidores: a) os que
seguem dividindo sua lealdade, “com um pé na igreja e outro no mundo”; b) os que seguem por
necessidade emocional, “precisam de amigos e de serem reconhecidos”; c) os que seguem
porque os pais obrigam, “vivem na igreja por tradição e não por convicção”. Poderíamos
duplicar a lista, mas esses tipos são suficientes para termos idéia de que há muita gente
equivocada e dando passos falsos em sua caminhada com Cristo. Os que porventura, estão na
lista acima, ou mesmo errados, não precisam abandonar a igreja ou a Cristo, mas avaliar suas
motivações e se colocarem no caminho certo.
2) Renúncia = “negue-se a si mesmo”. Esta é outra exigência do discipulado: dizer não a si
mesmo. Quando aceitamos a Cristo como Salvador, não podemos deixar de aceitá-lo como
Senhor, e isso significa colocá-lo no centro de nossa vida. Enquanto não aceitamos a Cristo,
nossa vida é egocêntrica, isto é nós mesmos estamos no controle(se outra coisa ou pessoa
não a está controlando) e nos tornamos egoístas e, como conseqüência, não há lugar para
Deus. O discipulado exige renúncia do eu. Em termos práticos, a renúncia do eu, significa que
os meus interesses são os de Cristo e do seu reino. Não vivo mais para mim mesmo, mas para
o Senhor(Gálatas 2.19,20). Tudo isso não significa assassinato intelectual, mas voltarmos ao
que sempre deveríamos ser: pessoas completas e maduras, vivendo em comunhão com
Deus.
3) Disposição Completa = O discipulado há de ser mais que voluntário e uma auto-negação;
ele há de nos levar à disposição completa. Isso quer dizer que devemos estar dispostos a tudo.
O “tome a sua cruz” não admite o significado que muitos têm dado de suportar as pessoas que
são um problema para nós, como alguém disse: “a minha cruz é o meu marido”. Jesus estava
para ser crucificado, era o momento de tomar a sua cruz, e quando ele desafiou os discípulos a
tomarem cada um a sua cruz, queria dizer que eles, como verdadeiros discípulos, deviam estar
preparados para até, se necessário fosse, enfrentar à morte. Devemos estar à disposição de
Deus a todo instante, todo momento.
4) Perseverança = A cada dia deve o discípulo consentir e determinar de novo ir adiante,
através dos sofrimentos e mesmo da morte. “Siga-me” foi a ordem dada para que os discípulos
pudessem receber as instruções; aqui nesta etapa, devia segui-lo no caminho do sofrimento,
segui-lo até no caminho da morte. E, para isso, manterem-se perseverantes era extremamente
necessário.

V. 35-9.1 - Quando olhamos para a natureza do discipulado e as suas exigências com os olhos
humanos, temos a tendência de acharmos que a missão é muito difícil. Ser um verdadeiro
discípulo exige que se viva, de fato e de direito, pela fé. É neste ponto que muitos tropeçam:
além de não conhecerem a natureza do discipulado, desconhecem também os valores sobre

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os quais ele está baseado. Por isso é necessário compreendermos algumas coisas sobre o
discipulado:
1) Compreensão sobre o valor da vida(35-37). O problema não reside apenas na falta de
conhecimento a respeito do discipulado, mas principalmente no sentido da vida. Para a maior
parte das pessoas a vida é medida pelo possuir, pelo ter, e não pelo que se é. Vivemos numa
sociedade marcada pelo consumo. Parece que só é pessoa aquele que tem TV a cores,
aparelho de som, computadores, vídeos, carros, casas, dinheiros, etc. Jesus tem uma visão
completa do ser humano(Lucas 12.13-21) e totalmente diferente do que pensa a sociedade
hoje em dia. O desafio ao discipulado pode ser aceito quando estamos dispostos a perder a
vida(v.35) porque compreendemos o verdadeiro valor dela. Vivemos em função do amor a
Cristo e ao evangelho! Parece uma expressão muito simples, mas ela compreende toda a
nossa vida cristã. Amor a Cristo significa viver de acordo com o que ele ordena para as nossas
vidas(João 15.9-12; 1 João 2.3-11). Amor ao evangelho significa que as boas novas que Jesus
veio trazer ocupam um lugar de grande importância em nossas vidas.
Muitos não são verdadeiros discípulos porque não sabem do verdadeiro valor e significado da
vida(v.36). A figura aqui é, provavelmente a de um lucro e perda em transações comerciais,
nas quais se subtrai dos lucros as perdas que houve, para ver o resultado líquido que fica. São
comparados o lucro e a perda na grande transação comercial, e a própria vida do homem, no
sentido espiritual eterno, é a perda, qual será pois o lucro? Contudo, num negócio terreno uma
pessoa pode prosperar depois e readquirir por compra a propriedade perdida(v.37). Mas o que
dará o homem pela sua alma a fim de comprá-la novamente? Este é o dilema da vida
humana: quem deixar as coisas de Cristo em função das deste mundo terá prejuízo
eterno. Temos aqui mais um alerta sobre a maneira como devemos encarar os compromissos
com cristo e termos valores mais altos no relacionamento com o Senhor(v.38). Esta retribuição
vindoura mostra a importância da salvação da alma e há aqui uma referência especial à idéia
de recompensa por fazer e sofrer no seu serviço. E quando o Senhor vier se envergonhará de
todos aqueles que se envergonham dele.
2) Compreensão do valor da vida no futuro(9.1). Não esperamos por Cristo só para esta
vida(1Coríntios 15.19). Há um futuro à nossa espera. A segurança que temos para com o
futuro começa com a nossa confissão de Jesus como nosso Salvador, e com isso não
estaremos nos envergonhando do Filho do Homem e estaremos prontos quando ela vier “na
glória de seu Pai com os anjos santos”. Esta passagem(9.1) não é muito fácil de ser
interpretada; muitas sugestões foram dadas para a expressão “até que vejam o reino de Deus
já chegado com poder”. Uma delas é que se refere a transfiguração, que é o relato logo após,
mas não haveria necessidade da referência à morte de alguns, caso fosse verdade esta
interpretação. Outras se refere ao Pentecostes que, baseado em Atos 1.8, foi a demonstração
do poder de Deus quando derramou o Espírito Santo. Seja qual for a resposta, não podemos
pensar ou falar do final de todas as coisas, porque senão a frase “alguns há que de modo
nenhum provarão à morte” ficaria sem sentido. O sentido mais natural é que as pessoas
presenciariam acontecimentos que demonstrariam grande poder na vida de Jesus nos dias
seguintes e os mesmos podem se referir à sua morte, sepultamento e ressurreição, assim
como o derramamento do Espírito. Esses não são acontecimentos gloriosos e de grande
poder? Não são eles sinal de que o reino de Deus é chegado com poder?

Há importantes verdades a respeito da nossa vida de discípulos. Somente aqueles que estão
dispostos a pagarem o custo do discipulado é que podem praticá-las porque:
1) O seguir a Cristo tem suas exigências. O próprio discipulado é uma exigência. Ser discípulo
é ser aluno, ser aprendiz; é estar na escola de Jesus, em constante postura de aprendizado.
Aprendizado não é apenas ouvir e depois se esquecer; antes, é ouvir e praticar o que foi
ensinado pelo Mestre. Muitos estão fracos espiritualmente porque são péssimos alunos. Uma
das lições a ser aprendida e, diga-se, a primeira lição, é a renúncia do eu. A nossa tendência é
fazer a nossa própria vontade, e esta volta-se contra a vontade de Deus, esquecendo-se de
que a dele é “perfeita e agradável”. O discipulado exige um preço de nós, caso queiramos levar
a vida cristã a sério, precisamos pagá-lo. Não há lugar para uma vida em que haja facilidades

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espirituais, a ponto de nada realizarmos por amor à obra do evangelho. A renúncia do eu e o


tomar a cruz referem-se ao esvaziamento de si mesmo e o cumprimento da missão que Jesus
nos tem confiado. O tomar a cruz é o nosso preço, isto é, viver com Cristo até o ponto de, se
preciso for, morrer na cruz com nosso Mestre. Estamos dispostos a isso?
2) Os valores do reino de Deus são mais importantes que os da vida terrena. Quem perder a
vida a ganhará, e quem ganhar a vida a perderá. Aos olhos humanos essa parece uma lei
absurda! Como pode alguém perder e ganhar e outro ganhar e perder? É o paradoxo. As leis
do reino de Deus funcionam segundo a lógica de Deus, e não dos homens; por isso mesmo, o
reino é de Deus. Aquele que achar que a sua vida é mais preciosa que os valores do reino de
Cristo acabará perdendo a vida preciosa que lhe é outorgada pela graça de Deus, mediante a
vida de Cristo(João 10.10). Aquele que preferir os valores do reino de Deus, em detrimento de
sua própria vida, negando-a, ganhará a vida eterna em Cristo Jesus. A renúncia não é uma
perda irreparável. Se observarmos as bênçãos que acompanham a salvação, que se dá
exatamente porque tivermos a coragem de “perder a vida”, ficarmos extasiados. Basta que
leiamos com atenção o Novo Testamento, para nos convencermos desta realidade(Romanos
5-8). Quantas bênçãos reservadas para aquele que é “justificado pela fé”(Romanos 5.1).
Alcançamos a paz ao sermos livres da ira de Deus(Romanos 5), fomos libertos da condenação
do pecado(Romanos 6), tornamo-nos livres da Lei(Romanos 7) e fomos livres da
morte(Romanos 8). Somente aqueles que não param para fazer a “contabilidade” cristã é que
não percebem a riqueza que se ganha quando se renuncia a própria vida por amor a Cristo.
Cristo requer exclusividade porque ele sabe que ninguém pode servir a dois senhores ao
mesmo tempo.

UM BREVE COMENTARIO DE MARCOS A PARTIR DE UMA PERSPECTIVA


SINÓTICA

CAPITULO NOVE

V. 2 – A Transfiguração = A cena da transfiguração supõe-se geralmente ter ocorrido no Monte


Tabor, na baixa Galiléia. Mas cremos ser esta suposição incorreta porque a conversa que
procedeu a transfiguração ocorreu, seis dias antes, no distrito de Cesaréia de Filipe. É verdade
que Jesus poderia ter voltado a Galiléia durante estes dias e seguido para o sul ao Monte
Tabor, mas sabemos que ele estava evitando neste período a Galiléia por muitas razões. Além
disso, Marcos nos informa que do lugar da transfiguração eles foram adiante e passaram pela
Galiléia tão recatadamente quanto era possível, em direção a Cafarnaum (v.14, 30,33), e dali
se encaminharam para Jerusalém. Tudo isto faz que a hipótese de uma viagem apressada ao
Tabor, e uma volta repentina sejam improváveis. Soma-se ao fato que alguns estudiosos dizem
que havia naquele período uma cidade fortificada no Monte Tabor, o que teriam feito com que o
seu pico, estreito e arredondado, fosse um lugar de todo impróprio para tal retiro. À vista destes
fatos, quase todos os escritores modernos concordam que a transfiguração deve ter ocorrido
nas vizinhanças de Cesaréia de Filipe. “A um alto monte” = indica algum dos numerosos
contrafortes da cordilheira do Hermon, porque escalar qualquer um deles e voltar, é uma
viagem muito fatigante de doze horas. E seria exporem-se a demasiado frio, passar ali uma
noite ao ar livre, mesmo numa tenda. Jesus levou consigo Pedro, Tiago e João. Por que?
Porque evidentemente eram mais íntimos de Jesus e exerciam uma liderança natural no grupo.
Eles através da convicção operada em suas mentes pelo que viram convenceriam e
influenciariam a todos os demais. Eles foram levados “à parte” para orarem juntamente com
Jesus (Lucas 9.28); e enquanto orava, sua aparência total foi alterada, pois se transfigurou
diante deles.

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V. 3 - As suas vestes ficaram mais brancas do que qualquer lavanderia na terra poderia lavá-
las. Diz-nos Mateus que o rosto de Jesus brilhava como o sol (Mateus 17.2) e a sua roupa
tornou-se branca com a luz. Na transfiguração, o rosto daquele que é maior do que Moisés
brilhou, não com glória refletida, mas com glória não tomada por empréstimos, semelhante aos
raios do sol.

V. 4 - “Moisés e Elias...”. “Falavam com Jesus” - A posição de Elias e Moisés tem sido
interpretada tradicionalmente como sendo uma alusão aos profetas e à Lei; indicando desta
forma que Jesus representa a continuação da relação de Deus com o povo, e que a obra de
Deus, seu plano para o homem, encontra conseqüência em Cristo. É bom que se note bem o
significado deste episódio, mais do que a sua forma ou como se deu a transfiguração. Quando
os eruditos se detiveram no como ocorreu a transfiguração, se foi uma visão ou se foi uma
aparição histórica, perderam de vista o significado profundo e muito importante da passagem.
Elias e Moisés juntamente indicam a hora do cumprimento de tudo quanto o Antigo Testamento
prenuncia. Somente Lucas nos conta que o assunto da conversa era a partida de Jesus (9.31)
ou a morte de Jesus. Isto revela a posição central ocupada pela morte de Jesus. O emprego da
palavra êxodos para a morte é incomum e nos faz pensar sobre a tipologia do Êxodo. O Êxodo
libertara Israel da escravidão. Jesus, mediante o seu “êxodo” livraria o seu povo de uma
escravidão muito pior. Não é claro no texto se os discípulos ouviram ou não esta conversa; de
qualquer maneira, ela foi em parte designada para benefício do próprio salvador; para que
fosse confortado em vista dos sofrimentos e morte com os quais a sua mente estava agora
preocupada. O fato de Jesus representar a continuidade da obra de Deus na vida de seu povo
é de um significado muito grande. Significa que Deus estava ali com eles, agora encarnado,
para lhes anunciar a sua vontade.

V. 5-6 - O apóstolo Pedro fala neste texto, num momento quando deveria apenas ouvir e ver.
Já que ele estava assustado e não sabia o que dizer. Há momentos na vida em que
precisamos saber ouvir o que Deus está nos falando, ou ver o que Ele está nos mostrando.
Moisés e Elias ali reconheciam em Jesus aquele que é o cumprimento de tudo que está
incorporado na Lei e nos profetas. Moisés, Elias e Jesus não possuem igual autoridade como
reveladores da vontade divina; e agora que veio o que é perfeito na pessoa do Filho do Deus
Vivo, aquilo que é em parte é posto de lado, no sentido de que se cumpriu. Diz-nos Lucas que
foi enquanto Moisés e Elias se afastavam para deixá-lo, que Pedro propôs a construção de três
tendas de modo que pudessem prolongar a estada dos ilustres visitantes.

V. 7 - Mas qualquer que tenha sido o motivo de Pedro, sua oferta não poderia ser aceita, pois o
propósito primário do aparecimento de Moisés e Elias foi saudar o seu divino sucessor, e
deixá-lo só em sua incontestável supremacia, o único objeto de veneração dos seus discípulos.
Concomitantemente, antes de Pedro terminar o que tinha para dizer, desce a nuvem sobre os
três vultos principais; dela a voz divina dá autorizado testemunho da unicidade de Jesus; e sob
a cobertura luminosa da nuvem, desaparecem Elias e Moisés. Esta voz divina confirma, tanto a
confissão de Pedro, quanto o fato de Jesus aceitar aquela confissão como sinal de que lhe
chegara o tempo de iniciar os seus discípulos na verdade de que o Filho do Homem tinha de
sofrer. Ele deve ser ouvido mesmo quando falar da necessidade de sua morte. Tinham de
aprender que era só por meio da morte que Jesus poderia entrar em sua glória.

V. 8 - E quando recobrados do medo e do pavor olharam ao redor e não viram mais ninguém a
não ser Jesus.

V. 9 - “Enquanto desciam do monte” = esta descida numa manhã de verão deve ter sido
acompanhada de deliciosas reflexões sobre o que eles tinham testemunhado. Aqui eles
tiveram uma confirmação maravilhosa de sua fé, de que Jesus era o Messias. Naturalmente
desejavam falar dela aos outros discípulos e a todo o povo; e foram naturalmente
surpreendidos e desapontados quando Jesus “ordenou-lhes que a ninguém contassem o que

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tinham visto, até que o Filho do Homem ressurgisse dentre os mortos”. Naquele momento, se o
conhecimento daquilo se espalhasse, Jesus seria cercado de novo por multidões emotivas e
cheias de curiosidade ociosa, numa hora em que Ele queria concentrar a atenção no ensino
dos seus discípulos.

V. 10-11 - A menção da ressurreição leva Pedro, Tiago e João a expressarem a seu mestre
uma dificuldade de que provavelmente estavam conscientes desde algum tempo atrás.
Estavam bem certos de que o Messias viera na pessoa de Jesus, mas, ao mesmo tempo, não
ignoravam que os escribas ensinavam que Elias retornaria antes de vir o Messias, e restauraria
todas as coisas à sua perfeição original.

V. 12-13 - Aqui duas questões são apresentadas ainda que uma delas de relance: o significado
da ressurreição e o dilema de Elias, que haveria de vir primeiro. Vejamos como Jesus resolveu
estas questões e sua importância para a igreja hoje. Moisés e Elias apareceram na
transfiguração. Como já dissemos, a Lei e os profetas estavam ali representados. Jesus
representava o novo pacto, a nova aliança. Concerto de Deus com o seu povo, o seu Israel
espiritual. A intenção de Jesus era que a experiência presenciada só fosse compartilhada com
os outros após a ressurreição. Os discípulos em questão não compreendiam o significado das
palavras de Jesus quando este se referia ao Filho do Homem ressurgindo dentre os mortos.
Talvez exatamente por não compreender isso foi que Pedro não aceitou a princípio o
sofrimento de Jesus, o que Ele haveria de padecer. Realmente não era fácil compreender que
Jesus, uma vez estando morto, voltaria a viver. Ainda hoje, mesmo tantos anos após a
ressurreição de Cristo, muitos ainda não crêem, não conseguem admitir a possibilidade de isso
ter realmente acontecido. Pois somente aqueles que compreendem o significado do ministério
do Senhor Jesus podem entender o que significa a ressurreição de Cristo e, mais do que isso
podem também entender o sentido de sua própria ressurreição com Cristo (Colossenses 3.1).
No que concerne ao dilema sobre a vinda de Elias, está claro, principalmente quando lemos o
texto de Mateus 11.14, que fala de João, o Batista. O próprio Jesus nos informa que João era o
Elias que, segundo a profecia de Malaquias 3.1, haveria de vir preparar o caminho do Messias.
Os judeus começaram a não entender e não reconhecer em Jesus o Messias de Deus quando
não reconheceram em João Batista aquele Elias que haveria de vir. É necessário que
aprendamos a ver o mais importante nas coisas.

V. 14 - A cura do menino epilético = A cena esplendorosa da transfiguração é agora seguida de


uma cena de sofrimento e dor. A visão gloriosa do monte foi como que um preparo para a visão
do serviço no vale. Quando chegaram onde estavam os discípulos, viram uma grande multidão,
e alguns escribas a discutirem com eles. Sobre o que os escribas discutiam? É claro que
discutiam sobre a incapacidade deles de expulsar o demônio do garoto (v.17).

V. 15 - A multidão que cercava os nove discípulos ficou espantada, provavelmente com a


repentina aparição de Jesus, depois da ausência sem explicações de uma noite, e do fracasso
dos seus seguidores. Pensam alguns que ainda restava algum esplendor em seu rosto, como
quando Moisés desceu com o rosto brilhante; mais isto teria excitado uma curiosidade que Ele
e os discípulos não poderiam satisfazer (v.9). A multidão correu para Ele, saudando-o; e talvez
curiosa de saber onde ele tinha estado, e sem dúvida mais ansiosa para ver se ele poderia
efetuar a cura em que os seus discípulos se mostraram impotentes. Fato este que gerenciava a
discussão com os escribas.

V. 16-18 - Ao questionar aos escribas Jesus oportuniza ao que de fato está necessitado
manifestar-se (v.16). Um homem dentre os que compunham a multidão argumenta que o seu
único filho tem um espírito imundo. O homem então faz um relato da enfermidade que afetava
seu filho desde a infância. Os sintomas são semelhantes ao da epilepsia, e muitos classificam
a doença como possessão demoníaca sem estudá-la de fato. Creio que a epilepsia estava
nesse caso associada ao demônio (v.17), o qual poderia ter causado a doença no corpo, ou se

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aproveitado dela. Marcos aponta para o fato da criança estar muda como conseqüência da
possessão demoníaca. O homem completa sua história de sofrimentos dizendo que rogara aos
discípulos que lidassem com o demônio, mas que infelizmente, eles não puderam (v.18). Por
que não puderam?

V. 19 - Não é fácil perceber a quem Jesus dirige as palavras: “ó geração incrédula”. O termo
geração parece ser usado num sentido geral englobando todos os envolvidos na questão: o
pai, os nove discípulos, a multidão e os escribas. Porque todas a pessoas presentes não
tinham demonstrado fé suficiente para a cura do menino. “Até quando estarei convosco? Até
quando hei de suportar?” Estas perguntas demonstram que Jesus estava preocupado com a
falta de fé e propósito do qual falava. As pessoas estavam vendo os milagres
como maravilhas, mas não como sinais da presença de Deus e da Sua exigência de
arrependimento. Mas imediatamente Jesus volta-se ao homem e à necessidade dele, e pediu-
lhe que trouxesse o menino a ele.

V. 20-27 - Enquanto o menino era trazido o demônio o jogou no chão e provocou nele mais
uma convulsão (v.20). Jesus pergunta ao pai acerca do tempo deste sofrimento que segundo a
resposta (v.21) é desde a infância e que já tem causado diversos sofrimentos como
queimaduras e princípios de afogamento, visando destruí-lo. E diante deste quadro doloroso o
pai suplica a Jesus por auxílio e compaixão tanto para o menino quanto para ele também
(v.22). Ao perguntar se Jesus podia o homem revelou uma certa incredulidade, ao que Jesus
retruca dizendo que “tudo é possível ao que crê” (v.23). Então o pai clamou dizendo: “creio!
Ajuda a minha incredulidade” (v.24). E ao perceber a aglomeração que se formava (v.25) Jesus
repreendeu “espírito mudo e surdo, eu te ordeno: sai dele, e nunca mais entre nele”. A
expulsão causou grande sofrimento ao menino (v.26), que caindo, agitando-se e gritando ficou
como morto a ponto da maior parte dos presentes dizerem que ele havia morrido. Mas Jesus
tomando-o pela mão o ergueu; e ele ficou em pé (v.27) completamente curado para a glória de
Deus.

V. 28 - Entrando em casa os discípulos o perguntaram, em particular, sobre o por quê não


haviam conseguido expulsar o demônio, já que haviam sido autorizados por Jesus para esta
tarefa.

V. 29 - Na resposta de Jesus há alguns princípios interessantes. Para Mateus o problema foi à


falta de fé ou a fraqueza da fé, porque uma fé apurada pode realizar um grande milagre
(Mateus 17.20-21). Marcos diz que alguns demônios (ou castas) não saem de modo algum a
não ser na força da oração. A expressão “jejum” assim como o versículo 21 de Mateus 17:
“mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e jejum”, não constam nos
manuscritos mais antigos e foram inseridos pelos copistas, devido ao asceticismo reinante
entre os cristãos primitivos. Isto não exclui o jejum como preparo espiritual em consórcio com a
oração a fim de que estejamos preparados para enfrentar os demônios; mas também não
podemos dizer que ele é obrigatório para que haja uma vitória sobre os demônios. A oração
sim é que se constitui na arma vitoriosa a ser usada nesta batalha espiritual.

V. 30 O maior no reino dos céus = O verbo usado: “será entregue” na versão da Imprensa
Bíblica Brasileira está no futuro; o verbo, porém, estava no presente contínuo, dando a idéia de
que “Deus já estava entregando o Filho do Homem nas mãos dos homens”. Jesus então não
estava falando simplesmente de algo que ainda iria acontecer, mas sim de algo que já estava
acontecendo. Jesus já havia sido entregue nas mãos dos homens desde a sua encarnação.
Desde os primeiros momentos de vida Jesus foi alvo de perseguições, em sua vida
experimentou estas perseguições. Na verdade se houve uma pessoa perseguida nesse mundo
e que teve a sua vida marcada quase que integralmente por perseguições, agressões de
diversos tipos, injúrias várias, essa pessoa foi Jesus Cristo. Entretanto, mesmo o verbo
aparecendo no presente, também podemos interpretá-lo futuristicamente, uma vez que Jesus

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seria historicamente aprisionado e morto pelas mãos dos homens. “Ressurgirá” = é a tradução
de um verbo grego composto, que na conjugação leva um aumento que dá a idéia de
repetição; o verbo significa “ficar em pé” e adicionando o aumento daria uma tradução literal
de: ficar em pé novamente. Jesus seria morto e se levantaria novamente. Era precisamente
essa idéia que os discípulos não conseguiam compreender. Eles não conseguiam entender
como alguém que, morto, já sem forças, poderia “ficar em pé novamente”.

V. 32 - Mesmo não conseguindo entender, os discípulos não tiveram coragem de confessar


sua ignorância a Cristo, temendo ser repreendidos novamente por não alcançarem a dimensão
das palavras de Jesus. De fato, para eles era difícil associar vitória com sofrimento e morte.
Como Jesus poderia ser vitorioso se seria até morto pelos inimigos? Aqui vemos um pouco
mais de clareza que os discípulos, embora encontrassem em Jesus o libertador do povo de
Israel, esperavam também que ele fizesse algo em termos de libertação sócio-política de Israel.
Jesus tenta eliminar de suas mentes quaisquer vestígios dessa idéia equivocada sobre a sua
missão e diz categoricamente: “O Filho do Homem será morto”. Nem assim, entretanto, os
discípulos puderam compreendê-lo.

V. 33 - Durante o caminho de Cesaréia de Filipe á Cafarnaum os discípulos discutiam entre si e


chegando a Cafarnaum Jesus pergunta: “Que estáveis discutindo pelo caminho?” Eles
discutiam sobre qual deles seria o maior no reino de Deus.

V. 34 - Eles envergonhados tiveram de calar-se quando da pergunta do Mestre. Entre si


discutiam sobre quem seria o maior, mas não puderam sustentar a discussão na presença de
Jesus. Será que se colocarmos todas as coisas que pensamos ou falamos diante de Jesus
elas se tornariam sem importância?

V. 35 - Mediante o silêncio acusador, Jesus levantou uma questão que deixou todos os seus
discípulos sem palavras, ao dizer que “se alguém quiser ser o primeiro, será o derradeiro de
todos e servo de todos”. O paradoxo está aí o maior será o menor; o primeiro será o último; e
o Senhor será o servo. Esta é a ética do reino de Deus.

V. 36-37 - Jesus toma uma criança nos seus braços, põe-na no meio de todos e esclarece uma
questão crucial do seu ensino discipular. O menino é usado como símbolo da humildade e
sinceridade. Receber amigavelmente os humildes, os que não são atraentes equivale a receber
a Cristo.

V. 38 - Quem não é por nós é contra nós = O ministério de Jesus tinha atraído interesse
generalizado, e alguns que nunca se ligaram ao círculo dos discípulos estavam dispostos a
servi-lo. Um dos quais atraiu a atenção dos apóstolos ao expulsar demônios. João diz ao
Senhor que eles lhe proibiram de ministrar porque não seguiam ao grupo de discípulos.

V. 39 - Jesus o repreende e lhe ordena que não proíbam mais o homem. Argumento baseado
no fato de que ninguém há que faça um milagre em nome de Jesus e logo em seguida fale mal
de Jesus.

V. 40 - “Quem não é contra nós, é por nós”. Não pode haver neutralidade na guerra contra o
mal. O homem que se opõe aos demônios em nome de Jesus, deve ser bem recebido, e não
alvo de oposição. Já que ele está do lado certo.

V. 41 - Do mesmo modo se alguém pratica algum benefício aos discípulos só porque, eles
pertencem a Cristo também estes não perderão a sua recompensa.

V. 42 - Os tropeços = A referência aqui, como já vimos anteriormente é a crentes semelhantes


a meninos. E a penalidade para estes que causaram os escândalos ou tropeços será tão dura

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que melhor seria se pendurassem aos pescoços grandes pedras e fossem lançados nas
profundezas do mar. Freqüentemente homens maus se divertem em fazer com que um cristão
peque. Se puderem irritá-lo, ou levá-lo a praticar qualquer leviandade, para não dizer um
pecado grosseiro, acharão isso tão divertido e ficarão satisfeitos. Tais pessoas deveriam
lembrar do aviso de Jesus: “Aí daquele”.

V. 43-48 - Tendo mostrado a culpabilidade de fazer com que os cristãos humildes tropecem,
ele adverte acerca dos casos em que nós mesmos no fazemos pedras de tropeço. E para
argumentar com persuasão Jesus usa sugestões fortes como: cortar a mão que faz pecar;
cortar o pé que faz pecar e arrancar o olho que faz pecar; dizendo que é melhor entrar no céu
mutilado do que ir inteiro para o inferno “onde o seu verme nunca morre e o fogo não se apaga”
(v.48). Ao que me parece essas sugestões comunicam-nos a responsabilidade que temos por
zelar dos nossos próprios atos evitando causar escândalos nos outros e não tropeçar também.
Devemos cuidar do nosso testemunho.

V. 49-50 - O julgamento ou “salgamento” será realizado com o fogo. Bom é o sal, mas
enquanto preserva as suas qualidades; perdendo-as para mais nada presta. É necessário que
mantenhamos as qualidades cristãs bem preservadas e que vivamos em paz uns com os
outros.

CAPITULO 10

V. 1 - Jesus vai da Galiléia a Peréia e exerce o seu ministério. Mais uma vez a multidão o
cerca; as pessoas sempre estavam a cercá-lo. Não queriam, em nenhum lugar por onde ele
passava, perder a oportunidade de ouvir os ensinamentos do Mestre e presenciarem-no
realizando sinais e prodígios no meio do povo. A região onde agora se encontrava dividia-se
numa parte setentrional acidentada e mui formosa, e uma parte sul, a qual mais tarde
compreendia a planície imediatamente a leste do baixo Jordão, e o altiplano mais além.
Assim podemos julgar que o nosso Senhor se achava ao sul da Peréia, a caminho de Jericó
e Jerusalém.

V. 2 - A princípio é bom que entendamos a intenção no coração dos fariseus ao fazerem


aquela colocação a Jesus. O objetivo, claramente exposto no verso era experimentá-lo. A
idéia é a de uma pergunta feita com a intenção de surpreender Jesus em alguma heresia.
Eles esperavam que ele dissesse alguma coisa que pudessem usar contra ele entre o povo
para seu prejuízo, ou por apresentar o seu ensino demasiadamente severo, ou falto de
fidelidade em relação à Lei de Moisés. Talvez que esperassem também que falasse do
divórcio de um modo ofensivo a Herodes e Herodias. No contexto da passagem encontram-
se duas coisas: a lei sobre o divórcio expressa em Deuteronômio 24.1 e as escolas
existentes de interpretação desta lei. Moisés abre um precedente para o homem dar carta
de divórcio à sua esposa, caso encontrasse nela “... coisa vergonhosa”.

O ponto chave da questão está exatamente na interpretação dessa expressão da lei


mosaica. Em Mateus você encontrará a expressão “por qualquer motivo” que é fundamental
para entendermos o porquê da malícia dos fariseus, isto é, porque o experimentavam. A
sociedade judaica estava dividida quanto ao divórcio. Havia duas correntes básicas de
opinião, lideradas por dois grandes rabinos: Shamai que admitia o divórcio somente nos

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casos de infidelidade conjugal; e Hillel, que o admitia por qualquer motivo. Jesus já havia
emitido sua opinião sobre o divórcio, no Sermão do Monte (Mateus 5.31-32) e os fariseus já
sabiam que ele se pronunciara a favor. O que eles não estavam certos era sobre a escola a
que ele se filiara. E, direcionando a pergunta à posição de Hillel dá-nos idéia de que
supunham ser essa a posição de Jesus. E, se isso fosse confirmado publicamente, eles
teriam “um prato feito” para o desmoralizar publicamente, pois a posição de Hillel não era
muito simpática às pessoas honradas e mais esclarecidas, pois era taxada de imoral e
responsável pela corrupção e degradação da social a que assistiam.

V. 3-5 - Jesus responde à pergunta dos fariseus fazendo-lhes uma outra pergunta (v.3). Este
método conhecido como socrático fez com que eles dissessem que “Moisés permitiu escrever
carta de divórcio, e repudiar a mulher” (v.4). Na primeira parte da resposta (v.5) Jesus tenta
resolver a questão da Lei de Moisés. “Pela dureza dos vossos corações” pode significar muito
bem que Moisés estava resolvendo uma circunstância situacional, uma vez que precisava
evitar que o povo descambasse por práticas completamente distanciadas do ideal divino para o
casamento. Uma coisa é que Moisés ordenou(v.3), ou seja, o que encontramos em Gênesis
1.27 e 2.24. Outra coisa é o que Moisés permitia(v.4), ou seja, o que encontramos em
Deuteronômio 24.1. A autorização para entregar a carta de divórcio não foi dada como
mandamento, mas sim como uma permissão ou concessão. O objetivo principal era proteger a
mulher e dar-lhe permissão para se casar novamente, uma vez que a corrupção reinava de
forma devastadora ficando muitas mulheres, injustamente, desamparadas e desprotegidas. É
necessário considerar três questões básicas desse diálogo:

a) Os fariseus não queriam saber se Jesus era a favor ou contra o divórcio, mas se ele era
favor ou contra o divórcio por qualquer motivo.
b) Por isso, a resposta que eles deram a Jesus precisava ser esclarecida no que respeita à sua
verdadeira intenção, “qualquer motivo”.

c) A resposta de Jesus tem que se ater à pergunta e à intenção dos fariseus: ele teria
dito: “pela dureza dos vossos corações ele vos deixou escrito esse mandamento assim”.

É claro e evidente que Jesus era contrário ao divórcio por qualquer motivo, perfilhado por
muitos rabinos e notadamente pela escola de Hillel, de que possivelmente faziam parte os
inquisitores de Jesus. O comprometimento desses fariseus com a escola de Hillel pode ser
deduzido da forma como Jesus justificou o mandamento de Moisés: “pela dureza de vossos
corações”.A dureza de coração dos contemporâneos de Moisés era a mesma que existia nos
corações daqueles que defendiam a mesma posição nos tempos de Jesus. Foi, sem dúvidas,
uma resposta direta e pessoal, que deveria ter soado como um soco nos ouvidos, de estontear.

V. 6-9 - Nossa referência ao Gênesis (2.21-24) mostra que não só o casamento é algo que
transcende à própria vontade humana, mas que Deus não fez o casamento tendo em vista o
divórcio. Por isso, Jesus sentencia: “no princípio não foi assim” (Mateus 19). A
expressão: “deixará o homem a seu pai e a sua mãe” retrata as condições de casamento numa

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sociedade tribal, onde o moço tinha que deixar a casa e a tribo de seus pais, para ir morar, com
sua esposa, na casa e na tribo dos pais dela. Jesus mostrou, portanto que no princípio a Lei de
Moisés doada por Deus, estabelecia união perene entre o homem e a mulher (v.9). O divórcio
então, foi um remédio utilizado por Moisés a fim de evitar a proliferação ainda maior da
desvalorização do matrimônio, e de proteger as mulheres que se casavam. Jesus, entretanto,
volta à Lei de Deus e esclarece que o verdadeiro mandamento pede uma relação perene
enquanto viverem os cônjuges. A vontade de Deus para o casamento é que homens e
mulheres escolham seus parceiros à luz da Palavra de Deus, sob a orientação do Espírito
Santo. Assim não haveria razões para desapontamentos e frustrações no futuro.

A questão mais intrigante por analisar é: Como saber quais os casais que foram unidos por
Deus? Ou quais os padrões estabelecidos por Deus, para que um casal seja considerado como
unido por Ele? Do relato bíblico sobre a criação (Gênesis 1.26-28; 2.18,21-24) deduzimos as
seguintes características para o casamento feito por Deus:

a) Era heterossexual, isto é, formado de um homem e uma mulher. Isto parece ter algum
significado para os que, hoje em dia, advogam um tipo de “casamento homossexual”.

b) Era monossomático, isto é, a união sexual dos cônjuges dava-lhes a sua verdadeira
dimensão humana. O ser humano é uma unidade somática constituída do homem e da mulher.
O homem e a mulher são partes complementares do verdadeiro ser humano. Sem o
casamento, sem a união sexual contínua e exclusiva, o homem e a mulher são apenas parte
de um todo. São apenas “caras metades”.

c) Era reprodutivo, isto é, sua finalidade fundamental era a reprodução da espécie. A fixação da
reprodução como finalidade básica do casamento não só amplia a nossa visão, como justifica
as características anteriores, a saber: heterossexual, pois só a união de um homem com uma
mulher poder gerar filhos; monogâmico, pois só assim os filhos poderiam se sentir como filhos
(o concubinato, a poligamia e o divórcio produzem meio-filhos e meio-irmãos); monossomático,
pois assim os filhos seriam legítimos.

d) Era hedonístico, isto é, motivado pelo prazer. O prazer psicológico da auto-realização, o


prazer emocional da expressão dos mais profundos sentimentos, o prazer moral da ação
correta e da consciência limpa; e o prazer biológico da satisfação de uma necessidade. O
prazer como motivação para o casamento, entretanto, não pode ser confundido com a sua
finalidade que é a reprodução da espécie.

e) Era feito em amor. O amor que nascia de um relacionamento significativo, imposto pela
carência pessoal um do outro, pela convivência afetiva, pelos interesses comuns e pelo
cuidado da prole. É certo que Adão e Eva não tiveram oportunidade de escolha, mas são
inegáveis a atração, o interesse pessoal e a satisfação que sentiam um pelo outro, surgindo daí
o nosso conceito de amor conjugal. Amor, que souberam possuir e eloqüentemente expressar,
as mulheres de todos os tempos, que viveram em regimes tribais e famílias patriarcais. Em
nosso regime democrático nucleares, há um novo tipo de relações conjugais onde o amor se
apresenta com muito mais autenticidade, consciência, força e determinação.

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f) Era feito em santidade. Na concepção sacerdotal, santidade é limpeza, pureza. E, a pureza


do casamento, feito por Deus, centralizava-se na virgindade dos cônjuges, na higiene sexual e
na fidelidade conjugal.

g) Era moral, isto é, era uma união onde as pessoas empenhavam a sua liberdade; um
contrato, onde cada parte assumia a responsabilidade de cumprir o seu dever; um
compromisso que envolvia não só o relacionamento do casal, mas os seus deveres com a
prole, para com a sociedade e para com Deus.

h) Era indissolúvel, isto é, feito para durar enquanto os cônjuges vivessem. A finalidade do
casamento não se exaure com a satisfação psicológica da conquista pessoal, nem pela
satisfação biológica do sexo e nem pelo nascimento dos filhos, mas com a proteção (sustento)
e encaminhamento (educação) da prole, até que ela se torne capaz de autodeterminar-se e de
se reproduzir. Por isso, somente casamentos duradouros, sem os percalços infelizes do
divórcio, podem alcançar os seus sagrados objetivos.

i) Era teológico. Enquanto trabalhado por forças físicas, sociais e individuais, o casamento é
um fenômeno biológico, psicológico, econômico, político ou jurídico. Mas, desde o momento
em que o homem tem a consciência de Deus, o casamento passa a ter uma dimensão
teológica. A consciência de que o casamento é uma realização da vontade de Deus, deve levar
casais a uma reflexão profunda do seu ato e fazer tudo para que essa vontade seja satisfeita. E
neste casamento os cônjuges se unem com o propósito de fazerem a vontade de Deus.

Outra questão levantada no versículo 9 é acerca da expressão: “não separe o homem”. Quem
é o homem que não tem direito de separar o que Deus ajuntou? A palavra grega é anthropos, e
significa homem, em sentido geral; ser humano, sem especificação de sexo. Por isso, podemos
dizer que Jesus estava se referindo:

a) Em primeiro lugar, ao homem, ao ser humano-macho, que no casamento recebe o nome de


marido. Marido que, por cultura, educação ou egoísmo se julga dono de sua esposa e faz dela
apenas um objeto de seu prazer sexual ou de seu interesse econômico social. Marido que, por
falta de amor, não sabe ou não quer manter um bom relacionamento com sua esposa. Marido
que, por falta de caráter se mostra infiel trocando sua esposa pela primeira que desperte
interesse. Marido irresponsável que, por sua animalidade abandona a família, jogando os filhos
na pior orfandade que existe: a de não ter pai, sabendo que ele existe.

b) Em segundo lugar, à mulher, ser humano-fêmea, que no casamento recebe o nome de


esposa. Esposa que não sabe ou não quer manter um bom relacionamento com o marido.
Esposa que se furta aos seus deveres sexuais para com seu marido. Esposa que se mostra
infiel trocando o seu marido pelo primeiro que lhe desperte interesse. Esposa desumana que
joga seus filhos à orfandade viva.

c) Em terceiro lugar, ao homem, ser humano de ambos os sexos (parentes, amigos e


estranhos, inclusive autoridades civis e religiosas), que direta ou indiretamente contribuem para
o desajuste, os conflitos e desagregação da família.

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V. 10-12 - Estando em casa com os discípulos voltaram a perguntar sobre a questão do


divórcio e o Senhor apresenta mais profundamente o seu raciocínio. Até aqui dois pontos se
destacaram no pensamento de Jesus: 1) Sua atitude é igual à de Moisés = reconheceu o
divórcio como um fato social irreversível e que, em vez de se insurgir contra ele, procurou
regulamentar o seu uso, impedindo os abusos mais gritantes. No tempo de Moisés o abuso era
o recasamento retroativo (casar-se de novo com a ex-mulher). No tempo de Jesus era o
divórcio por qualquer motivo, isto é, sem motivos justificáveis. 2) Ele admite o divórcio = não há
nenhuma palavra sua que possa ser tomada como oposição ao divórcio. Jesus foi contra o
abuso do divórcio e não o seu uso. No texto em questão encontramos mais dois princípios de
Jesus: 1) Ele considera legítimo o divórcio que possui motivo legítimo = a palavra grega usada
por Jesus para legitimar o divórcio é pornéia, que literalmente quer dizer prostituição. 2) Ele
admite o novo casamento para as pessoas legitimamente divorciadas = dentro do mais
apurado princípio da lógica jurídica, Jesus afirma que um ato legítimo legitima todos os seus
efeitos. E, que, por outro lado, um ato ilegítimo é nulo de pleno direito e não pode legitimar os
seus efeitos.

Ler somente os versos 11 e 12 sem ler Mateus 19.9 não nos permitirá discutir a seguinte
questão: qual é o motivo legítimo para o divórcio? A palavra grega encontrada em Mateus é
pornéia e foi usada por Jesus para designar o motivo legítimo para o divórcio; esta palavra
tem sido traduzida de diferentes maneiras: prostituição, fornicação, infidelidade, adultério.
Qual é a tradução certa? Para os hebreus pornéia englobava uma série de atos sexuais
ilícitos, que precisamos conhecer. No Antigo Testamento pornéia tem o equivalente na
palavra zanah e é usada nas seguintes situações:
a) Ato sexual mediante pagamento = prostituição (Gênesis 38.15-18).
b) Ato sexual entre solteiros = defloramento (Gênesis 34).
c) Ato sexual de um esposo divorciado, com sua ex-mulher = recasamento retroativo
(Jeremias 3.1-2).
d) Ato sexual de uma mulher casada = adultério (Provérbios 7.5-22). Em Ezequiel 16.31-32
e Oséias 3 o adultério contínuo é chamado de prostituição.
e) Ato sexual entre homens = homossexualismo (Deuteronômio 23.17-18; Jó 36.14; 1
Timóteo 1.10). Notar que o sodomita(pederasta) é colocado em igualdade com a prostituta.

No Novo Testamento, a palavra pornéia é usada nas seguintes situações:


a) Ato sexual de madrasta com o seu enteado = incesto(1 Coríntios 5.1).
b) Ato sexual que resulta em filhos ilegítimos = adultério(João 8.41).

Pornéia possui um sentido primário de prostituição, mas a sua extensão é tão grande que
envolve todos os atos sexuais ilícitos. Por isso pornéia, como usada por Jesus:
a) Não é prostituição(ato sexual remunerado; feito mediante pagamento). Quantos casos
dessa espécie existiam para que justificassem uma ação de divórcio e uma legislação
especial? Quantos maridos sabiam que as suas esposas eram prostitutas? Quantos
recorriam ao divórcio como forma punitiva para esse vício? Pouquíssimos, ou talvez
nenhum. Então, a conclusão que chegamos é que, se Jesus admitiu o divórcio somente nos
casos de prostituição(literal), ele legislou sobre o nada, pois a exceção admitida por ele,
simplesmente não existia!
b) Não é emancebia(pessoas que vivem maritalmente, mas sem um contrato de
casamento). Os que insistem que a palavra pornéia deve ser traduzida por emancebia não
levam em conta que Jesus estar falando de pessoas casadas; pessoas que, para viverem
moral e legalmente precisam de um casamento formal e que para obterem o divórcio

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precisam manifestar sua intenção de repúdio e formalização do distrato através de uma


“carta de divórcio”. A emancebia é consensual e não necessita de divórcio, pois inexiste
qualquer contrato formal para ela. O “repúdio” e a “carta de divórcio” são exigências formais
de distrato de um casamento oficialmente realizado.
c) Não é concubinato. Há uma distinção entre o conceito de concubinato hebraico(oriental) e
o romano(ocidental), que não tem sido reconhecida pelos estudiosos. Enquanto que o
concubinato, no ocidente era uma união consensual(emancebia), sem o amparo da lei, no
oriente, era uma relação moral e legalmente aceita, que visava simplesmente a procriação e
o aumento da prole. Entre os hebreus, a concubina era uma escrava, nomeada pela
senhora, para gerar filhos para a solidificação de seus direitos na família(ver Gênesis 16;
29; 31). Essa relação procriativa dava à senhora os direitos sobre os filhos da concubina,
mas não dava a esta nenhuma direito na família daquela. Por isso, por ser escrava, ela era
despedida sem qualquer formalidade(Gênesis 21.14). E, na falta da esposa, o senhor podia
até deserdar os filhos de sua concubina, pois parece que foi isso o que aconteceu com os
filhos de Quetura(Gênesis 25.1-6).
d) Não é adultério. Os que traduzem pornéia por adultério limitam à intenção de Jesus, pois
o adultério é apenas um tipo de relação sexual ilícita. Colocar o adultério como o único
motivo legítimo para o divórcio é não só limitar o alcance do ensino de Jesus, como também
falsear a sua aplicação.

Assim, pode-se concluir que, os tradutores que disseram: prostituição, adultério ou


infidelidade, quase chegaram perto da verdade. Faltou-lhes uma visão semântica maior,
pois a expressão que mais perto chega do significado de pornéia é infidelidade sexual. O
adjetivo sexual é necessário porque dá o sentido completo, pois a infidelidade pode ser
também moral, social, econômica, financeira, política, religiosa, etc. A infidelidade sexual
tem o sentido amplo de qualquer ato sexual ilícito e inclui o adultério, o recasamento
retroativo, o incesto, o defloramento, o homossexualismo, etc.

Ao contrário do que possa parecer, os versos 11 e 12 não proíbem o recasamento. O


princípio aqui é exatamente oposto quando entendemos que se o motivo do divórcio foi lícito
o novo casamento também o será. Como deve ser visto o casamento de divorciados?
Vejamos o que disse o Senhor nestes versos:
a) Aqui se fala a pessoas legitimamente casadas. Pois o divórcio só tem valor se houver um
casamento oficialmente reconhecido.
b) Os verbos repudiar, separar ou mandar embora, referem-se ao divórcio.
c) Jesus reconhece a infidelidade sexual como motivo justo para a ação de divórcio.
d) Jesus entende que senão há um motivo justo, o divórcio não é legítimo e é nulo de pleno
direito.
e) A pessoa divorciada, sem motivo justo, não tem direito a um novo casamento, porque o
seu casamento continua vigorando, pois a “carta de divórcio” emitida não tem poder de
distrato, porque sendo nula de pleno direito, não pode produzir nenhum efeito legal. Se essa
pessoa, falsamente divorciada, se recasar, estará adulterando, porque o seu novo
casamento é ilícito e ela estará mantendo uma relação sexual ilegítima. Note que a pessoa
que se casar com a repudiada, não estaria cometendo adultério por ter se casado com uma
repudiada, mas porque o divórcio dela não é legítimo(não tinha efeito legal), pois não havia
anulado o casamento anterior.

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f) Por outro lado, se o motivo for legítimo, o divórcio será legítimo e legítimo será o novo
casamento. Vale dizer que se o divórcio fosse legítimo, e se o casamento anterior fosse
anulado, então não cometeria adultério quem se casasse com a repudiada.

Uma pessoa recasada ilegitimamente estará em permanente adultério e isso equivale, na


Bíblia, à prostituição. Por isso, as idéias de adultério e prostituição andam próximas, na
Bíblia. Firmada a convicção de que Jesus não só foi a favor do divórcio, mas também do
novo casamento, passemos a outra questão: muitos intérpretes que têm admitido o novo
casamento, nas palavras de Jesus, limitam esse direito à parte inocente, à vítima da
infidelidade do outro. Jesus não faz essa distinção. Por suas palavras, quaisquer dos
cônjuges, divorciados ilegitimamente, não têm direito ao novo casamento e se o fizerem
cometerão adultério. Por outro lado, se estão divorciados legitimamente, ambos estão
habilitados ao novo casamento. Não há nenhuma base textual para afirmarmos que a
pessoa culpada estaria impedida de se recasar.

Devemos nos lembrar que é um princípio de direito penal, que a pessoa só pode ser
condenada uma vez pelo crime que cometeu. A punição que se deve aplicar a um réu de
divórcio é o próprio divórcio e suas conseqüências. Impedi-lo de recasar-se, seria dar à
pena um sentido de perpetuidade de punição. E, isso é inadmissível, à luz do Novo
Testamento e do Direito Penal.

No Antigo Testamento, o uso ilícito do sexo era punido com a morte, mas no Novo
Testamento esses ilícitos já poderiam ser solucionados pelo divórcio. É isso que o Senhor
nos ensina. Também é necessário atentarmos para o fato de que estas declarações
aplicam-se às mulheres que deixam os seus maridos. Em todo o Antigo Testamento, como
no Novo Testamento, só se apresenta o caso de um homem se divorciar da esposa, sendo
o caso oposto muito raro na vida oriental. É possível se tomar como garantido que o mesmo
princípio se aplicava a mulher que se divorciasse do seu marido, e este dito aqui autoriza
expressamente uma aplicação tal. Tinha-se tornado muito comum às mulheres romanas se
divorciassem dos seus maridos e casarem novamente, e este costume afetou a vida social
e aristocrática da Palestina(Herodias). Por isso é natural que Jesus uma vez se referisse a
esse lado da questão, e que o evangelho de Marcos, escrito especialmente para os gentios,
e talvez mais especificamente para os romanos, registrasse o fato.

V. 13 - Jesus e as crianças = Os fariseus trouxeram a Jesus o problema do divórcio.


Entrando numa casa, os discípulos solicitavam mais explicações. E quando lhes ensinava,
foram interrompidos por pais e mães que traziam seus filhinhos, alguns de colo, outros
maiores um pouco, para que Ele os abençoasse. Marcos diz que o objetivo dos pais era que
Jesus tocasse nas crianças. Não era esse toque um ato supersticioso? Mateus ajuda-nos a
compreender o desejo dos pais, quando afirma que eles queriam que Jesus lhes impusesse
as mãos e orasse. Era costume, os judeus colocarem a mão sobre a cabeça da pessoa por
quem oravam. Jesus mesmo já agira assim(Marcos 5.23; Lucas 4.40). Os pais trouxeram
seus filhos a Jesus. Esta atitude nos serve de exemplo e nos leva a sérias meditações.
Estão os pais e mães cristãos de hoje encaminhando seus filhos a Jesus? Para muitos pais,
inclusive evangélicos, religião é assunto de consciência e inteiramente individual. Acham
que a criança pode e deve ser deixada à vontade. Quando tiver condições, fará sua
escolha, determinará o caminho que deve seguir. Se para você religião é apenas um

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sistema ético e filosófico, a que se adere intelectualmente, de acordo com as preferências


de cada um, então não vale a pena mesmo ensinar religião a seu filho. Acontece, porém,
que em relação ao cristianismo de Cristo, não se pode pensar assim. Ele não é uma
religião, mas a única religião que nos leva a reais relações espirituais com Deus. E seu filho
precisa aprender isso. A necessidade de o indivíduo aceitar a Cristo não é simplesmente a
de seguir um sistema, ou ter um freio que o livre da ruína moral. O ser humano precisa de
Cristo porque é pecador, e como pecador está condenado. E seu filho está incluído neste
grupo de pecadores. O assunto é sério e importante. Coisas de menor relevância recebem
cuidados especiais de nossa parte. A educação do filho, sua saúde física, seu futuro, tudo
isso merece todo o carinho dos pais. Tudo isso é bom. Mas o encontro com Cristo é mais
importante. As pessoas estavam trazendo as crianças para serem abençoadas por Jesus.
Os discípulos são até ríspidos e brutos com aqueles que traziam as crianças, porque “os
repreenderam”. Esta reação pode ser explicada, mas não justificada. Eles estavam muito
interessados no assunto que Jesus apresentava. Agora vêm estes pais e interrompem a tão
boa palavra do Mestre. Ele se aborrece com isso. Talvez quisessem proteger também o
descanso do Senhor. Mas Jesus reprovou com indignação e veemência, o comportamento
de seus seguidores. Na igreja, no lar e em tantos outros aspectos de nossa vida tem
acontecido assim. Jesus reprova no procedimento como reprovou os discípulos.

V. 14 - A atitude de Jesus foi de indignação. Pela primeira vez no Novo Testamento uma
palavra tão forte é usada com referência a Jesus; pois o Mestre de fato se indignou muito
com a ação impotente e impensada dos seus discípulos. Imaginem só o motivo da
indignação do Senhor Jesus: ele esperava uma atitude exatamente ao contrário da parte de
seus seguidores. Naquele momento Jesus verificou que pouco do muito que tinha ensinado
aos seus discípulos foi realmente aprendido. Jesus demonstrou não ter gostado nada do
que os discípulos estavam fazendo com aquelas pessoas que queriam ver seus filhos sendo
abençoados por Ele. Jesus pede que as crianças não sejam impedidas de irem a Ele e, com
isso, ensina aos discípulos mais uma grande lição: as crianças têm um grande valor para
Deus. Deixemos as crianças irem a Jesus. Tiremos os obstáculos de sua frente, não
ponhamos outros, e as veremos encaminharem-se naturalmente ao Salvador. Nós as temos
impedido com o mau testemunho, desleixo espiritual, censuras inoportunas à igreja e
comentários descaridosos sobre nossos irmãos. Para Jesus, a criança é um símbolo do
cidadão do reino dos céus. Pecadoras por causa da natureza herdada(Salmo 51.5), elas
não são culpadas das transgressões atual e pessoal, até que cheguem à idade do
entendimento. Enquanto não podem fazer uma escolha pessoal, o sangue de Cristo
garante-lhes o reino dos céus se deixarem este mundo. O cidadão do reino dos céus
também tem a garantia do sangue de Cristo para cobrir o pecado que herdou. A diferença é
que este já fez uma escolha pessoal de seguir a Cristo. Nasceu de novo. Mas para chegar a
esse ponto precisou vir a Jesus com confiança, humildade, simplicidade e sinceridade.

V. 15 - A criança era usada por Jesus para mostrar como se recebe o reino de Deus e
chega a ser enfático dizendo “que de maneira nenhuma entrará nele” quem não pode
recebê-lo como criança. O que há de importante e profundo numa comparação dos cristãos
com as crianças, é simplesmente impossível relatar num espaço limitado como esse. O
reino de Deus pertence aos humildes, aos simples, aos sábios, aos singelos, aos inocentes
e aos que não se deixam levar pelos cuidados deste mundo. Jesus aqui procura mostrar
que assim como as crianças o procuram com o coração puro, também os discípulos devem

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procurar receber o reino de Deus. A criança representa o re-começo, com novos valores,
com novas atitudes, com nova confiança e com nova dedicação a Deus. O discipulado é
uma vida de freqüente aprendizado. Em todos os momentos há oportunidades de
crescimento. Os discípulos são ensinados por Jesus a respeitarem as crianças como
exemplo de dependência, de humildade, de pureza. Muito diferente dos adultos, que se
julgam auto-suficientes, orgulhosos, e que procuram vencer pelo esforço próprio, sem
considerarem a soberania de Deus. Quantas lições são aprendidas com os nossos
pequeninos filhos ou outras crianças com quem vivemos e nos relacionamos! Elas
representam muito mais do que simples e pequenas pessoas em formação; elas são o
exemplo de como viver nosso discipulado: num estado de constante dependência de
Deus e freqüente crescimento.

V. 16 – Ele tomou os pequenos nos braços e os abençoou, pondo as mãos sobre eles. E
este gesto de Jesus nos ensina que:
1) a atenção de Jesus para com as crianças é exemplo para nós. Ele repreendeu os
discípulos porque as afastavam. Tomou-as em seus braços e abençoou-as. A infância é a
melhor ocasião para alguém ser ganho para Cristo(Provérbios 22.6). O Senhor ganha uma
alma e uma vida quando se torna o Salvador de uma criança.
2) o lar tem uma grande responsabilidade no encaminhamento de seus membros a Cristo.
Um ambiente espiritual, uma atmosfera de respeito para com as coisas sagradas, o culto
doméstico, tudo isso contribui efetivamente para que nossos familiares se aproximem de
Cristo. Não é a igreja, mas ao lar que cabe o peso maior da salvação dos filhos dos crentes.
3) a criança é sincera e franca. Diz o que pensa e sente; sem preocupar-se com
convenções e circunstâncias. Confia enquanto não lhe destruímos a confiança com o nosso
descaso e falta de sinceridade. Alguém que queira tornar-se cidadão do reino tem de vir a
Cristo, com essa sinceridade, abrir-lhe o coração com franqueza e confiar inteiramente no
seu poder salvador.
4) a criança e exemplo de grandeza. Os discípulos estavam preocupados em saber quem
entre eles seria o maior no reino dos céus. Jesus tomou uma criança para exemplificar
quem é realmente grande(9.36,37). Precisamos aprender a olhar o mundo com os olhos de
uma criança.
5) a criança é modelo de como se recebe o reino de Deus. A maneira como a criança
percebe e vive valores espirituais é digna de imitação por nossa parte. Ela não tem as
dúvidas que temos, as dificuldades que possuímos em nos relacionarmos com Deus,
através da oração. As histórias bíblicas são para elas verdadeiras inspirações. Ouvir e falar
de Deus são um momento agradável. A criança nos ensina a lição da dependência. Assim
com ela depende dos seus pais para viver, nós também devemos depender de Deus para
termos uma vida abundante. No discipulado não há lugar para orgulho, para auto-
suficiência. Dependência não é ser controlado como uma máquina, um brinquedo, mas é
viver em confiança naquele que é o Senhor que tudo pode. A criança lembra começo novo,
com novas atitudes e valores para serem vividos na presença de Deus. A criança tem um
futuro todo pela frente, e poderá ser uma bênção, se ela estiver segura em Deus. Como
crentes nascidos de novo, temos também uma vida espiritual toda pela frente e, em estado
de dependência de Deus, cresceremos e nos tornaremos maduros espiritualmente, esse é o
alvo do discipulado cristão.
6) Jesus valoriza a criança. E isso foi uma novidade para seus discípulos, porque os
mestres não gastavam tempo com as crianças, pois nem mesmo os adultos comuns o

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faziam. Jesus vê o valor e a dignidade das pessoas, e não as aparências. Para ele a criança
é uma obra de Deus e nela Ele se agrada. A criança não deve ser objeto de exploração,
como tem acontecido na sociedade moderna. Além de explorada, a criança tem sido
desprezada e marginalizada, e muitos planos assistenciais têm sido usados para fins
eleitoreiros, e não para fins de reintegração da criança e de desenvolvimento. A criança está
sendo colocada pelos adultos, infelizmente, num estado de constante tropeço. Por um lado
é uma educação deficiente, quer do ponto-de-vista formal(educação na escola), que do
ponto-de-vista informal(no lar, na igreja e entre os amigos). Precisamos repensar o
tratamento que dispensamos às crianças perguntarmos que tipo de adultos elas serão se
continuarem a ter uma educação e o tratamento que damos a elas no presente.
Aprendamos com Jesus a valorizar os pequeninos, e não os impeçamos de terem uma vida
sadia e pura.

V. 17 - O jovem rico = Mateus inicia a sua narrativa dizendo que um jovem aproximou-se de
Jesus. Em Lucas podemos perceber que se tratava de “um dos principais”. Alguns
estudiosos chegam a afirmar que se tratava de um membro do sinédrio. O mais provável, no
entanto, é que se tratava de um líder da sinagoga local. O fato mais importante é que esse
homem que se dirigiu a Jesus, segundo o relato de todos os evangelistas, era muito rico. Ao
contrário das outras pessoas que viam no jovem apenas alguém que possuía muitos bens,
Jesus pode percebê-lo como possuído pelas riquezas. Jesus tinha deixado a casa na qual
abençoara os meninos e ia a caminho de Jerusalém para a última páscoa. O jovem notando
que Jesus havia deixado a casa, e ansioso de receber a instrução que desejava, corre e
ajoelha-se perante Ele em atitude reverente. O jovem faz um elogio a Jesus, chama-o de
“bom Mestre” e lhe pergunta sobre o que era necessário fazer para herdar a vida eterna.

V. 18 - Jesus, porém, questiona o elogio que recebeu. A questão básica que se nos
apresenta é: por que Jesus agiu desta forma? O texto mostra que Jesus respondeu com
uma outra pergunta: “por que me chamas bom?” Através dessa atitude, Jesus queria
mostrar que o homem, por si próprio, não estava apto a fazer o bem para conseguir a vida
eterna. “Ninguém é bom, senão um, que é Deus” na verdade nenhum homem é
essencialmente bom, pois, por causa do pecado, todo estão afastados de Deus. Somente
Deus é perfeito.

V. 19 - Ao perguntar sobre o conhecimento do jovem em relação aos mandamentos Jesus


quis combater a idéia muito comum de que, como aquele jovem pensava acerca de si
mesmo, o homem pode, através da observância de certas regras e preceitos, ter mérito
suficiente para ser digno da salvação. A pergunta do jovem partia de uma concepção errada
sobre a obtenção da vida eterna. Ele queria herdar a salvação. A vida eterna não é uma
herança, nem tão pouco, algo que se consegue conquistar. Jesus vai mostrar uma realidade
muito mais profunda.

V. 20 - O jovem apresenta seu testemunho dizendo que estes mandamentos têm sido
observados por ele desde a sua infância. Sempre procurou viver uma vida reta diante da
Lei.

V. 21 - O jovem se aproximou de Jesus num momento de entusiasmo. Queria receber um


elogio, pois cumpria, desde muito tempo, todos os mandamentos. Jesus, no entanto,

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mostrou a ele que a reverência a Lei não é tudo. Pediu que refletisse: “pare e pense:
somente Deus é bom. Ainda falta uma coisa para você”. Diz-nos o texto que Jesus o amou.
E ele deve ter ficado surpreso: “o que me falta ainda?” O que faltava ao jovem rico é o
mesmo que falta a toda a humanidade: a presença soberana de Deus.

V. 22 - O jovem rico não queria comprometer-se com Jesus. Desejava apenas ouvir do
Mestre um pronunciamento religioso. Jesus, porém, confronta-o com a necessidade de
obediência prática(segue-me). E profundamente entristecido o jovem sai da presença de
Jesus sem a vida eterna, pois que desejou mais as suas riquezas do que a salvação
oferecida por Jesus àqueles que o seguem.

V. 23 – Enquanto o jovem se retirava triste, Jesus, olhando-o virou-se para seus discípulos
e deu-lhes as grandes lições que observaremos a seguir. A dificuldade de entrar no reino de
Deus dos que têm riquezas: os judeus inclinavam-se em pensar que isso era muito mais
fácil para o rico do que para o pobre. Aquele tinha na sua mesma prosperidade uma prova
do favor divino; era à primeira vista um bom homem, e podia sentir-se muito esperançoso
de entrar no reino de Deus. Não quer dizer com isso que todos os pobres serão salvos ou
que todos os ricos estão perdidos. O seu objetivo é mostrar que os que confiam nas suas
riquezas jamais poderão confiar nEle para a vida eterna.

V. 24-25 - E para fixar esta afirmação o Senhor faz uso de uma hipérbole(argumento
exagerado) para ilustrar a situação do jovem que não desejou seguí-lo. Disse que seria
muito mais fácil fazer passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no
reino dos céus. Algumas pessoas afirmavam que havia uma passagem muito estreita que
dava acesso à cidade de Jerusalém, chamada de “agulha”, e os viajantes tinham muita
dificuldade para passar ali. No entanto, há um problema com essa teoria, pois ninguém
consegue provar a existência de um caminho ou portal que tivesse esse nome na época de
Jesus. Provavelmente, Jesus não estava referindo-se a uma porta chamada “agulha”, mas a
um instrumento de costura mesmo. O camelo era um dos maiores animais que os judeus
conheciam e o orifício da agulha era uma abertura pequena e familiar. Uma outra
possibilidade é a da expressão camelo referir-se a uma corda muito grossa que era usada
para amarrar os navios nos portos quando ancorados e que também não entraria no orifício
de uma agulha de mão. Jesus usou um argumento exagerado(hipérbole), apenas para dar
ênfase, como era comum no judaísmo(Mateus 23.24).

V. 26 - Os discípulos, ao ouvirem estas palavras ficaram maravilhados. Naquela época, e


hoje também, pensava-se que as riquezas eram uma prova da bênção de Deus. Por isso os
discípulos pensaram: “se é difícil para alguém que é muito alguém que é muito abençoado
por Deus ser salvo, quem poderá, então, salvar-se?” De fato, ninguém pode salvar-se.

V. 27 - Jesus mostrou que a salvação não se processa no âmbito da possibilidade humana,


como pensavam o jovem rico e os discípulos. A salvação ocorre mediante a graça de Deus.
E quando Jesus disse que “para Deus tudo é possível”, quis mostrar que a fé e a graça vêm
de Deus(Efésios 2.8). Não há mérito humano nenhum na salvação. Tudo resulta do fato de
Deus ser gracioso. Não é possível ver, neste texto, a universalidade da salvação no sentido
de que Deus vai salvar a todos. A idéia não é que Deus pode dar a vida eterna até aqueles
que não lhe obedeceram, como no caso do jovem rico. Mas, o significado do ensino de

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Jesus é que a salvação só é uma possibilidade real para a humanidade, a despeito dos
seus muitos pecados, porque Deus ama a todos.

V. 28 - Pedro, ao refletir acerca de tudo isso, percebeu que ele e os outros discípulos
estavam cumprindo o que Jesus esperava deles. “Nós deixamos tudo o que era nosso”, isto
é, as nossas propriedades, enquanto o jovem rico não deixou as suas. Alguns tinham
deixado a sua profissão de pescadores, Mateus o ofício público, Tiago e João os seus pais,
Pedro o seu lar e família. Mateus apresenta uma pergunta feita por Pedro: “que
recompensa, pois teremos nós?”

V. 29-31 – Jesus percebeu em Pedro um interesse sincero e não considerou a sua pergunta
como egoísta. Era verdade que muitos haviam deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe,
filhos e terras por amor do sei nome(v.29). A esses, está destinada uma recompensa mais
excelente, que ocorrerá de maneira plena no final dos tempos(v.30), mas que começa no
momento presente. As bênçãos temporais ou espirituais que compensarão muitas vezes
mais do que tudo o que foi deixado. O Enigma do verso 31 fala que as recompensas serão
dadas aos seus seguidores de acordo com a sua soberana vontade, sem levar em conta
qualquer procedência ou pretensão. Isso Jesus disse para cortar a idéia de que os lugares
mais altos seriam dados aos que primeiro começaram a seguir o Mestre. Desta secção
podemos extrair as seguintes lições para a nossa vida:
1) quando nos dirigimos a Jesus percebemos o que nos falta. O jovem rico era muito
religioso, mas faltava-lhe uma coisa muito importante. Você já entregou totalmente a sua
vida a Jesus? Você está disposto a obedecer-lhe em todos os seus caminhos?
2) quando nos dirigimos a Jesus percebemos a nossa responsabilidade para com o
próximo. O jovem rico não optou por dividir o que possuía com as pessoas necessitadas.
Por isso, retirou-se triste e solitário. Você tem desfrutado da alegria de auxiliar os carentes e
necessitados?
3) quando nos dirigimos a Jesus percebemos que ele nos ama. No evangelho de Marcos
podemos ver a afirmativa de que Jesus olhou para esse jovem com amor(v.21). Deus ama a
cada um de nós, e é isso que faz com que a salvação nos seja possível(v.27).

V. 32-34 - Jesus prediz novamente a sua morte e ressurreição = É a terceira predição do


sofrimento de Jesus. As palavras de Jesus aqui são mais detalhadas; aqui fala de
condenação à morte, de ser entregue aos gentios, uma referência à participação dos
romanos na responsabilidade de sua morte, de escarnecimento, de açoite, de humilhação
com cuspidas, de morte e de ressurreição. São os detalhes dos últimos acontecimentos
durante a semana de vida de Jesus. Enfim, é o cálice que Jesus tinha de beber(v.38). Os
detalhes, Jesus não falava a multidão, mas aos discípulos(v.32), porque eles seriam os
seus principais propagadores, através do testemunho e da pregação. Mais tarde essas
palavras viriam à tona e fariam com que eles a entendessem. Assim como aconteceu com
Pedro(8.31-33), não é diferente agora. Só depois da ressurreição é que os discípulos foram
entender plenamente o que havia acontecido com Jesus. No momento “eles se
maravilharam e o seguiam atemorizados”(v.32). Essa era uma atitude de quem estava
sentindo que o curso dos acontecimentos estava tomando um rumo que não dava para
entender de forma plena.

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V. 35 - A missão de Jesus implica serviço = serviço e uma das características daquele que quer
seguir a Cristo. O verdadeiro discípulo procura servir, e não estar em posição de privilegio. É
interessante notar que o nosso texto estando logo após a narrativa da perdição da morte e da
ressurreição de Jesus Cristo, indica que, pelo pedido dos discípulos, eles não entenderam bem
o que Jesus dissera.

V. 36-37 - A participação no reino de Deus não é uma questão de posição = Os discípulos de


Jesus demonstraram na sua solicitação que a compreensão a respeito do reino de Deus que
possuíam era equivocada. A crença dos judeus era de que o reino de Deus seria instaurado
em Jerusalém e que o Messias iria reinar sobre todas as nações. O pedido de Tiago e João
tem corno fundo essa compreensão do reino. Os dois criam que Jesus seria glorificado e,
quando tivesse reinando, queriam ocupar lugares de proeminência, queriam ser os primeiros.
Se voltarmos um pouco mais atrás em 9.2-8, veremos que era firme a convicção de que Jesus
era o Cristo que seria colocado numa posição de exaltação. Isto é verdade, mas não é toda a
verdade, Jesus experimentaria o sofrimento(9.33-37; 10.32-34), o que era estranho à visão dos
seus discípulos, e por isso não foram capazes de entender bem esse aspecto do ministério do
Messias. A preocupação deixou de ser com o serviço para ser com a posição que se ocuparia
com a exaltação de Jesus e seu conseqüente reinado. É interessante notar que "Jesus ia
adiante deles"(32), Jesus tinha convicção de sua missão e para ela estava preparado. Ele não
se acovardou nem se escondeu atrás dos seus discípulos; antes, ia à frente, para cumprir seu
mister. Talvez na visão dos discípulos esse ir à frente mostrava a marcha de um guerreiro
vencedor. Jesus estava caminhando para Jerusalém e essa cidade era o centro da religião e
da política nacional. Será que lá Ele vai cumprir o que os profetas disseram acerca do
Messias? É nessa caminhada que Tiago e João se encontram e se colocam ao lado de Jesus
para pedir posições de privilegio "Concede-nos que na tua glória nos sentemos, um a tua
direita, e o outro a tua esquerda"(37), foi o pedido deles. A posição que queriam era a de
melhor e de maior grau. Equivaleria a dizer que ocupariam o último degrau do prestígio. Hoje
equivaleria a ministro de justiça e a ministro da fazenda, dois ministérios de grande destaque e
que mais estão relacionados com a presidência. Eles queriam partilhar da glória de Cristo,
tendo maior glória que os outros. Esse espírito dos discípulos é incompatível com o verdadeiro
discipulado.

V. 38-39 - A participação no reino de Deus é uma identificação com Jesus = Jesus repreende a
Tiago e a João quando diz "não sabeis o que pedis"(38). Ele entende muito bem a motivação e
a base da solicitação dos mesmos e por isso se põe a fazer uma pergunta crucial: "Podeis
beber o cálice que eu bebo, e ser batizados no batismo em que sou batizado?"(38) A grandeza
eles conquistariam por meio de Jesus e isso envolve, identificar-se com ele de forma plena.
Beber o cálice de alguém é colocar-se junto dele e suportar a sua sorte e aceitar o seu destino.
O cálice é usado como símbolo tanto da alegria(Salmo 23.5;116.13) como de sofrimento(Isaías
51.17-22, Salmo 75.8, Jeremias 25.15; Marcos 14.32-42). No caso de Jesus, é uma clara
referência ao seu sofrimento e a pergunta, indiretamente, significa se Tiago e João podiam
beber desse cálice do sofrimento. O batismo foi, para Jesus, a dedicação a obra que se tinha
para realizar(1.9-11), a qual terminaria com a morte e teria a continuidade através da ação do
Espírito Santo. O batismo também tem significado figurado de sofrimento. A resposta dos dois

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é "podemos"(39). Tiago e João não tinham consciência bem clara do que significavam nos
lábios de Jesus o cálice e o batismo. Talvez estivessem pensando no cálice que um rei sempre
recebia por ocasiões festivas do mordomo-mor, o qual era passado para os que tinham
posições privilegiadas ao redor do trono. A participação no reino de Deus e uma identificação
com Jesus Cristo A pergunta de Jesus no versículo 38 e 39 mostra qual a sua compreensão do
caminho para a glória: o sofrimento. Tiago e João poderiam beber o cálice de Jesus? Eles
estavam dispostos a sofrer? Jesus usou uma linguagem figurada que significava sofrimento(o
cálice Marcos 14.32-42), mas os discípulos não estavam compreendendo todo o alcance
dessas palavras. Participar no reino de Deus é sofrer também as dores de Jesus. Muitas coisas
estavam reservadas aos discípulos e eles aprenderiam pela prática o que é participar do reino
de Deus. Jesus mostra que a preocupação nossa não dever ser com a glória, mas com a viva
preocupação no reino de Deus em forma de serviço, quando então.

demonstramos nossa verdadeira grandeza.

V. 40-44 - A grandeza pelo serviço = o versículo 40 mostra que a prerrogativa de colocar tirar
uma pessoa de uma posição pertence a Deus. O pedido de Tiago e João provoca reação de
indignação nos demais discípulos. A indignação aponta que os outros também tinham a
mesma pretensão pelo prestígio no reino do messias(41). Parece que o relacionamento dos
discípulos ia ficar bastante complicado e tenso por isso Jesus os chamou a si para ensinar
lições preciosas de como deve comportar-se e o que deve desejar o discípulo. Jesus ensina
que a participação no reino não é urna questão de posição em relação aos demais súditos do
reino de Deus, mas sim de serviço que uns prestam aos outros(43,44). São valores diferentes,
são atitudes diferentes que fogem do nosso padrão de competição. Vivemos a competir com os
outros e não queremos ficar em último lugar. No reino de Deus, todos são servos uns dos
outros; todos vivem na igualdade dos direitos e deveres - um verdadeiro padrão de justiça. A
idéia de posição, de ascendência sobre os outros, só traz intrigas(41). Ás vezes, por não
compreendermos o verdadeiro sentido de sermos súditos do reino de Deus, ficamos
preocupados com posições de destaque, e isso, para Jesus, não é a coisa principal nem
mesmo necessária, mas o servir aos outros e o verdadeiro sentido de nossa participação no
reino de Deus. O exemplo negativo de busca do poder e tirado da vida política dos
gentios(42). Muitas vezes a política é exercida de forma ilegítima, que é o avesso dos padrões
de justiça social que conhecemos na Bíblia. Jesus diz que esse modelo não deve ser
transferido para os nossos relacionamentos. Devemos espelhar um padrão muito superior ao
mostrado por aqueles que não vivem os padrões de Jesus. Infelizmente, somos muito
influenciados por modelos de políticos que vivem apenas de palavras, fazendo discursos
bonitos nos comícios e "shows" das campanhas. O desejo de muitos é o poder para perpetuar
ondas de crimes, tráfico, violência, enfim, querem manipular, ser senhores da vida dos outros.
Quantos não são comprados por pequenas "bondades" politiqueiras? E esse espírito não faz
parte da nossa essência como pessoas redimidas e transformadas pelo poder de Cristo. Há
muito que fazer existem muitas oportunidades de serviço. Vivemos dias que cobram uma ação
mais decisiva do povo de Deus. A pobreza está se multiplicando, a violência está se
alastrando, o tráfico de drogas toma proporção gigantesca, com métodos sofisticados e
violentos na distribuição dos tóxicos, a falta de objetivos na vida tem sido uma constante entre
os nossos jovens, muitos caminham velozmente para a porta do inferno e precisam urgente da
mensagem salvadora do evangelho. A igreja precisa agir, e rápido. Não é uma contradição

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vivermos buscando posições enquanto milhares não podem nem ao menos sonhar com dias
melhores? Jesus queria que seus discípulos tomassem consciência que o caminho para o
reino de Deus, que começa com a fé e o arrependimento, seja sinalizado por uma vida de
serviço ao próximo. E o amor ao próximo levado a sério é transformado do discurso para atos
concretos.

V. 45 - O Filho do Homem é exemplo de serviço = o versículo 45 é a chave de todo o


evangelho de Marcos, pois apresenta o propósito do ministério de Jesus Cristo. Por que a
morte? Qual a razão do sofrimento? Precisaria haver rejeição e humilhação? Com poucas
palavras Jesus procura colocar qual é a razão de ser de seu ministério aqui na terra. Jesus
demonstra em ações o que significa ser de fato grande. Ele não veio para ser grande de
acordo com os conceitos correntes da época. A atitude de Jesus para com os homens e seu
comportamento diante de sua missão faz dele um louco e não um sábio, conforme o senso
social comum. Em vez de ser servido, Jesus vem para servir. O serviço chega a ser sacrificial,
pois ele veio "para dar a sua vida em resgate de muitos". A palavra resgate fala do preço pago
pela alforria de um escravo. Aqui não significa que Jesus pagou um preço ao reino do mal
pelas almas dos homens. A declaração e para dar ênfase a que Jesus deu-se a si mesmo para
redimir o ser humano. Olhando para Filipenses 2.5-11, temos uma idéia mais precisa do que
Jesus fez para fazer com que o ser humano pudesse ter paz com Deus. O que ele fez foi "por
muitos", ou literalmente, "em lugar de muitos". Esta expressão tem conotações sacrificiais e
mostra que o que foi feito, os substituídos não tinham condições de fazê-lo por si mesmos ou
para si mesmos. O sacrifício de Jesus é voluntário e deliberado. Não foi nem coação nem algo
acidental. Outro aspecto é a imparcialidade do sacrifício, pois Jesus o fez por muitos, e não por
alguns apenas. O sacrifício lhe custou a vida. Jesus é o supremo exemplo de serviço, sem
visar o seu próprio bem. Ele tem em mira o bem de toda a humanidade. Ele não veio resgatar
só os bons, mas a todos os homens. O seu serviço não é dirigido só a um povo em particular,
mas a todos os povos.

A busca pelo prestigio e pela posição como meio de estar acima dos outros não condiz com a
natureza do discipulado cristão - além de demonstrar falta de compreensão do valor do ser
humano, quem isso faz demonstra não estar consciente do ministério de Jesus nem do crente
no mundo de hoje. Devemos viver para servir, e não para lutar por conquistar prestígio ou
lugar de proeminência. Jesus nos convida para uma vida de demonstração de profundo amor
pelos nossos semelhantes. É a chamada para a morte do egoísta e, a ressurreição do servo. A
verdadeira grandeza tem como exemplo a vida de Jesus - Jesus é o servo sofredor de Isaías
53, pois encarnou em sua vida o exemplo de entrega pessoal para toda a humanidade. A sua
presença entre nós se fez sentir pela constante atenção que dava a todas as pessoas, sem
fazer distinção entre elas. Existem muitas pessoas que são marginalizadas por causa da
condição social, emocional e até por questão de saúde, elas precisam do amor verdadeiro que
foi demonstrado por Jesus e nós podemos demonstrá-lo através de atitudes concretas, e não
apenas de palavras. Que possamos aprender com Jesus o serviço motivado pelo amor ao ser
humano, e não pelos interesses egoístas ensinados pelos padrões da sociedade em que
vivemos.

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V. 46 - O cego de Jericó = Nosso Senhor, seus discípulos, e a multidão que juntamente seguia
para a páscoa em Jerusalém, tinham atravessado de barco, algumas milhas acima do ponto
em frente a Jericó. O rio bem antes da páscoa devia estar comparativamente cheio e
impetuoso, e somente aos mais audaciosos da multidão tentariam navega-lo. Jesus passou a
noite em Jericó, e pode ser que ficasse ali muito tempo. E, ao sair ele de Jericó com seus
discípulos e uma grande multidão, estava sentado junto do caminho em mendigo cego,
Bartimeu, filho de Timeu. Mateus fala de dois cegos sendo curados enquanto Jesus saia de
Jericó. Lucas não dá o nome do cego e localiza o milagre na ocasião da entrada de Jesus na
cidade. Marcos menciona um cego, citando seu nome, Bartimeu, curado enquanto Jesus saia
desta cidade. Há pouca dúvida de que todos os três se refiram ao mesmo incidente, embora
com informações que atualmente possuímos talvez seja impossível dar uma explicação
satisfatória destas diferenças. Alguns pensam que houvesse dois cegos, dos quais Bartimeu
era o mais destacado ou mais conhecido da igreja. É ressaltado também que havia duas
cidades com o nome de Jericó, a antiga, famosa no Antigo Testamento, e a nova, estabelecida
por Herodes Magno. Alguns sustentam que a cura foi realizada enquanto Jesus saia de uma
para entrar na outra.

V. 47 - A viagem de Jesus o levava a Jerusalém passando por Jericó, uma cidade perto do
Jordão e cerca de 200 metros abaixo do nível do mar. Enquanto se aproximava da cidade a
multidão que estava com ele atraiu a atenção do cego que perguntou qual era a razão daquela
comoção, e lhe contaram que era Jesus, o nazareno, que passava por ali. Jesus de Nazaré era
um título pelo qual o Mestre e curador era designado em todo o país. Não sabemos como ele
poderia ter esperado que Jesus o ajudasse. É claro que a reputação de Jesus tinha ido adiante
dele. O cego agarrou a oportunidade e invocou a Jesus como Filho de Davi, a única pessoa no
Evangelho de Lucas que se dirigiu a Jesus assim. O título é messiânico, e o fato de Jesus ter
curado o homem em resposta ao uso do título pode ser uma aceitação das suas implicações.
Neste caso, reconhecia seu destino messiânico enquanto subia a Jerusalém onde dentro em
breve haveria de morrer como Messias. O homem pede, clama a Jesus que tenha compaixão
dele. A esta altura o homem já sabia do homem nascido cego e curado em Jerusalém, seis
meses antes e o seu coração esperava que Jesus fosse compassivo com ele.

V. 48 - O clamor do cego, porém, aborrecia os que estavam acompanhando Jesus “e muitos o


repreendiam”. A razão do aborrecimento é que eles não desejavam que o cortejo fosse
perturbado, e nem que o personagem principal fosse incomodado, já que esperavam
ansiosamente por ouvir mais ensinos. O desejo deles era que o cego se calasse, mas como o
cego estava esperançoso e em extrema necessidade, a oposição só fazia que ele gritasse
mais alto construindo assim um clamor contínuo. Aquele homem clamava pela compaixão de
Jesus porque ele não queria abrir mão da sua oportunidade. Deste verso podemos extrair as
seguintes lições para a vida diária:

1. Os homens muitas vezes desprezam como indignos de serem cristãos, aqueles que depois
trarão maior glória a Deus.

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2. O decoro religioso deve muitas vezes dar lugar ao desejo intenso.


3. Os impedimentos são para as almas ansiosas um estímulo maior.

4. Os discípulos de Cristo podem ser um estorvo, quando Cristo mesmo está pronto a ouvir.

V. 49 - Jesus não deixou sua petição passar desapercebida. Mandou que lhe trouxessem o
homem diante dele, e eles foram e agora o animam dizendo: “tem bom ânimo; levanta-te, ele te
chama”. Percebam como a motivação das pessoas que seguiam a Jesus mudou pelo simples
fato de Jesus parar e se dispor a ouvir as necessidades do pobre homem. Eles que
censuravam o cego mandando que se calasse; agora se aproximam dele encorajando-o,
estimulando-o, procurando animá-lo, pois o Senhor o estava chamando.

V. 50 - O homem então se levantou, jogou fora a sua capa, deu um grande pulo e foi encontrar-
se com Jesus. Que maravilha perceber que a esperança cristã produz mudanças radicais
naqueles que se aproximam de Cristo. Veja que aquele homem prejudicado pela deficiência
visual, marginalizado pela sociedade, empoeirado à beira do caminho clamando por
compaixão; agora joga fora sua capa como quem num gesto de abandono da própria limitação
visual, rompendo com as dificuldades saltou, ficou de pé e foi encontrar-se com Jesus.

V. 51 - No diálogo rápido e objetivo Jesus lhe dá a oportunidade de expressar em palavras o


seu desejo: “O que queres que eu te faça?” Mais do que depressa o homem cristalizou seu
anseio: “Mestre, que eu veja”. Sim o que ele mais queria não eram as esmolas mas enxergar.

V. 52 - Mateus nos conta que ele tocou os olhos do homem, Marcos e Lucas mencionam
apenas as palavras da cura. E aqui vemos Jesus dizendo àquele homem para que fosse
embora pois a sua fé o havia salvado. E imediatamente ele recuperou a visão; e seguia a
Jesus pelo caminho. O texto aqui não nos ensina que a fé do homem criou a cura, mas, sim,
que foi o meio pelo qual ele a recebeu. Nesta secção do cego de Jericó encontramos as
causas da misericórdia divina: a) ele estava em necessidade(v.46). b) ele implorava por
misericórdia(v.47). c) ele cria na missão de Jesus(v.47). d) ele perseverava e se tornava mais
ansioso(v.48). e) ele sabia exatamente o que queria(v.51). f) ele seguiu a Jesus com gratidão e
devoção(v.52).

CAPITULO ONZE

V. 1 – A entrada triunfal em Jerusalém = Marcos inicia neste capítulo a narrativa da última


semana do ministério público de Jesus, a conclusão de seu ministério profético. A entrada em

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Jerusalém, a condenação da figueira e expulsão dos profanadores do templo, a contestação


dos líderes judeus e a questão sobre o batismo de João constituem os incidentes deste
capítulo. Os judeus já vivem os preparativos da páscoa a acontecer brevemente. Peregrinos
religiosos encaminham-se para Jerusalém. Acontecimentos significantes marcam esta última
fase da ação do Senhor Jesus. Em várias oportunidades, ele declara, reafirma e exerce sua
autoridade de Messias, de Senhor, de Deus e Salvador. Dois destes acontecimentos são
objetos de nossa consideração. Vamos a eles. O Senhor estava em Jericó e ia subindo para
Jerusalém. Sem dúvida seguiam a estrada militar romana, cuidadosamente calçada de pedras,
e nivelada, que subia de Jericó, passava por Betânia, e atravessava o Monte das Oliveiras até
Jerusalém, e porções da qual ainda acusam aquela pavimentação. Não havia o perigo nesta
jornada em particular, de que alguém caísse nas mãos dos salteadores, desde que a multidão
formava uma proteção geral; mas comumente havia um tal perigo, e ninguém podia
seguramente viajar por aquela estrada, sem uma guarda do Sheir de Betânia.

A distância de Jericó a Jerusalém era de 27 quilômetros, ou de 24 quilômetros até Betânia; a


diferença em elevação era de um três mil pés. Mateus não menciona a chegada em Betânia.
Marcos e Lucas mencionam Betânia, em conexão com Betfagé, como atingida, antes de sua
entrada triunfal, mas não dão detalhes de uma permanência em Betânia. A menção da vila de
Betfagé e do monte mostra qual o lado pelo qual eles se aproximaram de Jerusalém, e quão
perto dela se achavam. O lugar está entre Jerusalém e Betânia na encosta oriental do Monte
das Oliveiras. Pode se dizer ao menos, que estava perto no lado ocidental do monte, muito
provavelmente na estrada romana que liga Betânia a Jerusalém. O nome da cidade significa
“casa de figos”. O monte das Oliveiras é um monte baixo(outeiro), o qual começa na parte
norte de Jerusalém e se estende para o ocidente, depois de quase um quilômetro e meio de
distância se volta para o nordeste da cidade, estende-se depois para o sul, até ser interrompido
pela saída dos vales que jazem ao oriente e sul da cidade, e deságua as suas águas unidas ao
sul, num profundo barranco, em direção ao mar Morto.

O monte evidentemente deve o nome à grande abundância de oliveiras nele existente. O vale
que o separa de Jerusalém é o ribeiro de Cedron. A depressão central correndo para o oriente,
é mais íngreme e atravessa a montanha para Betânia. É este o caminho dos viajantes
pedestres entre subúrbio e a cidade. A depressão ao sul ascende muito para o sudeste,
oferecendo melhor aplanamento e travessia na parte mais baixa do cume. Através desse
desfiladeiro e bem nivelado além dele no declive oriental das oliveiras está o caminho para
cavaleiros de Jerusalém e Betânia. Ao longo deste caminho passou a procissão triunfal. No
domingo de sua última semana, Jesus caminha com os discípulos de manhã para Jerusalém.
Antes de entrarem na cidade, dois deles, talvez Pedro e João, são enviados a uma aldeia
próxima, provavelmente Betfagé.

V. 2 - A ordem dada foi que eles aos chegarem na aldeia, deveriam tomar um jumentinho,
ainda não montado anteriormente, e trazê-lo para que sobre ele Jesus entre em Jerusalém. O
objetivo aqui era ter o Messias, o Rei, montado num animal novo, não usado anteriormente

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como um caso de honra especial. Teriam os discípulos roubado aquele jumentinho? Claro que
não.

V. 3 - Apresentando-se como Senhor = Instruiu sobre como deveriam agir se fossem


abordados por alguém e lhes mostrou como responderiam: “o Senhor precisa dele, e logo
tornará a enviá-lo para aqui”. Por que o Senhor não vai a pé desta vez? Estava acostumado a
grandes e longas caminhadas. Um pouco mais e estariam na cidade. Havia, porém, uma
importante profecia messiânica a ser cumprida. Zacarias deixara registrada uma nota de
júbilo(9.9). Os judeus aguardavam o cumprimento dessa profecia, com a entrada, na cidade
real, do desejado Messias, o rei de Israel, montado num jumento. Jesus entende que é
chegada a ocasião de mostrar-se como o Cristo de Deus. Anteriormente, recomendara que não
se divulgasse a verdade a respeito dele. Agora é o momento propício de proclamar sua
condição de Messias e receber as honras merecidas.

V. 4-6 - E eles então encontraram o jumentinho e o soltaram e os que ali estavam perguntaram
por que faziam aquilo. Eles responderam que o Senhor precisava dele e eles o deixaram levar.
“O Senhor precisa dele”= Senhor pode ser Jeová ou Jesus, o Rei Messias. Tanto um
significado como o outro apontam para a pessoa de Cristo mesmo. Ele é de fato Jeová e
Cristo; Criador e Senhor de tudo. Os proprietários do animal cederiam naturalmente, porque o
Senhor tem autoridade para exigir. Afinal de contas tudo é primeiramente dele. O Senhor
poderia criar o animal que necessitasse, mais queria dar ao homem o privilégio de ser útil e
servir também.

V. 7 - Sendo reconhecido como Messias = Os discípulos trouxeram o jumentinho. Não era um


cavalo, freqüentemente associado nas Escrituras com as idéias de guerras, mas o potro de
uma jumenta de carga, um animal de serviço. Chegado o tempo de receber a aclamação, isso
aconteceria de modo bem significante, de acordo com a natureza do seu reino. O cavalo era
um animal de orgulho e guerra, o jumento de humildade, serviço e paz. O Mestre é
reconhecido como Messias, mas não como um orgulhoso rei terreno, e, sim, o príncipe da paz
que veio para servir. O povo de Jerusalém começava a conhecer um novo tipo de liderança,
um novo tipo de reinado, um novo rei e um novo reino também. Muitos estenderam as vestes
pelo caminho, e os discípulos puseram suas roupas sobre o animal. Isso era um ato de
homenagem a um rei(2 Reis 9.13).

V. 8 - Na estrada por onde Jesus passaria, muitos deitavam folhagem dos campos. Era
costume cortar ramos para servir de cama, ao acampar o povo na cidade que se enchia de
gente com a proximidade da páscoa(de 300 mil habitantes passava para 3 milhões de
pessoas). João descrevendo este fato, fala de ramos de palmeiras, símbolo de alegria e vitória.

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V. 9-10 – Cânticos entoados em todo o caminho faziam vibrar nos ares a saudação “hosana”.
Hosana é uma expressão hebraica que significa “salve” e que era usada pelos adoradores, na
Festa dos Tabernáculos, enquanto andavam em volta do altar, é uma expressão de alegria. O
povo inclui aqui uma invocação de bênçãos sobre Jesus, o Filho de Davi que vem com a
autoridade de Jeová(em nome do Senhor), como Messias de Israel. Eles não compreendiam,
embora aplaudissem entusiasticamente, a natureza do reino espiritual do Messias.
Simplesmente, aguardavam a restauração temporal do reino de Davi. “Hosana nas alturas”
significa louvores no mais alto grau, ratificados e aprovados no céu pelo Senhor Jeová.
Segundo Lucas e João, a multidão aclamou assim a Jesus por causa dos milagres vistos,
especialmente a ressurreição de Lázaro. O entusiasmo da multidão, entretanto, não podia ser
caracterizado como sincero e profundo; uma vez que rapidamente se acabou. Logo não havia
mais louvores, só escárnios; não havia mais hosanas, apenas perseguições, injustiças e
ingratidão. O primeiro dia de Jesus em Jerusalém foi um dia de certa paz e tranqüilidade;
porém, não retrava os outros dias que estavam por vir, e que em nada refletiria o clima de
serenidade, paz e tranqüilidade presente no primeiro dia; muito menos seriam dias em que se
dariam hosanas ao nome de Deus por Jesus Cristo.

V. 11 - Entrando em Jerusalém, foi ao Templo. Diz-nos o evangelista Mateus que a cidade


ficou querendo saber quem era esse que estava sendo aclamado como Messias e a multidão
respondeu que era Jesus o profeta de Nazaré da Galiléia. Na hora de testemunharem quanto a
messianidade de Jesus não tiveram coragem de assumir o que vinham dizendo pelo caminho.
Mencionar a Galiléia parece-nos uma intenção política de divulgar o distrito, pois os judeus
insistiam que o Messias não podia vir da Galiléia e que de fato nenhum profeta saíra da
Galiléia(João 7.41-52). E sendo já tarde saiu com os doze para a cidade de Betânia.

V. 12 - Uma parábola viva ensinada = No dia seguinte teve fome logo que saíram da cidade de
Betânia.

V. 13-14 - E avistando de longe uma figueira foi em busca dos seus frutos e não os encontrou.
Pelo que disse “nunca mais coma alguém fruto de ti” e seus discípulos ouviram isso. O que o
Senhor queria ensinar nessa parábola viva? A figueira era Israel, que mesmo estando com
folhas não dava o seu fruto. Israel era a capital do culto a Jeová, tinha um Templo formoso;
entretanto, não dava o fruto de reconhecer em Jesus o Messias vindo de Deus. De que adianta
uma árvore com um belo tronco, belas folhas e formosa, se não dá o seu fruto? E do que
adianta uma cidade bem edificada, com um belo templo, caso não reconheça o Filho de Deus?
Os valores de Israel estavam invertidos. Melhor seria que não fosse Jerusalém a cidade santa
que não tivesse em seu território o templo de Jeová; mas que reconhecesse o ungido do
Senhor.

V. 15-16 - Purificando o Templo = Esta é a segunda purificação, e acontece numa segunda-


feira. No dia anterior, após a aclamação recebida, Jesus observou “tudo em derredor” no

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templo e viu naturalmente a profanação. Agora ele toma providências e afasta os responsáveis
por essa irregularidade na casa de Deus, digna de respeito como lugar de culto, oração e
adoração. Agora começamos a entender melhor o significado da parábola viva em amaldiçoar
a figueira. Eis porque Israel é comparado a uma figueira estéril: o povo estava invertendo
quase que completamente o significado dos valores religiosos de Israel. O próprio Templo não
estava mais sendo respeitado ou reverenciado. O templo de Jerusalém era algo muito
importante na vida do povo. Nele havia um lugar reservado para os gentios, onde eles
aprendiam e eram doutrinados a aceitarem a fé em Jeová até se comprometerem com a Lei de
Moisés e poderem enfim adentrar em outras partes do templo, reservadas apenas aos que
temiam a Jeová. Era precisamente neste local, onde deveria estar sendo ministrada a fé de
Israel, que os comerciantes haviam montado suas bancas e organizado seus negócios. No
átrio do gentios, animais, óleos, vinhos e outros artigos necessários eram vendidos. Os
cambistas trocavam dinheiro porque não se aceitava no templo a moeda corrente, de origem
estrangeira. Quem pagava o tributo no templo, ou fazia uma doação, precisava ter a mão o
dinheiro cambiado. As pombas eram as ofertas dos pobres para sacrifício em lugar dos
cordeiros, de custo maior. Talvez houvesse necessidade desse comércio, mas o que a
princípio era uma conveniência para os cultuantes tornou-se fonte de ganho ilícito e desonesto.
Jesus, com sua autoridade moral e espiritual de Messias, expulsa os profanadores e ainda
impede que transitem pelo templo com os objetos do seu vil comércio.

V. 17 - As palavras registradas no verso 17 são evidentemente o resumo do discurso. Com ele


Jesus justifica o uso de sua autoridade messiânica na purificação do templo. Cita livremente
Isaías 56.7 e Jeremias 7.11 para destacar a principal parte do culto, o uso primordial da casa
onde Deus habita, a oração, a adoração. Isso não é privilégio de judeus apenas, é para todos
os povos. Entretanto, o lugar onde os gentios podem entrar e orar transformou-se em caverna
de ladrões. A palavra traduzida por ladrões é forte e significa aqueles que se apropriam
abertamente e com violência do alheio.

V. 18 - É bem verdade que, com esse ato, Jesus conquistou gratuitamente muitas inimizades,
particularmente os principais sacerdotes e escribas, que inclusive procuravam um modo de
matá-lo. Preocupados com o crescimento da popularidade de Jesus, o uso franco e aberto que
faz de sua autoridade, a audácia de tomar para si uma posição que sempre lhe negaram, os
líderes judeus correm para colocar em movimento seu sistema legal, com o fim de tentar tolher
os passos de Jesus e encerrar sua atuação pública de uma vez. Não sabem eles que estão
favorecendo o cumprimento das Escrituras, e ajudando naquilo que, apesar de ser lamentável,
é a nossa libertação, a nossa redenção, a morte de Cristo.

V. 19 - Uma lição de fé = Ao entardecer saíram de Jerusalém e com certeza retornaram a


Betânia para ali passarem à noite.

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V. 20 - Quando passavam na manhã seguinte(vindo para Jerusalém), viram que a figueira tinha
secado desde as raízes.

V. 21 - E Pedro lembrando-se do incidente anterior disse-lhes: “olha mestre, secou-se a figueira


que amaldiçoaste”. O Mestre não tinha dito que a árvore secasse logo, mas apenas que não
desse mais fruto. Ali estava uma oportunidade para uma lição impressionante. A árvore deu
uma oportunidade pedagógica interessante: a árvore com a sua folhagem deu uma falsa
impressão de possuir fruto, e assim representava muito ao vivo as falsas profissões de
piedade, sem o fruto que a verdadeira piedade apresenta, e isso se via nos judeus
contemporâneos de Jesus, mas não somente neles. A maldição que Jesus lançou sobre ela,
tornou-se um símbolo e um aviso para todos que ouvissem o evangelho.

V. 22-26 - Ao respondê-lo Jesus o desafiou a ter fé em Deus(v.22). E argumentou dizendo-lhes


não só como eles poderiam operar tal milagre, mas muitos mais e mais maravilhosos ainda, por
meio da fé, isenta de dúvidas(v.23). Do poder que a fé lhes daria para operar milagres, nosso
Senhor passa ao poder mais geral da oração(v.24). Se a fé pode operar milagres, segue-se
que ela pode alcançar qualquer coisa pela qual se ore. De fato esta promessa tem as suas
limitações; receberemos o que pedirmos, ou alguma coisa que o nosso Pai celestial sabe que
nos seja melhor. Temos aqui também o mandamento de perdoar os outros(v.25), quando
oramos pedindo perdão a Deus; e uma advertência(v.26) sobre o zelo divino de não nos
perdoar se nós não perdoarmos.

V. 27 - A autoridade de Jesus e o batismo de João = Jesus retorna ao templo e aproxima-se


dele os principais sacerdotes, os escribas e os anciãos. A questão agora, embora pareça um
pouco obscura, é simples e muito interessante. Ao expulsar os vendilhões do templo, Jesus
suscitou uma polêmica entre os oficiais do templo. O que Jesus fez estava correto à luz do
texto profético, porém teriam questionado os membros do Sinédrio: “será que Jesus seria a
pessoa certa, autorizada para fazer aquilo, ou seria uma função delegada aos filhos de Arão,
na Lei de Moisés?” O fato de que os negócios realizados no templo traziam proventos muito
elevados, principalmente por ocasião das festas. E os oficiais do templo sentiram-se
ameaçados em sua autoridade.

V. 28 - Foi nesse contexto que a pergunta dirigida a Jesus no verso 28 surgiu. A intenção da
pergunta foi certamente tentar surpreender Jesus no mesmo erro que ele os havia repreendido.
Não dar valor ou ignorar o que manda a Lei de Moisés. Em outras palavras: como é que
alguém expulsa os comerciantes do templo em defesa da Lei de Moisés, e ele mesmo
arbitrariamente desacata esta Lei, fazendo algo que ela determina como função de outros? A
primeira pergunta é quanto à natureza de sua autoridade; a segunda, quanto à origem.
Pretendia ele ter autoridade profética, messiânica, ou qual? Pretendia ele ter autoridade de
homem ou de Deus? Qualquer judeu tinha permissão de falar publicamente sobre religião, mas
se ele se propunha a ser um mestre regular(rabino) necessitava ser autorizado por outros

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rabinos, ou pelo Sinédrio. Jesus não somente se ocupava em ensinar, mas também em operar
milagres, purificar o templo como se fosse um profeta, e aparentemente justificava os seus
discípulos em o aclamarem como o Messias. Seria próprio que o Sinédrio o interrogasse
quanto à sua autoridade, se o fizesse em bom espírito.

V. 29-30 - A resposta de Jesus segue as características de outras respostas dadas por ele no
evangelho, isto é: ele responde com uma outra pergunta. Uma pergunta que tendia mostrar-
lhes a incoerência da sua posição, e levá-los se possível, a investigar num melhor espírito. Se
respondessem sinceramente a sua pergunta, então a pergunta deles seria respondida. Uma
leitura desatenta provavelmente não perceberá a relação íntima que há entre a pergunta de
Jesus e a resposta que os oficiais do templo queriam. Com essa pergunta, Jesus estava
simplesmente testando a capacidade dos principais sacerdotes, dos escribas e dos anciãos, de
reconhecerem quando um homem é enviado de Deus e quando não o é. Ao responderem que
não sabiam, aqueles homens admitiram abertamente que não tinham sabedoria e
discernimento para distinguir entre um homem enviado por deus e um falso profeta.
Certamente nunca compreenderiam que ali diante dos seus olhos, estava alguém muito mais
importante e com mais autoridade do que Moisés. Ali estava aquele que era alvo de toda a lei
de Moisés, aquele sem o qual nem a Lei, nem os anjos, nem os profetas teriam sentido e
significado algum. E a pergunta incomodava: “o batismo de João era do céu, ou dos homens?”

V. 31 - E começaram a pensar entre eles e descobriram que se respondessem que era dos
céus o fato de não terem crido nele os colocaria numa má situação. João constantemente
testificava que o reino messiânico estava próximo, e claramente testemunhou aos enviados
dos principais sacerdotes de Jerusalém, que o Messias apareceria muito em breve(João
1.19,26).

V. 32 - Descobriram também que se respondessem que era dos homens colocariam suas
próprias vidas em risco. Pois o povo considerava João Batista como profeta e isto os
amedrontava e Lucas menciona que “todo povo nos apedrejará”.

V. 33 – Diante desse impasse eles admitiram que não sabiam como responder à pergunta de
Jesus. Jesus se considerou desobrigado, como dever de cortesia, de responder à pergunta
eles. De que adiantaria, porém, Jesus tentar explicar que era o Cristo enviado de Deus? A
quem Deus revestiu de toda autoridade, no céu e na terra? Aqueles oficiais, por mais que
estudassem a Lei, estavam cegos para as coisas do reino de Deus. Não mereciam palavra
alguma de Jesus em reposta à sua.

CAPITULO DOZE

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V. 1-12 - A parábola dos lavradores maus = Segundo esta narrativa Jesus chega ao momento
crucial de sua vida: a morte. Mas antes que ele venha, algumas coisas acontecem para
agravar a situação. A morte não é de causas naturais, mas é motivada pela rejeição daqueles a
quem Jesus veio salvar. Antes que a cruz seja erigida, o mal e a dureza dos corações serão
enfrentados. É necessário entender a razão de tamanha rejeição e as suas conseqüências
sobre a vida dos rejeitadores. E para isso observaremos quatros aspectos que nos chamam a
atenção neste texto bíblico.

1. Rejeição: o clímax de um processo = Jesus não foi rejeitado por ter cometido um único. É
bom que saibamos que a rejeição foi um processo gradual que teve o seu fim, com relação a
Jesus, com sua morte. Depois dela ainda houve uma intensa rejeição pela obra realizada por
seus discípulos. Quando começou o processo? Antes de responder à pergunta é necessário
determinar os elementos da parábola dos lavradores maus. Quem são os personagens? O
texto que se assemelha à parábola está em Isaías 55.1-7, o chamado cântico da vinha, o qual
apresenta a profecia da rejeição de Israel. Os personagens da parábola nos ajudam a
compreendê-la: A vinha é o povo de Israel(Isaías 5.7); os lavradores maus são os líderes e os
chefes religiosos(Marcos 12.12); o dono do campo sem dúvida é Deus; os enviados antes são
os profetas e o filho é Jesus; a punição é a rejeição de Israel(Mateus 21:43); os
“outros”(Marcos 12.9), significam a igreja. Tendo esse esquema geral em mente, podemos
dizer que o objetivo desta parábola é ensinar como Israel foi rejeitado por Deus e porque a
igreja levantou-se em seu lugar. Para entendermos essas palavras de Jesus, precisamos saber
o porquê das mesmas e isso só encontramos buscando a história de Israel até o tempo de
Jesus.

Deus começou o seu relacionamento com o povo de Israel, através do patriarca Abraão,
iniciador de toda genealogia e motivo de orgulho para todo judeu. Esse fato foi o mais alegado
para que um judeu se julgasse digno de viver em comunhão com Deus(Mateus 3.9; João 8.39).
A filiação de Abraão foi ao mesmo tempo um direito adquirido de todo judeu e motivo de
ostentação e obstáculo para uma verdadeira vida de fé. Um dos acontecimentos mais
celebrados na vida do povo de Israel e que mais lições trouxe foi o Êxodo. Desde a libertação
da escravidão sob os egípcios até a entrada na terra prometida, vemos um povo submerso na
rebeldia. Os hebreus puderam ver de perto o poder de Deus e a manifestação das dez pragas,
que não o atingiu e, principalmente, a demonstração de soberania na divisão das águas do Mar
Vermelho e, quarenta anos depois, na divisão das águas do Jordão. A peregrinação foi
marcada pela lamúria, pelo pecado da idolatria, pela desconfiança na capacidade do líder
escolhido por Deus e pela falta de fé diante das promessas de Deus, como aconteceu com dez
das doze espias, que fizeram o povo desanimar.

Como conseqüência, o povo é submetido ao castigo de ter que caminhar “em círculos” durante
uns quarenta anos. O autor de Hebreus mostra que foi o pecado da desobediência que fez com
que o povo na entrasse no descanso(Hebreus 13.12-19). O período dos juízes é outro marcado
pela intensa desobediência à Lei de Deus. Mesmo com uma leitura superficial, podemos notar
que o período é marcado por um movimento de queda, sob o domínio estrangeiro, e de um

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livramento por meio de um juiz levantado por Deus, por causa do sofrimento do povo. Quando,
porém, o juiz morria, logo o povo pecava e caia novamente sob o domínio dos inimigos. O povo
parecia ter memória curta e falta de vontade de transmitir os ensinamentos e a história dos atos
de Deus às gerações futuras. O período termina com uma triste constatação: “naqueles dias
não havia rei em Israel; cada um fazia o que parecia bem aos seus olhos”(Juízes 21.25).

Deus foi relegado para além de secundário. É nesse tempo que surge o pedido do povo por um
rei. Esse ato foi visto por Deus como uma rejeição de seu governo soberano e cuidadoso(1
Samuel 8.8-22; 12.6-25). Deus concedeu ao povo um rei, mas não sem antes colocar bem
claras as limitações e as mudanças que ocorreriam na vida do povo. O primeiro rei não soube
manter o padrão inicial proposto por Deus e sucumbiu ante seu orgulho e prepotência. Deus,
porém, não quis deixar que o seu plano de redenção de toda a humanidade fosse prejudicado
por causa de um rei mau. Levantou Davi, o rei segundo o coração de Deus, e prometeu-lhe
que seu reino seria eterno. Davi não estava, no momento, percebendo que Deus falava do
Messias, de Jesus.

Depois de Salomão, o reino experimenta sua divisão em duas partes, passando a ser
designado de Israel, ou reino do norte, e Judá, ou reino do sul. Tudo isso aconteceu por causa
de um velho defeito do povo: desobediência à voz de Deus. Israel teve o seu fim por causa
da idolatria, e no mesmo pecado Judá, sendo levado cativo para a Babilônia. O período do
exílio babilônico é cheio de aprendizado para o povo, que ficou curado da idolatria e aprendeu
muitas lições sobre quem é Deus. O exílio teve a função principal de peneirar um
remanescente fiel e justo, que pudesse trazer em seu seio a esperança pelo Messias e a
conseqüente manutenção da Lei. Não cessou a desobediência, mas o povo aprendeu muitas
lições.

Quando chegamos à época de Jesus, vemos um povo que traz consigo as velhas marcas do
orgulho, principalmente os chefes religiosos. A vida política era marcada pela dominação sob
os romanos que, além de cercear a liberdade em vários aspectos, colocavam sobre os ombros
do povo pesados impostos. A classe dominante estava mais interessada em manter a situação
e procurava perseguir àqueles que simbolizavam qualquer ameaça ao governo romano. Nos
evangelhos vemos os judeus num estado de constantes desconfianças quanto à pessoa e
mensagem de Jesus. A rejeição não foi só em Jerusalém, onde estavam concentrados os
líderes políticos e religiosos. Nazaré, lugar onde Jesus foi criado desde a infância e viveu por
uns trinta anos, foi o ambiente onde se deu um dos primeiros atos de rejeição(Lucas 4.14-30).
Jesus, quando foi para Nazaré, após ter sido batizado, tentado e conquistado muita fama por
suas pregações, ensinos e milagres; foi expulso dali. A partir de então, aonde ia tinha sempre
líderes religiosos à sua volta, com o intuito de encontrar elementos para condená-lo.

2. As razões da rejeição de Jesus = como judeus puderam rejeitar a Jesus, sendo ele o
Salvador, o cumprimento de todas as esperanças do Antigo Testamento? João sumariza essa

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rejeição nas seguintes palavras: “veio para o que era seu, e os seus não o receberam”(João
1.11). Estamos com o Novo Testamento inteiro em nossas mãos e estamos longe dos
acontecimentos, o que nos permite ver tudo de forma mais objetiva. O povo do tempo de Jesus
tinha uma compreensão diferente da nossa. Vemos todos os fatos à luz de Jesus, sendo ele o
Cristo e o cumprimento das promessas, mas os judeus tiveram dificuldade de ver assim,
porque ele não parecia cumprir as credenciais, porque não vinha na forma de um forte
guerreiro para vencer o poder dos inimigos. Sob esse prisma podemos perceber a razão dos
que estavam presente na sinagoga de Nazaré(Lucas 4.14-30) no momento em que Jesus disse
que as Escrituras tinham se cumprido diante deles na sua pessoa, pois ele veio fazer
exatamente o que Isaías 61 profetizava. Os judeus tiveram aquela reação violenta porque o
Messias não vinha para cumprir isso e era prepotência reivindicar o cumprimento de Isaías 61
em sua pessoa.

Já neste relato Jesus prevê a rejeição do seu povo, citando os exemplos da viúva de Serepta e
de Naamã, o sírio, para mostrar que os gentios seriam abençoados. A maneira como Jesus
agia atraía a reação dos fariseus, um grupo religioso dos mais populares entre o povo. O
incidente está registrado em Lucas 11.14-23, Marcos 3.20-30 e Mateus 12.22-32. A rejeição
dos fariseus chega ao cúmulo de atribuir as obras poderosas de Jesus à Satanás. Eles tinham
chegado a um estado de endurecimento de coração de tal forma que não reconheciam a ação
de Deus em Jesus. A razão mais clara para a rejeição está no fato de que Jesus, para o povo
em geral, não mostrava em suas ações as prerrogativas do Messias que ele esperava, mas
mostrava alguém fraco, muito embora fizesse alguns milagres. A liderança religiosa não estava
disposta a perder adeptos e principalmente deixar o tempo ser “profanado” por um profeta
chamado Jesus, que atraia muita gente ao seu redor, gente que nem sempre entendia o que
ele dizia e o seguia mais pelo que recebia em forma de pão e benefícios materiais outros do
que pelo espírito de aprendizado. Jesus era uma ameaça constante para as estruturas de seu
tempo, segundo os líderes e chefes políticos e religiosos.

3. O erro por não ouvir os enviados = Jesus não deixou de mencionar o fato de que Deus não
se deixou ficar sem mensageiros, que eram enviados para mostrar ao povo que ele estava
longe dos propósitos de Deus e trazê-lo ao correto relacionamento com Deus. Conforme a
parábola, os líderes mataram os enviados(v.5). Os profetas são enviados por Deus. A rejeição
maior foi dos “seus”. A salvação estava diante deles e foi repudiada como algo que nada vale.
Lucas apresenta de forma dramática os olhos vendados do povo para a realidade da salvação,
no relato das lágrimas de Jesus sobre Jerusalém(Lucas 19.41-44). O povo de Israel, tão
religioso no aspecto formal, vivia longe de Deus no coração e na fé. Uma religião de
justificação pelas obras não permite que o homem, de forma humilde, reconheça que é
pecador e precisa de salvação pela graça; ele acha que precisa merecer por atos próprios a
salvação de Deus. Esse foi um dos grandes erros do povo na época de Jesus.

4. Conseqüências da rejeição do Filho de Deus = Que os fariseus perseguissem os profetas,


até chegando a matá-los, podia ser algo perdoado, mas rejeitar e matar o filho, o herdeiro era
um erro que traria conseqüências eternas. Por isso ele “dará a vinha a outros”(v.9). Mateus é

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mais enfático quando diz: “.. vos será tirado o reino de Deus, e será dado a um outro povo que
dê os seus frutos”(21.43). O resultado é que o povo foi rejeitado por Deus e em seu lugar surge
um novo povo de Deus, a igreja. Deus agora não tem dois povos, mas um só, que é a igreja; o
novo Israel, que veio para cumprir os propósitos de Deus para a humanidade. A igreja herdou
as promessas e as responsabilidades de Israel. O povo de Israel não soube manter o
relacionamento com Deus e chegou a ponto de rejeitar o último dos enviados, o qual era o
Cristo e Salvador do mundo.

5. Lições práticas para a vida diária = a) A rejeição aos planos de Deus custa um alto preço.
Israel sofreu porque se esqueceu de cumprir a sua missão como luz para o mundo. Teve todas
as oportunidades para ser o maior e melhor povo, porque Deus estava com ele e jamais o
deixaria desamparado. Jesus foi à encarnação do cuidado de Deus pelo seu povo, mas este
preferiu rejeitá-lo, porque o seu ministério não se harmonizava com as suas expectativas. Que
erro tremendo! b)Muitos têm rejeitado ao Senhor, tentando fabricar um deus segundo a sua
própria imagem. O povo de Jesus o rejeitou porque pensou que Jesus não mostrava nada em
seu ministério que fosse o retrato real do verdadeiro messias. O erro não estava em Jesus,
mas no povo que construiu uma imagem errada do Messias. Muitas pessoas constroem
imagens erradas de Deus e, com a menor tentação ou problema na vida, rejeitam-no. Deus
precisa ser entendido como Ele é de fato, e não conforme o que pensamos.

V. 13 - A questão do tributo = os fariseus enviaram alguns dos seus juntamente com os


herodianos para ver se o surpreenderiam. Literalmente a intenção deles era apanhá-lo numa
armadilha. Os rabinos principais enviaram alguns dos seus alunos mais astutos, enquanto eles
mesmo ficaram de lado esperando os resultados, sem ficarem comprometidos posteriormente a
cooperar com o partido de Herodes. Os herodianos = quando Arquelau foi deposto, no ano 6
de nossa era, do etnarcado da Judéia e Samaria, e aqueles distritos foram postos sob o
governo romano, os judeus estavam muitos divididos em sentimentos. Os secularistas
preferiam o novo arranjo, que consideravam mais seguro aos negócios e as propriedades; e
com ele os saduceus em geral simpatizavam. Muitos fariseus opunham-se a ele amargamente,
em razão de que no seu entender o povo de Deus não devia estar sujeito a governadores
gentios. Alguns insistiam que um outro príncipe da casa de Herodes devia ser nomeado para
governar a Judéia e a Samaria, tal como Herodes Antipas ainda governava a Galiléia e Peréia;
e sem dúvida esperavam que nalgum dia algum príncipe da família obtivesse novamente o
domínio sobre o território governado por Herodes o Grande, como afinal conseguiu por alguns
anos, Herodes Agripa(Atos 12.1).

Essas pessoas vieram gradualmente a ser conhecidas como os herodianos. Este partido
político tinha provavelmente a simpatia dos fariseus menos rigorosos, como a única alternativa
possível de exercer influência sobre um governo pagão; enquanto que a maioria dos fariseus o
odiava, uma vez que os príncipes herodianos eram, a despeito de tudo, designados e
subordinados aos romanos. Os governadores romanos continuaram a governar a Judéia e a
Samaria, e o partido de Herodes foi gradualmente diminuindo. Quando os fariseus se uniram
aos herodianos, na tentativa de enredar Jesus, foi naturalmente pela força coercitiva de um

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ciúme comum contra um que era considerado popularmente como Messias: porque se ele
fosse reconhecido como tal, estavam certos de que a família de Herodes seria destinada,
e demitidos os atuais oficiais judaicos. “Para que o apanhassem em alguma palavra” =
queriam achar algum pretexto para o entregar a autoridade do governador Pilatos.

V. 14 – O que eles disseram era realmente verdadeiro, porém queriam lisonjeá-lo(de fato ele
era um verdadeiro Mestre). Com esta lisonja apenas tentavam levá-lo a falar alguma coisa
contra o governo romano, pois bem sabiam que só por intermédio dos romanos poderiam levá-
lo à morte. “Porque não olhas a aparência dos homens” = esta é uma frase grega que
representa uma expressão hebraica que significava originalmente “levantar o rosto de um
pedinte prostrado, e deste modo demonstra-lhe complacência”, e daí veio a significar
considerar a pessoa, no bom e mau sentido, em lugar da justiça de sua causa; em hebraico
como no grego o termo “rosto” era devidamente usado por causa de sua origem, por pessoa.
Os lisonjeadores queriam dizer que Jesus julgava em obediência aos princípios e a verdade,
sem receio de favoritismo. “O caminho de Deus” = é o caminho pelo qual Deus queria que os
homens andassem; isto incluiria a questão se deve o povo de Deus fazer desta ou daquela
maneira. “È lícito dar tributo a César, ou não?” = não há aqui uma referência a Lei judaica ou
romana, o fato é que eles queriam que Ele dissesse sim ou não, como quando os advogados
se esforçam para embrulhar uma testemunha. A palavra tributo aqui significa um imposto
individual que atingia até os mais pobres e era, como entre nós, causa do maior interesse e de
muitos queixumes. César = é o termo geral referente ao Imperador Romano. Pagar o imposto
individual às autoridades romanas, era o mais imediato e humilhante reconhecimento da
sujeição aos gentios. Podemos estar certos que no meio das multidões facilmente excitáveis,
que enchiam os átrios do templo quando a Jesus foi feita esta pergunta, havia muitos que
consideravam o imposto individual, um sinal de escravização aos gentios, e uma traição a
Jeová, o rei teocrático de Israel.

V. 15 - “Mas Jesus percebendo a hipocrisia deles” = com palavras doces e lisonjeiras, atiram-
lhe uma pergunta que eles esperavam fosse um dilema do qual ele não pudesse escapulir.
Queriam que ele dissesse apenas sim ou não. Se ele dissesse sim, os fariseus logo
espalhariam em todos os átrios do templo, que o nazareno aprovara o pagamento do tributo a
César, e isto demonstraria que toda e qualquer idéia de ser Ele o Messias Rei, era ridícula e
que de fato não era patriótica, nem piedosa. Se dissesse não, os herodianos iriam diretamente
a Pilatos denunciá-lo. Os romanos não se preocupavam com as questões de religião dos povos
que estavam sob seu domínio, e interferiam muito pouco nos negócios legais, conquanto o
povo conservasse a paz e pagasse impostos. Tão confiantes os governadores judaicos
estavam de que seu plano seria eficaz perante Pilatos, que três dias depois lhe disseram:
“achamos este homem pervertendo a nossa nação, vedando pagar tributo a César, e dizendo
ser ele o Cristo, rei”(Lucas 23.2).

“Por que me experimentais?” = com perguntas difíceis, na esperança de que dissesse alguma
coisa que comprometesse. A hipocrisia consistia em que eles pretendiam ter grande admiração
por ele como Mestre, e também manter uma aliança com César(João 19.15) e fingiam ter

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grande patriotismo e piedade. “Trazei-mo um denário para que eu o veja” = era natural que
uma moeda romana fosse usada para pagamento do imposto romano, visto que não havia
moeda semelhante(equivalente) dentre as demais moedas. Os siclos hebraicos, e várias outras
moedas gregas estavam também em uso. A família de Herodes, e os procuradores tinham
permissão somente de cunhar moedas de cobre; as novas moedas de prata eram
necessariamente romanas. Os imperadores até Vespasiano, como concessão ao sentimento
judaico, tinham moedas cunhadas para aquela província, sem a efígie do imperador, a qual
seria considerada ofensiva com uma “imagem gravada”. Mas as moedas romanas de outras
províncias forçosamente chegariam à Judéia, especialmente em dias de festa, e uma destas
aconteceu de vir às mãos de Jesus. O denário era uma moeda cujo valor correspondia ao
pagamento regular de um dia de trabalho ou diária de um soldado romano(da qual ele teria de
pagar a sua alimentação), e parece ter sido o imposto individual neste tempo.

V. 16 - “De quem é esta imagem e inscrição?” = isto poderia sugerir uma inscrição por cima da
figura. Muitas de tais moedas ainda existem, contendo a representação da cabeça de algum
imperador, acompanhada do valor da moeda e do seu nome.

V. 17 - A resposta de Jesus é um daqueles grandes ditos seus que vão mesmo ao âmago das
coisas, esclarecendo as dificuldades que por muito tempo preocuparam os judeus honestos e
devotos, suscitando dúvidas e disputas intermináveis. Sob a teocracia, eram ambos deveres do
mesmo Governador Divino, e havia pouca ocasião para distinguirem entre eles. Havia
efetivamente uma confusão semelhante do governo civil e religioso entre os povos gentílicos, a
exemplo do Imperador Romano, que era também o Sumo Sacerdote. Agora, contudo, o
governo civil era exercido por governadores gentílicos, a distinção entre os deveres religiosos e
civis, era de grande importância, mas o povo em geral não percebia a distinção.

Jesus toma a moeda que pertence a César, usada pelo povo como proporcionada por ele, e
assim de modo evidente mostra que há deveres para com o governo civil, que são distintos dos
deveres para com Deus, e não estão necessariamente em conflito entre si. “O que é de César”
= não meramente o imposto, mas tudo o que os cidadãos devem ao governo civil. “O que é de
Deus” = não meramente dinheiro e ofertas para a manutenção do templo, mas o cumprimento
de todos os deveres cerimoniais e morais. “E admiravam-se dele” = com toda a sua hostilidade,
não puderam deixar de ver que ele tinha não somente escapado do dilema, mas também
esclarecido uma questão importante. Mas não deixaram de perceber que Jesus havia negado
ser um Messias político e revolucionário, e isto gradualmente eliminaria dele a popularidade.

V. 18 - Os saduceus e a ressurreição = os saduceus levantam uma questão sobre a


ressurreição. É sabido que eles não criam na ressurreição e pelo fato de que Jesus os
ensinava se dirigem até ao Senhor para publicamente apresentarem o seu
argumento(Deuteronômio 25.5-12).

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V. 19-23 – Para eles, que não criam nela, esse argumento era infalível. Os saduceus eram uma
seita da classe dominante, rica e ligada ao templo de Jerusalém. Aceitavam apenas o
Pentateuco e é por isso que rejeitavam muito dos ensinos das outras seitas, porque diziam
eles, não se encontravam no Livro da Lei. A ressurreição era uma delas. Fazem uma citação a
Lei de Moisés no artigo conhecido como “levirato” para ilustrarem o conteúdo de sua crença.
Podemos imaginar que muitas vezes colocaram em embaraço os fariseus com a pergunta: “na
ressurreição de qual dos sete será mulher?” Os fariseus geralmente sustentavam, que a vida
após a ressurreição seria apenas uma mera reprodução desta vida, com todas as condições
restauradas e tornadas permanentes.

V. 24 - Jesus responde dizendo que eles não conheciam nem as Escrituras nem o poder de
Deus. “A ressurreição dos mortos apoia-se no poder de Deus; e a nossa fé na ressurreição se
apóia nas Escrituras”. Estes saduceus estavam acostumados a negar que as Escrituras assim
ensinavam; e sem dúvida sustentavam, com os ascéticos em todos os tempos subseqüentes
têm feito, que a ressurreição do corpo é impossível.

V. 25 - Jesus diz que o casamento foi instituído para a nossa vida enquanto habitantes neste
mundo. No novo mundo, o da ressurreição, os homens não se casarão. Pois estarão acima das
condições e relações meramente físicas. “Pelo contrário, são como anjos nos céus” = nosso
Senhor ao mesmo tempo ensina que os saduceus estão errados em negar a existência dos
anjos.

V. 26-27 - Outro argumento de Jesus é que a ressurreição dos mortos está intimamente
ligada(relacionada) com o caráter de Deus em ser Deus dos vivos, e não dos mortos. A vida
encerrando na sepultura contraria a própria natureza de Deus. Já que o Deus Eterno não faria
um concerto senão com aqueles cuja existência é permanente.

V. 28 - O primeiro de todos os mandamentos = a rivalidade entre os fariseus e os


saduceus(Mateus 3.7) destaca-se aqui. Os primeiros, que se haviam retirado(Mateus 22.22)
ficaram sem dúvida satisfeitos, vendo os saduceus derrotados no seu argumento, pois que sua
pergunta que tanto confundia os fariseus, havia sido resolvida, a doutrina da ressurreição,
havia sido firmemente estabelecida na mente popular; porém, o mais importante era que eles
mesmos voltassem a atacar o nazareno, com receio de que os seus discípulos pensassem que
ele os derrotara a todos(Mateus 22.34). Um escriba(doutor da Lei) deseja experimentar Jesus e
lhe pergunta sobre o primeiro de todos os mandamentos. Os judeus classificavam os
mandamentos como grandes e pequenos, ou pesados e leves. Alguns sustentavam que “as
palavras dos escribas sobrepunham-se às palavras da Lei, pois que as palavras da Lei eram
de maior e menor importância, enquanto que as palavras dos escribas eram todas de máxima
importância”. A grande esperança ao fazerem esta pergunta, pode ter sido a de que Jesus
tomasse posição pró ou contra a Lei Oral. A resposta de nosso Senhor Jesus mostra que Ele
reconhecia a diferença na importância dos mandamentos.

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V. 29-30 - Jesus responde prontamente que Deus é o único Deus, por isso ele deve ser amado
acima de tudo. O uso das expressões: coração, alma, entendimento, força, indica que todas as
nossas faculdades e afetos devem ocupar-se do amor a Deus.

V. 31 - Jesus aproveita e responde também o segundo mandamento: o amor ao próximo a si


mesmo. E ainda acrescenta que não há outro mandamento maior do que esses.

V. 32-34 - O escriba reconheceu inteiramente a propriedade da resposta, e a superioridade


destes dois grandes deveres a todas as cerimônias religiosas; e vendo que ele respondera de
modo sensato, Jesus disse: “não estás longe de Deus” = é interessante a observação que
Jesus faz a respeito do escriba, dizendo que ele não estava longe do reino de Deus, ou seja, a
sua concepção era a que Jesus pregava. Estar perto do reino não é o mesmo que ter a
salvação. O fato é que ninguém mais ousava interrogá-lo.

V. 35 - O Cristo, Filho de Davi = Tendo respondido a todas as perguntas de modo a provocar a


admiração até dos seus inimigos, nosso Senhor arremata a conversação com uma pergunta a
qual eles não puderam responder(v.37), o que devia tê-los levado a pensar quão deficientes
eram as suas concepções acerca do Messias. Ao dirigir o seu questionamento enquanto
ensinava no templo faz da seguinte maneira: “Como é que os escribas dizem que o Cristo é
Filho de Davi?” Em outras palavras ele quis saber qual era a opinião que eles tinham acerca do
Messias. É claro que esta pergunta só poderia ter uma resposta, segundo a opinião universal
judaica e o reconhecido ensino da Escritura(Mateus 9.27; 12.23; 15.22; 20.30; 21.9,15; João
7.41). Mateus nos diz que eles responderam que o Messias era Filho de Davi(22.42).

V. 36 - Então Jesus retruca dizendo “o próprio Davi, falou movido pelo Espírito Santo: disse o
Senhor ao meu Senhor: assenta-se à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo
dos teus pés”. Jesus cita aqui o Salmo 110.1 que é um salmo messiânico cheio de significados
interessantes. Há aqui uma distinção entre Jeová - Senhor = Deus e kúrios - Senhor = Jesus.
O kúrios(Senhor Jesus) deveria assentar-se à direita de Jeová(Senhor Deus) e este era
naturalmente o posto de mais elevada honra na corte, onde alguém poderia ser consultado
pelo monarca, no julgamento de seu povo. A expressão “por os teus inimigos debaixo dos teus
pés” é uma figura fundada na prática descrita em Josué 10.24. O Messias participará do reino e
do poder conquistador divino até que todos os seus inimigos sejam completamente
subjugados; então ele devolverá ao Pai o seu poder Messiânico.

V. 37 - Jesus contesta o ensino dos escribas a respeito de o Messias ser um conquistador


político da linhagem de Davi. Se era filho de Davi, este não poderia tê-lo chamado de Senhor.
A pergunta não foi feita com astúcia como a que os fariseus e saduceus tinham feito. Tinha ela

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por objetivo mostrar que o Messias não podia ser um mero soberano temporal, nem de fato um
mero homem. Depois da pergunta que não foi respondida pelos líderes religiosos “a grande
multidão o ouvia com prazer”. O povo que se aglomerava no átrio do templo, não tinha posição
a perder, nem orgulho de ciência; era mais acessível à nova verdade, e não se incomodava de
ver os arrogantes rabinos e os sacerdotes aristocráticos levados à parede e ao ridículo. Isto
nos permite extrair as seguintes verdades em relação ao Messias: 1) considerar o Messias
meramente um homem é de todo inconsistente com a Escritura. 2) O Messias dos judeus é
também o Messias do mundo. 3) O Messias está agora reinando à mão direita de Deus. 4)
Viveremos nós como inimigos do Messias, para sermos pisados debaixo dos seus pés, ou seus
súditos amados, herdeiros do seu reino?

V. 38 - Jesus censura os escribas = este discurso provavelmente foi proferido na terça-feira,


três dias antes da crucificação. As solenes advertências proferidas no começo deste dia, pois
sabia que os governadores judaicos o rejeitariam e seriam por isso terrivelmente punidos,
foram seguidas pela aguda contenda de 12.13-27; e agora tendo vencido seus oponentes nas
perguntas e respostas, Jesus fala claramente sobre os escribas e fariseus, advertindo o povo
contra eles. Seus discursos anteriores no mesmo dia, foram dirigidos principalmente aos
governantes e às pessoas que vinham interrogá-lo, ainda que outros os ouviram. Agora ele
deixa de lado estas pessoas principais, e dirige-se ao povo em geral e aos seguidores
imediatos(Mateus 23.1). “Gostam de andar com vestes compridas” = vestes talares eram um
sinal de distinção, e marcavam os que a usavam como cavaleiros de lazer, pois qualquer
pessoa que trabalhava para seu sustento não poderia ser embaraçada com tais roupas; “das
saudações nas praças” = ou nos mercados. Estes eram em geral lugares de reuniões públicas,
para homens de todas as categorias. Efetivamente a palavra grega designa primariamente um
lugar de ajuntamento ou uma assembléia, sendo secundária a idéia de comprar ou vender.

V. 39 “Dos primeiros assentos nas sinagogas” = as primeiras cadeiras nas sinagogas eram os
lugares em frente, perto dos quais os rolos da Lei eram guardados. “Dos primeiros assentos
nos banquetes” = o lugar mais honroso, para um convidado, segundo parece, era justamente o
que ficava junto do hospedeiro, e de modo que o hóspede pudesse reclinar a cabeça no seio
do hospedeiro(João 13.23-25; Lucas 16.22). As saudações públicas, bons lugares nas
sinagogas, e banquetes eram marcas ostensivas de iminência que os escribas cobiçavam com
afã. Mas embora gostassem de brilhar assim diante dos homens, não tomavam cuidado como
apareciam diante de Deus. Usavam o direito de ensinar para se aproveitarem da boa fé
praticando atos religiosos apenas como objetivo de aparecerem.

V. 40 - “Devoram as casas das viúvas” = esta é uma referência a práticas que resultavam em
perdas para as viúvas, o grupo mais indefeso daqueles dias. Era proibido aos escribas aceitar
dinheiro pelas suas aulas. Deviam tornar seus conhecimentos disponíveis sem nada cobrar, o
que faziam. Nada havia, no entanto, para impedir as pessoas de dar presentes aos seus
ensinadores, e isto era considerado meritório. Evidentemente alguns dos escribas encorajavam
viúvas impressionáveis a fazer ofertas além de suas possibilidades; “e por pretexto fazem
longas orações” = outra coisa que pesava contra eles era que suas orações eram destacadas

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pela duração mais do que por sua profundidade. Tais orações davam a ilusão de piedade, mas
já que era para justificar sua desonestidade, de nada valiam diante de Deus. A piedade fingida
dos escribas, com sua desonestidade real, resultaria em juízo mais severo, maior em
proporção com a estima em que levavam o povo a considerá-los, ou maior em proporção com
a hipocrisia deles.

V. 41 - A Oferta da Viúva Pobre = o gazofilácio era o nome dado a uma secção do átrio das
mulheres onde havia treze caixas para ofertas, com formato de trombeta. Cada uma tinha uma
inscrição que indicava para qual uso seu conteúdo seria dedicado. Jesus assentou-se neste
local e passou a observar os acontecimentos relativos às ofertas. Os ricos faziam suas ofertas
e alguns pelo menos com generosidade.

V. 42 - Há, em contraste, a oferta da viúva pobre. As viúvas tinham poucos meios de ganhar a
vida na Judéia do primeiro século, e normalmente achavam a vida muito difícil. Esta fez uma
oferta de apenas duas pequenas moedas(leptos de cobre) que eram moedas judaicas de baixo
valor(aliás a única moeda judaica mencionada no Novo Testamento). Seu valor monetário
equivale hoje a 0,8 centavos de real. Os comentaristas dizem que os adoradores não tinham
licença para fazer ofertas de menos de duas leptas, de modo que esta representava a oferta
mínima.

V. 43-44 - Jesus mostra que o valor monetário de uma oferta não é tudo. Há um sentido em
que a viúva fez a maior oferta de todas. As palavras de Jesus, “deu mais do que todos”,
significam literalmente, não “mais do que qualquer deles”, mas, sim “mais do que eles
juntos”(43). Se a medida da oferta fosse o que sobrou depois de dar, ela certamente
ultrapassou a todos eles, porque eles deram daquilo que lhes sobrava e, portanto, ainda tinham
muito dinheiro. Ela deu tudo quanto tinha. Este é sacrifício real(44). O ato de entregar às
ofertas denuncia o espírito do ofertante. A questão das viúvas, assim como a dos aposentados,
em nosso país é uma vergonha. Nos tempos de Jesus percebe-se também que alguns falsos
religiosos, escondidos sob um manto de piedade, exploravam viúvas e necessitados(38-40).

Jesus condena esta exploração esta exploração social e junto com seus discípulos se põe a
observar a entrega das ofertas. Os ricos depositando grande quantidade. Mas o que chamou a
atenção foi a oferta da viúva pobre, que depositou duas pequeninas moedas de valor
insignificante para que coordenavam a área financeira do templo, mas de maior importância
para ela pois era tudo o que possuía. Daí o Mestre aproveitar esta preciosa lição para nos
ensinar outra. O que importa para Deus não é a quantidade mas a qualidade da oferta. A viúva
contribuíra com uma oferta de melhor qualidade. Contribuiu não por obrigação, nem para a
ostentação, mas por amor. Ela amava a casa de Deus, não desejava vê-la abandonada nem o
culto prejudicado. Aquela viúva não deu as sobras como fazem os outros contribuintes, movida
pelo amor ela deu tudo o que realmente possuía. E o seu exemplo fala ao meu coração pois se

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nós contribuíssemos com a generosidade e a liberalidade dela, não faltaria jamais sustento à
obra de Deus. Deus não quer as suas sobras: nem do seu tempo, nem dos seus recursos.

CAPÍTULO TREZE

O sermão profético de Jesus(1-37) = a escatologia tem usado freqüentemente este capítulo


para seus ensinos. Parece que, além de ser a doutrina das últimas coisas, a escatologia será a
última doutrina a encontrar consenso entre os estudiosos. O momento atual é marcado por
múltiplas interpretações, criando uma certa confusão em muitas pessoas. Sendo assim,
algumas observações são necessárias para o entendimento de Marco 13. O evangelho de
Marcos está intimamente ligado(relacionado) com os leitores originais que estavam passando
por momentos de perseguições em Roma, sob o Imperador Nero, que mandou incendiar uma
parte da cidade e colocou a culpa nos cristãos, fazendo com que muitos fossem mortos. Daí o
fato de o texto não ser, em última instância, usado para prever curiosamente o futuro, mas para
prover conforto, exortação, encorajamento e advertência aos crentes.

Jesus, assim, é o grande exemplo de alguém que sofreu e venceu. Os crentes poderiam
também ter a certeza de semelhante vitória. Outra observação é que neste capítulo se
misturam fatos que teriam cumprimento ainda nos dias dos primeiros cristãos e outros com
cumprimento no fim da História. Deste modo, a destruição do templo, a perseguição, os
rumores de guerras, as guerras, a destruição de Jerusalém e a Segunda Vinda de Jesus são
relatados numa só perspectiva. Há os acontecimentos que já se cumpriram e outros que ainda
se cumprirão. É preciso cuidado na interpretação. Não podemos afirmar que tudo o que foi
registrado se cumprirá no futuro.

V. 1-2 - O julgamento de Deus sobre o judaísmo = subindo ao Monte das Oliveiras, Jesus
pronuncia terrível juízo sobre o edifício sagrado dos judeus. A majestade da construção chama
a atenção dos discípulos, e um deles não se contém. A maravilhosa estrutura diante deles,
parecia-lhes, nunca se abalaria, e a glória daquele lugar jamais se dissiparia. O Templo, Casa
de Deus, Habitação de Jeová, haveria de permanecer para todo o sempre. O templo para o
qual os discípulos olharam e ficaram admirados era todo em mármore branco, com algumas
partes revestidas de ouro. Era uma edificação imponente que ocupava um lugar de destaque
na cidade. Era o centro da religião judaica.

Os judeus da diáspora não retornariam para habitar a Palestina, mas preferiram ficar nas
grandes cidades porque haviam se tornado hábeis comerciantes, por ocasião da Páscoa
costumavam visitar Jerusalém, e o templo era o local mais desejado, mais amado, para
poderem estar e celebrar sua festa. As paredes revestidas de ouro ficavam para o lado oriental,
permitindo assim uma visão extraordinária quando era olhado do Monte das Oliveiras. Então os
discípulos tiveram duas perspectivas do templo = uma do lado de fora, quando estavam
saindo(v.1), e a outra do Monte das Oliveiras(v.3). A visão era magnífica, mas Jesus não
estava tão impressionado assim. Ele tinha examinado atentamente todos os detalhes do
templo antes de purificá-lo e viu como tinha se desviado de seus verdadeiros propósitos.

Ele viu que o templo tinha a cara do judaísmo. Muito belo por fora, magnífico até; mas, por
dentro, aprofundando a visão, não era da mesma forma. O judaísmo era um complexo de
tradições, leis e observâncias; uma mistura de seitas lutando pelo poder; um sacerdócio

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corrupto que aproveitava a boa fé popular para poder se enriquecer ainda mais. Essa forma de
religião já estava morta, e deu fim é certo. Por isso Jesus diz: “não se deixará aqui pedra sobre
pedra que não seja derribada”(v.2). Flávio Josefo nos informa que algumas daquelas pedras
chegavam a medir vinte metros de comprimento, dois e meio de largura e quase três metros de
altura. A destruição do templo era a própria destruição do judaísmo. Se existe hoje uma religião
chamada judaísmo, não é porque seja uma religião verdadeira, mas é porque não entendeu
que a lealdade deveria ser passada para o verdadeiro Messias que já veio. O judaísmo morreu
no primeiro século de nossa era.

V. 3-13 - Como viver a vida cristã diante dos acontecimentos futuros? A primeira coisa que os
discípulos perguntaram não foi o significava o fato de o templo ser destruído, mas, sim quando
é que isso aconteceria e que sinal deveriam aguardar para poderem se preparar(3-4). Esta
profecia, a destruição do templo, foi cumprida cerca de quarenta anos depois. No estudo da
escatologia hoje, percebemos que a pergunta que as pessoas mais fazem é pelo “quando” dos
acontecimentos, e não se preocupam em saber o seu “porquê” ou “como” se devem preparar
para eles. Jesus não respondeu acerca de quando se dariam os fatos, mas ensinou
enfaticamente sobre a maneira como os discípulos deveriam esperá-los. Jesus passa, então,
alguns avisos a respeito de como os discípulos seriam pressionados. Os versículos 5 a 8 falam
da pressão externa, ou seja, pessoas e acontecimentos poderiam enganá-los se não
estivessem atentos. Os versículos 9 a 13 falam da pressão para forçá-los à renúncia da
lealdade a Cristo. Quais são os sinais que eles deveriam atentar:

a) Falsos messias e outros mestres falsos(v.5,6) = “acautelai-vos” - com a partida de Jesus,


eles poderiam ficar desorientados como os rumores e notícias. Deveriam tomar cuidado com
muitos que “virão em meu nome, dizendo: sou eu; e a muitos enganarão”. Isto tem uma
aplicação própria para a época dos primeiros cristãos, visto terem surgido muitos falsos cristos,
enganando muitos judeus, principalmente próximo do grande conflito entre os judeus e Roma.
Em todas as épocas da História até hoje isso tem sido verificado(1 Tessalonicenses 2).

b) Guerras, fome, terremotos, afetando o mundo geral(v.7,8) = esses extraordinários


acontecimentos tornar-se-iam um falso sinal, por serem mal interpretados como muitas vezes
sucede com tais acontecimentos. “Guerras e rumores de guerra” = isto é, guerras verdadeiras e
boatos de guerra. Guerras e rumores de guerra eram abundantes antes do ano 70 depois de
Cristo, com têm sido desde então. Mas elas não devem tirar o sossego dos discípulos, porque
ainda não seria o fim(v.7). Os cristãos primitivos parecem ter guardado bem essa palavra de
Jesus, pois muitos deles saíram de Jerusalém antes que o conflito entre os Judeus e Roma se
agravasse, o que culminou na guerra em 66-70, ocasionando a destruição de Jerusalém no
ano 70. O versículo 8 fala de acontecimentos(nações X nações, reinos X reinos, fomes,
terremotos) que já vimos, estamos vendo e ainda veremos ao longo da História. Uma leitura do
apocalipse, a parte que fala dos sete selos, das sete trombetas e das sete taças, pode reforçar
que estes acontecimentos se constituem o “princípio das dores”. O que tudo isso nos faz ver é
que devemos estar preparados em qualquer época da História. Os crentes precisam estar
alertas e preparados para a Vinda de Jesus a qualquer momento.

c) Coisas que diretamente afetavam os cristãos: perseguição, falsos profetas, e multiplicação


das transgressões(v.9-13) = Jesus não escondeu que a vida cristã traria sofrimento(João
16.33). Uma das fontes do sofrimento é a pressão que sofremos para abandonar a fé e
renunciar à nossa lealdade a Cristo. Jesus alerta quanto à pressão dos sinédrios e das
sinagogas(v.9), isto é, da pressão dos próprios judeus, que não iriam querer ver o avanço da
mensagem do evangelho. Estes fatos aconteceram bem no início. O capítulo 4 do livro de Atos
registra a prisão e o comparecimento dos apóstolos diante do sinédrio para responderem sobre
o que estavam pregando, e depois disso no capítulo 12, novamente a prisão de Pedro e a
morte de Tiago.

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O primeiro valor que sustenta a lealdade do cristão é fazer e suportar tudo pela causa de
Cristo. Ele mesmo disse que tudo aconteceria “por minha causa”(v.9). Este é o mesmo ensino
que ele dá em Mateus 5.11,12. Pedro parece ter aprendido muito bem essa lição e, por isso,
pode ensinar os seus leitores acerca de resistir a tudo por causa de Cristo(1 Pedro 3.8-17).
Outro valor que sustenta a nossa vida é a pregação do Evangelho: “mas importa que primeiro o
evangelho seja pregado entre todas as nações”(v.10). Um destaque deve ser dado à
expressão “mas”, significando que o evangelho deve ser pregado não importando quanto
sofrimento isso traga aos proclamadores. Todo sofrimento vale a pena, principalmente quando
ele vem por causa da pregação do Evangelho, que conduz o homem à salvação em Cristo.
Nessa ação de pregar o evangelho muitos seriam entregues às autoridades(v.11), mas essa
oportunidade deveria ser aproveitada para “testemunho”(v.9).

O poder que atua nas vidas das testemunhas é o Espírito Santo, que coloca a palavra certa no
momento certo. Ninguém deve temer o que o dizer; Deus dá a palavra oportuna para servir
como testemunho. Aqueles que se entregam nas mãos de Deus podem ter a certeza de que
nunca estão sozinhos. O verso 12 descreve o clima de ódio e traição que caracteriza esse
sofrimento onde nem mesmo os laços familiares serão respeitados. Jesus é claro ao dizer que
os seus seguidores serão odiados por causa dele(v.13), mas é enfático ao mencionar que a
salvação que nos espera é muito mais valiosa que uma pequena perseguição. Mesmo a morte
não é concorrente da glória que nos está proposta: “aquele que perseverar até o fim, esse será
salvo”(v.13) = isso significa que quem perseverar até o ponto de morrer por Cristo, tem a
salvação garantida(Romanos 8.38). Esta era uma mensagem consoladora para os leitores que
estavam passando por momentos terríveis de perseguição. Jesus nos garantiu a vitória sobre a
morte.

d) Advertência contra os falsos sinais(v.10) = não obstante a perseguição de fora, os falsos


ensinos e o enfraquecimento do amor dentro(Mateus 24.12), o evangelho será pregado em
toda a parte; e só então, e não antes, virá o fim(Mateus 24.14). “Este evangelho do reino”, as
boas novas que o reino messiânico, ou reino está próximo, isto é, aquele que o Salvador há
bastante tempo estava ocupado a proclamar. “Pregado entre as nações” = esta declaração, de
que o evangelho será pregado em toda a terra habitada, e a expressão de Mateus “em
testemunho a todas as gentes” dá-nos uma idéia exata do sinal de que a Segunda Vinda de
cristo, não se realizará enquanto isto não seja cumprido literal e completamente. A fim de que
todos possam ter testemunho em relação ao Messias, e à salvação que ele lhes oferece, para
poderem crer se quiserem.

V. 14-23 - Um grande sinal em Jerusalém = o Salvador adverte-os quanto ao que eles devem
fazer quando aparecer este sinal e os previne contra as pretensões e proposições
enganadoras(21-23).

a) O sinal e o que eles devem fazer(14-20) = o verso 14 aparentemente refere-se à destruição


de Jerusalém e a Segunda Vinda de Cristo; uma inferência disso é o que se segue aqui. “A
abominação da desolação” = esta frase vaga é melhor descrita em Mateus 24.15 que
acrescenta “de que falou o profeta Daniel”. Deus falou através do profeta que “será
exterminado o ungido, o Messias, e o povo do príncipe que há de vir, destruirá a cidade e o
santuário (...) e fará cessar o sacrifício e a oblação; sobre a asa das abominações virá o
assolador, sobre o pináculo das abominações estará um que a faz desolada”(Daniel 9.26-27).

É evidente que nosso Senhor interpreta a profecia de Daniel como referente ao Messias, e a
destruição da cidade e do templo que ele está profetizando; e sua interpretação é para nós
autorizada. O que significaria esta “abominação das desolações” era uma questão obscura.
Muitas predições da ação humana foram necessariamente obscuras até que chegou o seu
cumprimento, porque de outro modo teria influenciado os crentes a cumprirem-nas, e teria
assim perdido o valor com uma predição superior ao homem, para fortalecer a fé naquele que

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falou(João 14.29). Nosso Senhor cita esta expressão obscura sem a explicar, simplesmente
dando a entender que exigia atenção da parte do leitor de Daniel – “quem lê entenda” –
implicando que se realmente entendida tem a referência que ele está indicando.

É provável que “a abominação da desolação (...) está no lugar santo”(Mateus 24.15) signifique
algum objeto relacionado com o exército romano conduzido por Tito, que cercou e tomou
Jerusalém, cujo objeto teria pressagiado a rápida desolação. O estandarte militar romano, com
sua águia de prata ou bronze, e sob o busto imperial que os soldados estavam acostumados a
adorar, fincado em qualquer lugar na cidade santa, seria uma violação do segundo
mandamento, repulsiva aos olhos de todos os judeus devotos, profanaria o lugar santo, de
acordo com os seus sentimentos, e profetizaria ainda uma mais completa desolação. “Lugar
santo” = não pode neste caso significar particularmente o templo, pois quando os estandartes
romanos já estivessem no templo, seria demasiado tarde para fugirem para os montes.

Um ou dois anos antes do Salvador falar assim, Pilatos tinha ultrajado os judeus, trazendo para
Jerusalém de noite, os tais estandartes militares que tinha na ponta das hastes o busto do
imperador, e só depois de pedidos insistentes consentiu em remove-los(História dos Hebreus,
Volume 6 - Flávio Josefo, página 271). O particípio masculino traduzido por “estar”, podia
referir-se ao Imperador, cujo busto apareceria nos estandartes, ou ao general cuja autoridade
ele representava. O termo “abominação” aparece muitas vezes no Antigo Testamento, na
designação de ídolos ou de objetos relacionados com a idolatria. O horror da guerra civil no
templo não explicaria bem esta frase, nem corresponderia uma conexão com Daniel. Alguns
preferem simplesmente entender o poder romano, como uma coisa abominável e
desoladora(História dos Hebreus, Volume 8 Flávio Josefo, páginas 297-298).

“Então os que estiverem na Judéia fujam para os montes” = os sinais previamente


mencionados não indicariam que o fim estava próximo; porém, quando este sinal for visto,
então os seguidores de Cristo devem logo deixar Jerusalém, e todo o distrito da Judéia. “Fujam
para os montes” parece ser uma frase geral, não designando algum monte em particular. No
tempo dos Macabeus os judeus estavam familiarizados com a idéia de se esconder nas covas
e nas encostas das montanhas. Pelo que parece, alguns crentes se lembraram dos ensinos de
Jesus e realmente fugiram para Pela, uma localidade aos pés dos montes da Galiléia. Não é
claro o tempo preciso em que os cristãos se retiraram de Jerusalém; parece ter sido no ano 68
e depois de Tito tomar o comando, o que se seguiu à morte de Galba em 69. Durante o ano 70,
Tito permitiu que muitos judeus se retirassem da cidade(História dos Hebreus, Volume 8 -
Flávio Josefo, página 329), e os cristãos poderiam então tê-la deixado.

O verso 15 revela que a fuga tinha que ser pronta e imediata. O teto de uma casa oriental era
liso, apenas com uma ligeira inclinação para o escoamento da água da chuva, e com um
pequeno parapeito, para evitar que as pessoas caíssem(Deuteronômio 22.8). Sobe-se
geralmente no eirado por uma escada interna. Numa cidade onde as casas estavam unidas
umas as outras, qualquer pessoa poderia ir por sobre os telhados de casa em casa, sem
descer ao pátio da casa e à rua. Assim quem estiver no telhado achará caminho mais curto e
fácil para escapar de uma cidade revoltada, passando de terraço em terraço, e não descer para
tirar coisa alguma da sua casa.

De modo semelhante “quem estiver no campo”(v.16) em trabalho, e tenha tirado as


vestimentas externas(capa), não volte ao lugar onde as tenha posto, mas fuja imediatamente.
Isso nos mostra que a fuga deveria ser rápida logo que os sinais preditos aparecessem.
“Aí”(v.17) aqui é pronunciado por compaixão pois uma fuga tão pronta e apressada, ofereceria
grandes dificuldades e sofrimentos para as senhoras grávidas e das que estão na fase de
amamentação. E se tudo acontecer no inverno(v.18), a tribulação será quase insuportável, pois
esconder-se na montanha em tempo frio é uma tarefa quase impossível. Os crentes deveriam

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orar para que estas coisas não acontecessem no inverno. O exército de Tito chegou a
Jerusalém em Abril, e a destruição foi realizada em Setembro de 70 AD.

Pois os sofrimentos que acompanhariam a destruição de Jerusalém, seriam sem paralelos na


história passada ou futura(v.19). E de fato nenhuma desgraça registrada tem sido tão vasta,
tão prolongada e tão terrível como aquela descrita por Flávio Josefo. Se a destruição e
desolação infligidas pelos romanos durante o cerco e tomada da cidade(v.20), depois levadas a
outros pontos, tivessem continuado até muito adiante, teria aniquilado todos os judeus que
eram então cristãos, e todos os que depois se tornariam cristãos. Esta abreviação do tempo é
atribuída ao Senhor que o fez por causa dos seus escolhidos e que beneficiou outros judeus
também. Não podemos dizer que os versos 14 a 20 não se refiram de modo algum aos tempos
que justamente precederão a Segunda Vinda de Jesus; mas tão referência não é evidente. Os
termos do verso 20 podiam prontamente ser assim entendidos, mas “aqueles dias” poderiam
dificilmente significar alguma coisa mais que os dias de fuga na Judéia.

b) Falsas pretensões contra as quais eles deviam precaver-se(21-23) = exatamente quando o


povo estiver passando por provações quase insuportáveis, surgirão muitos se anunciando o
Cristo(v.21); serão os falsos libertadores ou falsos cristos. Esta seria uma provação muito
grande(v.22). Naqueles dias o que mais seria necessário aos santos seria a vinda do libertador;
entretanto deveriam ter a sensibilidade e atenção espiritual para não darem ouvido à voz de
falsos profetas e de falsos cristos que certamente apareceriam. Hoje nós já presenciamos a
existência de falsos cristos e falsos profetas que estão tentando enganar as pessoas. Não se
esqueça que naqueles dias eles tentarão enganar até os escolhidos, os eleitos de Deus(v.23).
Por isso e até para isso precisamos estar preparados. Você está?

V. 24-32 - A Vinda do Filho do Homem = uma das razões porque muitos interpretam Marcos
13.14-23 como um evento ainda não cumprido é o fato de logo em seguida(24-32) haver a
descrição da Segunda Vinda de Cristo, também denominada de parousia. Jesus não
estabeleceu uma cronologia rígida dos acontecimentos por ele profetizados. Eventos próximos
e distantes estão numa mesma perspectiva. É como se olhássemos numa cadeia de
montanhas de longe; todos os picos parecem ter a mesma altura, mas quando chegamos perto
é que distinguimos uns dos outros. Obviamente a Segunda Vinda de Cristo virá depois da
grande tribulação do fim do tempos, mas não depois da profanação do templo, nem a igreja
será arrebatada antes da tribulação.

Os versos 24 e 25 falam de catástrofes do fim, anunciando o surgimento de Jesus(Apocalipse


6.12-17). A vinda de Jesus abalará todas as esferas da vida: “o sol escurecerá”, “a lua não dará
a sua luz”, “as estrelas cairão do céu” e “os poderes que estão nos céus serão abalados”. Será
um acontecimento sem igual em todas as épocas(v.26). A sua primeira vinda só foi percebida
pro aqueles que tiveram fé e o aceitaram. A segunda será inescapável a visão humana, pois
“todo olho o verá”(Apocalipse 1.7) quando ele vier nas nuvens. O poder e a glória negados
pelos homens desde a encarnação serão obrigatoriamente reconhecidos por todos(Filipenses
2.9-11). Os eleitos serão reunidos de todas as partes da terra nas quais se achem(v.27).

Sabemos que esta parábola(v.28) foi contada por Jesus enquanto ensinava aos seus
discípulos sobre a sua Segunda Vinda(13:24-27). Após ouvirem o sermão profético os doze
pedem informações quanto ao tempo em que tais coisas deveriam acontecer. Jesus indica
vários sinais e usa agora a ilustração de florescimento da figueira. Haveria facilidade para eles
entenderem a comparação(parábola). Figueiras abundavam as cercanias do Monte das
Oliveiras, onde se achavam. Nesta abordagem Jesus se propõe a falar da relação que há entre
os ramos tenros da figueira e a chegada do verão com os sinais preditos e os acontecimentos
previstos.

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O mestre chama a atenção para os sinais(v.29). Como o florescer desta árvore frutífera indica a
aproximação dos tempos mais quentes, os sinais anteriormente mencionados mostram o
prenúncio da chegada dessas coisas, no caso, a destruição da cidade. A expressão “essas
coisas” aqui deve referir-se em especial ao que está dito nos versos 7,8 e 14. A ilustração da
figueira, porém, pode ser aplicada também a Vinda de Jesus e ao fim do mundo. Se os
seguidores de Cristo, a quem ele falou por meio dos discípulos ali presentes, observarem os
sinais e atentarem para eles terão condições de identificar a aproximação da volta do Senhor.

As palavras do verso 30 podem ser compreendidas como se referindo a destruição de


Jerusalém. “Essas coisas” relacionam-se com o verso 4 e acham-se em contraste com “dia” no
verso 32, que fala exclusivamente da Segunda Vinda. Todas as coisas preditas ocorreriam
antes, ou em conexão imediata com a destruição de Jerusalém. Porém, tais eventos poderiam
novamente ocorrer em conexão com outra e maior vinda do Senhor, e tal parece
evidentemente ser a significação. Dessa maneira, do verso 30 para o 32, Jesus passa de um
para o outro evento, sendo o primeiro típico do segundo. “Esta geração” seria então aquela que
ouvia as palavras de Jesus.

Os acontecimentos preditos quanto à cidade e ao templo se deram no período de vida de


alguns dos presentes ali, quarenta anos depois aproximadamente. O céu e a terra passarão,
não que deixarão de existir, mas que serão mudados nalguma coisa inteiramente nova; mas as
palavras de Jesus não ficarão ultrapassadas, elas se cumprirão(v.31). As predições que ele fez
teriam um cumprimento dentro daquela geração, que seria testemunhado por alguns que então
viviam; isto declara muito solenemente, porém, o tempo ele não indicou precisamente, porque
quanto a esse tempo ninguém sabia, fora do Pai. O fato de Jesus não saber o dia exato da sua
vinda não diminui sua obra nem tira os seus méritos. E se o Deus-Homem, o mediador, deixou
isto, e muitas outras coisas(Mateus 20.23), ao cuidado do Pai somente; quão alegres devemos
nós os seus seguidores, permanecer ma ignorância daquilo que não podemos saber, confiando
em tudo na sabedoria e bondade do nosso Pai celestial, procurando obedecer à sua vontade
claramente revelada, e depender inteiramente da sua graça.

Se esta limitação particular do Salvador foi removida depois da sua ressurreição(Mateus 28.18)
não podemos determinar. Você está curioso em saber quando será a Vinda de Jesus? Então
aprenda a lição da figueira: os sinais serão visíveis e indicarão a proximidade da vinda do
Senhor Jesus. Não temos muitas figueiras ao nosso redor, mas mesmo que as tivéssemos em
abundância não seria delas aprenderíamos os sinais. Eles estão descritos na Palavra de Deus.
Mais do que nunca precisamos conhecê-la a fim de que constatemos os sinais da Vinda de
Jesus!

V. 33-37 - Como esperar a Segunda Vinda de Cristo? Diante dos acontecimentos mundiais, a
atitude do crente deve ser a de espera vigilante e paciente. Na verdade, os acontecimentos da
destruição de Jerusalém(14-23) não significaram o fim de todas as coisas, e Jesus não voltou
para buscar os salvos. Com isso, não ligou a sua volta a esquemas rígidos de acontecimentos,
mas pediu que os discípulos estivessem atentos. Em vez de traçar uma cronologia, ensina a
prevenção. É exatamente esse o sentido da palavra tempo(kairós) usada aqui. Assim como

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Jesus veio no tempo oportuno, especialmente preparado, virá outra vez no tempo oportuno de
Deus.O fato de não sabermos quando ocorrerá sua vinda, induz-nos a constante e permanente
vigilância.

A parábola do porteiro(34-36) fala de um homem que sai a viajar, entregando a tarefa de cada
um, determinando ao porteiro que vigie, adverte igualmente para a necessidade de vigilância.
Não se sabe até onde foi o senhor, nem a hora de sua volta. Mas todos(porteiro e servos)
devem estar na expectativa do regresso do amo, com o trabalho ordenado e em condições de
ser apresentado. Jesus usa a linguagem popular na referência as divisões do tempo. A tarde ia
do pôr-do-sol às nove horas da noite, a meia-noite compreendia o período seguinte até a zero
hora; o cantar do galo era daí as três da manha, e a manhã terminava com o nascer do sol.

O ideal é que a qualquer hora que volte o Senhor não encontre dormindo os seus servos, isto
é, negligentes, inativos, desobedientes à sua ordem e despreparados para recebê-lo. Como
não sabemos quando será, a responsabilidade é vigiar e viver como servos dedicados e
leais(v.34), pois, assim agindo, seja qual for o dia ou a hora, estaremos preparados(v.35). Os
que não se preparam, correm o risco de serem pegos de surpresa(v36). Milhões e milhões de
pessoas estão nessa condição! O pior é que muitos crentes estão na mesma condição dessas
pessoas: despreparados e imprudentes. A nossa tarefa não ficar especulando sobre o tempo
da vinda de Jesus, mas elevar o padrão de vida espiritual, vivendo como servos fiéis e
desejando que ele volte.

Jesus manda observar os sinais dos tempos. Ele censurou aos judeus porque não souberam
fazer diferença entre os tempos. O dever do crente é observar os fatos do momento,
conferindo-os com os ensinos da Bíblia. Deus ocultou o tempo para que nós estejamos prontos
a encontrá-lo a qualquer instante. Há um tríplice dever atribuído aos servos do Senhor,
enquanto aguardam o fim. Têm de orar, vigiar e trabalhar. Embora não tenha havido muito
acordo entre os intérpretes acerca de alguns dos ensinos de Jesus em Marcos 13, há algumas
verdades que precisam ser destacadas: ainda que não saibamos a data de sua vinda devemos
estar preparados seja quando for. A segunda vinda de Jesus é a verdade escatológica mais
defendida no Novo Testamento e com certeza Deus cumprirá as suas promessas.

CAPITULO QUATORZE

V. 1 - A conspiração contra Jesus = faltavam menos de quarenta e oito horas para a festa que
começava na quinta-feira de tarde com a morte do cordeiro. O significado da Páscoa na
verdade era duplo. Tinha um significado altamente espiritual, que era precisamente o da
lembrança da libertação promovida por Deus no Egito, e o povo então regozijava e exultava na
esperança de uma nova libertação; um outro significado era de caráter agrícola, pois marcava
o início da colheita de cevada, da qual uma parte deveria ser oferecida como oferta perante o
Senhor(Levítico 23.10-11).

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Interessante notar que numa ocasião tão importante para a vida do povo judeu os principais
sacerdotes e os escribas, ao invés de se ocuparem com as coisas do templo e das festas,
preocuparam-se em prender Jesus a traição e matá-lo. Ao invés de pensarem e lembrarem-se
da libertação que Jeová operou na vida do povo Judeu e verificarem em Jesus o real libertador
de todos os povos, antes tentavam acabar com a vida Jesus se sentiram bastante
incomodados com a presença de Jesus na cidade. Ele abalou as estruturas com a sua
mensagem, e principalmente com o ato da purificação do templo e do duro sermão contra os
escribas e fariseus, conforme registrado em Mateus 23. Não era a hora para atitudes
reformistas, principalmente sendo a semana em que acontecia a Páscoa, e vindo de Jesus,
que tinha muita popularidade entre o povo.

V. 2 - A primeira atitude dos inimigos foi a conspiração. Normalmente os escribas e saduceus


não se davam bem. Agora era hora para deixarem as diferenças de lado e agir. Assim
procuravam um meio de prender Jesus sem que isso despertasse a ira do povo. Isso foi difícil
porque Jesus era popular demais. Era preciso um plano traiçoeiro para evitar confrontos. Esta
é a atitude do covarde, que procura defender os seus interesses sem demonstrar seus
verdadeiros motivos. Infeliz daquele que precisa de artimanhas para se manter no poder. As
autoridades ficariam arquitetando um plano para a prisão de Jesus. Como agir se as
verdadeiras razões fossem reveladas? Era preciso achar os motivos e as pessoas certas para
incriminá-lo. Não poderia ser “durante a festa” que durava sete dias. Os dirigentes nada diziam
quanto ao sagrado da ocasião, mas apenas se preocupavam que não houvesse “tumulto entre
o povo”. O momento deveria ser de alegria espiritual e de recordação do livramento operado
por Deus; entretanto os principais sacerdotes e os escribas estavam maquinando o mal. De
que adiantava a posição que ocupavam na religião de Israel, se em seus corações havia ódio e
um sentimento muito forte de destruição e de morte?

V. 3 - Jesus ungido em Betânia = em Betânia, enquanto os líderes planejavam sua prisão e


morte, Jesus entrou na “casa de Simão, o leproso” - nada sabemos sobe este homem. Sem
dúvida tinha sido curado da lepra, ou por causas naturais ou por operação sobrenatural do
Salvador, e ele meramente continuava com o apelido pelo qual era designado. Teria sido uma
violação da Lei de Moisés, Jesus e seus discípulos reclinarem-se à mesa com um leproso não
curado. E, quando ali estava comendo, chegou uma mulher com um vaso de perfume
caríssimo, o quebrou e derramou o líquido sobre a cabeça de Jesus. “Uma mulher” = João
declara que a mulher que o ungira era Maria, que Lázaro era um dos convidados, e Marta
servia, isto é, tomava parte com as mulheres da casa no preparo do alimento, e no serviço à
mesa(João 12.1-8). “Um vaso de alabastro” =algumas espécies de alabastro são de cores
delicadas, ricamente variadas e extraordinariamente belas e custosas. Os judeus, à
semelhança de todos os outros povos antigos e civilizados, faziam muito uso de unções
odoríferas, muitas vezes raras e de grande preço; e os frascos que as continham eram de
grande variedade, quanto ao material e ao feitio.

João nos diz que este frasco continha 340 gramas. Era com o seu conteúdo, um objeto de bom
gosto e alto culto, tal como uma mulher gostava de possuir. O vaso estava “cheio de bálsamo
de nardo puro” de grande valor. “Quebrando o vaso, derramou-lhe sobre a cabeça o bálsamo”
= ou vaso ou frasco, provavelmente tinha um gargalo longo e uma entrada estreita, para evitar
a evaporação, e o precioso ungüento era comumente extraído em pequenas quantidades.
Sendo uma massa densa e viscosa, não podia correr livremente pela apertada abertura, em
vista disso, “quebrando o vaso” derramou todo o seu conteúdo sobre aquele a quem tanto
amava e honrava. Um frasco delicado de alabastro poderia ser quebrado com a simples
pressão das mãos. A unção de Jesus dá-se quando ele estava reclinado à mesa. Ungir a
cabeça de alguém era o serviço mais comum de amizade ou honra, mais Maria foi mais
adiante, na honra prestada e ungiu-lhe também os pés(ungir os pés era um ato da maior
humildade e profundo respeito).

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V. 4-5 – A atitude da mulher foi seriamente criticada, pois havia derramado um perfume que
custava um dia de trabalho de trezentos homens e que, pensavam alguns deles, poderia ser
usado para ajudar os pobres. João nos diz que Judas fez esta crítica(12.46) e é fácil supor que
primeiramente ele disse isto e os outros aprovaram e repetiram o dito, que era plausível, e lhes
poderia parecer bastante próprio, ainda que a idéia de Judas era baseada em motivos
indignos. Uma outra desculpa poderia ser o fato de que os discípulos estavam pouco
familiarizados com tais luxos, e o seu uso parecia-lhes um gasto supérfluo(v.4). A unção valia
mais do que trezentos dias de trabalho e com isto também vemos que as irmãs deviam ter sido
ricas.

Uma moça pobre não poderia ter um vaso de perfume do valor do trabalho de um homem
durante um ano; ou se obtiveram por herança ou dádiva for do comum, não teriam o direito de
gastar tão grande soma numa simples manifestação de afeto. Na visão dos críticos aqueles
recursos deveriam ser doados “aos pobres” = os pobres abundavam em Jerusalém, e sem
dúvida muitos outros viriam a Jerusalém por ocasião da Páscoa, que necessitavam de ser
socorridos. Ao menos a duas milhas da mesa havia milhares de pessoas realmente pobres. “E
bramavam contra ela” = percebam como os discípulos ficaram bravos com o “desperdício” e
isto revela uma escala de valores bem diferente. Na escala de Maria, Jesus ocupava o primeiro
lugar, logo o melhor de tudo o que possuía era para ele. Na escala de valores de Judas ou de
alguns dos discípulos, o primeiro lugar estava reservado para os bens materiais e para o
dinheiro; como se apresenta a sua escala de valores? Qual o lugar de Jesus em sua vida?

V. 6-9 – Jesus, porém, olha de outra maneira para a atitude da mulher, vendo em seu ato uma
preparação para sua morte e sepultamento(v.6). Jesus interpreta aquele gesto como “uma boa
ação” para com ele. Na verdade, para Jesus aquele ato tinha o significado da unção para o seu
sepultamento. O ato da mulher foi de generosidade e gratidão, mesmo ela não sabendo que
tivesse esse significado(v.7,8). Já que o corpo do Senhor foi ungido antecipadamente para a
sepultura. Jesus argumenta que os discípulos deveriam permitir que ela completasse o serviço
pois “os pobres” estariam sempre entre eles e quando desejassem poderiam fazer-lhes o bem.
No entanto, eles não teriam a Jesus por muito mais tempo. E este serviço aparentemente inútil
e dispendioso, tinha de fato uma significação especial, em conexão com a morte prevista, já
agora de mui perto.

Era uma interessante e reconfortante manifestação de afeto, como uma espécie de


antecipação, da unção com que se preparavam os corpos para o sepultamento. Recebendo
esta amorosa preparação, podia auxiliar o Salvador a olhar com menos dor os sofrimentos e
vergonha que o esperavam. Não é necessário concluir que Maria tivesse esse propósito; mas é
muito natural supor que ela o fizesse, pois que todos estariam pensando nas declarações de
Jesus, de que ele estava próximo da morte(Mateus 26.2); mas de qualquer modo ele assim o
aceitou, e isto deve ter sido para ela um motivo de grande alegria.

“Esta fez o que pode” = e teve a satisfação de verificar que realmente fizera alguma coisa
extremamente grata para o Mestre. Não podia ela evitar a aproximação da sua morte, mas
podia manifestar a sua devoção amorosa para com ele. A mulher seria lembrada “em todo o
mundo, onde quer que for pregado evangelho”. Por que? Primeiro, porque o seu ato foi pleno
de gratidão pelo que Jesus representou em sua vida. Segundo, porque ela demonstrou amor
de sobras e não sobras de amor; ela derramou todo o conteúdo do vaso. Terceiro, porque
ungiu o corpo de Jesus para a morte. Essa mulher deu tudo o que estava ao seu alcance para
demonstrar gratidão(v.8). Um dia todas as pessoas do mundo entenderiam o que aqueles
discípulos que ali estavam não conseguiram entender.

V. 10 - O preço da traição = muito diferente da atitude da mulher foi a atitude de Judas. Na


descrição que João faz da unção, Judas é quem critica pelo desperdício. Quando Jesus falou

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de sua morte, Judas deve ter ficado estarrecido. Não iria consumar o reino? Por que estava
falando de morte? Será que ele é de fato o Messias prometido? Embora nenhum dos
evangelhos aponte, é admissível pensar que Judas traiu a Jesus porque ficou muito
decepcionado com o fato de Jesus não ter agido como o Messias que ele esperava. Outros
pensam que a repreensão recebida no episódio da unção(v.3-9) podia ter operado uma crise
nos seus maus sentimentos para com o Mestre. Judas em vez de esperar e aceitar as razões
de Jesus, precipitou-se para traí-lo. Judas teria feito isso para incitar, para fazer com que Jesus
reagisse e se declarasse rei? Seja como for, Judas dói aos líderes religiosos para “lhes
entregar Jesus”.

V. 11 – “Ouvindo-o eles, alegraram-se” = como pudemos ver no verso 2 deste capítulo, os


principais sacerdotes aguardavam o surgimento de uma oportunidade para prender Jesus. Isso
certamente esclarece o motivo dessa alegria. Ao rebelar-se contra Jesus, Judas foi direto ao
encontro daqueles que queriam matá-lo. É interessante notar como uma pessoa abandona a
companhia de Jesus, trocando-a pela comunhão com os ímpios e pecadores. “E prometeram
dar-lhe dinheiro” = Mateus afirma que foi Judas quem sugeriu que lhe pagassem. “Que me
quereis dar, e eu vo-lo entregarei?” Sabia que desejavam por as mãos em Jesus, e ele os
satisfaria se lhe pagassem bem. Quanto receberia pela traição? Trinta moedas de
prata(estáteres) que equivaliam a 120 denários(Mateus 26.15). Muitos defendem que as trinta
moedas seriam apenas o penhor do contrato, e a quantia maior seria dada depois. Raras vezes
se confia num traidor, toda a importância de contrato. Judas vendeu o Senhor pelo mesmo
preço que a Lei designava para o pagamento pela morte de um escravo, ocasionada por um
boi(Êxodo 21.32). Perceba que o valor foi menor que a metade do valor do óleo que Maria
usou para ungir a Jesus. E seu objetivo agora era encontrar uma maneira de como “o
entregaria em ocasião oportuna”.

V. 12-16 - A última Páscoa e a Ceia do Senhor = a páscoa era a mais importante de todas as
festas judaicas, tanto do ponto de vista histórico quanto do religioso. Na páscoa era celebrada
a libertação do povo de Israel da escravidão no Egito e o seu estabelecimento como nação
independente, por um ato redentor de Deus. Houve a páscoa do Egito, que se deu uma única
vez, no dia 10 de Abril(Nisã), quando o sangue do cordeiro foi espargido nos umbrais das
portas, para evitar a mortandade trazida pelo anjo, e a sua carne deveria ser comida às
pressas. A páscoa celebrada depois desta teve caráter permanente e durava sete dias,
ligando-se com a festa do pães asmos. A páscoa se dava no dia 14 de Abril e a festa do pães
asmos no dia 15 do mesmo mês. A festa tinha as suas celebrações públicas uma vez por ano,
mas não se tem certeza de que foi celebrada todos os anos sem falhas(2 Crônicas 8.13 ; 30.15
; 2 Reis 23.21; Esdras 6.19).

Em épocas de relaxamento da vida espiritual, o povo parecia não se lembrar do que Deus tinha
feito. A festa lembrava o que Deus ainda era capaz de fazer. No período do Novo Testamento,
por causa do reflexo do exílio babilônico, que educou o povo nas práticas religiosas, vemos a
festa sendo observada com mais regularidade. Jesus foi levado, quando menino, à festa(Lucas
2.41) e, segundo o evangelho de João, teria participado das três festas nos três anos de seu
ministério. A observação da festa era obrigatória para os homens que moravam num raio de
vinte e cinco quilômetros, a menos que houvesse impedimento por causa de impureza
cerimonial. As mulheres podiam participar, mas não eram obrigadas a isso. Para a festa iam
peregrinos de toda a Palestina e províncias distantes, tornando a cidade de Jerusalém repleta
de pessoas. A população normal em dias comuns era relativamente pequena, regulando-se
com as pequenas cidades de nosso país, mas nos dias da celebração da festa essa população
se multiplicava enormemente. Flávio Josefo, historiador judeu da época de Jesus, estimava em
três milhões a população de Jerusalém nessa época. Não só dentro da cidade havia muita
gente, mas também nos campos vizinhos se montavam acampamentos em tendas, para
abrigar pessoas.

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A comemoração de um dia histórico: a páscoa = vemos os preparativos para que Jesus


pudesse celebrar a páscoa com seus discípulos, que perguntam o local para a ocasião(v.12).
Jesus então envia dois dos seus discípulos(Lucas 22.8 indica que foram Pedro e João), que
deveriam encontrar um homem carregando um cântaro de água(v.13), o qual não seria difícil
de localizar, porque carregar água era tarefa de mulher; e homem fazendo isso era muito raro.
Esse homem indicaria a casa, pois onde ele entrasse os discípulos deveriam dizer ao dono da
casa que o Mestre precisava do aposento preparado nos altos da casa(v.14,15). A forma como
Jesus se refere dizendo “o meu aposento” mostra que houve um entendimento prévio entre
Jesus e o dono da casa para a concessão do cenáculo para o momento. Jesus, ao celebrar a
páscoa, junta-se com todo o povo de Israel para lembrar um dos maiores atos redentores de
Deus na história de seu povo, com a finalidade não só de constituir uma nação particularmente
sua, mas para, através dela, abençoar todas as famílias da terra, conforme Deus havia
prometido a Abraão. A festa era uma celebração pública, mas Jesus preferiu um lugar
reservado com seus discípulos, porque sabia que o seu momento final estava chegando e
ainda faltavam algumas lições importantes a serem ensinadas.

V. 17-21 - A refeição da páscoa = depois do pôr-do-sol, isto é, “ao anoitecer”(v.17), Jesus se


reúne com os seus discípulos ao redor da mesa. Eles estavam “reclinados”, porque a mesa
era diferente das que temos em nossas casas; ela era baixa, quase rente ao chão, e era
preciso reclinar-se para poder servir a comida. As pessoas ficavam apoiadas sobre o braço
esquerdo, normalmente, e com a mão direita apanhavam o alimento. Qual era o alimento
servido na festa da páscoa? Era um cordeiro assado, vinho, pão sem fermento, ervas amargas
e um molho especial, no qual o pão era molhado. O momento era de festa e de cunho sagrado,
incluindo momentos em que se enaltecia a Deus pela libertação da escravidão. O chefe da
casa era o responsável pela recapitulação da história do povo durante o período do Êxodo.

Os versículos 18 a 21 apresentam uma questão intrigante e ao mesmo tempo angustiante para


os participantes da festa: alguém vai trair a Jesus. Quem mais sentiu foi Jesus, pois Ele diz: “ai
daquele por quem o Filho do Homem é traído”(21). Esse “ai” não significa uma maldição, mas
uma exclamação de dor, de compaixão. O momento assume ares de tragédia e por isso teria
sido melhor que o traidor jamais tivesse nascido. Diante de tudo isso, os discípulos se colocam
a perguntar sobre quem seria o traidor(v.19). A traição era não só incompatível com o momento
que estavam vivendo, um momento de santa comunhão, de enlevo espiritual, mas também
incongruente com a vida do Mestre que os tinha chamado para o discipulado. Jesus responde
dizendo que o traidor era “um dos doze” e que “metia a mão no prato” com ele(v.20). Essas
expressões não identificam o traidor, porque todos metiam a mãos no prato de molho com um
pedaço de pão.

No evangelho de Marcos não encontramos a identificação do traidor neste relato. Em Lucas, o


traidor também não é identificado no momento, mas em Mateus 26.25 encontramos a resposta
indicadora de Jesus quando o próprio Judas faz a pergunta se era ele o traidor. Jesus
responde: “tu o disseste”. Pelos três relatos podemos perceber que todos os discípulos teriam
perguntado um a um da seguinte forma: “não sou eu, sou?” Foi um momento de grande
apreensão e profunda análise dos acontecimentos que estavam tomando corpo entre os
discípulos de Jesus. A traição não muda o curso dos acontecimentos. Muito pelo contrário, pois
o “Filho do Homem vai, conforme está escrito a seu respeito”(v.21). Aparentemente a
expressão “vai” pode significar uma forma determinista do ministério de Jesus, mas é o reflexo
da sua obediência aos planos de Deus para a sua vida. Inevitavelmente aconteceria a morte de
Jesus, porque para isso viera ao mundo. Isso, porém, não tira a responsabilidade dos ombros
do traidor. Esse traiu por deliberada vontade, assim como Jesus cumpre seus ministério por
vontade própria. O que Jesus faz é voluntário.

V. 22-26 - A instituição da Ceia do Senhor como um memorial = no decorrer da refeição pascal,


Jesus introduz um novo elemento na compreensão dos atos de Deus, nunca visto até então.

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Os discípulos estavam comendo do cordeiro morto, que lembrava muito bem o sacrifício pela
libertação no Egito. Nesse momento, Jesus toma o pão, abençoa-o e distribui para seus
discípulos, proferindo as seguintes palavras: “tomai, isto é o meu corpo”(v.22). “Isto” não
significa que o pão se torna no corpo de Cristo, mas aponta para a realidade de que quem
participa do pão deve participar do poder e do significado do sacrifício de Jesus. O cálice
também evoca o sentido de participação. O cálice não é o sangue, mas o simboliza(v.23). O
vinho também era a bebida essencial na vida do judeu, assim como o pão era a comida. Os
dois alimentos para o corpo físico são utilizados aqui para mostrar que a vida plena e dada pelo
sacrifício de Jesus.

Ele experimentou a nossa morte para vivermos a sua vida. O sangue de Jesus é derramado
por muitos(v.24), ou seja, o seu sacrifício é suficientemente amplo para incluir a todos. É o
“sangue do pacto”, porque é um ato de Deus a favor do ser humano e que cobra deste a fé e o
arrependimento A palavra pacto tem vários significados. Pode ser uma obrigação imposta
sobre si mesmo na forma de uma promessa, como a que Deus fez a Abraão; pode ser ainda
uma imposição sobre outros na forma de um mandamento(Êxodo 19.5); ou ainda um acordo
mútuo que inclui direitos e responsabilidades para ambas as partes. O pacto feito no sangue de
Jesus é um ato de Deus colocado à disposição do ser humano, que tem de aceitar as
condições impostas por Deus se quiser ter a salvação. O homem não está em condições de
exigir, mas Deus está, porque ele ofereceu seu único filho para poder ser o mediador desse
pacto entre Deus e o homem.

A celebração da ceia é um memorial, porque procura trazer à lembrança o que Jesus


fez: entregou sua vida para que possamos viver. Não há motivo de ostentação, porque não
conquistamos a salvação pelos nossos próprios méritos, mas pelos de Cristo Jesus. O ato de
Jesus não pode ser visto como um simples ato de morrer, como qualquer pessoa morre, mas é
uma morte sacrificial, substitutiva. A ceia do Senhor nos ensina uma grande lição: a comunhão
com Deus e entre os crentes. Do pão comeram todos, e vinho igualmente todos beberam.
Aquele momento se revestiu de grande significado para a igreja e se tornou um motivo de
celebração aos primeiros dias da semana, que correspondem aos nossos domingos.

A igreja primitiva não celebrava a Ceia do Senhor uma vez por mês, mas todos os domingos,
porque procurava manter viva na memória a pessoa e a obra do Salvador. Era um grande
momento para a vida do crente poder participar da ceia. A ceia tem um caráter de anúncio da
vinda de Jesus Cristo, pois aponta para uma realidade maior, que é a plena vida no reino de
Deus. Aquele cálice que os discípulos estavam bebendo não era o último, ainda haverá um,
completamente novo(v.25), que será servido no tempo oportuno, o tempo determinado por
Deus, além de ser uma realidade presente, é também uma realidade escatológica, que
aguarda o momento da consumação. Até que isso aconteça, devemos observar o memorial da
Ceia do Senhor.

V. 27-31 - Pedro é avisado = Você é fiel? Pedro achava que fosse e, no entanto traiu a Jesus.
Nosso Senhor o avisara acerca da possibilidade da traição em face do medo causado pelas
perseguições. Tendo encerrado a celebração da ceia cantaram um hino provavelmente o
salmo 113, e saíram para o Monte das Oliveiras, onde Jesus adverte os doze sobre a
dispersão que eles sofreriam e adverte a Pedro pessoalmente. Jesus disse que os discípulos
achariam nele impedimento a sua costumada devoção e em razão disso se afastariam dele.
Essa palavra se concretizaria nesta noite conforme ele já havia predito e segundo as
profecias(Zacarias 13.7). O Senhor com isso estava indicando que ele mesmo seria morto, e os
discípulos o abandonariam e se dispersariam(27).

Mas ele promete que depois de ser morto ressuscitaria e os conduziria novamente e que sua
aparição principal seria na Galiléia que tinha sido o campo principal de seu ministério(28).
Pedro o interrompe com uma declaração impulsiva. "ainda que todos se escandalizem, nunca,

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porem, eu". Temos aqui o começo da autoconfiança que levou, passo a passo, Pedro a queda
terrível(29). O Senhor então lhe garante que naquela mesma noite Pedro o negaria três vezes,
antes que o galo cantasse duas vezes(30). O galo cantaria provavelmente a meia noite, e
novamente algumas horas mais tarde. O segundo canto era mais próprio a ser observado, por
indicar a proximidade da manhã; Pedro insistindo na idéia que não negaria o Senhor afirma:
"ainda que me seja necessário morrer contigo, de modo nenhum te negarei"(31). Esta palavra
de Pedro, absurda, contagiou os demais que afirmavam a mesma coisa que Pedro dissera.

Por que Pedro negou a Jesus? Pelas mesmas razões que infelizmente outros têm negado e
que nós também podemos negá-lo: soberba, autoconfiança, ou auto-suficiência. Mesmo a
despeito dos avisos ele se considerava fiel e forte o bastante para não pensar na possibilidade
e receber a palavra de Jesus como advertência. O Senhor queria prepará-los para o que
aconteceria na expectativa de que eles se mantivessem fiéis. Da mesma maneira ele deseja
que sejamos fiéis e que não o abandonemos nem mesmo com a possibilidade da repressão,
perseguição ou morte. Pedro se julgou melhor do que os outros discípulos quando disse que
eles poderiam até abandonar a Jesus, mas ele não. Pedro manteve distância daqueles que
unidos poderiam fortalecer-se mutuamente na esperança das promessas de Jesus e por falar
nelas.

V. 32-34 - Jesus no Getsêmane = a hora da morte de Jesus se aproxima e ele procura


preparar-se para ela. A melhor maneira de se preparar é através da oração. Ele nos ensina
como agir em momentos de grande tensão e como tomar decisões segundo a vontade de
Deus. Para o momento o importante é orar = o Getsêmane era um lugar favorito de Jesus. O
lugar era um pequeno bosque de oliveiras, próximo ao ribeiro de Cedro, conhecido como
jardim(João 18.1). Era um lugar tranqüilo e próprio para oração. Quando enfrenta uma dura e
penosa crise, não lhe interessa um refúgio novo, mas busca o lugar já conhecido onde tem
experimentado de maneira bem real a presença de Deus sem as interrupções que este mundo
oferece(32).

Acontece assim também conosco. Quando a tristeza nos atinge, o recanto amigo, local de
experiências abençoadas e felizes na presença do Senhor, é o nosso refúgio. Jesus pediu que
os discípulos se sentassem, possivelmente à entrada do jardim, enquanto ele ia mais adiante
para orar. Pedro, Tiago e João, testemunhas da gloriosa transfiguração, presenciam também
de perto a profunda agonia. Estariam eles preparados para este momento? Diante dos
discípulos, Jesus “começou a ter pavor e angustiar-se”. Não é muito fácil para nós o fato de
vermos estampados no rosto de Jesus o pavor e a angústia. O fato é que esta expressão
significa que o Salvador foi tomado por uma profunda tristeza. Não se trata de pavor, de medo,
da importância de enfrentar uma situação, nem do desejo de fugir às circunstâncias.

É entretanto a angústia de uma tristeza incomparável, de imensa solidão, um sofrimento moral


e mental maior do que qualquer dor física. O peso dos pecados de todo o mundo coloca-se de
forma intensa sobre ele, o justo que abomina o pecado. E ele teria que ser obediente “até a
morte, e morte de cruz”(Filipenses 2.8). Ele confessa o seu estado: sua alma pura e santa

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acha-se envolvida por um manto de indizível tristeza(34). Lucas fala de agonia e descreve seu
suor como grandes gotas de sangue. Não fora o conforto de um anjo, ele poderia ter
sucumbido, tão grande era a sua dor(Lucas 23.39-46). Jesus mostra que mais do que nunca
era preciso orar. Ele queria contar com os seus discípulos quando pediu que eles ficassem
com ele e vigiassem(34), mas na verdade ele precisava buscar com toda intensidade o poder
de Deus para aquele momento de dor que antecedia a sua morte.

Todo o ser de Jesus, toda a sua personalidade, experimentava a tristeza tão profunda que
parecia querer destruí-lo. Esse era um momento em que Jesus poderia abrir todo o seu ser
para expressar o que realmente estava sentindo. Afinal, ele estava em atitude de oração e o
momento de oração serve para colocarmos o nosso ser, com todos os sentimentos e
dificuldades, diante de Deus. Jesus colocou a realidade que estava vivendo diante de Deus e,
para nos ensinar lições preciosas, diante dos discípulos, que registraram esse fato na vida de
Jesus para que pudéssemos entender o que de fato ele passou por causa dos nossos
pecados. Jesus queria contar com o companheirismo e comunhão dos seus discípulos em
momento de tão angustiante necessidade de tomar decisão.

Vemos também Jesus deixando os discípulos para ficar sozinho um pouco com o Pai.
Momentos há em que necessitamos da solidariedade dos amigos, de seu apoio, de que
estejam perto de nós. Mas há aqueles em que nem os melhores amigos são boa
companhia.Preferimos ficar a sós com Deus. É o que Jesus fez aqui. Os discípulos devem
permanecer ali. Não devem afastar-se, enquanto ele priva de intimidade com o Pai. Jesus
busca a oração nos tempos de aflição. A oração existe para todos os momentos, você dirá.
Entretanto, quando tudo falha, todos decepcionam, e nada comunica esperança, que poderoso
conforto é para o coração crente a comunhão com o Senhor, o íntimo contato da alma humana
com o Criador!

V. 35-36 - O mais importante é a vontade de Deus = Jesus não deixou que o pavor e a
angústia tirassem dele o senso objetivo de sua missão; disso ele tinha plena consciência, tanto
que estava se sentindo da forma como sentia. Jesus demonstrou a verdadeira atitude de quem
ora pedindo o poder de Deus: “prostrou-se em terra”(35), o que significa uma atitude física
extrema, em oração, que demonstra uma atitude espiritual de completo reconhecimento da
soberania de Deus e da necessidade de obter resposta à oração. A posição que Jesus utilizou
para orar indica que eles estava buscando com uma intensidade muito grande as forças
divinas, o poder de Deus. Jesus queria que a sua hora passasse, mas era obediente à vontade
de Deus.

Jesus entendia a situação, porque ele tinha constante comunhão com Deus, e a maneira como
se dirige a Deus, dizendo: “Abba, Pai, tudo te é possível”(36), mostra o grau de intimidade dele
com Deus. “Abba” é um termo usado pelas crianças para se referirem a seus pais, e
corresponde à forma como nossos filhos nos chamam de “papai”. O pedido de Jesus claro:

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“afasta de mim este cálice” = o cálice do sofrimento. Não haveria outro modo de resolver a
situação da humanidade sem envolver seu sofrimento e morte? Jesus mostra na sua oração
que é a vontade de Deus que deve imperar, e não a nossa. A vontade de Deus não foi
questionada, mas respeitada. Foi isso que ele fez ao dizer: “todavia não seja o que eu quero,
mas o que tu queres”. O cálice do sofrimento o apavorava e o angustiava, mas a obediência a
Deus não foi questionada, nem a maneira de Deus agir com os homens, mesmo significando
que essa maneira de Deus agir levaria Jesus à morte. A oração de Jesus mostra que ele sabia
o que era prioridade em sua vida: a vontade de Deus.

V. 37-42 - Oração é mais do que obrigação = a reação dos discípulos é surpreendente:


dormiram enquanto Jesus orava. Eles não conseguiam perceber o que estava acontecendo e
não sentiram necessidade de pelo menos vigiar; o sono abateu-se sobre eles de tal forma que
o seu raciocínio estava lento, a ponto de não saberem o que responder quando Jesus lhes
pergunta se não puderam vigiar enquanto ele orava(37,40). A compreensão que Jesus tinha da
oração era que ele não consistia num simples e obrigatório ato de voltar-se para Deus, mas era
uma questão de relacionamento íntimo com o Pai. Jesus orou pela mesma necessidade e usou
as mesmas palavras três vezes seguidas; ele insistiu e ao mesmo tempo confessou sua
obediência à vontade de Deus. Jesus demonstrou que a oração é um poderoso recurso para a
vida vitoriosa(38).

A tentação vem sobre todos os crentes. A diferença está no nível de vida espiritual que cada
um vive para cair nela ou não. Estamos constantemente com “a carne fraca”, isto é, pela nossa
humanidade e natureza pecaminosa estamos propensos ao pecado, e por isso precisamos orar
para crescermos espiritualmente e termos condições de resistir às investidas do tentador.
Jesus mostrou que na hora de intensos problemas em nossas vidas o caminho certo é o da
oração em busca da vontade de Deus. Jesus ganhou uma nova disposição naquele momento
para enfrentar as situações que aqueles dias reservavam para ele. Ele foi sábio em buscar o
poder de Deus para enfrentar a traição de Judas, a negação de Pedro, as injúrias dos
incrédulos e a morte na cruz. Foi uma pena que os discípulos não pudessem estar inteiramente
com ele naqueles momentos de tristeza e dor; eles teriam entendido melhor a Jesus nos
últimos dias e teriam sofrido menos com as incertezas que se seguiram. Quando não oramos e
não buscamos a vontade de Deus, as incertezas vêm como uma avalanche sobre nós, tirando
nossa paz espiritual.

A oração de Jesus no Getsêmane revela a profundidade de sua alma: Jesus se identificou


conosco de forma completa; demonstrou-se obediente à vontade de Deus e manteve-se firme
no propósito de cumprir a sua missão. Este é um exemplo sublime para as nossas vidas. A
oração de Jesus não foi uma oração comum, como a de alguém que está pedindo só por si;
antes, é uma oração que envolve o destino de toda a humanidade. A confiança que Jesus
ganha após a oração faz com que ele diga: “é chegada a hora. Eis que o Filho do Homem está
sendo entregue nas mãos dos pecadores. Levantai-vos, vamo-nos; eis que é chegado aquele
que me trai”(41-42). Ele entendeu que o silêncio de Deus a respeito do seu pedido era a

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resposta: “não”. Não havia outro meio. Só Jesus poderia cumprir essa missão, que envolvia o
sacrifício de sua vida. A atitude de Jesus é de submissão.

V. 43-45 - Jesus é traído e preso = a experiência do Getsêmane foi determinante. A partir dali o
nosso Mestre só teria dores, sofrimentos, angústias e solidão; até que viesse a declarar a
consumação de todas as coisas na cruz do calvário. Seria traído, preso, julgado e condenado.
Ele não cometeu pecado algum que justificasse tal ato, mas nós cometemos e ele suportou
tudo por amor a nós. A traição = dá-se logo após o momento de oração, e enquanto Jesus
falava com os seus discípulos. Judas chegou com os enviados ao Sinédrio, o qual era
composto dos “principais sacerdotes, dos escribas e dos anciãos”(43). A multidão vinha com
“espadas e varapaus”, instrumentos cortantes e pedaços de pau em forma de porrete. A
multidão podia ser formada principalmente pelos guardas do templo, pois na época de Jesus
havia um grupo de soldados cuja função única era manter a ordem e a vigilância no templo de
Jerusalém. O Sinédrio encontrou em Judas o aliado para efetivar o plano de prender e matar
Jesus. Judas havia combinado o preço e o sinal pelo qual trairia e identificaria Jesus. O sinal
era o beijo, símbolo da comunhão fraternal, usado aqui para a traição(44).

Judas conseguiu encontrar uma oportunidade para entregar Jesus ao Sumo Sacerdote, aos
anciãos e as escribas. Exatamente ali, no lugar onde certamente já estivera com Jesus, no
lugar onde o Senhor desfrutava da paz e da busca intensa de Deus; foi ali que Judas escolheu
para entrega-lo aos seus inimigos. O Mestre fora traído por um homem que fazia parte de um
grupo muito especial, um grupo que o próprio Cristo escolheu a dedo. Jesus foi traído por
alguém que considerava amigo(Mateus 26.50). O método escolhido por Judas foi
simplesmente horrível:o beijo era um sinal de afeto e de respeito para com alguém superior;
usava-se para saudar os mestres. Judas conseguiu transformar um gesto tão lindo e
significativo num sinal de destruição, morte e vingança. Ao beijar Jesus, Judas estava na
verdade dando-lhe a primeira bofetada(45). O Novo Testamento não fala muito das razões de
Judas ter traído a Jesus. Mateus e Lucas nos informam que a cobiça(Mateus 26.14-15) e ação
maligna de entrar em Judas(Lucas 22.3-6) foram as razões para esta traição.

V. 46-50 - A prisão = foi imediata ao sinal, pois a multidão munida de espadas e porretes
apanharam e prenderam a Jesus(46). Sem dúvida uma prisão injusta mas para que se
cumprissem as Escrituras(Zacarias 13.7). Pedro pensou que havia chegado a hora da batalha
pelo Messias e, desembainhando a espada, cortou a orelha de um dos emissários(47). Ele é
repreendido por Jesus, porque não era desta forma que o reino de Deus seria consumado, mas
de forma diferente. Os versos 48 e 49 apresentam uma palavra de Jesus que mostra o gesto
precipitado, nervoso e pecaminoso dos que o aprisionaram. O Sinédrio não queria assumir
publicamente a responsabilidade dos seus atos.

Jesus não se surpreendeu com os atos dos seus captores, mas também não deixou de criticar
a atitude covarde com que estava sendo preso. Jesus chocou os seus adversários quando os

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fez lembrar que estava todos os dias no templo a ensinar e não foi preso. Os discípulos
fugiram(50), deixando Jesus completamente só. A hora não era para atitude heróicas. Cada um
quis salvar a sua pele. No momento parecem ter esquecido todos os ensinamentos de Jesus
sobre o preço do discipulado(8.34-38). Estas poucas palavras do verso 50 revelam um
acontecimento terrível e cruel para Jesus. Pior do que os discípulos não compreenderem a sua
missão, foi fugirem e abandonarem o Mestre. Novamente Jesus foi invadido por um sentimento
de profunda solidão, que certamente aumentou seu sofrimento e sua dor.

V. 51-52 - Quem era essa testemunha ocular que quase foi preso? Embora o máximo que se
possa fazer é especular, muitos sugerem que este jovem tenha sido Marcos(que já estivera
presente na Ceia e no Getsêmane). Barclay nos chama a atenção para essa forte possibilidade
quando nos lembra que tanto Pedro, quanto Tiago e João estavam dormindo nas três vezes
em que Jesus foi orar; quem então teria visto e ouvido todas as coisas que ocorreram para que
pudesse narrá-las? Marcos ainda era muito jovem nessa época, há evidências de que a casa
de sua mãe era um dos principais pontos de encontro da igreja de Jesus, muitos advogam que
em razão disso, da tenra idade, Marcos teria estado presente no Getsêmane, e ainda foi ele
mesmo o jovem que estava enrolado num lençol e que conseguiu escapar das mãos da
multidão. Teria sido uma maneira sutil e discreta de assinar o seu nome e de dar veracidade
aos fatos que acabara de narrar, reforçando-os com o seu testemunho pessoal(52).

V. 53 - Jesus perante o Sinédrio = Jesus estava vivendo momentos de grande pressão. Talvez
seja até difícil para nós entendermos os fatos em toda a sua plenitude, devido a nunca termos
experimentado coisas semelhantes. Antes de entrarmos no texto propriamente dito,
precisamos estabelecer algumas verdades a respeito da situação em que Jesus estava. A
primeira constatação é que Jesus estava só. Com exceção de ter seu Pai ao seu lado, ele
estava só, sem a companhia daqueles que estiveram com ele durante os três anos do seu
ministério. Os discípulos o abandonaram. Pedro, João e Tiago, que haviam experimentado
tanto a visão da glória na transfiguração, como a visão da agonia no Getsêmane, fugiram para
salvar a própria vida. A segunda constatação é que os acontecimentos não estavam pegando
Jesus de surpresa. Ele tinha consciência do que estava ocorrendo e sabia muito bem que era o
cumprimento das Escrituras. Não existe sofrimento pior do que aquele que vem e sobre o qual
nada sabemos. A dor de Jesus era ver como os homens estavam cegos.

O Sinédrio = também chamado por alguns de o Grande Conselho, era a corte dos judeus. A
sua composição era aristocrática e sua origem remonta o período da dominação Persa.
Inicialmente os sacerdotes e os anciãos eram os seus componentes, entrando outros tipos de
membros mais tarde, como os escribas e fariseus, sob o reinado de Alexandre(76 a.C.). A
composição, então, era: 1) Da aristocracia sacerdotal(os saduceus) que era dona praticamente
de toda extensão de terras, que eram arrendadas. Eram tendentes à manutenção do estado
político vigente, para que seus direitos não fossem retirados. Estavam acostumados ao poder.
2) De representantes das famílias leigas mais influentes da sociedade(os anciãos). 3) De
representantes dos grupos religiosos mais populares entre os judeus(os escribas e fariseus).

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O Sinédrio tinha 71 membros e, segundo alguns registros, reunia-se o dia todos e todos os
dias, com exceção dos sábados e dias de festa, para julgar causas civis e religiosas. O poder
decisório maior do sinédrio era quanto a assuntos religiosos. Embora houvesse época em que
ele podia até sentenciar alguém à morte, no tempo de Jesus, porém, isso não acontecia;
cabendo ao poder romano referendar decisões como esta. Dos registros sobre o sinédrio
podemos afirmar que: 1) o sinédrio só se reunia durante o dia e nunca à noite. 2) não havia
sessões no sábado, em dias de festas e dias de preparação para as festas. 3) a sentença de
morte não era proferida no primeiro dia de julgamento, mas no seguinte. 4) não cabia ao
sinédrio, na Judéia, condenar alguém à morte(João 18.31). Por aí vemos que o julgamento de
Jesus tem a marca da ilegalidade. O processo não correu de forma justa, pois a reunião foi
realizada de noite e a sentença foi dada no primeiro dia do julgamento e num dia de festa,
quando o sinédrio não se reunia.

V. 54-59 - Falsas testemunhas = Pedro o seguiu de longe até dentro do pátio do sumo
sacerdote e assentou-se com os guardas aquecendo-se junto a uma fogueira(54). Como não
tinha como acusar Jesus o sinédrio passa então a usar falsas testemunhas(55). A razão é
simples: o enorme desejo de querer matar a Jesus, pois ele era um problema para os seus
negócios escusos, para a sua consciência pesada de tanto pecado. Os que testemunharam
não concordavam entre si(56). Uns diziam algo, depois vinham outros e contradiziam o
testemunho anterior, e tudo virou a maior confusão. Tudo isso foi resultado de um julgamento
“arranjado”, feito sem o mínimo zelo pela justiça, pela equidade e pela verdade. O que menos
havia no sinédrio naquele momento era coerência em palavras.

Talvez a única coisa certa naquele instante é que todos queriam matá-lo e usavam de
falsidade(57). O verso 58 apresenta o testemunho de que Jesus destruiria o templo, construído
por mãos humanas e depois de três dias reconstruiria um novo templo não edificado por mãos
humanas, não é a verdade, pois Jesus se referia ao seu corpo(João 2.19). Essa prepotência
não encontrou-se em Jesus e mesmo esses que diziam estas coisas também foram
contraditórios(59). À luz de qualquer julgamento considerado digno de ser chamado julgamento
hoje, a primeira parte do processo de Jesus é motivo de anulação de sentença. Qualquer júri
veria que as testemunhas foram arranjadas. Mas a determinação do sinédrio era incriminá-lo,
custe o que custar e não importa o meio.

V. 60-61 - A atitude do réu = a atitude de Jesus parece estranha, não é? Ficar calado quando
se diz dele muitas coisas falsas! Essa não é uma atitude de pessoas fracas? À luz dos
processos judiciais, a atitude de Jesus foi um ato de completa passividade. Não havia
advogados para a defesa, a própria pessoa tinha o direito de defender-se e, no caso do
cidadão romano, apelar para César(o Imperador), caso visse a sua causa sendo ameaçada e a
própria vida sendo colocada em risco, como aconteceu com o apóstolo Paulo. Jesus não era
cidadão romano, era um judeu e estava sujeito ao sinédrio. Ele tinha direitos de defesa, mas
abriu mão deles. Jesus abriu mão de seus direitos porque sabia que sai hora havia chegado e

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a cobrança pela injustiça viria por parte de Deus sobre o povo que o estava condenando de
forma ilícita. O sumo sacerdote, presidente do sinédrio, pergunta a Jesus se ele não iria
exercer o seu direito de defesa contra as acusações levantadas contra ele. Jesus “permaneceu
calado, e nada respondeu”(¨61). A verdade subsiste por si mesma e não precisa de defesa.
Seria isso que Jesus estava pensando no momento? O que fazia que ele ficasse calado era a
convicção de que sua hora havia chegado e que não deveria fugir da sua missão. Ele não era
um covarde, nem aceitava a veracidade da acusação, mas sabia o que falar e quando falar.

V. 61-65 - Uma nova estratégia do sinédrio = o sumo sacerdote é insistente. Já que não havia
provas materiais sobre algum delito de Jesus, ele agora parte para o campo das idéias
religiosas. Segundo a função de legislação sobre a vida religiosa do povo, o sinédrio poderia
acusar alguém por blasfêmia. É nesse ponto que o sinédrio ataca agora. Sem dúvida, Jesus foi
um grande Mestre e com isso ensinou muitas coisas. Entre os ensinos de Jesus constavam
alguns que contrariavam o que se ensinava nas sinagogas e era crido por uma grande maioria
do judaísmo. É exatamente nesse ponto que o sumo sacerdote pega para tentar incriminar a
Jesus. “És tu o Cristo, o Filho do Deus bendito?”(61) Esta pergunta não é uma inquirição de
uma alma que busca a verdade para crer e para definir sua vida, como fez João Batista quando
estava preso, ao mandar dois de seus discípulos perguntarem a Jesus se ele era o
Cristo(Mateus 11.1-6).

A pergunta do sumo sacerdote é do tipo incriminatória. Ele quer arrancar dos lábios de Jesus
alguma palavra blasfema, para com isso colocá-lo diante da fúria do sinédrio. Todos naquele
recinto tinham um objetivo comum e viam em Jesus um inimigo, da mesma forma comum. O
que Jesus havia ensinado era contraditório à situação de privilégios, tanto materiais como
pseudo-espirituais. Os saduceus, uma das seitas do judaísmo, formada só da estirpe
sacerdotal, mantinham o poder e a amizade com Roma. Eram donos da maior parte das terras
e detinham o comércio ao redor do templo, o qual era uma fonte de lucros para todos eles. Se
Jesus depreciou o templo, era como mexer no bolso desses ávidos por lucro fácil. A sede de
lucro era tamanha que os cordeiros que os humildes adoradores traziam eram rejeitados para o
sacrifício e os outros então eram oferecidos por uma soma considerável e se aceitava o
cordeiro rejeitado por um preço bem menor.

Quando o ofertante saia, o seu cordeiro era colocado à venda como animal próprio para o
sacrifício enganando-se assim a próxima vitima. Você já imaginou que tamanha falta de
respeito à dignidade do culto ao Senhor? Outros grupos, como os escribas e fariseus,
integrantes do sinédrio, foram duramente criticados por Jesus por causa da sua
hipocrisia(Mateus 23). Cada um tinha um motivo para querer a morte de Jesus. A ganância, o
medo de perder a liderança religiosa, a insegurança diante da popularidade de Jesus, fizeram
com que a justiça não fosse feita. Agora Jesus abriu a sua boca e deu uma resposta honesta e
franca, portadora da mais pura verdade: “Eu sou; e vereis o Filho do Homem assentado à
direita do poder e vindo com as nuvens do céu”(62). Jesus disse o que o sumo sacerdote
queria e muito mais, pois todos eles veriam sua glória e seu poder.

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Ele era o Cristo, sim, o que significava dizer que ele era o cumprimento de todas as
expectativas do povo registradas nas Escrituras, e dizendo ser o Filho do Homem em glória e
poder, aplica para si a visão de Daniel 7.13. A resposta de Jesus foi direta e reveladora do
caráter de seu ministério e da natureza de sua pessoa. Ele é Deus. O sacerdote rasga as suas
vestes, dispensa as testemunhas; a acusação é formalizada: blasfêmia. Era tudo verdade do
ponto de vista de Jesus e de nossa fé, mas na perspectiva dos membros do sinédrio era uma
blasfêmia(64). Não há dúvida quanto a sentença: Jesus é réu de morte. Está fixada a sua
sentença e não importa se o julgamento é ou não legal do ponto de vista do direito. O
importante era que o estorvo da vida da cidade precisava ser tirado dela. Logo após a
sentença, as pessoas tiveram reações animalescas: “e alguns começaram a cuspir nele, e a
cobrir-lhe o rosto, e dar-lhe socos, e a dizer-lhe: profetiza. E os guardas receberam-no a
bofetadas”(65). Essas pessoas estavam cegas e pensavam estar prestando um grande serviço
à sociedade.

V. 66 - Como você age quando está sob pressão? É preciso que aprendamos a suportar as
pressões de modo que elas não nos conduzam a negar a Jesus. Pedro nega a Jesus = as três
negações que Pedro fez do seu Senhor, evidentemente ocorreram durante o julgamento
judaico, o qual parece ter durado duas horas ou mais(Lucas 22.59). João nos informa que a
primeira negação foi feita quando Anás estava interrogando a Jesus, e é evidente da
comparação de todas as narrativas, que a segunda e a terceira foram feitas quando Jesus
estava na casa do sumo sacerdote e Pedro no tribunal, e provavelmente durante a reunião não
formal do sinédrio(53). Mateus e Marcos não registram a inquisição feita por Anás e
mencionam a principio que Pedro seguiu a Jesus de longe e entrou no pátio(átrio) do sumo
sacerdote e descreve as negações de Pedro(66).

A Primeira Negação = Pedro estava assentado fora, isto é, no pátio do sumo sacerdote. Pedro
não estava na sala da audiência, na qual Jesus foi apresentado as autoridades. Sua
localização era o pátio interno descoberto, e que ficava um tanto abaixo na sala da audiência.
Uma das criadas do sumo sacerdote que o vira aquecendo-se junto ao fogo de carvão, se
aproximou dele e olhando nos olhos afirmou que Pedro também estava com Jesus o
nazareno(67). Pedro retruca a informação dizendo que não sabia nem compreendia o que
aquela mulher dizia(68) e saiu dali para o alpendre(cobertura saliente, duma só água, em geral
a entrada de um prédio = corredor)(69).

A segunda negação = a criada vendo-o ali no corredor começou a dizer aos que ali estavam
que Pedro era um dos seguidores de Jesus. Mas ele negou mais uma vez(70). A terceira
negação = Daí a pouco todos os que estavam ali presentes confirmaram que Pedro era um dos
seguidores e que era um Galileu; quanto mais negava mais as suas palavras e sotaque o
denunciavam. Pedro, então começou a praguejar = o praguejar seria em tal caso como que o
atrair sobre si mesmo uma maldição, ainda mais forte do que se tivesse jurado, se não
estivesse falando a verdade(71); reforçando as afirmações anteriores de que não conhecia a
Jesus. E no mesmo instante o galo cantou pela segunda vez.

E Pedro lembrou-se das palavras de Jesus que o havia avisado antecipadamente Pedro sai do
lugar e chora amargamente(72). Nesta avaliação que fizemos da vida de Pedro e dos seus
erros no que diz respeito a negar a fé e a amizade com Jesus percebemos que Pedro teve

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medo de morrer ou sofrer as mesmas punições que o Mestre estava sofrendo. E na tentativa
de livra a sua pele ele acaba criando mais problemas para si mesmo. Nós não devemos negá-
lo! É preciso que tenhamos coragem para assumir nosso Cristo a qualquer hora e em qualquer
circunstância. Não devemos ficar assustados nem amedrontados pelas pressões deste mundo
e de satanás. Confiemos em Deus e na força do seu poder e vivamos com Jesus e por Jesus a
cada instante.

CAPITULO QUINZE

V. 1 - Jesus é traído pelo seu povo = Jesus sendo traído pelo seu povo, reflete as palavras de
Estevão em Atos 7.52. A atitude do povo e das autoridades judaicas(religiosas) da época de
Jesus diferia da dos antepassados somente na intensidade, pois estavam traindo aquele que
foi anunciado pelos profetas; a disposição do coração era a mesma: rejeição. A traição era
entregar um conterrâneo para receber a sentença de morte de um governo estrangeiro.
Precisamos entender bem qual era o tipo de dominação que os romanos exerciam sobre a
Palestina, para entendermos a atitude do sinédrio em remeter Jesus a Pilatos. O Império
Romano começou sua dominação sobre a região da Palestina, nome dado por eles mesmos,
por volta de 63 a.C. Já estava, porém, dominando desde cerca de 191 a.C., quando declinou o
domínio grego sobre várias nações.

Antes dos romanos, o governo da Palestina era exercido pela família Hasmoneana, nome dado
a família de Judas Macabeu, que comandou a revolta contra o poder de Antíoco Epifânio em
torno de 167 a.C., que de tanta corrupção e desmandos enfraqueceu-se e atraiu facilmente a
dominação estrangeira. O primeiro rei que o povo teve depois da dominação foi Herodes, O
Grande, que tanto fez grandes obras, como a reconstrução do templo todo em mármore
branco, que durou várias dezenas de anos e deu emprego a muita gente, como também
exerceu o governo com mãos de ferro, indo ao cúmulo do assassinato d sua esposa e filhos e
dos infantes de Belém por ocasião do nascimento de Jesus. Com a morte de Herodes, O
Grande, o reino foi dividido em partes e dado aos filhos.

Herodes Filipe governou sobre Traconites e adjacências. Herodes Antipas ficou com a Galiléia
e a Peréia; Arquelau ficou com a Samaria, Judéia e Iduméia. O primeiro teve um reinado de
paz, em cujos termos Jesus teria encontrado um abrigo quando do ódio dos fariseus
recrudecera contra ele. O segundo teve muito sucesso com a segurança militar e construções,
mas teve contra ele a palavra de João Batista, por estar mantendo uma relação adúltera com a
mulher de seu irmão Filipe. Foi Herodes Antipas que recebeu Jesus, quando foi enviado por
Pilatos para julgamento(Lucas 23.7-12). O terceiro foi um fracassado e teve durante o seu
reinado um período de inquietação e sangue. Após dez anos de governo foi banido, os seus
domínios foram passados ao Imperador e a região passou a ser um província do Império, já

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que havia aqueles que estavam sob o domínio do Senado Romano, nas chamadas províncias
senatoriais.

A Judéia, então, que é o lugar onde se dá o julgamento de Jesus, por essa época, estava sob o
domínio do Imperador Romano, que o fazia através de procurações, como é o caso de Pôncio
Pilatos e da administração do Governador da Síria. A sede da procuradoria era em
Cesaréia(não a de Filipe), mas se transferia para Jerusalém em ocasiões das grandes festas.
Por isso é que Pilatos estava em Jerusalém, pois era a Páscoa. O procurador tinha sob o seu
comando uma tropa militar, tinha função judicial somente para as penas capitais e é por causa
disso que Jesus foi levado a Pilatos, porque era necessária a sanção do representante romano
para se efetivar a pena de morte. Pilatos foi procurador por dez anos, mas era odiado pelos
judeus, por causa de sua política cruel em relação ao dominados.

O que os membros do sinédrio fizeram foi buscar um aval dos romanos para a sentença já
proferida em julgamento na noite anterior. Jesus foi levado com as mãos amarradas, como se
fosse um dos piores ladrões e assassinos que andavam pelos desfiladeiros perigosos, prontos
para atacar e matar qualquer que passasse pelo caminho. Você já parou para pensar quanta
dor Jesus estava sentindo em sua alma em ver o seu povo, pelo qual veio a terra para salvá-lo
e levá-lo a uma viva comunhão com Deus, e principalmente os líderes religiosos que deveriam
interpretar corretamente a vinda do Messias para o povo e serem os primeiros a aclamá-lo com
o Enviado de Deus para inaugurar uma era de paz e plena comunhão com Deus, tomando uma
atitude de tão grande rebelião contra Deus?

V. 2-3 - Os termos da acusação = no julgamento do sinédrio, na noite anterior, a acusação era


de blasfêmia religiosa. Logo pela manhã, o sinédrio novamente se reuniu e pensou que
acusação poderia colocar diante do procurador, pois se fosse de cunho puramente religioso,
não conseguiria que ele lhe atendesse. Como o processo já estava todo viciado por mentiras,
engano e corrupção(o preço pago pela traição de Judas), não faria diferença mais uma. O
importante era acabar com o perturbador da situação. Sendo assim, a acusação agora é de
que ele é “O Rei dos Judeus”(2). Jesus nunca se auto proclamou rei do seu povo, embora o
fosse por direito e promessa feita a Davi por Deus. Os líderes religiosos souberam exatamente
como conseguir aprovação para seu ato criminoso: acusar Jesus de sedição política, um
pecado intolerável aos olhos tanto do Senado como do Imperador de Roma. O subversivo era
punido com a morte.

“Es tu o rei dos judeus?” Chama um clima de revolta, de sedução e de severa punição por
parte de Roma. O Império Romano tinha uma política de tolerância para com as religiões dos
dominados, dava até a certas cidades o direito de serem independentes, com governo próprio,
mas não tolerava qualquer ato que tivesse a aparência de subversão. Jesus conhecia bem isso
quando multiplicou os pães e os peixes(João 6.1-15). O povo viu que ele tinha sabedoria e
poder, e quis fazê-lo rei(6.15), mas ele se esquivou, porque não veio para ser o tipo de rei que
o povo queria, mas um outro e mais completo. Agora no momento de seu julgamento diante de

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Pilatos, Jesus é convenientemente acusado de “muitas coisas”(3). O texto não revela quais são
estas muitas coisas.

Em Lucas 22.2-5 encontramos alguns dados: 1) pervertedor da nação. 2) proibir dar tributo a
César, isto é, ao Imperador. 3) dizer ser Cristo, o rei. 4) alvoroçar o povo com seus ensinos, ou
seja, era um líder político pronto para subverter o povo e fazê-lo voltar-se contra Roma. O
processo parecia complicado. O sinédrio parecia complicado. O sinédrio poderia julgar
questões de qualquer judeu dentro da Palestina, fosse ele da Galiléia ou da Judéia e, em
alguns casos, de cunho estritamente religioso, de judeus residentes fora da Palestina, os quais
eram chamados, na época, de judeus da diáspora. Herodes, por direito, era o que podia julgar
a questão de um cidadão residente na Galiléia, pois Pilatos era representante dos romanos na
Judéia(Lucas 23.7-11). Os líderes religiosos não titubearam diante de qualquer um deles, pois
acusaram Jesus diante de Pilatos e com mais veemência ainda diante de Herodes Antipas.
Eles fariam qualquer coisa, em qualquer lugar e diante de qualquer pessoa para levar avante
seu intento de matar Jesus. Estavam decididos a extirpar o “estorvo” a qualquer custo.

V. 4-5 - A atitude de Jesus diante do seu julgamento = a única palavra de Jesus foi: “é como
dizes”(2). Depois disso ficou num silêncio total. A atitude dele foi a mesma assumida diante do
sinédrio. A única diferença foi que lá Jesus falou um pouco mais, colocando diante dos líderes
que, além de ser o Cristo, viria com poder e glória. Essas palavras eram entendidas pelos
líderes, por estarem acostumados com os termos do Antigo Testamento, mas Pilatos não
entendia nada disso. Jesus não tinha em seu vocabulário os termos com a conotação
puramente política que os seus acusadores estavam utilizando para incriminá-lo diante do
representante romano. Jesus dizia muito pouco, mas o que falava deixava os seus
questionadores sem saber o que responder. Pilatos mesmo não viu nada em Jesus que
pudesse incriminá-lo e estava até disposto a soltá-lo, depois de alguns açoites(Lucas 23.14-
16). Para Marcos, o silêncio de Jesus(5) representava uma atitude de nobreza, de coragem e
não de covardia ou medo. Jesus demonstra que a verdade subsiste por si mesma e ele está
pronto a morrer por ela. A verdade era a sua missão de morrer pelos homens. Ele estava
disposto a cumpri-la. Por isso passa por toda essa humilhação.

V. 6-15 - Saiu a sentença do réu = Pilatos tenta soltar Jesus, convocando os chefes e o povo
judaico, o procurador declarou que ele, à semelhança de Herodes não acha falta alguma neste
homem, quanto à acusação que lhe faziam. Então propôs-lhes uma espécie de compromisso
dizendo: “castigá-lo-ei pois, e soltá-lo-ei”(Lucas 23.16). Marcos fala que por ocasião da festa da
Páscoa os líderes políticos romanos soltavam um preso(6), e esta ação era uma tentativa de
aumentar a popularidade. Entre os presos havia um chamado Barrabás = “filho de abba” ou
“filho de um mestre” que era um dos líderes de um motim que levantou uma insurreição contra
a dominação romana e que junto com outros baderneiros e salteadores haviam cometido um
assassinato(7). A multidão que já estava acostumada com esta anistia anual começou a pedir
que soltasse o preso(8).

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Pilatos que poderia usar dos seus plenos direitos e escolher o preso a ser solto, transfere essa
responsabilidade para o povo; de um certo modo ele chega a sugerir que Jesus seja solto(9);
mas não cremos que tenha sido esta a sua verdadeira intenção até porque ele sabia que Jesus
havia sido entregue por causa da inveja dos principais sacerdotes(10). Estaria Pilatos também
enciumado? Seu ciúme surgiu do receio que tinham, de que uma pessoa que pretendia ser o
Messias, viesse a prejudicar a sua popularidade e prestígios sacerdotais. Pilatos poderia supor
muito bem que a multidão tivesse pouca simpatia com esse sentimento(invejas, ciúmes). Os
sacerdotes agiram rápido e incitaram a multidão. Note-se que o tempo que tiveram para fazer
isso foi enquanto a esposa de Pilatos o interrompe com um aviso: “não te envolvas na causa
desse justo, porque muito sofri hoje em sonho por causa dele”(Mateus 27.19).

A base da argumentação para essa incitação popular(11) foi provocar(instigar) os sentimentos


a favor de Barrabás para que fosse liberto. Pilatos então perguntou ao povo o que deveria ser
feito com Jesus. Pediu literalmente que o povo desse a sentença(12). A sentença(13) não
poderia ser outra. Se fosse um julgamento justo, se falsas as acusações, Jesus seria
absolvido, mas como foi tudo um arranjo, desde as acusações até mesmo a atitude de Pilatos,
que quis apenas agradar aos judeus, a sentença foi inevitavelmente a pena de morte:
“cruficifica-o”. A morte por crucificação pode ter sido sugerida pelos sacerdotes e a intenção é
que ela fosse a mais vergonhosa possível, e quebrasse a admiração popular que havia para
com ele. Pilatos que não queria nada com os chefes religiosos, pois percebeu os ciúmes que
tinham de Jesus, argumenta com a multidão sobre a inocência de Jesus(14), mas o povo
obstinado clamou mais ainda exigindo que ele fosse crucificado.

Mateus nos informa que Pilatos desistindo de convencê-los lava a suas mãos dizendo:
“inocente, sou eu do sangue desse justo; seja lá isso convosco”(Mateus 27.24). Ao que o povo
respondeu: “o seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos”(25). Então Pilatos querendo
satisfazer a multidão(15), soltou a Barrabás; e depois de mandar açoitar a Jesus, o entregou
para ser crucificado. A primeira pessoa a ser beneficiada com a morte de Jesus foi Barrabás,
pois ele concorreu com Jesus na escolha de quem deveria ser solto. Você já imaginou Jesus
ser preterido pelas autoridades, pelo povo a quem tanto tinha feito o bem, e um ladrão e
salteador ser preferido? É uma completa inversão de valores. Todos ali estavam envolvidos
numa trama e Pilatos sabia bem disso(10), mas preferiu a popularidade à prática da justiça e
da verdade. A justiça é pervertida quando colocada a serviço de interesses puramente
mundanos. O fato de a morte de Jesus ser a vontade de Deus não tira a responsabilidade dos
que pecaminosamente foram os seus causadores.

V. 16-20 - Jesus é escarnecido pelos militares = os soldados que pertenciam à “corte”, um


destacamento de 600 militares levaram Jesus para o pretório(um local amplo e desocupado,
onde apenas se colocava a cadeira do juiz, e a multidão se reunia para assistir tanto o
julgamento quanto o açoitamento). Pela descrição podemos ver esses soldados em filas e
colocando Jesus entre eles.Puseram na cabeça de Jesus uma coroa de espinhos,
simbolizando o seu reinado, e o vestiram de vermelho, para realçar ainda mais o
espetáculo(17). Os soldados estavam fazendo de Jesus um rei e o aclamavam, saudavam e se

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prostravam diante dele como se ele fosse o rei dos judeus. Lhe deram um cetro real feito com
uma cana, cuspiram nele e lhe golpearam a cabeça(18,19). Ele era de fato, não só rei dos
judeus, mas rei deles próprios.

Pelo pecado, pela dureza dos corações não podiam ver isso agora. Estavam se colocando no
direito de abusar do poder que tinham nas mãos. Não existe coisa mais hodienda do que o
exercício exorbitante do poder. Foi uma resposta dessa natureza que Jesus deu a Pilatos que
este lhe disse que tinha poder para soltá-lo e mandar matá-lo. Jesus lhe disse que a autoridade
que ele tinha fora dada, e não devia sentir-se o melhor com isso(João 19.10-11). A atitude dos
militares não foi só isso e nem foi só no pretório. Eles repartiram as vestes de Jesus(24) e
continuaram escarnecendo dele, oferecendo-lhe vinagre em lugar de água(23). Jesus estava
sendo humilhado, açoitado, cuspido, escarnecido por um grupo que não sabia distinguir entre o
certo e o errado na sua vida religiosa.

Que pena! Eles estavam rindo ironicamente daquele que os podia introduzir numa plena e
abundante comunhão com o verdadeiro Deus. Eles tiveram face a face com Jesus e podiam
tomar uma decisão das mais importantes de toda a sua vida, mas não tiveram coragem de
assumi-lo como o seu verdadeiro rei. A pompa, o orgulho de serem soldados romanos,
considerados os mais treinados e aplicados, dispostos a sufocarem qualquer rebelião, a
terminarem com qualquer quadrilha de salteadores, não deixaram que enxergassem com os
olhos da fé a verdadeira paz e salvação. Preferiram a resposta do escárnio, da humilhação.
Cada um responde pela sua atitude. Os soldados responderão por ela na volta do Senhor. O
único soldado que apareceu reconhecendo que Jesus era justo foi o centurião citado por Lucas
23.47. Não se sabe se ele havia participado da zombaria, mas afinal reconheceu que Jesus
não tinha culpa de nada e havia algo bastante diferente nele que o distinguia dos demais
crucificados: ele era o Filho de Deus(Mateus 27.54).

V. 21 - A crucificação de Jesus = nos próximos vinte versículos teremos uma narrativa da


crucificação de Jesus e focalizaremos cada aspecto com destaque como segue. O povo:
acompanhante de interesses imediatos(21,29,30). O povo estava mais interessado em
espetáculo(Lucas 23.35,48). Há um ditado popular que diz: “a voz do povo é a voz de Deus”.
Não há algo mais enganoso do que isso, muitas vezes usado com finalidade de mascarar a
responsabilidade. O povo com o qual Jesus estava lidando era muito volúvel, pois mudava
conforme a circunstância. Quando Jesus estava ensinando, admirava-se de sua autoridade no
ensino; quando ele curava, amontoava-se aos milhares ao seu redor para buscar a cura;
quando fazia milagres, ficavam pasmos com o seu poder e até queriam fazê-lo rei, sem o seu
consentimento; mas quando ele os desapontou, não aceitando ser o messias que eles
queriam, começaram a reagir contra a sua vida.

De “hosanas ao que vem em nome do Senhor”, passou para o “crucifica-o, crucifica-o”. O povo,
enquanto Jesus fez milagres de curas, de multiplicação de pães, de expulsão de demônios,

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seguia-o atônito e admirado de tão grande poder. Como podia um filho de carpinteiro acalmar a
tempestade? Como podia um simples homem Galileu andar sobre as águas sem afundar-se?
Mas agora ele está diante de outra situação, ele está pregado numa cruz e a multidão se
coloca numa atitude bastante diferente(29,30). Ele parecia fraco e sem poder nenhum. A sua
atitude atraiu o descaso e o desdém da multidão. Jesus é humilhado pelo mesmo povo que o
seguia em busca de atos milagrosos(maravilhosos). Infelizmente o povo virou-lhe as costas,
pois o maior ato da História estava por vir e por causa da rebeldia perderia a sua visão. Do
meio do povo alguém é tomado para ajudar a carregar a cruz: Simão, que era de Cirene(21).
Ele vinha do trabalho no campo.

Jesus estava enfraquecido pelos açoites que lhe impôs Pilatos e as bofetadas levadas dos
soldados e estava sentindo dificuldades para carregar a pesada cruz. Somente alguém que
não estava tão por dentro do que estava acontecendo, pois Simão apenas passava por ali e
não estava envolvido nos fatos, pôde fazer isso sem reclamar. A sua solidariedade para com
Jesus foi algo extraordinário. Marcos identifica este homem com pai de Alexandre e Rufo.
Naturalmente os filhos de Simão eram bem conhecidos dos destinatários do Evangelho de
Marcos(cristãos de Roma). Com base nesta informação, alguns têm relacionado o Rufo deste
texto com o de Romanos 16.13. Há ainda os que identificam o Simão Cireneu como o Simão
chamado Niger de Atos 13.1. Se as identificações estão corretas, aprendemos que tanto Simão
quanto os seus filhos e esposa se tornaram cristãos a partir da experiência de Simão ao
carregar com Jesus a cruz do sacrifício.

V. 22 - Gólgota: o clímax da humilhação = não se sabe precisamente onde era o gólgota. Há


na verdade duas teorias ou tradições: a da igreja católica e da igreja anglicana. Até a sétima
estação, conforme pode-se conferir hoje de Israel, não há desacordos com relação ao caminho
da cruz; entretanto, a partir daí se formulam duas posições: a igreja católica afirma que para se
chegar ao lugar da crucificação deve-se dirigir à direita da sétima estação, indo para fora da
cidade; a igreja anglicana afirma que deve-se dirigir à esquerda da sétima estação. O
sustentáculo maior da posição católica é a tradição, pois desde o quarto século se diz que o
calvário era ali onde eles afirmam hoje. Os principais sustentáculos da postura anglicana
referem-se à forma de caveira que tem o monte designado como sendo o calvário, e ainda
algumas descobertas arqueológicas que revelaram a existência de um jardim e um túmulo na
base do tal monte.

Certezas entretanto não se pode ter sobre isto. Gólgota é a palavra aramaica que significa
“caveira”, de onde vem o termo aportuguesado calvário. Era chamado de caveira, não por ser
um lugar freqüente para as mortes, mas por ter os seus contornos em forma de uma caveira. O
lugar era fora da cidade e provavelmente próximo a uma das portas que davam acesso à
cidade de Jerusalém, por onde passavam muitas pessoas. Se o desejo era propiciar um
espetáculo público, isso podia ser feito. E, se o desejo era mostrar como era cruel a punição
dos líderes religiosos e políticos sobre aqueles que ousavam desafiar a autoridade e ensinar e
agir sem seu consentimento, o lugar era ideal. Algumas mulheres bondosas tinham o costume
de, movidas de misericórdia aos condenados à cruz, oferecer-lhes vinho misturado com mirra,

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que configurava numa espécie de entorpecente, que aliviava a dor da vítima e tirava-lhe o
raciocínio(23). Jesus não quis aceitar a droga. Podemos aprender disto que ele não queria
perder, em nenhum momento, os seus sentidos.

V. 24-28 - Maldito aquele que é pendurado no madeiro = a crucificação(24) não era uma
punição dos judeus propriamente. A morte na cruz tornara-se comum no Império Romano, e
era aplicada somente aos piores condenados e aos escravos. Os criminosos sofriam
terrivelmente. Homens fortes resistiam durante alguns dias, sucumbindo porém ante a fome.
Desde o momento da crucificação, porém, a dor causada pela laceração dos membros, o
impedimento da circulação, a febre e a exposição do corpo ao tempo, agravavam intensamente
o sofrimento e faziam com que a morte parecesse uma bênção. As mãos eram cravadas na
parte transversal da cruz(deitada sobre o chão), os pés nem sempre eram pregados(às vezes
amarrados), mas no caso de Jesus isso aconteceu(Lucas 24.39; João 20.20,25). Dói-nos
pensar a respeito da morte tão dolorosa para malfeitores. Quando, porém, se trata do nosso
Senhor, cuja vida foi modelo de inocência, perfeita justiça, de auto e voluntário sacrifício por
todos os homens, a dor é maior ainda.

Ao repartirem entre si as vestes de Jesus, os soldados cumpriam as Escrituras no Salmo


22.18. Marcos preocupa-se em registrar a hora exata quando crucificaram o Mestre, às nove
horas da manhã, “a terceira hora”(25). Era costume nas execuções ser afixado o motivo da
sentença e, no alto da cruz, estava o motivo pelo qual ele foi crucificado. Ficou registrado em
hebraico, latim e grego: Este é o Rei dos Judeus(26). Temos aí a língua que o povo e
principalmente, as autoridades judaicas entendiam, o hebraico; e a língua que os peregrinos e
estrangeiros sabiam, porque era língua franca, o grego; e a língua em que os documentos
legais eram redigidos, o latim. Ninguém podia escapar de ler o que levara este homem a cruz.
O título foi colocado como acusação, mas pertence a Jesus por direito de divindade. Ele é o
Rei dos reis e Senhor dos senhores(Apocalipse 19.16). Nos versos 27 e 28 vemos novamente
a preocupação de Marcos em apontar o cumprimento das Escrituras, desta feita, através do
fato de Jesus ter sido crucificado entre dois malfeitores(Isaías 53.12).

V. 31-32 - O homem certo no lugar errado? As autoridades religiosas não usaram basicamente
a mesma acusação dos romanos, ou seja, de ser Jesus rei, mas usaram atribuições religiosas
para zombar de Jesus. Elas o chamam de salvador, Cristo e rei de Israel. Todos esses títulos
são mesmo de Jesus, mas a forma como elas os utilizavam era para zombar. Elas não
acreditavam nele. Pediam algo que, segundo elas, seria impossível acontecer: descer da cruz
para que pudessem crer. Jesus faria muito mais do que isto após a sua morte(31). Até os
ladrões que foram crucificados injuriavam Jesus(32). Lucas, porém, relata que um dos ladrões
reconheceu em Jesus o caminho para a sua salvação e recebeu a promessa de ter a vida
eterna(23.39-43). Diante da cruz de Jesus, até aqueles que estavam em posição de grande
desvantagem aproveitaram o momento para humilhá-lo através de zombaria. Jesus foi motivo
de riso, divertimento e escárnio para todas as pessoas.

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V. 33-37 - A sua hora chegou = Jesus foi colocado na cruz por volta das nove horas da manhã
e suportou a dor até às três horas da tarde. Foram seis horas de agonia física e espiritual, pois
junto à dor dos pregos, com os quais estava pregado na cruz, estava a dor da rejeição. Ele
estava percebendo a reação de cada um. Embora o texto não registre, podemos imaginar
Jesus do alto da cruz olhando para todos. Olhava para um lado e via um grupo de soldados
blasfemando zombeteiramente e tendo a coragem ainda de disputar quem haveria de ficar com
as suas vestes, principalmente a túnica, que era tecida sem costura. Virava os olhos para o
outro lado e observava o povo que ria dele, lembrando que ele dissera que podia destruir o
templo e reedificá-lo em três dias e agora nem podia se mexer na cruz.

Quando voltava o seu olhar para outro lado, observava os líderes religiosos que, pensando ter
feito um grande favor à religião judaica, estavam matando aquele que era o verdadeiro
cumpridor da Lei e que traria o homem, inclusive eles mesmos, ao verdadeiro caminho da
verdade e comunhão com Deus. Não só os soldados, o povo, os líderes religiosos, os ladrões,
mas também um grupo de mulheres dedicadas ao ministério de Jesus ele olhava. O seu olhar
buscou um grupo que não foi encontrado. Onde estavam os discípulos? Ele não os encontrou
reunidos e solidários com o seu Mestre e perto dele, apenas João, que estava com Maria, sua
mãe.

Três horas depois de iniciada a execução de Jesus, isto é, “a hora sexta”, “houve trevas sobre
toda a terra, até a hora nona”(33). Trevas é símbolo do mal, que parece prevalecer sobre os
planos de Deus, matando o seu Enviado e acabando de uma vez por todas com o risco de
Deus atrapalhar a obra de Satanás. O mundo das trevas parece dar pulos de alegria por ver o
mundo encoberto por sua escuridão, pois aquele que era a luz do mundo estava morrendo, o
seu fim havia chegado. Foram três horas de densas trevas! O fenômeno aqui ocorrido não
pode ser um eclipse do sol, porque a páscoa era no meio do mês, este começava sempre com
a lua nova, de maneira que a lua agora estava cheia, isto é, do lado oposto da terra em relação
ao sol. Estas trevas indicam que o sol perdeu seu brilho, sem apontar causas; e todos se
sentiram alarmados com um repentino domínio das trevas. Estas trevas sobrenaturais que
atingiram a terra toda foram um símbolo do sofrimento mental do Salvador, que se expressou
no seu grito em alta voz.

As três da tarde, Jesus profere as suas últimas palavras. Ele buscou todas as suas forças que
ainda restavam. Que força poderia restar em alguém que nos últimos dois dias passou
momentos de angústia, como no Getsêmane, de traição, de negação, de injúrias, difamações,
perjúrios, de escárnio, de blasfêmia contra sua pessoa, de dor física, de cansaço? Mas ele foi
no fundo de sua alma e buscou o suficiente para gritar: “Deus meu, Deus meu, por que me
desamparaste?”(34) A maneira como ele falou, a dor que sentiu, fizeram com que as pessoas
pensassem estar pedindo socorro a Elias, o profeta; isto por causa do som da palavra Eli(Eloí),
que significa “meu Deus” em aramaico, língua falada na Palestina. Por que Deus abandonou a
Jesus? Este momento foi o mais cruel, porque Jesus levou sobre si o castigo pelo pecado da
humanidade. Ele estava bebendo o cálice(36) que Deus lhe tinha reservado e só ele podia
cumprir essa missão. O Deus justo e santo cobra dos homens os seus atos pecaminosos, que

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devem ser punidos severamente. O que acontece agora é que Jesus é quem paga a pena dos
pecados da humanidade.

Deus não o desamparou, no sentido de abandoná-lo, mas fez com que ele cumprisse a sua
vontade, que fosse obediente até a morte para salvar o homem de seu pecado e da dureza do
coração. O caminho da salvação teria que passar pelo Gólgota, onde estava a cruz. O clamor
de Jesus não é uma reclamação por ter sido deixado sozinho. Antes, é a constatação de que
carregou sozinho os pecados de todos os seres humanos, de todas as épocas. Uma das
verdades mais acentuadas nos evangelhos era que o que ele, Jesus, estava fazendo era de
livre e espontânea vontade. Ele estava na cruz voluntariamente. Outro ensino característico do
Novo Testamento e que justifica a dor de Jesus é a morte Del como sendo vicária, isto é, em
lugar de outros. Cada um de nós, todos os seres humanos, deveríamos pagar pelos nossos
próprios pecados, mas Jesus morreu em nosso lugar; ele cumpriu cabalmente o conteúdo de
Isaías 53. Ele não apenas recebeu o título de Servo Sofredor; ele sofreu de fato. Ao som da
última zombaria, Jesus expirou(37). Essa era exatamente a hora de “entregar o espírito” a
Deus: quando viu que a obra de Deus em sua vida estava cumprida. Jesus sentia que sua
missão chegara ao fim. Que fim doloroso!

V. 38-41 - Jesus morreu a nossa morte para vivermos sua vida = o Diabo olhou a morte de
Jesus como um triunfo do mal, e como se as trevas tivessem obscurecido para sempre a luz.
Deus, porém, olhou a morte como uma vitória sobre o erro, o pecado, o mal. A vitória pode ser
observada em alguns fatos que se sucederam imediatamente no mesmo dia da crucificação,
sem contar com a ressurreição, fato ocorrido alguns dias depois. Quando Jesus “expirou”, o
“véu do santuário se rasgou em dois, de alto a baixo”(38). Há alguns elementos a se destacar
nesse episódio: Primeiro ele aponta para o “santo dos santos”, e que não há mais necessidade
de cortina para separar Deus e o homem. O sumo sacerdote só podia entrar uma vez por ano
no lugar santíssimo, para expiar os pecados do povo e os seus próprios, mas Jesus, pelo
sacrifício de si mesmo, entra uma só vez e conquista a purificação para sempre. Agora o
acesso a Deus está aberto e sem obstáculo, através de Jesus.

Segundo, o ato não foi de iniciativa do homem, mas de Deus, pois o véu se rasgou de “alto a
baixo”. Só Deus pode tornar a possibilidade de plena comunhão com ele uma realidade. O
homem, mesmo tentando, não pode conquistar por si mesmo a salvação. Ela é um ato de Deus
em Cristo, que pode ser apropriada pela fé e o arrependimento. Deus mesmo abriu acesso a
Ele, porque o homem não conseguia encontrar o caminho, pois todo caminho que tomava
conduzia à morte e separação, mas Cristo se tornou o caminho de que precisamos para andar,
a verdade de que necessitamos para crer e a vida que almejamos para viver. Outro fato que
mostra a vitória de Jesus com sua morte é o reconhecimento do centurião, quando diz:
“verdadeiramente este homem era filho de Deus”(39). Não podemos afirmar que o centurião
tinha em mente o mesmo significado que a igreja primitiva tinha para a expressão “Filho de
Deus” já que para a igreja esta era uma atribuição de divindade a Jesus. Marcos mostra que
Jesus foi reconhecido como alguém que não merecia tudo aquilo que lhe estava acontecendo,

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exatamente por um estrangeiro. O centurião marca o princípio de que a salvação e comunhão


com Deus não é só o judeu que pode receber e partilhar, mas também os gentios.

Nem todos estavam de acordo com o que estava acontecendo e participando das crueldades a
Jesus. Havia um grupo de mulheres presentes no momento da crucificação. Os nomes
mencionados, Maria Madalena, ou seja, Maria que era da cidade de Magdala, Maria, mãe de
Tiago e João, e Salomé, mostram que elas eram bem conhecidas da igreja e exerceram um
papel fundamental nesses últimos da vida de Jesus. Elas vinham seguindo e servindo a Jesus,
inclusive com sustento material(41). Essas mulheres são testemunhas de fatos importantes na
vida de Jesus(47). Muitas dessas mulheres, principalmente, Maria Madalena, tinham muito o
que agradecer a Jesus(Lucas 8.2; Marcos 16.9) e estavam fazendo isso na solidariedade do
último momento. Não é interessante que sejam exatamente mulheres que dão as últimas
expressões de solidariedade a Jesus, numa sociedade dirigida por e para os homens? Com
exceção de João, os apóstolos tinham deixado Jesus sozinho, mas as mulheres estiveram com
ele, não só no momento da cruz, mas na unção do seu corpo e na visão em primeira mão de
sua ressurreição. Sem dúvida, as mulheres deram uma contribuição importante nos últimos
acontecimentos da vida de Jesus e nos primeiros dias da igreja primitiva.

V. 42-47 - A triste hora do sepultamento = Jesus foi sepultado na sexta-feira à tarde, antes de
começar o sábado dos judeus, que tinha início às dezoito horas da sexta-feira. Seu
sepultamento deveria acontecer logo, pois do contrário ficaria todo o sábado pendurado no
madeiro, visto que no sabão nada era feito pelos judeus(42). Aqui encontramos uma pessoa de
posição social elevada cuidando dos funerais de Jesus. Ele era José de Arimatéia, um
discípulo que parece ter vivido às escondidas, sem assumir publicamente sua fé em Jesus,
talvez exatamente para não comprometer seus privilégios(João 19.38). Em Lucas 23.50 José
de Arimatéia é descrito como não consentindo com a condenação de Jesus. Ele era um
homem que alimentava esperanças messiânicas em relação a Jesus(43) e parece ter ficado
desolado com a sua morte, pois precisou recobrar o ânimo para ir a Pilatos solicitar o corpo de
Jesus para o sepultamento.

Jesus foi sepultado conforme o costume dos judeus: envolto em panos e numa sepultura em
rocha, que consistia de abertura em forma de caverna, onde havia uma lápide sobre a qual o
morto era colocado e, ao redor, pelas paredes, pequenas “gavetas” do tamanho do maior osso
do nosso corpo, o fêmur, para guardar os ossos do morto quando outro morto precisasse
ocupar a lápide. Não era costume(quando acontecia, só os ricos faziam) embalsamar os
corpos, como era comum no Egito. O que se fazia, alguns dias depois, era uma unção do
corpo(16.1). O sepulcro era vedado com uma pedra de mais de uma tonelada e só com muita
força podia ser removida(46).

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CAPITULO 16

V. 1-2 - A ressurreição: o amanhecer do triunfo = depois das dezoito horas, quando se


encerrava o sábado judeu e muitos faziam as tarefas que eram proibidas nas últimas vinte e
quatro horas, como comprar, por exemplo, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé(1),
foram ao mercado para comprar os produtos utilizados para ungir o corpo de alguém depois de
alguns dias de sepultado. A unção não chegava a ser um ritual sagrado, como era o
embalsamamento feito entre os egípcios. Os egípcios embalsamavam o corpo porque criam
que o morto era transportado para uma outra esfera de vida e lá levaria outra vida, com os
seus pertences. É por isso que os egípcios eram enterrados com todos os seus tesouros, para
desfrutá-los no além-túmulo.

No tempo de Jesus, havia uma crença entre os judeus de que o espírito do morto rondava o
sepulcro durante os três primeiros dias do sepultamento, e se algo extraordinário acontecesse,
por certo ocorreria por esse tempo e, se nada houvesse o espírito então podia “ir para Deus,
que o deu”. Jesus contestou este tipo de crença na prática, ao ressuscitar Lázaro, cujo corpo já
tinha entrado em decomposição e já passava dos três dias. O milagre não foi só ressuscitar
Lázaro, mas esclarecer que o poder de Deus não tem seu limite na crença do povo. O poder de
Deus não está condicionado ao que pensamos a seu respeito. As mulheres foram “no primeiro
dia da semana” ao sepulcro muito cedo, ao levantar do sol(2). Elas não perderam tempo. Se o
dia findasse mais tarde, como acontece no Brasil em certa época do ano, e em certas regiões
em que escurece quase oito e meia da noite, elas certamente teriam ido no sábado, depois do
horário que a Lei permitia qualquer atividade.

Mas, por essa época escurecia cedo e seria difícil encontrar o sepulcro, pois provavelmente era
uma área em que havia mais de um sepulcro. Não chegava a ser igual aos nossos cemitérios
de hoje, onde há milhares de sepulcros, mas daria para alguém se perder na escuridão da
noite. Mesmo que elas fossem, não daria tempo para cumprir toda a tarefa da unção. O
“primeiro dia da semana” corresponde ao nosso moderno domingo. Este foi o dia consagrado
pelos crentes para as reuniões da igreja, pois foi neste dia que o Senhor ressurgiu. Eis a razão
principal porque guardamos o domingo e não outro dia da semana. Essa alegação que só o
domingo, ou só o sábado, é o dia do Senhor, é um artifício para gerar discussões. Todos os
dias são santos ao Senhor, mas é o primeiro dia da semana que mais evoca a lembrança da
vitória de Cristo sobre o reino da morte e das trevas.

V. 3-4 - Quem moveu a pedra? = as mulheres estavam cônscias tanto de sua missão para com
o corpo de Jesus como de suas limitações. Elas não eram fortes o suficiente para remover a
pedra na entrada da sepultura(3). A limitação não foi empecilho para que elas fossem e
fizessem o que pretendiam. Mas, para a surpresa delas, alguém já havia removido a pedra, a
pesada pedra. Se a morte não era empecilho para Jesus, quanto mais uma pedra. Mas, afinal,
quem moveu a pedra? As mulheres chegaram, “notaram que a pedra, que era muito grande, já
estava revolvida”(4). A expressão “revolvida” significa que a pedra foi totalmente tirada da
entrada e o acesso ficou completamente livre. As mulheres não pararam para indagar sobre
quem havia tirado a pedra para o lado. Podemos afirmar que quem tirou a pedra do lugar foi

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Deus, pois o verbo utilizado para a ressurreição de Jesus está na voz passiva e indica que
Jesus foi objeto da ressurreição, isto é, ele não ressuscitou a si mesmo, mas foi ressuscitado
por Deus, o Pai. A ressurreição, então, é um ato de Deus. Jesus não ficou só para sempre,
Deus veio ao seu encontro e o exaltou, dando-lhe vitória sobre a morte.

V. 5-6 – Enquanto as mulheres se aproximavam e indagavam sobre sua dificuldade em relação


à pedra, Jesus já havia ressuscitado. Elas tiveram a visão de um homem vestido de branco
dentro do sepulcro e, juntando isso com a visão do sepulcro todo aberto, ficaram atemorizadas.
Essa atitude demonstra que elas ainda estavam confusas, e que vêem agora faz com que
fiquem perturbadas de forma extrema. Elas não conseguiam entender o que estava
acontecendo. Não ficamos assim quando algo nos acontece cuja razão desconhecemos?
Aqueles dias tinham sido muito difíceis para a vida dos seguidores de Jesus. Só as mulheres
arriscaram andar publicamente e tomar providências para com o corpo de Jesus. Todavia, as
mulheres não precisaram usar os perfumes para ungir o corpo de Jesus, porque não havia
corpo na sepultura. O anjo é portador da notícia que vai mudar o rumo da história desse grupo
de seguidores e a História do próprio mundo(6).

Nem a morte, nem uma sepultura poderiam reter aquele que foi enviado por Deus para trazer o
homem à comunhão plena com Deus e conseguir para o homem a salvação completa. Que
diferença! As mulheres saem para ungir um corpo morto e encontram a notícia de que Jesus
havia vencido a morte e não estava mais no sepulcro. Você já imaginou que impacto isso
causou nas mulheres depois de angustiosos dias, vendo seu Mestre, a quem devotaram sua
vida, sendo traído, envergonhado e humilhado? Em lugar do luto, viria a alegria; em lugar do
desânimo, o entusiasmo; em lugar da decepção, a confiança no Mestre, que agora é vitorioso.
As mulheres são convidadas a deixarem a dúvida de lado e a crerem que o que aconteceu foi
fato e verdade. “Eis o lugar onde o puseram” é um convite a ver os panos; conforme aponta o
evangelho de João. Ninguém roubaria o corpo e o desenrolaria cuidadosamente. Algo de
extraordinário e sobrenatural havia acontecido. Aquele era um acontecimento completamente
novo e era necessário certificar-se de todos os detalhes.

V. 7-8 - A ressurreição é para ser testemunhada = é interessante notar que não há por parte do
mensageiro qualquer palavra de recriminação pelo fato dos discípulos terem se escondido na
hora em que Jesus mais precisava. E, mais interessante ainda, é o fato de a palavra ter que
ser dirigida a Pedro, de modo particular. Pedro havia negado a Jesus claramente e era quem
mais precisava de uma palavra de que Jesus estava vivo e ele deveria aguardar a sua
aparição. O evangelho de João mostra um relato singular sobre o encontro de Jesus com
Pedro logo após a ressurreição. Pedro tinha voltado à sua antiga profissão. Quando Jesus lhe
aparece, dá-lhe três chances de afirmar o seu amor por ele, para compensar as três vezes em
que o negou(compare Marcos 14.66-72 com João 21.15-18). O que o mensageiro disse não
deveria constituir novidade, pois tudo estava acontecendo “como ele vos disse”(7).

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Os discípulos perderam muitas bênçãos e passaram momentos angustiantes porque não


aprenderam a se lembrar e a se esquecer. Esquecer o conceito comum de Messias que era
corrente entre o povo, o qual determinou em grande parte o tipo de fé que o povo exerceu e fez
com que a sua mentalidade ficasse condicionada a ver em Jesus só os elementos que aceitava
como certos. Lembrar o que Jesus disse a respeito dele mesmo como Messias, que incluía não
só o triunfo, a glória, mas também o sofrimento, a morte. Jesus havia falado de ambos várias
vezes(8.31-33; 10.32-34; 12.7-8; 14.8,12-26. Pelo que parece, os discípulos não aprenderam a
essência do ministério de Jesus e os acontecimentos estavam vindo sobre eles como
avalanche de dúvidas e desânimo. Era hora, portanto, de lembrar o ensino de Jesus.

Quantas vezes perdemos bênçãos e mais bênçãos porque não aprendemos a lembrar. Para
muitos até o lembrar é tarefa difícil, porque não estamos acostumados a aprender. Lembrar é
uma etapa posterior à aprendizagem. Se não aprendemos, não lembramos. Jesus “vai adiante
para a Galiléia”, lugar onde começou o seu ministério público e onde chamou os seus
discípulos. Jesus queria que os seus seguidores desfrutassem de plena confiança que o seu
Senhor estava vivo e tinha conseguido a vitória sobre a morte. Tudo isso estava acontecendo
na vida daquelas simples pessoas, que nunca tinham visto o poder de Deus se manifestar de
maneira como se manifestou em Jesus, levou-as a uma reação que, provavelmente, nós
assumiríamos: ficaram atemorizadas e não falaram para ninguém sobre o acontecido(8). Mas a
ressurreição era o fato mais importante da vida e não poderia ficar em silêncio.

V. 9 -13 - Jesus aparece depois de sua ressurreição = a título de informação este trecho de 9 a
20 não consta nos manuscritos mais antigos. A primeira pessoa a quem Jesus apareceu,
segundo Marcos, foi Maria Madalena e ela foi contar isso aos companheiros de Jesus, pois
estes estavam tristes e chorando quando eles ouviram dizer que Jesus estava vivo e que tinha
aparecido a ela, não acreditaram. Depois disso Jesus apareceu a dois discípulos com uma
outra aparência(12). E apesar deles contarem aos outros discípulos estes não acreditaram(13).

V. 14-18 - A Grande Comissão = por fim apareceu ao onze discípulos enquanto eles estavam
comendo. Ele os repreendeu por não terem fé e por teimarem em não acreditar no que
disseram os que o tinham visto ressuscitado(14). Então lhes ordena que saiam por todo o
mundo pregando o evangelho a toda criatura pois quem crer e for batizado será salvo, mas
quem não crer será condenado(15,16). Os versos 17 e 18 têm trazido dificuldades de
interpretação que alguns contornam dizendo que o texto d 9 a 20 não pertence a Marcos, daí
ser impresso, em algumas versões, como a nossa(da Imprensa Bíblica Brasileira), por
exemplo, entre colchetes. O simples fato de nenhuma comissão de revisora do texto bíblico ter
tido a coragem, até hoje, de suprimir este texto, significa a fragilidade desta explicação. Se
entendemos que a declaração contida nos referidos versículos foi aplicada somente aos
apóstolos, desaparece a dificuldade. Observemos que o versículo 14 revela isso assim como o
verso 20.

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V. 19-20 - A ascenção = depois de falar com eles, o Senhor Jesus foi levado para o céu e
sentou-se ao lado direito de Deus(19). Os milagres acompanharam os apóstolos corroborando
a mensagem que pregavam em demonstração de poder.

NOVO TESTAMENTO 4
Um estudo do período da expansão do cristianismo segundo os livros do Novo Testamento e
as principais questões introdutórias à literatura de Atos a Filemom.

O leitor entende os principais pensamentos acerca das questões introdutórias dos livros de
Atos a Filemom e o conteúdo geral destas obras como marcas do período inicial da expansão
do cristianismo.
Ao concluir esta leitura, o leitor deverá ser capaz de explicar a História do cristianismo do
primeiro século, descrever o conteúdo da mensagem e características introdutórias de Atos,
Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses, 1
e 2 Timóteo, Tito e Filemom.

Unidade 1 – A Expansão do Cristianismo

O leitor entende o livro de Atos como obra literária e os principais acontecimentos relacionados
à vida e obra do apóstolo Paulo.
Para provar que alcançou tal entendimento, o leitor deverá ser capaz de: Explicar as questões
relacionadas a Atos como obra literária, explicar o seu conteúdo geral e descrever
cronologicamente a vida e obra do apóstolo Paulo conforme relatado em Atos.

Unidade 2 – Introdução às Cartas Paulinas

O leitor entende os principais pensamentos sobre as epístolas aos Tessalonicenses como as


primeiras escritas pelo apóstolo Paulo.
Para provar que alcançou tal entendimento, o leitor deverá ser capaz de: Explicar as questões
relacionadas às epístolas aos Tessalonicensses como obras literárias e reproduzir o conteúdo
das mesmas.

Unidade 3 – As atividades Missionárias de Paulo

O leitor entende as características missionárias das epístolas aos Romanos, Coríntios e


Gálatas.
Para provar que alcançou tal entendimento, o leitor deverá ser capaz de: Explicar as
características missionárias relacionadas às epístolas aos Romanos, Coríntios e Gálatas como
obras literárias e reproduzir o conteúdo geral das mesmas, destacando as ênfases da teologia
paulina.

Unidade 4 – A Prisão de Paulo

O leitor entende os principais pensamentos sobre as epístolas de Paulo aos efésios,


Filipenses, Colossenses e Filemom.
Para provar que alcançou tal entendimento, o leitor deverá ser capaz de: Explicar as questões
relacionadas às epístolas aos Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom como obras
literárias e reproduzir o conteúdo geral das mesmas, destacando as relações entre elas.

Unidade 5 – Os Problemas da Igreja Primitiva

O leitor entende as questões introdutórias das chamadas epístolas pastorais e seus


ensinamentos.

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Para provar que alcançou tal entendimento, o leitor deverá ser capaz de: Explicar as questões
relacionadas as epístolas a Timóteo e Tito como obras literárias e reproduzir o seu conteúdo
geral.

Unidade 1 – A Expansão do Cristianismo

ATOS DOS APÓSTOLOS

Atos dos apóstolos = originalmente os dois livros escritos pelo doutor Lucas circulavam juntos
como um trabalho completo, mais não por muito tempo pois no final do 1º século os quatro
evangelhos passaram a circular como uma coleção independente. E mais ou menos na mesma
época as cartas paulinas começaram a circular. Os evangelhos eram chamados de “O
Evangelho” e as cartas eram chamadas de “O Apóstolo” e havia uma espécie de ponte que os
ligava, o livro de Atos, que é a base de compreensão das cartas paulinas oferecendo a idéia de
como era o contexto daquela época. Ganhou a posição dentro do cânon mais ou menos no ano
de 150 a primeira obra a dar este lugar ao livro foi o prólogo anti-marcionista escrito por
cristãos ortodoxos.

1. Autoria = o doutor Lucas foi o seu autor e não há dúvidas quanto ao seu autor. É necessário
que notemos Lucas como historiador utilizando-se de sua capacidade literária. Vemos também
Lucas como teólogo tendo como intenção óbvia a edificação da igreja de sua época. Lucas
como pastor se revela profundamente preocupado com o zelo pastoral.

2. Data = (1) Argumentos para uma data antes de 64: a) A queda de Jerusalém foi no ano 70 e
em nenhum Lucas deixa transparecer que a queda já havia ocorrido. b) A perseguição da igreja
sob o Imperador Nero também não é mencionada. E se a perseguição fosse antes ou durante
é difícil de não ter sido registrada. c) O pastor da igreja de Jerusalém(Tiago morto entre 62-63)
é mencionado como uma pessoa central dentro da igreja. d) A morte de Paulo também não é
mencionada. e) A controvérsia dos Judeus e Gentios cristãos descrita no livro de Atos se torna
irrelevante numa data posterior. f) a linguagem teológica do livro transparece uma época
bastante primitiva da igreja. g) Imparcialidade do Império Romano para com a
Igreja(cristianismo). (2) Argumento para uma data entre 70 e 85: a) A base principal desta
argumentação é que Lucas conhecia o livro de Marcos e conhecendo os fatos sobre a
destruição de Jerusalém alterou o texto de Marcos 13 na sua narrativa. (3) Argumento para
uma data no 2º século: a) Atos 5.36 – Flávio Josefo fala de Teudas como se este estivesse
acompanhando estes fatos.

3. Propósitos do Livro de Atos = o propósito do livro de Atos e tanto quanto o evangelho de


Lucas é declarado no prólogo do evangelho de Lucas: (1) apresentar uma narrativa
coordenada dos fatos, da origem e progresso do cristianismo a Teófilo. (2) o livro de atos toma
o cristianismo na ressurreição e leva para mais trinta anos de história. (3) Lucas dá uma forte
ênfase apologética em Atos, mostrando que o cristianismo não é ilegal nem politicamente
nocivo e aonde houve desordem ela foi causada pelas autoridades judaicas e não por nós. (4)
Lucas quer mostrar o progresso da fé cristã dentro dos planos soberanos de Deus. Daí a
ênfase na obra do Espírito Santo, onde ele diz que a plenitude do Espírito Santo é a evidência
da verdadeira vida cristã(2.4; 6.3; 8.17; 10.44; 19.6). (5) Lucas mostra a conexão entre o
cristianismo e os seus antecedentes no judaísmo. (6) ênfase na ressurreição e nas pregações
de Pedro e Paulo registradas por Lucas(Pedro = 2.24-36; 3.15-26; 4.2; 5.30; 10.40-41. Paulo =
13.30-37; 17.3; 18 e 31; 24.15,21; 25.19; 26.8,23).

4. Historicidade de Lucas em Atos = Será que há acuracidade nos escritos de Lucas? Há


alguns historiadores que dizem que Atos não é confiável pois existem várias divergências em

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relação as cartas paulinas. Até onde nós temos invenções da imaginação de Lucas ao escrever
Atos? Até onde as mensagens apresentadas em Atos representam o autêntico querigma
primitivo? Há alguns que crêem que foram introduzidas várias reminiscências pessoais.

5. Características de Atos = Atos é um livro missionário, ele trata desde a fundação da igreja
até a proclamação do evangelho na Judéia, Samaria, Síria, Ásia Menor, Macedônia, Grécia e
Roma.

Atos de Pedro Atos de Paulo


1 3 8.1b 9.32 13 21.28 28
Nascimento Crescimento Dispersão Igreja Igreja Líderes
da da da recebe além são
Igreja Igreja Igreja Gentios mares provados
Tibério 30 Calígula 37 Cláudio Nero
47 49 52 56 61
JERUSALÉM JUDÉIA E SAMARIA CONFINS DA TERRA
Período Judaico Transição Período Gentílico e Roma
Pedro Filipe-Barnabé Paulo
Pedro-Paulo
A Igreja Estabelecida A Igreja Dispersa A Extensão da Igreja
Herança do Antigo Testamento Mundo Gentio Evangelização Mundial

6. Pentecoste e o Nascimento da Igreja = Atos 2 é considerado o início histórico da Igreja.


Alguns teólogos através dos tempos têm sugerido outros pontos históricos para a origem da
igreja(a chamada dos doze, Cesaréia de Filipos, última ceia, ressurreição de Jesus). A
interpretação tradicional de que a igreja nasceu no pentecoste é a mais antiga pelo menos até
a época de Agostinho. Atos 2 se divide em três partes: (1) a descida do Espírito Santo, este
elemento tem alguns antecedentes teológicos(cumprimento de promessas do AT, palavras de
Jesus, a ascenção de Jesus). (2) o evento do pentecoste é como o festival judaico(Êxodo
34.22, Levítico 23.15). Judeus da Diáspora enchendo a cidade de Jerusalém(Joel 2). A
proclamação dos Atos poderosos de Deus inaugurando o final do tempos na nova era(Isaías
66.13). (3) o querigma primitivo pois a partir do verso 14 temos o primeiro sermão da igreja = I
– “vós o matastes” 2.22-24; 4.11; 5.30; 3.13-15. II – “foi predito nas Escrituras” 2.25-31; 3.18;
4.11. III – “referências as testemunhas” 2.32-36; 3.15,16; 5.32; 1Coríntios 15.5. IV – “a
chamada ao arrependimento e salvação” 2.38; 3.19; 4.12; 5.31. V – “preocupação social” 2.45;
5.1; 11.29; 2 Coríntios 8,9. VI – “auto-consciência como povo de Deus 2.42; 5.13; 3.12-16; 1
Coríntios 16.22.

7. Peculiaridades do Livro de Atos = Atos contém um registro detalhado a respeito da vinda,


missão e operação do Espírito Santo. Registra o Pentecoste, o enchimento dos apóstolos com
o Espírito(4.23-31); o pecado contra o Espírito(5.1-11); o Espírito Santo e os samaritanos(8.14-
17); Filipe é guiado pelo Espírito Santo(8.29); Cornélio e a sua família recebem o Espírito
Santo(10.44-48); a chamada de Barnabé e Saulo pelo Espírito Santo(13.1-4); Concílio de
Jerusalém promovido pelo Espírito Santo(15.28); Paulo é guiado pelo Espírito Santo na obra
missionária(16.6,7); os discípulos em Éfeso recebem o Espírito Santo(19.1-6); o Espírito Santo
prevê incidentes na vida de Paulo(20.22,23); bispos ou pastores são indicados pelo Espírito
Santo(20.28). O livro de Atos tem sido realmente chamado de Atos do Espírito Santo através
dos apóstolos. Atos é documento histórico ou teológico? Descritivo ou normativo? Na questão
do Pentecoste separe a avaliação factual e teológica. O que aconteceu? O que significa?

Minhas opiniões pessoais sobre estas questões são: a) Atos é um documento histórico que tem
como propósito apresentar uma narrativa coordenada dos fatos, da origem e progressão do

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cristianismo. O livro não pode ser tratado como uma tese teológica pois os rudimentos da
teologia presentes no livro foram sistematizados posteriormente ns cartas. Embora que tenha
normas que utilizamos no envolvimento eclesiástico moderno. b) olhando do prisma de que
Atos é uma obra que relata a história, mesmo que no seu bojo exista uma forte tendência
apologética, não podemos estabelecer o conceito de que Atos é um livro normativo. c) Factual
= a narrativa do pentecoste envolve fatos que na sua evolução são considerados importantes e
ímpares. O festival judaico em que os judeus dispersos e outros povos se concentraram
naquela cidade e aprouve a Deus por intermédio de seus feitos poderosos inaugurar uma nova
época. Teológico = o ensaio teológico está incluso no desenrolar dos fatos onde percebe-se
que algumas profecias e promessas do Antigo Testamento, tem o seu cumprimento como
também palavras que o Senhor Jesus proferiu, acerca do futuro da vida apostólica e suas
funções proclamadoras.

8. Conteúdo Geral do Livro de Atos = a seguir reproduziremos um esboço que nos dará uma
idéia abrangente sobre o conteúdo deste livro:

I – O COMEÇO DA IGREJA(1.1-2.47).

a) prólogo(1.1-5).
b) a ascenção de Jesus(1.6-11).
c) a volta dos discípulos para Jerusalém(1.12-14).
d) o décimo-segundo apóstolo(2.1-13).
e) Pedro prega o evangelho(2.14-42).
f) resumo da vida da igreja primitiva(2.43-47).

II – A IGREJA E AS AUTORIDADES JUDAICAS(3.1-5.42).

a) a cura de um coxo(3.1-10).
b) Pedro explica o incidente(3.11-26).
c) a prisão de Pedro e João(4.1-22).
d) os discípulos oram, pedindo mais intrepidez(4.23.31).
e) outro resumo da vida da igreja primitiva(4.32-37).
f) o pecado de Ananias e Safira(5.1-11).
g) o crescimento contínuo da igreja(5.12-16).
h) a segunda prisão dos apóstolos(5.17-42).

III – A IGREJA COMEÇA A EXPANDIR-SE(6.1-9.31).

a) a nomeação dos sete(6.1-7).


b) a controvérsia acerca de Estevão(6.8-15).
c) o discurso de Estevão no tribunal(7.1-53).
d) a morte de Estevão(7.54-8.1a).
e) a seqüela à morte de Estevão(8.1b-3).
f) o evangelho se espalha até a cidade de Samaria(8.4-25).
g) a conversão de um etíope(8.26-40).
h) a conversão e a vocação de Paulo(9.1-19a)
i) Paulo começa a pregar(9.19b-31)

IV – O COMEÇO DA MISSÃO AOS GENTIOS(9.32-12.25).

a) as obras poderosas de Pedro(9.32-43).


b) a conversão do Cornélio(10.1-11.18).
c) a igreja em Antioquia(11.19-30).
d) a prisão e o escape de Pedro(12.1-25).

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V – A MISSÃO À ÁSIA MENOR E SUAS CONSEQÜÊNCIAS(13.1-15.35).

a) a vocação à missão(13.1-3).
b) a evangelização em Chipre(13.4-12).
c) a evangelização na sinagoga de Antioquia da Psídia(13.13-52).
d) o conflito em Icônio(14.1-7).
e) a evangelização dos pagãos em Listra(14.8-20).
f) a viagem de volta à Antioquia(14.21-28).
g) o Concílio em Jerusalém(15.1-35).

VI – A CAMPANHA MISSIONÁRIA DE PAULO NA MACEDÔNIA E NA ACAIA(15.36-18.17).

a) Paulo, Barnabé, Marcos e Silas(15.36-42).


b) a volta de Paulo a Derbe e Listra(16.1-5).
c) a chamada à Macedônia(16.6-10).
d) Filipos: a primeira igreja na Macedônia(16.11-40).
e) Tessalônica e Beréia(17.1-15).
f) Atenas: o discurso no Areópago(17.16-34).
g) Corinto(18.1-17).

VII – A CAMPANHA MISSIONÁRIADE PAULO NA ÁSIA(18.28-20.38).

a) Paulo parte de Corinto(18.18-21).


b) Paulo viaja a Cesaréia e a Antioquia(18.22-23).
c) a chegada de Apolo(18.24-28).
d) os doze discípulos em Éfeso(19.1-7).
e) a obra de Paulo em Éfeso(19.8-22).
f) a reação do paganismo em Éfeso(19.23-41).
g) a viagem de Paulo de Éfeso a Mileto(20.1-16).
h) o discurso de despedida de Paulo em Mileto(20.17-38).

VIII – PAULO É CAPTURADO E ENCARCERADO(21.1-28.31).

a) a viagem de Paulo para Jerusalém(21.1-16).


b) Paulo é capturado em Jerusalém(21.17-36).
c) a defesa de Paulo diante da turba(31.37-22.29).
d) Paulo comparece diante do Sinédrio(22.30-23.10).
e) Paulo é transferido para Cesaréia(23.1-35).
f) Paulo comparece diante de Felix(24.1-27).
g) Paulo comparece diante de Festo(25.1-12).
h) Paulo comparece diante de Festo e Agripa(25.13-26.32).
i) a viagem para a Itália(27.1-28.16).
j) Paulo e os judeus em Roma(28.17-31).

Unidade 2 – Introdução às Cartas Paulinas

TESSALONICENSES

Dos escritores sagrados da antiguidade, quem primeiro fez referência as epístolas aos
Tessalonicenses foi Irineu, bispo de Lião. Depois apareceram testemunhos de Clemente de
Alexandria e Tertuliano. Parece também que as cartas não eram desconhecidas de Justino

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Mártir e de Policarpo de Smirna. Há nos escritos destes doutores trechos tão semelhantes
tanto no pensamento como na linguagem, que é muito provável que as tivessem mesmo
conhecido. Estas cartas pertencem à coleção das antigas versões Siríaca e Latina; estão
incluídas no cânone Muratório e fazem parte da lista de livros sagrados de Marcião.

1. Autoria = ambas arrogam a si a autoria paulina. 1 Tessalonicenses revela muitas


características da correspondência de Paulo. Era hábito do apóstolo manifestar aos irmãos o
desejo pessoal de pôr-se em contato com eles face a face. Isto percebe-se em quase todos os
seus escritos. Jamais se escreveu, por exemplo, uma epístola, sem lamentar a sua ausência,
pois queria sempre conversar pessoalmente e não por carta. Outra coisa que se observa na
correspondência do apóstolo é o tom de ternura com que impregna as epístolas. É a maneira
como ele mostra a reciprocidade da afeição entre o pastor e a igreja. Paulo costumava lembrar
aos gentios a sua primitiva condição religiosa, como pagãos que eram. A segunda carta
também é semelhante à primeira. É toda afeição para com os leitores, e um acervo de ações
de graça, conselhos práticos, advertências de ordem disciplinar, enfim, coisas comuns em
qualquer escrito de Paulo. As epístolas aos Tessalonicenses são reconhecidas pela igreja
cristã como perfeitamente paulinas.

2. A Igreja em Tessalônica = a história do evangelho na cidade de Tessalônica está nos Atos


dos Apóstolos. Paulo visitara o lugar na ocasião da segunda viagem missionária. Liberto da
prisão em Filipos, passara por Anfípolis e por Apolônia, e alcançara Tessalônica. Fazia-se
acompanhar de Silas e de Timóteo. A cidade era uma das mais florescentes da região. Situada
no golfo de Salônica, antigamente chamado de Termaíco, as suas portas se abriam dando
acesso livre para o ocidente, e comunicava-se com a metrópole por excelentes rodovias; o
outros extremo era a direção das caravanas que faziam o mercado do oriente. Aí Paulo lançou
os fundamentos da nova igreja. Havia judeus na cidade. Em pouco tempo, Paulo estava com
os patrícios, e os visitava na sinagoga aos sábados(Atos 17.1). Corações iam-se despertando,
de judeus e de gentios. Para estes, senão para alguns judeus também, o evangelho era coisa
nova.

Paulo edificava os novos crentes e os impressionava com o seu caráter e amor com que se
dedicava a Cristo. Um mês foi todo o tempo que teve para esse trabalho, mas serviu-lhe à
conta de instruir e de fazer sentir à congregação a responsabilidade de cada um, tanto que os
crentes se aperceberam bem das características do cristianismo – o monoteísmo, a expressão
pessoal da religião ou da prática da vida cristã, e a largueza ou extensão do reino – o espírito
missionário. Ao que se sabe, a igreja dos Tessalonicenses era muito zelosa. Sirva de
testemunho o próprio conceito de Paulo; “vós vos fizestes imitadores nossos e do Senhor,
tendo recebido a Palavra no meio de muita tribulação com gozo no Espírito Santo, de sorte que
vos tornastes modelo para todos os crentes na Macedônia e Acaia”(1 Tessalonicenses 1.6,7).
Igreja ativa, não descuidou do evangelismo: “... pois de vós fez-se ouvir a Palavra do Senhor
não somente na Macedônia e na Acaia, mas também em todos os lugares divulgou-se a vossa
fé para com Deus, de maneira que não nos é necessário dizer coisa alguma”(1
Tessalonicenses 1.8).

3. Lugar e Data = no interregno da segunda viagem, Paulo veio até Atenas, e deixou Timóteo
e Silas em Beréia(Atos 17.14,15). Depois de pedir aos jovens que o buscassem sem demora,
transportara-se para visitar os crentes de Tessalônica mas fora impedido por Satanás(2
Tessalonicenses 2.17,18). Bastante apreensivo enviou-lhes então a Timóteo, de Atenas, para
que os confortasse(1 Tessalonicenses 3.2). Timóteo atendeu de pronto o pedido do
apóstolo(Atos 17.15); rumou para Tessalônica, e voltou por Atenas onde ajuntou-se a Silas, e
desceram ambos para Corinto a fim de informar a Paulo o resultado da viagem( 1
Tessalonicenses 3.6 e Atos 18.5,11). Paulo demorou um ano e seis meses em Corinto(Atos
18.11). Tudo faz crer que de tal cidade é que ele escreveu as epístolas. A segunda seguira
pouco tempo depois.

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Atos afirmam que Gálio era o proconsul de Acaia ao tempo da estada de Paulo em
Corinto(18.12). Pela narrativa, depreende-se que a chegada de Gálio deu-se depois da de
Paulo. Uma inscrição descoberta em Delfi esclarece que ele estava no proconsulado da Acaia
no duodécimo ano do regime do tribunado, e no vigésimo sexto do governo do Imperador
Cláudio. A inscrição, conforme estudos de Deissmann, deve datar de 52 a.D. Nesse caso,
Gálio teria assumido o governo da província não depois de 51 a.D. Paulo demorou em Corinto
dezoito meses, e chegara antes de Gálio. O apóstolo não aportara a Corinto mais tarde do que
no fim do verão do ano de 50 a.D. Se Timóteo e Silas gastaram alguns meses, o que é
razoável, para se reunirem a Paulo, a data das epístolas deve ser a do fim do ano de 50 a.D.
para a primeira delas, e o princípio de 51 a.D. para a segunda.

4. Conteúdo das Epístolas

1 Tessalonicenses

Saudação(1.1)
Ações de graças iniciais(1.2-10).
O comportamento dos apóstolos em Tessalônica(2.1-12).
A recepção dada è mensagem(2.13-16).
A contínua preocupação de Paulo com a igreja(2.17-3.13).
Instrução ao progresso ético(4.1-12).
Instrução e exortação acerca da parousia(4.13-5.11).
Pedidos e saudações finais

2 Tessalonicenses

Saudação(1.1-2).
Ações de graças iniciais(1.3-12).
A vinda do Dia do Senhor(2.1-12).
Ações de graças e encorajamento(2.13-17).
Orações em prol da missão de Paulo(3.1-5).
O perigo da preguiça(3.6-16).
A saudação final(3.17-18).

5. Explicações Gerais sobre as Cartas Paulinas = Paulo escreveu 13 cartas no total(pelo


menos as que conhecemos): 2 para Tessalônica, 2 para Corinto, 1 para as igrejas da
Galácia(região que inclui 3 cidades principais:Pessino, Ancira e Távia). A província romana da
Galácia incluía: Frigia, Pissídia, Licaonia, Antioquia da Pissídia, Icônio, Listra, Derbe. A carta
aos romanos foi escrita aos cristãos na capital do Império. A carta aos Efésios é uma carta
circular ou encíclica e circulou entre as igrejas de Pérgamo, Tiatira, Smirna, Sardes, Filadélfia,
Laodisséia e Colossos(as duas cartas a Timóteo também foram enviadas à Èfeso, onde ele
pastoreava); 2 cartas foram enviadas à Colossos, uma a igreja e outra para Filemom; a carta a
Filipos(em nossa Bíblia temos uma mais aparentemente o apóstolo Paulo escreveu outras que
se perderam). A carta a Tito foi enviada à Creta onde este estava(Tito 1.5). Os portadores das
cartas de Paulo foram Timóteo, Tito, Lucas, Silvano, Tíquico, Trófimo, Clemente, Artemos,
Erasto, Epafrodito, Gaio, Aristarco, Sopater e Segundo.

Classificação das cartas de Paulo: a) as cartas do 1º grupo = (1 e 2 Tessalonicenses) – foram


escritas durante a segunda viagem missionária entre 50 e 51 a.D., normalmente são
conhecidas como proféticas e tratam da esperança cristã e consolação. Transmitem
consolação a crentes que estavam enfrentando a morte e têm um estilo escatológico. b) as
cartas do 2º grupo = ( 1 e 2 Coríntios, Gálatas e Romanos) – foram escritas durante a terceira
viagem missionária entre os anos 57 e 58 a.D. São conhecidas como polêmicas, tratam da fé

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cristã, cristologia, cruz, soteriologia. Revelam o conflito que provém do seguir a


Jesus(discipulado). c) as cartas do 3º grupo = (Efésios, Colossenses, Filemom, Filpenses) –
foram escritas durante a primeira prisão em Roma entre os anos 62 e 63 a.D. São conhecidas
como filosóficas e tratam do amor cristão e dos privilégios da salvação. Antecipam a conquista
que nos é assegurada na Segunda Vinda de Cristo, o estilo é cristológico e contemplativo. d)
as cartas do 4º grupo = (1 e 2 Timóteo, Tito) – foram escritas durante a quarta viagem
missionária e a segunda prisão em Roma entre os anos 65 e 68 a.D. São conhecidas como
“epístolas pastorais” e tratam da ordem na vida cristã, Cristo, igreja, propósitos da salvação.
Chamam a coerência entre a fé e a conduta cristã, esse gruo trata de eclesiologia e fala da
organização da igreja. São administrativas e práticas.

Aspectos da Cristologia nestes grupos: a) no grupo 1 Cristo é o juiz e aponta para a


glorificação. b) no grupo 2 Cristo é o redentor e implica em justificação. c) no grupo 3 Cristo é o
Senhor e exige santificação. d) no grupo 4 Cristo é a autoridade e exige obediência. Ordem
cronológica das cartas de Paulo: 1 Tessalonicenses, 2 Tessalonicenses, 1 Coríntios, 2
Coríntios, Gálatas, Romanos, Efésios, Colossenses, Filipenses, Filemom, 1 Timóteo, 2 Timóteo
e Tito.

6. Esboço Analítico das Cartas

1 Tessalonicenses

Capítulo 1 - A IGREJA MODELO

É maravilhoso quando um pastor pode dizer de sua igreja: "eu dou graças a Deus por todos
vós". Estamos ajudando a nossa igreja a ser uma igreja modelo?

I - Uma Igreja Modelo é Composta de Pessoas Eleitas(1-6) = "Igreja" = Ekklesia = um grupo


chamado. É um organismo espiritual de pessoas que Deus chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz (1 Pedro 2.9). Chamado pela graça (Efésios 1.3). Estamos no mundo, mas não
somos do mundo (João 15.19). Em Tessalônica, no Itamarati, mas em Cristo. Ouvimos a
Palavra, cremos e fomos salvos(1-4). A Bíblia ensina a eleição e a decisão humana. O Pai
escolheu, o Espírito nos levou a aceitar, Cristo morreu na cruz por nós. Eis algumas evidências
de que somos eleitos (salvos):

1. Obra de fé: O que nos ensina Tiago 2.14-26?

"Minhas irmãs e meus irmãos, que adianta alguém dizer que tem fé se ela não vier
acompanhada de ações? Será que essa fé pode salvá-lo? Por exemplo, pode haver
irmãos ou irmãs que precisam de roupa e que não têm nada para comer. Se vocês não
lhes dão o que eles precisam para viverem, não adianta nada dizer: "Que Deus os
abençoe! Vistam agasalhos e comam bem." Portanto, a fé é assim: Se não vier
acompanhada de ações, é coisa morta. Mas alguém poderá dizer: "Você tem fé, e eu
tenho ações." E eu respondo: "Então me mostre como é possível ter fé sem que ela seja
acompanhada de ações. Eu vou lhe mostrar a minha fé por meio das minhas ações."
Você crê que há somente um Deus? Ótimo! Os demônios também crêem e tremem de
medo. Seu tolo! Vou provar-lhe que a fé sem ações não vale nada. Como é que o nosso
antepassado Abraão foi aceito por Deus? Foi pelo que fez quando ofereceu o seu filho
Isaque sobre o altar. Veja como a sua fé e as suas ações agiram juntas. Por meio das
suas ações, a sua fé se tornou completa. Assim aconteceu o que as Escrituras Sagradas
dizem: "Abraão creu em Deus, e por isso Deus o aceitou." E Abraão foi chamado de
"amigo de Deus". Assim, vocês vêem que a pessoa é aceita por Deus por meio das suas
ações e não somente pela fé. Foi o que aconteceu com a prostituta Raabe, quando

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hospedou os espiões israelitas e os ajudou a sair da cidade por outro caminho. Deus a
aceitou pelo que ela fez. Portanto, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim
também a fé sem ações está morta."

2. Trabalho do amor: O que caracteriza o não salvo segundo Efésios 2.1-2?

"Antigamente, por terem desobedecido a Deus e por terem cometido pecados, vocês
estavam espiritualmente mortos. Naquele tempo vocês seguiam o mau caminho deste
mundo e faziam a vontade daquele que governa os poderes espirituais do espaço, o
espírito que agora controla os que desobedecem a Deus."

E o salvo como ele deve viver segundo Hebreus 10.24-25 e Romanos 8.35-39?

"Pensemos uns nos outros a fim de ajudarmos todos a terem mais amor e a fazerem o
bem. Não abandonemos, como alguns estão fazendo, o costume de assistir às nossas
reuniões. Pelo contrário, animemos uns aos outros e ainda mais agora que vocês vêem
que o Dia está chegando."

"Então quem pode nos separar do amor de Cristo? Serão os sofrimentos, as


dificuldades, a perseguição, a fome, a pobreza, o perigo ou a morte? Como dizem as
Escrituras Sagradas: "Por causa de ti estamos em perigo de morte o dia inteiro; somos
tratados como ovelhas que vão para o matadouro." Em todas essas situações temos a
vitória completa por meio daquele que nos amou. Pois eu tenho a certeza de que nada
pode nos separar do amor de Deus: nem a morte, nem a vida; nem os anjos, nem outras
autoridades ou poderes celestiais; nem o presente, nem o futuro; nem o mundo lá de
cima, nem o mundo lá de baixo. Em todo o Universo não há nada que possa nos separar
do amor de Deus, que é nosso por meio de Cristo Jesus, o nosso Senhor."

3. Paciência na esperança: Descreva as atitudes que devem nos marcar à luz das seguintes
passagens:

"Eu, Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, escrevo esta carta ao povo de Deus que vive
espalhado nas províncias do Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia. Vocês foram
escolhidos de acordo com o propósito de Deus, o Pai. E pelo Espírito de Deus vocês
foram feitos um povo dedicado a ele a fim de obedecerem a Jesus Cristo e ficarem
purificados pelo seu sangue. Que vocês tenham, mais e mais, a graça e a paz de Deus!
Louvemos ao Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo! Por causa da sua grande
misericórdia, ele nos deu uma nova vida pela ressurreição de Jesus Cristo. Por isso o
nosso coração está cheio de uma esperança viva. Assim esperamos possuir as ricas
bênçãos que Deus guarda para o seu povo. Ele as guarda no céu, onde elas não perdem
o valor e não podem se estragar, nem ser destruídas. Essas bênçãos são para vocês
que, por meio da fé, são guardados pelo poder de Deus para a salvação que está pronta
para ser revelada no fim dos tempos. Alegrem-se por isso, se bem que agora é possível
que vocês fiquem tristes por algum tempo, por causa dos muitos tipos de provações que
vocês estão sofrendo. Essas provações são para mostrarem que a fé que vocês têm é
verdadeira. Pois até o ouro, que pode ser destruído, é provado pelo fogo. Da mesma
maneira, a fé que vocês têm, que vale muito mais do que o ouro, precisa ser provada
para que continue firme. E assim vocês receberão aprovação, glória e honra, no Dia em
que Jesus Cristo for revelado. Vocês o amam, mesmo sem o terem visto, e crêem nele,
mesmo que não o estejam vendo agora. Assim vocês se alegram com uma alegria tão
grande e gloriosa, que as palavras não podem descrever. Vocês têm essa alegria porque
estão recebendo a sua salvação, que é o resultado da fé que possuem"(1 Pedro 1.1-9).

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"Meus queridos amigos e amigas, não fiquem admirados com a dura prova de aflição
pela qual vocês estão passando, como se alguma coisa fora do comum estivesse
acontecendo a vocês. Pelo contrário, alegrem-se por estarem tomando parte nos
sofrimentos de Cristo, para que fiquem cheios de alegria quando a glória dele for
revelada. Vocês serão felizes se forem insultados por serem seguidores de Cristo,
porque isso quer dizer que o glorioso Espírito de Deus veio sobre vocês. Se algum de
vocês tiver de sofrer, que não seja por ser assassino, ladrão, criminoso ou por se meter
na vida dos outros. Mas, se alguém sofrer por ser cristão, não fique envergonhado, mas
agradeça a Deus o fato de ser chamado por esse nome"(1 Pedro 4.12-16).

II - Uma Igreja Modelo é Composta de Pessoas Exemplares (6,7) = pessoas que ouvem e
seguem a palavra divina que gera fé e que produz alegria. Pessoas que uma vez crendo em
Cristo uniram-se numa igreja local. Que tipo de exemplo temos sido como membros da igreja
de Cristo aqui nesta comunidade?

III - Uma Igreja Modelo é Composta de Pessoas Entusiasmadas (v.8) = os irmãos em


Tessalônica entusiasmados testemunharam pelo exemplo(v.7), pela fala(v.8). Assim eles
soaram a trombeta. Como você acha que anda o seu entusiasmo já que você também é a
igreja?

IV - Uma Igreja Modelo é Composta de Pessoas Confiantes (v.9,10) = esta confiança alimenta
uma expectativa e implica entre outras coisas que:

1. Devemos esperar pela Segunda Vinda de Cristo. Bendita esperança que possuem os salvos.
Se quando perdidos servíamos(a semelhança dos Tessalonicenses), agora salvos sirvamos ao
Deus vivo e aguardemos a volta de Jesus com alegria em nossos corações.

2. Devemos trabalhar para o Senhor enquanto esperamos sua Vinda. Você se lembra das
principais lições que vimos em Mateus 24.44-51? Resuma-as por favor!

3. Devemos manter um constante estado de alerta e prontidão. Isto significa dizer que a volta
de Cristo deve ser a dinâmica de nossas vidas e tudo deve girar em torno dela. Leia as
seguintes passagens e fale de sua certeza quanto à vinda Jesus:

"Então Paulo ficou de pé diante deles, na reunião da Câmara Municipal, e disse:


Atenienses! Vejo que em todas as coisas vocês são muito religiosos. De fato, quando eu
estava andando pela cidade e olhava os lugares onde vocês adoram os seus deuses,
encontrei um altar em que está escrito: "AO DEUS DESCONHECIDO". Pois esse Deus
que vocês adoram sem conhecer é justamente aquele que eu estou anunciando a vocês.
Deus, que fez o mundo e tudo o que nele existe, é o Senhor do céu e da terra e não mora
em templos feitos por seres humanos. E também não precisa que façam nada por ele,
pois é ele mesmo quem dá a todos vida, respiração e tudo mais. De um só homem ele
criou todas as raças humanas para viverem na terra. Antes de criar os povos, Deus
marcou para eles os lugares onde iriam morar e quanto tempo ficariam lá. Ele fez isso
para que todos pudessem procurá-lo e talvez encontrá-lo, embora ele não esteja longe
de cada um de nós. Porque, como alguém disse: "Nele vivemos, nos movemos e
existimos." E alguns dos seus próprios poetas disseram: "Nós também somos filhos
dele." E, já que somos filhos dele, não devemos pensar que Deus é parecido com um
ídolo de ouro, de prata ou de pedra, feito pela arte e habilidade das pessoas. No passado
Deus não levou em conta essa ignorância. Mas agora ele manda que todas as pessoas,
em todos os lugares, se arrependam dos seus pecados. Pois ele marcou o dia em que
vai julgar o mundo com justiça, por meio de um homem que escolheu. E deu prova disso
a todos quando ressuscitou esse homem. Quando ouviram Paulo falar a respeito de

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ressurreição, alguns zombaram dele, mas outros disseram: Em outra ocasião queremos
ouvir você falar sobre este assunto. Então Paulo foi embora dali. Mas algumas pessoas
creram e se juntaram a ele. Entre essas estavam Dionísio, que era membro da Câmara
Municipal, uma mulher chamada Dâmaris e mais outras pessoas"(Atos 17.22-34).

"Eu, Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, escrevo esta carta ao povo de Deus que vive
espalhado nas províncias do Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia. Vocês foram
escolhidos de acordo com o propósito de Deus, o Pai. E pelo Espírito de Deus vocês
foram feitos um povo dedicado a ele a fim de obedecerem a Jesus Cristo e ficarem
purificados pelo seu sangue. Que vocês tenham, mais e mais, a graça e a paz de Deus!
Louvemos ao Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo! Por causa da sua grande
misericórdia, ele nos deu uma nova vida pela ressurreição de Jesus Cristo. Por isso o
nosso coração está cheio de uma esperança viva. Assim esperamos possuir as ricas
bênçãos que Deus guarda para o seu povo. Ele as guarda no céu, onde elas não perdem
o valor e não podem se estragar, nem ser destruídas. Essas bênçãos são para vocês
que, por meio da fé, são guardados pelo poder de Deus para a salvação que está pronta
para ser revelada no fim dos tempos"(1 Pedro 1.1-5).

4. Devemos confiar que a Igreja não passará pela grande Tribulação(v.10) = o arrebatamento é
a nossa esperança.

Capítulo 2 - O SERVO MODELO

Neste capítulo a palavra de Deus nos apresenta quatro quadros ou imagens do servo modelo a
fim de que aprendamos mais ainda sobre a nossa vida cristã e suas implicações nos
relacionamentos interpessoais!

I - O Servo Modelo é um Mordomo Fiel (1-6) = todos somos servos de Deus e ele
recompensará os servos fiéis. Um mordomo também é um servo e desta comparação podemos
entender que:

1. O evangelho nos foi confiado(v.4). Assim todos somos mordomos do evangelho. Deus o deu
a Paulo(1 Timóteo 1.11); Paulo a Timóteo(1 Timóteo 6.20); Timóteo a homens fiéis( 2 Timóteo
2.2). Como deve agir ou ser o mordomo à luz das seguintes passagens:

"Vocês nos devem tratar como servidores de Cristo, que foram encarregados de
administrar a realização dos planos secretos de Deus. O que se exige de quem tem essa
responsabilidade é que seja fiel ao seu Senhor"(1 Coríntios 4.1-2).

"Quando os donos da moça viram que não iam poder mais ganhar dinheiro com as
adivinhações dela, agarraram Paulo e Silas e os arrastaram até a praça pública, diante
das autoridades. Eles os apresentaram a essas autoridades romanas e disseram: Estes
homens são judeus e estão provocando desordem na nossa cidade. Estão ensinando
costumes que são contra a nossa lei. Nós, que somos romanos, não podemos aceitar
esses costumes. Aí uma multidão se ajuntou para atacar Paulo e Silas. As autoridades
mandaram que tirassem as roupas deles e os surrassem com varas. Depois de baterem
muito neles, as autoridades jogaram os dois na cadeia e deram ordem ao carcereiro para
guardá-los com toda a segurança. Depois de receber essa ordem, o carcereiro os jogou
numa cela que ficava no fundo da cadeia e prendeu os pés deles entre dois blocos de
madeira"(Atos 16.19-24).

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2. Devemos viver para agradar a Deus e não aos homens(v.4). Isto significa que nossa
mensagem deve ser sem erro(v.3); que nossa motivação deve ser pura; que nossos métodos
devem ser honestos; e que não devemos recorrer à lisonja(v.5). O que as seguintes passagens
nos ensinam:

"Eles nos pediram só uma coisa: que nos lembrássemos dos pobres das igrejas deles, e
isso eu sempre tenho procurado fazer"(Gálatas 2.10).

"Jesus continuou: Vocês são daqui debaixo, e eu sou lá de cima. Vocês são deste
mundo, mas eu não sou deste mundo. Por isso eu disse que vocês vão morrer sem o
perdão dos seus pecados. De fato, morrerão sem o perdão dos seus pecados se não
crerem que "EU SOU QUEM SOU". Quem é você? perguntaram a Jesus. Ele respondeu:
Desde o começo eu disse quem sou. Existem muitas coisas a respeito de vocês das
quais eu preciso falar e as quais eu preciso julgar. Porém quem me enviou é verdadeiro,
e eu digo ao mundo somente o que ele me disse. Eles não entenderam que ele estava
falando a respeito do Pai. Por isso Jesus disse: Quando vocês levantarem o Filho do
Homem, saberão que "EU SOU QUEM SOU". E saberão também que não faço nada por
minha conta, mas falo somente o que o meu Pai me ensinou. Quem me enviou está
comigo e não me deixou sozinho, pois faço sempre o que lhe agrada"(João 8.23-29).

"Então os chamaram e ordenaram duramente que não falassem, nem ensinassem nada a
respeito de Jesus. Mas Pedro e João responderam: Os senhores mesmos julguem diante
de Deus: devemos obedecer aos senhores ou a Deus? Pois não podemos deixar de falar
daquilo que temos visto e ouvido. Aí o Conselho Superior os ameaçou com mais dureza
ainda e depois os mandou embora. O Conselho não pôde castigá-los porque todo o povo
louvava a Deus por causa do que havia acontecido"(Atos 4.18-21).

II - Um Servo Modelo é uma Mãe Gentil (7,8) = destaque aqui para a gentileza e o bom trato
nas relações e assim sugere-se alguns comportamentos como:

1. Devemos como pais espirituais cuidar amorosamente(2.9-13). Os novos crentes precisam de


que?

"Sejam como criancinhas recém-nascidas, desejando sempre o puro leite espiritual, para
que, bebendo dele, vocês possam crescer e ser salvos"(1 Pedro 2.2).

"Na verdade, irmãos e irmãs, eu não pude falar com vocês como costumo fazer com as
pessoas que têm o Espírito de Deus. Tive de falar com vocês como se vocês fossem
pessoas do mundo, como se fossem crianças na fé cristã. Tive de alimentá-los com leite
e não com comida forte, pois vocês não estavam prontos para isso. E ainda não estão
prontos, porque vivem como se fossem pessoas deste mundo. Quando existem
ciumeiras e brigas entre vocês, será que isso não prova que vocês são pessoas deste
mundo e fazem o que todos fazem? Quando alguém diz: "Eu sou de Paulo", e outro: "Eu
sou de Apolo", será que assim não estão agindo como pessoas deste mundo?"(1
Coríntios 3.1-4).

"Temos muito o que dizer a respeito desse assunto; mas, porque vocês custam a
entender as coisas, é difícil explicá-las. Depois de tanto tempo, vocês já deviam ser
mestres, mas ainda precisam de alguém que lhes ensine as primeiras lições dos
ensinamentos de Deus. Em vez de alimento sólido, vocês ainda precisam de leite. E
quem precisa de leite ainda é criança e não tem nenhuma experiência para saber o que
está certo ou errado. Porém a comida dos adultos é sólida, pois eles pela prática sabem
a diferença entre o que é bom e o que é mau"(Hebreus 5.11-14).

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"Jesus respondeu: As Escrituras Sagradas afirmam: "O ser humano não vive só de pão,
mas vive de tudo o que Deus diz."(Mateus 4.4).

"Como são doces as tuas palavras! São mais doces do que o mel"(Salmo 119.103).

2. Devemos alimentar os novos crentes numa atitude de amor e de paciência. A maneira como
uma mãe alimenta e tão importante quanto com o que ela alimenta.

III - O Servo Modelo é um Pai Interessado (9-16) = vejamos o exemplo de Paulo:


trabalhou(v.9), comportou-se bem(v.10), exortou(v.11), e sofreu(v.14). Os bebês imitam e nós
precisamos dar um bom exemplo:

1. Devemos valorizar o trabalho cristão(2.6). Ele não era sustentado pela igreja, embora tivesse
direito a isso, e mesmo assim trabalhou sacrificialmente para o seu crescimento. Vivendo uma
vida santa para com Deus, justa para com os homens e sem mancha para consigo mesmo.

2. Devemos exercer as responsabilidades de nossa paternidade espiritual. Assim sendo, como


pais espirituais devemos educar e exortar os filhos na fé. Você têm quantos filhos na fé aqui
em nossa igreja? Além de não devermos ser estéreis é necessário que exerçamos
publicamente os seguintes ministérios ou responsabilidades na igreja: exortar, confortar ou
encorajar, admoestar e testificar.

3. Devemos ensinar a Palavra e encorajar os irmãos a partir de nossa própria experiência. E


quando isto acontece a Palavra do Senhor é recebida e produz alegria! Como é que Deus
opera em nós?

"Portanto, meus queridos amigos e amigas, vocês que me obedeceram sempre quando
eu estava aí, devem me obedecer muito mais agora que estou ausente. Continuem
trabalhando com respeito e temor a Deus para completarem a salvação de vocês. Pois
Deus está sempre agindo em vocês para que obedeçam à vontade dele, tanto no
pensamento como nas ações"(Filipenses 2.12,13).

"E agora, que a glória seja dada a Deus, o qual, por meio do seu poder que age em nós,
pode fazer muito mais do que nós pedimos ou até pensamos! Glória a Deus por meio da
Igreja e por meio de Cristo Jesus, por todos os tempos e para todo o sempre!
Amém!"(Efésios 3.20,21).

"E existe outra razão pela qual sempre damos graças a Deus. Quando levamos a vocês a
mensagem de Deus, vocês a ouviram e aceitaram. Não a aceitaram como uma
mensagem que vem de pessoas, mas como a mensagem que vem de Deus, o que, de
fato, ela é. Pois Deus está agindo em vocês, os que crêem"(1 Tessalonicenses 2.13).

4. Devemos advertir uns aos outros acerca dos inimigos que nos perseguem ou perseguirão.

IV - O Servo Modelo é um Irmão Amoroso (17-20) = mesmo que porventura estejamos


distantes dos nossos irmãos devemos procurar revelar o nosso amor. Paulo os amava, orava
por eles, desejava vê-los outras vez. E nós que fazemos quando estamos ausentes da igreja?
Temos observado que cada capítulo termina com uma referência à volta de Cristo. Aqui Paulo
a relaciona com o serviço cristão e ensina-nos que ele ministrava aos seus irmãos em amor
porque ele tinha visto a luz da volta de Cristo. Compare os ensinos de Hebreus 12.2 e Judas
24: o que estas passagens têm a nos dizer? Assim devemos ira a Cristo com as mãos cheias
para nos apresentarmos a Ele!

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Capítulo 3 - O IRMÃO MODELO

A palavra-chave neste capítulo é "estabelecer"(2,3,8,13). Os novos crentes passam por


períodos de provações e temos responsabilidades no auxílio deles!

I - O Irmão Modelo Envia Pessoas aos Novos Crentes Quando não Pode Auxiliá-los
Pessoalmente (1-2) = Todo Paulo precisa ter o seu Timóteo.

1. Devemos praticar o princípio do discipulado treinando outros para nos auxiliarem nas tarefas
de edificação da igreja. A obra de Paulo foi solidificada pelo jovem Timóteo que já havia sido
aprovado na sua igreja local(Atos 16.1-3).

2. Devemos compreender bem a verdade de que Deus usa pessoas para fortalecer a igreja.
Paulo se dispôs a ficar sozinho em Atenas para que Timóteo voltasse a Tessalônica e
encorajasse os crentes. O ideal de cada crente dever ser adotar um novo crente. O que
podemos dizer sobre o fato de que Deus quer usar em nossa igreja pessoas na edificação e no
encorajamento de outras pessoas à luz dos seguintes textos?

"Foi ele quem "deu dons às pessoas". Ele escolheu alguns para serem apóstolos, outros
para profetas, outros para evangelistas e ainda outros para pastores e mestres da Igreja.
Ele fez isso para preparar o povo de Deus para o serviço cristão, a fim de construir o
corpo de Cristo"(Efésios 4.11).

"Paulo e Barnabé anunciaram o evangelho em Derbe, e muitos moradores daquela


cidade se tornaram seguidores de Jesus. Depois voltaram para as cidades de Listra,
Icônio e Antioquia da Pisídia. Eles animavam os cristãos e lhes davam coragem para
ficarem firmes na fé. E também ensinavam que era preciso passar por muitos
sofrimentos para poderem entrar no Reino de Deus. Em cada igreja os apóstolos
escolhiam presbíteros. Eles oravam, jejuavam e entregavam os presbíteros à proteção
do Senhor, em quem estes haviam crido"(Atos 14.21-23).

II - O Irmão Modelo Lança Mão Sempre do Poderoso Recurso da Palavra de Deus (v.3-4) =
vemos que mesmo a distância Paulo escreveu uma carta aos irmãos em Tessalônica e nesta
correspondência os fez lembrar sobre os ensinos e as lições aprendidos nas Escrituras e com
o Senhor Jesus. Hoje especialmente nós estamos usando esta carta que Paulo enviou àqueles
irmãos. E este gesto dele nos ensina que:

1. O crente é edificado pela Palavra de Deus. Caso alguém tenha dúvida sobre esta afirmação
é só conferir 2 Tessalonicenses 2.15-17; Romanos 16.25-27 e 2 Pedro 1.12. E no caso em
questão Paulo já havia ensinado que aflições viriam sobre os crentes.

2. O crente que é ignorante da Palavra de Deus é presa fácil de falsas doutrinas. O que
podemos aprender de Efésios 4.11-16? Se Paulo já havia ensinado acerca do sofrimento,
Timóteo por outro lado os lembrou do que já haviam aprendido.

3. Devemos ter um ministério equilibrado no que diz respeito à Palavra de Deus. Leia Atos
17.1-4 e descreva como foi este ministério de Paulo em Tessalônica? O que este ministério nos
sugere?

III - O Irmão Modelo Intercede Pelos Filhos na Fé (5-10) = a oração + a Palavra = luz + poder.
Oração sem a Palavra = fanatismo.

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1. Temos uma responsabilidade de mantermos um ministério equilibrado eis exemplos: Lucas


22.31-32 = Jesus; 1 Samuel 12.23 = Samuel; Atos 6.4 = Pedro; Atos 20.32 = Paulo.

2. É necessário nos preocuparmos com a fé de nossos irmãos e por ela orarmos. Sabemos
que satanás ataca nossa fé. Deve ser um intenso desejo nosso que a fé de nossos irmãos
amadureça(v.10). A fé é como uma semente que é capaz de crescer. Que em nossas orações
peçamos a Deus por nossos irmãos a fim de que eles abundem na fé, no amor e na esperança.
Não há substituto para a oração. Ministério bem sucedido é combinação de oração e Palavra.

IV - O Irmão Modelo Lembra os Demais Acerca da Volta Iminente de Cristo(v.11-13).

1. Devemos ser firmados por esta verdade. Nas provações ela nos dá força para suportá-las
pois temos a esperança na Sua Vinda. Nas tentações ela nos alerta de que Cristo pode voltar
hoje. Se porventura estivermos cansados no serviço cristão ela nos dá novas forças.

2. Devemos ser relembrados mutuamente da proximidade de sua vinda. Leia Lucas 12.42-48 e
responda: o que acontecerá com o servo que se esquecer da volta de Cristo? Paulo queria ver
o coração dos seus irmãos estabelecidos sem mancha(5.23). A expectativa da volta de Jesus e
do arrebatamento ajuda o crente a ter uma vida limpa. Destaque as principais verdade de 1
João 2.28-3.3

"Sim, meus filhinhos e minhas filhinhas, continuem unidos com Cristo, para que
possamos estar cheios de coragem no Dia em que ele vier. Assim não precisaremos
ficar com vergonha e nos esconder dele naquele dia. Já que vocês sabem que Cristo
sempre fez o que é certo, devem saber também que quem faz o que é certo é filho de
Deus. Vejam como é grande o amor do Pai por nós! O seu amor é tão grande, que somos
chamados de filhos de Deus e somos, de fato, seus filhos. É por isso que o mundo não
nos conhece, pois não conheceu a Deus. Meus queridos amigos e amigas, agora nós
somos filhos de Deus, mas ainda não sabemos o que vamos ser. Porém sabemos isto:
Quando Cristo aparecer, ficaremos parecidos com ele, pois o veremos como ele
realmente é. E todo aquele que tem essa esperança em Cristo purifica-se a si mesmo,
assim como Cristo é puro."

Capítulo 4 - A ESPERANÇA DO CRENTE

Temos neste capítulo instruções práticas para os novos crentes. A palavra-chave é "andar"(1-
12) e Paulo exorta-os a que obedeçam a Palavra(1,10,12,14). O comportamento do crente é
comparado a um andar por várias razões: a) exige vida; b) requer crescimento; c) exige luz; d)
requer liberdade; e) não pode ser escondido; f) sugere progresso para o alvo.

I - A Esperança do Crente Implica Andar em Santidade(1-8).

1. O andar em santidade exige de cada um de nós que edifiquemos nossos lares de modo que
glorifiquem a Deus. Paulo nesta secção fala de casamento e do lar. Ele declara que a primeira
responsabilidade do crente que anda em santidade deve ser edificar um lar que glorifique a
Deus. O que significa esta expressão à luz da passagem em destaque? Podemos ainda dizer
sobre a necessidade de deixarmos de lado a imoralidade e o egoísmo. Devemos pensar em
vivermos para agradar a Deus e não a nós mesmos.

2. O andar em santidade exige de cada um de nós que se submeta a vontade de Deus. Se a


vontade de Deus é que nos santifiquemos então não podemos pensar em outra forma de viver

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a não ser de nos separarmos com o propósito de agradá-lo. O crente deve ser todo voltado
para Deus(5.23). Como os pecados sexuais são vistos pela Palavra de Deus?

"Outro vai dizer: "O alimento existe para o estômago, e o estômago existe para o
alimento." Sim, mas Deus acabará com os dois. O nosso corpo não existe para praticar a
imoralidade, mas para servir o Senhor; e o Senhor cuida do nosso corpo. Pelo seu poder
Deus ressuscitou o Senhor e também nos ressuscitará a nós. Será que vocês não sabem
que o corpo de vocês faz parte do corpo de Cristo? Será que eu vou pegar uma parte do
corpo de Cristo e fazer com que ela seja parte do corpo de uma prostituta? É claro que
não! Ou será que vocês não sabem que o homem que se une com uma prostituta se
torna uma só pessoa com ela? As Escrituras Sagradas afirmam: "Os dois se tornam uma
só pessoa." Porém quem se une com o Senhor se torna, espiritualmente, uma só pessoa
com ele. Fujam da imoralidade sexual! Qualquer outro pecado que alguém comete não
afeta o corpo, mas a pessoa que comete imoralidade sexual peca contra o seu próprio
corpo. Será que vocês não sabem que o corpo de vocês é o templo do Espírito Santo,
que vive em vocês e lhes foi dado por Deus? Vocês não pertencem a vocês mesmos,
mas a Deus, pois ele os comprou e pagou o preço. Portanto, usem o seu corpo para a
glória dele"(1 Coríntios 6.13-20).

"Vocês suportaram a tristeza da maneira que agrada a Deus. E vejam agora os


resultados: Isso fez com que vocês levassem a sério o assunto e resolvessem se
defender. Fez também com que vocês ficassem zangados e com medo. Depois ficaram
com vontade de me ver e resolveram castigar o culpado. Em tudo isso vocês mostraram
que não tiveram nenhuma culpa naquele caso"(2 Coríntios 7.11).

Segundo a argumentação paulina violar o voto matrimonial é pecar contra Deus e contra os
irmãos. Vaso no verso 4 pode ser o corpo ou a esposa. Nos dois casos foram purificados pelo
Espírito Santo. E devem ser usados para a glória de Deus. Lembre-se de Davi, Sansão e Judá!

II - A Esperança do Crente Implica Andar em Amor(9-10) = destaque os ensinos dos textos que
seguem no que diz respeito ao amor:

"Essa esperança não nos deixa decepcionados, pois Deus derramou o seu amor no
nosso coração, por meio do Espírito Santo, que ele nos deu"(Romanos 5.5).

"Nós sabemos que já passamos da morte para a vida e sabemos isso porque amamos os
nossos irmãos. Quem não ama está ainda morto"(1 João 3.14).

"Agora que vocês já se purificaram pela obediência à verdade e agora que já têm um
amor sincero pelos irmãos na fé, amem uns aos outros com todas as forças e com um
coração puro"(1 Pedro 1.22).

"Foi assim que Deus mostrou o seu amor por nós: Ele mandou o seu único Filho ao
mundo para que pudéssemos ter vida por meio dele. E o amor é isto: Não fomos nós que
amamos Deus, mas foi ele que nos amou e mandou o seu Filho para que, por meio dele,
os nossos pecados fossem perdoados. Queridas amigas e amigos, se foi assim que
Deus nos amou, então nós devemos nos amar uns aos outros. Nunca ninguém viu Deus.
Se nos amamos uns aos outros, Deus vive unido conosco, e o seu amor em nossa vida é
o que deveria ser"(1 João 4.9-12).

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"Que o Senhor faça crescer cada vez mais o amor que vocês têm uns pelos outros e por
todas as pessoas, e que esse amor se torne igual ao nosso amor por vocês!"(1
Tessalonicenses 3.12).

III - A Esperança do Crente Implica Andar em Honestidade(11-12) = temos uma vocação e


devemos manter contato com os não crentes no mundo.

1. Assim devemos andar tranqüilos, no trabalhar e cuidar honestamente dos nossos próprios
negócios.

2. Esta postura honesta e digna influenciará os não crentes. O que podemos acrescentar à luz
de Colossenses 3.22-25?

"Escravos e escravas, em tudo obedeçam àqueles que são seus donos aqui na terra.
Não obedeçam só quando eles estiverem vendo vocês, procurando com isso conseguir
a aprovação deles. Mas obedeçam com sinceridade, por causa do temor que vocês têm
pelo Senhor. O que vocês fizerem façam de todo o coração, como se estivessem
servindo o Senhor e não as pessoas. Lembrem que o Senhor lhes dará como
recompensa aquilo que ele tem guardado para o seu povo, pois o verdadeiro Senhor que
vocês servem é Cristo. E quem faz o mal, seja quem for, pagará pelo mal que faz. Pois,
quando Deus julga, ele não faz diferença entre pessoas."

IV - A Esperança do Crente Implica Andar em Alegria(13-18) = os crentes se entristecem


quando morrem os seus parentes e irmãos em Cristo Jesus, mas não como os incrédulos. Veja
os confortos que o crentes tem em tempos de aflição:

1. O conforto de que a morte é só um sono do crente. A alma estará com Cristo. Destaque as
principais certezas dos textos seguintes:

"O meu grande desejo e a minha esperança são de nunca falhar no meu dever, para que,
sempre e agora ainda mais, eu tenha muita coragem. E assim, em tudo o que eu disser e
fizer, tanto na vida como na morte, eu poderei levar outros a reconhecerem a grandeza
de Cristo. Pois para mim viver é Cristo, e morrer é lucro. Mas, se eu continuar vivendo,
poderei ainda fazer algum trabalho útil. Então não sei o que devo escolher. Estou
cercado pelos dois lados, pois quero muito deixar esta vida e estar com Cristo, o que é
bem melhor. Porém, por causa de vocês, é muito mais necessário que eu continue a
viver"(Filipenses 1.20-24).

"Estamos sempre muito animados, pois sabemos que, enquanto vivemos neste corpo,
estamos longe do lar do Senhor. Porque vivemos pela fé e não pelo que vemos. Estamos
muito animados e gostaríamos de deixar de viver neste corpo para irmos viver com o
Senhor"(2 Coríntios 5.6-8).

2. O conforto da reunião celestial no arrebatamento: os mortos e os vivos. O arrebatamento é


cheio significados: a) apanhado de repente, sem advertência(1-10); b) apanhado à força, pois
satanás vai tentar impedir; c) o noivo clama a posse da noiva; d) ir para um novo lugar; e)
resgatar do perigo(a igreja não passará pela tribulação (5.9; 1.10).

3. O conforto da bênção eterna: sempre com o Senhor. Novos corpos(1 João 3.1-3; Filipenses
3.20-21). Corpo como semente aguardando a colheita(1 Coríntios 15.35-18). O corpo
ressurreto terá identidade e continuidade com aquele que morreu.

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Capítulo 5 - O ANDAR MODELO

Como viver à luz da Vinda de Cristo? Como deve andar a Igreja?

I - O Andar Modelo Implica Sermos Vigilantes(1-11) = Há nesta passagens uma série de


contrastes entre o crente e o incrédulo:

1. Luz X Trevas = para o mundo a vinda de Cristo será súbita como o ladrão à noite. Mas o
crente a espera. O que mais caracteriza o incrédulo?

"e a mente deles está na escuridão. Eles não têm parte na vida que Deus dá porque são
completamente ignorantes e teimosos"(Efésios 4.18).

"Pois nós não estamos lutando contra seres humanos, mas contra as forças espirituais
do mal que vivem nas alturas, isto é, os governos, as autoridades e os poderes que
dominam completamente este mundo de escuridão"(Efésios 6.12).

"Antigamente vocês mesmos viviam na escuridão; mas, agora que pertencem ao


Senhor, vocês estão na luz. Por isso vivam como pessoas que pertencem à luz, pois a
luz produz uma grande colheita de todo tipo de bondade, honestidade e verdade.
Procurem descobrir quais são as coisas que agradam o Senhor. Não participem das
coisas sem valor que os outros fazem, coisas que pertencem à escuridão. Pelo contrário,
tragam todas essas coisas para a luz. Pois é vergonhoso até falar sobre o que essas
pessoas fazem em segredo. E, quando qualquer coisa é trazida para a luz, então a sua
verdadeira natureza é revelada. Porque o que é claramente revelado se torna luz. E é por
isso que se diz: "Você que está dormindo, acorde! Levante-se da morte, e Cristo o
iluminará."(Efésios 5.8-14).

O crente pertence ao dia, deve viver como tal e esta diferença ou mudança é descrita como?

"Porque, se o evangelho que anunciamos está escondido, está escondido somente para
os que estão se perdendo. Eles não podem crer, pois o deus mau deste mundo
conservou a mente deles na escuridão. Ele não os deixa ver a luz que brilha sobre eles, a
luz que vem da boa notícia a respeito da glória de Cristo, o qual nos mostra como Deus
realmente é"(2 Coríntios 4.3-4).

"Ele nos libertou do poder da escuridão e nos trouxe em segurança para o Reino do seu
Filho amado"(Colossenses 1.13).

"Mas vocês são a raça escolhida, os sacerdotes do Rei, a nação completamente


dedicada a Deus, o povo que pertence a ele. Vocês foram escolhidos para anunciarem os
atos poderosos de Deus, que os chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz"(1
Pedro 2.9).

2. Conhecimento X Ignorância = satanás gosta de manter as pessoas nas trevas da ignorância.


O que as seguintes passagens afirmam?

"Então Pedro disse a Ananias: Por que você deixou Satanás dominar o seu coração? Por
que mentiu para o Espírito Santo? Por que você ficou com uma parte do dinheiro que
recebeu pela venda daquele terreno? Antes de você vendê-lo, ele era seu; e, depois de
vender, o dinheiro também era seu. Então por que resolveu fazer isso? Você não mentiu
para seres humanos, mentiu para Deus!" (Atos 5.3-4).

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"Mas vocês respondam assim: "O que devemos fazer é consultar a lei e os
ensinamentos de Deus. O que os médiuns dizem não tem nenhum valor."(Isaías 8.20).

3. Expectativa X Surpresa = os não salvos vivem em falsa segurança(Titanic). Mas a Palavra


aponta para duas figuras da Vinda de Cristo: o ladrão = surpresa; a mulher = o sofrimento
envolvido de repente ao dar a luz. O Dia do Senhor começará quando Deus tiver tirado a Igreja
do Mundo.

4. Sobriedade X Bebedice = crentes despertos e alerta; não crentes indiferentes e dormindo.

II - O Andar Modelo Implica Sermos Respeitosos aos Nossos Líderes(12,13) =os líderes da
Igreja necessitam da oração e do conselho uns dos outros, mas todos na igreja devem acatar a
liderança do pastor. O que mais se espera da igreja em relação ao seus líderes?

"Porém cada um de nós recebeu um dom especial, de acordo com o que Cristo deu.
Como dizem as Escrituras Sagradas: "Quando ele subiu aos lugares mais altos, levou
consigo muitos prisioneiros e deu dons às pessoas." O que quer dizer "ele subiu"? Quer
dizer que primeiro ele desceu até os lugares mais baixos da terra, isto é, até o mundo
dos mortos. Assim, quem desceu é o mesmo que subiu, acima e além dos céus, para
encher todo o universo com a sua presença. Foi ele quem "deu dons às pessoas". Ele
escolheu alguns para serem apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e
ainda outros para pastores e mestres da Igreja"(Efésios 4.7-11).

"Eu, que também sou presbítero, dou agora conselhos aos outros presbíteros que estão
entre vocês. Sou uma testemunha dos sofrimentos de Cristo e vou tomar parte na glória
que será revelada. Aconselho que cuidem bem do rebanho que Deus lhes deu e façam
isso de boa vontade, como Deus quer, e não de má vontade. Não façam o seu trabalho
para ganhar dinheiro, mas com o verdadeiro desejo de servir. Não procurem dominar os
que foram entregues aos cuidados de vocês, mas sejam um exemplo para o rebanho. E,
quando o Grande Pastor aparecer, vocês receberão a coroa gloriosa, que nunca perde o
seu brilho. E vocês, jovens, sejam obedientes aos mais velhos. Que todos prestem
serviços uns aos outros com humildade, pois as Escrituras Sagradas dizem: "Deus é
contra os orgulhosos, mas dá graça aos humildes!"(1 Pedro 5.1-5).

"Lembrem dos seus primeiros líderes espirituais, que anunciaram a mensagem de Deus
a vocês. Pensem como eles viveram e morreram e imitem a fé que eles tinham. Jesus
Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre. Não se deixem levar por ensinamentos
diferentes e estranhos que tiram vocês do caminho certo. É bom sermos espiritualmente
fortes por meio da graça de Deus e não por meio da obediência a regras sobre
alimentos. Pois os que obedecem a essas regras não têm sido ajudados por elas. Porque
neste mundo não temos nenhuma cidade que dure para sempre; pelo contrário,
procuramos a cidade que virá depois. Obedeçam aos seus líderes e sigam as suas
ordens, pois eles cuidam sempre das necessidades espirituais de vocês porque sabem
que vão prestar contas disso a Deus. Se vocês obedecerem, eles farão o trabalho com
alegria; mas, se vocês não obedecerem, eles trabalharão com tristeza, e isso não ajudará
vocês em nada"(Hebreus 13.7-9,14,17).

III - O Andar Modelo Implica Sermos Preocupados uns com os Outros(14-15) = cada crente
precisa fazer a sua parte na obra. Leia atentamente 1 Pedro 4.7-11 e responda como é que
devemos agir uns com os outros?

"O fim de todas as coisas está perto. Sejam prudentes e estejam alertas para poderem
orar. Acima de tudo, amem sinceramente uns aos outros, pois o amor perdoa muitos

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pecados. Hospedem uns aos outros, sem reclamar. Sejam bons administradores dos
diferentes dons que receberam de Deus. Que cada um use o seu próprio dom para o bem
dos outros! Quem prega pregue a palavra de Deus; quem serve sirva com a força que
Deus dá. Façam assim para que em tudo Deus seja louvado por meio de Jesus Cristo, a
quem pertencem a glória e o poder para todo o sempre! Amém!"

Creio que certos crentes precisam de ajuda tais como: 1) Os sem governo precisam ser
advertidos; 2) Os de mente fraca precisam ser encorajados; 3) Os fracos(Romanos 14),
apoiados até poderem andar. Creio também que a passagem de Romanos 12.17-21 nos
ensina como deve ser efetuada esta ajuda: você pode dizer em suas palavras como realizar
este ministério?

"Não paguem a ninguém o mal com o mal. Procurem agir de tal maneira que vocês
recebam a aprovação dos outros. No que depender de vocês, façam todo o possível para
viver em paz com todas as pessoas. Meus queridos irmãos e irmãs, nunca se vinguem
de ninguém; pelo contrário, deixem que seja Deus quem dê o castigo. Pois as Escrituras
Sagradas dizem: "Eu me vingarei, eu acertarei contas com eles, diz o Senhor." Mas
façam como dizem as Escrituras: "Se o seu inimigo estiver com fome, dê comida a ele;
se estiver com sede, dê água. Porque assim você o fará queimar de remorso e
vergonha." Não deixem que o mal vença vocês, mas vençam o mal com o bem."

IV - O Andar Modelo Implica Sermos Agradecidos(16-18) = a gratidão deve envolver tudo o que
fizermos e deve ser oferecida a Deus por tudo o que temos e ocorre conosco. Como podemos
demonstrar nossa gratidão a Deus através dos desejos de nosso coração?

"Ó Deus Eterno, tu ouvirás as orações dos que são perseguidos e lhes darás
coragem" (Salmo 10.17).

"Tu satisfizeste os seus mais profundos desejos e lhe deste o que ele pediu"(Salmo
21.2).

"Que a sua felicidade esteja no Eterno! Ele lhe dará o que o seu coração deseja" (Salmo
37.4).

"A todos os que o temem dá o que é necessário; ele ouve os seus gritos e os salva da
morte" (Salmo 145.19).

"Assim também o Espírito de Deus vem nos ajudar na nossa fraqueza. Pois não
sabemos como devemos orar, mas o Espírito de Deus, com gemidos que não podem ser
explicados por palavras, pede a Deus em nosso favor. E Deus, que vê o que está dentro
do coração, sabe qual é o pensamento do Espírito. Porque o Espírito pede em favor do
povo de Deus e pede de acordo com a vontade de Deus"(Romanos 8.26,27).

V - O Andar Modelo Implica Sermos Cuidadosos na Adoração(19-21) = uma adoração onde o


Espírito do Senhor não seja extinto; uma adoração onde a proclamação da Palavra do Senhor
tenha primazia; uma adoração onde haja discernimento espiritual.

VI - O Andar Modelo Implica Sermos Fiéis na Conduta Diária(22-28) = para que isto ocorra
devemos nos abster de toda espécie de mal. E se nos dedicarmos à oração, ao amor fraternal
e dermos atenção à Palavra de Deus com certeza seremos santificados e preparados para a
vinda do Senhor Jesus!

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2 Tessalonicenses

Capítulo 1 - PALAVRAS DE CONFORTO AOS SOFREDORES

Paulo escreve para explicar que eles ainda não estavam na tribulação e que deviam aprender
algumas lições com o sofrimento:

I - O Sofrimento nos Ajuda a Crescer(3-5) = "O sangue dos mártires é a semente da


igreja"(China). No caso dos irmãos em Tessalônica as dificuldades faziam crescer a fé, o amor,
a esperança, o testemunho, a paciência, etc. O que Romanos 5.3 nos ensina? Sabemos meus
irmãos que o sofrimento pode efetuar duas coisas em nós: ou edifica ou arrasa. Se o
aceitamos e procuramos ver nele uma oportunidade de experimentar a graça de Deus
crescemos. Se por outro lado, o rejeitamos ou procuramos razões ou culpados para tal esta
atitude arruinará o nosso testemunho. Veja o desafio dos irmãos em Tessalônica que
cresceram em tudo mesmo em meio a tribulações, perseguições e sofrimentos. Que desafios o
Senhor também nos apresenta em 1 Pedro 4.12-19?

"Meus queridos amigos e amigas, não fiquem admirados com a dura prova de aflição
pela qual vocês estão passando, como se alguma coisa fora do comum estivesse
acontecendo a vocês. Pelo contrário, alegrem-se por estarem tomando parte nos
sofrimentos de Cristo, para que fiquem cheios de alegria quando a glória dele for
revelada. Vocês serão felizes se forem insultados por serem seguidores de Cristo,
porque isso quer dizer que o glorioso Espírito de Deus veio sobre vocês. Se algum de
vocês tiver de sofrer, que não seja por ser assassino, ladrão, criminoso ou por se meter
na vida dos outros. Mas, se alguém sofrer por ser cristão, não fique envergonhado, mas
agradeça a Deus o fato de ser chamado por esse nome. Pois o tempo de começar o
julgamento já chegou, e os que pertencem ao povo de Deus serão os primeiros a serem
julgados. Se esse julgamento vai começar conosco, qual será o fim daqueles que não
crêem no evangelho de Deus? Como dizem as Escrituras Sagradas: "Se é difícil os bons
serem salvos, o que será daqueles pecadores que não querem saber de Deus?" Por isso
os que sofrem porque esta é a vontade de Deus para eles devem, por meio das suas
boas ações, entregar-se completamente aos cuidados do Criador, que sempre cumpre as
suas promessas."

II - O Sofrimento nos Prepara Para a Glória (6-10) = Talvez você pergunte: como isto pode
acontecer?

1. Sofrer por Cristo é um Dom.

"pois vos foi concedido, por amor de Cristo, não somente o crer nele, mas também o
padecer por ele"(Filipenses 1.29).

Deus nos adequa pelo sofrimento para a glória que nos espera. Sofrimento e glória podem ser
separados? Por que?

"Felizes os que sofrem perseguições por fazerem a vontade de Deus, pois o Reino do
Céu é deles. Felizes são vocês quando os insultam, perseguem e dizem todo tipo de
calúnia contra vocês por serem meus seguidores. Fiquem alegres e felizes, pois uma

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grande recompensa está guardada no céu para vocês. Porque foi assim mesmo que
perseguiram os profetas que viveram antes de vocês"(Mateus 5.10-12).

"Meus queridos amigos e amigas, não fiquem admirados com a dura prova de aflição
pela qual vocês estão passando, como se alguma coisa fora do comum estivesse
acontecendo a vocês. Pelo contrário, alegrem-se por estarem tomando parte nos
sofrimentos de Cristo, para que fiquem cheios de alegria quando a glória dele for
revelada. Vocês serão felizes se forem insultados por serem seguidores de Cristo,
porque isso quer dizer que o glorioso Espírito de Deus veio sobre vocês"(1 Pedro 4.12-
14).

Em Romanos 8.18 Paulo nos ensina que o sofrimento é uma preparação para a glória que será
revelada.

"Pois tenho para mim que as aflições deste tempo presente não se podem comparar
com a glória que em nós há de ser revelada."

2. O sofrimento é uma forma de testemunhar para o mundo perdido. Deus está julgando o
pecado do mundo. Deus está preparando o julgamento para o não crente. Deus lidará com o
ímpio da mesma maneira como ele lida com o cristão(v.6). Veja por exemplo, alguns casos:
Faraó afogou os bebês hebreus, Deus afogou os egípcios; Judas traiu e matou Jesus, Judas
enforcou-se; Saul tentou matar Davi a espada, Saul foi morto com a espada.

3. O alívio para o sofrimento do cristão se dará quando Jesus voltar(v.7). O Senhor julgará os
ímpios, os que rejeitaram sua mensagem de amor, os que perseguiram os cristãos. Estes
sofrerão no inferno por duas razões básicas que gostaria que você descobrisse em Romanos
1.18-32. Por que muitas pessoas infelizmente sofrerão no inferno? É necessário arrepender-se
dos pecados, conhecer e obedecer a Deus!

4. O mundo não estará preparado para a Vinda de Cristo(v.10). E eis alguns eventos que se
realizarão em breve como cremos e aguardamos: a) A volta de Cristo secreta no ar; b) O Dia
do Senhor começa na terra; c) O surgimento do Homem do Pecado; d) A Volta de Cristo à
Terra; e) O Juízo dos vivos e a prisão de satanás(Apocalipse 19.11-21).

III - O Sofrimento Glorifica a Cristo Hoje (11-12) = Vejamos alguns desdobramentos desta
afirmação:

1. Cristo será glorificado nos seus santos naquele dia(v.10). Nós devemos glorificá-lo todos os
dias e mesmo no sofrimento o crente deve lembrar que Deus o escolheu e não o deixará. Eis
então algumas de nossas responsabilidades: viver de modo digno à nossa vocação(v.11);
permitir que Deus opere em nós; ser caracterizado pela fé e amor(v.3), pela fé e paciência(v.4),
pela fé e poder(v.11).

2. O que deve fazer o crente que está na vontade de Deus e passa por grandes tribulações?
Você, assim como eu, meu irmão deve: a) agradecer a Deus pela sua salvação e pelo fato de
que Ele está conosco; b) entregar-se a vontade de Deus sem se queixar; c) pedir a Deus que
dê sabedoria para compreender a sua vontade; d) buscar oportunidades de testemunhar e
glorificar a Deus; e) esperar pacientemente até que o propósito de Deus se cumpra.

3. E se estas tribulações vierem como castigo o que devemos fazer? Você, assim como eu,
meu irmão deve: a) arrepender-se dos pecados; b) endireitar-se, corrigindo assim as falhas

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cometidas; c) esperar em Deus e em sua misericórdia; d) mantenha firme a convicção de que o


mundo caminha para o inferno e que Deus não se esqueceu de você; e) descanse no Senhor.

Capítulo 2 - O HOMEM DO PECADO

Neste capítulo Paulo apresenta uma explicação sobre o Dia do Senhor e o Homem do Pecado.
Os crentes em Tessalônica tinham ficado abalados porque ouviram (falsamente) que o Dia do
Senhor já havia chegado. Paulo explica que certos eventos precisavam acontecer primeiro.

I - A Apostasia Precisa Ocorrer(1-3) = apostasia = cair fora da verdade da Palavra de Deus.


Havia falsos mestres mas a igreja continuava unida na verdade. Hoje pessoas dizem que são
crentes mas negas as doutrinas centrais da fé cristã. Segundo o que Paulo apresenta em 1
Timóteo 4 e 2 Timóteo 3 podemos dizer que hoje há apostasia? Justifique sua resposta dando
exemplos de apostasia.

II - O Anticristo Precisa se Manifestar(4-5) = A oposição de Satanás culminará no aparecimento


de um ser chamado Anticristo. Entretanto, o "espírito do anticristo" já estará operando antes
dessa pessoa aparecer. Na verdade, sua presença já foi notada nos tempos apostólicos:

"filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora
muitos anticristos têm surgido, pelo que conhecemos que é a última hora"(1 João 2.18).

João ainda pergunta a respeito desta criatura:

"quem é o mentiroso senão aquele que nega que Jesus é Cristo? Este é o anticristo, o
que nega o Pai e o Filho"(v.22).

Mesmo que haja divergências de opiniões sobre quem seja o anticristo existem aqueles que
crêem que as seguintes passagens falam da mesma pessoa. Sua tarefa será estudá-las e
destacar algumas de suas características:

"Esse rei não adorará os deuses que os seus antepassados adoravam, nem os deuses
que as mulheres preferem, nem qualquer outro deus, pois ele acreditará que está acima
de todos os deuses"(Daniel 11.37).

"Ele será contra tudo o que as pessoas adoram e contra tudo o que elas acham que é
divino. Ele vai se colocar acima de todos e até mesmo vai entrar e sentar-se no Templo
de Deus e afirmar que é Deus!"(2 Tessalonicenses 2.4).

"Uma das cabeças do monstro parecia que tinha recebido um golpe mortal, mas a ferida
havia sarado. O mundo inteiro ficou admirado e seguiu o monstro. Esse segundo
monstro fez coisas espantosas. Fez cair fogo do céu sobre a terra, na presença de todas
as pessoas. Ele obrigou todas as pessoas, importantes e humildes, ricas e pobres,
escravas e livres, a terem um sinal na mão direita ou na testa. Ninguém podia comprar
ou vender, a não ser que tivesse esse sinal, isto é, o nome do monstro ou o número do
nome dele"(Apocalipse 13.3,13,16,17).

"Porém Deus diminuiu esse tempo de sofrimento. Se não fosse assim, ninguém seria
salvo. Mas, por causa do povo que Deus escolheu para salvar, esse tempo será
diminuído. Portanto, se alguém disser para vocês: "Vejam! O Messias está aqui" ou "O
Messias está ali", não acreditem"(Mateus 24.22-23).

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Embora não haja muita concordância sobre este tema observamos que "Satanás, com a
intenção de enganar e persuadir os homens, inspirará o anticristo e lhe dará poder para agir
sobrenaturalmente. Como líder eclesiástico, manipulará a religião para os seus próprios fins,
para reivindicar a adoração devida a Deus. Exigirá também fidelidade política e exercerá
pressão econômica para forçar a obediência. Aqueles que tentarem se lhe opor enfrentarão
tribulações tão grandes que se Deus não abreviasse os dias ninguém sobreviveria"(13). Na
perspectiva pré-milenista pré-tribulacionista o anticristo unirá a Europa numa federação de dez
nações(Daniel 2), cooperará com a Igreja católica Romana, e, depois, destruirá o sistema
romano. E existe uma ordem a ser seguida: 1) o arrebatamento; 2) anticristo; 3) união da
Europa e convênio com Israel de 7 anos; 4) após três anos e meio quebra o concerto com
Israel e o invade; 5) abolirá toda religião e será adorado (apocalipse 13); 6) no fim de sete anos
- Dia do Senhor - Cristo voltará e destruirá o anticristo e seus sistemas.

III - Aquele que Impede o Anticristo Precisa ser Removido do Mundo(6-12) = satanás está ativo
no mundo! O que impede então que o anticristo surja?

Deus tem um poder que o impede aqui no mundo. "São diversas as tentativas de advinhar que
e quem estão em vista, já que Paulo não nos informa. Dr. Ladd crê (...)que é Deus aquele que
impede e vai permitir. Já o Dr. Oscar Cullmann(...) sugere que a pregação do evangelho é o
que impede.(...) os intérpretes dispensacionalistas normalmente identificam ‘o que impede’ com
o arrebatamento da igreja. Quem não permite a manifestação do ‘Homem sem Lei’ seria o
Espírito Santo, que segundo esta posição, seria afastado com a elevação da igreja para os
ares antes da grande Tribulação. Não existe apoio no N.T. para esta sugestão. Parece até
insustentável à luz duma comparação entre duas afirmações nas Epístolas aos
Tessalonicenses"(14). Chamo a sua atenção para estas duas passagens e peço que as estude
e destaque as palavras-chave e responda as perguntas: Haverá crentes aqui no mundo até a
chegada de Jesus?

"De acordo com o ensinamento do Senhor, afirmamos a vocês o seguinte: Nós, os que
estivermos vivos no dia da vinda do Senhor, não iremos antes daqueles que já
morreram"(1 Tessalonicenses 4.15).

Quem destruirá o iníquo e como ele será destruído?

"Então o Perverso aparecerá, e o Senhor Jesus, quando vier, o matará com um sopro e o
destruirá com a sua gloriosa presença"(2 Tessalonicenses 2.8).

À luz destas passagens podemos dizer que os membros da igreja ficarão na terra até o
anticristo ser afastado do poder, vencido e lançado no lago que arde com fogo e enxofre na
ocasião da vinda do Senhor(Apocalipse 19.20). O que podemos concluir de 1 Tessalonicenses
5.1?

"Irmãos e irmãs, vocês não precisam que eu lhes escreva a respeito de quando e como
essas coisas vão acontecer."

Deus tem tempos e estações, e até mesmo satanás não pode mudar o programa de Deus.
Satanás operará pelo anticristo com poder miraculoso(Apocalipse 9.10).

IV - A Igreja Deve ser Agradecida e Encorajar-se Mutuamente(13-17) = Eis o trabalho interno!


E na perspectiva externa devemos anunciar a mensagem de esperança que nos alegra e nos
encoraja para que os não crentes tenham a oportunidade de crer e livrarem-se do sofrimento

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eterno! E o apelo de Paulo continua: "Permaneceis Firmes". Apeguemo-nos à Palavra de


Deus e mãos à obra!

Capítulo 3 - CONSELHOS PRÁTICOS

Na visão paulina a Segunda Vinda é a verdade que deve nos tornar crentes melhores!

I - Crentes Dedicados à Oração e Pacientes (1-5) = Sabemos que a Palavra estava sendo
glorificada porque fora pregada e muitos creram em Tessalônica(1 Tessalonicenses 2.13; 2
Tessalonicenses 2.13). Como crentes devemos orar para que os nossos irmãos sejam livre dos
homens ímpios e que possam ministrar a palavra de salvação aos perdidos. Como crentes
precisamos de paciência enquanto intercedemos e ministramos o evangelho aos perdidos. O
mordomo que ficou impaciente tinha problemas em seu coração(Mateus 24.42-51). Você sabe
dizer quais eram estes problemas? Paulo nos desafia em 2 Timóteo 4.8 a fazermos o que?

"E agora está me esperando o prêmio da vitória, que é dado para quem vive uma vida
correta, o prêmio que o Senhor, o justo Juiz, me dará naquele Dia, e não somente a mim,
mas a todos os que esperam, com amor, a sua vinda."

II - Crentes Dedicados ao Trabalho (6-13) = não obstante a proximidade de sua vinda devemos
trabalhar ainda mais(6,14) e não cruzar os braços como fazem alguns. E o trabalho aqui
mencionado pode ser compreendido em duas direções na perspectiva do sustento próprio e do
sustento da obra da igreja. A vinda de Cristo deve estimular-nos ao trabalho e a fidelidade em
obedecermos ao Senhor. Crentes fiéis são desencorajados pelos infiéis. Não nos cansemos de
fazer o bem!

III - Crentes Dedicados a Ouvir e Obedecer à Palavra de Deus (14-18) = a Palavra de Deus
deve ser ouvida, obedecida e compartilhada com os outros. Uma das características da igreja
de Tessalônica era sua atitude para com a Palavra de Deus(1 Tessalonicenses 1,5-6). E
compartilharam com outros(Tiago 1.22-27). Benção: Paz e graça. Como eles precisam de
paz(Filipenses 4.4-9). Assina e deseja graça. Autêntica(1 Coríntios 16.21; Gálatas 6.11;
Colossenses 4.18).

Unidade 3 – As Atividades Missionárias de Paulo

A CARTA AOS ROMANOS

Esta carta tem sido descrita de várias maneiras: “o evangelho segundo Paulo”(Lutero). “O
coração do evangelho para o coração do Império”(Guthrie). “O evangelho da justiça de
Deus”(Murray). “A mais extensa e cuidadosa composição de Paulo, a mais claramente
construída, ultrapassando todas as outras em importância teológica”(Wikenhauser).

1. Autenticidade e Autoria = de todos os escritos de Paulo, este é o que mais se caracteriza


pelo labor teológico, e profunda penetração nas verdades cristãs. É obra de mérito teológico,
literário e filosófico, excelente compêndio de dialética, e supera a muitas congêneres da
literatura judaica. O cristianismo não tem, no cânone das Escrituras, um livro de tamanho
descortino com este. Nele é que Paulo lança os fundamentos da sólida doutrina da justificação
pela fé, e demonstra a natureza vicária da morte de Jesus. O argumento, por fim, contrapõe-se
à doutrina da eficácia das boas-obras, e prova que a raça humana não está condenada
implicitamente por causa do desmerecimento dessas mesmas obras. Em contraste com o

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ensino judaico, o apóstolo coloca a máxima cristã: a fé em oposição às obras é o significado da


salvação.

Baseado nesta premissa, desenvolve-se um complexo teológico de exegese laboriosa. Mas o


apóstolo fá-lo inteligível, explicando-o por meio de uns termos específicos(os vocábulos chaves
de sua doutrina). São eles: Lei, justiça, fé, graça, carne e espírito. Por Lei entende-se, quase
sempre, quando essa palavra vem precedida de artigo - a Lei -, não somente as ordenanças de
Moisés, mas também todas as outras exigências do cerimonial do culto judaico(Gálatas 5.3;
Filipenses 3.5-6). É o uso mais comum no Novo Testamento. Há outra lei – que convém a
gentios e judeus escrita na consciência do homem. É de natureza moral e insuficiente para
justificá-lo. Lei também significa o princípio de orientação que nos dirige. Aplica-se a natureza
corrompida ou não - a lei dos membros e do espírito - a do pecado e a de Deus(Romanos 7.23-
25; 8.2). É evidência do pecado(Gálatas 3.19; 1 Coríntios 15.56).

O Termo justiça tem, em geral, o sentido de justiça comum, mas relacionado com a idéia de lei,
exprime uma perfeição moral. A ser assim, conclui-se que o homem não tem tal justiça, e ainda
mais, subentende-se que a satisfação moral que damos a Deus não procede, nem da
obediência da lei nem de nós mesmos – é conferida pelo dom da fé. Em suma, é justiça de
Deus, e não dos homens. São duas concepções inteiramente distintas: Justiça da lei = pessoal,
conivente com o pecado, incapaz de reabilitar o homem, a justiça a que não se submeteu
Jesus porque o faria pecador - o móvel da própria condenação. Justiça de Deus – pela fé –
imputada ao homem, a que realmente o justifica(Filipenses 3.9 e Romanos 1.17).

Segundo o conceito Paulino, a fé se relaciona com a pessoa de Cristo e não tanto com a
crença em dogmas ou princípios(2 Timóteo 1.12). Convém distinguir: internamente é dom
divino que se transmite ao homem por via do órgão subjetivo – o espírito; externamente
consiste na aceitação das Escrituras Sagradas. Paulo evita a confusão destas idéias
denominando-a “fé em Cristo”. Ele não separa a idéia de fé salvadora, da morte propiciatória
de Jesus.

E a graça? É um favor divino que o homem goza imerecidamente. Por ela o pecador é
contemplado na atualidade do seu pecado. Não há mérito perante Deus, tudo se esquece, atua
somente a benevolência do Pai. Por isso exclui as obras. Em síntese, a justiça da lei descansa
no mérito; a justiça da fé repousa na graça. Os que têm fé estão sob a graça, e não sob a lei.

A carne é a natureza humana em estado de pecado(Romanos 7.18). Os frutos da carne são as


coisas geradas em estado de corrupção. À depravação corporal segue a depravação mental. O
homem carnal não pode agradar a Deus(Romanos 8.8).Paulo dá ao termo espírito um
significado peculiar ao conjunto de suas idéias. É a natureza humana como que santificada e
renovada pelo Espírito de deus. Os frutos do espírito, portanto, são muito diferentes dos da
carne.

Consideremos a epístola como um escrito de Paulo. A menos que você duvide da existência de
Paulo. Os argumentos contra a autoria paulina têm sido incapazes de provar e até mesmo os
teólogos mais liberais de Tubingen aceitam a autoria paulina(embora que não seja de toda a
carta). Vejamos agora as principais evidências de sua autoria:

a) Evidências Externas = a mais antiga referência a Paulo é a de Marcião no ano de 140.


Irineu, Alexandre, Clemente de Alexandria, Tertuliano, depois de Marcião, também atribuem à
autoria a Paulo. E no fim do 2º século já existem 19 referências à Paulo como autor da carta
aos Romanos. Justino Mártir, Clemente de Roma e outros fazem referências quanto ao
conteúdo teológico da carta e isso no faz pensar que conheciam a sua autoria.

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b) Evidências Internas = o autor denomina-se Paulo(1.1). O autor auto denomina-se apóstolo


dos gentios(11.13). As referências históricas do livro de Atos correspondem com as da epístola
aos Romanos e com as demais epístolas. A doutrina de Paulo em Romanos concorda com os
grandes temas de Paulo. Provavelmente Paulo escreveu a carta em Corinto à caminho de
Jerusalém(15.25). O capítulo 20 de Atos nos dá um direcionamento que foi em Corinto e a data
no ano 53 a.D. Algumas referências pessoais que Paulo faz(16.23) também nos elucida que a
carta foi escrita em Corinto.

2. Integridade da Carta = um problema sério tem sido levantado acerca dos capítulos 15 e 16.
Muitos duvidam de que estes faziam parte da carta originalmente, parece que o fim da carta se
dá com a doxologia. E no capítulo 15 nós temos 3 doxologias(15.5; 15.13; 15.33). Alguns dos
manuscritos antigos não tem capítulo 16 ou colocam os 16 entre 14 e o 15. No cânon
Marcionista Romanos 16 e a parte final do 15 não são mencionados. Paulo não havia visitado
Roma, como explicar todas essas 26 saudações pessoais no capítulo 16? A referência à
Priscila e Áquila e a igreja em sua casa(16.3-5), alguns dizem que Priscila e Áquila moravam
em Eféso e não em Roma(Atos 8.2,18).

a) Sugestões dos que rejeitam o capítulo 16: Paulo mesmo encurtou a carta uso geral. A
própria igreja em Roma por ter encurtado e adaptado uma doxologia intencionando dar um final
a mesma. Manson sugere que os capítulos 1 a 15 é uma carta escrita a Roma e o capítulo 16 é
o fragmento de uma carta escrita à igreja em Eféso.

b) Argumentos favoráveis a integridade: não existe prova de que Romanos chegou a circular
sem o capítulo 16. Roma sendo a capital do Império teria muitas pessoas conhecidas por ele
em suas viagens. Colossos é uma igreja não visitada por Paulo e também recebe várias
saudações. Muitos nomes de Romanos 16 aparecem em outros documentos seculares do
Império Romano. Paulo era muito dispersivo no seu raciocínio e as doxologias marcam
acréscimos do próprio Paulo.

3. Propósitos e Peculiaridades da Carta = Paulo quer apresentar a doutrina cristã


sistematicamente, para uma igreja não apostólica. Paulo queria preparar o caminho para a sua
chegada em Roma. Um propósito polêmico da carta seria uma ação contra o movimento
separatista de cristãos judeus na igreja. Uma forte oposição aos judeus incrédulos. Romanos é
uma carta escrita para uma igreja desconhecida. Sua lista de saudações é singular. A obra é
tanto um tratado teológico como uma carta. É a maior de todas as epístolas paulinas(a Magna
Carta do cristianismo). A carta dá uma interpretação própria e especial ao Antigo Testamento.
A carta não trata de problemas práticos.

4. Destinário = o trabalho evangelístico de Paulo incluía o campo missionário da cidade de


Roma. Visitara muitas cidades das terras gentílicas nas quais semeou e colheu
abundantemente o que férteis corações produziram quando germinou a semente da fé; mas
não tivera ainda oportunidade de estar em Roma. Nem por isso deixou de comunicar-se com
os crentes da metrópole; fê-lo por meio da epístola(1.7). Existem algumas teorias quanto à
origem da igreja em Roma: a igreja católica diz que Pedro fundou a Igreja de Roma; outros
pensam que convertidos no dia de pentecostes levaram o evangelho para lá; alguns dizem que
convertidos nas viagens missionárias de Paulo mudaram-se para Roma e ali fundaram a igreja;
outros dizem também que eram crentes comuns, judeus e comerciantes que foram Roma.

Creio que a igreja em Roma é fruto da expansão do cristianismo forçada pela perseguição nos
dias de Estevão. Já que por este a dispersão crescera, e os cristãos se espalharam por todos
os lados. O decreto de Cláudio, enxotando da capital os judeus, revelou a presença de cristãos
ali. Áquila e Priscila eram cristãos autênticos. Naturalmente a congregação se constituiu, a
princípio, dos que fugiram à perseguição em Jerusalém.O historiador Suetônio escreveu que os

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judeus causaram muitas contendas religiosas e chegaram ao ponto de amotinarem nas ruas.
Mas o Imperador não cogitou de apurar reponsabilidades; expulsou a todos, indistintamente.

Desde então, a igreja tornou-se gentílica. Algum tempo depois, revogado o édito, muitos
retornaram para Roma, e com eles outros recém-convertidos possivelmente, pois nas suas
saudações finais figuram nomes de pessoas que creram por instrumentalidade de Paulo. A
congregação estava animada. As notícias era boas(Romanos 1.8; 16.19). O número de crentes
devia ser grande. Tácito contou que a “superstição cristã”, reprimida na Judéia e em Roma,
acabou por aliciar um número respeitável de adeptos. Havia dois grupos distintos na igreja: o
judaico e o gentílico. Mas a epístola não separa um nem despreza o outro. A igreja devia ser
de gentios que vieram a Cristo através do judaísmo, e não direto do paganismo. Era judaica
porque Paulo discute como judeu com judeus, e gentílica porque se dirige como a tais(11.13).

O decreto de Cláudio não deixou de perturbar a igreja. Supõe-se que fosse causa de
desavenças entre judeus cristãos e não cristãos. Naturalmente eles não se buscariam uns aos
outros. Os gentios iam se afastando, e a igreja que era gentílica por maioria dos seus
membros, não foi mais procurada por judeus. O decreto provocou entre ambas as partes uma
repulsa natural. Era uma questão puramente racial, e entre os dados do problema havia um por
si só capaz de todas as operações - o elemento judaico. Ao tempo em que escreveu a epístola,
porém, já a igreja se refizera - era outra, tão viva estava espiritualmente.

5. Lugar e Data = Paulo estava na casa de Gaio(16.23). E Gaio morava em Corinto(1 Coríntios
1.14). Erasto, tesoureiro daquela cidade, e que saúda os irmãos romanos por via de
carta(16.23), ou residia ali, ou ali passava temporada de quando em quando. Paulo ia para
Jerusalém e levava as coletas levantadas na Macedônia e na Acaia(15.25,26). É o princípio de
uma viagem que acabaria em Roma. O itinerário fica bem conhecido mediante a combinação
destes textos: Atos 20.1-3,22; 19.21; 21.15. Paulo passou pela Macedônia e estava na Acaia, e
dali saíra para Jerusalém e chegaria até Roma. Estabelecidas estas coisas, conclui-se que a
carta foi redigida durante a 3ª viagem missionária. Paulo a começou por Antioquia, passou 3
anos em Éfeso; seguiu para a Macedônia e veio para Corinto onde ficou 3 meses. Em Corinto
escreveu a epístola aos Romanos. As circunstâncias e o itinerário das viagens concordam
perfeitamente com a narrativa dos Atos e parte da correspondência de Paulo. Se Paulo de fato
passou o inverno na Acaia, como é de se esperar, não se estará fora da data optando pela do
princípio do ano de 58 a.D.

6. Doutrinas Teológicas Básicas na Carta aos Romanos = A Justiça de Deus Revelada:

a) Pecado: 1.18-32 - idéias erradas a respeito de Deus; 2.1-16 - Paulo diz que ele também é
culpado; 2.17-28 - o conhecimento da Lei não nos justifica; 3.9-20 - todos são culpados; 3.23 -
todos pecaram como indivíduos isoladamente; 5.12-21 - justificação em Cristo do pecado em
Adão.

b) Lei: 2.12-29 - a vontade de Deus e a lei são sinônimos; 3.19-31 - a justiça de Deus se
manifesta também fora da lei. A lei revela a fraqueza da carne e do pecado; 5.20 - sobreveio a
lei para aumentar nossos problemas? A lei foi abolida pela graça? Não ela foi confirmada.

c) Ira e Julgamento: 1.18; 2.5,8; 3.5-8; 4.15; 5.9; 9.22; 12.19. Dodd sugere que Paulo não está
utilizando a expressão Ira de Deus e sim Deus com ira. Deus não está se envolvendo com isso
mais é sim um mecanismo que está em funcionamento independente da sua individualidade
como Ele se envolve no amor, misericórdia, etc. Ira de Deus é conseqüência do pecado.

d) Justificação: verso chave 1.16,17; 3.21-26.

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e) Expiação/Sacrifício: 5.6-11; 3.24-25. Paulo demonstra a iniciativa divina quanto a situação


catastrófica da humanidade pecadora. Redenção tem a idéia de comprar de volta no
pensamento judaico há uma ênfase no resgate, livramento e não no preço pago. Deus deu a
sua vida em resgate de muitos. Expiação é apaziguar, substituir um erro cometido, é pelo
sangue e para o Antigo Testamento o sangue é o lugar onde está concentrada a vida e a oferta
de Cristo é a sua própria vida.

f) Reconciliação: 5.10-11. É um estado de hostilidade entre Deus e o homem que termina pela
reconciliação. Nós ganhamos o acesso, entramos no estado de paz pela morte de Cristo.

g) Santificação: capítulos 6 a 8 = em todos estes textos nós temos um desenvolvimento da


doutrina - santificação dá uma idéia de separação. O próprio conceito de batismo(6.1-14) vem
dentro deste contexto de santificação. Uma nova obediência(6.15-23), libertos da lei no aspecto
legal não no moral(7.1-6), na nova vida em Cristo(7.7-25), vida no espírito(8). Capítulos 12 a 16
= a nossa vida comum em Cristo(12), o relacionamento do cristão com os poderes ou
autoridades cívicas(13.1-7), o crente em relação as crises(13.11-14), o relacionamento com os
fracos(14.1-15.6).

h) Judeus e Gentios: capítulos 9 a 11 = nós temos estes aspectos da justiça de Deus revelada
nos propósitos eternos.

7. Esboço do Conteúdo

ROMANOS

1. Romanos 1.1-17 = O Ministério Cristão e suas Dimensões: a) O mensageiro - v.1 - chamado


por Deus - servo de Jesus Cristo. Apóstolo = enviado - separado para o evangelho de Deus. b)
A mensagem - v.2-7 - o evangelho da encarnação(3). O evangelho da ressurreição(4). O
evangelho da graça(5). O evangelho a ser proclamado(5-7). c) O cuidado mútuo - v.8-13 - “dou
graças a Deus por vocês”; “oro por vocês”; “quero visitá-los, e estar convosco”. Há um
envolvimento real. d)A motivação - V.14-17 - sou devedor(14). Estou pronto(17). Não me
envergonho(16).

2. Romanos 1.18-25 = A Ira de Deus: Não é um conceito novo. “O dia do Senhor”, pode não
ser ligado a Deus de maneira pessoal. Há uma ordem moral estabelecida e em operação. a) a
revelação de Deus(19-20). Ninguém é completamente ignorante. “os céus manifestam...” A
alma humana sabe. Há uma lei interior. b) a rejeição do homem(21-23). Ídolos = vontade
própria, eu. c) o resultado da rejeição(24-25). Imundície, concupiscência, entrega as paixões,
desejos e insanidade.

3. Romanos 1.26-32 = Características de uma Vida Ímpia: Idolatria, paixões, instintos


animalescos. O inferno é liberado. “Deus os entregou”. a) para desonrarem os seus corpos(24).
b) às emoções infames - sentimentos e afeições(26). c) mente perversa(28). O pecado domina
o homem na sua totalidade(Salmo 81.11-12). Deus somente detém até um certo limite. A
evolução moral de uma pessoa por si própria é sempre para baixo, nunca para cima. d) o
catálogo de pecados alistado por Paulo. Imundície(24) = uma paixão que chega a insanidade.
Inflamar(26-27) = uma descrição gráfica do homossexualismo, queimar-se, consumir-se por
desejos e paixões intensas. Erro = desvio daquilo que Deus intencionou. Incapacidade de
julgar entre o bem e o mal(28).

Nos versos 29 a 31 continua a lista: Iniqüidade - Injustiça = não dar a Deus nem ao homem
aquilo que é devido. Prostituição = relação sexual mediante pagamento. Avareza = desejo

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ardente de ter. Malícia = gosta de machucar os outros. Cheios de inveja = se ressente porque o
outro está bem. Homicídio = crime que geralmente segue a inveja. Contenda = discórdia,
brigas. Engano = com uma mente tortuosa. Malignidade = mente contaminada. Murmuradores
= maledicentes, fofoqueiros. Detratores = se alegram em roubar os outros com palavras.
Aborrecedores de Deus = o pecado sem em primeiro lugar. Injuriadores = sádicos,
caluniadores. Soberbos = altivos, orgulhoso, prepotente. Presunçoso = fala e não faz.
Inventores de males = Jeremias 19.5. Desobedientes de pais e mães = coisa séria(Provérbios
30.17). Néscios = ridículos, loucos que zombam das leis de Deus. Infiéis nos contratos = falta
de palavra. Sem afeição natural = no contexto do lar e da família. Irreconciliáveis = não podem
parar de fazer o mal. Sem misericórdia = que não sente a dor dos outros. Pecado gera pecado
= o pecado é a punição do pecado. Mas o poder está no evangelho(1.16).

4. Romanos 2.1-16 = Princípios de Julgamento: não só os gentios serão julgados(1). O


julgamento não é só para o pagão. Existem pelo menos quatro princípios gerais no julgamento
de Deus: a) verdade(2). Deus vê o coração. b) culpa(3-5). Os pecados dos judeus foram:
apostaram na misericórdia de Deus; abusaram da paciência divina; não se arrependeram e
entesouraram ira sobre si mesmos. c) atitudes(6-10). d) imparcialidade(11-16). Deus não tem
favoritos(11-15). Existem três leis no coração do homem: conduta, consciência e
pensamentos(14-15).

5. Romanos 2.17-29 = Viva o que Você Prega: Israel tinha a Lei de Deus nas mãos mas não a
obedecia. Pregava sem viver. O judeu se vangloriava em duas falsas seguranças. a) A Lei(17-
24). Vejamos os cinco privilégios dos judeus: 1) têm por sobrenome judeu(Jeremias 7.4-6). 2)
se gloriam em Deus(Jó 8.41-44). 3) sabem da vontade de Deus. 4) aprovam as coisas mais
excelentes(Isaías 5.21; Mateus 23.23). 5) intróito por Lei. b) A Circuncisão(25-27). Só é
proveitosa quando se guarda toda a Lei. Uma falsa “etiqueta”. O que Paulo pensa da falsa
superioridade do judeu? 1) guias de cegos. 2) luz nas trevas. 3) instruidores néscios. 4)
mestres de crianças ou crianças mestres. 5) têm a forma da ciência e da verdade na lei.

6. Romanos 3.1-20 = O Mundo Todo é Culpado: a) de que vale ser judeu(1-2)? b) a


incredulidade do judeu cancela a promessa de Deus(3-4)? c) se o pecado faz com que a graça
de Deus se manifeste, por que então devemos ser julgados pelos pecados(5-8)? d) em que nós
somos condenados? 1) no caráter(10-12). 2) conduta(13-14). 3) ações(15-20).

7. Romanos 3.21-31 = Justificação Pela Fé. A chave ao livro de Romanos. Justificação =


declaração justo. a) a natureza da justificação. 1) pela fé(22). 2) para todos os que crêem(23).
3) pela graça(24). b) o propósito da justificação(25,26). 1) punição pelo pecado. 2) propiciação.
c) o resultado da justificação. 1) humildade(27). 2) visão do caráter de Deus(29,30). 3) a lei
estabelecida(31).

8. Romanos 4.1-25 = A Fé em Abraão. a) Por que Abraão? 1) porque evidencia a lei eterna da
justificação pela fé. 2) porque está no Antigo Testamento. 3) porque é o maior e melhor
exemplo. 4) porque é alguém. Um exemplo concreto. b) O que Abraão recebeu pela fé? 1) a
justificação(1-12). 2) uma herança(13-15). 3) uma semente(18-20).

9. Romanos 5.1-11 = Os Resultados da Justificação. a) paz com Deus(1), imediato. b) firmeza


na graça(2), contínuo. c) esperança da glória(2), final. E o sofrimento? É a demonstração do
interesse e amor de Deus por nós, pois; 1) nos identifica com Jesus mais ainda. 2) nos prepara
para maiores tarefas. 3) a recompensa justa virá.

10. Romanos 5.12-14 = Adão e o Reino da Morte. a) por um homem entrou o pecado no
mundo(12). b) a morte entrou como resultado do pecado. c) a morte atinge a todos os homens
porque todos pecaram.

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11. Romanos 5.15-21 = Cristo e o Reino da Vida. a) Cristo e Adão têm motivos diferentes. b)
Os efeitos de um de outro são diferentes. c) a natureza dos atos é diferente.

12. Romanos 6.1-13 = Santificação. a) batismo: símbolo do nosso batismo em Cristo(3). b) a


morte, sepultamento e ressurreição de Cristo se tornam nossos(3-5). c) morto para o pecado e
ressurreto para Deus(6-11). d) o pecado não pode nos dominar mais(12-13).

13. Romanos 7.1-25 = Livro da Lei. a) o legalista(1-6), a dureza da lei. b) o libertino(7-13), a


fraqueza da lei. c) o crente(14-25), a justiça da lei e os três fatos: 1) o pecado domina(14-17).
2) falta força(18-20). c) o mal me rodeia sempre(21-25).

14. Romanos 8.1-28 = Vida no Espírito. Quatro dimensões do ministério do Espírito: a) ele
subjuga a nossa carne(5-13). b) ele garante a nossa adoção(14-17). c) ele garante a nossa
herança final(18-25). d) ele garante ajuda nas nossas fraquezas para orar(26-28).

15. Romanos 8.28-39 = O Propósito Invencível de Deus. a) estamos seguros no seu


propósito(28-30). b) nos conheceu, predestinou, chamou, justificou e glorificou. c) estamos
seguros em seu caráter(31-34). d) estamos seguros em seu amor(35-39).

16. Romanos 9.1-5 = A Incredulidade de Israel. O amor de Paulo para com os judeus(1-3). O
privilégio de Israel(4-5): adoção, glória, tabernáculo, a lei, o culto, as promessas, os pais,
Cristo.

17. Romanos 9.6-24 = A Soberania de Deus Para Escolher = a) seria Deus incoerente(6-13)?
Deus é soberano, mas você é responsável. b) a rejeição de Israel(14-24).

18. Romanos 9.25-33 = O Fracasso de Israel. a) a chamada da igreja(25-30). Em todo o


mundo. b) os judeus tropeçaram numa pedra(32-33), Jesus.

19. Romanos 10.1-13 = Cura Para o Erro. a) Por que Deus chama os gentios? b) e os judeus
zelosos? c) qual o remédio para o judeu(4-13)?

20. Romanos 10.14-21 = Oportunidades Perdidas. a) a oportunidade concedida(14-15). b) a


oportunidade rejeitada(16-18). c) a oportunidade removida(19-21).

21. Romanos 11.1-10 = Futuro de Israel. a) a rejeição é parcial. Qual a prova? 1) Paulo(1). 2) o
remanescente(2-3). 3) outros judeus. b) é importante pregar aos judeus. 1) o amor e a graça de
Deus são infalíveis. 2) só a justiça de Deus é justiça. 3) não há lugar para o orgulho.

22. Romanos 11.11-24 = Israel. a) o propósito de Deus na cegueira aos judeus. b) um alerta
aos gentios. c) uma promessa definida para os judeus.

23. Romanos 11.25-36 = Deus Tem Propósitos Misteriosos. a) a promessa(26-29). b) a


misericórdia(30-32). c) a sabedoria(33-36).

24. Romanos 12.1-2 = Sacrifício Vivo. a) a razão da dedicação a Deus. b) a natureza da


dedicação. c) os resultados da dedicação.

25. Romanos 12.3-8 = Os Dons Espirituais. a) a atitude certa(3). b) relacionamento certo(4-6).


c) serviço correto(6-8): profecia, ministério, ensino, exortação, repartir, presidência,
misericórdia.

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26. Romanos 12.9-21 = Um Cristão Para Valer. a) consigo mesmo: sem hipocrisia(9), vivendo
ao lado de Deus; no amor fraternal(10), abrindo caminho, com zelo e cuidado(11), fervoroso no
espírito, servindo ao Senhor; alegre na esperança(12), paciente na tribulação e perseverante
na oração. b) com os outros: compartilhando as necessidades, seguindo a
hospitalidade(13), enfrentando a perseguição(14), participando da alegria dos outros(15),
verdadeira simpatia, sendo unânime(16), não vai atrás para bater(17), comportamento
coerente; sendo pacificador(18), Deus julgará(19), devolvendo o amor pelo ódio(20).

27. Romanos 13.1-7 = O Crente e o Estado. a) a responsabilidade de Deus. b) a


responsabilidade dos governantes. c) a responsabilidade dos cristãos.

28. Romanos 13.8-10 = O Amor. a) a profundidade do amor. b) a operosidade do amor. c) a


plenitude do amor.

29. Romanos 13.11-14 = O Fim está Próximo. a) a urgência dos nossos dias(11). b) a
exortação para os últimos dias(12-13). c) o poder para viver nos últimos dias(12).

30. Romanos 14.1-13a = Liberdade em Cristo. a) não julgue seu irmão. b) Cristo é o Senhor. c)
o Senhor é juiz de cada um.

31. Romanos 14.13b-21 = Não Ofenda o Seu Irmão. a) lembre-se do mais fraco(13). b) as
coisas não são impuras em si. c) o amor cem antes da liberdade.

32. Romanos 14.22-15.6 = Uma Consciência Limpa. a) o perigo da liberdade(22-23). b) o


sacrifício da liberdade(15.1-6).

33. Romanos 15. 7-13 = A Verdadeira Unidade. a) instruções básicas sobre a unidade(7). b) a
ilustração bíblica da unidade(8-12). c) a intercessão e a unidade(13).

34. Romanos 15.14-21 = A Defesa de Paulo. Paulo quer são doutrina, amor, informalidade e
cordialidade. a) Paulo, o sacerdote(14-16). b) Paulo, o pregador(17-19). Tudo vem de cristo.
Coerente. Deus é quem o aprova. Proclama a mensagem completa. c) Paulo, o pioneiro(20-
21).

35. Romanos 15.19-33 = Os Planos de Paulo. a) o propósito de Paulo(22-29): a Espanha,


Jerusalém. b) a oração do ministério de Paulo(30-33). Lutem comigo, minha segurança, minha
viagem.

36. Romanos 16.1-24 = A Órbita Completa. Sua teologia, sua atitude, consigo mesmo e com os
outros. Três áreas do amor de Paulo: a) suas recomendações(2). b) a cordialidade de Paulo(3-
16). c) a preocupação de Paulo(17-20).

37. Romanos 16.25-27 = A Revelação do Ministério de Jesus. Três dimensões do evangelho:


a) um evangelho para o bem do homem. b) um evangelho sobre Jesus Cristo. c) um evangelho
que revela um mistério.

CORÍNTIOS

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A cidade de Corinto localizada na parte sul da Grécia, situada justo ao ínstimo, está numa faixa
muito estreita de terra servindo de passagem entre o norte e o sul, todo o tráfego de
mercadorias passava por lá. Como também do leste para o oeste do mediterrâneo. Viajando
pelo sul os navios encontravam uma região de muitos recifes. E havia duas maneiras ou
passar pelos recifes ou por Corinto. Os que vinham do norte atravessavam os seis quilômetros
rolando a embarcação sobre troncos, ou se fosse pouca carga, descarregava e carregava num
outro navio na outra extremidade. A vida era muito movimentada, o comércio era bem fluente
por toda a cidade, perfumes, lãs, escravos, etc. A cidade tinha vários apelidos: ponte da
Grécia, sala de estar da Grécia, era mais ou menos como Londres e Paris. Ali havia os jogos
ínstimos que só eram inferiores aos jogos olímpicos.

Korinthiazesthai = forma de vida pecaminosa determinada pela embriaguez, imoralidade, que


era bastante freqüente entre os moradores. Dentro da cidade havia o morro de Acrópole, ali
havia o templo da deusa do amor Afrodite. Neste templo trabalhavam 1000 sacerdotizas que
eram prostitutas sagradas e isso caracterizava a cidade porque ao terminar o trabalho no
templo elas desciam para a cidade e tomavam conta dela. Corinto virou sinônimo de riqueza,
luxo, imoralidade. A cidade de Corinto é muito antiga e inicialmente foi usada na construção de
navios gregos de guerra. No ano de 146 a.C. foi destruída na conquista dos Romanos pois se
tornara o centro de resistência. No ano 46 a.C. Júlio César a reconstruiu, transformando-a
numa colônia romana capital da província da Acaia e colocou ali veteranos do exército romano
principalmente oficiais. Havia mercadores e comerciantes devido a situação geográfica e a
supremacia comercial. Entre eles havia os judeus que formavam uma forte população judaica
atraídos pela oportunidade comercial, havia fenícios e também os habitantes da Frigia e suas
práticas(costumes exóticos, filósofos, escravos, sacerdotizas).

1. Paulo e Corinto = Paulo ficou mais tempo em Corinto do que em outra cidade com exceção
de Éfeso(18 meses). É tão fácil lembrar que a história ficou registrada em Atos 18.1-17.
Quando chegou a Corinto ele estava desanimado depois de um bom início em Filipos foi logo
perseguido por fanáticos e a mesma coisa aconteceu em Tessalônica e Beréia. E em Atenas
não teve muito sucesso(1 Coríntios 2.3). Os seus companheiros Silas e Timóteo ficaram na
Macedônia. Chegando em Corinto se hospedou logo na casa de Priscila e Áquila, judeus
expulsos de Roma por um decreto do Imperador Cláudio(18.3), discutia todos os sábados na
sinagoga. Foi então falar aos gentios e muitos coríntios foram salvos. A comunidade cristã de
Corinto era composta da aristocracia da cidade, como também de escravos e servos. A medida
em que a obra missionária fazia sucesso veio logo a perseguição. Ao escrever as cartas aos
tessalonicenses nós podemos perceber algo desta oposição. Após a sua saída de Corinto
Paulo visitou a cidade pelo menos três vezes e escreveu 4 cartas. A primeira quando a igreja
foi organizada; a segunda foi a visita dolorosa(2 Coríntios 2.1); a terceira foi depois da 2ª carta
ter sido escrita(2 Coríntios 13.1). As quatro cartas são: 1ª é a carta anterior(1 Coríntios 5.9); a
2ª é 1 Coríntios; a 3ª é a carta severa(2 Coríntios 2.4); a 4ª é 2 Coríntios.

2. Autenticidade e Autoria = poucos escritos canônicos do período da formação do Novo


Testamento obtiveram tão fácil aceitação como estes. As provas que lhe asseguram a
apostolicidade são valiosas, tanto externas como internas. Clemente de Roma aludiu a estas
cartas, em citação que fez de alguns textos, quando escreveu à mesma igreja com o fim de
restaurar a unidade da congregação que se dividira mais uma vez. Os demais pais da igreja
também concordam com a autoria paulina. As provas internas são abundantes. Elas retratam a
personalidade inconfundível de Paulo, o seu caráter ilibado, de onde nasceram os repentes do
seu gênio combativo, a energia com que zelava pela boa ordem, solenidade e respeito para
com o culto público, quando saia contra o erro, e, como que esquecido de tais pelejas, dócil e
amável se voltava para os irmãos afagando-os com carinho, paternalmente, o Paulo humilde
que, embora vitorioso, confessava derrotado, tanta a humildade que se lhe derramava da alma.

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As cartas se relacionam com Atos dos Apóstolos. Com que coincidência conta-se a história do
evangelista Apolo. Os Atos dizem que ele passara para a Acaia, vindo de Éfeso, e que ali
cooperou com os irmãos. Desta atividade de Apolo há uma nota em 1 Coríntios 3.6. Diz-se em
1 Coríntios 4.17, que Paulo enviara Timóteo a Corinto incumbindo-o de uma missão pastoral.
Os Atos o confirmam: Paulo desejoso de passar pela Macedônia e Acaia, mandou adiante
Timóteo e Erasto, os quais o buscaram depois de ele, Paulo, deixar a Ásia(19.21-22). Paulo
também aproveita a primeira carta para transmitir aos irmãos de Corinto a saudação do casal
Áquila e Priscila, de Éfeso(1 Corintios 16.19). A carta afirma que o apóstolo prometera ir a
Corinto através da Macedônia, e que lá demoraria toda estação hibernal(1 Coríntios 16.5-6). A
leitura de Atos 20.1-3 confere. Outra evidência: a epístola sustenta que Paulo batizara a
Crispo(1 Coríntios 1.14). Em Atos 18.8 está a razão desse fato: Crispo se distinguiu como um
dos primeiros convertidos de Paulo; era chefe da sinagoga de Corinto, e pessoa de muito
respeito. Estas provas e outras que facilmente se podem ver da relação íntima que há entre
ambas as epístolas, são suficientes para esclarecer-nos a autenticidade e a autoria.

3. A Igreja de Corinto = Corinto, a capital da província grega da Acaia, situada no sopé do


monte Corinto, foi construída para fins militares como fortaleza, cuja missão era defender o
Peloponeso das invasões inimigas. Era a porta do Peloponeso fechada com dobradiças
pesadas e maciças em suas portas. Passa por ela um canal que liga os mares Egeu e Iônico
entre si. Dois movimentados portos fazem o comércio; um libera embarcações para a Itália - o
porto de Cencréia; o outro faz o intercâmbio com a Ásia - o de Lequéu, bem mais afastado do
perímetro urbano. Com topografia privilegiada, em pouco tempo tornou-se uma das mais
importantes cidades gregas, o centro comercial e cultural da redondeza - a lâmpada de toda a
Grécia - como dizia Cícero. Foi destruída pelo exército romano em 146 a.D. e 100 anos mais
tarde foi reconstruída. Ressurgiu insólita, desafiando as cidades que lhe furtaram a glória de há
muito disputada; e, populosa e florescente, recuperou tudo o que perdera, menos o espírito
grego que sempre fizera de seu povo um povo de bons costumes. A cidade veio a sofrer de
contorções, estimulada pela depravação e luxúria que se alastravam na população, desde os
escravos até os ricos. Se primitivamente fora conhecida pela ciência e pelas artes que
estimulava, reconstruída, celebrizou-se pela devassidão a que se entregara, tanto que nela
imperava a lascívia.

A colônia judaica era a única força moral e religiosa, o dique resistente que se opôs a esse
estado de coisas lastimável. As sinagogas desempenharam excelente papel no saneamento
moral da sociedade. Influenciando pelas reuniões a que concorriam judeus e gentios, pobres e
ricos, o ambiente social preparou-se para receber o evangelho. Paulo buscou contato com os
judeus, com os quais manteve palestras publicamente, e lhes anunciava a Jesus. Mais um
pouco e crescia o número de obreiros no novo campo missionário. Timóteo e Silas são os
melhores colaboradores. Paulo encontrara o casal Áquila e Priscila. O evangelho passou a ser
pregado em casa desses irmãos. Nascia a igreja cristã na cidade de Corinto.

Não foi sem sacrifícios que aí se impôs o cristianismo. Tumultos e outros obstáculos
apareceram, engendrados pelos judeus intolerantes, que não se conformavam com a
mensagem do Senhor. Tal espírito de rebeldia, nutrido de contínuas rivalidades de ordem
política e social, refletiu na congregação evangélica de modo bastante pronunciado. As cartas
são documentos que atestam a facilidade com que a igreja se dividia para lutar contra si
mesma, como se o mundo, o diabo e a carne não lhe fossem os verdadeiros adversários.
Revelava-se, inconscientemente, como marcada tendência para a anarquia, aborrecendo o
espírito de ordem, governo e organização. Foi, por isso mesmo, uma preocupação fatigante
para Paulo, homem de Deus que na seara do reino jamais trabalhara terreno tão duro. Na
igreja havia os de Cefas, de Apolo, de Paulo, e os de Cristo.

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Aceitemos que estes problemas não deixariam de existir na igreja de Corinto. Eles resultam de
condições intrínsecas do meio ambiente(este aspecto heterogêneo, formado de judeus e de
gentios, membros da classe culta, e de outras de menos projeção social). É natural que os
judeus interpretassem o cristianismo em termos da Lei e dos Profetas. Eles trabalhariam
segundo o único processo que conheciam - o método da religião ritualista com representações
dramáticas e cenários berrantes. Seriam os que contrariavam a execução do decreto de
Jerusalém, por acharem-no fora dos preceitos de Moisés.

Os gentios, aliviados, em parte, com as recomendações da assembléia, apoiavam


incondicionalmente o pastorado de Paulo. As desinteligências em relação aos grupos não se
fundavam somente no trato obsequioso dispensado ao apóstolo; eram como estalidos
provocados pelo contato pessoal de indivíduos. Bastava um núcleo se exaltar para que outro
emperrasse na posição que tomara. A liberdade religiosa, aparentemente grande, que tinham
dos gentios, mercê de concepção particular, que se lhes ensinara, de um cristianismo alheio
aos preconceitos raciais, é que serviu de centro para o qual se voltaram os interesses
eclesiásticos e espirituais dos crentes. Em suma, o tropeço da igreja não era Paulo, mas o tipo
de cristianismo que ele representava e pregava. Cabia-lhe provar aos seus pares, porque a
característica marcante do ofício era o evangelho de Cristo. A interpretação que dava ao
serviço do apostolado fê-lo apegar-se à religião no seu aspecto experimental. Posto que este
modo de entender, era ele livre para praticar as exigências da Lei; por amor à coerência,
porém, não estava, necessariamente, no dever de ensinar estas coisas, nem a judeus, nem a
gentios.

Um terceiro grupo apareceu, mas alheio às questões de ordem eclesiástica. É que a igreja
recebera novo cooperador: Apolo - homem eloqüente e conhecedor das Escrituras. Ele
confirmava a fé a muitos, e com proficiência refutava as posições ardilosas dos judeus
incrédulos. Era amigo de Paulo, e lhe merecera decidido apoio no trabalho. Não havia
diferença de ponto de vista entre ambos, apenas Paulo trabalhava a fundo a significação dos
fatos do cristianismo, em virtude, talvez da natureza de sua experiência de conversão.
Aprendera a interpretar o cristianismo como coisa vital, baseando-o na morte e na ressurreição
do Senhor Jesus. Apolo, porém, já o compreendeu com implicações filosóficas, ao paladar dos
gregos e dos alexandrinos. Assim, de pronto este homem cativou parte do auditório: alguns se
deleitavam na eloqüência do novo pregador; outros, gentios, principalmente, preferiam ouvir o
vernáculo ao grego hebraizado

Estes problemas da igreja em Corinto permaneceram já que a igreja estava num centro
cosmopolita. Era preciso aproveitar da melhor maneira as circunstâncias do trabalho para que
a igreja dividida não se prejudicasse mais do que se prejudicara. Paulo não resolvera para
sempre os problemas, mas durante o seu pastorado, coibiu os abusos, desde a licença até o
desvirtuamento da Ceia do Senhor, que, de um ato de fé que era, ia se parecendo com
banquete pagão. Não foi desprezada pelo apóstolo, antes foi amada e cuidada com paciência.

4. Integridade e Propósito = a correspondência de Paulo com a igreja de Corinto não está,


infelizmente, conservada em ordem. Sabe-se de 1 Coríntios 5.9, que Paulo escrevera aos
irmãos aconselhando-os a se afastarem de alguns outros que, vencidos pelas tentações, se
entregavam a imoralidades. Esta carta, ou é desconhecida para nós, ou está incluída no resto
da correspondência. Sabe-se mais, que da família de Cloé saiu um mensageiro para Paulo,
que o pôs ao conhecimento das contendas e desinteligências existentes na igreja(1 Coríntios
1.11). O mesmo emissário teria sido o portador de uma consulta, por escrito, à qual o apóstolo
prontamente respondeu(1 Coríntios 7.1). Nada mais se sabe desta carta-consulta. Ela está
inteiramente perdida. Infere-se daqui que 1 Coríntios não é a primeira carta destas. Fica
também, entendido, a esta altura, que duas missivas foram dirigidas à igreja, uma de conteúdo
exortativo, referida em 1 Coríntios 5.9 e que possivelmente está encaixada em 2 Coríntios 6.4 e

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7.1, e a segunda, a atual 1 Coríntios, que deixa de ser a primeira como é comumente
considerada. Vejam-se os capítulos 6 e 7 de 2 Coríntios, eles são realmente a resposta que
Paulo deu a consulta que os irmãos lhe fizeram, e cuidam também dos litígios e desmandos
que haviam no seio da congregação.

As dificuldades continuaram na igreja, coadjuvadas por demonstrações de hostilidade a Paulo.


1 Coríntios havia criado certa animosidade. Mas o apóstolo não foi a Corinto; confessa ter
chegado à Troade mas não teve alívio para o espírito conturbado e a carne em sofrimento(2
Coríntios 2.12-13 e 7.5). Decidiu enviar a Tito para desfazer o impasse havido entre a igreja e o
pastor. Tito levara uma nova carta, uma em que o velho apóstolo defende veementemente a
legitimidade do seu apostolado. Era o meio de desabafar um coração ofendido e açoitado
barbaramente. Esta terceira carta não a temos completa, apenas uma parte. É o trecho de 2
Coríntios 10.1-13.10, onde ele põe à vista dos adversários atos do seu ministério, feitos
milagrosos como credenciais do apostolado, e prova que coisa nenhuma das praticadas pelos
apóstolos, naturais ou sobrenaturais, ele, Paulo, deixou de fazer entre eles. Violenta, amarga, a
epístola é fácil de ser discernida no bojo de 2 Coríntios, tamanha a diferença que se observa
na leitura, tanto pela interrupção do pensamento como pela freqüência de idéias
desconcertantes.

Que diremos de Tito entre os crentes rebelados? O encontro na Macedônia foi auspicioso. Tito
teve bom êxito na viagem: harmonizara os descontentes e obtivera a adesão da igreja toda
para com Paulo. Este, ante a sinceridade da congregação, sentiu sua aspereza e ânimo
exacerbado para com ela; não podia, contudo, evitar de recomendar-lhe o arrependimento, o
que conseguira com a ajuda de Tito(2 Coríntios 7.8-10). Passada a refrega, de novo Paulo abre
o coração, e, por via de outra carta, volta-se amoroso aos crentes de Corinto. É mais uma de
suas mensagens à igreja, que não temos por inteiro, encontrando-se alguns trechos em 2
Coríntios. É leve, terna e conselheira repassada de um tom especial de bondade, preço
cobrado a terceira carta que se parece mais com uma repulsa a um insulto.

Paulo devia explicações à igreja. Contudo, não pudera ir a Corinto, não suportara o peso do
sofrimento. Mandara a Tito e agora explica o motivo. Não escondeu a causa. Fez-lhes saber
que embora o levasse a intenção, evitara o encontro para os poupar(2 Coríntios 1.15-24). O
trecho é todo amabilidade, e vai de 1.1 até 6.13. Em 7.2 reata-se o pensamento: Paulo afirma
claramente que a ninguém injuriou ou corrompeu, e nem defraudou. Dá espaço ao gozo do
seu coração e declara que os coríntios estavam como que dispostos a morrer com ele; que Tito
lhe trouxera notícias confortadoras, e dispensava as cartas escritas porque os tinha como
cartas escritas do coração, conhecida e lida por todos(2 Coríntios 3.2). Manso e atencioso
escreve desde 2 Coríntios 7.2 até 9.15, e promete visitar a igreja e, nessa ocasião, tomar as
ofertas destinadas as crentes pobres de Jerusalém. Reunidos estes trechos que aparecem na
atual 2 Coríntios, tem-se a quarta, e possivelmente a última de suas mensagens a igreja de
Corinto, também incompleta. Esse trechos são: 1.1 a 6.13 e 7.2 a 9.15.

5. Local e Data = Paulo viera a Corinto e depois de demorar alguns dias em Atenas(Atos
18.1).Um ano e meio se passaram e ele seguira para Éfeso acompanhado de Áquila e Priscila.
Depois sozinho, ele continuou o ciclo de suas viagens para Cesaréia, Jerusalém e Antioquia,
concluindo-o pela região Frígio-Gálata(Atos 18.18-23). Mais um pouco e retornava para a Ásia,
e por três anos trabalhou em Éfeso dirigindo dali o movimento evangelístico em toda a
província(Atos 19.1 a 20.31). Estabelecendo-se a conexão com todos os elementos das
epístolas, comparem-se os textos de Atos aqui citados com 1 Coríntios 15.32 e 16.12,19.
Entende-se que Paulo estava em Éfeso ao escrever 1 Coríntios, pois Apolo estava com ele e
recebera convite para visitar a igreja. Essa mesma carta é portadora de saudações as igrejas
da Ásia. Quer dizer que a epístola foi escrita depois da terceira viagem missionária. Paulo
esteve em Corinto lá pelo ano de 51 a.D., e dando-se o tempo de quatro anos para as viagens

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e ministério em Éfeso, o que é razoável, aceita-se o princípio do ano de 55 a.D., para a data de
1 Coríntios. A verdadeira primeira carta a de 2 Coríntios 6.14 a 7.1, essa também foi escrita de
Éfeso, alguns meses antes da nossa 1 Coríntios.

A visita de Apolo alimentou, em parte, e independentemente de sua vontade, o espírito de


facção da igreja. A crise que caíra sobre a congregação incompatibilizou Paulo com os crentes.
Seguiu a terceira carta, a levada por Tito. Essa deve ter sido escrita em meados de 56 a.D. O
apóstolo não ficara em Éfeso, fora a Troade e de lá rumou para a Macedônia, e aí é que teve a
dita de saber o desfecho feliz da pendência. Não tardou em escrever para Corinto reatando o
elo que o prendia à igreja. É a quarta carta, e ela está compreendida em 2 Coríntios 1.1 a 6.13
e 7.2 a 9.15. A epístola da pacificação foi a última que Paulo escreveu aos crentes coríntios, e
data dos derradeiros meses do ano de 56 a.D., tendo a Macedônia, talvez a cidade de Filipos,
como lugar de procedência.

6. Peculiaridades de Coríntios = a) A igreja em Corinto = tem dois aspectos que são


enfatizados nas cartas, o aspecto cívico e o orgulho intelectual que é fortemente combatido(1
Coríntios 1.18; 3.18; 8.12). A imoralidade e pecados sexuais(1 Coríntios 5.1-11; 6.15-18;
11.21). Problemas teológicos: 1) espírito faccioso e os grupos rivais que iam aos tribunais(1
Coríntios 11.17-19). 2) orgulhavam-se do seu conhecimento e liberdade teológica(1 Coríntios
6.2; 8.9; 10.23). 3) alguns teólogos afirmam que havia a heresia gnóstico-judaica que
influenciava o pensamento e a conduta dos crentes e a liberdade se tornava em
licensiosidade(1 Coríntios 1.5; 2.1; 13.2; 14.6). 4) negavam a doutrina da ressurreição, nem
tanto a de Cristo, mas a do corpo do crente. O corpo mal não pode ser ressurreto(2 Timóteo
2.18). 5) ênfase exagerada no emocionalismo e demonstrações visíveis na vida espiritual(1
Coríntios 14). 6) práticas sexuais descontroladas e ilícitas(1 Coríntios 7). 7) ênfase exagerada
na divindade de Jesus e os aspectos celestiais em detrimento da sua humanidade, as
manifestações físicas de Jesus foram fantasmagóricas(1 Coríntios 12.3). 8) rejeitavam a
doutrina da cruz de Cristo(1 Coríntios 1.18-23).

b) Momentos e relações de Paulo com a igreja de Corinto = 1) a fundação da igreja(Atos


18.10). 2) sai de Corinto e vai a Éfeso(Aros 18.18). 3) envia uma carta a Corinto mencionada
em 1 Coríntios 5.9. 4) através da família de Cloé fica sabendo que a igreja está dividida(1
Coríntios 1.11). 5) nessa mesma época Paulo recebe uma carta de Corinto pedindo orientação
em relação a ordem do culto, e ainda o cristianismo no mundo contemporâneo(1 Coríntios 7.1).
6) escreve 1 Coríntios, tratando do espírito faccioso(4) e também responde a carta(5), e esta é
levada por Tito, que é o portador(2 Coríntios 12.18). 7) Timóteo é enviado a Corinto numa
missão especial(1 Coríntios 4.17). 8) há uma crise em Corinto, provocada por emissários
judeus. A autoridade paulina é desafiada(2 Coríntios 10.10). Timóteo fica perdido com a
situação e volta à Éfeso. 9) recebendo Timóteo, Paulo resolve viajar a Corinto, tratando,
pessoalmente do problema(a visita dolorosa); é humilhado diante da igreja e volta à Éfeso
muito angustiado(2 Coríntios 2.1). 10) escreve uma carta forte, conhecida como “a carta
severa”, para tratar da crise essa carta está perdida ou segundo alguns, parcialmente
preservada em 2 Coríntios 10 a 13 ; 2.4 e 7.8. 11) seguindo os planos registrados em 1
Coríntios 16, faz a visita intermediária a Corinto indo para a Macedônia. 12) Tito se encontra
com Paulo relatando que o pior já passou e a rebelião já foi apaziguada( 2 Coríntios 6.6-16).
13) escreve a 2 Coríntios que é enviada da Macedônia à Corinto por Tito que é acompanhado
por mais dois irmãos( 2 Coríntios 1 a 6). 14) Paulo volta pessoalmente a Corinto mais uma
vez(Atos 20).

c) Paulo e a polêmica em Corinto = 1) os partidos: um dos aspectos mais depreciativos da


igreja de Corinto era o seu espírito faccioso, em parte até aceito por Paulo(1 Coríntios 11.19). A
natureza desses grupos é um problema(1 Coríntios 1.12; 3.4-5.21). Os nomes dos apóstolos e
Apolo sugerem que os coríntios criaram uma dependência mística a estes líderes(seguindo

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aquilo que era costume nos cultos pagãos), o que fica obscuro é a referência ao partido de
Cristo(1.12). Parece que havia um grupo radical de judaizantes que praticavam uma espécie de
gnosticismo judaico, advogando que receberam uma revelação direta de Jesus e assim
rejeitavam a autoridade apostólica. 2) o apostolado de Paulo: analisando 2 Cortíntios
percebemos uma calorosa auto-defesa de seu ministério apostólico. O apostolado de Paulo foi
desafiado de duas maneiras: aqueles que diziam ser os verdadeiros apóstolos; aqueles que
denegriam, minimizavam o ofício de Paulo. Estes ditos apóstolos de Cristo declaravam alguma
coisa a respeito de si próprios(2 Coríntios 11.22-23): 1. diziam ser o povo privilegiado, hebreus,
israelitas, descendentes de Abraão. 2. realizavam milagres no poder do Espírito(2 Coríntios
11.13-15; 12.12). 3. pregavam um evangelho com uma cristologia diferente da de Paulo( 2
Coríntios 11.3-4). 4. exploravam os coríntios financeiramente(2 Coríntios 11.20). 5. os sinais na
vida e ministério destes homens negavam as suas qualificações(2 Coríntios 13.3-5)

7. Esboço das Cartas

1 Coríntios

CAPÍTULO 1 – O APOSTOLO E AS DISSENSÕES NA IGREJA

I - A saudação apostólica(1-3): Paulo é um apóstolo com plena autoridade para o exercício de


sua vocação(1). A igreja de Corinto apesar dos erros é de Deus(2). A igreja de Corinto foi
santificada em Cristo e não deve continuar no erro(2). A igreja de Corinto deveria demonstrar
sua união com todos os demais crentes(2). A igreja de Corinto deveria viver debaixo do
senhorio de Cristo(2). A graça e a paz só podem ser encontradas em Deus(3).

II - A gratidão apostólica(4-9): Apesar do conflitos a atitude de Paulo em relação aos irmãos era
de gratidão e estímulo(4). A graça de Deus já havia sido dada aos coríntios e ela seria
suficiente para resolver os problemas(4). Aquela era um igreja enriquecida pela sua união com
o Senhor Jesus Cristo: a) em toda a palavra. b) em todo o conhecimento(5). Aquela era uma
igreja que já havia recebido o testemunho acerca de Cristo(6). Aquela era uma igreja habilitada
com todo os dons espirituais(7). Aquela era um igreja que aguardava a volta de Jesus(7).
Aquela era uma igreja que, como nós, dependia da obra de Cristo em firmar e estabilizar os
corações que nele confiam. A obra de preservação é dele e não nossa(8). Aquela era uma
igreja que devia estar atenta para a fidelidade de Deus(9): a) esta fidelidade garante-nos que
seremos irrepreensíveis. b) esta fidelidade garante-nos que ele cumprirá suas promessas. c)
esta fidelidade garante-nos que fomos chamados para a comunhão com Seu Filho. d) esta
fidelidade garante-nos que Ele tem toda autoridade.

III - As dissensões na igreja(10-31):

1) os partidos(10-12): a) Paulo apela aos irmãos em nome de Jesus que: vivam unidos e que
esta união seja manifesta no falar, pensar, nas decisões e opiniões(10). b) embora ele
estivesse longe por sete anos os problemas da igreja eram do seu conhecimento(11).
Contendas afetam a vida da igreja e mancham seu testemunho. c) aparentemente a igreja
estava divida em 4 facções(12): Os de Paulo = gentios que não queriam cumprir a Lei. Os de
Apolo = convertidos sob sua pregação e que gostavam de sua retórica sofisticada. Os de Cefas
= judaizantes que exigiam o cumprimento da Lei Mosaica. Os de Cristo = talvez se achassem
mais espirituais e dissessem: “pertencemos a Cristo, não pertencemos a nenhum grupo”,
embora agissem como um grupo.

2) quem era o responsável por esta divisão(13-17)? a) o argumento paulino o põe fora de
suspeita(13): 1. Cristo se divide, de modo que Ele esteja com um e outro grupo que não se
amam? 2. Quem derramou seu sangue na cruz pela salvação dos coríntios? 3. Paulo criou
uma nova religião para que o batismo se desse em nome dele? b) o batismo acontecia em

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nome de Cristo(14-16): 1. Ele se sentia até feliz por não ter batizado muitas pessoas em
Corinto. 2. Pois isso diminuiria a possibilidade de alguém reivindicar a origem de sua dissensão
no batismo. E ninguém precisava filiar-se ao grupo Paulino. 3. O batismo dos coríntios era um
só e em nome de Jesus. c) a missão de Paulo estava bem clara(17): 1. Aqui Paulo não tem a
intenção de desprestigiar o batismo, mas exaltar a pregação. 2. A pregação de Paulo não
visava ganhar adeptos para ele. 3. Quando era necessário ele batizava, mas não o fazia em
seu nome(12). 4. Ele era mensageiro de Cristo. Sua mensagem não se adornava com a
retórica(sabedoria) dos homens. Nela destacava-se a cruz de Cristo. A pregação produziria
resultados não pela sabedoria das palavras, mas pelo poder da Cruz. Não era pela forma mas
pelo conteúdo.

3) a loucura do evangelho(18-25): a) a pregação do Cristo crucificado encontra duas classes de


ouvintes(18-19): 1. os que estão perecendo = para estes a pregação é loucura. 2. os que estão
sendo salvos = para nós ela é poder de Deus. b) a sabedoria dos homens é comparada a
sabedoria divina(20-21): 1. o sábio, o escriba, o pesquisador, o filósofo, não chega a conhecer
a Deus por meio dos seus pensamentos, reflexões e raciocínios. 2. por mais que se aproxime
de Deus, ele sempre se encontrará distante do Criador. 3. a natureza de Deus e seus atributos
confundem a mente humana e a sua sabedoria. 4. o homem só conhecerá a Deus e o
conteúdo de sua mensagem se der atenção à revelação divina na pregação. 5. em vez de
elaborar o pensamento, o homem precisa crer. c) a pregação do evangelho(22-25): 1. não é
determinada pelos desejos dos homens(22). Judeus e gregos representam duas classes de
incrédulos que rejeitaram a pregação do evangelho. Os judeus queriam milagres, provas para
confirmar a pregação. Os gregos queriam enquadrar o evangelho nos esquemas de suas
filosofias. 2. a pregação é escândalo e loucura(23). É escândalo(tropeço) para os judeus. Eles
não queriam um Messias crucificado, humilhado e aparentemente derrotado. Já os gregos
rejeitavam a pregação da cruz por sua irracionalidade. Do ponto de vista de sua filosofia, um
malfeitor crucificado não podia salvar a humanidade(armadilha). 3. a pregação é a mensagem
da cruz(23). A cruz é o centro da mensagem do evangelho. Omitir a cruz na pregação significa
trair o Senhor Jesus, menosprezando o seu sacrifício. Significa trair também os ouvintes,
porque eles não serão salvos sem crer no Cristo crucificado. 4. a pregação é o poder de
Deus(24-25). Para os que são chamados independentemente da posição(gregos ou judeus)
esta pregação é o poder de Deus. O evangelho é o poder de Deus porque realiza uma obra
que nenhum outro poder conhecido pode fazer: a transformação de um homem perdido num
homem salvo. 5. a pregação é a sabedoria de Deus(24-25). Os que vão a Cristo, sejam judeus
ou gregos, encontram nele a Sabedoria, porque Deus fez provisão para satisfazer todas as
necessidades espirituais do homem. O evangelho não é sabedoria dos homens. Não foi criado,
codificado, sistematizado por homem algum. É obra da Sabedoria divina.

4) uma ilustração viva(26-31): Paulo apela à própria “vocação” dos coríntios para confirmar seu
ensino(26). a) é o ato de Deus baseado não na condição externa dos chamados; porém, no
amor soberano de Deus. b) olhem entre vós e vejam que alguns grupos humanos não têm
muitos representantes: 1. sábios segundo a carne = cultura e informação. 2. poderosos = poder
e influência. 3. nobres = aristocratas. c) por causa da posição que tomam em relação à Palavra
da cruz não há lugar para eles no reino de Deus(26): 1. questionam mas não crêem. 2. exigem
provas científicas mas não ouvem. d) o entendimento humano é fraco demais para servir de
guia ao destino eterno da alma(27-28), compare estes três paradoxos: 1. “as coisas loucas - os
sábios”(27). 2. “as coisas fracas - os fortes”(27). 3. “as coisas ignóbeis, e as desprezadas, e as
que nada são”(28). 4. em cada uma destas posições nota-se a mão divina dirigindo tudo para
engrandecer o seu propósito. e) o propósito de Deus é evitar que o homem seja glorificado e
exaltado(29): é por isso que o Deus Onipotente tomas as coisas fracas e desprezadas e com
elas confunde os sábios, poderosos e fortes. Quantos servos de Deus, simples e humildes, têm
sido instrumentos para pregar com poder esta Palavra, assombrando e admirando os grandes
do mundo. Diante do Deus que age assim nenhum homem tem motivo para gloriar-se. f) Os
crentes devem alegrar-se e se gloriar em Cristo(30): nós pertencemos a Deus. Ele nos

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abençoa, trazendo-nos por meio de Jesus Cristo todas as bênçãos da salvação: sabedoria,
justiça, santificação e redenção. g) devemos nos gloriar em Cristo Jesus(31): “o sábio não deve
se orgulhar da sua sabedoria, nem o forte da sua força, nem o rico da sua riqueza. Se alguém
quiser se orgulhar, que se orgulhe de me conhecer e me entender; porque eu, o Eterno, sou
Deus de amor e faço o que é justo e direito no mundo. Essas são as coisas que me agradam”
(Jeremias 9.23-24).

CAPÍTULO 2 - A NATUREZA DA PREGAÇÃO DE PAULO

I - A pregação de Paulo não era em sabedoria humana, mas em poder divino(1-5): 1) Ele
reafirma que não pregou preocupado com a forma,com as palavras que impressionavam, com
conteúdo de filosofia(1). Sua tarefa foi anunciar o testemunho de Deus. Aquilo que Deus havia
revelado, O evangelho dispensa retórica, filosofia, porque é o poder de Deus. 2) Sua
mensagem anunciava a Jesus Cristo crucificado(2), pois ele foi direto ao assunto principal. 3)
Do ponto de vista da apresentação pessoal ele não conseguia impressionar ninguém(3): fraco,
medroso, trêmulo. 4) O que afetou os coríntios foi a demonstração do Espírito e de Poder(4):
tanto a linguagem como o conteúdo da mensagem não foram palavras persuasivas. A
pregação deve conduzir os ouvintes a uma prova irrefutável do poder de Deus. 5) O objetivo de
sua pregação era firmar a fé dos irmãos no poder de Deus(5).

II - O Evangelho não é sabedoria humana(6-9): 1) A verdadeira sabedoria é comunicada entre


os experimentados(6): a) experimentados = perfeitos, maduros na fé. b) sua origem não
encontra-se neste mundo nem nos homens. c) ela é superior à dos homens que está com os
dias contados. 2) A verdadeira sabedoria é um mistério(7): a) mistério = um segredo
impenetrável ao homem, mas que agora Deus revelou. b) esta sabedoria é revelada aos
crentes. Os incrédulos ainda estão às escuras. c) esta sabedoria(evangelho) está nos planos
divinos desde a eternidade. d) esta sabedoria faz parte da soberania de Deus(preordenou). e)
esta sabedoria demonstra o interesse de Deus pelo nosso bem-estar. 3) A verdadeira
sabedoria só é conhecida através da revelação especial(8): a) Jesus é a revelação especial de
Deus aos homens(logos). b) esta revelação não foi alcançada pelos poderosos deste mundo,
pois eles a rejeitaram quando crucificaram-no. 4) Os nossos métodos de apreensão(olhos,
ouvidos, entendimento) não capazes de nos dar qualquer idéia das coisas maravilhosas que
Deus tem prontas para aqueles que o amam(9).

III - Palavras ensinadas pelo Espírito Santo(10-13): 1) O Espírito Santo é agente revelador(10):
a) Deus o usa para nos revelar a sua vontade expressa na sua Palavra. b) Ele penetra todas as
coisas. Não há nada que esteja além do seu conhecimento. c) Ele conhece até os íntimos
recessos do conselho divino. 2) O Espírito Santo conhece a Deus por dentro(11): a) da mesma
maneira como o espírito do homem sabe o que se passa no seu interior. b) o Espírito Santo é
plenamente divino. c) “as coisas de Deus” que Paulo anuncia são autênticas pois o Espírito lhe
revelou. d) o Espírito Santo revela a verdade de Deus. 3) O Espírito Santo foi enviado por
Deus(12): a) este Espírito não tem origem no mundo. “o espírito do mundo” = sabedoria do
mundo é algo construído pelos homens. b) os cristãos não receberam o espírito de sabedoria
humana. c) recebemos o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos
foi dado gratuitamente. 4) O Espírito Santo ministra o ensino cristão(13): a) o que o cristão
recebe, passa adiante. b) este ensino é ministrado em palavras ensinadas pelo Espírito. c) as
verdades espirituais devem ser explicadas as pessoas espirituais.

IV - Discernimento espiritual(14-16): 1) O homem natural tem suas limitações(v.14): a) ausência


de discernimento espiritual. b) visão limitada pelas coisas desta vida. c) não aceita as coisas do
Espírito de Deus(recusa, rejeita). d) considera loucura a sabedoria divina. e) está
impossibilitado de entendê-las. f) porque de fato elas se discernem espiritualmente, o homem
natural(que não recebeu o Espírito Santo de Deus através da conversão), não tem capacidade
de avaliar as coisas espirituais. 2) O homem espiritual um belo contraste(v.15): a) habilidade

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para discernir bem todas as coisas. b) “homem espiritual” = equipado pelo Espírito de Deus,
mudado, transformado. c) o princípio espiritual é a base do seu julgamento sobre todas as
coisas. d) nenhum homem natural pode julgá-lo(discerni-lo). Visto que o homem natural não
pode saber as coisas espirituais, não pode julgar o homem espiritual. 3) O discernimento
espiritual exige ter a mente de Cristo(v.16): a) isto não significa que o cristão é capaz de
compreender todos os pensamentos de Cristo. b) o Espírito que em nós habita revela Cristo. c)
o homem espiritual vê as coisas na perspectiva de Jesus Cristo. Esta presença do Espírito
Santo em cada um de nós é um importante diferencial nesta questão do desenvolvimento
cristão. Ele é o agente da santificação. Como a santificação pode ser aplicada a questão do
crescimento? Se ele habita em nós isso significa dizer que a nossa vida tem que ser diferente
da vida das pessoas deste mundo que ainda não nasceram de novo. Eu e você precisamos
desta importante ajuda que ele nos dá para que o desenvolvimento que Deus espera de nós
seja uma realidade. Faça um breve relato de sua própria situação espiritual. Nele você
registrará os aspectos de sua vida que se identificam com o homem natural e que você deve
abandonar; assim como os que se identificam com o homem espiritual que você deve exercitar
mais.

CAPITULO 3 - O PERIGO DAS DIVISÕES NA IGREJA

I - A divisão é conseqüência da carnalidade ou imaturidade(1-4): 1) Aqueles irmãos estavam


ainda nos estágios iniciais da fé cristã(1): a) cristãos carnais = “criancinhas em Cristo”,
imaturos. b) ainda que desejasse tratá-los como espirituais; eles precisavam avançar na vida
espiritual. 2) Aqueles irmãos como crianças careciam de alimento adequado(2): a) não
passavam de bebês no tempo em que Paulo lhes ensinou. b) agora(à época da carta) após
sete anos, a frustração do apóstolo revela-se na censura: “nem agora ainda podeis”. Deviam
ter feito progresso por este tempo. Por isso a alimentação ainda tinha que ser leite e não o
alimento sólido. 3) Aqueles irmãos manifestavam a sua infantilidade através de suas ações(3):
a) ainda eram carnais = dominados ou caracterizados pela obras da carne(inveja, contendas).
b) a inveja era um sentimento do coração e dispunha uns contra os outros. c) as contendas se
mostravam por meio de palavras. d) o resultado disso era o procedimento incorreto que levava
a dissensões e divisões na igreja. e) isso era andar conforme os homens, seguindo o mundo.
4) Aqueles irmãos tinham uma perspectiva mundana(4): a) os homens seguem uns aos
outros(Paulo, Apolo). b) um crente espiritual segue a Jesus Cristo.

II – A divisão é conseqüência de uma compreensão errada sobre o serviço cristão(5-9): O


desenvolvimento do cristão depende duma compreensão correta sobre o serviço cristão. Paulo
nos ajudará nesta secção da carta escrita aos crentes de Corinto que ainda eram imaturos
(3.1-4) e esta imaturidade foi conseqüência duma falta de entendimento sobre a posição do
serviço cristão neste processo de amadurecimento. Que tipo de serviço ou ministério você
realiza na igreja ou fora dela? Qual a importância deste serviço ou ministério dentro da obra de
Deus? Agora que você já respondeu leia de novo os versos 5 a 9 e veja se de fato existem
tarefas mais ou menos importantes na obra de Deus. Quero ajudá-lo a sistematizar o seu
pensamento sobre o serviço cristão à luz dos versos citados anteriormente de modo que você
saiba como servir ao Senhor de modo correto.

1) Os ministros são instrumentos por meio de quem Deus realiza a obra (v.5). a) Não são mais
importantes entre si; nem melhores do que Deus. b) Se fazem algo é porque Deus os usa. c)
Só agem conforme a graça divina concedida a cada um. d) Nós todos servimos ao mesmo
Senhor. 2) Ainda que haja diferença nas atividades ou habilidades todos são servos do Senhor
que abençoa o trabalho(vv.6-8). a) Paulo plantou, Apolo regou, mas somente Deus é quem
produz o crescimento(6). b)Os servos não são importantes: a atenção dos cristãos devem estar
voltada para Deus. Só Ele realiza a obra espiritual(7). c) Os servos tem de ser
unidos(plantar/regar), pois a obra de um há de completar o serviço do outro(8). c) Os servos
serão recompensados pelo Senhor e não precisam das honrarias e distinções dos homens(8).

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3) De fato é necessário ampliar a visão do serviço cristão(v.9). a) De Deus somos


cooperadores = tudo é de Deus e todos pertencem a Deus. Nós somos cooperadores uns com
os outros no serviço de Deus. Ao invés de intrigas e disputas há de haver entre nós espírito
cooperativo. b) De Deus somos lavoura = todos nós não obstante as diferenças somos frutos
da lavoura do Senhor. Não pertencemos a lavouras diferentes. Não se justifica que andemos,
trabalhemos e sirvamos, pondo obstáculos uns para os outros. c) De Deus somos edifício =
Paulo não diz que cada um de nós é um edifício separado. Mas em conjunto formamos o
edifício onde Deus está trabalhando. Já imaginaram o que ocorreria se as pedras de um
edifício se voltassem umas contra as outras? O edifício não resistiria, em breve desmoronaria.

A palavra cooperador segundo os dicionários significa aquele que trabalha em comum,


colabora, ajuda, auxilia. Diante da definição encontrada e da argumentação bíblica responda
sinceramente: você é um(a) cooperador(a) de Deus? Se a resposta for negativa gostaria de
saber o que ainda está faltando em sua vida para que de fato você seja um(a) cooperador(a)
de Deus? Se a resposta for afirmativa quero parabenizá-lo e desejar que você mantenha-se
firme no propósito de servir(cooperar) ao Senhor. Se por um lado a compreensão correta sobre
o serviço cristão é imprescindível para o desenvolvimento do crente, uma relação correta com
a edificação da igreja também é fundamental.

III – A divisão é conseqüência de uma relação errada com a edificação daigreja(10-15): Creio
que os problemas já começam com uma certa confusão sobre o que é a igreja. O que é igreja
para você? É muito comum as pessoas confundirem igreja com o local ou prédio de reuniões
ou cultos. Agora caminhemos juntos pelos versos 10-15 e vejamos como deve ser a nossa
relação com a edificação da igreja: 1) A edificação da igreja é uma tarefa que exige
sabedoria(v.10): a) Os homens que servem na igreja são os construtores, e recebem
instruções e condições para a edificação do próprio Deus(a graça de Deus). b) O sábio
construtor é aquele que se submete a Deus para realizar a grande missão que lhe tem sido
entregue. c) Os demais que trabalham na construção(edificação da igreja) devem levar a sério
suas responsabilidades individuais. 2) A edificação da igreja é uma tarefa que exige fidelidade
ao fundamento(v.11): a) O fundamento deste edifício é Jesus, o único, diga-se. b) Da mesma
maneira que Paulo fora fiel a este fundamento qualquer outro líder deve sê-lo também. c) Isto
aponta para o fato de que líder é apenas construtor e não a base ou alicerce. d) Ninguém pode
mudar a base sobre a qual a igreja de Deus está alicerçada. 3) A edificação da igreja é uma
tarefa que exige cuidados com a qualidade(v.12-15): a) Os edificadores precisam cuidar do
material que utilizam na construção(12): 1. Ouro, prata, pedras preciosas = os trabalhadores
poderão desejar edificar um edifício digno do seu fundamento(Cristo), usando o que há de
melhor. 2. Madeira, feno e palha = ou poderão fazê-lo com materiais que não têm tanto valor
assim. b) Um dia esta edificação será avaliada, testada, provada(13): 1. O fogo será o
elemento de prova(o Juízo do Senhor). 2. Madeira, feno e palha = serão consumidos. 3. Ouro,
prata e pedras preciosas = serão apurados e feitos ainda mais preciosos. c) Aqueles cujas
obras resistirem a avaliação de Deus serão galardoados(14): 1. galardão = recompensa. 2. Se
edificarmos sobre Ele com amor, dedicação, fé, confiança, consagração, receberemos o
galardão. d) Aqueles cujas obras não resistirem a avaliação de Deus serão prejudicados(15): 1.
Se a edificação se der com materiais menos nobres, seremos salvos, por um triz no dia do
juízo, mas sem o galardão. 2. A salvação depende do fundamento(Cristo). O galardão depende
da qualidade da obra.

Como você tem encarado a sua participação neste processo de edificação da igreja de Cristo?
Lembre-se de que igreja somos eu e você. Cada irmão é um membro deste corpo de Cristo e a
responsabilidade que temos aumenta na medida em que devemos cuidar mutuamente uns dos
outros. O desafio da palavra de Deus para sua vida é edificar sobre o fundamento que é Cristo.
Como você deve então agir nesta questão? Lembre-se que Deus nos capacita através dos
dons espirituais para a realização desta tarefa. Se tem havido falta de sabedoria devemos pedir
ao Senhor que nos torne capazes e prontos para esta obra.

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IV – A divisão é conseqüência de uma visão errada sobre o santuário de Deus(16-17).


Freqüentemente tenho presenciado situações e controvérsias que envolvem uma compreensão
inadequada sobre o que de fato seja o santuário de Deus. Locais, templos, salões de cultos
são tidos como o Santuário de Deus ou como o Templo do Senhor e em nome dessa
sacralização destes espaços físicos construídos por mãos humanas as pessoas são
recriminadas, desprezadas e até criticadas. No texto em destaque Paulo nos alerta sobre a
necessidade de termos uma visão correta sobre o santuário de Deus. Leia os versos 16 e 17 e
destaque as principais verdades que eles nos ensinam sobre este assunto. O raciocínio do
Apóstolo Paulo nos encaminha para duas conclusões objetivas sobre o que de fato é o
santuário de Deus: 1) A igreja (pessoas redimidas) é o Santuário de Deus(v.16): a) Ele habita
na igreja, por meio do Espírito Santo. b) Essa é uma grande e maravilhosa verdade: nós somos
o Santuário de Deus. 2) Quem faz mal a igreja arrisca-se a severa punição(v.17): a) As
dissensões prejudicam a igreja, o Santuário de Deus. b) Deus destrói aqueles que
destroem(corrompem, depravam, ofendem) o seu Santuário. c) Aqueles pois que com inveja,
contendas e procedimentos carnais e infantis, dividem o povo de Deus devem tomar cuidado
pois estão abusando de algo sagrado.

V - A divisão é conseqüência da falta de sabedoria(18-23): Paulo nos convida a agirmos como


sabedoria pois os que agem de modo inadequado em relação ao santuário de Deus o fazem
exatamente porque lhes falta sabedoria. Considere alguns destaques que faço nesta secção
objetivando que você evite as dissensões e divisões na vida da igreja: 1) É necessário que
sejamos realistas(v.18): a) O cristão deve ser equilibrado e atento não permitindo cair ante ao
engano. b) O cristão que pensa ser sábio segundo os padrões do mundo deve renunciar este
estilo de sabedoria. c) O cristão deve adotar como sabedoria para si: “aquela loucura divina”. 2)
É necessário que sejamos otimistas(vv.19-20): a) Nenhum homem é suficientemente sábio
quando comparado a Deus(19). b) A sabedoria do homem(por maior que seja) é loucura diante
de Deus. c) Deus é capaz de derrubar os sábios quando estes trabalham contra Ele(20). d) A
sabedoria e o poder divino são maiores. O raciocínio dos sábios é coisa vã perante Deus. 3) É
necessário que sejamos completos(vv.21-22): a) Porque ficar dividido por gostos ou interesses
particulares, se eu posso ser completamente feliz por desfrutar de tudo o que é meu(21)? b)
Não devemos nos gloriar, orgulhar, exaltar os homens(criaturas). O cristão somente se gloria
no Criador. c) Tudo o que o homem é e tem pertence a Deus: Paulo, Pedro, Apolo, o mundo, a
vida, a morte, as coisas presentes, as coisas futuras(22). 4) É necessário que sejamos um(23):
a) Temos grandes posses em Cristo e elas são nossas porque somos dEle. b) Temos grandes
responsabilidades em Cristo(não devemos viver de modo carnal). c) Não podemos viver como
se fossemos nossos próprios senhores pois pertencemos a Cristo. Nós somos de Deus, assim
como o próprio Cristo é de Deus. Constitui insensatez dividir a igreja por causa de homens.

CAPÍTULO 4 – OS CONTRASTES DO MINISTÉRIO CRISTÃO

I – Missão e recompensa no ministério(1-5): 1) Os homens devem nos considerar como(1): a)


ministros de Cristo = “remador inferior” = servos que trabalhavam na parte de baixo de um
navio grande(posição de humildade). b) despenseiros dos mistérios de Deus =
“superintendente”, administrador de escravos, homem de confiança do seu Senhor. Sua
posição era de responsabilidade. c) a tarefa do servo de cristo que administra a proclamação
da revelação divina deve ser realizada com humildade, obediência, responsabilidade já que ele
está encarregado de realizar os planos de Deus. 2) Dos despenseiros requer-se(2): a)
fidelidade a Jesus Cristo seu Senhor. b) ser digno de confiança deve ser o objetivo de cada
cristão(1 Pedro 4.10). 3) A quem compete julgar o trabalho dos ministros de Cristo(3-4)? a)
esse julgamento não é de propriedade de uma comunidade religiosa(3). b) esse julgamento
não é de propriedade de uma instituição de poder constituído(3). c) esse julgamento não é de
propriedade do próprio ministro de Cristo(3): 1. pois não somos imparciais. 2. mesmo que a

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consciência esteja limpa não significa que sejamos justos ou inocentes. d) esse julgamento é
de propriedade do Senhor(4).

II - A pedagogia do ministério(6-13): 1) A necessidade de ensinar com a própria vida(6): a) a


vida do ministro deve ser usada como exemplo vivo dos ensinos ministrados. b) a motivação
para este exemplo vivo reside no amor ao irmão. c) deste modo os que nos ouvem crerão no
que estamos falando. d) respeitarão os que falam pela coerência e fugirão da soberba. 2) A
necessidade de abandonar o orgulho(7): a) o homem de Deus não pode ser orgulhoso. b) o
que ele é ou tem é obra de Deus. 3) A necessidade de fazer sentir a necessidade dos
líderes(8): a) os irmãos de Corinto sentiam-se auto-suficientes: 1. fortes = satisfeitos. Não
sentiam falta de nada. Por que? 2. ricos = reinar. Indicam que os coríntios sentiam-se seguros
e sem carência de nada. 3. esta auto-suficiência estava longe de ser progresso na fé cristã. b)
os coríntios proclamavam sua independência dos líderes eclesiásticos: 1. eles declaravam que
sem o auxílio dos ministros chegaram lá. Onde? 2. eles afirmavam que tinham alcançado uma
posição que nem mesmo os apóstolos reivindicavam. c) de fato este crescimento é o objetivo
do líder espiritual para os cristãos: 1. mas os coríntios ainda não o tinham atingido(e se
tivessem Paulo gostaria de reinar com eles). 2. precisavam descer do seu orgulho e
reconhecer a importância do ministério em suas vidas. 3. precisavam seguir o exemplo de seus
líderes(fiéis servos e despenseiros de Deus).

4) A necessidade de empenhar-se no trabalho(9): a) ao invés de reclamar, o líder, deve


reconhecer a posição que Deus o colocou: 1. Deus no colocou em último lugar(atrás). 2. Deus
nos colocou numa posição de “condenados à morte”. 3. Deus nos fez “espetáculo” ao
mundo(anjos e homens). b) ao invés de querer mudar a “situação” devemos cumprir bem a
tarefa. 5) A necessidade de esclarecer as diferenças(10-13): a) os ministros são loucos por
causa de Cristo(10): 1. o mundo não nos ama nem nos compreende pois é incompatível com o
Senhor. 2. os irmãos achavam-se sábios, pensavam que tinham tesouros de sabedoria. b) os
ministros são fracos(10) e os irmãos achavam-se fortes. c) os ministros são desprezíveis(10):
1. sem honra, sem direito à cidadania. 2. os irmãos achavam-se ilustres, iminentes, gloriosos.
d) os ministros no exercício de sua vocação são afetados por várias provações(11-13): 1.
padecendo sede e fome(11). 2. não tendo vestimentas suficientes(11). 3. sendo tratados
rudemente e esbofeteados(11). 4. não tendo lugar fixo para morar, andarilhos(11). 5.
afadigando-se pelo trabalho pesado(12). 6. recebendo injúrias, ultrajes e reagindo
bendizendo(12). 7. sendo perseguidos e suportando(12). 8. sendo caluniados(difamados) mas
suplicando, exortando os caluniadores(13). 9. sendo considerados como lixo do mundo(13). e)
ainda que os cristãos queiram ocupar um lugar de destaque, não devemos ter ilusões quanto
ao lugar reservado para nós neste mundo(13).

III - O apelo do ministro(14-21): 1) O ministro deve apelar aos irmãos no sentido de ajudá-
los(14): a) evitando envergonha-los ou humilha-los. b) tratando-os como filhos amados. Criticar
com amor. Assumir a condição de pai espiritual. c) admoestando-os, repreende-los pelos erros
cometidos. 2) O ministro deve demonstrar o seu afeto ao irmãos(15): a) pedagogo = aquele
escravo que levava a criança à escola e geralmente olhava por ela. b) ainda que os coríntios
tivessem outros pedagogos nenhum deles poderia substituir o pai espiritual e nenhum deles
poderia desenvolver o afeto que Paulo tinha por eles. c) o ministro deve assumir a condição de
pai espiritual e revelar seu amor paternal às ovelhas. 3) O ministro deve desafiar os irmãos a
serem seus imitadores(16): a) é claro que não se trata de ganhar seguidores mas sim conduzi-
los ao Senhor Jesus. b) imitar a mim que imito a Cristo(mimetismo). 4) O ministro deve
estimular o discipulado tendo discípulos(17): a) o discipulado exige amor do discípulo para com
o mestre. b) o discipulado exige fidelidade ao Senhor Jesus. c) o discipulado exige
conhecimento das pegadas de Jesus. d) o discipulado exige ensino doutrinário compatível com
os ensinos do Mestre. e) o discipulado baseia-se no princípio da continuidade da obra(Paulo
enviou Timóteo). 5) O ministro deve confrontar os irmãos que estão no erro(18-20): a) aqueles
irmãos envaidecidos(orgulhosos) pensavam e diziam que Paulo não ousava encará-los. b)

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Paulo procura confirmar o seu desejo de brevemente estar com eles e a confrontação haveria
de ocorrer(18). c) a base para esta confrontação não seriam as palavras mas sim o poder de
Deus(19). d) estariam os opositores de Paulo habilitados pelo poder de Deus? O que você
acha? 6) O ministro deve ter alternativas no seu trabalho terapêutico(21): a) “ir com vara” =
com severidade, pronto para puni-los e repreendê-los. b) “ir com amor e espírito de mansidão”
= com disposição branda de falar-lhes ao coração. c) os irmãos deveriam escolher o método,
pois ambos funcionariam desde que eles estivesse dispostos a recebê-lo com a autoridade
espiritual para tal tarefa.

CAPÍTULO 5 - REPREENSÃO QUANTO A IMPUREZA NA IGREJA

I - A prova da impureza(1-2): 1) A imoralidade na igreja de Corinto era pública e notória(1): a)


ainda que estivesse longe dos irmãos ele conhecia os pecados morais. b) pecado ou
imoralidade tão absurda que nem mesmo entre os gentios se vê. c) incesto = um homem que
havia estabelecido uma relação ou união permanente com a mulher de seu pai(este vivo ou
morto, não se sabe). 2) Pior do que a imoralidade é a passividade da igreja(2): a) a Lei judaica
prescrevia apedrejamento para tais coisas(Levítico 18.8; 22.11; Deuteronômio 22.30). b) a ética
cristã ensinada por Jesus administra nestes casos a disciplina. c) os irmãos ensoberbecidos
não fizeram nada pensando que eram superiores. d) a atitude que deveria caracterizá-los num
caso semelhante era a de prantear a perda de um membro, e de cuidar adequadamente deste
caso disciplinar.

II - A punição do impuro(3-5): 1) A disciplina baseia-se na autoridade dada pelo Senhor


Jesus(4): a) a autoridade que há no nome de Cristo Jesus. b) autoridade que há na igreja do
Senhor Jesus(dada por ele). c) autoridade confirmada pelo poder de Jesus Cristo. 2) A
disciplina deve ser executada pela Igreja do Senhor(3): a) Paulo ainda que a distância decide
disciplinar o irmão faltoso já que a igreja não o tinha disciplinado. b) a razão pela qual ele foi
disciplinado foi o ato cometido. 3) A disciplina tem como meta recuperar o irmão(5): a) a
punição teria como conseqüência direta o desligamento do rol de membros e a perda de todos
os direitos eclesiásticos(contextualizando para a nossa realidade). b) a punição deve ser
terapêutica = conquanto a carne seja destruída, é para que o espírito seja salvo. No Dia do
Juízo Paulo esperava ver o ofensor disciplinado entre o povo de Deus.

III - Exortação à pureza(6-8): 1) A impureza se espalha e é preciso limpar o corpo(6): a)


fermento = corrupção, pecado. Massa = igreja, corpo espiritual. b) o pecado não pode nos
conduzir a nos orgulharmos dele mesmo(não é bom). c) aquele irmão faltoso poderia ser um
elemento de contágio para os demais irmãos. d) quando nos alegramos com o pecado(nosso
ou do próximo) estamos contribuindo para a destruição do corpo(igreja). 2) Complacência com
um pecado hoje pode significar uma avalanche de pecados amanhã(7): a) é preciso cuidar da
pureza individual; é preciso expurgar a impureza da igreja para que o mal não se espalhe,
manche a igreja, prejudique o testemunho, e desagrade ao Senhor. b) com a morte de Cristo a
ação dos nossos pecados foi colocada fora. E eles não devem caracterizar as nossas vidas
hoje(novas criaturas = massa nova). 3) A vida cristã é uma “festa pascal” contínua(8): a) esta
celebração contínua exige pureza, santidade, e esta baseada nos padrões da nova vida. b)
para que dela participemos com coerência é preciso: 1. abandonar a malícia e a corrupção. A
velha maneira de viver é caracterizada por coisas más. 2. optar pela sinceridade e verdade =
pureza de motivos e pureza de ação. Características do cristão tão necessárias como o seu
alimento.

IV - Desfazendo um mal entendido(9-13): 1) Paulo havia feito uma recomendação proibindo o


intercâmbio familiar com os transgressores sexuais de qualquer espécie(9): a) estas
orientações tinham sido mal compreendidas ou deturpadas. b) havia sido definido o tipo de
pessoa com quem não poderiam ter comunhão. c) “comunicásseis” = misturar a si próprio. 2)
Os irmãos compreenderam mal a recomendação e se alienaram(10): a) isto significa que o

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apóstolo não recomendou uma segregação(isolamento dos crentes), coisa impossível,


enquanto estamos no mundo. b) a lista dos que estavam sendo segregados(devassos,
avarentos, roubadores, idólatras) nos indica que é impossível viver sem ter contato com alguns
deles. c) de fato estes pecadores mantém uma relação errada com o homem e com Deus e
precisam do testemunho dos cristãos. 3) O que deve ser feito e evitado são as relações
fraternas com os que se dizem crentes mas vivem na impiedade(11): a) não devemos manter
íntima comunhão com aquele que se professa cristão, mas nega a sua fé com o seu viver. b)
estes não são irmãos em Cristo Jesus. Pelo contrário são conhecidos pelos seus atos: 1.
devasso = dissoluto, libertino, licensioso, pervertido. 2. avarento = aquele que tem avareza =
apego sórdido ao dinheiro. 3. idólatra = aquele que pratica a idolatria(culto prestado à ídolos).
4. maldizente = aquele que fala mal dos outros. 5. beberrão = aquele que bebe muito, que vive
embriagado. 6. roubador = aquele que rouba, que tira coisa alheia para si. c) não deve existir
amizade ou qualquer intercâmbio social com estes “irmãos” - “nem mesmo comais”. d) eles
precisam saber que não apoiamos a sua iniquidade, reprovamos o seu pecado. 4) Há uma
diferença entre os de dentro e os de fora da igreja(12-13): a) mais uma vez reforça-se a idéia
sobre a responsabilidade e a necessidade da igreja disciplinar os seus membros(12). b) a
igreja não tem autoridade para disciplinar os que não seus membros(12). c) deve a igreja tirar
do seu meio o membro que deseja continuar no pecado(13). d) Deus há de julgar os que estão
de fora.

CAPÍTULO 6 - OS LIMITES DA LIBERDADE CRISTÃ 1

I - O problema de processos judiciais(1-11): 1) Os conflitos entre os crentes certamente


ocorrerão. Como agir(1)? a) evitá-los a todo custo procurando sempre a paz. b) não devemos
buscar os tribunais civis pois eles não são regidos pelas leis de Deus. c) é nosso dever acertar
os nossos problemas dentro da igreja. 2) Se Deus nos coloca numa posição de honra não
devemos desmerecê-la: a) o mundo(todo o universo de seres inteligentes) será julgado pelos
crentes e pelo Senhor. b) somos indignos quando julgamos nos tribunais menos importantes.
3) Os crentes devem assumir a responsabilidade no trato dos conflitos internos(3): a) os
anjos(a classe mais elevada dos seres criados) serão julgados por nós(2 Pedro 2.4; Judas 1.6).
b) se teremos esta responsabilidade é porque somos capazes de julgar as coisas desta vida
também. 4) Quem deve proceder o julgamento dos conflitos(4-5)? a) os irmãos em Corinto
escolhiam para julgar os que não tinham nenhuma aceitação na igreja - “os que são de menos
estima”(4). b) ao aceitar os padrões de Cristo, os cristãos deliberadamente puseram de lado os
padrões do mundo. c) esses padrões não são nada; os que julgam por eles também. d) os
cristãos devem procurar resolver os seus conflitos permitindo que alguém seja sábio e que
tenha autoridade na igreja, julgue. e) de fato é uma vergonha uma igreja, por não ter alguém
dotado de sabedoria, buscar juízo das questões nos tribunais comuns(5).

5) Por que chegar a um tribunal(6)? a) é muito triste quando um irmão precisa ir a um tribunal
para resolver uma questão com outro irmão. b) muito mais triste é quando este tribunal é
composto de incrédulos. c) os cristãos motivados pelo amor fraternal, dirigidos pelo Espírito
Santo devem evitar tal atitude. 6) Os conflitos por si já atestam o nosso fracasso(7): a) ir a um
tribunal com um irmão já é uma derrota, seja qual for o resultado do processo legal. b) não
seria melhor sofrer a injustiça? Bom Mateus 5.39 nos ensina “a dar a outra face”. c) não seria
melhor ser roubado? Bom Mateus 5.40 nos ensina “a dar a capa também”. d) os irmãos
estavam longe dos princípios cristãos básicos. 7) Isto é real na vida dos injustos(8): a) os
irmãos estavam vivendo impiamente e isto era uma acusação grave contra eles mesmos. b)
não estavam prontos à sofrer injustiça pois ativamente faziam injustiças a outros. c) estavam
pecando contra os padrões éticos, e estavam pecando contra o amor fraternal. d) injustiça =
dano, defraudar, roubar “os próprios irmãos”. 8) Um alerta: os injustos não herdarão o reino de
Deus(9-10): a) de fato os irmãos sabiam dessa verdade mas parece que as vezes se
esqueciam dela(9). b) injustos = caráter contrário ao caráter divino por isso não tomarão posse
no reino que é de Deus(9). c) e por falar nos que não herdarão o reino de Deus acrescenta-se

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aos injustos as seguintes pessoas: 1. devassos = imorais. 2. idólatras = aqueles que adoram
ídolos(tudo aquilo que rouba o lugar de Deus no coração do homem). 3. adúlteros = os que
violam o leito matrimonial. 4. efeminados = os que têm aparência e ou hábitos de mulher. 5.
sodomitas = pederastas = homossexuais masculinos(Romanos 1.26). 6. ladrões = os que
roubam, gatunos insignificantes, ladrões baratos(kleptomania). 7. avarentos = cobiçosos,
desejos sórdidos por ter as coisas. 8. bêbados = os que se embriagam, perdem a sobriedade.
9. maldizentes = os que difamam, fofocam, falam mal. 10. roubadores = aqueles que se
apoderam dos bens alheios com o uso da violência. 9) Reflitam um pouco sobre o seu passado
e veja a revolução ocorrida(11): a) de fato éramos perdidos como são estes mencionados
anteriormente e alguns destes delitos eram o nosso dia-a-dia. Mas o Senhor nos lavou os
pecados. b) a obra de purificação é realizada pela Palavra(João 15.3). c) a obra de santificação
é realizada pelo Espírito Santo. d) a obra de justificação foi realizada pelo Senhor Jesus na
cruz. e) diante desta constatação ao invés de litígios devemos buscar o arrependimento dos
pecados e vivermos uma vida de submissão ao Senhor Jesus Cristo.

II - O uso adequado do corpo(12-20): 1) Firmemos o princípio da liberdade cristã(v.12): a) o


crente não está cercado por uma multidão de restrições = “todas as coisas me são lícitas”. b)
há coisas que são legais mas são inconvenientes no meio cristão = “nem todas me convém”. c)
praticar o legal, mas não moral conforme as Escrituras, é deixar-se dominar pelo
inconveniente. d) há o perigo de que, ao reclamar a sua liberdade cristã, o homem pode
colocar-se na escravidão de coisas que pratica = “eu não me deixarei dominar por nenhuma
delas”. 2) O corpo do crente é para o Senhor(v.13): a) parece que o argumento que os crentes
em Corinto usavam baseava-se na comparação entre o apetite pelo alimento com o apetite
sexual(comer é tão natural como a fornicação). b) parece que este ensino coríntio encontra
muito eco na igreja atualmente e é preciso refutá-lo. c) essa relação estômago-alimento vai
perfurar até a morte, e então acaba-se(ambos serão destruídos). d) mas o corpo não foi feito
para corromper-se, porque o corpo é do Senhor. O propósito divino não é destruí-lo e sim
transformá-lo e glorificá-lo(Filipenses 3.21). e) precisamos desenvolver uma teologia adequada
do corpo. Pois assim como o alimento é necessário para o funcionamento do estômago, o
“Senhor é necessário para o corpo funcionar bem”. Deus nos capacita para vivermos a vida
corporal de modo a servi-lo adequadamente. f) o nosso corpo não deve ser usado para servir a
imoralidade, mas para servir ao Senhor.

3) A ressurreição do corpo confirma a sua importância para o Senhor(14): a) o Senhor quer o


nosso corpo limpo e puro porque ele é a semente do corpo espiritual a ser ganho na
ressurreição que alcançaremos pelo seu poder(15.42-44). b) nenhum crente tem o direito de
sujar com a prostituição(ou impurezas sexuais) esse corpo que Deus vai levantar da terra para
a glória. c) não devemos menosprezar esse corpo(cuidando mal dele)como se ele houvesse de
ser destruído. 4) Somos membros do Corpo de Cristo(15-16): a) cada crente é um membro do
corpo de Cristo(15). A união sexual de um homem e uma mulher faz dos dois uma só carne. c)
não é conveniente unir o Corpo de Cristo a uma prostituta(a prostituição é expressamente
proibida e condenada nas Escrituras), e que se une a uma prostituta faz-se como ela é(16). d)
se permitirmos a impureza em nós, estaremos levando a impureza ao Corpo de Cristo(Igreja) e
isto é um atentado ao Corpo de Jesus. e) a única união sexual lícita é a movida pelo amor
dentro dos limites bíblicos do casamento. f) não devemos profanar o corpo que deve ser usado
somente para Cristo.

5) Uma vez unidos a Cristo nos tornamos espiritualmente uma pessoa com Ele(17): a) o laço
espiritual que liga o verdadeiro crente a Jesus é íntimo e forte. b) da mesma maneira que o ato
sexual torna duas pessoas numa só, os que se unem pelo laço espiritual tornam-se em
espírito. c) o cristão é um só com o seu Senhor(deve pensar, falar e agir como Jesus). 6) Uma
proposta radical para a questão dos pecados sexuais: fugir(18): a) devemos cultivar o hábito de
fugir da imoralidade pois este é o único modo de tratar isso. b) esta fuga envolve até mesmo
evitar que o pensamento esteja a mercê das fantasias e cobiças. c) nenhum pecado atinge

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tanto a base, a essência do corpo quanto a imoralidade(impureza carnal). d) outros pecados


têm a colaboração dos membros do corpo, mas o pecado sexual realiza-se diretamente no
corpo e contra o corpo.

7) Somos o santuário do Espírito Santo. Zelemos pelo corpo(19): a) cada cristão é um


santuário onde Deus habita. Permitir a impureza em nosso corpo é sujar a casa do Deus limpo
e santo. b) nós não temos o direito de poluir esse santuário do Espírito; pois nada que seja
inconveniente no templo de Deus é decente no corpo dos filhos de Deus. c) quando damos
lugar ao pecado, e permitimos que o mal tome conta de nossa vida, nós entristecemos o
Espírito Santo(3.17). 8) Pertencemos a Deus(20): a) uma vez que somos templos de Deus, não
podemos pensar de nós mesmos como pessoas independentes, como pertencentes a nós
mesmos = “não sois de vós mesmos”(19). b) Deus nos comprou por um preço elevado, mais
alto do que prata e ouro, o sangue precioso de Jesus(1 Pedro 1.18,19). c) é nosso dever
glorificar a Deus através desse corpo que pertence a Deus(20). d) Mas se continuarmos a
corrompê-lo com a imoralidade jamais atingiremos o objetivo que o Senhor tem para nós. e)
você sabe que prejudicar propriedade alheia é crime? Então cuidemos para que não sejamos
acusados de destruir o templo do Senhor. f) a única atitude conveniente é pedir perdão a Deus
e solicitar que Ele nos ajude a nos mantermos puros moral e espiritualmente.

CAPÍTULO 7 - ENSINOS SOBRE CASAMENTO

I - O princípio geral do casamento(1-7): 1) A flexibilidade que o estado de solteiro produz(v.1):


a) pessoalmente Paulo tem razões para permanecer sozinho, sem a companhia de uma
mulher. b) tocasse em mulher = casamento. c) o conceito Paulino é que os solteiros estão
livres para servir a Deus sem a preocupação inerente à vida dos casados. d) isto não implica
em que o estado dos casados não seja bom também.

2) A regra geral é a do casamento(v.2): a) os irmãos em Corinto, vivendo numa cidade imoral e


pagã, deveriam considerar o casamento como a solução para a questão da sensualidade. b) o
celibato é bom mas a tentação é farta. A solução certa é que cada um se case. c) os atos
imorais que dominavam Corinto tornavam muito difícil a vida de um solteiro que desejava
manter-se casto. d) isto não significa dizer que o casamento é um tapa buraco para resolver o
problema da imoralidade; pelo contrário ele faz parte dos mais belos propósitos divinos para a
humanidade. e) a noção de casamento aqui é a do monogâmico(cada homem/cada mulher).
Poligamia nem pensar pois a moral cristã jamais permitiu. Fidelidade conjugal é o que Deus
espera dos casais também. 3) O casamento sugere algumas responsabilidades(v.3-5): a)
casados, marido e mulher, têm responsabilidades mútuas(v.3). Um deve amor ao outro,
carinho e afeto(mutualidade). Cada parceiro tem os seus direitos e deveres. Furtar-se a isso
sem fortes motivos é comprometer a base do casamento e desobedecer a Deus. b) a relação
de autoridade deve ser vista sob o ângulo da igualdade(v.4). Nem as esposas nem os esposos
têm o direito de usar os seus corpos completamente como queiram. Têm obrigações um para
com o outro. Um não tem o direito de negar-se ao outro. Deus os uniu para se darem em amor.
Deus os ajuntou para se satisfazerem mutuamente. Deus os colocou juntos para se
completarem espiritual, moral e fisicamente. A autoridade sobre o corpo do marido pertence à
mulher e vice-versa. c) negarem-se é desobedecer ao mandamento do Senhor(v.5). Muitos
casos de adultério de homens e mulheres poderiam ter sido evitados, se houvesse melhor
compreensão da parte dos esposos e esposas. A abstenção sexual, em comum acordo, para
se dedicarem à oração só é válida por pouco tempo. Logo marido e mulher devem unir-se de
novo. Satanás está aí para tentar os casais cristãos, para provocar a incontinência, isso é a
capacidade para dominar os seus apetites, a falta de forças para conter-se ante as tentações
do sexo. A palavra Diabo vem de dois termos gregos que significam literalmente, lançado no
meio. O Diabo é por natureza um divisor. Ele lança-se no meio do casal para separá-lo, e
frustrar assim a preciosa instituição do lar que Deus criou para a felicidade do ser humano.

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4) O casamento não é um dever requerido de todos(v.6): a) os ensinos aqui esposados são


uma concessão e não um mandamento. b) Paulo estabeleceu os deveres de todos os casados,
mas não estabelece como dever, que todos se casem. c) mediante a situação em Corinto o
casamento é apresentado como uma sugestão. 5) O apóstolo apresenta a sua opinião e desejo
em relação ao casamento(v.7): a) a preferência pessoal de Paulo é que os homens sejam
celibatários(para que possam servir ao Senhor). b) Ele reconhece que este é um dom divino
especial(celibato, continência). c) os que não receberam este dom não devem tentar
permanecer solteiros. d) cada qual tem de Deus o seu próprio dom. Cada um deve considerar
qual é a vontade de Deus para si. e) da mesma forma que o celibato, o casamento é dom
divino.

II - Orientações aos solteiros e viúvos(8-9): 1) Qual a melhor opção para aqueles que não estão
casados(v.8)? a) Solteiros = agamois = todos os que não estão presos pelos laços do
matrimônio(solteiros e viúvos). b) Viúvas = grupo vulnerável pelas dificuldades financeiras e
outras que podiam facilmente ser tentadas e casar-se de novo. c) O melhor é ficar na condição
em questão: a escolha tem de ser pessoal e voluntária. d) Se alguém tem o dom da
continência(celibato) e quiser permanecer solteiro ou viúvo que ficasse nesse estado. e) Quem
escolhe o celibato escolhe também a castidade. Isto não indica que o celibato deve ser
obrigatório.

2) E se não der para se segurar? Case-se(v.9): a) Se Deus não lhe deu este dom você deve
casar-se. b) casar aqui é uma ordem, não uma permissão. c) Não haverá vantagem alguma no
celibato se o celibatário viver abrasado = com desejo sexual latente.

III - Orientação aos casados(10-11): 1) O mandamento do Senhor para os casais cristãos é


claro: a) não devem separar-se, apartar-se, divorciar-se(princípio da indissolubilidade v.10). b)
se porventura vier a ocorrer o divórcio(por desobediência deste princípio) não deve ocorrer um
novo casamento = “fique sem casar”(v.11). c) a atitude correta é buscar a reconciliação entre
maridos e mulheres que porventura estejam em processo de separação = “se reconcilie”(v.11).
d) Paulo não menciona a exceção permitida por Cristo em Mateus 5.32 e 19.9 porque ele não
está tratando de um estudo sistemático sobre o divórcio e sim respondendo algumas perguntas
específicas. e) o divórcio não é solução divina, mas arranjo para os desacertos de marido e
mulher. f) os tribunais estão repletos de processos de divórcio e estes baseados em múltiplas
razões mas que por falta de base bíblica não autorizam um novo casamento(v.11).

IV - Orientações aos casados com incrédulos que estejam dispostos a viver com eles(12-14): 1)
Não se trata aqui de base para o casamento misto(12,13): a) esta orientação aqui dada não
aparece em nenhum outro lugar das Escrituras e Paulo assume a condição de que as suas
palavras têm a mesma autoridade de que as palavras de Cristo. b) o problema que gerou esta
proposta era este: um homem ou uma mulher se convertia, vinha para a igreja, submetia-se ao
batismo. O companheiro(a) permanecia incrédulo. O que fazer? Devia o crente separar-se do
seu cônjuge? c) tudo vai depender da atitude do companheiro(a) para com o cristão: se ele ou
ela concorda(consente) em manter o casamento não deve haver o divórcio(12-13).

2) Manter este casamento é uma oportunidade de abençoar(14): a) o companheiro(a) será


santificado. A presença do crente transformado e renovado pelo Senhor Jesus ao lado de um
incrédulo é benéfica. Habilitado pelo Espírito Santo e testemunhando a fé cristã este crente vai
atrair bênçãos espirituais para o seu lar. O ambiente do lar será transformado numa esfera de
santidade. b) há de se considerar a possibilidade de conversão do companheiro(a). Deus pode
fazer esta obra maravilhosa e edificar esta família. Podemos cooperar com Deus na salvação
de nossos familiares, e no seu crescimento espiritual. c) os filhos nascidos desta união serão

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santos no sentido de que fazem parte de uma comunidade bendita. Os filhos de crentes não
são automaticamente crentes. Mas eles descendem dos filhos de Deus, e recebem deles as
influências benditas. Veja-se o exemplo de Timóteo(mãe cristã, avó cristã, pai incrédulo).

V - Orientações aos cristãos casados com incrédulos que não estejam dispostos a viver com
eles(15-16): 1) Uma vez que o cônjuge incrédulo não aceita esta situação deve haver o
divórcio(15): a) mais uma vez a iniciativa será do incrédulo. b) o crente não deve ficar sujeito a
uma servidão, suportando uma situação desagradável(brigas, ofensas, perseguições por causa
da fé em Cristo abraçada com a conversão). c) esta permissão paulina de divórcio parece
indicar a possibilidade de um novo casamento. d) o fato de Deus ter nos chamado em paz
indica que nestes casamentos(contraídos antes da conversão) mistos a vontade de Deus é que
experimentemos a paz nos seus aspectos mais profundos. Para alguns ele será viver ao lado
de um incrédulo(12-14); para outros ela será aceitar a decisão do cônjuge de que o casamento
acabou.

2) O casamento não pode ser usado única e exclusivamente como uma estratégia
evangelística(v.16): a) ficar com o companheiro(a) não crente(que não consente) na intenção
de levá-lo à salvação é coisa incerta. Quem garante que você conseguirá salvar o seu
companheiro(a)? b) da mesma forma casar-se com um incrédulo tendo em vista convertê-lo a
Jesus é uma motivação errônea para o casamento(isto pode acontecer mais é muito incerto). E
na maioria dos casos os incrédulos acabam pressionando e conseguindo afastar os crentes da
fé cristã. c) agarrar-se a um casamento em que o cônjuge incrédulo está disposto a terminar
não levaria a nada, senão a frustração e tensão.

VI - Orientações sobre uma vida obediente e alegre(17-24): 1) O correto entre os cristãos é


manter a posição dada pelo Senhor(v.17): a) ande = viver a vida integralmente de acordo com
a ordem de Deus. E isto é um dever que temos por cumprir. b) repartiu = distribuiu = a noção
aqui é a do dom distribuído a cada pessoa. E não a escolha que o homem faça. c) esta
condição de manter-se da maneira que Deus capacita é uma ordem dada que Paulo também
dá as demais igrejas.

2) Onde e como viver este princípio(v.18,19)? a) o homem não deve mudar o seu estado civil
para que sirva a Deus adequadamente(18). Para ilustrar esta verdade Paulo usa a questão
religiosa e litigiosa que dividia os homens em dois grupos: Os circuncisos = judeus ou gentios
convertidos ao judaísmo que cumpriram o rito da circuncisão(o corte do prepúcio do pênis) e
que foi instituído na religião judaica por ordem divina. Os incircuncisos = aqueles que não se
submeteram ao rito da circuncisão e que segundo os judeus, estavam fora da aliança e
privados das bênçãos que Deus tinha para o seu povo. Para os gentios a circuncisão era o
sinal da religião de um povo desprezado. Se você foi chamado por Deus para a salvação em
Cristo e é circunciso(judeu) não é necessário reconstruir a cirurgia feita anteriormente. Se você
também foi chamado e é incircunciso(gentio) não é necessário fazer a cirurgia da circuncisão.
Permaneçam como estão. b) o homem não deve dar atenção a estas distinções pois não são
importantes(v.19). O importante dentro deste chamado divino é a obediência(observância) dos
mandamentos de Deus. Nenhuma questão ritual(circuncisãoXincircuncisão) deve ser colocada
ao lado da obediência dos mandamentos do Senhor.

3) Por que viver assim(v.20)? a) vocação = estado = o chamamento tomado em conjunção com
todas as circunstâncias externas. b) os homens devem servir ao Senhor Deus no lugar em que
lhe apraz chamá-los. c) permaneça = continue = obedeça = viva cotidianamente dentro desta
perspectiva que Deus deseja para nós(vontade soberana do Senhor).

4) As implicações sociais deste princípio(v.21-23): a) uma vez que alguém foi chamado por
Jesus e era um escravo(servo) não deveria ficar preocupado com isso, antes deveria estar

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atento as oportunidades para que então se tornasse um homem livre(21). b) o importante é


importante é servir a Deus, e o escravo não deve aborrecer-se indevidamente pelo fato de ser
escravo(servo). c) se Deus o chamou como escravo, lhe dará graça para viver como escravo.
d) uma outra maneira de entender o verso 21 é: “mesmo que você possa se tornar livre, não o
faça, mas aproveite da melhor maneira possível a sua condição de escravo”. e) lembre-se que
o escravo é liberto do Senhor e o homem livre é escravo de Cristo(22). f) neste
paradoxo(escravo-livre; livre-escravo) o mais importante é ser chamado no Senhor pois nele as
diferenças sociais são anuladas. g) nesta condição escravos e senhores; patrões e
empregados; ricos e pobres devemos ter as nossas vidas submissas ao Senhor Jesus
Cristo(22). h) isto porque ambos fomos comprados por um bom preço: o sangue de Cristo(23).
i) e de maneira alguma devemos ser escravos de homens. Nenhuma criatura ou criação
humana pode escravizar os servos de Jesus.

5) Reiterando o princípio da permanência(24): a) devemos nos contentar em permanecer no


estado em que Deus nos chamou. Isto não nos proíbe de melhorar, mas nos ensina a ter
cautela quanto a procurar uma mudança só porque somos cristãos. b) devemos servir a Deus
onde estivermos, enquanto Deus não nos chamar para outro lugar. c) “fique diante de Deus” =
Deus quer estar conosco, sejam quais forem às circunstâncias. Assim sendo, devemos
continuar a ter a vida comunitária com Deus onde e como Ele nos convocar.

VII - Orientações para os solteiros(25-38): 1) O procedimento dos virgens(rapazes e moças): a)


mais uma vez salienta que esta é a sua opinião autorizada(v.25). b) o estado de solteiro é bom
em se considerando “os tempos difíceis”(v.26). O que seriam estes tempos difíceis? “instante
necessidade”, “dificuldades do momento em que vivia os cristãos corintos”, “a iminência da
volta de Cristo”, são tentativas de responder esta questão. Seriam na visão de William Barclay
três razões que estimulavam a condição de solteiro: “a própria disciplina e a continência são
coisas excelentes. Não se deve fazer da religião uma coisa desnaturada(o cristianismo não tem
como propósito abolir a vida normal, ordinária; antes tem como propósito glorificá-la). Não se
deve fazer da religião uma agonia”. c) Paulo achava que era melhor que os solteiros
permanecerem como estavam(v.26).

2) Reiterando o princípio do casamento(27-28): a) aquele que se submeteu aos laços do


matrimônio, não deve procurar soltá-los(27). b) os que são solteiros não devem procurar o
casamento(27). c) todavia os que se casaram não pecaram pois o casamento é o estado
normal(28). d) ainda que haja situações onde não seria recomendável o casamento. e) a razão
pela qual Paulo não defende o casamento é que tais pessoas sofrerão angústia na carne(28).
As responsabilidades do casamento nos tempos das dificuldades podem conduzir-nos a algum
tipo de angústia. f) ele, por sua vez, gostaria de poupar os irmãos das dificuldades relacionadas
ao casamento.

3) A brevidade do tempo nos aponta uma direção(29-31): a) a alusão a brevidade do tempo


deve ser entendida ao fato da Volta de Cristo direcionar todas as áreas de nossa vida(29). b)
sob o prisma da Volta de Cristo e das tarefas do cristão há algumas peculiaridades. c) os
casados devem viver como se não fossem casados(liberdade para servir a Jesus). d) não
devemos ficar preocupados com as circunstâncias terrenas que nos cercam(30). Os que
choram estão sujeitos a deixar-se dominar pelo seu choro ou tristeza. Os que se alegram,
normalmente ficam absorvidos em sua felicidade. Os que compram concentram-se em suas
novas posses. Devemos nos desligar das preocupações terrenas e voltar as nossas atenções
para o Senhor que vem e não permitir nem mesmo que as angústias ou lutas atrapalhem. e) as
coisas e valores terrenos são passageiros(31). Quem estiver envolvido neles não pode ser
absorvido por estas coisas e valores. Não há nada de sólido e duradouro no sistema do
presente mundo.

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4) O desejo do apóstolo para os cristãos(32-34): a) livrar os irmãos de preocupações = permitir


que vivam sem angústia(32). b) as preocupações do casado o desviaria daquele serviço
perfeito ao Senhor que Paulo esperava ver nos irmãos(32). c) o solteiro está livre para
concentrar-se nas coisas do Senhor(32). d) o celibato sugere como um ideal para os cristãos
servirem ao Senhor sem distrações(32). e) na defesa dos seus argumentos pelo celibato estão
os fatos concretos: cuidar dos interesses da família(coisa do mundo); agradar a esposa. E por
esta razão é puxado para duas direções diferentes(agradar a Deus ou agradar a esposa - 33).
f) a mulher não casada ou viúva está disponível para servir ao Senhor. Tempo/Dedicação(33).
g) a solteira/virgem também está disponível para dedicar-se de corpo e alma ao Senhor(34).

5) O apóstolo justifica o seu ensino favorável ao celibato(v.35): a) o ensino tem como meta ser
proveitoso pois Paulo queria ajudar os cristãos. b) de maneira alguma ele tinha a intenção de
atrapalhar a vida ou as decisões pessoais e familiares. c) não havia nem há nenhuma
imoralidade nos seus ensinos; pelo contrário, seu objetivo é que vivamos de modo decente. d)
ele planejava que como crentes vivamos uma vida de dedicação ao Senhor livre das
distrações.

6) O apóstolo mostra-se flexível e admite o valor das decisões(v.36-38): a) vale considerar aqui
a decisão de casar ou não concentrada nas mãos do pai ou tutor(36). b) os critérios para definir
o casamento aqui esposados são: o julgamento feito pelo pai ou tutor sobre ser correto ou não
casar a moça; a idade avançada; uma necessidade(ausência do dom do celibato). c) à luz
desta avaliação o casamento não é pecado e deve ser realizado(36). d) da mesma forma se
algum pai ou tutor tem a convicção de que sua filha pode ser celibatária não deve dá-la em
casamento e não nenhum erro nisso(37). e) o que dá em casamento(36) agiu bem e o que
decidiu não dar(37) agiu melhor ainda(38).

VIII – Orientações para as viúvas(39-40): 1) A indissolubilidade do casamento é mais uma vez


confirmada(39): a) o casamento perdura enquanto os cônjuges estiverem vivos. b) uma vez
dissolvido pela morte de um dos cônjuges, o viúvo ou viúva, está livre para o casamento. c) um
novo casamento deve ser contraído com um cristão(no Senhor). d) o casar ou não é uma
escolha e não uma obrigação. 2) A viuvez produz uma vida mais feliz(40): a) isto analisado a
partir dos princípios defendidos anteriormente. b) esta não é somente uma opinião mais uma
palavra inspirada e autorizada pelo Espírito Santo de Deus.

CAPÍTULO 8 - A QUESTÃO DA CONSCIÊNCIA CRISTÃ

A pergunta que gerou esta resposta de Paulo era: é lícito crentes comerem dessa carne
sacrificadas aos ídolos? Não estão cometendo um pecado contra Deus, alimentando-se do que
fora dedicado aos falsos deuses? Alguns crentes não viam mal algum. A carne em si mesma
não tinha qualquer impureza, argumentavam. Ouros crentes escandalizavam-se com esse
comportamento dos irmãos. Qual deveria ser a atitude cristã diante do problema?

I - É necessário ter sabedoria para distinguir bem esta questão(1-6): 1) O amor nos ajuda a
crescermos e a desenvolvermos uma boa consciência(1): a) esta pergunta sobre comida
sacrificada a ídolos não era um problema para alguns cristãos(entre eles Paulo e os membros
mais esclarecidos da igreja). b) porém, o saber quando vem acompanhado do orgulho faz com
que o homem queira parecer grande(senhores do saber) e o leva a soberba(inchar). c)
somente o amor pode fazer o homem crescer rumo a sua plena estatura. d) edificar =
oidokomei = construção de prédios = construção do caráter cristão. 2) A sabedoria
humana(terrena) é incompleta(2): a) não importa o que o homem pensa que sabe, ainda não
sabe o que deve saber. b) aquele que pensa ser sábio, na verdade não sabe nada. c) “o
conhecimento orgulha-se de ter aprendido tanto. A sabedoria humilha-se por não saber
mais”(Kay). 3) O amor a Deus nos torna conhecidos dele(3): a) o amor produz efeitos

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permanentes. b) a coisa realmente importante não é que conhecemos a Deus, mas que Ele
nos conhece. c) o amor, antes do saber, deve caracterizar o cristão.

4) Os ídolos não são nada(4): a) os deuses que os pagãos cultuam não são deuses. b) ídolos
são representações de divindades que na realidade não existem. c) na verdade só existe um
único Deus. 5) Ainda que “existam” muitos deuses eles nada são, pois só há um Deus(5-6): a)
mais uma vez examina-se a natureza dos ídolos = objetos de adoração(5). b) ainda que sua
habitação seja “terrena” ou “celestial” são nulos(5). c) ainda que sejam respeitados e servidos
como “deuses” e “senhores” são irreais, falsos(6). d) o único Deus é Pai Criador de todas as
coisas(6): 1. monoteísmo X politeísmo. 2. Pai que cuida dos seus filhos. e) os pagãos dividiam
a sua criação entre os seus muitos deuses e deusas, cada um dos quais tendo a sua esfera de
atuação própria. f) mas o Deus único é responsável por todas as coisas(6). g) os cristãos vivem
por Deus e para deus. Vivem somente para lhe prestar serviço(6). h) o único Senhor que é
Jesus Cristo que é um com o Pai e o Espírito(1+1+1=1). i) Jesus foi o meio pelo qual todas as
coisas foram criadas = a palavra criadora(6). l) os crentes foram regenerados(nascidos de
novo) em Jesus Cristo(6).

II - É necessário ter um comportamento adequado com os cristãos mais fracos(7-13): 1)


Admitamos que alguns irmãos ainda não atingiram esta compreensão acerca dos ídolos(7): a)
o conhecimento descrito anteriormente(1-6) não é universal entre os crentes. b) para estes o
ídolo é real e quando comem pensam que aquela comida pertence ao ídolo. c) a razão de
pensar desta maneira é a “consciência fraca” e a conseqüência é que mesmo convertidos
ainda não haviam se livrado das influências do paganismo ou idolatria. d) Paulo admite que
essa consciência fraca contamina-se. 2) Reconheçamos que a comida não torna o homem
impuro(8): a) não é a comida que vai fazer Deus nos aceitar. b) se comermos ou não
comermos não haverá lucro nenhum como também nenhum prejuízo. c) “o que contamina o
homem não é que entra pela sua boca, mas o que sai do seu coração”(Jesus). d) por que
então não deixar de comer a carne se isto fará bem ao irmão mais novo e mais fraco na fé.

3) Tomemos cuidado para que a liberdade cristã não nos conduza a fazer tropeçar o cristão
mais fraco(9): a) na igreja de Corinto havia dois procedimentos nesta questão da carne
sacrificada à ídolos: 1. os judeus cristãos viam nisso um grande pecado: os servos de Deus
comendo daquilo que se ofereceria aos falsos deuses. 2. os cristãos de origem gentílica
invocavam a liberdade cristã, achando que não fazia diferença, desde que não cultuavam à
ídolos - argumentavam de que o ídolo nada é. Sacrificar a ídolos é sacrificar a coisa nenhuma.
b) os irmãos deveriam estar atentos para que a ”sua” maneira de entender a liberdade cristã
não escandalizasse os irmãos “fracos na fé” = imaturos. c) nenhum cristão pode usar de um
direito se isto fizer ou causar dano a outras pessoas. d) a liberdade cristã tem limites. Sou livre
mas a minha liberdade esbarra no meu irmão. e) se tenho conhecimento e ciência, e creio que
tal coisa não me faz mal, mas o meu comportamento põe um tropeço diante de outro, então eu
peco contra Cristo. f) tropeço = escândalo = uma armadilha. Uma pedra no caminho, um
obstáculo, algo que faça a pessoa tropeçar e lhe dificulta a caminhada. g) ninguém deve querer
impor os seus padrões do certo e errado a outros, cuja consciência reage diferentemente. h)
fica claro também que o princípio maior que deve dirimir as questões é amor ao irmão mais
fraco.

4) Evitemos qualquer atitude que possa prejudicar o crescimento do irmão(10-13): a) o


exemplo dado mostra que os mais fortes tentavam conduzir os mais fracos a um crescimento
ou mudança de comportamento(10): 1. imagine o que acontecerá com aquele irmão que o
observar fazendo algo que para ele é pecado: “tomando parte de um refeição no templo do
ídolos”. 2. o resultado é que a consciência será estimulada a praticar essas ações. 3. dando um
exemplo como esse estaremos construindo a sua própria destruição. b) nossa sabedoria não
pode jamais ser a razão da perda do irmão(11): 1. o saber do qual os fortes se orgulhavam é o
meio pelo qual Paulo acusava fortes danos causados nos mais fracos. 2. os irmãos mais fracos

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não são estranhos, antes, pelo contrário, são pessoas por quem Cristo também morreu. Não
devemos conduzí-los a desgraça espiritual. 3. veja que inconveniência: Cristo morreu para
salvá-los e nós colocamos pedras no caminho deles. c) não batamos na consciência fraca
destes irmãos(12): 1. quando queremos impor aquilo que achamos certo agredimos aqueles
que ainda não chegaram a esta compreensão. 2. agindo assim pecamos contra os irmãos
fracos por ferir-lhes a consciência(escandalizá-los). 3. porém, quando pecamos contra os
irmãos fracos pecamos também contra Cristo. 4. o crente foi liberto do pecado. Ele tornou-se
um ser livre. Mas não tem o direito de, no uso da liberdade, dar lugar ao pecado. Tudo aquilo
que pratique e que atente contra a sua condição de filho de Deus e de servo de Jesus Cristo é
vedado ao crente. Ele tem a liberdade para viver uma vida nova, mas ele não é livre para
pecar. Quando peca, ele está renunciando a liberdade que Cristo conseguiu para ele(Gálatas
5.1). d) devemos deixar de fazer aquelas coisas que escandalizam os outros irmãos(13): 1. não
se trata de que elas são erradas em si mesmo(comer carne, fazer isto ou aquilo). 2. o crente é
livre, mas a sua liberdade é limitada pelo amor que deve ao próximo. 3. qualquer coisa que
pretenda fazer, que em si mesma não constitui pecado, mas prejudica o irmão e ao próximo,
deve ser tirada de cogitação. 4. não somos livres para ferir e magoar os que nos cercam, em
especial os nossos irmãos em Cristo Jesus. 5. os que são considerados fortes devem adaptar
as suas ações a consciência dos fracos.

CAPÍTULO 9 - OS DIREITOS DOS APÓSTOLOS

Deus provê liderança humana para a igreja. Essa liderança não é um corpo de atores que
encenam uma peça no palco, enquanto os outros crentes permanecem como expectadores.
Deus deu os apóstolos, profetas, evangelistas e pastores-mestres como dons à igreja. A esses
cabe o preparo dos crentes, o aperfeiçoamento dos santos, ajudando-os no crescimento
espiritual, e no alcance de condições para o testemunho e para o serviço, não só na igreja,
mas principalmente no mundo. Essa liderança tem direitos e deveres.

I - Autoridade e Autenticidade do Ministério(1-6): 1) Paulo reafirma a autenticidade do seu


ministério apostólico(v.1). É muito triste para um ministro ter que ficar reafirmando sua
autoridade ministerial e me parece que o problema não estava no caráter de Paulo e sim na
postura rebelde dos irmãos em Corinto. Diante das objeções à sua liderança ou autoridade ele
aponta direções seguras: a) Declara-se um homem livre e que gozando dos seus plenos
direitos encontra-se na incumbência de executar o dever apostólico; b) a prova do seu
apostolado autêntico era a própria igreja de Corinto, formada de crentes levados a Jesus por
seu intermédio; c) apóstolo = enviado por Jesus para que fosse um vaso de bênção. 2) O
ministério autêntico é marcado pelos frutos(vv.2-3). O ministério paulino deu frutos. Os coríntios
não tinham o direito de duvidar os questionar o ministério autêntico exercido por Paulo já que
eles eram frutos do trabalho do apóstolo. Aqueles irmãos eram a marca e as credenciais e esta
foi a sua defesa. A expressão "no Senhor" indica que todo o seu trabalho foi feito no Senhor.
Não pregou um evangelho próprio. Não criou uma nova seita. Não ensinou uma filosofia
desenvolvida por ele. Ele sempre trabalhou no Senhor, para o Senhor, tendo em vista a glória
do Senhor.

3) Os ministros têm necessidades básicas que precisam ser supridas(v.4). O apóstolo


reivindica para ele o direito de comer e beber, sustentado pelas igrejas de Deus. Comer e
beber são necessidades básicas da vida. Ele não está pedindo supérfluos. Às igrejas cabe o
dever de sustentar o seu obreiro(ministério), com dignidade, satisfazendo-lhes as necessidades
básicas e essenciais, dando-lhe condições de realizar bem o ministério que recebeu do
Senhor, sem preocupações e intranqüilidade de natureza financeira. 4) Os ministros têm direito
de ter uma esposa(família)(v.5). Pessoalmente Paulo renunciou à vida com uma mulher. Não
sabemos se era solteiro ou viúvo o que sabemos é que não era sua intenção casar-se. Mas
advoga o direito dos ministros terem as suas esposas e de cuidar bem delas. A família do

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ministro depende dele para o seu sustento. Como satisfazer tais necessidades, se ele deve
dedicar o melhor do seu tempo ao serviço de Deus? As igrejas não podem permitir que os seus
obreiros passem privações, e vivam intranqüilos quanto às suas necessidades básicas como
também as de sua família.

4) Os ministros têm o direito de servir a Deus sustentados pelas igrejas(v.6). Paulo e Barnabé
trabalhavam para o seu sustento(como alguns ministros hoje). Os demais apóstolos eram
sustentados pelas igrejas. Mas os direitos eram iguais e eles também podiam ser sustentados
pelas igrejas as quais serviam. Se uma igreja tem condições de sustentar adequadamente o
seu ministro e não o faz obrigando-o a dividir o seu tempo entre o trabalho secular e o
ministério está agindo mal.

II - Ser Sustentado Pelo Ministério é um Direito Legítimo(vv.7-18): Nesta etapa Paulo aprofunda
a questão da legitimidade do sustento do obreiro pela igreja. 1) Ele declara que o direito ao
sustento é oriundo do próprio trabalho(v.7): a) quem se dedica a carreira militar recebe salário,
vestes apropriadas. Não é de sua responsabilidade custear estas despesas. Ele é inteiramente
sustentados pelos que o convocaram para a guerra; b) quem se dedica à agricultura da mesma
forma tem o seu ganho. Come do fruto de sua vinha, da plantação. Seu salário dá-se não
somente em dinheiro mas também em frutos da terra; c) quem se dedica a atividade pecuária,
também é sustentado(recompensado) por seu trabalho. Alimenta-se do leite do rebanho. Ao
usar estas figuras Paulo mostra a necessidade das igrejas sustentarem seus líderes espirituais.
Se todo trabalhador deve ganhar um salário logo o pastor também é digno de ser sustentado
pelo seu trabalho. O problema é que nem sempre os crentes vêem o pastor como um
trabalhador. Ou pensam que ele deve ser a única exceção devendo assim trabalhar
gratuitamente ou pessimamente remunerado.

2) Qual a origem deste argumento? Humana ou Divina?(vv.8-10): Seria esse argumento uma
idéia humana ou profissionalizante do ministério? Os exemplos da vida diária não são os
únicos argumentos, a Lei também tem as suas diretrizes. O argumento não é humano, pelo
contrário está fundamentado na Lei do Senhor(v.8). Este princípio já havia sido determinado
pela Lei: Deuteronômio 25.4 diz que não devemos tapar a boca do boi quando debulha,
quando se extrai os grãos da espiga. Estabelecendo isso, Deus está cuidando só dos bois,
provendo alimento para eles? Não só dos bois mas do homens que trabalham no plantio do
trigo. Este princípio foi inserido na Lei tendo em vista mostrar a necessidade de sustento dos
líderes espirituais do povo de Deus(v.10). Deus estava prevendo os problemas futuros quanto
ao sustento do ministério. Desta maneira tanto o que trabalha no plantio ou na colheita, deve
fazer o seu trabalho com esperança. Deus supre as necessidades com os frutos do seu
trabalho.

3) Os cristãos são beneficiados pelo ministério e é justo que recompensem os seus


ministros(v.11): Se aqueles que Deus chamou, entregando-lhes essa missão, semeiam coisas
espirituais, é justo que sejam sustentados por aqueles que colhem benefícios dessa
semeadura espiritual. O trabalho do pastor traz benefícios para a igreja. Os benefícios não são
só espirituais, pois quando um cristão vai bem espiritualmente, ele também prospera
materialmente(Salmo 1.1-3). Será exigir demais que o crente reparta com quem o ajudou a
alcançar um pouco dessas bênçãos? 4) O direito ao sustento digno é reivindicado(v.12): Paulo
lembra aos irmãos, e a nós, que assim como os demais obreiros eram sustentados por suas
igrejas ele também tinha esse direito. O fato dele trabalhar buscando o seu sustento era para
que os irmãos não pensassem que ele pregava o evangelho para alcançar benefícios
materiais. O trabalho do ministério cristão não é lugar de descanso para ninguém. A obra do
ministério, da liderança da igreja, exige daqueles que a exercem inteira dedicação. A igreja não
pode ser relegada a um plano inferior nem deve ser objeto das sobras do tempo do pastor.

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Para isto é necessário que o chamado seja sustentado por ela para que lhe dedique o tempo
necessário ao seu crescimento e manutenção.

5) Recordemos o exemplo dos sacerdotes e levitas(v.13): No Antigo Testamento os servidores


do culto recebiam do culto o seu sustento(sacerdotes e levitas). Para que tivessem tempo e
atenção para o culto. Na igreja do Novo Testamento, não se pede menos do obreiro(que ele
dedique tempo e atenção prioritários ao culto e seus resultados) nem dos cultuantes, que
devem contribuir para o sustento do obreiro. 6) Definamos o princípio bíblico para o sustento
ministerial(v.14): a) "os que anunciam o evangelho, vivam do evangelho"; b) este princípio do
sustento digno do ministério é mandamento do Senhor, e não mera reivindicação dos pastores
e obreiros: "ordenou também o Senhor"; c) este princípio implica em responsabilidade tanto
para a igreja quanto para as pessoas que o Senhor chama para o ministério; d) quando o
princípio é quebrado se estabelece um ciclo vicioso: a igreja não sustenta por isso o obreiro
não lhe dedica tempo prioritário(integral). Como o obreiro não dá esse tempo e atenção à
igreja, ela não está preparada para sustentá-lo; e) precisamos levar a sério esse ensino das
escrituras, e corajosamente quebrar esse ciclo vicioso para benefício da igreja, dos obreiros, da
causa do evangelho, e principalmente para a glória de Deus.

7) Vale considerar que o apóstolo não estava legislando em causa própria(v.15): Ainda que
tivesse direito ao sustento não estava pedindo nada para si; mas o seu objetivo era ensinar a
igreja e aos ministros sobre a dignidade do sustento(autorizado por Jesus, baseado na Lei e na
revelação recebida). Paulo usa de toda a sua autoridade para repreender os irmãos de Corinto
e exigir deles o sustento dos outros obreiros. 8) Os obreiros não vivem do evangelho por causa
da glória ou posição social mas por obrigação(v.16): Servir a causa de Deus é dever, obrigação
de cada cristão. O método de Deus para seu serviço é o homem. Se nós não o servirmos,
quem vai servir? Nós somos os instrumentos de Deus. Se deixarmos o serviço, a quem Ele vai
usar? Temos um dever de gratidão para com o Senhor. Ele fez tudo por nós. O que é que
temos feito por Ele?

9) Mas o bom obreiro recebe a tarefa e a realiza com boa vontade(vv.17-18): Não obstante ser
uma obrigação devemos também anunciar o evangelho por vontade própria. O cristão deve
servir ao Senhor com prazer. O seu prazer é estar envolvido com as coisas do reino de
Deus(v.17)? Quem realiza o ministério por obrigação ou por medo do castigo, não tem
recompensa. Quem prega por amor, já é recompensado pela alegria com que serve a
Deus(v.17). Para Paulo a sua missão de proclamar o evangelho não estava envolvida com
benefícios materiais(embora tivesse esse direito). Pregara e ministrara gratuitamente,
sustentando-se com o resultado do trabalho de suas próprias mãos. O seu
galardão(recompensa) é a alegria conquistada na realização da vontade de Deus no seu
ministério.

III - O Método e a Recompensa do Verdadeiro Ministério(19-27): 1) Um serviço prestado a


todos os homens(19-23): a) Paulo foi um pregador admirável, missionário cônscio de suas
responsabilidades e de seus deveres, embaixador de Cristo cumprindo plenamente sua
missão(v.19). Que tremendo desafio para os ministros modernos você não acha? O alvo
ministerial foi o de ganhar o maior número de pessoas para Jesus e embora tivesse defeitos
como homem, creio que ninguém foi mais fiel a seu Senhor e à missão recebida do que ele. O
seu amor pelos perdidos destaca-se em tudo o que ele fez. Ó Deus dá-nos ministros com este
amor! Tudo o que podia, desde que não militasse contra a consciência e a ética cristã, ele o
fazia tendo em vista a salvação dos perdidos: livre fez-se escravo. O que você acha que esse
comportamento de Paulo sugere aos ministros hoje? Ele se aproximava de todas as classes
sociais(20-23): de judeus que estavam sob a lei(v.20) a gentios que não se punham sob a
lei(v.21). Dos escrupulosos que se escandalizavam facilmente, aqui chamados de fracos(v.22).
Ele respeitava todos e não tinha preconceito(v.23). Tudo ele fazia pelo evangelho e pela

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recompensa, a alegria dos que alcançavam a vida eterna(v.23): o ministro participa da vida de
cada crente convertido ao evangelho. O ministro já é recompensado com a salvação do
pecador. O ministro é co-participante das alegrias de cada convertido.

2) A necessidade de domínio-próprio(24-27): a) o exercício do ministério deve ser realizado de


maneira vitoriosa(v.24). Que exemplos Paulo usou para falar desta necessidade? Nas corridas
apesar do fato de muitos participarem só um ganha o prêmio. Na vida e no serviço cristão, a
recompensa não é de uma pessoa somente. Por isso o apóstolo recomenda: "correis de tal
maneira que o alcanceis". Persistência, preparo, estratégia, são coisas necessárias tanto ao
corredor quanto ao ministro do evangelho. b) o exercício do ministério exige disciplina(v.25).
Não é só um atleta que necessita de disciplina para obter um bom desempenho. O ministro
precisa estar preparado(disciplinado) tanto física quanto espiritualmente. A preparação
espiritual envolve a busca da comunhão com Deus, a abstenção de coisas que podem ser
agradáveis mas nenhum proveito trazem. O serviço cristão dá recompensa tanto aqui como na
eternidade. Os frutos do trabalho produzem alegria nos ministros. O Senhor tem um galardão
para os servos que se tenham mantido fiéis, fazendo a vontade dEle, e pondo-se à disposição
para o crescimento do reino de Deus.

c) O exemplo do apóstolo Paulo nos ensina(vv,26-27): Correr com a certeza da vitória =


decidido a ganhar. Um corredor que entra na pista imaginando a derrota, já perdeu. Na vida
cristã sirvamos com a certeza da vitória(v.26). Lutar dando golpes certeiros e seguros = não
batendo no ar, como um lutador despreparado. Treinar para acertar o adversário = o
adversário, o apóstolo vê em si mesmo(v.27). Então é necessário disciplina, disposição para o
serviço, luta contra a acomodação, permanente vigilância contra o pecado. Assim ele subjuga o
seu corpo e o reduz a servidão = pregar o que vive para não perder a autoridade. A incoerência
reprova o ministro diante de Deus e lhe tira o galardão!

CAPÍTULO 10 - OS LIMITES DA LIBERDADE CRISTÃ 2

Estamos diante de uma das maiores questões da vida humana. Como suportar e resistir às
tentações? Espero em Deus poder ajudá-lo a responder com honestidade e praticar com
fidelidade os princípios da Palavra do Senhor a respeito deste dilema. Observemos
atentamente as divisões abaixo e procuremos nelas os pontos de contato com à nossa
realidade:

I - Os exemplos do passado são válidos para o presente(1-5): 1) Os israelitas apesar de todas


as bênçãos fracassaram(1-4). Estiveram debaixo da nuvem = a nuvem servia de meio de
orientação divina(1). Passaram pelo mar = foram libertos da escravidão egípcia pela mão do
Senhor(1). Foram batizados em Moisés = foram colocados debaixo da liderança de Moisés,
servo de Deus(2). Receberam alimento espiritual = maná = alimento que Deus providenciou
para o povo de Israel no deserto(3). A expressão “espiritual” aqui é usada para referir-se a
origem celeste(sobrenatural) desta comida(3). Receberam bebida espiritual = alusão feita a
água extraída da rocha seguindo-se a ordem divina(3). Cristo foi a fonte de todas as bênçãos
que os israelitas receberam enquanto jornadeavam(4).

2) Por que eles fracassaram(5)? Embora Deus tenha dado tais manifestações memoráveis do
seu poder e da sua boa vontade para com eles, a maioria deixou de entrar na terra
prometida(os que tinham mais de vinte anos). Deus não se agradou deles = exceto de dois
homens: Josué e Calebe. É claro que Deus nunca se agrada da desobediência de um só filho
seu. Foram prostrados no deserto = morreram como conseqüência da sentença de Deus aos
rebeldes. Foram destruídos pelos Amalequitas e Cananeus ao fio da espada por causa da
murmuração(Números 14.45).

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II - Que lições nos traz a idolatria(6-13)? 1) Por ofender a Deus, por si mesma, nos ensina que
não devemos ser idólatras(6-7). A história do povo de Israel nos é ensinada como exemplo(6).
Eles caíram mortos pelo juízo divino porque cobiçaram as coisas más(6). Os Israelitas não
podiam ter se tornado idólatras; os coríntios também são exortados contra este perigo e nós
também somos desafiados a não sermos idólatras(7). Não participemos de festividades
idolátricas(festas de padroeiros por exemplo), pois muitas vezes estas festas além da idolatria
leva a devassidão moral. Por este pecado a ira do Senhor foi tamanha que Ele quis destruir o
povo. Porém não o fez por causa da intercessão de Moisés registrada em Êxodo 32.

2) A idolatria freqüentemente conduz o homem a prostituição(8): Assim como ocorria em


Corinto, a prostituição fazia parte de muitos cultos idolátricos. Os Israelitas haviam prostituído-
se como nos informa Números 25: As filhas de Moabe, com quem o povo prostituía, os
convidou aos sacrifícios oferecidos aos seus deuses. E eles aceitaram, comendo e inclinando-
se aos deuses e entre eles, Baal-Peor(1,2). A ira do Senhor, levantou-se contra os idólatras e
como conseqüência morreram 24 mil pessoas. Mil morreram pelos juízes(5) e 23 mil mortas
pela praga. O alerta é para que não nos prostituamos.

3) O crente não pode provar a paciência de Deus com queixas, isso se constitui em tentar ao
Senhor(9). Os Israelitas tentaram ao Senhor no deserto: Êxodo 17.2,7 = devido a ausência de
água no deserto(coisa natural) começaram a murmurar, a contender, a reclamar com Moisés e
a duvidar da presença de Deus. Números 21.4-9 = o povo reclama a falta de pão e de água e
diz que já estava enjoado do maná(pão miserável). Deus então envia as serpentes que
provocaram a morte de muitas pessoas. Nós não devemos murmurar contra o Senhor nem
contra seus líderes.

4) O crente não deve viver resmungando(murmurando)(10): A murmuração requer punição


divina. Os Israelitas murmuraram e foram punidos pelo Senhor: Êxodo 16.2 ; 17.3 =
murmuração por comida, água, deserto, etc. Números 14.2,37; 16.31-33 = murmuração porque
queriam voltar para o Egito = morreram de praga. Murmuração de Datã, Coré e Abirão que se
rebelaram contra Moisés(contra o Senhor) = tudo o que estes homens possuíam(filhos, bens,
escravos, familiares) foi destruído pelo Senhor. Eis que ele foram vivos para o sheol. Destruidor
= Exterminador = Anjo da Morte(Salmo 78.49, Êxodo 12.23, Jó 33.22).

5) O crente deve confrontar o passado(história de Israel) com o presente(sua vida) e estar


atento para o futuro próximo(fins dos séculos)(11-12): Os exemplos ocorridos e descritos na
Palavra de Deus são avisos claros(11). Cristo pôs fim a todas estas eras anteriores(11).
Vivamos a vida com atenção pois o fim dos tempos está chegando e devemos estar
preparados para o encontro com Cristo(11). Não devemos ser presunçosos como foram os
israelitas e os coríntios(12). A presunção faz com que colhamos a desgraça. Que se cuide o
que confia em si, para que não caia(12).

6) Como o crente deve enfrentar as tentações(13)? Reconheça que as tentações que você
enfrenta são as mesmas que os outros enfrentam. Deus cumpre as suas promessas e não
deixará que sofram tentações maiores do que as suas forças. Quando vier a tentação, Deus
nos dará forças para suportá-la, e assim poderemos sair dela.

III - A relação entre a idolatria e o culto aos demônios(14-22): Como você lida com a questão
da Idolatria? 1) Esta passagem diz que os cristãos devem fugir da idolatria(v.14). Nós devemos
continuar no curso certo: adorar a Deus. O procedimento sábio é não ter ligação nenhuma com
a idolatria. Apesar de termos o socorro garantido nas horas de tentação não temos licença para
brincar com o pecado desnecessariamente. Fugir do pecado é fugir da idolatria. 2) Os cristãos
sábios devem julgar estas palavras de Paulo: a) Os coríntios julgavam-se sábios = entendidos
e esta situação tão clara que é não necessita mais de explicações(v.15). b) O cálice da bênção
= nome dado ao terceiro cálice na festa da páscoa. Pode bem ter sido o cálice com o qual o

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nosso Senhor instituiu a Ceia, donde vem a propriedade do nome(v.16). 1. os irmãos são
desafiados a pensar nesta celebração. O cálice representa a comunhão do sangue de Cristo
derramado em nosso favor. O pão representa a comunhão do corpo partido(sacrificado) em
nosso lugar. 2. E nós embora sejamos muitos comemos do mesmo pão(Cristo) pois fazemos
parte de um só corpo(v.17). A unidade entre nós e o Senhor destaca-se nesta celebração. c)
Nós devemos pensar em Israel = aqueles que comem dos sacrifícios participam do altar de
Deus(v.18). Os que recebem o alimento do sacrifício entram em comunhão com tudo o que o
altar representa. d) O objetivo de Paulo em ilustrar com a Ceia e o sacrifício do cerimonial
judaico é mostrar a incompatibilidade do cristão com as festas idolátricas(v.19): 1.
verdadeiramente o ídolo ou as coisas sacrificadas a ele não têm valor algum. 2. Ambos são
embustes, enganos, mentiras, coisas vãs.

e) Mas os demônios aproveitam esta inclinação dos homens para cultuarem ídolos(v.20): 1.
Assim quando os homens sacrificam aos ídolos(que não são nada) estão de fato sacrificando
aos demônios(Deuteronômio 32.17). 2. Participar da comida é estabelecer comunhão. Deste
modo entram em companheirismo com os demônios. f) A incompatibilidade é claramente
destacada(v.21-22): 1. É impossível participar da santa comunhão e das festas idolátricas(uma
exclui a outra). 2. A mesa do Senhor = o Senhor é o nosso hospedeiro(v.21). 3. A mesa dos
demônios = existem outros hospedeiros(v.21). 4. Se um homem está em comunhão com o
Senhor, não pode também estar em comunhão com os demônios. 5. O cristão não pode dividir-
se nesta questão de participar de duas mesas e tomar dois cálices. 6. Quando age assim é tolo
pois, isso provocará ciúmes no Senhor(v.22). Quando age assim corre sérios riscos pois, Ele é
mais forte e há juízo preparado para quem abraça a idolatria(v.22). Quando agimos assim
provocamos a ira do Senhor e demonstramos loucura ao desobedece-lo.

IV - A lei do amor em relação ao comer e ao beber(23-11.1): 1) Em Primeiro lugar devemos


buscar fazer as coisas lícitas que são convenientes e edificantes(v.23): a) naturalmente, Paulo
fala das coisas contra as quais não há mandamento expresso de Deus. b) há coisas não lícitas,
a respeito das quais não há dúvidas quanto à condenação divina como: 1. a adoração de falsos
deuses, o adultério, a mentira, a maledicência, o uso de palavras torpes, a ausência de amor,
etc,. 2. Paulo jamais diria que estas coisas são lícitas. c) suas palavras tem de ser entendidas à
luz do contexto dos coríntios, do problema que enfrentavam: 1. mesmo assim coisas lícitas
podem ser inconvenientes e inadequadas. 2. o crente precisa tomar cuidado para que não
esteja fazendo uso do inconveniente em sua vida cristã. d) buscar as coisas que edificam e
exercer bem a liberdade cristã: 1. o cristão é livre, mas não vale a pena fazer uso da liberdade,
conquistada através do preço elevadíssimo, para a prática de coisas que nenhum proveito
trazem. 2. edificação significa utilidade moral e espiritual para nós e para nosso próximo e
irmão. 3. se as coisas que estou praticando não ajudam meu desenvolvimento moral e
espiritual, que valor elas têm para mim?

2) Em segundo lugar devemos viver interessados pelo bem-estar dos outros(v.24): a) não
vivemos somente para nós. Fazemos parte da família de Deus, de uma comunidade cristã. b)
ao tomar uma decisão, ao praticar um ato, não devo pensar em meu próprio proveito, mas
levar em consideração o que os meus atos podem implicar nos outros irmãos. c) eu serei
egoísta, se invocar os meus direitos de liberdade cristã, sem levar em consideração os meus
irmãos. 3) Em terceiro lugar devemos preservar uma boa consciência(v.25-26): a) a carne
vendida no mercado(açougue) não era mais sacrifício aos falsos deuses, mas uma mercadoria
para a alimentação(v.25). b) nesse caso, o cristão coríntio podia comprá-la e comê-la, sem
perguntar sua origem(v.25). Veja-se a polêmica em 8.1-6. c) embora o pagão possa oferecer a
carne ao seu ídolo, o cristão sabe que ela vem da bondade do Senhor. d) Deus criou a terra
com animais e vegetais, para a alimentação do ser humano(v.26). e) nenhum alimento em si
mesmo é impuro. Mas a carne servida nos banquetes, com que os adoradores de falsos
deuses continuavam cultuando os ídolos, era inconveniente para os cristãos.

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4) Em quarto lugar devemos aprender a agir numa refeição na casa de um incrédulo(v.27-30):


a) certifique-se de que não se trata de uma cerimônia religiosa e sim um compromisso de
natureza social(v.27): 1. O cristão pode aceitá-lo e comer do que se colocar à mesa(v.27). 2. O
cristão não precisa perguntar a origem do alimento(mesmo que ele venha de um sacrifício). b)
mesmo que não seja uma cerimônia religiosa mas se for dito que foi feita uma oferta de
sacrifício não se deve comer(v.28): 1. Comer não influiria em nada em sua consciência. 2.
Comer prejudicaria o irmão mais fraco. 3. O cristão continua livre, mas o amor o leva a
restringir, a auto-limitar-se em atenção ao irmão(v.29). c) a consciência do fraco é o referencial
para as minhas ações(v.29): 1. a ação que para o forte é simples exercício de liberdade não
deve ser transformada em meio de ofensa a outrem. 2. Se por um lado, devo, por causa do
amor abster-me de coisas que escandalizam o meu irmão, por outro lado, não têm os outros o
direito de me julgarem no meu procedimento se eu busco fazer a vontade de Deus. d) é só pela
graça que o cristão pode participar de tal refeição(v.30): 1. É um dom de Deus, e ele dá graças
por ela. 2. Se eu posso dar graças naquilo que faço quem pode me julgar? 3. Da mesma forma
não me cabe policiar e fiscalizar a vida do meu irmão em Cristo. 4. Se existe verdadeiro amor
cristão, e se nós estamos em busca da vontade do Senhor, esses problemas podem ser
enfrentados e vencidos na comunidade cristã.

5) Em quinto lugar devemos viver preocupados com a glória de Deus e não em afirmar os
nossos direitos(v.31). Esse é o princípio maior para nosso procedimento: a) é difícil estabelecer
regras. Quando se estabelece uma, abriu-se o caminho para uma infinidade delas. b) a
disciplina na igreja não deve guiar-se por um código de regras, mas pela obediência a Deus,
pelo amor cristão. c) o procedimento do cristão deve sempre buscar à glória de Deus. d) o
cristão é livre, mas toda a sua vida deve ser dedicada à glória de Deus que providenciou a sua
liberdade. e) uma reflexão necessária diante de cada situação: isto concorre para a glória de
Deus? Se não; não temos a liberdade para praticá-la. 6) Em sexto lugar devemos evitar que
nossas vidas sejam tropeços às pessoas(v.32). Não podemos ofender o irmão; não podemos
fazer coisas que façam os irmãos pecarem: a) os termos gentios, judeus, e a igreja de Deus,
mostram a extensão de meu testemunho. b) a minha conduta tem repercussões em vários
ambientes e pessoas. c) particularmente à igreja de Deus = eu não sou livre para criar
dificuldades à igreja. d) seu o meu procedimento é causa de tropeço para a igreja, estou
ferindo o corpo de Cristo, atitude essa incompatível com minha condição de membro desse
corpo.

7) Em sétimo lugar devemos imitar os exemplos de Cristo e de Paulo(10.33 e 11.1): a)


nenhuma vantagem pessoal levava o apóstolo a procurar agradar a todos(v.33). b) o seu
objetivo foi priorizar aquilo que era melhor para a maioria(v.33). c) destaca-se aqui e em outros
lugares que o seu alvo é que muitos sejam salvos(v.33). d) o desafio nós é proposto: sejam
então meus imitadores como eu também sou imitador de Cristo(11.1): 1. Antes de ser uma
proposta arrogante e individualista esta proposta nos lança para mais longe de Paulo. 2. A
única razão pela qual devemos imitá-lo é que ele imita a Cristo. Logo ele confia que o seu
exemplo nos dirigirá ao Salvador.

CAPÍTULO 11 – INSTRUÇÕES SOBRE A CONDUTA NO CULTO

I - O Uso do Véu Pelas Mulheres Durante o Culto(2-16): 1) Uma Palavra de Louvor a Igreja em
Corinto(2): a) Esta igreja lembrava-se das orientações dadas por Paulo no que diz respeito ao
culto. b) Esta era uma igreja que guardava as ordenanças(preceitos e tradições) que lhes fora
transmitida por meio do ensino oral. c) Estes ensinos não eram propriamente paulinos: ele
recebeu essas tradições cristãs e as transmitiu aos convertidos. 2) Uma Noção Correta Sobre
Autoridade(3): a) Cristo tem autoridade sobre todos os homens. b) O marido tem autoridade
sobre a esposa. c) A posição que deve caracterizar-nos é a de submissão e a do
companheirismo. 3) As Orações dos Homens Como Devem Ser Feitas(4)? a) Com a cabeça
descoberta(sem usar véu). Os judeus ainda hoje oram usando o quipá. b) Tanto as orações

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como o anúncio da mensagem do evangelho nas reuniões de adoração. c) Cobrir a cabeça é


sinal de estar sob a autoridade de outrem. Como o homem não está sujeito a nenhuma outra
criatura, desonra a sua própria cabeça, se a cobre quando ora. 4) As Orações das Mulheres
Como Devem Ser Feitas(5)? a) O argumento paulino é que na ordem da criação há um sentido
em que a mulher é subordinada ao homem. b) Esta subordinação deve ser reconhecida no
culto público. c) A mulher deve usar alguma coisa sobre a cabeça. Pois se ela orar ou anunciar
a mensagem de Deus nas reuniões de adoração sem o véu desonra aquele que tem
autoridade sobre ela(o marido). d) Isso seria tão ruim para a mulher que ela seria comparada
as mulheres que tinham a cabeça rapada(prostitutas = desonradas). 5) Uma Comparação
Radical(6): a) Ele ouvira que algumas irmãs coríntias "emancipadas" tinham dispensado o uso
do véu no culto. b) Esta era a marca da mulher de baixa moral. Era um ultraje ao decoro e
Paulo o rejeita. Não faz parte da vida do cristão menosprezar desnecessariamente as
convenções sociais. c) Se uma mulher não cobrir a sua cabeça, então que mande tosar os
seus cabelos. d) Mas se ela entende que é vergonhoso cortar cabelos(características das
prostitutas), considere que é igualmente vergonhoso ter a cabeça descoberta. e) Vale frisar que
esta é uma orientação dada dentro de dois contextos: a cultura judaica patriarcal com todos os
seus valores e o ambiente de Corinto no que diz respeito à prostituição sagrada. Não creio que
o uso do véu e o uso dos cabelos compridos sejam universais culturais que devam ser
impostos às igrejas.

6) Um Princípio Difícil a Ser Transmitido(7-9): a) Esta idéia(princípio) de subordinação das


mulheres aos homens é tradicional(7): 1)Isto está de acordo com a tradição judaica e
possivelmente conforme a helênica também. 2)Isto mostra que os homens têm posição
prioritária em relação ao divino. b) Imagem e glória de Deus = Deus fez o homem a sua
imagem(Gênesis1:26,27). Não há distinção entre os sexos no texto mas Paulo o entende
particularmente com relação ao sexo masculino(27). A glória está ligada ao fato do homem(ser
humano) ser a coroa da criação e esta é uma posição de alta dignidade e que por ela o homem
não precisa de sinal de subordinação quando presta culto(véu, quipá). c) O lugar da mulher
não é o mesmo do homem apesar de ser um lugar de dignidade(7): 1)Ela é chamada de glória
do homem. 2) A mulher originou-se do homem. d) Este princípio é demonstrado também pela
história da criação(8-9): 1) Gênesis 2 = o homem não teve a sua origem na mulher; antes a
mulher que é oriunda do homem(21). Eva foi feita da costela extraída de Adão(8).2) O homem
não foi criado por causa da mulher(18). Isto indica que na origem, nem no propósito para ela foi
criada, pode a mulher reivindicar prioridade, ou mesmo igualdade. 3) Já que tocamos em
Gênesis 2 deixe-me alistar alguns conceitos importantes: i) O homem é anterior a mulher(1
Coríntios 11:8,9; 1 Timóteo.2:13). Esta prioridade estrutura-se neste mundo e é uma ordem
temporal para a vida prática. ii) Os sexos são complementares. A noção do verdadeiro
companheirismo está na capacidade de ser auxiliadora idônea(23). iii) A união matrimonial de
ambos deve ser um laço exclusivo, permanente, e selado por Deus(24). iv) Há perfeito bem
estar no padrão verdadeiro dado por Deus(25). Mas é fruto do verdadeiro amor, sem mescla de
avidez, desconfiança ou desonra, que seria um acidente provocado pela queda. 7) Uma Outra
Razão é Apresentada: reverência aos anjos(10): a) Os anjos estão sempre conosco, e
especialmente no culto: 1. Os anjos observarão as atitudes dos cultuadores. 2. As mulheres
não deverão estar indecentes na presença deles. 3. Este é um serviço angelical prestado aos
homens(Hebreus1.14). 4. Os observadores celestiais podem ser imaginados também como
agentes de Deus para dar castigos e coisas semelhantes. b) Por causa dos anjos a mulher
deve mostrar a sua dignidade: 1. Usando o véu e vivendo debaixo da autoridade do seu
marido. 2. Cobrir a cabeça = assegurar o seu próprio lugar de dignidade e autoridade. 3.
Reconhecer a sua subordinação. 8) Redefinamos Esta Subordinação no Senhor(11,12): a) Na
vida cristã esta questão de subordinação ganha uma nova dinâmica(11): 1. Há uma parceria
entre os sexos e, no Senhor, nenhum deles existe sem o outro. 2. Aquilo que parecia
subordinação torna-se interdependência. 3. O homem cristão não deve gabar-se de ter
autoridade por causa da sua posição na criação. b) Qual é a nossa origem(12)? 1. De fato o
único homem independente de mulher foi Adão. 2. De lá para cá todos nascemos de uma

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mulher. 3. O que importa é que tudo vem de Deus = Ele é a fonte de todas as coisas. 4. Nós
não somos independentes em relação a Ele nem nas relações interpessoais.

9) A Decisão Está Nas Suas Mãos(13-16): a) É conveniente a mulher se apresentar


indecorosamente na presença do Senhor(13)? 1. Estava ao alcance dos irmãos decidirem por
si mesmos. 2. Paulo não precisava dirigir esta questão pois estava muito clara. b) A própria
ordem natural das coisas existirem responde(14-15):1. O que vale para a humanidade tem
valor para os crentes(cabelo comprido para homens era algo vergonhoso)(14). 2. O cabelo
comprido para a mulher era algo normal(já que o cabelo da mulher é mais longo do que o do
homem) e uma glória(15). 3. Simbolicamente a natureza expõe a necessidade da mulher
manter a cabeça coberta em ocasiões apropriadas(15). Já que na verdade o cabelo comprido
lhe foi dado em lugar do véu. c) Paulo declara que não havia necessidade de estabelecer uma
contenda sobre o assunto(16): 1) Eles não tinham aquele costume: de mulheres orarem e
falarem da palavra de Deus com a cabeça descoberta. 2) Este era o hábito geral das igrejas
cristãs. 3) O princípio desta discussão anterior é que o cristão deve sempre agir de maneira
decente. 4) Obrigar o véu ou proibir o corte de cabelo hoje seria injusto pois arrancaríamos um
princípio local das circunstâncias em que ele foi dado, e faríamos dele um princípio universal.

II - Repreensões quanto a desordens na Ceia do Senhor(17-22): 1) As reuniões da igreja não


estavam produzindo benefícios(17): a Igreja de Corinto era cheia de problemas como também
são as nossas igrejas. Agora a atenção de Paulo volta-se para a celebração da Ceia do
Senhor. Essa cerimônia cristã era geralmente precedida de um encontro em que as pessoas
tomavam uma refeição, cada crente trazendo o seu alimento. Era o Ágape = a idéia de um
encontro dos crentes, comunhão e confraternização e vê-se que as intenções eram as
melhores possíveis. Entretanto, em Corinto essa ágape tinha muito pouco do verdadeiro amor.
Os mais ricos traziam comida em maior quantidade e melhor qualidade. Os pobres chegavam
com suas comidas simples. Não havia uma preocupação dos crentes em melhores condições
repartirem com os mais carentes. O encontro em vez de ser amoroso, tornava-se afrontoso.
Não havia nesse procedimento motivos para que o apóstolo concordasse ou exaltasse os
irmãos.

2) As divisões partidárias se evidenciavam nessas reuniões(vv.18-19): Partidos e dissensões


se mostravam nesse ágape(v.18). Os grupos mencionados anteriormente agitavam bastante o
encontro que devia ser uma preparação para a Ceia, dando-lhe um sentido de comunhão cristã
que na realidade não existia ali em Corinto. Por essas coisas o encontro não poderia ser
benéfico pelo contrário só traria prejuízos(v.17). Quando isso acontece na igreja, quando o
encontro dos crentes não contribui para o louvor a Deus, para a edificação dos salvos e para
testemunho aos perdidos, as reuniões e as cerimônias perdem seu inteiro valor. As dissensões
impediam que a igreja, como corpo de Cristo, estivesse unida realmente(v.18). Contudo,
apesar de serem prejudiciais à comunhão, Deus permite que hajam os partidos e as
dissensões para que os fiéis sejam revelados e usados então para o serviço do Senhor.

3) As reuniões foram desvirtuadas do seu objetivo primário(vv.20-22): No fundo os irmãos não


estavam reunindo-se para celebrar a Ceia do Senhor(v.20). Aquilo que eles pensavam que era
uma celebração da Ceia do Senhor havia sido transformado numa celebração quase pagã. A
Ceia do Senhor = é do Senhor que é o anfitrião e que nos convida a participarmos. Os
elementos que a constituem simbolizam seu sangue e seu corpo. O procedimento dos irmãos
despertava a indignação do apóstolo(v.21). Nem mesmo as celebrações pagãs chamadas
eranoi eram tão escandalosas como a “festa do amor” de Corinto. Pois cada um colocava
diante de si suas provisões e se punha a comê-las. Comiam antes, não esperavam a chegada
de todos, embriagavam-se; outros ficavam com fome. O que eles mereciam era uma dura
reprimenda(v.22). E o apóstolo usa palavras fortes para repreendê-los. Acusa-os de:
glutonaria, bebedeira, desrespeito à igreja, humilhação aos pobres. Se antes foram louvados

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porque guardavam os preceitos ensinados por Paulo. Agora são duramente repreendidos
porque no que se refere a Ceia eles não mereciam qualquer elogio.

III - Ordem e Significado da Ceia do Senhor(23-34): 1) Um ensino a ser transmitido(vv.23-26): A


Ceia do Senhor não é a Páscoa. Os judeus tinham a sua festa comemorativa da saída do povo
de Israel do cativeiro egípcio. Os cristãos nada têm com a páscoa, a não ser vê-la como um
prenúncio do que aconteceria quando o Messias viesse ao mundo morrer pelos seres
humanos. Paulo diz que Cristo é o nosso cordeiro pascal. Não tem sentido, pois, uma
comemoração cristã da páscoa. Paulo declara que ele entregava aos crentes, o que recebera
diretamente do Senhor Jesus(v.230. Ele conhecia os fatos relacionados com a Ceia, através da
tradição dos apóstolos que participaram dela com Jesus. Ele ensinava às igrejas autorizado
pela revelação que recebera do Senhor e também pela autoridade apostólica. Esta explicação
sobre a Ceia dada pelo próprio Senhor Jesus é a mais importante de todo o Novo Testamento.

2) Compreendamos os símbolos da celebração(24-26): na instituição da Ceia, Jesus tomou o


pão, apresentando-o aos discípulos, dizendo-lhes que era o seu corpo(vv.23,24). Jesus estava
ali presente. Os discípulos o viam com o pão nas mão. Entendiam que aquilo era um símbolo e
não o corpo de Jesus. Da mesma maneira, viam o cálice, e sabiam que ali estava o suco de
uva e não o sangue do Senhor, mas seu símbolo(v.25). A Ceia é o símbolo de um pacto entre
Deus e os homens(v.25): a morte de Cristo ocorrida em nosso lugar. Isso deve ser relembrado
todas as vezes que dela participarmos. Ela é um memorial. Ao celebrá-la estamos anunciando
a morte do Senhor(v.26): a Ceia não existe para santificar ninguém. A Ceia é uma maneira de
comemorar a morte de Cristo(nossa vida). A Ceia é um sermão, uma mensagem dramatizada
da morte do nosso Salvador. A celebração tem um tempo determinado(v.26): a Bíblia não fixa a
periodicidade da celebração da Ceia(diariamente, semanalmente, mensalmente,
trimestralmente, anualmente). O ensino é que esta celebração deve prosseguir até a volta de
Jesus, quando então não será necessário anunciar à sua morte. A Ceia foi instituída para
simbolizar e comunicar seis importantes verdades: 1) Um memorial para lembrar-nos a verdade
central do cristianismo - a morte substitutiva de Cristo (vv.24,25). 2) A comunhão da igreja, o
corpo de Cristo(v.18). 3) Um culto em que o crente examina o seu andar com o Senhor Jesus
Cristo(v.28). 4) Um culto de gratidão pela salvação (v.24). 5) Um testemunho da morte de
Cristo(v.26). 6) Um culto de esperança(v.26).

3) Quem deve e como deve participar da Ceia?(vv.27-29): A Ceia do Senhor é um memorial


para dela participarem crentes arrependidos, salvos por Jesus Cristo(v.27): batismo bíblico e
exame criterioso. Participar indignamente = participar da celebração sem estar em plena
comunhão com o Senhor e com os irmãos. Conseqüência = tornar inútil o sacrifício de Jesus =
pecar contra o corpo e sangue de Cristo(v.27). Um exame criterioso nos prepara para
celebrarmos dignamente(v.28): o crente é convidado a proceder esse exame e comer do pão e
beber do cálice. A esse exame segue-se a confissão de pecados a Deus, a fim de que de
coração limpo e puro o crente discirna o corpo do Senhor. Embora seja símbolo, o crente deve
participar da Ceia do Senhor com toda a reverência e respeito. Com mente pura, consciência
limpa, coração lavado. E sem mágoas ou ressentimentos com o irmão. Como aliás deveria
estar em tudo o que ele participa. A participação inadequada traz condenação ao crente(v.29):
o corpo do Senhor foi dado na cruz para limpar-nos de nossos pecados. Se diante desta
cerimônia que simboliza o que Cristo fez por nós, deixamos que o pecado permaneça em
nosso coração, tornamos inútil o sacrifício de Jesus, participando indignamente dessa Ceia.
Isso acontecia entre os coríntios; eles quebravam a comunhão dos crentes, promoviam
dissensões, tinham problemas de ética cristã, de intemperança, e até de embriaguez.

4) O julgamento e o castigo divino(vv.30-34) - A maneira irreverente com que os coríntios se


aproximavam da mesa do Senhor estava sendo causa de castigo(v.30): havia fracos, enfermos
e gente adormecida(morta). Alguns entendem que esses males seriam de natureza física.
Deus os castigava pela maneira indigna com que compareciam à Ceia. Parece também que

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esses males eram espirituais devido à sua irreverência para com as coisas de Deus. É melhor
sermos julgados pelo Senhor porque Ele nos corrige(vv.31-32): se formos julgados por nós
mesmos quem garante que vamos reconhecer os nossos próprios erros? Cuidemos para que o
Senhor não nos ache em falta. Se o mundo nos julgar certamente nos condenará pois
receberemos a mesma sentença que já está reservada para ele. O julgamento divino é
conseqüência do zelo e do seu amor. Ainda que haja correção ela será benéfica. Devemos
evitar os erros(vv.33-34): os irmãos em Corinto deviam evitar a pressa, a gula, a bebedice, as
divisões. Os irmãos deveriam entender que a fome deve ser saciada em casa e a celebração
da Ceia deveria ter os seus valores resgatados. E nós queridos irmãos? Quais são os nossos
erros? O que devemos evitar?

CAPÍTULO 12 – A FUNÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS NO CORPO

I - Os Dons Espirituais e o Ministério do Espírito(1-3): 1) Os dons espirituais = pneumatikos =


coisas pertencentes ao Espírito Santo(v.1). Os dons espirituais são distribuídos por Deus à
igreja. O objetivo de distribuir dons é edificar à igreja. É errado pensar que "dons espirituais"
existem para prestigiar ou presentear alguns cristãos em particular. Se os dons entristecem os
crentes, não ajudam na edificação do corpo e dos membros e dividem a igreja não dons
espirituais proporcionados por Deus. Qual foi a intenção do apóstolo Paulo ao escrever sobre
este assunto? Se a intenção de Paulo era que o irmãos não fossem ignorantes acerca de um
assunto tão importante como você acha que estas informações são úteis para nós? 2) Os
crentes coríntios, antes da sua conversão eram pagãos arrastados ao culto dos ídolos mudos
pela necessidade das emoções e sob o domínio das superstições(v.2). Que semelhanças você
pode encontrar entre eles e nós, o povo brasileiro? Sabemos que os pagãos não são homens
livres que seguem seus deuses por conta própria. Antes, são arrastados, pressionados,
desamparados, como homens que não conhecem nada melhor. Nada conseguiram nessas
falsas religiões porque seus deuses eram ídolos mudos.

3) No evangelho, opera o Espírito Santo que conduz os crentes e que os inspira ao


testemunho(v.3). Como você e eu podemos identificar se uma pessoa é inspirada pelo Espírito
Santo de Deus? Assim o primeiro e principal teste da inspiração do Espírito Santo é a atitude
do crente em relação a Jesus Cristo. Ninguém reconhece o senhorio de Cristo e a Ele se
submete, se não for conduzido pelo Espírito. Quem adota uma posição contrária ou mesmo
indiferente em relação a Jesus, não se acha sob a inspiração do Espírito. Como você explica a
atual situação, por exemplo, da Igreja Católica Carismática que reivindica para si os dons
espirituais(entre eles línguas estranhas, curas, etc) e mantém nos seus altares e devoção
ídolos, sendo que o mais destacado deles é a imagem de Aparecida(segundo dizem mãe de
Deus)? Recentemente alguém me disse: "pastor os católicos estão mudando, cantam nossos
cânticos, têm dons espirituais, evangelizam, etc !.. O que o senhor acha disso tudo?" Em
resposta a esta afirmação e pergunta falei que Deus não poderia ser o autor de tudo isso numa
igreja onde a pessoa de seu Filho Amado e querido, nosso Senhor e Salvador Jesus, continua
dividindo sua glória e ministério salvífico com os tantos santos e ídolos.

II - O Verdadeiro Ministério e o Exercício dos Dons Espirituais(4-11): 1) Os dons visam suprir as


necessidades da igreja que é um corpo com muitos membros. Para que toda a igreja seja
abençoada são necessários realmente vários dons(v.4). O Espírito Santo que é um só usa
homens diferentes, de diversas maneiras, concedendo-lhes dons variados. A diversidade
salienta basicamente a gratuidade, a liberalidade do dom. Ao que parece os coríntios usavam
os dons como meios para fomentar a divisão. O que há de errado neste comportamento?
Consideravam a posse desses dons como questão de orgulho, e se levantavam uns contra os
outros com base na posse ou não deste ou daquele dom. Esta atitude é errada pois a

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diversidade dos dons visa o mesmo propósito divino que é a edificação da igreja. 2) Há
diferentes ministérios e habilidades mas o Senhor é o mesmo(v.5). Bem sabemos que há
diferentes maneiras de servir, mas elas não são importantes pois o Senhor é o mesmo. Senhor
= Kurios = Cristo - A idéia de serviço poderia ser de serviço prestado a Jesus Cristo. Como
você avalia o serviço que tens prestado ao Senhor Jesus através de sua igreja?
Reconhecemos que as habilidades são diferentes e que as recebemos de Deus(v.6). A idéia
básica aqui é a do poder de Deus em ação. Embora as atividades divinas sejam múltiplas o
Deus é o mesmo. Os dons, ministérios e operações não devem ser motivos de divisão entre os
cristãos.

3) Há aqui uma inferência a doutrina da Trindade(4-6). E nela podemos observar que os dons
são atribuídos ao Espírito(v.4), os ministérios a Jesus(v.5), as operações a Deus, que é o
Pai(v.6). Por que você acha que Paulo mencionou a distintas pessoas da Trindade ao falar
sobre os dons espirituais? Esta menção não ocorre por acaso: "as pessoas da Trindade são
três, mas constituem um só Deus". Elas atuam de maneira diversa, ante o nosso entendimento,
mas trabalham num mesmo propósito. Da mesma forma na igreja somos diferentes, mas
existimos como um corpo. Temos diferentes dons, mas servimos a um mesmo propósito. 4) A
utilidade dos dons precisa ser reconhecida(v.7). Para que servem os dons espirituais que Deus
concede a igreja? Os dons não existem para o deleite de alguns crentes em particular. O
proveito comum = para a utilidade da igreja, para abençoarem o corpo de Cristo, com os seus
vários membros. A idéia é que os dons devem ser usados para a edificação da igreja do
Senhor.

5) A distribuição dos dons é obra do Espírito Santo(vv.8-10). Eis uma breve alusão a cada um
dos dons mencionados nesta lista paulina e que aponta para a liberdade e diversidade na
distribuição que o Espírito Santo faz dos dons espirituais: Palavra de Sabedoria = significa a
capacidade espiritual de aplicar os ensinos de Deus à prática da vida cristã, ajudando o povo
de Deus a andar nos caminhos retos do Senhor, e agir adequadamente ante as situações da
vida no mundo(v.8).

Palavra de Ciência = relaciona-se com o conhecimento espiritual. É a capacidade de penetrar


profundamente na doutrina revelada, na Palavra de Deus, compreendê-la em seu conjunto e
seus detalhes, expondo-a ao povo de Deus para a sua instrução(v.8). Esse dom assim como o
anterior relaciona-se com a inteligência iluminada pelo Espírito Santo, e com a capacidade de
comunicar aos outros a vontade divina. Fé = capacidade de ver o invisível. Essa fé milagrosa
remove montanhas. Num certo sentido, todos os crentes têm fé. Mas o dom espiritual da fé é
algo especial que Deus concede para mover sua igreja a grandes realizações(v.9).

Dons de Curar = referem-se ao poder que Deus concede para a libertação das enfermidades.
Deus continua curando hoje, como curou no passado. As vezes, Ele usa os ofícios dos
médicos, noutras ocasiões não. Na realidade toda cura vem de Deus. Os dons de curar foram
dados para a autenticação do evangelho. Mas nem os apóstolos fizeram uso indiscriminado
dele. Seriam os movimentos modernos de cura a manifestação deste dom espiritual(v.9)?
Operação de Milagres = corresponde ao poder espiritual de suspender temporariamente as leis
que governam o universo. Os milagres ocorrem para autenticar as verdades de Deus. Deus
pode operar milagres em qualquer tempo(v.10)? Profecia = não significa a capacidade de
prever o futuro, mas principalmente de proclamar as verdades divinas. Profeta é quem fala em
nome de Deus. Há um dom de profeta dado à igreja para a sua edificação(v.10). Discernimento
de Espíritos = significa a capacidade de distinguir entre um milagre falso e um verdadeiro, entre
alguém que se diga inspirado pelo Espírito e quem realmente o seja; entre quem se apresente
como seguidor de Jesus e um outro que de fato siga o Mestre(v.10).

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Variedade de Línguas = duas são as maneiras de entender esta expressão: 1) as línguas são
idiomas que Deus concedeu aos homens falarem para que outros que não os entendam
conheçam o evangelho, como se deu no Pentecostes. 2) as línguas são uma linguagem de
êxtase onde a pessoa que fala não sabe o que ela significa e fala sob a influência do Espírito
Santo. Explique, se possível, esta diferença: Em Atos temos as glossai no sentido de idiomas(
2.1-11; 10.44-46; 11.17 e possivelmente 19.1-6). Deus agiu no emissor e no receptor e não é
preciso forçar a barra para dizer que os discípulos falaram uma língua ininteligível e os ouvintes
escutaram em seus dialetos. Respeitemos os princípios hermenêuticos. O mesmo princípio se
aplica à questão das línguas em Corinto. Há indicações de que o fenômeno de Corinto foi
marcado pelo êxtase, e que foi valorizado pelos coríntios precisamente pela intensidade de
êxtase que produziu e pela ininteligibilidade da fala resultante. Interpretação de Línguas = o
dom pelo qual Deus tornava inteligível o que estava oculto a todos nos pronunciamentos
extáticos recém mencionados(v.10).

6) O critério da concessão e a origem dos dons é divino(v.11). Não cabe ao homem escolher o
seu dom. Se os dons são concedidos por Deus a igreja para abençoá-la, quem melhor do que
Ele para conhecer as necessidades e como elas podem ser satisfeitas? Todos os crentes são
agraciados com dons. Se alguém não encontrou o seu, peça a Deus que o revele. A origem
dos dons espirituais é divina. Os dons espirituais vêm a igreja, procedendo de Deus através do
Espírito Santo. Eles não significam capacidade natural ou intelectual dos homens(talento). São
capacidades espirituais dadas por Deus aos crentes. Quem não é crente pode ter capacidades
e habilidades, mas não dons espirituais. Cada um de nós com a capacidade que o Espírito
Santo concedeu é um dom proporcionado à igreja para a edificação da mesma.

III - Cada Crente é um Membro do Corpo de Cristo, Com um Ministério Definido(12-31): 1) A


unidade deve ser acentuada pois esta é a tarefa do Espírito Santo (v.12). Nós formamos um
corpo em Cristo Jesus. Há unidade na diversidade. A unidade na igreja não se dá somente em
relação aos dons espirituais, que têm a mesma origem(Deus) e a mesma finalidade(o proveito
comum, a bênção e a edificação). A unidade mostra-se também no fato de que somos
membros de Cristo e nos identificamos nEle. Cristo = Igreja - porque Cristo é a Igreja. A igreja é
Cristo. Qualquer problema que fere a igreja fere a Cristo. 2) Nós nascemos de novo pela
operação do Espírito Santo (v.13). O Espírito batiza o crente, imergindo-o no Corpo de Cristo.
As diferenças, causa de muitas lutas e divergências entre nós, são inteiramente secundárias
ante o nosso batismo no corpo de Cristo. Raça, nacionalidade, condição social, cultural,
econômica, tudo isso torna-se sem sentido em relação à nossa união em Cristo. O Espírito que
penetrou no íntimo do nosso ser nos habilita a vivermos unidos.

3) A analogia do corpo: os dons diversos são vitais e funcionais para a unidade (vv.14-27): a) A
diversidade de funções dos membros e a unidade do corpo(14-16). Paulo descreveu a igreja
como corpo de Cristo porque conhecia o espírito grego de rivalidade e divisão. Os gregos
dificilmente agiriam em união. O emprego da figura da igreja como corpo demonstrava a
necessidade de unidade e cooperação nos propósitos e trabalhos da mesma(14). Nenhuma
membro deve equiparar-se ao corpo. Precisa-se de muitos membros para formar um corpo(14).
A diversidade não é um atributo acidental do corpo, antes, a sua própria essência(14). O
membro que ignora a cooperação e age independentemente viola o conceito de sua igreja
como corpo de Cristo e desmembra o mesmo(16). Há muitos membros do corpo que não são
vistos, mas são vitais. Os membros da igreja funcionam como coração, pulmões, veias e
artérias não são vistos, mas ninguém ignora a sua importância. O corpo possui saúde quando
cada membro está exercendo bem as suas funções específicas(15). O corpo não pode ter
existência plena se alguns membros não trabalham(15). Cada cristão, membro de uma igreja,
pertence àquele corpo de Cristo. Ele deve fazer o possível para o bem geral do corpo
inteiro(sua igreja local)(16).

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b) A solidariedade dos membros do corpo(17-20). Há diversidade na unidade do corpo de


Cristo(v.12), a vida do corpo depende do funcionamento de seus diversos membros(17). Há
uma necessidade de existirem vários membros no corpo e nenhum membro pode realizar as
funções do outro(17). O pé não enxerga. A mão nada ouve. A cabeça não pode comer. Mesmo
assim quem desejaria um corpo sem pés, mãos e cabeça? O corpo de Cristo precisa de
pessoas com capacidades espirituais diferentes. Se não existem diferenças, não há corpo(18-
20). Os que insistem em ensinar que todos precisamos ter o mesmo dom espiritual(línguas)
para mostrar que temos o Espírito Santo ignoram o principal ensino bíblico acerca dos dons
espirituais com relação ao corpo. Os que valorizam a experiência pessoal em detrimento da
coletividade agem mal. O Novo Testamento deixa claro em ensinar que os dons do Espírito
Santo são concedidos para o aproveitamento do corpo total, e não para um membro
individualmente. A preocupação egoísta é estranha ao conceito de solidariedade. O corpo não
é um membro mais muitos(17,20). É precisamente na distribuição dos dons diferentes que
Cristo cria a igreja e a transforma em seu corpo(18). O ensino que não reconhece isso peca
contra Cristo e seu corpo.

c) A participação vital em Cristo(21-27) = Colossenses 12.6-17. Os membros da igreja são


participantes de Cristo. A união com Cristo encontra uma explicação simples na figura do
corpo: o crente pertence ao corpo, cuja cabeça é Cristo. A relação do crente é nada menos do
que aquela que existe entre o corpo e a cabeça. Assim como nenhum membro do corpo
humano pode ser desprezado; também no corpo espiritual todos os membros são
importantes(21). A figura de Cristo como cabeça do corpo revela o essencial senhorio de Jesus
sobre a igreja. A cabeça determina a ação do corpo. Assim deve ocorrer entre Cristo e a igreja.
Ele é cabeça = o princípio, o criador da igreja, o primogênito de toda criação, o autor da vida. A
cabeça = a única pessoa a ser exaltada na igreja, o único ser dotado de autoridade suprema. A
necessidade de crescimento é alimentada(25): O crescimento é decorrência da obediência a
Cristo; é normal que a igreja cresça. A desunião impede o crescimento da igreja(divisões,
contendas, discórdias). Se a igreja a qual você faz parte não está crescendo tanto em
qualidade como em quantidade, deve ser motivo de grande preocupação. Uma igreja unida
cresce com mais vitalidade; e esta unidade deve ser vista no sofrimento, na alegria, no cuidado
mútuo(26). Sejamos responsáveis pelo crescimento do corpo de Cristo já que fazemos parte
dele(27).

4) Deus pôs na igreja tudo no lugar certo (vv. 28-31): a) Apóstolos = "enviado", "mensageiro"
ou o que "proclama". É aquele que possui autoridade de quem envia. Num sentido restrito, se
refere aos doze apóstolos chamados por Jesus. As condições para o exercício do cargo são:
ser testemunha da ressurreição e ter recebido uma chamada diretamente de Cristo(Lucas
24.48; João 20.2; 1 Coríntios 9.1; Atos 1.20-22; João 20.21; 1 Coríntios 2.12). Num sentido
amplo, todos nós somos apóstolos porque somos comissionados por Deus para pregar o
evangelho(28). b) Profetas = É o dom da palavra, da proclamação com autoridade sobre as
coisas de Deus. Não é primordialmente prever coisas futuras, mas advertir e admoestar sobre
a vontade de Deus. É a proclamação daquilo que Deus revela. Hoje, para nós, a revelação está
na Bíblia(28). c) Mestres = Estes tem o dom do ensino da Palavra de Deus, sendo esta tarefa
essencial a qualquer pessoa chamada para o exercício do ministério( 1 Timóteo 3.2; 2 Timóteo
2.24; Efésios 4.11). É função básica na igreja(28). d) Operadores de Milagres = Esse dom de
poder tinha a finalidade de autenticar o apostolado e a mensagem cristã(Atos 14.3). Pode-se
também reconhecê-lo como o dom de "poderes", "sinais" ou "prodígios". Nem todos os crentes
possuíam este dom(29).

e) Dons de Curar = É a manifestação do poder de Deus para a restauração da saúde do corpo.


A cura é uma obra divina e tem propósitos divinos. Não parece algo automático, pois alguns
homens de Deus tinham problemas de saúde e não foram curados(30). f) Socorro = É o dom
da beneficência, do despreendimento dos próprios bens para ajudar os necessitados. É o dom
da ajuda. Numa época de tanta pobreza, esse dom é inestimável(28). g) Governos =

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Kubernésis. Paulo usa aqui uma palavra que só aparece em dois outros lugares no Novo
Testamento(Atos 17.11 e Apocalipse 18.17) e nestes casos significa "timoneiro", "piloto do
navio". No caso específico podemos entender governo como uma função de liderança.
Capacitação para o comando, a direção e a presidência(28). h) Variedade de Línguas =
dialetos ou línguas extáticas(Atos 2, 1 Coríntios 12) faladas pelos crentes por obra do Espírito
Santo. i) Paulo alinha os dons mostrando que eles são diferentes porém importantes. Ainda
que alguns dons sejam maiores do que outros(31). j) Ninguém tem todos os dons e ninguém
fica sem dom(29,30). Ninguém precisa ambicionar o dom do irmão. k) É o amor que deve
dominar o coração de cada crente, assim estaremos trilhando o caminho sobremodo
excelente(31).

CAPÍTULO 13 - OS DONS DO MINISTÉRIO DEVEM SER EXERCIDOS EM AMOR

I - A Excelência do Amor(1-3): 1) O amor é maior do que a eloquência(v.1). A comunicação


impressiona os homens: convence as pessoas e as mobiliza. Se alguém dominar a
comunicação, falar todos os idiomas; mas não tiver amor, isso não terá valor algum. Se houver
uma língua especial, com a qual os anjos de Deus se comuniquem, e um homem tiver acesso
a essa língua, e não tiver o coração cheio de amor, tudo será sem valor. Diante de deus,
eloquência e retórica serão só ruídos, se não forem usados por quem tenha um coração cheio
de amor. A que Paulo compara as pessoas que falam bonito mas que não possuem amor? A
comparação feita com os instrumentos musicais revela que o que acontecia na igreja em
Corinto era que os irmãos valorizavam as línguas, mas só produziam ruído, porque lhes faltava
o amor.

2) O amor é maior do que a profecia, o conhecimento e a fé(v.2). A profecia pode ser a


previsão do futuro, mas também e principalmente a comunicação do evangelho. Quem tenha
esse dom pode fazer muito, pode conseguir produzir muita coisa, mas só se tiver amor
enchendo o seu coração. É importante ter conhecimento, não só o conhecimento intelectual,
mas também a ciência espiritual das coisas de Deus. Mas ter o coração pleno de amor e
praticar esse amor é mais importante. A fé é um dom e tem lugar proeminente no Reino de
Deus. Sem fé é impossível agradar a Deus. Sem uma fé desenvolvida e aumentada, os
empreendimentos do Reino de Deus não avançarão. Mas o amor ainda é mais importante do
que a fé. Por que o amor é maior do que todos os outros dons espirituais? Cremos que os dons
existem para a edificação da igreja e de nossos irmãos. Para que eu os use no cumprimento de
suas finalidades não posso ser egoísta. Tenho que estar interessado em abençoar outros.
Como isso pode acontecer sem amor? Se não há amor em meu coração, eu mato os dons que
o Senhor me concedeu.

3) O amor é maior do que a caridade e o sacrifício(v.3). Caridade sem amor pode ser uma
tentativa de aplacar a consciência ante as injustiças cometidas. Pode ser uma manifestação de
superioridade ou um meio pelo qual se busca a salvação. Diante de Deus estas ações
caridosas nada valem se não forem motivadas pelo amor a Deus. Sacrifício sem amor pode
doer muito para o sacrificado, pode impressionar as pessoas, mas nada vale perante Deus. O
amor está acima de tudo e nos aproxima de Deus e no aproxima também do próximo. Só o
amor permanece quando a prova final chegar.

II - As Características do Amor(4-8): 1) O amor é sofredor(v.4). Tem uma grande capacidade de


suportar provas, adversidades, provocações. Nenhum sofrimento pode destruir o amor. 2) O
amor é benigno(v.4). Cheio de compaixão, de ternura, pronto e disposto a servir em todas as
situações. Reage com bondade aos que o maltratam. 3) O amor não é invejoso(v.4). Não se
importa se outros recebem maiores bênçãos físicas, materiais, intelectuais e espirituais. Alegra-
se com as bênçãos do próximo. 4) O amor não se vangloria(v.4). Não chama a atenção para si
mesmo. Não faz questão de ser notado. Dedica toda a glória a Deus. 5) O amor não se

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ensoberbece(v.4). O amor é humilde. De maneira penas ou age movido pelo orgulho. Não se
enche de importância porque sabe o que é e tem deve a Deus e aos outros. 6) O amor não se
porta inconvenientemente(v.5). Não age fora do decoro. Está sempre comprometido com a
decência. Tem um caráter reto, puro, tem uma reputação ilibada. 7) O amor não busca os seus
interesses(v.5). Interessa-se pela situação espiritual, moral, física e material do próximo. "Não é
cristão aquele que se preocupa só com a sua felicidade, sem se importar como anda o mundo
a sua volta". 8) O amor não se irrita(v.5). Não perde o equilíbrio = não está predisposto a se
ofender. Não dá lugar a provocação.

9) O amor não suspeita mal(v.5). O amor está sempre pronto a pensar o melhor das pessoas e
não lhes imputa o mal. Não julga o próximo. Não atribui más intenções à ação do próximo. Dá-
lhe crédito, e procura confiar nele. 10) O amor não se alegra com a injustiça(v.6). O amor não
se alegra com nenhuma espécie de mal. Não tem prazer se algum mal desaba sobre o
próximo, especialmente se é vítima da injustiça. 11) O amor alegra-se com a verdade(v.6).
Sente um prazer quando a verdade e a justiça estão imperando. O amor regozija-se na
verdade de Deus, na verdade do evangelho. O amor participa da alegria da verdade. 12) O
amor tudo sofre(v.7). A palavra traduzida como sofrer pode significar também cobrir. O amor
puro inspirado por Deus cobre tudo o que deve ser coberto. Não trai segredos, e desculpa as
faltas dos outros dentro do que é lícito desculpar. O amor não recua facilmente = agüenta. 13)
O amor tudo crê(v.7). Está sempre disposto a levar em conta as circunstâncias e a ver nos
outros o melhor. Acredita e confia no próximo, só mudando sua opinião, se uma prova positiva
das más intenções do próximo acontecer. 14) O amor tudo espera(v.7). Quem ama tem sempre
a esperança de que a pessoa amada pode melhorar. Não espera passivamente, mas toma
providências para ajudar na melhora do próximo. 15) O amor tudo suporta(v.7). O amor não se
deixa vencer, mas a sua parte, varonilmente, sejam quais forem as dificuldades. É paciente e
tem tranqüilidade suficiente para enfrentar as aflições sem desespero. 16) O amor jamais
acaba(v.8). O amor não acaba nem cessa, jamais falha. Tem existência eterna. Muita coisa
boa desta vida não perdurará até a eternidade. Os dons espirituais mesmo têm limites. O amor,
o caminho sobremodo excelente, permanecerá. Ele é derramado em o nosso coração pelo
Deus Eterno.

III - A Posição do Amor(8-13): 1) A duração do amor é eterna(v.8). Os dons espirituais acabam-


se. Acontecem por um período maior ou menor de tempo. Quando estivermos diante do Deus
Todo-Poderoso: não haverá lugar para o profeta; não haverá lugar para o que fala em línguas;
não haverá lugar para o conhecimento adquirido à luz do conhecimento divino. Por que? Só o
amor é eterno. 2) Todo o conhecimento que adquirimos é parcial(vv.9-10). O que você acha de
toda essa revolução tecnológica e científica de nossa época? Como você encara este avanço
fantástico na área do conhecimento(computadores, pesquisas, experiências, etc)? Se você
acha que há um grande avanço saiba que o nosso conhecimento das coisas materiais e
espirituais ainda é pequeno agora. Mas um dia adquiremos conhecimento pleno, total. O que é
perfeito = quando chegar a consumação, tudo o que é parcial será aniquilado. 3) A vida do
homem ilustra este contraste entre o parcial e o completo(v.11). Onde Paulo queria chegar ao
fazer esta comparação usando as palavras criança e adulto? Será como passar da infância
para a maturidade(os irmãos em Corinto eram crianças na fé). A maturidade cristã nos conduz
a vencer esta etapa na vida.

4) A imperfeição que nos caracteriza não será eterna(v.12). Se por um lado ainda vivemos
como uma imagem refletida num espelho(no caso de Paulo o espelho era de bronze polido) de
forma confusa. Um dia o veremos face a face. Quem nós veremos e em que dia isto
acontecerá? Se por outro lado, o conhecimento que temos é limitado(parcial) um dia o
conheceremos como de fato Ele é, e seremos conhecidos. 5) A superioridade do amor(v.13). A
fé é importante e permanecerá mais o amor ainda é maior. A esperança é fundamental mais o
amor a supera. O amor a maior das virtudes cristãs permanecerá para sempre. O que você
sentiu ao estudar os versos 4-8? Eu posso lhe afirmar que esta reflexão sobre o amor quase

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me desanima porque eu me sinto incapaz de viver esse amor. Todos nós temos tropeçado em
muitos desses pontos. Quem não tem o Filho de Deus em seu coração, quem não foi
regenerado através da operação do Espírito Santo, não pode sequer aspirar à prática desse
amor sublime e puro. Mas também nós que fomos salvos por Jesus, só poderemos nos
aproximar de um sentimento semelhante, se nos submetermos ao Espírito Santo. O primeiro
aspecto do fruto do Espírito é o amor(Gálatas 5). Somente uma pessoa no mundo já amou
dessa maneira. E este foi Jesus Cristo, o nosso Salvador e Mestre. Devemos aprender com
ele!

CAPÍTULO 14 - OS DONS E A ORDEM NO CULTO

I - A superioridade da proclamação(1-25): 1) O dom importante é o da profecia(proclamação


autorizada da mensagem divina)(v.1). "Portanto, sigam pelo caminho do amor, enquanto
colocam o coração nos dons do Espírito. O maior dom quem você podem almejar é a
capacidade de falar as mensagens de Deus". Os cristãos devem buscar uma vida de amor(1
Coríntios 13). É direito do cristãos zelar pelos dons espirituais. E dentre estes o prioritário deve
ser o da proclamação. O profeta do Novo Testamento não é um mero pregador, mas um
pregador inspirado através do qual o Novo Testamento foi escrito e novas revelações foram
dadas para a nova dispensação(vv.29,20). 2) O dom de línguas é um dom menor por ser
ininteligível(v.2). "O homem que fala numa ‘língua’ não se dirige a homens(pois ninguém
compreende uma só palavra do que diz), mas a Deus; ele está falando segredos espirituais
somente em seu espírito". Não fala aos homens porque é uma linguagem que não é conhecida.
Não fala para si mesmo porque quem fala também não entende. Fala somente a Deus, porque
em Espírito fala mistérios. O que fala em línguas edifica-se a si mesmo. 3) O dom da profecia é
útil a todos(vv.3-4). "Mas aquele que prega a palavra de Deus está utilizando aquilo que fala
para edificar a fé dos homens, animá-los ou consolá-los. O que fala numa ‘língua’ edifica sua
própria alma, mas o que prega edifica a igreja". O dom de profecia é útil porque auxilia na:
edificação, exortação e consolação dos crentes. Descreva(com ajuda de um dicionário se
necessário for) as seguintes palavras: consolação, exortação e edificação.

4) Para que o dom de línguas edifique a igreja é necessário que haja intérprete(v.5). Paulo
desejava que os irmãos em Corinto falassem em línguas mas o seu desejo era maior no
sentido de que eles proclamassem a mensagem divina. Por que esta preferência? A
proclamação da vontade do Senhor revelada nas páginas da Bíblia produz edificação enquanto
que o falar em línguas só edifica a comunidade se houver um intérprete. O que isto aponta ou
indica sobre a questão do uso do dom de línguas em nossa comunidade atualmente? 5) O
importante no uso do dons espirituais é a edificação(v.6). Pois, meus irmãos, suponham que eu
vá até vocês falando em ‘línguas’. Que bem lhes faria se não pudesse dar alguma revelação da
verdade, algum conhecimento das coisas espirituais ou alguma mensagem da parte de Deus
ou algum ensino sobre a vida cristã?" Mais uma vez Paulo situa o dom de línguas numa
posição menor em relação à edificação da igreja. A revelação da vontade de Deus aos irmãos
é proveitosa para a edificação. A ciência ou conhecimento espiritual também o é. A
proclamação das verdades divinas é proveitosa para a edificação(edifica, exorta, consola). O
ensino(doutrina) que receberam de Jesus e lhes foi transmitido por Paulo é proveitoso para a
edificação.

6) Ilustrações sonoras que nos ajudam(vv.7-9). O que o Apóstolo quer nos ensinar com essas
ilustrações? Os sons dos instrumentos de sopro devem distinguir-se dos sons dos instrumentos
de cordas e aí temos a linguagem musical. A comunicação numa linguagem discordante, sem
propósito, não significa nada. No domínio militar, a trombeta(corneta) transmite a voz de
comando do chefe aos homens que estão longe dele e cada som refere-se a uma ordem
distinta. Assim, o que toca deve estar certo do que deseja transmitir pois se a corneta não for
bem tocada falhará no seu propósito. Assim cremos que a fala ininteligível está condenada a

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sumir no ar. 7) Uma comunicação numa linguagem estranha ou estrangeira não edifica(vv.10-
11). No mundo pode existir uma grande variedade de sons falados, e nenhum e sem sentido.
Mas se os sons da voz daquele que fala nada significam para mim, estou fadado a ser como
um estrangeiro para ele, e ele um estrangeiro para mim". Há várias línguas(idiomas) no mundo
e todas elas têm significados. Mas se não conseguirmos interpretá-las seremos estrangeiros
para quem fala e quem fala será estrangeiro para nós e neste caso a edificação deixará de
ocorrer por falha no processo de comunicação.

8) A igreja deve progredir na questão dos dons espirituais a fim de que seja edificada(vv.12-
17). Já temos visto que as línguas e os dons de sinais cessarão(1 Coríntios 13); enquanto isso
devem ser usados com restrição, e apenas se um intérprete estiver presente(v.5). Na igreja
primitiva havia liberdade para o ministério de todos os dons que estivessem presente, mas
especialmente para a profecia(v.1). O progresso ocorrerá quando entendermos quais são os
dons prioritários e como devem ser utilizados. O progresso ocorrerá quando a igreja possuir
todos os dons e não buscar somente este ou aquele dom(v.12). Os dons se completam, se
encaixam; dão sentido um ao outro(v.13). A edificação ocorrerá quando todas as
manifestações do culto produzirem benefícios mútuos. As orações, louvor, gratidão, bênção
proferidas em línguas precisam ser interpretadas para que a mente dos que nelas falam e os
que as ouvem também(14-16). Senão houver interpretação não haverá edificação(v.17).

9) A preocupação indevida com as línguas indica infantilidade espiritual(vv.18-20). Paulo tinha


o dom de línguas e agradecia a Deus por esse dom(v.18). Mas quando estava no culto público
preferia usar uma comunicação que fizesse sentido aos irmãos para edificá-los. Os cristãos
devemos amadurecer pois esse gosto especial pela glossolália(manifestação de línguas) nos
coloca numa condição de imaturos(v.20). Paulo coloca esse fenômeno como um "dom infantil",
ou pelo menos um dom que apela mais a uma criança do que a um adulto.

10) A diferença entre línguas e profecia(vv.21-25). As línguas são um sinal para os


incrédulos(21-22). A passagem citada por Paulo é Isaías 28.11-12 e o seu contexto indica que
aqueles que se recusaram a ouvir o profeta tiveram como castigo ouvir uma linguagem que não
podiam entender. Os que não cressem, ouviriam línguas, e não conseguiriam entender o seu
maravilhoso significado(21). As línguas apontam para o juízo de Deus aos incrédulos(22). As
profecias são dirigidas aos crentes, trazendo-lhes a verdadeira mensagem de Deus. A profecia
produz benefícios bilaterais(23-25). Se por um lado as línguas escandalizavam os incrédulos e
os indoutos(23). As profecias têm um efeito diferente: convencem os homens dos seus
pecados, da justiça e do juízo divino(24). O efeito da palavra inspirada é revelar ao homem o
seu estado. Outro benefício da profecia é conduzir o homem a adorar a Deus, reconhecer a
presença de Deus em sua igreja(25).

III - O Regulamento do Ministério dos Dons Espirituais na Igreja Local(vv.26-33): 1) O critério


da edificação deve normatizar nossa conduta(v.26). "Muito bem, meus irmãos, então sempre
que vocês se reunirem, cada um esteja pronto para contribuir com um salmo, um ensino, uma
verdade espiritual ou uma ‘língua’ com intérprete. Deve-se fazer tudo para fortalecer na fé a
igreja a que vocês pertencem". O culto existe em primeiro lugar para a adoração a Deus. Mas a
edificação espiritual dos crentes não se acha ausente. Salmo = um cântico entoado com o
acompanhamento de um instrumento. Doutrina = uma porção do ensinamento cristão.
Revelação = um ensino específico de algo concernente à vontade do Senhor. Língua = uma
manifestação de êxtase produzida pelo Espírito Santo. Interpretação = a capacidade espiritual
de interpretar o que foi dito pelo que manifestou o dom de línguas. Quando adora a Deus, o
crente exalta o criador, confessa seus pecados, apresenta suas súplicas, canta louvores, lê a
palavra, ouve a proclamação, e responde com sua edificação e serviço.

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2) A ordem deve caracterizar o uso dos dons espirituais(vv.27-33). "Se surgir a questão de falar
em uma ‘língua’, limitem os que falam a dois ou no máximo três. Deve falar um de cada vez e
haver alguém para interpretar o que é dito. Se vocês não tiverem nenhum intérprete, então
aquele que fala em uma ‘língua’ deve manter silêncio na igreja, falando somente consigo
mesmo e com Deus. Também não tenham mais de dois ou três pregadores, enquanto os
demais refletem sobre o que foi dito. Contudo, se uma mensagem sobre a verdade vier a
alguém que está sentado, então o que estava falando deve para. Pois dessa maneira todos
vocês podem ter oportunidade de apresentar uma mensagem, um após o outro, e todos
aprenderão e serão estimulados na fé. O espírito de um verdadeiro pregador está sob o
controle daquele pregador, pois Deus não é um Deus de desordem, mas sim de harmonia,
conforme se vê claramente em todas as igrejas".

O exercício do dom de línguas é normatizado(27-28): Não mais do que 2 ou 3 pessoas podiam


falar em cada reunião(v.27) e deviam falar uma de cada vez. Se ninguém fosse capaz de
interpretar o que era dito, o orador deveria ficar em silêncio. O exercício do dom da
proclamação é normatizado(vv.29-33): os irmãos que possuem o dom de falar em nome de
Deus a respeito das coisas divinas, podem e devem falar, mas vão fazê-lo dentro da ordem e
decência(v.29). Quem tem uma mensagem para a igreja vai falar, um de cada vez, mais aquilo
que está sendo dito, também está sendo avaliado(julgado) por outros(v.29). A proclamação tem
como objetivo o ensino(v.31): o cristão necessita aprender sempre. Ele nunca é
suficientemente maduro. Ele nunca tem conhecimento em demasia. O crescimento na graça e
no conhecimento de Jesus Cristo não tem limites. O culto é uma boa ocasião para o cristão
aprender e crescer. Ao se preparar o culto, estejamos preocupados com o que estamos
ensinando aos adoradores em nossas igrejas.

A proclamação tem como objetivo a consolação(v.31): a palavra usada para a consolação pode
também ser traduzida por exortação. No culto deve haver consolação, isto é, conforto e ânimo
para o crente que vive em meio as tribulações do mundo. Mas o culto deve exortar também o
crente para a vida mais perto de Deus, para um testemunho eficaz, para uma dedicação maior
ao reino, para um serviço de amor. Os que falam devem estar no controle de suas
faculdades(v.32). Se algum dom, ministério ou operação provoca confusão, entristece o povo
de Deus, tira a ordem das coisas do reino de Jesus Cristo, isso não procede de Deus(v.33).
Somos servos de um Deus de ordem e de paz e devemos cultuá-lo com ordem, paz e
decência. A desordem não significa a presença do Espírito de Deus e sua liberdade de
ação(v.33).

III - O Ministério da Mulher na Igreja(vv.34-35):1) Paulo proibia as mulheres de falarem na


igreja(v.34) e além da proibição encontramos a recomendação de que estejam submissas a
seus maridos. Os judeus não admitiam mulheres falando ou liderando qualquer atividade nas
sinagogas(um menino ou escravo podiam). Você sabe por que esta proibição foi estendida a
igreja de Corinto? Corinto era um cidade pagã dominada pelo pecado. No meio pagão a
religião relacionava-se diretamente com sexo ilícito e imoralidade. As sacerdotisas se
destacavam nesses cultos e templos mantendo relações sexuais com os adoradores. Se uma
mulher na igreja de Corinto ensinasse ou falasse em público causaria uma impressão de que a
igreja cristã não era diferente do paganismo. Em 11.5 Paulo admite que a mulher ore e
profetize em público. Mas era um prática cristã aceita.

2) A proibição pode referir-se às perguntas que as mulheres faziam durante o culto. Havia
coisas que elas não entendiam. Ao perguntarem, muitas ao mesmo tempo, estabelecia-se
barulho e confusão. O indecoroso seria isso: muitas pessoas falando. Se desejassem aprender
deveriam perguntar aos seus maridos e em casa. A proibição poderia referir-se somente ao
falar em línguas. E as razões estariam ainda na aparência que poderia haver com os culto
pagãos, onde também acontecia fenômeno semelhante: pessoas em êxtase falavam uma

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linguagem incompreensível. Cremos que o ministério da mulher na igreja é uma bênção(v.35):


em muitos lugares, mulheres têm assumido a liderança do trabalho, ante a carência de
pastores e outros líderes. E mesmo nas igrejas onde existe liderança masculina, não se pode
negar que as mulheres têm feito excelente trabalho.

IV - Um Mandamento a Ser Obedecido(vv.36-40): 1) O apóstolo neste tratado sobre os dons


espirituais ensina autorizado pelo Senhor(v.36). O seu ensino deve ser obedecido e respeitado.
Se o ensino paulino fosse observado, muitas manifestações deveriam ser banidas do culto
moderno. A recusa destes ensinos implicará em sermos ignorados(v.37). O mandamento de
Paulo é mandamento de Deus. Se somos espirituais(profetas ou não) devemos reconhecer
este fato e obedecer estes ensinos. Se não reconhecermos a autoridade do apóstolo, e mais a
autoridade de Jesus Cristo nas palavras de Paulo, que sejamos ignorados(v.38). A
proclamação é um dom mais excelente que as línguas(v.39). Os cristãos devem procurar com
zelo por esse dom. Porque ele edifica, consola e conforta os crentes.

2) Paulo não proíbe as línguas, mas ele não vê grandes utilidades nelas. Este capítulo não foi
escrito para estimular a prática das línguas. Pelo contrário, foi preparado para desestimular o
uso das línguas e restringi-las. A necessidade de organização e decência no culto cristão(v.40).
Paulo não está falando aqui que os coríntios estavam se comportando indecentemente do
ponto de vista moral. Mas que o culto necessita de decência, no sentido de que deve ser
organizado para glorificar um Deus organizado. O culto deve ser planejado para servir um
Deus que planeja, e com que antecedência. O Senhor não improvisa, mas nós improvisamos,
por negligência no planejamento daquilo que deveria merecer nossa melhor atenção: O
CULTO. A Palavra de Deus deve moldar nossos cultos e devemos evitar a falta de decoro e as
inovações indevidas.

CAPÍTULO 15 - A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS

I - O fato da ressurreição de Cristo(1-11): 1) A base de nossa crença é o evangelho(1-4): a) o


evangelho de Cristo não é uma religião. Não constitui um sistema filosófico elaborado e
desenvolvido pelo homem(1). b) havia na igreja de Corinto quem negasse a ressurreição dos
crentes e este fato era fundamental no evangelho que Paulo anunciara e os irmãos deveriam
lembrar-se(1). c) o evangelho se forma nos fatos históricos. O evangelho é essencialmente
uma pessoa, Jesus Cristo(2). d) quando se aceita o evangelho, recebe-se essa pessoa. Os
fatos históricos relacionados a Jesus devem ser anunciados(2). e) os fatos fundamentais do
evangelho foram previstos na Palavra de Deus(3-4): 1. Cristo morreu segundo as
Escrituras(Isaías 53). 2. Cristo foi sepultado segundo as Escrituras(4). 3. Cristo ressuscitou
segundo as Escrituras(Oséias 6.2). 4. o apelo freqüente de Jesus e seus apóstolos às
Escrituras como base de suas palavras confirmam e reafirmam para nós a autoridade divina da
Bíblia. f) a ressurreição de Cristo foi prevista nas Escrituras(4).

2) A ressurreição de Cristo foi confirmada por muitas testemunhas para confirmarem(5-7): a)


segundo a Lei, bastavam duas ou três testemunhas para confirmarem um fato. b) Jesus
apareceu a Pedro e depois ao restante dos apóstolos(5). c) apareceu a um grupo de
quinhentos irmãos na Galiléia dos quais alguns ainda eram vivos naquela época(6). d) depois
apareceu a Tiago(seu irmão) e a todos os apóstolos(incluindo Tomé). e) durante quarenta dias
entre sua ressurreição e ascenção Ele apareceu aos irmãos. f) houve também a aparição a
Paulo. Ela deu-se fora do tempo e por isso ele a chama de abortiva(8). 3) A ressurreição foi
proclamada pelos apóstolos(8-11): a) Paulo se declara o menor dos apóstolos. Na realidade
ele foi o último a ser chamado(8). b) em verdade, ele não conviveu com Jesus durante os dias
do ministério terreno do Senhor(9). c) ele levava consigo uma profunda marca de tristeza
porque ele perseguira a igreja de Deus(9). Isso aumentava a sua humilhação e ele sentia-se
indigno de ser chamado apóstolo. Deus o chamara assim mesmo. Chamara-o pela graça(10).

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e) foi a graça de Deus que lhe deu a posição que tinha agora(10). f) pela graça, deu-lhe a
oportunidade de trabalhar intensa e incessantemente na pregação do evangelho(10). g) ele
trabalhara mais que os outros apóstolos, porque a graça de Deus operara mais nele e através
dele(10). h) ele pegava o mesmo evangelho anunciado pelos outros apóstolos. E os coríntios
creram no evangelho que ele pregou(11). i) e este evangelho não abria mão da centralidade da
doutrina da ressurreição na fé cristã.

II – A importância da ressurreição de Cristo(12-19): 1) Se os cristãos não ressurgem, falta à fé


cristã conteúdo válido(12-14): a) Se os mortos não ressuscitam, segue-se que Cristo não
ressuscitou (12,13). b) Se Cristo não ressuscitou, então o evangelho é uma ilusão(14). c) Se o
evangelho é uma ilusão, então a nossa fé nesse evangelho não tem substância(14). 2) Se os
cristãos não ressuscitam, os apóstolos são mentirosos(15): a) Visto que todos os apóstolos
proclamavam a ressurreição de Jesus, que não poderia ter acontecido se não existisse a
ressurreição, então são "falsas testemunhas". b) São culpados do pior tipo de falsidade, visto
que deram testemunho falso acerca de Deus que, segundo eles alegavam, ressuscitou Jesus
dentre os mortos. 3) Se os cristãos não ressuscitam, então é fútil a fé cristã (16,17): a) Se a
ressurreição de Cristo não ocorreu - que seria o caso se não existe a ressurreição dentre os
mortos - então não são válidos os efeitos a ela atribuídos(16). b) Os cristãos, portanto, ainda
estão nos seus pecados. Um salvador morto não é salvador de modo algum(17). 4) Se os
cristãos não ressuscitam, então os cristãos não têm esperança (18,19): a) Se não existe
ressurreição, então Jesus não ressuscitou, e sua morte não levou a efeito coisa alguma(18). b)
Seguir-se-ia, portanto, que os cristãos que já morreram confiando em Cristo estão
perdidos(18). c) Os cristãos que sofrem por Cristo na expectativa de vida no porvir são dignos
de dó. Sem a ressurreição, a esperança que os sustenta é apenas fé naquilo que desejam que
seja a verdade(19). 5) A ressurreição consta como doutrina crucial do cristianismo: a) Se cair
por terra, a totalidade do sistema de fé cristã desmorona com ela, e o evangelho cristão e seus
pregadores nada oferecem ao mundo. b) Visto que Cristo foi ressuscitado, no entanto, a crença
na ressurreição e na fé cristã baseia-se em alicerces fortes.

III - A ordem da ressurreição(20-28): 1) Cristo ressuscitou e os cristãos também


ressuscitam(20): a) a ressurreição de Jesus é o sinal do Pai de que Ele aceitou a morte
substitutiva do seu amado Filho, e que Ele finalmente será Senhor sobre todas as coisas. b) a
vitória de Cristo sobre a morte garante a ressurreição final de todos os crentes(12-13). c) os
cristãos conhecem agora o poder da ressurreição do Senhor em suas vidas(Romanos 6.4-5;
Filipenses 3.10). d) porque Jesus Cristo está vivo, o crente pode ter um relacionamento
pessoal com ele. 2) Cristo e Adão: um contraste entre a morte e a vida(21-22): a) a idéia de
Cristo como um segundo Adão será desenvolvida mais tarde(Romanos 5). b) o pecado de
Adão trouxe a desgraça a ele e a toda a sua raça(21). c) a ressurreição de Cristo também teve
conseqüências de amplo alcance(21). d) exatamente como a morte veio ao mundo por meio de
Adão, assim a vida veio ao mundo por meio de Cristo. e) Adão é um tipo contrastante de
Cristo. Um retrata a morte(conseqüência do pecado), o outro retrata a vida(garantida pela
ressurreição - v.22).

3) A ressurreição obedecerá uma ordem já estabelecida(23): a) a vivificação dos homens não


se dá a todos de uma só vez. b) Cristo ressuscitou primeiro e depois os que pertencem a ele
ressurgirão. c) a ressurreição dos crentes dar-se-á por ocasião da segunda vinda de Jesus. d)
Paulo não fala sobre a ressurreição dos ímpios(Atos 24.15) mas sabemos que ela também
ocorrerá. 4) O triunfo de Cristo dar-se-á em vários estágios(23-26): a) a ressurreição de Cristo
foi o primeiro estágio(23). b) o segundo estágio ocorrerá na volta de Cristo, quando aqueles
que são dele compartilharão da sua ressurreição(23). c) o terceiro estágio ocorrerá quando Ele
entregar o reino a Deus(24): 1. todos os domínios, autoridade e poder serão destruídos por
Jesus. 2. os inimigos estarão debaixo dos seus pés(25). 3. a morte será destruída já que ela é
o último inimigo(26). 5) Cristo tem soberania sobre todas as coisas(27-28): a) toda a criação
estará submissa a soberania ilimitada de Jesus. b) essa soberania do Filho não viola a

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soberania do Pai(27). c) o clímax de sua obra toda virá quando Ele entregar o reino àquele que
é a origem de todas as coisas(28). d) o propósito disto é para que Deus seja tudo em todos.
Todas as coisas serão devolvidas a Deus, como seu único princípio e fim, para que fiquem
estreitamente ligadas as Ele(28).

V - O valor moral da ressurreição(29-34): 1) A questão do batismo pelos mortos(29): a) este


trecho tem sido motivo para muitas interpretações(40) e tudo devido ao uso de uma
preposição(huper) traduzida ora “por causa” ora “pelos”. b) Paulo não está falando de batizar
crentes vivos em lugar de outros crentes ou incrédulos que estão mortos. c) não existe aqui
uma atribuição salvadora ao batismo. E mesmo que alguém se batize por um outro que já
esteja morto não há nenhuma eficácia neste ato. A salvação é individual. d) o argumento mais
coerente com o contexto é: que valor teria alguém confiar em Cristo e ser batizado(unindo-se
as fileiras dos cristãos vivos ou mortos) se não há ressurreição? e) se havia membros da igreja
em Corinto que não criam na ressurreição eles estavam perdendo o se tempo ou “batizando
pelo mortos”. 2) Qual a razão pela qual os cristãos colocam suas vidas em perigo? a) se não
há garantias de vida futura(como criam alguns) por que arriscar-se tanto(30)? b) o perigo que o
apóstolo corria era muito real e muito constante(32). c) a razão pela qual os cristãos se expõem
é exatamente a certeza de que a ressurreição é a nossa esperança(32). d) as más
companhias(os que negavam a ressurreição = os saduceus e os gregos) podem muito bem
corromper os bons hábitos cristãos, e afastar os homens da posição verdadeira(33). e) os
cristãos devem acordar deste engano que é conseqüência da falta de verdadeiro
conhecimento(34). f) os cristãos devem deixar de pecar contra as doutrinas básicas da fé(34).

V - O corpo da ressurreição(35-50): 1) O corpo mortal será relacionado com o corpo da


ressurreição(35-38): a) além da dificuldade com a ressurreição o problema em Corinto também
esbarrava na ressurreição do corpo(35). b) eles tinham dificuldades em aceitar a idéia da
ressurreição do corpo(35). c) o corpo da ressurreição transcende a experiência histórica
presente; um corpo adaptado a vida no reino celestial tem que ser diferente dos corpos deste
século(35). d) o corpo mortal será relacionado com o corpo da ressurreição como o grão
semeado se relaciona com a colheita(36). e) há uma diferença entre um grão de trigo e o broto
que surge dele(37). O corpo que ressuscitaremos é incomparavelmente mais glorioso do que o
corpo que seremos enterrados. f) Deus dá um corpo na ressurreição como ele decide, da
maneira ou forma que Ele planeja(38). 2) Não é surpreendente que Deus tenha um novo tipo
de corpo adaptado à vida do mundo vindouro(39-41): a) assim como há diferentes tipos de
carne - de homens, de animais, de peixes, de pássaros - haverá diferenças marcantes entre o
corpo que temos e o que teremos(39). b) os seres(corpos) celestes são diferentes dos
terrestres e a glória de ambos também é diferente(40-41). c) este é um universo maravilhoso, e
nele Deus colocou tantas coisas, tantas coisas gloriosas, que todavia, diferem marcantemente
uma das outras(41).

3) Apesar de não tentar descrever a natureza do corpo da ressurreição, o apóstolo fala de


algumas qualidades que ele possui(42-44): a) o corpo da ressurreição contrasta com o corpo
atual que temos. b) enquanto o corpo atual é corruptível, desonrante e fraco(42-44). c) o corpo
da ressurreição será incorruptível, glorioso, poderoso e espiritual(42-44). d) o corpo espiritual é
órgão intimamente ligado com o espírito do homem(44). 4) Um contraste modelar: Adão e
Cristo(45-49): a) Adão é a expressão viva, assim como somos, do corpo físico, feito de
barro(45). b) Adão recebeu vida de Deus e foi feito “alma vivente”(45). c) Cristo é a expressão
viva, assim como seremos, do corpo espiritual, celestial(45). d) Cristo longe de receber vida, foi
fonte de vida, Ele deu esta vida a outros(45). e) seguindo a ordem da criação entramos na vida
natural primeiro; só depois é que podemos entrar na espiritual(46). f) os que pertencem a Cristo
têm a garantia de desfrutar desse novo corpo pois seremos semelhantes a Ele(48-49). 5) Há
necessidade de um novo corpo(50)? a) sim porque o que é feito de carne e sangue não pode
herdar o reino dos céus. b) o que é mortal não pode ter a imortalidade.

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VI - O mistério da ressurreição(51-57): 1) Os que não morrerem por ocasião da 2ª vinda do


Senhor terão seus corpos transformados(51-53): a) é certo que nem todos os crentes morrerão
mais todos serão transformados(51). b) a ressurreição e a transformação ocorrerão
instantaneamente na Segunda Vinda de Cristo(52). c) a mesma mudança que ocorrerá com os
mortos se dará com os vivos; sendo que os viventes como que vestirão o novo corpo da
ressurreição sobre o corpo mortal(53); sem a dissolução do mesmo. 2) Um cântico de vitória
sobre a morte(54-57): a) quando se der esta transformação(ressurreição e imortalidade)
cumprir-se-á as promessas sobre a vitória de Cristo sobre a morte(54). b) a morte é inimigo
cruel - ela se apresenta com um aguilhão, a arma de um animal venenoso, como o ferrão de
um escorpião(55). c) esse ferrão é o pecado = a força do pecado é a lei no sentido de que a lei
nos condena, declarando o pecado e suas conseqüências(56). d) em Jesus Cristo nós
alcançamos vitória sobre a lei, vitória sobre o pecado(57). e) o pecado e a morte não têm mais
domínio sobre nossa alma, porque já estamos com Deus; nem sobre nosso corpo que
ressuscita, garantido pela ressurreição de Cristo.

VII – O valor prático da ressurreição(58): 1) Podemos trabalhar para Jesus com firmeza:
baseados na verdade da ressurreição. 2) Devemos ser constantes = permanentes =
inabaláveis. 3) O nosso trabalho deve ser abundante = frutífero. 4) Porque todo esforço que
façamos não será em vão: pois tudo o que fizermos será na força de Cristo e para a glória de
Cristo.

CAPÍTULO 16 - QUESTÕES PRÁTICAS

I - A oferta para os cristãos da Judéia(1-4): 1) O desejo do apóstolo era que a coleta fosse um
sucesso(1): a) a oferta financeira era para os santos = pobres de Jerusalém. b) a oferta deveria
ter as mesmas características das ofertas das demais igrejas gentílicas fundadas por Paulo(as
igrejas da Galácia). c) esta seria uma boa oportunidade para uma igreja-filha retribuir com
auxílio e solidariedade à igreja-mãe que passava por dificuldades. 2) Os aspectos essenciais
da coleta são(2): a) a ocasião de dar = “o primeiro dia da semana” = o domingo era guardado
habitualmente pelos cristãos. b) a regularidade no dar = as ofertas seriam regulares até que
Paulo chegasse a Corinto. c) os participantes dela = “cada um de vós” = todos os irmãos
deveriam participar deste esforço = os ricos deveriam ofertar, os pobres do mesmo modo. d) a
base da contribuição = “conforme a sua prosperidade” = Paulo não indica nenhuma quantia
definida, nenhuma exata proporção da renda do indivíduo, para a contribuição, mas deixa à
consciência de cada um: e que este decida a partir de sua prosperidade uma oferta que seja
proporcional. e) a maneira de contribuir = “e vá juntando” = cada um devia deixar a oferta
separada e guardá-la em casa afim de entregá-las no dia em que o apóstolo chegasse. 3)
Quem levaria essa oferta(3-4)? a) o apóstolo Paulo procurava manter tudo fora de suspeita,
tanto o levantamento da oferta como a entrega em Jerusalém(2-3). b) pediu a igreja que
nomeasse uma comissão levar o dinheiro onde cada membro seria credenciado por meio de
uma carta assinada pela igreja(3). c) apesar de suas incertezas quanto a tempo de sua ida a
Corinto se coloca à disposição para ir junto com a comissão se a coleta alcançasse uma soma
considerável(4).

II - Os planos de Paulo(5-9): 1) Paulo faria uma excursão sistemática visitando as várias igrejas
macedônicas(5): a) era normal o apóstolo visitar as igrejas que havia organizado. b) depois
desta atividade passaria a Corinto e visitaria a igreja. 2) Paulo pretendia passar o inverno em
Corinto(6-7): a) a sua visita não seria breve com as demais visitas às igrejas macedônicas(6).
b) os irmãos teriam o privilégio de fazer os preparativos para as suas viagens futuras = indica
provisões(6). c) em Atos 20.1-3 ficamos sabendo que ele foi de Éfeso para a Macedônia, e
depois para a Grécia, onde permaneceu três meses. d) os planos de Paulo porém estariam
sujeitos ao Senhor, que poderia intervir e dirigí-lo para outra parte(7). 3) No momento ele iria
aproveitar uma porta aberta em Éfeso(8-9): a) isto indica que ele adiaria sua viagem até a

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Festa de Pentecostes(8). b) uma oportunidade grande de serviço abriu-se e ele não iria perder
tempo; até porque havia muitas dificuldades pela frente(9). c) Atos 19 mostra quão grandes
eram os adversários de Paulo em Éfeso.

III - Orientações sobre o tratamento dos líderes enviados(10-12): 1) Os irmãos deveriam criar
um ambiente receptivo(10): a) deveriam fazer tudo para que Timóteo se sentisse muito bem =
“esteja sem temor”. b) reconheçam-no como um obreiro do Senhor assim como reconheciam
Paulo. 2) Os irmãos deveriam respeitar a liderança de Timóteo(11): a) não deveriam desprezá-
lo = a razão é simples ele é um servo de Deus. b) os irmãos deveriam ajudá-lo a continuar sua
viagem em paz. c) os irmãos deveriam reconhecer a sua utilidade no ministério de Paulo. 3) Os
irmãos deveriam saber que Apolo ainda não havia ido até ele porque não desejava fazê-lo(12):
a) as razões porque ele não queria ir a Corinto são desconhecidas. b) mas uma coisa fica claro
não era por causa de alguma intriga com Paulo, já que este insistiu com Apolo para que ele
fosse. c) mas quando ele tiver uma boa oportunidade irá.

IV - Uma breve exortação à igreja(13-14): 1) Um caminho melhor é apresentado aos


irmãos(13): a) os coríntios tinham mostrado angustiante imaturidade em algumas coisas. b)
vigiai = implica num determinado esforço para a vigilância = os irmãos deveriam estar alertas,
atentos. c) estai firmes na fé = estabilidade do cristão firmemente fundamentado em Cristo. Os
coríntios não eram estáveis. d) portai-vos varonilmente = sejam maduros, se igualem a adultos
responsáveis. e) sede fortes = a força do cristão não é algo inato, inerente; ele a recebe de
Deus. 2) O trabalho cristão deve ser feito em amor(14): a) o amor é mais do que um
acompanhamento das ações cristãs. b) é a própria atmosfera na qual o cristão vive, move-se e
subsiste.

V - Cristãos exemplares(15-18): 1) Dedicam suas vidas ao serviço da igreja(15): a) não


somente porque foram os primeiros cristãos ali em Corinto, mas porque foram os mais
dedicados eles deveriam ser imitados. b) a família de Estéfanas era brilhante exemplo do que
os cristãos devem ser, “pois se consagraram ao serviço dos santos”. c) eles não buscavam um
lugar de destaque por serem os irmãos mais antigos na fé; antes, pelo contrário, se colocavam
a serviço dos demais. 2) Sujeitam-se aos demais(16): a) os cristãos deveriam sujeitarem-se a
eles e mutuamente uns aos outros. b) os cristãos deveriam seguir as orientações dadas por
eles. c) os cristãos deveriam sujeitarem-se aos que cooperavam com estes irmãos exemplares.
3) Suprem as necessidades dos servos de Deus(18-19): a) as carências que a ausência criara
em Paulo foram supridas pela companhia de Estéfanas, Fortunato e Acaico(17). b) aqui
poderíamos pensar em companheirismo, amizade, fidelidade, alegria(18). c) também a igreja
foi animada pelo retorno recebido da parte dos irmãos(18). 4) Devem ser reconhecidos pela
igreja(18): a) valorizando estes irmãos como eles são. b) elogiando-os pelo bem que eles
causam a obra do Senhor. c) imitando os seus exemplos, seguindo os seus passos.

VI - Saudações finais(19-24): 1) As igrejas da Ásia mandam saudações(19). 2) Áquila e Priscila


e os irmãos que se congregam no seu lar mandam saudações(19). 3) Todos os irmãos vos
saúdam = saudai-vos uns aos outros com beijos de irmão(20). 4) Paulo pessoalmente manda a
sua saudação(21). 5) Os irmãos que não amam ao Senhor são amaldiçoados(22). 6) O Senhor
Jesus em breve vem(22). 7) Deseja que a graça do Senhor Jesus esteja com os irmãos(23). 8)
Conclui sua carta declarando mais uma vez seu amor pelo coríntios em Cristo Jesus(24).

2 Coríntios

I - Exposição do ministério apostólico(1.1-7.16): 1) saudação introdutória e ação de


graças(1.11). 2) As relações de Paulo com a igreja em Corinto(1.12-2.17): a) a sinceridade dos

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seus atos(1.12-14). b) o adiamento de uma visita a Corinto(1.15-2.4). c) como tratar um


ofensor(2.5-11). d) ação de graças pela direção de Deus(2.12-17). 3) A glória e a vergonha do
ministério apostólico(3.1-6.10): a) ministros da velha e nova alianças(3.1-11). b) a alegria do
véu(3.12-4.6). c) os sofrimentos, poder e esperança de um apóstolo(4.7-5.10). d) o evangelho
apostólico(5.11-6.2). e) a vida apostólica(6.3-10). f) o apelo para um coração aberto e uma vida
separada(6.11-7.4). g) a alegria do relacionamento restaurado(7.5-16).

II - A coleta para Jerusalém(8.1-9.15): 1) exemplos de contribuição generosa(8.1-9). 2) O plano


para a coleta(8.10-24). 3) Apelo por prontidão e generosidade(9.1-15).

III - A defesa do ministério apostólico de Paulo(10.1-13.14): 1) Refutação de alegações(10.1-


18): a) alegada covardia de Paulo(10.1-6). b) alegada fraqueza de Paulo(10.7-11). c) alegação
de que Paulo ultrapassara seus limites(10.12-18). 2) Justificação apostólica ao gloriar-se
insensatamente(11.1-12.18): a) o amor ciumento do apóstolo(11.1-6). b) Paulo rejeita o
dinheiro dos coríntios(11.7-15). c) os sofrimentos apostólicos de Paulo. d) visões e revelações
do Senhor(12.1-10). e) as verdadeiras marcas de um apóstolo(12.11-13). f) previsões de uma
terceira visita a Corinto(12.14-21). g) admoestações tendo em vista a terceira visita(13.1-10). h)
despedida(13.11-14).

GÁLATAS

A Galácia é uma larga tira de terra na Ásia menor habitada por uma raça mista, onde
predominavam os gauleses, que provavelmente vieram da região conhecida hoje como França
mais ou menos no ano 300 a.D., e a saída deu-se por uma campanha militar. Há várias
correntes sobre a que grupo específico mandou Paulo a carta. As duas principais são: Galácia
do Sul ou do Norte(Atos 16.6. 18.23). A Galácia, tornou-se uma província romana no ano de 25
d.C., depois que o último rei gaulês morreu. A patrística defende que Paulo escreveu a Galácia
do Norte. Porém, não há referências no livro de Atos de que Paulo tenha visitado a Galácia do
Norte. Se pensarmos na Galácia do Sul, a carta seria a primeira que Paulo escreveu. Se o
contrário esta teria sido escrita após o Concílio de Jerusalém(Atos 15), no ano 49 d.C. Por que
se deduz que Paulo a escreveu após o Concílio? Porque se fizermos um paralelo entre a carta
dos Gálatas e alguns textos de Atos veremos que há consideráveis semelhanças(Gálatas 1.2 =
Atos 13.14; 14.21. Gálatas 1.18 = Atos 9.26. Gálatas 2.2 = Atos 11.30).

1. Autoria = Gálatas goza do privilégio da unanimidade na questão de sua autoria paulina.


Desde a patrística, os reformadores, os liberais, os contemporâneos aceitam a autoria de Paulo
para esta epístola. Usando Gálatas é possível formar um retrato de Paulo. Por exemplo: 1.13 á
uma visão de sua vida pré-cristã e isso mesmo considerando o fato de que ele faz uma
economia de informações. A ênfase maior é da mudança que Cristo trouxe para a sua vida.
Adepto do judaísmo e por isso perseguidor de cristãos já que aparentemente queria acumular
méritos perante Deus. 1.14 indica que Paulo queria fazer carreira dentro do judaísmo, um
fanático legalista que sinceramente cria que estava agradando ao seu Deus. Paulo passa
diretamente de sua vida judaizante para o chamamento apostólico, sem fixar-se na
conversão(1.15-16).

A carta nos apresenta um pregador em essência e não um teólogo teórico. Da missão, Paulo
diz que recebeu diretamente de Cristo e não de homem algum(1.11). Parece que depois do
encontro de Damasco Paulo busca um isolamento para organizar suas idéias e preparar-se
para executar suas tarefas(Atos 9.19). Paulo dá entender que a sua experiência na Arábia foi
um contato direto com Cristo e não espiritual(2.2). O que se destaca em Gálatas nos primeiros
capítulos é uma experiência pessoal de Paulo com Cristo(2.19-20). Vemos também um Paulo

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humano, e alguns sentimentos profundamente humanos na carta: 1.16 = atônito; 3.1 =


decepção; 4.11 = temeroso; 4.20 = perplexidade; 2.14 = franqueza. Paulo parte sempre para
uma teologia de ação, não é sempre intelectual. Seus aspectos físicos também são
mencionados: 4.13 = enfermidade da carne; 4.15 = problemas na vista; 4.14 = não tinha uma
aparência desagradável; 6.17 = há dúvidas, de que as “marcas” seriam reais ou simbólicas.

2. Lugar e Data = a carta trata da questão que motivou o Concílio de Jerusalém, e destina-se
às igrejas que Paulo fundara durante a primeira viagem missionária. Paulo e Barnabé, depois
de irem às cidades de que falam Atos 13 e 14, voltaram seguindo o mesmo percurso, e de
novo chegaram à Antioquia da Síria, o ponto de partida. Demoraram-se ali algum tempo, e se
surpreenderam com a chegada de uns homens que desceram de Jerusalém e andavam por
toda parte ensinando a circuncisão segundo o rito de Moisés, como condição para se salvar. A
controvérsia de Paulo e Barnabé com eles foi inevitável. A dúvida, porém, pôs em perigo a
alguns irmãos. Estes pediram que os apóstolos e presbíteros de Jerusalém fossem ouvidos a
respeito do assunto da polêmica. Paulo, de volta da viagem, e sabedor de que alguns já
acompanhavam os judaizantes, escrevera a carta às igrejas da Galácia, muitíssimo admirado
de que tão depressa estivessem os crentes passando do evangelho da graça de Cristo para
um evangelho diferente(1.6). Depressa, pois apenas acabavam de ouvir-lhe a mensagem e já
depressa, pois apenas acabavam de ouvir-lhe a mensagem e já se manifestavam inclinados,
uns poucos, pelos menos, a aceitar o que lhe diziam os falsos doutrinadores. A epístola fora
escrita de Antioquia da Síria, e data do intervalo das chamadas primeira e segunda viagens
missionárias, um pouco depois das primeira e segunda viagens missionárias, um pouco depois
da reunião de Jerusalém, lá pela última parte do ano de 49 a.D.

3. A Igreja = durante a sua viagem Paulo parou na Galácia por causa de uma
enfermidade(4.13), e ele entendia que sua enfermidade foi uma intervenção do Espírito Santo
de Deus. A ênfase da mensagem aos Gálatas foi Cristo crucificado. Aparentemente foi
recebido como “anjo de Deus”(4.14). O apóstolo foi quem fundou ali na Galácia uma igreja(1.6)
e Paulo e os Gálatas fizeram um verdadeiro voto de amor(4.15).

4. Os Propósitos da Carta = os Celtas possuíam um temperamento volúvel, gostavam da


variedade e se admiravam da aderência. Quando os judaizantes passaram por lá, anunciando
a salvação por obras e a necessidade da circuncisão eles abraçaram este pensamento(1.6-9).
Paulo quando ouviu deste desvio doutrinário da igreja, reconheceu a necessidade de uma
intervenção urgente. E há os que defendem que ele mesmo escreveu a carta(6.11).
Obviamente o propósito é atacar uma heresia judaizante que estava penetrando na igreja. O
que era a heresia judaizante? Os cristãos judeus que exigiam a observância da lei judaica e os
seus costumes e principalmente a circuncisão(Atos 15.1) se opunham a mensagem de Paulo
sobre a fé e a liberdade cristã alcançada pela graça de Deus. Toda a carta é um grito de alerta,
uma explosão homilética(4.11; 5.4; 5.7; 2.16; 5.1).

5. Peculiaridades da Carta = há um tom estranho de rigor nesta carta. Ele inicia a carta sem
nenhuma palavra de louvor e ações de graça. Não há nenhum pedido de oração nesta carta.
Gálatas trata em controvérsia, que Romanos expõe sistematicamente, principalmente a
doutrina da justificação pela fé. Ênfase a natureza interior e espiritual da fé cristã em contraste
com o legalismo, liberalismo(2.20; 1.16; 4.6; 4.19). Lutero tinha a carta como a sua predileta
pela ênfase que ela propunha e ela foi a base para a Reforma. Mais do que qualquer outro livro
do Novo Testamento Gálatas é um instrumento de emancipação do cristianismo. Emancipação
do que? Do judaísmo, do legalismo, romanismo, liberalismos, ritualismos, etc.

6. Relevância de Gálatas Para Hoje = a) é uma advertência séria contra o legalismo = os


legalistas judaizantes eram sinceros em sua forma de praticar o cristianismo. Também os
legalistas atuais são sinceros. O método legalista é muito atraente e facilita um procedimento

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simples. Nós precisamos reexaminar os nossos princípios básicos. Esse formalismo que existia
na Galácia também existe hoje e da mesma forma prejudica a igreja. b) é um ataque a
tendência moderna da libertinagem = ao mesmo tempo que condena o legalismo ataca a
libertinagem. A epístola aos Gálatas tem a mensagem de que o bem-estar da comunidade às
vezes depende de nossa liberdade. Antes da liberdade deve vir o amor ao próximo, ao irmão e
a comunidade(5.13; 5.22). c) o uso que Paulo faz do Antigo Testamento = citações diretas,
alusões indiretas, alegorias. Será que o uso é normativo? Será que está sendo estabelecida
em Gálatas uma norma hermenêutica?

7. Esboço da Carta

GÁLATAS

(Esboço-estudo elaborado pelo Pr. Werner Kaschel)

INTRODUÇÃO(1.1-10): a) Que quer dizer “apóstolo”(1.1)? b) Que quer dizer “graça”(1.3,6)? c)


A salvação custa alguma coisa? A quem(1.4)? d) Que quer dizer “amém”(1.5)? e) Que quer
dizer “evangelho”(1.6)? f) Que quer dizer “servo”(1.10)?

PRIMEIRA PARTE: QUESTÕES PESSOAIS E HISTÓRICAS(1.11-2.14).

I - Como Paulo se tornou apóstolo(1.11-24): a) De onde se deriva a autoridade de Paulo como


apóstolo(1.12)? b) Leia as passagens que falam de Saulo, o perseguidor(1.13). c) A que
partido judeu pertencia Paulo? Leia as passagens que falam da sua dedicação e
fanatismo(1.14). d) Quando é que Deus escolhe seus obreiros(1.15)? Que diz a Escritura na
escolha de Isaías e Jeremias? Você sente que foi chamado por Deus para um serviço
especial? e) Leia o relato da visita de Paulo a Jerusalém(1.18).

II - Paulo e os outros apóstolos(2.1-14): a) O que você sabe sobre Barnabé(2.1)? b) Que quer
dizer “o trabalho ficasse sem efeito”(2.2)? c) “Escravos” em que sentido(2.4)? d) E se Paulo
tivesse cedido(2.5)? e) Vale a pena ler as passagens indicadas, que mostram a solidariedade
dos cristãos primitivos(2.10). f) Explique o “comer com os não-judeus”(2.12). g) Qual o
argumento de Paulo que encostou Pedro na parede(2.14)?

SEGUNDA PARTE: EXPOSIÇÃO BÍBLICA E TEOLÓGICA(2.15-4.31).

I - Os judeus e os não-judeus são salvos pela fé(2.15-21): a) Que quer dizer “pecadores” neste
verso(2.15)? Compare com o verso 17. b) Que quer dizer “justificados”(2.16)? Leia Romanos
3.20-22. c) Que quer dizer “estou morto”(2.19)? d) Aplica-se a você esse texto áureo da vida
cristã(2.20)?

II - Lei ou fé(3.1-14): a) Quem fez a “descrição clara” mencionada nestes versos? b) Como é
que a pessoa recebe o Espírito Santo(3.2,5,14)? c) Que quer dizer “justo” e “justificado”(3.6)?
Ver acima 2.16 e Romanos 4.1-5. d) Você é descendente de Abraão(3.7)? Por que? e) Abraão
ouviu o evangelho(3.8,9)? Como? f) Que profeta Paulo está citando aqui(3.11)? Para mostrar o
quê? g) Sobre quem cai a maldição de Deus(3.10,13)?

III - A Lei e a Promessa(3.15-20): a) A quem se aplica aqui a palavra “semente-


descendente”(3.16)? b) Por que a Lei não pode anular o acordo e a promessa de Deus(3.17)?

IV - O objetivo da Lei(3.21-4.7): a) Como se entende “prisioneiros” neste verso(3.23)? b) Como


a Bíblia na Linguagem e Hoje traduz “a Lei nos serviu de aio”(3.24; 4.1-3)? Que quer dizer isto?

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c) Isto é verdade em sua vida(3.27)? d) Que diferenças desaparecem pelo fato de estarmos
unidos com Cristo(3.28)? Isso é verdade no seu dia-a-dia? Na sua igreja? e) Que quer dizer
“poderes espirituais que dominam o mundo”(4.3,9)? f) Que se afirma a respeito de Jesus neste
verso(4.4)? g) Que prova temos de que somos filhos de Deus(4.6)?

V - A preocupação de Paulo pelos Gálatas(4.8-20): a) Que quer dizer “sou com vocês”(4.12)?
b) Que se pode concluir destes dois versos(4.15; 6.11)? c) Quem são “esses homens”(4.17)?
d) Por que Paulo estava sofrendo(4.19)?

VI - O símbolo de Agar e Sara(4.21-31): a) Que representam Agar e Sara(4.24, 26)? b) Que


representa a cidade de Jerusalém(4.25)? c) E a Jerusalém celestial(4.26)?

TERCEIRA PARTE: AVISOS E CONSELHOS(5.1-6.10)

I - A lei ou a liberdade(5.1-15): a) Que elementos compõem a esperança de sermos aceitos por


Deus(5.5-6)? b) Que representa o fermento(5.9)? c) Justifica-se o sarcasmo de Paulo(5.12). d)
Qual é a lei que controla a liberdade cristã(5.14)? Onde aparece pela primeira vez nas
Escrituras?

II - O Espírito de Deus e a natureza humana(5.16-26): a) Quais são os dois modos de vida


mencionados neste verso(5.16)? b) Que acontece quando a natureza humana controla a
vida(5.17)? c) Faça uma lista das coisas que a natureza humana produz(5.19-21,26; 6.3). Onde
estão as suas fraquezas? Confesse-as a Deus e àqueles a quem você tem ofendido e
abandone-as. d) Faça uma lista das coisas que o Espírito produz(5.22-23; 6.4). Ore para se
aperfeiçoar nelas. e) Que fazer com a natureza humana pecaminosa(5.24)? f) Como controlar
a nossa vida(5.25)?

III - Ajudem uns aos outros(6.1-10): a) Que fazer com um irmão faltoso(6.1)? b) Que fazer com
as “cargas”(2) e com os “fardos”(5) dos outros e nossos(6.2,5)? c) Qual é o ensino bíblico sobre
o sustento dos obreiros de Deus(6.6)? d) Que diz a lei do “plantar - colher”(6.8,10)? Ver
também 5.21. e) Qual é a extensão do amor ao próximo(6.10)?

SAUDAÇÕES E CONSELHOS FINAIS(6.11-18): a) Por que “letras grandes”(6.11)? b) À custa


de que os falsos mestres procuravam conseguir elogios(6.12-13)? c) Qual o único motivo de
orgulho para o cristão(6.14)? Você pode dizer o mesmo a seu respeito? d) Você é mesmo uma
“nova pessoa”(6.15)? e) Que é o “Israel de Deus”(6.16)?

UNIDADE 4 - A PRISÃO DE PAULO

AOS EFÉSIOS

A epístola ao Efésios tem duas partes distintas: uma doutrinária e outra inteiramente prática. A
doutrinária discute o ensino sobre eleição(1.4-5). É um mistério, e seu conhecimento implica a
posse de toda a Sabedoria, e o assentimento da mensagem messiânica - o que crê tem o selo
do Espírito Santo - o penhor da herança para a possessão de Deus(1.14). Os três últimos
capítulos se esgotam em considerações práticas. Exortações aos crentes para que se
mantenham unidos. Recomendações especiais sobre a unidade da fé - um só Senhor, uma só
fé, um só batismo(4.5). O autor mostra como Cristo é a cabeça da igreja, e em que sentido a
comunidade cristã deve compreender e manter a unidade. Em seguida vem um capítulo
dedicado aos novos crentes, e que trata do contraste entre a santidade cristã e os costumes

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gentílicos, como coisas que se opõem. Como complemento, aparece uma exposição de caráter
privado - conselhos sobre a família, deveres conjugais, reciprocidade de afeição de pais para
com filhos, e obrigações entre senhores e servos(5.22 e 6.9).

1. Efésios e Seus Destinatários = diz-se comumente que a carta se destina à igreja de Éfeso.
Alguns acham que ela foi escrita aos Laudicenses. Seria Efésios uma carta circular? Há muita
semelhança entre Efésios e Colossenses. A Igreja de Colossos foi invadida por idéias
heréticas. A de Éfeso nem tanto. Embora haja em cada uma das cartas propósito especial, em
ambas há passagens cujo conteúdo é comum. A parte consagrada à disciplina está cheia de
ordenanças e conselhos, os quais, nas duas cartas, são os mesmos. Há, por fim, mais
semelhanças de linguagem de que de idéias. Mas estas coisas não prejudicam a autoria
paulina de Efésios.

2. Lugar e Data = Efésios foi escrita na mesma ocasião que a carta de Colossenses. Quem a
levou foi Tíquico(6.21), quando foi a Éfeso para confortar os crentes. A epístola pertence
aquele grupo de cartas paulinas escritas do cárcere em Roma, e a redação data do ano 62 a.D.

3. Peculiaridades de Efésios = a) a carta de Efésios foi escrita para cristãos que não
entendiam as riquezas que temos em Cristo. Fala o livro de riquezas, plenitude, herança(1.7,
3.8, 3.16). Riquezas da graça, presença e glória de Jesus. b) outra palavra chave é graça que
aparece 12 vezes; a palavra glória surge 8 vezes; a expressão “em Cristo” aparece 27 vezes.
c) Efésios 3.20 tem sido considerado a chave de toda a carta no tocante a sua mensagem. d)
Efésios 3.19 = a plenitude de Deus, só por estar em Cristo é que esta plenitude é nossa por
herança(4.13; 5.18). e) A idéia central da carta é que tudo isso é nosso na igreja, “corpo de
Cristo”. f) Paulo define a igreja(3.3) como o mistério de Deus. Como entender o mistério de
Deus? 1. Mistérios que nunca foram revelados em tempo algum(Deuteronômio 29.29). 2.
Mistérios que Ele revelou ao seu povo através da História(Salmo 27.14). 3. Mistérios que Deus
guardou segredo de todos por um tempo, e finalmente revela ao seu povo. g) Efésios tem as
implicações cósmicas da obra e da pessoa de Cristo(3).

4. Autenticidade da Carta = para um grupo esta carta é a mais sublime que Paulo escreveu.
Para outro é reprodução de idéias paulinas que outro copiou. A autenticidade da carta é posta
em dúvida. Os argumentos são diversos: a) Os que favorecem dizem que: 1. Pela próprias
declarações de Paulo = a carta começa da mesma forma que Colossenses e 2 Coríntios e
Paulo utiliza a primeira pessoa do singular. 2. Pelo testemunho externo = no segundo século a
carta já era reconhecida e circulava em todas as igrejas cristãs. 3. A estrutura é paulina =
saudação inicial, gratidão, exposição doutrinária, exortações éticas, saudações finais e bênção.
4. Linguagem e detalhes literários = palavras comuns a Paulo e vocabulário bem próximo das
cartas paulinas. 5. Afinidades teológicas = apesar de novas idéias o contexto ou o pano de
fundo é inegavelmente Paulino. A cruz como ênfase, reconciliação entre Deus e o homem. b)
Os que contrariam dizem que: 1. Argumentos lingüísticos = palavras que não ocorrem noutras
cartas nem no Novo Testamento. Um quarto das palavras de Efésios foram emprestadas de
Colossenses. 2. Argumentos históricos = controvérsia entre judeus e cristãos. 3. Argumentos
doutrinários = diferença na doutrina da igreja. A igreja em Efésios é universal, nas outras cartas
a igreja é local. 4. A Cristologia é diferente = em Efésios muitas coisas atribuídas a Cristo em
outras cartas são atribuídas a Deus. 5. Questões sociais = em Efésios são tratadas
diferentemente.

5. Esboço de Efésios

EFÉSIOS

(sugestão de esboço preparada por Russel Shedd)

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INTRODUÇÃO: Paulo estava em Roma em 61 a.D.(Veja Atos 28.30-31). Escreve aos cristãos
da Ásia, de qual província Éfeso era a capital. É uma carta livre de controvérsia que trata sobre
o propósito de Deus para o mundo, que se manifesta atualmente na igreja(Efésios 1.9-11,23).
Efésios se divide superficialmente em duas partes: a) Doutrina = nos capítulos 1 a 3. b) Vida
Cristã = nos capítulos 4 a 6.

I - RAZÕES PARA LOUVAR A DEUS(1.1-14): 1) Paulo, o apóstolo, indica a sua autoridade


como quem tinha a procuração de Cristo(note o termo aramaico Shaliah): a) embaixador. b)
plena autoridade. 2) escreve aos “santos”, pessoas separadas por Deus ou pelo Espírito de
santificação, que também são fiéis ou crentes em Cristo, isto é, os que fielmente seguem o
evangelho. 3) a doxologia(1.3-14): a) as bênçãos espirituais são todas nossas em Cristo,
exaltando-nos a lugares celestiais, onde também somos assentados(2.6): 1. a bênção da
eleição(1.4). 2. a bênção da predestinação para adoção na família de Deus(1.5). 3. a bênção
da redenção em Cristo(1.7). 4. a bênção da revelação do plano de Deus(1.8-10). 5. a bênção
de participar, junto com o povo de Deus convertido, da herança que pertence a Cristo(1.11-14).
b) todas as bênçãos são concedidas por Deus para que nos sejamos uma expressão de louvor
a sua glória(1.6,12,14).

II - UM MODELO INSPIRADO DE INTERCESSÃO(1.15-23): 1) A motivação para orar(1.15-16).


Fé e amor para os santos(crentes). 2) O endereço da petição bíblica(1.17): Deus do nosso
Senhor Jesus Cristo, Pai da glória. 3) O pedido de Paulo(1.17): que Deus “conceda o Espírito
de Sabedoria e de revelação”. 4) Uma vez iluminados os olhos de nosso coração, devem
suceder três conseqüências: a) o recebimento da compreensão da esperança pela qual nos
chamou no evangelho(1.18). b) uma visão da riqueza da sua glória(1.18). c) um conhecimento
da suprema grandeza do seu poder(1.9): 1. o mesmo poder operante que levantou Jesus
Cristo dentre os mortos(1.20) - conquista da morte, conseqüência do pecado. 2. o poder que
exaltou a Cristo à destra do Pai acima de todas as forças que se opõem a seu governo(1.21) -
garantia da conquista do mal. 5) O poder que subjuga todas as coisas ao seu governo(1.22).
6) O poder que Cristo exerce sobre a igreja, o seu corpo(1.22-23).

III - A grandeza da nossa salvação(2.1-3.21): 1) A situação de onde fomos resgatados(2.1-3):


a) mortos em delitos e pecados(2.1). b) escravizados como cativos(2.2-3a): 1. pelo curso do
mundo. 2. pelo príncipe do ar. 3. pelos desejos e pensamentos. c) existindo com os que pela
natureza são condenados(2.3b). 2) A condição na qual somos colocados(2.4-10): a) a
misericórdia de Deus preparou a única solução(2.4): 1. dá vida aos mortos(2.4-5). 2. ressuscita
o crente e o coloca junto de Cristo nos lugares celestiais(2.6). b) o propósito de demonstração
do grande amor de Deus é de revelar durante a eternidade a grandeza de sua graça(2.7). c) o
meio pelo qual Deus nos oferece a sua graça salvadora(2.8-9): 1. a fé que aceita a salvação
gratuitamente. 2. boas obras feitas sem orgulho, mas unicamente por motivos de gratidão a
Deus. d) o resultado desta grande salvação é a criação da igreja, a “obra de arte” singular de
Deus(2.10). 3) A comunidade humana reconciliada(2.11-22): a) anteriormente éramos uma
humanidade alienada(2.13-18). b) a obra pacificadora de Cristo(2.13-18): 1. Cristo nos fez
aproximar uns dos outros. 2. aboliu a lei(mandamentos). 3. criou a nova humanidade, fato
demonstrado particularmente na reconciliação do judeu com o gentio com Deus e entre eles. c)
a natureza da nova sociedade(2.19-22): 1. são cidadãos de Deus. 2. são membros da família
de Deus. 3. são templos construídos como uma casa de Deus habitada pelo Espírito.

4) Deus desvendou seu propósito secreto por intermédio de Paulo: o ministério de Paulo(3.1-
13): a) o fundamento do seu ministério: a reconciliação entre judeu e gentio(3.1-6): 1. trata-se
de uma mordomia da graça concedida ao apóstolo. 2. trata-se de um ministério anteriormente
vedado, mas agora revelado pelo Espírito. b) a comissão que Deus entregou a Paulo(3.7-13):
1. pregar as boas novas de Cristo aos gentios(3.8). 2. apresentar a todos os planos secretos de
Deus(3.9). 3. desvendar o plano que focaliza a igreja cujo ministério e vida revelada aos

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poderes cósmicos e sabedoria de Deus(3.10). 4. mostrar que esse propósito foi realizado em
Cristo, por quem a igreja foi criada(3.11). 5. anunciar que toda a humanidade tem acesso à
nova humanidade em Cristo pela fé(3.12). 6. encorajar aos que sentem desânimo diante dos
sofrimentos de Paulo(3.13). 5) Paulo ora em favor de seus leitores pedindo poder(3.14-21): a)
Paulo ora de joelhos dobrados diante do Pai(3.14-15). b) a fonte da resposta são as riquezas
da glória divina(3.16). c) o cerne da oração(3.16b-19): 1. fortalecimento pelo Espírito. 2. a
habitação de Cristo nos corações pela fé. 3. estabilizados no amor. 4. concedido o poder de
conhecer as dimensões do evangelho. 5. cheios com a plenitude do Espírito. d) uma doxologia
concluinte(3.20-21).

IV - Implicações práticas dos grandes propósitos de Deus(4 a 6): 1) A unidade e diversidade na


igreja(4.1-16): a) a unidade que Deus exige(4.1-3): 1. um corpo pelo Espírito(4a). 2. uma
esperança, uma fé e um batismo pelo único Senhor(4-5). 3. uma família pelo Pai(6). b) a
unidade se mostra no exercício dos dons(4.7-12): 1. Cristo concede os dons pela sua morte e
ascensão. 2. a diversidade cria a unidade do corpo(4.11-12). 3. o meio do exercício dos dons -
serviço aos santos e por meio dos santos(4.12). 4. o alvo do exercício dos dons(4.13-16):
unidade na compreensão na fé(13), maturidade(13), a plenitude de cristo(13b-16). 2) O novo
discipulado: um andar de modo digno da vocação de Cristo(4.17-5.21): a) o contraste absoluto
entre a mente pagã e a mente renovada por Cristo(4.17-24): 1. a natureza da mente sem
Cristo: vaidade da mente(17), uma compreensão obscurecida(18a), uma consciência
endurecida(18b) que provoca dissolução e promove avareza. 2. as características da mente
dominada por Cristo(4.20-21): a mente de um discípulo(20), os ouvidos abertos para a Palavra
de Deus(21), mentes instruídas por Cristo(21).

3) Os passos certos para ser um bom discípulo de Cristo(4.22-23): a) despir o velho homem, a
maneira velha de viver. b) deixar a renovação no Espírito da mente. c) vestir o novo homem: 1.
mostrado em justiça diante dos homens. 2. mostrado em santidade diante de Deus. d) seis
exemplos práticos da nova maneira de viver(22-23): 1. deixar a mentira; substituir pela
honestidade(25). 2. transformar a ira descontrolada em ira justa(26-27). 3. deixar de furtar;
substituir pelo trabalho e pela generosidade(28). 4. deixar de usar a boca para a maldade,
substituindo-a pelo bem(29-30). 5. deixar os ressentimentos, substituindo-os por atos de
bondade, fazendo com que Deus e Cristo sejam modelos de vida(4.30-5.2). 6. deixar a
impureza sexual; substitui-la pela gratidão(5.3-4). e) advertência e exortação em favor de uma
vida justa(5.5-21): 1. o perigo de ser deserdado(5.5). 2. o perigo de enfrentar o justo juízo(5.6).
3. o contraste entre o fruto das duas sociedades: o das trevas e o da luz(5.8-14). 4. o modo de
viver dos “filhos da luz”(5.15-20): 1. um procedimento cuidadoso e sábio(15-17). 2. uma vida
cheia pelo Espírito Santo(18-21): comunhão(19), adoração(19b), gratidão(20) e submissão(21).

4) O modelo cristão para o lar(5.22-6.4): a) a responsabilidade da esposa: submissão ao


marido como a Cristo(22-24): 1. motivo: a criação(23). 2. a igreja submissa à Cristo é o
exemplo(24). b) a responsabilidade do marido: amor e liderança(25-33). c) a responsabilidade
dos filhos: obedecerem aos pais(6.1-3). d) a responsabilidade dos pais: disciplinar e instruir os
filhos(6.4). 5) Instruções para os escravos e mestres(6.5-9): a) os escravos devem lealdade e
obediência(5-8). b) os mestres devem justiça(9). 6) Exortação para todos: mobilizarem-se no
exército de Deus(10-20): a) a necessidade de se preparar para lutar(10-12a). b) a natureza do
inimigo: o Diabo e suas forças demoníacas(11b-12). c) as armas espirituais(13-20): 1. as armas
de defesa: a cinta da verdade(14a), a couraça da justiça(14b), os sapatos da prontidão do
evangelho(15), o escudo da fé(16), o capacete da salvação(17a). 2. as armas de ataque: a
espada do Espírito(17b), a oração do Espírito(18-20). 7) Palavras finais(6.21-24): paz e amor
para os irmãos e graça.

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AOS FILIPENSES

Filipos era uma cidade que floresceu bastante, e se tornou grande centro de comércio e de
indústria. Estes ramos de atividades se desenvolveram principalmente em Filipos, por causa da
riqueza e do apoio que Roma lhe dera, graças a posição estratégica que ocupava. Filipos era
um cidade militarizada, verdadeira praça de guerra. O surto missionário a alcançou e bem
depressa apareceu, em meio ao paganismo, uma igreja fiel que se manteve como depositária
da nova fé.

1. A Igreja de Filipos = é fruto da expansão missionária. Foi na segunda viagem missionária


que Paulo passou por Filipos. Começou o trabalho com uns poucos ouvintes à margem de um
rio. Não havia crentes na cidade, e a própria colônia judaica era pequenina. Mas a colheita foi
farta. Entre os convertidos havia uma senhora de muita influência na sociedade. Era Lídia, uma
comerciante de púrpura. Depois, trabalhada com zelo, a igreja crescera a olhos visto. Então
precisou munir-se de oficiais - bispos e diáconos - para atender a todos os serviços. Era uma
igreja viva espiritualmente. Os crentes não ficaram livres das influências perniciosas do
paganismo e das doutrinas heréticas. De quando em quando, aparecia uma dificuldade desse
gênero. Paulo os acudia solícito, dava-lhe conforto moral e espiritual, doutrinava-os
paternalmente. E cada vez ia-se fortalecendo a união entre a igreja e o pastor. A igreja de
Filipos foi assim.

2. Autoria = a maioria dos autores primitivos atribuem a Paulo, sem nenhuma dúvida, a
chancela desta missiva. É largamente aceita a autoria paulina nos dias de hoje. As condições
da vida na época concordam com a evidência paulina(1.12-16; 2.19-24; 3.4-6; 4.15), e se
enquadram com a vida de Paulo e seu relacionamento com outras pessoas(Timóteo). Como
também com a igreja de Filipos.

3. O Caráter da Carta = Filipenses é uma carta mais particular que doutrinária. O motivo é
agradecer aos crentes por terem enviado a Paulo um auxílio pecuniário em ocasião mui
oportuna. Desobrigado deste dever, o apóstolo passa a contar as experiências que provara no
cárcere, como pregara à guarda pretoriana e como alguns crentes se reanimaram na fé. Todas
estas coisas eram, para ele, frutos da vida “escondida em Cristo”. Daí o conselho exuberante
de verdade: “tende em vós este sentimento que houve em Cristo Jesus”(2.5). Tece um hino à
perfeição para onde tende a experiência cristã que é o prêmio da soberana vocação = Cristo
Jesus. Agradece a igreja a estima, despede-se e abençoa os irmãos.

4. Local e Data = está patente que a carta procede da cidade de Roma, e que data da prisão
de Paulo naquela metrópole. A data é, então, a do ano de 62 a.D.

5. Peculiaridades da Carta = o destaque da alegria é notável dentro da epístola e aparece 14


vezes nas suas várias formas(gozo, alegria, regozijo). Há um mínimo de censura dentro da
carta e mesmo quando censura o faz de uma forma diferente(4.2). A ênfase da carta repousa
na gratidão missionária. Não contém citações ao Antigo Testamento. A inclusão de títulos de
oficiais eclesiásticos: bispos e diáconos(1.1). A inclusão do hino cristológico(2.5-11), que
alguns autores dizem que era parte da liturgia das igrejas. Os problemas da igreja
aparentemente eram desunião e perfeccionismo.

6. Esboço da Carta

“A VIDA INTEGRAL DO CRISTÃO”

I - A MENTE INTEGRAL(capítulo 1) = verso chave 1.21

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A alegria que vence as circunstâncias: a) a comunhão do evangelho(1.1-11). b) a extensão do


evangelho(1.12-26). c) a fé do evangelho(1.27-30).

II - A MENTE SUBMISSA(capítulo 2) = verso chave 2.3

A alegria a despeito das pessoas: a) o exemplo de Cristo(2.1-11). b) o exemplo de Paulo(2.12-


18). c) o exemplo de Timóteo(2.19-24). d) o exemplo de Epafrodito(2.25-30).

III - A MENTE ESPIRITUAL(capítulo 3) = verso chave 3.19-20

A alegria a despeito das coisas: a) o passado de Paulo, o contabilista(3.1-11). b) o presente de


Paulo, o atleta(3.12-16). c) o futuro de Paulo, o viajante(3.17-21).

IV - A MENTE SEGURA(capítulo 4) = verso chave 4.6-7

A alegria que vence a preocupação: a) a paz de Deus(4.1-9). b) o poder de Deus(4.10-13). c) a


provisão de Deus(4.14-23).

COLOSSENSES

Era por volta do ano 60 a.D. em Roma, numa casa alugada, encontrava-se aquele que talvez
tenha sido o preso mais famoso de toda a História: Paulo, da cidade de Tarso. Com ele
achava-se alguém que saboreava as palavras do apóstolo com evidente satisfação, arriscando-
se de quando em quando, a alguns palpites: Timóteo fora o seu companheiro de longas e
cansativas viagens e de ardentes perseguições. Ali estava, também preso, o companheiro
Aristarco, além do evangelista Marcos e de Onésimo, o escravo foragido da casa de Filemom,
de Colossos. Em Roma, nesta ocasião, encontrava-se também Lucas, o médico amigo,
companheiro de Paulo, autor do terceiro evangelho.

Paulo recebera, há pouco a visita de Epafras, o evangelista que havia fundado três igrejas no
Vale de Lico, no interior da província romana chamada Ásia: Colossos, Laodicéia e Hierápolis.
Epafras expusera a Paulo a situação decorrente do surgimento de certas correntes teológicas
que ameaçavam a saúde espiritual desse novo centro de divulgação do Cristianismo. Com
Paulo achava-se ainda Tíquico, que fazia as funções de "secretário", escrevendo o que o
apóstolo dizia. E o que foi escrito é justamente o que veio mais tarde a ser conhecido como a
Epístola aos Colossenses, inspirado livro que integrou o cânon do Novo Testamento.

1. A cidade, o povo e a igreja de Colossos - Colossos ficava no vale do rio Lico, um afluente
do Meandro, na parte sulina da antiga Frígia que se localizaria no oeste da Turquia moderna.
Situada numa estrada comercial principal de Éfeso esta cidade é freqüentemente mencionada
pelos historiadores. Sua importância comercial vinha do seu centro de produção e manufatura
de lã de ovelhas. Mas com o crescimento das cidades vizinhas Colossos ficou reduzida a
condição de uma pequena cidade. Por ocasião da carta a população de Colossos era
composta de colonos indígenas frígios e gregos e de judeus que haviam sido trazidos da
Mesopotâmia e Babilônia no começo do século II a.C.

Esta população era mesclada e repleta de diversos valores culturais e religiosos. A igreja de
Colossos é fruto do trabalho de Epafras que levou as boas novas de Cristo aquela região. Ele
era natural daquela cidade e mantinha a supervisão dos trabalhos ali. As atividade locais eram

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dirigidas por Epafras que era auxiliado por Árquipo. Não obstante o cuidado destes obreiros,
falsas doutrinas foram introduzidas no seio da congregação, e não só prejudicavam a fé dos
crentes, como criaram uma liturgia que desviava inteiramente o espírito do culto. Valeram-lhe
os conselhos de Paulo e suas instruções cuidadosas, pois se tem a impressão de que, com a
carta, foi revigorada a espiritualidade da igreja, e os crentes ficaram fortalecidos na fé. Afinal,
foi uma igreja digna de ser mencionada na história do Novo Testamento.

2. Antecedentes - Uma curiosidade é que Paulo, mesmo estando sempre a orar pelos
colossenses, nunca chegara a visitar essa igreja, até então. Assim, não nos é difícil imaginar o
cuidado com que ele ouviu o relato de Epafras, procurando se informar de todas aquelas idéias
que os mestres heterodoxos estavam divulgando naquela pequena cidade. Para nós não é fácil
entender o que perturbava a fé cristã daqueles irmãos. Mas o fato é que eles não se sentiam
capazes de vencer as correntes teológicas novas, que traziam uma heresia sincretista. No
combate levantado na epístola aos Colossenses, percebemos que a heresia era uma mistura
ou apanhado de elementos judaicos e gnósticos(2.16,17). Logo após a invasão da cultura
grega no Oriente Médio(século IV a.C.), a filosofia grega fez-se sentir tal como a cultura
ocidental permeia o mundo de nossos dias.

O primeiro século de nossa era caracterizou-se por um profundo anseio pela salvação. Onde
encontraria o homem aquela segurança religiosa em face aos poderes destrutivos que
incessantemente ameaçavam a sua vida? Era uma época de experiência e fomentação de
movimentos antagônicos. Promessas cativantes emanavam das religiões orientais, cheias de
mistérios, fundadas num certo tipo de magia que induzia uma profunda experiência religiosa,
descrita como "união com o deus" da religião, fosse Ísis ou Cibele, Osíris ou Dionísio. Assim,
uma religião se confundia com a outra. A busca de uma segurança, pretendida através da
aceitação das várias formas de adoração, convidava os pensadores a sugerir um Pan-Theos,
um deus que incluiria todo e qualquer deus, uma idéia não muito distante dos filósofos
religiosos estóicos. O estoicismo queria aliar a filosofia do ocidente à religião do oriente, como
o espiritismo e o catolicismo se unem na fé popular brasileira.

3. O problema fundamental - Depois de terem ouvido crido no evangelho salvador, como foi
que os colossenses se sentiram atraídos por conceitos tão inferiores? Convém observar que o
desafio surgiu da luta humana contra poder do mal e do azar. Como se poderia admitir a
realidade de um Deus Criador, Todo-Poderoso, Onisciente e bom, que permitisse o sofrimento
no seu universo? Os gnósticos propuseram a solução da separação, quase infinita em
distância, do Deus bom, de um lado; e do mundo material, de outro. O homem, pelo
conhecimento(gnosis = conhecimento esotérico) e acertada adoração, poderia influenciar os
poderes angelicais e demoníacos que dominavam os espaço entre Deus e o mundo.

Com muito sacrifício se propunha uma caminhada intelectual especulativa do nível material
para o espiritual. Os gnósticos não achavam necessário negar o poder de Cristo para salvar os
homens do pecado mas criam que o sofrimento e a morte de Jesus mostravam
inconfundivelmente que ele mesmo fora vítima do azar, condenado a sofrer um caprichoso
fatalismo do mundo material. Assim vieram a apoiar uma teologia que, por um lado, era
ascética, de privação material para se elevar e escapar; e que, de outro, defendia a posição
antinomianista, que consistia em comer, beber e esquecer-se nas orgias sexuais, já que o ser
humano estaria desesperadamente envolvido no mundo material.

4. A data, o autor e o caráter da epístola - Optamos pela data de 60 e há que opte por 62
d.C. O autor se apresenta como apóstolo: no sentido técnico da palavra, mensageiro, um
agente autorizado, com os direitos de um proclamador. Apesar de alguns questionarem a
autoria paulina desta epístola a grande maioria a confirma com clareza. A carta de
Colossenses começa exultante pelo progresso da igreja e logo se atem ao motivo principal:
advertir aos irmãos sobre o perigo das falsas doutrinas. Alguns intrusos se infiltraram no seio

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da comunidade. Eram interessados no culto judaico, pregadores do ritualismo e de doutrinas


legalistas, repletos de ensinos e de exigências sobre sábados, luas novas, festas e escrúpulos
quanto a comida e bebida.

Destas idéias, algumas quase vingaram entre os colossenses, e elas tendiam para o conceito
do transcendentalismo de Deus. Colocado Deus muito distante do homem, veio a necessidade
de um mediador. Não o tendo no judaísmo, a função de medianeiro passou a ser exercida
pelos anjos. Paulo negou-os todos, e desenvolveu uma argumentação que culminou na
exaltação de Jesus. Neste sentido a epístola expõe uma verdadeira Cristologia. Jesus é o
depositário dos tesouros escondidos; o mistério oculto aos séculos e aos corações, agora
revelado aos gentios. É a cabeça de todo principado e potestade, superior aos seres reais ou
imaginários, mediadores ou não, porque "nele habita corporalmente toda a plenitude da
divindade"(2.9).

Paulo variou o método polêmico. O ataque lhe veio por outro lado e segundo a carta aos
Gálatas, os adversários legalistas cumularam de ênfase o valor da Lei e restringiram o
significado da morte propiciatória de Jesus. Agora arvoraram a bandeira do judaísmo, com
cores novas: preconizando o transcendentalismo de Deus, mediante o culto às potestades e
aos anjos. A carta caracteriza-se também por uma simpatia profunda de Paulo para com a
igreja de Colossos. Nesse espírito altamente dignificante é que ele termina a epístola, sem se
esquecer de a todos saudar e de lhes desejar a graça do Senhor.

5. Esboço da Carta

Capítulo 1 - A preparação grandiosa

I - Em primeiro lugar para que estejamos bem preparados é necessário compreender bem os
níveis da vida cristã(1.3-12): 1) O conhecimento da graça de Deus(3-8). a) O conhecimento da
graça de Deus ocorre na medida em que desenvolvemos a fé em Jesus e o amor ao Senhor(3-
4). b) O conhecimento da graça de Deus ocorre na medida em que a verdadeira e esperançosa
mensagem do evangelho é acolhida no coração daquele que a ouve(5). c) O conhecimento da
graça de Deus além de trazer muitas bênçãos para o cristão o impulsiona a compartilhar a
mensagem de salvação aos perdidos(6). d) O conhecimento da graça de Deus ao ser
transmitido a outros exige de quem o anuncia fidelidade a Jesus Cristo(7-8).

2) O conhecimento da vontade de Deus(9-12): a) O conhecimento da vontade de Deus é


alcançado através da sabedoria e compreensão que o Espírito Santo nos dá(9). b) O
conhecimento da vontade de Deus nos proporciona a possibilidade de vivermos de acordo com
os propósitos divinos e dessa forma conseguiremos agradá-lo(10a). c) O conhecimento da
vontade de Deus nos habilita a fazermos todo tipo de boas ações e elas nos ajudarão a
conhecer cada vez mais o Senhor(10b) d) O conhecimento da vontade de Deus e a intercessão
nos fortalecem e nos capacitam a suportar as provações com paciência(11). e) O
conhecimento da vontade de Deus nos conduz à gratidão ao Senhor que nos fez seus
herdeiros(12).

II - Em segundo lugar para que estejamos bem preparados é necessário compreender bem o
fato de que Jesus Cristo é o Senhor e que nós devemos nos submeter a ele(1.13-29): 1) O hino
cristológico: as duas criações(13-20): a) Jesus é o Senhor porque ele nos libertou da
escravidão e escuridão de nossos pecados(13). b) Jesus é o Senhor porque ele nos perdoou e
perdoa os pecados quando arrependidos os confessamos(14). c) Jesus é o Senhor porque ele
é a revelação visível do Deus invisível(15). d) Jesus é o Senhor porque ele é superior a todas
as coisas criadas(15). e) Jesus é o Senhor porque ele é o criador de todas as coisas visíveis e
invisíveis(16). f) Jesus é o Senhor porque ele é preexistente e também atua organização e

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manutenção da criação(17). g) Jesus é o Senhor porque ele é o cabeça da igreja e sua fonte
de vida e direção(18). h) Jesus é o Senhor porque ele tem a natureza completa de Deus(19). i)
Jesus é o Senhor porque ele tem a capacidade de convergência(20).

2) O efeito "Cristo" nos Colossenses(21-23): a) Devemos relembrar que, assim como os irmãos
de Colossos estavam longe de Deus, nós também estávamos por causa dos nossos
pecados(21). b) Devemos relembrar que a morte de Cristo na cruz nos trouxe a reconciliação
com Deus(22a). c) Devemos relembrar que a morte de Cristo na cruz nos trouxe a
possibilidade de vivermos uma vida santa, separada(22b). d) Devemos relembrar que a morte
de Cristo na cruz nos trouxe a possibilidade de vivermos uma vida fiel(23a). e) Devemos
relembrar que a morte de Cristo na cruz nos trouxe a possibilidade de vivermos uma vida
firme(23b). f) Devemos relembrar que a morte de Cristo na cruz nos trouxe a possibilidade de
vivermos uma vida esperançosa(23c).

3) O efeito "Cristo" no apóstolo"(24-29): a) O senhorio de Cristo sobre nossas vidas nos


capacita a compreendermos e experimentarmos "o sofrimento de Cristo" em nossas vidas e
ministérios(24). b) O senhorio de Cristo sobre nossas vidas nos capacita a compreendermos e
nos estimula a realizarmos o chamado(ministério) que Deus nos têm dado(25-26). c) O
senhorio de Cristo sobre nossas vidas nos capacita a compreendermos e nos desafia a
praticarmos o plano de Deus para o indivíduo, a igreja e o mundo(27). d) O senhorio de Cristo
sobre nossas vidas nos capacita a compreendermos e nos ajuda a proclamarmos com
fidelidade e dedicação a mensagem da Palavra de Deus(28). e) O senhorio de Cristo sobre
nossas vidas nos capacita a compreendermos e nos fortalece com o poder do Senhor para que
realizemos bem a nossa tarefa(29).

Capítulo 2 - Heresia: um Problema Grandioso no Seio da Igreja

I - Devemos nos lembrar das razões que levam os pregadores a nos falarem através da
Palavra(2.1-5): 1) Para a sensibilização dos leitores e/ou ouvintes(1-2a). 2) Para a unidade do
povo de Deus(2b). 3) Para a convicção e o conhecimento(2c-3) 4) Para o desenvolvimento de
uma consciência crítica(4). 5) Para a ordem e firmeza(5).

II - Devemos nos lembrar sempre que as heresias procuram atacar nossa Cristologia(2.6-8): 1)
De um lado Cristo(6-7). 2) De outro lado, o alguém(8).

III - Devemos nos lembrar sempre da superioridade de Cristo(2.9-15): 1) Cristo é a plenitude da


divindade(9-10a). 2) Cristo é o cabeça(10b). 3) Cristo é a verdadeira circuncisão(11). 4) Cristo
é a vida(12-13a). 5) Cristo é o perdão(13b-14). 6) Cristo é a libertação e a vitória(15).

IV - Devemos nos lembrar sempre da inferioridade do "alguém"(2.16-23): 1) Que "alguém" não


vos julgue(16-17). 2) Que "alguém" não vos roube(18-19). 3) Que "alguém" não vos
submeta(20-23).

Capítulos 3 e 4 - Características da Nova Vida em Cristo

I - Devemos experimentar de modo prático os efeitos da ressurreição em Cristo(3.1-4):1) O


passado(1-3a). 2) O presente(1b, 2, 3b). 3) O futuro(4). Neste exercício de confrontarmos
realidades do passado, do presente e do futuro encontramos algumas recomendações como:

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a) buscar as coisas que são de cima = aquilo que agrada a Deus. Aquilo que faz parte dos
propósitos do Senhor para a vida de santidade que ele deseja do seu povo. O que você tem
buscado? b) pensar nas coisas que são de cima = aquilo que não é terreno embora se
manifeste na vida que o senhor espera que vivamos. No que você tem pensado? A razão
porque devemos buscar e pensar nas coisas que agradam a Deus é simples e bem clara: já
morremos para as coisas deste mundo. O senhor que nos deu uma nova vida já operou em
nós o milagre da ressurreição em Cristo Jesus. Agora isso é possível porque a nossa vida esta
escondida e amparada com Cristo na pessoa de Deus. É preciso que pratiquemos o pensar e o
agir da nova vida para que quando Cristo(que é a nossa vida) se manifestar nos manifestemos
com ele em glória. E para que isto se torne uma realidade....

II - Devemos abandonar tudo aquilo que faz lembrar a pessoa velha que Cristo já
transformou(3.5-8): 1) O primeiro "esquema pentagonal" que devemos eliminar em nossas
vidas(5-7). A Palavra estabelece que precisamos exterminar, destruir, aniquilar de nossa nova
vida as seguintes características da vida dominada pelo pecado(ou inclinações carnais): a) A
prostituição = sexo mediante pagamento - seja masculina ou feminina. b) A impureza = tudo
aquilo que nos maltrata e nos afasta de Deus como por exemplo: pornografia, pornofonia, sexo
virtual, etc... c) A paixão = qualquer espécie de sentimento ou apetite desordenado ou doentio.
d) A concupiscência = inclinação natural para as coisas erradas. e) A avareza = amor ao
dinheiro que é descrito como uma forma de idolatria.

2) O segundo "esquema pentagonal" que devemos abandonar em nossas vidas(8). Estas


atitudes ou inclinações carnais provocam a ira de Deus e caracterizam os filhos da
desobediência. Elas não podem continuar existindo em nós porque nascemos de novo através
da obra do Espírito Santo. Somos novas criaturas e isto é coisa do passado eis que em cristo e
com o seu auxílio tudo se fez novo. Aleluia! Precisamos nos despir dos sentimentos e atitudes
prejudiciais à saúde física e espiritual: a) A ira = este ódio descontrolado que leva a violência e
o desejo de matar ou vingar-se b) A cólera = caminha paralelo a ira e ao ódio e alimenta-se de
ambos. c) A malícia = a pessoa maliciosa está sempre desconfiando e pensando o pior dos
outros e as piores coisas. d) A maledicência = este é um veneno covarde que destrói a
possibilidade de relacionamentos duradouros e efetivos. e) Os palavrões = além de ser um
tremenda falta de educação é um pecado que devemos evitar.

III - Devemos permitir que a Palavra de Deus e o Espírito Santo efetuem a renovação da
pessoa velha(3.9-11): 1) A mentira e a pessoa velha(9): É necessário que abandonemos a
mentira. Assim sendo falemos e vivamos a verdade pois conhecemos Jesus "a verdade" e
somos dele e ele com seu poder nos ajudou a tirar a roupa velha e as atitudes do "homem
velho" conduzido pelo pecado. Não podemos mentir e esta é uma verdade que devemos
praticar. Na exortação desta passagem bíblica entendemos que os cristãos são tentados a
continuarem a viver enganando-se mutuamente se derem lugar sem suas vidas para a mentira.
A mentira é alimentada, na maioria das vezes, pelo desejo egoísta de tirar alguma vantagem
em função do prejuízo de alguém. A mentira é uma atitude repugnante e que infelizmente
marca o caráter de muitas pessoas. A mentira, segundo a Bíblia nos ensina, não pode mais
exercer influência sobre nós porque já temos, em Cristo, uma nova natureza.

Os que ainda não receberam a Jesus como seu Salvador pessoal mentem com uma freqüência
assustadora. A Bíblia no diz, e a experiência confirma, que os não crentes: são dados a
mentira desde a infância(Salmo 58.3); amam a mentira(Salmo 52.3); sentem prazer em
mentir(Salmo 62.4); buscam, procuram a mentira(Salmo 4.2); preparam nela e para ela às suas
línguas(Jeremias 9.3,5); dão ouvidos à mentira(Provérbios 17.4). Paulo afirma na passagem
que lemos que a mentira caracteriza às pessoas que não crêem em Jesus. O que dizer
daquelas pessoas que de tanto mentir chegam a conclusão de sua própria vida é uma mentira.

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A mentira produz desgraças, mortes, enganos, injustiças e por si mesma acaba sendo
descoberta e desmascarada.

Como agir em relação à mentira entre cristãos? Disciplina nos mentirosos. A Bíblia é expressa
em nos ordenar que não devemos mentir e por esta razão afirmamos que não há lugar para a
mentira no coração e nos lábios daqueles que obedecem a Jesus: o caminho, a verdade e a
vida(João 14.6). Se você já aceitou a Cristo mais insiste em continuar mentindo deixe-me fazer
alguns destaques sobre esta situação: Os mentirosos não herdarão o reino dos
céus(Apocalipse 21.8). Satanás é o pai dos mentirosos e consequentemente da mentira( João
8.44). Satanás estimula as pessoas a mentirem(Atos 5.3). Deus a proíbe e espera que nós não
a pratiquemos(Levítico 19.11). Assim os cristãos deveriam: odiar a mentira(Provérbios 13.5);
evitar a mentira(Sofonias 3.13); rejeitar os mentirosos(Salmo 101.7); orar para que sejam
preservados da mentira(Salmo 119.29).

2) A pessoa nova e o conhecimento de Cristo(10). Temos uma roupa nova, própria para esta
ocasião, que deve ser renovada na medida em que o nosso conhecimento de Cristo vai sendo
aumentado na perspectiva de tornar-nos segundo a imagem de Deus que nos criou. 3) A
pessoa nova vive em comunidade(11). Somos uma pessoa nova e devemos aprender a viver
em comunidade. Ele que não faz acepção de pessoas nem distinções nos capacita a sermos o
que devemos ser. Num ambiente de competição os mais fracos são derrotados, abandonados
e desprezados. Num ambiente de cooperação e comunidade os mais fracos são respeitados
em suas limitações e fraquezas e são sustentados seja por nossas orações como também pela
humildade, pela paciência, pelas concessões generosas, pela tolerância, pelo perdão e
principalmente pelo amor mútuo.

IV - Devemos assumir as atitudes coerentes com a pessoa nova(3.12-17): Uma nova vida
marcada por atitudes que agradam a Deus e abençoam as pessoas como: É nosso dever levar
os irmãos mais fracos na fé nos ombros. Se alguém se julga mais “forte”, isto é, mais maduro
espiritualmente, a sua responsabilidade aumenta diante de Deus e da igreja pois deve
“suportar”, isto é, deve carregar nos ombros, os “mais fracos” ou os que ainda não atingiram a
maturidade espiritual. 1) O primeiro "esquema pentagonal" que devemos assumir em nossas
vidas(12). A roupa do crente deve ser composta das seguintes peças: misericórdia, bondade,
humildade, delicadeza e paciência. Assim devemos nos preocupar com o que estamos
“vestindo” ou do que estamos revestidos. Devemos assumir(ou vestir) revelando em nosso
viver diário estas marcas da nova vida em Cristo porque somos povo de Deus, porque Ele nos
amou e nos escolheu para sermos propriedade dele: a) misericórdia = devemos ter um coração
compassivo, simpático e atento as necessidades alheias. b) bondade = devemos aprender com
o Senhor a sermos bondosos. c) humildade = devemos revelar esta característica essencial do
cidadão do reino dos céus(Mateus 5.3). d) delicadeza = devemos revelar esta disposição de
ceder aos direitos para evitar os conflitos. e) paciência = devemos revelar esta capacidade de
manter o equilíbrio diante das adversidades e provações.

2) Transição(13). Toda mudança passa por uma fase de transição e assim o conselho do
senhor é que não fiquemos irritados uns com os outros haja visto que alguns ainda terão
dificuldades no processo de assumir estas características da nova vida. O ordem de Jesus é
que nos perdoemos mutuamente e evitemos as queixas e as murmurações. Num ambiente de
perdão e edificação mútua contribuiremos para que cada um revele o mais rápido possível tais
características.

3) O segundo "esquema pentagonal" que devemos revelar em nossas vidas(14-16). Uma vez
perdoados e perdoadores podemos revelar algumas outras características de nossa nova vida
em Cristo tais como: amor, paz, mensagem, sabedoria e gratidão. Somos chamados a viver
uma vida de tal modo exemplar que o mundo não seja capaz de negar que somos filhos de
Deus. O Senhor lança um desafio: Suportem os mais fracos! Apoiem os que estão caindo!

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Visitem os que estão afastados! Exortem em amor os que estão desobedientes! Tenham
paciência com os que são teimosos! Ministrem a disciplina nos que insistem na permanência
no pecado! Ensinem os que precisam aprender e crescer na fé! Amem e perdoem sempre!
Vigiem para que quem está de pé também não caia!

Deus apresenta o desafio de termos o nosso coração dominado pela paz e pela gratidão. Isso
indica uma vida emocional equilibrada pela paz que Cristo nos dá. Isso indica que devemos ter
a paz como um árbitro em nossas decisões e atitudes. Não podemos perder de vista que a
admoestação não é um instrumento usado para a divisão e sim para a comunhão pois “fomos
chamados para viver como um corpo unido”. A gratidão é um exercício que nos faz contemplar
e contabilizar as bênçãos e cuidados do Senhor por cada um de nós e impede que no sintamos
solitários ou desamparados.

A edificação da igreja ocorre com muito mais propriedade num ambiente onde os seus
membros assumem a responsabilidade do instruir e do aconselhar mútuo. Diz o ditado popular
que se conselho fosse bom ninguém dava e sim vendia. Esta é uma mentira! Pois os conselhos
são bons e devem ser dados. A Bíblia é clara em apontar esta direção de que devemos
contribuir para o ensino e o aconselhamento de nossos irmãos e só existe ensino quando
alguém aprende, assimila, e põe em prática a verdade comunicada.

Em linhas gerais cada crente é responsável e deve instruir e aconselhar um outro irmão. O
texto acima nos orienta de que devemos permitir que os preciosos ensinos de Jesus através da
Bíblia que já estamos praticando sejam usados no ensino e no aconselhamento. O processo do
aconselhamento e do ensino é diversificado e aqui por exemplo ele é exemplificado no culto
através da habilidade musical de entoar hinos e cânticos que contenham os ensinos e
conselhos do Senhor para nós. Como uma igreja batista que somos usamos o modelo de culto
chamado didático onde o ensino da Bíblia tem prioridade. A maneira de se efetuar tal
responsabilidade também é descrita, ou seja, devemos fazê-la com o coração alegre e com
sabedoria. Então por que não estamos todos assumindo esta responsabilidade? Talvez porque
creiamos mais no ditado popular do que na Bíblia.

4) Síntese(17). A sua vida é um exemplo para os demais? Não podemos admoestar e exortar
os irmãos se nossas vidas não conferem autoridade ao que falamos. É hora de darmos um
basta na hipocrisia! Deus quer usar, e nossa igreja necessita de, vidas onde a plena riqueza do
ensino de Cristo encontre morada. Vidas que ensinem e aconselhem mutuamente com
sabedoria. Vidas que louvem ao Senhor com o coração alegre. O seu alvo é glorificar a Jesus
Cristo? Todas as suas ações, pensamentos, palavras são movidas e conduzidas para o
propósito de exaltar, engrandecer e glorificar o nosso Salvador? Todas as suas atitudes são
feitas em nome de Jesus?

5) A relação entre maridos e mulheres(3.18-19). O seu compromisso com Cristo deve trazer
conseqüências para sua vida familiar. O seu relacionamento com os seus familiares deve ser
baseado na vontade de Deus. Infelizmente, o pensamento mais comum em nossa sociedade é
que cada pessoa deve buscar atingir os seus próprios interesses. Muitos acham que o
importante é levar vantagem em tudo. Esse tipo de idéia tem destruído os relacionamentos
interpessoais e inclusive os familiares o remédio para este mal já foi apresentado nos versos
12-14.

Esposas cristãs a Palavra de Deus estabelece a necessidade de obediência a seus maridos


como algo que deve ser feito. Maridos cristãos a Palavra de Deus estabelece a necessidade de
amar a suas esposas e evitar a grosseria, a ignorância. Submissão X Amor Sacrificial este é o
desafio para a vida conjugal que deseja adequar-se a vontade de Deus. Note que não é um

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combate e sim um esforço conjugado para o bem da família. Deste lar feliz e equilibrado
surgem filhos sadios e preparados para a vida em sociedade.

6) A relação entre pais e filhos(3.20-21). Filhos e filhas cristãos a Palavra de Deus estabelece a
necessidade de obediência perene aos pais. Os filhos cristãos que moram com os pais e
especialmente dependem deles têm o dever de obedecê-los em tudo. Esta atitude de
obediência aos pais agrada tanto aos pais quanto a Deus! Neste relacionamento de pais e
filhos aos pais a Palavra de Deus estabelece a necessidade de evitar a irritação dos filhos. O
que mais irrita um filho? Creio que seja a incoerência dos pais. A disciplina baseada no amor e
no perdão é ingrediente fundamental neste processo de vida doméstica.

7) A relação entre patrões e empregados(3.22-4.1). Não podemos usar estas passagens para
apoiar a escravidão e sim entender nelas uma época onde a escravidão foi legal e dela extrair
princípios para a relação patrão e empregado. Aos empregados cristãos a Palavra de Deus
estabelece a necessidade de obediência e lealdade aos patrões. O cristão que é empregado
ou presta serviços deve ser leal e efetuar suas tarefas com dignidade e dedicação. O seu
patrão deve ser valorizado e o seu serviço deve ser feito como se fosse para o Senhor: com
alegria e de todo o coração. Lembre-se que Deus está atento a tudo o que fazemos e nos dará
a recompensa segundo as nossas obras. Aos patrões cristãos a Palavra de Deus estabelece a
necessidade de tratar os empregados com justiça e honestidade. Os patrões cristãos não
podem deixar de lembrar que existe um Senhor no céu a quem prestarão contas de suas obras
também. Tratar com justiça e honestidade tem a ver com boas condições de trabalho,
recompensa adequada à produção, etc.

8) A relação entre crentes e incrédulos(4.2-6). A Palavra de Deus estabelece que os cristãos


em seus relacionamentos com os incrédulos devem estar devidamente equipados para viver
com sabedoria. Assim faz-se necessário perseverarmos na oração e na súplica pela
responsabilidade missionária que cada um de nós recebeu do Senhor. Como também é
necessário que aprendamos a viver aproveitando bem as oportunidades para que com
habilidade as nossas atitudes e conversas sejam usadas por Deus para ensinar-lhes a respeito
de Cristo.

V - Despedidas:

7 Tíquico, nosso querido irmão, trabalhador fiel e companheiro no serviço do Senhor, levará a
vocês todas as notícias minhas.
8 Eu o estou enviando para contar como todos nós vamos indo e assim animar vocês.
9 Com ele vai Onésimo, o querido e fiel irmão, que é da igreja de vocês. Eles vão lhes contar
tudo o que está acontecendo aqui.
10 Aristarco, que está na cadeia comigo, lhes manda saudações; e também Marcos, o primo
de Barnabé. Vocês já têm orientação a respeito de Marcos, para recebê-lo bem, se ele passar
por aí.
11 Josué, chamado de o Justo, também manda saudações. Esses três são os únicos judeus
convertidos que trabalham comigo para o Reino de Deus e eles têm me ajudado muito.
12 Epafras, outro que é da igreja de vocês e é servo de Cristo Jesus, também manda
saudações. Ele sempre ora com fervor por vocês. Ele pede a Deus que os faça sempre firmes,
espiritualmente maduros e prontos para cumprir tudo o que Deus quer.
13 Eu posso afirmar que ele tem trabalhado muito em favor de vocês e pela gente de
Laodicéia e de Hierápolis.
14 Lucas, o nosso querido médico, e Demas mandam saudações.
15 Mandamos saudações aos irmãos e irmãs que moram em Laodicéia. Saudações também
para Ninfa e para a igreja que se reúne na casa dela.
16 Peço que, depois de lerem esta carta, vocês a mandem para Laodicéia a fim de que os
irmãos e irmãs de lá também a leiam. E vocês leiam a carta que vai chegar de Laodicéia.

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17 E digam isto a Arquipo: Procure cumprir bem a tarefa que você recebeu no serviço do
Senhor.
18 Com a minha própria mão escrevo isto: Saudações de Paulo. Não esqueçam que estou na
cadeia. Que a graça de Deus esteja com vocês!

FILEMOM

Filemom era um latifundiário convertido durante a estada de Paulo em Éfeso. Onésimo roubara
dinheiro e fugira(1.18) e na fuga provavelmente foi para Roma que era chamada de “a fossa da
iniquidade” do Império. Em Roma Onésimo encontra-se com Paulo que o leva a Cristo(1.10) =
existe a possibilidade de Onésimo ter sido preso e ali na cadeia Paulo o evangelizou. A ordem
correta dos fatos é que Onésimo voltasse para Filemom seu senhor a fim de sofrer o preço de
seu erro inclusive com a morte. A carta então foi escrita para garantir a boa aceitação do
escravo convertido, pelo seu senhor.

1. Peculiaridades da Carta = é a mais curta de todas as cartas e tem apenas 355 palavras no
original grego. Alguns a intitulam como um bilhete pessoal ao invés de uma epístola. Embora
que encontramos nela algumas características comuns as cartas: endereçamento(pois um
bilhete seria estritamente pessoal) 1.2 = a carta foi endereçada para a igreja constituindo-se um
documento para ser lido em público. Uma carta à uma igreja incorporando uma carta a um
indivíduo. A tática de Paulo é notável(8,9,17,19,21). Há também um jogo de palavras
relacionadas com o nome de Onésimo(11), útil e inútil. Dá ao leitor uma visão de relance num
lar cristão primitivo. Não contém ensinos teológicos, mas possui valores sociológicos.

2. Valores Históricos e Sociológicos da Carta = a) a consciência cristã a respeito da


escravidão. b) regras do lar(Colossenses 3.22; 4.1; Efésios 6.5-9; 1 Coríntios 7.21-23; 1
Timóteo 6.1-2; Tito 2.9-10; 1 Pedro 2.18-21). c) “o que a epístola faz é levar-nos para uma
atmosfera em que a instituição da escravidão somente poderia murchar e morrer. É a carta
magna da verdadeira emancipação da dignidade humanna”(F.F.Bruce). d) emancipação da
dignidade humana(1.16). e) Por que Paulo e o Novo Testamento não condenam explicitamente
a escravidão? Havia uma questão política que envolvia o Império Romano, e se o cristianismo
entrasse nessas áreas revolucionais certamente a dificuldade seria bem maior, haja visto que o
governo de Roma permitia a escravidão. Sendo assim o cristianismo seguiria sua caminhada
praticando o bem e sendo submisso aos governos e líderes. Respeitando as designações
políticas que regiam à vida naquele período. f) qual é a mensagem de Filemom para os cristãos
do século XXI, diante das situações sociais deste tempo? g) a técnica da cooperação cristã.
Como se viver a vida no contexto social? Paulo constrói uma situação nesta carta, deste
circuito de relacionamento, que por certo influenciaria na comunidade eclesiástica e secular.

3. Data e Origem da Carta = a data e o lugar da redação da carta se determinam por aquela
que se enviou aos colossenses. Os portadores eram Onésimo e Tíquico. Onésimo depois de
ira a Colossos, provavelmente, seguiu viagem até a moradia de Filemom. O local, portanto, é a
cidade de Roma e data entre 59 e 60 de nossa era.

4. Autoria = é ponto pacífico a autoria paulina e toda a patrística afirma, as evidências externas
como também as internas se harmonizam com a autoria paulina. Os nomes mencionados em
Filemom aparecem noutros escritos de Paulo. Seria difícil entender por que alguém falsificaria
esta autoria numa carta que nem toca em doutrinas.

5. Destinatário e Conteúdo = são em número de quatro os destinatários: Filemom, Afia,


Árquipo e a igreja que se reunia em casa de Filemom. Parece que Filemom se convertera na
cidade de Éfeso, por instrumentalidade de Paulo(19); e por último, residia em Colossos. Era

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crente operoso, boa pessoa e hospitaleiro, que a todos recebia com agrado(5,7). Áfia, uma boa
cristã, seria esposa de Filemom. Árquipo, na opinião de muitos, é filho do casal. Paulo o tem na
conta de bom ministro da igreja em Colossos(Colossenses 4.17), ou mesmo em Laodicéia. Não
estava em casa quando seus pais receberam a carta, mas Paulo tê-lo-ia saudado por sabê-lo
visitador freqüente do lar. Finalmente, os cumprimentos se estendem à igreja da casa de
Filemom. Seria talvez uma pequena congregação dirigida por ambos Filemom e Árquipo.

A epístola tem uma incumbência doméstica. Paulo faz um pedido especial a Filemom: que
receba de novo em casa a um escravo de nome Onésimo que fugira. Convertido, agora quer
servir aos seus donos. A situação era crítica: temia a sevícia a que estava sujeito o escravo
fujão, além de que era culpado de apropriação indébita, e precisava, ou pagar o montante do
furto, ou devolver os objetos. E ele não podia fazê-lo. Paulo mostra a necessidade de perdão
para Onésimo. Não era mais um escravo; era um homem livre e livre do pecado, um irmão em
Cristo. Faz ver como lhe fora útil na prisão, e decerto o seria a Filemom. Por fim, estava pronto
a assumir a responsabilidade de qualquer dano, e pagaria o que se lhe cobrasse. Para obter a
mercê, o apóstolo apela para Filemom, humilhado na sua velhice, acorrentado na prisão, em
nome de sua amizade, reconhecendo que outra coisa não podia fazer senão essa = pedir e
confiar no coração magnânimo de Filemom. Era tudo o que poderia fazer o prisioneiro
humilhado, o velho que jamais se abatera tanto.

6. Esboço da Carta

FILEMOM

I - Saudação e louvor(1-7): 1) Paulo o prisioneiro(1). Julga-se que a carta foi escrita ao mesmo
tempo que a epístola aos Colossenses, enquanto Paulo esperava comparecer perante o
Imperador, para quem tinha apelado em Cesaréia(Atos 25.11). Em Roma foi permitido a Paulo
morar numa casa alugada, com bastante liberdade para receber amigos e pregar o
evangelho(Atos 28.30-31), embora sempre guardado por um soldado romano. Timóteo também
estava com ele, junto com os irmãos mencionados no verso 25. 2) A igreja na casa(1-3).
Filemom era um membro importante da igreja em Colossos, e tinha reuniões na sua casa.
Parece que foi convertido por intermédio de Paulo(20). O apóstolo o chama de “nosso
colaborador”, e já conhecia a família dele(Afia e Árquipo). 3) Filemom = Homem Apreciado(4-
7). De quantas pessoas e igrejas, Paulo se lembrava nas suas orações? Veja Romanos 1.9; 1
Coríntios 1.4; Filipenses 1.3-4; Colossenses 1.3 ; 1 Tessalonicenses 1.2; 2 Timóteo 1.3. Trazia-
as por nome diante do trono da graça. Eis um serviço que cada um de nós pode fazer, nas
orações particulares. Paulo orava com prazer acerca de Filemom; este era um homem de fé e
que amava os crentes(5). O verso 6 é um pouco difícil; o apóstolo roga nas suas orações que
os que são ajudados por Filemom reconheçam essas boas obras como o fruto da sua fé em
Cristo. Era um homem de peso espiritual, animando e fortalecendo os outros crentes, e nisto
Paulo tinha grande alegria.

II - Onésimo(8-21). 1) A petição delicada = como apóstolo, Paulo poderia mandar a Filemom


que perdoasse e recebesse Onésimo como a um irmão; porém ele não manda, mas sim
solicita isto como um favor pessoal da parte de Filemom para com ele, “Paulo o velho” e
“prisioneiro de Cristo”(9). Diz que Onésimo é “seu próprio coração”(12), que ele está enviando
a Filemom para que este o receba, expontânea e bondosamente, como se fosse o próprio
Paulo(14,17). Assim, tendo recebido esse “benefício” da parte de Filemom, Paulo ficaria
reanimado(20) e sabe que Filemom o fará mesmo, e ainda mais(21). 2) O escravo convertido =
Paulo chama-o “meu filho”, isto é, seu filho espiritual, que ele tinha convertido ali em Roma.
Não sabemos como se encontraram; talvez Onésimo entrasse por curiosidade na casa onde
Paulo estava pregando; ou talvez, achando-se faminto e sem recursos na grande capital, se
rendesse a Paulo(que já conhecera como amigo do seu dono Filemom), pedindo-lhe proteção
e socorro. Em qualquer caso, Deus o guiou para Paulo, o qual o dirigiu para Cristo. O escravo

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“inútil” tornou-se agora o crente “útil” para Paulo e Filemom(11). Onésimo significa “proveitoso”;
mas Paulo não tem direito aos seus serviços, pois pela lei o escravo pertence ao seu dono.
Paulo então manda Onésimo a Filemom, mas para ser recebido como “irmão amado”(16) e
“companheiro”(17). Onésimo pecou gravemente em roubar o seu dono e fugir dele. Conforme a
lei romana, o seu castigo podia ser a morte. Porém, Deus lhe perdoou em Cristo, e Filemom
sendo também cristão, Paulo tem toda certeza que este perdoará e libertará a seu servo
arrependido e convertido(21). Contudo, Paulo promete pagar pessoalmente a Filemom
qualquer dano causado por Onésimo, embora Filemom deve ao apóstolo muito mais = a sua
própria conversão(18-19). Cremos que Filemom não exigiria nada!

III - Pormenores finais(22-25). 1) Paulo tem confiança de que será libertado, e que logo visitará
Filemom e os crentes dali(22). Quantas igrejas não estavam orando por ele, enquanto
esperava a sentença do supremo tribunal. De fato, foi libertado pouco tempo depois de
escrever esta epístola. 2) Diversos companheiros são mencionados aqui(23-24). Epáfras era
crente colossense(Colossenses 1.7; 4.12) que ajudava muito a Paulo; Aristarco era
macedônio(Atos 19.29; Colossenses 4.10); Marcos, sobrinho de Barnabé, já foi reconciliado
com Paulo e restaurado ao serviço do Senhor(Colossenses 4.10); Lucas é o “médico
amado”(Colossenses 4.14); Demas é o “cooperador” que mais tarde desamparou o apóstolo(2
Timóteo 4.10). 3) Com a bênção apostólica Paulo termina a carta, que foi levada a Filemom
pelas mãos de Onésimo, o qual voltou a Colossos junto com Tíquico(Colossenses 4.7-9).

UNIDADE 5 - OS PROBLEMAS DA IGREJA PRIMITIVA

As cartas pastorais(1 e 2 Timóteo e Tito) têm sido consideradas como um grupo separado das
cartas de Paulo, talvez porque tenham sido escritas a pessoas tornando-se particulares apesar
do seu conteúdo trazer mensagens para a comunidade. As cartas têm um alto significado
eclesiástico(1 Timóteo 3.14-15). As cartas foram definidas por Tertuliano como potífidas já que
foram escritas pelo pastor Paulo; mas com o passar do tempo elas passaram a ser chamadas
de pastorais, pois versam sobre o ministério pastoral, vida do pastor(com Deus, consigo
mesmo, com a igreja), vida da igreja. As cartas nos revelam a Igreja Cristã na sua infância,
aspectos organizacionais. A igreja nasceu numa atmosfera pagã e havia uma séria pressão do
próprio ambiente.

1. Autoria = a questão é muito discutida. As evidências externas são fortes a favor do apóstolo
Paulo(Policarpo, Justino); Marcião não incluiu as cartas pastorais no seu cânon, provavelmente
ele não as conhecia, ou as rejeitou simplesmente. Como explicar o fato das mesmas serem
aceitas por outros na mesma época de Marcião? Estudando o material das próprias cartas há
uma divisão em duas partes prediletas: 1) Um autor desconhecido após a morte de Paulo,
coleciona fragmentos de cartas genuínas de Paulo e compõe estas epístolas usando o nome
de Paulo para dar peso e autoridade à sua obra. 2) Não é de Paulo devido a diversos
problemas internos: a) os fatos históricos mencionados nas cartas pastorais não se
harmonizam com o livro de Atos(ex. 1 Timóteo 1.3 X Atos 16.9 = Paulo quando foi para a
Macedônia, não partiu de Éfeso, saiu de Troas). Este é um argumento forte mas também há
outras narrativas de Atos que não concordam com outros escritos de Paulo. b) as questões
eclesiásticas apresentadas nas cartas mostram que estas igrejas eram muito organizadas para
a época de Paulo(ex. a menção de cargos, oficiais, ordenanças, listas de membros, ação
social,etc = 1 Timóteo 3.2-8; 5.17). c) as questões doutrinárias discutidas mostram que as
heresias denunciadas nas cartas pastorais são do segundo século e não da época de Paulo. 1
Timóteo 1.8-11 = Gnosticismo e Legalismo. O gnosticismo é um tipo diferente do existente no
primeiro século(Romanos 4.15). d) o estilo literário ou a forma escrita é diferente da encontrada
nos outros escritos paulinos. Há um grande número de palavras que eram conhecidas por
todos. Muitos estudiosos defendem que elas foram escritas mais tarde porque há uma ênfase

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nas doutrina de um modo diferente. Outros dizem que podem ter sido escritas por um amigo de
Paulo. Outros porém afirmam que estas diferenças somente realçam as características de um
Paulo mais velho.

2. Ênfases = são contra as heresias: analisando as pastorais nós veremos que as falsas
doutrinas não eram organizadas como as seitas, sua característica principal era a irrelevância
veja-se os seguintes textos: 1 Timóteo 6.20; 2 Timóteo 2.14,23; Tito 3.9; 1 Timóteo 1.4 =
genealogias; Tito 1.4 = mitologia; 1 Timóteo 4.1-4 = ascetismo que defendia o celibato; 2
Timóteo 3.1-6 = vida religiosa sem coerência; 2 Timóteo 2.22 = ênfase na vida pura.
Apresentam o desenvolvimento da organização eclesiástica: pois há evidências de um culto
organizado, com liturgia, hinos, credos, doxologias(1 Timóteo 3.16; 6.13-16; 2 Timóteo 1.9-10;
2.11-13; 4.1; Tito 2.11-14) = alguns vêem nestes textos fragmentos litúrgicos utilizados no culto
da igreja. A indicação de pessoas para o ministério pastoral; o cuidado pastoral na
proclamação; cada congregação é a casa de Deus(1 Timóteo 3.15); apontam para este
desenvolvimento. Descrevem o desenvolvimento de certas doutrinas básicas: a) cristologia = é
bem desenvolvida, principalmente a sua relação com a trindade(1 Timóteo 1.1). Cristo como
mediador com ênfase em sua divindade e humanidade(1 Timóteo 2.3-5). b) ética cristã =
escravidão(1 Timóteo 6.1; Tito 2.9), Paulo não ataca diretamente esta situação errônea da
escravidão, mas menciona a ética cristã em relação a mesma. c) uso de metáforas = há uma
riqueza muito grande no uso de metáforas: guerra(1 Timóteo 1.18; 6.12; 2 Timóteo 2.3; 4.7),
arquitetura clássica(1 Timóteo 3.15; 6.19), agricultura(1 Timóteo 6.10; 5.18), jogos gregos(2
Timóteo 2.5-6; 4.7), lei(Tito 3.7), medicina(2 Timóteo 2.17), vida no mar(1 Timóteo 1.19; 6.9),
vida mercantil(1 Timóteo 6.5; 2 Timóteo 1.14), laço(1 Timóteo 3.7; 6.9).

3. Propósitos e Peculiaridades = a) 1 Timóteo: encorajar Timóteo num lugar e ministério


difícil; adverti-lo contra os propagadores de doutrinas errôneas(gnosticismo); instruir acerca da
administração da igreja(2.8-15; 3.1-16) = manual de prática pastoral. b) Tito: instruir Tito na
organização da igreja em Creta(1.5-9); instruir Tito quanto as relações pastorais e os diversos
grupos sociais na igreja(2.1-10); adverti-lo contra os falsos mestres(1.10-16; 3.9-11); tratar de
assuntos pessoais(3.12-13). c) 2 Timóteo: Paulo está escrevendo esta carta um pouco antes
de sua morte; nela está encorajando um jovem pastor para uma atividade responsável,
vigorosa(1.6-8; 2.1-7; 2.14-16; 2.22-26; 3.14-4.5); advertência acerca da apostasia(3.1-9); pedir
que Timóteo traga alguns dos seus pertences(4.9,13,21); informar Timóteo de sua morte
eminente num futuro breve(4.6-8).

4. Data e Lugar = Paulo estava em Roma ao escrever estas cartas(2 Timóteo 1.17); era
prisioneiro e parece que já tinha sido processado. Acreditava que seu fim estava próximo,
contudo esperava avistar-se ainda com Timóteo. A epístola a Tito pouco ajuda na cronologia.
Entretanto esclarece que Paulo esteve em Creta, e que escrevera com Tito para que o
buscasse em Nicópolis onde ele, Paulo, iria invernar. De vez que os fatos registrados nas
epístolas a Timóteo aconteceram por ocasião da estada de Paulo na prisão em Roma, infere-
se que ambas as cartas teriam sido escritas depois do ano de 60 a.D. e antes do ano 67 a.D. A
carta de Tito foi escrita mais cedo que as outras duas. Ela data de cerca do ano de 55 a.D, e
procede da província da Macedônia

5. Esboços das Cartas:

1 TIMÓTEO

I - Introdução(1.1-2): 1) Paulo, apóstolo de Cristo Jesus(1). 2) Timóteo, o verdadeiro filho na


fé(2).

II - Fiel é esta palavra: Jesus Cristo veio ao mundo para salvar pecadores(1.3-2.15): 1) Tudo o
que for contrário a sã doutrina deve ser rejeitado pelos servos de Deus(1.3-11). 2) A

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necessidade do líder ser exemplo para os fiéis(1.12-20). 3) A necessidade da intercessão pelas


autoridades(2.1-8). 4) Um apelo a decência, a sobriedade, a fé, ao amor e a santificação(2.9-
15).

III - Fiel é esta palavra: o ministério é uma excelente obra(3.1-4.5): 1) O padrão da


irrepreensibilidade para os pastores(3.1-8). 2) O padrão da irrepreensibilidade para os
diáconos(3.9-13). 3) O padrão da irrepreensibilidade para as mulheres(3.11-12). 4) O padrão
para o comportamento na casa de Deus(3.14-16). 5) O risco da apostasia dos últimos
tempos(4.1-5).

IV - Fiel é esta palavra: a piedade é proveitosa(4.6-6.19): 1) Seja um obreiro nutrido pelas


palavras da fé e da boa doutrina(4.6-11). 2) Seja um obreiro exemplar de modo que ninguém
despreze a tua mocidade(4.12-16). 3) Seja um obreiro com habilidades no trato com pessoas
diferentes = idosos e moços(5.1-2). 4) Seja um obreiro que honre as viúvas(5.3-16). 5) Seja um
obreiro que use os princípios éticos no relacionamento com os demais ministros =
anciãos(5.17-22). 6) Seja um obreiro atento as questões ligadas com a sua saúde tanto física
quanto espiritual(5.23-25). 7) Seja um obreiro que viva na condição de servo(6.1-2). 8) Seja um
obreiro isento da cobiça(6.3-10). 9) Seja um obreiro “panela sem cabo” = irrepreensível(6.11-
16). 10) Seja um obreiro que exorte os ricos a realizarem o bem(6.17-19).

V - Conclusão(6.20-21): 1) exortação final(6.20-21a). 2) bênção(6.21b).

2 TIMÓTEO

I - Introdução(1.1-2): 1) Paulo, a apóstolo de Cristo Jesus(1.1). 2) Timóteo, amado filho(1.2).

II - Participa dos sofrimentos do evangelho(1.3-18): 1) mantenha a fé genuína(3-7). 2) não


tenha vergonha do testemunho do Senhor(8-14). 3) não siga o exemplo dos desertores. Seja
diligente(15-18).

III - Fortifica-te na graça(2.1-26): 1) tu, pois...(1). 2) o que ouviste... transmite a homens fiéis(2).
3) soldado, atleta e lavrador(3-7). 4) lembra-te de Jesus Cristo(8-13). 5) seja um obreiro que
não tem do que se envergonhar(14-19). 6) seja um vaso para honra(20-21). 7) foge das
paixões da mocidade(22-26).

IV - Permanece naquilo que aprendeste(3.1-17): 1) afasta-te dos homens maus(1-9). 2)


exortação a perseverar na sã doutrina(10-13). 3) exortação a permanecer no padrão divino a
fim de estar preparado para toda boa obra(14-17).

V - Prega a palavra(4.1-18): 1) exortação a sobriedade, fidelidade e compromisso com a


vocação(1-5). 2) combata o bom combate(6-8). 3) esteja preparado para o abandono(9-20).

VI - Saudação e bênção final(4.19,21-22).

TITO

(sugestão de esboço do pastor Irland Pereira Azevedo)

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I - Saudação(1.1-4): 1) identificação do autor = Paulo, “servo”, “apóstolo”, promotor da fé,


mestre entre os gentios, detentor de um mandato divino. 2) identificação de destinatário = Tito,
“filho segundo a fé”, homem de confiança do apóstolo.

II - Qualificação dos oficiais da igreja(1.5-9): 1) necessidade de liderança = por em ordem as


coisas. 2) qualificação e liderança na igreja = qualificações espirituais, morais e técnicas.

III - Falsos mestres em Creta(1.10-16): 1) é preciso conhecer o ambiente sócio-cultural onde


atuamos. 2) é preciso conhecer o que os falsos mestres ensinam. 3) é preciso defender os
crentes da heresia e falsidade.

IV - Normas para conduta cristã(2.1-10): 1) a responsabilidade da liderança é inequívoca e


inconfundível = “tu porém”(1). Comprometida com a sã doutrina. 2) homens idosos(2) =
sensatez, dignidade, auto-domínio, saúde na fé, no amor, na constância. 3) mulheres idosas(3)
= seriedade, descrição, auto-domínio, capacidade de ensinar as mais novas. 4) mulheres mais
novas(4-5) = amor ao marido, amor aos filhos, prudência, honestidade, pureza, administração
da casa, sujeição ao marido. 5) homens mais jovens(6) = todas as virtudes, respeitando-se as
diferenças, relacionadas para as mulheres mais jovens. Domínio próprio(ter a cabeça no lugar,
ter a vida sob o controle da mente). 6) servos(9-10) = a posição de Paulo a respeito do servo;
as virtudes que ele realça como condição para o adorno da fé: obediência, fiel desempenho da
responsabilidade, discrição, honestidade, fidelidade. 7) o exemplo(7-8) = a habilitação para a
liderança e a docência eficazes.

V - Fundamentos teológicos para a vida cristã(2.11-3.7): 1) o poder educativo da graça(2.11-


15): a) a graça tem um propósito salvífico(11). b) a graça conduz-nos a renegar a
impiedade(12). c) a graça leva-nos a um viver piedoso neste mundo(12). d) a graça acende e
mantém viva em nós a esperança(14). e) a graça faz-nos conscientes de que somos um povo
peculiar de Deus, de remidos por Cristo(14). 2) a atitude cristã na comunidade(3.1-2): a) a
atitude do crente em relação às autoridades(1): 1. a cidadania do cristão. 2. submissão às
autoridades(1). 3. obediência às normas da vida social. 4. disposição permanente de proceder
de maneira correta e fazer o bem(1). b) a atitude do crente em relação aos outros(2): 1.
respeito ao bom nome das pessoas. 2. mansidão e auto-domínio. 3.cortesia. 4. tratamento sem
discriminação ou preconceitos. 3) a superioridade do Evangelho em relação ao
paganismo(3.3): a) a condição do homem sem Cristo: 1. sua ignorância ou falta de
entendimento. 2. sua desobediência. 3. sua desorientação. 4. sua servidão moral e espiritual.
5. sua maldade e seu viver de malquerença. b) nossa condição era essa, por isso temos
capacidade de compreendê-los(3). 4) a aparição e a obra do Salvador(3.4-7): a) foi pela
misericórdia de Deus que fomos alcançados, não por nossos méritos(4). b) foi o Espírito que
nos regenerou e fez de nós novas criaturas(5). c) fomos feitos herdeiros de Deus em Cristo
Jesus(6-7), justificados pela graça.

VI - Admoestações finais(3.8-11): 1) a responsabilidade do obreiro é persistir no ensino e na


admoestação(8). 2) a ênfase da pregação e do ensino: a) compatibilizar a fé e as obras. b) os
cristãos têm de preocupar-se em traduzir sua ortodoxia em ortopraxia. c) o verbo grego
Phrontizo significa “interessar-se, preocupar-se”. 3) há que se evitar o debate estéril(9) bem
assim como a discussão com os heréticos(10). 4) mas a confrontação da vida e da fé com a
palavra de Deus é o proceder correto do obreiro. Nouthesia = significa admoestação, conselho,
aviso, advertência; é a tentativa de fazer uma pessoa corrigir seu erro através da advertência
do conselho(16). 5) a heresia leva à perversão e à condenação(11).

VII - Saudações pessoais e conclusão(3.12-15): 1) Paulo dá exempplo de preocupação com as


pessoas(Artemas, Tíquico, Zenas, Avolo). 2) Paulo sente necessidade da comunhão pessoal
com Tito(12). 3) a conclusão da epístola(14): a) os crentes devem aprender a sempre fazerem
o bem. b) os crentes devem distinguir-se na prática do bem. c) a obra social é expressão da fé

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autêntica. d) a vida cristã há de ser frutífera. 4) a despedida paulina consiste em três partes: a)
todos os que com ele estão enviam saudação a Tito. b) Paulo envia saudações aos que os
amam na fé. c) Paulo envia-lhes a bênção da graça.

NOVO TESTAMENTO 5

Um estudo do período da expansão do cristianismo segundo os livros do Novo Testamento e


as principais questões introdutórias à literatura de Hebreus a Apocalipse.

O leitor entende os principais pensamentos acerca das questões introdutórias dos livros de
Hebreus a Apocalipse e o conteúdo geral destas obras como marcas do período inicial da
expansão do cristianismo.
Ao concluir esta leitura, o leitor deverá ser capaz de explicar a História do cristianismo do
primeiro século, descrever o conteúdo da mensagem e características introdutórias de
Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João, Judas e Apocalipse.

Unidade 1 – A Relação Entre Judaísmo e Cristianismo

O leitor entende os principais pensamentos da epístola aos Hebreus.


Para provar que alcançou tal entendimento, o leitor deverá ser capaz de: Explicar as questões
relacionadas à epístola aos Hebreus como obra literária e reproduzir o seu conteúdo geral.

Unidade 2 – As Epístolas Gerais

O leitor entende a mensagem e as principais questões introdutórias sobre as epístolas de


Tiago, Pedro, Judas e João.
Para provar que alcançou tal entendimento, o leitor deverá ser capaz de: Explicar as questões
relacionadas às epístolas de Tiago, Pedro, Judas e João como obras literárias e reproduzir o
seu conteúdo geral.

Unidade 3 – A Igreja Expectante

O leitor entende os principais pensamentos sobre o livro de Apocalipse e sua interpretação.


Para provar que alcançou tal entendimento, o leitor deverá ser capaz de: Explicar as questões
relacionadas ao Apocalipse como obra literária, mencionar os principais métodos de
interpretação e reproduzir o seu conteúdo geral.

Unidade 1 – A Relação entre Judaísmo e Cristianismo

HEBREUS
Hebreus não é propriamente uma epístola, e tão pouco o que chamamos comumente de
homilia. Não tem introdução, nem começa com as costumeiras frases de endereços ou de
saudações. A matéria de pronto se divide em dois aspectos: o doutrinário e o exortativo.

O pensamento dominante em todo o livro é a superioridade do cristianismo sobre o judaísmo. A


pessoa de Jesus se nos afigura espiritual e, a um tempo, de aspecto cósmico, devido à
projeção que tem no universo as experiências de sua vida terrena e encarnação. Seus

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sofrimentos são propiciatórios; sua morte, a expressão de um sacrifício perfeito. Um verdadeiro


contraste se estabelece entre o seu sacerdócio e o levítico ou de Arão. O primeiro é extensivo
aos judeus e gentios = é universal; o segundo é de caráter bastante precário e atinge apenas
os judeus. O autor explica que o sacerdócio de Arão precisava falir, como faliu, por ter sido
estabelecido por uma lei falível. Até então havia sacerdócio enfermiço, padecente de pecado,
sem possibilidade de substituir por causa dos que lhe assumiram a dignidade. Não encarnava
o verdadeiro espírito do sacerdócio, pelo qual o sacerdote oferece, de si mesmo, alguma
coisa(8.3).

Diferente é o sacerdócio de Jesus: “pois nos convinha tal sumo sacerdote santo, inocente,
imaculado, separado dos pecadores, e feito mais alto do que os céus, que não tem
necessidade, como aqueles sumo sacerdotes, de oferecer sacrifícios diariamente, primeiro
pelos seus pecados e depois pelos do povo; porque isto fez de uma vez só para sempre
quando se ofereceu a si mesmo”(7.26). Num sacrifício único se resgatam, portanto, os pecados
de judeus e gentios, e faz-se exatamente aquilo que o Antigo Testamento não pôde fazer por
causa da sua imperfeição. Nesta conjuntura se impôs a morte de Jesus, porque nenhuma obra
redentora é possível sem a entrega absoluta do sacerdote. Tal oferenda não havia no
sacerdócio levítico; havia antes um simulacro, isto é, uma vítima qualquer era imolada.

O sacerdócio perfeito exigia alguns requisitos indispensáveis, que são: a humanidade - que
favorece o espírito de fraternidade humana, essencial para o caráter representativo e
intercessório do sacerdócio; a divindade - condição indispensável para a autoridade, o penhor
do sacrifício; e finalmente, a relação íntima e espiritual, tanto do sacerdote oficiante quanto da
hóstia imolada, para com aqueles por quem intercediam. Estes requisitos não existiam no
sacerdócio levítico. Porque nele, se possível à espiritualidade quanto ao sacerdote, não o era
quanto ao animal sacrificado. Mas Jesus satisfez a todas estas exigências - seu sacrifício é
perfeito. O homem tem tudo quanto é necessário para a sua salvação. E o cristianismo
representa o último estágio do longo e laborioso plano de salvação elaborado por Deus, cujo
centro é a pessoa de Jesus - O Filho - superior a Moisés e à Lei, a Josué e aos profetas do
Antigo Testamento, e cujo sacerdócio, firmado na perfeita humanidade e perfeita divindade,
supera o de Arão, e é o exigido e suficiente para o resgate de todos. Tal é o conteúdo
doutrinário de Hebreus, quase tudo sobre o sumo sacerdócio de Cristo em contraste com o
levítico, de Arão, instituído pela Lei.

O segundo aspecto, exortativo, começa com um hino à fé, em que se enaltecem as


experiências dos antepassados sobre a oração. O último capítulo é o das exortações. O autor
recomenda a prática da caridade e o cumprimento de algumas obrigações. Apela para os
irmãos a que sejam puros e irrepreensíveis. E depois termina o escrito à maneira de uma
epístola, com alguns pedidos particulares, saudação e bênção final.

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1. Autoria = todas as tentativas de identificar o autor de Hebreus têm sido infrutíferas. E o fato
de ser anônimo dificulta a localização do autor. Muitos são da opinião de Apolo seja o autor
concordando assim com Lutero o primeiro a opinar nesta direção. Não há dúvidas de que
Apolo, judeu alexandrino, de muita cultura, orador eloqüente e insinuante, provavelmente dado
aos clássicos da literatura grega, bem poderia escrever um livro como este de Hebreus.
Observe as razões que levaram Lutero a lançar hipótese da autoria de Apolo para os Hebreus:
por um bom tempo quase todos os estudiosos suspeitaram da autoria de Paulo. Mas Lutero
verificou que Paulo ao citar o Antigo Testamento, cita a Septuaginta(o Antigo Testamento em
Grego) seguindo o texto do código do Vaticano. O autor de Hebreus não faz o mesmo, ele
segue e cita de acordo com o código Alexandrino. O escritor consagra um capítulo à descrição
do santuário(9).

A comparação do templo aí descrito com o de Jerusalém não afirma positivamente ou não


sustenta suficientemente que se trata do templo da metrópole judaica. Interessante é notar que
combina, por outro lado, com a do templo de Leontópolis situado na cidade do mesmo nome.
Leontópolis é uma das cidades da colônia judaica radicada perto de Alexandria. Outra
evidência que a apóia a hipótese de Lutero é a que resulta do uso do método hermenêutico
adotado pelo escritor do livro. É o método figurativo, de tipificação de fatos. Esse método
também chamado alegórico era bastante usado pelos escritores e pensadores alexandrinos.
Pois Hebreus está impregnada de alegorias e a própria estrutura sintática das orações revelam
o estilo adequado a tal método. Além de que, já se identificaram trechos, em Hebreus, que são
verdadeiras citações dos escritos do célebre filósofo Filão, de Alexandria.

Apolo poderia, realmente, escrever um livro como este de Hebreus, contudo o seu nome não
encabeça o escrito e a tradição jamais o apontou como autor. Então quem é o autor? Apesar
de se manter estritamente anônimo, o autor está presente em cada página de sua missiva.
Logo no primeiro versículo ele se revela como judeu ao se identificar como descendente dos
“nossos pais”. A maneira de falar é tipicamente judaica e semítica. Igualmente, a menção
respeitosa aos profetas faz sentido somente para um judeu. Mas isto não é tudo que sabemos
sobre o escritor da carta. A partir de 2.1 ele emprega constantemente a primeira pessoa do
plural como alguém que participa intimamente da situação comum de todos os cristãos,
mormente dos seus leitores com os quais ele forma uma comunidade de interesses e de
sofrimentos. Acontece tal procedimento 41 vezes: 2.1,3,8,9; 3.14,19; 4.1,2,3,11,14-16; 6.18-20;
8.1; 9.14; 10.10,20-26,30,39,40; 12.1,2,9,10,26,28,29; 13.1,10,13-15,23. Já em outros
contextos, ele se serve da primeira pessoa do plural falando claramente de si mesmo: 5.11;
6.1,3,9,11; 13.18. No último capítulo topamos com o autor diretamente, quando nos fala na
primeira pessoa do singular: 13.19,22,23.

O autor revela-se ainda como teólogo exímio, conhecedor abalizado da Bíblia e mestre no
manejo do idioma grego, possuindo um estilo e vocabulário pessoais; não imita a ninguém,
contrariamente àqueles hagiógrafos do Novo Testamento que se ocultam atrás dos nomes
famosos tais como Paulo, Pedro, João, Tiago e Judas, para disfarçar o anonimato. Ele julgava
que não era necessário semelhante recurso; sabia-se competente no assunto e com

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autoridade suficiente perante os destinatários para dispensar qualquer forma de ficção literária.
Contudo, encontramos as suas analogias e talvez até a dependência das teologias de Paulo e
de João. Mais problemática é a sua relação com os evangelistas. O que ele nos diz sobre a
vida terrena de Jesus de Nazaré é muito vago e tão voluntarioso que somos obrigados a
concluir que ele, ou não tomava conhecimento dos Evangelhos, ou então que ele escreveu
antes da redação final dos mesmos.

Será que o nosso homem foi um apocalíptico? Há quem o afirme; outros, porém, não crêem. A
existência do santuário celeste, segundo ele, depende exclusivamente de Êxodo 25.40. Ele
não empreende nenhuma tentativa de descrevê-lo nos seus detalhes como se o tivesse “visto”,
não fala em anjos ou culto litúrgico celeste. A entrada do redentor no tal santuário é mais
abstrata e teológica do que descritiva. É um teólogo que se limita a interpretar certos dados do
Antigo Testamento, subordinando-os à sua teologia, descobrindo um sentido especial nos
textos por ele usados. Ele parte dos textos, e nunca de uma visão extática. Qual será a
identidade do autor? O seu nome é e permanecerá ignorado. Até hoje existem autores
incapazes de conter a própria fantasia, arrolando, como possíveis candidatos, nomes como
Paulo, Apolo, Barnabé, Timóteo, Clemente de Roma, Lucas. Uma coisa é certa o autor não nos
revelou o nome.

2. Data e Lugar = as passagens em 10.25 e 12.4 esclarecem que a igreja estava sendo
provada. Seriam as perseguições movidas por Nero, ou os contratempos da guerra judaico-
romana? Sabe-se também que Timóteo havia sido encarcerado, mas fora solto(13.23). Parece
que tinha ficado retido por poucos dias. A causa da sua prisão talvez não fosse a perseguição
religiosa. Os fatos sugerem as datas entre os anos de 66 a.D. e 69 a.D., quando os judeus de
Alexandria e da Palestina se rebelaram contra o governo de Roma. O lugar de procedência?
Em 13.24 há uma indicação valiosa: “os de Itália vos saúdam”. Veja-se essa combinação de
textos, e ver-se-á como fica bem a suposição de que Hebreus foi escrita na Itália: “rogo-vos
com instância que assim o façais para que mais depressa eu vos seja restituído”(13.19). “Sabei
que está solto o irmão Timóteo, com o qual, (se vier depressa) vos verei. Saudai a todos os
vossos chefes e a todos os santos. os de Itália vos saúdam”(13.23-24). É para pensar mesmo
que o autor estava em Roma.

3. Destinatários = quem são os destinatários da epístola? Os hebreus, respondem os


documentos mais antigos. É expressão vaga. Um hebreu seria um israelita de nascimento, e,
segundo a religião, um descendente de Abraão(Filipenses 3.5; 2 Coríntios 11.22). Endereça-se
aos hebreus da palestina, ou de outro lugar? Vejamos as evidências:o autor diz que os crentes
ainda não tinham resistido até o sangue(12.4). Ora, em Jerusalém houve perseguições cruéis
contra os cristãos. A morte de Estevão é a prova de que a igreja da metrópole resistira até o
sangue. A exortação de Hebreus 12.4 não cabe, pois, à igreja de Jerusalém. Percebe-se,
claramente, que a epístola é uma censura aos crentes que propendiam para o judaísmo. Mas
os cristãos jerusalemitas bandearam para o lado da lei mosaica, tendo para doutriná-los
homens como Tiago e outros tão dedicados e experimentados como ele?

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Observe-se mais, os irmãos de lá em pobres, em geral, tanto que as igrejas gentílicas os


socorreram algumas vezes em suas necessidades. Pois não é esta a condição financeira dos
leitores desta epístola. A impressão que se tem é que eram ricos, e estavam em condições de
hospedar a estranhos(13.1-2,16). Uma vez, pelo menos, serviram a pobres(6.10). Tudo parece
ajudar a suposição de que o escrito destina-se aos crentes de Alexandria. Por exemplo, a
epístola foi escrita na língua dos gregos, a que estava em uso nos arredores da Palestina,
notadamente nas colônias judaicas estabelecidas perto de Alexandria. A concordância das
citações do Antigo Testamento com a versão da Septuaginta Alexandrina; a forma alegórica do
livro, seu método de raciocínio e argumentação, tudo isto são evidências de que se escreveu o
livro para os judeus de Alexandria. Aliás, as passagens em 11.35-37 têm suas correspondentes
no livro de 2 Macabeus, livro esse conhecidíssimo nas vizinhanças do Egito.

4. A Teologia da Carta = não há dificuldade em localizar os temas principais desta carta, mas
não é fácil ver como todos se encaixam. Esta é a tarefa principal do teólogo. É baseada na
suposição razoável de que o autor não misturou uma massa de temas sem relacionamento
entre si, suposição esta que é apoiada pela natureza ordeira da disposição literária. Fica claro
que planejou cuidadosamente a sua obra. Sempre que digressões ocorrem na seqüência do
seu pensamento, não tem licença do interfe rir com o desenvolvimento principal do seu
argumento. Procuraremos descobrir, em primeiro lugar se há uma idéia-chave, que explicaria
porque o destaque é dado a temas tais como O Filho, O Sumo Sacerdócio, o sistema
sacrificial, e a nova aliança. O que lhes dá unidade?
Notamos imediatamente na introdução da epístola(1.1-3) que o escritor está insistindo na
qualidade definitiva da revelação cristã. Tudo quanto Deus tornou conhecido antes agora e
substituído por Sua revelação através do Filho. O fato de que o escritor imediatamente introduz
a singularidade do Filho sugere que não tem certeza, de modo algum, de que seus leitores têm
esta convicção. Mas não fica imediatamente aparente porque o Filho é introduzido a esta
altura, e porque é somente em 2.9 que Ele é identificado como Jesus. Isto não pode ser por
acidente, e a razão disto deve fornecer algum indício para a direção do seu pensamento. Não
há dúvida que a posição de Jesus como Filho desempenha um papel principal na epístola
como um todo mesmo naquelas partes que se concentram em Jesus como o Sumo sacerdote.
Talvez possamos ver a introdução precoce de Jesus como Filho como uma indicação de que
através dele é que uma nova era nos tratos de Deus com os homens foi inaugurada. Tudo
quanto acontecia na aliança antiga agora foi substituído por uma aliança melhor. São
realmente as implicações da nova aliança que formam o alvo desta carta. Tornar-se-á aparente
que o Filho é a figura-chave na inauguração da nova aliança, o melhor mediador possível.

a)O Caráter do Filho - Esta carta demonstra o caráter do Jesus de uma maneira exaltada.
Podemos resumir a cristologia de modo conveniente sob três aspectos: a pré-existência, a
humanidade, e a exaltação do Filho: 1) A pré-existência do Filho é enfaticamente afirmada pelo
fato de que se diz que Ele é o agente através de quem todas as coisas foram criadas(1.2). Ele
claramente existia antes da criação material. Antecedeu os períodos sucessivos da história do
mundo(as eras). Esta cristologia exaltada, portanto, é o ponto principal para o argumento da
epístola. O tema da pré-existência também é apoiado imediatamente pelo caráter do agente da
criação - como sendo a glória e a imagem do Deus - e pelo fato de que Ele continua a
sustentar todas as coisas pelo Seu poder. Parece evidente que, quando o escritor fala em
termos da pré-existência do Filho, está pensando no Filho como co-participante da natureza
divina. Expressões tais como o resplendor(apaugasma) e a expressão exata(charakter) da
natureza do Deus(1.3) bastam para demonstrar este fato. Além disto, o fato de que o Filho
desempenha um papel na criação demonstra que desempenha a mesma função noutras partes

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da Es critura é atribuída a Deus. Além disto, diz-se que a sustentação de todas as coisas é
"pela palavra do seu poder", que forma um paralelo com muitas referências ao poder de Javé
no Antigo Testamento. Pode ser dito, na realidade, que o argumento inteiro da epístola
depende do fato de que o Filho tem uma posição sem igual em relação a Deus, que é o
sustentáculo da sua eficácia como Mediador e Intercessor. Demonstra a razão básica para a
superioridade de Cristo como Sumo Sacerdote. Que o escritor não acaba de inventar esta idéia
é visto no apoio vetero-testamentário que leciona no capítulo 1, especialmente a passagem do
Salmo 45.6,7 que atribui em 1.8 a Cristo, embora as palavras sejam dirigidas a Deus.

2) A humanidade do Filho decorre diretamente da necessidade da encarnação. Claramente,


um Sumo Sacerdote que era divino não poderia representar a humanidade. Para ser um
verdadeiro representante, o Filho deve tornar-se homem. Este fato é compreendido em 2.17,
onde o escritor demonstra que o Filho teve de ser feito semelhante aos seus irmãos a fim de
cumprir a função de um Sumo Sacerdote misericordioso e fiel. Se a pré-existência e a natureza
divina do Filho são suposições básicas do escritor, assim também é a verdadeira humanidade.
Não é sem relevância que o nome de Jesus, que leva consigo alusões à vida humana do Filho,
ocorrem nove vezes nesta carta. Na maioria das ocasiões em que ocorre fica no fim da
clausula, e, portanto, atraí ênfase adicional(2.9; 3.1; 6.20; 7.22; 10.19; 12.2 24; 13.12,20).

Algumas das referências mais claras à vida terrestre de Jesus, fora dos evangelhos, ocorrem
nesta epístola. A agonia em Getsêmane parece ser diretamente aludida em 5.7, onde se
mencionam o forte clamor e as lágrimas de Jesus. Os sofrimentos de Jesus são de importância
vital para o argumento da epístola e são mencionados várias vezes. Diz-se especificamente
que estes sofrimentos ocorreram "nos dias da sua carne". O ministério de Jesus é aludido em
2.3. A hostilidade que foi despertada contra Ele é mencionada em 12.3. Eventos tais como a
cruz(12.2), a ressurreição(13.20) e a ascensão(1.3) são tomados por certo como sendo
conhecimento básico.

Além disto, devemos notar aquilo que o escritor diz acerca das atitudes e das reações de
Jesus. Por implicação através de uma citação do Antigo Testamento (Isaías 8.17-18) diz-se
que exerceu fé em Deus(2.13). Além disto, também é visto como um homem de oração(5.7) e
como alguém que demonstrou piedoso temor(5.7). Em seguida, deve ser enfrentada a questão
de se o Filho de Deus ao tornar-se homem veio a ser um homem caído, e a resposta segundo
nosso autor deve, enfaticamente ser negativa. Duas vezes afirma a impecabilidade do
Jesus(4.15; 7.26), ao passo que ao mesmo tempo concorda que Jesus foi tentado em todos os
aspectos como nós. Isto demonstra que não considera que a impecabilidade foi o resultado de
não ter sido exposto às provações e tensões da vida, mas, sim, a evidência de uma conquista
positiva do pecado.

Outro aspecto da humanidade de Jesus nesta carta é a ênfase dada à sua perfeição. Embora o
conceito do seu aperfeiçoamento através do sofrimento(2.10) levante problemas, são
diminuídos se é percebido que a idéia de perfeição consiste em completar um processo. O
escritor não pode conceber a totalidade do plano da salvação ficando de pé se Jesus não
tivesse sofrido, e vê esse fato como parte do processo da consumação. Outra passagem que
ressalta o mesmo pensamento é 5.8,9, onde o autor diz que embora Jesus fosse um Filho,
aprendeu a obediência. Isto não significa que era relutante em obedecer, ou que houve um
tempo em que não era obediente, mas afirma que a experiência de Jesus demonstrou que o
Filho era obediente. Foi somente por causa disto que se tornou a fonte da salvação eterna para
todos quantos Lhe obedecem.

Há muitas passagens nesta carta que indicam a natureza representativa de Jesus Cristo,
aspecto este que é importante para Ele ser um Sumo Sacerdote eficaz. Diz-se que Ele
compartilhou da mesma natureza dos homens a fim de derrotar aquele que mantém os homens
na escravidão à morte(2.14). É pela mesma razão que se diz que convinha que Jesus

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encarnasse (2.10). A qualificação principal do sumo sacerdote era ser como seus irmãos(2.17).
De nenhuma maneira mais clara o escritor poderia estabelecer sua lição acerca da
necessidade da verdadeira humanidade de Jesus. Para ser um representante, tinha de
experimentar o que o homem experimenta. Ninguém mais senão um homem verdadeiro
poderia ter feito isto.

3) A exaltação do Filho é mencionada em argumentos estratégicos. Encontramos o Filho


exaltado primeiramente nos versículos de abertura como se o autor antes de delongar-se sobre
a humilhação envolvida na encarnação, quisesse que seus leitores soubessem da posição
exaltada do Filho. Além disto, o fato de que o Filho está assentado demonstra que Sua obra já
está completa. O enfoque recai sobre Sua realização após a ressurreição. É o modo do
escritor, não somente de referir-se à ascensão, como também de demonstrar as vantagens
positivas da missão de Cristo. Estar assentado numa posição tão exaltada dá ao Filho a
posição mais vantajosa para Sua obra de intercessão, embora a obra sumo-sacerdotal não
seja realmente mencionada até uma etapa posterior. Além das referências à entronização do
Filho à destra de Deus, descobrimos várias descrições do Filho que pressupõem sua
glorificação. É descrito como herdeiro do todas as coisas(1.2), que não aponta simplesmente
pa ra frente para uma herança futura, como também indica aquilo em que já entrou. Há um
sentido em que a plena realização, pelo Filho, da sua herança ainda não foi cumprida até que
Ele tenha colocado todos os seus inimigos debaixo dos seus pés. Mas diz-se que até mesmo
os crentes herdam as promessas(6.12) e algum aspecto da realização presente não pode, no
entanto, ser negado ao Herdeiro supremo de todas as coisas. Outro aspecto do Filho é a idéia
do precursor, que entra na descrição de Jesus como Sumo Sacerdote em 6.20. Isto é de
interesse especial para o escritor, porque está ocupado na carta inteira com a aproximação do
homem a Deus, e serve bem seu propósito demonstrar que Jesus já entrou no santuário
celestial. Cristo como precursor é imediatamente visto como superior aos sumos sacerdotes
judaicos, mas esta superioridade é um tema que ocupa o escritor em várias secções da
epístola. Era claramente de grande importância para ele demonstrar de modo preliminar a
vantagem infinita que Cristo tinha, por natureza, na Sua obra de Sumo Sacerdote.

b) A Superioridade do Filho sobre os outros - Até este ponto, temos concentrado nossa
atenção naquilo que a carta diz sobre a natureza. Agora passamos a notar às várias maneiras
em que a superioridade do Filho é ilustrada: 1) A superioridade do Filho aos anjos(1.5-2.9). Tal
vez não fique evidente, a primeira vista, porque o escritor está interessado em estabelecer este
fato. Pode ser suposto que os leitores tinham uma estima especialmente elevada pelos anjos, e
que não tinham conseguido apreciar até que ponto Jesus lhes é superior. Parece provável que
muitos estavam argumentando que os anjos eram superiores a Jesus Cristo, e neste caso o
problema deles não era que Jesus foi feito, por um pouco, menor que os anjos, mas que Ele
sempre foi superior a eles. O fato de que esta comparação com os anjos fornece o impacto
principal dos capítulos 1 e 2 demonstra a importância que o autor deu à comparação como um
todo. 2) A superioridade do Filho a Moisés(3.1-6). O autor desenvolve seu tema de Moisés para
incluir as peregrinações dos israelitas no deserto, isto o leva a demonstrar que nosso líder
também é superior a Josué, que não tinha capacidade de dar descanso ao povo. 3) A
superioridade do Filho a Arão por causa das insuficiências da linhagem arônica com seus
sacrifícios constantemente repetidos e sua sucessão, sempre em mudança, de sacerdotes,
como também porque pertencia à ordem superior de Melquisedeque. Para aqueles que
reverenciam o sacerdócio arônico como único meio legítimo de aproximação a Deus, a
demonstração da superioridade de Cristo a Arão seria uma linha indispensável de argumento.

c) O Filho como Sumo Sacerdote - Nas referências iniciais, certos aspectos são ressaltados de
passagem. O Sumo Sacerdote tinha de ser como os seus irmãos(2.17); tinha de ser
misericordioso e fiel(2.17); tinha de fazer expiação pelos pecados do povo(2.17); acima de
tudo, tinha de saber simpatizar-se com o povo que representava(4.15); tinha que ser nomeado
por Deus(5.1). O fato de que Jesus é visto, em razão destas qualidades, como sendo elegível

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para o cargo de Sumo Sacerdote leva para a discussão principal acerca de Melquisedeque,
porque sejam quais forem as qualidades que possuía, a Jesus faltava uma qualificação
essencial para a elegibilidade ao sacerdócio arônico: pertencia a tribo de Judá, e não a de
Levi. Não havia maneira de sustentar que Jesus era um sumo sacerdote do tipo levítico. Se
haveria de ser um Sumo sacerdote, teria de ser de um tipo diferente, e a inspiração do escritor
leva-o a identificar esta nova ordem de sacerdócio com a de Melquisedeque(Salmo 110.4,
Gênesis 14.17-20).O sacerdócio de Melquisedeque tem alguns aspectos específicos que vale a
pena salientar:

1) É diferente do de Arão. A diferença não se acha simplesmente na sua superioridade. Nem


se acha nas funções sacerdotais, porque pela sua definição a função do sacerdote é agir em
prol de Deus diante dos homens e em prol dos homens diante de Deus. Tanto Arão quanto
Melquisedeque fizeram assim. Mas onde Melquisedeque difere radicalmente de Arão é na
ordem à qual pertence. A ordem de Melquisedeque forma uma classe separada. É diferente
por basear-se numa qualidade diferente de vida(o poder de urna vida indestrutível, 7.15,16). 2)
É eterna. Seu sacerdócio é "para sempre" e, portanto, não está sujeito às muitas limitações que
afetavam os sacerdotes arônicos; este elemento eterno é desenvolvido de modo estranho à
partir do silêncio do relato de Gênesis em relação ao começo ou ao fim da vida de
Melquisedeque. Mas o escritor está convicto de que a Escritura tem a intenção de apoiar esta
qualidade permanente.

3) É real. O relato de Gênesis chama Melquisedeque de rei de Salém, como também


acrescenta a interpretação "rei de paz". A lição principal é que, diferentemente da ordem de
Arão, existe outra que é real. Fornece-se, assim, outro aspecto que demonstra a superioridade
desta última. Melquisedeque, de modo muito mais eficaz do que Arão fornece um "tipo" para o
sacerdócio real de Cristo. 4) É imutável. Está em forte contraste com o pessoal que está sendo
constantemente trocado na ordem de Arão. Disposições tinham de ser feitas para a
continuidade de uma linhagem de sucessão, de modo que quando o sumo sacerdote morria
outro era levantado para tomar o seu lugar. Semelhante mudança constante não era
necessária na ordem de Melquisedeque.Vê-se, em tantos aspectos, que a ordem de
Melquisedeque é superior à de Arão que se pode até estranhar porque nenhum uso eficaz
tinha sido feito da idéia nos séculos intervientes entre Melquisedeque e Cristo. A razão deve
ser que Melquisedeque somente recebe a atenção que lhe toca quando é visto como o antítipo.
Noutras palavras, Melquisedeque obtém sua relevância através de Cristo, e não vice-versa. Na
realidade, diz-se que o próprio Melquisedeque é feito semelhante ao Filho de Deus.

d) A Obra do Filho como Sumo Sacerdote - No pano de fundo de nosso Sumo Sacerdote
segundo a ordem de Melquisedeque, o escritor pensa no serviço que realiza e é especialmente
influenciado pelo ritual seguido na ordem em Levítico sobre o Dia da Expiação. Este era o dia
mais significativo para o sumo sacerdote arônico, porque era o dia em que ele, e somente ele,
tinha licença de entrar no Santo dos Santos. Era-lhe necessário levar lá para dentro o sangue
sacrificial como expiação a ser aspergido sete vezes sobre o propiciatório(Levítico 16). Esta
idéia sacrificial fornece uma ilustração notável do significado da morte sacrificial de Cristo. O
fato de que o escritor entre em pormenores ao descrever o Santo dos Santos(9.1) demonstra
que para ele, havia uma estreita conexão entre o ritual arônico e o sacrifício que Cristo fez de si
mesmo. O ritual levítico era considerado uma “figura sombra”(8.5) do santuário celestial. O
pensamento passa do tabernáculo terrestre para o celestial.

Mas não somente é diferente a localização da oferta, como também a própria oferta é de um
tipo diferente. O Sumo Sacerdote, de modo sem precedentes, oferece a si mesmo. Não
preocupa o escritor o fato da analogia do Antigo Testamento ser rompida, porque o sacrifício
que Cristo fez de si mesmo é o clímax da sua exposição e imediatamente torna a obra sumo-
sacerdotal de Cristo totalmente sem precedentes. Em 9.14 afirma que cristo se ofereceu pelo
Espírito eterno, o que destaca este sacrifício como algo incomparável ao ser colocado lado a

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lado com o derramamento de sangue de animais indefesos. Demonstra, também, que o


sangue de Cristo pode purificar a consciência, o que as ofertas levíticas não podiam fazer. De
suprema importância para o autor é a eficácia da morte sacrificial de Cristo. Enfatiza várias
vezes que foi de “uma vez por todas”(7.27; 9.12,26; 10.10). Nunca houve questão alguma de
uma repetição. Seria totalmente inconcebível que semelhante oferta pudesse chegar a ser
inadequada, nem seria inteligível a repetição de semelhante sacrifício(9.26).

O escritor está convicto de que a qualidade sem igual do cristianismo acha-se no ato central de
Cristo dar-se como oferta na cruz pelos pecados do seu povo. Boa parte da secção 8.1-10.18 é
ocupada com a demonstração do sacrifício superior que Cristo ofereceu. Em nenhum outro
lugar no Novo Testamento o aspecto sacrificial da obra de Cristo é ressaltado com tanto
impacto. Qualquer doutrina da expiação que se baseia no Novo Testamento deve levar
plenamente em conta o testemunho desta epístola acerca do significado do sangue de Cristo.
Há certos resultados do sacrifício que Cristo fez de si mesmo que são ressaltados, os quais
dizem respeito à aplicação de sua obra: 1) a purificação pelos pecados(1.3; 9.23; 10.2-3) = a
remoção da culpa do pecado que é integral à idéia da expiação é um interesse dessa epístola.
O escritor está confrontado com o fato de que a antiga ordem levítica não poderia remover os
pecados(10.4), mas está convicto de que aquilo que falta na velha ordem tem ampla cobertura
na nova, através de Cristo. O tema da purificação chega ao seu clímax em 10.22, onde os
leitores são exortados a aproximar-se de Deus porque seus corações foram purificados da má
consciência(9.14).

2) O tema da perfeição é ressaltado = diz-se que Cristo, “com uma única oferta aperfeiçoou
para sempre quantos estão sendo santificados”(10.14); este é outro aspecto da superioridade
da oferta de Cristo, porque a Lei não podia aperfeiçoar coisa alguma(7.19). Deve ser notado,
no entanto, que este aspecto da obra de Cristo não dá apoio algum a teoria da perfeição
impecável. O tema da perfeição em Hebreus, forma um paralelo com a doutrina de Paulo da
justificação, embora seja abordada de um ângulo diferente. 3) O conceito da santificação
precisa de mais ênfase, porque ocorre também em 2.11, 10.10 e 13.12. A santificação e a
purificação também estão estreitamente vinculadas entre si, mas a primeira está especialmente
ocupada com a separação para um propósito santo, para a qual um processo de tornar-se
santo é indispensável. É importante, no entanto, notar que nas referências mencionadas acima
não é o indivíduo que santifica-se a si mesmo. Esta é a obra de Deus mediante Cristo. Esta
ênfase dada à santificação demonstra que, embora o oferecimento de Cristo seja de uma vez
por todas, sua obra em prol dos homens não deixa de ser contínua, como também é sua obra
de intercessão(4.15; 7.25).

e) A inauguração da nova aliança, feita pelo Filho - nenhum panorama da teologia de Hebreus,
no entanto, por breve que seja, estaria completo sem alguma menção a nova aliança. Visto que
no âmago do memorial à morte de Cristo na Ceia do Senhor, há referência à nova aliança, o
ensino desta epístola sobre o tema tem relevância especial. Embora o escritor declare que a
antiga é obsoleta(8.13), há alguma continuidade entre a antiga e a nova. A antiga, como a
nova, foi ordenada por Deus. Era a provisão de Deus para seu povo. Imediatamente depois de
mencionar o caráter obsoleto da antiga aliança, o escritor passa a falar com apreço evidente
acerca da mobília do centro do culto segundo aquela aliança(9.1).

Além disso, tanto a antiga aliança quanto a nova eram providências da graça de Deus para
aqueles que não podiam fazer qualquer providência para si mesmos. Os que recebiam a nova
aliança não tinham maiores reivindicações sobre Deus do que os que tinham recebido a antiga.
A maior significância da nova não dependia de um acordo entre Deus e um povo melhor. É
superior somente por ter um mediador melhor. É baseada numa remoção mais eficaz dos
pecados. A citação extensa de Jeremias 31.31-34 em Hebreus 8.8-12 chama a atenção ao
caráter interior da nova aliança. Seus resultados, portanto, serão de uma alta ordem ética.
Quando as leis de Deus estiverem escritas nos corações dos homens, serão desenvolvidas

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nas vidas dos homens. Este caráter interior, no entanto, demarca a nova aliança como sendo
claramente superior à antiga.

O que, então, o escritor pensa da aplicação do seu debate bastante teológico acerca da
natureza do Filho, do Sumo Sacerdote e do sistema sacrificial? Quando chega a conclusão
desta parte de sua carta, faz uma exortação tríplice em 10.19-25, que demonstra que tem uma
abordagem nitidamente prática. 10.22 menciona a fé, 10.23 se refere à esperança, e 10.24 ao
amor. Estas três respostas resumem a reação do cristão a tudo quanto Cristo fez. Além destas
exortações específicas, o escritor dedica um capítulo inteiro(11) a ilustrações de fé. Além disto,
faz seus leitores entenderem que sua nova posição não os absolveria da necessidade de
disciplina(12). Há, na realidade, um equilíbrio perfeito nesta epístola entre a doutrina e a vida
prática, o que a torna valiosa e relevante não somente para os leitores originais, como também
para seus equivalentes modernos. É dentro do contexto da nova aliança que as advertências
contra a apostasia(2.1-4; 6.1-8; 10.29) têm relevância. Virar as costas contra uma aliança tão
maravilhosa seria o equivalente de recrucificar o Filho de Deus; importaria na rejeição total do
Cristianismo. Estas passagens não devem ser isoladas da epístola como um todo; visam
advertir contra as graves conseqüências de rejeitar as graciosas providências de Deus.

O escritor faz muito caso do conceito de fé, e é importante comparar seu ensino sobre fé com
outros escritores do Novo Testamento, especialmente com o Apóstolo Paulo. A declaração em
11.1 de que a fé é a certeza das coisas que se esperam a convicção de fatos que não se
vêem, demonstra que a idéia principal é uma estreita conexão entre a fé e a esperança. Este é,
sem dúvida alguma, o aspecto mais distintivo dos heróis fé alistados no capítulo 11. Estes
grandes homens do passado olhavam para o futuro. Percebia-se que a base das suas proezas
era confiar em Deus que transformaria suas aflições presentes em vitória final. Há, portanto,
uma estreita conexão entre a piedade vetero-testamentária e a fé em Deus. A fé fornecia a
confiança em Deus que era tão necessária nos tempos de aflição de Israel. Enquanto o escritor
contempla a história do passado, não é inconsciente da existência da descrença, conforme
demonstra tão vividamente nos capítulos 3 e 4.

Precisamos inquirir de quais maneiras o escritor ressalta o aspecto especificamente cristão da


fé. Claramente, Cris to fez uma diferença. Ele é descrito corno o Autor da nossa fé bem como
seu Consumador(12.2). Os leitores são exortados a olhar para Ele. Esta qualidade
cristocêntrica da fé é um desenvolvimento da confiança vetero-testamentária em Deus. As
recompensas da fé, no entanto, devem ser compartilhadas igualmente pelos fiéis da
antiguidade e pelos crentes do presente(11.40). É digno de nota que há uma ausência do
conceito paulino característico da fé como um compromisso pessoal com Cristo. Não se quer
dizer com isto que este escritor propõe uma outra maneira de apropriar-se dos benefícios da
salvação além da fé. Torna-a por certo, porém, ao invés de fazer uma exposição dela. Está
preocupado com a compreensão daqueles que já se tornaram participantes do Espírito
Santo(6.4). Deseja assegurar-se de que eles permaneçam firmes(3.6; 10.23).

f) Concluímos este breve esboço do ensino principal da epístola chamando sua atenção para a
oração magnífica de 13.20-21. Esta oração resume a estreita conexão entre os aspectos
doutrinários e éticos do tema inteiro. Menciona a natureza de Deus(o Deus de paz), a
ressurreição de Cristo, a função de Cristo(pastor), o sangue da aliança, e a aplicação
prática(cumprir a vontade de Deus).

5. Esboço de Hebreus

HEBREUS

(Esboço sugerido pelo pastor Silas Molochenco, lB Perdizes-SP)

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INTRODUÇÃO

A grandeza da revelação através do Filho encarnado(1.1-4): a) A importância da revelação. b)


Maneiras pelas quais Deus se revela. c) Conseqüências da revelação suprema em Cristo. d) A
unidade entre Cristo e Deus. e) O poder de Cristo

I - A SUPERIORIDADE DE JESUS CRISTO(1.5-2.18):

a) Superior por causa das sete declarações a respeito de Jesus(1.5-14): 1) Superior por causa
da sua natureza e da sua tarefa(1.5-8). 2) Superior por causa da sua soberania(1.10-14). 3)
Superior porque é o Senhor da Nova Criação(2.5-8). 4) A exortação para atentarem aos
ensinamentos recebidos(2.1-4). 5) A exortação para atentarem a esta redenção(2.8a-18).

b) Jesus Cristo é superior a Moisés(3.1-4.13): 1) Os quatro argumentos do autor(3.1-6). 2) Os


quatro fatos que revelavam a necessidade de uma esperança melhor(3.7-11). 3) A exortação
para não cair nos mesmos erros dos antigos(3:12-19). 4) A promessa de um novo repouso; um
repouso superior(4.1-12).

C) Jesus Cristo e Sumo-sacerdote superior aos outros(4.13): 1) O ministério de Jesus como


sumo-sacerdote e exercido nos céus(4.14). 2) Capaz de simpatizar com as fraquezas dos
homens(4.15). 3) Abre o verdadeiro caminho para a graça de Deus(4.16). 4) Suas marcas
como sumo-sacerdote(5.7-10).

II - JESUS CRISTO: ETERNO SACERDÓCIO E ETERNO SACRIFÍCIO(5.11-9.28):

a) Uma exortação para o crescimento na vida cristã(5.11-6.2O): 1)Não querer lançar novo
fundamento. 2) Deixar os rudimentos(6.1-3). 3) Cuidado com a apostasia(6.4-6). 4)
Características de um crescimento espiritual saudável(6.7-12).

b) Jesus Cristo: sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque: 1) Comparação de Abraão


com Melquisedeque(7.1-7). 2) Contraste entre "Homens que morrem" e "Aquele que vive"(7.8-
10). 3) Sacerdócio levítico era transitório e figura de real(7.11-14). 4) Sacerdote segundo
Melquisedeque é para sempre(7.15-18). 5) Porque é sacerdote juramentado por Deus. 6)
Porque e sacerdote imutável. 7) Porque é sacerdote espiritual. 8) Porque e sacerdote
imaculado. 9) Porque e sacerdote não sujeito às fraquezas.

c) Jesus Cristo: sacerdote celestial: 1) Sacerdote assentado a direito do trono de majestade


nos céus(8.1). 2) Sacerdote que ministra no verdadeiro tabernáculo(8.3). 3) Sacerdote que
ministra além dos judeus(8.5).

d) Jesus Cristo: sacerdote e mediador do pacto perfeito: 1) valor do novo pacto intermediado
por Jesus Cristo. 2) novo pacto é um pacto superior(8.7,8). 3) o novo pacto e um pacto de
fidelidade incondicional(8.9). 4) No novo pacto Deus gravara sua lei no entendimento dos
homens(8.10). 5) Nele Deus removera os pecados dos homens pela graça(8.12).

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e) Jesus Cristo: sacerdote do verdadeiro tabernáculo: 1) A disposição do tabernáculo entre os


judeus(9.1-5). 2) Os rituais temporais entre os judeus(9.6-10). 3) Jesus Cristo traz a eterna
comunhão com Deus(9.11-14). 4) A morte: necessidade para Jesus, o sacerdote do verdadeiro
tabernáculo(9.15-22). 5) O valor deste sacrifício de morte(9.23-28).

III - A VELHA ALIANÇA: UMA SOMBRA DOS BENS REALIZÁVEIS: A VONTADE MAIOR DE
DEUS(10.1-39): a) A transitoriedade da lei(10.1-4). b) A realidade da nova ordem(10.5-10). c)
As duas declarações do Messias: "um corpo me preparaste” e "eis-me aqui”. d) Os contrastes
entre os sacrifícios da velha e da nova ordem(10.11-13). e) O aperfeiçoamento dos homens:
alvo da nova aliança(10.15-18). f) O acesso direto ao trono da graça é aberto aos
homens(10.19,20). h) A exortação para que os leitores permaneçam no caminho(10.19-25). I)
O perigo da rejeição do caminho ensinado por Cristo(10.26-31). J) Uma chamada a
perseverança(10.32-39). l) A fé exige constância(32-34). m) Os resultados da constância da
fé(35-39).

IV - A FÉ REVELADA PELOS ANTIGOS(11.1-40): a) A natureza da fé(11.1-40). b) A natureza


da fé(11.1-3). c) os exemplos de Abel, Enoque, Noé, Abraão e Sara(11.4-12,17-19). d)
verdades aprendidas com os heróis da fé(11.13-16). e) Os exemplos de Isaque, Jacó, José,
Moisés(11.20-29). f) Alguns eventos causados pela fé(11.30-38). g) Deus previu algo melhor
para a igreja(11.39,40).

V - DEUS DISCIPLINA SEUS FILHOS(12.1-29): a) A exortação: o cristão deve seguir a Jesus


Cristo(12.1-3). b) A luta a ser enfrentada pelos filhos de Deus(12.4-8). c) Deus educa seus
frutos para benefícios deles(12.9-13). d) Conselhos de Deus para o bom viver cristão(12.14-
17). e) Diferença entre o terreno Sinai e o celestial Sião(12.18-24). f) Os filhos de Deus se
aproximaram da cidade do Deus vivo a Jerusalém celestial. g) Os filhos Deus devem prestar
atenção àquilo que Deus fala(12.25-29).

VI - EXORTAÇÃO FINAL: ORAÇÃO, BÊNÇÃO E SAUDAÇÃO(13.1-25): a) alguns conselhos


para viver bem(13.1-6). b) exemplos a serem seguidos(13.7,8). c) os verdadeiros sacrifícios
cristãos(13.9-16). d) submissão aos líderes(13.17). e) requirementos para a oração(13.18-19).
f) oração e doxologia(13.20,21). g) palavras pessoais(13.22,23). h) saudação final e
bênção(13.24,25).

UNIDADE 2 - AS EPÍSTOLAS GERAIS

TIAGO

A epístola de Tiago tem uma história controvertida. Ao lado de 1 e 2 Pedro, 1, 2, 3 João e


Judas, ela pertence àquela classe de epístolas chamadas "gerais” ou "universais”. Tal
designação foi dada a estas sete cartas nos primórdios da história da igreja, pelo fato de cada
uma ser endereçada à igreja em geral, e não a uma única congregação. Estas cartas também
tiveram uma situação incerta em muitas áreas da igreja primitiva. Juntamente com Hebreus e
Apocalipse, várias entre elas foram às últimas a receberem um "status" canônico. No caso de
Tiago, apenas no final do quarto século as cristandades oriental e ocidental a reconheceram
como Escritura.

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"Desde os tempos antigos até o presente, as opiniões sobre a origem e o caráter, a época e o
valor da Epístola de Tiago, divergem muitíssimo. Bem cedo, quando surgiram 1 Clemente e
Hermas, já se percebem ecos de Tiago, embora estes não sejam tão claros a ponto de
poderem ser encarados como os elementos que deram origem à epístola, na dependência
comum de uma tradição parenética. A Epístola falta no Cânone Muratoriano e nos primeiros
testemunhos da Vetus Latina. Ela nunca é citada por Tertuliano, Cipriano, Irineu ou Hipólito. Os
primeiros vestígios seguros da Epístola de Tiago aparecem 200 anos mais tarde, na Palestina
e no Egito, na carta espúria de Clemente de Alexandria, De virginitate, no fragmento de papiro
P20, e em Orígenes que a cita principalmente como "escritura", mas também uma vez como he
pheroméne Iakóbou epistolé, dando assim a impressão de que o problema é discutível.

Eusébio declara ainda que Tiago se acha incluída entre os antilegomena(escritos duvidosos),
mas é ele quem, pela primeira vez menciona o irmão do Senhor como aquele por muitos
reconhecido como autor da epístola em questão. Na igreja Síria, as restrições a respeito de
Tiago não foram silenciadas, nem mesmo depois que a epístola foi aceita e incluída na
Peshitta; Teodoro de Mopsuéstia rejeita-a. Na igreja grega, porém, Tiago foi geral mente
reconhecida a partir da época dos sínodos de Laodicéia(360) e do tempo de Atanásio. No
ocidente, a afirmação mais antiga acha-se contida no Codex Corbeiensis, que reproduz uma
tradução em latim antigo, feita no século IV. Sob a influência de Hilário, Jerônimo e Agostinho,
Tiago foi reconhecida como canônica pelos sínodos de Roma(382) e de Cartago(397). Entre
tanto, as dúvidas sobre a autenticidade de Tiago voltaram a tona na Idade Média, e sobre elas
se fundamentaram a dúvida cautelosa de Erasmo e a forte polêmica de Lutero.

É bem conhecido o julgamento injurioso de Lutero sobre a epístola: contradizendo Paulo, Tiago
ensina a justificação pelas obras, não prega Cristo, mas a Lei e uma fé generalizada em Deus,
à epístola não pode figurar na Bíblia ao lado dos principais livros específicos do Novo
Testamento("comparada a estes, ela não passa de uma simples epístola de palha, pois que
não traz em si nenhuma qualidade do evangelho"). Trata-se de um escrito desorganizado e
judaico, por conseguinte não-apostólico, ainda que nele existam algumas afirmações boas.
Lutero teria preferido omiti-la em sua Bíblia, e até 1543 ele rejeitou a epístola como base para
provas dogmáticas.

A oposição feita a Tiago, a propósito de seus fundamentos dogmáticos, na igreja antiga(nao-


apostólica e, portanto, não-canônica), e em Lutero(incompatível com o evangelho paulino), foi
retomada no século XIX sob a forma de dúvidas sobre sua autenticidade baseadas em
fundamentação crítica e histórica. De Wette demonstrou que a epistola não era autêntica,
principalmente levando-se em conta a sua linguagem: o grego fluente dificilmente poderia ser
atribuído a Tiago, o irmão do Senhor. O criticismo de tendência,desenvolvido pela escola de
Tübingen, demonstrou que a epistola, na realidade, combatia a doutrina de Paulo sobre a
justificação pela fé, mais, por outro lado, não mais sustentava a posição do cristianismo judaico
primitivo na ênfase que este dava a Lei. A escola encarava o livro como uma obra
pseudepigráfica do século II, representativa de um catolicismo que se aproximava do
cristianismo judaico. Mesmo depois que o esquema da história do cristianismo, elaborado por
Bauer, ficou desacreditado, continuou a ser amplamente sustentado o ponto de vista de que
Tiago pertencia ao período pos-apostólico. Uma nova guinada a respeito de Tiago foi dada pela
tese de Spitta e Massebieau(1895/96), a qual afirmava que Tiago era um escrito judaico que
fora transformado num livro cristão mediante a introdução do nome de Cristo em dois lugares(
1.1 Kaí Kyriou Iesoû Christoû; 2.1 toû Kyriou hemôn Iesoû Christou).

A. Meyer foi ainda mais longe, explicando que Tiago era a revisão cristã de um escrito básico
judaico, que enveredou por uma extensa alegoria relativa a Jacó(Tiago) e seus doze filhos. O
escrito judaico subjacente, que constitui uma reminiscência dos Testamentos do Doze,

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habilmente desenvolveu uma interpretação artificial dos nomes da família de Jacó. Alguns
estudiosos se sentiram atraídos por esta inteligente hipótese de Meyer, mas a maioria rejeitou-
a como demasiado artificial, já que não existe nenhum exemplo de alegoria de nomes que
permaneça implícita no texto, sem a menor referência explícita. Dibélio classifica Tiago como
pertencente à categoria das primitivas parêneses cristãs e considera-a um escrito destituído de
qualquer conexão histórica perceptível: Tiago oferece uma coletânea de elementos
procedentes da tradição parenética, uma sucessão de advertências de conteúdo geral ético.
Não obstante, até o presente não tem faltado, estudiosos e pe ritos, principalmente teólogos
escolásticos, que interpretem Tiago como o primeiro escrito baseado nas palavras de Jesus
especificamente o Sermão da Montanha, e que, portanto, consideram a epístola como a obra
de um homem da primeira geração.

No entanto, mesmo dentro deste círculo não há nenhuma unidade quanto ao fato de saber se
Tiago conheceu Paulo e sua Teologia, se ele escreveu antes da época de Paulo, sendo neste
caso o escritor cristão primitivo mais antigo por nós conhecido, ou se, na polêmica de sue
epístola, ele ataca Paulo ou, ao invés, um pseudo-Paulo, e, portanto, teria redigido seu trabalho
na época apostólica tardia. A fim de evitar as dúvidas suscitadas a respeito de Tiago, o irmão
do Senhor como autor da Epístola de Tiago, também se aventou a hipótese de haver este sido
escrita por um cristão desconhecido cujo nome também era Tiago"(Kümel, Introdução ao NT,
pp 531-534).

1. Autoria - Quem é este Tiago que se apresente com a simples designação de "servo de
Deus e do Senhor Jesus Cristo"? No Novo Testamento, cinco homens receberem este nome:
a) Tiago, filho de Zebedeu(Marcos 1.19; 3.17; Atos 12.2). b)Tiago, filho de Alfeu(Marcos 3.18).
c) Tiago, irmão de Jesus, filho de José e de Maria(Marcos 6.3; 1 Coríntios 15.7; Gálatas 1.19;
2.9,12; Atos 12.17; 15.13; 21.18; Judas 1). d) Tiago, o Menor(Marcos 15.40, filho de uma tal
Maria). e) Tiago, pai do apóstolo Judas(Lucas 6.16; Atos 1.13).

O autor de epístola de Tiago, que sem nenhuma cerimônia alega a autoridade de sua palavra,
não pode ser um homem desconhecido. A respeito dos que traziam o nome de Tiago no Novo
Testamento, nada mais sabemos além do nome nas letras b, d, e. Assim sendo, eles não
podem ser tomados em consideração. O descrito na letra a também está excluído, pois que
morreu mártir no ano 44 d.C., em época certamente anterior àquela em que foi escrita a
Epístola de Tiago. Resta, portanto, somente o da letra c. De fato, no cristianismo primitivo,
havia apenas um Tiago que era bem conhecido e que ocupava uma posição bem significativa;
a tal ponto que chegava a ser designado pelo simples nome de Tiago, o irmão do Senhor. Sem
dúvida alguma, a epístola reclama para si a honra de ter sido escrita por ele.

Depois de haver permanecido na retaguarda durante a vida terrena de Jesus, esse Tiago
evidentemente se converteu logo depois de páscoa por uma aparição do ressuscitado(1
Coríntios 15.7). Como irmão do Senhor, tornou-se o chefe de igreja primitiva(Atos 12.17;
Gálatas 1.19; Atos 21.18). Paulo menciona-o, ao relatar o Concílio Apostólico, dizendo que ele
ocupa o primeiro lugar entre as autoridades - até mesmo de Pedro - (Gálatas 2.9), e, segundo
Atos 15.13, foi ele quem deu a palavra decisiva. Baseando-nos em 1 Coríntios 9.5, só podemos
conjecturar que ele havia realizado sua atividade missionária fora de Jerusalém. A posição de
Tiago no debate cristão primitivo do problema da Lei é discutível. De acordo com o que diz
Gálatas 2.12, parece ter pertencido ao grupo existente dentro da comunidade cristã primitiva
que se mostrava mais rigoroso na interpretação da Lei, não porém à ala que se opunha
antagonicamente a Paulo(Gálatas 2.9). Tiago morreu mártir em 62 d.C.

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Para apoiar a idéia de que o irmão do Senhor tenha sido o autor da epístola,
fundamentalmente, existem apenas duas considerações: 1) a simples autodesignação(1.1),
onde um homem obviamente bastante conhecido se identifica não pelo seu nome ou pela
função que exerce mas “como servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo”; 2) os estreitos, mas
provavelmente não literários, pontos de contato com partes importantes da tradição evangélica.

Entretanto, tais argumentos, destituídos de grande peso, defrontam-se com dificuldades muito
sérias: a) a linguagem culta de Tiago não é a de um simples palestinense. O fato, alegado por
alguns críticos, de que a língua grega era muito usada na Palestina naquela época, e de que
podia ser aprendida facilmente, não prova que um judeu cuja língua materna era o aramaico
pudesse normalmente escrever num grego literário. A maioria dos que defendem a tese de que
Tiago foi escrita pelo irmão do Senhor precisa supor que a epístola atingiu a forma lingüística
em que se apresenta mediante a ajuda de um judeu helenista. No texto, porém, nada há que
evidencie a assistência de um secretário que tenha cuidado da forma do documento no estado
lingüístico atual como que se apresenta. E, ainda que houvesse sido o caso, o problema
subsistiria; continuaria totalmente sem resposta para explicar parte do todo teria vindo do autor
real, e que parte poderia ou deveria se atribuída ao “secretário”.

b) É dificilmente concebível que o irmão do Senhor, que permaneceu fiel à Lei, pudesse ter
falado da “perfeita lei da liberdade”(1.25, ou que houvesse dado à Lei expressão concreta
através de mandamentos éticos(2.11), sem mencionar, nem implicitamente, quaisquer
exigências cúltico-rituais. c) Teria o irmão do Senhor realmente podido esquecer toda e
qualquer referência a Jesus e a seu relacionamento com ele, muito embora o autor de Tiago
enfaticamente se apresente numa posição de autoridade? d) O debate em 2.14 com um
estágio secundário e mal compreendido da teologia paulina não só pressupõe uma
considerável distância cronológica de Paulo - Tiago morreu no ano 62 - , mas também denota
completa ignorância a respeito do intuito polêmico da teologia paulina, cujo lapso dificilmente
pode ser atribuído a Tiago, que o mais tardar em 55/56 se encontrou com Paulo em
Jerusalém(Atos 21.18). e) Como mostra a história do cânon, somente com grande lentidão e
resistindo à oposição é que a epístola de Tiago se tornou conhecida e até certo ponto aceita
como obra do irmão do Senhor,e, por conseguinte, como apostólica e canônica. Assim, sendo,
não parece que a idéia de que a epístola tenha sido escrita pelo irmão do Senhor proceda de
uma tradição antiga.

A data do texto de Tiago não pode ser determinada exatamente; o máximo que podemos fazer
é situá-la mais ou menos em fins do século primeiro. Realmente, carecemos de base a atribuir-
lhe uma data posterior, já que a afirmação de que Tiago demonstra sinais de combate
antignóstico continua sendo uma interpretação exagerada de algumas formulações helenistas.
Entretanto, diante da distância conceitual de Paulo, Tiago dificilmente poderá ser localizada
numa data antiga

2. Objetivo e Conteúdo = a epístola de Tiago é um corretivo dos erros que os irmãos


praticavam em sua conduta cristã. Mas os crentes precisavam de carinho: sofriam castigos e
eram vítimas de opressão. O autor exorta-os mansamente e reconhece-lhes os sofrimentos
morais por que passavam. A carta é para os encorajar. Começa com a saudação
costumeira(1.1); disserta sobre o valor da vitória sobre a tentação(1.24); frisa a origem do
pecado(1.12-18) e finaliza o capítulo com uma exortação à prática da palavra de Deus.
Aconselha os cristãos a como se conduzirem entre os estranhos, o modo de recebê-los e
considerá-los(2.1-6). Insta a que a fé seja acompanhada de boas obras e termina o escrito com
matéria variada, de cunho prático. Os principais temas teológicos da carta são: Deus,
escatologia, fé, obras e justificação, a Lei, vida cristã, a sabedoria, a pobreza e a riqueza.

3. Esboço da Carta

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Cristãos Maduros
“Eu, Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, envio saudações a todo o povo de
Deus espalhado pelo mundo inteiro. Meus irmãos e minhas irmãs, sintam-se felizes
quando passarem por todo tipo de aflições. Pois vocês sabem que, quando a sua fé
vence essas provações, ela produz perseverança.Que essa perseverança seja perfeita a
fim de que vocês sejam maduros e corretos, não falhando em nada”(Tiago 1.1-4).

Um cristão maduro é um servo de Deus e de Jesus Cristo. Como entender um cristão que quer
ser maduro sem colocar-se na posição de servo? Esta é uma questão visceral e a partir dela
todas as demais se desenvolvem. Assim é necessário que nos submetamos ao senhorio de
Deus diariamente se de fato queremos ser cristãos maduros. Isto implica dizer que o cristão
maduro está em posição de obediência a Palavra de Deus.
Um cristão maduro é um servo de Deus que mantém comunhão com a igreja. Uma outra
falácia que temos encontrado em nosso tempo é á de que alguém pode ser um cristão tão
maduro que não precisa de envolvimento com a igreja local. Eu refuto esta idéia porque ela é
antibíblica, pois se é que alguém já atingiu a maturidade é exatamente no envolvimento com a
igreja local que sua maturidade tem razão de ser e utilidade. Como é que você encara seu
relacionamento com sua comunidade de fé?

Um cristão maduro é um servo de Deus que aprendeu a ser feliz mesmo quando enfrenta todo
tipo de aflição. Como tenho encontrado cristãos imaturos que vivem resmungando e
reclamando das dificuldades. Seus dias se tornam muitos piores do que já são na medida em
que você vive reclamando. A felicidade passa por esse aprendizado e o aprendizado é marca
constante num cristão maduro. As aflições tem trazido alegria ou tristeza para você? Se sua
vida está repleta de aflições então sorria se você já é maduro!

Um cristão maduro é um servo de Deus que possui uma fé que vence às provações. Sua fé é
vencedora ou perdedora? Pois é meus irmãos a fé de um cristão maduro vence as batalhas.
Eu e você que aceitamos a Jesus como Salvador pessoal já recebemos dele a vitória que
vence o mundo: a nossa fé. Ela é um dom de Deus e nós devemos exercitá-la diariamente. E
como é que alguém pode exercitar a sua fé? É lógico que tal exercício ocorre na medida em
que sofremos e experimentamos provações.

Um cristão maduro é um servo de Deus que persevera enquanto não chega a bênção. A
demora em receber uma bênção ou livramento não pode conduzir o cristão maduro ao
desânimo. Você é assim? Sabe esperar com paciência e persevera na súplica e confiança em
Deus? Fica ansioso, roendo às unhas, alimentando úlceras e gastrites? Seu coração consegue
descansar enquanto o tempo de Deus não se concretiza?

Um cristão maduro é um servo de Deus que busca a perfeição(santidade). A cada etapa


vencida o cristão maduro vai sendo aperfeiçoado por Deus e por sua Palavra e assim com a
ajuda do Espírito Santo sua vida se assemelha ao padrão de santidade estabelecido por Deus.
O cristão maduro reconhece que a santidade é um processo no qual ele está envolvido e que
deve consumir todos os seus esforços e desejos. Em que nível você está nesse processo?

Um cristão maduro é um servo de Deus que mantém uma vida correta. Os maduros e os
imaturos se distinguem também nesta questão de vida justa. A pessoa que está envolvida
neste processo de maturidade reconhece a necessidade ímpar de ser correta em suas
relações com Deus e com a sociedade. Nem seria necessário mas quero dizer que o cristão

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maduro precisa revelar honestidade, transparência, fidelidade e caráter. Seus atos precisam
traduzir a justiça divina em gestos e linguagem humana.

Cristãos Sábios
“Mas, se alguém tem falta de sabedoria, peça a Deus, e ele a dará porque é generoso e
dá com bondade a todos. Porém peçam com fé e não duvidem de modo nenhum, pois
quem duvida é como as ondas do mar, que o vento leva de um lado para o outro. Quem é
assim não pense que vai receber alguma coisa do Senhor, pois não tem firmeza e nunca
sabe o que deve fazer”(Tiago1.5-8).

Um cristão sábio reconhece quando a sabedoria lhe falta e a busca em Deus que é a fonte. O
que é sabedoria? Os dicionários dizem que ela é: ”grande conhecimento, saber ciência”;
“qualidade de sábio”, “prudência”, “sensatez”. O cristão que tem uma exata noção de suas
limitações reconhece-se sábio na medida em que busca tal sabedoria em Deus. O tolo por sua
vez pensa que é sábio e não sua ignorância não pede sabedoria ao Senhor.
Um cristão sábio pede sabedoria a Deus porque sabe que ele é generoso e bondoso. Eu não
pediria nada a Deus se não tivesse certeza de que ele é bom e generoso. Nem tudo o que
pedirmos a Deus e nos dará. Não estou afirmando que ele não pode todas as coisas só quero
realçar que ele não nos dá aquilo que contra a sua vontade e prejudicial às nossas vidas. Em
relação a sabedoria podemos pedir ao Senhor uma vez que ela nos é muito útil.
Um cristão sábio pede sabedoria com fé e não duvida de modo nenhum. Não basta somente
pedir é necessário que peçamos com fé sem duvidar. O grande impedimento para fé e
exatamente a dúvida. Ela cheira incredulidade e com certeza onde houver incredulidade
anulada está a chance da operação divina. Pedir todos nós pedimos. Pedir sem duvidar os
cristãos sábios o fazem. É assim que você pede sabedoria?
Um cristão sábio pede sabedoria, crê na resposta e não é vacilante. Neste processo entre
pedir, crer e receber pode haver um intervalo de tempo que conduza o intercessor a um vacilo.
Satanás e a nossa própria humanidade às vezes nos conduzem à duvida e quem duvida é tão
volúvel e variável com as ondas do mar que são sujeitas à força e direção dos ventos. Se você
não vacilar o Senhor te abençoará.
Um cristão sábio pede sabedoria e sabe muito bem o que deve fazer porque o Senhor lhe
orienta. O cristão sábio não fica desorientado porque o Senhor mostra o caminho. Creio que
os dias em que vivemos são maus e exigem de cada um de nós muita sabedoria. Sabedoria
divina, do alto, da Palavra, discernimento espiritual para que sejamos fiéis ao Pai e úteis para
esta sociedade de insanos.

Cristãos Submissos à Vontade de Deus


“O irmão pobre deve ficar contente quando Deus o faz melhorar de vida; e o rico deve
sentir o mesmo quando Deus o faz piorar de vida. Pois o rico desaparecerá como a flor
da erva do campo. Quando o sol brilha forte, e o seu calor queima a planta, aí a flor cai, e
a sua beleza é destruída. Do mesmo modo, o rico será destruído no meio dos seus
negócios”(Tiago 1.9-11).

Em nossos dias tem sido muito comum encontramos cristãos que pensam que vida cristã é
sinônimo de prosperidade econômica. Mesmo que não é adepto da teologia da prosperidade
acaba sendo envolvido com o sonho ou desejo de possuir cada vez mais riquezas. E na

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maioria da vezes somos testemunhas de pessoas que são consumidas pelo desejo de ter e
acabam tomando atitudes que desagradam a Deus a aos homens.
Também temos percebido que muitos há que pensam que Deus é alguém que pode ser
comprado ou que aceita barganhas. Quantos são os que dizimam ou fazem doações
financeiras às suas igrejas só porque a Bíblia promete prosperidade aos que assim fazem?
Quantos são os que participam de “desafios de fé” dando até aquilo que não poderiam porque
em seus corações foi semeada a cobiça. Na fertilidade deste momento gostaria se desafiá-los
a olhar para os conceitos existentes nestes versos de Tiago e oro para que Deus o ajude a
compreender sua vontade.

O texto nos ensina que o cristão pobre submisso à vontade de Deus fica feliz quando Deus o
faz melhorar de vida. Sim queridos irmãos o Senhor pode mudar a nossa condição sócio-
econômica e no caso disso ocorrer além da felicidade devemos reconhecer e agradecer a
Deus pela bênção. Tenho ouvido pessoas que prosperam financeiramente e que darem seu
“testemunho pessoal” falam de si mesmas, de sua igreja ou ministério, de seus esforços e
sacrifícios e infelizmente deixam de glorificar o autor da boa obra que é Deus. Ola irmão você
prosperou? Então louve ao Senhor com alegria!

O texto nos ensina que o cristão rico submisso à vontade de Deus fica feliz quando Deus o faz
piorar de vida. Por outro lado é necessário que reconheçamos que o mesmo Senhor que dá
pode tirar. E no caso disso ocorrer também devemos manter o coração alegre na presença dos
homens e de Deus. Será que o rico fica feliz quando perde suas riquezas e sabe viver como
pobre? No caso de um rico que se submete a vontade de Deus isso é possível porque ele
reconhece que a sua maior riqueza é indestrutível: a vida eterna que dinheiro não pode
comprar, nem inflação nem ladrões podem roubar. Olá irmão você perdeu e fracassou? Então
louve ao Senhor com alegria!

O texto nos ensina que os cristãos ricos e pobres submissos à vontade de Deus devem
reconhecer a brevidade da vida. Ambos ricos e pobres precisam reconhecer sua insignificância
e fragilidade. Nossa vida é comparada a uma flor do campo que tem um tempo de existência
muito curto. O que é que temos feito de nossa vida? Será que não estamos perdendo tempo
colocando toda a nossa confiança nos recursos financeiros? Amados não podemos basear
nossa felicidade naquilo que é transitório e que pode ser perdido ou roubado: os bens deste
mundo. Confiemos em Deus durante a nossa caminhada é Ele que nos sustenta, alimenta,
salva e nos torna felizes.

O texto nos ensina que os ricos que não se submetem à vontade de Deus serão destruídos por
seus próprios negócios. Os que deixam de considerar as orientações de Deus estão fadados
ao fracasso. Quantos têm sido literalmente exterminados pelos seus próprios negócios? Seja
pela corrupção e pela cobiça que os levam à morte e ao mundo do crime. Seja pela falência.
Seja pela ilegalidade. Você está deixando de se submeter à vontade divina em função de suas
atividades comerciais? Saia desta vida meu amado enquanto você ainda está vivo. Considere
os caminhos do Senhor e confie nele!

Cristãos Fiéis
“Feliz é aquele que nas aflições continua fiel! Porque, depois de sair aprovado dessas
aflições, receberá como prêmio a vida que Deus promete aos que o amam. Quando

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alguém for tentado, não diga: "Esta tentação vem de Deus." Pois Deus não pode ser
tentado pelo mal e ele mesmo não tenta ninguém. Mas as pessoas são tentadas quando
são atraídas e enganadas pelos seus próprios maus desejos. Então esses desejos fazem
com que o pecado nasça, e o pecado, quando já está maduro, produz a morte”(Tiago
1.12-15).

O cristão fiel é aquele que mesmo apesar das aflições continua feliz. Você é feliz? Você é fiel?
Note que eu não perguntei se você não tem problemas e a razão é bem simples: os problemas
e as aflições não podem impedir que sejamos felizes e fiéis ao Senhor. Ocorre que em muitos
casos ficamos tristes e até falamos que não somos pessoas felizes exatamente porque
apoiamos nossa felicidade naquilo que é falível e destrutível. Também uma razão que nos
impede de experimentar a felicidade em meio as aflições é o desconhecimento da verdade
bíblica de que todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus.
O cristão fiel é aquele que é aprovado diante das aflições. As aflições funcionam em nossa vida
como testes onde nossa fé e ou fidelidade vai sendo provada. Estas provam variam de pessoa
para pessoa e têm como objetivo fortalecer os nossos laços de dependência com o Senhor.
Abandonar a confiança, dar as costas para o Senhor, pensar que Ele nos abandonou
exatamente porque estamos sofrendo é ser reprovado e perder a condição de fiel. Como é que
Deus está provando sua fé atualmente? Será que você está entendendo assim ou está
achando que Deus não te ama mais? Olá fiel tenha fé!

O cristão fiel é aquele que receberá de Deus o prometido prêmio da vida eterna. O cristão fiel
precisa manter sua condição de fidelidade ao Senhor a todo custo para que se cumpra em sua
vida a promessa do Eterno: “sejam fiéis, mesmo que tenham de morrer; e, como prêmio da
vitória, eu lhes darei a vida”(Apocalipse 2.10). Ontem conversei com uma pessoa que em face
das dificuldades diversas que tem passado disse-me que tinha abandonado o Senhor, não
conseguia mais orar, havia voltado a fumar e sentia-se num verdadeiro inferno. Ao ouvir aquela
pessoa fiquei muito triste. Porque isso acontece? Exatamente porque cada um de nós tem a
potencialidade para deixar de ser fiel

O cristão fiel é aquele que é amado por Deus. Na maioria das vezes as pessoas confundem o
fato de passarem por provações e aflições com o descaso ou ódio de Deus. Amado não caia
na besteira de pensar que Deus deixou de te amar se você está enfrentando lutas em sua vida.
O que me dá segurança quando estou enfrentando dificuldades é a certeza de que Deus me
ama e que está ao meu lado sempre. Os cristãos fiéis não podem ser crianças mimadas que
ficam emburradas quando não recebem de Deus aquilo que gostariam. O cristão fiel sabe que
Deus o ama e sente-se protegido por este amor.

O cristão fiel é aquele que reconhece a origem das tentações. De onde vêm as tentações?
Quem é o responsável pelo fato de sermos tentados? Uma coisa é certa elas não vêm do
Senhor nosso Deus uma vez que ele não pode ser tentado pelo mal e nem tenta ninguém. A
Bíblia nos afirma que existe um tentador chamado Satanás e que sua maior meta é procurar
derrubar os cristãos fiéis. Se as tentações quiserem te derrubar lembre-se do exemplo de
Jesus ao ser tentado no deserto: ele venceu Satanás e as tentações através do conhecimento
que tinha da Palavra de Deus.

O cristão fiel é aquele que não cede a atração e ao engano dos seus maus desejos. Uma área
que Satanás atua enquanto nos tenta é em nossos desejos. Existem bons e maus desejos e
ele explora com muita habilidade e de diversas formas tais desejos. Eu e você somos uma

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guerra civil ambulante e a cada momento inicia-se um combate interior. Carecemos a ajuda
divina através do seu Santo Espírito para nos convencer dos pecados e nos ajudar a vencê-los.
Ser tentado não é pecado. Ceder à tentação é que é pecado. Como você lida com as
tentações? Ao ser tentado clame pela ajuda do Senhor Jesus que sabe muito bem como
vencer as tentações e nos dará o livramento.

O cristão fiel é aquele que luta diuturnamente para que o pecado não nasça em seu coração.
Por que devemos ser vigilantes nesta questão? Por uma questão de vida ou morte. Sim veja
bem a seqüência: desejos maus = pecado = morte. Não podemos permitir que o pecado nasça
em nossos corações porque com certeza ele produzirá morte. Mas e se ele nascer o que
fazer? A Bíblia diz que “se confessarmos os nossos pecados a Deus, ele cumprirá a sua
promessa e fará o que é correto: ele perdoará os nossos pecados e nos limpará de toda
maldade”(1 João 1.9). Esta é a solução a nossa única alternativa. É assim que você age
quando o pecado nasce em seu coração?

Cristãos Atentos
“ Não se enganem, meus queridos irmãos e irmãs. Tudo de bom que recebemos e tudo o
que é perfeito vêm do céu, vêm de Deus, o Criador das luzes do céu. Ele não muda, nem
varia de posição, o que causaria a escuridão. Pela sua própria vontade ele fez com que
nós nascêssemos, por meio da palavra da verdade, a fim de ocuparmos o primeiro lugar
entre todas as suas criaturas”(Tiago 1.16-18).

O cristão atento é aquele que não se deixa enganar. Se continuarmos o raciocínio dos versos
anteriores percebemos que o 16 é uma transição entre os assuntos. Assim devemos manter a
atenção e vigilância para não cairmos no engano de pensar que Deus é o autor do mal. E
como cristãos atentos precisamos com clareza definir esta linha divisória entre o bem e o mal:
Deus é luz e não há nele trevas nenhuma.
O cristão atento é aquele que reconhece em Deus a origem de todas as bênçãos. Se por um
lado afirmamos que Deus não é o autor do mal com toda confiança podemos declarar em alto e
bom som e testemunhar acerca dEle como autor de toda boa obra. As bênçãos que recebemos
vêm de Deus. O seu amor é a força geratriz que o faz agir em nosso favor cuidando de nossas
necessidades. O cristão atento atribuiu e agradece a Deus pelas bênçãos recebidas até porque
sabe que não possui mérito algum.

O cristão atento é aquele que reconhece que tudo o que Deus cria ou faz é bom e perfeito.
Deus em função de sua perfeição moral e essencial cria e faz todas as coisas perfeitas. Note
na linguagem da criação em Gênesis que após cria ele avaliou a sua obra e conforme o
registro que temos “viu Deus que tudo era perfeitamente bom”. Não precisamos duvidar das
habilidades do criador então creio que devemos exaltar a sua perfeição bem como a sua
grandeza.

O cristão atento é aquele que reconhece que o Senhor nosso Deus é imutável. Ainda que nós
sejamos mutáveis e inseguros ele permanece estável. O nosso Deus é singular e não há quem
possa ser comparado com ele. Ele é o que é. Eterno é um atributo que cabe com perfeição e
propriedade e precisamos reconhecer isso diariamente. Devemos declarar a eternidade desse
Deus a quem amamos e que nos ama também.

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O cristão atento é aquele que reconhece a vontade divina que é soberana e geradora de vida.
Há um perigo iminente quando deixamos de reconhecer a soberania de Deus: começamos a
fazer e a pensar o que der na mente. Você e eu como cristãos atentos não podemos vacilar
porque sabemos que Ele é a fonte de vida. Fazer a vontade de Deus exige atenção e
submissão de nossa parte. Como podemos ser felizes se não nos submetermos à vontade
soberana do Senhor? Isso é impossível e quem já tentou andar por conta própria e não
depender do Senhor sabe muito bem o que eu estou tentando dizer.

O cristão atento é aquele que considera a Palavra divina e a tem com a verdade. Preste
atenção no que vou dizer: a única verdade que nos conduz com segurança em meio a todas as
turbulências desta vida é a Bíblia. Não existem outras verdades confiáveis, nem as minhas,
nem as tuas. Deus deixou-nos uma bússola perfeita e quem deixa de se orientar por ela está
desatento e perdido. Quando foi que você deu uma olhada honesta e reflexiva nesta “bússola”?
É ela quem define o norte de sua caminhada?

O cristão atento é aquele que ocupa um lugar de destaque entre todas as criaturas divinas. Se
mantivermos a atenção e a vigilância seremos bem diferentes das demais criaturas. Onde
reside esta diferença? Seremos bem-aventurados porque de fato estaremos agradando a Deus
e ele por sua vez cumprirá em nossas vidas todas as suas maravilhosas promessas. Como
dizem os adolescentes em nossa comunidade: “cê tá ligado mano”.

Cristãos Comunicativos
“Lembrem disto, minhas queridas irmãs e irmãos: Cada um esteja pronto para ouvir,
mas demore para falar e ficar com raiva. Porque a raiva humana não produz o que Deus
aprova. Portanto, deixem todo costume imoral e toda má conduta. Aceitem com
humildade a mensagem que Deus planta no coração de vocês, a qual pode salvá-
los”(Tiago 1.19-21).

O cristão como qualquer um outro ser humano é alguém que vive em sociedade e necessita de
comunicar-se com outras pessoas. De todas as formas de comunicação que temos disponíveis
em nosso tempo nenhuma delas substituem o bom e velho bate-papo. Neste ambiente de
diálogo existem algumas regras básicas para que a comunicação se estabeleça com
possibilidades de ser bem sucedida. Nesta passagem Tiago nos desafia a construirmos uma
comunicação entre nós que seja produtiva e abençoada desde que estejamos dispostos a
praticá-la.
O cristão comunicativo é aquele que está pronto para ouvir. Ás vezes somos sufocados pelos
problemas e até mesmo pela solidão e quando encontramos alguém para conversar somos tão
egoístas que não damos a chance de que a outra pessoa fale. Uma regra básica para uma boa
comunicação é: esteja pronto para ouvir. Se você quer ser ouvido por alguém aprenda a ouvir
os outros. Dê atenção, seja paciente, ouça o que seu amigo ou irmão tem para dizer. Ouça
com interesse e com amor aqueles com quem você se comunica. Como somos carentes de
pessoas que saibam ouvir. Você está pronto para ouvir?
O cristão comunicativo é aquele que sabe a hora certa de falar. Se por um lado precisamos
saber ouvir por outro precisamos aprender a falar no momento certo. Uma palavra colocada no
momento errado é tão prejudicial e nós sabemos muito bem disso até porque já fomos
magoados. Seja delicado e espere uma oportunidade para dizer, opinar, sugerir aquilo que seja
edificante e construtivo. Não tenha pressa em falar, pense antes, não aja impulsivamente.

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Tome cuidado com as suas palavras elas tanto podem abençoar como ferir. Como é a sua
fala? Você é como uma metralhadora? Não tem controle de sua língua? Não estou nem
falando de maledicência e sim de inconveniência.
O cristão comunicativo é aquele que evita a todo custo ficar com raiva. Quando alguém tenta
estabelecer uma comunicação e ela não se estabelece um sentimento que via de regra insiste
em nos atingir é a raiva. O cristão já aprendeu com o Senhor que não deve dar lugar à ira ou a
raiva. E precisamos conscientemente lutar contra esta emoção que faz mal ao nosso íntimo e
dificulta a possibilidade de se estabelecer uma boa comunicação. A razão é simples: quando
estamos com raiva de alguém a primeira coisa que acontece é que não querermos ver, falar,
ou ouvir tal pessoa.
O cristão comunicativo é aquele que busca a aprovação divina. Na medida em que nos
posicionamos em nossa comunicação utilizando a três regrinhas anteriores começamos a
construir relacionamentos maduros e sadios e agradamos ao nosso Deus. Esta deve ser a
nossa meta em tudo o que fazemos e falamos. O cristão que vive buscando a aprovação do
Pai Celeste tem um alvo nobre de vida e com certeza é abençoado em tudo o que faz. Você
tem buscado tal aprovação? Como é que você avalia seu comportamento nesta área da
comunicação interpessoal?
O cristão comunicativo é aquele que abandona todo costume imoral e toda má conduta.
Quantas são as pessoas que possuem uma linguagem imoral e que desonram a Deus com os
seus lábios. O cristão deve ter uma comunicação sadia para não ser reprovado por Deus e por
seus contemporâneos. Quantos são os que falam e fazem coisas imorais em nosso tempo? Eu
e você temos que ser diferentes e nossa fala como nossa conduta precisam distinguir-se da
maioria. Eu sei das dificuldades de mantermos uma boa comunicação com os incrédulos e
imorais e nós podemos fazer isso sem comprometer-nos com os seus pecados.
O cristão comunicativo é aquele que aceita com humildade a mensagem de Deus e que abre
seu coração para que ela seja plantada nele. Assim como nos comunicamos com os seres
humanos(cristãos ou não) também nos comunicamos com o Senhor e mesmas regras
anteriores se aplicam. Se Deus nos fala através de sua Palavra e estamos atentos à sua voz
uma conseqüência direta deste processo deveria ser internalizarmos os seus princípios e
vontade. Deveria mas infelizmente não é e eu e você sabemos muito bem a razão: nem
sempre estamos dispostos a obedecer nem tão pouco a ouvir. Por isso preste atenção no que
diz o Senhor e abra seu coração para Ele.
O cristão comunicativo é aquele que reconhece o poder salvador da Palavra de Deus. A
Palavra de Deus é poderosa e perfeita. Nos abençoa porque corrige os nossos passos e
orienta o caminhar. Se eu e você estamos ouvindo a voz de Deus com certeza estamos
recebendo dele conselhos que nos ajudarão a viver de modo seguro e produtivo. Deus nos fala
pela sua Palavra e nós falamos com ele através da oração. Quando oramos compartilhamos
com Ele necessidades, alegrias, desejos e sonhos. Como é bom sermos cristãos
comunicativos!

Cristãos Cumpridores da Palavra


“Não se enganem; não sejam apenas ouvintes dessa mensagem, mas a ponham em
prática. Porque aquele que ouve a mensagem e não a põe em prática é como uma
pessoa que olha no espelho e vê como é. Dá uma boa olhada, depois vai embora e logo
esquece a sua aparência”(Tiago 1.22-24).

O cristão cumpridor da Palavra de Deus é aquele que não se engana. Por mais trágico que
seja existem muitas pessoas enganadas em nossas igrejas. Enganadas por si mesmas na
medida em que pensam que podem agradar a Deus sem que tenham compromisso de
obediência aos preceitos estabelecidos pelo Senhor. Não permita que o adversário iluda a sua

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mente fazendo-a pensar que não há necessidade de obediência a Deus. Não admita distorções
do conteúdo claro e cristalino da Palavra de Deus.
O cristão cumpridor da Palavra de Deus é aquele que a ouve com atenção. Há uma diferença
entre escutar e ouvir? Eu e você quando pequenos recebemos muitas ordens de nossos pais e
depois de algum tempo eles se aproximavam de nós e bravos diziam: “menino(a) você não me
ouviu”. Quantas vezes eu dizia: “eu ouvi mãe” e ela então perguntava: “por que você não me
obedeceu ou fez o que eu mandei”. O cristão cumpridor da Palavra presta bem atenção no que
Deus lhe fala e disponibiliza todo o seu ser para atender as diretrizes do Senhor. Estamos
escutando ou ouvindo o Senhor atualmente?

O cristão cumpridor da Palavra de Deus é aquele que a coloca em prática. Aquele que ouve via
de regra obedece. Obedecer é o passo objetivo de quem prestou atenção em tudo o que ouviu
especialmente se aquilo que lhe foi dito é para o bem. Deus por sua Palavra tem as direções
corretas e benéficas de nossa caminhada. Se o amamos obedecemos os seus mandamentos.
E na medida em que os obedecemos saímos da condição de ouvintes e nos tornamos
praticantes da Palavra de Deus. Li recentemente uma frase que se aplica a esta reflexão: “você
só conhece a parte da Bíblia que você pratica”(Dr. Rick Warren).

O cristão que não cumpre a Palavra de Deus é comparado a alguém que não é capaz de
lembrar nem mesmo de sua aparência. A pergunta que se sugere é: quem fica pensando no
seu rosto, nos detalhes de sua face após deixar de lado o espelho? Nos esquecemos logo não
é? Assim também é aquela pessoa que não tem consistência na sua maneira de examinar a
Bíblia. Por alguns instantes a sua mente se detém nas verdades eternas, mas tais verdades
não descem ao coração e logo se desvanecem. De que adianta ler ou ouvir a Palavra se não
estamos dispostos a cumprí-la? Você é assim? Vai permanecer assim?

Cristãos Religiosos
“ O evangelho é a lei perfeita que dá liberdade às pessoas. Se alguém examina bem essa
lei e não a esquece, mas a põe em prática, Deus vai abençoar tudo o que essa pessoa
fizer. Alguém está pensando que é religioso? Se não souber controlar a língua, a sua
religião não vale nada, e ele está enganando a si mesmo. Para Deus, o Pai, a religião
pura e verdadeira é esta: Ajudar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e não se
manchar com as coisas más deste mundo”(Tiago 1.25-27).

Não podemos negar que vivemos numa nação marcada pela religiosidade. Basta olharmos à
nossa volta e perceberemos os traços vivos de uma religiosidade bem diversificada. A
religiosidade em si mesmo não é algo errado o problema ocorre quando ela se distancia dos
propósitos divinos. Nestes versos Tiago nos ajuda a compreender como deve ser a vida de um
cristão religioso....

O cristão religioso é aquele que reconhece no evangelho a lei perfeita. Quantas são as
religiões existentes no Brasil? Quantas são as seitas e novos grupos criados em nossa pátria?
Apesar desta diversidade há um problema: a maioria delas ignora o Evangelho de Jesus Cristo
e não dá valor a Palavra de Deus. O cristão religioso é aquele que assume a perfeição da
Bíblia e a tem como base de suas crenças, convicções e atitudes. Você é religos(a)? A Bíblia é
a sua base?

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O cristão religioso é aquele que desfruta da liberdade que o evangelho proporciona. Na sua
experiência religiosa você é livre ou sente-se aprisionado por algum valor ou voto? Na maioria
dos cultos religiosos(que não se baseiam na Bíblia) as pessoas são escravizadas, dominadas e
não podem e nem sabem viver em liberdade. Desfrutar da liberdade do pecado, das trevas, de
Satanás, da idolatria, das drogas, da cobiça, etc, é um privilégio de um cristão religioso: “e
conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”(João 8.32). Você só não é livre para pecar
mas mesmo que isso ocorra pode arrependido buscar em Jesus o perdão para os seus
pecados e tenha a certeza de que ele nos perdoa e nos purifica.

O cristão religioso é aquele que examina bem a Palavra de Deus. Já percebemos que é
imprescindível para um cristão religioso ter e crer na Palavra de Deus. Mas por outro lado
temos percebido que muitos religiosos que existem em nossa época cometem erros
gravíssimos, como a idolatria por exemplo, exatamente porque não conhecem aquilo que a
Bíblia diz sobre este “ato religioso” que é proibido por Deus. Uma religiosidade verdadeira é
resultado de um exame bem detalhado das orientações contidas na Bíblia e da obediência a
tais normas.

O cristão religioso é aquele que não se esquece da Palavra de Deus. O esquecimento me


parece um mal que ataca a cada um de nós seres humanos. Infelizmente até construímos uma
triste frase para registrar essa realidade no que diz respeito ao povo brasileiro: “o povo
brasileiro tem memória curta”. Será que esse é um problema somente do povo brasileiro? É
claro que não. Os cristãos que se preocupam em construir uma religiosidade que agrada a
Deus não podem esquecer-se de sua Palavra. Como evitar o esquecimento? O Salmo 1 nos
desafia a meditar nela dia e noite a afirma que quem faz isso é uma pessoa feliz.

O cristão religioso é aquele que põe em prática os ensinos da Palavra de Deus. Se eu não leio
atentamente, logo eu esqueço e se me esqueço logo não obedeço os seus ensinos. Assim
construímos uma seqüência que pode ser boa ou má em seu resultados. O individuo que quer
agradar a Deus completa a seqüência com atitudes práticas e produtivas à luz dos ensinos da
Palavra de Deus. O cristão cumpridor da Palavra é o religioso que agrada a Deus. Você é
assim?

O cristão religioso é aquele que é abençoado por Deus em suas ações. Na medida em que
nossas ações são compatíveis e coordenadas pela Palavra de Deus temos como resultado o
cumprimento das promessas de Deus em nossas vidas. E como suas promessas nesta
questão específica são de bênçãos sem par cada um de nós tem a satisfação de ser
abençoado pelo Pai de Amor. Faça uma avaliação rápida em sua vida e veja a estreita relação
que há entre ser abençoado e cumprir aquilo que a Palavra de Deus nos ensina. É possível
que um cristão que desobedece a Palavra de Deus ser abençoado? Como? Por que?

O cristão religioso é aquele que controla sua língua evitando a difamação. Uma outra
conseqüência na vida do cristão religioso é que ele é moderado e controla sua língua evitando
assim falar mal dos outros seres humanos. A maledicência, a fofoca, as intrigas que ocorrem
dentro dos ambientes chamados de “igreja” depõe contra a religião verdadeira e conduzem
sobre nós terríveis males dentre eles e o pior deles a ira de Deus. Você tem uma língua
controlada ou ela tem anulado a sua religiosidade?

O cristão religioso é aquele que se preocupa em praticar uma religião pura e verdadeira. Eu sei
e você também sabe que não basta ser religioso é necessário praticar uma religião genuína,

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santa e agradável a Deus e aos homens. Os que praticam uma religiosidade mentirosa são
chamados na Bíblia de hipócritas e é nisso que nos tornamos quando não temos como
preocupação maior agradar a Deus e aos homens através de nossa religião. É essa a sua
preocupação?

O cristão religioso é aquele que é solidário às necessidades das viúvas e dos órfãos. Como
conseqüência direta desta preocupação anterior surge um envolvimento solidário com as
necessidades dos nossos semelhantes. O texto apresenta dois grupos específicos que
devemos cuidar: órfãos e viúvas. Será que somente eles devem ser alvos das nossas ações
práticas de amor? É claro que não e assim a nossa religiosidade nos impulsiona pelo amor de
Cristo a trabalhar em prol dos necessitados porque isso é o que agrada o Senhor.

O cristão religioso é aquele que procura e alcança uma vida de santidade. Ser santo e ser
separado para o uso exclusivo de Deus. Esse deve ser o seu e o meu lema. Que as nossas
atividades religiosas nos conduzam a procurar e alcançar com a ajuda de Deus a sermos
santos vivendo num mundo corrupto e perdido. Que o Santo Espírito de Deus e a sua Sagrada
Palavra nos ajudem a renunciar o pecado e a vivermos de modo agradável ao Senhor.

Cristãos Justos
Meus irmãos e minhas irmãs, vocês que crêem no nosso glorioso Senhor Jesus Cristo,
nunca tratem as pessoas de modo diferente por causa da aparência delas. Por exemplo,
entra na reunião de vocês um homem com anéis de ouro e bem vestido, e entra também
outro, pobre e vestindo roupas velhas. Digamos que vocês tratam melhor o que está
bem vestido e dizem: "Este é o melhor lugar; sente-se aqui", mas dizem ao pobre: "Fique
de pé" ou "Sente-se aí no chão, perto dos meus pés." Nesse caso vocês estão fazendo
diferença entre vocês mesmos e estão se baseando em maus motivos para julgar o valor
dos outros. Escutem, meus queridos irmãos e irmãs! Deus escolheu os pobres deste
mundo para serem ricos na fé e para possuírem o Reino que ele prometeu aos que o
amam. No entanto, vocês desprezam os pobres. Por acaso, não são os ricos que
exploram vocês e os arrastam para serem julgados nos tribunais? São eles que falam
mal do bom nome que Deus deu a vocês. Se vocês obedecerem à lei do Reino, estarão
fazendo o que devem, pois nas Escrituras Sagradas está escrito: "Ame os outros como
você ama a você mesmo." Mas, se vocês tratam as pessoas pela aparência, estão
pecando, e a Lei os condena como culpados. Porque quem quebra um só mandamento
da Lei é culpado de quebrar todos. Pois o mesmo que disse: "Não cometa adultério"
também disse: "Não mate". Mesmo que você não cometa adultério, será culpado de
quebrar a Lei se matar. Falem e vivam como pessoas que serão julgadas pela lei que nos
dá a liberdade. Quando Deus julgar, não terá misericórdia dos que não tiveram
misericórdia dos outros. Mas os que tiveram misericórdia dos outros não serão
condenados no Dia do Juízo Final”(Tiago 2.1-13).

O cristão justo é aquele que pela fé em Jesus Cristo já foi justificado pelo sangue derramado
na cruz. Justiça posicional é o nome que os teólogos dão a nossa condição diante de Deus
hoje. Quando recebemos pela fé Jesus como nosso Salvador recebemos a justificação e esta
por sua vez permite que Deus olhe para nós sem que nos consuma por causa dos nossos

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pecados. Assim o que devemos fazer é renunciar o pecado em todas as suas manifestações
para que a nossa justiça posicional influencie a santidade prática(nossas atitudes).

O cristão justo é aquele que reconhece em sua vida o senhorio de Cristo. Dificilmente alguém
conseguirá unir a justiça posicional com a santidade prática se não reconhecer o senhorio de
Cristo sobre sua vida. E esse então é o desafio desta hora: permitirmos que a vontade de
Jesus prevaleça sobre as nossas vontades. Este é um ato voluntário e livre que cada um de
nós precisa conscientemente tomar. Assim caminharemos neste mundo contaminado e perdido
conduzidos por aquele que venceu o pecado e nos ajuda a sermos vitoriosos também.

O cristão justo é aquele que trata as pessoas com igualdade. Ao justo pressupõe-se o
tratamento igualitário como marca registrada. Infelizmente nem sempre isto acontece porque
temos uma tendência carnal e humana de dar preferências àqueles que julgamos mais
importantes. Você já foi tratado de forma diferente por alguém? Já deixaram de te dar atenção?
Como foi que você se sentiu? Na medida em que todos somos seres humanos também somos
todos iguais e muito bem faz ao nosso coração quando alguém nos trata bem independente de
quem sejamos ou de como estejamos. Não devemos fazer com outras pessoas aquilo que não
gostamos que outros nos façam.

O cristão justo é aquele que não faz acepção de pessoas nem discrimina o seu semelhante. A
palavra que mais caracteriza esta situação, e o texto nos dá esta base, chama-se preconceito.
Preconceito de qualquer natureza ou origem é crime previsto em nossa legislação e pecado
detestável. O cristão justo não tem o seu coração movido pelo preconceito porque já foi lavado
e remido pelo sangue de Jesus que não possuía nem possuí preconceitos. O senhor nos
ensina a amarmos a todas as pessoas independente de sua condição social, moral, racial e
espiritual. Você é assim? O seu coração abriga algum tipo de preconceito? Peça a Deus que
tire este sentimento que não combina com um cristão.

O cristão justo é aquele que baseia suas avaliações e julgamentos em bons valores e motivos.
Uma das razões que nos conduzem a agir com preconceito e a fazermos discriminações é o
fato de que nem sempre temos condições de avaliar e julgar as pessoas e situações de modo
correto. Somos seres humanos falíveis e erramos em nossos julgamentos mais o pior de tudo
isto é que nem damos chance à pessoa discriminada de provar o contrário. O que pode impedir
que tenhamos tais atitudes? Devemos sempre preservar em nossos corações uma disposição
por esperar sempre o melhor dos outros e assim os nossos valores e motivações positivos nos
impedirão de agir com acepção e nos conduzirá a aceitação.

O cristão justo é aquele que obedece a lei do reino de Deus. No reino de Deus as leis são bem
diferentes das nossas. Ele surpreende a cada um de nós com paradoxos como: “o maior deve
ser o menor”, “o primeiro seja o último”, “quem quiser ser servido que sirva primeiro”. Assim
devemos como justificados que já fomos aprender a viver de modo a agradar e cumprir as leis
de Deus. A Bíblia estabelece então uma nova proposta de vida com valores diferentes e até
antagônicos aos que fomos ensinados. Se queremos fazer diferença em nossa sociedade
precisamos implantar nela os valores do reino. Somos ou não estes agentes de
transformação?

O cristão justo é aquele que ama o seu semelhante. Quanta coisa eu poderia falar sobre o
amar o semelhante. Quantas vezes sofremos por não termos sido amado por alguém? Apelo

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então ao seu coração transformado por Jesus a fim de que você não meça esforços para amar
o seu próximo. Oro para que Deus através do seu Santo Espírito conduza a sua vida para o
vínculo da perfeição que é o amor. E lembro-me nesta hora do desafio do Senhor Jesus que
nos amou de tal maneira que deu a sua própria vida para resgatar-nos dos nossos pecados.
Como é bom ser amado! Como é bom podermos amar! Porque o amor nos assemelha a Deus
que é amor.

O cristão justo é aquele que age com misericórdia. Atitudes de misericórdia caracterizam o
cristão justo e estas por sua vez podem ser resumidas pelos desafio de Paulo ao Romanos: “se
teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer”. A pena maior impacto pode causar ao inimigo é
receber das mãos de alguém que, antes, era por ele combatido. Só o amor pode levar os maus
à convicção dos seus pecados e ao arrependimento. Você é misericordioso? Como é que
podemos aprender a sermos misericordiosos? Olhemos com atenção para os exemplos de
Jesus. Por que será que as pessoas suplicavam a ele pedindo misericórdia? É claro que elas
sabiam que ele podia agir com misericórdia.

O cristão justo é aquele que não será condenado no dia do juízo final. Justos, justiça, juízo,
condenação são palavras que andam próximas uma das outras exatamente porque refletem
uma realidade. Cada um de nós prestaremos contas de nossas ações e seremos julgados pelo
Senhor Deus o Justo Juiz. O cristão que vive uma vida justa não precisa ter medo porque o
Senhor garante que não haverá condenação para aqueles que fazem o que é justo. Então
tenhamos alegria em viver uma vida de justiça mesmo que ela signifique renunciar muitas
coisas porque a vitória será nossa!

Cristãos Equilibrados
“Minhas irmãs e meus irmãos, que adianta alguém dizer que tem fé se ela não vier
acompanhada de ações? Será que essa fé pode salvá-lo? Por exemplo, pode haver
irmãos ou irmãs que precisam de roupa e que não têm nada para comer. Se vocês não
lhes dão o que eles precisam para viverem, não adianta nada dizer: "Que Deus os
abençoe! Vistam agasalhos e comam bem." Portanto, a fé é assim: Se não vier
acompanhada de ações, é coisa morta. Mas alguém poderá dizer: "Você tem fé, e eu
tenho ações." E eu respondo: "Então me mostre como é possível ter fé sem que ela seja
acompanhada de ações. Eu vou lhe mostrar a minha fé por meio das minhas ações."
Você crê que há somente um Deus? Ótimo! Os demônios também crêem e tremem de
medo. Seu tolo! Vou provar-lhe que a fé sem ações não vale nada. Como é que o nosso
antepassado Abraão foi aceito por Deus? Foi pelo que fez quando ofereceu o seu filho
Isaque sobre o altar.Veja como a sua fé e as suas ações agiram juntas. Por meio das
suas ações, a sua fé se tornou completa. Assim aconteceu o que as Escrituras Sagradas
dizem: "Abraão creu em Deus, e por isso Deus o aceitou." E Abraão foi chamado de
"amigo de Deus". Assim, vocês vêem que a pessoa é aceita por Deus por meio das suas
ações e não somente pela fé. Foi o que aconteceu com a prostituta Raabe, quando
hospedou os espiões israelitas e os ajudou a sair da cidade por outro caminho. Deus a
aceitou pelo que ela fez.Portanto, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim
também a fé sem ações está morta”(Tiago 2.14-26).

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O cristão equilibrado é aquele que reconhece que fé e obras devem andar juntas. Tenho
acompanhado com tristeza durante muitos anos uma situação que caracterizou os evangélicos
no Brasil de uma forma geral: por muito tempo ficamos distante das boas obras e ainda
justificamos essa inércia acusando outros grupos religiosos que faziam de estarem envolvidos
em tais obras somente porque criam que a salvação se alcança através delas. Muito embora
saibamos que as obras não salvam não podemos negar que elas devem ser a prova visível de
que somos salvos.

O cristão equilibrado é aquele que possui uma fé salvadora. Se eu possuo fé em Jesus e confio
somente nele para a salvação logo minha fé salvadora. Ele é minha porque recebi do Senhor
como um maravilhoso presente. Diferente de ouros tipos de fé esta é que nos dá equilíbrio e
uma vez equilibrados estamos em condições de agir de modo correto e abençoado. Você já é
salvo por Jesus Cristo? Você é uma pessoa equilibrada? O que está faltando?

O cristão equilibrado é aquele que possui uma fé viva. A fé viva é aquela que nos conduz a agir
em favor do nosso semelhante na busca de solucionar as suas dificuldades. Isto nos é possível
porque temos o Senhor Jesus a nos ajudar e podemos contar com os recursos que ele coloca
à nossa disposição. Um fé viva me impulsiona a agir ao passo que uma fé morta me distancia
das boas obras. Sua fé é viva ou morta? Como o Senhor avalia a sua fé?

O cristão equilibrado é aquele que procura sanar as necessidades de seus irmãos na fé. Com o
crescimento da pobreza e o aumento da recessão econômica teremos necessidade de muitos
cristãos equilibrados em ação. Você e eu somos agentes de Deus neste mundo e podemos
com certeza minorar as necessidades dos nossos irmãos na fé e também dos incrédulos. Sua
igreja com certeza possui membros que passam por dificuldades e sua responsabilidade cristã
implica em ajudá-los. Não dá mais para continuar ignorando esta situação.

O cristão equilibrado é aquele que está atento aos exemplos ensinados na Bíblia. A Bíblia está
repleta de exemplos de pessoas que souberam equilibrar fé e ações. Seja Abraão, seja eu ou
você todos devemos buscar tal equilíbrio. O grande problema que temos é que a cada dia
temos encontrado menos cristãos comprometidos com o estudo sério da Palavra e assim os
exemplos a serem seguidos acabam sendo as atitudes das pessoas que vivem ao nosso redor,
nem sempre os melhores e os mais seguros.

O cristão equilibrado é aquele que por meios das ações complementa sua fé. Parece que estou
sendo repetitivo mas faz sentido repetir porque a repetição faz parte do processo de
aprendizagem. O cristão equilibrado é aquele que pode ser chamado “amigo de Deus”. Que
elogio poder ser chamado, como Abraão, de amigo de Deus. Quem é o amigo de Deus?Para
Tiago é aquele que equilibra bem as obras e a fé e especialmente age em favor dos
necessitados. O cristão equilibrado é aquele que é aceito por Deus. Se chegarmos diante do
Senhor somente com a nossa fé sem as boas obras ele nos rejeitará. Você quer ser aceito por
Deus? Então seja equilibrado.

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Cristãos Moderados
“Meus irmãos e irmãs, somente poucos de vocês deveriam se tornar mestres na Igreja,
pois vocês sabem que nós, os que ensinamos, seremos julgados com mais rigor do que
os outros. Todos nós sempre cometemos erros. Quem não comete nenhum erro no que
diz é uma pessoa madura, capaz de controlar todo o seu corpo. Até na boca dos cavalos
nós pomos um freio para que nos obedeçam e assim os fazemos ir aonde queremos.
Pensem no navio: Grande como é, empurrado por ventos fortes, ele é guiado por um
pequeno leme e vai aonde o piloto quer.É isto o que acontece com a língua: Mesmo
pequena, ela se gaba de grandes coisas. Vejam como uma grande floresta pode ser
incendiada por uma pequena chama! A língua é um fogo. Ela é um mundo de maldade,
ocupa o seu lugar no nosso corpo e espalha o mal em todo o nosso ser. Com o fogo que
vem do próprio inferno, ela põe toda a nossa vida em chamas.O ser humano é capaz de
dominar todas as criaturas e tem dominado os animais selvagens, os pássaros, os
animais que se arrastam pelo chão e os peixes. Mas ninguém ainda foi capaz de dominar
a língua. Ela é má, cheia de veneno mortal, e ninguém a pode controlar. Usamos a língua
tanto para agradecer ao Senhor e Pai como para amaldiçoar as pessoas, que foram
criadas parecidas com Deus. Da mesma boca saem palavras tanto de agradecimento
como de maldição. Meus irmãos e irmãs, isso não deve ser assim. Por acaso pode a
mesma fonte jorrar água doce e água amarga? Minhas irmãs e meus irmãos, por acaso
pode uma figueira dar azeitonas ou um pé de uva dar figos? Assim, também, uma fonte
de água salgada não pode dar água doce. Existe entre vocês alguém que seja sábio e
inteligente? Pois então que prove isso pelo seu bom comportamento e pelas suas ações,
praticadas com humildade e sabedoria. Mas, se no coração de vocês existe inveja,
amargura e egoísmo, então não mintam contra a verdade, gabando-se de serem sábios.
Essa espécie de sabedoria não vem do céu; ela é deste mundo, é da nossa natureza
humana e é diabólica. Pois, onde há inveja e egoísmo, há também confusão e todo tipo
de coisas más. A sabedoria que vem do céu é antes de tudo pura; e é também pacífica,
bondosa e amigável. Ela é cheia de misericórdia, produz uma colheita de boas ações,
não trata os outros pela sua aparência e é livre de fingimento.Pois a bondade é a colheita
produzida pelas sementes que foram plantadas pelos que trabalham em favor da
paz”(Tiago 3.1-18).

O cristão moderado é aquele que sabe que nem todos são aptos para ensinar na
igreja(mestres). Quantas são as pessoas que se metem a besta e tentam ensinar sem que
tenham a aptidão ou a coerência necessárias para ensinar? Na vida cristã isso também ocorre
e nós devemos ter o discernimento necessário para que não tentemos fazer aquilo para o qual
não fomos chamados e nem somos capacitados. Os mestres são pessoas-dons que o Espírito
Santo concede as igrejas a fim de que estas sejam capacitadas(ensinadas) a servirem a Deus.
O cristão moderado é aquele que sabe que os mestres recebem cobrança dobrada da parte de
Deus. Os mestres além de serem chamados por Deus e capacitados pelo Espírito Santo
também precisam ser conscientes de que as suas ações serão julgadas a partir de um padrão
bem mais elevado. Se você e eu tivermos isso bem claro em nossas mentes e corações e se o
Senhor nos convida para ensinar outros então devemos com seriedade e honestidade ensinar
a Palavra de Deus aqueles que nos reconhecem como mestres. Ensinar é muito mais do que
uma atividade profissional é uma vocação e nós prestaremos contas a Deus.

O cristão moderado é aquele que reconhece que todos cometemos erros. Como são infelizes
as pessoas que não admitem seus erros! Quando sustentamos uma posição de que somos

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infalíveis acabamos ficando sozinhos porque na medida em que erramos não temos com quem
repartir a dor e a frustração oriundas e conseqüentes dos erros. Admitamos pois que todos
somos pecadores e vigiemos para que não caiamos, mas se porventura cairmos confessemos
prontamente ao Senhor a fim de que sejamos perdoados e consolados pelo Pai de amor.
Aprendamos a dividir com os demais irmãos as nossas cargas. Está tudo bem como você
hoje?

O cristão moderado é aquele que já aprendeu a controlar a sua língua e pode ser considerado
maduro. De modo bem honesto Tiago diz que a pessoa que é capaz de afirmar que nunca diz
coisas erradas pode considerar-se perfeito. Você controla ou é controlado pela língua? O
cristão moderado é aquele que também pode controlar qualquer outra parte do seu corpo. Na
medida em que alguém é capaz de controlar a língua tem condições de controlar as demais
parte do corpo e da personalidade que também nos fazem pecar. Quem tem o controle em sua
vida?

O cristão moderado é aquele que aprende as lições das ilustrações contidas nesta passagem.
Com os cavalos aprendamos a lição do freio preso a boca que as rédeas e o cavaleiro lhe
impõem. Sua boca tem um freio? Com os navios aprendamos a lição do leme que quando bem
conduzido pelo timoneiro leva a embarcação para a direção escolhida. Quem está no leme da
sua vida? Das florestas aprendamos a lição do perigo que representa uma pequena fagulha. A
sua língua é fogo e pode incendiar todo o corpo. Dos animais aprendamos a lição da
possibilidade de serem domesticados. Mas quem pode domar a sua língua? Das fontes
aprendamos a lição das águas que ou são doce ou salgada. Assim nossas línguas não podem
bendizer e maldizer ao mesmo tempo.

O cristão moderado é aquele que renuncia a sabedoria humana e diabólica. Quantos são os
“sábios” de nosso tempo que tem ensinado besteiras e bobagens? Quantos são os
“entendidos” de nossa época que tem conduzido inúmeras pessoas a destruição porque
acabam desobedecendo a Deus e sua Palavra. Onde está a sabedoria em ser assim? De fato
não existe sabedoria porque os especialistas não sabem como resolver a maior parte dos
problemas que enfrentamos em nosso tempo como: drogas, violência, lares destruídos, etc.
Sabe por que a maioria dos conselhos e ensinos são egoístas, contrários a vontade de Deus e
diabólicos.

O cristão moderado é aquele que revela em sua vida a sabedoria divina Por outro lado aqueles
que experimentado a sabedoria divina tem feito diferença em nossa sociedade. Isto porque tal
sabedoria tem nos conduzido a uma vida de pureza, de paz, moderada, tratável, cheia de
misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia. Estas virtudes se encontram
em sua vida? Então saia das quatro paredes de se sua igreja e seja visível para as pessoas de
nosso tempo que precisam de bons referenciais. Deixe de lado a timidez e a vergonha e fale da
sabedoria divina àqueles que estão sendo enganados e iludidos com as promessas deste
mundo.

Cristãos Apaixonados
“De onde vêm as lutas e as brigas entre vocês? Elas vêm dos maus desejos que estão
sempre lutando dentro de vocês. Vocês querem muitas coisas; mas, como não podem

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tê-las, estão prontos até para matar a fim de consegui-las. Vocês as desejam
ardentemente; mas, como não conseguem possuí-las, brigam e lutam. Não conseguem o
que querem porque não pedem a Deus. E, quando pedem, não recebem porque os seus
motivos são maus. Vocês pedem coisas a fim de usá-las para os seus próprios prazeres.
Gente infiel! Será que vocês não sabem que ser amigo do mundo é ser inimigo de Deus?
Quem quiser ser amigo do mundo se torna inimigo de Deus. Não pensem que não quer
dizer nada esta passagem das Escrituras Sagradas: "O espírito que Deus pôs em nós
está cheio de desejos violentos." Porém a graça que Deus dá é ainda mais forte, pois as
Escrituras Sagradas dizem: "Deus é contra os orgulhosos, mas dá graça aos humildes."
Portanto, obedeçam a Deus e enfrentem o Diabo, que ele fugirá de vocês. Cheguem
perto de Deus, e ele chegará perto de vocês. Lavem as mãos, pecadores! Limpem o
coração, hipócritas! Fiquem tristes, gritem e chorem. Mudem as suas risadas em choro e
a sua alegria em tristeza. Humilhem-se diante do Senhor, e ele os colocará numa posição
de honra.Meus irmãos e minhas irmãs, não falem mal uns dos outros. Quem fala mal do
seu irmão em Cristo ou o julga está falando mal da Lei e julgando-a. Pois, se você julga a
Lei, então já não é uma pessoa que obedece à Lei, mas é alguém que a julga. Deus é o
único que faz as leis e o único juiz. Só ele pode salvar ou destruir. Quem você pensa que
é, para julgar os outros?”(Tiago 4.1-12).

O cristão apaixonado por Deus é aquele que não alimenta os desejos ou paixões carnais. O
cristão apaixonado por Deus é aquele que já aprendeu a pedir bem em suas orações. O que
significa pedir bem? Pedir bem é orar sem orgulho.O cristão apaixonado por Deus é aquele
que é inimigo do mundo e das contendas. O cristão apaixonado por Deus é aquele que é
amigo de Deus. O cristão apaixonado por Deus é aquele que derrota Satanás. O cristão
apaixonado por Deus é aquele que vive de modo humilde.

Naturalmente o cristão, ou a pessoa, que é amigo deste "mundo" é alguém que estabelece
contendas. Vive em pé de guerra ou como dizemos "é chegado numa confusão". Tais
contendas ou guerras nascem na cobiça que é pecado. O cristão é uma nova criatura e para
que cresça de modo sadio não pode manter esta relação de amizade com o mundo pois ela
têm produzido efeitos terríveis em nossas vidas.

O primeiro efeito da amizade com o mundo na vida do homem é que somos controlados pelos
prazeres. As mazelas sociais, os vícios e toda sorte de prazer carnal revelam um sem número
de pessoas impotentes e escravizadas. É assim que ocorre com aquelas pessoas que dizem
"eu não consigo deixar de fumar", "eu não consigo abandonar a bebida", "eu sou um escravo
do sexo", "não dá para ficar de boca fechada", etc. Estes prazeres travam verdadeira guerra
em nosso interior e o campo onde eles têm mais poder é em nossa "carne"(inclinação natural e
pecaminosa para a realização daquilo que não é correto). Assim a nossa carne(dominada pelo
prazeres) luta contra o nosso espírito(que deve ser dominado pela vontade de Deus). Amizade
com o mundo fortalece nossa carnalidade e proporciona uma vida derrotada.

O segundo efeito da amizade com o mundo na vida do homem é que somos conduzidos a uma
vida marcada cobiça. Cobiçar é desejar aquilo que não nos pertence. Seja porque não
podemos em função de ser contrário à vontade de Deus ou inviável na perspectiva moral,
espiritual ou financeira. Quando somos muito influenciados neste relacionamento com o mundo
nossa mente e coração acabam por querer aquilo que a maioria das pessoas que não amam

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nem respeitam a Deus querem. Os valores ou a ausência deles nos caracterizam como
pessoas sem escrúpulos que por causa da cobiça invejam e matam e estão sempre limitadas e
incapacitadas de obter os objetos ou coisas para saciar sua sede de consumo. De fato a vida
de quem pensa, sente e age assim é uma guerra especialmente contra Deus e sua vontade
mas que reflete nas dimensões do seu relacionamento com o próximo(e seus bens) e consigo
mesmo.

O terceiro efeito da amizade com o mundo na vida do homem é que nossas orações deixam de
ser atendidas por Deus. Se por um lado tal amizade nos conduz á cobiça por outro ela nos
impede de recebermos aquilo que pedimos a Deus em oração. Até porque às orações de quem
vive neste estreito relacionamento com o mundo tornam-se tentativas de alimentar ainda mais
os desejos e prazeres carnais. O autor sagrado chama esta iniciativa de "pedir mal" e quem
pede mal não recebe nada de Deus. Quando pedimos a Deus algo que seja para gastar ou
usar nos prazeres deste mundo ele não atende. Quantas vezes estamos suplicando e
clamando a Deus de modo inadequado? Deus espera que aprendamos a ter prioridades
corretas e por isso já deixou bem claro que devemos buscar primeiro seu reino e a sua justiça
e assim todas as demais coisas que necessitamos nos serão acrescentadas.

O quarto efeito da amizade com o mundo na vida do homem é que nos tornamos infiéis. Sim a
fidelidade deixa de ser uma marca do cristão e a infidelidade assume um lugar em nossas
vidas. Deus nos adverte que isso se dá pela incompreensão de uma simples fórmula: amizade
com o mundo = inimizade com Deus. Assim a Palavra nos desafia a amarmos a Deus e a
odiarmos o mundo. Esta atitude de infidelidade provoca ciúmes em nosso Deus que requer de
cada um de nós fidelidade. O que é que temos feito de nossas vidas? Nesta manhã o Senhor
nos chama para uma confrontação de valores e perspectivas. Você é fiel ao Senhor? Você
ama ao Senhor? O mundo é amado ou odiado por você?

O quinto efeito da amizade com o mundo na vida do homem é que nos tornamos soberbos.
Sim a amizade com este mundo faz com que pensemos que não precisamos de Deus e de
ninguém e nos conduz ao pecado da soberba. Porém, vale a pena lembrar que Deus resiste ao
soberbos. Isto significa dizer que ele se coloca numa posição contrária aos soberbos e que
estes não têm muitas chances de sobrevivência neste combate contra o Senhor Todo-
Poderoso. Satanás cujo coração foi dominado pela soberba tem procurado contaminar, através
desta amizade com o mundo, os nossos corações com a soberba. É preciso uma atitude de
vigilância e de separação com este mundo e seus valores.

Como então vencer estas fraquezas e viver de modo agradável a Deus? Em primeiro lugar
devemos praticar a virtude da sujeição a Deus. Isto implica em andar no caminho da
obediência à vontade de Deus. Isto implica em sermos amigos de Deus. Em segundo lugar
devemos praticar a tática da resistência ao Diabo. Isto implica em romper com aquilo que
alimenta nossa carne(áreas onde ele mais ataca) e através da oração, obediência e em nome
de Jesus exercermos autoridade sobre o inimigo porque ele fugirá de nós. Em terceiro lugar
devemos nos aproximar de Deus. Isto implica em estreitarmos os laços de comunhão com o
Senhor através da devoção. Em quarto lugar devemos experimentar a santificação prática. Isto
significa que as nossas mãos e coração devem ser limpas. Esta é uma obra realizada pelo
Espírito Santo e que devemos cooperar com ele.

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A partir então do verso 9 percebemos que o cristão apaixonado por Deus é aquele deve
aprender a lamentar pelos pecados cometidos. Os teus pecados produzem tristeza, lamento,
pesar, lágrimas em você? Não há condições de estarmos apaixonados sem que rejeitemos o
pecado em nossas vidas. O cristão apaixonado por Deus é aquele que após humilhar-se diante
do Senhor experimenta a exaltação. Quem é que te exalta? Você mesmo? Cuidado com o
orgulho. O cristão deve ser exaltado sim mas somente pelo Senhor e este na medida em que
nos humilhamos cumpre o que nos promete.O cristão apaixonado por Deus é aquele que deixa
o julgamento do seu semelhante por conta do Senhor. Na medida em que não respeitamos
esta tarefa de Deus e nos colocamos na condição de juízes o que ocorre? Bom conseguimos
arrasar as pessoas com as nossas palavras e pecamos por querermos ser deuses.

Cristãos Projetistas
“Agora escutem, vocês que dizem: "Hoje ou amanhã iremos a tal cidade e ali ficaremos
um ano fazendo negócios e ganhando muito dinheiro!" Vocês não sabem como será a
sua vida amanhã, pois vocês são como uma neblina passageira, que aparece por algum
tempo e logo depois desaparece. O que vocês deveriam dizer é isto: "Se Deus quiser,
estaremos vivos e faremos isto ou aquilo." Porém vocês são orgulhosos e vivem se
gabando. Todo esse orgulho é mau. Portanto, comete pecado a pessoa que sabe fazer o
bem e não faz”(Tiago 4.13-17).

O cristão projetista é aquele que reconhece que os projetos humanos por mais científicos e
corretos que sejam são passíveis de falhas e de erros exatamente porque são humanos.
Quantos projetos nossos têm sido verdadeiros fracassos? Isso não significa que somos
fracassados, talvez não calculamos bem, ou quem sabe não estudamos o suficiente a situação.
Uma coisa fica bem clara: nós até podemos sonhar e projetar um futuro melhor mas não temos
nenhuma segurança sobre a realização de sonhos e projetos humanos.

O cristão projetista é aquele que aprende a viver o seu dia-a-dia na presença de Deus. Nesta
incerteza que é a vida precisamos aprender a fazer duas coisas básicas: primeiro, devemos
viver a cada dia buscando a presença de Deus que é Eterno e Senhor Soberano de todas as
coisas. Segundo, devemos consulta-lo em oração pedindo sua orientação e sabedoria para
que façamos projetos de acordo com a sua vontade. Vivemos num tempo em que muitas
pessoas em face da incerteza do amanhã tentam saber ou manipular o futuro através de
consultas a magos, bruxos, futurólogos, etc. O cristão não deve agir assim!

O cristão projetista é aquele que coloca na mãos de Deus os seu projetos. Que maravilhoso é
poder dizer ao Senhor com paz e tranqüilidade:ó Deus, aí está o que eu gostaria de fazer, mas
coloco tudo sob a tua direção. Se der certo, conforme pensei fazer, ficarei feliz porque sei que
é o melhor; se não for de acordo com a minha idéia, vou ficar tranqüilo, também, e feliz porque
eu tenho por certo que todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a
Deus(Romanos 8.28). É assim que você age? Os seus projetos estão nas mãos de Deus?
Você fica feliz também quando eles não se concretizam?

O cristão projetista é aquele que aprende a rejeitar o orgulho. O orgulho é o pecado que nos
conduz a independência de Deus. Hoje em meio aos cristãos tem sido comum ver e ouvir

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pessoas que em atitudes bem arrogantes e desrespeitosas ensinam que o crente não pode
orar a Deus pedido “se for da tua vontade Senhor faça isso ou aquilo”. Ensinam estes que você
deve “decretar”, “ordenar”, “exigir”, “declarar”. Amados isso não é demonstração de fé e o que
eu sinto e creio é que estas atitudes são ofensivas ao Senhor e tem muita gente agindo com
orgulho e arrogância e os seus projetos bem assim como suas vidas são verdadeiros
fracassos.

O cristão projetista é aquele que faz o bem. Quando eu e você deixamos de fazer o bem
cometemos pecado. O que é fazer o bem? Basicamente fazer o bem é obedecer a vontade de
Deus expressa na Bíblia. Os pecados de omissão são tão sérios como os pecados de
comissão. Deixar de fazer o que é certo é tão ruim como fazer o que errado. Você sabia disso?
Então façamos bem para que não cometamos os pecados de omissão?

Cristãos Opressores e Oprimidos


“Agora, ricos, escutem! Chorem e gritem pelas desgraças que vocês vão sofrer! As
suas riquezas estão podres, e as suas roupas finas estão comidas pelas traças. O seu
ouro e a sua prata estão cobertos de ferrugem, e essa ferrugem será testemunha contra
vocês e, como fogo, comerá o corpo de vocês. Nestes últimos tempos vocês têm
amontoado riquezas e não têm pago os salários das pessoas que trabalham nos seus
campos. Escutem as suas reclamações! Os gritos dos que trabalham nas colheitas têm
chegado até os ouvidos de Deus, o Senhor Todo-Poderoso. Vocês têm tido uma vida de
luxo e prazeres aqui na terra e estão gordos como gado pronto para o matadouro. Vocês
têm condenado e matado os inocentes, e eles não podem fazer nada contra vocês”(Tiago
5.1-6).

Cristãos opressores são aqueles que enriqueceram ilicitamente. Muito se tem questionado
sobre quem são os ricos mencionados aqui por Tiago. Creio que sejam cristãos pois e a carta
fora endereçada a este grupo humano. Nesta direção então podemos perceber que a acusação
do Senhor se torna mais grave ainda: pois se eles eram cristãos e estavam enriquecendo às
custas da ganância, do roubo e do latrocínio é porque já haviam perdido a noção de certo e
errado. Como é que você lida com esta questão das riquezas? Se você tem empregados como
é que os trata? Lembre-se o Senhor adverte os opressores e promete destruí-los.

Cristãos opressores são aqueles que utilizam erroneamente a suas riquezas. Uma outra
acusação do Senhor aos cristãos é a do uso inadequado dos bens materiais. Basicamente
usavam suas riquezas para a manutenção do luxo e dos prazeres carnais e tudo isto à custa
da opressão dos seus empregados que nem salários recebiam. Aqui temos um princípio:
somos responsáveis diante de Deus pela maneira como conseguimos os bens materiais e
como os usamos também. Como é que você tem usado os recursos financeiros? Deus aprova
ou reprova o seu modo de usar o dinheiro? Seu dinheiro é legal?

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Cristãos opressores serão oprimidos pelo Senhor que já tem ouvido o clamor dos explorados e
visto o sofrimento dos pobres. Quantas vezes reclamamos da péssima distribuição de renda do
nosso país e até criticamos as autoridades. Deus que nos criou também se interessa por estas
questões sócio-econômicas e promete defender a causa dos oprimidos. De que lado você
está? Amados as riquezas deste mundo não têm valor permanente e não podem tornar uma
pessoa realmente feliz. Não negocie seus valores morais nem espirituais por causa delas. As
riquezas conquistadas ilicitamente trazem prejuízos incalculáveis para o seu possuidor até
porque Deus o condena. O dinheiro precisa ser um fator de aproximação de Deus e do nosso
semelhante para que o utilizemos na adoração e no serviço ao próximo.

Cristãos Pacientes
“Por isso, irmãs e irmãos, tenham paciência até que o Senhor venha. Vejam como o
lavrador espera com paciência que a sua terra dê colheitas preciosas. Ele espera
pacientemente pelas chuvas do outono e da primavera. Vocês também precisam ter
paciência. Não desanimem, pois o Senhor virá logo”(Tiago 5.7-8).

O cristão paciente é aquele que tem uma certeza inabalável. Que certeza é essa? A certeza de
o Senhor Jesus vem buscar a sua igreja é que estamos salvos da condenação eterna em
função do derramamento do seu sangue na cruz. Você tem essa certeza? Ela produz paciência
em sua vida?

O cristão paciente é aquele que sabe que há um tempo determinado para a Vinda do Senhor e
assim como de todas as coisas. Não adianta ficarmos ansiosos porque a ansiedade não trará o
Senhor mais cedo. Tudo tem um tempo certo de acordo com a vontade de Deus e assim com
paciência saibamos aproveitar o tempo fazendo aquilo que é correto.

O cristão paciente é aquele que aprende, à semelhança do lavrador, a esperar. Que lição
preciosa o lavrador nos ensina: a terra tem um tempo certo para que a colheita seja possível. O
lavrador já tendo feito a sua parte: semear e regar. Espera que Deus dê o crescimento e que a
terra em resposta a ações anteriores produza os preciosos frutos. Você não sabe esperar?
Então aprenda.

O cristão paciente é aquele que não desanima em face às demoras. Esperar por algo ou
alguém é terrível não é? O Senhor nos desafia em sua palavra a não desanimarmos porque
ainda que a Vinda de Jesus possa parecer demorada podemos crer que ele vem. O que fazer
enquanto esperamos? Falemos de cristo àqueles que não o conhecem e nem o esperam.

Cristãos Reclamadores
“Irmãos e irmãs, não se queixem uns dos outros para não serem julgados por Deus. O
Juiz está perto, pronto para vir. Lembrem dos profetas que falaram em nome do Senhor
e os tomem como exemplo de paciência nos momentos de sofrimento. E nós achamos
que eles foram felizes por terem suportado o sofrimento. Vocês têm ouvido a respeito da

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paciência de Jó e sabem como no final Deus o abençoou. Porque o Senhor é cheio de


bondade e de misericórdia”(Tiago 5.9-11).

O cristão reclamador é aquele que vive queixando-se dos seus irmãos na fé e desconhece ou
não crê no julgamento divino. As queixas e reclamações são tentações que nos acompanham
nos momentos difíceis. As pressões e as derrotas nos impulsionam a reclamarmos sempre de
algo ou de alguém. Infelizmente, tem sido comum lançarmos nossas frustrações sobre as
pessoas mais próximas como familiares, amigos e os irmãos em Cristo que não escapam desta
nossa incapacidade de lidar com as dificuldades e limitações. Por outro lado percebemos que
as queixas servem como um escudo para justificar as nossas faltas pessoais. Isto não está
certo.

Aliás quem garante que ao reclamar de alguém você está efetivamente certo. Quem de nós
tem condições de apontar, acusar ou estabelecer julgamento? A atitude correta neste
relacionamento comunitário é que devemos assumir as nossas próprias faltas e não ficarmos
colocando a culpa nos irmãos. Ao invés de queixar-se pela ausência ou falta de cooperação
nas atividades e reuniões devemos assumir que falhamos em liderar, planejar e divulgar. Isto é
mais honesto e com certeza evitará que os irmãos nos tratem com antipatia. De fato é muito
difícil relacionar-se com uma pessoa que só vive reclamando, murmurando.

Evitar tais reclamações ou queixas é exercer de modo prático a paciência. Assim não devemos
nos queixar das dificuldades dos outros irmãos e nem devemos acusá-los por causa de nossas
dificuldades. Tiago declara que as críticas ou as reclamações mútuas põem as pessoas em
perigo de julgamento. Devemos sempre recordar que o Senhor que julgará a todos nós está
próximo e que nós não temos o direito de julgarmos mutuamente uns aos outros. Esta é uma
prerrogativa de Deus e que não podemos tomá-la para nós. Ei rabugento deixe de ser chato!
Assuma as suas próprias fraquezas e não fique descontando nos irmãos.

O cristão reclamador é aquele que não percebe que a Vinda do Senhor está bem próxima e
que o Juiz chegará. O cristão reclamador é aquele que não conhece ou se esqueceu dos
exemplos bíblicos e das lições que ensinam como deve comportar-se diante dos sofrimentos.
O cristão reclamador é aquele que não aprendeu a ser feliz mediante os sofrimentos e lutas. O
cristão reclamador é aquele que não aprender a ser paciente e não desfruta da bênção de
Deus. O cristão reclamador é aquele que não reconhece a bondade e a misericórdia divina.

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Cristãos que Juram????!!!!


“Acima de tudo, meus irmãos e irmãs, quando vocês prometerem alguma coisa, não
jurem pelo céu, nem pela terra, nem por nada mais. Digam somente "sim", quando for
sim, e "não", quando for não, para que Deus não os condene”(Tiago 5.12).

O cristão que jura é aquele que não está de acordo com a vontade de Deus porque sua palavra
não tem crédito. Note que aqui Tiago não está proibindo os juramentos e sim dizendo que nós
não devemos utilizar inadequadamente o nome de Deus para auferir juramentos que visam dar
garantias à nossa palavra. Tiago reproduz os mesmos conceitos utilizados por Jesus em
Mateus 5.34-37 que afirmam esta mesma questão: os que precisam de juramentos para que
sua palavra tenha crédito estão longe de agradar a Deus. “Mas eu lhes digo: Não jurem de jeito
nenhum. Não jurem pelo céu, pois é o trono de Deus; nem pela terra, pois é o estrado onde ele
descansa os seus pés; nem por Jerusalém, pois é a cidade do grande Rei. Não jurem nem
mesmo pela sua cabeça, pois vocês não podem fazer um só fio dos seus cabelos ficar branco
ou preto. Que o "sim" de vocês seja sim, e o "não", não, pois qualquer coisa a mais que
disserem vem do Maligno”.

O cristão que jura é aquele que precisa do testemunho do céu, da terra e de algo mais para
cumprir suas promessas. Quando eu e você lançamos mão de um juramento isto indica que
alguém desconfia de que cumpriremos as promessas feitas. Por que isto acontece? Porque
não levamos a sério as pessoas com quem nos relacionamos e porque via de regra mentimos.
O mentiroso freqüentemente precisa jurar em razão da dificuldade das pessoas confiarem nele.
O cristão que jura é aquele que em face as suas mentiras é alvo da condenação de Deus. O
problema aqui é mais grave porque os mentirosos são condenados por Deus. Daí o desafio de
vivermos uma vida coerente marcada pelo “sim” ou pelo “não”.

Cristãos Problemáticos
“ Se algum de vocês está sofrendo, ore. Se alguém está contente, cante hinos de
agradecimento. Se algum de vocês estiver doente, que ele chame os presbíteros da
igreja, para que façam oração e ponham azeite na cabeça dele em nome do Senhor. Essa
oração, feita com fé, salvará o doente. O Senhor lhe dará saúde e perdoará os pecados
que tiver cometido”(Tiago 5.13-15).

O cristão problemático é aquele para quem a provisão divina indica oração nos momentos de
sofrimento. Por outro lado esta mesma passagem aponta para a necessidade de sermos
solidários com os que sofrem. Não se trata então de orar somente pelos meus problemas,
como também os dos meus irmãos na fé. O cristão problemático é aquele para quem a
provisão divina indica louvor nos momentos de alegria. De igual modo devemos ser solidários
com os que se alegram e assim devemos unidos agradecer pelas vitórias uns dos outros.

O cristão problemático é aquele para quem a provisão divina indica intercessão nos casos de
enfermidades. Quantos são os crentes enfermos atualmente? Todas as enfermidades são
causadas por pecados encobertos? Não. Mas algumas são e nesses casos os presbíteros(ou

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pastores) devem ser chamados e em nome de Jesus orarão pelos enfermos. Cabe salientar
que nem todas as nossas comunidades praticam a unção com óleo e quem a fizer deve
lembrar-se de que é em nome de Jesus e que a unção deve ser feita na cabeça do enfermo á
seu pedido.

O cristão problemático é aquele para quem a provisão divina indica o perdão de pecados
mediante à confissão. Como sofremos em função dos nossos pecados! Deus tem garantido em
sua Palavra que perdoa os nossos pecados na medida em que os confessamos. Alguns dos
sofrimentos que estamos experimentando hoje são oriundos de pecados ainda não
confessados nem abandonados. O que é que você está esperando? O Senhor quer restaurar a
sua saúde e perdoar os seus pecados.

Cristãos Confidentes
“Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e façam oração uns pelos outros,
para que vocês sejam curados. A oração de uma pessoa obediente a Deus tem muito
poder”(Tiago 5.16).

A mútua confissão de pecados, que o autor bíblico estimula como um hábito, é altamente
positiva e benéfica para a saúde da igreja. O corpo de Cristo que somos nós fica enfermo
quando deixamos de confessar os pecados que cometemos. Preste bem atenção no conjunto
de palavras: Confissão + Oração = Cura. O que ele sugere? Como estamos lidando com os
pecados que temos cometido? Onde, quando e como devemos confessar os nossos pecados?
Eu sei que esta passagem ainda pode levantar outras questões mas gostaria que voltássemos
nossa atenção para a confissão de pecados.

Não temos um confessionário onde as pessoas de forma oculta revelem os seus erros e
recebam as penitências(punições). Cremos que cada cristão deve exercer o sacerdócio e
assim cada um de nós é apto para ouvir e orar pelos pecados uns dos outros afim de que Deus
os perdoe. Se porventura tais pecados têm produzido(e eles produzem) enfermidades físicas e
espirituais também devemos orar pela cura. O fato é que temos uma imensa dificuldade de
confiar aos nossos irmãos os erros e pecados pois tememos o julgamento, a discriminação e
até alguma punição. É preciso que superemos esta dificuldade aprendendo a confiar nos
irmãos e sendo confiáveis para que eles também compartilhem e confessem seus pecados a
nós também.

É claro que não há um local ou ocasião clássica de se fazer esta confissão. Eu creio que ela
pode ser feita tanto individualmente ao procurar-se alguém para confessar e orar pelos
pecados quanto coletivamente, seja numa reunião de oração, num grupo pequeno ou até
mesmo num culto público. Esteja sensível a liderança do Espírito Santo e não continue mais
tentando esconder os pecados como quem esconde o lixo debaixo do tapete. Reconheça que
os seus pecados afetam tanto a sua vida como a de cada irmão que faz parte do mesmo corpo
de Cristo que é a Igreja. Tome ainda hoje uma atitude. Creiamos que o Senhor nos perdoa,

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confessemos mutuamente e uns aos outros os nossos pecados e oremos pedindo ao Pai
Celeste que nos cure de todas as nossas enfermidades.

No enfoque anterior observamos nesta mesma passagem o aspecto da confissão mútua de


pecados que constitui-se elemento vital inclusive para que as nossas orações sejam ouvidas
pelo Senhor nosso Deus. Agora pensaremos sobre nossa responsabilidade de orarmos
mutuamente uns pelos outros. Nos versos anteriores vemos o autor falando que a oração é
uma ótima arma a disposição dos cristãos para que vençamos as batalhas e os obstáculos do
dia-a-dia. O crente responsável não deixa de interceder pelos seus irmãos em Cristo Jesus
além dos outros motivos e necessidades que porventura estejam em sua agenda de oração.

Creio que cada um de nós deve ser um(a) guerreiro(a) do Senhor(Efésios 6.10-20). Os dias
são maus, difíceis e problemáticos. Em meio à tantas dificuldades, o inimigo de nossas almas
trabalha, batalha, seduz, derruba, confunde e vence muitas pessoas. Para tristeza nossa
muitos desses que caem pertencem ao exército de Deus; fazem parte daquilo que chamo de
time de vencedores ou da igreja do Senhor. Será que satanás esta ficando mais forte? Gostaria
de responder a esta pergunta com um não bem redondo mas o que posso dizer é que o
problema não é do inimigo, já que ele faz exatamente aquilo para o qual ele existe(matar,
roubar, destruir), e sim dos guerreiros do Senhor que não cumprem os objetivos dados pelo
nosso general que é Cristo.

O que falta aos soldados de Cristo é combater o bom combate da fé. O que falta aos guerreiros
do Senhor é vestir a armadura de Deus . O que falta aos membros de nossas igrejas é vida
com o Senhor dos Exércitos. Caros irmãos guerreiros do Senhor são guerreiros de oração.
Homens, mulheres, jovens, adolescentes e crianças que além de estarem revestidos da
armadura de Deus obedecem a estratégia militar espiritual: “em todas as suas súplicas, façam
todo tipo de oração espiritual, mantendo-se alertas e persistentes enquanto pedem em favor de
todos os homens e mulheres de Cristo” (Efésios 6.19). Os que assim fizerem estarão
fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Seja um (a) guerreiro (a) do Senhor! Ore
diariamente pelos seus irmãos!

Cristãos Intercessores
“O profeta Elias era um ser humano como nós. Ele orou com fervor para que não
chovesse, e durante três anos e meio não choveu sobre a terra. Depois orou outra vez, e
então choveu, e a terra deu a sua colheita”(Tiago 5.17-18).

O cristão intercessor é aquele que ora mesmo apesar de suas fraquezas e limitações(17). Uma
das estratégias de satanás é procurar fazer com que nos sintamos incapazes de orar. Quando
ele nos acusa de nossos pecados e fraquezas o faz para que não sejamos encorajados a orar.
Por mais fraco na fé que você seja o inimigo não o resistirá se você se puser na posição de

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intercessor. Veja o exemplo de Elias um ser humano sujeito as mesmas paixões que nós mas
que dedicou-se à oração. Não se deixe enganar: seja um intercessor.

O cristão intercessor é aquele que ora com fervor(17). O fervor deve ser uma característica e
diferencial entre os que oram e os que intercedem. Fervor tem a ver com a confiança de que
Deus vai atender a oração e assim o intercessor a cada dia intensifica sua confiança e petição
diante do trono da graça. Note que Elias orou com fervor e sua vida de oração é uma
inspiração para a nossa.

O cristão intercessor é aquele que ora suplicando por milagres(18). Você precisa de um
milagre em sua vida? Então interceda por este milagre e persista em pedir até que Deus tenha
respondido a sua intercessão. Lembre-se porém que Deus tem três maneiras distintas de
responder quando oramos:a) ele responde sim e nos concede o que pedimos. b) ele responde
não e não nos concede o que estamos pedindo. c) ele responde espera e nos dá a paciência
para esperarmos pela bênção.

Assim como o profeta orou nós também devemos interceder e eis algumas situações onde
devemos atuar e agir: a) o cristão intercessor é aquele que ora quando existe aflição(v.12). b)
cristão intercessor é aquele que ora quando está alegre(v.13). c) o cristão intercessor é aquele
que ora quando há doença(v.14). d) o cristão intercessor é aquele que ora quando há tristeza
pelo pecado(v.16)

Cristãos Restauradores
“Minhas irmãs e meus irmãos, se algum de vocês se desviar da verdade, e outro o fizer
voltar para o bom caminho, lembrem disto: Quem fizer um pecador voltar do seu mau
caminho salvará da morte esse pecador e fará com que muitos pecados sejam
perdoados”(Tiago 5.19-20).

O cristão restaurador é aquele que mantêm-se firmado na verdade da Palavra de Deus. Deus
espera que cada um de nós sejamos fortalecidos e que corramos com fidelidade e amor a
carreira da vida cristã. Ocorre que alguns se desviam do alvo e deixam de lado o Senhor e a
sua vontade. O que fazer diante desta situação? É aí que entra em campo a equipe de
restauração. Quem pode atuar no ministério da restauração? Via de regra alguém que tem uma
vida modelar que em função de sua coerência tenha autoridade espiritual para exortar e amor o
suficiente para buscar o afastado onde ele estiver.

O cristão restaurador é aquele que tem como meta trabalhar na recuperação dos cristãos
afastados. Como pastor sinto na pele as cobranças do rebanho que espera que eu sozinho
atue na reconciliação e na busca dos crentes afastados. Eu sei que posso atuar nesta área
mas também sei que outros membros da igreja deveriam envolver-se na recuperação dos
afastados. Você pensa assim também? Quantos membros estão ausentes de sua

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comunidade? Se o seu pastor se dedicar sozinho a esta tarefa quanto tempo levará para
alcançar todos os afastados? Será que a demora não pode piorar a condição do afastado? Por
que não ajudá-lo? Procure visitar alguém de sua igreja que esteja afastado ainda esta semana.
Experimente ser um cristão restaurador.

O cristão restaurador é aquele que atua e consegue com a ajuda de Deus reintegrar os cristãos
afastados. Na prática da busca da “ovelha perdida” o coração de um cristão restaurador(seja
ele pastor ou não) fica bem pequeno porque sabe que depende somente da graça de Deus. O
que falar? Como agir? Minha sugestão é que você apenas ouça com atenção o que o membro
afastado tem a dizer. Permita que o Senhor através do Espírito Santo lidere o seu coração e
compartilhe com ele as suas expectativas quanto ao seu retorno a casa do Pai, a família, o
corpo de Cristo. Ore com ele e por ele e se houver oportunidade de confissão de pecados e
arrependimento proceda junto a igreja a reintegração do afastado.

O cristão restaurador é aquele que em função de sua tarefa experimenta o perdão dos
pecados. Tiago aborda um conceito interessante acerca do perdão de pecados. Os pecados de
quem são perdoados quando ocorre a restauração? A palavra usada aqui em Tiago nos
permite pensar que os pecados de ambos são perdoados. Tanto o restaurador quanto o
restaurado têm os seus pecados perdoados. Isso não é uma bênção?

1 e 2 PEDRO

Os escritos encimados com o nome do apóstolo Pedro são em número de dois. O primeiro
deles ganhou mais simpatia e obteve melhor aceitação. O segundo, por umas características
peculiares ao seu feitio, a princípio não lhe houve tão boa vontade. Não obstante, 1 e 2 Pedro
lograram entrar e hoje re forçam o cânon do Novo Testamento. A primeira carta foi
sobejamente conhecida na Igreja. Policarpo, Papias, Irineu, Tertuliano e Orígenes dela se
serviram como Escritura Sagrada, o que quer dizer que lhe reconheceram a autoridade. Que
há com respeito à segunda epístola? Clemente de Roma reproduziu-lhe quase todo o conteúdo
de 2.5,6-9. A carta foi reconhecida como autêntica por Teófilo, bispo de Antioquia, e Metódio,
bispo de Tiro. O historiador Eusébio escreveu que a epístola era cuidadosamente lida e
estudada nas igrejas.

1. Autoria = Ambas trazem a chancela do autor: Pedro. É uma prova que tem valor não tanto
por causa da declaração do nome do apóstolo, mas porque as cartas não escondem mesmo a
individualidade de Pedro. Pedro era homem profundamente religioso, mas a sua fé oscilava de
quando em quando. Sofrera vários revezes como crente. Exortado à fidelidade, teve de passar
pelo vexame de ser repreendido pelo Mestre. Embora desejoso de seguir, a todo transe, ao
Senhor, para o que hipotecara a sua vida, pareceu, todavia, não estar verdadeiramente
convertido(Lucas 22.32). Convenceu-se de que a fé precisa ser provada no candinho da dor e
das aflições(1 Pedro 1.7). Pedro não entendeu de outra maneira os contratempos da vida
religiosa. São como pedra de toque para avaliar a grandeza e a segurança da fé. Sofreu muito
para se conservar fiel ao Mestre. Foi bastante provado, podia aconselhar-nos à paciência na
provação.

O sofrimento por Deus, para ele, era motivo de graça(1 Pedro 2.20-21). Lembremo-nos de que
ele viveu sob apodos dos homens, os mais deprimentes, e, contudo não deixou de ser humilde.

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Até a rispidez com que Jesus o tratara, de uma feita, ele a recebeu com para edificação da vida
espiritual. Para ele foi um meio da graça. Pedro era judeu, gostava do Antigo Testamento;
sempre tinha o que recordar da vida de Abraão e de outros ser vos de Deus, da antiga
dispensação. Por isso não escoimou a epístola das idéias puramente judaicas. Em 1 Pedro
5.12, há uma evidência valiosa. Lá está que Silvano se prestara ao apóstolo como escriba.
Devia ter sido assim mesmo, pois Pedro não era versado na língua dos gregos: ele falava em
aramaico.

2. Destinatários = A primeira carta destina-se aos "estrangeiros da Dispersão no Ponto,


Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia”. Os lugares mencionados são campo missionário de Paulo.
É claro que Pedro não escreveria a estas igrejas, pelo menos enquanto elas estivessem sob o
cuidado do seu pastor. Além de que, Paulo jamais descuidara de seus pupilos, nem mesmo
enquanto esteve encarcerado. Da prisão escrevia-lhes cartas carinhosas. Tudo faz crer que
Pedro escreveu àquelas igrejas de pois da morte de Paulo, pois antes não haveria motivo de
se impressionar com o trabalho fora de seu campo, e mesmo a ética pastoral não o permitiria.
Por aí se vê, a data coloca-se entre Os anos de 64 a.D. e 68 a.D., no fim do reinado de Nero. A
segunda epístola também foi escrita pelo apóstolo Pedro. Nela o autor relembra o episódio da
transfiguração e dá a entender que esteve presente ao ato(1.16-18). Isto é significativo. Alguns
há que censuram esta falta de modéstia da parte de Pedro. Mas devemos reconhecer que o
apóstolo jamais cuidou de parecer erudito aos ouvintes e leitores. Suas mensagens são
simples e todas se baseiam em testemunhos, isto é, em fatos da vida de Jesus e do ministério
apostólico. Tais foram os seus sermões. E como lhe vamos negar agora o direito de invocar
seu próprio testemunho? Pedro tinha consciência da limitação de suas possibilidades
intelectuais(2 Pedro 3.16). Achava, por exemplo, que nos escritos de Paulo havia algumas
coisas difíceis de entender. Trata-se, portanto, de um testemunho pessoal sincero e que
devemos respeitar. A carta merece, pois, a boa aceitação que alcançou. E merece-a não só
por ter logrado inclusão no cânon, mas mui especialmente porque encerra valores espirituais
específicos auferidos da autoridade divina por via da inspiração. E isto só bastaria, se outra
coisa não bastasse.

3. Data e Lugar = 1 Pedro é um hino às virtudes do cristão, um coro que aflora dos lábios dos
mártires da fé; um escrito encorajador, de palavras que estimulam os sentimentos religiosos,
repassadas de espírito de consagração. Do começo ao fim, correm conselhos salutares, uma
porção de exortações, com que se cuida conservar o testemunho da fé. Sofrer o vitupério pelo
nome de Cristo, eis o privilégio dos crentes(1 Pedro 4.14). A epístola é, destarte, a expressão
da angústia moral que permeava às igrejas. Os crentes sofreram calúnias e violências físicas,
muitas perseguições(2.12, 3.16 e 4.4-5 mais 2.18-25 a 3.18). Havia hereges que espalhavam
entre os crentes idéias errôneas. Acobertados sob uma eloqüência cheia de empáfia, os falsos
mestres minavam os fundamentos doutrinários da igreja, e negavam o segundo ad vento de
Cristo, pregavam conceitos antinômicos, e com isto arrastavam não poucos a vaidade e
luxúria, e se corrompiam em seus costumes. O retrato desta gente está mais bem descrito na
epístola de Judas. Tais coisas vinham acontecendo desde os tempos de Paulo. Conforme
afirma 1Pedro 5.18, estas cartas foram escritas em Babilônia. Babilônia foi uma colônia judaica
muito populosa, situada perto de Alexandria, no Egito. A data, a dos anos 67 a.D. ou 68 a.D.,
não depois.

4. Aspectos Doutrinários = As cartas apresentam um sistema eclético de teologia. Suas


idéias relacionam-se bastante com as do Antigo Testamento. São judaico-cristãs. Ambas

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ensinam que a morte de Cristo é a garantia da salvação, e o seu sangue é o que purifica e
redime o homem da culpa e do pecado. A ressurreição de Jesus é o legado de uma herança
incorruptível, imaculada e imarcescível. É a misericórdia de Deus para com o pecador. O
Senhor Jesus dá ao homem o livre acesso a Deus e favorece o batismo que serve para operar
uma boa consciência(1 Pedro 3.18-21). Outras idéias aparecem, de fundo judaico, mas não se
opõem as cristãs. Por exemplo, ensinam que o Espírito de Cristo não age nos corações
somente desde a encarnação do Verbo. No passado era o que impregnava os profetas do
Antigo Testamento e era a inspiração dos embaixadores de Deus(2 Pedro 1.20-21). Subsiste a
preocupação de se ter um povo de Deus, escolhido, e de um sacerdócio santo, contemplado
na promessa do advento do Senhor. Um novo céu e uma nova terra(2 Pedro 3.4,9,13-14). A
teologia é realmente, eclética, e fundamenta-se em duas idéias que constituem a base do
sistema: o conceito de conhecimento de Deus e o de Cristo Jesus como Senhor. Como
corolários seguem os pensamentos sobre a fé, as obras e o amor. O amor figura como a
virtude cristã por excelência.

5. Esboço das Cartas

1 Pedro

Introdução -1.1-2

I - A fé que nos guarda para a salvação

“Louvemos ao Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo! Por causa da sua grande
misericórdia, ele nos deu uma nova vida pela ressurreição de Jesus Cristo. Por isso o
nosso coração está cheio de uma esperança viva. Assim esperamos possuir as ricas
bênçãos que Deus guarda para o seu povo. Ele as guarda no céu, onde elas não perdem
o valor e não podem se estragar, nem ser destruídas. Essas bênçãos são para vocês
que, por meio da fé, são guardados pelo poder de Deus para a salvação que está pronta
para ser revelada no fim dos tempos. Alegrem-se por isso, se bem que agora é possível
que vocês fiquem tristes por algum tempo, por causa dos muitos tipos de provações que
vocês estão sofrendo. Essas provações são para mostrarem que a fé que vocês têm é
verdadeira. Pois até o ouro, que pode ser destruído, é provado pelo fogo. Da mesma
maneira, a fé que vocês têm, que vale muito mais do que o ouro, precisa ser provada
para que continue firme. E assim vocês receberão aprovação, glória e honra, no Dia em
que Jesus Cristo for revelado. Vocês o amam, mesmo sem o terem visto, e crêem nele,
mesmo que não o estejam vendo agora. Assim vocês se alegram com uma alegria tão
grande e gloriosa, que as palavras não podem descrever. Vocês têm essa alegria porque
estão recebendo a sua salvação, que é o resultado da fé que possuem”(1 Pedro 1.3-9).

Uma das maiores bênçãos de termos fé em Jesus é que ele nos guarda para a salvação. Ela
nos protege e nos capacita a perseverarmos e assim somos conduzidos pelo Senhor até
aquele grande dia quando a salvação se completará e então poderemos descansar na glória
eterna.
O objetivo(fim) de nossa fé é a salvação de nossas almas(v.9) e ela possui algumas
características como: a) é uma obra de Deus em Jesus Cristo(v.3); b) é permanente,
incorruptível e incontaminável; c) foi predita pelo Espírito Santo através dos profetas, como
obra destinada a nós(v.10-12); d) é garantida por Deus(v.5). Assim cada um de nós, os salvos
por Jesus, somos guardados pelo poder de Deus, e nada pode retirar-nos de sua proteção.

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A salvação admite provas durante nossa caminhada nesta vida(v. 1,6) e elas são: a) provas
necessárias porque revelam a qualidade de nossa fé(v.6); b) provas breves(v.6), ou seja um
pouco de tempo significa que o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela
manhã(Salmo 30.5); c) provas para a purificação(v.7), o ouro passa pelo fogo para ficar mais
puro; d) provas para o louvor, glória e honra de Jesus Cristo(v.7).

Desta maneira nos que o amamos e cremos nele sem o termos visto somos felizes porque ele
fez nascer em nós esta fé inabalável que nos prepara para a salvação gloriosa preparada antes
mesmo da fundação do mundo. Você tem fé em Jesus então guarde-a bem porque ela é o seu
maior tesouro.

II - Vendo a Glória de Deus em Minha Vida

"Portanto, estejam prontos para agir. Continuem alertas e ponham toda a sua esperança
na bênção que será dada a vocês quando Jesus Cristo for revelado. Sejam obedientes a
Deus e não deixem que a vida de vocês seja dominada por aqueles desejos que vocês
tinham quando ainda eram ignorantes. Pelo contrário, sejam santos em tudo o que
fizerem, assim como Deus, que os chamou, é santo. Porque as Escrituras Sagradas
dizem: "Sejam santos porque eu sou santo." Quando oram a Deus, vocês o chamam de
Pai, ele que julga as pessoas não pela sua aparência, mas de acordo com as suas ações.
Portanto, durante o resto da vida de vocês aqui na terra tenham respeito a ele. Pois
vocês sabem o preço que foi pago para livrá-los da vida inútil que herdaram dos seus
antepassados. Esse preço não foi uma coisa que perde o seu valor como o ouro ou a
prata. Vocês foram libertados pelo precioso sangue de Cristo, que era como um cordeiro
sem defeito nem mancha. Ele foi escolhido por Deus antes da criação do mundo e foi
revelado nestes últimos tempos em benefício de vocês. Por meio dele vocês crêem em
Deus, que o ressuscitou e lhe deu glória. Assim a fé e a esperança que vocês têm estão
firmadas em Deus"

(1 Pedro 1.13-21).

O Senhor, nosso Deus, nos chama para uma vida de santidade. E nesta porção da escritura o
vemos nos advertindo sobre diversos aspectos de nossa vida cristã. Podemos afirmar com
segurança que a salvação implica em completa santificação(13-16): a) Porque a santificação
se alcança através da obediência(v.14). b) Porque a santificação se alcança pela comunhão
com Deus(v.16). c) Porque a santificação se alcança pelo estudo da Palavra(v.14). d) Porque a
santificação nos faz deixar a ignorância e seguir rumo ao entendimento(v.13).

Mas o que significa santidade ou santificação? Nos versos 17 e 18 Deus nos responde dizendo
que: a) a santidade nos faz viver como peregrinos que não se apegam aos valores deste
mundo. Estamos aqui de passagem e devemos revelar em nossas vidas fidelidade e amor ao
Senhor. b) a santidade nos faz lembrar o fato de fomos separados para uso exclusivo de Deus.

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Ele tem direito sobre nossas vidas porque nos comprou com o preço do sangue de Jesus
derramado na cruz. c) a santidade nos adverte que agora uma vez comprados e separados
também fomos feitos novas criaturas através da ação regeneradora do Espírito Santo que nos
conduz a novos propósitos. d) a santidade exige de nós uma relação correta com Jesus.

A santidade é construída sobre a base da salvação(19-21) e isto se processa da seguinte


maneira: a) Cristo, o cordeiro de Deus, é singular, absoluto e não há nenhum outro que possa
nos desafiar e ajudar neste caminho de santidade(v.19). b) a santidade de Jesus é idêntica a
de Deus Pai, porque ele fazia parte da essência da divindade(v.20). c) Jesus é o escolhido de
Deus e o único mediador(v.20). d) a comprovação de nossa fé pela misericórdia perdoadora de
Deus encontra-se na ressurreição de Jesus(v.21). e) devemos manter nossa fé e esperança
porque o maligno não tem mais domínio sobre os que apoiam sua fé em Deus(v.21). Eu e você
temos pela frente o desafio da "perfeição" ou santidade sejamos obedientes e atentos às
oportunidades que Deus nos oferece.

III - Vendo a Glória de Deus em minhas amizades

"Portanto, abandonem tudo o que é mau, toda mentira, fingimento, inveja e críticas
injustas. Sejam como criancinhas recém-nascidas, desejando sempre o puro leite
espiritual, para que, bebendo dele, vocês possam crescer e ser salvos. Pois, como dizem
as Escrituras Sagradas: "Vocês já descobriram por vocês mesmos que o Senhor é bom."
Cheguem perto dele, a pedra viva que os seres humanos rejeitaram como inútil, mas que
Deus escolheu como de grande valor. Vocês, também, como pedras vivas, deixem que
Deus os use na construção de um templo espiritual onde vocês servirão como
sacerdotes dedicados a Deus. E isso para que, por meio de Jesus Cristo, ofereçam
sacrifícios que Deus aceite. Pois as Escrituras Sagradas dizem: "Eu escolhi uma pedra
de muito valor, que agora ponho em Sião como a pedra principal do alicerce. Quem crer
nela não ficará desiludido." Essa pedra é de muito valor para vocês, os que crêem. Mas,
para os que não crêem, "A pedra que os construtores rejeitaram veio a ser a mais
importante de todas." E em outra parte as Escrituras Sagradas dizem: "Esta é a pedra em
que as pessoas vão tropeçar, a rocha que vai fazê-las cair." Essas pessoas tropeçaram
porque não creram na mensagem, de acordo com a vontade de Deus para elas. Mas
vocês são a raça escolhida, os sacerdotes do Rei, a nação completamente dedicada a
Deus, o povo que pertence a ele. Vocês foram escolhidos para anunciarem os atos
poderosos de Deus, que os chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz. Antes,
vocês não eram o povo de Deus, mas agora são o seu povo; antes, não conheciam a
misericórdia de Deus, mas agora já receberam a sua misericórdia. Queridos amigos e
amigas, lembrem que vocês são estrangeiros de passagem por este mundo. Peço,
portanto, que evitem as paixões carnais que estão sempre em guerra contra a alma. A
conduta de vocês entre os pagãos deve ser boa, para que, quando eles os acusarem de

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criminosos, tenham de reconhecer que vocês praticam boas ações, e assim louvem a
Deus no Dia da sua vinda"( 1 Pedro 2.1-12).

Deus quer usar as nossas vidas na construção de uma sociedade santa. Deus quer usar as
nossas vidas transformadas e santificadas para edificar uma cidade perfeita. Do mesmo modo
que um construtor responsável usa material de primeira qualidade o Senhor deseja usar um
material nobre. Você está disposto a ser essa "pedra viva" que Deus usará na construção de
uma cidade eterna? Então preste atenção no que diz a Palavra nesta porção escrita por Pedro.

Para que sejamos estas "pedras vivas" e atinjamos o padrão de santidade desejado por Deus
precisamos extinguir em nossas vidas algumas práticas pecaminosas como: abandonar a
malícia, o engano, os fingimentos, as invejas e toda a maledicência(v.1). Para que sejamos
estas "pedras vivas" e atinjamos o padrão de santidade desejado por Deus precisamos desejar
o crescimento espiritual e isso implica em assumir a condição de filhos(bebês) de Deus que
ardentemente anseiam e tomam o puro leite espiritual. Este leite espiritual tem sido
compreendido como a pessoa de Cristo e/ou à sua Palavra(v.2). Você e eu precisamos
relembrar diariamente a respeito da bondade do Senhor(v.3).

Para que sejamos estas "pedras vivas" e atinjamos o padrão de santidade desejado por Deus
precisamos nos aproximar de Cristo diariamente(v.4). Ao buscar esta aproximação devemos
desfrutar dos benefícios advindos da comunhão com o Senhor Jesus e permitir que sua
influência poderosa vá transformando nossas vidas. Para que sejamos estas "pedras vivas" e
atinjamos o padrão de santidade desejado por Deus precisamos de um modelo(4). Jesus é a
pedra que vive aceito e escolhido por Deus para ser o alicerce, a base desta nova sociedade
olhemos para ele e nos espelhemos no seu caráter.

Para que sejamos estas "pedras vivas" e atinjamos o padrão de santidade desejado por Deus
precisamos viver como o povo de Deus. Este povo tem como fundamento a pessoa de Jesus
Cristo. Uma vez que nós somos este edifício(v.5) devemos reconhecer o Senhor tem algumas
funções que espera que executemos como: a) sacerdócio santo = isto significa dizer que todos
os crente somos sacerdotes de Deus neste mundo. Todos uma vez transformados e
santificados pelo Espírito Santo temos acesso à presença do Todo-Poderoso e podemos
realizar nossas funções sacerdotais através dos dons espirituais que recebemos. b) sacerdócio
real = isto significa dizer que servimos ou ministramos em nome do Rei Jesus seja na oração,
na proclamação ou nos serviços de amor. c) raça eleita = isto significa dizer que Deus nos
elegeu em Cristo para construirmos uma nova sociedade. O privilégio de sermos eleitos não se
deve a qualquer mérito que tenhamos e sim ao fato de termos sidos adotados pelo
Senhor(João 1.12). d) nação santa = isto significa dizer que devemos buscar uma vida,
enquanto indivíduos e igrejas, separada para o Senhor. Santo é aquilo que foi separado para o
uso exclusivo do Senhor. e) propriedade particular = isto significa dizer que o Senhor Deus é

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nosso dono. O somos por duas razões: o direito de criação e o direito de compra na cruz. Se
somos dele então vivamos para ele!

Para que sejamos estas "pedras vivas" e atinjamos o padrão de santidade desejado por Deus
precisamos cumprir nossa missão proclamadora(v.9). Deus quer conduzir as pessoas das
trevas para a sua maravilhosa luz e para essa sagrada missão conta conosco. Para que
sejamos estas "pedras vivas" e atinjamos o padrão de santidade desejado por Deus
precisamos assumir uma posição de peregrinos que sabem passar por este mundo sem estar
ligado ou preso a ele e seus valores que são passageiros(v.11).

Para que sejamos estas "pedras vivas" e atinjamos o padrão de santidade desejado por Deus
precisamos nos abster das paixões carnais. O que são estas paixões carnais? Em tese é tudo
aquilo que luta conta a nossa alma. Tudo aquilo que nos faz pecar por nos colocar no centro
destronando assim Cristo e sua Vontade. Para que sejamos estas "pedras vivas" e atinjamos o
padrão de santidade desejado por Deus precisamos manter uma boa conduta entre os não
crentes de modo que eles sejam capazes de louvar a Deus por nosso bom testemunho. O
desafio de sermos "pedras vivas" é tremendo e espero que você esteja ligado a Jesus e
desejoso por alcançar este padrão.

IV - Vendo a Glória de Deus em Minha Família

1 Pedro 3.1-15

Segundo Gary R. Collins em seu livro Aconselhamento Cristão “o casamento é a mais íntima
de todas as relações humanas. Quando esta relação é boa e se desenvolve ela fornece uma
das maiores satisfações da vida. Quando é negativa, ou mesmo estática e rotineira, pode ser
uma fonte de grande frustração e miséria”. Deus quer que os casamentos sejam bons, os lares
ajustados e que as famílias vivam de acordo com as orientações divinas.

Uma vez que fomos alcançados pela graça maravilhosa de Jesus temos um compromisso de
refletir a glória de Deus. Isto indica que precisamos em nossa vida familiar revelar aspectos do
caráter transformado pelo poder de Deus. Somos “o sal da terra e luz do mundo” e precisamos
exercer uma boa influência em nossa sociedade. Eu quero ver, o mundo precisa ver e a
vontade de Deus é que de fato sua glória seja vista em nossas atitudes marcadas pela
santidade e pela obediência à sua Palavra.

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Durante este acampamento não desejo trazer nenhuma inovação nesta problemática. O meu
desejo é rever antigos conceitos que nos ajudarão a resolver os modernos problemas da
família. E neste momento contaremos com a ajuda do apóstolo Pedro em sua primeira epístola
capítulo três do verso primeiro ao décimo segundo onde juntos construiremos a partir dos
ensinos ali registrados uma reflexão sobre o tema: Vendo a Glória de Deus em Minha Família

I - Em primeiro lugar na família que reflete a glória de Deus cada componente executa

bem a sua função.

"Assim também você, esposa, deve obedecer ao seu marido a fim de que, se ele não crê
na mensagem de Deus, seja levado a crer pelo modo de você agir. Não será preciso dizer
nada porque ele verá como a conduta de você é honesta e respeitosa. Não procure ficar
bonita usando enfeites, penteados exagerados, jóias ou vestidos caros. Pelo contrário, a
beleza de você deve estar no coração, pois ela não se perde; ela é a beleza de um
espírito calmo e delicado, que tem muito valor para Deus. Porque era assim que
costumavam se enfeitar as mulheres do passado, as mulheres que eram dedicadas a
Deus e que punham a sua esperança nele. Elas eram obedientes ao seu marido. Sara foi
assim; ela obedecia a Abraão e o chamava de "meu senhor". Você será agora sua filha
se praticar o bem e não tiver medo de nada. Também você, marido, na vida em comum
com a esposa, reconheça que a mulher é o sexo mais fraco e que por isso deve ser
tratada com respeito. Porque a esposa também vai receber, junto com você, o dom da
vida, que é dado por Deus. Aja assim para que nada atrapalhe as orações de você"(1
Pedro 3.1-7).

“Nesta era de libertação feminina e reavaliação dos papéis masculino e feminino tradicionais,
surge constantemente um conflito sobre o que significa ser homem ou mulher. A sociedade dá
pouca orientação neste assunto, pois as opiniões parecem estar mudando rapidamente. A
Bíblia é muito mais explícita, mas os cristãos diferem em suas interpretações dessas
Escrituras. Como resultado há discórdia e algumas vezes ameaça, acompanhada de
competição”. É necessário que como famílias cristãs saibamos distinguir e cumprir bem o papel
que Deus descreveu em sua Palavra.

Por exemplo, o papel da mulher na vida familiar segundo os textos lidos pode ser
compreendido como: 1) Submissão = “estar de pé adiante de”, organização, força. 2)Temor a
Deus e comportamento honesto(3-5) = qualidades pessoais e internas: contraste entre a beleza
externa (adornos) e a interna (Cristo). Provérbios15.3-6 praticar o bem e não temer
perturbação nenhuma.

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O homem tem por papel segundo o verso 7: a) viver a vida comum no lar com
discernimento. b) fidelidade conjugal “viver juntos”. c) Respeito à fragilidade feminina - o vaso
mais fraco. d) ter sabedoria e tratar a esposa com dignidade “conferir honra”. e ) ter coerência
com a esperança e a vida cristã que os dois possuem “co-herdeiros”. f ) manter um bom nível
de comunhão e espiritualidade no relacionamento.

Como tem sido a sua participação familiar prezado irmão, estimada irmã? Você é uma pessoa
criada por Deus, e resgatada na cruz? Você pode afirmar com convicção que na sua família,
você tem feito a sua parte? Cuide pois de cumprir as determinações da Palavra de Deus.

II - Em segundo lugar na família que reflete a glória de Deus existem harmonia, união e
amor entre os companheiros.

"Finalmente, que todos vocês tenham o mesmo modo de pensar e de sentir. Amem uns
aos outros e sejam educados e humildes uns com os outros. Não paguem mal com mal,
nem ofensa com ofensa. Pelo contrário, paguem a ofensa com uma bênção porque,
quando Deus os chamou, ele prometeu dar uma bênção a vocês. Como dizem as
Escrituras Sagradas: "Quem quiser gozar a vida e Ter dias felizes não fale coisas más e
não conte mentiras. Afaste-se do mal e faça o bem; procure a paz e faça tudo para
alcançá-la"(1 Pedro 3.8-11).

Os seres humanos são criaturas complexas com personalidades individuais e vontades fortes.
Estamos comprimidos num planeta que parece superpovoado com pessoas cuja natureza
pecaminosa os faz inimigos de Deus e uns dos outros. Muitos querem manter uma boa
convivência com os demais, mas isto não é fácil.

Cada membro da família é responsável pela manutenção de um ambiente saudável e cristão


no lar. E neste grande e importante concerto que é a família precisamos experimentar a ação
divina e aprender com a sua Palavra a viver em harmonia, união e amor. Na linguagem musical
a harmonia tem uma importância fundamental para que, tanto os instrumentos, como as vozes,
cumpram as suas responsabilidades de produzir uma música agradável. E numa linguagem
existencial a harmonia é o grande desafio da vida em família, pois vivemos num tempo onde
ninguém se entende.

Os versos 8-11 nos dão um caminho a seguir dentro da vida familiar: 1) unanimidade,“um
mesmo sentimento”. 2) compadecimento, “compassivos” = sentir junto com o outro.
3) misericórdia, não construir preconceitos e discriminações. 4) humildade, “humildes de

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espírito”. 5) não pagar o mal com mal. 6) perdoar e abençoar os perseguidores. 7) amar a
vida. 8) não maldizer. 9) apartar-se do mal. 10) praticar o bem. 11) buscar a paz.

Estes ensinos nos conduzem à uma avaliação do nosso comportamento familiar. Pois se
compomos como uma família que almeja refletir a glória de Deus é certo que estas
características devem existir em nosso dia-a-dia. Mas se ainda falta alguma coisa saiba que
Jesus pode transformar o vosso lar. Basta que permitamos
que ele dirija, conduza, controle os nossos passos. As nossas atitudes hão de ser um
testemunho vivo da transformação que Deus opera a partir de Jesus Cristo. Lembremos
principalmente doamor, da união e da harmonia.

III - Em terceiro lugar na família que reflete a glória de Deus todos reverenciam a Deus e

buscam sua orientação.

"Pois o Senhor olha com atenção as pessoas honestas e ouve os seus pedidos, porém é
contra os que fazem o mal." Se, de fato, vocês quiserem fazer o bem, quem lhes fará o
mal?

Como vocês serão felizes se tiverem de sofrer por fazerem o que é certo! Não tenham
medo de ninguém, nem fiquem preocupados. Tenham no coração de vocês respeito por
Cristo e o tratem como Senhor. Estejam sempre prontos para responder a qualquer
pessoa que pedir que expliquem a fé que vocês têm"(1 Pedro 3.12-15).

Na incansável busca para a refletir a glória de Deus os membros unem-se em torno da fé


inabalável e buscam na Bíblia Sagrada a orientação para uma vida agradável. “Pois o Senhor
está observando os seus filhos, atento às suas orações”. Sei que a luta diária pela
sobrevivência, os compromissos e as prioridades individuais sobrecarregam os membros de
nossas famílias e em determinadas circunstâncias criam verdadeiras barreiras na comunicação
interpessoal e também na comunhão familiar com Deus.

Resta-nos então o desafio de escolher, como fez no passado o servo Josué(“eu e a minha
casa serviremos ao Senhor”), as prioridades para a vida da família. Acomodar os horários,
eliminar os elementos menos importantes e cultivar uma vida em família que busque unida a
presença do Senhor e que reverencie a sua majestade. “E tranqüilamente entreguem-se aos
cuidados de Cristo, seu Senhor, e se alguém perguntar por que vocês crêem e vivem assim,
estejam preparados para contar-lhe, e façam de umamaneira amável e respeitosa”(3:15 BLH).

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Qual é a sua relação com o Senhor Glorificado? Temos reverenciado a sua presença em
nossas casas? Podemos dizer que temos buscado a sua orientação? Ou os fatos revelam que
cada um tem tentado orientar os próprios passos? Prezadas famílias cristãs, é necessário pois
firmar-se na confiança em Deus e pautar a vida nas páginas e no conteúdo das Escrituras.
Permitam que Deus realize a Sua perfeita Vontade em vossos corações. E sejam uma bênção
para a honra e glória de Deus. Amém!

V - Glorificando a Deus nas perseguições

“Por isso, assim como Cristo sofreu no corpo, vocês também devem estar prontos,
como ele estava, para sofrer. Porque aquele que sofre no corpo deixa de ser dominado
pelo pecado. Então, de agora em diante, vivam o resto da sua vida aqui na terra de
acordo com a vontade de Deus e não se deixem dominar pelas paixões humanas. No
passado vocês já gastaram bastante tempo fazendo o que os pagãos gostam de fazer.
Naquele tempo vocês viviam na imoralidade, nos desejos carnais, nas bebedeiras, nas
orgias, na embriaguez e na nojenta adoração de ídolos. E agora os pagãos ficam
admirados quando vocês não se juntam com eles nessa vida louca e imoral e por isso os
insultam. Porém eles vão ter de prestar contas a Deus, que está pronto para julgar os
vivos e os mortos. Pois o evangelho foi anunciado também aos mortos, os quais
morreram por causa do julgamento de Deus, como morrem todos os seres humanos. O
evangelho foi anunciado a eles a fim de que eles pudessem viver a vida espiritual como
Deus quer que eles vivam. O fim de todas as coisas está perto. Sejam prudentes e
estejam alertas para poderem orar. Acima de tudo, amem sinceramente uns aos outros,
pois o amor perdoa muitos pecados. Hospedem uns aos outros, sem reclamar. Sejam
bons administradores dos diferentes dons que receberam de Deus. Que cada um use o
seu próprio dom para o bem dos outros! Quem prega pregue a palavra de Deus; quem
serve sirva com a força que Deus dá. Façam assim para que em tudo Deus seja louvado
por meio de Jesus Cristo, a quem pertencem a glória e o poder para todo o sempre!
Amém! Meus queridos amigos e amigas, não fiquem admirados com a dura prova de
aflição pela qual vocês estão passando, como se alguma coisa fora do comum estivesse
acontecendo a vocês. Pelo contrário, alegrem-se por estarem tomando parte nos
sofrimentos de Cristo, para que fiquem cheios de alegria quando a glória dele for
revelada. Vocês serão felizes se forem insultados por serem seguidores de Cristo,
porque isso quer dizer que o glorioso Espírito de Deus veio sobre vocês. Se algum de
vocês tiver de sofrer, que não seja por ser assassino, ladrão, criminoso ou por se meter
na vida dos outros. Mas, se alguém sofrer por ser cristão, não fique envergonhado, mas
agradeça a Deus o fato de ser chamado por esse nome” (1 Pedro 4.1-16).

Para glorificar a Deus nas perseguições eu devo evitar(1-4): a) o medo causado pela
possibilidade ou realidade do sofrimento físico e me colocar a disposição de Cristo(v.1). b) o
domínio do pecado e apresentar o meu corpo em sacrifício vivo(Romanos 12.1) para ser todo
ele consumido(queimado, gasto, usado) para a glória do Senhor(v.1). c) ser guiado pela minha
vontade e pelas paixões humanas assumir uma postura de obediência irrestrita a Vontade de
Deus pelo resto de minha vida(v.2). d) ser controlado pelo que os incrédulos gostam de fazer
ou o que fazia antes da conversão como: imoralidade, desejos carnais, bebedeiras, orgias,

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embriaguez e idolatria(v.3). e) ter comunhão com os incrédulos uma vez que eles nos insultam
exatamente porque não somos dominados pelas paixões carnais e pela imoralidade(v.4)
Para glorificar a Deus nas perseguições eu devo saber(5-7): a) que Deus julgará os vivos e os
mortos e todos haveremos de prestar contas de nossas atitudes(v.5). b) que a pregação do
evangelho ou a atenção(crédito) ou obediência que demos a ele é o nosso grande álibi(nossa
defesa)(v.6). c) que o fim de todas as coisas está perto: sim Deus cumprirá as suas promessas
e neste dia haverá um acerto de contas(v.7). d) que devo ser prudente e me manter alerta e na
prática da oração(v.7).

Para glorificar a Deus nas perseguições eu devo amar sinceramente(v.8). Na medida em que
pensamos na responsabilidade que temos de amar mutuamente uns aos outros, como a Deus
e também ao nosso próximo precisamos de um modelo e o temos na pessoa de Jesus Cristo.
Então ore ao Senhor dizendo-lhe: “Meu Deus me ajude a amar como Jesus ama!”. Cremos que
o amor tem sua origem em Deus que é amor e por esta razão se ainda não estamos amando
como deveríamos devemos buscá-lo na fonte. Cremos que o amor também é um dom espiritual
que o Senhor concede a sua igreja e que este dom é eterno e se temos sentido falta dele isto
não faz sentido e contraria a própria natureza eterna do amor. Eis o desafio de cada um de
nós: não permitir que a chama do amor se apague ou se esfrie.

Ao refletirmos sobre como está o amor concluímos também que o amor tem como clímax o
auto-sacrifício e que quem deseja amar deve estar disposto a sofrer todas as conseqüências
do ato de amar verdadeiramente(basta dar uma conferida em 1 Coríntios 13). Amar é doar-se e
abrir mão de possíveis direitos em função do ser amado. Aliás quero dizer ainda que o amor
tem com evidência a vida eterna. Ou seja, quem ama na forma expressa pela Palavra de Deus
tem a vida eterna e a estes a Bíblia continua dizendo:“Meus filhos, amemos não apenas em
teoria ou em palavras - amemos com sinceridade e na prática!”(v.18) E o amor como está?
Você tem amado verdadeiramente seus irmãos e o seu próximo?

Para glorificar a Deus nas perseguições eu devo praticar a hospitalidade(v.9). O hospitaleiro é


aquele que dá hospedagem por bondade ou caridade. Hospitalidade é acolher com satisfação
os seus hóspedes. A hospitalidade é exigida como uma característica básica de quem almeja
ser ou já é líder na igreja de Cristo(1 Timóteo 3.2; Tito 1.8). Até a viúva recebe a lembrança de
que deve mostrar hospitalidade aos estrangeiros(1 Timóteo 5.10). Espera-se de toda a igreja
que a hospitalidade seja praticada(1 Pedro 4.9).

Os cristãos têm que se destacar pela hospitalidade. Ela é verdadeiramente um sinal de


maturidade cristã. Ser hospitaleiro não é somente abrir as portas do seu lar para alguém, mas
oferecer amor, atenção especial à necessidade do outro que pode ser emocional, social ou
espiritual. Assim entendemos a bênção da hospitalidade como uma etapa no processo de
aceitação mútua na comunidade cristã. A hospitalidade é recomendada como uma
virtude: “acudi os santos nas suas necessidades, exercei a hospitalidade(...) não vos esqueçais
da hospitalidade porque por ela alguns, sem o saberem, hospedaram a anjos”( Romanos
12.13; Hebreus 13.2).

A hospitalidade não é apenas uma responsabilidade sagrada ou um dever religioso, mas antes
um ato de amor cristão. Recusar a hospitalidade é recusar o próprio Jesus Cristo(Mateus
25.31-46). Se a palavra da qual temos a tradução hospitalidade em nossa língua significa
amável com os estrangeiros, gentil com os estranhos, afável com os desconhecidos, o que
podemos extrair como lição para a nossa vida em comunidade? É claro que devemos praticar a

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hospitalidade e com esse hábito abençoar e sermos abençoados. A hospitalidade contribuirá


para que pessoas se sintam aceitas por nós. Estou orando a Deus para que nos capacite a
sermos hospitaleiros. Que os nossos lares estejam sempre aptos e abertos para atender o
necessitado!

Para glorificar a Deus nas perseguições eu devo me apresentar para o serviço divino na
medida dos dons recebidos(v.10-11). Sabemos que os dons espirituais são dados a igreja para
que haja benefício a todos os crentes(v.10). Se eu e você não nos apresentamos para servir a
Deus através da sua igreja logo os dons não estão cumprindo o seu propósito em nossas
vidas(v.11). Todas as nossas ações ministeriais da proclamação ao serviço devem ter como
meta: o louvor de Deus por meio de Jesus Cristo(v.11). Sabemos que Jesus nos ensinou a
servir, mostrando que a grande posição no reino e na igreja é a do servo. A grande virtude que
devemos perseguir é a da humildade no serviço(Mateus 20.26). Jesus, nosso exemplo, foi
servo, apresentou-se como servo, disse que veio para servir, serviu(Filipenses 2.7). Nós que
compomos sua igreja, como devemos agir? Os dons espirituais que dizem respeito ao serviço
nos capacitam a servirmos mutuamente uns aos outros. Assim Deus sabiamente nos desafia a
sairmos de nós mesmos e de nossos problemas, e quer que nos dediquemos aos outros.

Todos devemos nos envolver neste ministério de serviço mútuo. Cada um de nós sabe e pode
fazer alguma coisa que beneficie alguém. Não é coerente com o seu chamado e com a
capacitação recebida de Deus o crente que não serve, que não ajuda, que não ministra em
nome de Jesus aos que têm necessidades. Este egoísmo ou este desinteresse pelo
próximo(incluindo os membros da igreja) não é compatível com a vida de um discípulo ou servo
de Jesus. Assim meus queridos irmãos eu os conclamo a que saíamos desta situação
vergonhosa de descaso pelos nossos irmãos que carecem de nosso serviço de amor e mais do
que depressa corramos para acudi-los em suas necessidades. Pois quem age assim serve a
Deus através do cuidado pelo seu próximo!

Para glorificar a Deus nas perseguições eu devo entender que as provações fazem-nos
participar do sofrimento de Cristo(4.13): a) não devemos ficar admirados ou escandalizados
com o sofrimento ele é perfeitamente normal nesta luta da vida cristã(v.12). b) O Senhor Jesus
Cristo sofreu por causa dos nossos pecados e uma vez que somos o seu corpo(a igreja),
sofremos com ele(v.1). c) Devemos entender que as provações(perseguições, obstáculos)
ocorrem em nossas vidas e devem servir para que cresçamos(v.12). d) Devemos entender que
as provações que nos atingem são pela vontade de Deus, seja a vontade diretiva ou a
permissiva(3.17; 4.19). e) Não podemos ter inveja dos incrédulos que aparentemente têm uma
vida tranqüila, porque ainda que tardias as suas provações serão severas e contribuirão para a
condenação(4.17-18).
Para glorificar a Deus nas perseguições eu devo vencer as provações, como Cristo, pela
prática do bem(4.19): a) Santificando a Cristo os nossos coração(3.15). b) sabendo a razão da
esperança que há em nós(3.15). c) Não permitindo que as provações perturbem o nosso
coração(3.14). d) confiando completamente em nosso Deus que cumpre as suas
promessas(v.19).

Devemos glorificar a Deus nas provações uma vez que somos cristãos verdadeiros(4.16). Sim
o discípulo de Jesus é feliz quando sofre perseguição por fazer a vontade de Deus. O
sofrimento ocorre porque o cristão sustenta o padrão divino da verdade, justiça e pureza. Não
deve o discípulo ter medo, pois a certeza de que o reino dos céus é seu é uma grande
realidade. Os que são perseguidos por não se conformarem com o mundo têm prova clara de

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que se orientam por um padrão que está de acordo com as leis do reino de Deus. A
perseguição, nesse caso, não é uma infelicidade. Os que querem seguir fielmente a Jesus,
padecerão perseguições. Não importa que o mundo os odeie e persiga seu é o reino dos céus.
Jesus te promete bênçãos sem par, riquezas, glórias e triunfos no seu reino. Quem quiser ser
fiel ao Salvador, participará ao menos de uma parcela de sofrimentos por causa dele. O
galardão(recompensa) eterno, que nos será reservado, constitui um incentivo para suportarmos
com paciência as oposições por amor a Cristo.(Mateus 5.11-12).

VI - Cuidados Necessários à Vida Cristã

“Eu, que também sou presbítero, dou agora conselhos aos outros presbíteros que estão
entre vocês. Sou uma testemunha dos sofrimentos de Cristo e vou tomar parte na glória
que será revelada. Aconselho que cuidem bem do rebanho que Deus lhes deu e façam
isso de boa vontade, como Deus quer, e não de má vontade. Não façam o seu trabalho
para ganhar dinheiro, mas com o verdadeiro desejo de servir. Não procurem dominar os
que foram entregues aos cuidados de vocês, mas sejam um exemplo para o rebanho. E,
quando o Grande Pastor aparecer, vocês receberão a coroa gloriosa, que nunca perde o
seu brilho. E vocês, jovens, sejam obedientes aos mais velhos. Que todos prestem
serviços uns aos outros com humildade, pois as Escrituras Sagradas dizem: "Deus é
contra os orgulhosos, mas dá graça aos humildes!" Portanto, sejam humildes debaixo
da poderosa mão de Deus para que ele os honre no tempo certo. Entreguem todas as
suas preocupações a Deus, pois ele cuida de vocês. Estejam alertas e fiquem vigiando
porque o inimigo de vocês, o Diabo, anda por aí como um leão que ruge, procurando
alguém para devorar. Fiquem firmes na fé e enfrentem o Diabo porque vocês sabem que
no mundo inteiro os seus irmãos e irmãs na fé estão passando pelos mesmos
sofrimentos. Mas, depois de sofrerem por um pouco de tempo, o Deus que tem por nós
um amor sem limites e que chamou vocês para tomarem parte na sua eterna glória, por
estarem unidos com Cristo, ele mesmo os aperfeiçoará e dará firmeza, força e verdadeira
segurança. A ele seja o poder para sempre! Amém! Escrevo para vocês esta pequena
carta com a ajuda de Silas, a quem eu considero um fiel irmão na fé. Quero animá-los e
dar o meu testemunho de que as bênçãos que vocês têm recebido são uma prova
verdadeira da graça de Deus. Continuem firmes, pois, nessa graça. A igreja que está em
Babilônia, escolhida também por Deus, manda saudações. O meu filho Marcos também
manda saudações. Cumprimentem uns aos outros com um beijo de irmão. Que a paz
esteja com todos vocês que pertencem a Cristo!”

I - O Procedimento Esperado da Liderança(1-4) = a) Os líderes devem exercer com


espontaneidade a orientação da igreja. b) os líderes não devem usar de torpe ganância a fim
de tirar proveitos pessoais. c) os líderes devem dedicar-se com prioridade à tarefa do
“pastoreio” ou cuidado do rebanho. d) os líderes não devem ser ditadores ou dominadores
antes devem ser exemplo para o rebanho.

II - O Procedimento Esperado do Povo de Deus(5-9) = a) os cristãos devem aprender com a


sujeição mútua e voluntária. b) os cristãos devem buscar viver humildemente na presença do

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Senhor e nos relacionamentos interpessoais. c) os cristãos devem lançar suas ansiedades


sobre o Senhor e confiar em seus cuidados. d) os cristãos devem ser sóbrios e assim
manterem a vigilância. e) os cristãos devem aprender a resistir com firmeza em sua fé não
permitindo que os ataques do maligno os surpreenda.

III - Uma Saudação Expressiva(10-14) = Pedro despede-se com muita emoção e confiança no
Senhor que dá o livramento e alivia o sofrimento dos seus filhos.

2 PEDRO

I - PREFÁCIO: A FÉ PRECIOSA(1.1-2)

a) O autor = Simão Pedro escreveu esta carta alguns anos de pois da primeira, à qual ele se
refere em 3.1. Já era velho, e aguardava a sua morte(1.14).

b) Os leitores = Enquanto a 1ª Epístola foi escrita primaria mente aos cristãos judaicos, esta 2ª
dirige-se a todos os cristãos(v.1), isto é, crentes judaicos e gentios.

c) A Fé Preciosa = Notemos que a fé dos apóstolos não é superior nem inferior à dos demais
crentes; é "igualmente preciosa", na sua natureza, no seu poder e nos seus resultados:1) Sua
natureza - cremos que Jesus é o Filho de Deus, que morreu por nossos pecados e ressuscitou
para nossa justificação(Romanos 4.25). 2) Seu poder - crendo nEle, somos salvos da
condenação eterna(João 5.24), do domínio do pecado(Romanos 6.14) e, futuramente, da
presença do pecado(Apocalipse 21.27). 3) Seus resultados - estes são muitos: a vida eterna, a
paz com Deus, a comunhão com Ele pelo Espírito Santo, o poder para o serviço aceitável, fruto
espiritual no caráter, etc.

A fé do crente lhe é "preciosa", pois lhe traz grandes bênçãos; também é preciosa para
Deus, pois a salvação dos homens por meio dela custou-lhe a vida do seu Filho. O fundamento
desta fé é a justiça; pelo sacrifício de Jesus, o Justo pelos injustos, Deus se mostra justo e ao
mesmo tempo justificador daquele quem tem fé em Jesus(Romanos 3.24-26).

d) A Saudação(v.2). Graça e paz, multiplicadas, é o que o apóstolo nos deseja. Estas bênçãos
aumentam, na medida em que conhecemos intimamente a Deus e ao Senhor Jesus. Este
conhecimento é o meio de vivermos piedosamente(3,8). Em Efésios 4.11-13 vemos que
evangelistas, pastores e doutores foram dados à igreja pa ra edificarem os crentes neste
conhecimento de Cristo. Qual é o serviço de cada um desses obreiros?

II - O PROGRESSO NA VIDA CRISTÃ: CHAMADA, CRESCIMENTO, CONFIR MAÇÃO(1.3-


11).

a) A Chamada(3-4). Estes dois versos indicam o motivo pelo qual o crente deve esforçar-se
para crescer na espiritualidade, desenvolvendo no seu caráter as qualidades cristãs, para que
a sua eleição ao reino eterno seja confirmada.

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1) Deus chamou os crentes, com o fim de fazê-los "participantes da natureza divina" - isto é,
que sejam unidos com Deus em santidade de caráter, assim como Ele é santo(1 Pedro1.15).
Nascidos de novo pelo Espírito Santo, recebemos uma nova vida, a de Cristo mesmo, e assim
já somos participantes da natureza divina, capazes de evitar a maldade da corrupção mundana
e de mostrar a imagem de Cristo em nosso caráter.

2) Para este fim, o Senhor nos deu tudo que e necessário, o conhecimento dEle como nosso
Salvador e Pai, o Espírito Santo que habita em nós(João 14.17), a Palavra para ensinar-nos
sua vontade, e "preciosas e mui grandes promessas" a respeito de nossa vida atual e
futura(Quem pode citar algumas dessas promessas? Veja Mateus 6.33; João 14.3; 15.14;
16.33; Romanos 8.18,28-30; Filipenses 4.19; Hebreus 13.5; 1 João 3.2).

b) O Crescimento(5-8). Neste trecho vemos a responsabilidade do cristão, de esforçar-se para


progredir na sua vida espiritual. Nascemos "crianças em Cristo", mas o Pai não quer que
permaneçamos crianças. Assim como nossos filhinhos têm que se esforçar para comer, andar,
falar, estudar, etc., assim também a criança espiritual precisa fazer diligência por adquirir as
diversas qualidades que pertencem ao caráter cristão. Como fazemos diligência?(Oração,
estudo e prática da Palavra, reuniões, etc.).

O alicerce do crescimento e a fé; porem a fé, o batismo e a recepção na igreja não são o fim,
mas sim o princípio da vida espiritual. O crente tem que desenvolver o caráter digno do seu
Senhor, acrescentando a sua fé mais sete qualidades(e ainda mais, veja Gálatas 5.22-23). Ei-
las: Virtude = poder para vencer a tentação e testemunhar de Cristo Conhecimento = de Deus,
da sua Palavra, da sua vontade. Moderação = evitando o fanatismo, a raiva, o excesso nos
apetites carnais(domínio próprio). Paciência = nas circunstâncias difíceis; e no serviço do
Senhor(perseverança). Piedade = reverência, temor de Deus, seriedade. Fraternidade = prazer
em reunir com os irmãos, e em ajuda-los. Amor = o caráter de Deus(1 João 4.8,16). Estas
qualidades são a manifestação prática da vida espiritual no crente; formam o caráter cristão,
que honra a Deus e comprova a realidade da nossa profissão de fé. Conhecendo a Cristo,
tornar-nos-emos semelhantes a Ele, pois para isto nos chamou(3,8).

c) A Confirmação(9-11). O cristão deve andar na luz, em comunhão com o Senhor e


desenvolvendo o seu caráter santo. Faltando nisto ele se mostra cego, não apreciando o
motivo da sua purificação(9). Será que tal "crente" realmente nasceu de novo? Neste respeito
podemos enganar-nos a nós mesmos(Mateus 7.21-24). Deveras, somos salvos pela graça por
meio da fé, e não pelas obras(Efésios 2.8-9), mas a fé salvadora produz as obras e desenvolve
o caráter cristão(Tiago 2.14,17,20).

1) É desejável, então, que a nossa eleição - o fato de sermos realmente chamados para filhos
de Deus - seja confirmada(para nós mesmos) e comprovada(para os outros) por assim
crescermos e progredirmos na vida cristã(v.10). Examinemo-nos a nós mesmos de vez em
quando, neste respeito somos mais pacientes, mais amorosos, mais fortes contra a tentação,
etc., do que no começo da nossa vida cristã? O nosso andar é firme? 2) Assim crescendo e
andando, entraremos gloriosa e vitoriosamente no reino eterno do nosso Senhor e Salvador,
que para este fim nos salvou: uma entrada "abundante de vencedores"(Apocalipse 3.21).

III - BASES DA FÉ CRISTÃ(1.12-21)

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a) O Testemunho dos Apóstolos(12-18):

1) Explicação pessoal(12-15). Aqui o próprio apóstolo Pedro dá os motivos por que escreveu
sobre o assunto do texto anterior: a necessidade de progresso na vida crista. Não foi por causa
de ignorarem os leitores essa necessidade, nem por não darem testemunho de serem
salvos(12); mas Pedro sentia a sua responsabilidade, como apóstolo, de sempre exortar os
crentes sobre essas verdades. Ele se acha perto da sua "partida", por isso quer aproveitar o
mais possível do pouco tempo que lhe resta neste mundo, para assim cumprir a missão que o
Senhor lhe deu(Qual foi essa missão? Veja João 21.15-17).

Apascentar e pastorear o rebanho do Senhor, para que as ovelhas cresçam na vida espiritual -
tal é o dever de Pedro, e ele esforça-se para cumpri-lo até a morte(13,14). A sua morte não o
tomaria de surpresa. Por que razão? O Senhor lhe tinha avisado que alcançaria a velhice(João
21.18) - (foi por isso que pode dormir sossegadamente na prisão em Atos 12.6, sabendo que a
sua hora não tinha chegado?) - mas agora estava no tempo da velhice, e sabia que logo
"deixaria o seu tabernáculo"(isto é o seu corpo), pelo martírio, conforme a palavra do Senhor. O
fiel servo pensava no bem-estar espiritual não somente dos crentes contemporâneos, a quem
dirige a carta, como também aos das gerações futuras. Ele sabia que a sua carta formava parte
da Escritura inspirada, e que seria conservada para sempre(15).

2) O Testemunho Apostólico(16-18). Não somente Pedro, como também os outros apóstolos


receberam a tarefa de testemunharem a respeito do Senhor. Aqui Pedro se une com eles,
asseverando a veracidade deles todos(Veja 1 João 1.1-3). Os Primeiros cinco livros do Novo
Testamento não consistem em fábulas, lendas, mitos e histórias inventadas pelos autores. São
os fatos históricos da vida, morte, ressurreição e ascensão de Jesus Cristo, acontecimentos
testificados e verificados pelas pessoas que os presenciaram. Tratam do poder de
Jesus(milagres e sinais durante a sua vida; e sua ressurreição, e milagres feitos nos primeiros -
anos da igreja), e também da sua vinda(primeira e segunda - v.16). Visto que em todas estas
coisas o Senhor cumpriu as profecias do Antigo Testamento(que também não são fábulas).
Que disse Jesus, por exemplo, acerca de Noé(Lucas 17.26-27)?... de Jonas(Mateus 12.39-
41)?... de Ló e sua mulher(Lucas 17.28-29,32)? de Daniel(Mateus 24.15)?... de Moisés e a
sarça ardente(Marcos 12.26)?... veja também Lucas 24.25-27,44-48.

Pedro faz menção especial à Transfiguração(17-18) de Jesus registrada também em Mateus


17.1-5, uma cena gloriosa presenciada por ele, Tiago e João. Ali a voz divina declarou acerca
de Jesus: "este é o meu filho amado"- superior a Moisés e Elias(a Lei e os Profetas) - e deu-lhe
autoridade suprema e final: "Escutai-o". João confirma tudo isto em 1 João 5.9. Sim Deus falou
- acerca do seu Filho e por meio desse Filho(Hebreus 1.2), e os apóstolos recordam o que Ele
falou, para que nos creiamos, e tenhamos vida em Seu nome(João 20.31). CREMOS?
TEMOS?

b) O Testemunho das Escrituras(19-21).

1) A Escritura Profética(19). Porém há ainda outro testemunho - a "palavra profética", isto é, os


Escritos Sagrados do Antigo Testamento, inspirados por Deus(2 Timóteo 3.15-16). Desde
Moisés até Malaquias, esses ensinadores falaram e escreveram acerca do Salvador vindouro -
o Cristo, e a redenção que traria a Israel e ao mundo. Até à vinda de Jesus, a palavra dos

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profetas do Antigo Testamento era misteriosa e tinha que ser recebida pela fé; mas agora, o
testemunho dos apóstolos confirma(faz ainda mais certa) a palavra profética, pois Jesus a
cumpriu. Nos dias dos próprios profetas, as suas profecias eram como velas no meio das
trevas; porém, Jesus tendo chegado, essas profecias são cada vez mais claras e
compreensíveis, até se tornarem - junto com as epistolas do Novo Testamento - a perfeita luz
divina, dando o conhecimento de Cris to e formando o caráter dEle(a Estrela da Alva) em todos
os que o recebem.

2) A Escritura Inspirada(20-21). Nestes dois versos temos uma declaração categórica e


irrefutável a respeito da inspiração divina da Bíblia, com especial referência ao Antigo
Testamento. Por causa de tradução duvidosa o verso 20 tem dado certa dificuldade. A igreja
católica cita-o para refutar o direito dos "protestantes” de interpretar as Escrituras, mas o verso
refuta igualmente o direito daquela igreja. Porém, o versículo não trata de interpretação das
profecias pelos ouvintes ou leitores, mas sim da origem delas, de onde elas provêm; os
profetas do Antigo Testamento não inventaram ou imaginaram as suas profecias a respeito do
Messias, nem sempre as compreenderam(1 Pedro 1.10-12).

Como vieram, então, as profecias? "Homens falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito
Santo”(21). Mesmo um profeta tão infiel e corrupto como Balaão tinha que falar as palavras
exatas que Deus lhe deu, quando profetizou acerca de Israel e o Messias(Números 22.35,38;
23.12,16, 26; 24.2-4,9,12-13,17,18). As profecias, então, não se originaram na mente ou pela
vontade do profeta, e este não as escreveu nem explicou conforme a sua particular
compreensão delas. As próprias palavras - não somente o assunto geral - foram dadas pelo
Espírito Santo(refiro-me, naturalmente, ao original hebraico); veja, por exemplo 2 Samuel 23.2;
Jeremias 36.1-2,4-6,17-18,23,27-28,32. Os profetas do Antigo Testamento falaram inspirados
por Deus, e fala ram de Cristo. Estude Deuteronômio 18.18; Gênesis 12.7; Salmo 22; 69;
110:1; Isaías 53; Miquéias 5.2; Zacarias 9.9. Se as profecias acerca da primeira vinda do
Messias foram divinamente inspiradas e tão exatamente cumpridas na vida dEle, podemos
aguardar com certeza o cumprimento das profecias com respeito a sua segunda vinda.

IV - OS INIMIGOS DA FÉ CRISTÃ(2.1-22): FALSOS ENSINADORES

a) Falsos profetas(1). Pedro mostra que falsos ensinadores na igreja não deviam causar
surpresa, pois houve falsos profetas no meio de Israel nos tempos do Antigo Testamento.
Lembremo-nos de alguns: Balaão(Números 25.1-3); os profetas de Baal(1 Reis 18); os profetas
de Acabe(1 Reis 22.6,12); Hananias de Gibeom(Jeremias 28.1,15-17). Por muitos anos antes
do cativeiro, parece que a maioria dos profetas(isto é, os ensinadores profissionais) eram
enganadores; veja Jeremias 5.31 e Isaías 9.14-16).

b) Falsos Mestres(1-3). O Senhor deu a igreja "doutores" (Efésios 4.11), para o


"aperfeiçoamento dos santos, para a edificação do Corpo de Cristo"; até hoje, é necessário o
serviço dos ensinadores e pastores. Porém, logo entraram nas igrejas, como cristãos,
ensinadores que torceram ou negaram as doutrinas apostólicas; esse serviço diabólico foi feito
astutamente, os erros básicos sendo introduzidos gradualmente, e mistura dos com ensinos
verdadeiros. Assim entraram heresias graves destruidoras da fé cristã e da conduta santa. Até
hoje continuam tais heresias no meio da cristandade, junto com outras que têm sido
acrescentadas durante os séculos. Entre elas há: 1) A negação da eterna e perfeita divindade
de Jesus, ou da sua perfeita humanidade, ou da sua perfeita santidade. 2) Negação do seu
nascimento virginal; do seu perfeito conhecimento(onisciência); da sua ressurreição. 3) A
supremacia e a infalibilidade do “papa”; culto a Maria, anjos, Apóstolos e "santos"; o purgatório

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e as doutrinas da Missa. 4) A salvação ou a santificação pelas obras da Lei mosaica; a


liberdade do cristão para viver em pecado. 5) negação da plena inspiração e infalibilidade da
Escritura Sagrada; negação da perdição eterna. Os falsos mestres sendo carnais e não
convertidos, desprezam a santidade; apregoam o relaxamento, o mundanismo, o comodismo e
a religião exterior. Têm muitos seguidores, cujo mau testemunho traz vergonha sobre o
verdadeiro cristianismo(2); arranjam seitas e "ordens eclesiásticas", chefiando-as por bons
lucros, pois buscam riqueza e domínio(3a). Porém, Deus não fica indiferente a tudo isto; o juízo
já está preparado para os que estragam o seu rebanho(3b).

c) Juízo divino(4-9). Nestes versos temos três exemplos do juízo divino no passado: 1) Sobre
os anjos rebeldes(v.4). A Bíblia não nos revela como nem quando, mas houve rebelião de
anjos, e os rebeldes foram lançados no Tártaro(abismo de trevas), onde aguardam o seu juízo
final. 2) Sobre o mundo antediluviano, que foi destruído pelo Dilúvio no tempo de Noé(v.5). 3)
Sobre duas cidades ímpias, Sodoma e Gomorra, que foram destruídas pelo fogo, "como
exemplo" para todos os ímpios(v.6).

Além destes juízos especiais, haverá o grande Juízo Final para todos os injustos, sejam
homens sejam anjos(v.9). Os notáveis desastres e flagelos que acontecem de vez em quando -
terremotos inundações, incêndios, secas - são avisos do juízo divino reservado para todos os
pecadores, "se não se arrependeram"(Lucas 13.1-5). Mas os justos e fiéis serão salvos. Noé e
sua família foram sal vos por meio da arca; Ló, fraco, mas não ímpio, foi livrado pelo anjo; e os
cristãos fiéis ao Senhor e à doutrina dos apóstolos não serão atribulados junto com os infiéis,
rebeldes e heréticos(v.9). Veja Apocalipse 3.10 e 1 Tessalonicenses 1.10.

d) Difamadores Presunçosos(10-13a). Entre os falsos mestres há caluniadores arrogantes,


sem respeito para as autoridades superiores, sejam presbíteros da igreja, poderes civis ou pais
de família(2 Timóteo 3.1-2). São orgulhosos(os que não aceitam as suas doutrinas são
"ignorantes"), agitadores - de vida suja e boca violenta. Os próprios anjos falam
respeitosamente das autoridades constituídas por Deus, na Igreja ou no País - mas esses
mestres não aceitam governo algum. Veja Romanos 13.1; Tito 1.5 e Efésios 6.2. Carecendo
da natureza espiritual(pois nunca nasceram de novo), nem a dignidade humana têm(v.12); na
sua ignorância atacam o que não entendem, e mesmo neste mundo sofrem o que merecem -
"enganando e enganados"(13a; veja 2 Timóteo 3.13).

e) Tentadores Dissolutos(13b-19). Há supostos "ministros de religião" que, debaixo duma capa


de santidade exterior, vivem em adultério, imoralidade e luxúria, buscam sem vergonha os
prazeres mundanos, e querem seduzir os cristãos para o mesmo tipo de vida. A cristandade da
Idade Média foi quase inteiramente corrompida por tais coisas, e vemo-las também nos nossos
dias. Quão terrível é a imoralidade, quão sutilmente tentadora, e quão devastadora nos seus
efeitos no indivíduo, no mundo e na igreja. Veja Mateus 5.27-29; 1 Coríntios 5.11; 6.9,10,18;
Efésios 5.5, 11,12.

v.15-16 - Desviados pelo amor do mundo e seus prazeres, fazem-se discípulos de


Balaão(Números 22.7-21); este amou mais o dinheiro do que a Deus, foi repreendido pela sua
jumenta a qual, embora animal, tinha temor do anjo, enquanto o profeta andava em
desobediência a Deus.

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v.l7-l9 - Inúteis para Deus neste mundo, e condenados para as trevas exteriores(Apocalipse
20:15; 21.8,27; 22:11a,15), esses mestres querem atrair, pela eloqüência e pela tentação
carnal, pessoas meio-convencidas(v.18) mas ainda não plenamente convertidas a Cristo.
Querem religião, mas ainda "olham para trás" com desejo dos "prazeres do Egito"(veja
Números 11.4-5). Dizem-lhe os falsos mestres: "vocês podem ter a salvação pela graça de
Deus, e também os pecados antigos. Não precisam tornar-se puritanos; o pecado no crente
não é fatal. Podem continuar no pecado, pois tem liberdade - não estão debaixo da Lei mas
sim da graça”. Veja Romanos 6.1,15; aqui Paulo refuta esse erro, mas os ensinadores
libertinos praticam-no até hoje. Escravos voluntários do pecado, querem escravizar aos outros
também.

f) Cães e Porcos(20-22). O capítulo finda com um aviso solene: o perigo de conhecer e


concordar com a verdade do Evangelho, ficar meio-convertido ou até fazer profissão de fé, e
ainda não nascer de novo. Pecadores que, emocionados por campanhas evangelísticas,
deixaram certos vícios ou maus costumes; pessoas que adotam uma vida religiosa ou
resolvem "viver melhor"; filhos de crentes, protegidos na meninice contra a corrupção do
mundo, mas não convertidos a Cristo - tais pessoas, indecisas e vacilantes, conhecendo, mas
não aceitando a verdade e a vida eterna, podem ser facilmente desviadas de todo, ficando em
condições piores do que antes. O cão doente vomita o conteúdo do estômago - e então come
de novo; a porca lavada pelo dono logo volta a deitar-se na lama.

Na verdade, é um capítulo triste, este; mas é fiel e verdadeiro. A igreja nos tempos passados
experimentou todas estas coisas; até hoje sofre a presença e os frutos de tais ensinadores e
daí o relaxamento moral que se vê em toda parte da sociedade. Sejamos apercebidos,
lancemos fora o fermento velho(1 Coríntios 5.7) e pratiquemos o mandamento de 3 João 8-11.
Leia 1 João 3.7-10.

V - A VINDA DO SENHOR(3.1-13)

a) O Valor da Palavra(1-2). Mais uma vez Pedro explica a razão de ter ele escrito as suas
cartas: ele quer lembrar aos irmãos o que já tinham aprendido. Donde receberam a instrução?
Ele menciona duas fontes de ensino: 1) As palavras dos santos profetas. Onde acharam estas
palavras? Aqui se refere às Escrituras do Antigo Testamento, e não aos ensinos dos "profetas"
da igreja(1 Coríntios 12.10,48; Efésios 4.11), os quais vieram depois do Senhor e não
anteriormente(v.2). 2) As instruções do Senhor Jesus, por meio dos apóstolos. Veja João 14.26
e Atos 2.42. Mais uma vez, então, Pedro liga o Antigo Testamento com o ensino apostólico,
mostrando que a Escritura Sagrada forma uma só revelação e autoridade, e também que o
ensino dela e permanente.Veja Salmo 119.89,152,160.

b) A Vinda do Senhor(3-7). Qual é a vinda que forma o assunto deste capítulo? Pela referência
ao Antigo Testamento e ao Mandamento do Senhor(v.2), parece claro que o apóstolo trata da
vinda do Senhor não para a igreja mas sim com os seus santos, em poder e grande glória, para
estabelecer o seu reino, julgar os inimigos de Deus, etc. O capítulo abrange os acontecimentos
do "Dia do Senhor"(A Segunda Vinda, o Milênio e o Juízo Final) e o começo de novos céus e
nova terra - o "Dia de Deus" (Apocalipse 21.1). Pedro diz que nos últimos dias, antes da vinda
do Senhor pa ra iniciar todas estas coisas, haverá escarnecedores com duas características
principais: 1)Vida dissoluta, imoderada, egoísta("andando segundo suas próprias paixões") 2)
Negação desdenhosa de qualquer volta pessoal da parte do Senhor(v.4). Estes
escarnecedores não serão pagãos, mas religiosos, pertencendo a cristandade, conhecendo os
escritos do Antigo Testamento e dos "pais"(os apóstolos?), e as profecias acerca da segunda
vinda de Cristo. "Mas - dizem eles - desde os tempos dos apóstolos, os primeiros pais da

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igreja, não há mais milagres; tudo continua como sempre, segundo o curso natural; Deus não
faz mais sinais; Cristo não voltará!"

v.5-6 - Porém, diz o apóstolo, esta gente nega a segunda vinda do Senhor porque não quer
que seja a verdade - deliberadamente se esquecem do que aconteceu no passado , quando
Deus falou: 1) A terra subiu das primeiras águas(Gênesis 1.6-10). 2) A terra foi destruída pelas
águas, no Dilúvio(Gênesis 6.13,17; 7.4-10). Isto é, Deus pela sua palavra criou a terra, pela
mesma palavra sustentou a terra por quase dois mil anos desde Adão até o Dilúvio; e pela
mesma palavra destruiu a terra por meio do Dilúvio.

v.7 - Da mesma forma, diz Pedro, a palavra de Deus esta guardando o universo atual para ser
destruído, não por água mas sim por fogo, no tempo do julgamento final dos ímpios. Note a
importância que Pedro dá, neste trecho, a palavra de Deus. Não as opiniões ou desejos
humanos, mas sim a vontade divina, é o que determina o curso deste mundo; essa vontade já
foi revelada na sua Palavra, a Escritura Sagrada, e será infalivelmente cumprida, no tempo que
Deus resolver. Ele já anunciou o Julgamento, o fim deste mundo, e a vinda do Senhor Jesus
em glória para cumprir tudo isso(Mateus 24.30,31,35; 25.31, 46; Atos 1.11 ; 3.21; 2
Tessalonicenses 1.7-9). Agora Pedro anuncia que a destruição do mundo será por meio do
fogo.

c) A Razão da Demora(8-9). Em 1º lugar, Deus é eterno, e Ele não contempla a passagem do


tempo do mesmo modo como nos. Para Ele, mil anos e só um dia na eternidade; também Ele
pode fazer num só dia o que para os homens necessitaria mil anos para fazerem. É loucura,
então, julgar as ações divinas pelas medidas humanas. Em 2º lugar, esta "demora" antes de vir
o Dia do Senhor e para a bênção da humanidade; provém da misericórdia do Senhor. Quantas
gerações ouviram o Evangelho desde os tempos dos apóstolos até hoje? Quantos homens
tiveram oportunidade de ouvirem e crerem e se salvarem? Deus quer que todos se salvem -
pois Ele ama a todos, deu seu Filho para salvá-los, e sabe quão terrível será a perdição eterna!
O julgamento não lhe será uma obra agradável(Ezequiel 18.32; 33.11); todavia, Ele disse que o
fará mas em nosso tempo está dando oportunidades para todos se arrependerem(Atos 17.30-
31).

d) O Dia do Senhor(10). Esta frase encontra-se muitas vezes no Antigo Testamento, mas
somente 4 vezes no Novo testamento. Veja Atos 2.20; 1 Tessalonicenses 5.2; 2
Tessalonicenses 2.2. Em ambos, o "Dia do Senhor" pode ter duas significações: 1) Descreve o
dia da vinda do Senhor "com poder e grande glória(Lucas 21.27. Atos 2.20; Apocalipse 19.11-
16; Joel 2.31? etc). 2) Refere-se a um período comprido, começando depois da grande
apostasia do mundo religioso e da revelação do "homem da iniqüidade"(2 Tessalonicenses 2.2-
3), abrangendo os juízos de Apocalipse 6-16, A Grande Tribulação, a Vinda do Senhor na
Glória, o Julgamento das Nações(Mateus 25.31-46; Apocalipse 19.11-20.6) e o Milênio inteiro,
e terminando com o Julgamento Final do grande Trono Branco. Este período virá
inesperadamente sobre o mundo(1 Tessalonicenses 5.23), iniciando-se talvez com a
Trasladação da Igreja(1 Tessalonicenses 4.14-17). O versículo 10 do nosso trecho menciona
três coisas que acontecerão no Dia do Senhor: 1) Os céus passarão. 2) Os elementos se
desfarão abrasados. 3) A terra e suas obras serão queimadas. Estas coisas poderão realizar-
se no próprio "grande Dia da Vinda do Senhor"(Mateus 24.29; Apocalipse 6.14), ou durante os
juízos anteriores(Apocalipse 8.7); e alguns pensam que este v.10 se refere a Apocalipse
20.11,embora ali não se mencione fogo.

e) A Atitude dos Cristãos(11-13). Estes versos, embora oferecendo certa dificuldade de


interpretação, têm o sentido geral bastante claro. Qualquer que seja a época em que os céus e
a terra forem queimados(ou no princípio ou no fim do período chamado "Dia do Senhor"), a

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conduta dos crentes deve ser Santa e piedosa, porque sabemos que vai acontecer
mesmo(v.11).

v.12 - "o Dia de Deus" pode significar o Milênio ou, como alguns pensam, o dia eterno que o
segue(Apocalipse 21). Em qualquer caso, os crentes o esperam, e estão "apressando-se para
ele". Os nossos dias vão correndo, e não sabemos o dia nem a hora da vinda do nosso
Salvador para iniciar aquele Grande Dia; e talvez influirá naquilo(trazendo-o mais cedo ou mais
tarde) a fidelidade e os esforços da igreja em servir ao Senhor.

v.13 - Mas a grande esperança da igreja não é o fogo nem, o juízo, embora estes serão
necessários; a nossa esperança e o estabelecimento de JUSTIÇA e PAZ na terra, para a
Glória do Senhor. Eis o motivo e a finalidade da grande obra da redenção: que Deus Reine, e
assim as obras do Diabo serão desfeitas para sempre(1 João 3.8), e o triunfo da "semente da
mulher" será completo. O reino de Deus e justiça e paz e alegria no Espírito Santo"(Romanos
14.17); devemos mostrar estas virtudes, então, na nossa vida diária, pois somos herdeiros do
Reino.

VI - EXORTAÇÃO FINAL: A SANTIDADE, AS ESCRITURAS, A FIRMEZA.

a) A Santidade(14-15a). A frase "por essa razão"(ou "pelo que") liga este trecho com o verso
13, mostrando-nos por que devemos procurar a santidade de vida: e por causa de aguardamos
"novos céus e nova terra, nos quais habita justiça". Sabemos e cremos que haverá juízo divino,
fogo e destruição sobre a terra, mas em Cristo somos salvos destas coisas e podemos olhar
alem delas para o Reino de justiça e paz, do qual pela graça de Deus somos feitos herdeiros.
Por enquanto, andemos em paz - uns com os outros e também com os de fora(Romanos
12.17-19). "Sem mácula e irrepreensíveis" - eis um padrão bem alto, e digno do povo do Reino;
bem diferente do que se vê em 2.14, por exemplo. "Sem mácula - nada de mentiras, furtos,
palavras feias, gritarias, malícia(Efésios 4.25-32). Também "irrepreensíveis, justos, honestos,
sinceros e puros em nossas relações sociais e comerciais(Romanos 12.8-10). Assim é que o
Senhor quer achar-nos sempre. "Procuremos" isto - "empenhemo-nos" por isto. Mas não nos
desanimemos, vendo a nossa imperfeição; o Senhor é paciente é longânimo para conosco, e
daí a nossa salvação diária. Os escarnecedores rejeitam sua salvação e zombam da sua vinda
não compreendendo que Ele é longânimo e paciente para que eles possam escapar da
perdição. Os crentes devem conhecê-lo melhor!

b) As Escrituras(15b-16). Aqui temos uma referência muito interessante às Epístolas de Paulo,


a quem Pedro chama o "nosso amado irmão", mencionando a "sabedoria" que lhe foi dada.
Quantas epístolas escreveu Paulo?(treze por certo, e talvez Hebreus). Quantas dirigidas a
igrejas?(nove) Quantas a indivíduos?(quatro): 1) Paulo fala acerca "destas coisas" - isto é, a
vinda do Senhor, o Dia do Senhor, Os últimos tempos, a santidade crista, etc. 2) Nessas
epistolas há "coisas difíceis de entender; não devemos ficar desanimados quando não
entendermos um trecho difícil. 3) “os ignorantes e indoutos". Os que não conhecem a Escritura,
nem querem conhece-la, pois poucos acreditam nela; estes torcem a Palavra para fazê-la dar
um sentido errado, mas são eles mesmos que sofrem o prejuízo(Por exemplo, as falsas
testemunhas de Jeová torcem João 1.1 para negarem a divindade de Jesus, e Lucas 23.43
para negarem que o ladrão fosse ao Paraíso naquele mesmo dia). 4) Pedro põe as epístolas
de Paulo junto com as demais Escrituras - isto é, elas formam parte da Palavra de Deus,
inspirada e eterna. 5) No verso 15, a frase "como também o nosso amado irmão Paulo vos
escreveu" - isto é, acerca da longanimidade do Senhor - parece referir-se a Romanos 2.4.

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c) A Firmeza(17-18). Sendo agora prevenidos, e sabendo que haverá nas igrejas falsos
mestres, de vida dissoluta e doutrina subversiva, e que nos últimos tempos haverá
escarnecedores que negam a segunda vinda de Cristo, Os leitores devem ficar com os olhos
abertos e corações limpos e firmes. Note a palavra "insubordinados": eles fazem-se
"abomináveis" porque não querem sujeitar-se à Palavra, nem obedecer ao Senhor, nem viver a
vida que convém ao crente. Fiquemos nós, todavia, firmes e constantes - na fé e na
santidade(1 Coríntios 15.58; Efésios 6.11,13,14).

v.18 - terminada a carta, Pedro volta para o pensamento do primeiro capítulo: o progresso na
vida crista(1.5-l1). Sempre crescendo, não voltaremos para trás; conhecendo cada vez mais ao
Senhor, não seguiremos aos que o desonram e negam Desejamos que Ele seja glorificado,
aqui nesta vida e no reino eterno.

EPÍSTOLAS JOANINAS

I - Introdução

a) Autoria = “o discípulo amado”, “ancião”, “presbítero”.

1) evidências externas = tais evidências favorecem fortemente a atribuição da autoria destas


epístolas a João, principalmente a primeira. Todas as três epístolas se acham nos manuscritos
gregos mais antigos. Também aparecem nas versões mais antigas da Igreja do Oriente e do
Ocidente. Os comentaristas encontraram possíveis alusões às epístolas em diversos escritos
patrísticos primitivos. Porém, a mais antiga referência vem na carta de Policarpo de Esmirna
apesar dele não atribuir às citações a João. O primeiro a se referir a João como o autor de uma
epístola foi Papia de Hierápolis, em meados do segundo século. Já Irineu de Lião entre 130-
200 d.C. atribuiu a João a autoria da 2ª e 3ª epístolas e o Evangelho. Clemente de Alexandria
conhecia mais de uma epístola joanina. Tertuliano, seu contemporâneo latino, fez considerável
uso da 1ª epístola atribuindo a João. No cânon de Muratori(170 a 215 d.C.) encontra-se
referências a tais epístolas. Chegamos então até Eusébio(325 d.C.) que coloca a 1ª epístola
entre os homologoumena(livros aceitos) e as 2ª e 3ª epístolas entre os antilegoumena(livros
contestados). As evidências externas quanto a 2ª e 3ª epístolas não são tão claras ou fortes
como as concernentes à 1ª. A primeira citação definida ocorre em Irineu, que menciona as
duas epístolas, atribuindo-as à João. É em Orígenes que damos como primeira menção
explícita de alguma dúvida sobre a autoria destas duas epístolas. Jerônimo disse que as duas
epístolas mais curtas eram a atribuídas a João o Presbítero, e, embora através de toda a Idade
Média as epístolas pareçam ter sido aceitas como obras de João o Apóstolo.

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2) Evidências Internas = tais provas da autoria das epístolas como as que se podem colher das
próprias epístolas são indiretas. As semelhanças de matéria e assunto, estilo e vocabulário no
Evangelho e na 1ª epístola fornecem evidências muito fortes em favor da identidade de autoria,
não enfraquecidas pelas peculiaridades de cada uma, nem pelas diferenças de ênfase no trato
de temas comuns. No caso as 2ª e 3ª epístolas “a semelhança entre elas é demasiado estreita
para admitir-se qualquer explicação, exceto a de autoria comum ou de imitação
consciente”(Brooke). Conclui-se que as duas epístolas menores foram escritas pela mesma
pessoa e que esta pessoa foi também a autora da 1ª epístola e do 4º Evangelho. E já que as
evidências internas do 4º Evangelho atribuem a autoria ao Apóstolo João que completa a idéia
de que o autor das epístolas foi uma testemunha ocular e pelo tom de autoridade com que se
dirige aos seus leitores gozava de reconhecimento dos irmãos.

b) Ocasião = situação de vida enfrentada nas epístolas.

1) Igrejas joaninas = as 2ª e 3ª epístolas de João são escritas a diferentes igrejas distantes do


autor, e assim ficamos sabendo que a comunidade joanina não se encontrava toda numa área
geográfica. Estariam em diferentes cidades ou povoados. E como este era um período em que
as comunidades cristãos se reuniam em casas-de-família-igrejas que não poderiam ter muitos
membros, numa dada cidade ou povoado poderia ter havido diferentes casas-igreja dos
cristãos joaninos.

2) Escola joanina = nestas igrejas qual foi a função do autor que se chama a si mesmo “o
presbítero”? Já no final do primeiro século em muitas áreas estava se desenvolvendo uma
estrutura eclesial na qual grupos de presbíteros eram responsáveis pela administração e pelo
cuidado pastoral da igreja. Cremos que o presbítero era alguém que podia ensinar numa
cadeia de autoridade porque ele tinha visto e ouvido, outras pessoas que, por sua vez, tinham
visto e ouvido a Jesus.

3) Cisma intrajoanino = o autor da 1ª epístola diz que um grupo se separou das fileiras de sua
comunidade(2.19). Quem são eles? Eles conheciam a proclamação do cristianismo que nos foi
feita através do 4º Evangelho, mas a interpretaram diferentemente. Os adversários não eram
estranhos denunciáveis a comunidade joanina, mas o produto do próprio pensamento joanino,
justificando suas posições com o Evangelho joanino e suas implicações. Eram pessoas que
distorciam os ensinos joaninos.

c) Conteúdo = as áreas de debate.

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1) Cristologia = uma cristologia muito elevada foi o ponto central das lutas históricas da
comunidade joanina com os judeus e com outros cristãos. A crença na preexistência do Filho
de Deus foi a chave da contenda joanina de que o verdadeiro crente possuía a própria vida de
Deus. Uma ênfase demasiada sobre a divindade de Jesus ofuscando a sua humanidade. E o
fato da comunidade ter sido perseguida por causa da cristologia. A posição dos separatistas =
negavam que Jesus fosse o Cristo. criam que a existência humana de Jesus, embora real, não
era significativa do ponto de vista de salvação. Esta interpretação foi baseada no pensamento
joanino do 4º Evangelho que de certa forma relativiza a humanidade de Jesus e pela
identificação de alguns elementos joaninos que diminuem a importância salvífica do ministério
público de Jesus. A refutação dada pelo autor = o autor das epístolas procura responder as
heresias através de uma ênfase temática abrangente e elucidativa. Ele crê e ensina que a Vida
Eterna que estava com o Pai nos apareceu, que o Filho de Deus se manifestou, que Deus
enviou o seu Filho Unigênito ao mundo para salvá-lo porque Ele é o verdadeiro Deus. A morte
de Cristo é de suma importância para a obra redentiva. E a fé dos cristãos deveria ser voltada
para a vida e revelação do Cristo de Deus.

2) Ética = como esta cristologia se revelaria no comportamento cristão? Vemos que a partir das
condenações éticas encontradas na primeira epístola podemos construir o pensamento ético
dos separatistas: a. eles reivindicavam uma intimidade com Deus ao ponto de as pessoas se
tornarem perfeitas e sem pecado(1.6,8,10; 2.4,6,9; 4.20). b. não dão muita ênfase em guardar
os mandamentos(2.3,4; 3.22,24; 5.2,3). c. são vulneráveis no que diz respeito ao amor
fraterno.

3) Escatologia = tantos os adversários como o autor das epístolas criam numa escatologia
realizada(1 João 1.2,3,7,13,14; 2.5,7-9; 3.1; 4.15). Porém, o autor tomas duas medidas para
prevenir que esta escatologia encoraje seus adversários: a. ataca uma necessidade ética de
exigência de escatologia realizada(1.7; 2.5,10; 3.10). b. apela para uma escatologia
futura(3.2,3,18,19). A seriedade do cisma empresta um tom sombrio à escatologia futura do
autor, quando ele recorre à linguagem apocalíptica cristã e judaica. Os adversários com seu
falso ensinamento são os anticristos e os falsos profetas.

4) Pneumatologia = segundo as orientações em 2.27 e 4.1 crê-se que os adversários devem


ter-se arvorado em doutores e profetas e devem ter afirmado que falavam sob orientação do
Espírito. Porém, João diz que cada leitor joanino é mestre através do Espírito parácleto(2.27).

d) Destinatário = a comunidade do discípulo amado.

Um grupo de cristãos originários de um período antes mesmo da composição do 4º Evangelho


que foi sofrendo algumas evoluções com o decorrer do tempo. Caracterizados como a
comunidade guiada pelo parácleto.

e) Esboço das Cartas

1 João

VIDA CRISTÃ E RELACIONAMENTOS

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"Estamos escrevendo a vocês a respeito da Palavra da vida, que existiu desde a criação
do mundo. Nós a ouvimos e com os nossos próprios olhos a vimos. De fato, nós a
vimos, e as nossas mãos tocaram nela. Quando essa vida apareceu, nós a vimos. É por
isso que agora falamos dela e anunciamos a vocês a vida eterna que estava com o Pai e
que nos foi revelada. Contamos a vocês o que vimos e ouvimos para que vocês estejam
unidos conosco, assim como nós estamos unidos com o Pai e com Jesus Cristo, o seu
Filho. Escrevemos isso para que a nossa alegria seja completa. A mensagem que Cristo
nos deu e que anunciamos a vocês é esta: Deus é luz, e não há nele nenhuma escuridão.
Portanto, se dizemos que estamos unidos com Deus e ao mesmo tempo vivemos na
escuridão, então estamos mentindo com palavras e ações. Porém, se vivemos na luz,
como Deus está na luz, então estamos unidos uns com os outros, e o sangue de Jesus,
o seu Filho, nos limpa de todo pecado. Se dizemos que não temos pecados, estamos
nos enganando, e não há verdade em nós. Mas, se confessarmos os nossos pecados a
Deus, ele cumprirá a sua promessa e fará o que é certo: Ele perdoará os nossos pecados
e nos limpará de toda maldade. Se dizemos que não temos cometido pecados, fazemos
de Deus um mentiroso, e a sua mensagem não está em nós"( 1 João 1.1-10).

Você deseja crescer? Eu também desejo e por esta razão espero poder ajudá-lo a pensar
sobre dois níveis de relacionamentos que demos manter e que nos ajudarão muito no processo
de crescimento cristão.

Em primeiro lugar precisamos manter uma boa relação com a Palavra da Vida(vv.1-4).

O autor dessa passagem bíblica nos fala sobre a Palavra da Vida e nossa tarefa será
compreender o que o Senhor espera de cada um de nós. Jesus espera que cada cristã seja
feliz e isto ocorrerá se vencermos cada uma das etapas nesta caminha cristã. Como é que
você se relaciona com a Bíblia? Nestes quatro versos encontramos algumas dicas de como
deve ser o nosso relacionamento com a Palavra de Deus:

1) Precisamos efetuar uma proclamação autorizada da mensagem do Evangelho(vv2,3).

João usa dois verbos para descrever o anúncio apostólico: damos testemunho(marturoumen) e
anunciamos(apangellomen). O ministério apostólico envolvia testemunho e proclamação.
Ambas as palavras implicam em autoridade, mas de diferente espécie. O testemunho é uma
atividade que pertence propriamente a uma testemunha ocular. A pessoa tem que ser uma
testemunha antes de ter a competência para dar testemunho. Pois ela fala do que viu e ouviu.
Você é uma testemunha de Jesus?

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Já o anúncio indica a autoridade da comissão dada por Cristo para a proclamação do


Evangelho. João insiste que possui essas credenciais necessárias e proclama o Evangelho
com autoridade, pois a mensagem cristã não é uma especulação filosófica, nem hipóteses ou
sugestões, nem modesta contribuição para o pensamento religioso, mas, sim, uma afirmação
dogmática feita por aqueles cuja experiência e cuja comissão os qualificaram para fazê-la.
Como é que você anuncia o Evangelho?

Dar testemunho e anunciar o Evangelho são comissões que recebemos do Senhor Jesus e
assim tal proclamação é autorizada. Deus é luz(v.5) e o cristão não pode viver nas trevas(v.7).
Estar na luz significa andar no amor. O conteúdo da proclamação é a informação que devemos
compartilhar: a salvação(a vida eterna) só é possível em Jesus. Esta é uma mensagem
singular: a) porque é comprovada desde a eternidade e também pelos homens. b) porque
possui conteúdo "a vida eterna". c) porque nos motiva a anunciá-la. Com certeza o cristão ou a
igreja que proclamar o que Cristo nos ensinou e ordenou verá os efeitos positivos desta
proclamação em sua vida como na vida dos seus ouvintes.

2) Precisamos experimentar uma comunhão verdadeira no seio da igreja(v.3).

A proclamação não é um fim em si mesma e nós precisamos ter bem claro em nossa mente os
seus propósitos. Podemos assegurar que basicamente ela objetiva dois propósitos: o imediato
e último. O imediato chamamos de comunhão(koinonia) e o último denominamos
alegria(chara). A comunhão criada por cristo nos dias da sua vida terrena e aprofundada pela
vinda do Espírito Santo no Pentecoste não era para limitar-se somente aos apóstolos ou
primeiros cristãos. Sua meta incluía estender-se as gerações futuras através dos séculos e
neste detalhe nos alcança e deve seguir além.

O propósito da proclamação do Evangelho é, pois, a comunhão. Porque quando


compreendemos melhor o sentido da salvação vemos que ela é a iniciativa de Deus em nos
reconciliar consigo através de Jesus Cristo. E esta comunhão constitui o sentido da vida
eterna: "E a vida eterna é esta: que eles conheçam a ti, que és o único Deus verdadeiro; e
conheçam também Jesus Cristo, que enviaste ao mundo"(João 17.3). Comunhão é uma
palavra especificamente cristã e indica aquela participação comum na graça de Deus. A
salvação de Cristo e a presença do Espírito Santo constitui-se direito que todo indivíduo recebe
ao nascer espiritualmente. Nossa comunhão uns com os outros tem sua origem na comunhão
com Deus e dela depende.

Quando aprendemos que o objetivo da proclamação autorizada é a comunhão humana


surgindo espontaneamente da comunhão divina somos obrigados a censurar a nossa moderna
evangelização e a vida da igreja cristã. Não podemos ficar contentes com uma evangelização
que não se conclui em integração, nem com uma vida eclesiástica cujo princípio seja

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camaradagem social superficial em vez de uma comunhão espiritual com o Pai e com seu Filho
Jesus. No texto de João observa-se que a doutrina e o comportamento dos hereges estavam
ameaçando romper, dividir a igreja. Por outro lado observa-se também que a mensagem
verdadeira produz verdadeira comunhão.

3) Precisamos desfrutar da alegria plena que Cristo nos oferece(v.4).

Qual é o segredo da plenitude de alegria? Está na comunhão que a proclamação produz. Pois
se o propósito imediato da proclamação é o estabelecimento da comunhão o seu último é a
consumação da alegria. Esta é a ordem divina das coisas: proclamação verdadeira =
comunhão verdadeira = alegria verdadeira. A idéia de plenitude de alegria reaparece por toda a
literatura joanina como por exemplo: "Eu estou dizendo isso para que a minha alegria esteja
em vocês, e a alegria de vocês seja completa"(João 15.11). "E agora estou indo para perto de
ti. Mas digo isso enquanto estou no mundo para que o coração deles fique cheio da minha
alegria"(João 17.13). Isto é significativo pois estas passagens fazem alusão ao tema da
comunhão com Deus ou entre os irmãos.

Todavia, a "perfeita alegria" não é possível neste mundo de pecado, porque a perfeita
comunhão não é possível. Assim devemos entender que o versículo 4 olha também para o
futuro além desta vida quando então a nossa comunhão consumada produzirá alegria
completa. É para este fim último que Cristo se manifestou e o conteúdo da mensagem cristã é
a manifestação histórica do Eterno. Seu propósito foi e é uma comunhão humana que se
baseia na comunhão com o Pai e o Filho e que irrompe na plenitude da alegria. A alegria
conquistada através da permanência no Filho e revelada através da comunhão com o Pai: "Tu
me mostras o caminho que leva à vida. A tua presença me enche de alegria e me traz
felicidade para sempre"(Salmo 16.11).

Em segundo lugar precisamos manter um bom relacionamento com Deus que é luz(vv.5-
10).

Como provar que temos comunhão com Deus? Quando somos questionados sobre nossos
valores, crenças e emoções sentimos uma vontade danada de "provar" ou de mostrar que
somos diferentes daquilo que dizem de nós. Você já passou por uma situação assim? Como é
que você se relaciona com Deus? Nestes seis versos encontramos algumas dicas de como
deve ser o nosso relacionamento com o nosso Eterno Deus:

1) Precisamos adequar às nossas vidas ao padrão que Deus estabelece: santidade(v.5).

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Independentemente de sermos questionados ou não pelas pessoas, temos a necessidade de


adequarmos nossa vida ao padrão estabelecido por Deus. João nesta etapa de sua carta nos
ensina que Deus é luz e nele não há trevas nenhuma(v.5) e esta expressão "luz" indica
verdade, pureza e justiça. Isto implica que o padrão ou o gabarito para a vida cristã é a
santidade de Deus. Muitos dos seus amigos não-cristãos geralmente encontram seu padrão de
comportamento na vida de outras pessoas ou em algum código de ética inventado pelos
homens. Mas estes não alcançam a perfeição de vida que Deus espera do homem. Daí termos
a necessidade de buscarmos o auxílio do Espírito Santo de Deus para que aprendamos e
pratiquemos os ensinos desta poção da Palavra de Deus.

Na época em que a mensagem de 1 João foi ensinada, havia pessoas que pensavam e
ensinavam que o pecado não rompia a comunhão do cristão com Deus. Sabemos que este
ensino se constitui um erro tremendo e, a julgar pelo procedimento de alguns cristãos, penso
que outros ainda hoje pensam da mesma forma. Qual é então o desafio desta caminhada na
luz? Adequarmos nossas vidas ao padrão de santidade desenvolvido por Deus em sua
Palavra. Talvez você se sinta em desvantagem nesta fase de sua vida ao tentar comparar o
seu procedimento com o outros cristãos mais maduros. Não desista! Coragem! Tenha fé! Vida
cristã não é moleza mas nós devemos continuar firmes na caminhada rumo à santificação.
Pouquíssimas pessoas gostam de provas, mesmo que as questões sejam de múltipla escolha
ou dissertativas. Normalmente ouço dos meus alunos que fazer prova não é "boa". Como saber
se a nossa nota nesta prova da comunhão com Deus é boa ou ruim? Esteja atento ao próximo
pontos!

2) Precisamos entender que o pecado rompe nossa comunhão com Deus(v.6).

Consideremos a questão levantada por João no verso 6: um cristão pode Ter constante
comunhão com Deus, mesmo fazendo coisas que o desagradem? Na boca de alguns de seus
contemporâneos a resposta seria sim. O que você acha desta situação? Não é de hoje o
pensamento de que o espírito humano é inviolável e que podemos fazer o que quisermos com
o nosso corpo. Assim sendo esse conceito(chamado de "dualismo") leva muitos cristãos a
pecarem e ofenderem a santidade de Deus. Deus é luz e aquele que nele está não pode
caminhar nas trevas. A religião cristã sem moralidade e pura ilusão.

O pecado é sempre uma barreira para a comunhão com Deus. E se pensarmos diferente disto,
mentimos deliberadamente e não praticamos a verdade. Isto se aplica a minha vida, a sua
também especialmente quando começamos a usar um simples frase(isto não tem nada a ver)
ao sermos confrontados seja pelos irmãos em Cristo. À medida em que achamos e dizemos
que isto ou aquilo "não tem nada a ver" e insistimos em andar por caminhos que a Bíblia não

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nos autoriza a nossa nota(média) cai. E pior do que fazer uma prova, é descobrir que a nota foi
mais baixa do que o grau mínimo para aprovação.

3) Precisamos aprender a andar e agir na luz(v.7).

João insiste que é impossível o cristão andar com o Senhor e no pecado ao mesmo tempo. Eu
e você devemos permitir que a santidade divina revele quem realmente somos e devemos
também aplicar em nossa vida o padrão do Senhor. Quem em comunhão com o Senhor
orienta-se pela luz, reage de acordo com o que a luz revela e distingue entre o certo e o errado.
Ao invés de tentar fugir dizendo que não tem nada a ver, você deve encarar cada questão com
a certeza de que o padrão correto é o que a Bíblia ensina e não o que os outros pensam ou
fazem ou pensam.

Que efeitos ocorrem na vida de quem está na luz? Primeiro, gozamos de boa comunhão outros
cristãos, além de estreitarmos nossa comunhão com Deus. O inverso também ocorre, pois
quando a pessoa não está em comunhão com o Pai, perde a comunhão com os irmãos.
Segundo, experimentamos a purificação de nossos pecados, pois o sangue de Jesus, o Filho
de Deus, nos purifica de todo o pecado. Lembre-se disso: a purificação dos seus pecados só
pode ser alcançada através do sangue de Cristo.

Quando pensamos sobre o padrão pelo qual somos avaliados no nosso dia-a-dia, descobrimos
que a santidade de Deus é esse padrão. Ainda que o pensamento que está na moda
atualmente seja o de que podemos viver como quisermos, a Bíblia diz que não é bem assim e
nos orienta que o comportamento é uma forma de mostrarmos aos outros como é o nosso
relacionamento com Deus. Muitas vezes deixamos de alcançar o nível esperado por Deus. Isso
indica que cometemos pecados, deixamos de fazer algo que deveríamos fazer ou fizemos algo
que nos foi proibido.

Quando pecamos, a comunhão entre Deus e nós é interrompida e o problema precisa ser
resolvido. A solução oferecida por Deus é a seguinte: confesse os seus pecados. Reconheça
que pecou, que sua atitude foi uma ofensa ao Deus Santo, e receba com gratidão o perdão.
Mantenha-se no padrão que é ensinado pela Palavra de Deus. Creia que este é um padrão
absoluto ainda que ouçamos, a cada instante, que não existem critérios morais absolutos.

4) Precisamos entender que o pecado existe em nossa natureza e se revela na nossa


conduta(v.8).

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O versículo 8 nos permite dizer que devemos reconhecer o princípio do pecado. Naquela
época, assim como hoje também, as pessoas não aceitavam o fato de que me nossa natureza
existe o pecado. Essa negação do pecado não nos livra de sua influência nem dos seus
resultados. O "gnosticismo", heresia que já começava a se formar nesse período, ensinava que
através do conhecimento a natureza pecaminosa do homem poderia ser eliminada, e assim
sendo, os estudiosos e iluminados eram considerados perfeitos. A orientação de João
contrapõe este pensamento ao dizer que se pensamos assim nos "enganamos e nos tornamos
mentirosos".

Estes mesmo ensinos contrários à Palavra de Deus e prejudiciais aos homens são divulgados
ainda hoje(e com mais recursos do que naquela época). Querida(o) irmã(o), não caia nesta
armadilha de Satanás. Eu e você somos pecadores e devemos reconhecer este fato. Se você
for convidado para assistir alguma palestra ou estudo sobre o tema: "Gnosis: conheça-te a ti
mesmo", não participe, pois a Bíblia já nos mostra com honestidade, quem de fato somos.

5) Precisamos reconhecer, confessar e abandonar os nossos pecados(v.9).

O cristão precisa reconhecer os seus pecados pessoais(v.9) e este versículo da Palavra de


Deus deve ser guardado na sua mente e em seu coração. Eu sei, e você também sabe, que às
vezes inventamos nomes para os nossos pecados tentando minimizá-los. Por exemplo:
"mentirinha", "gênio difícil", ou "a carne é fraca". Também gostamos de generalizar a confissão
pedindo a Deus que nos perdoe sem que mencionemos as atitudes pecaminosas. Às vezes
penso que pecamos no varejo mas pedimos perdão no atacado. Você sabe porque agimos
assim? Creio que é porque temos vergonha de que os outros irmão saibam as coisas feias que
pensamos, falamos ou fazemos. Mas como saberemos lidar com estes pecados, se não temos
coragem de falar deles para o Senhor? Lembre-se sempre: pecado existe e deve ser
reconhecido, nomeado na confissão e abandonado.

Quando reconhecemos, confessamos e abandonamos o comportamento pecaminoso


recebemos o perdão de Deus. A base do perdão verdadeiro é a justiça divina. E se em sua
Palavra está escrito que "se confessarmos os nossos pecados seremos perdoados" podemos
confiar que Ele vai cumprir o que nos diz. Para que a nossa comunhão e amizade com deus
seja mantida, ou restaurada(caso esteja quebrada por causa de algum pecado ainda não
confessado), você deve praticar sempre o princípio da confissão. Por exemplo, se neste
momento o Espírito Santo convencer o seu coração de alguma atitude pecaminosa, trate
imediatamente de confessá-la a Deus. Como fazer isto? Não existe nem segredo nem
barreiras. O acesso a Deus está livre e é imediato. Basta que você o procure e arrependido
busque o perdão verdadeiro. Se por outro lado, você reconhece que o pecado cometido tem
afetado outra pessoa, procure-a e peça-lhe perdão também. Permita que Deus reconstrua sua
comunhão com Ele e com o seu próximo.

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6) Precisamos aprender a desfrutar do perdão que Deus oferece(v.9)

Talvez você já tenha dito ou ouvido esta frase: "Eu te perdôo, mas não esqueço o que você me
fez!" Quando pensamos em perdão temos de usar a pessoa de Jesus como nosso referencial
maior e graças a Deus que ele não usa essa frase em momento algum. Por isso podemos
dizer que o seu perdão é verdadeiro e completo. Por outro lado, esta consideração nos faz
pensar sobre a necessidade de aprendermos com ele acerca do perdão que devemos dar
àqueles que nos ofendem e magoam. Na experiência pastoral, tenho percebido que as
pessoas que mais dificuldades enfrentam para perdoar são aquelas que desconhecem as
dimensões amplas e profundas do perdão que Deus nos oferece em Cristo Jesus. Estes, com
freqüência, usam nas relações interpessoais a expressão mencionada.

Nesta etapa da carta de João, procuramos observar algumas implicações deste perdão
verdadeiro a fim de que saibamos como alcançá-lo. Que a sensação maravilhosa de sentir-se
perdoado por Deus nos estimule e nos capacite a perdoar também de modo verdadeiro. Se o
padrão pelo qual somos medidos é a santidade divina, logo de cara sabemos que precisamos
do perdão do Senhor porque somos pecadores. Toda vez que pecamos nossa comunhão com
ele é quebrada. O perdão é a solução, o remédio, o antídoto que nos reabilita e nos aproxima
do Senhor.

7) Precisamos entender que a vontade de Deus e que nós não pequemos(v.10).

No verso 10 do primeiro capítulo e nos verso 1 e 2 dois do segundo capítulo da primeira carta
de João você encontra subsídios para evitar um outro erro muito comum nesta área do perdão.
Havia entre os crentes contemporâneos de João aqueles que diziam que não tinham cometido
pecado algum. Bem parecidos com os super-crentes de nossa época ou os que se julgam mais
santos do que os outros. De todas as negações anteriores, esta é a mais grave: achavam que
seus estudos, pesquisas e também suas experiências religiosas ou místicas os tornavam
incapazes de pecar. Tal declaração por parte de qualquer pessoa faz de Deus um mentiroso e
prova que a sua Palavra não está no homem.

"Meus filhinhos e minhas filhinhas, escrevo isso a vocês para que não pequem. Porém,
se alguém pecar, temos Jesus Cristo, que faz o que é certo; ele nos defende diante do
Pai. É por meio do próprio Jesus Cristo que os nossos pecados são perdoados. E não
somente os nossos, mas também os pecados do mundo inteiro"(1 João 2.1-2).

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O objetivo de João, assim como o nosso também, é de evitar que os cristãos pequem. Mas se
alguém pecar, a solução de Deus para o problema está em Jesus, o nosso advogado(1 João
2.1). A grande dificuldade nesta área é que não tem sido dada muita orientação ética e moral
para as pessoas e, por diversas vezes, você tem sentido dúvidas se tal ou qual atitude é certa
ou errada. A minha sugestão é que você procure outros cristãos mais maduros e se necessário
for procure o seu pastor ou alguém de sua igreja que lhe ajude. Lembre-se: Jesus perdoa e
esquece as coisas erradas que fizemos! Isso não é uma bênção?!

O Maior Tesouro
“Se obedecemos aos mandamentos de Deus, então temos certeza de que o
conhecemos. Se alguém diz: "Eu o conheço", mas não obedece aos seus mandamentos,
é mentiroso, e não há verdade nele.Porém, se obedecemos aos ensinamentos de Deus,
sabemos que o nosso amor a ele é realmente o que deveria ser. É assim que podemos
ter certeza de que estamos vivendo unidos com Deus: Quem diz que vive unido com
Deus deve viver como Jesus Cristo viveu. Meus queridos amigos e amigas, este
mandamento que estou dando a vocês não é novo. É o mandamento antigo, aquele que
vocês receberam lá no começo. O mandamento antigo é a mensagem que vocês já
ouviram.Porém o mandamento que eu estou dando a vocês é novo porque a sua verdade
é vista em Cristo e também em vocês. Pois a escuridão está passando, e já está
brilhando a verdadeira luz. Quem diz que vive na luz e odeia o seu irmão está na
escuridão até agora. Aquele que ama o seu irmão vive na luz, e não há nele nada que
leve alguém a pecar. Mas quem odeia o seu irmão está na escuridão, anda nela e não
sabe para onde está indo, porque a escuridão não o deixa enxergar. Filhinhas e
filhinhos, escrevo a vocês porque os seus pecados são perdoados por causa de Cristo.
Pais, escrevo a vocês porque conhecem aquele que existiu desde a criação do mundo.
Jovens, eu lhes escrevo porque vocês têm vencido o Maligno. Escrevo a vocês, filhinhos
e filhinhas, porque conhecem o Pai. Escrevo a vocês, pais, porque conhecem aquele que
existiu desde a criação do mundo. Escrevo a vocês, jovens, porque são fortes. A
mensagem de Deus vive em vocês, e vocês já venceram o Maligno”(1João 2.3-14)

O maior tesouro que temos é o privilégio de conhecermos a Deus e de sermos conhecidos


dele. Nesse processo de conhecer a Deus somos desafiados a mantermos uma posição de
obediência a ele(v.3-6) e com esta postura daremos uma prova moral da nossa posição
privilegiada. Isto implica que guardar os mandamentos de Deus é uma comprovação de que
realmente o conhecemos.

Assim como os caçadores de tesouros dependiam de seguir a risca as instruções dos seus
mapas, você também precisa estar familiarizado com a vontade de Deus e, por isso, é muito
importante conhecer as Escrituras e seguir as suas orientações. As suas palavras devem ser
provadas pelos seus atos, porque quem desobedece a Deus não pode dizer que não o
conhece. Aquele que guarda a Palavra de Deus integralmente é um cristão verdadeiro e nele
está o amor de Deus de modo aperfeiçoado. Os que possuíam um mapa do tesouro sempre
procuravam escondê-lo para que não fossem roubados pelos piratas. A Bíblia, como mapa do
tesouro, deve ser escondida no coração a fim de que não pequemos contra o Senhor(Salmo
119.11). Somos desafiados a andar como Jesus andou e é muito importante que o nosso
comportamento seja igual ao dele.

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Como conseqüência de termos este grande tesouro ao nosso alcance, devemos amar cada
vez mais o nosso Deus(v.7-11). Percebemos que ao falar sobre o amor, João ajuda-nos a
compreender alguns aspectos do mandamento perfeito: a) não havia nenhuma novidade na
ordem de amar(v.7). b) ainda que fosse antiga a ordem de amar, ela veio revestida com o
frescor e a novidade de Cristo(v.8). c) a ordem de amar condena frontalmente o ódio(v.9-11).
Era também um novo mandamento no sentido de que Cristo deu ao amor um significado muito
mais rico e profundo(João 13.34). Uma vez que aceitamos a Jesus como nosso Salvador, o
Espírito Santo que habita em nós nos capacita para amar como o Senhor espera que amemos.
E o que mais nos chama a atenção nestes versículos é a necessidade de sermos coerentes.
Ou seja, não podemos agir de modo contrário a fé que professamos.

O que é o amor? Podemos dizer que amar é buscar o bem maior do ser amado. Então, quando
dizemos que conhecemos a Deus e nos sentimos felizes por causa deste grande tesouro
encontrado, pesa sobre os nossos ombros a responsabilidade de amar a Deus, ao próximo e
aos irmãos na fé. E, mesmo que às vezes nos sintamos meio derrotados pelo grande
pirata(Satanás procura por todos os meios desviar-nos da meta), podemos ser vitoriosos. Isto
acontecerá a partir do momento que tenhamos a seguinte postura: a) devemos alcançar o
perdão dos pecados em Cristo Jesus(v.12). b) devemos crescer espiritualmente(v.13). c)
devemos deixar que a Palavra de Deus permaneça em nós.

Esta postura vitoriosa é nossa estratégia para suportarmos as pressões e as dificuldades para
mantermos bem protegido o maior tesouro de nossa vida. Precisamos compreender a dinâmica
das etapas da maturidade: a) Os filhos espirituais sabem que possuem um pai espiritual. b) Os
filhos espirituais sabem que os seus pecados já foram perdoados. c) Os jovens têm vencido o
maligno. d) Os jovens vencem o maligno porque a Palavra de Deus habita neles. e) Os pais
conhecem a Deus que existiu desde o princípio. f) Os pais conhecem e obedecem à vontade
de Deus.

Amar o "mundo" uma prova de infidelidade a Deus

"Não amem o mundo, nem as coisas que há nele. Se vocês amam o mundo, não amam a
Deus, o Pai. Nada que é deste mundo vem do Pai. Os maus desejos da natureza humana,
a vontade de ter o que agrada aos olhos e o orgulho pelas coisas da vida, tudo isso não
vem do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, com tudo aquilo que as pessoas cobiçam;
porém aquele que faz a vontade de Deus vive para sempre"(1 João 2.15-17).

Nesta etapa encontramos algumas orientações muito úteis para que não sejamos seduzidos
por outros "tesouros" que, apesar do seu brilho intenso, não valem nada e só servem para
prejudicar a vida. Somos encorajados a amar a Deus e as coisas relacionadas com sua
vontade. Somos desencorajados a amar o mundo e as coisas que nele há. Você está vivendo
uma etapa muito especial na vida do ser humano - a juventude - e com certeza Satanás, o
pirata, tem atuado com muita freqüência procurando fazer com que você troque o grande
tesouro que Deus oferece em Cristo pelas imitações e falsificações. O cristão não deve ser
absorvido pela perspectiva e pelos interesses do mundo que rejeita a Cristo. Isto significa dizer

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que os elementos que gerenciam a vida no mundo - a volúpia, a avareza e o orgulho - não
podem caracterizar a sua vida. O jovem tem como característica muita energia e a necessidade
de descobrir coisas novas.

Fuja dos Enganadores

“Meus filhinhos e minhas filhinhas, o fim está perto. Vocês ouviram dizer que o Inimigo
de Cristo vem. Pois agora muitos inimigos de Cristo já têm aparecido, e por isso
sabemos que o fim está chegando. De fato, essas pessoas nos deixaram porque não
eram do nosso grupo. Se fossem do nosso grupo, teriam ficado conosco. Mas elas nos
deixaram para que ficasse bem claro que nenhuma delas pertencia mesmo ao nosso
grupo. Porém sobre vocês Cristo tem derramado o Espírito Santo, e por isso todos
vocês conhecem a verdade. Portanto, eu escrevo a vocês, mas não é porque não
conhecem a verdade. Pelo contrário, é porque a conhecem e sabem que nunca nenhuma
mentira vem da verdade. Então quem é mentiroso? É aquele que diz que Jesus não é o
Messias. Quem diz isso é o Inimigo de Cristo; ele rejeita tanto o Pai como o Filho. Pois
quem rejeita o Filho rejeita também o Pai; e quem aceita o Filho tem também o Pai. Por
isso guardem no coração a mensagem que ouviram desde o começo. Se aquilo que
ouviram desde o começo ficar no coração de vocês, então viverão sempre unidos com o
Filho e com o Pai. E o que o próprio Cristo prometeu dar a todos nós foi isto: a vida
eterna. Eu estou escrevendo isso a vocês a respeito dos que estão tentando enganá-
los. Mas sobre vocês Cristo tem derramado o seu Espírito. Enquanto o seu Espírito
estiver em vocês, não é preciso que ninguém os ensine. Pois o Espírito ensina a respeito
de tudo, e os seus ensinamentos não são falsos, mas verdadeiros. Portanto, obedeçam
aos ensinamentos do Espírito e continuem unidos com Cristo. Sim, meus filhinhos e
minhas filhinhas, continuem unidos com Cristo, para que possamos estar cheios de
coragem no Dia em que ele vier. Assim não precisaremos ficar com vergonha e nos
esconder dele naquele dia. Já que vocês sabem que Cristo sempre fez o que é certo,
devem saber também que quem faz o que é certo é filho de Deus”(1 João 2.18-29).

Freqüentemente temos acompanhado pelos noticiários situações onde pessoas são


enganadas. Nem mesmo a criação do Código de Defesa do Consumidor inibiu a ação de
pessoas inescrupulosas que enganam, falsificam e não cumprem prazos. A cada momento,
uma nova fraude é descoberta. Dizem os mais pessimistas que nosso país não tem jeito.

O fato é que se você ainda não foi enganado em alguma área de sua vida, com certeza não
está livre de que isto ocorra. Mas o texto bíblico em destaque nos fala de enganadores que
podem produzir um prejuízo pior do que qualquer outro na vida dos crentes. Daí o alerta da
Palavra de Deus. Ele funciona como uma dica para que você não seja enganado. Todo
cuidado é pouco e meu conselho é que você leve a sério esta reflexão. Meu alvo é alertá-lo
sobre a existência de falsos mestres que distorcem a verdade eterna de Deus e produzem
estragos consideráveis na vida dos crentes que não estão atentos.

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Num primeiro momento, o apóstolo João faz uma comparação entre falsários e cristãos
verdadeiros(v.18-21). Neste exercício, nos permite compreender que a presença e a atuação
destes falsos mestres, chamados por ele de anti-cristos, com suas heresias(falsos ensinos),
sinalizavam a proximidade do fim. Fica bem claro que esses hereges eram oriundos da própria
igreja e surgiram como o joio no meio do trigal. Falsificando os ensinos cristalinos acerca de
Jesus, procuravam enganar os irmãos. A Bíblia alerta contra a presença de falsos mestres e
sua atuação em busca de seduzir e enganar até mesmo os cristãos. Diz que isto aconteceria
com maior intensidade quando a volta de Jesus estivesse próxima(1 Timóteo 4.1-3; 2 Timóteo
2.16-18; Mateus 24.4-5).

Por outro lado, ao falar dos cristãos verdadeiros indica que os que são de Cristo têm
conhecimento de todas as coisas, pois neles há a unção do Espírito Santo que os conduz à
verdade. Ao escrever esta carta, João desejava confirmar os seus irmãos na verdade que eles
já conheciam. O que nos, assim como eles, precisamos é colocar em prática as verdades
bíblicas.

Quando João descreve a natureza e os efeitos da mensagem dos enganadores, ele nos ajuda
a discernir e nos orienta quanto à prevenção que devemos fazer(v.22-23). Os falsos mestres
negavam que Jesus fosse o Cristo, isto é, negavam que ele fosse o Salvador do mundo.
Negavam ainda que Jesus possuísse as duas naturezas perfeitas(humana e divina). Negavam
a própria encarnação. Podemos dizer que a teologia dos hereges era defeituosa e diabólica.
Descoberta, então, a natureza da heresia, João fala do seu efeito catastrófico.

Negar a divindade de Jesus, o Filho de Deus, significa não ter comunhão com o Pai. Com
tristeza e preocupação, temos sido testemunhas de um tempo onde muitos líderes religiosos
negam a divindade de Jesus Cristo. Os que agem assim podem ser ótimas pessoas e grandes
líderes, seus grupos religiosos ou igrejas podem até atingir uma grande soma de adeptos. Mas
a Bíblia declara que eles estão mortos espiritualmente. Você pode até pensar: “sou apenas um
simples cristão e não interesso a esses falsos mestres”. Mas a verdade é que todos somos
alvos dos ataques porque quem age por trás deles é o inimigo de nossas almas.

Nos versículos restantes desta unidade de pensamento, o autor nos apresenta as armas para
vencermos as heresias(v.24-29). Permita-me dizer que apesar do tempo(quase dois mil anos
passados) o conselho joanino continua atual e útil. Entendemos que o Evangelho deve
permanecer nos cristãos e, preferencialmente, sua mensagem genuína mantida como base
para a integridade da igreja. E como resultado desta lealdade ao Filho e ao Pai, e dessa
comunhão com eles, gozaremos a vida eterna.

Não obstante a segurança que gozamos em Cristo Jesus, os enganadores são sutis e por isso
devemos manter a atenção e a prevenção. Como crente em Cristo, cada irmão, além do

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Evangelho puro de Jesus, tem a unção do Espírito Santo que ministra com zelo e autoridade a
Palavra de Deus em seus corações. O cristão que segue os princípios que levam à segurança
na vida espiritual pode estar certo de que Jesus voltará outra vez(v.28-29). Desde que esteja
vivendo em comunhão constante com o Senhor, nada existe em sua vida que venha a
envergonhá-lo quando Jesus o vier buscar. A melhor maneira de preparar-se para esse dia é
viver fielmente com Cristo todos os dias.

Uma Nova Certidão de Nascimento

“Vejam como é grande o amor do Pai por nós! O seu amor é tão grande, que somos
chamados de filhos de Deus e somos, de fato, seus filhos. É por isso que o mundo não
nos conhece, pois não conheceu a Deus. Meus queridos amigos e amigas, agora nós
somos filhos de Deus, mas ainda não sabemos o que vamos ser. Porém sabemos isto:
Quando Cristo aparecer, ficaremos parecidos com ele, pois o veremos como ele
realmente é. E todo aquele que tem essa esperança em Cristo purifica-se a si mesmo,
assim como Cristo é puro. Quem peca é culpado de quebrar a lei de Deus, porque o
pecado é a quebra da lei. Vocês já sabem que Cristo veio para tirar os pecados e que ele
não tem nenhum pecado. Assim, quem vive unido com Cristo não continua pecando.
Porém quem continua pecando nunca o viu e nunca o conheceu. Minhas filhinhas e
meus filhinhos, não deixem que ninguém os engane. Aquele que faz o que é correto é
correto, assim como Cristo é correto. Quem continua pecando pertence ao Diabo porque
o Diabo peca desde a criação do mundo. E o Filho de Deus veio para isto: para destruir o
que o Diabo tem feito. Quem é filho de Deus não continua pecando, porque a vida que
Deus dá permanece nele. E ele não pode continuar pecando, porque Deus é o seu Pai. A
diferença clara que existe entre os filhos de Deus e os filhos do Diabo é esta: Quem não
faz o que é certo ou não ama o seu irmão não é filho de Deus”(1 João 3.1-10).

O primeiro documento que uma pessoa possuí é a certidão de nascimento. É a partir dele que
os demais são confeccionados e daí configura-se sua importância. É necessário cuidar bem
dela a fim de que não a percamos nem rasuremos suas informações. No caso de perda ou
extravio, a alternativa é requerer uma segunda via, o que pode ou não ser uma tarefa
complicada, levando-se em consideração questões como custo financeiro e
distância(dependendo do local de seu registro). Este texto bíblico nos fala de uma nova
certidão de nascimento que cada cristão possui. E não se trata de uma segunda vida ou de
uma alteração qualquer. Mas talvez você esteja pensando: “certidão é tudo igual e não deve
ser diferente essa nova certidão de nascimento”. A Palavra de Deus nos apresenta detalhes
desta certidão. Preste atenção!

O Livro da Vida = a Bíblia nos fala de um novo nascimento pelo qual cada crente passou ao
aceitar a Jesus como seu único e suficiente Salvador. Este novo nascimento é operado por
Deus(Pai, Filho e Espírito Santo) no pecador, por meio da fé em Jesus Cristo. Como resultado
da ação regeneradora, o homem recebe um novo coração, sua mente é renovada e torna-se
uma nova criatura. Para que se opere em nós o novo nascimento temos que crer que Jesus
morreu por nós e que nós também morremos com ele para o pecado e que ressuscitamos com

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ele para Deus. Você já tomou esta decisão de crer e aceitar a Jesus como seu Salvador
pessoal? Se a resposta é sim,você então já nasceu de novo e já está cadastrado no Livro da
Vida. Se você ainda não aceitou a Jesus como Salvador, infelizmente esse importante
documento não pode ser emitido para você. Mas nem tudo está perdido pois hoje é uma
excelente oportunidade para você dizer sim para Jesus e tirar esta certidão do novo
nascimento. Tenha fé e coragem e aceite a Jesus como seu Salvador!

Privilégios e Responsabilidades = através desse novo nascimento nos tornamos “filhos de


Deus” e passamos a fazer parte da sua família(v.1-3). Isto significa dizer que temos algumas
responsabilidades assim como vários privilégios. Uma responsabilidade destacada por João é
que devemos buscar uma vida de pureza: a) porque já temos a natureza divina. b) porque já
experimentamos uma transformação moral. c) porque nós o veremos. d) porque temos uma
esperança nele. Sim. O Senhor Jesus se fez seu irmão e compartilhou com você sua
herança(João 1.12; Romanos 8.15-17). Assim sendo, você passou a fazer parte da “família de
Deus” aqui na terra - a sua igreja -, composta de todos os que crêem em Jesus Cristo. Você
não é mais considerado um estranho, mas sim, um “cidadão do reino de Deus”(Efésios 2.19).

Por outro lado, esta nova certidão de nascimento sugere que novos padrões devem marcar o
nosso comportamento. Você já deve ter ouvido alguém dizer assim: “tal pai tal filho” ou “filho de
peixe peixinho é. A expectativa da sociedade é que o caráter do pai influencie o caráter do
filho. Caráter é definido como aqueles valores que influenciam diretamente o nosso
comportamento. A expectativa de Deus caminha na mesma direção, mas com uma diferença
fundamental: Ele conhece as intenções do coração.

Pai Espiritual = nos versículos seguintes(4-10) João declara que o seu comportamento revelará
que é o seu pai espiritual e abre duas possibilidades: Deus ou o Diabo. O amor de Deus nos
liberta da prática do pecado e no revela que pecado é transgressão da lei(v.4). Pecado significa
injustiça ou falta de retidão, um abandono daquilo que é reto ou justo. E quando o amor de
Deus nos alcança deixamos de viver habitualmente no pecado e na rebeldia. O amor liberta
dos pecados pois Cristo veio ao mundo para tirar os nossos pecados e nele não há pecado
algum(v.5).

O amor de Deus inspira à permanência nele. Permanecer nele significa não pecar e pecar
significa não conhecê-lo nem tão pouco vê-lo. Pois Cristo se opõe ao pecado(v.6). O amor de
Deus inspira compromisso com a justiça. Não sejamos enganados: quem pratica a justiça é
justo, assim como Ele é justo(v.7). A origem do pecado é o Diabo que peca desde o início e
todas as suas obras serão destruídas pelo Filho de Deus. Aquele que tem a sua vida dominada
pelo pecado é do Diabo(v.8).

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O que nasce de Deus não tem o hábito de pecar freqüentemente, porque nele está a semente
de Deus e porque é nascido de Deus. O cristão possui esta natureza pecaminosa, mas agora
em Cristo tem uma nova natureza que combate esta tendência ao erro. O pecado na vida do
cristão não deve ser motivo de alegria e sim de tristeza pois não tem prazer em pecar(v.9).
Diante deste paralelo são manifestos os filhos de Deus e os filhos do Diabo: os filhos de Deus
praticam a justiça e amam a seus irmãos. A falta de justiça e de amor marcam a vida dos filhos
do Diabo pois não nasceram de novo(v.10).

Servindo em Amor

"A mensagem que vocês ouviram desde o princípio é esta: Que nos amemos uns aos
outros. Não sejamos como Caim, que pertencia ao Maligno e matou o próprio irmão. E
por que o matou? Porque o que Caim fazia era mau, e o que o seu irmão fazia era bom.
Meus irmãos e minhas irmãs, não estranhem se as pessoas do mundo os odeiam. Nós
sabemos que já passamos da morte para a vida e sabemos isso porque amamos os
nossos irmãos. Quem não ama está ainda morto. Quem odeia o seu irmão é assassino, e
vocês sabem que nenhum assassino tem em si a vida eterna. Sabemos o que é o amor
por causa disto: Cristo deu a sua vida por nós. Por isso nós também devemos dar a
nossa vida pelos nossos irmãos. Se alguém é rico e vê o seu irmão passando
necessidade, mas fecha o seu coração para ele, como pode afirmar que, de fato, ama a
Deus? Meus filhinhos e minhas filhinhas, o nosso amor não deve ser somente de
palavras e de conversa. Deve ser um amor verdadeiro, que se mostra por meio de
ações"(1 João 3.11-18).

Nesta nova vida(a cristã) fica evidente um padrão para o amor que precisamos revelar como
filhos de Deus. Percebe-se que João estabelece um contraste entre dois personagens bíblicos:
Caim e Cristo. Isto nos ensina o comportamento que devemos evitar e aquele que devemos
seguir.

Assim para que sirvamos em amor devemos evitar o ódio porque ele: a) Caracteriza o
mundo(as pessoas perdidas em seus pecados). b) Tem como exemplo Caim. c) Tem sua
origem no ciúme. d) Tem como o clímax o homicídio. e) Tem como evidência a morte espiritual.

O desafio da nova vida é amar igual a Cristo porque: a) O amor caracteriza a igreja de Jesus.
b) O amor tem como exemplo Cristo. c) O amor tem sua origem em Deus. d) O amor tem como
clímax o auto-sacrifício. e) O amor tem como evidência a vida eterna.

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Assim a mensagem de amor mútuo é revelada por Deus desde o princípio(v.11). O primeiro
homicídio ocorreu por falta de amor e pela presença do ódio e da inveja pois as obras(o
serviço) de Abel eram justas(v.12). O mundo, que odeia os que são de Cristo, nada mais é do
que a posteridade de Caim e este o protótipo do mundo(v.13). A qualidade de vida dos que
amam é elevada e os que não amam permanecem na morte(v.14).

A falta de amor é evidência de morte espiritual e o ódio é um sentimento assassino(v.15). O


amor é a evidência da vida e a essência do amor é o auto-sacrifício, o qual manifestou-se de
modo perfeito na pessoa de Jesus Cristo e deve caracterizar a vida do povo cristão(v.16). O
amor deve ser revelado na prática de auxiliar as carências humanas(v.17). O amor deve ser
concretizado por nossas obras e exercido na verdade. Chega de hipocrisia e falsidade(v.18).

Garantia da Presença de Deus

“É assim, então, que saberemos que pertencemos à verdade de Deus e que o nosso
coração se sente seguro na presença dele. Pois, se o nosso coração nos condena,
sabemos que Deus é maior do que o nosso coração e conhece tudo. Portanto, meus
queridos amigos e amigas, se o nosso coração não nos condena, temos coragem na
presença de Deus. Recebemos dele tudo o que pedimos porque obedecemos aos seus
mandamentos e fazemos o que agrada a ele. E o que ele manda é isto: Que creiamos no
seu Filho Jesus Cristo e que nos amemos uns aos outros, como Cristo nos mandou
fazer. Quem obedece aos mandamentos de Deus vive unido com Deus, e Deus vive
unido com ele. E, por causa do Espírito que ele nos deu, sabemos que Deus vive unido
conosco”(1 João 3.19-24).

Haverá um dia em que sua certidão de nascimento deixará de ser o seu principal documento.
No dia em que você se casar, seu principal documento será a certidão de casamento. Seus
pais não serão mais os responsáveis por sua vida, seu sustento, etc; pelo menos do ponto de
vista formal e legal. Isto não acontece conosco no sentido espiritual. Pois Deus continua
cuidando de cada um dos seus filhos, e enquanto vivermos em amor demonstraremos que
confiamos nele e que estamos interessados em seus cuidados(v.19-23). O último documento
que alguém possuí é uma certidão de óbito e podemos dizer com certeza que Deus nunca
expedirá tal documento para os seus filhos espirituais(v.24). Deus que nos conferiu esta nova
certidão de nascimento espera que lhe sejamos filhos obedientes. Que alegria é fazer parte da
família de Deus!

O coração que não acusa, e como devolver-lhe segurança(v.19-20): a) a segurança do crente


diante da acusação da consciência ou mesmo de Satanás é que somos da verdade e amamos
a verdade(19). b) mas se o coração ainda condena, Deus é maior do que o nosso coração e
Ele conhece todas as coisas. Confiemos pois a Ele o nosso coração(20). O coração que não
acusa e suas bênçãos(v.21-24): a) a segunda bênção de um coração que não acusa é que
temos confiança para com Deus(21). b) e Ele responderá as nossas orações porque
guardamos os seus mandamentos e fazemos o que é agradável à sua vista. c) e o
mandamento fundamental é que creiamos no Nome de Jesus Cristo e nos amemos
mutuamente(23). d) se guardarmos os mandamentos Deus permanecerá em nós e nós Nele.
Uma comunhão real com Deus garantida pelo Espírito Santo(24).

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Uma Elaboração da Prova Doutrinária: Fé

"Meus queridos amigos e amigas, não acreditem em todos os que dizem que têm o
Espírito de Deus. Ponham à prova essas pessoas para saber se o espírito que elas têm
vem mesmo de Deus; pois muitos falsos profetas já se espalharam por toda parte. É
assim que vocês poderão saber se, de fato, o Espírito é de Deus: Quem afirma que Jesus
Cristo veio como um ser humano tem o Espírito que vem de Deus. Mas quem nega isso a
respeito de Jesus não tem o Espírito de Deus; o que ele tem é o espírito do Inimigo de
Cristo. Vocês ouviram dizer que esse espírito viria, e agora ele já está no mundo. Meus
filhinhos e minhas filhinhas, vocês são de Deus e têm derrotado os falsos profetas.
Porque o Espírito que está em vocês é mais forte do que o espírito que está naqueles
que pertencem ao mundo. Eles falam das coisas do mundo, e o mundo os ouve porque
eles pertencem ao mundo. Mas nós somos de Deus. Quem conhece Deus nos ouve, mas
quem não pertence a Deus não nos ouve. É desse modo, então, que podemos saber a
diferença que existe entre o Espírito da verdade e o espírito do erro"(1 João 4.1-6)

Isto posto é necessário que aprendamos a discernir dos tipos básicos de espíritos que
procuram governar nossas vidas para que então estejamos aptos a amar a Deus e a rejeitar
este "mundo". É necessário que cada cristão identifique a procedência do espírito para o bem
da própria vida no corpo de Cristo.

I - O Espírito do Erro: 1) ele é chamado assim(v.6). 2) seus efeitos são: a) não confessa a
Jesus(v.3). b) fala influenciado pelos valores deste "mundo"(v.5). c) fala para os que são do
mundo, e por eles é ouvido(v.5). d) fazem isto porque são falsos profetas(v.1 e Mateus 7.15). 3)
suas características são: a) não procedem de Deus(v.3). b) procedem do mundo(v.3). c) é o
espírito do anti-cristo(v.3 e 1 João 2.2).

II - O Espírito da Verdade: 1) Ele é chamado assim(v.6 e João 14.17; 15.26; 16.13). 2) seus
efeitos são: a) confissão de que Jesus Cristo veio em carne(v.2). b) os demônios fazem
afirmações( Marcos 1.24; 3.11; 5.7; Tiago 2.19). c) muitos chamam Jesus de Senhor(Mateus
7.21,22). d) a confissão que vem do Espírito Santo produz a prática da vontade de Deus. 3)
suas características são: a) é de Deus(v.2). b) procede de Deus(v.3). c) habita os filhos de
Deus(v.4).

III - Atitudes diante deste contraste: 1) não acreditar em qualquer espírito. 2) provar todos os
espíritos. 3) vigiar porque já estão entre nós os falsos profetas e o espírito do anti-cristo. 4)
falar de Jesus confessando-o como Senhor, Salvador, Ressuscitado e Vitorioso. 5) ter certeza
de que somos filhos de Deus(v.4,7). 6) ter certeza de que conhecemos Deus, por ouvirmos sua

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Palavra(v.6). 7) ter certeza de que a vitória é nossa. Ela é contra os falsos profetas(v.4) e
ocorre porque maior é aquele que está em nós(v.4).

Aquele que não ama não conhece a Deus

“Queridos amigos e amigas, amemos uns aos outros porque o amor vem de Deus. Quem
ama é filho de Deus e conhece Deus. Quem não ama não o conhece, pois Deus é amor.
Foi assim que Deus mostrou o seu amor por nós: Ele mandou o seu único Filho ao
mundo para que pudéssemos ter vida por meio dele. E o amor é isto: Não fomos nós que
amamos Deus, mas foi ele que nos amou e mandou o seu Filho para que, por meio dele,
os nossos pecados fossem perdoados. Queridas amigas e amigos, se foi assim que
Deus nos amou, então nós devemos nos amar uns aos outros. Nunca ninguém viu Deus.
Se nos amamos uns aos outros, Deus vive unido conosco, e o seu amor em nossa vida é
o que deveria ser”

(1 João 4.7-12).

Conhecer é um verbo que na Bíblia retrata uma idéia de intimidade profunda e pessoal. Na
medida em que o Senhor Deus se revela a nós através de sua Palavra, o faz para que nós o
conheçamos mais e melhor. Posso fazer uma pergunta pessoal? Você conhece a Deus? A sua
resposta deve ser dada com honestidade e principalmente deve ser comprovada com as
atitudes práticas de amor.

Aquele que não ama não conhece a Deus porque não tem dado atenção nem obedecido aos
ensinos do Senhor(v.7). Aquele que não ama não conhece a Deus porque não conhece acerca
da natureza divina já que o amor é de Deus(v.7). Aquele que não ama não conhece a Deus
porque ainda não é nascido de novo(convertido). Aquele que não ama não conhece a Deus
nem acerca da essência divina já que Deus é amor(v.8). Aquele que não ama não conhece a
Deus e desconsidera a manifestação da graça divina em Cristo Jesus(v.9).

Aquele que não ama não conhece a Deus e inviabiliza o projeto glorioso e abençoado de uma
nova vida em Cristo na pessoa do seu Filho Jesus(v.9). Aquele que não ama não conhece a
Deus e não reconhece a origem do amor e as conseqüências benéficas de sua revelação e
aceitação(v.10). Aquele que não ama não conhece a Deus e desconsidera os propósitos
estabelecidos pelo Senhor(v.11). Aquele que não ama não conhece a Deus e perde a
possibilidade de ver, sentir e perceber a realidade do Senhor além de ser aperfeiçoado(v.12).

Permaneçamos no amor

“A razão por que podemos ter a certeza de que vivemos unidos com Deus e de que ele
vive unido conosco é esta: Ele nos deu o seu Espírito. E nós vimos e anunciamos aos

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outros que o Pai enviou o Filho para ser o Salvador do mundo. Todo aquele que afirma
que Jesus Cristo é o Filho de Deus, Deus vive unido com ele, e ele vive unido com Deus.
E nós mesmos conhecemos o amor que Deus tem por nós e cremos nesse amor. Deus é
amor. Aquele que vive no amor vive unido com Deus, e Deus vive unido com ele. Assim
o amor na nossa vida está completo para que tenhamos coragem no Dia do Juízo,
porque a nossa vida neste mundo é como a vida de Cristo. No amor não há medo; o
amor completo afasta o medo. Portanto, naquele que tem medo o amor não está
completo, porque o medo mostra que existe castigo. Nós amamos porque Deus nos
amou primeiro. Se alguém diz: "Eu amo Deus", mas odeia o seu irmão, é mentiroso. Pois
ninguém pode amar Deus, a quem não vê, se não amar o seu irmão, a quem vê. O
mandamento que Cristo nos deu é este: Quem ama Deus, que ame também o seu
irmão” (1 João 4.13-21).

Não basta somente amar é necessário permanecer em amor. O que significa isso? Como
operacionalizar esse procedimento de permanecer em amor? Esta passagem nos dá algumas
dicas importantes:

Como cristãos estamos nele e necessitamos conhecera realidade de que ele está em
nós(v.13). Somos habitados pelo Espírito Santo de Deus e esse é um fator determinante para
que permaneçamos em amor. O Espírito Santo nos capacita a amar e com sua graça nos faz
permanecer em amor. Como cristãos temos a responsabilidade de testificar deste gesto de
grande amor de Deus por nós(v.14). Você e eu fomos alcançados por esta maravilhosa graça e
por este tão grande amor, devemos como testemunhas fiéis anunciar a respeito de Jesus.
Testemunhar aos perdidos: isso e permanecer em amor!

Como cristãos precisamos assumir a nossa fé em Jesus(v.15). Assim ao confessarmos Jesus


como o Filho de Deus passamos a fazer parte da divindade e vice-versa. Confessar a filiação
divina de Jesus: isso é permanecer em amor! Como cristãos que conhecemos e cremos no
amor que Deus tem por nós precisamos andar nele(v.16). Andar nele é andar em amor e isso
significa que precisamos permitir que os seus valores conduzam nosso viver. Andar nele: isso
é permanecer em amor! Como cristãos precisamos da convicção de que o amor que Deus
dispensa sobre nós é perfeito(v.17). A perfeição do amor está intimamente ligada com o caráter
de Deus e isso se aplica às nossas vidas também.

Como cristãos devemos alimentar o nosso coração de esperança(v.17). Há esperança para


aqueles que andam em amor! Não ficaremos decepcionados no dia do Juízo, pois o perfeito
amor habilita-nos a confiar em seu poder transformador. Como cristãos devemos buscar uma
relação de semelhança com o Senhor(v.17). Ele é o nosso padrão, modelo e ideal de vida.
Existe uma necessidade que precisa der suprida. Há um desafio a ser superado. Durante este
vida terrena precisamos ser como ele é. Buscar a semelhança com Cristo: isso é permanecer
em amor! Como cristãos precisamos aprender a dinâmica do amor que joga fora o temor(v.18).
Quantos são os medos e temores que insistem em visitar ou habitar os nossos corações? Não

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há compatibilidade entre o amor e o medo. Viver uma vida destemida: isso é permanecer em
amor!

Como cristãos precisamos reconhecer o fato de que a iniciativa de amar procede de


Deus(v.19). Assim como ele tomou a iniciativa em nos amar devemos agir em relação aos
nossos semelhantes. Não fique esperando pelo outro vá ao encontro dele e revele o seu amor.
Tomar a iniciativa de amar: isso é permanecer em amor! Como cristãos precisamos abandonar
a mentira(v.20). É impossível estabelecer uma relação de amor a Deus sem que tenhamos
relacionamentos amáveis com os nossos irmãos e semelhantes. A prova concreta do amor ao
invisível(Deus) é o amor ao visível(irmão). Abandonar toda forma de mentira: isso é
permanecer em amor! Como cristãos devemos reconhecer que os mandamentos existem para
serem obedecidos. Não se trata de opções religiosas ou comportamentais que podemos
escolher, antes é uma ordem expressa e intransferível que temos de obedecer. Obedecer aos
mandamentos: isso é permanecer em amor!

Conclusões

“Todo aquele que crê que Jesus é o Messias é filho de Deus. E quem ama um pai ama
também os filhos desse pai. Nós sabemos que amamos os filhos de Deus quando
amamos Deus e obedecemos aos seus mandamentos. Pois amar Deus é obedecer aos
seus mandamentos. E os seus mandamentos não são difíceis de obedecer porque todo
filho de Deus pode vencer o mundo. Assim, com a nossa fé conseguimos a vitória sobre
o mundo. Quem pode vencer o mundo? Somente aquele que crê que Jesus é o Filho de
Deus. Jesus Cristo é aquele que veio com a água do seu batismo e o sangue da sua
morte. Ele veio com a água e com o sangue e não somente com a água. E o próprio
Espírito Santo é testemunha de que isso é verdade porque o Espírito é a verdade. Há três
testemunhas: o Espírito, a água e o sangue; e esses três estão de pleno acordo. Nós
aceitamos o testemunho dos seres humanos, mas o testemunho de Deus tem mais valor.
E esse é o testemunho que Deus deu a respeito do seu Filho. Aquele que crê no Filho de
Deus tem esse testemunho no seu próprio coração. Mas quem não acredita em Deus faz
de Deus um mentiroso, porque não acredita no testemunho que Deus deu a respeito do
seu Filho. E este é o testemunho: Deus nos deu a vida eterna, e essa vida é nossa por
meio do seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem
a vida. Eu escrevo essas coisas a vocês que crêem no Filho de Deus, para que vocês
saibam que têm a vida eterna. Quando estamos na presença de Deus, temos coragem
por causa do seguinte: Se pedimos alguma coisa de acordo com a sua vontade, temos a
certeza de que ele nos ouve. Assim sabemos que ele nos ouve quando lhe pedimos
alguma coisa. E, como sabemos que isso é verdade, sabemos também que ele nos dá o
que lhe pedimos. Se alguém vê seu irmão cometer algum pecado que não traz a morte,
deve orar a Deus, e ele dará a vida a esse irmão. Isso, no caso de pecados que não
trazem a morte. Mas há pecado que traz a morte, e eu não digo que vocês orem a
respeito desse pecado. Toda maldade é pecado; porém há pecados que não trazem a
morte. Sabemos que os filhos de Deus não continuam pecando, porque o Filho de Deus
os guarda, e o Maligno não pode tocar neles. Sabemos que somos de Deus e que o

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mundo todo está debaixo do poder do Maligno. Sabemos também que o Filho de Deus já
veio e nos deu entendimento para conhecermos o Deus verdadeiro. A nossa vida está
unida com o Deus verdadeiro, unida com o seu Filho Jesus Cristo. Este é o Deus
verdadeiro, e esta é a vida eterna. Meus filhinhos e minhas filhinhas, cuidado com os
falsos deuses!”(1 João 5.1-21).

Combinação das três provas(v.1-5) = a fé que reconhece ser Jesus Cristo nascido de Deus e
que ama o criador do Filho, produz amor ao filho também(1). O amor ao Filho de Deus é
revelado através do amor ao pai e da guarda dos mandamentos(2). Este amor é o amor de
Deus para conosco: que guardemos os seus mandamentos que não são penosos(3). A nossa
fé em Jesus prova que somos nascidos de Deus e nos torna vitoriosos sobre o mundo(4). Não
há outro vencedor senão o que crê que Jesus Cristo é o Filho de Deus(5).

As três testemunhas(v.6-12) = Jesus é o que veio por meio da água e do sangue e o Espírito
Santo testemunha este fato(6). A trindade também testemunha este fato pois nela está o
Espírito da Verdade(7). Por inferência cremos que o número três simboliza a trindade(8). O
testemunho de Deus é maior do que os dos homens(9). A bênção dos que crêem no Filho de
Deus e a maldição dos que não crêem no Filho(10). A qualidade ímpar de vida que Deus nos
dá através de Jesus(11). Como possuir esta vida e como perdê-la(12).

A nossa conseqüente segurança(v.13-17) = João declara mais uma vez o objetivo de sua
carta(13). A confiança que temos em Deus pois Ele ouve as nossas orações quando pedimos
segundo a sua vontade(14). E se temos esta confiança já sabemos que alcançamos o que
pedimos(15). O pecado que não gera morte e a intercessão(16). Toda injustiça é pecado(17).

Três afirmações e uma exortação para concluir(v.18-21) = O nascido de Deus está protegido
do estado de pecado(18). Somos propriedade de Deus e o mundo jaz no maligno(19). A
consciência da vinda do verdadeiro Cristo e de sua atividade de ter dado o entendimento aos
seus seguidores(20). Exortação contra a idolatria(21).

2ª João

Prefácio(v.1-3) = João escreve a uma igreja local, usando a expressão “senhora eleita” como
disfarce para uma comunidade. Descreve o seu relacionamento com essa igreja como amor
em verdade assim como os demais cristãos que a conheciam(1). A razão porque João e os

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outros cristãos amavam os membros desta igreja é por causa da verdade que permanece no
seio da igreja e que permanecerá para sempre. A verdade é a base do amor cristão
recíproco(2). Este versículo registra a saudação joanina que segue os padrões comuns as
cartas escritas por amigos em língua grega no primeiro século, acrescentando misericórdia,
“em verdade e amor”(3).

A Mensagem(v.4-11) = A alegria de João por encontrar membros da igreja andando na


verdade, refletindo assim devida obediência aos mandamentos de Deus. Mas ele sabia que
nem todos estavam vivendo corretamente(4). João faz um apelo dramático, rogando àquela
igreja a fim de que relembre o mandamento básico: “que amemos uns aos outros”(5). E o amor
é manifestado quando andamos segundo os seus mandamentos. Andar segundo os
mandamentos, andar na verdade e andar no amor(6). Novamente João volta a falar dos
enganadores que saíram pelo mundo negando a encarnação de Jesus Cristo. São os anti-
cristos(7).

O cristão precisa ter cautela para não perder a recompensa pelo trabalho cristão já
realizado(galardão). Os ensinos errados não poderiam corromper o cristão fiel(8). Os hereges
haviam avançado tanto do ensino de Cristo que o adulteraram e deixaram Deus para trás. É
preciso permanecer no ensino genuíno do Evangelho. Pois, confessar o Filho é possuir o Pai;
negar o Filho é estar privado do Pai(9). O comportamento do cristão diante dos hereges é de
não recebê-los em casa nem tão pouco desejar boa viagem(10). Não podemos oferecer
nenhum incentivo às suas más obras senão seremos seus cúmplices(11).

A conclusão(v.12-13) = Desejoso de vê-los pessoalmente João prefere encerrar a carta, sendo


que ainda teria outros assuntos a tratar(12). Transmite saudações da membresia da sua
congregação irmã, ou seja da igreja de onde está escrevendo(13).

3ª João

A mensagem a Gaio(v.1-8) = Carta endereçada a Gaio pessoa que merece o respeito de João
que o ama de verdade(1). Observa-se que a relação de amizade de João e Gaio era bem
estreita. E o desejo joanino era que Gaio prosperasse em todos os aspectos assim como ia
bem a sua alma(2). A prova do bem-estar espiritual de Gaio lhe fora trazida por certos irmãos.
E isto alegrou a João por saber que Gaio anda na verdade(3). Gaio era um dos filhos na fé do
presbítero e daqueles que lhe alegravam o coração(4). Ao amado Gaio João pede fidelidade no
procedimento com os irmãos e hospitalidade para com os estranhos(5). Os irmãos deram
testemunho favorável à Gaio e deste se sabe que também financiava as viagens dos
missionários. Estes evangelistas intinerantes não procurariam obter seu sustento dos
gentios(7). Por esta razão devemos acolher os missionários: primeiro porque eles são irmãos a
quem devemos honrar por saírem por causa do nome de Jesus. Segundo porque eles não têm
outro meio de sustento. Terceiro é que nos tornamos cooperadores da verdade.

A mensagem concernente a Diótrefes(v.9-10) = O presbítero apresenta agora o problema


criado por Diótrefes. No caráter e na conduta era inteiramente diferente de Gaio. No caso de
Diótrefes ele quer ter primazia dentre os irmãos e não acolhe os missionários(9). Diótrefes tem
o seguinte comportamento: primeiro, ele está proferindo contra João palavras maliciosas e

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absurdas; segundo, ele recusou-se a receber os irmãos missionários; terceiro, ele impede os
que querem recebê-los, e os expulsa da igreja. Vaidade pessoal e nada mais(10).

A mensagem concernente à Demétrio(v.11-12) = Aconselha a não seguir o mau exemplo de


Diótrefes mas o bom exemplo de Gaio. Pois a nossa conduta revela a nossa condição
espiritual(11). De Demétrio se dá um tríplice testemunho: todos lhe dão testemunho; o
testemunho é confirmado pela própria verdade; e João mesmo dá testemunho(12).

A conclusão e a saudação(v.13-15) = Mais coisas João tinha a tratar com Gaio e desiste de
fazer através da correspondência(13). Espera poder vê-lo pessoalmente para
conversarem(14). Deseja que a paz de Cristo seja com Gaio. Transmite a saudação dos
amigos e refere-se a saudação nominal feita a Gaio(15).

JUDAS

A epistola de Judas, composta de 25 versículos, contém uma mensagem atual e apropriada


para os crentes desta geração. O estudo do material bíblico está dividido em seis seg mentos,
como segue:
1. Autoria: Quem escreveu a epistola
2. Contexto histórico: Quando/Onde foi escrita a epístola
3. Destinatários: A quem foi escrita a epístola
4. Propósito: Por que foi escrita a epístola
5. Conteúdo: O que foi escrito na epístola
6. Abordagem: Como foi escrita a epístola

1 . AUTORIA DA EPÍSTOLA DE JUDAS(v.1a).

O texto indica ter sido Judas o autor, irmão de Tiago e do Senhor Jesus. Tiago seu irmão, foi
líder na igreja em Jerusalém.

2 . CONTEXTO HISTÓRICO DA EPÍSTOLA DE JUDAS

A igreja do Novo Testamento já estava estabelecida, embora continuasse a enfrentar ondas de


perseguições. Todavia, uma ameaça ainda mais séria pairava no horizonte: a existência de
mestres falsos que corrompiam a fé cristã através de suas interpretação distorcida da Palavra
de Deus e através da apresentação de perspectivas pagãs da realidade. Havia um perigo real
de que se despojasse nosso Senhor de sua Divindade, o que poderia levar os crentes a se
afastarem da vida de amor e de piedade que os unia em um relacionamento íntimo com Jesus
Cris to.

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No que tange à data da epístola, há autores que preferem as cercanias de 80 a. D. em virtude


da semelhança entre o conteúdo de Judas e aquele de 2 Timóteo e 2 Pedro, que foram
escritas em 63-64 a.D. Outros entendem que a semelhança de conteúdo entre Judas e 2 Pedro
sugere que um fez uso do outro ou que ambos se basearam numa terceira fonte que combatia
os falsos mestres. O local onde a epístola foi escrita permanece desconhecido.

3 . DESTINATARIOS DA EPÍSTOLA DE JUDAS(v.1b)

a. Judas os descreve como:

1. "Chamados" - Por Deus, para a salvação(Romanos 8.30).


2. "Amados" - Em Deus Pai, por sermos filhos(Romanos 8.15:16: I João 3.1).
3. Em suma, estavam sob o cuidado e amor constantes de Deus.

b. Do prisma étnico, eram judeus crentes. o conteúdo faz referência ao Antigo Testamento e a
dois livros apócrifos(o Livro de Enoque e Ascenção de Moisés). O adjetivo "apócrifo" traduz a

palavra grega "segredo", "obscuro" ou o verbo esconder". O termo designa os escritos
religiosos, ou escrituras, não canônicas.

c. Os destinatários estavam sob ameaça interna já que falsos mestres haviam se "introduzido
furtivamente" e, com suas doutrinas, estavam criando cismas entre eles.

4 . PROPÓSITO DA EPÍSTOLA DE JUDAS(v.3)

Judas declara haver sentido a "necessidade de vos escrever, exortando-vos a pelejar pela fé
de que uma vez para sempre foi entregue aos santos". "Exortando" traduz palavra que se
empregava para exortar um exercito hesitante à entrar na batalha. "Pelejar" implica luta que
exige esforço ingente. "Entregue" ou "confiada", era usada em relação à transmissão da fé
durante o período do Antigo Testamento. Seu propósito maior foi encorajar e exortar seus
leitores a resistirem àqueles que, estando entre eles, desejavam desviá-los.

Os cristãos têm o dever de "batalhar" pela doutrina evangélica, isto é, manter fielmente e
defender resolutamente os ensinos fundamentais e básicos da fé cristã; esta doutrina é clara e
definida. Achamo-la nos Evangelhos e nas Epistolas, e ninguém está autorizado a aumentar ou
diminui-la. Aqui não se trata da fé individual que é para a salvação, mas sim do total dos
ensinos específicos que formam o cristianismo e o distingue do Judaísmo e das demais
religiões.

Entre essas verdades básicas podemos incluir, por exemplo:


a. A divina inspiração e autoridade das Escrituras.
b. A Trindade.
c. A queda espiritual do homem.
d. A perfeita divindade e humanidade de Jesus Cristo.
e. O único e perfeito sacrifício de Jesus pelos pecados humanos.
f. A ressurreição e a segunda vinda de Cristo.
g. A justificação pela fé.

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h. A vida eterna para o crente. A perdição eterna para o incrédulo.

Os que não aceitam estas verdades básicas não podem ser cristãos no sentido bíblico, e os
que as modificam por "reservas" Cu acréscimos são hereges.

5. CONTEÚDO DA EPÍSTOLA DE JUDAS(v.4-25)

v.4 - Destaque para a apostasia : Já entraram na igreja "homens ímpios", chamando-se


cristãos mas negando suas doutrinas principais do Evangelho: a) A divindade de Jesus Cristo;
b) A vida santa como prova da fé em Cristo - pois eles transformaram
em dissolução(libertinagem) a graça de Deus". Note como Judas salienta a divindade de Jesus
- "o nosso único e Soberano Senhor, Jesus Cristo". Aqueles "mestres" diziam: "Se somos
salvos pela graça e não pelas obras, então podemos pecar à vontade .'" - - Esquecendo que o
pecador arrependido e crente em Cristo não terá vontade de pecar(Romanos 6.2,17; 8.4-5; 1
João 3.6-9).

v.5-7 - O castigo dos ímpios. Nestes versículos Judas cita três exemplos do castigo divino,
tirados dos tempos passados:
a. Os incrédulos e rebeldes em Israel, durante os quarenta anos no deserto. A nação foi salva
do Egito, e pelo batismo no Mar Vermelho foi consagrada a Deus, em Moisés seu chefe(veja 1
Coríntios10.21). Porém, entre eles a maioria mostrou-se incrédula e desobediente, e ficou
destruída em períodos sucessivos(Êxodo 33.25-28; Números 11.33; 14.45; 16.31-35,46-49;
21.6; 25.1-5,9). Veja também 1 Coríntios 10.5-8.
b. Anjos(6). A referência aqui e misteriosa, e é semelhante à de 2 Pedro 2.4. Indica uma crença
de que houvera uma guerra no céu, entre os anjos bons e os maus, cujo orgulho e ambição os
conduziram a queda. Os anjos rebeldes serão julgados junto com satanás(Apocalipse 20.10).
C. Sodoma e Gomorra(7). Os habitantes destas cidades praticavam toda perversidade
sexual(Gênesis 19.5,8; Romanos 1.27), sendo inteiramente corruptos. O fogo que os destruiu é
tomado neste versículo como profético do fogo eterno como reservado para todos os ímpios.

v.8-16. A descrição detalhada dos falsos mestres: o verso diz que os falsos mestres estavam
"sonhando”, isto é, estavam alheios à realidade. A poluição moral deles os impelia a não
reconhecer a autoridade válida. O verso 9 apresenta uma ilustração extraída do livro apócrifo
"Ascenção de Moisés". O Arcanjo Miguel foi enviado para sepultar o corpo de Moisés mas o
diabo contestou-lhe o direito sobre o corpo do grande líder uma vez que este assassinara um
egípcio. A lição que Judas procura apresentar é que a resposta de Miguel - "o Senhor te
repreenda" - mostra que nem mesmo o arcanjo desafiou o diabo. Ora, se Miguel não
repreendeu Satanás, como aceitar que os falsos mestres estivessem demonstrando tamanho
desrespeito pelos anjos, os servos de Deus. Os falsos mestres são os homens descritos como
- imorais, arrogantes, avarentos, inúteis, bestiais, insinceros e perigosos. Veja a ilustração feita
pelo verso 11: 1) Caim: ódio em relação ao irmão(Gênesis 4-5) - total falta de amor. 2) Balaão:
rendição de sua integridade por causa da ganância(Números 22-24; 31.8,16) - ganância. 3)
Coré insubordinação contra uma autoridade estabelecida por Deus(Números 16) -
insubordinação. O primeiro não governou as suas paixões(ciúmes e raiva). Balaão pelo amor
ao dinheiro desobedeceu a Deus, e depois fez que o povo pecasse gravemente. Coré difamou
a Moisés e Arão, e rebelou-se contra eles.

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Ainda descrevendo tais falsos mestres, Judas mostra que estão sujeitos a mesma destruição
que liquidou Sodoma e Gomorra(v.7). São imorais, arrogantes, distorcem a verdade a fim de
adequá-la a seus próprios propósitos, fazendo da graça uma licença para a própria
imoralidade; vazios nos seus ensinos, como bem descrevem os versos 12 e 13:
1. Escolhos nos ágapes - "escolho" = rochedo à flor da água, recifes perigosos para a
navegação.
2. Pastores que se auto-apascentam.
3. Nuvens sem chuva, carregadas pelo vento.
4. Árvores sem folhas nem fruto, desarraigadas.
5. Ondas furiosas do mar, espumando as próprias torpezas.
6. Estrelas errantes a serem engolfadas pelas trevas.

Os versos 14-16 produzem uma referência vinda de um livro apócrifo - "o livro de Enoque",
sugerindo que a vinda do julgamento estava prevista até mesmo num livro não-canônico. As pa
lavras dos apóstatas são murmurações, arrogâncias e adulações; as suas obras são o fruto da
carnalidade, impureza e ganância.

v.17-25. A conduta dos fiéis - Judas dirige-se novamente aos crentes dizendo-lhes que um
homem prevenido vale por dois. Uma vez que os apóstolos do Novo Testamento já avisaram a
igreja acerca dos "mestres" ímpios(18). Os "pastores ímpios" não têm o Espírito Santo(19), pois
nunca se converteram a Cristo, nunca nasceram de novo. São "sensuais", sem percepção
espiritual, e causam divisões entre os crentes; fundam "igrejas" e "congregações" que são
deles e não de Cristo.

A exortação apostólica(20-23) apresenta a maneira de "batalharmos pela fé", de mantermos


nas igrejas a sã doutrina e a conduta digna do Senhor. O escritor indica quatro maneiras de
conseguir-se este fim:

1. Edificação na fé "santíssima"(20). Isto se faz pelo estudo da Palavra e pela obediência a


seus ensinos. Crentes que negligenciam as reuniões para estudo bíblico e ministério da
Palavra são geralmente os primeiros a serem seduzidos por falsos mestres e partidaristas, pois
não são firmados nem edificados na doutrina de Cristo.

2. Oração. Aqui se contempla a igreja unida em oração; os que regularmente se ausentam


destas reuniões, raras vezes são crentes dados a oração particular em casa. Porém, a oração
"no Espírito Santo"(com fervor, sinceridade e na luz da Palavra) é realmente a maior proteção
contra o falso ensino e a carnalidade.

3. Firmeza no amor de Deus(21). Esse amor foi mostrado no Evangelho da nossa salvação -
"pela graça sois salvos mediante a fé.... o dom de Deus.... criados em Cristo para as boas
obras"(Efésios 2.8-10). Esperamos a vinda do Senhor e a perfeição da nossa
redenção(Romanos 8.18,23). Somos salvos para a santidade, não para o pecado.

4. Compaixão para crentes fracos e enganados(22-23). Em vez de censurá-los, vamos


esforçar-nos para guardá-los na fé: orar por eles, aconselhar e dirigi-los com amor. Porém,
haverá alguns que parecem já perdidos, seguindo o pecado(embora ainda chamando-se
cristãos); tenhamos dó dos tais, salvando-os, se for possível, do perigo; mas devemos cuidar
de nos mesmos, separando-nos inteiramente do mal.

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Os versos 24 e 25, contém uma doxologia que pode ser dividi da em duas partes: 1) Deus é
poderoso para guardar seus filhos de tropeçar e apresentá-los ante a sua glória imaculados e
jubilosos. 2) A esse Deus seja glória, majestade, domínio e poder, ante todos os séculos, agora
e para todo o sempre.

6. ABORDAGEM DA EPÍSTOLA DE JUDAS

A epistola de Judas contem uma advertência clara. É uma passagem didática que lida com a
exposição da verdade. Não obstante ter sido escrita para um grupo específico de crentes, ela
trata de matéria universal e pode ser útil para nós hoje. Judas se utiliza de uma argumentação
biográfica no sentido de apresentar sua mensagem em relação aos falsos mestres. O uso que
ele faz de escrituras apócrifas não implica que ele tenha visado utilizá-las como fontes de
revelação, mas para mostrar como aqueles falsos mestres agiam distorcendo até mesmo uma
literatura não canônica. Há alguns estudiosos que acham que Judas não devia ter sido incluído
no Novo Testamento exatamente por causa dessas referências a livros apócrifos. Entretanto,
argumenta-se que se ele tinha um objetivo especifico quando lançou mão dessa literatura.

Em síntese, algumas aplicações individuais da epístola:

a. Sejamos cuidadosos no avaliar, julgar e aceitar o que nos é ensinado, ainda que,
aparentemente, baseado na Palavra de Deus.

b. Mantenhamos nossos olhos fitos em Jesus Cristo. Quanto mais conhecemos aquilo que e
verdadeiro tanto mais fácil nos será reconhecer e identificar o que é falso.

C. Estejamos espiritualmente prontos atentando para as exortações que Judas faz nos
versículos 17-23.

d. Disponhamo-nos a viver nossa fé, defendendo-a no poder do Espírito Santo(1 Pedro 3.15).

UNIDADE 3 - A IGREJA EXPECTANTE

APOCALIPSE

O último livro do Novo Testamento é o livro da revelação. Segundo a maioria dos estudantes,
foi escrito no ano 95 AD, sendo o seu autor o apóstolo e evangelista João, com certeza o
último remanescente do colégio apostólico e numa época em que a igreja enfrentava uma
terrível perseguição por parte do então todo poderoso Império Romano, parecendo que iria ruir
por terra toda a obra redentora implantada e legada pelo Senhor Jesus, por meio do Seu
sacrifício e do seu sangue remidor vertido na cruz do Calvário.

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Justamente nessa época tão difícil para a igreja, e quando João, o apóstolo amado, já
alquebrado, encanecido pelas lutas, desterrado na rochosa ilha de Patmos, provavelmente
desesperançado e no fim da vida terrena, e arrebatado em espírito no dia do Senhor, e a ele e
revelado pelo próprio Senhor Jesus, ressurreto, glorificado, detentor de todo o poder nos céus
e na terra, “as coisas que brevemente devem acontecer", numa mensagem de fé, esperança e
conforto, e que deveriam ser notificadas aos seus servos, representados pelas sete igrejas.

De um modo geral, o livro do Apocalipse é tido como um livro obscuro, de difícil compreensão e
interpretação, enigmático, cheio de símbolos, os quais dificultam o seu entendimento, mas na
realidade, se o analisamos à luz do contexto bíblico, estando atentos as palavras dos profetas,
dos apóstolos, ao sermão profético e ao significado dos símbolos, verificaremos que este livro
se transforma numa radiosa mensagem de fé e esperança para a igreja de todos os tempos e
até a consumação dos séculos. Devemos reconhecer de que mesmo entre os cristãos mais
eminentes não há uma unanimidade de pensamento quanto a sua interpretação, havendo pelo
menos quatro correntes:

1. A PRETERISTA = aquela que afirma que todas as suas profecias já se cumpriram; a maioria
delas nos tempos das perseguições do Império Romano.

2. A HISTÓRICA = as profecias do livro serão todas cumpridas no passar dos tempos, desde
os dias de João, até a consumação dos séculos.

3. A SIMBÓLICA OU ESPIRITUAL = As visões são figuras de certas verdades.

4. A FUTURISTA = A maior parte da série de profecias pertence aos últimos dias.

Para que haja uma maior facilidade de interpretação e compreensão do seu conteúdo devemos
ter em mente alguns aspectos importantes:

1. Versículo Chave = "Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o
transpassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém(Apocalipse 1.7).
Se nos lembrarmos da chave, o livro do apocalipse não se tomara mais obscuro, pois sempre
nos levará a esse ponto extraordinário, que é a segunda Vinda de Cristo, com poder e grande
glória.

2. Temos sempre em mente a palavra do apóstolo Pedro, de que “nenhuma profecia e de


particular interpretação"(2 Pedro 1.20), devendo sempre ser analisada à luz do contexto, sem o
que muitas passagens proféticas ficam incompreensíveis e sem sentido.

3. Buscar sempre a orientação do Espírito Santo(1 Coríntios 2.14-15).

4. Significado do número sete = creio ser oportuna uma palavra sobre este número que
aparece com freqüência neste livro. De um modo geral ele é interpretado como o número que
simboliza a perfeição, e em certo aspecto é, mas também satanás e descrito pelo número sete.
Creio que a definição mais apropriada é a de que o número sete representa aquilo que é
completo, aquilo que exprime a totalidade de alguma coisa.

5. Levar em conta também que a revelação recebida por João não está registrada numa
seqüência natural em alguns pontos, sendo necessário "encaixá-los" corretamente à luz de
outras passagens, o que se é possível fazer quando se conhece o plano divino que se
desenvolve através dos séculos e conforme o que está registrado e revelado nas Escrituras,

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desde o Gênesis até o Apocalipse, sendo necessário para tanto uma boa versão, fidedigna e
de acordo com os textos mais confiáveis, e que não tenha sido adaptada ou influenciada por
nenhuma corrente de pensamento no campo escatológico.

I - CAPÍTULO 1 = O PRÓLOGO

João saúda as igrejas na Ásia e diz-lhes que ele tinha recebido as visões as quais ele mesmo
agora passa a comunicá-las. Este capítulo também relata a visão de Cristo, o comando para
registrar as visões, e atua como uma introdução às cartas para as igrejas.

II - CAPÍTULOS 2 e 3 = MENSAGENS ÀS SETE IGREJAS

As mensagens são dadas em forma de cartas, afirmando terem sido ditadas pelo próprio
Cristo. Os dois capítulos são completos em si mesmos, e alguns teólogos têm encontrado
neles um prévio, escrito independente, o qual não tem nenhuma conexão real com o resto do
livro. Mas eles estão vitalmente ligados ao mesmo, e indica o propósito para qual o mesmo foi
escrito. Elas avisam a igreja que uma crise está a emergir, e que a igreja tem que estar pronta
para enfrentá-la. Cristo mesmo está vindo para assistir ao seu povo, mas Ele só poderá ajudar
seu povo se eles manterem sua fé. Estas cartas são todas similares em estrutura, começando
com a referência ao Cristo apresentado no capítulo 1 e então uma apresentação e rápida
análise da situação das igrejas, e finalmente a promessa ligada à visão final do Reino de Cristo
e da cidade de Deus nos capítulos 20-22.

III - CAPÍTULOS 4 e 5 = A VISÃO NO CÉU

O apocalipse como tal começa aqui. Uma porta e aberta no céu e João é arrebatado e vê Deus
assentado no seu trono cercado por seres celestiais. Ele segura em suas mãos o Livro de
Julgamento e entrega o mesmo a Cristo, que procede a abertura dos selos. Estes contem a
visão de Deus e do Cordeiro, o que é dito ser o “fulcrum” da Revelação, porque estes capítulos
ocupam uma posição chave na estrutura do livro e certamente forma a chave para a teologia
do livro inteiro. Típico do livro, estes dois capítulos apresentam Deus e o Cordeiro juntos. No
capitulo 4 sendo a visão de Deus, o Senhor da Criação e capitulo 5 a visão de Cris to, o Senhor
da Redenção. Uma eterna realidade como a soberania de Deus testemunhada pela visão do
trono, uma soberania vista na luz da majestosa e transcendente presença de Deus no céu no
capítulo 4, e também o Cordeiro através de quem Deus faz Sua soberania salvadora ter efeito
no universo. Em sua visão João vê o Cordeiro morto, ressurreto e exaltado que tem
conquistado a redenção e que agora reina com o Pai, e que sozinho agora pode abrir o livro
que contém a promessa do reino e que também apresenta o julga mento que precederá a
vitória final. Estes capítulos trabalham com a realidade presente, a redenção a qual tem sido
conquistada em Cristo e que é a base para tudo que segue a partir dEle. Também temos a
figura maravilhosa do "Trono de Deus" o qual abre de fato a visão por inteiro e ajuda-nos em
nosso entendimento da soberania de Deus. Muitos dos estudiosos da Bíblia e teólogos
concordam que o capitulo 5 é fundamental para a escatologia do livro por inteiro.

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IV - CAPÍTULOS 6 a 16 = A SÉRIE DE AFLIÇÕES

Grande parte do que se segue é apresentada com três séries de julgamentos: Os sete
selos(6.1-8:5); as sete trombetas(8.6-11.19); as sete taças(15.1-16.21). Esta série jamais foi
escrita para ser analisada de forma consecutiva, mas em paralelo elas são na realidade três
caminhos ou formas diferentes de se ver a mesma coisa. Isto se toma evidente quando elas
são colocadas lado a lado, e quando se é visto que em cada série de julgamento finaliza com o
mesmo evento = a vinda de Jesus Cristo e o Dia Final. Os julgamentos deliberados no céu são
executados sobre a terra. Anjos são enviados e produzem guerras e fomes e pestes, enquanto
ao mesmo tempo as Boas Novas estão sendo pregadas. Estas pragas se tomam terríveis e se
intensificam até toda a terra ser total mente devastada. Os santos são selados para o
livramento final mas enquanto isto partilham das calamidades as quais cairão sobre a
humanidade.

V - CAPÍTULOS 17 e 18 = A RUÍNA DO IMPÉRIO DO ANTICRISTO

O anticristo e a besta são completamente derrotados e a ímpia cidade de Roma deitada sobre
o pó em ruínas. Como esta cidade era vista como sendo o quartel general do maligno, assim
que com sua queda a velha ordem é deixada para trás.

VI - CAPÍTULOS 19 e 20 = A CONSUMAÇÃO

Quando Cristo terá dominado todos os seus inimigos, Ele inaugurará um reino de paz e
prosperidade, o qual durará para sempre, e no qual todo o propósito de Deus será cumprido.

VII - CAPÍTULOS 21 e 22 = O EPÍLOGO

A vinda de Cristo, a qual trará em si mesma muitas lições à igreja como tal, terminando com a
bênção e saudação.

Uma Análise das Cartas às Igrejas

RECUPERANDO O AMOR PERDIDO

"Ao anjo da igreja de Éfeso escreva o seguinte: "Esta é a mensagem daquele que está
segurando as sete estrelas na mão direita e que anda no meio dos sete candelabros de
ouro. Eu sei o que vocês têm feito. Sei que trabalharam muito e agüentaram o sofrimento
com paciência. Sei que vocês não podem suportar pessoas más e sei que puseram à

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prova os que dizem que são apóstolos, mas não são, e assim vocês descobriram que
eles são mentirosos. Vocês agüentaram a situação com paciência e sofreram por minha
causa, sem desanimarem. Porém tenho uma coisa contra vocês: É que agora vocês não
me amam como me amavam no princípio. Lembrem do quanto vocês caíram!
Arrependam-se dos seus pecados e façam o que faziam no princípio. Se não se
arrependerem, eu virei e tirarei o candelabro de vocês do seu lugar. Mas vocês têm a seu
favor isto: Odeiam o que os nicolaítas fazem, como eu também odeio. "Portanto, se
vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam o que o Espírito de Deus diz às igrejas. "Aos
que conseguirem a vitória eu darei o direito de comerem da fruta da árvore da vida, que
cresce no jardim de Deus"(Apocalipse 2.1-7).

Éfeso era considerada a maior e a mais estratégica cidade da Ásia. Nela estava localizado o
maior porto da Ásia, era o centro da rede rodoviária romana e pré-romana e servia como portão
de entrada política e econômica para a Ásia. Era uma cidade livre e recebeu o apelido de "Luz
da Ásia". Era a cidade guardiã do templo de Artemis(Diana), considerado uma das setes
maravilhas do mundo antigo.

O início da igreja(Atos 18.18) deu-se pelo trabalho em conjunto de Áquila, Priscila e Paulo.
Esta igreja tornou-se o centro de evangelismo de toda a província da Ásia. Mas a vida da igreja
foi afetada pelas heresias e pelos ataques externos como: riqueza, poder, corrupção ética e
moral e persuasão religiosa. Ela resiste firme e sobrevive a este cerco. Por dentro também
recebe fortes ataques dos nicolaítas, que ensinavam que os cristãos podiam participar das
promiscuidades sexuais dos romanos.

Trabalhou muito esta igreja, separou líderes falsos dos bons, desmascarou os mentirosos,
foram pacientes, perseverantes e sofreram demais. Deus a elogia(vv.2,3). Para manter a sua
pureza a igreja pagou o preço de perder seu amor a Deus e seu amor uns pelos outros. Como
será que Deus nos avalia hoje? Está ele satisfeito com a nossa igreja? Aqui nos envolvemos
na história da igreja de Éfeso e espero que ouçamos a voz do Senhor nesta noite! A pergunta
que norteará nossa reflexão é: Como pode recuperar-se a igreja que perde o seu primeiro
amor?

I - Em primeiro lugar Deus responde dizendo que a igreja precisa lembrar(v.5). "...Lembra-
te pois onde caíste...." Traga a sua memória o seu relacionamento com Cristo e com os outros
antes que sejas absorvida pela batalha contra as pressões desta cidade e das heresias no
meio de ti. Perceba o preço pago em seu esforço absolutamente necessário para conservar a
ortodoxia e a pureza.

II - Em segundo lugar Deus responde dizendo que a igreja precisa arrepender-


se(v.5)Abandone o seu pecado. Reconheça o preço pago em vencer as batalhas. Aceite a
responsabilidade pessoal pelo seu fracasso. Confesse seu pecado a Deus e aos seus irmãos.
Corrija os caminhos e comprometa-se em redescobrir o seu primeiro amor.

III - Em terceiro lugar Deus responde dizendo que a igreja precisa agir(v.5). "... Pratica as
primeiras obras...". A ação deve seguir á reflexão. Comece tratando diferentemente a seu
irmão. Gaste uma boa qualidade de tempo com Deus. Gaste menos energia defendendo a fé e
mais energia celebrando a fé. Restaure os relacionamentos quebrados. Trate das fraquezas.
Corrija as brechas.

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Mas se insistir neste caminho de ortodoxia sem amor a igreja sofrerá sérias
conseqüências(v.5). Não crescerá mais, se tornando introspectiva, rejeitada e irrelevante para
a sua cidade e alienada dela e de qualquer cristão que pense de modo diferente. Deus a
retirará da face da terra. Deus nos chama a prática do amor e da unidade e nos garante uma
bem-aventurança(v.7). "Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas".

CONVIVENDO COM A PERSEGUIÇÃO

“Ao anjo da igreja de Esmirna escreva o seguinte: “Esta é a mensagem daquele que é o
Primeiro e o Último, que morreu e tornou a viver. Eu sei o que vocês estão sofrendo. Sei
que são pobres, mas, de fato, são ricos. Sei como aqueles que afirmam que são judeus,
mas não são, falam mal de vocês. Eles são um grupo que pertence a Satanás. Não
tenham medo do que vocês vão sofrer. Escutem! O Diabo vai pôr na prisão alguns de
vocês para que sejam provados e sofram durante dez dias. Sejam fiéis, mesmo que
tenham de morrer; e, como prêmio da vitória, eu lhes darei a vida. “Portanto, se vocês
têm ouvidos para ouvir, então ouçam o que o Espírito de Deus diz às igrejas. “Aqueles
que conseguirem a vitória não sofrerão o castigo da segunda morte”(Apocalipse 2.8-11).

Esmirna era outra grande cidade da Ásia Menor, competitiva com Éfeso. Não tinha o mesmo
poder econômico e político de Éfeso, mas era um grande centro comercial e muito agradável
com bom clima e em excelente planejamento arquitetônico. Ela abrigava uma colônia judaica
extremamente grande, expressiva e economicamente poderosa. Não temos informações de
quem fundou a igreja mas podemos supor de que é fruto do trabalho missionário de Paulo na
Ásia(Atos 19.10).

Parece que a igreja era saudável e próspera espiritualmente, porque a carta não contém
nenhuma palavra de crítica ou condenação. Esta era uma igreja perseguida, pobre,
aprisionada, cercada pelos líderes da comunidade que queriam persegui-la. É esta “sinagoga
de satanás”(v.9) que está por detrás da perseguição, que está divulgando afirmativas
mentirosas sobre os cristãos, levantando o medo e o ódio contra eles e assim motivando as
pessoas e o Estado a persegui-los. A pergunta desta noite é: qual é o desejo de Deus para a
igreja diante das perseguições?

I – Em primeiro lugar Deus responde dizendo que a igreja deve manter a atenção
concentrada em Jesus(v.8). Ao agirem assim os cristãos de Esmirna seriam capazes de
manter suas resoluções e compromissos, porque eles se lembrariam das vitórias de Cristo e
principalmente de que o Senhor Jesus é maior do que qualquer adversário humano ou
sobrenatural. Amados irmãos mantenhamos nossa atenção voltada para a pessoa de Jesus e
ouçamos a voz de Deus através de sua Palavra que nos diz:

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“Meus filhinhos e minhas filhinhas, vocês são de Deus e têm derrotado os falsos profetas.
Porque o Espírito que está em vocês é mais forte do que o espírito que está naqueles que
pertencem ao mundo”(1 João 4.4).

“Assim nós temos essa grande multidão de testemunhas ao nosso redor. Portanto, deixemos
de lado tudo o que nos atrapalha e o pecado que se agarra firmemente em nós e continuemos
a correr, sem desanimar, a corrida marcada para nós. Conservemos os nossos olhos fixos em
Jesus, pois é por meio dele que a nossa fé começa, e é ele quem a aperfeiçoa. Ele não deixou
que a cruz fizesse com que ele desistisse. Pelo contrário, por causa da alegria que lhe foi
prometida, ele não se importou com a humilhação de morrer na cruz e agora está sentado do
lado direito do trono de Deus. Pensem no sofrimento dele e como suportou o ódio dos
pecadores. Assim, vocês, não desanimem, nem desistam”(Hebreus 12.1-3).

II – Em segundo lugar Deus responde dizendo que a igreja não deve permitir que o medo
a faça sofrer ainda mais(v.10).Sim nós não devemos consentir que o medo dos adversários
nos faça sofrer ainda mais. O medo é uma experiência torturante e normalmente aqueles que
não amam a Deus procuram usar de força e também do poder que possuem para amedontrar
os pacificadores. Os irmãos em Esmirna estavam sendo injustiçados, caluniados, relegados a
um plano inferior em sua sociedade e agora o Senhor declara que alguns seriam presos,
torturados, maltratados e a razão disto tudo era a sua fidelidade a Deus que incomodava os
infiéis. O medo produz o que chamamos de sofrimento psicológico que é tão terrível quanto o
sofrimento físico. Mas o Senhor através de sua Palavra e seu Santo Espírito que nos fortalecer
e nos ajudar a enfrentarmos as dificuldades desta vida e sem medo ouçamos a sua voz que
nos diz:

“Não fiquem com medo, pois estou com vocês; não se apavorem, pois eu sou o seu Deus. Eu
lhes dou forças e os ajudo; eu os protejo com a minha forte mão. “Todos os seus inimigos
serão derrotados e humilhados; todos os que lutam contra vocês serão destruídos e morrerão.
Se vocês procurarem os seus inimigos, não os acharão, pois todos eles terão desaparecido. Eu
sou o Eterno, o Deus de vocês; eu os seguro pela mão e lhes digo: Não fiquem com medo,
pois eu os ajudo”(Isaías 41.10-13).

“Portanto, sejamos corajosos e afirmemos: “O Senhor é quem me ajuda, e eu não tenho medo.
Que mal pode alguém me fazer?”(Hebreus 13.6)

“Como vocês serão felizes se tiverem de sofrer por fazerem o que é certo! Não tenham medo
de ninguém, nem fiquem preocupados”(1 Pedro 3.14).

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III – Em terceiro lugar Deus responde dizendo que a igreja deve permanecer fiel(v.10). A
igreja deve permanecer fiel a Jesus. Cada um de nós que a compomos devemos buscar a
fidelidade como maior meta. Sejamos fiéis a Jesus ainda que isso nos custe a liberdade, o
emprego, a própria vida! Se a igreja Batista no Jardim Itamarati quiser ser uma igreja fiel com
certeza sofreremos. Esse sofrimento ocorre porque o mundo nos odeia na mesma proporção
que odeia a Deus. Essa foi a experiência dos irmãos de Esmirna, dos irmãos contemporâneos
de Paulo(Atos 13.50; 14.2,5) e com certeza tem sido a de muitos cristãos fiéis espalhados na
face da terra. Ao contrário do que se ensina hoje os crentes fiéis sofrerão mas jamais serão
abandonados pelo Senhor que nos desafia a fidelidade dizendo:

“Feliz é aquele que nas aflições continua fiel! Porque, depois de sair aprovado dessas
aflições, receberá como prêmio a vida que Deus promete aos que o amam”(Tiago 1.12).

“A mensagem é esta: Os maus não terão segurança, mas as pessoas corretas viverão por
serem fiéis a Deus”(Habacuque 2.4).

“Pois eu afirmo a vocês que só entrarão no Reino do Céu se forem mais fiéis em fazer a
vontade de Deus do que os professores da Lei e os fariseus”(Mateus 5.20).

“Mas é preciso que vocês continuem fiéis, firmados sobre um alicerce seguro, sem se
afastarem da esperança que receberam quando ouviram a boa notícia do
evangelho...”(Colossenses 1.23).

IV – Em quarto lugar Deus responde dizendo que a igreja deve ouvir e crer nas
promessas(v.11). O crente não deve ficar desanimado porque a perseguição, a dor ou o
sofrimento serão passageiros(v.10). Breve virá a consolação pois venceremos com Jesus
Cristo e não sofreremos o dano da segunda morte(Inferno). Quantas são as promessas que o
Senhor através da sua palavra têm feito a nós? Mas por que devemos ouvir e crer nas
promessas de Deus?

“Porém as Escrituras Sagradas afirmam que o mundo inteiro está dominado pelo pecado, e
isso para que as pessoas que crêem recebam o que Deus promete aos que têm fé em Jesus
Cristo”(Gálatas 3.22).

“Vocês precisam ter paciência para poderem fazer a vontade de Deus e receber o que ele
promete”(Hebreus 10.36).

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“O teu Reino é eterno, e tu és Rei para sempre. O Deus Eterno sempre cumpre o que promete;
ele é fiel em tudo o que faz”(Salmo 145.13).

MANTENDO A PUREZA NO TERRITÓRIO DO INIMIGO

"Ao anjo da igreja de Pérgamo escreva o seguinte: "Esta é a mensagem daquele que tem
a espada afiada dos dois lados. Eu sei que vocês moram aí onde está o trono de
Satanás. Vocês são fiéis e não abandonaram a fé que têm em mim, até mesmo quando
Antipas, minha testemunha fiel, foi morto aí em Pérgamo, onde Satanás mora. Mas
tenho algumas coisas contra vocês: Há entre vocês alguns que seguem o ensino de
Balaão, que mostrou a Balaque como fazer o povo de Israel pecar, dizendo que os
israelitas deviam comer alimentos oferecidos aos ídolos e cometer imoralidades. Assim
também estão entre vocês alguns que seguem os ensinos dos nicolaítas. Arrependam-
se! Se não, eu logo irei até aí e, com a espada que sai da minha boca, lutarei contra essa
gente. "Portanto, se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam o que o Espírito de
Deus diz às igrejas. "Aos que conseguirem a vitória eu darei do maná escondido. E a
cada um deles darei uma pedra branca, na qual está escrito um nome novo que ninguém
conhece, a não ser quem o recebe"(Apocalipse 2.12-17).

Pérgamo era a capital política da Ásia Menor sob o Império Romano; centro educacional com
uma biblioteca de duzentos mil rolos de pergaminhos; centro religioso mais importante do culto
ao imperador no oriente, com um templo dedicado à Roma e a Augusto. Havia ainda templos
para vários deuses gregos e romanos. Era um centro de idolatria. Por isso nela se encontra o
"Trono de Satanás"(v.13) mas também está uma igreja fiel que resiste ao cerco do inimigo.

A igreja estabelecida na cidade onde Satanás tinha o seu trono opunha-se ao culto ao
imperador e Roma rapidamente a identifica como um inimigo. Os problemas entretanto, não
eram somente as perseguições, mas também s questões internas pois uma parte da igreja
estava fraca espiritualmente, ao ponto de praticar o pecado de Balaão(Números 23.24 ; 25.1-
9). Havia em Pérgamo aqueles que queriam adorar a Deus e ao Imperador ao mesmo tempo;
iam à igreja e oravam a Deus e depois ao templo do Imperador e se inclinavam a ele. Como a
igreja pode manter a pureza mesmo estando no território do inimigo?

I - Em primeiro lugar Deus responde dizendo que a igreja deve continuar forte contra a
idolatria. Idolatria é algo que ofende a santidade de Deus. Uma igreja que não se posiciona
contra a idolatria ofende a seu Deus. Não podemos continuar quietos em relação ao
crescimento e o avanço da idolatria em nosso país e no mundo. Se Pérgamo era um cidade
idólatra o que dizer do Brasil? Como estamos cercados e rodeado de ídolos. O que você tem
feito em relação á idolatria? Deus quer que sejamos comprometidos com a sua vontade e nos
desafia através da sua Palavra:

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"Eu sou o Deus Eterno: este é o meu nome, e não permito que as imagens recebam o
louvor que somente eu mereço"(Isaías 42.8).

"Maldito seja aquele que fizer imagens de pedra, de madeira ou de metal, para adorá-las
em segredo; o Deus Eterno detesta a idolatria!" E o povo responderá: "Amém!" (
Deuteronômio 27.15).

"Então, de agora em diante, vivam o resto da sua vida aqui na terra de acordo com a
vontade de Deus e não se deixem dominar pelas paixões humanas. No passado vocês já
gastaram bastante tempo fazendo o que os pagãos gostam de fazer. Naquele tempo
vocês viviam na imoralidade, nos desejos carnais, nas bebedeiras, nas orgias, na
embriaguez e na nojenta adoração de ídolos (1 Pedro 4.2-3).

II - Em segundo lugar Deus responde dizendo que a igreja não deve aceitar a tentação de
comprometer-se com a idolatria para proteger-se. Como nós não comprometeremos com a
idolatria? A Bíblia nos ensina que como crentes nós devemos:

a) Fugir dela = "Por isso, meus queridos amigos, fujam da adoração de ídolos" (1
Coríntios 10.14).

b) Resguardar-se dela = "Meus filhinhos e minhas filhinhas, cuidado com os falsos


deuses!"(1 João 5.21).

c) Evitar as ligações com ela em nossas casas = " Não levem nenhum ídolo para dentro de
suas casas, pois a maldição que está sobre o ídolo estará também sobre vocês.
Detestem e odeiem com todo o coração os ídolos, pois o ídolo é uma coisa
amaldiçoada"(Deuteronômio 7.26).

d) Evitar a participação em coisas ligadas a ela = "O que é que eu quero dizer com isso?
Que o ídolo ou o alimento que é oferecido a ele tem algum valor? É claro que não! O
que estou dizendo é que aquilo que é sacrificado nos altares pagãos é oferecido aos
demônios e não a Deus. E eu não quero que vocês tomem parte nas coisas dos
demônios"(1 Coríntios 10.19-20).

e) Evitar as ligações religiosas com os idólatras = "O que eu digo é que vocês não devem
ter nada a ver com ninguém que se diz irmão na fé, mas é imoral, ou avarento, ou
adora ídolos, ou é bêbado, ou difamador, ou ladrão. Com gente assim vocês não
devem nem comer uma refeição"(1 Coríntios 5.11).

f) Evitar pactos com os idólatras = "Não façam nenhum acordo com os moradores da
terra para onde vocês vão, pois isso poderia ser uma armadilha mortal para vocês(...)
Não façam acordos com os moradores da terra que vai ser de vocês. Nos seus cultos

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eles adoram deuses pagãos e lhes oferecem sacrifícios. Eles vão convidar vocês
para as suas reuniões religiosas, e vocês poderão ficar tentados a comer os
alimentos que eles oferecem aos seus deuses"(Êxodo 34.12,15).

g) Evitar casamentos com idólatras = "Os filhos de vocês poderiam casar-se com
mulheres estrangeiras, e elas fariam que vocês fossem infiéis a mim e adorassem os
deuses pagãos que elas adoram"(Êxodo 34.16).

h) Testificar contra a idolatria = "Amigos, por que vocês estão fazendo isso? Nós somos
apenas seres humanos, como vocês. Estamos aqui anunciando o evangelho a vocês
para que abandonem essas coisas que não servem para nada. Convertam-se ao
Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que existe neles"(Atos 14.15).

i) Recusar a participação dela mesmo que sejamos ameaçados de morte = "E mesmo que
o nosso Deus não nos salve, o senhor pode ficar sabendo que não prestaremos
culto ao seu deus, nem adoraremos a estátua de ouro que o senhor mandou
fazer"(Daniel 3.18).

III - Em terceiro lugar Deus responde dizendo que a igreja deve arrepender-se da
receptividade ao pecado e ao liberalismo. Toda igreja é chamada ao arrependimento de um
pecado pelo qual só alguns eram culpados. O pecado dos Efésios era intolerância rude e falta
de amor; o pecado da igreja em Pérgamo era tolerância e liberalismo(v.16). E o nosso pecado
qual é?

"então, se o meu povo, que pertence somente a mim, se arrepender, abandonar os seus
pecados e orar a mim, eu os ouvirei do céu, perdoarei os seus pecados e farei o país
progredir de novo"(2 Crônicas 7.14).

"Portanto, arrependam-se e voltem para Deus, a fim de que ele perdoe os pecados de
vocês" (Atos 3.19).

"No passado Deus não levou em conta essa ignorância. Mas agora ele manda que todas
as pessoas, em todos os lugares, se arrependam dos seus pecados"(Atos 17.30).

"O Senhor não demora a fazer o que prometeu, como alguns pensam. Pelo contrário, ele
tem paciência com vocês porque não quer que ninguém seja destruído, mas deseja que
todos se arrependam dos seus pecados"(2 Pedro 3.9).

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"Lembrem do quanto vocês caíram! Arrependam-se dos seus pecados e façam o que
faziam no princípio. Se não se arrependerem, eu virei e tirarei o candelabro de vocês do
seu lugar" (Apocalipse 2.5).

"Arrependam-se! Se não, eu logo irei até aí e, com a espada que sai da minha boca,
lutarei contra essa gente" (Apocalipse 2.16).

IV - Em quarto lugar Deus responde dizendo que a igreja deve retornar as origens
espirituais e renovar seu relacionamento com Cristo o "pão da vida". Retornar às origens
é necessário para que não sejamos sufocados com as pressões e as armadilhas do inimigo.
Renovar os compromissos e o relacionamento com Jesus são exigências deste cerco espiritual
que o inimigo tem feito em relação à igreja. Assim ouçamos os desafios do Senhor:

"Ó Deus, cria em mim um coração puro e dá-me uma vontade nova e firme!" (Salmo
51.10).

"mas os que confiam no Deus Eterno recebem sempre novas forças. Voam nas alturas
como águias, correm e não perdem as forças, andam e não se cansam" (Isaías 41.1).

"Não vivam como vivem as pessoas deste mundo, mas deixem que Deus os transforme
por meio de uma completa mudança da mente de vocês. Assim vocês conhecerão a
vontade de Deus, isto é, aquilo que é bom, perfeito e agradável a ele"(Romanos 12.2).

"Por isso nunca ficamos desanimados. Mesmo que o nosso corpo vá se gastando, o
nosso espírito vai se renovando dia a dia"(2 Coríntios 4.16).

"e se vestiram com uma nova natureza. Essa natureza é a nova pessoa que Deus, o seu
criador, está sempre renovando para que ela se torne parecida com ele, a fim de fazer
com que vocês o conheçam completamente" (Colossenses 3.10).

"ele nos salvou porque teve compaixão de nós, e não porque nós tivéssemos feito
alguma coisa boa. Ele nos salvou por meio do Espírito Santo, que nos lavou, fazendo-
nos nascer de novo e dando-nos uma nova vida. Deus derramou com generosidade o
seu Espírito Santo sobre nós, por meio de Jesus Cristo, o nosso Salvador. E fez isso

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para que, pela sua graça, nós sejamos aceitos por Deus e recebamos a vida eterna que
esperamos" (Tito 3.5-7).

V - Em quinto lugar Deus responde dizendo que a igreja deve buscar e praticar uma vida
de santidade. Cremos que este é um ponto de tensão na vida cristã: a santidade. Eu sei que
muito se diz sobre santidade e também reconheço que nem sempre as perspetivas que temos
sobre ela são as mais corretas. Santificação é o supremo ideal de Deus para o crente. A
santificação é um processo contínuo. É ação divina do Espírito Santo no coração do discípulo,
mas exige que ele a deseje a busque, o que implica em sua cooperação com a obra que o
Espírito Santo quer realizar nele.

Neste processo há alguns caminhos e dentre eles destaco:

a) santificação pela obediência = "Sejam obedientes a Deus e não deixem que a vida de
vocês seja dominada por aqueles desejos que vocês tinham quando ainda eram
ignorantes"(1 Pedro 1.14).

b) santificação pela comunhão com Deus = "Porque as Escrituras Sagradas dizem: "Sejam
santos porque eu sou santo"(1 Pedro 1.16).

c) santificação pelo estudo da Bíblia a fim de que saiamos da ignorância e tenhamos


entendimento = "Portanto, estejam prontos para agir. Continuem alertas e ponham
toda a sua esperança na bênção que será dada a vocês quando Jesus Cristo for
revelado"(1 Pedro 1.13).

"Dediquem-se completamente a mim e sejam santos, pois eu sou o Eterno, o Deus de


vocês. Obedeçam às minhas leis. Eu sou o Deus Eterno e eu os separei dos outros
povos para que vocês sejam somente meus"( Levítico 20.7,8).

Segundo Levítico 20.7,8 a santificação é uma exigência divina. O desejo de Deus e que a
santificação seja uma realidade na experiência do discípulo. Ele exige santidade de cada um
de nós porque Ele é santo. E se temos comunhão com o Deus santo devemos agir de modo
digno dEle. Santidade é um atributo pessoal de Deus e define o nível de vida que devemos
viver. Quem estabelece os valores e os padrões a fim de que a santidade nos caracterize. E o
caminho que devemos trilhar é o da obediência as normas registradas em sua santa Palavra.

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"Procurem ter paz com todos e se esforcem para viver uma vida completamente
dedicada ao Senhor, pois sem isso ninguém o verá" (Hebreus 12.14).

"Finalmente, que todos vocês tenham o mesmo modo de pensar e de sentir. Amem uns
aos outros e sejam educados e humildes uns com os outros(...)Como dizem as
Escrituras Sagradas: "Quem quiser gozar a vida e ter dias felizes não fale coisas más e
não conte mentiras(...)Tenham no coração de vocês respeito por Cristo e o tratem como
Senhor. Estejam sempre prontos para responder a qualquer pessoa que pedir que
expliquem a fé que vocês têm" (1 Pedro 3.8,10,15),

Já em Hebreus 12.14 e 1 Pedro 3.8,10,15 vemos que a santificação é uma necessidade


humana e vem acompanhada de aspectos práticos. È a presença de Deus na alma que produz
a santificação. Nunca seremos santos sem a atuação de Deus em nós. A santificação
desvenda os olhos da alma para que tenhamos uma visão cada vez mais clara do Deus que
apenas vemos pela fé. A santificação leva os discípulos a amarem mais os seus irmãos em
Cristo, e a demonstrarem, na prática, a realidade deste amor. A santificação tem finalidades
éticas. A santidade é dinâmica. É apertado o caminho da santidade, porque é viver como
Cristo. Vamos trilhar este caminho?

Tenha um abençoado dia.

Jadai.

VENCENDO O PROBLEMA DA OMISSÃO

"Ao anjo da igreja de Tiatira escreva o seguinte: "Esta é a mensagem do Filho de Deus,
que tem olhos que brilham como o fogo e pés brilhantes como o bronze polido. Eu sei o
que vocês estão fazendo. Sei que têm amor, são fiéis, trabalham e agüentam o
sofrimento com paciência. Eu sei que vocês estão fazendo mais agora do que no
princípio. Porém tenho contra vocês uma coisa: É que toleram Jezabel, aquela mulher
que diz que é profetisa. Ela leva os meus servos para o mau caminho, ensinando-os a
cometerem imoralidade sexual e a comerem alimentos que foram oferecidos aos ídolos.
Eu lhe dei tempo para abandonar os seus pecados, porém ela não quer deixar a
imoralidade. Portanto, eu a jogarei numa cama, onde ela e os que com ela cometem
adultério sofrerão horrivelmente. Farei isso agora, a não ser que eles se arrependam das
coisas más que fizeram junto com ela. Matarei os seguidores dela, e então todas as
igrejas saberão que eu sou aquele que conhece os pensamentos e os desejos de todos.
Eu pagarei a cada um de vocês de acordo com o que tiver feito. "Porém aí em Tiatira o
resto de vocês não seguiu esse mau ensinamento. Vocês não aprenderam o que outros
chamam de <os segredos profundos de Satanás>. Afirmo que não porei mais nenhuma

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carga sobre vocês. Mas, até que eu venha, guardem bem aquilo que vocês têm. "Aos que
conseguirem a vitória e continuarem a fazer até o fim a minha vontade eu darei a mesma
autoridade que recebi do meu Pai: autoridade sobre as nações para governá-las com
uma barra de ferro e quebrá-las em pedaços como se fossem potes de barro. Eu lhes
darei a estrela da manhã. "Portanto, se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam o
que o Espírito de Deus diz às igrejas"(Apocalipse 2.18-29).

Tiatira ficava próximo à fronteira da Mísia e era famosa pela produção de tintura de púrpura de
preço elevado. Nesta cidade comercial havia um grande número de sindicatos de pessoas que
trabalhavam em diversas áreas: algodão, couro, linho, bronze, vestuário, tintura de tecido,
cerâmica, panificação, comércio de escravos. Cada associação tinha o seu deus padroeiro e
participar destes sindicatos era um problema para específico para os cristãos. Recusá-los
também acarretava sérias conseqüências econômicas e sociais.

A igreja de Tiatira aparentemente era próspera e bem sucedida. Ela era conhecida na cidade
por fazer boas obras e por acudir os necessitados. Seus membros eram generosos, e
demonstravam profunda lealdade uns aos outros(v.19). Qualquer um que olhasse para a igreja
ficaria atraído pela qualidade de vida e seu compromisso com o necessitado. Mas era também
uma igreja que tolerava uma profetisa que levava os crentes à sedução, idolatria e
imoralidade(vv.20-23). E agia assim porque era omissa e planejava que os negócios fossem
bem sucedidos.

Cristo não pode habitar entre tal corrupção na igreja. E assim ele afirma que tal liderança
absurda e maléfica será destruída(v.22), seus negócios fracassarão(v.23). Os crentes que
foram enganados também serão punidos severamente. Somente os cristãos que não se
omitem em declarar o erro e não toleram o pecado é que escaparão da punição. A igreja de
Tiatira sabia de seu erro e pecado, mas ninguém tinha coragem de reagir. A popularidade
alcançada a este preço não nos deve encantar. É necessário que vençamos a omissão e nos
posicionemos contra o mal. A pergunta que devemos nos fazer é: Como podemos vencer o
problema da omissão?

I - Em primeiro lugar Deus responde dizendo que a igreja deve continuar fiel a
Jesus. Estariam os cristãos pós-modernos negociando sua fidelidade a Jesus? Se existem
cristãos pós-modernos creio que eles já abandonaram a fidelidade a Jesus porque um dos
pressupostos da pós-modernidade é a ausência de valores absolutos. E aqueles cristãos que
ainda crêem em valores absolutos mas não os obedecem como ficam? Creio que estão indo de
mal a pior. Pois aquele que sabe fazer o bem e não o faz comete pecado(Tiago 4.17). Você é
fiel a Jesus?

II - Em segundo lugar Deus responde dizendo que a igreja deve evitar as festas
pagãs. Esta questão é simples e ao mesmo tempo complicada quando pensamos numa
cultura miscigenada como a nossa. O povo e cultura brasileira com os seus diversos feriados e
festas religiosas acabam por influenciar a vida dos cristãos. Como você lida com esta questão

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das festas de padroeiros? Acha que não tem importância? Participa ou se abstém delas? A
Palavra é bem objetiva ao insistir que devemos evitá-las.

III - Em terceiro lugar Deus responde dizendo que a igreja deve evitar a
imoralidade. Somos uma nação latina e uma das características mais exploradas por satanás
é a nossa sensualidade. Deus nos fez um povo bonito e a sensualidade que poderia ser bem
utilizada no ambiente sagrado do casamento é o nosso maior negócio e para tristeza do
Senhor tem conduzido muitos cristãos ao pecado. Os cristãos devem rejeitar toda forma de
imoralidade e assim propomos boicote a toda espécie de produto ou negócio que explore e
conduza as pessoas a serem mais dominadas pela imoralidade.

IV - Em quarto lugar Deus responde dizendo que a igreja deve evitar os negócios
escusos. Numa outra área vulnerável em nossa cultura encontramos os negócios escusos, a
corrupção, a propina, os contratos de gaveta, as compras sem notas fiscais, etc. Isso não deve
fazer parte da vida de um cristão que espera ser aprovado pelo Senhor. Assim devemos
rejeitar todo tipo de negócio escuso e mesmo que isso significa deixar de adquirir algo que
precisamos ou queremos muito. Mais importante é agradar ao Senhor e viver de modo reto
uma vez que nossas vidas precisam ser coerentes com a natureza reta do Senhor.

V - Em quinto lugar Deus responde dizendo que a igreja deve evitar à glória e o louvor
deste mundo. Recentemente temos sido bombardeados pela mídia(em especial a TV) quando
apresenta em seus programas pessoas famosas que vem diante das câmeras dizer que se
converteram e que não há necessidade de abandonarem suas atividades profissionais mesmo
quando estas são contrárias a moral, aos bons costumes e aos valores da Palavra de Deus.
Escândalos à parte eu não creio numa conversão que anda flertando com o pecado e que anda
à procura a glória e o louvor deste mundo. Pior ainda é que somos afrontados, ofendidos,
colocados no “mesmo saco” e na medida em que erguemos nossa voz contra estas aberrações
ainda somos tidos como retrógrados, moralistas, quadrados e alguns até processados por
discriminação.

VI - Em sexto lugar Deus responde dizendo que a igreja deve disciplinar aqueles que
sendo seus membros insistem em continuar no pecado. Uma outra tentação moderna é a
chamada frouxidão disciplinar e não onda de sermos achados legais e obtermos um bom
“ibope” em nossa sociedade começamos a negociar os valores inegociáveis da Palavra de
Deus. A igreja que não pratica a disciplina(inclusive cirúrgica nos rebeldes que não
reconhecem nem abandonam o pecado) está prejudicando a si mesma e ao membro infrator. O
duro meus irmãos é que na maioria de nossas igrejas estamos utilizando o jargão do “não tem
nada a ver” que arrebenta com os objetivos da disciplina eclesiástica. Este jargão em outras
palavras admite que devemos liberar geral porque já se tornou comum inclusive entre os
cristãos à prática de certos pecados como: imoralidade, fofoca, roubo nos dízimos e ofertas,
fornicação, divórcio, novo casamento, etc...

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VII - Em sétimo lugar Deus responde dizendo que a igreja deve ser moldada pelos
padrões da Bíblia Sagrada. Um molde é aquilo que molda e dá a forma. O que vemos hoje?
Pessoas sendo transformadas e moldadas pela Palavra de Deus? Sim. Mas também temos
visto pessoas procurando adaptar a Palavra de Deus às suas vidas. Com freqüência tenho
atendido e conversado com pessoas que me procuram para ver se não dá para darmos um
jeitinho na Bíblia para ver se ela se adapta ao bel prazer destas pessoas. Quando confronto
dizendo que tal ou qual atitude é contrária a vontade de Deus e proibida pela Bíblia ainda ouço:
“ah, pastor tá na Bíblia mas sabe como é que é né”. Ou seja, está na Bíblia mas eu quero
obedecer os desejos do meu coração pecaminoso e rebelde que não ama o Senhor ao ponto
de submeter-se a sua vontade soberana.

VIII - Em oitavo lugar Deus responde dizendo que a igreja deve confiar nas vitórias
prometidas. Quantas são as vitórias que comemoraremos? Todas as que a Bíblia nos promete
desde que permaneçamos fiéis ao Senhor. Isto é um grande alento para o meu coração e me
dá forças para continuar nadando contra a correnteza e andando na contra-mão. Ser cristão é
uma opção de vida radical que exige de cada um de nós compromisso voluntário e diário de
obediência a Jesus. Eu o amo e aguardo as suas promessas para esta vida e para a vida
futura.

DESPERTANDO DO SONO ESPIRITUAL


"Ao anjo da igreja de Sardes escreva o seguinte: "Esta é a mensagem daquele que tem
os sete espíritos de Deus e as sete estrelas. Eu sei o que vocês estão fazendo. Vocês
dizem que estão vivos, mas, de fato, estão mortos. Acordem e fortaleçam aquilo que
ainda está vivo, antes que morra completamente; pois sei que o que vocês fizeram não
está ainda de acordo com aquilo que o meu Deus exige. Portanto, lembrem do que
aprenderam e ouviram. Obedeçam e se arrependam. Se não acordarem, eu os atacarei de
surpresa, como um ladrão, e vocês não ficarão sabendo nem mesmo a hora da minha
vinda. Mas alguns de vocês de Sardes têm conservado limpas as suas roupas. Vocês
andarão comigo vestidos de roupas brancas, pois merecem esta honra. "Aqueles que
conseguirem a vitória serão vestidos de branco, e eu não tirarei o nome deles do Livro
da Vida. Eu declararei abertamente, na presença do meu Pai e dos seus anjos, que eles
pertencem a mim. "Portanto, se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam o que o
Espírito de Deus diz às igrejas"(Apocalipse 3.1-6).

A cidade de Sardes era um centro de grande movimento comercial e industrial. A sua indústria
mais importante era a da lã. Por ela passavam cinco estradas romanas e sua torre ficava numa
colina e servia para a vigilância da cidade. Localizada numa cordilheira de 4572 metros acima
da planície era considerada indestrutível e os guardas freqüentemente dormiam e por duas
vezes a cidade foi tomada pelos inimigos. Para os cristãos de Sardes as palavras de Cristo “sê
vigilante” têm significado relevante.

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Embora a igreja em Sardes estivesse viva(3.1) ela realmente estava morta. Sardes era a
capital onde as sentinelas dormiam e os soldados se ausentavam das muralhas; onde as
pessoas eram simplórias, preguiçosas, e confortáveis e a igreja estava contaminada pela
doença. A igreja é conhecida como aquela que só tem nome, pois tenta mostrar uma
espiritualidade que não tem. Esta igreja estava espiritualmente morta, indiferente e letárgica.
Não adianta alguém dizer que é espiritual: é necessário viver a espiritualidade.

Por incrível que pareça a igreja não enfrentava os problemas esmagadores que outras co-
irmãs da Ásia passavam. Não havia heresia interna; não foi perseguida pelos judeus; não foi
perturbada pelos líderes romanos; não foi seduzida pela popularidade. Parece-nos que ela
estava dormindo. Ela não conseguia viver uma fé genuína que despertasse nos inimigos o
desejo e a necessidade de persegui-la. Ela era uma igreja parada. Mais ainda há uma
alternativa para essa igreja assim como há uma solução para nós também: é preciso
acordar! O Senhor Jesus aponta a solução: acorde! Sacuda de si o sono, acorde e comece a
agir antes que morra. O que fazer para acordar?

I - Em primeiro lugar precisamos lembrar do evangelho que recebemos e experimentar


de novo sua vitalidade. Algumas vezes sem percebermos somos conduzidos ao sono
espiritual em função da rotina da vida eclesiástica. É claro que estou falando da vida dominical
e da monotonia dos cargos que existem para sustentar o prédio e os ministérios que
acontecem dentro das quatro paredes. Por outro lado este sono nos atinge também por causa
da preguiça e pela de propósitos bem definidos. A ordem do Senhor é que nos lembremos do
evangelho e seu vigor de modo que sejamos impactados e despertemos do sono. Você está
acordado ou adormecido? Sua vida cristã tem sido um desafio constante ou já está
acomodada?

II - Em segundo lugar precisamos obedecer as ordenanças do evangelho, viver e agir de


modo que a nossa presença nesse mundo faça diferença. Durante esta semana pensei
muito sobre uma questão: “se eu morresse hoje o mundo, minha cidade ou meu bairro sentiria
a minha falta?” Sou alguém que por viver o evangelho tem conseguido fazer diferença na vida
das pessoas sem Cristo? Se somos o sal da terra precisamos agir fora do saleiro porque é do
lado de fora que podemos e devemos exercer nossa boa e poderosa influência. O Senhor nos
desafia a despertarmos e a vivermos de modo que a nossa presença seja abençoadora neste
mundo.

III – Em terceiro lugar precisamos arrepender-nos dos caminhos sonolentos e rededicar-


nos ao cristianismo vivo. Quando estamos com sono temos dificuldades para executarmos
algumas tarefas simples e também as mais complexas. Um exemplo disso, são os acidentes
que ocorrem nas estradas com os motoristas que dormem ao volante. Se não nos
arrependermos do tempo perdido pelo sono espiritual dificilmente nos comprometeremos com
o Cristo vivo. Da mesma forma que para despertarmos lavamos o rosto com água fria e as
vezes tomamos um café bem forte eu proponho que você no dia de hoje separe um tempo para
pedir perdão ao Senhor pelo sono espiritual e que neste mesmo embalo consagre sua vida ao
Senhor.

Pois se não acordarmos o Senhor nos condenará. Mais há uma esperança! Nem todos estão
dormindo e devem manter-se acordados, prontos, preparados!

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MANTENDO A PORTA ABERTA

"Ao anjo da igreja de Filadélfia escreva o seguinte: "Esta é a mensagem daquele que é
santo e verdadeiro. Ele tem a chave que pertencia ao rei Davi; quando ele abre, ninguém
fecha, e quando ele fecha, ninguém abre. Eu sei o que vocês estão fazendo. Sei que têm
pouca força. Vocês têm seguido os meus ensinamentos e têm sido fiéis a mim. Eu abri
diante de vocês uma porta que ninguém pode fechar. Escutem! Quanto àquela gente que
pertence a Satanás, aqueles mentirosos que afirmam que são judeus, mas não são, eu
farei com que eles venham e caiam de joelhos diante de vocês. E todos eles saberão que
eu amo vocês. Vocês têm obedecido à minha ordem para agüentarem o sofrimento com
paciência, e por isso eu os protegerei no tempo da aflição que virá sobre o mundo inteiro
para pôr à prova os povos da terra. Eu venho logo. Guardem o que vocês têm, para que
ninguém roube de vocês o prêmio da vitória. "Aquele que conseguir a vitória, eu farei
com que ele seja uma coluna no templo do meu Deus, e ele nunca mais sairá dali. E
escreverei nele o nome do meu Deus e o nome da cidade do meu Deus, a nova
Jerusalém, que virá do céu, da parte do meu Deus. E também escreverei nele o meu
novo nome. "Portanto, se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam o que o Espírito
de Deus diz às igrejas"(Apocalipse 3.7-13).

Filadélfia era uma grande cidade grega fundada para ser uma proclamadora da sua cultura e
língua para a Lídia e Frígia. Era rica comercialmente, principalmente por causa das plantações
de uvas nas aldeias ao seu redor. A sua principal divindade era Dionísio, o deus do prazer. Era
a igreja em Filadélfia a mais jovem das sete igrejas da Ásia. O culto pagão era comum na
cidade, mais o maior problema da igreja eram os judeus que a perseguia duramente.
A visão do poder de Jesus para abrir e fechar que se torna o tema básico que permeia esta
mensagem. A igreja mesmo pequena e fraca é fiel pelo fato de ter mantido sua fidelidade a
Cristo(v.8) terá a porta missionária aberta adiante de si. E por esta fidelidade já demonstrada o
Senhor confere a responsabilidade de anunciarem o evangelho para judeus e gentios(v.9). Por
este trabalho enfrentarão perseguição e conflito(v.10), mas Cristo os sustentará em suas
aflições. Qual o segredo da força? Como manter a porta aberta?

I - Em primeiro lugar devemos agradar ao Senhor com nossas obras. A quem você
procura agradar quando toma qualquer atitude? A você mesmo? A um amigo? Seu patrão?
Seus pais? Seu pastor? Sua igreja? O mundo? Você está cansado de tentar agradar todo
mundo ao mesmo tempo? Já descobriu que isto é impossível e que além do mais tem te levado
a uma tremenda perda de valores? Então os seus problemas acabarão quando você entender
que nossa maior meta deve ser agradar ao Senhor. Pois só ele é a razão maior de nossa
existência. Uma pergunta indiscreta: O Senhor tem se agradado dos seus feitos?

II - Em segundo lugar devemos aproveitar bem as oportunidades missionárias. Em


nossos relacionamentos interpessoais devemos ficar atentos para as oportunidades
missionárias que o Senhor coloca diante de nós. Isso indica que cada um de nós podemos ser
missionários de Deus onde que estejamos. Quantas são as pessoas perdidas(sem Cristo e
sem salvação) com quem você se relaciona diariamente? Você tem falado a elas

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sistematicamente sobre sua esperança em Jesus? Lembre-se não podemos desperdiçar estas
oportunidades até porque o Senhor cobrará de cada um individualmente.

III - Em terceiro lugar devemos reconhecer as nossas próprias limitações. Um grande


perigo que corremos enquanto indivíduos e igrejas é ter uma idéia supervalorizada de si
mesmo. Só estamos de pé e nossas igrejas só estão abertas porque o Senhor nos sustenta. É
necessário que saibamos bem quais são as nossas limitações para que busquemos no Senhor
o socorro e ajuda que necessitamos para vivermos de modo agradável a Ele e coerente com a
sua vontade. Quando ignoramos nossas fraquezas somos derrotados porque o nosso inimigo
as conhece muito bem e se aproveita delas para nos atacar. Onde é o seu ponto fraco? Clame
pela misericórdia e ajuda do Senhor nesta área.

IV - Em quarto lugar devemos guardar a Palavra de Deus em nosso corações. Onde você
guarda a sua Bíblia? Numa estante? Numa gaveta? Deixa no banco da igreja e só tem contato
com ela no domingo seguinte? Perdeu a Bíblia? Isso é muito ruim porque devemos guardá-la
em nossos corações. Esta é uma afirmação figurada que indica a necessidade de
internalizarmos os conceitos e conteúdos que a Bíblia apresenta para nós como regras de fé e
prática. Ou seja, aquilo que cremos e as convicções que temos e aquilo que fazemos e as
razões porque fazemos assim ou assado. O cristão que não procura guardar a Palavra de
Deus em seu coração com certeza tem uma grande chance de pecar por ignorância,
esquecimento ou falta de temor a Deus(Salmo 119.11).

V - Em quinto lugar devemos manter-nos fiéis ao Senhor. Mais uma vez retomamos a
questão da fidelidade por que será que o Senhor tem insistido nesse assunto conosco?
Exatamente porque ele nos conhece e sabe de nossa propensão ao erro e à infidelidade é que
ele insiste em nos advertir. No contexto da carta a fidelidade tem como conseqüência prática a
pregação do evangelho mesmo dentro de um ambiente de perseguição e impedimentos. Assim
não basta se fiel a Jesus no que diz respeito a crer nele como único salvador antes devemos
também debaixo do seu senhorio obedecer a ordenança que nos desafia a sermos suas
testemunhas neste mundo.

VI - Em sexto lugar devemos estar atentos e preparados para a volta de Jesus. È notório e
sabido que Jesus voltará para buscar a sua igreja e julgar o mundo. É notório que sua vinda
será precedida de sinais e que os cristãos devem estar atentos a estes sinais para que não
sejam pegos despreparados. Você sabe quais são estes sinais? Você está preparado para a
Segunda Vinda de Jesus? Pois bem se queremos que a nossa porta continue aberta
precisamos manter a vigilância e o preparo para nos encontrarmos com o amado Senhor Jesus
no dia de sua vinda.

VII - Em sétimo lugar devemos viver estimulados pelas promessas do Senhor. O que tem
estimulado a sua vida? Muitas pessoas hoje são estimuladas pelo prazer sexual, outras pelas
drogas, outras pelo trabalho, etc. O certo é que como indivíduos somos suscetíveis aos
estímulos e dependemos deles para que façamos bem as coisas.O cristão não precisa de
nenhum agente tóxico ou farmacológico para ser estimulado. Nós temos as promessas do
Senhor como grandes estimulantes que nos desafiam a trabalhar enquanto é dia. Nós temos
as promessas do Senhor que não possuem contra-indicações nem nos conduzem à
marginalidade.

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Somos felizes porque as promessas do Senhor sempre se cumprem Ele nos abençoará, nós
seremos vistos como colunas do templo, os nossos nomes terão o nome de Deus neles e
herdaremos a cidade santa. O Senhor foi quem abriu a nossa porta e devemos cooperar com
ele para que ela esteja sempre aberta. Se quisermos ser crentes fiéis que compõe uma igreja
fiel devemos proclamar, praticar e viver o evangelho em nossa cidade, nossa região e até os
confins da terra. Queridos irmãos mantenham a porta aberta, vivam o evangelho de Cristo!

EVITANDO NAÚSEAS EM DEUS

"Ao anjo da igreja de Laodicéia escreva o seguinte: "Esta é a mensagem do Amém, da


testemunha fiel e verdadeira, daquele por meio de quem Deus criou todas as coisas. Eu
sei o que vocês têm feito. Sei que não são nem frios nem quentes. Como gostaria que
fossem uma coisa ou outra! Mas, porque são apenas mornos, nem frios nem quentes,
vou logo vomitá-los da minha boca. Vocês dizem: Somos ricos, estamos bem de vida e
temos tudo o que precisamos.> Mas não sabem que são miseráveis, infelizes, pobres,
nus e cegos. Portanto, aconselho que comprem de mim ouro puro para que sejam, de
fato, ricos. E comprem roupas brancas para se vestirem e cobrirem a sua nudez
vergonhosa. Comprem também colírio para os olhos a fim de que possam ver. Eu corrijo
e castigo todos os que amo. Portanto, levem as coisas a sério e se arrependam.
Escutem! Eu estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu
entrarei na sua casa, e nós jantaremos juntos. "Aos que conseguirem a vitória eu darei o
direito de se sentarem ao lado do meu trono, assim como eu consegui a vitória e agora
estou sentado ao lado do trono do meu Pai. "Portanto, se vocês têm ouvidos para ouvir,
então ouçam o que o Espírito de Deus diz às igrejas"(Apocalipse 3.14-22).

A cidade de Laodicéia ficava no vale do rico Lico e passavam por ela três estradas romanas
que a tornavam um importante centro comercial e industrial na área de tapetes e roupas
oriundas das ovelhas pretas; destacava-se também pelo evoluído centro bancário
especializado no mercado do ouro; e pelo avançado centro médico oftalmológico. A igreja,
provavelmente fundada por Epafras(Colossenses 1.7, 4.12), era bastante próspera e não se
menciona perseguições dos romanos, nem dificuldades com os judeus ou heresias internas.

Mas a igreja é acusada pelo Senhor de ser uma comunidade nojenta. Eles não tinham nem a
frieza da hostilidade ao evangelho ou da rejeição da fé; mas também não tinham o zelo e
fervor. Era indiferente, acomodada e isso provocou no Senhor o desejo de vomitá-la. Esta
igreja além de indiferente era orgulhosa e prepotente(v.17); então o Senhor a aconselha a
buscar em Jesus a fonte da vida e a razão de toda a sua existência. Onde não haverá lugar
para pessoas orgulhosas e sim para as humildes.

O que levou aqueles cristãos a serem nauseantes? Primeiro, eles foram enganados pelo
dinheiro que os fez acreditar que eram ricos; mas o Senhor os chama de “coitados, e
miseráveis, e pobres, e cegos e nús” e diz que logo serão refinados pelo fogo(como o ouro)
para que suas impurezas sejam queimadas. A riqueza material não significa necessariamente
riqueza espiritual. Segundo, eles trocaram as vestes brancas da pureza e da santidade pelas
vestimentas ricas e opulentas que nada mais eram do que trapos de hipocrisia e falsidade.

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Terceiro, eles achavam que a evolução na medicina oftalmológica era grande coisa mais a
igreja estava cega espiritualmente e o único colírio que resolveria os seus problemas era o que
Deus oferece(v.18).

Como a igreja pobre, nua e cega pode evitar ser vomitada por Deus? Em primeiro lugar
devemos passar pela experiência do arrependimento e conversão. Em segundo lugar devemos
abandonar a condição de cristãos nominais e receber sobre nós o senhorio de Cristo. Em
terceiro lugar devemos viver um cristianismo autêntico onde o poder de Cristo nos transforme
pela renovação do entendimento. Em quarto lugar devemos continuamente ouvir a voz de
Deus e abrir nossas vidas por completo ao Espírito do Senhor. Qual é a sua temperatura?
Morna? Fria? Quente?

Um Bilhete Para o Senhor

Senhor eu sei que suas cartas foram enviadas para que a tua igreja seja desafiada a ser fiel ao
evangelho. A cada uma daquelas igrejas a tua palavra foi particular e especial. Sei que a igreja
de Éfeso devia revestir-se da prática do amor e da unidade. Já a igreja em Esmirna precisava
estar desejosa de sofrer. Para a igreja em Pérgamo o desafio era o de permanecer forte em
sua fé e tornar vital seu relacionamento com Cristo. Aos irmãos em Tiatira era necessário
rejeitar a popularidade e os poderes, e seguir um Cristo rejeitado.
A igreja de Sardes precisava acordar para sua própria passividade e procurar um cristianismo
que fosse dinâmico e cheio de convicção. A igreja de Filadélfia precisava estar desejosa de
proclamar, praticar e viver o evangelho de uma forma correta. A igreja de Laodicéia precisava
reconhecer humildemente sua falência espiritual, arrepender-se da prática de um cristianismo
convencional, indiferente e permitir que Cristo remoldasse a igreja e seu povo a partir do seu
interior. E você? E eu? O que nós precisamos fazer? Qual é o recado do Senhor para nossas
vidas?
Ajuda-nos Senhor a identificarmos as nossas falhas! Faze-nos ver onde estamos caindo. Com
qual destas igrejas nós estamos parecidos? Quais são os elogios que o Senhor tem para nós?
Quais são as suas críticas Senhor? São tantas perguntas nesta hora, mas sabemos que o
Senhor tem a respostas. Embora não sejamos perfeitos contamos com a sua misericórdia e
perdão para que prossigamos rumo à esperança que sua Palavra nos aponta. Permita Senhor
que zelemos pelo nome de Cristo e que estejamos preparados para a sua Vinda.
Vem Senhor recuperar a sua igreja fazendo de cada um de nós um vencedor. Permite pois que
sejamos tocados pela sua graça a fim de que por ela alcancemos o padrão que estas cartas
nos apresentam. Usa ó Deus o seu Espírito Santo para continuar alertando-nos e capacitando-
nos a sermos a Noiva de Cristo Imaculada. Queremos declarar os nossos pecados e dizer
humildemente que dependemos de ti Senhor para sairmos desta dificuldade. Por isso nos
abençoe em nome de Jesus. Amém!

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